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ARTES VISUAIS

DESENHO E ESCULTURA

Cíntia Borges Ribeiro


Léo Teodoro Gurnhak
Rita de Cássia Pion Bolzan
APRESENTAÇÃO
Caros Alunos,

Apresentamos a você a disciplina Desenho e Escultura. Nesse primeiro


momento você entrará em contato com o desenho de observação, o desenho de

memória e com o desenho técnico, mas para tanto é necessário que conheça
alguns conceitos e princípios básicos do desenho, bem como sua história e sua

prática.
Assim, seguiremos uma ordem crescente na dificuldade das atividades

propostas, atentando sempre para que não faça a unidade seguinte sem estar, de
fato, satisfeito com resultado obtido em uma atividade anterior, pois o

desenvolvimento no desenho é gradativo. Num segundo momento desta


disciplina passaremos a estudar a manifestação artística tridimensional, porém,

antes de começarmos nosso estudo sobre “escultura”, é importante entendermos


o que vem a ser “Manifestação artística”.

O homem, como ser racional, sente a necessidade de expressar suas

emoções, seus pensamentos, ideias e descobertas e, por sua vez, utiliza-se, dentre
outras possibilidades, de manifestações artísticas.

Tais manifestações abrangem desde as técnicas mais antigas, como


pintura, escultura, arquitetura, até as mais novas tecnologias da comunicação e

informação que possibilitam novas maneiras de codificar a informação, tais como


a fotografia, artes gráficas, cinema, televisão, vídeo, computação, entre outros.

É certo notar que apesar de mudanças na maneira de se fazer arte, ela


nunca perdeu seu valor. Proporciona-nos experiências únicas e não podem ser

substituídas por nenhuma outra área do conhecimento humano.


Bons estudos!

Cíntia Borges Ribeiro


Léo Teodoro Gurnhak

Rita de Cássia Bolzan


PROGRAMA DA DISCIPLINA

EMENTA – Linguagem Bidimensional: Desenho de observação, de memória e


técnico. Observação do cotidiano. Figuração e abstração no desenho a partir da

observação. Pesquisa de materiais alternativos para o desenho, unindo técnica e


expressividade.

Linguagem Tridimensional: Fundamentos básicos e conceituais da escultura.


Pesquisa de instrumentos e materiais. Projetos tridimensionais com enfoque na

arte contemporânea. A tridimensionalidade e o espaço. A construção poética


escultórica com enfoque individual e grupal. Aspectos metodológicos da

tridimensionalidade na educação básica.

OBJETIVOS:

• Desenvolver as técnicas de traçado a mão livre e a composição.


• Conhecer e saber trabalhar os conceitos de equilíbrio, proporção,

perspectiva, luz, sombra e textura para assim, estimular a capacidade de


desenhar objetos tridimensionais em suportes bidimensionais por

observação ou baseados na memória.


• Reconhecer a tridimensionalidade como área do conhecimento autêntico e

autônomo, respeitando o contexto sociocultural em que está inserida.


• Conseguir socializar informações sobre essa manifestação artística através

de vivências e experiências com a produção artística.


• Estimular a criação crítica e social. Impulsionar mudanças no processo de

produção e disseminação do conhecimento artístico através da


tridimensionalidade.

• Proporcionar vivências significativas, para que o aluno possa realizar


produções individuais e coletivas.
CONTEÚDO:

Fundamentos básicos e conceituais da linguagem bidimensional e tridimensional;


Materiais;

Percepção Visual;
Perspectiva;

Luz e Sombra;
Textura;

Projetos tridimensionais com enfoque na arte contemporânea;


A tridimensionalidade e o espaço;

Aspectos metodológicos do bidimensional e tridimensional na educação básica.

METODOLOGIA:
Adotamos para a disciplina uma metodologia que alia a teoria à prática,

propiciada por meio de atividades que permitam, a partir de exemplos, a reflexão

sobre a expressão bi e tridimensional.

AVALIAÇÃO:
No sistema EAD, a legislação determina que haja avaliação presencial, sem,

entretanto, se caracterizar como a única forma possível e recomendada. Na


avaliação presencial, todos os alunos estão na mesma condição, em horário e

espaço pré-determinados, diferentemente, a avaliação a distância permite que o


aluno realize as atividades avaliativas no seu tempo, respeitando-se, obviamente,

a necessidade de estabelecimento de prazos.


A avaliação terá caráter processual e, portanto, contínuo, sendo os seguintes

instrumentos utilizados para a verificação da aprendizagem:


1) Provas realizadas presencialmente;

2) Trabalhos de pesquisa e atividade online.


As estratégias de recuperação incluirão:
1) Retomada eventual dos conteúdos abordados nas unidades, quando não
satisfatoriamente dominados pelo aluno;

Bibliografia Básica

DERDYK, E. Formas de pensar o desenho. São Paulo: Pioneira: USÃO PAULO:,


1980;

DONDIS, D. A. Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo: Martins Fontes, s.d.;


HERBERT, R. A Arte de agora agora: uma introdução a teoria da pintura e

escultura modernas. SP: Perspectiva, 1991.


JANSON H. W. e JANSON, A. F. Introdução à história da arte. SP: Martins Fontes,

2009.
KRAUSS, R. E. Caminhos da escultura moderna. SP: Martins Fontes, 2007.

WONG, W. Princípios da forma e do desenho. São Paulo: Martins Fontes,1998;

Bibliografia Complementar

ARNHEIM, R. Arte e Percepção Visual. SP: Pioneira, 2011.


BARDI, P. E KLINTOWITZ, J. Um século de escultura no Brasil. SP: Museu de Arte

de SP, 1982.
EDWARD, B. Desenho com o lado direito do cérebro. São Paulo: Ediouro, 2001;

GOMBRICH, E. H. A História da Arte. RJ: LTC S. A, 1993.


ITAÚ CULTURAL. Tridimensionalidade: a arte brasileira do século XX. SP: Itaú

Cultural, 2000.
NEISTEN, J. Feitura das artes. SP: Perspectiva, 1981.

PENTEADO, J. A. Curso de Desenho. São Paulo: Nacional, 1976;


PERARD, V. Desenho e anatomia, São Paulo: TECNOPRINT, 1969.
SUMÁRIO
UNIDADE 01 – DIMENSÕES: BI E TRI. ............................................................................................ 6

UNIDADE 02 – COMO E PORQUE EU DESENHO. ......................................................................... 9


UNIDADE 03 – O MATERIAL. ...................................................................................................... 14

UNIDADE 04 – PERCEPÇÃO VISUAL. .......................................................................................... 18


UNIDADE 05 – CONCEITOS BÁSICOS DA PERSPECTIVA. ............................................................ 22

UNIDADE 06 – CAVALEIRA E ISOMÉTRICA. ................................................................................ 26


UNIDADE 07 – CÔNICAS ............................................................................................................ 30

UNIDADE 08 – LUZ E SOMBRA. .................................................................................................. 34


UNIDADE 09 – TEXTURA ............................................................................................................ 39

UNIDADE 10 – FIGURA HUMANA. .............................................................................................. 43


UNIDADE 11 – O INÍCIO DA ESCULTURA..................................................................................... 47

UNIDADE 12 – HISTÓRIA DA ESCULTURA NA ANTIGUIDADE. .................................................... 50


UNIDADE 13 – ESCULTURA NA IDADE MÉDIA. ........................................................................... 55

UNIDADE 14 – ESCULTURA BARROCA BRASILEIRA. .................................................................... 58


UNIDADE 15 – IDADE MODERNA: NOVAS POSSIBILIDADES ESCULTÓRICAS. ............................. 62
UNIDADE 16 – MODERNISMO BRASILEIRO E ESCULTURA. ......................................................... 67

UNIDADE 17 – A QUEBRA DOS LIMITES NA IDADE CONTEMPORÂNEA. .................................... 70


UNIDADE 18 – A ESCULTURA AO REDOR DO MUNDO: PESQUISA DE TÉCNCIAS E MATERIAIS.. 74

UNIDADE 19 – TÉCNICAS ESCULTÓRICAS: ARGILA. .................................................................... 80


UNIDADE 20 – PROJETOS TRIDIMENSIONAIS NA ESCOLA. ........................................................ 84
UNIDADE 01 – DIMENSÕES: BI E TRI.
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE.
Objetivos: Conhecer as dimensões e compreender as diferenças de representações entre
duas e três dimensões.

ESTUDANDO E REFLETINDO.
A princípio pode parecer estranho misturar desenho e escultura, porém, estas
duas modalidades artísticas são irmãs. O desenho representa no plano bidimensional o
que vivenciamos no papel, na televisão, no computador, já escultura apresentar o campo
tridimensional, vivenciado no tato, no trato com objetos reais como sua cama, seu
teclado do computador e a cadeira na qual você se senta para estudar.
São dois modelos representativos distintos que, em alguns momentos, na vida
cotidiana e na arte se intercalam e se misturam. Mas o que diferencia o desenho da
escultura? Entre outras coisas, as dimensões apresentadas por cada uma das
modalidades.
Noções de dimensão e espaço são de certa maneira, simples e intuitivas. A melhor
forma de entendê-las é pelo uso e análise de exemplos. Assim, isto posto, você precisa
sentir o que elas são e deixar as definições formais para os matemáticos.

A figura acima mostra quatro objetos sobre uma mesa, não são como os objetos
comuns que conhecemos, porque não tem massa atômica, são geométricos,
representações criadas pela mente humana, fazem parte do mundo matemático. São
apresentados um ponto, uma reta, um quadrado e um cubo, respectivamente, mostrando
zero, uma, duas e três dimensões.
O ponto não tem dimensão. Mesmo que o colocássemos sob um microscópio, e
por mais que ampliássemos a imagem, continuaria sendo um ponto, invisível. Não seria
possível que aumentasse de tamanho, pois não mede nada. Analogamente, podemos
pensar em uma multiplicação de 0 X 1 ou 0 X 1.000, o resultado dessa operação é sempre
0, o ponto funciona da mesma maneira, seu tamanho é zero e mesmo multiplicado ele
continua como é. O ponto é um espaço 0D (zero D – nenhuma dimensão).
A reta tem uma dimensão. Podemos dar o nome de comprimento a medida do
segmento (parte, pedaço) de reta, que é infinitamente fina. Portanto, se a analisássemos
num microscópio, só seu comprimento aumentaria, a espessura continuando a mesma,
nula. O segmento de reta é parte do espaço 1D (reta infinita) e poderia ser medido em
centímetros, metros ou quilômetros.
Vamos analisar duas dimensões. Chamamos comprimento e largura aos lados do
quadrado (O Plano). Ele é como uma folha de papel infinitamente fina. Avaliado sob o
microscópio, não apresenta altura. Ele está no plano infinito e poderia ser medido em
metros quadrados, ele tem área e participa do espaço 2D (ou bidimensional). Assim, da
mesma forma que o ponto e a reta, são parte da abstração do homem, pois não existem
no mundo físico real.
O espaço que nos cerca em nossa vida cotidiana tem três dimensões. Podemos
chamar de comprimento, largura e altura as dimensões de um cubo. Ele participa do
espaço 3D, um espaço que é infinito, podendo ser medido em metros cúbicos ou litros,
pois ocupa um volume e é a representação mais assemelhada aos objetos do mundo
físico.
Perceba que o ponto cabe, virtualmente, em uma reta, num plano ou no espaço
real. Assim como uma reta cabe sobre outra, num plano ou no espaço tridimensional. O
quadrado pode ser alocado num plano ou num espaço com as três dimensões. Mas há
como encaixar o objeto tridimensional em um espaço que tenha um número menor de
dimensões. Seguindo esse raciocínio, a reta não cabe dentro de um ponto, nem o cubo
num plano ou em uma reta.
Ponto, Segmento de reta, Quadrado e Cubo são as melhores formas de
representar e as dimensões, mas não são os únicos. Pode-se imaginar vários objetos,
muito diferentes, principalmente, nos espaços 2D e 3D, esses são os espaços utilizados
em representações artísticas e mesmo técnicas, porque, quanto maior o número de
dimensões tiver um espaço representativo, mais variedade de formas teremos. Você pode
notar essa variedade facilmente, observando que os pontos são todos iguais, que as retas
diferem apenas em seus comprimentos, que os objetos do espaço 2D já são ricos em
exemplos, podendo apresentar buracos, e que os sólidos do espaço 3D são incrivelmente
mais variados, permitindo até que você imagine alguns com um nó. A figura mostra
alguns deles e não deve mais deixar dúvidas sobre o significado do número de
dimensões. Nela, os objetos de mesma cor têm também o mesmo número de dimensões
(azul=0, preto=1, vermelho=2, verde=3).

Você deve treinar a sua mente para identificar rapidamente os objetos


geométricos pelo número de dimensões que eles possuem.

BUSCANDO O CONHECIMENTO.

O desenho se pauta em duas dimensões para


representar um objeto, sendo elas a altura e o comprimento,

para a escultura adicionamos mais uma dimensão, a largura.


Altura: É a distância vertical da parte mais alta de uma figura, objeto bidimensional
ou tridimensional até a sua base.

A altura também pode ser denominada ‘altitude’.

Comprimento: É a distância de uma ponta à outra de uma figura, objeto


bidimensional ou objeto tridimensional.

Largura: Refere-se à profundidade e volume, é a distância da parte mais próxima à

mais distante do observador

UNIDADE 02 - COMO E PORQUE EU DESENHO.


CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE.
Objetivos: Entender a necessidade do homem em se expressar; Explicitar o início
desse processo de desenhar; Fazer com que o aluno visualize como ele está se

expressando no momento em que ele inicia a disciplina, antes de entrar em


contato com os conceitos e técnicas propostos pela disciplina.

ESTUDANDO E REFLETINDO.
Vamos iniciar esta unidade discutindo a magia do desenho, Betty Edward

em “Desenhando com o Lado Direito do Cérebro” afirma:


Uma vez que somente uns poucos indivíduos parecem possuir a
capacidade de ver e desenhar, os artistas são tidos, muitas vezes, como
pessoas dotadas de um talento raro, concedido por Deus. Para muitas
pessoas, o processo de desenhar parece misterioso e algo além da
compreensão humana.
Por sua vez, os artistas pouco fazem para afastar o mistério. Se
perguntarmos a um artista (ou seja, a alguém que desenha bem devido
a um longo treinamento ou à descoberta casual da maneira de ver de
um artista), "Como você faz para desenhar uma coisa de modo que ela
pareça real — digamos um retrato ou uma paisagem?", é provável que
o artista responda: "Bem, acho que é um dom que tenho", ou "Não sei.
Começo e vou compondo as coisas à medida que trabalho", ou ainda
"Bem, eu simplesmente olho (a pessoa ou a paisagem) e desenho o que
vejo". Esta última resposta parece lógica e sincera. Contudo, se a
examinarmos bem, veremos que ela não explica o processo - e
continuamos com a sensação de que a habilidade de desenhar é uma
coisa vagamente mágica. (EDWARD, B.1979, pág. 8)

E nesta linha de pensamento sobre a mística, a magia do desenho, vamos

pensar no início da produção gráfica do homem.


O desenho faz parte da vida do homem, desde a pré-história, em que o

homem paleolítico pintava o objetivo da caçada nas paredes das cavernas, em


rituais místicos, cuja finalidade era prender a alma do animal dentro na caverna,

por meio do desenho produzido.


Assim, o homem, desde o início de seu desenvolvimento, está desenhando

de observação, pois vale lembrar que não existia outro recurso, senão, observar o
animal, para poder desenhá-lo. A crença na apreensão do espírito do animal no
desenho exigia uma representação perfeita e isso fazia com que os desenhistas,
ou “magos”, passassem horas, dias, observando a presa para conseguir reproduzir
o animal à perfeição.

Bisão - Altamira , Espanha – Paleolítico, cerca de 21.000 a.C. à 13.000 a.C.

Você deve ter notado a constante repetição da palavra


"animais". De fato, as primeiras imagens que foram criadas 40,

20 mil anos atrás, no Paleolítico Superior (Idade da Pedra


Lascada), eram imagens de animais, apenas, o homem só irá

aparecer na pintura no período Neolítica e as mulheres eram


representadas nas esculturas chamadas "Vênus estatopígias".

Vamos dar uma olhada nas imagens encontradas nas


Vênus de Willendorf
paredes das cavernas. À primeira vista, elas são extremamente

primitiva, uma reminiscência de rabiscos de crianças. Mas é realmente? Vejamos a


imagem do Bisão acima. A figura do animal é feita com uma precisão incrível, o

cumprimento de todas as proporções, dá a impressão de solidez. Mas não é


somente o contorno - é um corpo. Se você olhar de perto, a espinha dorsal do

bisão, os seus flancos saltam do plano da figura. Ele é cheio de vida, ele parou,
mas no momento seguinte, continuará a se mover. Esse desenho é,

provavelmente, uma reprodução da lembrança do real bisão, mas a memória só


irá acontecer se ela for criada.

Existe uma necessidade clara da observação para o desenho realista


acontecer também na esfera da memória. Não há como lembrar uma imagem, os
detalhes dela, sem que tenha ocorrido uma observação profunda do objeto que
está tentando desenhar.

BUSCANDO O CONHECIMENTO.

Desenhar não é o maior problema, se existe coordenação motora suficiente


para segurar um lápis e escrever, há habilidade motora suficiente para desenhar.

Em alguns casos, não há obrigatoriedade de ser dotado de habilidades motoras


para escrever, pois há crianças não alfabetizadas capazes de realizar belíssimos

trabalhos de desenho.
Realmente, a diferença está em saber olhar, retomando os escritos de

Edwards, acerca do desenho, vejamos:


O leitor logo verificará que a capacidade de desenhar é algo que
pode ser aprendido por qualquer pessoa normal dotada de visão e
coordenação manual medianas — com habilidade suficiente, por
exemplo, para enfiar uma linha numa agulha ou atirar uma bola à
distância. Ao contrário do que geralmente se pensa, a habilidade
manual não é um dos fatores fundamentais no desenho. Se a sua
caligrafia é legível, ou até mesmo se você é capaz de escrever
legivelmente em maiúsculas, então você é amplamente hábil para
aprender a desenhar bem.
E isto é tudo o que precisamos dizer a respeito das mãos; a
respeito dos olhos, porém, jamais poderíamos falar demais. Aprender a
desenhar é algo mais do que aprender a habilidade em si; estudando
este livro, você aprenderá a ver — ou seja, aprenderá a processar as
informações visuais daquela maneira especial utilizada pelos artistas. É
uma maneira diferente daquela pela qual você geralmente processa as
informações visuais e, aparentemente, exige que se use o cérebro de
modo diferente daquele pelo qual ele normalmente é usado [grifo meu]
(EDWARD, B. 1979. Pág. 17)

Seguindo o pensamento de Betty, o desenhar não está vinculado à


habilidade manual e sim a uma “habilidade visual”, quando se trata de desenho

artístico, figurativo e de tendência realista.


Mas é inata ao homem a necessidade de expressar-se de forma gráfica, o

visualizar o problema facilita o entendimento e também facilita o caminho da


solução. Nós somos seres visuais, e como tal, expressamos e deixamos nossa

marca no mundo dessa maneira.


Para facilitar a apreensão desta “habilidade visual” existem algumas
ferramentas que podemos utilizar, alguns truques e técnicas que proporcionam

maior facilidade no entendimento e reprodução da imagem.


Serão tratados nesta disciplina: equilíbrio, enquadramento, perspectiva,

volume, sombreamento e textura.


ATENÇÃO:
Todos estes elementos devem ser

considerados quando estamos produzindo O desenho artístico NÃO


representa a REALIDADE,
uma imagem. Seja uma produção simples,
ele representa a forma como
como um desenho a grafite, seja em uma nós a percebemos.
pintura digital hightech, só convenceremos

nosso expectador se nossa ilusão de realidade conseguir representar a forma


como enxergamos a realidade.

Para tanto, mesmo não sendo necessário ter uma habilidade natural muito
apurada, alguns conceitos e exercícios serão tratados nesse curso para facilitar o

desenvolvimento de trabalhos que têm o desenho como forma de expressão.

De forma introdutória, assista ao vídeo proposto no link abaixo:


http://www.youtube.com/watch?v=opQNGM_ODuQ

Sem cobranças!!! Tente seguir a vídeo-aula apresentada e fique atento aos


comentários, eles são de grande verdade e poderão lhe ajudar no decorrer do

curso.
UNIDADE 03 – O MATERIAL.
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE.
Objetivos: Conhecer os materiais próprios para desenho e entender seu

funcionamento.

ESTUDANDO E REFLETINDO.

Os materiais para desenho não são muitos e, muito menos, complexos,


porém é necessário entender o seu funcionamento e saber como usá-los para

conseguir os melhores resultados possíveis.


O que você irá precisar para desenhar é: papel, lápis e borracha, de modo

geral. Mas existem algumas especificações e alguns utensílios que podem ajudar
bastante, como o esfuminho e o limpa-tipo.

O Papel
Um bom papel para desenho é o

papel do tipo “canson”, com gramatura


140g/m². Não é necessário que seja da

marca Canson, e sim do tipo.


A gramatura do papel influencia

diretamente na textura do papel, em alguns


casos, essa textura modifica a qualidade

final do desenho. Um papel fininho, como o


sulfite, tem uma textura lisa, o tipo “Canson” já é um pouco mais áspero e isso

ajuda a criar efeitos de textura de superfície nos objetos retratados. O papel


também tem vários tamanhos de padrão industrial, como pode analisar na tabela

abaixo.

A0 A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10

841X1189 594x841 420x594 297x420 210x297 148x210 105x148 74x105 52x74 37x52 26x37

Tabela de medida dos papéis (em milímetros)


O Lápis

O grande diferencial do lápis está na facilidade do uso,


na versatilidade e no fato de ser facilmente apagado, quando

necessário. Embora seja apresentado em diferentes graus de


dureza, a pressão do lápis e a textura do papel contribuem

para a sua versatilidade. Pode-se produzir, com o mesmo


material, um esboço rápido ou um retrato detalhado.

Usaremos para nossas atividades os lápis de graduação


2B, 4B e 6B. Porém, um bom lápis para desenhar deve estar

bem apontado e, para isso, usaremos estilete e não


apontador, pois com ele conseguimos uma ponta

mais fina, com maior área de cobertura, quando


tombado e maior estabilidade (não quebra muito

fácil)

Mas é necessário que tenha em média 1 cm


de grafite e 2 cm de madeira em uma abertura

suave.

A Borracha
Não existem grandes especificações para a borracha como existem
para o lápis, mas procure utilizar uma borracha macia, não use as com

“capinha”, pois estas mancham os desenhos.

Outra borracha que é muito interessante é a borracha artística,

antigamente conhecida como limpa-tipo. O limpa-tipo tem textura de


massa de modelar e derrete se ficar exposto ao sol ou ao calor.
O Esfuminho
O esfuminho tem forma de lápis como se fosse

apontado dos dois lados, mas ele é todo branco e sua utilidade
é criar o efeito de sfumato nos desenho. Com o uso ele

fica sujo, pois ele espalha grafite pelo papel e para


limpá-lo é sempre bom ter uma lixa.

BUSCANDO O CONHECIMENTO.

Para testar os materiais e conhecer como cada um funciona, experimente!


Faça uma escala de gradação tonal como a apresentada abaixo, você

deverá fazer três linhas de oito retângulos cada uma, com um espaço de quatro
centímetros entre elas, feito isso, você usará um lápis em cada uma das linhas

para criar uma escala tonal para todos os lápis.

Agora faça um dègradé contínuo com cada um dos lápis, você irá produzir
uma linha de preenchimento onde o início será mais escuro e conforme for

caminhando com o lápis para a direita, a força usada, ou peso que você colocará
na mão será menor, assim, ao final da linha o tom deverá estar bem clarinho.
Repare que não há marcas na superfície preenchida, a mudança de tom é
suave.

Para entender melhor como funciona o esfuminho, passe a lateral da ponta sobre
o grafite e percebe que ele produz uma cobertura ainda mais suave e uniforme.
UNIDADE 04 – PERCEPÇÃO VISUAL.
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE.
Objetivos: Explicitar os fenômenos da percepção visual; Estudaremos alguns

fenômenos da percepção visual, como o enquadramento e o equilíbrio.

ESTUDANDO E REFLETINDO.

Observe a Figura 1 e leia atentamente o texto de Rudolf


Arnheim. (ARNHEIM, R 1904. pág. 9)

Para iniciarmos nossa conversa sobre percepções


visuais, é necessário antes esclarecer o que são forças

perceptivas. Arnheim, em Arte e Percepção Visual, aponta para


o fato de que qualquer campo visual deve ser visto como um

todo, para que possamos entender sua estrutura, delimitada por forças dinâmicas,
cuja função é mostrar o campo visual. Assim, não há objeto que possa ser

considerado único ou isolado, uma vez que ver algo é determinar um lugar no
espaço, relacionar posições em escala de amplitude, distância ou intensidade de

luz.
O autor ainda cita experimentos realizados pelos psicólogos da Gestalt que

concluem que “qualquer padrão de estímulo tende a ser visto de tal modo que a
estrutura resultante é tão simples quanto as condições permitem”. Ou que, as

relações dentro do espaço visual são regidas por uma “lei da simplicidade”, ou
ainda, as forças perceptivas no espaço visual obedecem à simplicidade.

Tudo se baseia nos pesos visuais, o que é surpreendente para os olhos. Ou


seja, com base na psicologia humana e da nossa forma de equilíbrio, formamos e

compreendemos o que vemos. Assim, o equilíbrio e o desequilíbrio podem gerar

elementos gráficos que afetam a psicologia humana. Por exemplo, pode ser
equilibrada com a repetição de elementos visuais ao longo do plano visível

Há muitas maneiras de se conseguir equilíbrio, por exemplo, um elemento


pode ser reforçado como o único e mais forte objeto no plano, em contraste com
o resto existente no plano. Mas o desequilíbrio, em suma, é criado, quando vários
elementos estão competindo para atrair a atenção e isso causa tensão. A parte

difícil é gerar o equilíbrio ou desequilíbrio que precisa com os vários elementos


visuais que compõem a imagem.

Portanto, o jogo entre a busca do equilíbrio/desequilíbrio e a existência de


contraste/tensão entre elementos é um conceito intrincado, porém necessário,

para compreender a imagem e para produzir na obra o efeito que desejamos.

BUSCANDO O CONHECIMENTO.

Como agora já temos conhecimento do que são pesos visuais e o que são
forças perceptivas, vamos ver enquadramento e equilíbrio.

