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CADERNO DE CAMPO

Leonor Canudas I Turma 3 I Ano letivo 2023/24 I


História da Arquitetura Contemporânea
Índice

 Armazéns Nascimento, Porto (1914-27), José Marques da Silva


 Farmácia Vitália, Porto (1937), Manuel Marques
 Casa de Serralves, Porto (1931), José Marques da Silva, Charles Siglis
 Coliseu do Porto, Porto (1939-40), Cassiano Branco
 Edifício da Garagem do Jornal "O Comércio do Porto", Porto (1928-1932), Rogério de Azevedo
 Edifício de Habitação Plurifamiliar, Bloco da Carvalhosa, Porto (1945-49), Arménio Losa, Cassiano Barbosa
 Cinema Batalha, Porto (1946- ), Artur Andrade
 Casa de Chá da Boa Nova, Matosinhos (1956-63), Álvaro Siza
 Edifício de Escritórios e Habitação, Rua Sá da Bandeira, Porto (1946- ), Arménio Losa, Cassiano Barbosa
 HJB, Habitação José Braga, Porto (1949-51), Celestino de Castro
 Edifício de Habitação Coletiva, Porto (1950 -), Mário Bonito
 Edifício de Escritórios e Habitação da Firma "Soares & Irmão", Porto (1950- 55), Arménio Losa, Cassiano Barbosa
 Faculdade de Economia da Universidade do Porto, Porto (1961-72), Alfredo Viana de Lima
 Casa na Rua do Ameal, Porto (1953 -), Celestino de Castro
Armazéns Nascimento, Porto (1914-27), José Marques da Silva

O arquiteto Marques da Silva, no projeto para os Armazéns


Nascimento, utiliza como referência os grandes armazéns de Paris.
Deste modo, dá maior destaque à espacialidade interior do edifício,
com o propósito de cenografar as peças de mobiliário expostas; do
mesmo modo, cria transparências entre o interior e o exterior, com o
mesmo propósito. Quanto à monumentalidade do edifício, Marques
da Silva serviu-se da posição estratégica do mesmo (no ângulo das
ruas Passos Manuel com Santa Catarina) para provocar um
sobressalto na continuidade da fachada da rua, através de um grande
arco.
Farmácia Vitália, Porto (1937), Manuel Marques

O aspeto mais interessante da farmácia Vitália, projetada em 1937, é


o seu total rompimento com a fachada pombalina do edifício onde se
insere; nesse sentido, o arquiteto Manuel Marques pretendeu criar
um contraste entre o novo e o velho, através do uso do vidro, que na
época ainda não era tão utilizado, bem como, o desenho de uma
grande cruz vermelha em vidro ao centro da fachada da farmácia. A
fachada funciona ainda como anúncio publicitário, com os seus
letreiros metálicos art-déco que anunciam os produtos à venda no
estabelecimento.
Casa de Serralves, Porto (1931), José Marques da Silva, Charles Siglis

A casa de Serralves foi projetada pelo arquiteto francês Charles Siclis


e pelo arquiteto português José Marques da Silva que desenvolveu e
realizou algumas alterações ao projeto inicial. Projetada e construída
entre 1925 e 1944, a casa foi concebida como uma residência
privada, no entanto, 1987 foi aberta ao público como museu de arte
contemporânea. A obra constitui o mais notável exemplo de um
edifício de art-déco em Portugal.
Coliseu do Porto, Porto (1939-40), Cassiano Branco

Na memória descritiva da obra, Cassiano Branco, um dos principais


arquitetos envolvidos no projeto para o Coliseu do Porto, destaca que
“o alçado principal do edifício «Coliseu do Porto» (sob a rua de Passos
Manoel) constitui um elemento de arquitetura de feição especial: o
seu aspeto inteiramente moderno pretende expressar
permanentemente um espetáculo de formas arquitetónicas, de luz e
de publicidade”. De facto, a monumentalidade do edifício, que o faz
sobressair face à sua envolvente, é utilizada de forma a intrigar quem
por lá passa, atuando, por isso, como elemento que anuncia o que se
passa no interior do edifício.
Edifício da Garagem do Jornal "O Comércio do Porto", Porto (1928-1932), Rogério de Azevedo

A localização do edifício num gaveto determinou um eixo de simetria


diagonal, que é evidente nos dois alçados praticamente iguais,
agarrados a uma torre cilíndrica de grande expressividade
volumétrica que define, juntamente com a pala, as duas entradas
para a garagem. Quanto ao programa do edifício, os cinco primeiros
pisos são ocupados pela garagem, enquanto os últimos dois são
destinados a escritório, o que é evidenciado por um primeiro plano
cego que acompanha os pisos da garagem; ao volume saliente dos
pisos superiores corresponde aberturas horizontais contínuas.

