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Seminário apresentado ao Curso de
Graduação de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Federal da Paraíba – UFPB,
como requisito a adição na avaliação da
disciplina de Historia da Arquitetura e
Urbanismo II, sob orientação do Professor
PHD Ivan Cavalcanti.
SUMÁRIO
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1. Introdução_________________________________________________________
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2. Contexto
Histórico___________________________________________________4
6. Interiores e Mobiliário_______________________________________________43
7. Contribuições do Movimento_________________________________________57
8. Conclusão________________________________________________________58
9. Referencias_______________________________________________________59
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1. INTRODUÇÃO
2. CONTEXTO HISTÓRICO
Arts and Crafts é um movimento estético e social inglês, que surgiu na
Grã-Bretanha em meados de 1850 e foi até 1900, este defende o artesanato criativo como
alternativa à mecanização e à produção em massa alem de buscar revalorização do
trabalho manual e recuperar a dimensão estética dos objetos produzidos industrialmente
para uso cotidiano. A expressão "artes e ofícios" - incorporado em inglês ao vocabulário
geral - deriva da Sociedade para Exposições de Artes e Ofícios, fundada em 1888. As
ideias do crítico de arte John Ruskin (1819 - 1900) e do medievalista Augustus W.
Northmore Pugin (1812 - 1852) são fundamentais para a consolidação da base teórica do
movimento.
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A partir da segunda metade do século XIX a Europa passava pelo período
denominado de Segunda Revolução Industrial, que envolveu uma série de
desenvolvimentos dentro da indústria em geral, resultando na padronização da produção
em massa. Com a estandardização do design e o consequente fácil acesso aos produtos
pela população, o sistema industrial se desenvolvia cada vez mais e se vinculava a todas
as instâncias da vida social, provocando mudanças em todas as áreas.
Ainda nesse período a população urbana superou o contingente
populacional do campo, fazendo crescer a importância das cidades, o que deu força aos
movimentos revivalistas em que os arquitetos do período viam na cópia da arquitetura do
passado e no estudo de seus cânones e tratados uma linguagem estética legítima de ser
trabalhada. Enquanto tudo isso ocorre encontra-se um novo ponto de aplicação, uma vez
que a desordem e a vulgaridade da produção industrial reflete-se agora em toda a cena da
vida associativa, nela incluido os objetos de uso comum. Nasce assim, um movimento
para melhorar a forma e o caráter de tais objetos- móveis, utensílios, tecido, roupas
objetos de todo gênero - e esse movimento possui a função de ponta de lança no debate
cultural da segunda metade do século XIX, até que graças a Morris, torna-se possível a
identidade entre essa linha de pensamento. O conceito de “artes aplicadas” e sua
separação das artes maiores é uma das consequências da Revolução Industrial e da cultura
historicista que visava a reforma global nas artes, buscando uma linguagem única na
arquitetura, pintura e escultura.
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Figura 1 - Exposição Universal de 1851, Palácio de Cristal, Londres.
Fonte: http://www.moderna-contemp.uerj.br/outros_materiais/imagens/outros_xix.htm
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Figura 2 - Cristo na casa de seus pais, por John Everett Millais, 1850
Fonte: http://nineteenthcenturystuff.com/the-pre-raphaelites/
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Figura 4 - Ilustração da tapeçaria exposta no Palácio de Cristal. Retirada do catálogo da exposição.
Fonte:http://www.designemartigos.com.br/wp-ontent/uploads/2010/10/Raquel_Forma_Klafke_e_Mariana_Izukawa.pdf
Morris (1834 – 1896) e sua geração têm John Ruskin (1819 – 1900) como
mestre, este jamais chega a dedicar-se diretamente ao problema da arte aplicada, contudo
seus ensinamentos – nos aspectos positivos e negativos – são
determinantes para todo o curso sucessivo do movimento e devem
ser considerados antes de se falar de Morris e seus seguidores.