Enquadrar é saber localizar o desenho no papel de forma que não corte o


desenho; não falte área

no papel para finalizar o


desenho ou o contrário,

não sobre muito mais


papel de um lado do

desenho do que de outro,


ou ficar um desenho

muito pequeno para o


tamanho do papel

escolhido.
Para trabalhar o

enquadramento é preciso
encontrar o centro do

objeto que será

desenhado e fazer uma


“marca mental”, dividindo o espaço ao redor do objeto em quatro partes com

uma linha vertical e uma linha horizontal. Você irá fazer as mesmas linhas: vertical
e horizontal no papel que escolheu para trabalhar. Assim, você terá uma ideia de
quanto de cada parte do papel o seu desenho deverá ocupar

Já o equilíbrio depende da composição e da forma do objeto, quando

temos um objeto que não é exatamente um sólido geométrico, com laterais


planas, por exemplo, o lugar que sua maior área ocupar terá um peso visual

maior, ou quando temos uma composição, dois ou mais objetos na cena, o


espaço onde estiver o maior número de objetos estará mais pesado visualmente.

(dentro daqueles quatro que dividimos para o enquadramento)


Além disso, temos que pensar que determinados arranjos criam uma
sensação de instabilidade maior. Triângulos são formações que criam uma grande

sensação de equilíbrio, porém, se o triângulo estiver invertido, ele causará no


observador um desconforto, cabe ao artista resolver esse problema de equilíbrio

rearranjando a composição, seja colocando os objetos em outra posição, seja


acrescentando outro objeto à cena.
UNIDADE 05 – CONCEITOS BÁSICOS DA PERSPECTIVA.
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE.
Objetivo: Entender como nós vemos os objetos ao nosso redor e saber trabalhar

com a perspectiva, Nesta unidade, trataremos dos conceitos primários de


perspectiva e sua importância na elaboração de nossos trabalhos.

ESTUDANDO E REFLETINDO.
A perspectiva é uma ferramenta utilizada em desenho, para criar a ilusão

de tridimensionalidade. Ela pode ser representada de várias formas. Existem as


representações técnicas, como a perspectiva cavaleira e a isométrica.

Essas representações não muito usadas na arquitetura, engenharia e


design, pois transmitem informações para a construção ou execução de projetos.

Na perspectiva cavaleira um
ponto do objeto é representado por

três coordenadas, x, y e z (três


dimensões – x = altura, z =

comprimento e y = largura). No
desenho, ele é representado por

apenas duas coordenadas, x e y. No


desenho plano, de dois eixos, x e z da figura, são perpendiculares e o

comprimento destes eixos são desenhados em uma escala de 1:1, enquanto que o
terceiro eixo, aqui y , está desenhado em diagonal, que faz um ângulo arbitrário

com o eixo, geralmente de 30º ou 45º. O comprimento do terceiro eixo não é


necessariamente escalonado, mas, por convenção usamos 1:1/2.

É muito fácil de desenhar, especialmente com papel e caneta. É, portanto,


muitas vezes usado quando uma figura deve ser desenhada à mão, por exemplo,

em uma lousa.
O termo, advindo do francês ‘cavalier’ faz referências às colunas escondidas
atrás das muralhas das fortificações militares, de onde era possível avistar os

inimigos de frente e de cima.


Perspectiva Isométrica

O termo ‘Isométrica’ deriva


do grego “medida igual”, fazendo

referência aos ângulos iguais


presentes na representação.

Normalmente é escolhida uma


aresta do objeto para a vista frontal

e as vistas laterais são construídas à


30º, 45º ou 60º.

As representações técnicas não são usadas no desenho artístico, como


as cônicas. As representações cônicas se diferenciam das técnicas, pois não

respeitam um ângulo fixo de construção da imagem, se assemelhando mais com a

forma como percebemos visualmente os objetos.

Perspectiva Cônica (1 Ponto de Fuga)


Assim como a perspectiva cavaleira para as representações técnicas, a
perspectiva cônica de 1 ponto de fuga apresenta uma representação frontal. O

objeto está na frente do observador.

Perspectiva Cônica (2 Pontos de Fuga)

A perspectiva cônica de 2 pontos de fuga se relaciona, quanto a natureza


de sua representação, com a perspectiva isométrica técnica, já que apresenta em

primeiro plano uma aresta, e não uma face do objeto.

BUSCANDO O CONHECIMENTO.

Linha do Horizonte – L.H.


É a linha imaginária, determinada pela altura do olhar do observador. Ao se

desenhar uma vista em perspectiva, é importante


determinar onde está essa linha, mesmo que ela

venha a ser coberta por outro objeto ou pelo


próprio cenário em si. De modo geral, a linha do

horizonte é, realmente, horizontal. Quando está


perto do centro do desenho, demonstra nosso

olhar como se estivéssemos em pé, observando


um objeto ou cenário. Quando a linha do horizonte está acima do meio do
desenho, é como se estivéssemos olhando de cima para baixo. Quando a linha do
horizonte está abaixo do meio do desenho, ocorre o contrário. Tudo que estiver

acima da linha do horizonte estará acima dos nossos olhos.

Ponto de Fuga – P.F.


O ponto de fuga indica o lugar para onde convergem as linhas de

perspectiva. Pode haver um (perspectiva simples), ou dois pontos de fuga


(perspectiva mais complexa e mais dinâmica) na linha. O mais habitual é usar dois

pontos de fuga para dar mais dinamismo à perspectiva e ao cenário. O ponto de


fuga não precisa estar sempre no centro do desenho. Pode estar em qualquer

lugar da linha do horizonte.

Aresta
Na definição do dicionário:
s.f. Interseção de duas vertentes de uma montanha.
Arquitetura. Ângulo saliente.
Botânica. A pragana da espiga do trigo etc.
Matemática Linha de interseção de dois planos ou duas superfícies que
se cortam: um cubo possui doze arestas.
Fig. Aparar as arestas, superar as dificuldades, as divergências (entre
pessoas, grupos etc.). (http://www.dicio.com.br/aresta/) (grifo nosso)

Assim, aresta é, no desenho de

perspectiva, a linha que determina onde


termina uma face do objeto e começa a outra.
UNIDADE 06 – CAVALEIRA E ISOMÉTRICA.
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE.
Objetivos: Conhecer a estrutura das perspectivas técnicas e a forma como são

construídas. Exercitar e desenvolver habilidades com perspectivas técnicas.

ESTUDANDO E REFLETINDO.
Iremos, neste momento, visualizar o passo-a-passo da construção das

perspectivas cavaleira e isométrica.


Cavaleira:

1º - Construir um quadrado. Lembrar: o quadrado


tem todas as arestas do mesmo tamanho e os

ângulos são retos (90º).

2º - Partindo a linha horizontal da base do quadrado,

traçar uma aresta cujo comprimento seja a metade da


aresta horizontal e que esteja a 45º da base. Criar

uma linha pontilhada como guia, prolongando a base


do quadrado. 1

3º - Repetir o segmento de reta medindo ½ das


arestas a 45º nos dois cantos (vértices) superiores do

quadrado.

4º - Para concluir, traçar mais dois segmentos de reta,

um na vertical e um na horizontal para fechar,


respectivamente, a lateral e o topo (face superior).

1
45º é a metade de 90º, assim, será usado um ângulo para construir as laterais com metade da medida
do ângulo utilizado para construir a face frontal.
Isométrica:
1º - Diferentemente da Cavaleira, traçar a aresta na

vista frontal (e não a face).

2º - Traçar duas retas a partir da base da aresta


vertical, uma a cada lado e com ângulo de 30º.

3º - Imaginar uma linha horizontal no topo da aresta

inicial e a uma angulação de 30º, traçar novamente


duas retas, uma a cada lado.

4º - Imaginar uma linha sobre as duas retas


anguladas superiores e a 30º traçar mais duas retas,

formando um ângulo interno de 60º.

5º - Fechar a imagem com duas retas verticais nas

faces externas.

BUSCANDO O CONHECIMENTO.

Para compreender a
construção de imagens com essas

técnicas de representação, faça o


passo-a-passo da caixa de fósforo em

perspectiva cavaleira.
Desenhe um retângulo e na base

dele alinhe a régua, use-a como base para


apoiar o esquadro de 45º, encostando a

ponta do esquadro no vértice inferior do


retângulo trace a aresta inferior.
Alinhe a régua com a horizontal
superior do retângulo, apoie e esquadro

na régua e encoste a ponta do esquadro


no vértice superior esquerdo e trace a

aresta, repita o procedimento no vértice superior direito.


Feche a face superior com uma linha horizontal e

a face lateral com uma linha vertical. Essa será a base da


caixa de fósforos, a parte onde estão os palitos. Para a parte que envolve a caixa e

segura os palitos dentro da caixa, faça uma linha horizontal


e uma vertical à 1/3 do início da primeira caixa, faça com

que as novas linhas ultrapassem o limite da caixa original.


Feche os vértices da tampa da caixa com duas

pequenas retas, uma vertical, fechando a linha no superior


e outra na horizontal, fechando a linha na parte lateral da

caixa. Isso feito, apague a parte final da caixa original, pois

ela ficará escondida dentro da tampa. Para que ocorra um


entendimento melhor do que está sendo feito, o que deverá ser

apagado, ficará em pontilhado verde.


Usando as vértices recém desenhados, repita a operação para criar a parte

externa da caixa, a tampa.

A estrutura já está completa, agora

entram os detalhes. Faça uma linha que


representará a divisão interna do que é o

fundo e do que é lateral apoiando a régua na


linha base horizontal do retângulo inicial e encoste o esquadro no vértice inferior
esquerdo. Não trace sobre o retângulo inicial, o traço deve começar na sua linha
superior e terminar na linha de início da tampa.

Para concluir, é possível escrever ou ilustrar a tampa da caixa, mas tudo

deve ser feito em uma inclinação de 45º.


Para treinar mais um pouco, siga as orientação de construção do sólido

geométrico em perspectiva isométrica para construir outra caixa de fósforo, mas


desta vez em perspectiva isométrica, como esta que está abaixo.
UNIDADE 07 – CÔNICAS
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE.
Objetivos: Conhecer a estrutura das perspectivas cônicas e a forma como são

construídas. Exercitar e desenvolver habilidades com perspectivas cônicas.

ESTUDANDO E REFLETINDO.
As perspectivas cônicas são as mais utilizadas no campo artístico, surgiram

no período renascentista, sem Leonardo Da Vinci seu maior desenvolvedor.


São muito utilizadas por artistas por apresentar uma distorção de realidade

mais próxima com a causada pelo olho humano do que as representações


técnicas.

Nosso primeiro estudo dará conta da perspectiva cônica de 1 ponto de


fuga (PF), que representa objetos e cenários como se estivessem sendo vistos de

frente.

Cônica: 1 - P.F.

1º - Trace a linha do horizonte (L.H.) e

marque o P.F.

2º - Distribua nove quadrado dispostos

da forma como se encontram na


ilustração ao lado.
3º - Nesta técnica de perspectiva cria-se

a ilusão de dimensão traçando linhas dos


vértices do objeto original (quadrado)

até o ponto de fuga. Use a régua para


traçar linhas retas.

4º - Repita o procedimento em todos os

vértices, menos nos que quais a linha a


correr para o P.F. passe sobre o objeto.

Assim, os vértices mais distantes do


ponto não serão ligados a ele.

5º - Com a régua, trace linhas verticais


para fechar as faces laterais de cada

cubo e linhas horizontais para fechar


faces superiores e inferiores.

Cônica: 2 - P.F.

1º - Traçar a linha do horizonte e sobre


ela, marcar os dois pontos de fuga.

2º - Na vertical, traçar a aresta frontal do


objeto (cubo). Acima da linha a visão será

do fundo do cubo, sobre a linha a visão


será frontal. Abaixo da linha a visão será

da face superior do cubo. A posição (mais


para a esquerda ou para a direita

dependerá da posição do observador)


3º - Traçar, com a régua, linhas que

liguem o ponto superior da aresta inicial


aos pontos de fuga e o ponto inferior da

aresta aos pontos.

4º - Traçar as linhas de fuga em todas as

arestas frontais dos cubos que estão


sendo desenhados.

5º - Com uma linha vertical a cada lado da


aresta frontal, determinar o tamanho das

faces laterais.

6º - Traçar, partindo do P.F.1, uma linha

cruzando para a aresta do lado oposto. De


P.F.2, traçar outra linha cruzando para a

aresta próxima ao P.F.1. O cubo que se


encontra sobre a linha está diretamente
em frente aos olhos, assim, não há
visualização de face superior ou inferior.

7º - Ao final, o que é percebido é a


perspectiva criando a ilusão de

profundidade.

BUSCANDO O CONHECIMENTO.

Para reforçar os conceitos vistos acima, acompanhe o passo-a-passo da


construção da perspectiva cônica com dois pontos de fuga de uma caixa de

fósforos.
Trace a linha do horizonte, marque os
pontos de fuga, determine a posição da
aresta frontal e trace as linhas de
profundidade seguindo para o ponto de
fuga.
Determine o tamanho da face lateral com
uma linha vertical e partindo dela, determine
a aresta superior próxima ao P.F. 1 com uma
linha que segue para P.F.2.
Perceba que não foi determinado o fundo
da caixa, isto porque essa área será coberta
com a tampa. Para a tampa, trace uma linha
vertical na lateral da caixa e use-a como
ponto de partida para traçar a linha que
comporá a tampa, na face superior.
Para finalizar a parte frontal da tampa, do
ponto inferior da linha vertical mais externa
trace uma linha que segue para P.F.1 e da
linha que inicia a tampa na face superior,
desça uma linha vertical.
Dos vértices formados pelos passos
anteriores, puxe três linhas para P.F.2.

