UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

CURSO ESPECIAL PRÉVESTIBULAR DA UEL

Coordenadora Geral
Rita de Cássia Rodrigues Oliveira

Coordenador Administrativo
Ademir Freire

APOSTILAS
Diagramação e Arte
Vanessa da Silva

Impressão
Gráfica UEL

Apostila elaborada pelos Instrutores Bolsistas do

Curso Pré- Vestibular da UEL
ARTES ...................................................................................................................................................04

BIOLOGIA I........................................................................................................................................24
BIOLOGIA II .....................................................................................................................................54

ESPANHOL..........................................................................................................................................90

FILOSOFIA.......................................................................................................................................110

GEOGRAFIA GERAL.................................................................................................................133
GEOGRAFIA DO BRASIL.......................................................................................................168

FÍSICA I...............................................................................................................................................194
FÍSICA II.............................................................................................................................................202
FÍSICA III...........................................................................................................................................214
FÍSICA IV...........................................................................................................................................223

GRAMÁTICA...................................................................................................................................227

SOCIOLOGIA I...............................................................................................................................244
SOCIOLOGIA II.............................................................................................................................266

INGLÊS................................................................................................................................................284

HISTÓRIA GERAL.......................................................................................................................293
HISTÓRIA DO BRASIL.............................................................................................................306

MATEMÁTICA I...........................................................................................................................325
MATEMÁTICA II..........................................................................................................................337

QUÍMICAI..........................................................................................................................................355
QUÍMICAII........................................................................................................................................370
QUÍMICA III.....................................................................................................................................407

BARROCO
CONTEXTUALIZAÇÃO
HISTÓRICA:
O final do século XVI e início do século
XVII caracteriza-se, na Europa, pela ocorrência
de conflitos de natureza política, econômica,
social e, principalmente, religiosa.
São fatos importantes deste período:
a) o término do ciclo das grandes navegações,
que tanto estimularam o homem a confiar
em sua própria força e coragem;
b) a Reforma protestante, liderada por Calvino
e Lutero, movimento que considerava
permissível e justa a prática do capitalismo.
Esse movimento de oposição ao cristianismo
tornava a religião atraente para a burguesia;
c) a divisão da Igreja, conseqüência da
Reforma. Advindos da mesma Igreja, agora,
protestantes de um lado e católicos de outro,
divergiam quanto a questões éticas, morais,
sociais.
Essa cisão marcou a cultura européia
seiscentista, levando a Igreja católica a se
organizar num movimento denominado Contra-
Reforma, centralizado principalmente em
Portugal e na Espanha, redutos do cristianismo
em sua feição ainda medieval.
Iniciada com a fundação da Companhia de
Jesus, em 1534, a Contra-Reforma representa
uma reação à visão antropocêntrica de mundo,
que anteriormente, havia marcado o
Renascimento. A Contra-Reforma, como diz o
próprio nome, propunha uma volta ao
medievalismo e a irrestrita fé na autoridade da
Igreja e do rei.
Era a tentativa da Igreja no sentido de
impedir sua própria fragmentação ideológica,
além de evitar prejuízos de ordem político-
financeira.
Ocorre que voltar aos princípios religiosos do
medievalismo implicaria perder o que se
conquistara no Renascimento. Confrontam-se,
por isso, duas forças opostas: o teocentrismo
medieval (que a Igreja deseja reimplantar) e o
antropocentrismo renascentista (que o homem
não deseja perder).
O homem da época tenta atingir uma síntese
desses valores, ou seja, conciliar razão e fé;
espiritualismo e materialismo; carne e alma.
Dessa tentativa origina-se um estado de
tensão permanente, que se irradia para a maneira
de pensar, para as concepções políticas, para a
4
estrutura social e, sobretudo, para a arte
produzida no período.
Ao novo estilo, que expressa esse estado de
coisas, dá-se o nome de Barroco.
MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS
O estilo Barroco traduz a tentativa
angustiante de conciliar forças antagônicas: bem
e mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e
pecado; alegria e tristeza; espírito e matéria.
O propósito fundamental do Barroco é
impressionar os sentidos do receptor, baseando-
se no princípio segundo o qual a fé deveria ser
atingida através dos sentidos e da emoção e não
apenas pelo raciocínio. Por isso, a arte barroca
procura provocar surpresa, deslumbramento, e
maravilhar o público com o emprego de recursos
como:
Assimetria: que se revela num estilo
grandioso, monumental, retorcido, substituindo a
unidade geométrica da arte renascentista.
Realce: nos efeitos de luz e sombra (técnica
denominada claro-escuro) – era um recurso que
visava a intensificar a sensação de profundidade,
tanto na pintura quanto na arquitetura.
Escolha de cenas no seu momento de maior
intensidade dramática.
Caravaggio, 1602-3. ―Tomé Incrédulo‖.
Entretanto, o Barroco não apresenta
características homogêneas em toda a Europa;
ocorrem variações, dependendo da região que se
estuda.
Dentre os vários artistas destacavam-se na
Pintura: Rubens, Caravaggio, Rembrandt e
Velásquez; na Escultura, Bernini. Esntre os
temas de suas obras predominantemente
religiosas, são recorrentes cenas do Antigo
Testamento, mas observa-se também, temas
mitológicos.
Na Arquitetura, busca-se o mesmo
dinamismo por meio de agregação de elementos
retos e curvos, assimétricos, e, da mesma forma
que na Pintura, apesar de esta estar mais
evidente, exploram-se os contrastes claro e
escuro. Destaca-se o artista Francesco
Barromini.
Gian Lorenzo Bernini, 1645-52.
“Êxtase de Santa Tereza”.
O BARROCO NO BRASIL
A aventura marítima – como parte do
processo de expansão colonial na primeira etapa
do capitalismo e em função da necessidade de
conquistar espaços para a Igreja contra-
reformista, nascida do Concílio de Trento –
trouxe o Barroco europeu para a América
Latina.
Mas, enquanto refluía na Europa, o Barroco
no Brasil evoluía para formas próprias,
sobretudo em Minas Gerais, onde Aleijadinho e
Ataíde viveram e trabalharam ainda no século
XIX.
Os modelos da pintura colonial eram
buscados nas bíblias e nos catecismos europeus,
muitas vezes, na transposição para outros
suportes, cores ou dimensões, passavam por uma
adaptação ou regionalização.
Não tivemos no Brasil uma arte clássica
renascentista, o que significa dizer que a
verdadeira raiz da arte brasileira é o Barroco,
que persiste e se renova mesmo nos dias atuais.
5
 Contudo, descobertas no fim do século XVII,
as minas marcaram o início do ciclo do ouro que
impulsionou, sobretudo em Minas Gerais, centro
de riqueza aurífera, a criação artística e o
começo de um sentimento nativista na Colônia.
A concentração de riqueza acentuou as
diferenças regionais num território tão extenso,
fazendo surgir manifestações artísticas distintas
em cada porção do país. Todas, porém, ligadas
ao barroco que explodia no Brasil com um
século de atraso em relação à Europa.
Barroco na Bahia
A Bahia, sede governamental da Colônia,
produziu neste período uma arte notável,
mantida ainda pelo açúcar. A riqueza acumulada
na capital promoveu o processo de renovação
artística, que havia sido deflagrado pela euforia
da reconquista, sobretudo no campo da
Arquitetura.
Na região da Bahia, porém, continuava-se a
construir imitando-se modelos importados de
Portugal, embora os arquitetos fossem também
sensíveis à influência italiana. Por isso, Salvador
chegou a dispor de um imenso mostruário de
soluções arquitetônicas, um pouco à imagem da
influência populacional, pois era lá que afluíam
pessoas de toda a Europa e do resto do país. E
suas igrejas, que com sua pompa e riqueza
atraíam uma multidão de fiéis, serviram de
modelo para numerosas cidades da Colônia.
Uma das principais características da pintura
barroca no Nordeste, será a pintura em
perspectiva
Barroco no Rio de Janeiro
Parte substancial da produção artística do Rio
de Janeiro é obra dos setecentos, período em que
a cidade estabeleceu sólidos laços de ligação
com o poder e com a metrópole portuguesa,
sobretudo na segunda metade do século, quando
passou a ser a capital da colônia (1763). Pode-se
dizer que essa cidade foi um espaço privilegiado
para a absorção e difusão dos valores trazidos de
Portugal, chegando a produzir uma arte de
cunho mais ―erudito‖, sobretudo na arquitetura,
ao contrário de outras regiões, como Minas
Gerais e Nordeste, que operaram em universos
mais independentes.
No Rio de Janeiro, a exemplo de toda a
colônia, a organização do trabalho artístico fez-
se dentro do sistema de corporação de ofícios.
Entretanto, dada a precariedade das condições
materiais, técnicas e humanas, não houve muito
controle quanto à sua fiscalização. Mais do que
o Estado foi a Igreja a responsável pela
organização do trabalho artístico, sobretudo nos
primeiros séculos, criando ateliês no interior dos
conventos e mosteiros e ―transformando‖
religiosos em artistas. Assim, as primeiras
pinturas de que se tem notícia no Rio de Janeiro
foram aquelas produzidas nas igrejas dos
jesuítas e se acharam incorporadas à decoração
de retábulos.
EXERCÍCIOS
1) No século XVII desenvolveu-se um estilo de
arte diferente do que havia sido feito até então.
Muito dessas mudanças devem ao contexto
histórico europeu que era:
a) a queda da Bastilha na França
b) o Renascimento cultural na Itália
c) a Contra-Reforma
d) o Iluminismo
2) O propósito fundamental do Barroco era de:
a) impressionar o receptor pelo caráter
romântico das obras
b) impressionar o receptor pelo raciocínio
c) impressionar o receptor pelo aspecto abstrato
das obras
d) impressionar o receptor através dos sentidos
e da emoção
6
3) Assinale a afirmação correta quanto a questão
formal do Barroco:
a) a composição é estática e equilibrada
b) existe um forte contraste de luz e sombra
c) apresenta grande utilização de cores frias e
composição rígida
d) as figuras seguem um padrão de beleza ideal
sendo dispostas de forma harmônica e racional
nas cenas
4) Sobre o barroco brasileiro é correto afirmar
que foi um estilo artístico:
a) Estático e comedido, conforme as
determinações da Academia Imperial de belas
Artes.
b) Simples e austero, por estar ainda vinculado
ao renascimento italiano e ao classicismo grego-
romano.
c) Erudito e inacessível à população, atendendo
ao gosto de seus patrocinadores, representados
pelo clero católico.
d) Transitório e superficial, por não
corresponder aos requisitos da arte praticada
à época no Brasil.
e) Exuberante e original, sintonizado com o
barroco europeu e assimilando elementos da
cultura regional.
BARROCO EM MINAS
GERAIS
Ao falar de Barroco lembra-se de fortaleza e
centralizações, de imposição pela majestade,
sem dúvida é uma realidade européia.
No Brasil, por não existir uma arquitetura
monumental, o resultado é leve e delicado em
suas soluções.
A sociedade colonial era constituída à
imagem e semelhança da européia onde sua
estrutura partia de uma visão de subordinação de
poderes mundial.
Abordado por vias primeiramente históricas e
posteriormente estética a identidade brasileira do
Brasil Colonial foi marcada por invasões
holandesas em meado do século XVII (como já
vimos!), é pelo contato entre brasileiros,
portugueses, negros e índios.
A principal diferença ebtre a Colônia e a
Metrópole, era a convivência entre índios,
negros e portugueses. A fusão entre estas os
indígenas, negros e portugueses foram capazes
de encontrar soluções para impasses, muitas
vezes inconscientes.
A primeira expressão no Barroco é
basicamente visual e representa um esforço no
sentido de criar. Através de fragmentações do
passado, modelo europeu e experiências e
tradições americanas, surge o novo.
O Barroco permite a todos a auto
identificação, no Brasil a consciência resultou de
diálogo entre grupos étnicos que amadureceram
seus elos para configurar-se.
Assim, o Barroco insere um movimento
criador que estabelece uma relação de amor e
ódio entre o referencial europeu e o excesso; o
desequilíbrio e a recriação de suas raízes,
conduzem o homem e a arte, ao Barroco.
7
ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA –
ALEIJADINHO
Escultor, arquiteto, entalhador. Antônio
Francisco Lisboa, o Aleijadinho (Vila Rica,
atual Ouro Preto MG 1730 - idem 1814), é
considerado importante artista brasileiro do
período colonial. Filho bastardo do arquiteto e
mestre-de-obras português Manuel Francisco
Lisboa e de uma de suas escravas, recebe do pai
as primeiras noções de desenho, arquitetura e
escultura. É provável que também tenha
recebido ensinamentos do desenhista e
medalhista João Gomes Batista, e dos escultores
e entalhadores Francisco Xavier de Brito e José
Coelho de Noronha. Antes de completar 50 anos
é acometido de uma doença degenerativa, que
deforma e atrofia seu corpo, desencadeando a
perda progressiva do movimento dos dedos das
mãos e dos pés. A doença não o impede de
trabalhar, tendo os instrumentos atados às mãos
por seus escravos, que o carregavam até os
locais de trabalho. Há muitas incertezas sobre
sua vida. A primeira biografia do artista foi
escrita em 1858, 44 anos após sua morte, pelo
jurista Rodrigo José Ferreira Bretas, baseada em
documentos de arquivo e depoimentos. No
conjunto de sua obra destacam-se os projetos das
igrejas de São Francisco de Assis, em Ouro
Preto e em São João del Rei, Minas Gerais; as
66 imagens de cedro dos Passos da Paixão e os
doze profetas de pedra-sabão, para o Santuário
do Senhor Bom Jesus de Matozinhos, em
Congonhas do Campo, Minas Gerais.
Detalhe de “Passos da Paixão”,
Aleijadinho, 1795-1796 Congonhas-MG.
"No anfiteatro das montanhas,
os profetas do Aleijadinho
monumentalizam a paisagem.
As cúpulas brancas dos Passos
e os cocares revirados das palmeiras
são os degraus da arte do meu país
onde ninguém subiu mais.‖
(BARBOSA, Waldemar de Almeida. O Aleijadinho de Vila
Rica. São Paulo: Edusp, Belo Horizonte, 1988. p. 45, il.
color.)
Em seu projeto para a igreja de São
Francisco, em Ouro Preto, por exemplo, bem
como a sua realização, expressam uma obra de
arte plena e perfeita. Desde a portada, com um
belíssimo trabalho de medalhões, anjos e fitas
esculpidos em pedra-sabão, o visitante já tem
certeza de que está diante de um artista
completo. Além de extraordinário arquiteto e
decorador de igrejas foi também incomparável
escultor. O Santuário do Bom Jesus de
Matosinhos, em Congonhas do Campo, é
constituído por uma igreja em cujo adro estão as
esculturas em pedra-sabão de doze profetas,
cada um desses personagens numa posição
diferente e executa gestos que se coordenam.
Com isso, ele conseguiu um resultado muito
interessante, pois torna muito forte para o
observador a sugestão de que as figuras de pedra
estão se movimentando.
Características da escultura de Aleijadinho:
a- Olhos espaçados
b- Nariz reto e alongado
c- Lábios entreabertos
d- Queixo pontiagudo
e- Pescoço alongado em forma de V
Resumo:
1. O Barroco
brasileiro iniciou-se
nos séculos XVII e
XVIII a partir do ciclo
do ouro
2. Foi a primeira
escola artística que
conseguiu formular
expressões tipicamente
brasileiras
3. Caracteriza-se pelo
movimento sinuoso
8
das formas, pelo jogo dos opostos, pela luz
tangente e pela exuberância dos detalhes e de
ornamentos.
Dando continuidade aos nossos estudos sobre
o Barroco em Minas Gerais, veremos outro
artista expoente deste período: Mestre Ataíde.
MANOEL DA COSTA ATAÍDE
Manoel da Costa Ataíde (Mariana MG 1762 -
idem 1830) é considerado importante artista do
barroco mineiro. Em sua obra observam-se
referências aos modelos das bíblias e catecismos
europeus, como as gravuras de Demarne e
Francesco Bartolozzi. Forma com os pintores
Bernardo Pires da Silva, Antônio Martins da
Silveira, João Batista de Figueiredo, entre
outros, a chamada Escola de Mariana. Suas
obras mais destacadas são as pinturas na Igreja
da Ordem Terceira de São Francisco, entre 1799
e 1807, em Ouro Preto; as pinturas do forro da
capela-mor da Igreja Matriz de Santo Antônio,
em 1806, e o painel A Última Ceia, para o
Colégio do Caraça, em 1828, em Santa Bárbara;
as pinturas do forro da capela-mor da Igreja
Matriz de Santo Antônio, em 1811, em
Itaverava; o forro da sacristia da Igreja da
Ordem Terceira de São Francisco, por volta de
1800, e o forro da capela-mor da Igreja de Nossa
Senhora do Rosário, em 1823, em Mariana. No
período de 1781 a 1818, encarna e doura as
imagens de Aleijadinho para o Santuário do
Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do
Campo.
"ALFERES de milícias Manoel da Costa
Athaide: eu, paisano, bato continência em vossa
admiração.
Há dois séculos menos um dia, contados na
folhinha, batizaram-vos na Sé da Cidade
Mariana, mas isso não teria importância
nenhuma se mais tarde não houvésseis olhado ali
para o teto e reparado na pintura de Manuel
Rabelo de Sousa. O rumo fora traçado. Pintaríeis
outras tábuas de outros tetos ou mais
precisamente romperíeis o forro para a
conversação radiante com Deus.
Alferes que em São Francisco de Vila Rica
derramais sobre nós no azul-espaço do teatro
barroco do céu o louvor cristalino coral
orquestral dos serafins à Senhora Nossa e dos
Anjos; repórter da Fuga e da Ceia, Testemunha
do Poverello, dono da luz e do verde-veronese,
inventor de cores insabidas, a espalhar por vinte
igrejas das Minas 'uma bonita, valente e
espaçosa pintura': em vossa admiração bato
continência.
E porque ao sairdes de vossa casinha da Rua
Nova nos fundos do Carmo encontro-vos sempre
caminhando mano a mano com o mestre mais
velho Antônio Francisco Lisboa e porque viveis
os dois em comum o ato da imaginação e em
comum o fixais em matéria, numa cidade após
outra, porque soubestes amá-lo, ao difícil e raro
Antônio Francisco, e manifestais a arte de dois
na unidade da criação, bato continência em
vossa admiração. "
(ANDRADE, Carlos Drumond. Ataíde. In: ATAIDE:
vida e obra de Manuel da Costa)
EXERCÍCIOS
1) No Barroco Mineiro, as figuras célebres são:
a) Aleijadinho e Debret
b) Almeida Júnior e Ataíde
c) Frans Post e Eckhout
d) Ataíde e Aleijadinho
2) Qual a igreja considerada obra-prima de
Aleijadinho?
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3) Quais são as diferenças entre o Barroco
europeu e o Barroco do Brasil?
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_______________________________________
4) Observe as imagens dessa unidade. Sobre as
obras, é correto afirmar:
a) O tratamento esquemático dado às figuras e a
rigidez da composição são típicos do romântico
medieval, período a que pertencem.
b) São resultado de uma visão intelectualizada,
que transforma as imagens em planos
geométricos, a partir de vários pontos de vista
simultâneos.
c) A simplificação das formas e a ocupação
geométrica do espaço conferem a todas as
imagens um caráter racional e estático.
d) O apelo emocional e a sensação de
movimento, dada pela composição sinuosa e
pelo planejamento elaborado das roupas, insere-
se no Barroco.
e) Ambas as imagens apresentam qualidades
estéticas vinculadas à tradição Neoclássica,
trazidas ao Brasil pela Missão Artística
Francesa.
A MISSÃO ARTÍSTICA
FRANCESA (Rio de Janeiro
26 março 1816)
No início do século XIX, os exércitos de
Napoleão Bonaparte invadiram Portugal,
obrigando D.João VI (rei de Portugal), sua
família e sua corte (nobres, artistas, empregados,
etc.) a virem para o Brasil. Desembarcaram na
Bahia em janeiro de 1808, mas em março do
mesmo ano transferiram-se para o Rio de
Janeiro. Nessa cidade, o soberano português
começou uma série de reformas administrativas,
sócio-econômicas e culturais, para adaptá-las às
necessidades dos nobres que vieram com ele e
sua família.
Assim foram criadas as primeiras fábricas e
fundadas instituições como o Banco do Brasil, a
Biblioteca Real, o Museu real e a Imprensa
Régia.
Nesse momento, o Brasil recebe forte
influência cultural européia, intensificada ainda
mais com a chegada de um grupo de artistas
franceses (1816) encarregado da fundação da
Academia de Belas-Artes (1826), na qual os
alunos poderiam aprender as artes e os ofícios
artísticos. Esse grupo ficou conhecido como
Missão Artística Francesa.
A missão marcou o início do ensino oficial e
sistemático com base numa estrutura acadêmica
neoclássica que vigorou até o início do século
XX. Segundo Luiz Roberto Lopez, ela
―sacramentou uma ideologia que duraria até a
Semana de Arte Moderna. Uma ideologia à base
de um duplo rompimento – com o passado
colonial e com os aspectos próprios da terra e da
sociedade que aqui se formara.‖
Os artistas da Missão Artística Francesa
pintavam, desenhavam, esculpiam e construíam
à moda européia. Obedeciam ao estilo
neoclássico (novo clássico), ou seja, um estilo
artístico que propunha a volta aos padrões de
arte clássica (greco-romana) da Antigüidade.
10
PRINCIPAIS ARTISTAS
Nicolas-Antonine Taunay (1775-1830)
Pintor francês de grande destaque na corte de
Napoleão Bonaparte e considerado um dos mais
importantes da Missão Artística Francesa.
Durante os cinco anos que residiu no Brasil,
retratou o Rio de Janeiro em várias paisagens.
Jean-Baptiste Debret (1768-1848)
Foi chamado de ―a alma da Missão
Francesa‖. Ele foi desenhista, aquarelista, pintor
cenográfico, decorador, professor de pintura e
organizador da primeira exposição de artes no
Brasil (1829). Em 1818 trabalhou no projeto de
ornamentação da cidade do Rio de Janeiro para
os festejos da aclamação de D.João VI como rei
de Portugal, Brasil e Algarve. Mas é em
―Viagem pitoresca ao Brasil‖, coleção composta
de três volumes com um total de 150 ilustrações,
que ele retrata e descreve a sociedade brasileira.
Seus temas preferidos são a nobreza e as cenas
do cotidiano brasileiro e suas obras nos dão uma
excelente idéia da sociedade brasileira do século
XIX.
Debret, 1827 – “Negra tatuada vendendo Caju”
ACADEMIA IMPERIAL DE BELAS
ARTES – AIBA
(Rio de Janeiro – 1826)
Concebida a partir da chegada da Missão
Artística Francesa em 1816, a AIBA sofreu
várias alterações até ser consolidada sob os
rígidos princípios do Neoclassicismo trazido da
Europa. A sua sede, projetada pelo arquiteto
Grandjean de Montigny, só foi oficialmente
inaugurada em 1826.
Na gestão de Félix Taunay (1834-1851) a
Academia adquiriu bases definitivas, através da
regulamentação dos cursos, criação das
Exposições Gerais de Belas Artes, organização
da pinacoteca e instituição dos prêmios de
viagem ao estrangeiro. As normas que regiam o
pensionato no Exterior determinavam o
aperfeiçoamento com os mestres consagrados do
Academismo, impedindo a assimilação das
novas tendências da arte.
Depois do período áureo, o da direção de
Porto-Alegre (1854-1857), quando surgiram
artistas como Vitor Meireles e Pedro Américo,
evidencia-se na década de 1880 uma crise na
Academia, expressa pelo conflito entre
―modernos‖ e ―positivistas‖, que culminou na
criação do Ateliê Livre em 1888. Com a
Proclamação da República, ocorre a Reforma do
Ensino em 1890, e a AIBA é transformada em
Escola Nacional de Belas-Artes.
Pedro Américo (1843-1950)
Sua pintura abrangeu temas bíblicos e
históricos, mas também imponentes retratos.
Sobre a obra ―Tiradentes esquartejado‖,
1893, óleo sobre tela (266x164 cm): No quadro
de Pedro Américo sobre Tiradentes, o corpo do
mártir esquartejado é disposto em uma forma
parecida com a do mapa do território brasileiro,
associando seu martírio ao sacrifício pela nação.
O artista coloca um crucifixo no centro da
composição, comparando o martírio pela pátria
ao sacrifício de Jesus pela humanidade. Ao
mesmo tempo, no terceiro plano, percebemos
que a vida do povo continua, pois a revolução de
Tiradentes tinha como principal objetivo o não
pagamento dos impostos (pagos somente pelos
mais abastados) à coroa Portuguesa. O povo
simples, que não pagava impostos, tem assim
sua vida inalterada, e é retratado pelo artista ao
fundo da composição, em uma cena corriqueira
da vida.
11

