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MESOPOTÂMIA E EGITO
BORA LEMBRAR DA AULA ANTERIOR?
1. Sedentarizarão da humanidade;
2. Desenvolvimento da agricultura;
3. Domesticação dos animais;
4. Criação do arado e da irrigação;
5. Ocupação do norte para o sul da Mesopotâmia Gado de pequeno porte, relevo do
palácio de Nimrud, século VIII a.C.,
6. O uso do cobre, do bronze e do ferro Museu Britânico, Londres.
7. Surgimento da escrita com uma finalidade econômica
Fachada reconstruída do Zigurate de Ur; as ruínas da estrutura neobabilônica do século XXI a.C. podem ser vistas no topo da estrutura - Iraque.
• “Na fábrica de carne de Duranki (a cidade de
Surgimento do mundo e •
•
Nippur),
Nós sacrificaremos dois (?) Alla divinos
da humanidade • E de seu sangue faremos nascer os homens.
• A obrigação dos deuses será sua obrigação:
• Eles delimitarão os campos, de uma vez por todas;
• “Naqueles dias, aqueles dias antigos • Eles tomarão em suas mãos enxadas e cestos
• Naquelas Noites, aquelas noites antigas • Em benefício do templo dos grandes deuses (...)
• Naqueles anos, aqueles anos antigos • Eles construirão o sistema de irrigação
• Quando o Céu havia sido separado da Terra • Para regar todos os lugares
• E que a Terra havia sido separado do Céu • E fazer crescer toda espécie de planta (...)
Reconstrução contemporânea de como seria o zigurate da cidade da Babilônia por Jean-Claude Golvin.
A morte e os mortos
“Ao lado de uma visão temerosa e pessimista da vida, os mesopotâmios tinham ideias sombrias e
aterradoras sobre o que se passava após a morte. Acreditavam que, perecendo o corpo, uma parte
imaterial da pessoa (uma espécie de “espírito”) viajava para o Mundo Inferior, o “Lugar sem Retorno”.
Este era uma região escura e deprimente, onde habitavam a rainha dos Infernos, Ereshkigal, seu esposo
Nergal e outras divindades e demônios infernais. Nele, o “espírito” do morto alimentava-se de poeira e
lodo.” (REDE, 2002, p.30)
“A religião não oferecia aos mesopotâmios a possibilidade de uma salvação ou de uma vida melhor no
além. Os mortos estavam sempre condenados a uma existência miserável e apática. Apenas os cuidados
dos parentes vivos podiam amenizar um pouco o sofrimento dos mortos: para isso, eram feitas
oferendas, principalmente de alimentos e água fresca. Os vivos podiam também pedir a ajuda dos mortos
(por exemplo, parar curar doenças). Mas acreditava-se que, quando eram esquecidos, os “espíritos”
voltavam para assombrar as pessoas.” (REDE, 2002, p.30)
Sumérios
Estabeleceram-se na região por volta de 5.000 a.C.
Constituíram cidades-estado
Construíram diversas barragens, reservatórios e canais de irrigação
na região
Desenvolveram a escrita cuneiforme
Acadianos
Conquistaram as principais cidades sumérias por volta de 2.300 a.C.
Principal rei: Sargão I
Foram conquistados pelos Amoritas por volta de 2.000 a.C
1. Cuneiforme adaptado para tabuletas de argila, Shuruppak, por volta de 2600 a.C., Museu do Louvre, França
2. Rei acadiano, escultura em bronze de 2250 a.C., Museu Nacional do Iraque.
Amoritas
Estabeleceram-se por volta de 2.000 a.C.
Ocuparam a cidade da Babilônia e transformaram-na em grande
centro urbano da Mesopotâmia
Estabeleceram o Primeiro Império Babilônico
Principal rei: Hamurábi
Código de Hamurábi:
Lei de Talião: “olho por olho, dente por dente”.
Caldeus
Conquistaram os assírios em 612 a.C. e destruíram a cidade de Ninive
Formaram o Segundo Império da Babilônia
Seu grande rei foi Nabucodonosor
Foram conquistados pelos persas em 539 a.C.
Rei acadiano,
escultura em
bronze de 2250
Sociedade estratificada RESUMO
a.C., Museu
Nacional do Rei, sacerdotes, chefes militares e funcionários do Estado formava a elite
Iraque. econômica
Artesãos, médicos e comerciantes formavam uma classe intermediária
Camponeses e trabalhadores urbanos representavam uma “classe baixa”.
Economia
Agricultura era a base da subsistência.
Solo fértil em razão dos dois rios, o que possibilitava o sustento a partir
da agricultura.
Produções principais: trigo e cevada.
Impostos e trabalhos forçados. Religião
Politeísta: crença em mais de um
Cronologia dos povos: Sumérios > Acadianos > Amoritas >
deus.
Código de Hammurabi, cerca de Assírios > Caldeus > Persas > Macedônios > fragmentação Cada cidade-estado possuía uma
1.750 a.C., Museu do Louvre. e desaparecimento da escrita. divindade específica.