Determine o final da caixa com um a linha


vertical e uma linha que sai de P.F.1 até o
topo da vertical recém adicionada.
Para concluir, insira uma linha para
marcar, na parte interna da caixa, o que é o
fundo e o que a lateral da caixa, como está
no desenho abaixo.
UNIDADE 08 – LUZ E SOMBRA.
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE.
Objetivos: Entender a estrutura do sombreamento, a incidência de luz no objetoe

a sensação de volume e profundidade.

ESTUDANDO E REFLETINDO.
A luz e sombra são a parte mais importante do “acabamento” do desenho,

não podemos nem imaginar um objeto finalizado se este não tiver luz e sombra.
Porém, antes de conseguir desenhar a luz e as sombras que você percebe, você

precisa treinar seus olhos para enxergar como um artista.


Para trabalhar o sombreamento, precisamos daqueles valores que

trabalhamos nas primeiras unidades. Os desenhistas usam as gradações para


imitar a luz e as sombras que veem, criando assim a ideia da terceira dimensão.

Um bom estudo de gradações de valores tonais é o ingrediente básico


para um sombreamento bom. Quando você pode desenhar diferentes

valores, você pode começar a adicionar sombreamento e, portanto, a


profundidade nos seus desenhos. Com o sombreamento, a ilusão mágica

de realidade tridimensional aparece em seu papel de desenho.


Nós só percebemos visualmente um objeto, quando a luz incide sobre ele,

logo, se o objeto for iluminado por todos os lados ou se estiver escuro por todos
os lados, ele não aparece, ou seja, você verá tudo claro ou tudo escuro. Assim, é

necessário determinar a fonte de luz sobre o objeto. Com a fonte de luminosidade


pronta, podemos começar a desenhar o objeto, podemos texturizar, escolher os

lados e as faces do objeto que não receberão a luz para poder escurecer essas
faces juntamente com essas texturas, formando assim, o volume.

Observe que a forma de uma esfera é um círculo como o que você está
vendo. No entanto, o esquema mostra apenas a sua forma, no

sombreamento é necessário mostrar seu volume. Perceba que as esferas


estão iluminadas por diferentes ângulos por uma única fonte luz e que há nelas,
ao menos, cinco tons diferentes de sombreamento: a superfície iluminada do

objeto, a penumbra, a umbra, a luz refletida e a sombra projetada.


Vamos caracterizar cada um desses

conceitos: a superfície iluminada do objeto é


aquela que recebe luz direta; a penumbra é a

região do objeto que não está totalmente


escura, mas não está recebendo luz direta; a

umbra é a região do objeto que não recebe luz; a região de luz refletida não
recebe luz direta, ela está na sombra, porém a luz incide sobre a superfície onde

ele se encontra, reflete na superfície e retorna para o objeto e a sombra projetada


é a área da superfície onde o objeto se encontra que não recebe luz.

Normalmente essa sombra é a mais densa.


Um pequeno lembrete: a luz é energia que caminha em linha reta, ela não

poderá iluminar dois lados de um mesmo objeto, salvo a existência de um

espelho na cena e ela não irá recair de forma contrária dentro de dois objetos na
mesma sala.

Vamos pensar em como a luz se


projeta formando as sombras, como saber

qual o tamanho da sombra projetada?


Podemos usar para o caminho que a

luz percorre e para o desenho que a


ausência dela provoca, um pensamento análogo à perspectiva.

Pense no foco de luz como sendo um ponto de fuga e a esfera é a face


frontal dele, a diferença é continuar seguindo com o “traço de profundidade” até

rebater no suporte do objeto que está sendo sombreado. Para entender melhor o
funcionamento da área que estará sombreada, leia sobre Épura e o Método do

Monge.
http://pt.scribd.com/doc/86938191/DIN-152-METODO-DE-MONGE
http://www.ufrrj.br/institutos/it/dau/profs/edmundo/Trajet%F3rias%20Solares.pdf
BUSCANDO O CONHECIMENTO.

Veremos o uso de sombreamento sobre objetos reais e como o


sombreamento sensibiliza nossa visão para criar uma certa noção de

profundidade que a perspectiva sozinha não é capaz de produzir.

Para entender o sombreamento de propomos a realização de releitura da


foto acima apresentada. Para tanto, inicie traçando a linha do horizonte e

localizando onde cada elemento estará posicionado no papel, o próximo passo


será localizar de qual lado a luz incide na imagem, percebendo quais superfícies

permanecem brancas e quais escurecem com a sombra. É importante perceber


também que há sombras projetadas na mesa onde os sólidos geométricos estão

apoiados.
Para realizar a releitura siga as orientações apresentadas abaixo e sempre

que necessário retorne à imagem maior que se encontra no início da unidade.


1 – Use um lápis 2B e trace a linha

do horizonte em seu papel, perceba


que ela não precisa estar no centro

horizontal da folha.
2 – Posicione os elementos no

desenho inicial. Você pode traçar a forma completa dos sólidos neste momento, o
que estiver ‘escondido’ atrás de outro objeto pode ser apagado depois de
organizados os elementos. Desta forma não corremos o risco de criar um cone

torto ou uma pirâmide com perspectiva errada.

3 – Agora que todos os elementos estão em seus devidos lugares você pode
apagar as linhas que não devem aparecer no desenho final.

4 – Tendo as linhas principais traçadas, podemos iniciar o sombreamento,

relembrando que as superfícies que recebem luz direta deverão permanecer


brancas, as que recebem luz, porém as que recebem luz de forma indireta variam

dentro da gradação tonal, luz indireta em grande quantidade o tom que você
deverá produzir com o lápis é mais claro, já a superfície que recebe luz indireta

em menor quantidade deverá ter um tom mais escuro. Relembre o exercício de


gradação tonal da unidade 02. Para realizar o sombreamento utilize o lápis 4B e o

esfuminho para suavizar as marcas do lápis.


5 – Pronto o sombreamento você pode marcar as áreas de sombra mais profunda
com o lápis 6B. Sempre que escurecemos uma área, nossos olhos percebem que

essa área como se estivesse mais distante do observador.


UNIDADE 09 – TEXTURA
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE.
Objetivos: Compreender a textura e explicitar a sua importância no desenho.

ESTUDANDO E REFLETINDO.

O conceito sobre o qual iremos


conversar é a textura; nós estamos

cercados por textura, o mundo real é


feito de textura. O desenho a lápis exige

que pensemos um pouco mais, pede


um “tratamento especial” de superfícies

e planos, pois as texturas, quando bem


trabalhadas, podem tornar os desenhos

mais realistas e elegantes, além de

enfatizarem a perspectiva.
Considere, também, os reflexos

produzidos pela luz, observe o desenho


de Loomis, cujo vestido de cetim brilha,
Andrew Loomis – Capa do Livro
porém a pele ainda é aveludada. A luz “Figure Drawing for All It's Worth”

que se projeta nas superfícies ou objetos vizinhos e aclaram a própria sombra.

Entre a luz e a sombra há a penumbra ou “meia sombra” que pode variar


em extensão dependendo da intensidade da luz. E dependendo da graduação do

cinza que você colocar no seu desenho, ou seja, se você apertar mais o tom no
papel deixando a sombra escura e a sombra projetada mais escura. Você pode,

através do seu desenho, especificar do que é feito o seu objeto.


BUSCANDO O CONHECIMENTO.
Observe que cada

elemento do desenho tem


uma textura particular e o lápis

é trabalhado par criar a ilusão


de, mesmo sendo “lápis e

papel”, tratar-se de maçã,


laranja, banana e um cesto de

palha.
A maçã tem uma casca

bem lisa e, para criar esse efeito, a luz


refletida por ela é bem brilhante. Também

criamos o efeito de casca rajada e


multicolorida da maçã usando pressões

diferentes nos traços.


Para a laranja, usamos o lápis com a

ponta ditada e fazendo círculos, para imitar a


textura da casca da laranja, que parece ser

toda coberta de pequenos furos.


Já na banana, criamos a sensação de casca aveludada ‘quebrando’ a luz,

não queremos que a casca da banana brilhe como a da maçã, por exemplo, por
isso, passamos o dedo sobre o papel na região da banana, não para escurecer,

somente para amenizar o brilho e

colocamos as manchas.

Por último fazemos o cesto de palha, para imitar a palha não preenchemos
a área do cesto, vamos trabalhando traço a traço para criar a sensação de palha e

para imitar o trançado, fazemos um feixe de traços, deixamos um espaço e

fazemos outro, onde deixamos o espaço fazemos a partir da metade outro feixe,
intercalando os conjuntos.
Durante o preenchimento da textura, a preocupação com o sombreamento

deve ser constante, mas, ao finalizarmos o trabalho, temos que fazer projetar a
sombra e criar uma maior sensação de profundidade, usando o lápis 6B.
UNIDADE 10 – FIGURA HUMANA.
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE.
Objetivos: Conhecer a estrutura e a proporção no desenho de figura humana,

para corpo e rosto.

ESTUDANDO E REFLETINDO.

Para criar uma figura proporcional, sem preocupação com as variações de

gênero, é definida pelo alinhamento das articulações, essa é a base das


proporções.

Inicie desenhando uma oval (pontuda na parte baixa) para a


cabeça, marque oito vezes a mesma medida para baixo,
sendo a última, o chão.
A medida ideal para a altura de um adulto é igual a oito
vezes o tamanho da cabeça.

Pélvis - O próximo passo é marcar o osso da pelvis,


simplificado como um círculo entre as marcações 3 e 4, com
os ossos do quadril sobre a linha 4. A largura do quadril está
entre 1 ½ a 2 cabeças. Agora trace uma linha para a coluna,
conectando a cabeça à pélvis, o centro de gravidade do
corpo.

Pernas e Joelhos – Assumindo que a figura está ereta com os


pés alinhados verticalmente com os quadris, as marcas para
os joelhos estão sobre a linha 6. Quando as pernas estão
esticadas, os joelhos estão alinhados ao quadril e aos
tornozelos (esquerda). Mas esta linha é visual, para
completar a perna, conecte a articulação do quadril à parte
interna do joelho e a parte externa do joelho à interna do
tornozelo. Assim criamos a estrutura real dos ossos.
Caixa torácica, mamilos e umbigo – O conjunto tórax-
pulmões é o terceiro volume mais importante do corpo,
depois da cabeça e da pélvis. Simplificando, é uma oval que
começa entre as linhas 1 e 2 e desce até a linha 3; mas é
melhor cortar a parte mais baixa como mostrado na imagem
ao lado, para imitar o formado das costelas, a parte abaixo
se divide em abdômen, barriga e cintura. A largura é a
mesma do quadril. Os mamilos se enquadram na marcação
2, alinhados à lateral da cabeça e o umbigo se enquadra na
marcação 3.
Ombros – A linha dos ombros está entre as marcas 1 e 2,
sendo a largura dos ombros de 2 a 3 cabeças, inicie o com
um traço ligeiramente curvo para baixo, porém, quando
representando uma pessoa tensa, os ombros se curvarão
para cima e paracerão mais altos. Muito embora, essa região
seja recoberta de músculos e a aparência dos ombros pode
ser modificada com o desenvolvimento ou
subdesenvolvimento da musculatura do local. Analise os
exemplos ao lado.

Braços, pulsos e mãos – Os pulsos se alinham à marcação 4,


ligeiramente abaixo da linha do quadril. Os dedos terminam
próximos à linha 5 (meio das coxas). Os cotovelos estão à
altura da linha 3, alinhados com a cintura, para marca-los
usam-se ovais.

A coluna de perfil – Vista de lado, a coluna se assemelha a


um S suave. Da base do crânio, ela se move para baixo e
para fora até a altura dos ombros (onde alcança seu ponto
mais distante). Note que as articulações dos ombros não
estão alinhadas à coluna, estão mais afrente no corpo, pois o
osso é arqueado.
A coluna retorna ao centro na altura do umbigo e volta a se
afastar do centro quando se liga ao osso da pélvis.
Relacionando medidas - Ao lado apresentamos alguns
lembretes visuais baseados no próprio corpo. São muito
úteis quando o corpo não está ereto e de frente.

Fonte:http://design.tutsplus.com/articles/human-anatomy-fundamentals-
basic-body-proportions--vector-18254 (tradução livre – Cíntia Ribeiro)

BUSCANDO O CONHECIMENTO.

Para compreender como o corpo se estrutura em seu volume e não só a


estrutura óssea, procure realizar o exercício abaixo. Note que o desenho é feito

em uma folha quadricula para facilitar a visualização das medidas, caso sinta a
necessidade, baixe uma folha quadriculada para realizar o exercício

em: http://schoolpedia.blogspot.com.br/2013/05/folha-quadriculada.html.
Comece marcando 8 espaços de mesmo

tamanho, no 1º desenho uma oval para a


cabeça, na linha, marque uma cabeça para cada

lado na horizontal. Desça um triângulo até o


final do 3º espaço e comece outro triângulo no

início do 3º espaço. Desça outro triângulo até o


final do espaço 6 e a partir do meio deste

espaço desenho um balão até o final do espaço


8. As marcações para os membros são iguais as vistas para o esqueleto.

Para desenhar o pescoço, não


usaremos a metade do espaço 2 e sim

1/3, pois aqui já temos o volume da


musculatura sobre os ossos e esse

volume ocupa espaço. Desça com uma


curva suave para fazer o pescoço e os ombros. Marque o início do peito e as

axilas no início do espaço 3. Deste ponto, crie a cintura estreitando o espaço entre
as laterais do corpo onde ocorre a interseção dos dois triângulos
superiores. Recue a linha para fazer os quadris, neste caso, como é

um corpo feminino, arredondado, quando estiver traçando um


corpo masculino, traçar a linha dos quadris mais estreita e reta.

