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Conceitos básicos
O que é arte?; Como interpretar uma obra de arte; Definições
importantes; Arte e sociedade (política, mercado e crítica); Arte e
sociedade.
Prof.ª Celina
AULA 00
24 DE DEZEMBRO DE 2020
Sumário
APRESENTAÇÃO 3
Quem sou eu 3
2- O QUE É ARTE? 4
3 – DEFINIÇÕES IMPORTANTES 6
Elementos formais 6
Conceitos 8
Técnicas 11
Gêneros 14
4 - ARTE E SOCIEDADE 16
Arte e mercado 20
5- ARTE E REALIDADE 24
Indústria cultural 25
6 - EXERCÍCIOS 27
6.1 – Questões 27
6.2 - Gabarito 52
CONSIDERAÇÕES FINAIS 87
Apresentação
Olá!
Seja muito bem-vindo a nosso curso de Artes! Espero que possamos juntos trabalhar pela sua
aprovação!
Sabemos que Artes é um tema um pouco mais complicado, principalmente porque não é um
assunto que vemos com profundidade na escola. Porém, muitos vestibulares irão cobrar conhecimentos,
não só de movimentos artísticos, como de análise da imagem. Estamos aqui para ajudar, tanto em artes
plásticas quanto artes da cena, cinema, arte contemporânea e demais expressões artísticas.
Antes de começar nossa primeira aula, é importante que você tenha algumas informações:
Vamos lá?
Quem sou eu
Meu nome é Celina Gil e fui a responsável por esse material que você está vendo. Ingressei na USP
em 2009, no curso de Letras, onde me formei em Português e Latim. Hoje em dia, faço doutorado em
História do Teatro também pela USP. Ou seja, pode contar comigo tanto para gramática e redação quanto
para literatura.
Também sou formada em Cinema, pela FAAP. Por isso, muitas vezes ao longo dos meus materiais
você pode encontrar dicas de filmes, games e séries ajudar deixar o
estudo mais divertido.
Já dei aula para crianças, mas me especializei em trabalhar com
jovens e adolescentes, principalmente em cursos preparatórios para
provas e vestibulares.
Montei esse curso de modo que você possa ter contato com a
teoria e sua aplicação prática. A maioria dos exercícios que você encontra
aqui veio das provas do vestibular a que esse curso se dedica e de outros
grandes vestibulares semelhantes.
Espero que ajude você a passar por esse momento tão
importante.
Vamos lá?
O método mais simples que encontramos até hoje para ensinar como interpretar imagens consiste
em:
1- Identificar:
2 - Analisar: 3 - Contextualizar:
- Qual é o tipo de
- O que compõe essa - Qual foi o momento
imagem que estamos
imagem? histórico da procução
vendo? (publicidade,
- Há textos que dessa imagem?
quadro, charge etc.?)
complementam a - Com que objetivo essa
- Quais as técnicas
imagem? imagem foi criada e
empregadas nessa
- Observar quais são os onde ela foi veiculada ou
imagem?(fotografia,
elementos mais exposta?
pintura, escultura etc?)
destacados e se há - Buscar informações nas
- Observar cores, traços,
detalhes menos óbvios. legendas!
formas etc.
A partir dessa metodologia, o trabalho de interpretar uma imagem fica muito mais simples.
Mas não se esqueça que numa prova de vestibular, o enunciado da questão é tão importante quanto!
Você sempre deve ler a imagem à luz do que a questão está perguntando!
Vamos começar a pensar agora sobre alguns conceitos acerca do que é arte!
2- O que é arte?
Um dos principais questionamentos quando o assunto é arte parece ser como defini-la. Vamos
buscar algumas definições para adentrarmos nesse tema.
“O que é ainda mais importante, prova-nos que aquilo a que chamamos "obras de arte" não
é fruto de uma atividade misteriosa, mas são objetos feitos por seres humanos para seres
humanos. (...) Lembremos que cada uma de suas características é o resultado de uma
decisão pessoal do artista; que este pode ter meditado sobre elas e decidido alterá-las
repetidas vezes(...), pois a maioria das pinturas e esculturas que hoje se alinham ao longo
das paredes dos nossos museus e galerias não se destinava a ser exibida como Arte. Foram
feitas para uma ocasião definida e um propósito determinado, que estavam na mente do
artista quando meteu mãos à obra.” (Ernest Gombrich)
Antes de mais nada, portanto, a arte é uma atividade humana, ou seja, seres humanos são capazes
de produzir arte. São manifestações de ordem estética: trabalha-se ou ressignifica-se alguma matéria de
modo a despertar a percepção do outro e provocar algo nele.
As definições antigas do que é arte não servem para definir a arte no século XXI. No
contemporâneo, já vimos diversas expressões artísticas que não se enquadram nos limites tradicionais.
Quando Marcel Duchamp colocou um mictório assinado em exposição no museu, não havia
nenhuma técnica manual envolvida na produção do objeto. Ele deixou de ser arte por isso?
Quando vemos um vaso num museu, que foi feito para ser uma urna funerária e não um objeto
artístico, ele deixa de ser arte por não ter sido criado com essa intenção?
A resposta para todas essas perguntas é não. A arte não pode mais ser definida a partir do que
pensávamos antes. Então como podemos pensar arte hoje em dia? A partir de alguns parâmetros não
sobre o que ela é, mas sobre o que a arte pode ser:
• A arte pode ser um conjunto de obras de algum período histórico, povo ou movimento;
• Pode ser a habilidade de executar uma obra a partir do uso de uma técnica ou da ressignificação
de um objeto;
• Pode ser um reflexo dos seres humanos de seu tempo, dando pistas acerca do que eles pensavam
e sentiam sobre seu tempo;
• Pode ser um objeto criado para a fruição estética, sem uma utilidade prática cotidiana, como
outros objetos de design. A arte tem função de transcender o material, não de servir ao mundo da
praticidade e do utilitarismo;
• Pode ser uma atividade humana realizada por artistas, conjugando percepções e ideias em um
objeto para a apreciação do outro – e atualmente para a participação do outro também;
• Ou pode ser, com afirma Gombrich, nada além de um fenômeno cultural, uma vez que regras
sobre a arte não são perenes, mas sim mutáveis no tempo e contexto.
Uma das questões exploradas por Gombrich no texto “Introdução - Sobre Artes e Artistas”, no livro
A História da Arte, é justamente o que define arte, o que esperamos da arte e o que é preciso para se
deixar tocar por uma obra de arte.
Antes de adentrar nos estudos de arte, é fundamental pensar sobre esses pontos para que você
chegue com a mente aberta:
“Uma coisa que realmente não existe é aquilo a que se dá o nome de Arte. Existem somente
artistas.”
“Na verdade, Arte com A maiúsculo passou a ser algo de um bicho-papão e de um fetiche.”
“Muitas pessoas gostam de ver em quadros o que também lhes agradaria ver na realidade.
Isso é uma preferência muito natural. Todos gostamos de beleza na natureza e somos
gratos aos artistas que a preservaram em suas obras.”
“Mas essa propensão para admirar o tema bonito e atraente é passível de se converter num
obstáculo se nos levar a rejeitar obras que representam um tema menos atraente.”
“De fato, não tardaremos em descobrir que a beleza de um quadro não reside realmente na
beleza de seu tema.”
“Assim como alguns preferem pessoas que usam poucas palavras e gestos, deixando algo
para ser adivinhado, também há os que gostam de pinturas ou esculturas que deixem
alguma coisa sobre que se possa conjeturar e meditar.”
“Existem duas coisas, portanto, que nos devemos perguntar sempre se acharmos falhas na
exatidão de um quadro. Uma é se o artista não teria suas razões para mudar a aparência
daquilo que viu. (...) A outra é que nunca deveríamos condenar uma obra por estar
incorretamente desenhada, a menos que tenhamos a profunda convicção de estarmos
certos e o pintor errado.”
“Não existe maior obstáculo à fruição de grandes obras de arte do que a nossa relutância
em descartar hábitos e preconceitos.”
3 – Definições importantes
Para que você não encontre dificuldades ao longo do material, separamos algumas definições
importantes quando o assunto é arte. Utilize esse material como um glossário sempre que for preciso.
Muitas questões do seu vestibular podem ser resolvidas a partir dessas definições.
Veremos então quatro grupos de definições técnicas, elementos formais, conceitos e gêneros.
Elementos formais
Cor
É uma percepção visual a partir da luz. A cor de um objeto é
definida a partir da frequência de onda que ele reflete, ou
seja, os comprimentos de onda que ele não consegue
absorver.
As cores podem ser primárias – amarelo, azul e vermelho;
secundárias – verde (união de azul e amarelo), laranja (união
de amarelo e vermelho) e roxo ou violeta (união de vermelho
Forma
O modo como identificamos os elementos. Uma forma pode ser figurativa, quando representa um
elemento de maneira definida; abstrata, quando se constitui de formas indefinidas, como manchas;
geométricas, quando é formada a partir de um conjunto de pontos com determinada propriedade (ex.:
um conjunto de pontos equidistantes de uma origem, forma um círculo), plana ou espacial.
Linha
Um dos elementos essenciais nas artes. A linha é obtida a partir de uma série de
pontos, um depois do outro. É obtida quando se arrasta o instrumento sobe a
superfície, deixando um rastro. Dependendo do modo como é organizada na
superfície, pode denotar diferentes expressividades, como fluidez, dinamismo,
direção, movimento, tensão, ilusões de ótica, texturas etc.
Pode ser reta, curva, ondulada, vertical, horizontal, inclinada, convergente,
divergente, paralela, perpendicular, entre outros. Cada um desses usos gera
uma expressividade diferente.
Luz
A luz, aliada à sombra, é o que faz com que vejamos um objeto no espaço – seja ele tridimensional ou
bidimensional. Ela pode ser natural ou artificial, trazendo diferentes expressividades cada uma delas.
A luz projetada também cria sombra própria e sombra projetada. Em diversas escolas de arte, a luz será
essencial para a criação de verossimilhança ou imitação do real. É um dos primeiros elementos a serem
explorados e aprimorados quando se desenha utilizando técnicas como lápis e grafite.
Matiz
Característica que define e distingue uma cor de outra. Verde e amarelo, por exemplo, são matizes. O
brilho das cores é dado pela intensidade do matiz, que pode ser forte (saturada) ou fraca (dessaturada).