Edifício de Habitação Plurifamiliar, Bloco da Carvalhosa, Porto (1945-49), Arménio Losa, Cassiano Barbosa
O Bloco da Carvalhosa, projetado pela dupla de arquitetos Arménio
Losa e Cassiano Barbosa é indubitavelmente uma obra de arquitetura
moderna. Nesse sentido, o bloco materializa uma resposta inovadora
ao problema da habitação coletiva, adotando soluções como o recuo
do edifício face à envolvente, o que permite dar outra escala ao
edifício e criar um espaço de transição entre a rua e o edifício; outro
tema trabalhado pelos arquitetos foi a orientação, pouco usual,
norte/sul do edifício, o que se manifesta na localização dos serviços
na fachada norte, dos quartos na fachada sul e das salas a abrirem-se
para os dois lados; estes arquitetos introduziram ainda o conceito de
solários, salas exterior ou jardins suspensos, bem como um pátio
interior aberto.
Cinema Batalha, Porto (1946- ), Artur Andrade

A área reduzida do terreno disponível para construção, bem como o


seu acentuado declive foram elementos decisivos para o projeto tal
como o conhecemos do “Cinema Batalha”. Outro fator curioso
relativo à obra é que a plateia apenas tem 19 filas, em consequência
da implantação de um foyer; mas, por outro lado, a plateia reduzida
permitiu a construção de uma tribuna assente sobre duas paredes do
foyer. O cinema Batalha representou um manifesto de modernidade
pela sua opção estética, mas também pelo cruzamento de várias
artes, nomeadamente a pintura e a escultura, cujos participantes
foram nomes como Júlio Pomas, Augusto Gomes, António Sampaio e
Arménio Braga.
Casa de Chá da Boa Nova, Matosinhos (1956-63), Álvaro Siza

Um dos primeiros projetos construídos do arquiteto Álvaro Siza, a


Casa de Chá da Boa Nova, é uma obra na qual a expressão “construir
a paisagem” melhor se adequa. O percurso até à entrada do edifício é
marcada por uma sequência de perspetivas dramáticas da paisagem,
ora escondendo o mar, ora revelando a linha do horizonte. O edifício
possui dois salões que se abrem para o mar e uma cozinha quase
totalmente enterrada e impercetível. A diversidade de materiais é
evidente, destacando-se no seu interior o uso abundante de madeira
de tom avermelhado.
Edifício de Escritórios e Habitação, Rua Sá da Bandeira, Porto (1946- ), Arménio Losa, Cassiano Barbosa

O edifício de Arménio Losa e Cassiano Barbosa na rua Sá da Bandeira,


também conhecido como edifício DKW, possui um entrada para cada
função do edifício. Ou seja, as garagens são acedidas a partir do pátio
do Bolhão, as lojas têm entrada direita a partir da rua, os escritórios
pela entrada principal da rua Sá da Bandeira e as habitações pela rua
Guedes de Azevedo. O edifício é composto por dois blocos, um bloco
de maior área, o de Sá da Bandeira, que engloba as garagens, lojas,
escritórios e apartamentos T0 e uma segundo bloco, voltado para a
rua Guedes Azevedo que inclui garagens, lojas e apartamentos T4.
Edifício de Habitação Coletiva, Porto (1950 -), Mário Bonito

Mário Bonito para o projeto de habitação coletiva para a rua


Fernandes Tomás parte de uma implantação do edifício paralelo à
rua, identificando-se dois níveis: um nível alinhado pelas construções
pré-existentes, que corresponde ao rés-do-chão; e um segundo nível
ao qual corresponde os pisos superior que, deste modo, ganham
melhor iluminação e ventilação dos espaços interiores. Entre os dois
níveis o arquiteto cria um espaço coletivo que faz a transição entre os
pisos de habitação e os espaços para lojas e garagem. Nos pisos
superiores, recuadas em relação à rua e pousadas sobre pilotis,
situavam-se as habitações em quatro pisos, de distribuição em galeria
voltada para as traseiras.
Edifício de Escritórios e Habitação da Firma "Soares & Irmão", Porto (1950- 55), Arménio Losa, Cassiano Barbosa

O edifico projetado por Arménio Losa e Cassiano Barbosa localiza-se


numa rua singular, marcada por obras de outros arquitetos
modernos, o que contribuiu para uma relação harmoniosa entre o
edifício e o conjunto urbano, fator característico dos anos 50 da
arquitetura moderna em Portugal. O edifico situa-se no gaveto da rua
da Picaria com a Rua de Ceuta e, pela inflexão desta última com a
Praça Filipa de Lencastre, ganha protagonismo para quem vem da
Avenida dos Aliados. A sua presença será ainda salientada pelo forma
triangular do lote e, em consequência a solução arquitetónica para o
vértice/ gaveto do edifício com o edifício preexistente da Companhia
de Telefones.
Faculdade de Economia da Universidade do Porto, Porto (1961-72), Alfredo Viana de Lima

O edifício principal da Faculdade de Economia da Universidade do


Porto foi projetado pelo arquiteto Alfredo Viana de Lima é
caracteriza-se pela seu aspeto sólido. O edifício desenvolve-se em
torno da articulação de volumes horizontais e pátios interiores,
alternando ainda volumes cegos com grandes vãos envidraçados. A
entrada é marcada por um obelisco da autoria do escultor José
Rodrigues.
Casa na Rua do Ameal, Porto (1953 -), Celestino de Castro

A casa na rua do Amial de Celestino de Castro trabalha claramente os


cinco pontos da arquitetura de Le Corbusier. Neste sentido, os planos
frontal e posterior são constituídos por grandes vãos envidraçados; a
estrutura é reduzida ao mínimo, com as paredes laterais mais
encerradas e apenas três pilares centrais a comporem a estrutura da
casa; planta livre e cobertura praticável. Através de pátios térreos,
envidraçados e varandas, o arquiteto prolonga o exterior para o
interior.

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