Ele percebe que a arte é um fenômeno muito mais complexo do que parece
a seus contemporâneos. Também observa a desintegração da cultura artística e percebe
que as causas devem ser procuradas não no campo da própria arte, mas sim nas condições
econômicas e sociais em que a arte é exercida. Ruskin condenou totalmente o conceito
abstrato de indústria, e ao ver que a harmonia dos processos de produção foi realizada
com sucesso em certas épocas do passado – como na Idade Média –, ele sustenta que se
deve retornar às formas do século XIII.
No ensaio Seven Lamps of Architecture de 1849, Ruskin inicia uma crítica
à falsidade contida na produção contemporânea e nela, distingue três gêneros:
1 – A sugestão de um tipo de estrutura real ou de sustentação diferente do real.
Nesse ponto critica, sobretudo, as estruturas de ferro e conclui que o ferro “pode ser usado
somente como ligação, não como sustentação”.
2 – O revestimento da superfície como o objetivo de imitar materiais diversos dos
reais, ou a representação mentirosa, sobre essa superfície, de ornamentos esculpidos.
Nessa questão aponta uma série de exceções, como recobrir os materiais de reboco e o
reboco de afrescos e a douração dos metais menos preciosos porque o uso transformou
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essas utilizações em costumeiras. A regra seria, então, evitar enganar o observador, e isso
estaria em função dos hábitos do espectador.
3 - O emprego de ornamentos de toda espécie feitos à máquina. Para ele, a
produção mecânica falsifica o senso do trabalho humano e da atenção que foram
despendidos ao fabricá-lo e, por conseguinte, introduz uma mentira e um engano.
b. William Morris
Nascido na Inglaterra, William Morris foi o
principal líder do movimento Arts and Crafts e era, além de
escritor, pintor, socialista e militante, designer
reconhecido. Foi dele a iniciativa de transformar a teoria
em plano prático, fazendo a tentativa de combinar as teses de
Figura 10 - William Morris:
John Ruskin às de Karl Marx na defesa da arte “feita pelo personagem fundamental para o
povo e para o povo”. Ou seja, ele via no design um modo “Arts & Crafts”. Fonte:
http://pimentanegra.blogspot.com
de integrar arte com reforma social. Basicamente, essa /2007/07/utopia-ecolgica-de-
william-morris.html
ideia era como uma adaptação à indústria dos
pressupostos de Ruskin, os quais afirmavam que a beleza da arquitetura gótica era
garantida pela satisfação, pela crença religiosa e pela consciência do processo construtivo
por parte dos construtores. Outra influência de Ruskin em Morris foi relativa à verdade
dos materiais, pois Morris também pregava que o artesão deveria conhecer os materiais
que utilizava: suas limitações, efeitos, qualidades e defeitos, para então empregá-los de
forma aparente e natural. Como exemplo, temos as diversas estampas florais típicas do
Arts & Crafts que em nenhum momento tentam ser realistas e tridimensionais, mas pelo
contrário, aceitam a condição de serem apenas representações da natureza estilizadas.
Morris rechaça o conceito de belas-artes em nome do ideal das guildas
medievais, tanto no que diz respeito ao modelo organizacional e processual quanto
também à estética dos produtos, que era preferencialmente gótica. A espiritualização
deveria fazer parte do design, ou seja, a criação do objeto deveria vir do criador, originar-
se de uma ideia criativa e não moldar-se à ideia de reprodução em massa, que, segundo
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ele, traria um progresso vazio e alienante. Tudo era feito com base em referências e
inspirações e defendia que o design influenciava o modo de vida das pessoas.
A aplicação desses ideais pode ser vista na Casa Vermelha, obra de
arquitetura em parceria com Phillip Webb, que será abordada mais a frente, e nos móveis
e peças de decoração de interior produzidas na firma Morris, Marshall e Faulkner & Co.,
que tempo a frente tornou-se apenas Morris & Co., um dos maiores símbolos de aplicação
dessa ideologia.
Inicialmente, em 1862, a firma foi formada por Burne Jones, Rossetti,
Webb, Brown, Faulkner e Marshall e em 1865, transfere-se para Londres. A empresa
produzia tapetes, tecidos, papel ornamentado, móveis e vidros. Com a ideia de provocar
uma “arte do povo, para o povo”, assim como Ruskin, ele recusa a fabricação mecânica e
seus produtos resultam ser custosos, então, a pretensão de criar objetos belos e baratos,
tornando a arte acessível a todos, não ocorreu na prática, pois suas produções quase
sempre se tornavam objetos caros e acessíveis apenas às classes dominantes. Poucos
exemplos, como a cadeira ‘Sussex’, eram mais baratos, mas ao mesmo tempo, eram
produzidos com tecnologia mais avançada.