Pedro Américo, 1882 – “A Carioca”
Vitor Meireles (1832-1903)
Professor honorário da Academia, onde
começou a formar uma geração de pintores que
dominaria o fim da século da pintura brasileira
(Belmiro de Almeida, Henrique Bernardelli,
Rodolfo Amoedo e Elyseo Visconti). É,
influenciado pela onda romântica que banhava a
cultura nacional, da poesia de Gonçalves Dias, a
prosa de José de Alencar e a música de Carlos
Gomes, entre tantos exemplos, passou a se
dedicar ainda mais aos temas nacionais como em
―Moema‖, 1866.
Mesclou o romantismo e classicismo,
acrescentando uma certa dose de melancolia e
sensualidade pela escolha do ângulo da cena e
pelas pinceladas fluidas ao redor do corpo da
índia desenhado como estátua grega.
Em 1868, Meirelles vai para a Guerra do
Paraguai incumbido pelo Ministro da Marinha,
Afonso Celso. Neste momento, ao lado de Pedro
Américo, se converte num pintor oficial da
monarquia que, naquela guerra, começava a ver
sua força contestada internamente.
Vitor Meireles, 1866 – “Moema”
A ―Batalha de Guararapes‖, ―Passagem do
Humaitá‖e ―Combate Naval de Riachuelo‖são
expressões desse oficialismo.
No século XIX, paralelamente às
manifestações plásticas oficiais, surgiram outras,
desvinculadas dos cânones acadêmicos, mas
relacionadas com a tradição pictórica brasileira.
É o caso da arte de Miguel Benício Dutra, de
Itu, estado de São Paulo, que registrou cenas e
tipos populares de sua região, no espírito da
escola fluminense anterior à chegada da Corte
portuguesa.
Essa preocupação de alguns artistas com o
meio e com o homem brasileiro intensificou-se
no final do século XIX, com a República. A
tendência reflete-se nas obras de Almeida
Júnior, Modesto Brocos e Pedro Weingartner,
que fixaram cenas, costumes e tipos regionais,
numa primeira tentativa de alteração de
diretrizes artísticas.
Almeida Júnior, 1893 – “Caipira Picando Fumo”
Na música
A vinda de Dom João VI e da Corte
Portuguesa para o Brasil trouxe um notável
desenvolvimento nas atividades artísticas do país
. Nesse período tivemos a inauguração do Teatro
São João onde foram encenadas várias óperas de
autores como Mozart, Salieri e outros.
Após a Independência (1822) a música
erudita começa a valorização da língua nacional
nos textos da música cantada, influenciando na
escolha de assuntos históricos para óperas e
cantatas e surgindo tendências indianistas e anti-
escravagistas nas composições (ex: Carlos
Gomes)
12
Alguns Conceitos:
O que são as academias?
A palavra academia deriva do nome do lugar
onde Platão ensinava seus discípulos. Aos
poucos foi servindo para nomear reuniões
eruditas em busca de sabedoria. Só no século
XVIII o termo se consolida para nomear o local
de se ensinar à estudantes.
Idéias que circulavam nas academias:
―pinturas dignas devem representar
personagens dignas‖
―idealizar a natureza‖
obter beleza à custa de verdade
julga a arte mais pelo que vemos do que
pelo que sabemos
nudez: evocação de um costume grego
O que é Neoclassicismo?
Observa-se pelo nome, é o novo clacissismo,
ou seja, é a retomada dos padrões grego-
romanos, em oposição aos estilos Barroco e
Rococó. Desdobrando-se a partir da segunda
metade do século XVIII, no seio das academias,
onde a paixão pela antigüidade clássica se
evidencia com o descobrimento da ruínas de
Pompéia e Herculano. Pode-se dizer que é um
estilo decorativo baseado em exemplos da
antiguidade grega e romana. Destacam-se
Jacques-Louis David,na pintura e Antônio
Canova na Escultura.
O que é Romantismo?
O movimento artístico do Romantismo, que
também ficou conhecido como Idade da
Sensibilidade e rebela-se contra o extremo
racionalismo da arte neoclássica, tem como
integrante a valorização dos sentimentos
mediante a imaginação, do nacionalismo e da
natureza. Seus temas vão desde lendas
medievais a cenas e eventos contemporâneos. Os
principais expoentes na Europa, são Géricault,
Delacroix, Constable e Turner, entre outros.
TEXTO COMPLEMENTAR
O olho que refaz o percurso
“Se o mundo do futuro se abre para a
imaginação, o mundo do passado é aquele no
qual, recorrendo às nossas lembranças,
podemos buscar refúgio dentro de nós mesmos,
debruçar-nos sobre nós mesmos, e nele
reconstruir nossa identidade.”
Norberto Bobbio
DE OLHO NO MUSEU
Pinacoteca do Estado de São Paulo
www.uol.com.br/pinasp
Uma pinacoteca é um espaço que abriga
coleções de pintura, mas esta também abriga
esculturas e objetos de arte de diferentes épocas,
realizando exposições de seu acervo permanente
e exposições temporárias de outras coleções. No
prédio da Pinacoteca do Estado de São Paulo,
funcionam também a biblioteca, ateliês de
restauro de obras e a Ação Educativa.
O OLHAR QUE DESCOBRE
Vídeos: ―Caramuru: a invenção do Brasil‖.
Diretor: Guel Arraes, 2001; ―Carlota Joaquina,
Princesa do Brasil‖. Diretora: Carla Camurati,
1994; ―Guerra de Canudos‖. Diretores: José
Abreu e Sérgio Resende, 1997.
EXERCÍCIOS
1) A arte proposta pela Missão Artística
Francesa obedecia ao estilo de arte:
a) moderno
b) neoclássico
c) renascentista
d) barroco
2) Em suas obras, Jean-Baptiste Debret:
a) retrata a sociedade européia do Séc. XVIII
b) mostra a realidade do povo brasileiro do Séc.
XIX
c) retrata apenas os costumes da corte brasileira
d) mostra o desenvolvimento industrial no
Brasil
3) Quais dos artistas a seguir melhor
representam, respectivamente, as três gerações
da Missão Artística Francesa?
a) Taunay, Portinari e Tarsila do Amaral
b) Eliseo Visconti, Almeida Júnior e Debret
c) Debret, Vítor Meireles e Almeida Júnior
13
d) Pedro Américo, Guignard e Frans Post
e) Albert Eckhout, Debret e Anita Malfatti.
4) A presença de D.João VI, sua família e sua
corte no Brasil, inaugurou uma série de reformas
administrativas, sócio-econômicas e culturais
que ocorreram principalmente na cidade do Rio
de Janeiro no Séc. XIX. Em meio a essas
mudanças, podemos destacar a vinda da Missão
Artística Francesa em 1816 para o nosso país,
que tinha como principal objetivo:
a) o aperfeiçoamento dos artistas que seguiam o
estilo Barroco Português.
b) disseminar pelo país as vanguardas artísticas
européias, principalmente o expressionismo
alemão.
c) a fundação da Academia Imperial de Belas-
Artes, pautada no estilo Neoclássico.
d) trazer para o Brasil o Impressionismo, estilo
largamente trabalhado nas Academias Francesas
de arte.
e) a fundação de uma Academia de Belas-Artes,
sob a influência francesa do estilo concretista.
“A TRANSIÇÃO DO
SÉCULO XIX PARA O XX”
O IMPRESSIONISMO
O Impressionismo apresenta uma nova
forma de abordagem dos objetos, pois tem como
foco principal o estudo da luz. A questão era a
criação de um novo estilo que tivesse como
princípio o estudo da maneira como os raios
solares incidem nos objetos. O impressionismo
pode então ser reconhecido como um
movimento em que se buscaram as
representações fugidias das impressões ópticas.
(como melhorar a frase?)
A primeira exposição impressionista foi
organizada no estúdio do fotógrafo Félix Nadar,
por artistas recusados no Salão Oficial de Paris.
O nome do movimento foi dado de forma
pejorativa por um crítico, ao classificar a obra de
todos os artistas com base no quadro
―Impressão, Nascer do Sol‖, de Claude Monet,
um dos principais representantes do movimento,
ao lado de Renoir, Pisarro e Degas.
Monet, 1875 – “Parasol”
A escultura renovou totalmente sua linguagem
por meio de August Rodin. Pois Rodin trouxe
14
um novo aspecto a essa linguagem: o inacabado,
que evidencia a espontaneidade e o processo
criativo do artista, aspecto esse, que também
pode ser observado na maioria das telas
impressionistas.
O PÓS-IMPRESSIONISMO
No período que se seguiu ao
Impressionismo, os artistas caracterizavam-se
não por negar as inovações do Impressionismo,
mas por não apenas repetir as técnicas
conquistadas por esses e poroutros artistas e por
aprimorar o que havia começado anteriormente a
eles. Não existe a possibilidade de reuni-los em
um grupo, pois seus trabalhos não apresentam
unidade. Cézanne é de importância fundamental
para os movimentos posteriores, principalmente
o Cubismo, por elaborar estudos de volumes e
formas puras. Gaugin desenvolveu o estudo da
cor de forma quase primitiva e influenciou
diretamente os fauvistas. Já Van Gogh fez uma
abordagem das cores para extrair delas a força
expressiva do artista.
Van Gogh, 1889 – “Noite Estrelada”
EXERCÍCIOS
1) Sobre o movimento pós-impressinista, é
correto afirmar:
a) Nega o impressionismo
b) Aprimora as conquistas impressionistas
c) Desenvolve uma pintura dramática
d) Trata os elementos da natureza como se
fossem cones
e) Tinha como base o acaso
2) Com base em seus conhecimentos sobre
Impressionismo, considere as afirmativas a
seguir:
I- Monet foi um artista que, embora utilizando a
fotografia, pouco proveito tirou da representação
naturalista.
II- Na pintura impressionista o tema deve ser
coerente e completo sob o ponto de vista da
unidade compositiva.
III- Para Monet, pintar as ferrovias significava
representar a atmosfera luminosa que as
caracterizava.
IV- Enquanto a arte acadêmcia valorizava
grandes temas históricos e mitológicos, os
pintores impressionistas adotavam fatos da vida
cotidiana.
Assinale a alternativa correta:
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas
c) Somente as afirmativas III e IV sãocorretas
d) Somente as afirmativas I,II e III são corretas
e) Somente as afirmativas II, III e IV sãocorretas
3) ―Eu ataco a tela com toques irregulares do
pincel, que deixo como saem. Empastes, pontos
da tela que ficam descobertos, aqui e ali pedaços
absolutamente inacabados, repetições,
brutalidades; em suma, estou inclinado a pensar
que o resultado é demasiado intranquilizante e
irritante para que isso não faça a felicidade
dessas pessoas que têm ideias preconcebidas
fixas sobre a técnica‖.
(VAN GOGH, Vicent. In: CHIPP, H. B. Teorias da
Arte Moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1996. p.
2.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre
a obra de Van Gogh, é correto afirmar:
a) Desenvolveu sua técnica pictórica orientando-
se por um ideário construtivo.
b) Utilizou a técnica pictórica como via de
transbordamento das paixões e
compriometimento com o indivíduo.
c) Estudou a estrutura plana da tela
simplificando as formas nos seus elementos
geométricos básicos.
d) Organizou sua pintura em ateliê, a partir da
realização de estudos prévios de luz, sombra,
15
composição e perspectiva.
e) Utilizou a técnica para expressar a velocidade
revelando interesse pelas ideias desenvolvidas
pelos futuristas.

A HISTÓRIA SOCIAL DO
MODERNISMO
No início do século XX, a Europa assiste a
um formidável conjunto de transformações em
todos os domínios das atividades humanas.
Invenções, desenvolvimento científico e
tecnológico, lutas sociais, guerra mundial,
revolução comunista – tudo isso forma o cenário
em que surge a arte moderna, um dos momentos
mais radicais de renovação artística.
No Brasil, contudo, essas inovações
começam a acontecer apenas na década de 20.
Antes disso, temos o Pré-Modernismo, um
período de transição que prepara a grande
renovação modernista.
De modo geral, o que marca o espírito da arte
moderna é o desejo de libertar-se das amarras do
passado e buscar uma nova forma de expressão
artística, de acordo com a mentalidade do século
XX.
Tudo o que hoje existe no campo das artes
plásticas, da música e da literatura está de
alguma forma relacionada às propostas e às
experiências trazidas pela arte moderna no
começo do século XX, que você estudará a partir
de agora!

“AS VANGUARDAS ARTÍSTICAS

EUROPÉIAS” – PARTE I
VANGUARDA é o nome que se dá a uma
tendência ou a um conjunto de tendências que,
num determinado momento histórico, se opõe ao
estilo vigente em uma época, especialmente no
campo das artes. Portanto, vanguarda está
associada a ruptura, a choque. Na Europa, vários
movimentos integram a vanguarda artística
européia do início do século XX, são eles:
Futurismo, Cubismo, Dadaísmo,
Expressionismo e Surrealismo.