Ponto
Graficamente, é um “pingo” feito sobre uma superfície. É a menor unidade possível em um desenho ou
traçado sobre superfície. É um dos elementos essenciais nas artes.
Pode servir para delinear uma imagem, formando o pontilhado ( ); para sombrear uma imagem
e gerar volume (a partir do agrupamento de muitos pontos, gerando claro e escuro); ou mesmo criar
desenhos completos a partir da alteração de cor e concentração. Essa última ideia será a base para o
Pontilhismo ou para as imagens a partir de pixels, na criação de retícula tipográfica.
Superfície
Espaço em que se executa uma técnica de modo a criar uma obra de
arte.
Pode ser uma tela, um muro, uma parede, um tecido etc.
Textura
A textura é o aspecto de uma superfície. Ela pode ser lisa,
ondulada, áspera, rugosa etc.
Pode não ter necessariamente um volume, ou seja, pode não ser
táctil, mas sim provocar uma sensação visual, quando realizadas a
partir da intervenção de instrumentos manipulados sobre
superfícies: diversos riscos, de diferentes cores, sobre um papel,
por exemplo.
Tom
Refere-se à quantidade de luz presente em uma cor. Escalas tonais mais escuras são aquelas em que
houve acréscimo de preto ao matiz. Escalas tonais mais claras são aquelas em que houve acréscimo de
branco ao matiz.
Volume
É aquilo que determina a tridimensionalidade de uma obra de arte,
seja essa tridimensionalidade real, ou seja, em um objeto físico; ou
criada a partir de um jogo de luz e sombra, para criar a ilusão de
tridimensionalidade numa produção bidimensional.
Se refere tanto ao modo como o objeto se coloca no espaço quanto ao
modo como a luz incide sobre esse objeto, dando-lhe contornos.
Conceitos
Abstrato
Fazer artístico que não representa objetos ou elementos na maneira como eles se apresentam no
mundo, na realidade à nossa volta, mas sim a partir de formas que não remetem necessariamente à
realidade. Pode aparecer em composições com formas geométricas, respingos de tinta etc., em maior
ou menos grau. Foca muitas vezes no mundo interior e na subjetividade dos artistas.
Bidimensional
Característica daquilo que possui apenas duas dimensões: altura e largura. Técnicas como o desenho,
a pintura e a gravura utilizam de suportes bidimensionais.
O desafio que muitas vezes se colocou foi como criar ilusão de tridimensionalidade num suporte
bidimensional. Muitas escolas artísticas utilizaram de técnicas como as de luz e sombra para criar essa
ilusão. Perspectiva, distorção e simetria são outras estratégias para criar a ilusão de
tridimensionalidade.
Outras escolas não se preocuparão com isso, assumindo a visualidade bidimensional sem se
preocupar com artifícios para criar volume em superfícies planas.
Contraste e semelhança
O contraste é fundamentalmente a distinção entre elementos que
compõe uma composição. Assim, elementos opostos com,
consequentemente, significados opostos, formarão entre si uma
relação de contraste.
Quando pensamos em uma aspectos visuais, essa distinção pode
ocorrer a partir de muitos elementos. Contrastes de cor, por
exemplo, entre cores frias e quentes, podem trazer uma série de
significados.
Já a semelhança ocorre quando os elementos, cores, formas etc.
encontram-se harmônicos, não gerando tensões entre si.
Distorção (deformação)
Mudança nas formas ou proporções com a intenção de transmitir alguma ideia.
Foi muito utilizada a partir do século XIX, quando os artistas passam a se dedicar
menos a uma mimese do real e mais a expressões carregadas de subjetividade.
Estilização
Ocorre quando retira-se de uma forma o máximo de elementos possíveis, deixando o mínimo de
informação possível para que ela possa ser compreendida.
Um bom exemplo são os ícones das placas, como os das portas dos banheiros. São convenções
compreendidas por todos.
Equilíbrio
Modo como se organizam as formas em uma obra de acordo com suas dimensões. Colocar muitas
formas em um canto de uma tela, por exemplo, seria um sinal de desequilíbrio na composição. Alguns
atributos como ritmo, unidade, proporção e contraste serão determinantes para definir o equilíbrio
de uma obra.
Figura e fundo
A ideia de figura e fundo está ligada à noção de profundidade.
Por muito tempo, a arte representou as figuras de modo plano. A partir do século XVII principalmente
começam a surgir composições que criam efeitos de profundidade nas telas, ou seja, que diferenciam
o objeto do espaço atrás dele.
Figurativo
Qualidade das obras pautadas na representação de objetos, espaços e
seres em suas formas reconhecíveis, ou seja, em consonância com aquilo
que vemos no mundo real.
Foi soberana por muito tempo nas artes, só perdendo parte de seu
espaço com o surgimento da arte abstrata no século XX.
Harmonia
Uma obra harmônica é aquela que parece “correta” para nossos padrões
de belo. Uma obra harmônica é bem distribuída, tendo os elementos
colocados na superfície de modo a direcionar o olhar do observador,
respeitando proporções.
Saint Rosalie Interceding for the Plague-stricken of Palermo (1624), Anthony van Dyck,
Metropolitan Museum of Art, Nova York.
Movimento
Uma obra é dotada de movimento quando ela é capaz de fazer o olhar do observador passar de um
ponto a outro sobre a superfície, ou seja, quando não ficamos olhando apenas para um ponto da
obra. Esse movimento não é aleatório. Depende da composição do artista, que direciona a atenção do
observador para onde deseja.
Perspectiva
Técnica de representação de um objeto ou espaço tridimensional em um suporte bidimensional. Está
especialmente ligada à profundidade espacial.
Elementos mais próximos do olhar do observador devem parecer maiores do que aqueles que se
encontram distantes do observador. Se aproxima dos conhecimentos científico-matemáticos,
principalmente a partir do renascimento. Outras áreas, como a geometria e ótica, também
influenciam na construção da perspectiva.
Proporção
Relação entre as partes de uma obra ou elemento, conjugando seus
tamanhos e formas de modo a alcançar a harmonia.
Se relaciona diretamente com os padrões clássicos de beleza.
A figura humana, por exemplo, possui uma proporção específica nas
definições de beleza clássica. A imagem ao lado mostra o Homem
Vitruviano, de Leonardo Da Vinci, obra representativa da proporção do
corpo humano.
Ressignificação
Quando um artista cria uma obra a partir de um objeto que não era originalmente artístico.
Significa literalmente dar novo significado a algo que já existe. No contemporâneo, muitas obras de
arte partem desse procedimento.
Ritmo
O ritmo é definido pela sucessão de elementos, formas etc. que se repetem
constantemente em uma obra.
Essa repetição pode ser constante, crescente, decrescente e outras categorias.
Simetria
A simetria ocorre quando podemos dividir uma imagem em seções iguais.
Quando colocamos a mesma quantidade e qualidade de elementos nos dois lados de um quadro, por
exemplo, temos uma imagem simétrica.
Tridimensional
O mundo é tridimensional, ou seja, as coisas do mundo são dotadas de
altura, largura e profundidade.
Tradicionalmente, arquitetura, escultura, modelagem etc. são obras de
arte tridimensionais, mas a pintura muitas vezes tenta mimetizar a
tridimensionalidade através de artifícios como luz e sombra.
Figure from a Reliquary Ensemble: Seated Female (19th–early 20th century), Fang
peoples, Okak group, Metropolitan Museum of Art, Nova York.
Unidade
Um fenômeno que ocorre quando todos os elementos de uma obra trabalham juntos e fazem sentido
no todo.
Técnicas
Arquitetura
Toda construção ou modificação do ambiente físico, num
processo que inclui tanto o projeto quanto a execução em
si. Também pode aparecer aliado a uma época ou região
específica para denotar um estilo (ex.: Arquitetura gótica).
Envolve conhecimentos nas áreas da matemática, artes,
ciências sociais, política, entre outros.
Colagem
Composição feita a partir de materiais de texturas diferentes, tanto
sobrepostas quanto lado a lado. Consiste na criação de uma nova imagem a
partir da junção de outras. Passa a ser vista como possibilidade artística
principalmente a partir do século XX, com a influência do cubismo, que
utilizava muito dessa técnica.
Pode ser tanto manual quanto digital.
Desenho
Escultura
Criação artística que consiste na manipulação de matérias de
diversas naturezas para a criação de uma obra tridimensional.
Diversas técnicas podem ser empregadas em sua criação, como
esculpir ou talhar – ambas envolvendo a retirada de matéria de
um bloco uno –, modelar – que envolve a adição de materiais
para criar uma forma – ou fundir – quando se esculpe em
metais.
Fotografia
Técnica de criar imagens a partir da exposição à luz de uma
superfície sensível. Foi utilizada inicialmente mais para fins de
registro e científicos do que artísticos, a fotografia logo se
torna uma nova possibilidade nas artes. Pode ser tanto
analógica quanto digital, colorida ou preto e branca. Depende
de um equipamento fotográfico para ocorrer.
Gravura
Geralmente produzida com objeto cortante que cria motivo em uma
superfície, chamada de matriz, que pode ser madeira, metal, pedra ou
tecido. Tem a imagem invertida da que será vista na gravura, obra em
papel que será gerada pelo processo de gravação.
Os tipos mais comuns de gravura são xilogravura – gravação em
superfície de madeira – litogravura – prensa que pode sobrepor camadas
de cor – e serigrafia – tela criada em tecido fino.
História em Quadrinhos
Arte de narrar histórias por meio produções que envolvem
textos verbais e não verbais. Possuem os elementos básicos
das narrativas.
Uso de recursos gráficos, como balões e molduras, para
indicar diferentes intenções.
Foi inspiração para produções da Pop Art.
Instalação
Termo incorporado nos anos 1960 para designar obras que
utilizam o espaço como potência, ativando o espaço como
parte da obra de arte.
Possibilita a participação do espectador, que pode entrar ou
interagir com a obra, tendo papel mais ativo sobre ela. Pode
combinar diversas linguagens e técnicas na sua construção.
Modelagem
Técnica que consiste em moldar materiais, transformando-os de
maleáveis a objetos tridimensionais. É uma técnica que permanece
sendo muito artesanal.
É uma das técnicas mais antigas utilizadas pelo homem, acessada
principalmente na construção de elementos de uso cotidiano.
Mosaico
Arte ornamental cujo principal aparecimento está nos
revestimentos de pisos, paredes e tetos. Causa efeito suntuoso,
podendo representar padrões ou formas figurativas.