Figura 11 - Ilustração da tapeçaria de lã produzida por Pardoe e criticada por Pevsner exposta no
Palácio de Cristal. Retirada do catálogo da exposição.
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Figura 12 - Honeysuckle, 1883, de William Morris. Retirada do livro William Morris: selected
writings and designs.
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Figura 13 - Papel de parede de "Alcachofra", de John Henry Dearle para William Morris & Co.,
1897 (Victoria and Albert Museum). Fonte: http://mol-tagge.blogspot.com/2009/05/conheca-o-
movimento-arts-and-crafts.html
Figura 14 - Peacock and Dragon, material decorativo, Morris and Co., 1878.
Fonte: http://mol-tagge.blogspot.com/2009/05/conheca-o-movimento-arts-and-crafts.htm
Todas as peças produzidas nos estúdios do Arts and Crafts seguiam os princípios
estabelecidos por Morris:
• Considerar o material quanto a qualidade e a nobreza;
• Considerar seu uso/função;
• Levar em consideração seu design/construção;
• Considerar a técnica como foi produzido.
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empresários ingleses. Nos últimos quinze anos de sua vida, podemos considerá-lo como o
inspirador de um vasto movimento.
(¹ Art Workers Guild: Organização criada em 1884 por um grupo de arquitetos
britânicos associados com as idéias de Morris e do movimento Arts and Crafts. A guilda
promoveu a unidade de todas as artes e se opôs à profissionalização da arquitetura).
Concomitantemente, abre-se caminho para outra ideia fundamental de W. Morris,
o espírito de associação, e cada artista que entra no movimento não se fecha em sua
experiência, mas preocupa-se em difundi-la e transmiti-la por meio de organizações
apropriadas. Dessa forma diversas associações e comunidades artesanais, inspiradas nas
guildas mediévicas, se formaram. Cerca de cento e trinta organizações de Arts & Crafts
são criadas na Grã-Bretanha, a maioria delas entre 1895 e 1905.
Dentre os continuadores de Morris, as figuras mais importantes são Walter Crane,
Charles Robert Ashbee, William Robert Lethaby e Charles A. Voysey, os quais se
ocupam também de arquitetura. Richard Norman Shaw não possui relações de trabalho
com Morris e seus seguidores, mas segue a mesma inspiração cultural e é a figura
dominante na arquitetura inglesa nas últimas décadas do século XIX.
5.1 Phillip Speakman Webb (1831 – 1915)
Philip Webb foi um arquiteto e designer inglês, algumas vezes chamado de pai da
arquitetura do “Arts and Crafts”. Quando se mudou para Londres, a fim de completar sua
formação e trabalhar como assistente júnior de George Edmund Street, ele conheceu
William Morris, e os dois tornaram-se amigos.
Depois da parceria do projeto da Casa Vermelha, Morris idealizou fundar um
Figura 18: Phillip Speakman Webb
laboratório de arte decorativa, http://goldenagepaintings.blogspot.co
m/2011/06/great-british-architects-
que entra para o comércio em 1862 com o nome phillip-webb.html
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Em 1859, quando se casou, William Morris decide construir uma casa de atendesse aos
seus ideais artísticos, assim surgiu a Red House (Figura 19, 20 e 21), um ícone que dá
início à arquitetura no movimento “Arts & Crafts”. Ela foi projetada por Phillip Webb e
mobiliada e decorada por Morris, e o próprio Webb, seguindo os preceitos pregados no
movimento (Figura 22).
A construção em tijolos vermelhos, sem nenhum revestimento, era ousada, pois ao
mesmo tempo em que sua arquitetura orienta-se pelas linhas rurais ou doméstica inglesa
do século XIX, também exibe elementos góticos como arcos em ogiva e telhados
inclinados. Outro aspecto ousado é a exposição de tijolos vermelhos sem qualquer
revestimento (daí o nome da casa), e o planejamento de dentro para fora, considerando
secundariamente as fachadas e mostrando abertamente a construção do interior.