16

Dicas!
Para conhecer mais sobre as origens da arte
moderna e seu contexto histórico – cultural,
assista:
―Tempos Modernos‖ (1936), de Charles
Chaplin―; ―Reds‖ (1981), de Warren Beatty,
que trata da Revolução Russa; ―O cão
andaluz‖ e ―O fantasma da liberdade‖, de
Luis Bunuel, o principal cineasta
surrealista―; ―The Wall‖, de Alan Parker,
também apresenta traços expressionistas e
surrealistas; ―Gaijin‖, de Tisuka Yamasaki e
―Pagu‖, de Norma Benguell, retratam o
Brasil no começo do século.
Contexto Histórico
As duas primeiras décadas do século XX
marcaram-se pela crise do capitalismo e o
nascimento da democracia de massas. Uma
radical e inédita revolução científica rompia as
barreiras do tempo e do espaço, produzindo um
grande e universal estado de euforia e crença no
progresso.
Inventaram, no fim do século XIX e início do
XX, o telégrafo, o automóvel, a lâmpada, o
telefone, o cinema, o avião. Tanta mudança
provocou radicais alterações na forma de viver,
de analisar a realidade e de representá-la
artisticamente.
A máquina tornou-se participante de todos os
setores da vida. Viver confortavelmente e
aproveitar o presente eram preocupações
fundamentais do homem naquele momento. A
esse primeiro momento do início do século dá-se
o nome de belle époque.
Tudo isso, obviamente, caracteriza o mundo
da classe dominante. A classe operária
continuava marginalizada da onde de progresso.
Esse período de euforia, no entanto, durou
pouco. Em 1914 iniciou-se a Primeira Guerra
Mundial, encerrada em 1918. O conflito, que
envolveu praticamente o mundo todo, gerou a
desconfiança nos sistemas políticos, sociais e
filosóficos vigentes.
O homem que viveu a guerra começou a
questionar os valores do seu tempo.
A Revolução Russa (1917) conduziu pela
primeira vez na história a classe operária ao
poder e o verdadeiro pavor que o comunismo
despertou na classe dominante gerou
desassossego.
Onze anos depois, o mundo enfrentou a
terrível crise econômica de 1929, que vai gerar a
Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Esse curto período entre as duas grandes
guerras é conhecido como os “anos loucos”,
fase marcada principalmente pela ânsia de viver
freneticamente, já que a guerra tinha lançado no
espírito humano a incerteza sobre a
permanência ou a duração da paz.
Manifestações Artísticas
Em termos artísticos, as vanguardas
européias são os movimentos que procuram
expressar as contradições desencadeadas por
tantas mudanças, tantos ganhos e
simultaneamente tantas derrotas vividas na Era
da máquina. Se, por outro lado, cultua-se a
velocidade, o progresso, a vertiginosa aceleração
técnico-científica, por outro, assimila-se
dolorosamente a ausência de valores humanos,
como os proporcionados pela religião e pela
própria ciência, que são questionadas em sua
capacidade de gerar a felicidade e a justiça
sociais.
Assim, todas as convenções culturais e
artísticas burguesas passam a representar o
passado, transformam-se em alvo de crítica
demolidora, mordaz, irreverente, niilista, isto é,
negadora dos valores instituídos e defendidos até
o século XIX.
Os museus, as bibliotecas, as academias, a
postura academicista dos artistas, são alvos
constantes das vanguardas. Iniciados no
território das artes plásticas, os movimentos de
vanguarda rapidamente se ampliam em direção
às outras manifestações artísticas, defendendo a
interdependência de suas linguagens, a
integração entre a música, a escultura, a
arquitetura, a literatura e o cinema.
Agora, vamos conhecer cada um desses
movimentos de vanguarda para iniciarmos a
nossa travessia pela modernidade.
FUTURISMO
Fundado em 1909, na Itália, por Fillipo
Tommaso Marinetti, o Futurismo, de acordo
17
com seu líder, defende uma arte sintonizada com
a ―beleza da velocidade‖, ―as grandes multidões
agitadas pelo prazer ou pela revolta‖. Ainda nas
palavras de Marinetti:
―Depois do reino animal, eis o início do reino
mecânico. Com o conhecimento e a amizade da
matéria, da qual os cientistas não poderão
conhecer senão as reações físico-químicas, nós
preparamos a criação do homem mecânico de
partes mutáveis. Nós o livramos da idéia da
morte e, por conseguinte, da própria morte,
suprema definição da inteligência lógica.‖
Desde 1919, o Futurismo torna-se porta voz
oficial do fascismo, devido à aliança que
Marinetti cria com Mussolini, a partir de pontos
em comum entre o movimento político e o
artístico: o caráter antifeminista, antiburguês,
anti-socialista e antidemocrático; a exaltação da
―bofetada e do soco‖; a glorificação da guerra
como ―única higiene do mundo‖.
Giacomo Balla, 1911
“Dinamismo de um cão numa coleira”
Diferentemente das outras vanguardas, o
Futurismo assume claramente uma postura
política direitista, vindo a esgotar-se na década
de 40.
O Futurismo foi o movimento que produziu
mais manifestos (cerca de 30) que obras
propriamente ditas. Leia um fragmento de um
dos principais manifestos do Futurismo:
―Nós queremos cantar o amor ao perigo, o
hábito à energia e à temeridade (...) Tendo a
literatura até aqui enaltecido a imobilidade
pensativa, o êxtase e o sono, nós queremos
exaltar o movimento agressivo, a insônia febril,
o passo ginástico, o salto-mortal, a bofetada e o
soco (...) a beleza da velocidade. (...) Nós
queremos glorificar a guerra – única higiene do
mundo -, o militarismo, o patriotismo, o gesto
destrutor dos anarquistas, as belas idéias que
matam, e o menosprezo à mulher. (...) É preciso
destruir a sintaxe, dispondo os substantivos ao
acaso, como nascem (...) Deve-se usar o verbo
no infinito (...) Deve-se abolir o adjetivo (...)
Deve-se abolir o advérbio (...) Assim como a
velocidade aérea multiplicou o nosso
conhecimento do mundo, a percepção por
analogia torna-se sempre mais natural para o
homem (...) é necessário fundir diretamente o
objeto com a imagem que ele evoca (...) Abolir
também a pontuação (...) Destruir na literatura o
―eu‖, isto é, toda a psicologia.‖
Na pintura e na escultura, os futuristas
mudaram sensivelmente a maneira de
representar a realidade, tentando apreender não
os objetivos em si, mas sobretudo o movimento
desses objetos no espaço.
EXPRESSIONISMO
O termo se aplica a uma tendência da arte
européia moderna, mais especificamente a uma
vertente dessa tendência que foi a força
dominante na arte alemã do período de 1905 a
1930.
Diferentemente dos futuristas, os
expressionistas apresentam uma concepção
pessimista do mundo moderno: a sociedade
industrial, em vez de trazer glória ou triunfo,
massacra os indivíduos.
Através da distorção da realidade visível e da
expressão chocante de sentimentos e idéias, esse
movimento irá refletir um estado de insatisfação,
nostalgia, melancolia e paixão. A realidade vai
ser vista de modo subjetivo pelos expressionistas
que irão deformá-la representando-a em seus
aspectos terríveis, hediondos e dolorosos.
Quanto a questão formal, as linhas quebram-
se, rompem-se, contorcem-se. As cores
ascendem, expressando sentimentos
apaixonados. Distorções, deformações e
exploração de cores vibrantes, são o resultado do
envolvimento emocional na criação artística.
É na Alemanha também que a corrente passa
a ter um viés político. Com o nazismo, muitas
obras expressionistas são rotuladas de ―arte
degenerada‖ e banidas dos museus. Os
18
expressionistas foram influenciados pelos a) Futurismo
quadros de Munch, Gauguin e Van Gogh. b) Dadaísmo
Edvar Munch: O norueguês Munch, c) Surrealismo
conhecedor das obras de Van Gogh e de d) Romantismo
Gauguin, começou a explorar as possibilidades e) Simbolismo
de violentas distorções cromáticas e lineares
como meio de expressar as emoções elementares
de medo, ansiedade, amor e ódio. Em sua busca
de equivalentes pictóricos para suas histéricas
obsessões, Munch conheceu o potencial de
técnicas gráficas simples como a xilogravura,
por exemplo. A retomada da técnica da
xilogravura ficou sendo um meio independente
de expressão artística e que muito caracterizou o
expressionismo.
―Agora não existe mais a cadeia dos fatos:
fábricas, casas, doenças, prostitutas, gritaria,
fome. Agora existe a visão disso‖, afirmou um
expressionista alemão.

Munch, 1893 - “O grito”

EXERCÍCIOS

1) (UCPR) Movimento artístico brasileiro que

recebeu influências de vanguardas européias tais
como o Futurismo e o Surrealismo:
a) Modernismo
b) Parnasianismo
c) Romantismo
d) Realismo
e) Simbolismo

2) (UFPa-PA) Em Fevereiro de 1909, Marinetti

publicou na Europa um manifesto cujas idéias
desencadearam o:

19
 “AS VANGUARDAS
ARTÍSTICAS EUROPÉIAS” –
PARTE II
CUBISMO
A principal formação do movimento deu-se
entre cerca de 1907 a 1914 na França.
O Cubismo rompeu radicalmente com a idéia
de arte como imitação da natureza, prevalecente
na pintura e na escultura européias desde a
Renascença.
Representam objetos reais, procuravam
figurá-los tal como eram conhecidos e não
segundo a aparência que tomavam num
determinado momento e lugar.
Múltiplos aspectos do objeto eram figurados
simultaneamente, as formas visíveis eram
analisadas e transformadas em planos
geométricos, que eram recompostos segundo
vários pontos de vista simultâneos.
Em seu interesse pela representação de
idéias, mais do que pela representação da
realidade observada, constitui-se numa das
fundações da estética do século XX.
A arte está muito ligada as mudanças sociais
do período (diminuição das distâncias,
crescimento das cidades e a ciência – Teoria da
Relatividade/ Einstein).
A obra de Picasso, ―Les Demoselles
d`Avignon‖ (1906/7), com suas formas
angulosas e fragmentadas, tornou-se o carro-
chefe do novo estilo.
As duas grandes influências positivas que
possibilitaram o surgimento do cubismo foram a
escultura africana e as últimas obras de Cézanne.
Picasso: Participou de quase todos os
movimentos da pintura moderna, sem se deixar
deter por nenhum deles. Foi cubista,
expressionista, surrealista e mais outras tantas
coisas para as quais não se inventaram nomes.
Pablo Picasso, 1932 - “Mulher com flor”
Braque: Se Picasso foi, entre os cubistas,
quem levou mais longe a desintegração da
figura, Braque pôs em questão o elemento
central da linguagem plástica: o espaço. Nesse
sentido, este artistas deu ao movimento cubista
um peso e uma profundidade que muito
contribuíram para fazer dele um marco na
história da arte. Propôs a necessidade de se criar
uma arte fora do esquema tridimensional da
Renascença centralizada num único observador,
mas de uma visão que abarcasse a complexidade
espacial do mundo.
Outros artistas importantes do cubismo
foram: Juan Gris, Fernand Léger entre outros.
DADAÍSMO
Considerado o mais radical e demolidor dos
movimentos de vanguarda, o Dadaísmo se faz
presente no cenário artístico europeu de 1916 a
1921, tendo Tristan Tzara como o seu mais
importante defensor, no campo da literatura.
Nascido em Zurique, Suíça, o movimento
agrupou um conjunto de artistas que, durante
memoráveis noitadas no Cabaré Voltaire –
espécie de teatro de variedades -, criaram e
desenvolveram todas as formas possíveis de
contestação às atrocidades decorrentes da
Primeira Guerra Mundial.
Para os dadaístas, a guerra desvendou a
barbárie que se esconde por detrás da civilização
burguesa ocidental, o que os incitou a
20
desmascarar todos os valores ditos civilizados.
Utilizando o ilogismo, o nonsense, isto é, a
recusa de qualquer sentido decodificado, e
também um humor niilista, irracionalista,
dinamitaram a cultura e a linguagem, sua
expressão máxima, substituindo palavras por
ruídos e gritos inarticulados.
O Surrealismo surge em Paris,
desenvolvendo-se principalmente no período
entre as duas guerras (1918-1939). Defende que
o caráter destrutivo dadaísta deveria
corresponder a apenas uma das etapas do
processo de criação. Como etapa posterior à
demolição das tradições burguesas, estaria a
inauguração de um novo conceito de realidade,
baseado no surreal.
O surreal, isto é, o que subjaz á noção de
―real‖ até então conhecida, acrescenta à razão a
imaginação, o sonho e a fantasia criadora do
inconsciente, desvendada em seus mistérios
mais profundos pela psicanálise de Freud, que
influenciou fortemente o movimento.
Outros artistas surrealistas: Ernst, Tanguy,
Masson, Magritte, Klee, Miró, entre outro.

Marcel Duchamp, 1917 – “A Fonte”

Ready-Made, exemplo de antiarte dadá:

escolher um objeto qualquer e retirá-lo de seu
uso corrente, de seu ambiente convencional,
para torná-lo não utilitário e portanto artístico.
―Não interessa se Mr. Mutt fez ou não, com
as próprias mãos, a sua fonte. Ele a escolheu:
pegou uma coisa banal do cotidiano e, criando
para essa coisa uma idéia nova, colocou-se de tal
modo que o seu significado utilitário sumiu, sob
outro nome e outro ponto de vista.‖ ( Marcel
Duchamp)
Salvador Dali, 1944 - “Sonho provocado pelo vôo de
O Dadaísmo tinha um forte repúdio a tudo o
uma abelha em torno de uma romã, um segundo
que fosse do domínio da consciência, assim, antes do despertar”
ocorre a valorização do inconsciente, daquilo
que está latente no interior do homem e que ele
não consegue conhecer, compreender ou
TEXTO COMPLEMENTAR
alcançar.
Considerações sobre o Surrealismo
Destruindo as hierarquias intelectuais, os
SURREALISMO
escritores dadás caíram no puro irracionalismo,
utilizando recursos como o do automatismo
Superando a destrutividade radical da arte
psíquico (a ser desenvolvidos pelos surrealistas)
dadá, o Surrealismo nasce de uma cisão nesse
e explorando o mundo pré-lógico através das
movimento, desencadeada por André Breton, um
livres associações de palavras e metáforas. (...)
dos criadores da nova vanguarda, no campo da
Esse grupo, que estudava Freud e fazia
literatura. Na pintura e no cinema, destacam-se
experiências com o sonho e com o sono
dois espanhóis, inspirados pelas idéias do
hipnótico, procurou superar o sentido de grupo
movimento: Salvador Dalí e Luis Bunuel.
destinado apenas à divulgação de suas idéias
21
para se transformar numa equipe de estudos e
experimentações psicanalíticas. Ao niilismo
dadaísta opunham agora o conhecimento total do
homem, para o que tanto a poesia como a
pintura não passavam de meios de investigação
que lhes permitiam, como ―cientistas‖, explorar
o inconsciente, o sonho, o maravilhoso.
Aplicavam o pensamento de Lautrèamonte de
que ―a poesia deve ser feita por todos‖ e
seguiam confiantes a expressão de Rimbaud de
que era preciso ―mudar a vida‖. (...) A partir de
1925, (sucede) a fase de conscientização
política, quando a frase de Marx (―transformar o
mundo‖) vinha, segundo eles, completar e
substituir a de Rimbaud.
Gilberto Mendonça Teles
RESUMO – AS VANGUARDAS
ARTÍSTICAS EUROPÉIAS
Do início do século até a Segunda Guerra
Mundial:
Principais características do período:
Belle Époque (do início do século até
a Primeira Guerra Mundial)
Euforia burguesa pelo advento da Era da
Máquina
Culto ao progresso, à velocidade e aos
confortos proporcionados pela tecnologia
Surgimento do automóvel, do cinematógrafo
e das máquinas voadoras
Eclosão das duas guerras mundiais (1914
1918; 1939-1945)
Desilusão, desencanto, perplexidade
Falência de ideais
Descrédito de antigas ―certezas‖ científicas
religiosas
Suportes científicos e filosóficos da época:
Declínio do cientificismo racionalista burguês
Descoberta do inconsciente, por meio do
advento da psicanálise: Sigmund Freud (1900: A
interpretação dos sonhos)
Destaque da intuição como a principal fonte
de conhecimento (Henry Bergson)
Crítica da moral cristã, proclamação da ―morte
de Deus‖ (Friedrich Nietzsche)
As vanguardas artísticas européias:
Expressões artísticas revolucionárias e
fundadoras da Modernidade: descoberta de
novas linguagens e novas temáticas
Enfoque tanto da euforia (Belle Époque)
quanto do pessimismo (período pós-guerras),
ambos frutos da Era da Máquina
Crítica às convenções culturais e artísticas
burguesas
Irracionalismo
Negação dos museus, das bibliotecas, das
academias
Negação das formas artísticas fixas: o soneto,
a rima, a linguagem culta e linear, o preciosismo
vocabular etc.
Defesa da interdependência das linguagens
artísticas (pintura, música, escultura, arquitetura,
literatura, cinema)
EXERCÍCIOS
1) Em 1924, os surrealistas lançaram um
manifesto no qual anunciaram a força do
inconsciente na criação de novas percepções.
Valorizaram a ausência de lógica das
experiências psíquicas e oníricas, propondo
novas experiências estéticas.
Sobre o Surrealismo, é correto afirmar:
a) Acredita que a liberação do psiquismo
humano se dá por meio da sacralização da
natureza.
b) Baseia-se na razão, negando as oscilações do
temperamento humano.
c) Destaca o ―automatismo psíquico puro‖ pelo
qual se pode exprimir o funcionamento real do
pensamento, fora de qualquer preocupação
estética.
d) Concede mais valor ao livre jogo da
imaginação individual do que à codificação dos
ideais da sociedade ou da história.
e) Busca limitar o psiquismo humano e suas
manifestações, transfigurando-os em geometria a
favor de uma nova ordem.
2) Observe a imagem ―Mulher com Flor‖ de
Pablo Picasso, presente nessa unidade. A partir
da imagem e de seus conhecimentos sobre o
Cubismo, é correto afirmar:
a) Os artistas cubistas têm em comum a
representação naturalista dos objetos cotidianos.
22
b) Os artistas cubistas manifestam seus Com base no texto e nos conhecimentos sobre
sentimentos como expressionistas, por meio de o Dadaísmo, é correto afirmar que os
formas distorcidadas com forte carga emocional. dadaístas:
c) Os artistas do cubismo propunham libertar, no a) apoiavam a sociedade capitalista e sua moral
ser humano, suas esferas psíquicas e ir ao burguesa, e não as responsabilizavam pelos
encontro dos conteúdos inconscientes negados horrores da guerra.
pelos processos culturais. b) voltavam-se para a produção de uma arte
d) A representação das formas realistas é o absurda, pois, na forma de provocações,
recurso utilizado pelos artistas para potencializar manifestavam seu apoio e contentamento com a
o espaço pictórico de suas obras. guerra.
e) Os artistas exploravam as possibilidades das c) consideravam que construir uma arte
formas, simplificando-as e desvinculando-as da educativa e espiritualista era uma forma de se
representação tradicional da profundidade contrapor ao materialismo e ao cientificismo do
espacial. mundo moderno.
d) criticavam a arte ilógica, absurda, valorizando
3) O Dadaísmo é amplamente conhecido como o a racionalidade na criação artística.
movimento mais radical das vanguardas e) pregavam o fim da arte tradicional, pois
européias, desenvolvendo-se entre os anos de entendiam que esta expressava os valores
1914 e 1918, ou seja, durante a primeira guerra estéticos e ideológicos de quem detinha o poder.
mundial. Sobre esse movimento de vanguarda,
considere as afirmativas a seguir:
I- O dadaísmo se coloca como questionador de
toda a instituição ―Arte‖, como museus galerias
e a própria história da arte.
II- Acreditava que, pela introdução de um
elemento novo (o choque) seria possível
desencadear no observador um novo processo de
pensamento
III- Sua principal forma de representação
pictórica era a fragmentação das formas, para
então reorganizá-las sem perspectiva.
IV- Seu principal representante era Marcel
Duchamp, conhecido pelos seus Ready-Mades.
Estão corretas, apenas as afirmativas:
a) Ie III
b) I e IV
c) II e IV
d) I, II e IV
e) II, III e IV

4) Leia o texto a seguir:

Os burgueses consideravam o dadaísta um
monstro dissoluto, um canalha revolucionário,
um bárbaro asiático, conspirando contra suas
campanhas, suas contas bancárias, seu código de
honra.
(HANS, A. A garrafa umbilical. In: ADES, D. O
Dada e o Surrealismo. São Paulo: Labor do Brasil,
s/d. p. 3.)