Deve-se levar em conta o local em que foi aplicado, em relação
com a arquitetura, e as técnicas de elaboração – tipo de
fragmento, tamanho etc.
Ourivesaria e Prataria
Produções que usam metais como suporte, tanto na
fabricação de objetos cotidianos como na criação de obras de
arte.
Incluem elementos figurativos e ornamentos, além de dialogar
com a arquitetura.
Performance
Nome genérico para designar apresentações de canto,
dança, mímica, teatro, entre outros.
Na segunda metade do século XX, surge um novo gênero
artístico chamado simplesmente “performance”, ligado
aos movimentos de vanguarda, que consiste em ações
pensadas de intervenção e atuação no espaço.
Também envolve as práticas de body art.
Pintura
Nome genérico para técnica de aplicar pigmento –
principalmente líquido – sobre uma superfície. É uma
técnica bidimensional em que se atribuem cores, tons,
textura etc., criando uma imagem.
Pode aparecer em diferentes técnicas, como aquarela,
pintura a óleo, acrílica ou guache.
Vitral
Trabalho com vidro, considerado por muito tempo uma arte aplicada.
Seu desenvolvimento é muito marcante principalmente durante a Baixa Idade
Média, nas catedrais góticas, em que causam um efeito sensorial místico
intenso.
Também se torna popular no fim do século XIX, por conta da Art Nouveau,
movimento que revisita o vitral com uma nova estética.
Gêneros
Cenas do cotidiano
Se refere a obras que fazem referência ou tratam situações da vida
cotidiana. Ao longo do tempo, quão mais afastada da religiosidade
a arte se tornava – ou seja, conforme se secularizava – mais crescia
o interesse em retratar cenas do dia a dia. Além de espaços
públicos e domésticos, o mundo do trabalho será um objeto de
interesse da arte. Festas comunitárias, no campo e na cidade,
também serão retratadas aqui. Costumam ser imagens com grande
riqueza de detalhes e que apresentam personagens “anônimos”.
Scena in a Courtyard (1660), Ludolf de Johgh, Metropolitan Museum of Art, Nova
York.
Cenas históricas
Se refere a obras que representam fatos históricos de modo geral. Alguns
teóricos apontarão que as cenas mitológicas e religiosa tambpem seriam
históricas, mas estritamente falando, são obras que registram eventos
políticos e históricos, como guerras, batalhas, feitos notáveis e personagens
notáveis. Costumam ser obras de grandes dimensões e eram frequentemente
realizadas sob encomenda. São empregadas também em momentos em que
se deseja reforçar as ideias de nação e constituição de um povo.
The Battle of Vercellae (1725), Giovanni Battista Tiepolo, Metropolitan Museum of Art, Nova
York.
Cenas mitológicas
Representações de personagens ou cenas mitológicas greco-romanas.
As cenas mitológicas fazem parte de uma longa tradição na história da
arte. Grosso modo, chama-se mitologia grega todo um conjunto de
narrativas sobre deuses e heróis. São mitos fundadores do pensamento
religioso – e até mesmo filosófico – grego, sendo base para muito da
cultura ocidental.
Venus e Adonis (1630), Peter Paul Rubens, Metropolitan Museum of Art, Nova York.
Cenas religiosas
Também chamadas de cenas sacras, são aquelas que representam assuntos ou
personagens da religião cristã. Grande parte da arte que costuma ser abordada
em provas é a Ocidental e, por muitos séculos, quem fomentou a arte foi a Igreja
Católica. Assim, as representações de cenas da mitologia cristã se tornaram
muito frequentes. Entre alguns tópicos frequentes estão passagens do Velho
Testamento, a Virgem Maria com menino Jesus, a Santa Ceia e a Crucifixão de
Cristo.
The Flight to Egypt (?), Luca Giordano, Metropolitan Museum of Art, Nova York.
Natureza morta
Representações de objetos inanimados. Ainda que tenham sido
frequentes na pintura ao longo do tempo, é só no século XVI que
deixam a posição de cenário ou detalhe para se tornarem temas
centrais de quadros. Costumam ser representados alimentos,
flores, livros, instrumentos musicais etc. A ideia é que se possa
representar as coisas tal como são vistas por nossos olhos.
Paisagem
Obras, principalmente pinturas, que retratam espaços
naturais ou ao ar livre. Pressupõe uma maior presença
da natureza do que de construções humanas. Se
populariza sobremaneira a partir do século XVIII e terá
seu apogeu no século XIX, também por conta de
inovações tecnológicas: a invenção da bisnaga de tinta,
que permitia a pintura ao ar livre, fazendo com que
artistas pudessem ir para a natureza pintar, não ficando
restritos aos estúdios.
Retrato
Representações de um indivíduo ou grupo de indivíduos, elaboradas na
maior parte das vezes a partir de modelos vivos. Mais recentemente,
utilizaram-se também fotografias como base para a criação de retratos.
Era muito ligado à ideia de mimesis, imitação: era importante ser capaz
de reproduzir perfeitamente o modelo num momento em que não
existiam fotografias – o que tornou o gênero popular nas academias e
escolas de artes. Apesar de já serem existentes no século XIV, é com a
ascensão da burguesia no século XV que o gênero se populariza. Os
autorretratos, pinturas de si próprios feitas pelos artistas, também
serão muito populares.
4 - Arte e Sociedade
A relação entre arte e política deve ser observada sempre a partir de algumas ideias que temos
sobre arte. Qual o papel atribuímos às obras de arte que norteariam essa relação? Mais à frente
discutiremos o papel social da arte, mas por ora, vamos pensar juntos sobre alguns modos de fazer arte.
proibida de ser exposta e só foi parar nas paredes dos museus em 1995. Hoje em dia, obras de conteúdo
“potencialmente ofensivas” são retiradas das redes sociais o tempo todo.
Durante o século XX, houve uma larga produção de obras de arte que se posicionaram contrárias
a governos autoritários ao redor do mundo. Principalmente regimes totalitários na América Latina, África
e Oriente Médio foram alvo de oposição dos artistas – muitos dos quais acabaram exilados ou perseguidos
por suas produções. No Brasil, a censura às obras incidiu principalmente sobre a música, fazendo com que
alguns artistas populares até hoje – como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil – fossem
obrigados a deixar o país. A arte produzida por opositores de regimes políticos é frequentemente referida
como arte engajada, quando se propõe a produzir conteúdos subversivos ou até mesmo revolucionários
para os padrões de sua época.
Pussy Riot
Um exemplo contemporâneo de artistas que se opõe frontalmente a governos ou lideranças
políticas de maneira sistemática é o grupo Pussy Riot, de origem russa. O grupo formado
apenas por mulheres faz shows e performances contra as políticas discriminatórias do
governo russo e o presidente Vladimir Putin. O grupo ficou muito conhecido pelo uso das
balaclavas – espécie de gorro de lã que deixa só os olhos de fora – coloridas.
O cinema do início do século XX foi fundamental para a produção de arte ligada aos governos.
Veja aqui alguns filmes fundamentais:
FILMES
PANTERA NEGRA
O filme “Pantera Negra” faz uma discussão importante sobre o assunto, abordando
principalmente uma questão muito contemporânea: a devolução ou não de objetos de
museus para seus países de origem.
Muitos dos grandes museus do mundo têm parte de seu acervo fruto de saques. O espólio
das colonizações são entendidas hoje como parte da violência colonialista e países como
França e Holanda têm promovido ações de devolução de obras para seus países de origem. O
desafio desses países hoje é garantir condições de manutenção, exposição e restauro das
obras que retornarem, já que um dos argumentos usados pelas instituições que resistem às
devoluções é justamente o risco de deterioração das peças. Esse assunto não é apenas do
passado: na Síria, desde o início da guerra, houve uma grande quantidade de tráfico ilícito de
antiguidades.
1
A partir do texto disponível em < https://www.megacurioso.com.br/polemica/98787-20-fatos-para-voce-entender-o-que-e-
apropriacao-cultural.htm > Acesso em 22 dez. 2020.
O problema não é você individualmente usar algo que acha bonito, mas quando um elemento de
um grupo minoritário é "sequestrado" e passa a ser associado a outro grupo. Quando isso acontece, esse
novo grupo é considerado inovador ou criativo, enquanto o grupo que usava originalmente pode ter sido
marginalizado pelo mesmo elemento. Nos anos 50 nos EUA, por exemplo, o jazz era considerado música
de negros e visto de maneira negativa. Quando músicos brancos começaram a gravar nesse ritmo, o jazz
acabou se tornando uma música considerada refinada. A apropriação cultural, então, é um modo de
reforçar o desequilíbrio social entre pessoas de grupos dominantes e minoritários.
Fonte: Pixabay
Arte e mercado
Uma das questões sobre as quais os alunos mais se questionam é o que define o preço de uma
obra de arte. Antes de mais nada, é importante que você saiba que o valor de uma ora não está em
questões puramente estéticas ou de gosto. Um obra de arte pode ser valorada a partir de diferentes
critérios, tanto objetivos quanto subjetivos.
Critérios Objetivos
• Ateliê ou estúdio;
Critérios Subjetivos
• Exclusividade ou ineditismo.
Há outros fatores que podem influenciar no valor de uma obra de arte. Dados mais
específicos de cada realidade, como a fase de trabalho de algum artista, se a obra tem
histórico de participação em exposições importantes, quem foram os donos anteriores e
até mesmo a realidade econômica do país na época da venda.
Outra diferenciação que pode impactar na valoração de uma obra é se ela é uma obra de
vanguarda ou acadêmica. A depender do momento ou do que se passa com o país no momento, uma ou
outra pode ser mais valorizada. A diferença entre elas, porém, é essencial:
Arte de vanguarda
Arte acadêmica
Arte que busca ruptura com os
Produções ditadas por uma escola ou sistemas estabelecidos. Pode ser uma
academia mais focada em reprodução produção individual ou de um grupo.
da técnica do que na criação de algo
novo ou de estilo pessoal. São artistas eu costumam estar “à
frente de seu tempo”.
Há, por fim, outras definições importantes quando o assunto é o valor de uma obra de arte. Essas
definições são importantes também para compreender os limites entre arte e artesanato, que
pensaremos ao longo de nosso curso.
O importante aqui é que você não deve hierarquizar essas produções. A arte erudita não é
“melhor” que a popular”. Hoje em dia, o estudo das artes contempla todas essas expressões.