Para os braços é necessário marcar a área do cotovelo,


assim temos um momento de estreitamento próximo dos

cotovelos, uma entrada na linha interna para marcar o cotovelo pela parte de
dentro do braço, que volta a engrossar no antebraço e

afina novamente nos pulsos, que estão posicionados logo


abaixo da linha do quadril. Analise as imagens para

entender a construção dos braços.


As pernas têm início na 4ª cabeça, perceba que

metade do corpo é formado pelas pernas. No final do 6º

espaço inserimos dois pequenos círculos para


marcar os joelhos e traçamos a silhueta. A

panturrilha estreita ao final do 7º espaço e os


tornozelos estão à metade do 8º espaço.

Analise o resultado final da composição.

Para entender mais e encontrar exercícios de


anatomia, acesse:
http://illustrationage.com/2013/04/02/free-andrew-loomis-art-

instruction-downloads/ (em inglês)


http://carlosdamascenodesenhos.com.br/baixarlivrosdesenhos/ (em

português)

https://www.youtube.com/watch?v=2oTJ43oohD8 (em inglês – mas


só a imagem já vale!!!)
UNIDADE 11 – O INÍCIO DA ESCULTURA.
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE
Objetivos: Conhecer e reconhecer aspectos característicos que envolvem a

construção de objetos tridimensionais e o início de sua utilização pelo homem.

ESTUDANDO E REFLETINDO
Prezado aluno, é importante antes de começarmos a estudar a

tridimensionalidade, pensarmos um pouco na necessidade que temos de fazer


arte, não nos atentando apenas às esculturas.

Durante o transcorrer dos tempos, nossa vida vai se tornando mais


complexa e mecanizada, sempre dividida por classes e interesses, o que nos torna,

cada vez mais, seres isolados, esquecendo-nos daquilo que completa e une os
seres humanos: o espírito coletivo.

Principalmente com os avanços da ciência e da tecnologia, o homem se

afasta de seu semelhante, sentindo-se desaparecer as mais simples condições de


vida.

Neste ponto, queridos alunos, entra o papel da arte, na tentativa de


diminuir essa lacuna, lutando contra a complexidade e a mecanização humana.

A arte é responsável, ainda, por permitir às comunidades explodirem seu


poder criativo através das várias manifestações.

É sabido que a arte é tão antiga quanto o homem. Foi utilizando


ferramentas que o homem se fez homem, produziu-se a si mesmo.

Indissoluvelmente ligados um ao outro, homem e ferramenta passaram a existir


simultaneamente. Segundo Ernst Fischer, “o homem possui razão e mão, e foi a

mão que libertou a razão humana produzindo consciência própria do homem. A


eficiência é muito mais antiga do que o propósito; a mão é uma descobridora há

mais tempo do que o cérebro”. (Fisher Ernst- “A necessidade da arte” – dezembro de 2009)
Podemos comprovar sua citação, quando observamos uma criança

desfazendo um nó: ela apenas experimenta, sem pensar. Somente depois,


vagarosamente, a partir da experiência em desfazer o nó, é que vem a
compreensão de como se fez e o melhor modo de desfazê-lo.

Na pré-história, o homem ainda não tinha essa consciência clara da


distinção entre a sua atividade e o objeto ao qual se relacionava; funcionavam

apenas como uma unidade distinta. Somente a arte possibilitou recriar essa
unidade entre o singular e o universal; elevando o homem de um estado

fragmentado a um estado total e íntegro.

BUSCANDO O CONHECIMENTO
É na era Paleolítica que encontramos as primeiras manifestações artísticas,

onde o homem desenhou imagens em paredes de cavernas. Já no Neolítico


aprenderam a técnica de tecerem panos, de fabricar cerâmica e construir casas e,

logo após a descoberta do fogo, deu início ao trabalho com metais. Portanto,
como já disse anteriormente, a arte sempre fez parte da história de todos nós.

Ao longo da história, o homem sempre produziu ferramentas para facilitar

ou ajudá-lo em suas atividades. Ele, também produziu coisas que, apesar de não
terem uma utilidade imediata, conseguiam demonstrar seus sentimentos diante

da vida. Portanto, podemos notar que a arte pode ser entendida como a forma de
comunicação; nela, podemos expressar como também receber ideias.

Durante milhares de anos, acompanhando a ascensão e queda de cada


civilização, essas três formas de arte – pintura, escultura e arquitetura- encarnaram

as ambições, os sonhos e os valores culturais.


Vamos atentar, nesse momento para a ESCULTURA; modalidade tão antiga

quanto o homem na face da terra.


Por definição, sabemos que se trata de uma arte que representa imagens

plásticas em relevo.
A escolha de um material a ser utilizado está intimamente ligada à técnica

a ser empregada.
Existem materiais tradicionais, que trataremos nas próximas unidades,
como a pedra, metais, madeira, argila, entre outros, e mais contemporâneos, indo

desde o plástico, moldagens com resinas, ou mesmo a utilização da luz coerente


para dar uma sensação de tridimensionalidade. Basta sabermos, com o tempo,

quais desses materiais serão duradouros ou não.


O que nos importa, realmente, é saber que o artista plástico, no caso o

escultor, produz suas obras, usando criatividade, sentimentos e ideias, criando


volumes, formas e definindo espaços.

Convido você a fazer um passeio pelo tempo, focalizando os caminhos


percorridos pela escultura.

Assim como a história da arte, ela é também dividida por períodos e fases,
de modo a facilitar o estudo e a comparação entre os diferentes movimentos

artísticos. A história da escultura começa nos tempos pré-históricos e caminha


junto por todas as culturas.

As mais antigas esculturas entalhadas forma feitas em ossos, marfim, pedra

ou chifre.
A Vênus de Willendorf, que você vê ao lado,

data de 25.000-20.000 a.C. É uma das mais antigas


figuras humanas conhecidas. Possui seios enormes,

ancas largas e a cabeça redonda estilizada,


constituindo mais um amontoado de esferas do

que uma mulher individualizada. Provavelmente,


era um fetiche de fertilidade, simbolizando

abundância. Eram feitas em pedra ou marfim, em


tamanhos pequenos, podendo ser transportados

com facilidade.

Venus de Willendorf
UNIDADE 12 – HISTÓRIA DA ESCULTURA NA ANTIGUIDADE.
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE:
Objetivos: Analisar e compreender as evoluções técnicas e estilísticas presentes na

escultura do período.

ESTUDANDO E REFLETINDO
Entrando agora, na Antiguidade, encontramos os baixo-relevos na

Mesopotâmia. Em parceria com a escrita cuneiforme, percebemos que os entalhes


descrevem minuciosamente os feitos militares.

Outro tema facilmente


encontrado nos baixo-relevos são as

narrativas mostrando a coragem


pessoal do rei, durante as expedições

de caça. Numa caçada típica, os

criados incitavam os leões à fúria e “A leoa agonizante”- Nínive

depois os soltavam da jaula para que

o rei os matasse.
A escultura acima retrata o animal ferido, paralisado pelas flechas. As

orelhas baixas e os músculos contraídos da figura transmitem a agonia da morte


com muito realismo.

Já, no Egito, sua temática era outra, limitando-se ao religioso, encontrando


sua razão de ser na vida eterna do homem após a morte.

Assim como na pintura, a escultura também obedecia a padrões rígidos de


representação da figura humana, estabelecendo uma bem sucedida aliança entre

a imitação realista e quase científica das formas naturais e sua idealização, e ainda
hoje são prestigiados como modelos de beleza.
As esculturas em granito ou diorito
eram feitas para durar eternamente. Na

posição sentada ou de pé, possuíam poucas


saliências, o que dificultava ainda mais que se

quebrasse. Eram sempre na posição frontal,


com muita simetria, e com os braços

próximos ao torso.
“Príncipe Rahotep e sua esposa Nofret”

Akhenaton, escultor egípcio, deixa-nos

obra marcante: o busto da rainha Nefertiti. O seu nome significa “a mais bela
chegou”. É conhecida nem tanto em estilo realístico, mas sim, por apresentar novo

sentido da forma, que procurou abranger a imobilidade tradicional dessa arte;


não apenas os contornos, mas também as formas plásticas parecem mais suaves,

maleáveis e antigeométricas.
A escultura torna-se uma das mais importantes

expressões da cultura grega. Tem valor no campo


artístico, assim como em inúmeras esferas da vida e do

saber, tais como a religião, a política, a ciência, a


decoração de espaços e edifícios públicos, o esporte, a

educação e outros. Até hoje é considerada como uma


referência para toda a cultura ocidental.

Busto de Nefertiti

O nu masculino aparece com os gregos e as estátuas femininas evoluíram


de totalmente vestidas para o nu sensual. Também as proporções ideais das

estátuas representavam a perfeição do corpo e da mente.


Outra inovação foi o princípio do apoio do peso, em que o peso do corpo
se apoia em uma das pernas e o corpo segue esse alinhamento, dando a ilusão de

uma figura em movimento.


A escultura romana originou-se da

grega e permaneceu como uma referência


constante ao longo de toda sua trajetória,

embora, sabemos hoje, que se desenvolveram


gradualmente um estilo próprio, dando

importante contribuição, tanto na retratística


como na escultura decorativa dos grandes

monumentos públicos, em que se desenvolveu


um estilo narrativo de grande força. Painéis de

figuras esculpidas representando feitos


Marcus Aurelius – Colina Capiloline
militares decoravam arcos de triunfo, sob os

quais desfilavam os exércitos vitoriosos conduzindo longas filas de prisioneiros

acorrentados.
Devemos a Roma muito do que conhecemos da arte da Grécia Antiga, a

qual teve importância fundamental na formulação da estética do Renascimento e


do Neoclassicismo.

BUSCANDO O CONHECIMENTO
Muito embora a Antiguidade não se restrinja à Grécia e a Roma, iremos
nos focar nessas duas civilizações; não por serem melhores, mas por terem sido

fonte de inspiração para outros períodos e passaram por constantes revisitas ao


longo de nossa história.

A escultura monumental apresentada na Grécia Antiga teve seu início há


cerca de 650 aC, e por volta de 600 aC foi um elemento importante na arte grega

com um mercado em expansão. As obras do período são um conjunto de tudo o


que poderia ser adornado e adorado tendo como meio a imagem tridimensional.
Como exemplo podemos citar: figuras de culto aos deuses, santuários, adornos
para lápides, decorações arquitetônicas, e eventualmente, estátuas e relevos para

as casas dos que podiam pagar pelo luxo.


De tudo isto, relativamente pouco resta: muito pereceu por causas naturais,

mas ainda mais foi destruído, de forma intencional, durante a Idade Média. Muito
embora algumas esculturas tenham perecido por desavenças religiosas, o motivo

maior foi o valor do mármore como matéria-prima para cal e do bronze para a
sucata, de modo que, a fim de sobreviver, a escultura teve que ser fora da vista e

do alcance.
Por outro lado, a arte romana nos proporciona um excesso de cópias de

esculturas gregas, tanto do período clássico como do helenístico. Essas cópias,


algumas do período helenístico tardio, mas em sua maioria romanas, dificultam e

ajudam a estudar a escultura grega. Embora estejam longe da qualidade da obra


original, elas são muito mais numerosas e sobreviveram ao tempo de modo que

as cópias são uma referência essencial em qualquer pesquisa estilística da

escultura grega.
Na prática, a nossa compreensão do desenvolvimento da escultura grega

depende da análise estilística das obras sobreviventes, apoiados por uma


miscelânea de datas de registros históricos e inscrições.

BUSCANDO O CONHECIMENTO
Reproducción
Os principais materiais para moderna de la estatua
de Atenea Partenos de
escultura grega eram de pedra Fidias en el Partenón
de Nashville,
(especialmente mármore) e bronze - Tennessee, Estados
Unidos
calcário, terracota e madeira sendo
(http://es.wikipedia.org
muito inferior - e havia vários /wiki/Criselefantino)

exemplos famosos de marfim,

nomeadamente as estátuas
criselefantina feitas por Fídias de folhas de ouro e marfim montado em base de
madeira.

O mármore, que foi utilizado desde o início, ocorre em diversos lugares e


em torno do mar Egeu, embora não no sul da Itália e Sicília. Os gregos gostavam

das variedades brancas com textura de médio à fino, com muito mais brilho do
que o Carrara, muito utilizado pelos romanos e ainda comum nos cemitérios da

Europa Ocidental. A pedra calcária, é abundante na maioria das terras gregas e


algumas delas são de alta qualidade, tornando-se a pedra mais comum para as

estátuas, no século VII.


A argila também era um material econômico para obra arquitetônica e

escultórica, embora pouco durável. A madeira também era um material frágil e a


julgar pelos registros antigos nunca esteve em uso regular para a escultura mais

refinada, não obstante, possivelmente os moldes para as estátuas de bronze


fossem feitos em madeira e argila.

O bronze não era importante até a segunda metade do século VI, quando

o martelar de chapa metálica foi substituída por molde oco, mas até o início do
século V era o meio preferido para a maioria dos tipos de estátuas (embora não

para relevos e escultura arquitetônica). Estátuas criselefantina, que eram muito


caras e talvez também muito facilmente danificadas, eram muito apreciadas como

imagens de culto e eram mais comuns por volta da metade do século VI.
UNIDADE 13 – ESCULTURA NA IDADE MÉDIA.
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE

Objetivos: Conhecimento os trabalhos escultóricos e as técnicas da idade média.