23

CÉLULA: O CITOPLASMA
Figura 7.1: Célula Animal
Componentes do Citoplasma
Citosol ou Hialoplasma, o líquido
citoplasmático
O espaço situado entre a membrana
plasmática e o núcleo é constituído por um
flúido, bolsas e canais membranosos e organelas
ou orgânulos citoplasmáticos, que desempenha
funções específicas na célula eucarionte.
Ciclose
O citosol encontra-se em constante
movimento, impulsionado pela contração rítmica
de certos filamentos de proteínas presentes no
citoplasma. Este fluxo do citosol é denominado
ciclose.
Movimentos amebóides
Algumas células são capazes de movimentar-
se. Este tipo de movimento celular é presente em
protozoários e em algumas células dos
organismos multicelulares.
Diferentes tipos de células
Os componentes de células animais diferem
daquele encontrado em bactérias e células
vegetais. As bactérias são procariontes, por tanto
não possuem organelas membranosas, é formada
apenas pela membrana plasmática (M.P.) por
ribossomos (R), hialoplasma (H), e o material
genético. As células vegetais têm quase os
mesmos componentes que a célula animal,
porém difere em possuir cloroplastos, membrana
esquelética de celulose (parede celular) e
vacúolos.
24
Citoesqueleto
As células eucariontes possuem uma
complexa rede de finíssimos tubos e filamentos
entrelaçados e interligados: o citoesqueleto. O
citoesqueleto é responsável pela forma, pela
organização interna e pelos movimentos das
células eucariontes.
Figura 7.2: Citoesqueleto
Centríolos
São estruturas que estão presentes na maioria
dos organismos (com exceção das angiospermas
– plantas frutíferas). Sua função é auxiliar as
divisões celulares.
Figura 7.3: Centríolos
Cílios e flagelos
São estruturas filamentosas móveis que se
projetam da superfície celular como se fossem
―pêlos‖ microscópicos. Os flagelos são longos e
pouco numerosos, enquanto os cílios são curtos
e muito numerosos. Algumas funções dos cílios
e flagelos são: locomoção, movimentação do
líquido extracelular e limpeza das vias
respiratórias aéreas.
Figura 7.4: Espermatozóide
Ribossomos
Os ribossomos ocorrem em seres
eucariontes e procariontes. Apresentam-se sob a
forma de duas partículas globulares. Sua função
é sintetizar proteínas.
Figura 7.5: Risbossomo
Retículo endoplasmático
O retículo endoplasmático (RE) é um sistema
de sáculos (sacos achatados) e canalículos,
limitados por membranas, que compreendem
dois sistemas:
Retículo Endoplasmático Granular (REG);
Retículo Endoplasmático Liso (REL).
O REG apresenta sáculos cujas membranas
são recobertas por ribossomos. O REL é um
conjunto de canalículos ou túbulos
anastomosados, caracterizados pela ausência de
ribossomos.
O retículo endoplasmático aparece em todos
os eucariontes. O desenvolvimento do RE varia
em diferentes tipos celulares, estando
relacionado às suas funções. É
consideravelmente desenvolvido em células com
elevada síntese protéica, como as produtoras de
enzimas.
O retículo endoplasmático é constituído por
membranas lipoprotéicas. As proteínas do RE
são enzimáticas e estruturais, enquanto os
lipídeos são principalmente os fosfolipídios.
A síntese das proteínas constituintes das
membranas do RE é realizada pelos ribossomos.
Os lipídeos são sintetizados pelas enzimas das
próprias membranas.
Funções:
Transporte: O RE assegura o transporte de
substâncias, realizando uma verdadeira
circulação intracelular; através dele também
são realizadas trocas entre a célula e o meio
circundante.
Síntese: Provido de ribossomos, o REG age
ativamente na síntese protéica. Sabe-se que o
REL é responsável pela síntese de lipídeos e
25
 de esteróides, hormônios derivados do
colesterol.
Armazenamento: O RE armazena e
concentra substâncias provenientes do meio
extracelular, através da pinocitose, bem como
substâncias produzidas pela própria célula,
como é o caso dos anticorpos que se
acumulam no RE dos plasmócitos.
Desintoxicação: A administração de uma
grande quantidade de drogas resulta em
intensa atividade enzimática relacionada com
a desintoxicação. Tal processo resulta em
hipertrofia do RE em células de fígado, rins,
intestinos, pulmões e pele.
Síntese de glicoproteínas: Como as enzimas
lisossômicas e as imunoglobulinas.
Figura 7.6: Retículo Endoplasmático Rugoso
Complexo de golgi
Também conhecido por aparelho de Golgi, é
constituído por uma pilha de vesículas achatadas
e circulares e outras menores e esféricas, que
brotam a partir das primeiras. Suas membranas
nunca apresentam ribossomos.
Na maioria das células eucarióticas, o
complexo de Golgi situa-se, quase sempre, ao
lado do núcleo; nas células vegetais, suas
unidades aparecem difusas no hialoplasma,
formando os dictiossomos ou golgiossomos.
O complexo de Golgi é constituído por
fosfolipídios e proteínas em quantidades
aproximadamente iguais. Apresenta elevado teor
de fosfatase ácida.
As vesículas golgianas são formadas a partir
de elementos do retículo endoplasmático.
Funções
Concentração de proteínas a serem secretadas
pela célula;
Formação do acrossomo no espermatozóide;
Síntese de polissacarídeos: Na célula vegetal,
por exemplo, o complexo de Golgi produz a
pectina, polissacarídeo que entra na
constituição da parede celular;
Produção de grãos de zimógeno – vesículas
contendo enzimas concentradas, que ocorrem
nas células acinosas do pâncreas.
Provenientes do complexo de Golgi, tais
grânulos migram até a membrana plasmática,
lançando o seu conteúdo no interior do ácino.
Figura 7.7: Complexo de Golgi
Lisossomos
Os lisossomos são corpúsculos geralmente
esféricos, constituídos por uma membrana que
envolve enzimas hidrolíticas. A membrana
lisossômica não é atacada pelas enzimas que a
envolve. Tal fato se deve à existência de um
revestimento glicoprotéico protetor em sua face
interna.
Os lisossomos, salvo raras exceções, tais
como as hemácias dos mamíferos, aparecem em
todas as células animais. Entre os vegetais
existem vacúolos que contêm hidrolases e,
portanto, se qualificam como lisossomos.
A análise química dos lisossomos evidencia a
existência de proteases, glicosidases, lipases e
nucleases (enzimas que hidrolisam,
respectivamente, proteínas, glicídios, lipídios e
ácidos nucléicos), além de sulfatases e
fosfatases, que atacam sulfatos e fosfatos
orgânicos.
A síntese das enzimas lisossômicas é
realizada pelos ribossomos do retículo
endoplasmático granular. Essas enzimas atingem
o aparelho de Golgi onde são embaladas e
brotam na forma de vesículas.
26
Funções
Por meio das enzimas hidrolisantes que
possuem, os lisossomos agem na digestão
intracelular de partículas. De acordo com a
origem do material digerido, a sua função pode
ser heterofágica ou autofágica.
Função heterofágica: consiste na digestão
de partículas englobadas pela célula através
da fagocitose ou da pinocitose. Os
lisossomos recém-formados, denominados
lisossomos primários, fundem-se com as
vesículas de fagocitose ou fagossomos e com
as de pinocitose ou pinossomos, resultando
um vacúolo digestivo heterofágico, também
chamado lisossomo secundário. No interior
deste vacúolo dá-se a digestão do material
ingerido pela célula. Os produtos resultantes
da digestão passam ao citoplasma e são
aproveitados pela célula. Após a digestão,
podem permanecer no vacúolo digestivo
resíduos que resistiram ao processo digestivo.
Ao vacúolo digestivo que contém material
não-digerido dá-se o nome de corpo
residual. Circulando pelo citoplasma, o
corpo residual entra em contato com a
membrana da célula, funde-se com ela e
elimina os produtos para o meio externo. Tal
processo é denominado exocitose,
clasmocitose ou defecação celular.
Função autofágica: consiste na digestão de
estruturas celulares. A autofagia caracteriza-
se pelo aparecimento de vacúolos
autofagossômicos contendo estruturas
celulares, mitocôndrias, cloroplastos etc. As
membranas de tais vacúolos seriam
originadas no retículo endoplasmático liso ou
no complexo de Golgi. A autofagia é um
processo de renovação das estruturas
celulares, substituindo organelas velhas por
novas.
Autólise: A ruptura da membrana
lisossômica liberta as enzimas hidrolíticas
que provocam a digestão e desintegração
celular (autólise). Isto ocorre, por exemplo,
na regressão da cauda dos girinos durante a
sua metamorfose para sapos. A autólise
também é um dos processos responsáveis
pela desintegração dos cadáveres.
Peroxissomos
Os peroxissomos são organelas esféricas, com
diâmetro variando de 0,1 a 0,5 m, delimitadas
por uma membrana. No seu interior aparecem
enzimas, sendo mais típica e constante a
catalase.
Os peroxissomos aparecem nos fungos, nas
células vegetais e na maioria dos animais.
A membrana que reveste os peroxissomos é
lipoprotéica. As enzimas estão relacionadas
principalmente com o metabolismo do peróxido
de hidrogênio. Assim, a urato-oxidase e a D-
aminoxidase produzem peróxido (H2O2) e a
catalase o destrói.
Os peroxissomos são formados no retículo
endoplasmático granular.
Funções
O metabolismo celular forma peróxido de
hidrogênio (H2O2) ou água oxigenada,
substância tóxica que danifica estruturas
celulares. A catalase existente nos peroxissomos
protege a célula contra a ação do H2O2 ,
decompondo-o em H2O e O2.
Mitocôndrias
As mitocôndrias são corpúsculos esféricos ou
em forma de bastonetes, que aparecem imersos
no hialoplasma em número variável, segundo o
tipo celular. Vista ao microscópio eletrônico, a
mitocôndria apresenta uma ultra-estrutura típica.
Apresenta-se delimitada por duas unidades da
membrana, a externa e a interna, separadas por
um espaço, a câmara externa. A membrana
interna limita a matriz mitocondrial e forma
em seu interior uma série de invaginações
denominadas cristas mitocondriais. A matriz é
uma substância amorfa, onde aparecem
moléculas de DNA, ribossomos e granulações
densas com 500Å de diâmetro.
Ocorrência
As mitocôndrias são encontradas em todas
as células de organismos eucariotos aeróbios. A
quantidade de mitocôndrias por célula varia em
função de suas necessidades energéticas. Em
células musculares, por exemplo, existe uma
grande quantidade de mitocôndrias.
27
Composição Química
As membranas mitocôndrias são constituídas
basicamente por lipídios e proteínas. As
proteínas são principalmente as enzimas
respiratórias, enquanto os lipídeos, na sua
maioria, são os fosfolipídios. Na matriz
mitocondrial aparecem ribossomos, DNA, RNA
e nucleotídeos. Os últimos são representados por
ADP, ATP e co-enzimas aceptoras de
hidrogênio (FAD, NAD e NADP).
Biogênese
As mitocôndrias são formadas pela divisão de
outras preexistentes. O processo de
autoduplicação acontece graças à existência de
DNA, RNA e ribossomos.
Função
É no interior das mitocôndrias que ocorre duas
etapas da respiração aeróbica: o ciclo de Krebs,
desenvolvido na matriz mitocondrial, e a cadeia
respiratória, realizada nas cristas mitocondriais.
Figura 7.8: Mitocôndria
Plastos ou plastídios
São organóides citoplasmáticos encontrados
exclusivamente nas células vegetais.
Os plastos costumam ser divididos em
protoplastos, cloroplastos, cromoplastos e
leucoplastos.
Figura 7.9: Plasto
Proplastos
As células meristemáticas geralmente
apresentam, no interior do citoplasma, plastos
pequenos e incolores chamados proplastos. Estes
plastos são indiferenciados e à medida que
ocorre a diferenciação celular, os proplastos
também sofrem diferenciação. Desta maneira, os
proplastos podem originar os cromoplastos e os
leucoplastos. Os cromoplastos podem ser
cloroplastos, xantoplastos e eritoplastos. Dentre
as principais mudanças do meio que interferem
na transformação dos proplastos é a presença ou
não de luz.
Cloroplastos
São os mais importantes de todos os
plastos, uma vez que realizam a fotossíntese.
Estes plastos são verdes devido à presença de
clorofila. Com relação à estrutura, os
cloroplastos têm certa semelhança com as
mitocôndrias: também possuem duas
membranas lipoprotéicas envolventes. Além
disso, existem sacos membranosos chamados
lamelas, e estruturas semelhantes a moedas,
chamadas tilacóides. Uma pilha de tilacóides
chama-se granum (o termo grana representa o
plural da palavra granum). Lamelas e grana são
ricas em clorofila, e estão mergulhadas num
material denominado estroma.
A principal função dos cloroplastos é de
realizar fotossíntese. Os cloroplastos são capazes
de transformar substâncias inorgânicas simples,
como a água (H2O) e o dióxido de carbono
(CO2), em substâncias orgânicas (açucares),
como a glicose (C6H12O6), liberando oxigênio.
Os cloroplastos ocorrem em todos os
vegetais. Nas algas azuis e bactérias
fotossintetizantes não ocorre cloroplasto. Os
pigmentos das algas azuis (clorofila e
ficocianinas) e os das bactérias (clorofila e
outros pigmentos) estão dispersos no citoplasma.
Xantoplastos
São plastos amarelos, ricos em xantofilas e
relacionados com a coloração de frutos maduros
e de flores.
Eritoplastos
São plastos avermelhados devido à
presença de carotenos, encontrados em frutos e
flores.
28

Leucoplastos
São plastos incolores, cuja função
importante é armazenar substâncias de reserva,
das quais a mais importante é o amido. Daí
serem conhecidos também por amiloplastos ou
grãos de amido. Os amiloplastos são freqüentes
em órgãos subterrâneos (raízes e caules),
sementes e frutos. Sabe-se que, muitas vezes, os
amiloplastos expostos à luz ficam estimulados
para a produção de clorofila e se transformam
em cloroplastos; tal fato pode ser observado com
a batata.
Figura 7.10: Cloroplasto
Vacúolos
São estruturas freqüentes nas células
vegetais adultas, em número de um ou mais, que
geralmente ocupam posição central, deslocando
o citoplasma e o núcleo para a parte periférica da
célula. O interior dos vacúolos é preenchido por
uma solução chamada suco vacuolar ou suco
celular. O suco vacuolar é uma solução de várias
substâncias em água, na qual encontramos
glicose, sacarose, maltose, proteínas, ácidos
graxos, óleos, essências, alcalóides, resinas,
látex, sais, oxalato e carbonato de cálcio e
pigmentos como as antocianinas que dão
coloração avermelhada, azul ou rosa. As
antocianinas ocorrem em muitas flores, folhas,
caule e até raízes, como acontece com a
beterraba. Nas células jovens (meristemáticas),
os vacúolos são pequenos e numerosos (retículo
endoplasmático) e, à medida que a célula vai
crescendo, eles vão-se fundindo até constituir os
grandes vacúolos de posição central na célula
adulta. Os vacúolos têm por função acumular
substâncias de reserva e regular a pressão
osmótica da célula.
Glioxissomos
São um tipo de peroxissomo que contém
enzimas necessárias para a conversão de lipídeos
armazenados em sacarose, durante a germinação
das sementes. Os lipídeos representam uma
eficiente maneira de estocar carbono e energia,
mas a sacarose é a forma como o carbono e a
energia são transportados nas plântulas em
crescimento.
TEXTO COMPLEMENTAR
MITOCÔNDRIAS E CLOROPLASTOS
FORAM CÉLULAS UM DIA?
Existem várias analogias entre a estrutura e
o funcionamento de uma mitocôndria e um
cloroplasto e os de uma bactéria. O cloroplasto
possui uma molécula de DNA circular,
semelhante ao cromossomo bacteriano. Este
DNA é capaz de se duplicar e de sintetizar RNA.
Além disso, no cloroplasto, como na
bactéria, existem ribossomos, capazes de
produzir proteínas. Por fim, a mitocôndria
duplica-se, originando novas mitocôndrias, de
forma comparável à reprodução bacteriana.
Chama-se também a atenção à semelhança
existente entre o mesossomo bacteriano e a
crista mitocondrial. Ambos são dobras de
membrana lipoprotéica, que podem ter,
associados a eles, enzimas e citocromos típicos
da respiração celular.
Essas coincidências, e particularmente o
fato de a mitocôndria possuir todo o
equipamento de síntese de uma célula normal,
permitiram que fossem elaboradas algumas
hipóteses acerca da origem das mitocôndrias nas
células de hoje. Acredita-se que, num passado
distante, as mitocôndrias assim como os
cloroplastos foram células independentes,
provavelmente procarióticas, semelhantes às
bactérias atuais, e que já tivessem a habilidade
de realizar a respiração aeróbica, com máximo
aproveitamento do combustível utilizado.
É possível ainda que, em algum momento,
células desse tipo tivessem sido ―fagocitadas‖
por células maiores, eucarióticas, algumas
espécies poderiam ter entrado em simbiose com
29
a célula maior, estabelecendo-se uma b) Vegetal com alta atividade fotossintética.
convivência benéfica para ambas: por um lado, a c) Com intensa atividade endocítica.
célula maior se beneficiaria com a habilidade de d) Secretora.
a mitocôndria ou o cloroplasto produzir e) indiferenciada.
respectivamente energia e alimento, por outro, a
mitocôndria e o cloroplasto encontrariam 3) (UEL- 2001) O tecido epitelial do intestino
―abrigo‖ no interior da célula maior. Para que apresenta um tipo de célula que produz
essa simbiose acontecesse e perdurasse no mucopolissacarídeos com função lubrificante,
decorrer das gerações, bastaria que houvesse um facilitando, assim, o deslocamento do alimento
sincronismo entre as divisões da célula maior e durante o processo de digestão. Baseando-se na
as da menor. função destas células, qual das organelas
O estudo cuidadoso dos cloroplastos mostra celulares aparece bastante desenvolvida quando
também muitas semelhanças entre elas e as algas observada ao microscópio eletrônico?
azuis (cianofíceas). Cloroplastos também a) Retículo endoplasmático liso
possuem DNA, RNA e são capazes de produzir b) Lisossomos
proteínas. Cloroplastos também se dividem. De c) Complexo de Golgi
forma semelhante à teoria sobre mitocôndrias, d) Peroxissomos
alguns cientistas acreditam que um dia os e) Vacúolo.
cloroplastos foram cianofíceas independentes,
que teriam estabelecido, em alguma 4) (UEL-2001) O que indicam, respectivamente,
oportunidade, uma simbiose com células A, B, C e D na tabela abaixo:
maiores, eucarióticas, conferindo-lhes a ORGANELA REAÇÃO PROCESSO
capacidade de fazer fotossíntese. Mitocôndria Síntese de ATP A
B Fotólise da água Fotossíntese
Lisossomo Hidrólise C
D Oxidação Desintoxicação
EXERCÍCIOS (Unidade 7)
celular

1) Qual a função associada com cada uma das

a) Respiração celular, ribossomo, detoxificação
seguintes estruturas? – lisossomos-mitocôndrias
celular, cloroplasto.
– complexo de golgi – ribossomos.
b) Respiração anaeróbica, cloroplasto, síntese de
a) digestão intracelular – produção de proteínas
nucleotídeos, ribossomos.
– secreção de substâncias – produção de energia;
c) Respiração celular, cloroplasto, digestão
b) digestão intracelular – respiração celular –
intracelular, peroxissomos.
armazenamento de substâncias – produção de
d) Síntese de proteínas, peroxissomos, digestão
proteína;
intracelular, ribossomos.
c) produção de proteínas – produção de energia
e) Fermentação, cloroplastos, síntese de lipídeos,
– empacotamento de substâncias – digestão
lisossomo.
intracelular;
d) digestão intracelular –– produção de energia
5) (UEL-2002) Entre as hipóteses que surgiram
– produção de proteínas – permeabilidade
para o aparecimento de determinadas organelas
seletiva;
em células eucariontes inclui-se uma que postula
e) produção de proteínas – respiração celular –
que bactérias aeróbias teriam invadido células
armazenamento de substâncias – digestão
eucariontes ancestrais. Acredita-se que tanto as
intracelular.
bactérias invasoras quanto a célula invadida
obtiveram vantagens com essa associação. De
2) Analisando a abundância e a distribuição de
acordo com essa hipótese, as bactérias invasoras
das diferentes estruturas intracelulares, pode-se
teriam sobrevivido e passaram a se reproduzir
dizer que o esquema apresentado pertence a uma
juntamente com a célula hospedeira, vindo, mais
célula:
a) Absortiva do epitélio intestinal.
30
tarde, constituir uma das organelas 7) (UEL-2003) No gráfico a seguir observa-se a
citoplasmáticas das células eucariontes. relação entre a atividade enzimática de uma
Baseando-se nas informações do texto, organela presente nas células da cauda dos
assinale a alternativa correta abaixo que girinos e a variação no comprimento relativo da
contém: cauda desses animais durante o seu
I) o tipo de associação estabelecida entre os dois desenvolvimento.
tipos de células, e
II) a organela celular que teria se originado a
partir das bactérias invasoras.
I II
a) mutualismo lisossomo
b) comensalismo lisossomo
c) parasitismo cloroplasto
d) parasitismo mitocôndria Comprimento relativo da cauda (%)
e) mutualismo mitocôndria
Sobre a redução da cauda desses girinos, analise
as seguintes afirmativas:
6) (UEL -2004) Analise a figura a seguir:
I. A atividade das enzimas é máxima no início
da regressão da cauda desses anfíbios.
II. A regressão no tamanho da cauda dos girinos
ocorre por ação de enzimas digestivas,
conhecidas como hidrolases.
III. As enzimas que atuam na digestão da cauda
dos girinos foram sintetizadas no interior do
retículo endoplasmático rugoso.
IV. A ausência de lisossomos nas células da
cauda dos girinos, no início do seu
desenvolvimento, impediria a diminuição no
Com base na figura e nos conhecimentos
tamanho da cauda desses anfíbios.
sobre célula, assinale a alternativa correta.
Das afirmativas acima, são corretas:
a) A figura representa uma célula animal que
a) I e III. b) II e IV. c) I e IV.
realiza transporte ativo através da membrana
d)I, II, e III. e) II, III e IV.
plasmática porque há um grande número de
mitocôndrias na região basal.
8) Em relação aos cloroplastos, assinale a
b) A figura representa uma célula vegetal que
alternativa que expressa um conceito incorreto:
realiza fotossíntese e armazena amido porque há
a) São responsáveis pela síntese de substâncias
um grande número de complexos de Golgi na
orgânicas.
região basal.
b) Todos os vegetais apresentam cloroplastos.
c) A figura representa uma célula animal de
c) São providos de clorofila, caroteno, xantofilas
absorção de lipídeos porque há um grande
e ácidos nucléicos.
número de complexos de Golgi localizados na
d) São responsáveis pelas oxidações celulares.
região basal.
e) Liberam oxigênio quando expostos a luz do
d) A figura representa uma célula vegetal que
Sol.
realiza transporte passivo de água através da
membrana plasmática porque há um grande
9) (FEI) A ausência de cloroplastos nas células
número de vacúolos localizados na região basal.
das raízes subterrâneas mais internas dos
e) A figura representa uma célula animal de
vegetais é justificada pelo fato de que:
secreção de enzimas através da membrana
a) a presença da água e dos nutrientes orgânicos
plasmática porque há um grande número de
e inorgânicos do solo são fatores desencadeantes
lisossomos localizados na região basal.