Arte de massa é aquela produzida para alcançar o grande público. Convenciona-se chamar
como arte de massa aquela produzida no século XX, seguindo as análises da Escola de Frankfurt. Seu
principal objetivo é ser compreendida imediatamente, ou seja, não é uma produção que incentiva a
reflexão. Por isso, é frequentemente associada a indústria cultural. É produzida por pessoas com
domínio dos meios de produção para o povo, por isso, muitas vezes se aproxima do conceito de
alienação e às produções contemporâneas audiovisuais, como televisão e cinema.
Século 19 – A vinda da Corte Real portuguesa para o país deu origem à criação de mecanismos
culturais. Bibliotecas, teatros e casas de ópera começaram a integrar o cenário da colônia, como
acontecia na Europa.
Década de 1930 – governo Getúlio Vargas passou a ver o investimento como forma de propaganda.
Nos 20 anos seguintes, a atuação com caráter privado começou a se consolidar.
Ano de 1986 – Período de redemocratização, criação da Lei Sarney. Considerada pioneira, instituía
mecanismos de incentivo fiscal para atividades artísticas. Foi revogada em 1990, mas substituída
em 1991 pela Lei Federal de Incentivo à Cultura ou apenas Lei Rouanet.
O meio mais utilizado para fomentar o mercado cultural é o mecenato. As pessoas físicas e jurídicas
oferecem recursos que são usados como patrocínio para as realizações. Em troca, é comum que
recebam contrapartidas, como o incentivo fiscal dado pelo governo e outras vantagens.
O fomento cultural também pode surgir por meio de apoio ou parceria, mas nesses casos, não há a
política de incentivo fiscal.
(Disponível em <https://arteemcurso.com/blog/qual-e-a-realidade-do-incentivo-a-cultura-no-brasil/>)
A relação entre arte e Estado, porém, sempre suscita uma série de discussões. Elencamos aqui
algumas das principais questões que podem aparecer na sua prova ou até mesmo na sua redação.
A formação de Quais as
O Estado deveria
público no Brasil é consequências da Quem consome arte
financiar a cultura e
de responsabilidade dependência de no Brasil?
a arte?
de quem? editais?
Como preservamos
Arte e cultura são
a Cultura e a Arte no
equivalentes?
Brasil?
5- Arte e Realidade
Uma das antigas teorias relacionadas à arte é a ideia de arte como imitação do real. Essa ideia
pareceu inquestionável por muitos anos. A arte era considerada uma espécie de espelho, capaz de refletir
e fixar o mundo da maneira mais fiel possível. Isso se liga diretamente à ideia de mimesis:
Mímesis
A arte como imitação (mimesis) é a teoria criada para definir as obras produzidas pelo
Homem em que são imitadas perspectivas da Natureza e a ação do Homem.
A palavra mimesis é grega e é traduzida por imitação.
A teoria da arte como imitação tem dois objetivos: reproduzir algo fielmente; compreender
que tanto melhor é uma obra que mais fielmente reproduza aquilo que imita.
Ao longo do tempo, porém, fica claro que a função social da arte não é apenas imitar a realidade.
A arte tem muitas possibilidades de atuação e de criação frente ao real. Elencamos aqui algumas das
principais funções sociais da arte:
É importante pontuar que sempre foi possível reproduzir uma obra. Segundo Benjamin:
Em sua essência, a obra de arte sempre foi reprodutível. O que os homens faziam sempre podia ser
imitado por outros homens. Essa imitação era praticada por discípulos, em seus exercícios, pelos mestres,
para a difusão das obras, e finalmente por terceiros, meramente interessados no lucro. Em contraste, a
reprodução técnica da obra de arte representa um processo novo, que se vem desenvolvendo na história
intermitentemente, através de saltos separados por longos intervalos, mas com intensidade crescente.
Benjamin aponta que, inicialmente, as obras de arte eram produzidas a serviço da “magia”, ou
seja, a arte era ritual e, depois, religiosa – basta lembrar do que vimos desde pintura rupestre até o
renascimento. Assim, imagens possuíam aquilo que ele chamava de valor de culto. Quando passamos a
ser capazes de produzir e difundir de maneira industrial as obras de arte, estas perderam aquilo que ele
chama de aura.
Segundo o autor a aura é definida por ser uma “figura singular, composta de
elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma coisa distante, por mais
perto que ela esteja”. A aura só seria possível numa obra única, que não pudesse ser
produzida de maneira industrial. É o que a liga ao seu aspecto ritual, mágico.
Indústria cultural
O termo Indústria Cultural foi popularizado enquanto conceito pela Escola de Frankfurt,
principalmente pelos sociólogos Theodor Adorno (1903 – 1969) e Max Horkheimer (1895 – 1973). A
Indústria Cultural seria uma das responsáveis pela formação do pensamento das sociedades mediadas
pelo consumo e pela massificação.
A Indústria Cultural é como uma fábrica, que produz bens culturais padronizados e
homogeneizados. Esses produtos alienam quem os consomem, pois não incentivam a reflexão ou o
questionamento das estruturas. São apenas entretenimento, com o objetivo de domesticar as pessoas.
Nos habituamos sempre aos mesmo produtos, o que faz com que propostas mais inovadoras
causem estranhamento e, por isso mesmo, nem sempre sejam capazes de atrair muito público. Por
gerarem menos lucro, essas produções são vistas como inúteis, ou seja, colocamos na possibilidade de
monetarização o valor da arte.
Nem tudo é maligno na Indústria Cultural e na produção de arte e cultura no sistema capitalista.
Para outro pensador da Escola de Frankfurt, Walter Benjamin (1892-1940), a maior difusão da arte através
dos meios de comunicação pode ser uma via de democratização da arte, pois a cultura alcança um
número maior de pessoas. Outra vantagem é que incentiva trabalhos não comerciais, já que incentiva o
acesso às ferramentas de produção cultural.
No nosso contexto contemporâneo, que lida com a internet, podemos pensar essa tensão entre
alienação e tomada dos meios de produção cultural de maneira mais ampla. Podemos pensar desde as
novas profissões da internet – como youtubers – até a facilidade de criação e disseminação de notícias
falsas no contemporâneo (ambos temas importantes para a realidade brasileira).
Não se pode, obviamente pensar na arte de maneira descolada do contexto social em que se
insere. Então a pergunta que cabe ser feita é: como fica a arte num momento em que as produções
artístico-culturais parecem estar a serviço do sistema.
Se ao longo do tempo foi dito que o papel da arte estava não só em expressar a sensibilidade do
artista como também causar incômodo e contestar as estruturas dadas, com a consolidação da Indústria
Cultural tudo fica um pouco mais difícil. A arte passou a ser uma mercadoria de um modo novo: não se
compra uma obra para fins contemplativos, mas sim como um objeto como qualquer outro, obedecendo
leis de oferta e procura como nunca. A sociedade de consume, que transforma tudo em mercadoria,
estaria apagando da arte o seu traço crítico?
6 - Exercícios
6.1 – Questões
1. (ENEM – 2018 – 1ª aplicação)
TEXTO I
BRACCO, A; LOSCHI, M. Quando rotas se tornam arte. Retratos: a revista do IBGE. Rio de Janeiro, n. 3, set. 2017
(adaptado).
TEXTO II
Stephen Lund, artista canadense, morador em Victoria, capital da Colúmbia Britânica
(Canadá), transformou-se em fenômeno mundial produzindo obras de arte virtuais
pedalando sua bike. Seguindo rotas traçadas com o auxílio de um dispositivo de GPS, ele
calcula ter percorrido mais de 10 mil quilômetros.
Disponível em: www.booooooom.com. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado)
Os textos destacam a inovação artística proposta por Stephen Lund a partir do(a)
A) deslocamento das tecnologias de suas funções habituais.
B) perspectiva de funcionamento do dispositivo de GPS.
C) ato de guiar sua bicicleta pelas ruas da cidade.
D) análise dos problemas de mobilidade urbana.
E) foco na promoção cultural da sua cidade.
Uma das funções da obra de arte é representar o contexto sociocultural ao qual ela
pertence. Produzida na primeira metade do século XX, a Estrada de Ferro Central do Brasil
evidencia o processo de modernização pela
A) verticalização do espaço.
B) desconstrução da forma.
C) sobreposição de elementos.
D) valorização da natureza.
E) abstração do tema.
TEXTO I
MUYBRIDGE, E. Cavalo em movimento. Fotografia. Universidade do Texas, Austin, cerca de 1886. Disponível em:
www.utexasaustin.edu. Acesso em: 31 ago. 2016 (adaptado).
TEXTO II
GÉRICAULT, T. Corrida de cavalos ou O Derby de 1821 em Epson. Óleo sobre tela, 92 x 123 cm. Museu do Louvre,
Paris. Disponível em: www.louvre.fr. Acesso em: 31 ago. 2016.
TEXTO III
A arte pode estar, às vezes, muito mais preparada do que a ciência para captar o devir e a
fluidez do mundo, pois o artista não quer manipular, mas sim “habitar” as coisas. O famoso
artista francês Rodin, no seu livro L’Art (A Arte, 1911), comenta que a técnica de fotografia
em série, mostrando todos os momentos do galope de um cavalo em diversos quadros,
apesar de seu grande realismo, não é capaz de capturar o movimento. O corpo do animal é
fotografado em diferentes posições, mas ele não parece estar galopando: “na imagem
científica [fotográfica], o tempo é suspenso bruscamente”. Para Rodin, um pintor é capaz,
em única cena, de nos transmitir a experiência de ver um cavalo de corrida, e isso porque
ele representa o animal em um movimento ambíguo, em que os membros traseiros e
dianteiros parecem estar em instantes diferentes. Rodin diz que essa exposição talvez seja
logicamente inconcebível, mas é paradoxalmente muito mais adequada à maneira como o
movimento se dá: “o artista é verdadeiro e a fotografia mentirosa, pois na realidade o tempo
não para”.
FEITOSA, C. Explicando a filosofia com arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
Observando-se as imagens (Textos I e II), o paradoxo apontado por Rodin (Texto III) procede
e cria uma maneira original de perceber a relação entre a arte e a técnica, porque o(a)
A) fotografia é realista na captação da sensação do movimento.
B) pintura explora os sentimentos do artista e não tem um caráter científico.
C) fotógrafo faz um estudo sobre os movimentos e consegue captar a essência da sua
representação.
D) pintor representa de forma equivocada as patas dos cavalos, confundindo nossa noção
de realidade.
