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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA DE BELAS ARTES – ARQUITETURA E URBANISMO – TURMA 1B


DISCUPLINA DE HISTÓRIA DA ARTE E DA ARQUITETURA, DA ANTIGUIDADE
À IDADE MÉDIA
PROFª. ADALGISA APARECIDA DE OLIVEIRA GONÇALVES
ANA BEATRIZ GREGUER PEROTE PERES
Esta é uma resenha referente ao documentário histórico “Egito: em busca da
eternidade" com direção e fotografia de Norris Brock, escrito por Miriam Birch,
produzido e lançado no ano de 1982 pela National Geographic Specials como série
de televisão, com duração de 60 minutos e narrada por Richard Basehart.
O narrador inicia a obra com um panorama geral do Egito Antigo, no qual
explica o sistema de monarcas conhecido como faraó que durou trinta séculos. Nessa
sociedade antiga governada por faraós havia a crença da vida eterna, por isso as
pirâmides eram construídas como monumentos fúnebres com a finalidade de auxiliar
os faraós a ascenderem para junto aos deuses à vida eterna. O Rio Nilo corta desde
o Alto Egito, representada pela flor de lótus, até o Baixo Egito, representado pelo
papiro, e por isso é usado como meio de transporte pelos egípcios. Com suas cheias
periódicas de acordo com o calendário das inundações traz matéria orgânica ao vale,
enriquecendo o solo, porém enquanto as cheias aconteciam a população ficava
impossibilidade de trabalhar na lavoura então a mão de obra passava a ser usada na
construção das tumbas e pirâmides funerárias, como a maior pirâmide construída até
hoje, a de Quéops foi construída com mais de dois milhões de blocos de calcário e
cem mil homens durante vinte anos.
Posteriormente cita a história da cidade de Nekhen, onde o Dr. Walter
Fairservis do Museu Americano de História Natural encontrou a Tábua de Narmer em
1967, faraó responsável pela unificação do Egito, fundando uma nova capital há mais
de seis mil anos, representado pela junção dos dois tipos de coroas usadas pelo
monarca em 3100 a.C. Em seguida fala sobre a cidade de Tebas, capital religiosa do
Egito. Lá ficam localizados os dois templos dedicados ao Deus-sol (Amón-Rá),
protetor da cidade de Tebas sendo estes o complexo de Karnak, como o maior local
de adoração do mundo antigo e Luxor, aumentados e ornamentados por inúmeros
faraós, localizados na margem leste do rio, onde era celebrada pelo faraó, a festa de
Opet para o Deus-sol, com o translado de sua estátua dourada pelo barco-santúário
presenteando-o com incenso, comidas e flores, dos quais recebiam a dignidade de
governar de Amón. Na margem oeste está localizado o Vale dos Reis e Vale das
Rainhas, onde a realeza era enterrada.

Seguidamente, narra o começo da história do faraó Ramsés II, marcado pela


prosperidade e poder, o qual governou por 67 anos depois da morte de seu pai Seti
em 1290 a.C., que construíra seu templo funerário em Abydos, porém que seu filho
Ramsés completou escrevendo os seguintes comentários destinado ao pai já morto:
"Ordenei o término do trabalho do meu pai e todos os trabalhos que haviam
sido iniciados e estavam incompletos, terminei."

"Enquanto eu governar será como se você estivesse no trono."

Como complemento o narrador conta a história da primeira ressurreição, no


qual Osíris é morto pelo irmão, sua irmã e esposa Ísis junta as partes espalhadas de
seu cadáver levantando-se dos mortos. Seu filho Hórus (cabeça de Falcão) tem o
dever de vingar seu pai e o Anúbis (cabeça de chacal) deus embalsamador é mandado
por Deus-sol (Amón-Rá) para ajudar Osíris a viver eternamente. Deste mesmo modo
os egípcios acreditavam que eles também poderiam adquirir a imortalidade como
Osíris por isso o adoravam.

Em 1924, em resposta à crise decorrente do deterioramento dos monumentos


por ação das intempéries e reações químicas dos murais com o ar, considerando que
antes as construções e decorações eram protegidas pela areia do deserto, ou até
mesmo pela depredação de turistas, o Instituto Oriental da Universidade de Chicago
estabeleceu-se permanentemente como sede, conhecida como Casa de Chicago
onde tem pinturas e monumentos ameaçados de extinção catalogadas tiradas de um
levantamento epigráfico com fotografias e desenhos. Lá realizam os registros corretos
de todo tipo de material, já que as construções eram desmanchadas visando reutilizar
o material dessas para outras construções. O Templo de Luxor, compreende o maior
monumento de Tutancâmon em reconstrução pelos especialistas da Casa de Chicago
pois Ramsés II realizou a retirada da decoração de monarca anterior e substituiu pelas
suas, por isso é necessário a reordenação das peças como um quebra-cabeça
histórico, sendo estas catalogadas e postas nos lugares corretos.