ESTUDANDO E REFLETINDO

Devemos a Roma muito do que conhecemos da arte da Grécia Antiga, a

qual teve importância fundamental na formulação da estética do Renascimento e


do Neoclassicismo.

A escultura da Idade

Média, como todas as


manifestações artísticas dessa

época, foi marcada por forte


influência da Igreja Católica.

No estilo Românico, assim


como na pintura, a escultura teve

caráter didático-religioso, uma vez que a maioria da população era analfabeta e a


Igreja utilizou-se dessas imagens para ensinar os princípios da religião.

No Estilo Gótico, embora também supervisionada pelo clero católico,


prevaleceu o realismo. Os escultores retratavam os anjos, santos e personagens

bíblicos dando-lhes aspecto real e humano.


Deixo, caros alunos, de comentar a escultura bizantina, por não ter ela tido

grande desenvoltura, pois sofreu fortes barreiras por causa de iconoclastia


(movimento político-religioso contra a veneração de ícones e imagens religiosas).

No período intermediário entre a modernidade e a Idade Média,


encontramos o Renascimento; período marcado por grandes mudanças e

conquistas culturais. Foi também marcado pelo aparecimento de grandes nomes


como: Michelangelo, Donatello, El Greco, Filippo Brunelleschi, entre outros.
Pietá de Michelangelo São João Evangelista de Donatello

É característica da escultura renascentista integrar o interesse pela


observação direta da natureza com os conceitos estéticos idealistas desenvolvido

pelo humanismo. Estando o homem colocado no centro do universo, sua

representação assumiu também um papel central. Houve o florescimento de


gênero nu artístico e do retrato.

BUSCANDO O CONHECIMENTO

Já a escultura da época barroca foi uma continuação natural do


renascimento, pois ambos os movimentos se interessam pela antiguidade clássica,

embora com interpretações diferentes, o que teria resultado em diferenças na


expressão artística de cada período. Ela é marcada por intenso dramatismo,

dinamismo, contrastes, assimetria, pelo excesso, exuberância das formas, faces


expressivas, roupas esvoaçantes e uma tendência ao decorativo.

Êxtase de Santa Teresa - Bernini


No barroco, houve grande variedade de estilos, embora todas com a
mesma denominação. É importante notarmos que as mudanças introduzidas se

originaram de um profundo respeito pelas conquistas das gerações anteriores e


de um desejo de superá-las com a criação de obras originais, dentro de um

contexto social e cultural.


UNIDADE 14 – ESCULTURA BARROCA BRASILEIRA.
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE

Objetivos: Conhecimento os trabalhos escultóricos e as técnicas do barroco

brasileiro.

ESTUDANDO E REFLETINDO

Você verá nesta unidade o “Barroco tardio” que aconteceu aqui no Brasil,
introduzido pelos jesuítas, com intuito de doutrinação cristã. Portanto, o grande

legado brasileiro está na arte sacra.

Nosso Barroco recebeu influências europeias, embora adaptadas ao local. É


preciso lembrar, aqui, que o contexto econômico da época era totalmente

diferente do da Europa. Éramos inseridos em ambiente pobre e escasso, com tudo


ainda “por fazer”. Por isso, o barroco brasileiro, apesar de todo o ouro

empregado, foi acusado de pobreza e incompetência quando comparado com o


europeu.

Merece destaque Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como


Aleijadinho, devido a uma deformação física que ele tinha.
Vamos atentar à escultura
realizada no Brasil, que acompanhou

as correntes estéticas dos países do


ocidente, especialmente dos europeus,

de quem ganhamos as maiores


influências.

Ao longo da história do Brasil, o


barroco foi o período que

testemunhou um grande florescimento


de um estilo unificado, só

predominando a diversidade, a partir do século XX.


No final do século XVI, observamos as origens das esculturas brasileiras,

que coincidem com o início das construções de templos e edifícios públicos,


sendo as obras, em sua maioria, importadas da Europa, especialmente de

Portugal. Encontramos, também, algumas peças de devoção religiosa. O fundador

da escultura nacional é conferida a Frei Agostinho da Piedade, com suas obras


sacras barrocas, que podem ser

equiparadas à grande tradição europeia.


No mesmo estilo, deparamo-nos, também,

com obras de grande qualidade do artista


Frei Agostinho de Jesus.

Entrando no século XVII e XVIII, com


a descoberta de grandes riquezas em ouro

e diamantes, aqui em nossas terras, houve


condições para que a arte recebesse mais

atenção, especialmente nas esculturas


voltada à arte sacra.

Frei Agostinho de Jesus


“Nossa Senhora do Rosário”
Durante as missões, foi montado
um grande acervo de escultura e talha

de autoria indígena, recolhidas pelos


padres Jesuítas.

Com a descoberta de ouro e


diamantes, as cidades mineiras, Ouro

Preto, Diamantina, Sabará e Congonhas


do Campo, tornaram-se o centro de

templos, já num estilo rococó. Lá


apareceu o primeiro escultor que

marcou a arte nacional, o Aleijadinho.


Aleijadinho morreu em 1814 e,

com ele, uma era, mas a tradição


barroca, em descompasso com o que ”Nossa Sra. da Piedade” - matriz de Sto. Antonio – Recife

acontecia na Europa, continuou no

Brasil até o início do século XX.

“São Francisco Xavier”


arte missioneira (Museu
Júlio de Castilhos)

”Cristo orando no horto das Oliveiras” – Aleijadinho


Substituiu-se, gradativamente, a madeira pelo ”Nossa
Senhora
mármore e pelo bronze e, a partir de 1850, aparece a Aparecida”
Realizada na
técnica dos moldes em gesso oco, iniciando o técnica do
gesso oco
processo industrial em larga escala de reprodução

de estatuária, o que provocou queda na qualidade


geral.

BUSCANDO O CONHECIMENTO

Aos poucos, por volta de 1800, é notada uma modificação no estilo geral
da arquitetura: as imagens agitadas e dramáticas perdem lugar, adequando-se à

futura tendência do neoclassicismo.


Abrem-se novos caminhos e novas buscas, no

século XX, ligados às inovações tecnológicas e


mudanças mundiais.

Novas técnicas se aliam à arquitetura e à

estatuária de fachadas, incorporando procedimentos


industriais baratos e facilitadores como a técnica de

moldes em cimento e estruturas de ferro ou aço.

Detalhe da fachada da antiga cervejaria Brahma – Porto Alegre


UNIDADE 15 – IDADE MODERNA: NOVAS POSSIBILIDADES

ESCULTÓRICAS.
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE
Objetivo: Aprofundar os conhecimentos na área de expressão tridimensional e

desenvolver uma reflexão crítica e estética tridimensional

ESTUDANDO E REFLETINDO
Entramos no século XIX e a escultura,

agora, se mostra renovadora, assumindo novas e


mais amplas possibilidades de expressão. A

escultura desvincula-se dos meios julgados


convencionais e se abre para o uso de materiais

diversos como: objetos descartáveis, aparelhos


elétricos, têxteis, ready mades e materiais

industriais.

Já a escultura de vanguardas do século


XX e XXI vai devagar mostrando a importância

da qualidade dos materiais. Tanto usando o


mármore tradicional, como o plástico, o

material sempre ganha uma rivalidade que


compete com o valor da temática.
BUSCANDO CONHECIMENTO

No campo da escultura moderna Rodin foi um artista


que merece aprofundamento em nossos estudos.

Ele pertenceu mais ao século XX do que ao século XIX,


pois apresentava uma escultura antiacadêmica. Trabalhou a

tridimensionalidade, olhando por diversas facetas, causando


emoções verdadeiras e de movimento e ousando desafiar os limites da

estabilidade.
É curioso observar que suas primeiras obras foram feitas na cozinha de sua

mãe, com massa que ela usava para fazer pão.


Sua primeira obra “O homem de nariz quebrado” (1864) não foi aceita no

salão de Paris, pois foi tida como uma obra inacabada, segundo júri.
Entrou em contato direto com as obras dos

artistas renascentistas, principalmente de


Michelangelo e Donatello, dos quais muitas

obras foram sua fonte de inspiração.

O homem de nariz quebrado


A polêmica obra “A Idade de
Bronze”, gerou comentários e críticas no

meio artístico devido sua perfeição,


levando os críticos a pensarem que teria

usado um modelo vivo como molde.


Seu reconhecimento artístico se

deu com a obra “São João Batista


pregando”.

A partir dessa obra, recebeu a encomenda para a criação

de uma grande porta de bronze para o Museu de Artes


decorativas de Paris. Conhecida como a “Porta do

Inferno”, essa obra teve

início com temas de


passagens da obra “Divina Comédia” de Dante

Alighieri, que mais tarde assume outra temática, a


das paixões humanas e a morte. Infelizmente, Rodin

morre antes de terminar a obra.


Estudando as esculturas clássicas, Rodin pôde

perceber até que ponto uma parte da obra era capaz


de representar o todo dela, coisa que ninguém jamais havia tentado.

Em 1880, criou quatro grandes esculturas: “O Pensador”, “O Beijo”, “Os


cidadãos de Calais” e “Filho Pródigo”.
O Pensador O Beijo

Os cidadãos de Calais

Filho Pródigo

“O Pensador” é a principal e mais conhecida obra do francês Auguste


Rodin. Foi criada em bronze, representando Dante em frente dos portões do

inferno, em tamanho pequeno, sendo ampliada pelo autor, em 1904, para 1,80
metros.

Essa escultura paradigmática é o símbolo mais sugestivo da figura humana


presente e o nu na obra demonstra toda sua admiração por Michelangelo.
“O Pensador” vai além do homem físico apenas. Eleva-o a uma dimensão
maior do ser humano, o espiritual.

O artista conquistou fama enquanto vivo principalmente no mercado


europeu e americano. Hoje suas obras encontram-se nos mais importantes

museus do mundo.
Não passou despercebida pelos que viviam as mudanças daquela época e

o nascimento de uma nova sensibilidade. Percebemos, claramente, um momento


de transição, em que mais nada havia de definido ou estável.

Angyone Costa diz:


O homem de agora assiste ao desenvolvimento de sua própria tragédia
íntima sem acertar os caminhos que o levem às claras fontes de beleza(...)
O momento é de confusão e de valores(...) O homem de agora não pensa
como pensava o homem de um século atrás.(Costa Angyone- “A
inquietude das abelhas” – 1927)
UNIDADE 16 – MODERNISMO BRASILEIRO E ESCULTURA.
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE
Objetivo: Conhecer e compreender as mudanças escultóricas causadas pelo

modernismo no cenário brasileiro.

ESTUDANDO E REFLETINDO
A “Semana de Arte Moderna” (1922) aconteceu em São Paulo, com uma

proposta libertária e ousada. Os artistas apresentam esculturas apenas esboçadas


e tratamento rústico de superfícies, explorando a materialidade, o que dava a

sensação de inacabada, vindo a preparar os caminhos das esculturas abstratas a


partir da década de 50.

Tivemos, no modernismo, enorme variedade em termos de forma, técnica,


temática e expressividade, o que gerou inúmeras correntes e estilos, sem uma

linha central unificada, percebida até os dias de hoje.

“Mother and Child” - Jacques Lipchitz


”Monumento às Bandeira” - Victor Brecheret
O Movimento Concretista assinala a
escultura brasileira contemporânea e é marcada

pela acelerada expansão do abstracionismo,


tanto de linhas geométricas como informais.

”Unidade Tripartida” - Max Bill

Expoente da escultura concreta – Amilcar

Grandiosos projetos arquitetônicos, urbanísticos e artísticos aparecem em


Brasília na década de 50, o que abre mercado para a produção de uma escultura

monumental.

Alfredo Creschiatti – Justiça – Brasília

Já nos anos 60, os escultores inspiram-se na Art Pop norte-americana,


refletindo o clima tenso criado pelo regime militar imposto em 1964. Entre estes

anos e a década de 1980 o Brasil viu ainda aparecerem obras conceituais,


minimalistas, poveras, land art, instações, móbiles e obras que recuperavam

elementos da arte popular.

BUSCANDO O CONHECIMENTO
Todas essas inúmeras tendências, subtipos, gêneros mistos, técnicas,

materiais e recursos acabaram se entrecruzando e fundindo. Essas linhas ainda


continuam presentes na escultura mais recente, com soluções sempre novas e que

se adaptam à evolução da arte e da sociedade. Esses artistas desfrutam da total


liberdade de expressão, recursos e materiais oferecidos pela indústria e

tecnologia, além de todo o acervo de técnicas e formas herdadas da cultura


anterior.
UNIDADE 17 – A QUEBRA DOS LIMITES NA IDADE CONTEMPORÂNEA.

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE


Objetivos: Acompanhar a evolução dos materiais, técnicas e temas apresentados

na escultura contemporânea.

ESTUDANDO E REFLETINDO
Vamos, nesta unidade, estudar e refletir um pouco sobre a escultura, que é

marcada por uma notável tendência para a evolução das formas.


Antes de começarmos o estudo propriamente dito, coloco abaixo algumas

imagens para que você, com olhar descomprometido, apenas aprecie,


observando as verdadeiras emoções e movimentos das obras, que desafiam os

limites da estabilidade, criando assim, uma nova linguagem plástica.


No campo da escultura, Auguste Rodin, como já

abordamos em outra unidade, foi o artista que abriu


caminhos para a arte de vanguarda.

