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ESTRATÉGIA VESTIBULARES

EXTENSIVO - ENEM 2022

Conceitos básicos
O que é arte?; Como interpretar uma obra de arte; Definições
importantes; Arte e sociedade (política, mercado e crítica); Arte e
sociedade.

Prof.ª Celina

AULA 00

24 DE DEZEMBRO DE 2020

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 1


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Sumário
APRESENTAÇÃO 3

Quem sou eu 3

1 – COMO INTERPRETAR IMAGENS 4

2- O QUE É ARTE? 4

3 – DEFINIÇÕES IMPORTANTES 6

Elementos formais 6

Conceitos 8

Técnicas 11

Gêneros 14

4 - ARTE E SOCIEDADE 16

Intercâmbio entre culturas 19

Arte e mercado 20

Relação entre artistas e poder constituído 22

5- ARTE E REALIDADE 24

Obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica 24

Indústria cultural 25

6 - EXERCÍCIOS 27

6.1 – Questões 27

6.2 - Gabarito 52

6.3 – Questões comentadas 53

CONSIDERAÇÕES FINAIS 87

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Apresentação
Olá!

Seja muito bem-vindo a nosso curso de Artes! Espero que possamos juntos trabalhar pela sua
aprovação!

Sabemos que Artes é um tema um pouco mais complicado, principalmente porque não é um
assunto que vemos com profundidade na escola. Porém, muitos vestibulares irão cobrar conhecimentos,
não só de movimentos artísticos, como de análise da imagem. Estamos aqui para ajudar, tanto em artes
plásticas quanto artes da cena, cinema, arte contemporânea e demais expressões artísticas.

Antes de começar nossa primeira aula, é importante que você tenha algumas informações:

• Quem sou eu.

• Qual a nossa metodologia no Estratégia Vestibulares.

• Como encontrar nosso cronograma de aulas.

Vamos lá?

Quem sou eu
Meu nome é Celina Gil e fui a responsável por esse material que você está vendo. Ingressei na USP
em 2009, no curso de Letras, onde me formei em Português e Latim. Hoje em dia, faço doutorado em
História do Teatro também pela USP. Ou seja, pode contar comigo tanto para gramática e redação quanto
para literatura.
Também sou formada em Cinema, pela FAAP. Por isso, muitas vezes ao longo dos meus materiais
você pode encontrar dicas de filmes, games e séries ajudar deixar o
estudo mais divertido.
Já dei aula para crianças, mas me especializei em trabalhar com
jovens e adolescentes, principalmente em cursos preparatórios para
provas e vestibulares.
Montei esse curso de modo que você possa ter contato com a
teoria e sua aplicação prática. A maioria dos exercícios que você encontra
aqui veio das provas do vestibular a que esse curso se dedica e de outros
grandes vestibulares semelhantes.
Espero que ajude você a passar por esse momento tão
importante.
Vamos lá?

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1 – Como interpretar imagens


Na hora da prova, os alunos costumam se confundir com imagens por duas razões: não saber como
interpretar um texto não verbal e não possuir repertório para interpretar. A parte de ensinar a
interpretar a imagem, eu garanto! O repertório, porém, depende de nós dois. Nessa aula, eu vou indicar
alguns assuntos e conhecimentos que podem ajudar na hora da prova, mas é muito importante que você
tenha a mente aberta para as imagens!

O método mais simples que encontramos até hoje para ensinar como interpretar imagens consiste
em:

1- Identificar:
2 - Analisar: 3 - Contextualizar:
- Qual é o tipo de
- O que compõe essa - Qual foi o momento
imagem que estamos
imagem? histórico da procução
vendo? (publicidade,
- Há textos que dessa imagem?
quadro, charge etc.?)
complementam a - Com que objetivo essa
- Quais as técnicas
imagem? imagem foi criada e
empregadas nessa
- Observar quais são os onde ela foi veiculada ou
imagem?(fotografia,
elementos mais exposta?
pintura, escultura etc?)
destacados e se há - Buscar informações nas
- Observar cores, traços,
detalhes menos óbvios. legendas!
formas etc.

Signos presentes na imagem em si. Signos externos.

A partir dessa metodologia, o trabalho de interpretar uma imagem fica muito mais simples.
Mas não se esqueça que numa prova de vestibular, o enunciado da questão é tão importante quanto!
Você sempre deve ler a imagem à luz do que a questão está perguntando!

Vamos começar a pensar agora sobre alguns conceitos acerca do que é arte!

2- O que é arte?
Um dos principais questionamentos quando o assunto é arte parece ser como defini-la. Vamos
buscar algumas definições para adentrarmos nesse tema.

“O que é ainda mais importante, prova-nos que aquilo a que chamamos "obras de arte" não
é fruto de uma atividade misteriosa, mas são objetos feitos por seres humanos para seres
humanos. (...) Lembremos que cada uma de suas características é o resultado de uma
decisão pessoal do artista; que este pode ter meditado sobre elas e decidido alterá-las
repetidas vezes(...), pois a maioria das pinturas e esculturas que hoje se alinham ao longo

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das paredes dos nossos museus e galerias não se destinava a ser exibida como Arte. Foram
feitas para uma ocasião definida e um propósito determinado, que estavam na mente do
artista quando meteu mãos à obra.” (Ernest Gombrich)

Antes de mais nada, portanto, a arte é uma atividade humana, ou seja, seres humanos são capazes
de produzir arte. São manifestações de ordem estética: trabalha-se ou ressignifica-se alguma matéria de
modo a despertar a percepção do outro e provocar algo nele.

As definições antigas do que é arte não servem para definir a arte no século XXI. No
contemporâneo, já vimos diversas expressões artísticas que não se enquadram nos limites tradicionais.

Quando Marcel Duchamp colocou um mictório assinado em exposição no museu, não havia
nenhuma técnica manual envolvida na produção do objeto. Ele deixou de ser arte por isso?

Quando vemos um vaso num museu, que foi feito para ser uma urna funerária e não um objeto
artístico, ele deixa de ser arte por não ter sido criado com essa intenção?

A resposta para todas essas perguntas é não. A arte não pode mais ser definida a partir do que
pensávamos antes. Então como podemos pensar arte hoje em dia? A partir de alguns parâmetros não
sobre o que ela é, mas sobre o que a arte pode ser:

• A arte pode ser um conjunto de obras de algum período histórico, povo ou movimento;

• Pode ser a habilidade de executar uma obra a partir do uso de uma técnica ou da ressignificação
de um objeto;

• Pode ser um reflexo dos seres humanos de seu tempo, dando pistas acerca do que eles pensavam
e sentiam sobre seu tempo;

• Pode ser um objeto criado para a fruição estética, sem uma utilidade prática cotidiana, como
outros objetos de design. A arte tem função de transcender o material, não de servir ao mundo da
praticidade e do utilitarismo;

• Pode ser uma atividade humana realizada por artistas, conjugando percepções e ideias em um
objeto para a apreciação do outro – e atualmente para a participação do outro também;

• Ou pode ser, com afirma Gombrich, nada além de um fenômeno cultural, uma vez que regras
sobre a arte não são perenes, mas sim mutáveis no tempo e contexto.

Uma das questões exploradas por Gombrich no texto “Introdução - Sobre Artes e Artistas”, no livro
A História da Arte, é justamente o que define arte, o que esperamos da arte e o que é preciso para se
deixar tocar por uma obra de arte.

Antes de adentrar nos estudos de arte, é fundamental pensar sobre esses pontos para que você
chegue com a mente aberta:

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“Uma coisa que realmente não existe é aquilo a que se dá o nome de Arte. Existem somente
artistas.”

“Na verdade, Arte com A maiúsculo passou a ser algo de um bicho-papão e de um fetiche.”

“Muitas pessoas gostam de ver em quadros o que também lhes agradaria ver na realidade.
Isso é uma preferência muito natural. Todos gostamos de beleza na natureza e somos
gratos aos artistas que a preservaram em suas obras.”

“Mas essa propensão para admirar o tema bonito e atraente é passível de se converter num
obstáculo se nos levar a rejeitar obras que representam um tema menos atraente.”

“De fato, não tardaremos em descobrir que a beleza de um quadro não reside realmente na
beleza de seu tema.”

“Assim como alguns preferem pessoas que usam poucas palavras e gestos, deixando algo
para ser adivinhado, também há os que gostam de pinturas ou esculturas que deixem
alguma coisa sobre que se possa conjeturar e meditar.”

“Existem duas coisas, portanto, que nos devemos perguntar sempre se acharmos falhas na
exatidão de um quadro. Uma é se o artista não teria suas razões para mudar a aparência
daquilo que viu. (...) A outra é que nunca deveríamos condenar uma obra por estar
incorretamente desenhada, a menos que tenhamos a profunda convicção de estarmos
certos e o pintor errado.”

“Não existe maior obstáculo à fruição de grandes obras de arte do que a nossa relutância
em descartar hábitos e preconceitos.”

3 – Definições importantes
Para que você não encontre dificuldades ao longo do material, separamos algumas definições
importantes quando o assunto é arte. Utilize esse material como um glossário sempre que for preciso.
Muitas questões do seu vestibular podem ser resolvidas a partir dessas definições.

Veremos então quatro grupos de definições técnicas, elementos formais, conceitos e gêneros.

Elementos formais
Cor
É uma percepção visual a partir da luz. A cor de um objeto é
definida a partir da frequência de onda que ele reflete, ou
seja, os comprimentos de onda que ele não consegue
absorver.
As cores podem ser primárias – amarelo, azul e vermelho;
secundárias – verde (união de azul e amarelo), laranja (união
de amarelo e vermelho) e roxo ou violeta (união de vermelho

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e azul); ou terciárias – vermelho-arroxeado (união de vermelho e roxo) e vermelho-alaranjado (união


de vermelho e laranja); amarelo-esverdeado (união de amarelo e verde) e amarelo-alaranjado (união
de amarelo e laranja); azul-arroxeado (união de azul e roxo) e azul-esverdeado (união de azul e verde).

Forma
O modo como identificamos os elementos. Uma forma pode ser figurativa, quando representa um
elemento de maneira definida; abstrata, quando se constitui de formas indefinidas, como manchas;
geométricas, quando é formada a partir de um conjunto de pontos com determinada propriedade (ex.:
um conjunto de pontos equidistantes de uma origem, forma um círculo), plana ou espacial.

Linha
Um dos elementos essenciais nas artes. A linha é obtida a partir de uma série de
pontos, um depois do outro. É obtida quando se arrasta o instrumento sobe a
superfície, deixando um rastro. Dependendo do modo como é organizada na
superfície, pode denotar diferentes expressividades, como fluidez, dinamismo,
direção, movimento, tensão, ilusões de ótica, texturas etc.
Pode ser reta, curva, ondulada, vertical, horizontal, inclinada, convergente,
divergente, paralela, perpendicular, entre outros. Cada um desses usos gera
uma expressividade diferente.

Luz
A luz, aliada à sombra, é o que faz com que vejamos um objeto no espaço – seja ele tridimensional ou
bidimensional. Ela pode ser natural ou artificial, trazendo diferentes expressividades cada uma delas.
A luz projetada também cria sombra própria e sombra projetada. Em diversas escolas de arte, a luz será
essencial para a criação de verossimilhança ou imitação do real. É um dos primeiros elementos a serem
explorados e aprimorados quando se desenha utilizando técnicas como lápis e grafite.

Matiz
Característica que define e distingue uma cor de outra. Verde e amarelo, por exemplo, são matizes. O
brilho das cores é dado pela intensidade do matiz, que pode ser forte (saturada) ou fraca (dessaturada).

Ponto
Graficamente, é um “pingo” feito sobre uma superfície. É a menor unidade possível em um desenho ou
traçado sobre superfície. É um dos elementos essenciais nas artes.
Pode servir para delinear uma imagem, formando o pontilhado ( ); para sombrear uma imagem
e gerar volume (a partir do agrupamento de muitos pontos, gerando claro e escuro); ou mesmo criar
desenhos completos a partir da alteração de cor e concentração. Essa última ideia será a base para o
Pontilhismo ou para as imagens a partir de pixels, na criação de retícula tipográfica.

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Superfície
Espaço em que se executa uma técnica de modo a criar uma obra de
arte.
Pode ser uma tela, um muro, uma parede, um tecido etc.

Textura
A textura é o aspecto de uma superfície. Ela pode ser lisa,
ondulada, áspera, rugosa etc.
Pode não ter necessariamente um volume, ou seja, pode não ser
táctil, mas sim provocar uma sensação visual, quando realizadas a
partir da intervenção de instrumentos manipulados sobre
superfícies: diversos riscos, de diferentes cores, sobre um papel,
por exemplo.

Tom
Refere-se à quantidade de luz presente em uma cor. Escalas tonais mais escuras são aquelas em que
houve acréscimo de preto ao matiz. Escalas tonais mais claras são aquelas em que houve acréscimo de
branco ao matiz.

Volume
É aquilo que determina a tridimensionalidade de uma obra de arte,
seja essa tridimensionalidade real, ou seja, em um objeto físico; ou
criada a partir de um jogo de luz e sombra, para criar a ilusão de
tridimensionalidade numa produção bidimensional.
Se refere tanto ao modo como o objeto se coloca no espaço quanto ao
modo como a luz incide sobre esse objeto, dando-lhe contornos.

Conceitos
Abstrato
Fazer artístico que não representa objetos ou elementos na maneira como eles se apresentam no
mundo, na realidade à nossa volta, mas sim a partir de formas que não remetem necessariamente à
realidade. Pode aparecer em composições com formas geométricas, respingos de tinta etc., em maior
ou menos grau. Foca muitas vezes no mundo interior e na subjetividade dos artistas.
Bidimensional
Característica daquilo que possui apenas duas dimensões: altura e largura. Técnicas como o desenho,
a pintura e a gravura utilizam de suportes bidimensionais.

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O desafio que muitas vezes se colocou foi como criar ilusão de tridimensionalidade num suporte
bidimensional. Muitas escolas artísticas utilizaram de técnicas como as de luz e sombra para criar essa
ilusão. Perspectiva, distorção e simetria são outras estratégias para criar a ilusão de
tridimensionalidade.
Outras escolas não se preocuparão com isso, assumindo a visualidade bidimensional sem se
preocupar com artifícios para criar volume em superfícies planas.
Contraste e semelhança
O contraste é fundamentalmente a distinção entre elementos que
compõe uma composição. Assim, elementos opostos com,
consequentemente, significados opostos, formarão entre si uma
relação de contraste.
Quando pensamos em uma aspectos visuais, essa distinção pode
ocorrer a partir de muitos elementos. Contrastes de cor, por
exemplo, entre cores frias e quentes, podem trazer uma série de
significados.
Já a semelhança ocorre quando os elementos, cores, formas etc.
encontram-se harmônicos, não gerando tensões entre si.

La Berceuse (Woman Rocking a Cradle; Augustine-Alix Pellicot Roulin, 1851–


1930) 1889, Vincent van Gogh, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

Distorção (deformação)
Mudança nas formas ou proporções com a intenção de transmitir alguma ideia.
Foi muito utilizada a partir do século XIX, quando os artistas passam a se dedicar
menos a uma mimese do real e mais a expressões carregadas de subjetividade.

Self-Portrait (1911), Egon Schiele, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

Estilização
Ocorre quando retira-se de uma forma o máximo de elementos possíveis, deixando o mínimo de
informação possível para que ela possa ser compreendida.
Um bom exemplo são os ícones das placas, como os das portas dos banheiros. São convenções
compreendidas por todos.
Equilíbrio
Modo como se organizam as formas em uma obra de acordo com suas dimensões. Colocar muitas
formas em um canto de uma tela, por exemplo, seria um sinal de desequilíbrio na composição. Alguns
atributos como ritmo, unidade, proporção e contraste serão determinantes para definir o equilíbrio
de uma obra.
Figura e fundo
A ideia de figura e fundo está ligada à noção de profundidade.
Por muito tempo, a arte representou as figuras de modo plano. A partir do século XVII principalmente
começam a surgir composições que criam efeitos de profundidade nas telas, ou seja, que diferenciam
o objeto do espaço atrás dele.

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Figurativo
Qualidade das obras pautadas na representação de objetos, espaços e
seres em suas formas reconhecíveis, ou seja, em consonância com aquilo
que vemos no mundo real.
Foi soberana por muito tempo nas artes, só perdendo parte de seu
espaço com o surgimento da arte abstrata no século XX.
Harmonia
Uma obra harmônica é aquela que parece “correta” para nossos padrões
de belo. Uma obra harmônica é bem distribuída, tendo os elementos
colocados na superfície de modo a direcionar o olhar do observador,
respeitando proporções.
Saint Rosalie Interceding for the Plague-stricken of Palermo (1624), Anthony van Dyck,
Metropolitan Museum of Art, Nova York.