E) pintura inverte a lógica comumente aceita de que a fotografia faz um registro objetivo e
fidedigno da realidade.
Ao longo dos anos 1980, um canal esportivo de televisão fracassou em implantar o basquete
como esporte mundial, e uma empresa de materiais esportivos teve de lidar, fora do seu
programa, com um esporte que lhe era estranho. Correndo atrás do prejuízo, ambas
corrigiram a rota e vieram a fazer da incorporação do futebol a seu programa um objetivo
estratégico alcançado com sucesso. O ajuste do interesse econômico à realidade cultural,
no entanto, não deixa de dizer algo sobre ela: é significativo que o mais mundial dos esportes
não faça sentido para os Estados Unidos, e que os esportes que fazem mais sentido para os
Estados Unidos estejam longe de fazer sentido para o mundo. O futebol ofereceu uma
curiosa e nada desprezível contraparte simbólica à hegemonia do imaginário norte-
americano.
WISNIK, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2008 (adaptado).
A técnica da décollage, utilizada pelo artista Mimmo Rotella em sua obra Marilyn, é um
procedimento artístico representativo da década de 1960 por
A) visar a conservação das representações e dos registros visuais.
B) basear-se na reciclagem de material gráfico, contribuindo para a sustentabilidade.
C) encobrir o passado, abrindo caminho para novas formas plásticas, pela releitura.
D) fazer conviver campos de expressão diferentes e integrar novos significados.
E) abolir o trabalho manual do artista na confecção das imagens recontextualizadas.
Em 1866, tendo encerrado seus estudos na Escola de Belas Artes, em Paris, Pedro Américo
ofereceu a tela A Carioca ao imperador Pedro II, em reconhecimento ao seu mecenas. O nu
feminino obedecia aos cânones da grande arte e pretendia ser uma alegoria feminina da
nacionalidade. A tela, entretanto, foi recusada por imoral e licenciosa: mesmo não fugindo
à regra oitocentista relativa à nudez na obra de arte, A Carioca não pôde, portanto, ser
absorvida de imediato. A sensualidade tangível da figura feminina, próxima do orientalismo
tão em voga na Europa, confrontou-se não somente com os limites morais, mas também
com a orientação estética e cultural do Império. O que chocara mais: a nudez frontal ou um
nu tão descolado do que se desejava como nudez nacional aceitável, por exemplo, aquela
das românticas figuras indígenas? A Carioca oferecia um corpo simultaneamente ideal e
obsceno: o alto – uma beleza imaterial – e o baixo – uma carnalidade excessiva. Sugeria uma
mistura de estilos que, sem romper com a regra do decoro artístico, insinuava na tela algo
inadequado ao repertório simbólico oficial. A exótica morena, que não é índia – nem mulata
ou negra – poderia representar uma visualidade feminina brasileira e desfrutar de um lugar
de destaque no imaginário da nossa “monarquia tropical”?
OLIVEIRA, C. Disponível em: http://anpuh.org.br. Acesso em: 20 maio 2015.
O texto revela que a aceitação da representação do belo na obra de arte está condicionada
à
A) incorporação de grandes correntes teóricas de uma época, conferindo legitimidade ao
trabalho do artista.
B) atemporalidade do tema abordado pelo artista, garantindo perenidade ao objeto de arte
então elaborado.
C) inserção da produção artística em um projeto estético e ideológico determinado por
fatores externos.
D) apropriação que o pintor faz dos grandes temas universais já recorrentes em uma
vertente artística.
KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em: http://capu.pl. Acesso em 3 ago. 2012. (Foto: Reprodução)
O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios
por suas ilustrações.
Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para
A) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.
B) estabelecer uma postura proativa da sociedade.
C) provocar a reflexão sobre essa realidade.
D) propor alternativas para solucionar esse problema.
E) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.
Nas últimas décadas, a ruptura, o efêmero, o descartável incorporam-se cada vez mais ao
fazer artístico, em consonância com a pós-modernidade. No detalhe da obra Bastidores,
percebe-se a
A) utilização de objetos do cotidiano como tecido, bastidores, agulha, linha e fotocópia, que
tornam a obra de abrangência regional.
B) ruptura com meios e suportes tradicionais por utilizar objetos do cotidiano, dando-lhes
novo sentido condizente.
C) apropriação de materiais e objetos do cotidiano, que conferem à obra um resultado
inacabado.
D) apropriação de objetos de uso cotidiano das mulheres, o que confere à obra um caráter
feminista.
E) aplicação de materiais populares, o que a caracteriza como obra de arte utilitária.
Sem formação acadêmica específica em artes visuais, Heitor dos Prazeres, que também é
compositor e instrumentista, é reconhecido artista popular do Rio de Janeiro. Suas pinturas
de perspectivas imprecisas e com traços bem demarcados são figurativas e sugerem
movimento. Essa obra retrata
a) a confraternização de uma população socialmente marginalizada.
b) o inconformismo da população de baixa renda da capital.
c) o cotidiano da burguesia contemporânea da capital.
d) a instabilidade de uma realidade rural do Brasil.
e) a solidariedade da população nordestina.
O artesanato traz as marcas de cada cultura e, desse modo, atesta a ligação do homem com
o meio social em que vive. Os artefatos são produzidos manualmente e costumam revelar
uma integração entre homem e meio ambiente, identificável no tipo de matéria-prima
utilizada.
Pela matéria-prima (o barro) utilizada e pelos tipos humanos representados, em qual região
do Brasil o artefato acima foi produzido?
A) Sul.
B) Norte.
C) Sudeste.
D) Nordeste.
E) Centro-Oeste.
TEXTO A
TEXTO B
Metaesquema I
Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o
apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Nesta obra, como o próprio nome
define: meta — dimensão virtual de movimento, tempo e espaço; esquema — estruturas,
Uma análise cuidadosa do quadro permite que se identifiquem as cenas referidas nos
trechos do poema.
Com base nas concepções de leitura de imagem e cultura visual, atribua V (verdadeiro) ou F
(falso) às afirmativas a seguir.
( ) Ao ler a imagem, cruzamos informações do objeto, suas características formais,
cromáticas, com informações do leitor, seu conhecimento, suas deduções, imaginação.
Dessa forma, a leitura implica o que vemos e o que conhecemos.
( ) Ao ler a imagem, percebemos que não existem receptores nem leitores, mas
construtores de significados que leem a partir de suas referências culturais.
( ) Ao ler a imagem, consideramos que os objetos de estudo e a produção envolvem os
modos de ver, sentir e imaginar, e que a percepção é uma interpretação, significação dada
pelo espectador/observador.
( ) Ao ler a imagem, compreendemos que ela constitui um modo de linguagem na
composição e envolve a compreensão das mensagens em diversos níveis, considerando os
seus elementos estruturais.
( ) Ao ler a imagem, identificamos um sinal com significado único, os símbolos visuais são
dispostos a fim de representar as imagens de modo sistemático e baseado nas regras da
linguagem articulada.
A relação do homem com a terra, expressa pelo universo do trabalho, é assunto recorrente
na produção de fotógrafos e artistas plásticos. A fotografia e a pintura abordam essa
temática. Com base na análise dessas figuras e nos conhecimentos sobre arte e história,
considere as afirmativas a seguir.
I. Tanto na fotografia quanto na pintura, há elementos compositivos que constituem sistema
perspectivo gerador do efeito de profundidade e que podem ser considerados documentos
históricos.
II. Café explicita anseios do movimento modernista, como a busca de uma temática nacional
no contexto de uma economia predominantemente agrícola.
III. A fotografia, por ser um instrumento mecânico de apreensão da realidade, renuncia a
elementos estéticos ou de caráter documental.
IV. Em Café, a figura humana adquire formas robustas, sugerindo a ligação dos personagens
com o trabalho e a terra, bem como a sua capacidade produtiva.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Sobre os elementos formais que caracterizam as linguagens artísticas, assinale o que for
correto.
01) Nas Artes Visuais, o volume pode ser percebido tanto pelo tato quanto pela visão e utiliza
aspectos bidimensionais como altura e largura.
02) Na música, a Melodia se define pelo conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva.
04) O círculo cromático é um dos instrumentos que possibilita compreender a estrutura da
cor e nele podem ser visualizadas as cores primárias e as cores secundárias.
08) O ponto é o sinal convencional das artes visuais e o elemento de base do sistema pelo
qual são impressas as imagens: a retícula tipográfica.
A rua deve ser espaço democrático e o teatro que nele é feito tem potência muito maior no
que diz respeito a afetar maior número de pessoas de todas as classes e gostos. Interessado
ou não no espetáculo, com foco direcionado a isto ou não, alguma percepção e reflexão é
possível a partir da relação estabelecida naquele momento. Não há desigualdades ou
distinções – todos são iguais sobre aquele chão de onde floresce a apresentação e a
participação de cada um. A cidade é o ambiente do espetáculo na sociedade pós-moderna.
O lugar do real e da fantasia, das catarses íntimas eclodirem a partir do público. (...) Assim,
entende-se que a própria cidade pode ser palco aberto, onde pretende-se discutir, dialogar
e entreter o público. A cidade como espaço de apropriação e de pertencimento,
transformando e reinventando.
(Disponível em <http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/ricultsociedade/article/view/10492> Acesso
em 20 nov. 2020)
Desde que o projeto Graphic MSP foi lançado em 2012 temos visto os personagens de
Mauricio de Sousa se aventurando cada vez mais em temas que dificilmente seriam
explorados com tanta seriedade nos quadrinhos normais da Turma da Mônica, como
bullying por exemplo. E esse mês chegou às bancas uma nova história desse projeto que fala
sobre um dos temas mais importantes de se debater atualmente na sociedade: racismo.
Jeremias – Pele é obra do roteirista Rafael Calça e do desenhista Jefferson Costa, nessa
história conhecemos um pouco mais sobre a vida de Jeremias na escola e com seus pais e
como ele tem uma vida feliz e normal para um menino da sua idade, até que ele é
confrontado com a realidade do racismo. O quadrinho acompanha Jeremias tentando
entender por que alguém se acha no direito de o tratar de forma diferente por causa da cor
de sua pele e como os pais dele tem a difícil missão de explicar para ele o que é racismo e
como isso infelizmente ainda faz parte da nossa sociedade em todos os níveis.
O tema é abordado pelos autores de forma realista e educativa, tratando do tema de
modo que o público infantil consiga entender o quão cruel e errado o preconceito racial é.
