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AULA 1

1) PERÍODO PALEOLÍTICO
 Distinção entre período (histórico) e movimento (homens organizados em torno de um
objetivo comum)
 No Paleolítico não havia preocupação dos homens em se organizar para produzir arte –
que aliás nem era chamada assim. Não havia um preocupação em deixar um legado
para a História.
 Pinturas rupestres (em cavernas), parietais (em paredes). As cavernas não eram apenas
um abrigo, mas local ritualístico, onde representavam nas profundezas da terra 1 os
animais como seres iguais a si, que também caçavam para se alimentar, e que tinham
um modo de organização social (seu bando, sem o qual tornava-se frágil). A
representação do animal isolado supostamente o fragilizava no mundo real; era o modo
de possuir o animal para depois ir busca-lo do lado de fora. Temos ainda hoje essa
relação quando carregamos uma fotografia (aproximação do real de nós, para que não
fique apenas na lembrança).
 Existem várias explicações para as pinturas. A primeira é que se tratava de um ritual
místico, mas pode-se imaginar que os humanos deste período já haviam constituído a
ideia da existência de Deus? Além disso, nota-se que cada animal representado tem um
“prazo de validade”, os desenhos se sobrepondo de acordo com o objetivo do
momento.2
 As esculturas paleolíticas: esculturas esteatopígias (mulher com hipertrofia nas nádegas,
seios e barriga), como apologia às virtudes da mulher, como uma Vênus que
comportava o mistério da reprodução (uma vez que para eles era um mistério o
nascimento de um novo ser, como algo espontâneo). Ex.: Vênus de Wilendorf (Áustria)
 Obs.: 1. presença de rinocerontes e outros animais que agora não se encontram na
região: o estreito de Gibraltar podia ser atravessado a pé.
2. a pintura parietal continua a acontecer ainda hoje: afrescos, grafiti.
3. pigmentos – carvão e terras diversas (o óxido de ferro dava a cor vermelha)

2) PERÍODO NEOLÍTICO
 Transformação do tipo de representação do homem, já mostrando grupos de pessoas:
período em que este passa a viver em aldeias, desenvolvendo a agricultura e pecuária).

3) A ANTIGUIDADE

3.1 – A MESOPOTÂMIA

 Região onde hoje estão Iraque, Síria e Israel, crescente fértil dos rios Tigre e Eufrates.
o Desenvolvimento da escrita pictográfica pré-cuneiforme →símbolos/signos que
constituem um discurso. Placas de argila mole prensadas com um instrumento
de madeira em forma de cone.
o Leis: O Código de Hamurabi: decreto com leis divinas que regem o convívio
social. Punição aos crimes era determinada diferentemente, dependendo da
classe social do indivíduo. A transgressão às leis ofendia à sociedade e aos
deuses. Núcleos constituídos de pequenas cidades com casas de pedras
acomodadas e blocos de argila queimada, além dos zigurates (morada do rei, de
onde ele administra a política e a região – construções geralmente elevadas e de
grande porte).

3.2 – EGITO ANTIGO

 Relacionamento estreito com a Mesopotâmia e a Suméria. Ápice desta civilização foi por
volta de 2500 a.C. (época das pirâmides).
o Representações das figuras importantes para o reino →arte para a eternidade.
As classes sociais superiores eram os faraós e sua família, os funcionários
próximos a eles e os militares em posição de comando. Deles, eram feitos
esculturas em pedra ou terracota e múmias para que pudesse reencarnar e
vivar eternamente. Claro que há certa incoerência entre esse modo de pensar e
os alimentos e objetos ofertados, além dos escravos encerrados nas pirâmides...
o Nos desenhos em relevo nas paredes, usam a representação baseada na lei da
frontalidade.
o Escrita hieroglífica, cuja tradução foi possível dada a descoberta da Pedra de
Roseta (cidade atualmente chamada de Rachid), decifrada em 1822 por
Champolion.