Movimento
Uma obra é dotada de movimento quando ela é capaz de fazer o olhar do observador passar de um
ponto a outro sobre a superfície, ou seja, quando não ficamos olhando apenas para um ponto da
obra. Esse movimento não é aleatório. Depende da composição do artista, que direciona a atenção do
observador para onde deseja.
Perspectiva
Técnica de representação de um objeto ou espaço tridimensional em um suporte bidimensional. Está
especialmente ligada à profundidade espacial.
Elementos mais próximos do olhar do observador devem parecer maiores do que aqueles que se
encontram distantes do observador. Se aproxima dos conhecimentos científico-matemáticos,
principalmente a partir do renascimento. Outras áreas, como a geometria e ótica, também
influenciam na construção da perspectiva.
Proporção
Relação entre as partes de uma obra ou elemento, conjugando seus
tamanhos e formas de modo a alcançar a harmonia.
Se relaciona diretamente com os padrões clássicos de beleza.
A figura humana, por exemplo, possui uma proporção específica nas
definições de beleza clássica. A imagem ao lado mostra o Homem
Vitruviano, de Leonardo Da Vinci, obra representativa da proporção do
corpo humano.

Ressignificação
Quando um artista cria uma obra a partir de um objeto que não era originalmente artístico.
Significa literalmente dar novo significado a algo que já existe. No contemporâneo, muitas obras de
arte partem desse procedimento.
Ritmo
O ritmo é definido pela sucessão de elementos, formas etc. que se repetem
constantemente em uma obra.
Essa repetição pode ser constante, crescente, decrescente e outras categorias.

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Simetria
A simetria ocorre quando podemos dividir uma imagem em seções iguais.
Quando colocamos a mesma quantidade e qualidade de elementos nos dois lados de um quadro, por
exemplo, temos uma imagem simétrica.
Tridimensional
O mundo é tridimensional, ou seja, as coisas do mundo são dotadas de
altura, largura e profundidade.
Tradicionalmente, arquitetura, escultura, modelagem etc. são obras de
arte tridimensionais, mas a pintura muitas vezes tenta mimetizar a
tridimensionalidade através de artifícios como luz e sombra.

Figure from a Reliquary Ensemble: Seated Female (19th–early 20th century), Fang
peoples, Okak group, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

Unidade
Um fenômeno que ocorre quando todos os elementos de uma obra trabalham juntos e fazem sentido
no todo.

Técnicas
Arquitetura
Toda construção ou modificação do ambiente físico, num
processo que inclui tanto o projeto quanto a execução em
si. Também pode aparecer aliado a uma época ou região
específica para denotar um estilo (ex.: Arquitetura gótica).
Envolve conhecimentos nas áreas da matemática, artes,
ciências sociais, política, entre outros.

Colagem
Composição feita a partir de materiais de texturas diferentes, tanto
sobrepostas quanto lado a lado. Consiste na criação de uma nova imagem a
partir da junção de outras. Passa a ser vista como possibilidade artística
principalmente a partir do século XX, com a influência do cubismo, que
utilizava muito dessa técnica.
Pode ser tanto manual quanto digital.

Desenho

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Nome genérico para traço linear, de forma pictórica, realizado


em diversos suportes e a partir de diversas ferramentas, para
expressar alguma ideia, podendo ser técnica ou estética.
Deve levar em consideração a escolha das cores e texturas da
superfície e a forma do desenho em si, que pode ser por
contorno/linear, com volumes ou não, fazendo uso de luz e
sombra.

Escultura
Criação artística que consiste na manipulação de matérias de
diversas naturezas para a criação de uma obra tridimensional.
Diversas técnicas podem ser empregadas em sua criação, como
esculpir ou talhar – ambas envolvendo a retirada de matéria de
um bloco uno –, modelar – que envolve a adição de materiais
para criar uma forma – ou fundir – quando se esculpe em
metais.

Fotografia
Técnica de criar imagens a partir da exposição à luz de uma
superfície sensível. Foi utilizada inicialmente mais para fins de
registro e científicos do que artísticos, a fotografia logo se
torna uma nova possibilidade nas artes. Pode ser tanto
analógica quanto digital, colorida ou preto e branca. Depende
de um equipamento fotográfico para ocorrer.

Gravura
Geralmente produzida com objeto cortante que cria motivo em uma
superfície, chamada de matriz, que pode ser madeira, metal, pedra ou
tecido. Tem a imagem invertida da que será vista na gravura, obra em
papel que será gerada pelo processo de gravação.
Os tipos mais comuns de gravura são xilogravura – gravação em
superfície de madeira – litogravura – prensa que pode sobrepor camadas
de cor – e serigrafia – tela criada em tecido fino.

História em Quadrinhos
Arte de narrar histórias por meio produções que envolvem
textos verbais e não verbais. Possuem os elementos básicos
das narrativas.
Uso de recursos gráficos, como balões e molduras, para
indicar diferentes intenções.
Foi inspiração para produções da Pop Art.

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Instalação
Termo incorporado nos anos 1960 para designar obras que
utilizam o espaço como potência, ativando o espaço como
parte da obra de arte.
Possibilita a participação do espectador, que pode entrar ou
interagir com a obra, tendo papel mais ativo sobre ela. Pode
combinar diversas linguagens e técnicas na sua construção.

Modelagem
Técnica que consiste em moldar materiais, transformando-os de
maleáveis a objetos tridimensionais. É uma técnica que permanece
sendo muito artesanal.
É uma das técnicas mais antigas utilizadas pelo homem, acessada
principalmente na construção de elementos de uso cotidiano.

Mosaico
Arte ornamental cujo principal aparecimento está nos
revestimentos de pisos, paredes e tetos. Causa efeito suntuoso,
podendo representar padrões ou formas figurativas.
Deve-se levar em conta o local em que foi aplicado, em relação
com a arquitetura, e as técnicas de elaboração – tipo de
fragmento, tamanho etc.

Ourivesaria e Prataria
Produções que usam metais como suporte, tanto na
fabricação de objetos cotidianos como na criação de obras de
arte.
Incluem elementos figurativos e ornamentos, além de dialogar
com a arquitetura.

Performance
Nome genérico para designar apresentações de canto,
dança, mímica, teatro, entre outros.
Na segunda metade do século XX, surge um novo gênero
artístico chamado simplesmente “performance”, ligado
aos movimentos de vanguarda, que consiste em ações
pensadas de intervenção e atuação no espaço.
Também envolve as práticas de body art.

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Pintura
Nome genérico para técnica de aplicar pigmento –
principalmente líquido – sobre uma superfície. É uma
técnica bidimensional em que se atribuem cores, tons,
textura etc., criando uma imagem.
Pode aparecer em diferentes técnicas, como aquarela,
pintura a óleo, acrílica ou guache.

Vitral
Trabalho com vidro, considerado por muito tempo uma arte aplicada.
Seu desenvolvimento é muito marcante principalmente durante a Baixa Idade
Média, nas catedrais góticas, em que causam um efeito sensorial místico
intenso.
Também se torna popular no fim do século XIX, por conta da Art Nouveau,
movimento que revisita o vitral com uma nova estética.

Gêneros
Cenas do cotidiano
Se refere a obras que fazem referência ou tratam situações da vida
cotidiana. Ao longo do tempo, quão mais afastada da religiosidade
a arte se tornava – ou seja, conforme se secularizava – mais crescia
o interesse em retratar cenas do dia a dia. Além de espaços
públicos e domésticos, o mundo do trabalho será um objeto de
interesse da arte. Festas comunitárias, no campo e na cidade,
também serão retratadas aqui. Costumam ser imagens com grande
riqueza de detalhes e que apresentam personagens “anônimos”.
Scena in a Courtyard (1660), Ludolf de Johgh, Metropolitan Museum of Art, Nova
York.

Cenas históricas
Se refere a obras que representam fatos históricos de modo geral. Alguns
teóricos apontarão que as cenas mitológicas e religiosa tambpem seriam
históricas, mas estritamente falando, são obras que registram eventos
políticos e históricos, como guerras, batalhas, feitos notáveis e personagens
notáveis. Costumam ser obras de grandes dimensões e eram frequentemente
realizadas sob encomenda. São empregadas também em momentos em que
se deseja reforçar as ideias de nação e constituição de um povo.
The Battle of Vercellae (1725), Giovanni Battista Tiepolo, Metropolitan Museum of Art, Nova
York.

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Cenas mitológicas
Representações de personagens ou cenas mitológicas greco-romanas.
As cenas mitológicas fazem parte de uma longa tradição na história da
arte. Grosso modo, chama-se mitologia grega todo um conjunto de
narrativas sobre deuses e heróis. São mitos fundadores do pensamento
religioso – e até mesmo filosófico – grego, sendo base para muito da
cultura ocidental.

Venus e Adonis (1630), Peter Paul Rubens, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

Cenas religiosas
Também chamadas de cenas sacras, são aquelas que representam assuntos ou
personagens da religião cristã. Grande parte da arte que costuma ser abordada
em provas é a Ocidental e, por muitos séculos, quem fomentou a arte foi a Igreja
Católica. Assim, as representações de cenas da mitologia cristã se tornaram
muito frequentes. Entre alguns tópicos frequentes estão passagens do Velho
Testamento, a Virgem Maria com menino Jesus, a Santa Ceia e a Crucifixão de
Cristo.
The Flight to Egypt (?), Luca Giordano, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

Natureza morta
Representações de objetos inanimados. Ainda que tenham sido
frequentes na pintura ao longo do tempo, é só no século XVI que
deixam a posição de cenário ou detalhe para se tornarem temas
centrais de quadros. Costumam ser representados alimentos,
flores, livros, instrumentos musicais etc. A ideia é que se possa
representar as coisas tal como são vistas por nossos olhos.

Apples (1878), Paul Cézanne, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

Paisagem
Obras, principalmente pinturas, que retratam espaços
naturais ou ao ar livre. Pressupõe uma maior presença
da natureza do que de construções humanas. Se
populariza sobremaneira a partir do século XVIII e terá
seu apogeu no século XIX, também por conta de
inovações tecnológicas: a invenção da bisnaga de tinta,
que permitia a pintura ao ar livre, fazendo com que
artistas pudessem ir para a natureza pintar, não ficando
restritos aos estúdios.

Mewport Rock (1872), John Frederick Kensett, Metropolitan


Museum of Art, Nova York.

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Retrato
Representações de um indivíduo ou grupo de indivíduos, elaboradas na
maior parte das vezes a partir de modelos vivos. Mais recentemente,
utilizaram-se também fotografias como base para a criação de retratos.
Era muito ligado à ideia de mimesis, imitação: era importante ser capaz
de reproduzir perfeitamente o modelo num momento em que não
existiam fotografias – o que tornou o gênero popular nas academias e
escolas de artes. Apesar de já serem existentes no século XIV, é com a
ascensão da burguesia no século XV que o gênero se populariza. Os
autorretratos, pinturas de si próprios feitas pelos artistas, também
serão muito populares.

Portrait of a Man (1650), Velázquez, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

4 - Arte e Sociedade
A relação entre arte e política deve ser observada sempre a partir de algumas ideias que temos
sobre arte. Qual o papel atribuímos às obras de arte que norteariam essa relação? Mais à frente
discutiremos o papel social da arte, mas por ora, vamos pensar juntos sobre alguns modos de fazer arte.

A arte pode ser provocativa. Pode, por exemplo, criticar


movimentos da sociedade contemporânea a ela ou produzir
críticas contra uma pessoa ou governo em especial. A imagem ao
lado, por exemplo, mostra um homem cercado de tecnologia. Ele
está com as mãos amarradas e o corpo atado por fios, segurando
um celular. No rosto, ele tem um aparelho de assistir à realidade
virtual. Isso pode ser lido como uma crítica à sociedade que
vivemos, que deposita expectativas demais na tecnologia e acaba
ficando presa a ela, sem ser capaz de olhar para o real.

Uma obra que busque despertar o senso crítico tem como


objetivo ampliar os horizontes de pensamento, fazendo com que,
muitas vezes, nos questionemos acerca do mundo como ele é. Por
isso, diversos governos autoritários ao longo da história
promoveram censura às artes. Ao longo da história, obras de arte
foram censuradas por diversas razões, mas principalmente dois
conteúdos provocavam maior número de proibições: questões Fonte: Unsplash. Disponível em
morais ou críticas diretas ao governo/governante da época. <https://unsplash.com/photos/uydt8hNz3h
E> Acesso em 04/05/20.
Algumas obras que tratamos como clássicas sofreram
oposição em sua época. A Capela Sistina de Michelangelo, por exemplo, foi considerada imoral por muitos
por apresentar pessoas peladas na parede que representava o Juízo Final. Um pupilo de Michelangelo
chegou a pintar panos sobre as personagens do afresco para cobrir seus órgãos genitais. No século XIX,
Gustave Courbet teve sua obra “A origem do mundo”, que representava um órgão sexual feminino

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proibida de ser exposta e só foi parar nas paredes dos museus em 1995. Hoje em dia, obras de conteúdo
“potencialmente ofensivas” são retiradas das redes sociais o tempo todo.

A discussão sobre a censura às artes no contemporâneo é fundamental para os


vestibulares e você pode acabar encontrando-a, por exemplo, em uma proposta de
redação.

Durante o século XX, houve uma larga produção de obras de arte que se posicionaram contrárias
a governos autoritários ao redor do mundo. Principalmente regimes totalitários na América Latina, África
e Oriente Médio foram alvo de oposição dos artistas – muitos dos quais acabaram exilados ou perseguidos
por suas produções. No Brasil, a censura às obras incidiu principalmente sobre a música, fazendo com que
alguns artistas populares até hoje – como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil – fossem
obrigados a deixar o país. A arte produzida por opositores de regimes políticos é frequentemente referida
como arte engajada, quando se propõe a produzir conteúdos subversivos ou até mesmo revolucionários
para os padrões de sua época.

Pussy Riot
Um exemplo contemporâneo de artistas que se opõe frontalmente a governos ou lideranças
políticas de maneira sistemática é o grupo Pussy Riot, de origem russa. O grupo formado
apenas por mulheres faz shows e performances contra as políticas discriminatórias do
governo russo e o presidente Vladimir Putin. O grupo ficou muito conhecido pelo uso das
balaclavas – espécie de gorro de lã que deixa só os olhos de fora – coloridas.

A arte também já serviu de propaganda e instrumento político de legitimação de governos ao


longo da história. A sustentação de um governo depende não só de suas ações como também de apoio
popular. Esse apoio pode ser construído através da arte e da cultura, usando das bens culturais como
propaganda do governo. Essa mistura entre arte e política foi muito profícua na primeira metade do
século XX, principalmente durante o período das Primeira e Segunda Guerras Mundiais. Veja dois
exemplos abaixo:

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 17


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Arte Nazista Arte Soviética


Baseada em suas Após a Revolução Russa, em 1917, havia uma
interpretações de mundo necessidade de garantir
centradas na eugenia e na que a população apoiasse
superioridade da raça ariana, a uma mudança tão brusca
arte nazista vendia um mundo de governo. A cultura e as
idílico e clássico. Representava a artes serviram pra por um
Alemanha como uma nação forte. lado reforçar os ideias da
Diferente da arte de revolução e por outro criar
vanguarda do período, a arte um novo movo de fazer
nazista fugia das abstrações e representavam o arte, com referenciais
mundo de maneira mais naturalista. diferentes dos anteriores.
A escola de arte Bauhaus foi perseguida pelo Havia o incentivo à formação de grupos como
regime por se opor ao ideal de arte do regime. o Proletkult (em português Cultura Proletária),
Era parte do que eles chamavam de arte com o objetivo de incentivar uma literatura de
degenerada. cunho social acessível ao povo.

O cinema do início do século XX foi fundamental para a produção de arte ligada aos governos.
Veja aqui alguns filmes fundamentais:

FILMES

O encouraçado Potemkin O triunfo da vontade (1935) O Grande Ditador (1940)


(1925) Dir.: Sergei M. Dir.: Leni Riefenstahl Dir.: Charles Chaplin
Eisenstein

Filme do principal cineasta


soviético que retrata a história
Filme dirigido pela principal Na mesma época, o cinema
de uma rebelião ocorrida em um cineasta alemã. Documentário, americano produz filmes que se
navio de guerra, em 1905. Os o filme influenciou a linguagem opõe ao regime nazista,
oficiais se rebelaram por contada publicidade no futuro. garantindo o apoio popular à
das más condições de trabalho. Intercala cenas cotidianas dos guerra travada na época –
membros do partido e soldados prática usada até hoje em
O objetivo do filme é mostrar, com discursos do próprio Hitler. momentos de embate político.
pela comparação, que o
governo soviético garantia O objetivo do filme é mostrar a Em “O Grande Ditador”, Chaplin
melhores condições para os lealdade do povo alemão para faz uma sátira à figura de Hitler,
trabalhadores. com o partido nazista. como um líder atrapalhado.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 18


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Intercâmbio entre culturas


Quando se pensa em contato entre culturas diferentes, há algumas questões envolvidas,
principalmente a ideia de Apropriação cultural. Apropriação Cultural acontece quando uma pessoa de
uma cultura hegemônica adota aspectos de uma cultura que não é a sua, usando esses elementos sem a
devida referência. Ela também se caracteriza pelo uso de elementos que eram originalmente fonte de
opressão de um grupo por um outro dominante. Isso pode ocorrer principalmente em contextos de
colonização. Muitas vezes, os grupos colonizadores se apropriam de elementos sem compreender seu
verdadeiro significado cultural. Dentre os elementos mais comuns a terem seus usos questionado,
encontramos acessórios e trajes, símbolos, culinária e expressões artísticas. 1

PANTERA NEGRA

O filme “Pantera Negra” faz uma discussão importante sobre o assunto, abordando
principalmente uma questão muito contemporânea: a devolução ou não de objetos de
museus para seus países de origem.