Como um bônus o quadrinho ainda traz um texto do rapper Emicida.
Jeremias – Pele é a 18ª graphic novel lançada pela MSP e a primeira a ter um
protagonista negro.
(Disponível em <https://nerdivinas.com.br/jeremias-pele-nova-graphic-novel-da-msp-tem-racismo-como-tema>
Acesso em 20 nov. 2020)
Segundo o texto, a tatuagem e a arte corporal de modo geral podem ser compreendidas a
partir de
a) um olhar europeu, que olha para outras sociedades a partir de uma perspectiva da
colonização ou exotização.
b) uma perspectiva histórica e etnográfica, olhando para as diversas expressões que usam o
corpo como suporte.
c) uma ideia de que o trabalho usando o corpo como suporte é sempre ligado ao processo
de feitura da obra, não só o resultado final.
d) uma noção de que não se pode compreender as tatuagens ou demais modos de pintura
corporal como passíveis de exposição.
e) um ideal feminista de arte, que coloca a mulher no centro da produção artística e cultural
no campo da arte corporal.
Abstrato
Fazer artístico que não representa objetos ou elementos na maneira como eles se
apresentam no mundo, na realidade à nossa volta, mas sim a partir de formas que não
remetem necessariamente à realidade.
a) d)
e)
c)
a) b)
c) d)
e)
a) b)
c) d)
e)
a) b)
c) d)
e)
Uma obra representativa da estética à qual o texto se refere está reproduzida em:
a) b)
c) d)
e)
a) b)
c) d)
e)
6.2 - Gabarito
1. A
2. C
3. E
4. B
5. C
6. D
7. D
8. C
9. C
10. B
11. A
12. D
13. A
14. C
15. A
16. B
17. D
18. 11
19. 14
20. B
21. A
22. B
23. B
24. E
25. B
26. E
27. D
28. A
29. C
30. A
TEXTO I
BRACCO, A; LOSCHI, M. Quando rotas se tornam arte. Retratos: a revista do IBGE. Rio de Janeiro, n. 3, set. 2017
(adaptado).
TEXTO II
Stephen Lund, artista canadense, morador em Victoria, capital da Colúmbia Britânica
(Canadá), transformou-se em fenômeno mundial produzindo obras de arte virtuais
pedalando sua bike. Seguindo rotas traçadas com o auxílio de um dispositivo de GPS, ele
calcula ter percorrido mais de 10 mil quilômetros.
Disponível em: www.booooooom.com. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado)
Os textos destacam a inovação artística proposta por Stephen Lund a partir do(a)
A) deslocamento das tecnologias de suas funções habituais.
B) perspectiva de funcionamento do dispositivo de GPS.
C) ato de guiar sua bicicleta pelas ruas da cidade.
D) análise dos problemas de mobilidade urbana.
E) foco na promoção cultural da sua cidade.
Comentários:
- A alternativa A é a resposta, afinal o autor faz uso de um GPS, objeto de uso cotidiano, para a produção
de uma obra artística.
- A alternativa B está incorreta, pois não se busca explicar o funcionamento do aparelho GPS, mas se
apropriar de sua função para constituir uma obra de arte.
- A alternativa C está incorreta, pois a originalidade da obra não consiste no uso da bicicleta, algo visto
em diversas outras composições, mas sim a utilização do GPS para produzir algo inovador.
- A alternativa D está incorreta, pois a obra não faz referência aos problemas de mobilidade urbana no
Rio de Janeiro. Assim sendo, não é possível considerá-la um trabalho crítico.
- A alternativa E está incorreta, pois a partir das informações do texto é possível constatar que se trata
de um artista canadense representando um elemento cultural que é o cartão-postal do Rio de Janeiro e
do Brasil.
Gabarito: A
Uma das funções da obra de arte é representar o contexto sociocultural ao qual ela
pertence. Produzida na primeira metade do século XX, a Estrada de Ferro Central do Brasil
evidencia o processo de modernização pela
A) verticalização do espaço.
B) desconstrução da forma.
C) sobreposição de elementos.
D) valorização da natureza.
E) abstração do tema.
Comentários:
- A alternativa A está incorreta, afinal não são representados edifícios vertiginosos na tela.
A alternativa B está incorreta, pois os elementos representados pela tela são facilmente identificáveis.
Com isso, trata-se de uma arte figurativa.
TEXTO I
MUYBRIDGE, E. Cavalo em movimento. Fotografia. Universidade do Texas, Austin, cerca de 1886. Disponível em:
www.utexasaustin.edu. Acesso em: 31 ago. 2016 (adaptado).
TEXTO II
GÉRICAULT, T. Corrida de cavalos ou O Derby de 1821 em Epson. Óleo sobre tela, 92 x 123 cm. Museu do Louvre,
Paris. Disponível em: www.louvre.fr. Acesso em: 31 ago. 2016.
TEXTO III
A arte pode estar, às vezes, muito mais preparada do que a ciência para captar o devir e a
fluidez do mundo, pois o artista não quer manipular, mas sim “habitar” as coisas. O famoso
artista francês Rodin, no seu livro L’Art (A Arte, 1911), comenta que a técnica de fotografia
em série, mostrando todos os momentos do galope de um cavalo em diversos quadros,
apesar de seu grande realismo, não é capaz de capturar o movimento. O corpo do animal é
fotografado em diferentes posições, mas ele não parece estar galopando: “na imagem
científica [fotográfica], o tempo é suspenso bruscamente”. Para Rodin, um pintor é capaz,
em única cena, de nos transmitir a experiência de ver um cavalo de corrida, e isso porque
ele representa o animal em um movimento ambíguo, em que os membros traseiros e
dianteiros parecem estar em instantes diferentes. Rodin diz que essa exposição talvez seja
logicamente inconcebível, mas é paradoxalmente muito mais adequada à maneira como o
movimento se dá: “o artista é verdadeiro e a fotografia mentirosa, pois na realidade o tempo
não para”.
FEITOSA, C. Explicando a filosofia com arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
Observando-se as imagens (Textos I e II), o paradoxo apontado por Rodin (Texto III) procede
e cria uma maneira original de perceber a relação entre a arte e a técnica, porque o(a)
A) fotografia é realista na captação da sensação do movimento.
B) pintura explora os sentimentos do artista e não tem um caráter científico.
C) fotógrafo faz um estudo sobre os movimentos e consegue captar a essência da sua
representação.
D) pintor representa de forma equivocada as patas dos cavalos, confundindo nossa noção
de realidade.
E) pintura inverte a lógica comumente aceita de que a fotografia faz um registro objetivo e
fidedigno da realidade.
Comentários:
Essa é uma questão de intepretação de texto. Vejamos as alternativas:
- A alternativa A está incorreta, afinal o Texto III questiona a capacidade da fotografia de captar o
efêmero de maneira verossímil, ao menos como realmente se julga ser possível.
- A alternativa B está incorreta, pois a obra nem sempre busca expressar os sentimentos do artista. No
caso dos Texto I e II, vê-se a preocupação dos autores de representar o movimento dos cavalos em
corrida.
- A alternativa C está incorreta, afinal o Texto III se indaga sobre os limites da fotografia de captar o
mundo. Cabe destacar que ele discute a fotografia enquanto técnica, o que não a impede de ser
contemplada como uma expressão artística.
- A alternativa D está incorreta, afinal o texto não considera a representação de Roudin como
equivocada, mas ambígua diante do descompasso entre o movimento projetado pelas patas traseiras e
dianteiras dos cavalos representados. Com isso, não se busca estabelecer o movimento tal como ele
realmente é, mas sim explorar suas possibilidades.
- A alternativa E é a resposta. De acordo com o texto III, a fotografia não é uma representação fidedigna
da realidade, na medida em que não consegue explorar as múltiplas possibilidades do movimento em
um mesmo plano, diferente do que se vê nas telas reproduzidas nos textos I e II.
Obs: É importante que o aluno não compreenda a fotografia não como uma
representação fidedigna do real, mas fruto de escolhas e concepções do artista, que
seleciona alguns elementos em seu enquadramento, em detrimento de outros.
Gabarito: E
Ao longo dos anos 1980, um canal esportivo de televisão fracassou em implantar o basquete
como esporte mundial, e uma empresa de materiais esportivos teve de lidar, fora do seu
programa, com um esporte que lhe era estranho. Correndo atrás do prejuízo, ambas
corrigiram a rota e vieram a fazer da incorporação do futebol a seu programa um objetivo
estratégico alcançado com sucesso. O ajuste do interesse econômico à realidade cultural,
no entanto, não deixa de dizer algo sobre ela: é significativo que o mais mundial dos esportes
não faça sentido para os Estados Unidos, e que os esportes que fazem mais sentido para os
Estados Unidos estejam longe de fazer sentido para o mundo. O futebol ofereceu uma
curiosa e nada desprezível contraparte simbólica à hegemonia do imaginário norte-
americano.
WISNIK, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2008 (adaptado).
A técnica da décollage, utilizada pelo artista Mimmo Rotella em sua obra Marilyn, é um
procedimento artístico representativo da década de 1960 por
A) visar a conservação das representações e dos registros visuais.
B) basear-se na reciclagem de material gráfico, contribuindo para a sustentabilidade.
C) encobrir o passado, abrindo caminho para novas formas plásticas, pela releitura.
D) fazer conviver campos de expressão diferentes e integrar novos significados.
E) abolir o trabalho manual do artista na confecção das imagens recontextualizadas.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois a colagem não promove conservação, mas ressignificação, recriação
de elementos na criação de uma nova obra.
A alternativa B está incorreta, pois a colagem não se envolve necessariamente com a sustentabilidade,
ainda que reaproveite elementos.
A alternativa C está incorreta, pois a colagem não é um movimento artístico que se proponha a apagar o
passado, mas criar uma ressignificação das imagens envolvidas.
A alternativa D está correta, pois a base da técnica da colagem é a mistura de elementos de diferentes
naturezas, criando novos significados quando integrados.
A alternativa E está incorreta, pois independentemente se é uma técnica criada de maneira digital ou
manual, não há a abolição do trabalho artesanal.