No interior é visível a simplicidade de Morris, expressando-se em todo o
mobiliário, nos estofados e em papéis de parede, manualmente feitos e com a utilização
de materiais não tratados, tendo como finalidade a questão da função e do contraste destes
com o estilo da época.
A lareira foi um elemento bastante recorrente na arquitetura do Arts & Crafts
(Figura 23), e aparece nessa casa com um caráter verdadeiramente revolucionário,
segundo afirma Nikolaus Pevsner. Sem fazer alusão a qualquer estilo, a lareira é
completamente funcional, dispondo os tijolos em camadas horizontais onde a lenha é
colocada e, verticalmente, onde a fumaça sobe.
Conclui-se que o motivo pelo qual a Casa Vermelha foi construída com os tijolos
à mostra foi pelo fato de William Morris querer retornar às formas construtivas da Idade
Média, pois acreditava que naquela época a arquitetura era pensada por todos os homens
comuns, que trabalhavam com prazer e diariamente criavam arte para todos,
contrariamente ao que acontecia na época de Morris, em que a arquitetura era centralizada
nas mãos de alguns que faziam especializações e manipulavam os gostos alheios, fazendo
com que todos fossem obrigados a apreciar algo que nem sabiam como foi pensado e
construído. A partir de meados do séc XIX, surge a imitação de materiais que substituem
a madeira maciça, por exemplo, e outros que também eram muito utilizados na Idade
Média, e introduzem novas técnicas que além de imitar, tendem a ser usadas para omitir e
cobrir outros materiais que foram utilizados na construção e na estruturação do todo
arquitetônico causando uma falsa ilusão.
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Figura 19:Red House
Fonte:http://designdeinteriores03.blogspot.com/
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Imagem 20: Detalhe para os arcos ogivais e os telhados inclinados
Fonte: http://designdeinteriores03.blogspot.com/
Figura 21: A Casa Vermelha de Morris (P. Webb, 1859; desenho de G. H. Crow, William Morris
Designer, 1934).
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Imagem 22: Interior da Casa Vermelha, por P. Webb.
Fonte: http://thaa2.files.wordpress.com/2009/07/figura-5-red-house.jpg
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Figura 23: Lareira da Casa Vermelha
Fonte: PEVSNER, Origens da Arquitetura Moderna e do Design
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b) Palace Green (Kensington Palace Gardens, Londres, Inglaterra, 1868)
Esta edificação exemplifica sua produção para além das casas de campo. Um
elemento que aparece nessa casa é a baywindow, que é bem característica e recorrente no
Arts & Crafts. A baywindow era como uma janela sacada, que ampliava o espaço da sala
e permitia maior entrada de luz.
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Figura 28: Oak Writing Desk, por A. Mackmurdo, 1886.
Fonte: http://quizlet.com/4688026/english-arts-and-crafts-flash
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Em 1884, ele se afastou do revivalismo gótico e adotou um uso eclético de fontes
renascentistas. Mackmurdo admirava a renascença italiana e até a arquitetura barroca e
usou esses estilos nos seus designs para muitas casas, incluindo a sua, Great Ruffins, no
Essex. Outras casas arquitetadas por Mackmurdo incluem a 8 Private Road, Enfield,
London (1887), e a 25 Cadogan Gardens, Londres (1899). Esta última é uma casa luxuosa
de tijolos vermelhos para o pintor Menpes Mortimer.
Figura 31: Porta do salão de entrada. 25 Cadogan Gardens, 1899, Londres, por A. Mackmurdo.
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Alguns de seus projetos são descritos como “proto – Art Nouveau” e são pensados
como uma influencia para o surgimento deste estilo na arquitetura e nas artes aplicadas na
Grã-Bretanha e na Europa na década de 1890 e 1900.
Figura 33: Richard Norman Shaw RA, Design for New Zealand Chambers, 1872.