EGITO
EGITO ANTIGO
“(...) é provável que o primeiro povoamento efetivo do
vale do Nilo tenha ocorrido no início do Neolítico (por
volta de -7000). Nessa época, os egípcios adotaram um
modo de vida pastoril e agrícola. Enquanto
aperfeiçoavam seus instrumentos e armas de pedra,
inventaram – ou acolheram – a cerâmica, ” (BAKR, 2010,
p.37)
“Pouco antes do período histórico, os egípcios
aprenderam a utilizar os metais , ingressando assim no
chamado período calcolítico (ou cuprolítico). O metal
aos poucos substituiu o sílex. O ouro e o cobre fizeram
também sua primeira aparição, embora o bronze não
tenha sido empregado até o Médio Império e,
aparentemente, o uso do ferro não se tenha
generalizado até o último período da história faraônica.”
(BAKR, 2010, p.37)
Uma possível cronologia
do Egito Antigo
Primeiro povoamento (Neolítico) 7.000 a.C.
Escrita 4.000 a.C.
O período Arcaico 3.200 a.C. – 2.900 a.C.
O Antigo Império 2.900 a.C. – 2.280 a.C.
O Primeiro Período Intermediário 2.280 a.C. – 2.060 a.C.
O Médio Império 2.060 a.C. – 1.785 a.C.
O Segundo Período Intermediário 1785 a.C. –1.580 a.C.
O Novo Império 1.580 a.C. – 1.085 a.C.
Estela de Minnakht, chefe dos escribas. durante o reinado de Ay,
Período de declínio 720 a.C. – 33 a.C. > 476 d.C. cerca de 1.321 a.C. - Museu do Louvre.
O faraó
“O primeiro evento historicamente importante de que se tem notícia é a união dos dois reinos pré-
-históricos, ou melhor, a sujeição do Baixo Egito pelo soberano do Alto Egito, denominado Menés pela
tradição (embora as fontes arqueológicas o chamem Narmer). Foi ele o fundador da primeira das trinta
dinastias ou famílias governantes, em que o historiador egípcio Mâneton (-280) dividiu a longa linhagem
de soberanos até a época de Alexandre, o Grande. Com certeza foi o reino meridional que impôs seu
domínio a todo país, tendo Narmer, logo após sua primeira vitória, instalado a capital em Mênfis, próximo
à fronteira entre as duas regiões.” (BAKR, 2010, p.39)
“A cultura do final do período pré-dinástico prevaleceu durante os trezentos anos posteriores à I dinastia,
mas com a consumação da unidade política, durante a III e IV dinastia, o novo Estado adquire estabilidade
o bastante. Isso se dá sob a forma de um novo dogma, segundo o qual o rei egípcio era considerado
sobre-humano, verdadeiro deus a reinar sobre os homens. O dogma da divindade do faraó , difícil de
definir, teria sido elaborado durante as primeiras dinastias com o objetivo de consolidar um poder único
sobre os dois territórios. Poder-se-ia dizer que a partir da III dinastia o chefe do Estado não era um egípcio
do norte ou do sul, mas um deus.” (BAKR, 2010, p.39)
“Segundo a teoria da realeza, o faraó encarnava o Estado e era
responsável por todas as atividades do país. Além disso, era o sumo
sacerdote de todos os deuses, servindo-os diariamente em cada um dos
templos. Obviamente, na prática, era-lhe impossível corresponder a tudo
o que dele se esperava. Necessitava de representantes para executar suas
tarefas divinas: ministros, funcionários nas províncias, generais no
exército e sacerdotes nos templos. Embora seu poder fosse teoricamente
absoluto, ele não podia, de fato, exercê-lo livremente. Era ele a
personificação de crenças e práticas muito antigas que se desenvolveram
progressivamente com o passar dos anos. Na realidade, a vida dos reis
era tão codificada que estes não podiam passear ou banhar-se sem
submeter-se ao cerimonial estabelecido para cada um desses atos,
regulado por ritos e obrigações. No entanto, sob suas coroas ricamente
ornamentadas, os faraós possuíam, é claro, uma dimensão humana:
eram sensíveis ao amor e ao ódio, à ambição e à desconfiança, à cólera e
ao desejo. Durante toda a história do antigo Egito, a arte e a literatura
representaram o faraó segundo um ideal (...)” (BAKR, 2010, p.42)
Câmara de culto de Ka-ni-nisut, cerca 2500 a.C., O Museu de História da Arte em Viena.
A religião
“ (...) os primeiros egípcios viam forças divinas no Sol, na Lua,
nas estrelas, no céu e nas cheias do Nilo. Deviam temer suas
manifestações visíveis e impressionar-se com a influência que
exerciam, pois os adoravam e os consideravam deuses
poderosos: Rá ou Rê, o Sol, Nut, o céu, Nun, o oceano, Shu, o
ar, Geb, a Terra, e Hapi, a cheia.” (BAKR, 2010, p.43)
• Estar vivo
Múmia de Hornedjitef, Sarcófago de madeira, de
• Tempo de vida: Tebas (perto de Luxor), cerca de 240 A.C. – Museu
Britânico.
o aha’u, sendo 30 anos o período de uma geração;
o 100 anos o máximo de vida;
Vasos canópicos
o 110 anos a idade ideal para a experiência terrena; da XIX Dinastia.