Gabarito: D
Em 1866, tendo encerrado seus estudos na Escola de Belas Artes, em Paris, Pedro Américo
ofereceu a tela A Carioca ao imperador Pedro II, em reconhecimento ao seu mecenas. O nu
feminino obedecia aos cânones da grande arte e pretendia ser uma alegoria feminina da
nacionalidade. A tela, entretanto, foi recusada por imoral e licenciosa: mesmo não fugindo
à regra oitocentista relativa à nudez na obra de arte, A Carioca não pôde, portanto, ser
absorvida de imediato. A sensualidade tangível da figura feminina, próxima do orientalismo
tão em voga na Europa, confrontou-se não somente com os limites morais, mas também
com a orientação estética e cultural do Império. O que chocara mais: a nudez frontal ou um
nu tão descolado do que se desejava como nudez nacional aceitável, por exemplo, aquela
das românticas figuras indígenas? A Carioca oferecia um corpo simultaneamente ideal e
obsceno: o alto – uma beleza imaterial – e o baixo – uma carnalidade excessiva. Sugeria uma
mistura de estilos que, sem romper com a regra do decoro artístico, insinuava na tela algo
inadequado ao repertório simbólico oficial. A exótica morena, que não é índia – nem mulata
ou negra – poderia representar uma visualidade feminina brasileira e desfrutar de um lugar
de destaque no imaginário da nossa “monarquia tropical”?
OLIVEIRA, C. Disponível em: http://anpuh.org.br. Acesso em: 20 maio 2015.
O texto revela que a aceitação da representação do belo na obra de arte está condicionada
à
A) incorporação de grandes correntes teóricas de uma época, conferindo legitimidade ao
trabalho do artista.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois não se trata de uma incorporação a alguma corrente teórica
específica, mas de um contexto social como um todo. Não necessariamente algo que pertence a uma
corrente teórica específica foi considerado belo.
A alternativa B está incorreta, pois o belo é uma questão de contexto, não de perenidade, deixando uma
obra datada muitas vezes.
A alternativa C está correta, pois o Belo na arte não é necessariamente atrelado à ideia de beleza da sua
época. O belo aparece na capacidade de uma obra de tocar o espectador, fundamentando-se em
ideologias e questões sociais da época. Não há nada essencialmente belo, pois essa ideia é condicionada
por um contexto.
A alternativa D está incorreta, pois o texto indica que a apropriação do pintor sobre o ideal de beleza em
alguns momentos não corresponde ao conceito de belo dos receptores.
A alternativa E está incorreta, pois o pintor apontado no texto utilizou técnicas e recursos já conhecidos
na sua época e ainda assim a obra não foi considerada bela por não estar alinhada a um projeto
ideológico contemporâneo a ela.
Gabarito: C
KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em: http://capu.pl. Acesso em 3 ago. 2012. (Foto: Reprodução)
O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios
por suas ilustrações.
Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para
A) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.
B) estabelecer uma postura proativa da sociedade.
C) provocar a reflexão sobre essa realidade.
D) propor alternativas para solucionar esse problema.
E) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois o texto não explora as origens do problema, apenas expõe os
contrastes na sociedade.
A alternativa B está incorreta, pois o artista critica o contraste e entre a condição de vida das duas
crianças, não estabelece um incentivo à ação da sociedade sobre o problema.
A alternativa C está correta, pois o artista promove uma crítica à exploração do trabalho infantil ao
comparar duas crianças: uma brincando com um trem de brinquedo e outra puxando um vagão de
verdade.
A alternativa D está incorreta, pois a obra não propõe alternativas, apenas expõe o problema.
A alternativa E está incorreta, pois o texto não localiza no espaço onde se passa o problema social
descrito.
Gabarito: C
Nas últimas décadas, a ruptura, o efêmero, o descartável incorporam-se cada vez mais ao
fazer artístico, em consonância com a pós-modernidade. No detalhe da obra Bastidores,
percebe-se a
A) utilização de objetos do cotidiano como tecido, bastidores, agulha, linha e fotocópia, que
tornam a obra de abrangência regional.
B) ruptura com meios e suportes tradicionais por utilizar objetos do cotidiano, dando-lhes
novo sentido condizente.
C) apropriação de materiais e objetos do cotidiano, que conferem à obra um resultado
inacabado.
D) apropriação de objetos de uso cotidiano das mulheres, o que confere à obra um caráter
feminista.
E) aplicação de materiais populares, o que a caracteriza como obra de arte utilitária.
Comentários:
- A alternativa A está incorreta, pois os elementos empregados na confecção da obra são amplamente
utilizados em território nacional.
- A alternativa B é a resposta, afinal Rosângela Paulino se apropria de elementos tradicionais e
cotidianos – os instrumentos de costura – para a realização de sua obra, ao qual é atribuído sentido
artístico.
- A alternativa C está incorreta, pois a obra não apresenta indícios de que não foi concluída.
- A alternativa D está incorreta, afinal a autora se apropria de elementos da costura para representar
uma mulher negra com a boca costurada, como se fosse silenciada, mas não se coloca como uma arte
feminista. Além disso, a costura não é um elemento exclusivo do cotidiano feminino.
- A alternativa E está incorreta, afinal a obra não possui caráter utilitário, afinal é voltada para a
contemplação.
Gabarito: B
Sem formação acadêmica específica em artes visuais, Heitor dos Prazeres, que também é
compositor e instrumentista, é reconhecido artista popular do Rio de Janeiro. Suas pinturas
de perspectivas imprecisas e com traços bem demarcados são figurativas e sugerem
movimento. Essa obra retrata
O artesanato traz as marcas de cada cultura e, desse modo, atesta a ligação do homem com
o meio social em que vive. Os artefatos são produzidos manualmente e costumam revelar
uma integração entre homem e meio ambiente, identificável no tipo de matéria-prima
utilizada.
Pela matéria-prima (o barro) utilizada e pelos tipos humanos representados, em qual região
do Brasil o artefato acima foi produzido?
A) Sul.
B) Norte.
C) Sudeste.
D) Nordeste.
E) Centro-Oeste.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois ainda que no sul gaja artesanato de argila, são mais objetos utilitários
do que estátuas.
A alternativa B está incorreta, pois na região norte há uma quantidade maior de artesanato em cerâmica
marajoara, argila e cestaria.
A alternativa C está incorreta, pois na região sudeste há uma quantidade mais frequente de peças de
tecido e renda.
A alternativa D está correta, pois o artesanatos mais típicos da região nordeste são os trabalhos em
barro, madeira, areia e em cerâmica, principalmente criando carrancas e personagens do dia a dia ou do
imaginário popular, como figuras do cangaço, por exemplo.
A alternativa E está incorreta, pois os temas mais frequentes do artesanato do centro-oeste lembram
cenas de caça, lendas, danças e demais situações folclóricas.
Gabarito: D
TEXTO A
TEXTO B
Metaesquema I
Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o
apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Nesta obra, como o próprio nome
define: meta — dimensão virtual de movimento, tempo e espaço; esquema — estruturas,
os Metaesquemas são estruturas que parecem movimentar-se no espaço. Esse trabalho
mostra o deslocamento de figuras geométricas simples dentro de um campo limitado: a
superfície do papel. A isso podemos somar a observação da precisão na divisão e no
espaçamento entre as figuras, mostrando que, além de transgressor e muito radical, Oiticica
também era um artista extremamente rigoroso com a técnica.
Disponível em: http://www.mac.usp.br. Acesso em: 02 maio 2009 (adaptado).
Uma análise cuidadosa do quadro permite que se identifiquem as cenas referidas nos
trechos do poema.
Com base nas concepções de leitura de imagem e cultura visual, atribua V (verdadeiro) ou F
(falso) às afirmativas a seguir.
Comentários:
A afirmativa I é verdadeira, pois a imagem é interpretada tanto a partir daquilo que o objeto traz como
das referências do próprio espectador, que significa a obra a partir de suas vivências.
A afirmativa III é verdadeira, pois que dá significado à obra é o receptor, a partir de suas vivências de
mundo e bagagem cultural.
A afirmativa IV é verdadeira, pois as imagens possuem muitos níveis de compreensão. Para além dos
elementos visuais, há também o modo como os espectadores compreendem cada um desses elementos.
A leitura de imagens não é feita do mesmo modo que de um texto verbal.
A afirmativa V é falsa, pois a linguagem articulada, ou seja, próximas às expressões verbais, não se aplica
à imagens. Uma imagem é entendida de diferentes maneiras, considerando conhecimentos e vivências,
além de contextos culturais.
Gabarito: A
Comentários:
A imagem I se refere à manifestação em C. Os afrescos romanos na parede são criados de tal modo que
possam criar ilusão de perspectiva e volume.
A imagem III se refere à manifestação em D. As imagens vistas aqui são mosaicos bizantinos, que
respeitam regras de frontalidade, sem se apegar a noções de perspectiva.
Gabarito: B
A relação do homem com a terra, expressa pelo universo do trabalho, é assunto recorrente
na produção de fotógrafos e artistas plásticos. A fotografia e a pintura abordam essa
temática. Com base na análise dessas figuras e nos conhecimentos sobre arte e história,
considere as afirmativas a seguir.
I. Tanto na fotografia quanto na pintura, há elementos compositivos que constituem sistema
perspectivo gerador do efeito de profundidade e que podem ser considerados documentos
históricos.
II. Café explicita anseios do movimento modernista, como a busca de uma temática nacional
no contexto de uma economia predominantemente agrícola.
III. A fotografia, por ser um instrumento mecânico de apreensão da realidade, renuncia a
elementos estéticos ou de caráter documental.
IV. Em Café, a figura humana adquire formas robustas, sugerindo a ligação dos personagens
com o trabalho e a terra, bem como a sua capacidade produtiva.
Comentários:
O item 01 está correto, pois de fato as artes visuais, como o nome já aponta, são aquelas que podem ser
compreendidas e apreciadas a partir do sentido da visão.
O item 02 está correto, pois todos os elementos citados são considerados conceitos básicos para a
composição de obras visuais.
O item 04 está incorreto, pois as dimensões do espaço são altura, largura e profundidade.
O item 08 está correto, pois todas as linguagens citadas são realizadas em suportes bidimensionais.
O item 16 está incorreto, pois durante a pré-história se produziam objetos a partir de lascas de pedra e
ossos. Apenas posteriormente, com o advento do fogo, se criam os artefatos em argila.
Gabarito: 01 + 02 + 08 = 11.
Sobre os elementos formais que caracterizam as linguagens artísticas, assinale o que for
correto.
01) Nas Artes Visuais, o volume pode ser percebido tanto pelo tato quanto pela visão e utiliza
aspectos bidimensionais como altura e largura.
02) Na música, a Melodia se define pelo conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva.