Fonte: http://www.royalacademy.org.uk/print/exhibitions/the-tennant-gallery/artful-practice-architectural-
drawings-by-richard-norman-shaw-ra-1831-1912,158,RAL.html
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b) Old Swan House (Chelsea, Inglaterra, 1876)
Figuras 34 e 35: Fachada e entrada da ‘Old Swan House’, 1876, por R. N. Shaw.
Fonte: http://www.victorianweb.org/art/architecture/normanshaw/12.html
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5.4 William Richard Lethaby (1857 – 1931)
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Figuras 38 e 39 : Melsetter House, 1900, por William Richard Lethaby.
Fonte: http://www.achome.co.uk/architecture/ac1.htm
All Saints Church, 1902, Brockhampton, por William Richard Lethaby. Exemplo de uma abordagem
simples, com o uso do material moderno: concreto.
Fonte: http://www.brockhampton.com/church.htm
Voysey foi um arquiteto e designer menos dedicado como teórico, mas o mais
dotado com temperamento artístico, segundo Benévolo. Em sua arquitetura, como nos
numerosos desenhos para móveis, tapeçarias, trabalho em metais, etc. existia um frescor,
uma liberdade das imitações estilísticas que se diferenciavam do estilo Queen Anne, de
Shaw, bem como do medievalismo de Webb e Morris.
Suas casas de campo simples, no estilo campestre, com linhas claras e superfícies
planas, forneciam uma alternativa para o pesado e ornamentado estilo vitoriano. Seus
trabalhos influenciaram estilos de designs posteriores, principalmente, o Art Nouveau, e
suas casas se tornaram modelo para as pequenas casas de subúrbio do século XX.
A minúcia gráfica desaparece dos desenhos de Voysey, que são precisos, simples
e sintéticos, em plano acordo com as inclinações do meio mecânico de reprodução.
Esta casa foi projetada para o artista J. W. Foster. Entitulada por Nikolaus
Pevsner como "startling white house", foi a intenção do arquiteto protestar contra os
tijolos vermelhos usados nas construções vizinhas, influenciadas pela Red House.
Julgamentos mais tardios encontraram nesta casa um excelente exemplo para a arquitetura
do Arts and Crafts.
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Figuras 42 e 43: 14 South Parade, 1891, por Voysey, e respectiva planta baixa.
Fonte: http://www.victorianweb.org/art/architecture/voysey/index.html
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5.6 Charles Robert Ashbee (1863 – 1942)
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Figura 46: Mesa de escritório, por C. R. Ashbee, Guild of Handicraft, 1900.
Fonte: http://www.victorianweb.org/art/design/ashbee/23.html
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Figura 48: Peças de metal, por C. R. Ashbee
Fonte: http://www.victorianweb.org/art/design/ashbee/gallery1.html
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Figura 49: Colar desenhado por Ashbee, 1899.
Fonte: http://www.victorianweb.org/art/design/ashbee/29.html
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Arts and Crafts nos Estados Unidos
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5.7 Gustav Sticlkey (1858 – 1942)
essa ideologia. O predomínio da madeira sobre os outros materiais era visível, assim com
as formas retilíneas e simples, e a textura natural dos materiais. Para Stickley, esses
conceitos tornavam as peças mais legíveis e para um público maior, faziam-nas mais
democráticas.
Mantendo o estilo inglês do Arts and Crafts, Stickley conseguiu realizar com
sucesso o ideal que Morris Jamais alcançou. Ele não foi tão radical e aproveitava o
processo industrial para construir peças básicas dos seus móveis, deixando para os
artesãos os detalhes e o acabamento. Isso reduzia muito o custo e aumentava a produção,
assim o resultado foi óbvio: G. Stickley fabricou um mobiliário resistente e prático, que
atendia às necessidades de uma classe média que recém entrava no mercado de consumo.
Sua empresa existe até hoje, reproduzindo com tecnologias atuais, todos os desenhos que
ele deixou.
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Figura 51: “Morris Chair”, projetada por Gustav Stickley –
simplicidade e linearidade formal.
Fonte: http://news-antique.com/?id=784085
Greene & Greene foi uma firma americana de arquitetura estabelecida pelos
irmãos Charles Sumner Greene (1868–1957) e Henry Mather Greene (1870–1954).