Fonte: Instagram Um filme me disse

Muitos dos grandes museus do mundo têm parte de seu acervo fruto de saques. O espólio
das colonizações são entendidas hoje como parte da violência colonialista e países como
França e Holanda têm promovido ações de devolução de obras para seus países de origem. O
desafio desses países hoje é garantir condições de manutenção, exposição e restauro das
obras que retornarem, já que um dos argumentos usados pelas instituições que resistem às
devoluções é justamente o risco de deterioração das peças. Esse assunto não é apenas do
passado: na Síria, desde o início da guerra, houve uma grande quantidade de tráfico ilícito de
antiguidades.

1
A partir do texto disponível em < https://www.megacurioso.com.br/polemica/98787-20-fatos-para-voce-entender-o-que-e-
apropriacao-cultural.htm > Acesso em 22 dez. 2020.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 19


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Mas qual a problemática envolvida?

O problema não é você individualmente usar algo que acha bonito, mas quando um elemento de
um grupo minoritário é "sequestrado" e passa a ser associado a outro grupo. Quando isso acontece, esse
novo grupo é considerado inovador ou criativo, enquanto o grupo que usava originalmente pode ter sido
marginalizado pelo mesmo elemento. Nos anos 50 nos EUA, por exemplo, o jazz era considerado música
de negros e visto de maneira negativa. Quando músicos brancos começaram a gravar nesse ritmo, o jazz
acabou se tornando uma música considerada refinada. A apropriação cultural, então, é um modo de
reforçar o desequilíbrio social entre pessoas de grupos dominantes e minoritários.

Fonte: Pixabay

Essencialmente, você deve aprender a diferença entre apropriação, intercâmbio e assimilação


cultural:

Assimilação Cultural ocorre


Apropriação Cultural é quando há uma
Intercâmbio Cultural ocorre
necessariamente uma obrigatoriedade por parte
quando diferentes culturas
relação de dominação, de povos oprimidos de
promovem trocas mútuas.
opressão. performar a cultura de seu
opressor.

Arte e mercado
Uma das questões sobre as quais os alunos mais se questionam é o que define o preço de uma
obra de arte. Antes de mais nada, é importante que você saiba que o valor de uma ora não está em
questões puramente estéticas ou de gosto. Um obra de arte pode ser valorada a partir de diferentes
critérios, tanto objetivos quanto subjetivos.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 20


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Critérios Objetivos

• Materiais e ferramentas (tinta, tela, papel etc);

• Ateliê ou estúdio;

• Despesas de marketing e divulgação; e

• Comissões das galerias de arte ou merchands.

Critérios Subjetivos

• Valor da mão de obra, ou seja, valor da hora do artista;

• A importância do artista no cenário cultural;

• A notoriedade do tema ou técnica;

• Estado de conservação da obra;

• Assinatura e comprovação de veracidade; e

• Exclusividade ou ineditismo.

Há outros fatores que podem influenciar no valor de uma obra de arte. Dados mais
específicos de cada realidade, como a fase de trabalho de algum artista, se a obra tem
histórico de participação em exposições importantes, quem foram os donos anteriores e
até mesmo a realidade econômica do país na época da venda.

Outra diferenciação que pode impactar na valoração de uma obra é se ela é uma obra de
vanguarda ou acadêmica. A depender do momento ou do que se passa com o país no momento, uma ou
outra pode ser mais valorizada. A diferença entre elas, porém, é essencial:

Arte de vanguarda
Arte acadêmica
Arte que busca ruptura com os
Produções ditadas por uma escola ou sistemas estabelecidos. Pode ser uma
academia mais focada em reprodução produção individual ou de um grupo.
da técnica do que na criação de algo
novo ou de estilo pessoal. São artistas eu costumam estar “à
frente de seu tempo”.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 21


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Há, por fim, outras definições importantes quando o assunto é o valor de uma obra de arte. Essas
definições são importantes também para compreender os limites entre arte e artesanato, que
pensaremos ao longo de nosso curso.

“Arte erudita” X “Arte popular” X “Arte de Massa”


Essa é uma oposição reproduzida com frequência pelo senso comum, como se um tipo
de arte fosse “superior” a outro. A contraposição se baseia em diversos fatores. Vamos entender os
significados de cada uma dessas expressões.
Arte erudita é aquela produzida por e para uma elite, seja ela econômica ou intelectual. É um
tipo de produção que frequentemente demanda conhecimentos em diferentes áreas para ser
melhor compreendida. É mais facilmente encontradas em galerias e museus, além de contar com a
apreciação da crítica.
Arte popular é a que possui interfaces com o folclore e demais representações da cultura
popular. Costuma manter sua ligação com tradições locais e com ancestralidades. É produzida pelo
povo para o povo, dialogando com elementos do cotidiano. Muitas vezes representa motivos
místicos ou sagrados e cenas cotidianas.

O importante aqui é que você não deve hierarquizar essas produções. A arte erudita não é
“melhor” que a popular”. Hoje em dia, o estudo das artes contempla todas essas expressões.

Arte de massa é aquela produzida para alcançar o grande público. Convenciona-se chamar
como arte de massa aquela produzida no século XX, seguindo as análises da Escola de Frankfurt. Seu
principal objetivo é ser compreendida imediatamente, ou seja, não é uma produção que incentiva a
reflexão. Por isso, é frequentemente associada a indústria cultural. É produzida por pessoas com
domínio dos meios de produção para o povo, por isso, muitas vezes se aproxima do conceito de
alienação e às produções contemporâneas audiovisuais, como televisão e cinema.

Relação entre artistas e poder constituído


Um dos modos de relacionar-se com o poder, para além das críticas sociais ou questionamento de
sistemas é através da cooperação. Uma das principais relações entre artistas e Estado está nas políticas
de apoio às artes. Veja um breve histórico dos aportes financeiros do Estado para artes no Brasil.

Século 19 – A vinda da Corte Real portuguesa para o país deu origem à criação de mecanismos
culturais. Bibliotecas, teatros e casas de ópera começaram a integrar o cenário da colônia, como
acontecia na Europa.
Década de 1930 – governo Getúlio Vargas passou a ver o investimento como forma de propaganda.
Nos 20 anos seguintes, a atuação com caráter privado começou a se consolidar.
Ano de 1986 – Período de redemocratização, criação da Lei Sarney. Considerada pioneira, instituía
mecanismos de incentivo fiscal para atividades artísticas. Foi revogada em 1990, mas substituída
em 1991 pela Lei Federal de Incentivo à Cultura ou apenas Lei Rouanet.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 22


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O meio mais utilizado para fomentar o mercado cultural é o mecenato. As pessoas físicas e jurídicas
oferecem recursos que são usados como patrocínio para as realizações. Em troca, é comum que
recebam contrapartidas, como o incentivo fiscal dado pelo governo e outras vantagens.
O fomento cultural também pode surgir por meio de apoio ou parceria, mas nesses casos, não há a
política de incentivo fiscal.
(Disponível em <https://arteemcurso.com/blog/qual-e-a-realidade-do-incentivo-a-cultura-no-brasil/>)

A relação entre arte e Estado, porém, sempre suscita uma série de discussões. Elencamos aqui
algumas das principais questões que podem aparecer na sua prova ou até mesmo na sua redação.

A formação de Quais as
O Estado deveria
público no Brasil é consequências da Quem consome arte
financiar a cultura e
de responsabilidade dependência de no Brasil?
a arte?
de quem? editais?

Como preservamos
Arte e cultura são
a Cultura e a Arte no
equivalentes?
Brasil?

O que é crítica de arte?


Em sentido estrito, a noção de crítica de arte diz respeito a análises e juízos de valor emitidos
sobre as obras de arte que, no limite, reconhecem e definem os produtos artísticos como tais.
Envolve interpretação, julgamento, avaliação e gosto.
A crítica de arte nesse sentido específico surge no século XVIII, num ambiente caracterizado
pelos salões literários e artísticos, acompanhando as exposições periódicas, o surgimento de
um público e o desenvolvimento da imprensa.
Nesse momento, observam-se as primeiras tentativas de distinguir mais nitidamente crítica
de arte e história da arte, que aparecem como domínios distintos: o historiador voltado para
a arte do passado e o crítico comprometido com a análise da produção do seu tempo.
A despeito desse esforço em marcar diferenças, as dificuldades em estabelecer limites claros
entre os dois campos se mantêm até hoje.
Embora distintos, os campos da história e da crítica de arte encontram-se imbricados; afinal o
juízo crítico é sempre histórico, na medida em que dialoga com o tempo, e a reconstituição
histórica, inseparável dos pontos de vista que impõem escolhas e princípios. As meditações
sobre o belo, no domínio da estética, alimentam as formulações da crítica e da história da
arte.
Disponível em <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3178/critica-de-arte>

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 23


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5- Arte e Realidade
Uma das antigas teorias relacionadas à arte é a ideia de arte como imitação do real. Essa ideia
pareceu inquestionável por muitos anos. A arte era considerada uma espécie de espelho, capaz de refletir
e fixar o mundo da maneira mais fiel possível. Isso se liga diretamente à ideia de mimesis:

Mímesis
A arte como imitação (mimesis) é a teoria criada para definir as obras produzidas pelo
Homem em que são imitadas perspectivas da Natureza e a ação do Homem.
A palavra mimesis é grega e é traduzida por imitação.
A teoria da arte como imitação tem dois objetivos: reproduzir algo fielmente; compreender
que tanto melhor é uma obra que mais fielmente reproduza aquilo que imita.

Ao longo do tempo, porém, fica claro que a função social da arte não é apenas imitar a realidade.
A arte tem muitas possibilidades de atuação e de criação frente ao real. Elencamos aqui algumas das
principais funções sociais da arte:

Utilitária, ou seja, não Remeter à realidade,


como um fim em si tanto a partir da cópia
Fruição estética, ou seja,
mesmo, mas um meio quanto da ressignificação,
ser bela.
para alcançar alguma buscando reavaliar
finalidade. criticamente o mundo.

Memória, nos permitindo


Ritual, como forma de Educar, ensinando algo resguardar do
ligação com o metafísico, para aqueles que a esquecimento acerca de
por exemplo. apreciam. algo que gostamos.
Conserva e documenta.

Obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica


Esse é o título de um dos textos mais famosos do pensador Walter Benjamin. Esse texto é
fundamental para compreender muitas das questões em torno da produção de arte do século XX,
principalmente após a Segunda Guerra. O texto foi publicado em 1955.

É importante pontuar que sempre foi possível reproduzir uma obra. Segundo Benjamin:

Em sua essência, a obra de arte sempre foi reprodutível. O que os homens faziam sempre podia ser
imitado por outros homens. Essa imitação era praticada por discípulos, em seus exercícios, pelos mestres,
para a difusão das obras, e finalmente por terceiros, meramente interessados no lucro. Em contraste, a

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 24


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reprodução técnica da obra de arte representa um processo novo, que se vem desenvolvendo na história
intermitentemente, através de saltos separados por longos intervalos, mas com intensidade crescente.

O que Benjamin aponta nesse ensaio é que após a possibilidade de


reproduzir uma obra de maneira idêntica, principalmente a partir do advento da
fotografia e, posteriormente do cinema, há um impacto na própria concepção do
que seria arte. Primeiro porque a arte deixa de depender da mão do artista e pode
depender apenas de seu olho: criar um enquadramento para uma fotografia não
demanda a mesma habilidade manual que pintar um quadro, por exemplo.

O que ele aponta é que “a reprodução técnica atingiu tal padrão de


qualidade que ela não somente podia transformar em seus objetos a totalidade
das obras de arte tradicionais, submetendo-as a transformações profundas,
como conquistar para si um lugar próprio entre os procedimentos artísticos”.
Ou seja, a partir de técnicas como a fotografia, qualquer objeto pode se tornar arte – se fotografado de
determinada maneira.

Benjamin aponta que, inicialmente, as obras de arte eram produzidas a serviço da “magia”, ou
seja, a arte era ritual e, depois, religiosa – basta lembrar do que vimos desde pintura rupestre até o
renascimento. Assim, imagens possuíam aquilo que ele chamava de valor de culto. Quando passamos a
ser capazes de produzir e difundir de maneira industrial as obras de arte, estas perderam aquilo que ele
chama de aura.

Segundo o autor a aura é definida por ser uma “figura singular, composta de
elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma coisa distante, por mais
perto que ela esteja”. A aura só seria possível numa obra única, que não pudesse ser
produzida de maneira industrial. É o que a liga ao seu aspecto ritual, mágico.

Após as possibilidades de reprodutibilidade técnica, a arte passa a ter valor


de exposição, ou seja, quanto ela pode ser vista e apreciada. Assim, obras que
possam ser mais reproduzidas atendem a essa necessidade de disponibilidade. A
arte, portanto, para Walter Benjamin, ganha uma nova função.

Indústria cultural
O termo Indústria Cultural foi popularizado enquanto conceito pela Escola de Frankfurt,
principalmente pelos sociólogos Theodor Adorno (1903 – 1969) e Max Horkheimer (1895 – 1973). A
Indústria Cultural seria uma das responsáveis pela formação do pensamento das sociedades mediadas
pelo consumo e pela massificação.

A Indústria Cultural é como uma fábrica, que produz bens culturais padronizados e
homogeneizados. Esses produtos alienam quem os consomem, pois não incentivam a reflexão ou o
questionamento das estruturas. São apenas entretenimento, com o objetivo de domesticar as pessoas.

Nos habituamos sempre aos mesmo produtos, o que faz com que propostas mais inovadoras
causem estranhamento e, por isso mesmo, nem sempre sejam capazes de atrair muito público. Por

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 25


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gerarem menos lucro, essas produções são vistas como inúteis, ou seja, colocamos na possibilidade de
monetarização o valor da arte.

Outro conceito importante para esse assunto é a ideia de


cultura de massa. Chama-se de cultura de massa os produtos da
indústria cultural, ou seja, as expressões da cultura produzidas
com o intuito de serem vendidas e gerar lucro. Seu objetivo é
atingir o grande público. Uma de suas principais características é
ser capaz de absorver aquilo que se opõe a ela: sabe aquele
programa que passa na televisão e fala mal de televisão? É isso!

As principais influências da cultura de massa na literatura partem do cinema e da televisão. Hoje


em dia, é possível ouvir falar também em cultura pop. São expressões, portanto, intimamente ligadas à
ideia de consumo.

Nem tudo é maligno na Indústria Cultural e na produção de arte e cultura no sistema capitalista.
Para outro pensador da Escola de Frankfurt, Walter Benjamin (1892-1940), a maior difusão da arte através
dos meios de comunicação pode ser uma via de democratização da arte, pois a cultura alcança um
número maior de pessoas. Outra vantagem é que incentiva trabalhos não comerciais, já que incentiva o
acesso às ferramentas de produção cultural.

No nosso contexto contemporâneo, que lida com a internet, podemos pensar essa tensão entre
alienação e tomada dos meios de produção cultural de maneira mais ampla. Podemos pensar desde as
novas profissões da internet – como youtubers – até a facilidade de criação e disseminação de notícias
falsas no contemporâneo (ambos temas importantes para a realidade brasileira).

Mas e a arte nesse contexto todo?

Não se pode, obviamente pensar na arte de maneira descolada do contexto social em que se
insere. Então a pergunta que cabe ser feita é: como fica a arte num momento em que as produções
artístico-culturais parecem estar a serviço do sistema.

Se ao longo do tempo foi dito que o papel da arte estava não só em expressar a sensibilidade do
artista como também causar incômodo e contestar as estruturas dadas, com a consolidação da Indústria
Cultural tudo fica um pouco mais difícil. A arte passou a ser uma mercadoria de um modo novo: não se
compra uma obra para fins contemplativos, mas sim como um objeto como qualquer outro, obedecendo
leis de oferta e procura como nunca. A sociedade de consume, que transforma tudo em mercadoria,
estaria apagando da arte o seu traço crítico?

Stencil Kissing Coppers de Banksy. Fonte: Unsplash

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6 - Exercícios

6.1 – Questões
1. (ENEM – 2018 – 1ª aplicação)

TEXTO I

BRACCO, A; LOSCHI, M. Quando rotas se tornam arte. Retratos: a revista do IBGE. Rio de Janeiro, n. 3, set. 2017
(adaptado).

TEXTO II
Stephen Lund, artista canadense, morador em Victoria, capital da Colúmbia Britânica
(Canadá), transformou-se em fenômeno mundial produzindo obras de arte virtuais
pedalando sua bike. Seguindo rotas traçadas com o auxílio de um dispositivo de GPS, ele
calcula ter percorrido mais de 10 mil quilômetros.
Disponível em: www.booooooom.com. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado)

Os textos destacam a inovação artística proposta por Stephen Lund a partir do(a)
A) deslocamento das tecnologias de suas funções habituais.
B) perspectiva de funcionamento do dispositivo de GPS.
C) ato de guiar sua bicicleta pelas ruas da cidade.
D) análise dos problemas de mobilidade urbana.
E) foco na promoção cultural da sua cidade.

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2. (ENEM – 2018 – 2ª aplicação)

Uma das funções da obra de arte é representar o contexto sociocultural ao qual ela
pertence. Produzida na primeira metade do século XX, a Estrada de Ferro Central do Brasil
evidencia o processo de modernização pela
A) verticalização do espaço.
B) desconstrução da forma.
C) sobreposição de elementos.
D) valorização da natureza.
E) abstração do tema.