31
da síntese de todos os plastos,
independentemente do fator luz.
b) órgãos subterrâneos em hipótese alguma
conseguem formar plastos e proplastos.
c) a presença da luz é fundamental para que se
forme a clorofila e para a organização dos
plastos.
d) a aeração do solo interfere diretamente na
diferenciação dos cloroplastos, mas não no
processo da tomada de água pelas raízes.
e) a temperatura do solo não interfere no
mecanismo de absorção de água pela raiz, mas
apenas na produção de clorofila e dos
cloroplastos.
10) (UEL) Um biólogo colocou epiderme de
uma folha de Zebrina em uma lâmina e
acrescentou uma gota de certo líquido.
Observando a preparação ao microscópio, notou
que os vacúolos coloridos das células, após certo
tempo, pareciam encolher. Esse resultado mostra
que o líquido usado na preparação:
a) Matou as células;
b) Estimulou a divisão celular;
c) Era mais concentrado do que o suco celular;
d) Inibiu a divisão celular;
e) Era menos concentrado do que o suco celular.
11) Você já parou para pensar como dentro de
uma semente é cheio de lipídeos? Levando em
conta que, a melhor maneira das células vegetais
utilizarem essa reserva é na forma de glicose,
qual a organela responsável por esse mecanismo
de transformação?
a) Polirribossomos
b) Vacúlos celulares
c) Peroxissomos;
d) Glioxissomos
e) Cortisona.
12) (UEL 2008) Analise a figura abaixo e
responda às questões 12 e 13.
(RAVEN, P.H. et. al. Biologia vegetal. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. p. 45.)
Com base na figura e nos conhecimentos
sobre o tema, analise as afirmativas a seguir:
I- A parede celular auxilia na manutenção da
integridade osmótica externa, já que, nas plantas,
o líquido extracelular é hipertônico, ao contrário
do que acontece nos animais, onde as células
estão mergulhadas em um meio hipotônico.
II- As células vegetais se assemelham às células
animais em muitos aspectos de sua morfologia,
como molecular das membranas e de várias
organelas, em vários mecanismos moleculares
básicos, como a replicação do DNA e sua
transcrição em RNA, a síntese protéica e a
transformação de energia via mitocôndrias.
III- Preencher grande parte de seu conteúdo total
com um vacúolo é considerado uma estratégia
econômica usada pela célula para aumentar seu
tamanho e adquirir grande superfície de contato
entre o citoplasma e o ambiente externo, sem
gasto de energia.
IV- Juntamente com os vacúolos e as paredes
celulares, os plastídios são componentes
característicos das células vegetais e estão
relacionados com o processo de fotossíntese e
armazenamento. Os principais de plastídios são
os cloroplastos, os cromoplastos e os
leucoplastos.
Assinale a alternativa que contém todas as
afirmativas corretas:
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
13) Com base, ainda, na figura e nos
conhecimentos sobre o tema, analise as
afirmativas a seguir:
32
I-Os cromoplastos contêm pigmentos
carotenóides e podem ter função na atração de
insetos e outros animais essenciais para a
polinização cruzada e dispersão de frutos e
sementes.
II- A parede celular determina a estrutura da
célula, a textura dos tecidos vegetais e muitas
características importantes, que permitem
reconhecer as plantas como organismos. Todas
as células vegetais têm uma parede primária e
muitas têm uma parede secundária.
III- As paredes primárias contêm hemicelulose,
mas aparentemente não possuem pectinas e
glicoproteínas. A lignina pode também estar
presente nas paredes secundárias, mas é
especialmente característica de células com
parede primária e tem por função conferir
resistência e rigidez à parede.
IV- Devido à presença de pectinas, as paredes
secundárias são muito hidratadas, tornando-se
mais plásticas. As células ativamente em divisão
ou em alongamentos geralmente têm somente
paredes secundárias.
Assinale a alternativa que contém todas as
afirmativas corretas:
a) I e III.
b) II e IV.
c) I e II.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
FERMENTAÇÃO E
RESPIRAÇÃO
O constante trabalho que as células vivas
realizam necessita de energia. Sintetizar
proteínas, produzir membranas, duplicar DNA,
fazer com que cílios e flagelos se movimentem,
ou transportar ativamente substâncias através da
membrana, são exemplos de funções que
consomem energia. Enquanto as plantas
produzem seus próprios carboidratos, os animais
os retiram do meio através do processo de
nutrição.
Os monossacarídeos, como glicose, frutose e
galactose, uma vez absorvido pelo corpo e
penetram nas células, nas quais serão
―queimados‖, liberando energia. A fermentação
e a respiração são dois processos que fornecem
energia para a atividade celular dos organismos
em geral. Nos dois casos, fermentação alcoólica
e respiração, o combustível preferido das células
é a glicose. Enquanto a fermentação ocorre na
ausência de oxigênio, a respiração celular
necessita desse gás, para ocorrer.
As reações dos dois processos mostram que a
fermentação alcoólica produz resíduos de
molécula maior (CO2 e álcool). Por tanto a
fermentação libera menos energia que a
respiração celular:
Fermentação alcoólica:
Glicose 2CO2 + 2 Álcool etílico +
energia (2 ATP)
A fermentação alcoólica é usada em processos
industriais, como a produção de pão, de vinhos,
de cervejas e de álcool combustível.
Dependendo do organismo que fermenta, o
produto final pode ser ou não álcool etílico. Os
músculos humanos, por exemplo, produzem
ácido lático.
33
Respiração celular: elétrons reduzem o O2, formando O-, o qual
Glicose + Oxigênio 6CO2 + H2O + combina-se com os prótons (H+) formandoH2O.
energia (38 ATP)
Fases da Respiração Celular: O esquema a seguir resume as três fases da
Para retirar desses nutrientes a energia respiração:
armazenada, a célula desenvolveu um sistema de
reações químicas, através do qual vai liberando
energia em pequenas parcelas. Tal processo é
chamado de respiração celular.
A utilização da energia liberada na respiração
celular é feita por via de compostos simples que
servem de depósito provisório de energia. Entre
tais compostos encontra-se o ATP (adenosina
trifosfato) que é abundante e mais encontrado na
célula.
Parte da energia liberada durante a respiração
celular fica armazenada na forma de ATP.
A respiração celular ocorre em 3 etapas:
Figura 8.1: Glicólise, Ciclo de Krebs e Cadeia
Glicólise (no hialoplasma), ciclo de Krebs
Respiratória
(dentro da matriz mitocondrial) e cadeia
respiratória (na crista mitocondrial).
Balanço energético da Respiração
1. Glicólise: Ocorre no hialoplasma. É o
Para fazer uma ―contabilidade‖ do rendimento
desdobramento de uma molécula de glicose, sem
da respiração, temos de levar em consideração o
consumo de oxigênio, por meio de várias
seguinte: alguns ATP são produzidos
reações químicas, produzindo duas moléculas de
diretamente durante a glicólise e o ciclo de
ácido pirúvico. Porduz 4 moléculas de ATP e 2
Krebs. Outros ATP serão produzidos na cadeia
moléculas de NADH2, porém gasta no início 2
respiratória, quando houver a ―entrega‖ dos
moléculas de ATP, dando um saldo de 2 ATP e
átomos de hidrogênio ao oxigênio.
2 NADH2
Vejamos agora alguns detalhes:
2. Ciclo de Krebs: Ocorre na matriz da
1. Cada NADH2 permite a reconstituição de 3
mitocôndria. Os ácidos pirúvicos, derivados da
ATP.
glicose, atravessam as membranas da
2. Cada FADH2 permite a reconstituição de 2
mitocôndria e reagem com a coenzima A,
ATP.
produzindo a acetil coenzima A, que entrará no
3. Acredita-se atualmente que os 2 NADH2
ciclo de Krebs. Durante este ciclo, há produção
produzidos na glicólise permitam reconstituição
de prótons H+. Os prótons são capturados por
de apenas 2 ATP cada um (parte da energia seria
aceptores específicos como o NAD
consumida quando esses NADH2 atravessam a
(nicotinamida adenina dinucleotídeo) ou o FAD
membrana da mitocôndria).
(flavina adenina dinucleotídeo) que funcionam
como transportadores durante as reações de
O quadro seguinte faz o ―balanço‖ dos ATP
oxido-redução.
produzidos:
3. Cadeia Respiratória: Ocorre na crista da
mitocôndria. Os NADH2 e FADH2, produzidos
nas duas etapas anteriores cedem os elétrons
para os citocromos, uma cadeia transportadora
de elétrons. Ao longo desta cadeia, através da
fosforilação oxidativa do ADP, a energia
liberada é utilizada para produzir 32 moléculas
de ATP. No final da cadeia transportadora, os

34
Balanço energético (por molécula de glicose respirada EXERCÍCIOS (Unidade 8)
4 ATP 4 ATP – 2
Glicólise ATP 1) De maneira geral, que tipos de açúcares
(por 2 6 ATP – 2 podem ser absorvidos pela parede do tubo
HIALOPLASMA molécula NADH2 ATP digestivo?
de glicose) x 3
ATP 2) Observe o esquema referente ao processo de
total 6 ATP
obtenção de energia pelos seres vivos e, em
Ác. 1 3 ATP
Pirúvico NADH2
→Ác. x 3
Acético ATP

Ciclo de 3 9 ATP
Krebs NADH2
MITOCÔNDRIA x 3
ATP

1 2 ATP
seguida, analise as afirmativas.
FADH2 I - As etapas I, I e III correspondem,
x 2 respectivamente, à glicólise, ciclo de Krebs e
ATP cadeia respiratória.
II- A etapa I ocorre no citoplasma e a IV na
1 ATP 1 ATP mitocôndria
III- O envenenamento por cianeto compromete a
Por 15 ATP
molécula etapa II devido à inutilização do aceptor final.
de ácido IV- Na etapa IV, o NADH2 combina diretamente
Pirúvico com o oxigênio, liberando muita energia.
V- A etapa III caracteriza um processo
2 x 15 30 ATP anaeróbio.
moléculas ATP
Assinale a opção que apresenta afirmativas
de ácido
corretas:
Pirúvico
a) I, IV e V
b) II e V
Total de ATP por molécula de glicose 36 ATP c) I e III
d) II, III e IV
A energia liberada pela fermentação ou pela e) n. d. a.
respiração é armazenada em moléculas de ATP
(ADP + P + energia = ATP). A figura 7.1 3) No que se refere à respiração aeróbica pode-
apresenta uma molécula de ATP. As ligações se dizer:
entre os fósforos (~) são ligação que, quando são a) é na glicólise que se dá a maior produção de
quebradas, liberam energia para as atividades ATP.
das células. b) é no ciclo de Krebs que ocorre diretamente a
conversão de ADP em ATP.
c) é no interior das mitocôndrias que ocorre a
glicólise, uma das etapas da respiração.
d) é no citoplasma que ocorre o ciclo de Krebs.
e) é ao nível da membrana interna das
mitocôndrias que ficam localizadas as proteínas
Figura 8.2: Molécula de ATP componentes da cadeia de transporte de elétrons.

35
4) O exagero na prática de exercícios físicos
leva a dores musculares fortes. Isso ocorre
devido ao acúmulo de:
a) ácido pirúvico
b) ácido láctico
c) ácido nítrico
d) ácido fosfoglicérico
e) ácido fólico.
5) A equação simplificada a seguir, representa o
processo de fermentação realizado por
microorganismos como o 'Saccharomyces
cerevisiae' (levedura):
A ---> B + C
A, B e C são, respectivamente:
a) glicose, água e gás carbônico.
b) álcool, glicose e gás oxigênio
c) glicose, álcool e gás carbônico.
d) sacarose, gás carbônico e água.
e) álcool, água e gás carbônico
6) Enquanto os organismos superiores utilizam
a respiração aeróbia para obter energia, algumas
bactérias e fungos utilizam a fermentação. Esses
processos compreendem um conjunto de reações
enzimáticas, nos quais compostos orgânicos são
degradados em moléculas mais simples. As
afirmativas abaixo estão relacionadas a esses
processos.
I- A glicólise é o processo inicial da respiração e
fermentação.
II- As leveduras fermentam açúcares para
produzir álcool etílico.
III- A fermentação é mais eficiente em
rendimento energético do que a respiração.
Com relação às afirmativas, assinale a
alternativa CORRETA:
a) II e III são verdadeiras.
b) I e II são verdadeiras.
c)I, II e III são verdadeiras.
d) I e III são verdadeiras.
e) apenas a II é verdadeira.
7)
A estrutura acima, na forma como está
representada, refere-se a:
a) um aminoácido essencial com função
enzimática na célula.
b) Um nucleotídeo que participa da estrutura
química dos ácidos nucléicos.
c) Um nucleotídeo estável que participa da
estrutura química dos ácidos nucléicos.
d) Um carboidrato não hidrolisável que atua no
metabolismo celular.
e) Um nucleotídeo que participa de reações
bioquímicas como fornecedor de energia.
8) (UEL-2008) Observe a figura:
Com base na ilustração e nos conhecimentos
sobre o tema, analise as afirmativas a seguir:
I- O Ciclo de Krebs é o último evento das várias
reações que ocorrem numa via comum de
produção de moléculas fornecedoras de energia,
onde a oxidação dos grupos fosfatos libera a
energia armazenada nas ligações acetila.
II- As mitocôndrias podem ser encontradas, por
exemplo, no epitélio ciliado, onde se acumulam
perto dos cílios; nos espermatozóides, ao redor
da porção inicial do flagelo, onde tem início a
movimentação ciliar; e nas células musculares
estriadas, entre os feixes de miofibrilas.
III- As mitocôndrias estão presentes em um
tecido adiposo específico, o qual se constitui
como fonte de calor importante em animais que
hibernam, em animais adaptados ao frio e em
alguns animais recém-nascidos, incluindo
humanos.
IV- Uma peculiaridade do DNA mitocondrial é
sua origem paterna, porque se origina das
mitocôndrias encontradas nos espermatozóides,
sem participação das mitocôndrias do óvulo,
pois o sexo é definido geneticamente pelos
cromossomos sexuais do pai.
36
Assinale a alternativa que contém todas as
afirmativas corretas.
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, III e IV. NÚCLEO CELULAR

Figura 91: Núcleo de uma célula

O núcleo dos eucariontes é constituído de

carioteca, nucleoplasma, cromatina e nucléolo.
Carioteca: membrana que envolve o núcleo.

Nucleoplasma: Colóide onde se acham

mergulhadas as estrutura nucleares.

Cromatina: Conjunto de filamentos,

denominados cromonemas, distribuído pelo
nucleoplasma e que se cora intensamente
por corantes básicos.
Nos procariontes,
Nucléolo: o material
Corpúsculo denso,nuclear encontra-se
que também
imerso nointensamente
se cora citoplasma formando umabásicos.
por corantes estrutura
denominada nucleóide. Essa estrutura é formada
basicamente pela cromatina, sendo que, nessas
células, faltam a carioteca e o nucléolo; e o
nucleoplasma não é bem caracterizado.

Carioteca
A carioteca é uma membrana que ocorre nas
células dos organismos eucariontes, revestindo o
material nuclear, e está em comunicação com o
retículo endoplasmático. É formado por duas
membranas lipoprotéicas, separadas pelo espaço
perinuclear. Apresenta muitos poros, através dos
quais ocorre a troca de macromoléculas entre o
núcleo e o citoplasma.

37
Nucleoplasma
O nucleoplasma seria o equivalente ao
citoplasma da célula. É um colóide onde estão
mergulhadas as estruturas do núcleo.
Nos procariontes, devido à ausência da
membrana nuclear, não se pode distinguir o
nucleoplasma do citoplasma, estando todas as
estruturas do nucleóide mergulhadas no
protoplasma.
Cromatina
Quando a célula não está em divisão (está na
intérfase) os cromossomos, estruturas
importantes no processo hereditário.
Apresentam-se como fios muito finos no
nucleoplasma, recebendo o nome de
cromonema. Ao conjunto desses cromonemas
dá-se o nome de cromatina, que se cora por
corantes básicos. Pode-se notar na cromatina,
manchas que coram mais intensamente,
denominadas cromocentros ou falsos nucléolos
por serem confundidos com eles em alguns
casos. Esses cromocentros são interpretados
como locais de maior concentração de porções
espiralizadas dos cromonemas, denominadas
heterocromatina. As porções do cromonema que
não se encontram espiralizadas chamam-se
eucromatina.
Figura 9.2: Esquema da cromatina
Nucléolo
É formado a partir de uma região da molécula
de DNA (ácido desoxirribonucléico) chamada
região organizadora do nucléolo (zona SAT),
que forma moléculas de RNAr (ácido
ribonucléico ribossômico). Estas se concentram
ao redor dessa região e vão para o citoplasma,
onde se combinam com proteínas para dar
origem aos ribossomos. No nucléolo também
ocorrem proteínas, algumas das quais associam-
se ao RNAr, formando grânulos denominados
ribonucleoproteínas.
O nucléolo não se apresenta delimitado por
membrana, estando em contato direto com o
nucleoplasma. É uma estrutura ausente nos
procariontes e sempre presente nos eucariontes,
podendo haver mais de um nucléolo por núcleo.
Durante a divisão celular das células
eucarióticas o nucléolo desaparece.
Cromossomos
O constituinte fundamental do cromossomo é
uma longa molécula de DNA, constituída por
duas cadeias de nucleotídeos complementares,
emparelhadas por meio de pontes de hidrogênio
entre suas bases nitrogenadas. O DNA constitui
os genes, que controlam a síntese de proteínas e,
em última análise, todo o funcionamento da
célula. Nas células procarióticas das bactérias,
todos os genes estão contidos em uma única
molécula de DNA circular (isto è com as
extremidades unidas), que constitui o
cromossomo bacteriano. Nas células eucarióticas
há geralmente vários cromossomos por núcleo;
cada um deles é um filamento longo, constituído
por uma única molécula de DNA associada a
proteínas, em um arranjo altamente complexo. O
número de cromossomos no núcleo varia de
espécie para espécie. Na espécie humana, por
exemplo, com exceção dos gametas, todas as
células têm 46 cromossomos no núcleo. As
células do chimpanzé possuem 48 cromossomos
e as da mosca Drosophila melanogaster, apenas
8.
Características gerais dos cromossomos
Os biólogos costumam dividir o período de vida
de uma célula, o chamado ciclo celular, em duas
etapas: interfase, período em que a célula não
está se dividindo, e divisão celular, período em
que a células está em processo de reprodução.
Durante a interfase, um dos principais eventos é
a duplicação dos cromossomos. Cada
cromossomo produz um outro idêntico e os dois
permanecem aderidos um ao outro por meio de
proteínas especiais. Essas cópias unidas de um
cromossomo duplicado são denominadas
cromátides-irmãs.
38

Figura 9.3: Esquema da espiralização do
cromossomo
Centrômero e classificação dos cromossomos
O centrômero é uma região localizada em um
estrangulamento do cromossomo condensado. É
por meio dessa região que os cromossomos
duplicados se prendem aos microtúbulos
encarregados de separar as cromátides durante
as divisões celulares.
O centrômero divide o cromossomo em duas
partes, que os citologistas denominam braços
cromossômicos. A posição do centrômero serve
para classificar os cromossomos em:
metacêntrico, submetacêntrico, acrocêntrico e
telocêntrico. Nenhum dos cromossomos
humanos é telocêntrico, porém no camundongo
doméstico existem esses cromossomos.
Figura 9.4: Tipos de cromossomos
Cromossomos homólogos
Na maioria das espécies, existem. Em cada
célula do corpo, dois cromossomos de cada tipo;
um de origem paterna e outro de origem
materna. São os cromossomos homólogos. Eles
têm o mesmo tamanho, a mesma posição do
centrômero e os mesmos tipos de genes,
dispostos na mesma sequência.
Cromossomos sexuais e autossomos
Um tipo de cromossomo, o cromossomo
sexual, encontrado em suas células, na maioria
dos organismos determina o sexo dos
indivíduos.
A maioria das plantas e animais são
organismos diplóides (2n): possuem duas cópias
de cada cromossomo. Nos núcleos das células,
os cromossomos são encontrados em conjuntos
de pares idênticos, excetuando-se um par de
cromossomos. Os cromossomos pareados são
chamados de autossomos. Os cromossomos não-
pareados são chamados de cromossomos
sexuais.
No caso da espécie humana, o total de
cromossomos é de 23 pares, sendo 22 pares de
autossomos e um par de cromossomos sexuais
(XX ou XY).
Genes
O gene é uma seqüência de nucleotídeos do
DNA que pode ser transcrita em uma versão de
RNA. É um segmento de DNA que produz uma
cadeia polipeptídica e inclui regiões que
antecedem e que seguem a região codificadora,
bem como sequências que não são traduzidas
(íntrons) que se intercalam aos segmentos
codificadores individuais (éxons), que são
traduzidos. Íntrons estão presentes nos
Eucariontes. Eles não poderiam existir nos
Procariontes, já que estes transcrevem e
traduzem ao mesmo tempo no mesmo local, ou
seja, o RNA não sofre modificações pós-
transcrição. Nós humanos temos em torno de
25.000 genes que codificam umas 100.000
proteínas.
39
 2) (UFRGS-RS) O desenho abaixo representa
um cromossomo da espécie humana.
Como se chama a região indicada pela seta? De
que material genético ela é formada?