Ativos principalmente na Califórnia, suas “casas – bangalôs” são os primeiros exemplares
da arquitetura representante do Movimento Arts & Crafts.
Entre 1902 e 1910 eles deram foque maior apenas na produção de residências,
mas desde 1903 que também trabalhavam com o design de interiores. São consagrados
por terem trazido um requinte à estética do Arts & Crafts Americano no início do século
20. Seus projetos apresentam uma forte influência oriental, seja nos telhados ou nas vigas
exposta e que se projetam além do beiral. Uma forte característica da arquitetura deles era
propiciar uma conexão entre os espaços construídos e os não construídos, entre o natural e
artificial, comumente através de grandes varandas e aberturas generosas de forma a
aproveitar o paisagismo.
Nos interiores geralmente percebe-se uma suavização das quinas das paredes e
móveis, que por vezes são embutidos. Assim, ficava bem clara a linha mais voltada para a
estética artesanal.
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Figura 55: The Gamble House, por Greene & Greene. Fotografia do ano de 2005.
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:GambleHouse-2005_edit1.jpg
Figura 56: Sala de estar da Gamble House, por Greene & Greene – cada móvel foi desenhado para ocupar
um lugar específico do espaço.
Fonte: http://www.gamblehouse.org/photos/int/fien-125-44.html
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Figura 57 e 58: Planta baixa e Fachada da Gamble House
Fonte: http://www.gamblehouse.org/photos/int/fien-125-44.html
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Foi uma das últimas casas de madeira projetada pelos irmãos. Ela possui uma
suave maior verticalização do que as outras residências projetadas por eles. Além disso,
outro diferencial foi a planta em L, escolhida para se criar um espaço de quintal mais
íntimo devido ao lote ser de esquina. Todo objeto do interior, considerando a lareira, os
móveis, as decorações, papéis de parede, entre tantos outros elementos, possui sua
peculiaridade.
6. INTERIORES MOBILIÁRIOS
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O movimento Arts and Crafts foi muito rico em produções de
interiores, introduzindo o estilo medieval em ambientes modernos. Como era intencional
a formulação de ambientes aconchegantes e confortáveis, utilizaram-se muito móveis em
madeira.
O uso de lareiras nas salas de estar foi uma grande inovação da
época, esses elementos eram construídos em pedra, tijolos ou madeira aparentes que
conferiam ao local um ar de aconchego. A sala de visitas e de jantar eram separadas
geralmente por portas em estilo francês.
Os móveis embutidos foram muito utilizados, e sempre tomando o tom
rústico e artesanal dado pelo material que confere grande exaltação a natureza.O foco
natural pretendido na época é representado também pela presença de flores e plantas
ornamentais, estando em todos os cômodos da casa. Já a iluminação dos ambientes, como
não poderia deixar de ser, se valia da luz natural aliada à luz artificial.As estampas de
Morris serviam para o estofamento do mobiliário, tapeçarias e papeis de paredes que
tinham grande valor para o estilo, todos esse itens possuíam temas da fauna e flora.
Segue agora a análise de alguns ambientes da época:
Figuras 65 a 75: Interiores do Arts and Crafts
Fonte: http://mobeinteriores.blogspot.com/
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Utilização da madeira.
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Arranjo de flores para ornamentação.
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Exemplo do uso de vitrais que pareciam verdadeiras obras de arte.
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Sala de estar com móveis em madeira estofados revestidos com tecido
estampado ao redor de uma lareira construída em pedra: ambiente típico do período Arts
and Crafts.
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Móveis em madeira, cadeiras bem rústicas e ainda cristaleiras que eram
usadas para exibir a louça da casa que, assim como os outros utensílios, deveriam ser
feitas artesanalmente e com o máximo de detalhes possíveis.
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Um quarto que utilizou como divisão a porta no estilo francês. Pode se
observar o uso de cortinas para amenizar a incidência da luz.
Banheiro que também foi decorado com tons escuros, o que não era
comum na época. Observa-se também a presença de plantas em todos os ambientes.