Ela vai afastar-se dos velhos padrões clássicos,


ressaltando a importância da qualidade dos materiais.

Portanto, o material vai competir com o valor da


temática.

A escultura contemporânea mantém alguns laços


com a pintura, pois muitos escultores vão trabalhar

influenciados pelo cubismo analítico. Como exemplo, Obra de A. Archipenko


podemos citar o artista Alexander Archipenko, que

despersonifica as figuras, reduzindo-as a jogos rítmicos de formas geométricas.


Simplificando a representação da figura humana, através de traços

essenciais ou estilizados, Alexander Archipenko e outros artistas criam novos


caminhos para a escultura, avançando no caminho da abstração.

Nesse campo da abstração, foi importantíssima a obra de Brancusi, que


considerava o valor dos materiais prioritários, sem uma temática preconcebida.

São maravilhosas as obras do artista, tendo como referência a matéria com que
cria volumes geradores de uma energia que conjuga a arte neolítica com uma

atração pelo voo e pelo espaço. Inovam também as suas esculturas forte contraste
entre texturas rugosas e as superfícies minuciosamente polidas.

Seguindo essa mesma linha de pensamento, Henri Moore é outro escultor


que deixa sugestionar pelas formas contidas nos materiais, devendo a obra final

produzir sempre as suas qualidades – peso, resistência, solidez e textura. Em suas


esculturas de figuras humanas estilizadas, faz uma fusão de princípios arcaicos,

surrealistas, abstracionistas e naturalista.


Não podemos deixar de falar aqui de outros

dois grandes nomes: Jean Arp e Alberto


Giacometti.

Arp, na sua arte de


esculpir “formas” e “não-

formas”, materializou o
desejo de Cézanne que queria “unir as curvas das

mulheres às encostas das colinas”

Giacometti, em suas obras,

volta-se à natureza, onde mostra


intenso confronto entre as figuras

simples e esguias.
No entanto, existe uma

infinidade de novas celebridades no


campo da escultura, a partir da segunda metade do século XX, experimentando

novas aventuras estéticas.

BUSCANDO O CONHECIMENTO
Terminamos essa etapa da disciplina, destacando as palavras de escultor

contemporâneo Alberto Carneiro, cujas obras apresentam sempre a preocupação


com questões fundamentais que ligam a arte à vida, com claras recordações do

seu mundo rural e natural.


“Desejo sempre que as minhas esculturas sejam um lugar para os outros,
uma motivação para que haja um ato criador na contemplação. Procuro
comunicar o meu mundo, que pode muito bem não ser o mundo que
determinado contemplador encontrará se a sua formação e necessidade
estéticas não coincidirem com as minhas. Considero que a obra de arte
deve dar-se até ao ponto de poder ser recriada por quem a frui. Isso
autentica a comunicação que se faz entre o criador e o contemplador no
seio da coisa criada”.

ALBERTO CARNEIRO – notas para um diário- 8 de julho de 1967.


UNIDADE 18 – A ESCULTURA AO REDOR DO MUNDO:
PESQUISA DE TÉCNCIAS E MATERIAIS.
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE

Objetivos: Introduzir o aluno aos fundamentos da linguagem tridimensional que


possibilitam a construção de objetos, a composição espacial, possibilitando a

articulação e operacionalidade com instrumentos. Reconhecer objetos plásticos


por meio à apropriação de materiais diversos.

ESTUDANDO E REFLETINDO

Notamos que, com o passar dos tempos, ocorrem grandes alterações nos
procedimentos de produção, de transmissão e no uso do conhecimento. Estamos

deixando de lado os suportes e ferramentas tradicionais, por outros, que melhor


nos adaptem, segundo exigências do momento. Sabemos que eles estão cada vez

mais presentes, mesmo com as dificuldades econômicas e sociais existentes.


Os instrumentos artísticos vão desde o lápis ao computador, passando por

uma infinidade de objetos que estão determinados para riscar, pintar, cortar,
soldar, de acordo com os materiais e suportes a trabalhar. É deles que nos

atentaremos a discutir nesta unidade.


Somente o homem possui a capacidade de admiração aos fatos estéticos.

Sabemos também que, associados à arte estão as metodologias, técnicas,


instrumentos e suportes que foram evoluindo através dos tempos.

Associamos às artes visuais os mecanismos da visão, do cérebro e das


mãos. Para desenhar, pintar ou esculpir, devemos utilizar os gestos com as mãos.

Os instrumentos surgem, então, como objetos que fazem o prolongamento das


mãos, facilitando-lhe a expressão das mesmas.

Podemos dizer, então, que os instrumentos são os responsáveis pelo


registro das ideias desse homem, materializando o pensamento.
Os materiais e suportes estão na base deste processo, pois são

transformados, através de instrumentos de acordo com metodologias e técnicas


colocadas a serviço das ideias criadoras.

Encontramos uma grande quantidade de materiais à serviço das artes


visuais, tais como papéis, telas, acrílicos, vidros, barro, gesso, metais, madeira, etc.

Os instrumentos, materiais e suportes artísticos mudaram muito no século


XX, com a alteração e a integração de novos conceitos em arte. A “body art”, por

exemplo, considera o próprio corpo humano como “material” e “suporte”. Os


“ready made” tiram os objetos de seu uso

habitual e deslocam para o mundo das artes.


Portanto, muitos materiais e suportes

não seguem regra rígida e são condicionados


pelo caráter original da ideia expressiva, como

é o caso das “instalações”, “happenings” e


“performances”.
Instalação montada no Parque Mario Covas

Durante muito tempo, materiais

tradicionais, como a cerâmica, madeira,


metal, vidro, etc. foram usados sem

alteração na sua composição. No nosso


século, entretanto, isso já não é mais

tão habitual, pois tais materiais passam


Performance de cabelo
por processos tão sofisticados, que,

muitas vezes, acabam até por serem irreconhecíveis.


Torna-se a arte contemporânea, com toda essa diversidade de materiais e

técnicas, um componente natural de nossa sociedade. Ela sofre profunda


transformação; está em constante mudança, colocando o próprio conceito de arte

em questão. Mas é fato que ela nunca desfrutou de tal popularidade como agora.
Segundo Maurice de Sauzmarez,
o instrumento, seja ele um lápis, caneta, giz ou pincel fará manchas
características da sua natureza e estrutura e o material ou meio
manifestará uma resposta...conforme a sua natureza.
(Sauzmarez, Maurice de. “Desenho básico: as dinâmicas da forma visual”
– Lisboa, 1986)

Nas artes visuais, como observamos, todo material e instrumento podem


ser utilizados para criar uma obra. Abordamos, também, a existência dos mais

tradicionais ou convencionais e os mais modernos e contemporâneos.


Vamos atentar, agora, para o mundo em duas dimensões: “o comprimento

e a largura”. Eles formam entre si uma superfície plana, sobre a qual podem ser
dispostas marcas sem profundidade. É o caso do desenho, da pintura, da

impressão.

Só que nosso mundo é totalmente tridimensional. O que


enxergarmos não é imagens planas, contendo apenas

comprimento e largura, mas há um espaço com profundidade e


ele é o nosso foco principal.

A designação “escultura” implica modelar ou retirar resíduos de um

volume.
Nesses últimos 30 anos, a modalidade artística, conhecida por escultura,

modificou os suportes, materiais e os procedimentos. Essas esculturas, alicerçadas


no entalhe e na modelagem, dão lugar à invenção de obras tridimensionais que
não se pautam por nenhuma das duas práticas, sendo construções em termos
arquitetônicos e mecânicos. Verificamos, aí, dois parâmetros para conceber o

objeto: o primeiro continua a conceber a forma em profundidade, dentro de uma


tradição que remonta a Michelangelo; o segundo, interessado nos valores

absolutos da forma pura, rejeita a tradição humanista e seus critérios orgânicos.


Os artistas contemporâneos interessam-se pelo volume e pela massa; pelo

jogo de cheios e vazios; pela articulação rítmica de planos e contornos.


Os materiais pequenos, grandes, leves, pesados, flexíveis, duro, ou

resistentes, são apenas variedades que poderão enriquecer o trabalho. Eles estão
sempre ao nosso serviço. As ferramentas apropriadas são peças indispensáveis

para o manuseio do material escolhido. Variam desde os alicates, goivas, facas,


espátulas, tesouras, etc. até nossas próprias mãos.

As obras de arte que mais permaneceram na história foram as que se


utilizaram de materiais mais perenes e duráveis, tais como a pedra (mármore,

pedra calcária, granito) ou metais (bronze, ouro, prata). Ou ainda, as que usaram
técnicas para melhorar a durabilidade de certos materiais (argila, terracota) ou

que empregaram os materiais de origem orgânica mais nobres possíveis


(madeiras, marfim ou âmbar). Mas, de um modo geral, pode-se esculpir em quase

tudo que consiga manter, pelo menos, algumas horas a forma idealizada
(manteiga, gelo, cera, gesso, areia molhada). No entanto, essas obras efêmeras

não podem ser apreciadas por um público que não seja da mesma época, pois se
perdem rapidamente.

BUSCANDO CONHECIMENTO

A escolha de um material, normalmente, implica a técnica adequada a se


utilizar e está diretamente ligada aos recursos naturais existentes em cada região.

Introduzimos, abaixo, materiais e técnicas utilizados mais frequentemente,


em diferentes regiões e épocas:
ÍNDIA: As mais antigas esculturas do mundo foram feitas na

Índia, em pedra, e somente mais tarde passaram a ser


elaboradas em bronze. Alguns santuários, como o de Elbora,

apresentam grandes estátuas esculpidas diretamente na rocha.

A representação das passagens e ensinamentos de Buda


Shiva – Em Bronze
encontram-se, hoje, no Paquistão e Afeganistão. Embora a

Índia fizesse esculturas religiosas, Buda nunca tinha sido representado na forma
humana, apenas por símbolos.
CHINA: Produziu alguns vasos em bronze fundido.
O período considerado a idade de ouro da

China é a “Dinastia Tang”, com suas esculturas


budistas, algumas monumentais, considerados

tesouros da arte mundial.


Xian – guerreiros de terracota
É interessante notar que lá não havia nus e

poucos retratos, exceto nos mosteiros, onde eram mais comuns.


JAPÃO: As esculturas japonesas eram em argilas,

colocadas sobre tumbas, chamadas de “haniva”. A


imagem em madeira do século IX de “Shakyamuni”,

um Buda histórico, é atípica escultura da era “Heian”,


com seu corpo curvado, coberto com um denso

drapeado e com uma austera expressão facial


AMÉRICAS: Encontramos algumas obras, em alto-relevo, decorando edificações

Maia e Asteca do Peru ao México e algumas peças primitivas em madeira ou


argila, geralmente, de caráter religioso. Só se começou a produzir arte, realmente,

a partir do século XVI, já sob influência do barroco, com destaque para imagens
religiosas em madeira, terracota e pedra macia.
A escultura popular em argila do nordeste brasileiro, as obras em madeira
e argila dos povos da Amazônia também possuem sua relevância no contexto

atual.
ÁFRICA: Encontramos esculturas

especialmente em ébano e outras


madeiras nobres. Além das divindades

antropomórficas, têm especial


interesse as máscaras rituais.

ANTIGO EGITO: As esculturas do Egito tinham grandes dimensões e eram


associadas à arquitetura.

Possuíam regras rígidas: homens eram mais escuros que mulheres; as mãos
de pessoas sentadas deveriam estar nos joelhos; cada deus tinha suas regras

específicas de representação. Encontramos obras maravilhosas como a cabeça de


Nefertiti ou a máscara mortuária de Tutancamon.
UNIDADE 19 – TÉCNICAS ESCULTÓRICAS: ARGILA.
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE
Objetivos: Apresentar ao aluno algumas técnicas de modelagem em argila (de

forma introdutória).

ESTUDANDO E REFLETINDO

Comece o processo amassando com as mãos


lentamente a argila para aquecê-la e para aerá-la.

Isso irá uniformizar a textura da argila.


Uma vez que ela esteja homogênea será

possível trabalhar com ela, abaixo veremos alguns métodos de modelagem de


vasos.

Divida sua argila ao meio com um fio rígido, e verificar se há bolhas ou


lacunas. Uma vez que seu barro é amassado, tente um dos métodos abaixo para

fazer o seu pote.

BUSCANDO O CONHECIMENTO
Método: Rolinhos de barro

Uma vez que a argila está morna e flexível,


faça uma bola do tamanho de um punho e enrole-a

em uma longa corda que chamaremos bobina. O


diâmetro da bobina irá determinar a espessura das

paredes do seu vaso. Para o seu primeiro pote, faça suas bobinas um pouco mais
grossas que um lápis, e cerca de 30 a 60 cm de comprimento mantendo

espessura uniforme.
Começamos criando o fundo, para isso, a partir de

uma extremidade, enrole a bobina em uma espiral até


que o fundo é o tamanho que você deseja. Você também
pode criar o fundo modelando um disco de argila da mesma espessura que suas

bobinas e depois cortar o excesso com uma faca, usando copo ou prato como.
Prepare a argila para começar a trabalhar

umedecendo com água ou barbotina (uma mistura fina


de argila e água) a parte inferior das bobinas enquanto

você trabalha. Isso vai melhorar a liga da argila e fazer o


seu pote mais forte (funcionará como uma cola para

ligar espirais de argila). Coloque a primeira bobina em


cima da base, e enrole, criando uma parede.

Para fazer o seu trabalho mais resistente e ligar


os rolinhos de argila, alise o interior do pote, forçando

para baixo o barro da bobina superior na parte da


bobina que está abaixo dela.