3. (ENEM – 2018 – 2ª aplicação)

TEXTO I

MUYBRIDGE, E. Cavalo em movimento. Fotografia. Universidade do Texas, Austin, cerca de 1886. Disponível em:
www.utexasaustin.edu. Acesso em: 31 ago. 2016 (adaptado).

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TEXTO II

GÉRICAULT, T. Corrida de cavalos ou O Derby de 1821 em Epson. Óleo sobre tela, 92 x 123 cm. Museu do Louvre,
Paris. Disponível em: www.louvre.fr. Acesso em: 31 ago. 2016.

TEXTO III
A arte pode estar, às vezes, muito mais preparada do que a ciência para captar o devir e a
fluidez do mundo, pois o artista não quer manipular, mas sim “habitar” as coisas. O famoso
artista francês Rodin, no seu livro L’Art (A Arte, 1911), comenta que a técnica de fotografia
em série, mostrando todos os momentos do galope de um cavalo em diversos quadros,
apesar de seu grande realismo, não é capaz de capturar o movimento. O corpo do animal é
fotografado em diferentes posições, mas ele não parece estar galopando: “na imagem
científica [fotográfica], o tempo é suspenso bruscamente”. Para Rodin, um pintor é capaz,
em única cena, de nos transmitir a experiência de ver um cavalo de corrida, e isso porque
ele representa o animal em um movimento ambíguo, em que os membros traseiros e
dianteiros parecem estar em instantes diferentes. Rodin diz que essa exposição talvez seja
logicamente inconcebível, mas é paradoxalmente muito mais adequada à maneira como o
movimento se dá: “o artista é verdadeiro e a fotografia mentirosa, pois na realidade o tempo
não para”.
FEITOSA, C. Explicando a filosofia com arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

Observando-se as imagens (Textos I e II), o paradoxo apontado por Rodin (Texto III) procede
e cria uma maneira original de perceber a relação entre a arte e a técnica, porque o(a)
A) fotografia é realista na captação da sensação do movimento.
B) pintura explora os sentimentos do artista e não tem um caráter científico.
C) fotógrafo faz um estudo sobre os movimentos e consegue captar a essência da sua
representação.
D) pintor representa de forma equivocada as patas dos cavalos, confundindo nossa noção
de realidade.
E) pintura inverte a lógica comumente aceita de que a fotografia faz um registro objetivo e
fidedigno da realidade.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 29


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4. (ENEM – 2017 – Libras)

E a sujeira virou arte


Dia após dia, a poluição invisível dos canos de descarga vai grudando nos muros junto à
fuligem de fogueiras acesas por moradores de rua, até que não seja mais possível distinguir
o limpo original do sujo acumulado. É nesse momento que surge o artista visual Drin Cortes,
27. Com um pano úmido, um pincel e uma garrafa de água — e nada além —, ele tem
transformado a paisagem da capital mineira ao usar a técnica do grafite reverso, que
consiste em apagar a sujeira para criar desenhos que dialogam com a problemática da
cidade. O trabalho [atual] consiste em desenhar rostos de pessoas desaparecidas, que
tenham em sua história alguma relação com as drogas. “Esse lugar respira o problema da
droga. O usuário de crack muitas vezes é tratado de forma hostil. Essa é uma forma de as
pessoas passarem por aqui e olharem duas vezes para aquilo que a sujeira esconde. E que,
na verdade, elas não veem porque não querem”, diz.
SIMÕES, L. Disponível em: www.otempo.com.br. Acesso em: 3 fev. 2015 (adaptado).

A arte pode representar padrões de beleza ou ter o propósito de questioná-los, permitindo


que a sociedade reveja valores e preconceitos.
O artista Drin Cortes utiliza da técnica do grafite reverso com o objetivo de
a) ressaltar o descaso do poder público com a limpeza.
b) evidenciar a humanidade dos usuários de drogas.
c) apresentar a estética da paisagem urbana.
d) destacar a poética dos espaços públicos.
e) debater o perigo da poluição.

5. (ENEM – 2017 – 2ª APLICAÇÃO)

Ao longo dos anos 1980, um canal esportivo de televisão fracassou em implantar o basquete
como esporte mundial, e uma empresa de materiais esportivos teve de lidar, fora do seu
programa, com um esporte que lhe era estranho. Correndo atrás do prejuízo, ambas
corrigiram a rota e vieram a fazer da incorporação do futebol a seu programa um objetivo
estratégico alcançado com sucesso. O ajuste do interesse econômico à realidade cultural,
no entanto, não deixa de dizer algo sobre ela: é significativo que o mais mundial dos esportes
não faça sentido para os Estados Unidos, e que os esportes que fazem mais sentido para os
Estados Unidos estejam longe de fazer sentido para o mundo. O futebol ofereceu uma
curiosa e nada desprezível contraparte simbólica à hegemonia do imaginário norte-
americano.
WISNIK, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2008 (adaptado).

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 30


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De acordo com o texto, em décadas passadas, a dificuldade das empresas norte-americanas


indica a influência de um viés cultural e econômico na
A) popularização do futebol no país frente à concorrência com o basquete.
B) conquista da alta lucratividade por meio do futebol no cenário norte-americano.
C) implantação do basquete como esporte mundial frente à força cultural do futebol.
D) importância dada por empresas esportivas ao futebol, similar àquela dada ao basquete.
E) tentativa de fazer com que o futebol transmitido pela TV seja consumido por sua
população.

6. (ENEM – 2016 – 2ª APLICAÇÃO)

A técnica da décollage, utilizada pelo artista Mimmo Rotella em sua obra Marilyn, é um
procedimento artístico representativo da década de 1960 por
A) visar a conservação das representações e dos registros visuais.
B) basear-se na reciclagem de material gráfico, contribuindo para a sustentabilidade.
C) encobrir o passado, abrindo caminho para novas formas plásticas, pela releitura.
D) fazer conviver campos de expressão diferentes e integrar novos significados.
E) abolir o trabalho manual do artista na confecção das imagens recontextualizadas.

7. (ENEM – 2015 – 1ª aplicação)

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A obra do artista plástico Leonilson (1953-1993) marca presença no panorama da arte


brasileira e internacional. Nessa obra, ele utilizou a habilidade técnica do bordado manual
para
A) obtenção das linhas retas paralelas.
B) valorização do tracejado retilíneo.
C) exploração de diferentes texturas.
D) obtenção do equilíbrio assimétrico.
E) inscrição homogênea das formas e palavras.

8. (ENEM – 2015 – 1ª aplicação)

Em 1866, tendo encerrado seus estudos na Escola de Belas Artes, em Paris, Pedro Américo
ofereceu a tela A Carioca ao imperador Pedro II, em reconhecimento ao seu mecenas. O nu
feminino obedecia aos cânones da grande arte e pretendia ser uma alegoria feminina da
nacionalidade. A tela, entretanto, foi recusada por imoral e licenciosa: mesmo não fugindo
à regra oitocentista relativa à nudez na obra de arte, A Carioca não pôde, portanto, ser
absorvida de imediato. A sensualidade tangível da figura feminina, próxima do orientalismo
tão em voga na Europa, confrontou-se não somente com os limites morais, mas também
com a orientação estética e cultural do Império. O que chocara mais: a nudez frontal ou um
nu tão descolado do que se desejava como nudez nacional aceitável, por exemplo, aquela
das românticas figuras indígenas? A Carioca oferecia um corpo simultaneamente ideal e
obsceno: o alto – uma beleza imaterial – e o baixo – uma carnalidade excessiva. Sugeria uma
mistura de estilos que, sem romper com a regra do decoro artístico, insinuava na tela algo
inadequado ao repertório simbólico oficial. A exótica morena, que não é índia – nem mulata
ou negra – poderia representar uma visualidade feminina brasileira e desfrutar de um lugar
de destaque no imaginário da nossa “monarquia tropical”?
OLIVEIRA, C. Disponível em: http://anpuh.org.br. Acesso em: 20 maio 2015.

O texto revela que a aceitação da representação do belo na obra de arte está condicionada
à
A) incorporação de grandes correntes teóricas de uma época, conferindo legitimidade ao
trabalho do artista.
B) atemporalidade do tema abordado pelo artista, garantindo perenidade ao objeto de arte
então elaborado.
C) inserção da produção artística em um projeto estético e ideológico determinado por
fatores externos.
D) apropriação que o pintor faz dos grandes temas universais já recorrentes em uma
vertente artística.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 32


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

E) assimilação de técnicas e recursos já utilizados por movimentos anteriores que trataram


da temática.

9. (ENEM – 2013 – 1ª aplicação)

KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em: http://capu.pl. Acesso em 3 ago. 2012. (Foto: Reprodução)

O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios
por suas ilustrações.
Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para
A) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.
B) estabelecer uma postura proativa da sociedade.
C) provocar a reflexão sobre essa realidade.
D) propor alternativas para solucionar esse problema.
E) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.

10. (ENEM – 2013 – 2ª aplicação)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 33


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Nas últimas décadas, a ruptura, o efêmero, o descartável incorporam-se cada vez mais ao
fazer artístico, em consonância com a pós-modernidade. No detalhe da obra Bastidores,
percebe-se a
A) utilização de objetos do cotidiano como tecido, bastidores, agulha, linha e fotocópia, que
tornam a obra de abrangência regional.
B) ruptura com meios e suportes tradicionais por utilizar objetos do cotidiano, dando-lhes
novo sentido condizente.
C) apropriação de materiais e objetos do cotidiano, que conferem à obra um resultado
inacabado.
D) apropriação de objetos de uso cotidiano das mulheres, o que confere à obra um caráter
feminista.
E) aplicação de materiais populares, o que a caracteriza como obra de arte utilitária.

11. (ENEM - 2012)

Sem formação acadêmica específica em artes visuais, Heitor dos Prazeres, que também é
compositor e instrumentista, é reconhecido artista popular do Rio de Janeiro. Suas pinturas
de perspectivas imprecisas e com traços bem demarcados são figurativas e sugerem
movimento. Essa obra retrata
a) a confraternização de uma população socialmente marginalizada.
b) o inconformismo da população de baixa renda da capital.
c) o cotidiano da burguesia contemporânea da capital.
d) a instabilidade de uma realidade rural do Brasil.
e) a solidariedade da população nordestina.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 34


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

12. (ENEM – 2009 – Cancelado)

O artesanato traz as marcas de cada cultura e, desse modo, atesta a ligação do homem com
o meio social em que vive. Os artefatos são produzidos manualmente e costumam revelar
uma integração entre homem e meio ambiente, identificável no tipo de matéria-prima
utilizada.

Pela matéria-prima (o barro) utilizada e pelos tipos humanos representados, em qual região
do Brasil o artefato acima foi produzido?
A) Sul.
B) Norte.
C) Sudeste.
D) Nordeste.
E) Centro-Oeste.

13. (ENEM – 2009 – Cancelado)

TEXTO A

TEXTO B
Metaesquema I
Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o
apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Nesta obra, como o próprio nome
define: meta — dimensão virtual de movimento, tempo e espaço; esquema — estruturas,

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 35


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

os Metaesquemas são estruturas que parecem movimentar-se no espaço. Esse trabalho


mostra o deslocamento de figuras geométricas simples dentro de um campo limitado: a
superfície do papel. A isso podemos somar a observação da precisão na divisão e no
espaçamento entre as figuras, mostrando que, além de transgressor e muito radical, Oiticica
também era um artista extremamente rigoroso com a técnica.
Disponível em: http://www.mac.usp.br. Acesso em: 02 maio 2009 (adaptado).

Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o


apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Levando-se em consideração o texto e
a obra Metaesquema I, reproduzidos acima, verifica-se que
A) a obra confirma a visão do texto quanto à ideia de estruturas que parecem se
movimentar, no campo limitado do papel, procurando envolver de maneira mais efetiva o
olhar do observador.
B) a falta de exatidão no espaçamento entre as figuras (retângulos) mostra a falta de rigor
da técnica empregada, dando à obra um estilo apenas decorativo.
C) Metaesquema I é uma obra criada pelo artista para alegrar o dia a dia, ou seja, de caráter
utilitário.
D) a obra representa a realidade visível, ou seja, espelha o mundo de forma concreta.
E) a visão da representação das figuras geométricas é rígida, propondo uma arte figurativa.

14. (ENEM - 2002)

A leitura do poema "Descrição da guerra" em Guernica traz à lembrança o famoso quadro


de Picasso.
Entra pela janela
o anjo camponês;
com a terceira luz na mão;
minucioso, habituado
aos interiores de cereal,
aos utensílios que dormem na fuligem;
os seus olhos rurais
não compreendem bem os símbolos
desta colheita: hélices,
motores furiosos;
e estende mais o braço; planta
no ar, como uma árvore
a chama do candeeiro.(...)
(Carlos de Oliveira in ANDRADE, Eugénio. Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa. Porto: Campo das Letras, 1999.)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 36


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Uma análise cuidadosa do quadro permite que se identifiquem as cenas referidas nos
trechos do poema.

Podem ser relacionadas ao texto lido as partes:


a) a1, a2, a3
b) f1, e1, d1
c) e1, d1, c1
d) c1, c2, c3
e) e1, e2, e3

15. (Uel - 2019)

Na contemporaneidade, vivemos o predomínio das imagens visuais, conforme sugere a


figura. Nesse aspecto, percebê-las como portadoras de conceitos e sentidos leva teóricos a
discutirem sobre a necessidade da alfabetização visual. Tanto a imagem quanto a sua leitura
produzem conceitos e transformam a percepção da realidade e seu contexto cultural.

Com base nas concepções de leitura de imagem e cultura visual, atribua V (verdadeiro) ou F
(falso) às afirmativas a seguir.
( ) Ao ler a imagem, cruzamos informações do objeto, suas características formais,
cromáticas, com informações do leitor, seu conhecimento, suas deduções, imaginação.
Dessa forma, a leitura implica o que vemos e o que conhecemos.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 37


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

( ) Ao ler a imagem, percebemos que não existem receptores nem leitores, mas
construtores de significados que leem a partir de suas referências culturais.
( ) Ao ler a imagem, consideramos que os objetos de estudo e a produção envolvem os
modos de ver, sentir e imaginar, e que a percepção é uma interpretação, significação dada
pelo espectador/observador.
( ) Ao ler a imagem, compreendemos que ela constitui um modo de linguagem na
composição e envolve a compreensão das mensagens em diversos níveis, considerando os
seus elementos estruturais.
( ) Ao ler a imagem, identificamos um sinal com significado único, os símbolos visuais são
dispostos a fim de representar as imagens de modo sistemático e baseado nas regras da
linguagem articulada.

Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.


a) V, V, V, V, F.
b) V, V, V, F. F.
c) F, V, F, V, F.
d) F, V, V, F, V.
e) F, F, F, V, V.

16. (Uel - 2019)

Relacione as imagens às manifestações artísticas a seguir.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 38


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

(A) Representa a natureza e o cotidiano, bem como a visão do homem na captação de


formas simples.
(B) Ocupa espaços públicos, por meio de intervenções e performances artísticas,
estabelecendo a relação entre arte e cidade.
(C) Utiliza a pintura para causar efeitos ilusórios por meio da perspectiva arquitetônica das
cenas.
(D) Expressa o poder, respeitando as convenções, como a frontalidade e a indicação do lugar
das personagens na composição.

Assinale a alternativa que contém a associação correta.


a) I-B, II-D, III-A, IV-C.
b) I-C, II-A, III-D, IV-B.
c) I-C, II-B, III-A, IV-D.
d) I-D, II-A, III-C, IV-B.
e) I-D, II-C, III-A, IV-B.

17. (Uel - 2012)

Analise as figuras a seguir.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 39


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A relação do homem com a terra, expressa pelo universo do trabalho, é assunto recorrente
na produção de fotógrafos e artistas plásticos. A fotografia e a pintura abordam essa
temática. Com base na análise dessas figuras e nos conhecimentos sobre arte e história,
considere as afirmativas a seguir.
I. Tanto na fotografia quanto na pintura, há elementos compositivos que constituem sistema
perspectivo gerador do efeito de profundidade e que podem ser considerados documentos
históricos.
II. Café explicita anseios do movimento modernista, como a busca de uma temática nacional
no contexto de uma economia predominantemente agrícola.
III. A fotografia, por ser um instrumento mecânico de apreensão da realidade, renuncia a
elementos estéticos ou de caráter documental.
IV. Em Café, a figura humana adquire formas robustas, sugerindo a ligação dos personagens
com o trabalho e a terra, bem como a sua capacidade produtiva.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

18. (Uem - 2018)

Em relação às Artes Visuais, assinale o que for correto.


01) Artes visuais são as manifestações artísticas que abrangem o sentido da visão. Dentre
elas temos a Pintura, a Escultura, o Desenho e a Fotografia.
02) São elementos visuais básicos: ponto, linha, forma e cor.
04) As dimensões tradicionais do espaço são: altura, largura e lateralidade.
08) A Pintura, o Desenho e a Fotografia são artes consideradas bidimensionais, pois são
compostas apenas por duas dimensões.
16) Das manifestações visuais tridimensionais conhecidas da pré-história, as mais antigas
são as esculturas feitas em barro ou em argila.