Como foi visto nas fotos, os móveis desse período possuíam traços limpos,
sempre remetendo a manufatura artesanal, pois o movimento lutava contra as
características industriais de produção. Os designers levavam em conta o uso que cada
objeto iria ter, e a partir disso crivam um desenho buscando melhor anatomia. Eles
queriam romper com a produção massificada das indústrias e trazer a tona o valor das
guildas medievais.
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Figura 76: CATALOGO DE CADEIRAS THONET
fonte: http://www.estagiodeartista.pro.br/artedu/histodesign/2_design_secxix.htm
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Figura 77:CATALOGO DE CADEIRAS Morris & Co.
http://historiadomobiliario.blogspot.com/2010/03/o-movel-no-seculo-xix-neoclassicismo.html
A empresa original de Morris, Marshall, Faulkner & Company foi fundada em 1861,
sendo os sócios fundadores:
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Figura 78: Vitral produzido pela Morris & Co para a igreja Rottingdean, com dedicatória para E. Burne-
Jones
Fonte: http://achome.co.uk/architecture/ac362.htm
Morris & Co. foi agora aceitando comissões para completar esquemas de
decoração interior, mas também vendeu uma vasta coleção de mobiliário para o publico
em geral. Entre alguns dos itens mais populares vendidos pela empresa foram os kits
bordados projetado predominantemente por William Morris, Philip Webb e Edward
Burne-Jones. Nesta altura, a linha de produtos havia crescido, e incluiu papéis de parede,
têxteis, cerâmica, vidro e azulejos.
Em 1905, a Companhia foi rebatizada de Morris & Decoradores Co. Ltd., sob a
direção de Henry Marillier. Em 1925, a Companhia foi novamente renomeada, Morris &
Company Ltd. Artworkers.
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Figura 80: Estampas da Jeffrey & Co. Fonte: http://www.william-morris.co.uk/
61
Figura 82:Estampas Fonte: http://www.william-morris.co.uk/
62
Figura 83: Fonte: http://www.william-morris.co.uk/
63
Figura 85: Fonte: http://www.william-morris.co.uk/
Mary Isobel: foi adaptado a partir de uma tela tripla projetada em 1890 por JH Dearle.
7. CONTRIBUIÇÕES DO MOVIMENTO
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O Movimento Arts & Crafts durou relativamente pouco tempo, mas influenciou o
movimento francês Art Nouveau, ao atenuar as fronteiras entre belas-artes e artesanato
pela valorização dos ofícios e trabalhos manuais, e pela recuperação do ideal de produção
coletiva, segundo o modelo das guildas medievais. Por esta razão, que arquitetos e
decoradores do movimento em questão trabalharam simultaneamente como artistas do
Nouveau.
8. CONCLUSÃO
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O movimento Arts & Crafts, de um modo geral, era um tema completamente novo
para nós, e por meios de pesquisas e estudos buscamos aprofundar ao máximo acerca
deste assunto que nos instigou tanto interesse e curiosidade. Além da própria arquitetura,
informações e discussões de cunho social, histórico e artístico tiveram de ser abordados,
por serem questões ligadas à lógica que ocasionou o movimento.
Apesar do curto tempo de duração, o Arts and Crafts foi, sem dúvida, um
movimento de grande importância para a arquitetura e o design, uma vez que se propôs a
ir contra a produção em massa, causada pela industrialização vigente no período. Foi um
movimento que prezava pela qualidade dos artigos produzidos, mesmo na utilização de
materiais simples. Deixou um grande legado que influenciou vários movimentos
subsequentes a ele.
William Morris
9. REFERÊNCIAS
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Livros:
ARGAN, Giulio Carlo; Arte moderna, São Paulo: Cia das Letras, 1992
ADAMS, Steven. The Arts & Crafts Movement. Londres: Grange Books, 1997.
Sites:
<http://designdeinteriores03.blogspot.com/>
<http://www.multiarte.50megs.com/custom3.html>
<http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?
fuseaction=termos_texto&cd_verbete=4986>
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Arts_and_Crafts>
<http://en.wikipedia.org/wiki/Red_House_(London)>
<http://experienciazora.blogspot.com/2007/10/movimento-arts-and-crafts.html>
<http://www.william-morris.co.uk/>
67