Museu Egípcio de
o Últimos 10 anos eram considerados como um extra concedido pelos Berlim, Alemanha.
deuses;
o Para o egípcio o eterno seria 1 milhão (não é algo imensurável, a
eternidade é quantificada);
Constituição humana (7
Ba Egito, provavelmente Novo Reino (1550 - 1070 aC) Escultura Madeira com
vestígios de gesso e tinta. Museu de Arte do Condado de Los Angeles, Los Angeles.
• akh: Alma imortal e espírito efetivo
• Componente invisível e imortal do indivíduo, potência espiritual superior, luz,
brilho, eficácia.
• Nome recebido pelo morto após ter passado pelo tribunal osiríaco e associado com
o sol.
• Essa forma só chega ao estágio completo depois da morte.
• “Em textos seculares ele possui conotações de “efetividade”;
• O falecido, ao se tornar akh, adquiria “efetividade” assim como algumas das
qualidades desses deuses, sem se tornar totalmente igual a eles, mas sendo
identificado com eles e sendo dotado de uma energia criativa semelhante a que foi
empregada na criação do mundo.
• Meios de se erguer da inércia da morte para uma nova vida.
• Akh também tinha associações com luz e luminosidade [...].
• Ser akh, então, era ser um espírito efetivo, desfrutando das qualidades e
prerrogativas de deuses, possuindo a capacidade de vida eterna e sendo capaz de
influenciar outros “;
Liturgia funerária:
• A morte real (segunda morte) seria o sumiço de um desses elementos;
• Os egípcios não praticam a incineração ou a cremação (costume romano e grego);
• Porta falsa que não dá para lugar nenhum, “atrás” dessa porta ficaria o espirito do morto, um ponto de conexão com o
mundo terreno.
• Existem coveiros pagos para cuidar dos túmulos, fazer as leituras das oferendas.
• Caso não há comida, há uma Fórmula para evitar o morto de comer suas próprias fezes:
• CT 1011 ou “Formula para não comer excrementos na necrópole”: “A abominação é minha abominação! Não existe a possibilidade
de que eu o coma! Os excrementos são minha abominação! Eu não os comerei! Os dejetos, não os comerei! (...) Eu quero viver de
pão de espelta branco (...). Eu quero viver das coisas doces saídas das quatro capelas e das estela fronteiriças (...).”
• Relação da morte com os rituais
• Manutenção pelos vivos:
• Presença e papel dos vivos durante todos esses processos de enterramento e posterior manutenção da existência póstuma
era crucial para as crenças egípcias.
• ka deveria continuar a ser alimentado para que o morto permanecesse existindo.
• Oferendas de alimentos na capela funerária da tumba.
• Oferendas por meios mágicos, que usavam textos ou imagens existentes na tumba, ou os chamados “servos do ka”.
• Relação com as sepulturas
• Contatos entre vivos e mortos estreitos.
• Tumbas visitadas com frequência.
• Bela Festiva do Vale, realizado em Tebas, em que a estátua do deus Amon era levada para as necrópoles em que se
encontravam antigos reis mortos.
• Culto aos mortos no âmbito da religião privada, visto terem sido encontrados, na localidade de Deir el-Medina, estelas e
bustos representando ancestrais que, segundo inscrições existentes, haviam se tornado akhu.
• Problemas
• Os egípcios acreditavam que os mortos que falhavam em se tornar akhu passavam a ser uma existência perigosa.
• Mt, eles consistiam em potenciais perigos aos vivos e era preciso se proteger contra eles, havendo diversos encantamentos
e procedimentos mágicos para tal.
• Há uma série de documentos escritos que chegaram até nós que mostram interessantes pedidos e súplicas aos mortos (por
exemplo, pediam que o morto o deixasse em paz), fato que levou os estudiosos a adotarem o nome de ‘Cartas aos Mortos
A ARTE PARA
ETERNIDADE
O jardim, afresco da tumba de Nebamun, cerca de 1400 a.C.
Originalmente em Tebas, Egito. Atualmente no Museu Britânico, Londres.
.
As pinturas e os modelos encontrados em túmulos egípcios estavam associados à ideia de suprir a alma
de ajudantes no outro mundo.
Não se deve supor que os artistas egípcios pensavam que os seres humanos tinham essa aparência.
Seguiam meramente uma regra que lhes permitia incluir tudo o que consideravam importante na forma
humana.
Os egípcios desenhavam o patrão maior do que seus criados ou até do que sua esposa.
Máscara mortuária de Tutancâmon, cerca de 1.324 A.C., Museu
Nacional do Egito.