Figura 9.5: Esquema demonstrando os íntros e

éxons
a) cromátide- DNA.
b) centrômero- RNA.
Células haplóides e células diplóides c) cromátide- RNA.
As células em que há pares de homólogos são d) cromossomos- RNA.
chamadas de diplóides. Algumas células, como e) centrômero- DNA.
os gametas ou células sexuais têm apenas um
cromossomo de cada tipo. Essas células são 3) (UFPA) Célula diplóide é aquela em que:
chamadas de haplóides. a) existem dois cromossomos não homólogos.
b) o cariótipo é formado por dois conjuntos
haplóides.
c) o cariótipo é formado por dois conjuntos
diplóides.
d) cada cromossomo apresenta dois
centrômeros.
e) não existe tal célula.

4) (FUC-MT) Dados os esquemas de

cromossomos, podemos classificá-los conforme
a posição do centrômero:

Figura 9.6: Cariótipo humano

EXERCÍCIOS (Unidade 9)
a) os cromossomos I e II são metacêntricos e o
1) (FCC-SP) Observe o esquema abaixo. III é submetacêntrico.
b) os cromossomos I e III são metacêntricos e o
II é acrocêntrico.
c) os cromossomos I, II e III são metacêntricos.
d) apenas o cromossomo III é metacêntrico.
e) os cromossomos I, II e III são,
I e II respectivamente, metacêntrico, submetacêntrico
e acrocêntrico.
indicam:
a) cromátides-irmãs.
5) (Unesp-SP) Em julho de 2002, a Unesp
b) cromátides homólogas.
tornou-se a primeira instituição brasileira a
c) cromossomos homólogos.
produzir um clone animal a partir do núcleo de
d) cromossomos não homólogos.
uma célula animal adulta.
e) cromossomos filhos.
40
Pesquisadores da Faculdade de Ciências a) Um gameta tem 39 cromossomos autossomos
Agrárias e Veterinárias, do campus de e 2 cromossomos sexuais.
Jaboticabal, removeram o núcleo de uma célula b) Um gameta tem 38 cromossomos autossomos
obtida da cauda de um vaca da raça Nelore e 2 cromossomos sexuais.
(animal A) e injetaram-no no óvulo anucleado c) Um gameta tem 38 cromossomos autossomos
de uma vaca de abatedouro (animal B). e 1 cromossomo sexual.
Posteriormente, este óvulo foi implantado no d) Uma célula somática tem 77 cromossomos
útero de uma vaca mestiça holandesa (animal autossomos e 1 cromossomo sexual.
C). Do desenvolvimento deste óvulo resultou a e) Uma célula somática tem 78 cromossomos
bezerra Penta. autossomos e 2 cromossomos sexuais.
Nas células da bezerra Penta há:
a) DNA nuclear do animal A e DNA
mitocondrial do animal C.
b) DNA nuclear do animal A e DNA
mitocondrial do animal A.
c) DNA nuclear do animal A e DNA
mitocondrial do animal B.
d) DNA nuclear do animal B e DNA
mitocondrial do animal C.
e) DNA nuclear do animal C e DNA
mitocondrial do animal A.

6) (F.Carlos Chagas-BA) Nas células em

interfase, o material genético aparece na forma
de:
a) carioteca.
b) fuso acromático.
c) nucléolo.
d) cromatina.
e) cariolinfa.

7) Células diplóides caracterizam-se por possuir

a) centrômeros.
b) cromátides-irmãs.
c) cromatina.
d) cromossomos homólogos.

8) O cariótipo humano normal apresenta:

a) 23 pares de autossomos e 1 par de
cromossomos sexuais.
b) 22 pares de autossomos e 1 par de
cromossomos sexuais.
c) 45 pares de autossomos e 1 par de
cromossomos sexuais.
d) 44 pares de autossomos e 2 pares de
cromossomos sexuais.

9) (UEL-2003) Considerando que uma espécie

de ave apresenta 2n = 78 cromossomos é correto
afirmar:

41

DIVISÃO CELULAR
MITOSE
Na espécie humana, como na maioria dos
seres vivos, o desenvolvimento embrionário
inicia-se com uma célula-ovo ou zigoto. A
célula-ovo (2n) sofre sucessíveis divisões e dá
origem a um grande número de células 2n, a
partir das quais se formarão os vários tecidos do
corpo.
A divisão celular, através da qual uma célula
origina outras com o mesmo número de
cromossomos que ela, é denominada mitose.
Porém, para formar aquela única célula-ovo
inicial, houve a união de duas células sexuais
(gametas): o óvulo e o espermatozóide.
Observando o núcleo destas células nota-se que
elas são haplóides (n). Nos órgãos que formam
os gametas (ovários e testículos) deve ocorrer
então, outro tipo de divisão, na qual células
diplóides (2n) destes órgãos originam os
gametas haplóides (n). Este tipo de divisão,
através do qual o número de cromossomos é
reduzido à metade, recebe o nome de meiose.
Interfase
Dá-se o nome de interfase ao intervalo entre as
divisões celulares. Nela ocorre a duplicação dos
cromossomos. Dado que estes possuem DNA,
podemos também falar em duplicação deste.
Podemos avaliar a interfase e a mitose através da
quantidade de DNA. Assim temos que a
interfase é subdividida em três períodos: G1, S e
G2.
G1 é conhecido como período da pré-
duplicação do DNA. Nele os cromossomos se
apresentam como cromatinas. A quantidade de
DNA é X.
S é o período de duplicação. Os
cromossomos passam a ser cromátides. A
quantidade de DNA passa a ser 2X, os centríolos
são duplicados.
G2 é o período de pós-duplicação. Os
cromossomos estão duplicados e a célula
apresenta-se em condições de entrar em outra
divisão.
Após a interfase tem início a divisão celular.
Na passagem de metáfase para anáfase há
divisão do centrômero e os cromossomos voltam
a ser filamentos simples. A quantidade de DNA
volta a ser X.
Mitose
Pode ocorrer mitose tanto em células
diplóides, como em células haplóides de certos
organismos. Em qualquer destes casos, as
células filhas portarão o mesmo número de
cromossomos que a célula mãe.
A mitose é importante para o aumento do
número de células nas fases embrionárias
iniciais, para o crescimento e renovação dos
tecidos dos seres pluricelulares e para a
reprodução dos seres unicelulares.
Fases da mitose
Embora a mitose seja um processo contínuo, é
comum dividi-la em fases que caracterizam os
principais acontecimentos celulares. São elas:
prófase, metáfase, anáfase e telófase.
Prófase
Caracteriza-se pela espiralização gradativa da
cromatina, tornando os cromossomos distintos.
Os nucléolos vão desaparecendo. Os centríolos,
já duplicados, migram em direção a pólos
opostos e entre eles formam-se fibras que
constituirão o fuso da divisão. A carioteca
desorganiza-se.
Cada cromossomo apresenta dois filamentos
unidos pelo centrômero aos quais se dá o nome
de cromátides irmãs.
Ao final da prófase os nucléolos já
desapareceram e os centríolos encontram-se em
posições opostas.
Metáfase
É na metáfase que os cromossomos atingem o
máximo de espiralização sendo o momento ideal
para sua análise ao microscópio. Com a
degeneração da carioteca os cromossomos
espalham-se e ligam-se pelo centrômero às
fibras do fuso de divisão. Todos os
cromossomos são então levados à região
42
intermediária entre os dois pólos determinados
pelos centríolos e o equador da célula. A
duplicação dos centrômeros e a conseqüente
separação das cromátides irmãs marcam o final
da metáfase e o inicio da anáfase. As cromátides
irmãs tornam-se cromossomos irmãos.
Anáfase
Cada um dos novos cromossomos irmãos é
―puxado‖ para os pólos, graças ao encurtamento
das fibras do fuso.
Tefófase
Os cromossomos completam sua migração,
formando, em cada pólo, um conjunto de
cromossomos igual ao da célula inicial antes da
duplicação. Ocorre desespiralização dos
cromossomos, reaparecimento do nucléolo e
reorganização da carioteca.
Citocinese
É a divisão do citoplasma, resultando na
formação de duas células com a quantidade
eqüitativa de cromossomos e constituinte
citoplasmático. A citocinese pode ocorrer de
duas maneira: nas células animais e de alguns
protozoários ela ocorre por estrangulamento na
região equatorial da célula, sendo por isso
chamada citocinese centrípeta. Já nas células
vegetais e de muitas algas as duas células-filhas
são separadas pela formação de uma nova
parede celular no interior da célula. O
crescimento desta parede celular é circundado
por uma membrana que progressivamente
aumenta até que o citoplasma se divida em dois.
Esse tipo de divisão celular recebe o nome de
citocinese centrífuga.
figura 10.1 - fases da mitose
DIVISÃO CELULAR
MEIOSE
Como foi visto na unidade anterior, a mitose
é o processo de divisão em que uma célula-mãe
gera duas células-filhas com o mesmo número
de cromossomos da célula-mãe e que
proporcionam o crescimento e a renovação
celular do organismo. Na meiose entretanto,
uma célula-mãe gera quatro células-filhas
contendo cada uma metade do número
cromossômico da célula-mãe. Esse tipo de
divisão celular faz parte da reprodução sexuada
e acontece na formação dos gametas. A redução
do número de cromossomos na meiose
compensa a ―soma‖ de cromossomos da mãe e
do pai, que ocorre durante a união dos gametas
pela fecundação. É exatamente essa
compensação que permite manter constate o
número de cromossomos das espécies ao logo
das gerações.
A meiose reduz o número cromossômico
porque compreende duas divisões nucleares
consecutivas, a meiose I e a meiose II, e uma
única duplicação cromossômica. Os processos se
assemelham a mitose e estão descritos abaixo:
MEIOSE I
(Divisão Reducional – R!)
Prófase 1
A prófase I é dividida em 5 subfases, e é nela
que ocorre o evento marcante dessa divisão e
que difere a meiose da mitose: o pareamento dos
cromossomos homólogos. É também nesta fase
que pode ocorre o crossing-over – mecanismo
que aumenta a variabilidade genética através da
troca de segmentos de cromátides homólogas.
Leptóteno: Os cromossomos condensam-se e
tornam-se visíveis ao microscópio óptico.
Zigóteno: Os cromossomos homólogos juntam-
se aos pares (sinapse).
43
Paquíteno: Os cromossomos tornam-se mais
curtos e espessos, formando tétrades, pode
ocorrer permutação ou crossing – over.
Diplóteno: Os cromossomos homólogos iniciam
a separação; podem ser observados os quiasmas,
que evidenciam trocas de pedaços entre os
homólogos, processo conhecido como permuta
ou crossing over.
Diacinese: Os cromossomos começam a migrar
para o equador da célula, ocorre o
desaparecimento do nucléolo e desintegração da
carioteca.
Metáfase 2
Os cromossomos alinham-se na placa equatorial
da célula.
Anáfase 2
Há divisão de centrômeros e as cromátides irmãs
são separadas e puxadas para os pólos.
Telófase 2
Os cromossomos se descondensam, os nucléolos
reaparecem e as cariotecas se reorganizam.

Citocinese 2
Metáfase 1
O citoplasma se divide e forma ao total quatro
Os cromossomos homólogos se encontram em
células-filhas com metade do número de
um alto grau de condensação e estão ligados ao
cromossomos da célula-mãe.
fuso na placa equatorial da célula.

Anáfase 1
Os cromossomos homólogos são separados e
levados para os pólos. Não há divisão de
centrômeros.

Telófase 1
Os cromossomos se descondensam a carioteca
se reorganiza, os nucléolos reaparecem. Surgem
dois novos núcleos, cada um deles com metade
do número de cromossomos, entretanto
constituído por duas cromátides unidas pelo
centrômero.

Citocinese 1
Divisão do citoplasma e formação de duas
células-filhas com metade do número de
cromossomos.
Tão logo são formadas as duas células-filhas,
inicia-se a segunda divisão meiótica.

MEIOSE II
(Divisão Equacional – E!)
Prófase 2 Figura 11.1 – Fases da meiose
Há novamente a condensação dos cromossomos
já duplicados, desaparecimento da carioteca e
nucléolos. EXERCÍCIOS (Unidades 10 e 11)

1) A droga vinblastina é um quimioterápico

usado no tratamento de pacientes com câncer.

44
Tendo em vista que essa droga impede a
formação de microtúbulos, sua interferência no
processo de multiplicação celular será na
a) condensação dos cromossomos.
b) descondensação dos cromossomos.
c) duplicação dos cromossomos.
d) migração dos cromossomos.
2- Quantas cromátides estarão presentes em cada
núcleo de células humanas, na prófase e na
telófase da mitose, respectivamente?
Núcleo em prófase Núcleo em telófase
a) 46 cromátides 23 cromátides
b) 46 cromátides 46 cromátides
c) 92 cromátides 46 cromátides
d) 92cromátides 92 cromátides
3) A interfase é um período em que as células
estão em repouso. Você concorda? Justifique sua
resposta.
4) Cite duas características que diferenciam os
processos de mitose e de meiose.
5) Como você diferencia uma mitose animal de
uma vegetal?
6) Mitose e meiose são divisões celulares que
ocorrem nas células dos seres vivos,
apresentando cada uma características
peculiares. Relacione os esquemas ao lado com
esses processos e responda: Qual deles ocorre na
célula reprodutora? Por quê?
7) A que correspondem as letras A, B e C do
esquema anterior?
8) (Unifor-CE) Durante a vida de uma célula,
diversas reações químicas e diversos processos
metabólicos ocorrem no seu núcleo. Por
exemplo:
I- síntese de RNA mensageiro
II- formação dos ribossomos
III- duplicação do DNA
No núcleo interfásico ocorre
a) somente I.
b) somente II.
c) somente I e II.
d) somente II e III.
e) I, II e III.
9) (Fazu- MG) Entre as frases abaixo em relação
à divisão celular por mitose, uma é incorreta.
Aponte-a:
a) Na metáfase, todos os cromossomos, cada um
com duas cromátides, encontram-se co equador
da célula em maior grau de condensação.
b) A célula mãe dá origem a duas células filhas
com metade do número de cromossomos.
c) As células filhas são idênticas às células mãe.
d) Ocorre nas células somáticas tanto de animais
como de vegetais.
e) È um processo muito importante para o
crescimento dos organismos.
10) (Uesc-BA) Um dos pioneiros nos estudos
da citogenética , o pesquisador Sutton, em
1903,com base em estudos comparativos entre o
comportamento dos fatores hereditários
mendelianos e os eventos cromossômicos que
ocorrem na meiose, apresentou algumas
conclusões que foram decisivas para a
fundamentação dessa nova ciência que
caminhou seus primeiros passos,juntamente,com
o século XX.
Esses estudos possibilitaram a Sutton
concluir:
a) A contribuição hereditária do espermatozóide
é bem menor que a do gameta feminino.
b) O numero de cromossomos duplica a cada
nova geração celular.
c) Os fatores hereditários são igualmente
transportados pelo núcleo e pelo citoplasma.
d) A ligação de uma geração a outra é feita pelos
gametas.
e) Os cromossomos ocorrem no núcleo e no
citoplasma.
11) (Unifenas) A respeito da divisão celular
mitótica, assinale a alternativa correta:
a) Na telófase, os cromossomos estão migrando
para os pólos.
45
b) Na telófase, cada cromossomo está e) apenas II.
constituído por duas cromátides.
c) Na prófase, os cromossomos estão se 14) (UEL-2006) Analise o gráfico a seguir.
desenrolando e o nucléolo reaparece.
d) Na prófase, cada cromossomo está constituído
por duas cromátides.
e) No final da telófase, ocorre o
desaparecimento do nucléolo.

12) (UEL-2005) Analise a figura a seguir.

Com base no gráfico e nos conhecimentos

sobre a meiose, é correto afirmar:
a) A linha horizontal contínua (não-tracejada)
representa a variação no número de
cromossomos durante a meiose.
b) A permuta entre os cromossomos homólogos
deve ocorrer após o tempo 2 e antes do tempo 5.
c) A separação dos cromossomos homólogos
ocorre entre o tempo 10 e o tempo 11.
Com base na figura e nos conhecimentos
d) A linha horizontal tracejada corresponde à
sobre os eventos da mitose, é correto afirmar:
variação na quantidade de DNA durante a
a) A fase 1 corresponde à Prófase, onde cada
meiose.
cromátide diminui de diâmetro.
e) A replicação do DNA, que ocorre durante a
b) A fase 2 mostra cromossomos homólogos
fase S da interfase, tem início no tempo 0.
pareados em Metáfase.
c) A fase 3 evidencia a atividade cinética dos
15) (UEL-2007) Analise as figuras a seguir.
microtúbulos.
d) A fase 4 evidencia a ausência de citocinese
em Telófase.
e) A fase 4 evidencia a progressiva eliminação
dos centríolos.

13) (Fesp-SP) Analise as frases abaixo e

escolha a alternativa que contém apenas as
corretas:
I- A mitose e a meiose ocorrem em células
somáticas, produzindo, ambas, células com o
mesmo número de cromossomos em relação à
célula-mãe.
II- A mitose ocorre nas células somáticas,
produzindo células com o mesmo numero de
cromossomos em relação à célula-mãe.
III- A meiose ocorre nas células reprodutoras, Fonte: JUNQUEIRA, L. C.& CARNEIRO, J. Biologia
produzindo gametas com a metade do número de Celular e Molecular. Rio de Janeiro: Guanabara
cromossomos em relação à célula-mãe. Koogan, 2000. p. 184
a) II e III. As figuras I, II, III e IV dizem respeito,
b) I e II. respectivamente, às seguintes fases da mitose:
c) I e III. a) Anáfase, metáfase, início da prófase, fim da
d) I, II e III. prófase.

46
b) Início da prófase, fim da prófase, metáfase,
anáfase.
c) Início da prófase, fim da prófase, anáfase,
metáfase.
d) Metáfase, início da prófase, fim da prófase,
anáfase.
e) Metáfase, anáfase, início da prófase, fim da
prófase.
16- (Fuvest-SP) Os desenhos representam três
células em anáfase da divisão celular,
pertencentes a um organismo cujo numero
diplóide de cromossomos é igual a 6 (2n=6).
1 ocorre na mitose e o processo 2 ocorre na
meiose.
II- Tanto o processo 1 quanto o processo 2
ocorrem na meiose, enquanto o processo 2 não
se encontra na mitose.
III- Os processos 1 e 2 ocorrem tanto na meiose
quanto na mitose.
Assinale:
a) se somente I for verdadeira.
b) se somente II for verdadeira.
c) se somente III for verdadeira.
d) se somente I e II forem verdadeiras.
e) se somente I e III forem verdadeiras

19) (UFPel-RS) A continuidade genética entre

células e organismos de qualquer espécie de
reprodução sexual é mantida pelos processos de
mitose e meiose. Esses processos são
organizados e eficientes. Durante as várias fases
dessas divisões celulares, o DNA é condensado
em estruturas separadas e visíveis as
As células 1, 2 e 3 encontram-se, microscópio óptico, chamadas cromossomos.
respectivamente, em:
a) mitose, meiose I e meiose II. Nome comum Nome Número haplóide
b) meiose I, meiose II e mitose. científico de cromossomos
c) meiose II, mitose e meiose I. Camundongo Mus musculus 20
d) meiose I, mitose e meiose II. Homem Homo sapiens 23
e) meiose II, meiose I e mitose. Cavalo Equus caballus 32
Com base na tabela, que apresenta o número
17) (Puc-PR) Quando uma célula conclui a sua haplóide de cromossomos de algumas
primeira divisão meiótica resultam: espécies, responda às questões a seguir.
a) 2 células diplóides. a) Qual o número de cromossomos autossomos
b) 4 células diplóides. de um leucócito humano?
c) 4 células haplóides. b) Quantos cromossomos sexuais existem em
d) 2 células haplóides. uma célula epitelial humana?
e) 2 células somáticas. c) Quantos cromossomos são encontrados em
cada neurônio de um camundongo?
18) (Cesgranrio-RJ) Os esquemas 1 e 2 d) Qual é o número de cromossomos de um
mostrados abaixo representam estágios espermatozóide de cavalo?
funcionais do núcleo celular e estão relacionados
com a divisão celular; eles nos permitem afirmar 20) (UFPA) O gráfico abaixo ilustra a evolução
que: do teor de DNA no núcleo de uma célula, ao
longo do ciclo celular.