19. (Uepg - 2018)

Sobre os elementos formais que caracterizam as linguagens artísticas, assinale o que for
correto.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 40


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

01) Nas Artes Visuais, o volume pode ser percebido tanto pelo tato quanto pela visão e utiliza
aspectos bidimensionais como altura e largura.
02) Na música, a Melodia se define pelo conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva.
04) O círculo cromático é um dos instrumentos que possibilita compreender a estrutura da
cor e nele podem ser visualizadas as cores primárias e as cores secundárias.
08) O ponto é o sinal convencional das artes visuais e o elemento de base do sistema pelo
qual são impressas as imagens: a retícula tipográfica.

20. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil)

A videodança é um produto híbrido realizado com a mistura entre o audiovisual e a dança e


tem como principal elemento o movimento. É diferente do mero registro documental de um
espetáculo porque pressupõe uma adaptação do que é captado do palco para a linguagem
televisiva ou a criação de danças concebidas especialmente para a projeção na tela. Isso
significa que os movimentos da câmera – travellings, panorâmicas, zoom in, zoom out –,
assim como a escolha dos planos, a montagem e a edição das cenas são tão importantes
para o resultado final quanto os movimentos capturados pelas lentes. Com isso, o vídeo
deixa de ser apenas meio para se transformar em um “sistema de expressão”, conforme
descreve o pesquisador Arlindo Machado (1949). Apesar de adotar o termo “vídeo” em sua
nomenclatura, a videodança pode ser produzida tanto no meio eletrônico e digital quanto
em película cinematográfica.
VIDEODANÇA . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível
em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo14324/videodanca>. Acesso em: 31 de Ago. 2020. Verbete da
Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

Segundo o texto, a videodança


a) é um registro documental de um espetáculo, que se torna popular a partir do século XX,
em diálogo com o cinema.
b) demanda um pensamento tanto na coreografia quanto nos movimentos de câmera e
edição para compor a obra.
c) é um termo para um tipo de filmagem que leva em consideração os movimentos de
câmera dinâmicos.
d) consiste em um sistema de expressão contemporâneo do audiovisual, ligado ao cinema
digital e em vídeo.
e) é um gênero de cinema contemporâneo que consiste em retratar narrativas ligadas ao
mundo da dança.

21. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil)

A rua deve ser espaço democrático e o teatro que nele é feito tem potência muito maior no
que diz respeito a afetar maior número de pessoas de todas as classes e gostos. Interessado

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 41


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

ou não no espetáculo, com foco direcionado a isto ou não, alguma percepção e reflexão é
possível a partir da relação estabelecida naquele momento. Não há desigualdades ou
distinções – todos são iguais sobre aquele chão de onde floresce a apresentação e a
participação de cada um. A cidade é o ambiente do espetáculo na sociedade pós-moderna.
O lugar do real e da fantasia, das catarses íntimas eclodirem a partir do público. (...) Assim,
entende-se que a própria cidade pode ser palco aberto, onde pretende-se discutir, dialogar
e entreter o público. A cidade como espaço de apropriação e de pertencimento,
transformando e reinventando.
(Disponível em <http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/ricultsociedade/article/view/10492> Acesso
em 20 nov. 2020)

A partir da descrição no texto, apreende-se que o teatro de rua


a) dialoga de maneira política com a sociedade em que se encontra, pois ocupa o espaço
público de maneira sincrética.
b) obriga o espectador a olhar a produção artística, o que nem sempre gera uma boa
recepção por parte do público.
c) cria uma maior preservação da arte, já que não cobra ingressos para a entrada do público
nos locais de apresentação.
d) elabora questões irreais, criando elementos para os espetáculos próximos da fantasia e
do realismo fantástico.
e) transforma a cidade de maneira permanente, já que precisa reelaborar locais de
passagem para que sejam cenários.

22. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil)

Desde que o projeto Graphic MSP foi lançado em 2012 temos visto os personagens de
Mauricio de Sousa se aventurando cada vez mais em temas que dificilmente seriam
explorados com tanta seriedade nos quadrinhos normais da Turma da Mônica, como
bullying por exemplo. E esse mês chegou às bancas uma nova história desse projeto que fala
sobre um dos temas mais importantes de se debater atualmente na sociedade: racismo.
Jeremias – Pele é obra do roteirista Rafael Calça e do desenhista Jefferson Costa, nessa
história conhecemos um pouco mais sobre a vida de Jeremias na escola e com seus pais e
como ele tem uma vida feliz e normal para um menino da sua idade, até que ele é
confrontado com a realidade do racismo. O quadrinho acompanha Jeremias tentando
entender por que alguém se acha no direito de o tratar de forma diferente por causa da cor
de sua pele e como os pais dele tem a difícil missão de explicar para ele o que é racismo e
como isso infelizmente ainda faz parte da nossa sociedade em todos os níveis.
O tema é abordado pelos autores de forma realista e educativa, tratando do tema de
modo que o público infantil consiga entender o quão cruel e errado o preconceito racial é.
Como um bônus o quadrinho ainda traz um texto do rapper Emicida.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 42


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Jeremias – Pele é a 18ª graphic novel lançada pela MSP e a primeira a ter um
protagonista negro.
(Disponível em <https://nerdivinas.com.br/jeremias-pele-nova-graphic-novel-da-msp-tem-racismo-como-tema>
Acesso em 20 nov. 2020)

A importância da publicação da tirinha, no contexto da trajetória das histórias em


quadrinhos no tempo, é de
a) tratar de maneira lúdica sobre a história de uma personagem pouco conhecida pela
maioria dos leitores do universo.
b) colocar no centro da história uma personagem de uma minoria sub-representada no
protagonismo das HQs.
c) abordar de maneira realista um problema tipicamente brasileiro que é a desigualdade
social entre brancos e negros.
d) acompanhar a evolução de uma personagem de maneira inédita da trajetória dos
quadrinhos da companhia.
e) retratar pessoas de diferentes etnias numa mesma história, mostrando pessoas que
convivem de maneira pacífica.

23. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Celina Gil)

Uma exposição em cartaz no Museu de Artes e Indústrias de Hamburgo, na Alemanha,


inova ao abordar tatuagens como obras de arte.
“Nossa pele é uma dádiva, é um tipo especial de tela”, afirma Susanna Kumschick,
antropóloga suíça que fez a curadoria da mostra. Ela conta que foi motivada a realizar a
exibição pela necessidade de olhar para corpos pintados de um novo ângulo.
“Na antropologia, a tatuagem é um grande assunto, porque é observada em tantas
culturas e tradições. Mas comecei a pesquisar e percebi que ela nunca tinha sido abordada
em museus de arte ou design, apenas em museus de história e civilização”, conta.
Segundo Kumschick, a volta do interesse do público e das organizações culturais pelas
tatuagens é em parte explicada pela arte que explora a imagem corporal. A autora destaca
a obra da artista performática austríaca Valie Export: “Em 1970, ela tatuou uma cinta-liga
em sua perna, ao ar livre, durante uma performance. Foi uma das primeiras mulheres a
criticar a maneira como as pessoas olham para o corpo feminino”, explica a curadora.
(Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/03/150324_vert_cul_exposicao_tatuagens_ml>
Acesso em 16 jun. 2020)

Segundo o texto, a tatuagem e a arte corporal de modo geral podem ser compreendidas a
partir de
a) um olhar europeu, que olha para outras sociedades a partir de uma perspectiva da
colonização ou exotização.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 43


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

b) uma perspectiva histórica e etnográfica, olhando para as diversas expressões que usam o
corpo como suporte.
c) uma ideia de que o trabalho usando o corpo como suporte é sempre ligado ao processo
de feitura da obra, não só o resultado final.
d) uma noção de que não se pode compreender as tatuagens ou demais modos de pintura
corporal como passíveis de exposição.
e) um ideal feminista de arte, que coloca a mulher no centro da produção artística e cultural
no campo da arte corporal.

24. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Celina Gil)

Abstrato
Fazer artístico que não representa objetos ou elementos na maneira como eles se
apresentam no mundo, na realidade à nossa volta, mas sim a partir de formas que não
remetem necessariamente à realidade.

Dentre as obras abaixo, a que apresenta maior grau de abstração é a pintura:

a) d)

(Steamboats in the Port of Rouen, 1896, Camille


Pissarro)

b) (The Ballet from “Robert le Diable”, 1971, Edgard


Degas)

e)

(View of the Seacoast near Wargemont in Normandy,


1880, Auguste Renoir)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 44


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c)

(View of the Domaine Saint-Joseph, 1880s, Paul


(Untitled, 1945, Jackson Pollock)
Cézanne)

25. (UNESP – 2020)


Perspectiva. Técnica de representação, numa superfície plana, do espaço tridimensional,
baseado no uso de certos fenômenos ópticos, como a diminuição aparente no tamanho dos
objetos e a convergência das linhas paralelas à medida que se distanciam do observador.
(Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007.)

Verificam-se distorções e ambiguidades em relação à técnica da perspectiva na seguinte


obra:

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 45


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

26. (UNESP – 2018)


Expressionismo: Termo aplicado pela crítica e pela história da arte a toda arte em que
as ideias tradicionais de naturalismo são abandonadas em favor de distorções ou
exageros de forma e cor que expressam, de modo premente, a emoção do artista. Neste
sentido mais geral, o termo pode ser aplicado à arte de qualquer período ou lugar que
conceda às reações subjetivas um lugar de maior importância que à observação do
mundo exterior.
(Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007.)

De acordo com essa definição, pode ser considerada expressionista a obra:

a) b)

c) d)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 46


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

e)

27. (UNESP – 2018)


Na Europa, os artistas continuam a explorar caminhos traçados pelos primeiros pintores
abstratos. Mas a abstração desses artistas não é geométrica: sua pintura não representa
nenhuma realidade, tampouco procura reproduzir formas precisas. Cada artista inventa sua
própria linguagem. Cores, formas e luz são exploradas, desenvolvidas e invadem as telas.
Traços vivos e dinâmicos... Para cada um, uma abstração, um lirismo.
(Christian Demilly. Arte em movimentos e outras correntes do século XX, 2016. Adaptado.)

O comentário do historiador Christian Demilly aplica-se à obra reproduzida em:

a) b)

c) d)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 47


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

e)

28. (UNESP – 2017)


O quadro não se presta a uma leitura convencional, no sentido de esmiuçar os detalhes da
composição em busca de nuances visuais. Na tela, há apenas formas brutas, essenciais, as
quais remetem ao estado natural, primitivo. Os contornos inchados das plantas, os pés
agigantados das figuras, o seio que atende ao inexorável apelo da gravidade: tudo é raiz.
O embasamento que vem do fundo, do passado, daquilo que vegeta no substrato do ser.
As cabecinhas, sem faces, servem apenas de contraponto. Estes não são seres pensantes,
produtos da cultura e do refinamento. Tampouco são construídos; antes nascem, brotam
como plantas, sorvendo a energia vital do sol de limão. À palheta nacionalista de verde
planta, amarelo sol e azul e branco céu, a pintora acrescenta o ocre avermelhado de uma
pele que mais parece argila. A mensagem é clara: essa é nossa essência brasileira – sol, terra,
vegetação. É isto que somos, em cores vivas e sem a intervenção erudita das fórmulas
pictóricas tradicionais. (Rafael Cardoso. A arte brasileira em 25 quadros, 2008. Adaptado.)

Tal comentário aplica-se à seguinte obra de Tarsila do Amaral (1886-1973):

a) b)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 48


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c) d)

e)

29. (UNESP – 2017)


A partir do início do século XX, na França, alguns artistas vão subverter a concepção que se
tinha da pintura. Em vez de simplesmente representar o que era visto, eles decidem
representar aquilo que não podia ser visto. Os rostos de perfil têm dois olhos, a natureza se
decompõe em formas geométricas... a realidade se revela em todas as suas facetas, como
um cubo achatado.
(Christian Demilly. Arte em movimentos e outras correntes do século XX, 2016. Adaptado.)

Uma obra representativa da estética à qual o texto se refere está reproduzida em:

a) b)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 49


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c) d)

e)

30. (UNESP – 2016)


Essa nova sensibilidade artística, apesar de heterogênea, pode ser resumida através da
atenção à forma e ao tema, assim como ao processo. A forma inclui cores saturadas, formas
simples, contornos relativamente nítidos e supressão do espaço profundo. O tema deriva de
fontes preexistentes e manufaturadas para consumo de massa.
(David McCarthy. Movimentos da arte moderna, 2002. Adaptado.)

O comentário do historiador David McCarthy aplica-se à obra reproduzida em:

a) b)

(Andy Warhol. Elvis I, 1962.) (Pablo Picasso. As senhoritas de Avignon, 1907.)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 50


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c) d)

(Jackson Pollock. Convergência, 1952.)

(Henri Matisse. Interior, jarra com peixes


vermelhos, 1914.)

e)

(Kasemir Malevitch. Cruz Negra, 1923.)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 51


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

6.2 - Gabarito
1. A
2. C
3. E
4. B
5. C
6. D
7. D
8. C
9. C
10. B
11. A
12. D
13. A
14. C
15. A
16. B
17. D
18. 11
19. 14
20. B
21. A
22. B
23. B
24. E
25. B
26. E
27. D
28. A
29. C
30. A

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 52


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

6.3 – Questões comentadas


1. (ENEM – 2018 – 1ª aplicação)

TEXTO I

BRACCO, A; LOSCHI, M. Quando rotas se tornam arte. Retratos: a revista do IBGE. Rio de Janeiro, n. 3, set. 2017
(adaptado).

TEXTO II
Stephen Lund, artista canadense, morador em Victoria, capital da Colúmbia Britânica
(Canadá), transformou-se em fenômeno mundial produzindo obras de arte virtuais
pedalando sua bike. Seguindo rotas traçadas com o auxílio de um dispositivo de GPS, ele
calcula ter percorrido mais de 10 mil quilômetros.
Disponível em: www.booooooom.com. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado)

Os textos destacam a inovação artística proposta por Stephen Lund a partir do(a)
A) deslocamento das tecnologias de suas funções habituais.
B) perspectiva de funcionamento do dispositivo de GPS.
C) ato de guiar sua bicicleta pelas ruas da cidade.
D) análise dos problemas de mobilidade urbana.
E) foco na promoção cultural da sua cidade.
Comentários:
- A alternativa A é a resposta, afinal o autor faz uso de um GPS, objeto de uso cotidiano, para a produção
de uma obra artística.
- A alternativa B está incorreta, pois não se busca explicar o funcionamento do aparelho GPS, mas se
apropriar de sua função para constituir uma obra de arte.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 53


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

- A alternativa C está incorreta, pois a originalidade da obra não consiste no uso da bicicleta, algo visto
em diversas outras composições, mas sim a utilização do GPS para produzir algo inovador.
- A alternativa D está incorreta, pois a obra não faz referência aos problemas de mobilidade urbana no
Rio de Janeiro. Assim sendo, não é possível considerá-la um trabalho crítico.
- A alternativa E está incorreta, pois a partir das informações do texto é possível constatar que se trata
de um artista canadense representando um elemento cultural que é o cartão-postal do Rio de Janeiro e
do Brasil.
Gabarito: A

2. (ENEM – 2018 – 2ª aplicação)

Uma das funções da obra de arte é representar o contexto sociocultural ao qual ela
pertence. Produzida na primeira metade do século XX, a Estrada de Ferro Central do Brasil
evidencia o processo de modernização pela
A) verticalização do espaço.
B) desconstrução da forma.
C) sobreposição de elementos.
D) valorização da natureza.
E) abstração do tema.
Comentários:
- A alternativa A está incorreta, afinal não são representados edifícios vertiginosos na tela.
A alternativa B está incorreta, pois os elementos representados pela tela são facilmente identificáveis.
Com isso, trata-se de uma arte figurativa.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 54


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

- A alternativa C é a resposta. A tela de Tarsila do Amaral representa os avanços técnicos vivenciados no


contexto de produção por meio da sobreposição de elementos, colocando a frente símbolos da
modernidade, como postes, carros, pontes e trilhos de trem, enquanto se veem ao fundo elementos
que podem ser associados à paisagem rural, como casas baixas e uma igreja.
- A alternativa D está incorreta, afinal na imagem prevalecem elementos produzidos pelo homem, como
casas, carros e postes telegráficos.
- A alternativa E está incorreta, afinal trata-se de um exemplar de arte figurativa, que deixa clara a
intenção da autora de representar uma paisagem em processo de transformação pelas inovações
técnicas.
Gabarito: C

3. (ENEM – 2018 – 2ª aplicação)

TEXTO I

MUYBRIDGE, E. Cavalo em movimento. Fotografia. Universidade do Texas, Austin, cerca de 1886. Disponível em:
www.utexasaustin.edu. Acesso em: 31 ago. 2016 (adaptado).

TEXTO II

GÉRICAULT, T. Corrida de cavalos ou O Derby de 1821 em Epson. Óleo sobre tela, 92 x 123 cm. Museu do Louvre,
Paris. Disponível em: www.louvre.fr. Acesso em: 31 ago. 2016.