04) O círculo cromático é um dos instrumentos que possibilita compreender a estrutura da
cor e nele podem ser visualizadas as cores primárias e as cores secundárias.
08) O ponto é o sinal convencional das artes visuais e o elemento de base do sistema pelo
qual são impressas as imagens: a retícula tipográfica.
Comentários:
O item 01 está incorreto, pois obras bidimensionais não podem ser percebidas pelo tato.
O item 02 está correto, pois a definição de melodia é a sequência de notas e sons, harmonizados formando
uma linha melódica.
O item 04 está correto, pois a partir do círculo cromático é possível compreender as relações entre cores
primárias e secundárias, compreendendo sua formação.
O item 08 está correto, poisas imagens são impressas a partir de uma sucessão de pontos sobrepostos
em diferentes cores, à semelhança do que se fazia no pontilhismo.
[08] Correto. É um dos elementos da composição gráfica nas artes visuais e se constitui como elemento
fundamental na retícula tipográfica, onde na justaposição de pontos obtém-se a imagem.
Gabarito: 02 + 04 + 08 = 14.
descreve o pesquisador Arlindo Machado (1949). Apesar de adotar o termo “vídeo” em sua
nomenclatura, a videodança pode ser produzida tanto no meio eletrônico e digital quanto
em película cinematográfica.
VIDEODANÇA . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível
em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo14324/videodanca>. Acesso em: 31 de Ago. 2020. Verbete da
Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
A rua deve ser espaço democrático e o teatro que nele é feito tem potência muito maior no
que diz respeito a afetar maior número de pessoas de todas as classes e gostos. Interessado
ou não no espetáculo, com foco direcionado a isto ou não, alguma percepção e reflexão é
possível a partir da relação estabelecida naquele momento. Não há desigualdades ou
distinções – todos são iguais sobre aquele chão de onde floresce a apresentação e a
participação de cada um. A cidade é o ambiente do espetáculo na sociedade pós-moderna.
O lugar do real e da fantasia, das catarses íntimas eclodirem a partir do público. (...) Assim,
entende-se que a própria cidade pode ser palco aberto, onde pretende-se discutir, dialogar
e entreter o público. A cidade como espaço de apropriação e de pertencimento,
transformando e reinventando.
Desde que o projeto Graphic MSP foi lançado em 2012 temos visto os personagens de
Mauricio de Sousa se aventurando cada vez mais em temas que dificilmente seriam
explorados com tanta seriedade nos quadrinhos normais da Turma da Mônica, como
bullying por exemplo. E esse mês chegou às bancas uma nova história desse projeto que fala
sobre um dos temas mais importantes de se debater atualmente na sociedade: racismo.
Jeremias – Pele é obra do roteirista Rafael Calça e do desenhista Jefferson Costa, nessa
história conhecemos um pouco mais sobre a vida de Jeremias na escola e com seus pais e
como ele tem uma vida feliz e normal para um menino da sua idade, até que ele é
confrontado com a realidade do racismo. O quadrinho acompanha Jeremias tentando
entender por que alguém se acha no direito de o tratar de forma diferente por causa da cor
de sua pele e como os pais dele tem a difícil missão de explicar para ele o que é racismo e
como isso infelizmente ainda faz parte da nossa sociedade em todos os níveis.
O tema é abordado pelos autores de forma realista e educativa, tratando do tema de
modo que o público infantil consiga entender o quão cruel e errado o preconceito racial é.
Como um bônus o quadrinho ainda traz um texto do rapper Emicida.
Jeremias – Pele é a 18ª graphic novel lançada pela MSP e a primeira a ter um
protagonista negro.
(Disponível em <https://nerdivinas.com.br/jeremias-pele-nova-graphic-novel-da-msp-tem-racismo-como-tema>
Acesso em 20 nov. 2020)
“Nossa pele é uma dádiva, é um tipo especial de tela”, afirma Susanna Kumschick,
antropóloga suíça que fez a curadoria da mostra. Ela conta que foi motivada a realizar a
exibição pela necessidade de olhar para corpos pintados de um novo ângulo.
“Na antropologia, a tatuagem é um grande assunto, porque é observada em tantas
culturas e tradições. Mas comecei a pesquisar e percebi que ela nunca tinha sido abordada
em museus de arte ou design, apenas em museus de história e civilização”, conta.
Segundo Kumschick, a volta do interesse do público e das organizações culturais pelas
tatuagens é em parte explicada pela arte que explora a imagem corporal. A autora destaca
a obra da artista performática austríaca Valie Export: “Em 1970, ela tatuou uma cinta-liga
em sua perna, ao ar livre, durante uma performance. Foi uma das primeiras mulheres a
criticar a maneira como as pessoas olham para o corpo feminino”, explica a curadora.
(Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/03/150324_vert_cul_exposicao_tatuagens_ml>
Acesso em 16 jun. 2020)
Segundo o texto, a tatuagem e a arte corporal de modo geral podem ser compreendidas a
partir de
a) um olhar europeu, que olha para outras sociedades a partir de uma perspectiva da
colonização ou exotização.
b) uma perspectiva histórica e etnográfica, olhando para as diversas expressões que usam o
corpo como suporte.
c) uma ideia de que o trabalho usando o corpo como suporte é sempre ligado ao processo
de feitura da obra, não só o resultado final.
d) uma noção de que não se pode compreender as tatuagens ou demais modos de pintura
corporal como passíveis de exposição.
e) um ideal feminista de arte, que coloca a mulher no centro da produção artística e cultural
no campo da arte corporal.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois não se pode apontar a partir do texto que haja uma ideia de tratar o
outro de maneira exótica, mas sim de valorizar diferentes expressões artísticas.
A alternativa B está correta, pois o texto aponta para os usos da tatuagem por diversas civilizações e em
diferentes contextos, ainda que tenham sido pouco exploradas. Os “corpos pintados” citados, por
exemplo, remetem não só a tatuagens como a pinturas corporais, por exemplo. No contemporâneo,
pode-se observar diálogos com a performance, como no caso da performance dos anos 1970.
A alternativa C está incorreta, pois não há nada no texto que aponte apenas para uma valorização do
processo de feitura das artes corporais, ainda que se mencione uma performance que o processo de
fazer a tatuagem fosse a própria ação artística.
A alternativa D está incorreta, pois o texto aponta o contrário: que há espaço para a exposição de
diferentes tipos de obras de arte, inclusive a própria tatuagem e as artes corporais.
A alternativa E está incorreta, pois a artista que discute questões de gênero é apenas um exemplo de
uso da tatuagem como arte. Não quer dizer que as artes corporais sejam necessariamente ligadas a
gênero.
Gabarito: B
Abstrato
Fazer artístico que não representa objetos ou elementos na maneira como eles se
apresentam no mundo, na realidade à nossa volta, mas sim a partir de formas que não
remetem necessariamente à realidade.
a) d)
e)
b)
c)
Comentários:
Apesar de todas as obras apresentadas apresentarem algum grau de abstração, seja pela escolha de cores,
seja pela menor nitidez de formas e contornos, a alternativa E é a que apresenta desenho com maior
abstração, sendo praticamente impossível encontrar grandes referenciais na realidade. Exceto por
algumas imagens, poucos elementos são identificáveis. A obra é mais fortemente fundada nas imagens
abstratas.
Gabarito: E
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois a obra “A clarividência” não faz nenhuma subversão da perspectiva;
pelo contrário, ela é marcada por figurativismo.
A alternativa B está correta, pois percebe-se que não há mudança no tamanho dos elementos a
depender da distância em que se encontram. As pessoas do quadro também são do mesmo tamanho,
independentemente de onde estão. Outro modo de responder à questão seria identificar que o pintor é
Escher, artista que tem como uma de suas principais características a subversão da perspectiva.
A alternativa C está incorreta, pois há um uso da perspectiva como descrito no verbete que compõe o
enunciado, principalmente na diminuição dos tamanhos.
A alternativa D está incorreta, pois vê-se diferença de tamanho nas personagens, indicando que há uso
da perspectiva.
A alternativa E está incorreta, pois há um aprofundamento da paisagem, que por estar mais distante se
encontra menor.
Gabarito: B
a) b)
c) d)
e)
A única obra que representa o mundo dessa maneira aqui é A igreja de Auvers-Sur-Oise, de Van Gogh –
artista notadamente expressionista. Isso se comprova pela distorção das formas do prédio e pelos traços
bem marcados dos caminhos e grama.
Todas as outras obras buscam representar fielmente a realidade, ainda que possuam estilos diferentes.
Gabarito: E
a) b)
c) d)
e)
Comentários: A obra descrita no enunciado possui características como “abstração não geométrica”,
“pintura que não representa nenhuma realidade”, “não reproduz formas precisas”, “cor, forma e luz
exploradas”, “traços vivos e dinâmicos”. Analisando-se uma a uma as alternativas percebe-se, que:
A alternativa A está incorreta, pois busca representar uma realidade.
A alternativa B está incorreta, pois também busca representar uma realidade.
A alternativa C está incorreta, pois apresenta uma abstração geométrica.
A alternativa E está incorreta, pois reproduz formas precisas.
Assim, a única alternativa que possui todas as características elencadas no enunciado é alternativa D,
Azul II, de João Miró.
Gabarito: D
vegetação. É isto que somos, em cores vivas e sem a intervenção erudita das fórmulas
pictóricas tradicionais. (Rafael Cardoso. A arte brasileira em 25 quadros, 2008. Adaptado.)
Tal comentário aplica-se à seguinte obra de Tarsila do Amaral (1886-1973):
a) b)
c) d)
e)
O único quadro que se adequa a essa descrição é o Antropofagia. A pintura mostra duas figuras de
cabeças pequenas e pés gigantes, além de uma figura com o seio grande e caído.
Além disso, há grandes plantas atrás das personagens, obedecendo os tons de cores descritos do
enunciado como brasileiros, nacionais (o verde, o amarelo, o azul e o branco). O tom da pele das
personagens obedece ao ocre do enunciado.
Gabarito: A
Uma obra representativa da estética à qual o texto se refere está reproduzida em:
a) b)
c) d)
e)
a) b)
c) d)
e)
Considerações finais
A partir da próxima aula, iremos começar a nos dedicar a movimentos artísticos em si!
Até lá, pratique bastante com os exercícios desta aula, para chegar sem dúvidas na próxima aula!
Qualquer dúvida estou à disposição no fórum ou redes sociais!