Obs.: Na Mesopotâmia se estabelece pela primeira vez a classe dos sacerdotes, que
eram os responsáveis por apaziguar a ira dos deuses. No Egito, essa classe ganha
ainda mais importância e privilégios. Determinam muitas vezes medidas sobre a
organização do trabalho, colheitas, etc., aconselham o faraó e podem influir na linha
sucessória, caso esse não deixe herdeiros.

3.3 – GRÉCIA ANTIGA

 Período entendido como o momento da extrema beleza. Caminho longo, que parte das
figuras estáticas da Mesopotâmia e Egito, com tronco triangular, tratamento
simplificado do cabelo e feições; passando pelo início da representação do tecido
cobrindo o corpo e da representação do movimento, até atingir o ideal de beleza
helenístico, com total domínio do espaço e das proporções clássicas.
 Beleza: baseada na harmonia, proporção e equilíbrio encontrados na natureza.
 As esculturas gregas quase não sobreviveram até os dias de hoje. O que há são cópias
romanas, na maior parte.

3.4 – ROMA

 Domina todo o mundo ocidental conhecido, a redor do Mediterrâneo. No ápice de seu


desenvolvimento, Roma chega a ter um milhão de habitantes.
 Os palácios, os circos, os jogos, os templos, os arcos de triunfo. O Circo Máximo comportava
250.000 pessoas; o Panteão possuía colunas monolíticas de granito egípcio de 16 m de altura, o
que demonstra uma logística de transporte admirável.

3.5 – ARTE PALEOCRISTÃ (Cristão primitiva, até o séc. V d.C.)


 Os escravos do Oriente Médio trazidos a Roma importam a cultura religiosa da Judéia cristã.
Inicialmente, constituía-se de afrescos pintados nas catacumbas (local de culto e refúgio
dos cristãos). Conquista de espaço dentro do Império Romano (a mãe do imperador
Constantino adota o cristianismo como filosofia).
 Mudança da capital do Império para Constantinopla devido às invasões bárbaras que o
ameaçavam na Europa. Esta era a antiga cidade de Bizâncio, atual Istambul (região mais
desenvolvida economicamente, e cristianizada). A população de Roma cai a cerca de 50.000
pessoas...
 A arte pagã romana dos imperadores vai assimilando no seu estilo a iconografia e valores
cristãs, como a figura do Bom Pastor. Aos poucos, a proporção grecorromana é deixada de
lado em prol da representação da cena → o corpo humano não tem importância diante da
grandeza de Deus (teocentrismo)

3.6 – A ARTE BIZANTINA

 Volta à planalidade da representação.


 As Basílicas, de centro administrativo romano (local onde as grandes decisões eram tomadas),
assumem um caráter religioso, de local de pregação do credo cristão.
 Nos mosaicos, técnica muito desenvolvida no período, o imperador é sempre representado em
conexão ou proximidade com o Divino. Despreocupação total com a anatomia, que persiste nos
ícones até hoje.

4) A ARTE GÓTICA
 Período das Cruzadas (reconquista da Palestina, a Terra Santa X a difusão da palavra de
Deus). Momento de triunfo da Igreja na arte.
 As expedições militares com sentido de penitência: os civis que seguiam o grupo pois era
sabido que os que morressem lutando contra os muçulmanos seriam salvos.
 A França ganha muito poder sob esse manto de religiosidade, tomando riquezas de assalto à
medida em que progrediam as expedições. Insubmissão ao papa de Roma, ordenando-se
um papa francês em Avignon.
 Construção das catedrais escandalosamente grandes, com os vitrais contando histórias para
o povo que as frequenta.
 As Iluminuras: pintura em pergaminho contando em geral histórias de cunho religioso.
 A difusão do conhecimento pelos monges copistas.
NOTAS:

1 A caverna de Chauvet, por exemplo, tinha cerca de 150m de profundidade, donde se conclui que não
eram apenas “tocas” onde os humanos se abrigavam. Consultar o documentário de Herzog, “A Caverna
dos Sonhos Esquecidos”.
2 Segundo Hauser

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