TEXTO III

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 55


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A arte pode estar, às vezes, muito mais preparada do que a ciência para captar o devir e a
fluidez do mundo, pois o artista não quer manipular, mas sim “habitar” as coisas. O famoso
artista francês Rodin, no seu livro L’Art (A Arte, 1911), comenta que a técnica de fotografia
em série, mostrando todos os momentos do galope de um cavalo em diversos quadros,
apesar de seu grande realismo, não é capaz de capturar o movimento. O corpo do animal é
fotografado em diferentes posições, mas ele não parece estar galopando: “na imagem
científica [fotográfica], o tempo é suspenso bruscamente”. Para Rodin, um pintor é capaz,
em única cena, de nos transmitir a experiência de ver um cavalo de corrida, e isso porque
ele representa o animal em um movimento ambíguo, em que os membros traseiros e
dianteiros parecem estar em instantes diferentes. Rodin diz que essa exposição talvez seja
logicamente inconcebível, mas é paradoxalmente muito mais adequada à maneira como o
movimento se dá: “o artista é verdadeiro e a fotografia mentirosa, pois na realidade o tempo
não para”.
FEITOSA, C. Explicando a filosofia com arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

Observando-se as imagens (Textos I e II), o paradoxo apontado por Rodin (Texto III) procede
e cria uma maneira original de perceber a relação entre a arte e a técnica, porque o(a)
A) fotografia é realista na captação da sensação do movimento.
B) pintura explora os sentimentos do artista e não tem um caráter científico.
C) fotógrafo faz um estudo sobre os movimentos e consegue captar a essência da sua
representação.
D) pintor representa de forma equivocada as patas dos cavalos, confundindo nossa noção
de realidade.
E) pintura inverte a lógica comumente aceita de que a fotografia faz um registro objetivo e
fidedigno da realidade.
Comentários:
Essa é uma questão de intepretação de texto. Vejamos as alternativas:
- A alternativa A está incorreta, afinal o Texto III questiona a capacidade da fotografia de captar o
efêmero de maneira verossímil, ao menos como realmente se julga ser possível.
- A alternativa B está incorreta, pois a obra nem sempre busca expressar os sentimentos do artista. No
caso dos Texto I e II, vê-se a preocupação dos autores de representar o movimento dos cavalos em
corrida.
- A alternativa C está incorreta, afinal o Texto III se indaga sobre os limites da fotografia de captar o
mundo. Cabe destacar que ele discute a fotografia enquanto técnica, o que não a impede de ser
contemplada como uma expressão artística.
- A alternativa D está incorreta, afinal o texto não considera a representação de Roudin como
equivocada, mas ambígua diante do descompasso entre o movimento projetado pelas patas traseiras e
dianteiras dos cavalos representados. Com isso, não se busca estabelecer o movimento tal como ele
realmente é, mas sim explorar suas possibilidades.
- A alternativa E é a resposta. De acordo com o texto III, a fotografia não é uma representação fidedigna
da realidade, na medida em que não consegue explorar as múltiplas possibilidades do movimento em
um mesmo plano, diferente do que se vê nas telas reproduzidas nos textos I e II.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 56


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Obs: É importante que o aluno não compreenda a fotografia não como uma
representação fidedigna do real, mas fruto de escolhas e concepções do artista, que
seleciona alguns elementos em seu enquadramento, em detrimento de outros.

Gabarito: E

4. (ENEM – 2017 – Libras)

E a sujeira virou arte


Dia após dia, a poluição invisível dos canos de descarga vai grudando nos muros junto à
fuligem de fogueiras acesas por moradores de rua, até que não seja mais possível distinguir
o limpo original do sujo acumulado. É nesse momento que surge o artista visual Drin Cortes,
27. Com um pano úmido, um pincel e uma garrafa de água — e nada além —, ele tem
transformado a paisagem da capital mineira ao usar a técnica do grafite reverso, que
consiste em apagar a sujeira para criar desenhos que dialogam com a problemática da
cidade. O trabalho [atual] consiste em desenhar rostos de pessoas desaparecidas, que
tenham em sua história alguma relação com as drogas. “Esse lugar respira o problema da
droga. O usuário de crack muitas vezes é tratado de forma hostil. Essa é uma forma de as
pessoas passarem por aqui e olharem duas vezes para aquilo que a sujeira esconde. E que,
na verdade, elas não veem porque não querem”, diz.
SIMÕES, L. Disponível em: www.otempo.com.br. Acesso em: 3 fev. 2015 (adaptado).

A arte pode representar padrões de beleza ou ter o propósito de questioná-los, permitindo


que a sociedade reveja valores e preconceitos.
O artista Drin Cortes utiliza da técnica do grafite reverso com o objetivo de
a) ressaltar o descaso do poder público com a limpeza.
b) evidenciar a humanidade dos usuários de drogas.
c) apresentar a estética da paisagem urbana.
d) destacar a poética dos espaços públicos.
e) debater o perigo da poluição.
Comentários:
- A alternativa A está incorreta, pois a poluição urbana é utilizada como matéria-prima para abordar um
outro tema: a situação dos dependentes químicos na capital mineira.
- A alternativa B é a resposta. Ao representar rostos de usuários de crack, o autor busca chamar atenção
para uma população hostilizada e invisibilizada nos espaços urbanos.
- As alternativas C e D estão incorretas, pois o enfoque do autor não é a paisagem urbana ou os espaços
públicos, mas sim a população invisibilizada nestes espaços.
- A alternativa E está incorreta, pois a poluição é utilizada para criar novos desenhos, técnica chamada
pelo texto de grafite reverso.
Gabarito: B

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 57


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

5. (ENEM – 2017 – 2ª APLICAÇÃO)

Ao longo dos anos 1980, um canal esportivo de televisão fracassou em implantar o basquete
como esporte mundial, e uma empresa de materiais esportivos teve de lidar, fora do seu
programa, com um esporte que lhe era estranho. Correndo atrás do prejuízo, ambas
corrigiram a rota e vieram a fazer da incorporação do futebol a seu programa um objetivo
estratégico alcançado com sucesso. O ajuste do interesse econômico à realidade cultural,
no entanto, não deixa de dizer algo sobre ela: é significativo que o mais mundial dos esportes
não faça sentido para os Estados Unidos, e que os esportes que fazem mais sentido para os
Estados Unidos estejam longe de fazer sentido para o mundo. O futebol ofereceu uma
curiosa e nada desprezível contraparte simbólica à hegemonia do imaginário norte-
americano.
WISNIK, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2008 (adaptado).

De acordo com o texto, em décadas passadas, a dificuldade das empresas norte-americanas


indica a influência de um viés cultural e econômico na
A) popularização do futebol no país frente à concorrência com o basquete.
B) conquista da alta lucratividade por meio do futebol no cenário norte-americano.
C) implantação do basquete como esporte mundial frente à força cultural do futebol.
D) importância dada por empresas esportivas ao futebol, similar àquela dada ao basquete.
E) tentativa de fazer com que o futebol transmitido pela TV seja consumido por sua
população.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois o país não estava diante de um quadro de popularização maior do
que o basquete nos EUA segundo o texto.
A alternativa B está incorreta, pois o que o texto aponta é que o futebol teve e ser incorporado nos
programas estratégicos, mas não que era algo que tinha maior lucratividade, frente a outros esportes
mais típicos dos Estados Unidos.
A alternativa C está correta, pois o texto aponta que houve uma tentativa de implantar o basquete,
esporte tipicamente americano, para fazer frente ao futebol, um dos esportes mais conhecidos e
adorados do mundo.
A alternativa D está incorreta, pois o basquete era tratado ao longo do tempo como mais importante
que o futebol nos EUA.
A alternativa E está incorreta, pois o texto aponta que os canais tiveram que lidar de última hora com
um esporte pouco comum aos americanos.
Gabarito: C

6. (ENEM – 2016 – 2ª APLICAÇÃO)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 58


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A técnica da décollage, utilizada pelo artista Mimmo Rotella em sua obra Marilyn, é um
procedimento artístico representativo da década de 1960 por
A) visar a conservação das representações e dos registros visuais.
B) basear-se na reciclagem de material gráfico, contribuindo para a sustentabilidade.
C) encobrir o passado, abrindo caminho para novas formas plásticas, pela releitura.
D) fazer conviver campos de expressão diferentes e integrar novos significados.
E) abolir o trabalho manual do artista na confecção das imagens recontextualizadas.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois a colagem não promove conservação, mas ressignificação, recriação
de elementos na criação de uma nova obra.
A alternativa B está incorreta, pois a colagem não se envolve necessariamente com a sustentabilidade,
ainda que reaproveite elementos.
A alternativa C está incorreta, pois a colagem não é um movimento artístico que se proponha a apagar o
passado, mas criar uma ressignificação das imagens envolvidas.
A alternativa D está correta, pois a base da técnica da colagem é a mistura de elementos de diferentes
naturezas, criando novos significados quando integrados.
A alternativa E está incorreta, pois independentemente se é uma técnica criada de maneira digital ou
manual, não há a abolição do trabalho artesanal.
Gabarito: D

7. (ENEM – 2015 – 1ª aplicação)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 59


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A obra do artista plástico Leonilson (1953-1993) marca presença no panorama da arte


brasileira e internacional. Nessa obra, ele utilizou a habilidade técnica do bordado manual
para
A) obtenção das linhas retas paralelas.
B) valorização do tracejado retilíneo.
C) exploração de diferentes texturas.
D) obtenção do equilíbrio assimétrico.
E) inscrição homogênea das formas e palavras.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois não há apenas o uso de linhas paralelas nessa obra.
A alternativa B está incorreta, pois esse tracejado não tem o maior destaque da obra.
A alternativa C está incorreta, pois há apenas o uso da textura do bordado livre aqui.
A alternativa D está correta, pois ainda que haja equilíbrio na distribuição de elementos sobre o tecido,
eles são diferentes entre si, não promovendo uma simetria completa.
A alternativa E está incorreta, pois não há aqui uma homogeneidade na produção, ainda que haja
distribuição equilibrada.
Gabarito: D

8. (ENEM – 2015 – 1ª aplicação)

Em 1866, tendo encerrado seus estudos na Escola de Belas Artes, em Paris, Pedro Américo
ofereceu a tela A Carioca ao imperador Pedro II, em reconhecimento ao seu mecenas. O nu
feminino obedecia aos cânones da grande arte e pretendia ser uma alegoria feminina da
nacionalidade. A tela, entretanto, foi recusada por imoral e licenciosa: mesmo não fugindo
à regra oitocentista relativa à nudez na obra de arte, A Carioca não pôde, portanto, ser
absorvida de imediato. A sensualidade tangível da figura feminina, próxima do orientalismo
tão em voga na Europa, confrontou-se não somente com os limites morais, mas também
com a orientação estética e cultural do Império. O que chocara mais: a nudez frontal ou um
nu tão descolado do que se desejava como nudez nacional aceitável, por exemplo, aquela
das românticas figuras indígenas? A Carioca oferecia um corpo simultaneamente ideal e
obsceno: o alto – uma beleza imaterial – e o baixo – uma carnalidade excessiva. Sugeria uma
mistura de estilos que, sem romper com a regra do decoro artístico, insinuava na tela algo
inadequado ao repertório simbólico oficial. A exótica morena, que não é índia – nem mulata
ou negra – poderia representar uma visualidade feminina brasileira e desfrutar de um lugar
de destaque no imaginário da nossa “monarquia tropical”?
OLIVEIRA, C. Disponível em: http://anpuh.org.br. Acesso em: 20 maio 2015.

O texto revela que a aceitação da representação do belo na obra de arte está condicionada
à
A) incorporação de grandes correntes teóricas de uma época, conferindo legitimidade ao
trabalho do artista.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 60


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

B) atemporalidade do tema abordado pelo artista, garantindo perenidade ao objeto de arte


então elaborado.
C) inserção da produção artística em um projeto estético e ideológico determinado por
fatores externos.
D) apropriação que o pintor faz dos grandes temas universais já recorrentes em uma
vertente artística.
E) assimilação de técnicas e recursos já utilizados por movimentos anteriores que trataram
da temática.

Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois não se trata de uma incorporação a alguma corrente teórica
específica, mas de um contexto social como um todo. Não necessariamente algo que pertence a uma
corrente teórica específica foi considerado belo.
A alternativa B está incorreta, pois o belo é uma questão de contexto, não de perenidade, deixando uma
obra datada muitas vezes.
A alternativa C está correta, pois o Belo na arte não é necessariamente atrelado à ideia de beleza da sua
época. O belo aparece na capacidade de uma obra de tocar o espectador, fundamentando-se em
ideologias e questões sociais da época. Não há nada essencialmente belo, pois essa ideia é condicionada
por um contexto.
A alternativa D está incorreta, pois o texto indica que a apropriação do pintor sobre o ideal de beleza em
alguns momentos não corresponde ao conceito de belo dos receptores.
A alternativa E está incorreta, pois o pintor apontado no texto utilizou técnicas e recursos já conhecidos
na sua época e ainda assim a obra não foi considerada bela por não estar alinhada a um projeto
ideológico contemporâneo a ela.
Gabarito: C

9. (ENEM – 2013 – 1ª aplicação)

KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em: http://capu.pl. Acesso em 3 ago. 2012. (Foto: Reprodução)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 61


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios
por suas ilustrações.
Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para
A) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.
B) estabelecer uma postura proativa da sociedade.
C) provocar a reflexão sobre essa realidade.
D) propor alternativas para solucionar esse problema.
E) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.

Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois o texto não explora as origens do problema, apenas expõe os
contrastes na sociedade.
A alternativa B está incorreta, pois o artista critica o contraste e entre a condição de vida das duas
crianças, não estabelece um incentivo à ação da sociedade sobre o problema.
A alternativa C está correta, pois o artista promove uma crítica à exploração do trabalho infantil ao
comparar duas crianças: uma brincando com um trem de brinquedo e outra puxando um vagão de
verdade.
A alternativa D está incorreta, pois a obra não propõe alternativas, apenas expõe o problema.
A alternativa E está incorreta, pois o texto não localiza no espaço onde se passa o problema social
descrito.
Gabarito: C

10. (ENEM – 2013 – 2ª aplicação)

Nas últimas décadas, a ruptura, o efêmero, o descartável incorporam-se cada vez mais ao
fazer artístico, em consonância com a pós-modernidade. No detalhe da obra Bastidores,
percebe-se a

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 62


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A) utilização de objetos do cotidiano como tecido, bastidores, agulha, linha e fotocópia, que
tornam a obra de abrangência regional.
B) ruptura com meios e suportes tradicionais por utilizar objetos do cotidiano, dando-lhes
novo sentido condizente.
C) apropriação de materiais e objetos do cotidiano, que conferem à obra um resultado
inacabado.
D) apropriação de objetos de uso cotidiano das mulheres, o que confere à obra um caráter
feminista.
E) aplicação de materiais populares, o que a caracteriza como obra de arte utilitária.

Comentários:
- A alternativa A está incorreta, pois os elementos empregados na confecção da obra são amplamente
utilizados em território nacional.
- A alternativa B é a resposta, afinal Rosângela Paulino se apropria de elementos tradicionais e
cotidianos – os instrumentos de costura – para a realização de sua obra, ao qual é atribuído sentido
artístico.
- A alternativa C está incorreta, pois a obra não apresenta indícios de que não foi concluída.
- A alternativa D está incorreta, afinal a autora se apropria de elementos da costura para representar
uma mulher negra com a boca costurada, como se fosse silenciada, mas não se coloca como uma arte
feminista. Além disso, a costura não é um elemento exclusivo do cotidiano feminino.
- A alternativa E está incorreta, afinal a obra não possui caráter utilitário, afinal é voltada para a
contemplação.
Gabarito: B

11. (ENEM - 2012)

Sem formação acadêmica específica em artes visuais, Heitor dos Prazeres, que também é
compositor e instrumentista, é reconhecido artista popular do Rio de Janeiro. Suas pinturas
de perspectivas imprecisas e com traços bem demarcados são figurativas e sugerem
movimento. Essa obra retrata

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 63


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

a) a confraternização de uma população socialmente marginalizada.


b) o inconformismo da população de baixa renda da capital.
c) o cotidiano da burguesia contemporânea da capital.
d) a instabilidade de uma realidade rural do Brasil.
e) a solidariedade da população nordestina.
Comentários
- A alternativa A é a resposta. Heitor dos Prazeres foi um sambista e pintor no Rio de Janeiro,
destacando-se como um personagem marcante da Praça Onze, um dos pontos de efervescência da
cultura afro-brasileira. Como pintor, suas telas retrataram comunidades, crianças, bares, festas e outros
elementos do cotidiano das camadas populares da capital.
- A alternativa B está incorreta, pois o quadro de Heitor dos Prazeres não sugere uma reação da
população de baixa renda quanto a uma situação de injustiça social ou cenário político, mas um
momento de festejo.
- A alternativa C está incorreta, pois o autor retratou uma cena de celebração entre pessoas das
camadas populares.
- A alternativa D está incorreta, afinal a cena representada pelo artista sugere um momento de
descontração entre quatro pessoas, não sendo possível, portanto, concluir que se trata de uma
representação de uma situação instável.
- A alternativa E está incorreta, afinal não há elementos que sugiram que a cena retratada pelo autor se
passa na região Nordeste ou represente a população Nordestina.
Gabarito: A

12. (ENEM – 2009 – Cancelado)

O artesanato traz as marcas de cada cultura e, desse modo, atesta a ligação do homem com
o meio social em que vive. Os artefatos são produzidos manualmente e costumam revelar
uma integração entre homem e meio ambiente, identificável no tipo de matéria-prima
utilizada.