Para manter a forma do seu pote, apoie o lado


de fora enquanto alisa o interior. Você pode suavizar

tanto dentro como fora, se desejar.


Para finalizar crie os seus contornos,

ajustando o posicionamento das bobinas, e


moldar o barro durante o alisamento e processo

de fortalecimento. Adicione toda a decoração


que desejar, e dependendo do tipo de argila que

você está usando você pode secar o pote ou cozê-lo em um forno. Siga as
instruções do fabricante sobre o método correto.

Método: Moldando.

Faça uma bola rolando a argila,


faça um buraco com o seu polegar no

meio da bola de argila para criar o fundo.


Trabalhe os lados com os dedos

polegar e indicador apertando a argila e


pressionando para cima. Trabalhar em

todo o interior, e com cada passagem,


belisque a partir do fundo e movendo a argila para cima, repetindo até que o seu

pote tenha a forma que você quiser.


Alise o fundo pressionando a partir do interior contra

a mesa que você está trabalhando, para que o fundo fique


liso e plano. Alise o interior e o exterior do pote e decore.

Método: Torno.

Assim como nas outras técnicas, é necessário


preparar a argila deixando-a morna e maleável, para

tanto, bata sua argila, jogue-a firmemente de mão em


mão, batendo-a em uma forma de bola. Para ajudar a

argila a aderir ao torno, segue-o. Uma vez que começa a


girar, a última coisa que você quer é uma bola de barro

molhado voando pela sala.


Coloque um balde de água onde você pode

alcançar facilmente para molhar as


mãos enquanto você trabalha.

Coloque o barro o mais próximo do


centro do torno que você

conseguir, em seguida, pressione-o para baixo em uma forma


cónica.

Comece a girar o torno, conforme for aumentando a


velocidade, molhe o barro, e com uma mão na lateral do

cone de barro e a outra sobre ele, apertando o centro para


fazer a parte interna. Use a mão superior para manter o barro
controlado, impedindo que voe do torno. Você perceberá que o barro está

equilibrado quando já não parecer que está balançando, mas ficar parado no
centro da roda do torno. Não pare de girar.

Molhando as mãos para trabalhar a argila, repita o


movimento de cunha algumas vezes para levantar as laterais de

seu pote. Certifique-se de manter o barro centralizado enquanto


você trabalha.

Modele com quatro


dedos na parte interna do

buraco, e use a outra mão para


trabalhar ao redor até que a

parte interna tenha o tamanho que você deseja. Trabalhe lentamente, puxando
gradualmente o barro até a altura deseja, mas sempre

com a mesma pressão.


Se você quiser um pouco mais largo no gargalo,

basta puxar para trás com os dedos de dentro para fora.


Não fazê-lo muito difícil.

Para remover o vaso acabado, molhe o torno (não


o pote) e usando uma de linha de pesca dura tensa entre

as duas mãos, puxe-a da parte de trás do pote em sua


direção até o pote se soltar do torno

fonte: http://www.wikihow.com/Make-a-Clay-Pot (tradução livre: Cíntia Ribeiro)


UNIDADE 20 – PROJETOS TRIDIMENSIONAIS NA ESCOLA.

CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE


Objetivos: Desenvolver no educando a capacidade de se relacionar, sentir e

assumir uma consciência crítica frente à manifestação escultórica. Apresentar uma


reflexão sobre o ensino da arte, para mostrar como ela é importante na formação

dos alunos.

ESTUDANDO E REFLETINDO
O ambiente escolar é o local que pode e deve ganhar forma e relevo. Nem

sempre essa linguagem é abordada nas aulas de arte, mas é bom sabermos que
uma diversidade de técnicas e materiais simples permite aos alunos entrarem no

mundo da tridimensionalidade com práticas criativas e interessantes,


acompanhadas do embasamento histórico.

Sabemos que o ensino da arte na educação básica, passa por mudanças


significativas, pois mudou consideravelmente a realidade do contexto escolar.

Mediante esse quadro de mudanças, percebemos a necessidade de


compreendermos novos direcionamentos no ensino, inclusive da escultura, com

desenvolvimento de práticas educativas mais significativas.


Você, futuro educador, precisa ter consciência da existência de muitas

técnicas tridimensionais, mas é importante, também, escolher uma estratégia


inserida na realidade do aluno, não se esquecendo de que a construção do

conhecimento é um processo muito pessoal.

BUSCANDO CONHECIMENTO
1. PROJETO DESENVOLVIDO PELA PROFA. VALÉRIA PEIXOTO DE ALENCAR: é

historiadora formada pela USP e cursa o mestrado em Artes no Instituto de


Artes da Unesp. É uma das autoras do livro Arte-educação: experiências,

questões e possibilidades (Editora Expressão e Arte).


Objetivo
Conhecer as diferentes formas de se realizar uma escultura.

Comentários
Aquela que é considerada a terceira das artes clássicas, pode ser estudada

de forma lúdica, levando os alunos a ter familiaridade com os diversos materiais e


aprender a observar obras de arte muito fáceis de serem encontradas no espaço

urbano.
Material

Os textos sobre Escultura do site Lição de Casa são um ótimo ponto de


partida.

Para confeccionar esculturas:


• Argila ou massa de modelar

• Sabão em pedra
• Sucata

• Papelão

• Palitos de madeira de diversos tipos (para auxiliar na modelagem da argila)

• Estilete (para esculpir no sabão)


Estratégias

1) Leitura e interpretação dos textos sugeridos.


2) Leitura de obras de arte (imagens que o professor tenha ou

monumentos públicos)
Atividades

Confecção da escultura.
Após a leitura dos textos, os alunos podem escolher uma técnica que eles

considerem melhor para realizar a escultura. O sabão será utilizado em


substituição da pedra, só para que eles percebam o que é cinzelação. O papelão

pode substituir chapas de metal.


Observe que todos os alunos não escolham a mesma técnica e material,

para que dentro da sala de aula tenha uma amostragem de pelo menos três
formas diferentes.
2. OBJETO, ESPAÇO E ARTE

Profª. Marieta Ferber: é designer e diretora de arte. Desenha produtos e


espaços, faz a criação e direção de arte de projetos gráficos e audiovisuais para

cinema e TV. Trabalhou, no longa metragem ‘Ação entre amigos’, de Beto Brant; é
autora das videoarte ‘Absurdo’ e ‘Pedras’ em que o objeto e suas manifestações

são tema central.


Um olhar crítico e prático sobre a relação dos objetos com a arte, os limites

do útil e do estético, desde as esculturas à pop-arte, passando pelos ready-


mades, instalações, arte pública e a forma como se relacionam com os espaços. A

arquitetura como manifestação artística, a função como tema e o espaço de


contemplação.

Plano de Aulas:

Aula 1.
Escultura rumo à instalação, expressões tridimensionais.

Apresentação de algumas das principais vertentes da produção contemporânea


para análise dos pontos de contato entre a produção artística e o objeto útil.

Aula 2.
Apropriação do objeto na arte, Marcel Duchamp e o ready-made.

O objeto-escultura no surrealismo. Salvador Dali. Louise Bourgeois


Representação e abstração do objeto no neoplasticismo de Piet Mondrian.

Aula 3.
Proposta de Exercício: experiências que transformem o significado de

objetos úteis, usando-os em uma instalação e/ou escultura, ou registrar o objeto,


através da fotografia ou vídeo para colagens/montagens (o computador pode ser

usado). O próprio corpo pode ser parte do trabalho, usado como objeto na
colagem, na instalação ou na escultura/performance.

Aula 4.
A ‘arte da produção’ e o espaço arquitetônico no construtivismo. Vladimir

Tatlin.
A ‘arquitetura total’, o objeto incorporado no espaço, DeStijl e Bauhaus.

Mies Van der Rohe e Laszlo Moholy-Nagy.


Aula 5.

Exercício pautado em aula teórica.


Aula 6.

Arte Pop, cultura de massa e cultura material. Andy Warhol, Allen Jones,
Roy Lichtenstein, Robert Rauschenberg.

Minimalismo. Donald Judd, Richard Serra.


O objeto e o espaço das instalações. Dan Grahan.

Objeto na arte conceitual. Grupo Fluxus, Joseph kosuth e Bruce Naumam.


Aula 7.

Exercício pautado em aula teórica.


Aula 8.

Noção de espaço interno e espaço externo. Intervenções urbanas e obras


no espaço público. Christo. O objeto no espaço público, equipamentos urbanos.

Aula 9.
Exercício pautado em aula teórica e discussão em grupo do andamento da

experimentação de cada aluno.


Aula 10.

Land-art e body-art, o corpo como objeto na paisagem. Robert Smithson,


Richard Long, Yves Klein, Marina Abramovic.

Performance. Grupo Fluxus, Joseph Bouys, John Cage e Laurie Anderson.


Aula 11.

Exercício pautado em aula teórica e discussão em grupo do andamento da


experimentação de cada aluno.

Aula 12.
Hoje na arte: Sarah Lucas, Damien Hirst, Amilcar Packer, Cildo Meireles,

Tunga. Apresentação dos trabalhos finalizados e análise em grupo de cada


trabalho.

Material necessário para o aluno levar nas aulas: Material definido junto aos
alunos antes de cada aula prática.

3. PROJETO ESCULTURAS SONORAS

Profs: Andrea Aly, Jerusa Messina e Vicente Régis

A proposta desse projeto pedagógico foi buscar integrar as diferentes


linguagens artísticas. Foi realizado nos meses de abril e maio e consiste na

produção de corpos tridimensionais que revelam, aspectos de uma pesquisa


visual e sonoro, com caráter investigativo e experimental.

A ideia é que, enquanto resultado, as esculturas sonoras correspondam ao


caráter plástico de uma escultura e, ao mesmo tempo, carreguem a possibilidade

de serem exploradas musicalmente. Algo que seja bem resolvido plasticamente e


que produza um som interessante e inusitado.

1º PASSO: Os alunos exploram individualmente as possibilidades sonoras de vários


objetos e materiais cotidianos, tais como sucatas, canos, bexigas, colheres,

panelas, e outros.
2º PASSO: Elaboração coletiva de escultura sonora, articulando as escolhas de

sons descobertos individualmente com a maneira mais apropriada de estruturar


sua forma escultórica.

OBS: No decorrer do projeto, as aulas são permeadas por diversos momentos de


apreciação de obra de arte, em que a música e as artes visuais estejam em

diálogo, de modo que os alunos tenham referências concretas e contextualizem


suas criações. Alguns dos artistas estudados forma Smetak, Tinguely, Fernando

Sardo e Paulo Nenflidio.


“Foi tudo muito desafiador e mágico, tanto durante a construção,
enquanto ainda não sabíamos exatamente o que seria o resultado das
escolhas e junções, quanto no momento em que já tínhamos as
esculturas prontas e tantas possibilidades de “tocá-las”. O momento
final, quando o Vicente chegou para gravarmos o som, foi muito
especial e importante: os alunos organizaram e deram contorno às suas
experimentações sonoras, amparados pelo olhar, pela escuta atenta e
pelas orientações do professor de música”
http://www.vila.com.br/blog/?p=5333

3º PASSO: O processo de trabalho foi documentado em vídeo para que todos

possam apreciar as esculturas e as composições musicais criadas.

4. ARGILA, SEU USO NA SALA DE AULA


Profª. VALÉRIA PEIXOTO DE ALENCAR

Objetivos

• Conhecer técnicas para o trabalho com argila.


• Elaborar uma escultura.

Comentários

O uso da argila como material nas aulas de Artes é sempre recomendado,


mas é preciso conhecer bem esse material, para poder orientar seu uso. Para as

crianças, pode não ser uma modelagem tão fácil como a feita com massa de
modelar, mas pode render trabalhos duradouros. Além disso, é muito importante

o trabalho com materiais naturais.

Material
Os textos sobre Escultura do UOL Educação são um ótimo ponto de

partida para iniciar o estudo.


Para a atividade:

• argila

• tinta guache ou plástica (diversas cores)

• pincéis

• barbante
• palitos de soverte

• plástico ou jornal para forrar a mesa


• pote com água

Estratégia

Leitura e interpretação dos textos para que os alunos conheçam as


características de uma escultura.

Proposta do trabalho com argila, explicando seu uso. Uma sugestão é


estipular um tema para que a sala produza objetos que se relacionem com o tema

proposto.

Atividade
A execução da escultura deve seguir os seguintes passos:

1. Forre a mesa.
2. Mantenha a argila dentro do plástico, retirando, aos poucos,

pedaços para a modelagem.


3. Mexa livremente com a argila. Oriente os alunos para que sintam

sua consistência e pensem nas possibilidades que ela pode


oferecer.

4. Comece a modelar, se necessário, umedeça a mão.


5. Deixe secar a sombra.

6. Pinte.

Observações
• Conheça e leve para a sala de aula tipos diferentes de argila.

• Se você comprar pacotes grandes de argila, poderá cortá-la em pedaços


com o auxílio de um barbante.

•A Argila deve estar sempre úmida para ser modelada.


• Se a argila estiver molhada ou mole demais, sem plasticidade (que não

quer se soltar das mãos), deve-se pegar um pouco dela e bater com um
pedaço de madeira ou qualquer superfície que possa ser molhada,

mudando os lados, até sair o excesso de água.


• As sobras de argila devem ser guardadas em plástico bem fechado e em

lugar fresco.
•A pintura deve ser feita sobre a peça bem seca.
POLOS EAD
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