A necrópole de Tebas é localizada o esplêndido Templo Mortuário de Ramsés,


com sua estátua colossal com mil toneladas de granito e 17 m de altura, Ramsés
morreu em 1224 a.C. A decoração do complexo o marcava na história para sempre,
colocavam tudo que o morto poderia precisar pela eternidade (barco, trono e livro dos
mortos para garantir sua passagem). Pela história da decoração do templo, uma
deusa com estrelas no corpo se alongava sobre um deus reclinado os quais
representavam o céu e a terra, entre eles o Deus-sol no reino dos mortos. Lá o escriba
divino Tot anotava os feitos dos mortos pesados na balança da justiça, os mortos
asseguravam sua inocência aos deuses pois deste modo poderiam ir com Osíris a
feliz terra do sol poente. O deus Anúbis preparava o corpo para vida vindoura para o
qual a alma deve retornar embalsamando-o. Porém a tumba de Ramsés foi saqueada
e seus sacerdotes esconderam as múmias que ficaram intactas por três mil anos.

Comenta sobre o Projeto de Mapeamento da área da necrópole de Tebas, com


quatorze mil quilômetros quadrados, onde ficam localizados o Vale dos Reis e
Rainhas e a tumba de Tutancâmon, com o intuito de realizar o registro arqueológico
usando tecnologia moderna a fim de preservar, proteger e descobrir mais tumbas na
área por correlação da geografia. Na demonstração de captação dos dados do local
mostrada no documentário, os estudiosos mostram a tumba de um príncipe, filho de
Ramsés III, que aparenta ter morrido ainda criança sendo tradicionalmente sepultada
junto ao Vale das Rainhas, portanto o próprio Ramsés faz a interseção aos deuses do
mundo dos mortos pelo filho, oferecendo-os incenso e o conduzindo.

Cita a esposa favorita de Ramsés II, Nefertari para a qual escreveu os seguintes
versos: "A princesa rica em graça, a dama da afeição, doce de amor, senhora das
duas terras, poetisa de linda expressão, a mulher do harém do senhor do palácio, tudo
que disser será feito por você, tudo se forma segundo seu desejo, todas as suas
palavras trazem alegria ao rosto, motivo pelo qual, os homens adoram ouvir sua voz"

Finalmente o narrador mostra a cidade de Cairo, capital atual do Egito, que


após dois mil anos se transformou na maior cidade do continente africado, sofrendo
com os malefícios urbanos modernos como explosão urbana, poluição e dificuldades
econômicas e políticas. Por isso construíram a Represa de Assuã em 1960 até 1970
com a finalidade de amenizar as secas da região e produzir energia, contudo a Núbia
foi inundada e monumentos dedicados a Ramsés II e Nefertari ameaçados, por isso
um projeto de desmonte das construções foi realizado por engenheiros e esses
monumentos foram realocados a partes superiores ao nível do rio e de acordo com
cálculos precisos de astrônomos o Templo dedicado a Ramsés foi instalado num
ponto onde a luz solar incide diretamente ao entardecer, abençoando o faraó. Já que
esse assinou o primeiro grande tratado de paz do mundo escrevendo:

"Começando nesse dia afim de trazer paz e fraternidade entre nós eternamente, ele
está em paz comigo e eu estou fraternalmente em paz com ele para sempre".

O documentário como um todo trata de um assunto muito interessante


principalmente priorizando a história de Ramsés II, traz especialistas da área em
vários momentos diferentes o que dá ao espectador segurança das informações
prestadas e também por ser um programa de televisão proporciona mais
acessibilidade a esse tipo de conteúdo com embasamento histórico para a sociedade
em geral, mesmo sendo de um canal por assinatura pode ser assistido com
tranquilidade no Youtube, no qual está separado em quatro partes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

EGITO: EM BUSCA DA ETERNIDADE. Direção: Norris Brock. Produção: Miriam


Birch. Local: Estados Unidos da América. Distribuidora: National Geographic
Specials, 1982. Youtube. Disponível em: Egito: Em busca da eternidade - Parte 1/4 -
YouTube. Acesso em: 10 de abril de 2021.

EGYPT: QUEST FOR ETERNITY. IMDb. Disponível em: "National Geographic


Specials" Egypt: Quest for Eternity (TV Episode 1982) - IMDb. Acesso em: 13 de
abril de 2021.

REPRESA DE ASSUÃ. Egito. Disponível em: Represa de Assuã - A maior represa


do Nilo (egito.com). Acesso em: 13 de abril de 2021.

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