Pela matéria-prima (o barro) utilizada e pelos tipos humanos representados, em qual região
do Brasil o artefato acima foi produzido?
A) Sul.
B) Norte.
C) Sudeste.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 64


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

D) Nordeste.
E) Centro-Oeste.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois ainda que no sul gaja artesanato de argila, são mais objetos utilitários
do que estátuas.
A alternativa B está incorreta, pois na região norte há uma quantidade maior de artesanato em cerâmica
marajoara, argila e cestaria.
A alternativa C está incorreta, pois na região sudeste há uma quantidade mais frequente de peças de
tecido e renda.
A alternativa D está correta, pois o artesanatos mais típicos da região nordeste são os trabalhos em
barro, madeira, areia e em cerâmica, principalmente criando carrancas e personagens do dia a dia ou do
imaginário popular, como figuras do cangaço, por exemplo.
A alternativa E está incorreta, pois os temas mais frequentes do artesanato do centro-oeste lembram
cenas de caça, lendas, danças e demais situações folclóricas.
Gabarito: D

13. (ENEM – 2009 – Cancelado)

TEXTO A

TEXTO B
Metaesquema I
Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o
apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Nesta obra, como o próprio nome
define: meta — dimensão virtual de movimento, tempo e espaço; esquema — estruturas,
os Metaesquemas são estruturas que parecem movimentar-se no espaço. Esse trabalho
mostra o deslocamento de figuras geométricas simples dentro de um campo limitado: a
superfície do papel. A isso podemos somar a observação da precisão na divisão e no
espaçamento entre as figuras, mostrando que, além de transgressor e muito radical, Oiticica
também era um artista extremamente rigoroso com a técnica.
Disponível em: http://www.mac.usp.br. Acesso em: 02 maio 2009 (adaptado).

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 65


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o


apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Levando-se em consideração o texto e
a obra Metaesquema I, reproduzidos acima, verifica-se que
A) a obra confirma a visão do texto quanto à ideia de estruturas que parecem se
movimentar, no campo limitado do papel, procurando envolver de maneira mais efetiva o
olhar do observador.
B) a falta de exatidão no espaçamento entre as figuras (retângulos) mostra a falta de rigor
da técnica empregada, dando à obra um estilo apenas decorativo.
C) Metaesquema I é uma obra criada pelo artista para alegrar o dia a dia, ou seja, de caráter
utilitário.
D) a obra representa a realidade visível, ou seja, espelha o mundo de forma concreta.
E) a visão da representação das figuras geométricas é rígida, propondo uma arte figurativa.
Comentários:
A alternativa A está correta, pois por não serem completamente alinhadas as formas dão a impressão de
movimento mesmo na bidimensionalidade do papel.
A alternativa B está incorreta, pois o texto afirma que “além de transgressor e muito radical, Oiticica
também era um artista extremamente rigoroso com a técnica”.
A alternativa C está incorreta, pois a obra é descrita como de caráter participativo, não contemplativo.
A alternativa D está incorreta, pois a obra não busca mimetizar o real. É uma imagem abstrata.
A alternativa E está incorreta, pois a arte aqui é abstrata, não figurativa.
Gabarito: A

14. (ENEM - 2002)

A leitura do poema "Descrição da guerra" em Guernica traz à lembrança o famoso quadro


de Picasso.
Entra pela janela
o anjo camponês;
com a terceira luz na mão;
minucioso, habituado
aos interiores de cereal,
aos utensílios que dormem na fuligem;
os seus olhos rurais
não compreendem bem os símbolos
desta colheita: hélices,
motores furiosos;
e estende mais o braço; planta
no ar, como uma árvore
a chama do candeeiro.(...)
(Carlos de Oliveira in ANDRADE, Eugénio. Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa. Porto: Campo das Letras, 1999.)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 66


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Uma análise cuidadosa do quadro permite que se identifiquem as cenas referidas nos
trechos do poema.

Podem ser relacionadas ao texto lido as partes:


a) a1, a2, a3
b) f1, e1, d1
c) e1, d1, c1
d) c1, c2, c3
e) e1, e2, e3
Comentários
Essa é uma questão de interpretação da imagem. Na sessão e1 é possível ver o “anjo camponês”
entrando pela janela; ao passo que na sessão d1, vê-se um braço segurando um candeeiro (lampião),
disposto na sessão c1. Feitas essas considerações, a alternativa C é a resposta.
Gabarito: C

15. (Uel - 2019)

Na contemporaneidade, vivemos o predomínio das imagens visuais, conforme sugere a


figura. Nesse aspecto, percebê-las como portadoras de conceitos e sentidos leva teóricos a
discutirem sobre a necessidade da alfabetização visual. Tanto a imagem quanto a sua leitura
produzem conceitos e transformam a percepção da realidade e seu contexto cultural.

Com base nas concepções de leitura de imagem e cultura visual, atribua V (verdadeiro) ou F
(falso) às afirmativas a seguir.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 67


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

( ) Ao ler a imagem, cruzamos informações do objeto, suas características formais,


cromáticas, com informações do leitor, seu conhecimento, suas deduções, imaginação.
Dessa forma, a leitura implica o que vemos e o que conhecemos.
( ) Ao ler a imagem, percebemos que não existem receptores nem leitores, mas
construtores de significados que leem a partir de suas referências culturais.
( ) Ao ler a imagem, consideramos que os objetos de estudo e a produção envolvem os
modos de ver, sentir e imaginar, e que a percepção é uma interpretação, significação dada
pelo espectador/observador.
( ) Ao ler a imagem, compreendemos que ela constitui um modo de linguagem na
composição e envolve a compreensão das mensagens em diversos níveis, considerando os
seus elementos estruturais.
( ) Ao ler a imagem, identificamos um sinal com significado único, os símbolos visuais são
dispostos a fim de representar as imagens de modo sistemático e baseado nas regras da
linguagem articulada.

Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.


a) V, V, V, V, F.
b) V, V, V, F. F.
c) F, V, F, V, F.
d) F, V, V, F, V.
e) F, F, F, V, V.

Comentários:

A afirmativa I é verdadeira, pois a imagem é interpretada tanto a partir daquilo que o objeto traz como
das referências do próprio espectador, que significa a obra a partir de suas vivências.

A afirmativa II é verdadeira, pois a imagem é compreendida a partir de contextos culturais específicos,


tanto da existência da imagem quanto das pessoas que leem a obra.

A afirmativa III é verdadeira, pois que dá significado à obra é o receptor, a partir de suas vivências de
mundo e bagagem cultural.

A afirmativa IV é verdadeira, pois as imagens possuem muitos níveis de compreensão. Para além dos
elementos visuais, há também o modo como os espectadores compreendem cada um desses elementos.
A leitura de imagens não é feita do mesmo modo que de um texto verbal.

A afirmativa V é falsa, pois a linguagem articulada, ou seja, próximas às expressões verbais, não se aplica
à imagens. Uma imagem é entendida de diferentes maneiras, considerando conhecimentos e vivências,
além de contextos culturais.

Gabarito: A

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 68


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

16. (Uel - 2019)

Relacione as imagens às manifestações artísticas a seguir.

(A) Representa a natureza e o cotidiano, bem como a visão do homem na captação de


formas simples.
(B) Ocupa espaços públicos, por meio de intervenções e performances artísticas,
estabelecendo a relação entre arte e cidade.
(C) Utiliza a pintura para causar efeitos ilusórios por meio da perspectiva arquitetônica das
cenas.
(D) Expressa o poder, respeitando as convenções, como a frontalidade e a indicação do lugar
das personagens na composição.

Assinale a alternativa que contém a associação correta.


a) I-B, II-D, III-A, IV-C.
b) I-C, II-A, III-D, IV-B.
c) I-C, II-B, III-A, IV-D.
d) I-D, II-A, III-C, IV-B.
e) I-D, II-C, III-A, IV-B.

Comentários:

A imagem I se refere à manifestação em C. Os afrescos romanos na parede são criados de tal modo que
possam criar ilusão de perspectiva e volume.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 69


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A imagem II se refere à manifestação em A. As pinturas pré-históricas em paredes imitam elementos


cotidianos e da natureza.

A imagem III se refere à manifestação em D. As imagens vistas aqui são mosaicos bizantinos, que
respeitam regras de frontalidade, sem se apegar a noções de perspectiva.

A imagem IV se refere à manifestação em B. o grafite está numa superfície pública, um muro,


estabelecendo relação com a cidade.

Gabarito: B

17. (Uel - 2012)

Analise as figuras a seguir.

A relação do homem com a terra, expressa pelo universo do trabalho, é assunto recorrente
na produção de fotógrafos e artistas plásticos. A fotografia e a pintura abordam essa
temática. Com base na análise dessas figuras e nos conhecimentos sobre arte e história,
considere as afirmativas a seguir.
I. Tanto na fotografia quanto na pintura, há elementos compositivos que constituem sistema
perspectivo gerador do efeito de profundidade e que podem ser considerados documentos
históricos.
II. Café explicita anseios do movimento modernista, como a busca de uma temática nacional
no contexto de uma economia predominantemente agrícola.
III. A fotografia, por ser um instrumento mecânico de apreensão da realidade, renuncia a
elementos estéticos ou de caráter documental.
IV. Em Café, a figura humana adquire formas robustas, sugerindo a ligação dos personagens
com o trabalho e a terra, bem como a sua capacidade produtiva.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 70


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Comentários:
A afirmativa I está correta, pois as linhas para o fundo das imagens e a diferença de tamanho entre as
pessoas criam a ilusão de perspectiva nas imagens.
A afirmativa II está correta, pois no período modernista brasileiro houve uma maior apreciação pelos
temas ligados à ideia de construção de identidade nacional, passando, portanto pela economia agrícola.
A afirmativa III está incorreta, pois a fotografia não é apenas vista como uma técnica documental ou
científica. Ela também pode ser empregada de maneira artística.
A afirmativa IV está correta, pois as personagens fortes denotam sua ligação com o trabalho físico,
exaustivo.
Gabarito: D

18. (Uem - 2018)

Em relação às Artes Visuais, assinale o que for correto.


01) Artes visuais são as manifestações artísticas que abrangem o sentido da visão. Dentre
elas temos a Pintura, a Escultura, o Desenho e a Fotografia.
02) São elementos visuais básicos: ponto, linha, forma e cor.
04) As dimensões tradicionais do espaço são: altura, largura e lateralidade.
08) A Pintura, o Desenho e a Fotografia são artes consideradas bidimensionais, pois são
compostas apenas por duas dimensões.
16) Das manifestações visuais tridimensionais conhecidas da pré-história, as mais antigas
são as esculturas feitas em barro ou em argila.

Comentários:

O item 01 está correto, pois de fato as artes visuais, como o nome já aponta, são aquelas que podem ser
compreendidas e apreciadas a partir do sentido da visão.

O item 02 está correto, pois todos os elementos citados são considerados conceitos básicos para a
composição de obras visuais.

O item 04 está incorreto, pois as dimensões do espaço são altura, largura e profundidade.

O item 08 está correto, pois todas as linguagens citadas são realizadas em suportes bidimensionais.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 71


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

O item 16 está incorreto, pois durante a pré-história se produziam objetos a partir de lascas de pedra e
ossos. Apenas posteriormente, com o advento do fogo, se criam os artefatos em argila.

Gabarito: 01 + 02 + 08 = 11.

19. (Uepg - 2018)

Sobre os elementos formais que caracterizam as linguagens artísticas, assinale o que for
correto.
01) Nas Artes Visuais, o volume pode ser percebido tanto pelo tato quanto pela visão e utiliza
aspectos bidimensionais como altura e largura.
02) Na música, a Melodia se define pelo conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva.
04) O círculo cromático é um dos instrumentos que possibilita compreender a estrutura da
cor e nele podem ser visualizadas as cores primárias e as cores secundárias.
08) O ponto é o sinal convencional das artes visuais e o elemento de base do sistema pelo
qual são impressas as imagens: a retícula tipográfica.

Comentários:

O item 01 está incorreto, pois obras bidimensionais não podem ser percebidas pelo tato.

O item 02 está correto, pois a definição de melodia é a sequência de notas e sons, harmonizados formando
uma linha melódica.

O item 04 está correto, pois a partir do círculo cromático é possível compreender as relações entre cores
primárias e secundárias, compreendendo sua formação.

O item 08 está correto, poisas imagens são impressas a partir de uma sucessão de pontos sobrepostos
em diferentes cores, à semelhança do que se fazia no pontilhismo.

[08] Correto. É um dos elementos da composição gráfica nas artes visuais e se constitui como elemento
fundamental na retícula tipográfica, onde na justaposição de pontos obtém-se a imagem.

Gabarito: 02 + 04 + 08 = 14.

20. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil)

A videodança é um produto híbrido realizado com a mistura entre o audiovisual e a dança e


tem como principal elemento o movimento. É diferente do mero registro documental de um
espetáculo porque pressupõe uma adaptação do que é captado do palco para a linguagem
televisiva ou a criação de danças concebidas especialmente para a projeção na tela. Isso
significa que os movimentos da câmera – travellings, panorâmicas, zoom in, zoom out –,
assim como a escolha dos planos, a montagem e a edição das cenas são tão importantes
para o resultado final quanto os movimentos capturados pelas lentes. Com isso, o vídeo
deixa de ser apenas meio para se transformar em um “sistema de expressão”, conforme

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 72


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

descreve o pesquisador Arlindo Machado (1949). Apesar de adotar o termo “vídeo” em sua
nomenclatura, a videodança pode ser produzida tanto no meio eletrônico e digital quanto
em película cinematográfica.
VIDEODANÇA . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível
em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo14324/videodanca>. Acesso em: 31 de Ago. 2020. Verbete da
Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

Segundo o texto, a videodança


a) é um registro documental de um espetáculo, que se torna popular a partir do século XX,
em diálogo com o cinema.
b) demanda um pensamento tanto na coreografia quanto nos movimentos de câmera e
edição para compor a obra.
c) é um termo para um tipo de filmagem que leva em consideração os movimentos de
câmera dinâmicos.
d) consiste em um sistema de expressão contemporâneo do audiovisual, ligado ao cinema
digital e em vídeo.
e) é um gênero de cinema contemporâneo que consiste em retratar narrativas ligadas ao
mundo da dança.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois o texto aponta que a videodança não é um simples registro. Os
movimentos de câmera são pensados para dialogar narrativamente com a coreografia.
A alternativa B está correta, pois o texto aponta que “É diferente do mero registro documental de um
espetáculo porque pressupõe uma adaptação do que é captado do palco para a linguagem televisiva ou
a criação de danças concebidas especialmente para a projeção na tela”.
A alternativa C está incorreta, pois videodança são obras que contam com uma coreografia executada
fisicamente e uma filmagem cujos movimentos de câmera acompanham a movimentação do performer.
A alternativa D está incorreta, pois o texto deixa claro que o registro cinematográfico em película
também é possível, não sendo exclusivamente ligada ao vídeo e ao digital.
A alternativa E está incorreta, pois não há nada no texto que indique que isso seria um gênero
cinematográfico, mas uma expressão artística.
Gabarito: B

21. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil)

A rua deve ser espaço democrático e o teatro que nele é feito tem potência muito maior no
que diz respeito a afetar maior número de pessoas de todas as classes e gostos. Interessado
ou não no espetáculo, com foco direcionado a isto ou não, alguma percepção e reflexão é
possível a partir da relação estabelecida naquele momento. Não há desigualdades ou
distinções – todos são iguais sobre aquele chão de onde floresce a apresentação e a
participação de cada um. A cidade é o ambiente do espetáculo na sociedade pós-moderna.
O lugar do real e da fantasia, das catarses íntimas eclodirem a partir do público. (...) Assim,
entende-se que a própria cidade pode ser palco aberto, onde pretende-se discutir, dialogar
e entreter o público. A cidade como espaço de apropriação e de pertencimento,
transformando e reinventando.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 73


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

(Disponível em <http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/ricultsociedade/article/view/10492> Acesso


em 20 nov. 2020)

A partir da descrição no texto, apreende-se que o teatro de rua


a) dialoga de maneira política com a sociedade em que se encontra, pois ocupa o espaço
público de maneira sincrética.
b) obriga o espectador a olhar a produção artística, o que nem sempre gera uma boa
recepção por parte do público.
c) cria uma maior preservação da arte, já que não cobra ingressos para a entrada do público
nos locais de apresentação.
d) elabora questões irreais, criando elementos para os espetáculos próximos da fantasia e
do realismo fantástico.
e) transforma a cidade de maneira permanente, já que precisa reelaborar locais de
passagem para que sejam cenários.
Comentários:
A alternativa A está correta, pois o texto afirma que ninguém fica imune ao teatro de rua, já que ele
ocupa todos os espaços, se abrindo para o olhar do público de maneira indiscriminada. . Se pensamos
em política como algo que diz respeito à relação do cidadão com o espaço público, o entendimento de
que a rua pode ser um espaço de ocupação artística, não só de passagem, é um ato modificador.
A alternativa B está incorreta, pois não há nada no texto que indique que o público não recebe bem,
mas que ele não fica nunca imune ao que ocorre.
A alternativa C está incorreta, pois a rua não exige o pagamento de ingressos. Além disso, o texto
aponta para uma democratização da arte, não maior preservação.
A alternativa D está incorreta, pois a ideia de fantasia aqui não é necessariamente de gênero literário,
mas de criação de outro mundo, como proporcionado pelas artes cênicas.
A alternativa E está incorreta, pois o espetáculo é perene, não permanente. Assim, não há uma
modificação para sempre.
Gabarito: A

22. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil)

Desde que o projeto Graphic MSP foi lançado em 2012 temos visto os personagens de
Mauricio de Sousa se aventurando cada vez mais em temas que dificilmente seriam
explorados com tanta seriedade nos quadrinhos normais da Turma da Mônica, como
bullying por exemplo. E esse mês chegou às bancas uma nova história desse projeto que fala
sobre um dos temas mais importantes de se debater atualmente na sociedade: racismo.
Jeremias – Pele é obra do roteirista Rafael Calça e do desenhista Jefferson Costa, nessa
história conhecemos um pouco mais sobre a vida de Jeremias na escola e com seus pais e
como ele tem uma vida feliz e normal para um menino da sua idade, até que ele é
confrontado com a realidade do racismo. O quadrinho acompanha Jeremias tentando
entender por que alguém se acha no direito de o tratar de forma diferente por causa da cor

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 74


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

de sua pele e como os pais dele tem a difícil missão de explicar para ele o que é racismo e
como isso infelizmente ainda faz parte da nossa sociedade em todos os níveis.
O tema é abordado pelos autores de forma realista e educativa, tratando do tema de
modo que o público infantil consiga entender o quão cruel e errado o preconceito racial é.
Como um bônus o quadrinho ainda traz um texto do rapper Emicida.
Jeremias – Pele é a 18ª graphic novel lançada pela MSP e a primeira a ter um
protagonista negro.
(Disponível em <https://nerdivinas.com.br/jeremias-pele-nova-graphic-novel-da-msp-tem-racismo-como-tema>
Acesso em 20 nov. 2020)

A importância da publicação da tirinha, no contexto da trajetória das histórias em


quadrinhos no tempo, é de
a) tratar de maneira lúdica sobre a história de uma personagem pouco conhecida pela
maioria dos leitores do universo.
b) colocar no centro da história uma personagem de uma minoria sub-representada no
protagonismo das HQs.
c) abordar de maneira realista um problema tipicamente brasileiro que é a desigualdade
social entre brancos e negros.
d) acompanhar a evolução de uma personagem de maneira inédita da trajetória dos
quadrinhos da companhia.
e) retratar pessoas de diferentes etnias numa mesma história, mostrando pessoas que
convivem de maneira pacífica.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois a importância está em abordar a vivência do racismo e do bullying
contra negros, não no pouco destaque da personagem.
A alternativa B está correta, pois há poucos exemplos ao longo da história das HQs de protagonistas
negros. No próprio contexto expresso, fica claro o ineditismo da personagem principal ser negra.
A alternativa C está incorreta, pois esse não é um problema tipicamente brasileiro. A desigualdade racial
e o racismo não podem ser considerados apenas problemas do Brasil.
A alternativa D está incorreta, pois o mais importante é retratar o racismo e colocar uma personagem
negra como protagonista, não necessariamente a evolução interna da personagem.
A alternativa E está incorreta, pois o HQ é descrito como uma história sobre preconceito, indicando que
não há uma convivência pacífica.
Gabarito: B

23. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Celina Gil)

Uma exposição em cartaz no Museu de Artes e Indústrias de Hamburgo, na Alemanha,


inova ao abordar tatuagens como obras de arte.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 75


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

“Nossa pele é uma dádiva, é um tipo especial de tela”, afirma Susanna Kumschick,
antropóloga suíça que fez a curadoria da mostra. Ela conta que foi motivada a realizar a
exibição pela necessidade de olhar para corpos pintados de um novo ângulo.
“Na antropologia, a tatuagem é um grande assunto, porque é observada em tantas
culturas e tradições. Mas comecei a pesquisar e percebi que ela nunca tinha sido abordada
em museus de arte ou design, apenas em museus de história e civilização”, conta.
Segundo Kumschick, a volta do interesse do público e das organizações culturais pelas
tatuagens é em parte explicada pela arte que explora a imagem corporal. A autora destaca
a obra da artista performática austríaca Valie Export: “Em 1970, ela tatuou uma cinta-liga
em sua perna, ao ar livre, durante uma performance. Foi uma das primeiras mulheres a
criticar a maneira como as pessoas olham para o corpo feminino”, explica a curadora.
(Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/03/150324_vert_cul_exposicao_tatuagens_ml>
Acesso em 16 jun. 2020)

Segundo o texto, a tatuagem e a arte corporal de modo geral podem ser compreendidas a
partir de
a) um olhar europeu, que olha para outras sociedades a partir de uma perspectiva da
colonização ou exotização.
b) uma perspectiva histórica e etnográfica, olhando para as diversas expressões que usam o
corpo como suporte.
c) uma ideia de que o trabalho usando o corpo como suporte é sempre ligado ao processo
de feitura da obra, não só o resultado final.
d) uma noção de que não se pode compreender as tatuagens ou demais modos de pintura
corporal como passíveis de exposição.
e) um ideal feminista de arte, que coloca a mulher no centro da produção artística e cultural
no campo da arte corporal.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois não se pode apontar a partir do texto que haja uma ideia de tratar o
outro de maneira exótica, mas sim de valorizar diferentes expressões artísticas.
A alternativa B está correta, pois o texto aponta para os usos da tatuagem por diversas civilizações e em
diferentes contextos, ainda que tenham sido pouco exploradas. Os “corpos pintados” citados, por
exemplo, remetem não só a tatuagens como a pinturas corporais, por exemplo. No contemporâneo,
pode-se observar diálogos com a performance, como no caso da performance dos anos 1970.
A alternativa C está incorreta, pois não há nada no texto que aponte apenas para uma valorização do
processo de feitura das artes corporais, ainda que se mencione uma performance que o processo de
fazer a tatuagem fosse a própria ação artística.
A alternativa D está incorreta, pois o texto aponta o contrário: que há espaço para a exposição de
diferentes tipos de obras de arte, inclusive a própria tatuagem e as artes corporais.
A alternativa E está incorreta, pois a artista que discute questões de gênero é apenas um exemplo de
uso da tatuagem como arte. Não quer dizer que as artes corporais sejam necessariamente ligadas a
gênero.
Gabarito: B

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 76


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

24. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Celina Gil)

Abstrato
Fazer artístico que não representa objetos ou elementos na maneira como eles se
apresentam no mundo, na realidade à nossa volta, mas sim a partir de formas que não
remetem necessariamente à realidade.

Dentre as obras abaixo, a que apresenta maior grau de abstração é a pintura:

a) d)

(Steamboats in the Port of Rouen, 1896, Camille Pissarro)


(The Ballet from “Robert le Diable”, 1971,
Edgard Degas)

e)

b)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 77


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

(View of the Seacoast near Wargemont in Normandy, 1880,


Auguste Renoir)

(Untitled, 1945, Jackson Pollock)

c)

(View of the Domaine Saint-Joseph, 1880s, Paul Cézanne)

Comentários:

Apesar de todas as obras apresentadas apresentarem algum grau de abstração, seja pela escolha de cores,
seja pela menor nitidez de formas e contornos, a alternativa E é a que apresenta desenho com maior
abstração, sendo praticamente impossível encontrar grandes referenciais na realidade. Exceto por
algumas imagens, poucos elementos são identificáveis. A obra é mais fortemente fundada nas imagens
abstratas.

Gabarito: E

25. (UNESP – 2020)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 78


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Perspectiva. Técnica de representação, numa superfície plana, do espaço tridimensional,


baseado no uso de certos fenômenos ópticos, como a diminuição aparente no tamanho dos
objetos e a convergência das linhas paralelas à medida que se distanciam do observador.
(Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007.)

Verificam-se distorções e ambiguidades em relação à técnica da perspectiva na seguinte


obra:

Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois a obra “A clarividência” não faz nenhuma subversão da perspectiva;
pelo contrário, ela é marcada por figurativismo.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 79


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A alternativa B está correta, pois percebe-se que não há mudança no tamanho dos elementos a
depender da distância em que se encontram. As pessoas do quadro também são do mesmo tamanho,
independentemente de onde estão. Outro modo de responder à questão seria identificar que o pintor é
Escher, artista que tem como uma de suas principais características a subversão da perspectiva.
A alternativa C está incorreta, pois há um uso da perspectiva como descrito no verbete que compõe o
enunciado, principalmente na diminuição dos tamanhos.
A alternativa D está incorreta, pois vê-se diferença de tamanho nas personagens, indicando que há uso
da perspectiva.
A alternativa E está incorreta, pois há um aprofundamento da paisagem, que por estar mais distante se
encontra menor.
Gabarito: B

26. (UNESP – 2018)


Expressionismo: Termo aplicado pela crítica e pela história da arte a toda arte em que
as ideias tradicionais de naturalismo são abandonadas em favor de distorções ou
exageros de forma e cor que expressam, de modo premente, a emoção do artista. Neste
sentido mais geral, o termo pode ser aplicado à arte de qualquer período ou lugar que
conceda às reações subjetivas um lugar de maior importância que à observação do
mundo exterior.
(Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007.)

De acordo com essa definição, pode ser considerada expressionista a obra:

a) b)

c) d)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 80


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

e)

Comentários: O expressionismo é descrito como “ toda arte em que as ideias tradicionais de


naturalismo são abandonadas em favor de distorções ou exageros de forma e cor que expressam,
de modo premente, a emoção do artista” e o autor afirma que o termo pode ser aplicado à arte de
qualquer período ou lugar que conceda às reações subjetivas um lugar de maior importância que à
observação do mundo exterior”. Assim, a obra de arte expressionista aqui é aquela que não busca a
representação real/fiel do mundo, mas sim representa-o de acordo com as emoções do artista.

A única obra que representa o mundo dessa maneira aqui é A igreja de Auvers-Sur-Oise, de Van Gogh –
artista notadamente expressionista. Isso se comprova pela distorção das formas do prédio e pelos traços
bem marcados dos caminhos e grama.

Todas as outras obras buscam representar fielmente a realidade, ainda que possuam estilos diferentes.

Gabarito: E

27. (UNESP – 2018)


Na Europa, os artistas continuam a explorar caminhos traçados pelos primeiros pintores
abstratos. Mas a abstração desses artistas não é geométrica: sua pintura não representa
nenhuma realidade, tampouco procura reproduzir formas precisas. Cada artista inventa sua
própria linguagem. Cores, formas e luz são exploradas, desenvolvidas e invadem as telas.
Traços vivos e dinâmicos... Para cada um, uma abstração, um lirismo.
(Christian Demilly. Arte em movimentos e outras correntes do século XX, 2016. Adaptado.)

O comentário do historiador Christian Demilly aplica-se à obra reproduzida em:

a) b)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 81


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c) d)

e)

Comentários: A obra descrita no enunciado possui características como “abstração não geométrica”,
“pintura que não representa nenhuma realidade”, “não reproduz formas precisas”, “cor, forma e luz
exploradas”, “traços vivos e dinâmicos”. Analisando-se uma a uma as alternativas percebe-se, que:
A alternativa A está incorreta, pois busca representar uma realidade.
A alternativa B está incorreta, pois também busca representar uma realidade.
A alternativa C está incorreta, pois apresenta uma abstração geométrica.
A alternativa E está incorreta, pois reproduz formas precisas.
Assim, a única alternativa que possui todas as características elencadas no enunciado é alternativa D,
Azul II, de João Miró.
Gabarito: D

28. (UNESP – 2017)


O quadro não se presta a uma leitura convencional, no sentido de esmiuçar os detalhes da
composição em busca de nuances visuais. Na tela, há apenas formas brutas, essenciais, as
quais remetem ao estado natural, primitivo. Os contornos inchados das plantas, os pés
agigantados das figuras, o seio que atende ao inexorável apelo da gravidade: tudo é raiz.
O embasamento que vem do fundo, do passado, daquilo que vegeta no substrato do ser.
As cabecinhas, sem faces, servem apenas de contraponto. Estes não são seres pensantes,
produtos da cultura e do refinamento. Tampouco são construídos; antes nascem, brotam
como plantas, sorvendo a energia vital do sol de limão. À palheta nacionalista de verde
planta, amarelo sol e azul e branco céu, a pintora acrescenta o ocre avermelhado de uma
pele que mais parece argila. A mensagem é clara: essa é nossa essência brasileira – sol, terra,

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 82


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

vegetação. É isto que somos, em cores vivas e sem a intervenção erudita das fórmulas
pictóricas tradicionais. (Rafael Cardoso. A arte brasileira em 25 quadros, 2008. Adaptado.)
Tal comentário aplica-se à seguinte obra de Tarsila do Amaral (1886-1973):

a) b)

c) d)

e)

Comentários: O quadro a que o enunciado se refere possui as seguintes características:

➢ formas brutas, essenciais, remetendo ao estado natural, primitivo;


➢ plantas de contornos inchados;
➢ pés agigantados e seio caído (apelo da gravidade);
➢ cabecinhas sem faces;

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 83


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

➢ seres não construídos, mas sim naturais; e


➢ palheta de cores em verde, amarelo, azul e branco, além de um ocre avermelhado na pele.

O único quadro que se adequa a essa descrição é o Antropofagia. A pintura mostra duas figuras de
cabeças pequenas e pés gigantes, além de uma figura com o seio grande e caído.

Além disso, há grandes plantas atrás das personagens, obedecendo os tons de cores descritos do
enunciado como brasileiros, nacionais (o verde, o amarelo, o azul e o branco). O tom da pele das
personagens obedece ao ocre do enunciado.

Assim a alternativa correta é alternativa A.

Gabarito: A

29. (UNESP – 2017)


A partir do início do século XX, na França, alguns artistas vão subverter a concepção que se
tinha da pintura. Em vez de simplesmente representar o que era visto, eles decidem
representar aquilo que não podia ser visto. Os rostos de perfil têm dois olhos, a natureza se
decompõe em formas geométricas... a realidade se revela em todas as suas facetas, como
um cubo achatado.
(Christian Demilly. Arte em movimentos e outras correntes do século XX, 2016. Adaptado.)

Uma obra representativa da estética à qual o texto se refere está reproduzida em:

a) b)

c) d)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 84


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

e)

Comentários: O enunciado apresenta as seguintes características como específicas da obra citada:


➢ Feita no século XX, na França
➢ Não representar o que era visto, mas o que não podia ser visto.
➢ Os rostos de perfil têm dois olhos.
➢ A natureza se decompõe em formas geométricas.
Além da frase “a realidade se revela em todas as suas facetas, como um cubo achatado”.
A única obra que se encaixa nessas características é Mulher sentada, de Pablo Picasso. O próprio nome
do artista já poderia ser um indício para responder, pois Picasso é um dos maiores artistas cubistas.
Analisando-se a imagem, porém, é perceptível a composição envolvendo o nariz e boca de perfil
juntamente com os dois olhos aparecendo. Isso é exatamente o modo como essa pintura é descrita no
enunciado. A mulher também é construída com formas geométricas.
Portanto, a alternativa correta é alternativa C.
Gabarito: C

30. (UNESP – 2016)


Essa nova sensibilidade artística, apesar de heterogênea, pode ser resumida através da
atenção à forma e ao tema, assim como ao processo. A forma inclui cores saturadas, formas
simples, contornos relativamente nítidos e supressão do espaço profundo. O tema deriva de
fontes preexistentes e manufaturadas para consumo de massa.
(David McCarthy. Movimentos da arte moderna, 2002. Adaptado.)

O comentário do historiador David McCarthy aplica-se à obra reproduzida em:

a) b)

(Andy Warhol. Elvis I, 1962.) (Pablo Picasso. As senhoritas de Avignon, 1907.)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 85


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c) d)

(Henri Matisse. Interior, jarra com peixes


(Jackson Pollock. Convergência, 1952.) vermelhos, 1914.)

e)

(Kasemir Malevitch. Cruz Negra, 1923.)

Comentários: A obra descrita no enunciado conta com as seguintes características:


➢ Atenção à forma e ao tema, assim como ao processo.
➢ Cores saturadas, formas simples, contornos relativamente nítidos e supressão do espaço
profundo.
➢ Tema derivado de fontes preexistentes e manufaturadas para consumo de massa.
A chave para responder a essa questão estaria na expressão consumo de massa. Essa expressão se liga à
ideia de indústria cultural e cultura de massa. Chama-se de cultura de massa os produtos da indústria
cultural, ou seja, as expressões da cultura produzidas com o intuito de serem vendidas e gerar lucro.
Seu objetivo é atingir o grande público. Por vezes, algumas figuras podem simbolizar bastante esses
ideias. Pessoas como Marilyn Monroe e Elvis Presley se tornam ao longo do tempo muito conhecidas,
fazendo com que suas imagens sejam recriadas frequentemente em diferentes obras de arte. A Pop Art
é o movimento artístico que mais se apropria desses referenciais.
Assim, a obra que melhor representa essas características é Elvis I, de Andy Warhol, um dos principais
representantes da cultura pop.
Gabarito: A

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 86


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Considerações finais
A partir da próxima aula, iremos começar a nos dedicar a movimentos artísticos em si!

Até lá, pratique bastante com os exercícios desta aula, para chegar sem dúvidas na próxima aula!
Qualquer dúvida estou à disposição no fórum ou redes sociais!

Prof.ª Celina Gil


/professora.celina.gil Professora Celina Gil @professoracelinagil

Versão Data Modificações


1 29/12/2020 Primeira versão do texto.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 87

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