I- O processo

47
Pode-se concluir que:
a) durante os períodos G1 e G2, a célula possui a
mesma quantidade de DNA.
b) o teor de DNA durante a interfase assume
níveis quantitativamente diferentes.
c) durante a divisão celular, os níveis de DNA
mantêm-se constantes.
d) nos estágios finais da interfase e da divisão
celular, a célula apresenta o mesmo teor de
DNA.
e) no período G2, além da duplicação do DNA,
também são sintetizadas algumas proteínas.
21) (UEL 2010) Células epiteliais de cobaia, em
diferentes fases do ciclo celular, foram expostas
durante alguns minutos à timidina radioativa
(nucleotídeo de timina). A sua posterior
observação para avaliar a incorporação do
nucleotídeo, feita pela técnica de
autorradiografia (impressão em película
fotográfica), mostrou que o padrão de
radioatividade permaneceu difuso em todos os
estágios do ciclo celular, exceto nas células que
se encontravam no período S. Nestas, a
radioatividade concentrou-se no núcleo.
A figura, a seguir, representa esquematicamente
os resultados obtidos na experiência:
Com base na figura, se na experiência
apresentada fosse utilizado nucleotídeo de
adenina radioativa em vez de timidina
radioativa, os resultados não seriam conclusivos
porque o nucleotídeo de
a) timina é comum ao DNA e RNA.
b) adenina existe apenas no DNA.
c) adenina existe apenas no RNA.
d) adenina é comum ao DNA e RNA.
e) timina é complementar de uracila.
GAMETOGÊNESE
Na reprodução sexuada há mistura dos genes
de dois indivíduos da mesma espécie, e o
resultado dessa mistura é uma prole variada,
cujos indivíduos apresentam características
resultantes da interação das características dos
genitores. Nos organismos eucarióticos, duas
células haplóides, os gametas, fundem-se para
originar uma célula diplóide, o ovo ou zigoto. O
processo de fusão dos gametas é a fertilização,
ou fecundação.
ESPERMATOZÓIDES
São os gametas masculinos. São células
pequenas que perderam grande parte do
citoplasma durante sua formação. Eles são
bastante ativos e se movimentam graças ao
batimento de um longo flagelo.
Figura 12.1 – Estrutura de um espermatozóide.
ÓVULO
O gameta feminino. É uma célula maior que o
espermatozóide e não possui movimento
próprio. O grande tamanho dos óvulos de muitas
espécies deve-se ao fato de essas células
armazenarem grânulos de substâncias nutritivas,
que constituem o vitelo. A função do vitelo é
nutrir o embrião que surgirá pela fecundação.
48
 ESPERMATOGÊNESE
Nos machos, após a maturidade sexual,
grupos de espermatogônias continuam a se
multiplicar, enquanto outros crescem e se
transformam em espermatócitos primários (ou
espermatócitos I, ou de 1ª ordem). Durante a
fase de crescimento, ou logo após, tanto os
espermatócitos quanto os ovócitos duplicam os
cromossomos e iniciam a meiose.
Nos machos, a divisão I da meiose leva à
formação de duas células de mesmo tamanho, os
espermatócitos secundários (ou espermatócitos
Figura 12.2 – Estrutura de um óvulo.
II, ou de 2ª ordem). Cada espermatócito
secundário, pela divisão II, origina duas células
O processo de formação de gametas é
de mesmo tamanho, as espermátides. Estas
genericamente chamado gametogênese. A
passam por um processo de especialização,
gametogênese masculina é denominada
denominado espermiogênese, e se transformam
espermatogênese e a gametogênese feminina,
em espermatozóides.
ovulogênese (ou ovogênese).

GÔNIAS E PERÍODO DE
MULTIPLICAÇÃO
As células que produzem gametas estão
predestinadas a essa função desde o começo da
vida de um embrião. Células germinativas
primordiais, diplóides (2n), migram para a
região das futuras gônadas embrionárias
(testículo ou ovário), onde se especializam. Nos
machos as células germinativas primordiais
formam espermatogônias, enquanto nas fêmeas
originam ovogônias.
Espermatogônias e ovogônias multiplicam-se
por mitose. Nos machos mamíferos a
multiplicação continua durante toda a vida,
embora seja mais intensa depois da maturidade
sexual, declinando na velhice. Já nas fêmeas de
mamíferos, o período de multiplicação das Figura 12.3 – Fases da espermatogênese.
ovogônias geralmente se restringe à vida intra-
uterina (3º mês de vida). A diferença entre a
multiplicação das gônias em machos e fêmeas OVOGÊNESE
explica porque o número de gametas produzidos Nas fêmeas, as ovogônias crescem muito,
é significativamente maior nos machos. Na devido ao acúmulo de vitelo, e transformam-se
espécie humana, por exemplo, a mulher libera em ovócitos primários (ou ovócitos I, ou de 1ª
apenas um óvulo por mês, aproximadamente ordem). Em aves e répteis, por exemplo, os
entre os 12 e os 50 anos de vida. Já o homem ovócitos tornam-se muito grandes constituindo
elimina, a cada ato sexual, cerca de 350 milhões as gemas dos ovos.
de espermatozóides. A produção de gametas no Nelas, as duas células formadas ao fim da
homem inicia-se na puberdade e perdura até a divisão I da meiose são muito diferentes entre si.
velhice. Uma delas recebe praticamente todo o
citoplasma e vitelo, e passa a ser chamada

49
ovócito secundário, (ou ovócito II, ou de 2ª
ordem). A outra célula, apesar do núcleo normal,
quase não tem citoplasma; sua aparência é a de
um pequeno glóbulo aderido a um dos pólos do
ovócito II, daí ser chamada primeiro
corpúsculo polar (ou primeiro glóbulo polar).
Na espécie humana, como em grande parte
dos animais, a meiose feminina só termina se
ocorrer fertilização.

OVULAÇÃO
O acúmulo de líquor no interior do folículo
acaba por causar sua ruptura e a libertação do
ovócito secundário estacionado em metáfase II,
e não um óvulo propriamente dito, fenômeno
denominado ovulação. O ovócito liberado
encontra-se recoberto por uma película
gelatinosa e por células foliculares. Se o ovócito
secundário não for fecundado, ele degenerará
aproximadamente 24 horas após sua liberação,
sem concluir a meiose. Já se a fecundação
ocorrer, o ovócito II terminará a segunda divisão
meiótica, com formação do segundo corpúsculo
polar (ou segundo glóbulo polar); este como o
primeiro corpúsculo polar, geralmente degenera
após sua formação.

Figura 12.4 – Fases da ovogênese.

EXERCÍCIOS (Unidades 12 e 13)

1) (Fuvest-SP) Se uma mulher tiver seus ovários

removidos por cirurgia, quais dos seguintes
hormônios deixarão de ser produzidos?
a) Hormônio folículo-estimulante (FSH) e
hormônio luteinizante (LH).
b) Hormônio folículo-estimulante (FSH) e
estrógeno.
c) Hormônio folículo-estimulante (FSH) e
progesterona.
d) Hormônio luteinizante (LH) e estrógeno.
e) Estrógeno e progesterona.

2) (UFMG) A figura abaixo mostra desenhos

representativos dos sistemas genitais masculinos
e femininos.

50
 4) (PUC-SP) Analise a tira de quadrinhos
abaixo:

Qual a alternativa errada?

a) em 2 há armazenamento de espermatozóides.
b) 3 produz secreção para o sêmen.
c) 1 e 5 constituem as gônadas.
d) em 6 ocorre fecundação.
e) 7 é constituinte do canal do parto.

3) (EMC-MEC) O diagrama relaciona eventos,

respectivamente, no ovário e endométrio ao
longo do ciclo menstrual da mulher.
Nela, o personagem humano refere-se a um
caráter sexual secundário, cuja manifestação é
devida ao hormônio.
a) testosterona, produzido pela hipófise.
b)testosterona, produzido pelas células
intersticiais do testículo.
c) progesterona, produzido pela hipófise.
d)progesterona, produzido pelos túbulos
seminíferos.
e) folículo estimulante, produzido pela hipófise.

5) (FAEE-SP) A análise do sangue de uma

mulher indicou que ela apresenta uma taxa
Analisando o diagrama e associando a ação dos
elevada de hormônio luteinizante (LH). Isso
hormônios sexuais relacionados a esses eventos,
indica que ela:
pode-se afirmar que o intervalo:
a) está grávida, pois esse hormônio é produzido
a) I corresponde à fase menstrual, em que ocorre
pelo embrião.
aumento gradativo do hormônio luteinizante.
b) está ovulando, já que esse hormônio é
b) II corresponde à fase lútea, que está sob a
responsável pelo rompimento de um folículo
influência da progesterona.
maduro.
c) II corresponde à degeneração endometrial, em
c) está menstruada, sendo que esse hormônio é
conseqüência dos altos índices de estrógeno.
responsável pela eliminação do endométrio.
d) III corresponde à fase pré-menstrual e está
d) acabou de menstruar, pois esse hormônio tem
sob a ação das mais altas taxas do hormônio
como função estimular o amadurecimento de
folículo-estimulante.
folículos ovarianos.
e) III corresponde ao período de ovulação em
e) está na menopausa, já que esse hormônio
que ocorre diminuição do hormônio folículo
provoca a parada do funcionamento dos ovários.
estimulante.

51
6) (Vunesp) Nos testes de gravidez, a substância
cuja presença é pesquisada na urina é:
a) o hormônio folículo-estimulante.
b) o hormônio luteinizante.
c) a gonadotrofina coriônica.
d) o estrógeno.
e) a progesterona.
7) (UEL-2004) A pílula anticoncepcional é
utilizada como método contraceptivo, porque
sua ação é capaz de bloquear a ovulação no
organismo feminino humano. Portanto, a pílula
anticoncepcional é uma combinação dos
hormônios:
a) Estrógeno e progesterona que inibem a
produção de folículo-estimulante e de
luteinizante na hipófise.
b) Estrógeno e progesterona que estimulam a
produção de folículo-estimulante e de
luteinizante na hipófise.
c) Folículo-estimulante e luteinizante que
estimulam a produção de estrógeno e de
progesterona nos ovários.
d) Folículo-estimulante e luteinizante que
inibem a produção de estrógeno e de
progesterona nos ovários.
e) Progesterona e luteinizante que inibem a
produção de folículo-estimulante e de estrógeno
na hipófise.
8) (PUC-SP) Poucas descobertas científicas do
século XX despertaram tanto interesse e
controvérsia quanto a da pílula anticoncepcional.
Pesquisas realizadas nas décadas de 1940 e 1950
permitiram sua elaboração a partir da evidência
de que determinados hormônios esteróides eram
capazes de bloquear a ovulação em ratas e
macacas.
Essa pílula contém certos hormônios:
a) hipofisários que inibem a produção normal de
hormônios ovarianos.
b) hipofisários que estimulam a produção
normal de hormônios ovarianos.
c) ovarianos que inibem a produção normal de
certos hormônios hipofisários.
d) ovarianos que estimulam a produção normal
de certos hormônios hipofisários.
e) hipofisários e ovarianos que alteram o ciclo
menstrual.
9) Entre os métodos anticoncepcionais a seguir,
qual também previne doenças sexualmente
transmissíveis (AIDS, sífilis, gonorréia etc.)?
a) Camisinha.
b) Diafragma.
c) DIU (dispositivo intra-uterino).
d) Pílula anticoncepcional.
10) O dispositivo utilizado para vedar o colo
uterino, durante e após a relação sexual, é
conhecido por:
a) camisinha.
b) diafragma.
c) DIU.
d) laqueadura tubária.
11) (UEL-2003) O esquema abaixo representa
etapas do processo de gametogênese no homem.
Sobre esse processo, assinale a alternativa
correta.
a) A célula A é diplóide e as células B, C e D
são haplóides.
b) A separação dos homólogos ocorre durante a
etapa 2.
c) As células A e B são diplóides e as células C
e D são haplóides.
d) A redução no número de cromossomos ocorre
durante a etapa 3.
e) A separação das cromátides-irmãs ocorre
durante a etapa 1.
12) (UEL-2004) Tanto na ovulogênese como na
espermatogênese, os gametas formados, óvulos e
espermatozóides respectivamente, não
apresentam cromossomos homólogos.
Com base nesse fato, analise as afirmativas a
seguir.
I- A separação dos cromossomos homólogos
ocorre durante a etapa reducional da meiose.
II- Cada uma das duas células resultantes da
etapa reducional da meiose apresenta um
52
cromossomo de cada par de cromossomos O hormônio sintético administrado na 2ª fase do
homólogos. tratamento hormonal tem uma ação semelhante
III- A separação das cromátides-irmãs ocorre ao __________, enquanto a administração de
durante a etapa equacional da meiose. HCG, na 3ª fase, visa simular a alta taxa de -
IV- Cada uma das quatro células resultantes da _________.
etapa equacional da meiose apresenta número Assinale a alternativa que contém os
diplóide de cromossomos. hormônios que, respectivamente, preenchem
Estão corretas apenas as afirmativas: as lacunas.
a) I e II. a) Estrogênio e hormônio luteinizante.
b) I e III. b)Hormônio folículo estimulante e progesterona.
c) III e IV. c) Estrogênio e progesterona.
d) I, II e III. d) Hormônio folículo estimulante e luteinizante.
e) II, III e IV. e) Hormônio luteinizante e estrogênio.

13) – (UEL 2010) Desde Louise Brown, a

primeira ―bebê de proveta‖, nascida em 1978, a
fecundação in vitro sofreu um considerável
desenvolvimento. Este método requer um
tratamento hormonal adequado, o qual resulta
dos conhecimentos adquiridos sobre a fisiologia
do ciclo menstrual feminino. Hoje em dia, é
possível uma mulher engravidar após a
menopausa, recorrendo às técnicas de
reprodução terapeuticamente assistida.
A seguir, cita-se um exemplo de tratamento
hormonal associado à fecundação in vitro para a
transferência de embriões:

1ª Fase – Tem início no primeiro dia do ciclo e

utiliza um análogo estrutural da GnRH
(hormônio liberador de gonadotrofina), que
impede este hormônio de agir sobre a hipófise.
Normalmente, após 14 dias de tratamento,
inicia-se a segunda fase.
2ª Fase – Utiliza-se um hormônio sintético que
estimula o desenvolvimento de vários folículos,
a fim de obter ovócitos. O processo de
maturação folicular é monitorizado por
ecografia.
3ª Fase – A fim de desencadear a ovulação,
quando a maturação folicular é adequada,
administra-se gonadotrofina coriônica humana
(HCG). A retirada dos ovócitos é realizada em
36 horas após a injeção hormonal.
4ª Fase – Após a retirada dos ovócitos, a mulher
recebe outro tratamento hormonal, por via
endovaginal, durante 8 dias, com o objetivo de
preparar o útero para a nidação.
Com base nas informações do texto, considere
a afirmativa a seguir:

53

REINO FUNGI
O Reino Fungi é formado por todos os
fungos. Esses seres apresentam muitas
características peculiares que permitem separá-
los do Reino Vegetal. Entre elas:
Nenhum fungo possui clorofila ou outro tipo
de pigmento capaz de lhe conferir a propriedade
de realizar fotossíntese.
Não possuem tecidos verdadeiros.
Todos são heterótrofos, isto é, incapazes de
sintetizar seu próprio alimento. Nesse caso
podem ser saprófitos ou parasitas. Os saprófitos
vivem à custa de matéria orgânica morta que vão
decompondo à medida que se nutrem. Com isso
fazem a reciclagem orgânica, liberando minerais
para o solo proporcionando a disponibilidade
para outros organismos. Já os parasitas vivem à
custa de outro ser vivo, vegetal ou animal,
provocando doenças como a ferrugem em
cafeeiro e as micoses respectivamente.
Mas também podem atuar como
controladores biológicos (fungos atacam a broca
da cana e controlam parasitas); fermentadores
(leveduras como Saccharomyces cerevisiae
importantes na panificação e fabricação de
bebidas); produtores de substâncias antibióticas
(Penicilina e flavicina); Simbiontes (líquens e
micorrizas).
Podem ser unicelulares ou pluricelulares.
Neste último caso, o seu corpo, também
conhecido por micélio, é constituído pelo
entrelaçamento de filamentos chamados hifas.
Estas podem apresentar divisões ou septos. As
hifas com septos são chamadas de hifas
septadas. Sendo assim, uma hifa pode
apresentar diversos núcleos (dicarióticas, com
dois núcelos) ou apenas um (monocarióticas).
As suas células apresentam uma parede
constituída por quitina, não ocorrendo a
presença de celulose.
A reserva nutritiva é o polissacarídeo
chamado glicogênio, não existe amido.
A reprodução pode ser sexuada ou assexuada.
Neste último caso formam diversos tipos de
esporos.
Vivem em ambientes terrestres úmidos e
sombreados e em ambientes aquáticos.
Os fungos podem ser divididos em
mixomycotas e eumycotas.
Mixomycotas: são os fungos mais primitivos,
conhecidos como falsos fungos ou fungos
gelatinosos formando, geralmente, os
plasmódios. Estes constituem grandes massas
54
citoplasmáticas plurinucleadas, capazes de se
locomoverem por emissão de pseudópodos.
Vivem em ambientes terrestres úmidos, à custa
da decomposição de matéria morta (folhas,
troncos podres etc.)
Eumycotas: são os fungos verdadeiros. O corpo
é formado por filamento chamados hifas e
podem ser unicelulares ou pluricelulares.
Os fungos Eumycotas são classificados de
acordo com o tipo de hifa reprodutiva. Quando
se descobre um fungo que não apresenta
nenhuma hifa reprodutiva, e esse fungo não é
classificado como um mixomiceto, ele é
colocado junto com os deuteromicetos. Os
Eumycotas são classificados em:
Ficomicetos ou Zigomicetos:
Existem formas microscópicas, parasitas de
plantas e animais inferiores, e formas conhecidas
por bolores, que tem o micélio formado por
hifas cenocíticas (hifas não septadas,
constituindo um citoplasma multinucleado). A
reprodução é feita por alternância de gerações.
Na fase esporofítica, não há corpo de
frutificação e os esporos são produzidos dentro
de um esporângio típico. Um exemplo é o bolor
preto do pão, pertencente a espécie Rizhopus
stolonifer.
Ascomicetos:
Existem formas microscópicas (unicelulares
e macroscópicas. Das espécies microscópicas,
podemos citar o gênero Saccharomyces (levedo
ou levedura de cerveja), responsável pela
fermentação alcoólica. Esses fungos são
empregados na fabricação de pães, bolos,
cervejas, vinhos etc.
Dentre as macroscópicas, cujo corpo é
formado por hifas celulares, nas quais cada
célula possui apenas um núcleo (hifas
monocarióticas), podemos citar os gêneros
Penicillium (produtor de antibióticos);
Aspergilus, que se desenvolvem sobre os grãos
(milho, arroz, amendoim etc.), produzindo uma
substância tóxica e cancerígena chamada
aflatoxina; e Neurospora, muito utilizado em
pesquisas genéticas. Muitos gêneros são
comestíveis.
A reprodução também ocorre por alternância
de gerações e a produção de esporos é feita no
interior de ascos isolados ou agrupados em
corpos de frutificação. Já nas leveduras,
(unicelulares) ocorre por brotamento.
Basidiomicetos:
55
 São pluricelulares, com micélio formado por
hifas (septadas) dicarióticas (cada célula com
dois núcleos). São representados pelos
cogumelos-de-chapéu e pelas orelhas-de-pau.
Muitas espécies são comestíveis (champignons)
e outras são tóxicas, podendo causar a morte,
como a amanita (Amanita muscaria), o
cogumelo vermelho com manchas brancas. Os
esporos são produzidos dentro de estruturas
chamadas basídios, que se reúnem em corpos de
frutificação denominado basidiocarpo.
Deuteromicetos:
São os chamados fungos imperfeitos, isto é,
espécies cuja posição sistemática
desconhecida. Nesse grupo estão muitas
espécies que causam doenças ao homem, dentre
as quais muitas formas de micose, como
sapinhos, frieira ou pé-de-atleta,candidíase, etc.
Líquens
Os líquens são associações entre algas e
fungos. A associação constitui um mutualismo
(simbiose), já que é harmônica e os dois seres
levem vantagens. As algas realizam fotossíntese
e fornecem alimento orgânico aos fungos. Estes
envolvem as células das algas com suas hifas,
protegendo-as, além de formarem os rizóides,
que retiram água e nutrientes minerais do
substrato.
Os líquens são organismos pioneiros, muito
resistentes, que vivem sobre rochas, troncos de
árvores, etc. quando vivem sobre rochas,
produzem ácido que promovem a sua
decomposição, preparando o solo, desta
maneira, para a vida de outros vegetais.
A reprodução desses seres é feita
assexuadamente, por meio de sorédios, que são
verdadeiros fragmentos do corpo do líquen,
constituídos por hifas do fungo que envolvem
algumas células da alga.
Os sorédios são transportados pelo vento e
originam novos líquens, quando caem em
ambientes favoráveis.
Há diversos tipos de líquens, os crostosos, os
folhosos, os que lembram fios de barba etc. a cor
em geral é verde devido a clorofila existente na
alga, mas há um número grande de líquens
vermelhos, alaranjados etc.
A ausência de líquens em uma cidade é
preocupante, já que esses organismos são
extremamente sensíveis a gases poluentes,
especialmente o dióxido de enxofre, (SO2),
é liberado por indústrias e veículos movidos a
derivados de petróleo.
56

TEXTO COMPLEMENTAR
Fungos mutualistas: micorrizas
Certos fungos se associam a raízes de
plantas, formando as micorrizas (do grego
myketos, fungo, e rhiza, raiz). Tanto o fungo
quanto a planta hospedeira se beneficiam com
essa associação. O fungo obtém das raízes
açúcares, aminoácidos e outras substâncias
orgânicas, das quais se nutre. Por outro lado, o
fungo aumenta a capacidade de a raiz absorver
minerais escassos no solo, genericamente
denominados micronutrientes, fundamentais ao
crescimento da planta. Trata-se, portanto de
uma interação do tipo mutualismo.
Em plantas de pequeno porte, os fungos que
formam a micorriza são geralmente ficomicetos,
enquanto nas árvores as micorrizas são
formadas por basidiomicetos, raízes com
micorrizas se desenvolvem melhor do que
aquelas sem fungos associados.
EXERCÍCIOS
1) Considerando a biologia dos fungos:
I – Em relação à nutrição, podem ser autótrofos
ou heterótrofos e compreendem organismos
saprófitos e parasitas
II – Seu corpo é constituído de filamentos
denominados hifas, que no conjunto constituem
o micélio
III – Nos basidiomicetos encontram-se órgãos de
reprodução sexuada característicos,
denominados basídios
IV – A parede celular é constituída basicamente
de celulose e o citoplasma possui alguns
cloroplastos
Em relação às afirmativas acima, assinale a
alternativa correta:
a) I e III
b) II e III
c) III e IV
d) I e II
e) II e IV
2) Os fungos são organismos uni ou
pluricelulares, de dimensões variáveis, que se
encontram distribuídos em quatro classes:
ficomicetos, ascomicetos, basidiomicetos e
deuteromicetos. Assinale a alternativa que indica
uma característica COMUM A TODOS os
fungos:
a) Presença de hifas septadas, formando o
micélio
b) Parede celular constituída basicamente por
celulose
c) Reprodução sexuada por isogamia
d) Heterótrofos adaptados ao parasitismo
e) Ausência de pigmentos fotossintetizantes
3) Na constituição dos líquens podemos
observar que entram:
a) somente fungos e algas verdes
b) fungos e algas verdes pluricelulares
c) fungos e algas verdes e azuis unicelulares
d) fungos e algas vermelhas
e) fungos e algas pardas
4) Encontram-se, às vezes, em certos ambientes,
pedaços de pão recobertos por bolor. Explica-se
esse fato porque o bolor representa:
a) uma colônia de bactérias que se
desenvolveu de uma única bactéria que
contaminou o pão;
b) o levedo usado no preparo do pão, que se
desenvolveu e tomou coloração escura;
c) um agrupamento de microrganismos que
apareceram no pão, por geração espontânea;
d) um conjunto de fungos originados de esporos
existentes no ar que se desenvolveram no pão;
e) o resultado do apodrecimento da farinha
utilizada no fabrico do pão.
5) ―Eles são operários quase anônimos da
natureza, ao mesmo tempo criadores e
destruidores da vida (...). Há os que fazem o pão
57
crescer (...). Alguns escurecem os azulejos do
banheiro, outros causam e curam doenças,
enriquecem o solo, apodrecem a madeira.‖
(National geographic, agosto de 2000)
O texto acima refere-se aos:
a) Protozoários
b) Artrópodes
c) Anelídeos terrestres
d) Fungos
e) Platelmintos
6) A parte comestível do cogumelo
(champgnion) corresponde ao:
a) Micélio mocariótico do Ascomiceto;
b) Corpo de frutificação do ascomiceto;
c) Micélio mocariótico do basidiomiceto;
d) Corpo de frutificação do basidiomiceto;
e) Sorédio do fungo;
7) Qual a importância das micorrizas para o
meio ambiente? Se os fungos fossem
exterminados, o que aconteceria com a taxa
fotossintética das plantas?
8) Os fungos não são somente conhecidos por
causarem várias doenças, mas também por
serem úteis ao homem. Reconheça na seqüência
a seguir, quais os itens relacionados com a
atividade fúngica e assinale a alternativa correta:
1- Produção de pão
2- Produção de cerveja
3- Produção de coalhada
4- Produção de penicilina
5- Fixação de nitrogênio
a)1,2,3
b)1,3,5
c)1,2,4
d)3,4,5
e)2,4,5
9) A candidíase é uma doença oportunista que
geralmente se instala quando o indivíduo está
com suas defesas debilitadas. E causada por:
a) protozoário
b) bactéria
c) verme
d) fungos
e) vírus
10) Para nenhum povo da antigüidade, por mais
que consumissem a cerveja, ela foi tão
significativa e importante como para os egípcios.
Entre eles, além de ter uma função litúrgica
determinada no banquete oferecido aos mortos
ilustres, a cerveja era a bebida nacional [...]. As
mulheres que fabricavam a cerveja tornavam-se
sacerdotisas, tal era a importância dessa bebida
digna de ser oferecida como libação aos deuses.‖
(VIDA biblioteca. Como fazer cerveja.
3.ed. São Paulo: Três, 1985. p. 51-52.)
Ainda que a cerveja seja fabricada há
milhares de anos, a essência de sua produção
continua a mesma. Com base nos
conhecimentos sobre o tema, é correto
afirmar que a cerveja é originada a partir da
fermentação de cereais por meio de:
a) Fungos macroscópicos, liberando álcool
etílico e oxigênio.
b) Bactérias, liberando álcool metílico e gás
carbônico.
c) Bactérias, liberando álcoois aromáticos e
oxigênio.
d) Fungos microscópicos, liberando álcool
etílico e gás carbônico.
e) Fungos microscópicos, liberando álcool
metílico e água.
11) Considere os seguintes processos:
I. Produção de iogurtes e queijos.
II. Produção de açúcar a partir da cana.
III. Fixação de nitrogênio no solo pelo cultivo de
leguminosas.
IV. Extração do amido do milho.
Quais dos processos acima mencionados
dependem da participação de
microorganismos?
a) Apenas I e II.
b) Apenas II e III
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e IV.
e) Apenas III e IV.
58

PORÍFEROS
Os poríferos, ou espongiários, constituem
o filo mais primitivo dos metazoários (animais):
embora sejam pluricelulares, suas células
formam agregados frouxos, não constituindo
tecidos verdadeiros, órgãos diferenciados e
cavidade digestiva, além de a digestão ocorrer
apenas dentro das células. Por essa razão foram
por muito tempo considerados como
pertencentes ao sub-reino Parazoa. As esponjas
foram enquadradas como vegetais por séculos e
sua inclusão definitiva no reino animal só
ocorreu no século XX. São animais aquáticos,
predominantemente marinhos. Vivem nos
mares, em qualquer profundidade, fixados em
rochas ou no solo submarino. Apenas uma
família, a Spongilidae, vive na água doce, em
grande distribuição.
Características Gerais
Possuem corpo assimétrico ou com
simetria radial. O revestimento se faz pela
epiderme constituída por uma camada de células
achatadas, os pinacócitos.
A sustentação é garantida por mesênquima
gelatinoso (mesogléia), interno à camada de
pinacócitos. No mesênquima estão mergulhadas
espículas de calcário ou silício, e células
indiferenciadas ou amebócitos. Os amebócitos
são células móveis que participam da digestão,
além de desempenharem função de transporte de
alimentos ou diferenciação em gametas.
Os poríferos apresentam uma cavidade interna -
átrio ou espongiocele - revestida por
coanócitos: células com flagelos envoltos por
uma formação membranosa, cujos batimentos
criam corrente de água, que entra pelos poros e
sai pelo ósculo (abertura superior). Os
coanócitos fagocitam as partículas alimentares
trazidas pelas correntes de água.
Sistema esquelético: é o principal caráter para a
classificação das esponjas. É interno, situando-se
entre as duas camadas celulares. Pode ser
mineral e/ou orgânico.
Esqueleto mineral: é constituído por
espículas calcárias e silicosas.
Esqueleto orgânico: é constituído por uma
rede de fibras de espongina (uma proteína). A
esponja de banho feita com esponjas é apenas o
esqueleto orgânico destes animais.
Sistema digestivo: é ausente e a digestão é
exclusivamente intracelular, realizada pelos
coanócitos.
Sistema excretor: é ausente. As células
eliminam por difusão seus catabólitos
diretamente para o meio externo.
Sistema respiratório: não existe, a respiração é
aeróbia, e cada célula realiza diretamente com o
meio as trocas gasosas.
Sistema circulatório: também ausente.
Amebócitos (células que possuem movimento
amebóide) no mesênquima realizam as funções
desse sistema. Podem ser divididos em:
Escleroblastos: células que secretam as
espículas minerais. Cada eixo de espícula é
formado por um escleroblasto.
Arqueócitos: amebócitos que realizam várias
funções: recebem, digerem e fazem circular o
alimento, além de formar elementos
reprodutivos: espermatozóides, óvulos e
gêmulas.
Sistema nervoso: não existe.
Sistema reprodutor: as esponjas reproduzem-se
sexuadamente e/ou assexuadamente, sendo a
maioria hermafrodita ou monóica (algumas
espécies possuem sexos separados). As
estruturas de reprodução são temporárias,
elaboradas a custa de células da camada média.
A reprodução pode ser:
Assexuada: feita por regeneração,
brotamento ou gemulação. Nas esponjas, a
capacidade de regeneração é muito grande, a
ponto de ser usada para a fabricação comercial
de esponjas de banho. O brotamento consiste na
formação de expansões no corpo da esponja
59
(broto), que originarão novos indivíduos. A A B C
gemulação ocorre em épocas em que o ambiente
é desfavorável. Formam-se estruturas
denominadas gêmulas, que se constituem de
uma parede que envolve um grupo de
amebócitos. A parede é formada por espículas
especiais denominadas anfidiscos. Em ambiente
propício, a gêmula forma uma nova esponja.
Sexuada: ocorre com fecundação interna e
desenvolvimento indireto. Quando falamos em Organização do corpo das esponjas (A – áscon, B-
desenvolvimento indireto, isto implica a sícon, C- lêucon)
existência de uma forma intermediária entre o
ovo e o adulto que se denomina larva. Nas
esponjas, a larva se chama anfiblástula. CNIDÁRIOS OU
CELENTERADOS
Cnidaria, do grego: knide (urtiga, urticante).
Os animais dotados de tecidos organizados
são chamados histozoários. Os primeiros
histozoários na escala de evolução dos animais
são os cnidários ou celenterados. Eles já
possuem, inclusive, alguns órgãos e sistemas. O
sistema nervoso, por exemplo, começa a
aparecer, embora constituído por células que se
dispõem num retículo difuso por todo o corpo.
Neles, já se evidenciam gônadas, isto é, órgãos
especializados na formação de gametas (células
A figura acima exibe a organização celular das reprodutoras).
esponjas. Note-se que além das células já descritas, São conhecidos como águas-vivas e anêmonas-
existem células especiais e perfuradas de modo a
do-mar, representando as duas formas corpóreas
deixarem fluir água através de si. São os porócitos,
que são células tubulosas, percorridas por uma
distintas dos cnidários: medusa e pólipo,
perfuração cônica. respectivamente. Os corais têm a forma
polipóide, assim como as anêmonas. Os pólipos
vivem no fundo d‘água. São fixos ou
movimentam-se lentamente. As medusas são
Organização do Corpo
flutuantes e muito móveis. Praticamente todos
O corpo das esponjas apresenta-se organizado
são urticantes (queimam a pele quando alguém
em três graus de complexidade crescente: áscon,
se encosta nos tentáculos).
sícon e lêucon. Observe os esquemas seguintes e
note o aumento da superfície revestida de
coanócitos (superfície negra) em contato com a
água. Quando a água penetra numa esponja do
tipo leuconóide, percorre inúmeras câmaras
revestidas de coanócitos, demorando mais para
abandonar o corpo do animal, o que lhe permite
maior assimilação dos nutrientes ambientais, se
o compararmos com os outros dois tipos.

60
Características Gerais
São animais de simetria radial. Na estrutura
da parede do corpo de um celenterado,
observamos três camadas de fora para dentro: A
epiderme, a mesogléia e a gastroderme. Nelas,
encontram-se células de diversos tipos. A
mesogléia, no entanto, não possui células. É uma
fina lâmina de substância gelatinosa. Através
dela, ramificações de células nervosas fazem a
comunicação entre as células sensitivas da
epiderme e as células epitélio-musculares, cujas
contrações dão movimentos ao corpo do animal.
As células mais notáveis na estrutura de um
cnidário são os cnidócitos ou cnidoblastos. Eles
são células especializadas para a defesa,
contendo uma pequena cápsula (nematocisto)
capaz de projetar para fora um estilete
canaliculado como agulha de injeção e inocular,
na pele do animal que lhe tocar, uma substância
paralisante ou irritante. Isso justifica as
queimaduras sofridas por alguns banhistas
durante o banho de mar.
Cnidócito antes e depois de disparar
Na gastroderme, há células que produzem
enzimas digestivas, que são lançadas na
cavidade gastrovascular, para a digestão
extracelular. Essas são as células glandulares.
Contudo, as células flageladas captam
fragmentos nutritivos e os transferem às células
epitélio-digestivas, em cujos vacúolos ocorre a
digestão intracelular. Como você vê, os
cnidários promovem, ao mesmo tempo, tanto a
digestão intracelular quanto a digestão
extracelular.
A respiração é realizada diretamente por cada
célula, assim como a excreção dos metabólitos.
Algumas classes podem secretar um
exoesqueleto córneo ou calcário.
Classe Hidrozoa
Esta classe é geralmente constituída por seres
polimórficos. Muitos deles têm tanto a forma
pólipo como a forma medusa, desenvolvidas em
diferentes estágios do ciclo de vida. Os
hidrozoários polipóides de água doce são
conhecidos como hidras.
Physalia ou caravela é um exemplo de
hidrozoário em que os pólipos e medusas
altamente modificados vivem associados em
colônias, especializados para a alimentação,
proteção, reprodução, flutuação ou natação.
Hidras: os pólipos das hidras são solitários e,
mesmo brotando novos indivíduos, estes
separam-se antes de atingirem seu tamanho
máximo, não havendo formação de colônia. Não
há esqueleto, e os animais são capazes de se
locomover consideravelmente.
Obelia: constitui também um exemplo
clássico de hidrozoário que, na fase colonial
fixa, apresenta pólipos de nutrição (hidrantes) e
de reprodução assexuada (gonângios). A colônia
é sustentada por um exoesqueleto tubular e
quitinoso. Nos pólipos de reprodução brotam
pequenas medusas, livres e sexuadas, que se
locomovem por contrações rítmicas da umbrela.
Não há dimorfismo sexual entre as medusas. A
fecundação é externa, o desenvolvimento é
indireto, com larvas ciliadas chamadas plânulas.
Classe Scyphozoa
Os cifozoários apresentam geralmente as formas
polipóide e medusóide. As formas
predominantes do ciclo de vida são as medusas,
que nesta classe são chamadas águas-vivas.
Algumas chagam a ter quase dois metros de
diâmetro, em contraposição aos pólipos, que são
diminutos. São exclusivamente marinhos.
Exemplo: Aurelia sp.
O pólipo em miniatura é chamado cifístoma. Ao
se reproduzir, o cifístoma divide-se
transversalmente (estrobilização), assumindo o
aspecto de pratinhos ou taças empilhados. Cada
taça é uma medusa jovem chamada éfira, que se
61
destaca e cresce até a fase adulta. As medusas
adultas, de sexos separados, reproduzem-se e
originam, após fecundação interna, larvas
ciliadas, que se transformarão em cifístomas.
Classe Anthozoa
Os indivíduos dessa classe apresentam apenas a
forma polipóide. Vivem isolados ou em
colônias. Além do ciclo de vida sexual simples
(pólipos – gametas – zigoto – larvas ciliadas –
pólipos...), há reprodução assexuada por
brotamento e por fragmentação.
A esta classe pertencem as anêmonas (actínias
ou dália-do-mar), pólipos isolados que atingem o
maior tamanho entre os antozoários, e os corais,
que são constituídos por pólipos geralmente
pequenos e agrupados, apoiados sobre base
esquelética compacta de carbonato de cálcio. A
maioria das espécies dos corais calcários são
coloniais, podendo crescer seja em pequenos
blocos seja em formações mais extensas
chamadas recifes. Os corais formadores de
recifes vivem em águas rasas (menos de 100
metros), claras e quentes (acima de 20 º C).
EXERCÍCIOS
1) (UNIRIO-RJ) Qual das alternativas abaixo
justifica a classificação das esponjas no sub-
reino Parazoa?
a) ausência de epiderme.
b) ocorrência de fase larval.
c) inexistência de órgãos ou tecidos bem
definidos.
d) habitat exclusivamente aquático.
e) reprodução unicamente assexuada.
2) (UFV-MG) O principal papel dos coanócitos
nos poríferos é:
a) transportar as substâncias para todo o animal.
b) originar elementos reprodutivos.
c) formar o esqueleto do animal.
d) provocar a circulação da água no animal.
e) dar origem a outros tipos de células.
3) (VUNESP/SP) Sobre os celenterados são
feitas 3 afirmativas. Observe-as:
I - A maioria dos cnidários tem habitat aquático,
sendo poucas as espécies de habitat terrestre, as
quais são representadas por pólipos.
II - Os cnidários são urticantes e, para isso,
dispõem de baterias de células especializadas
chamadas coanócitos.
III - Alguns cnidários se reproduzem por
alternância de gerações, quando então os pólipos
dão medusas e as medusas dão pólipos.
Assinale:
a) se apenas uma afirmativa estiver correta.
b) se as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se as três afirmativas estiverem corretas.
4) (UFPR) Invertebrados fixos, diploblásticos
com mesogléia, sem órgãos, com digestão
exclusivamente intracelular, com larva ciliada
livre-nadante. Trata-se de:
a) protozoários;
b) espongiários;
c) equinodermos;
d) nematelmintos;
e) celenterados.
5) (FUVEST/SP) A característica abaixo que
não condiz com os poríferos é:
a) respiração e excreção por difusão direta.
b) obtenção de alimentos a partir das partículas
trazidas pela água que penetra através dos óstios.
62
c) habitat aquático, vivendo presos ao fundo.
d) células organizadas em tecidos bem definidos.
e) alta capacidade de regeneração.
6) (FUVEST/SP). A ―Grande Barreira de
Recifes‖ se estende por mais de 2.000 km ao
longo da costa nordeste da Austrália e é
considerada uma das maiores estruturas
construídas por seres vivos. Quais são esses
organismos e como eles formam esses recifes?
a) esponjas - à custa de secreções calcárias.
b) celenterados - à custa de espículas calcárias e
silicosas do seu corpo.
c) pólipos de cnidários - à custa de secreções
calcárias.
d) poríferos - à custa de material calcário do
terreno.
e) cnidários - à custa do material calcário do
solo, como a gipsita.
7) (F. M. ltajubá/MG) A célula típica dos
celenterados é o:
a) cnidoblasto.
b) coanócito.
c) amebócito.
d) neurônio.
e) solenócito.
8) (PUC-RS) ―O pólipo dá origem a ovos, os
quais formam plânulas das quais se formam
novos pólipos que apresentam sexualidade, não
havendo neste ciclo vital a presença da forma de
medusa.‖
O texto acima refere-se ao ciclo vital dos
celenterados do grupo dos:
a) antozoários.
b) hidrozoários.
c) cifozoários.
d) aplanozoários.
e) amebozoários.
9) (UFPR) Relacione as colunas e assinale a
alternativa correta:
(1) coanócitos
(2) átrio
(3) mesênquima
(4) cnidoblastos
(5) amebócitos
( ) cavidade central das esponjas.
( ) células de defesa dos celenterados.
( ) mesogléia, abaixo da epiderme .
( ) digestão intracelular dos poríferos.
( ) Células com diversas funções nas esponjas.
a) 2 — 4 — 5 — 1 — 3
b) 5 — 3 — 2 — 1 — 4
c) 5 — 2 — 3 — 1 — 4
d) 2 — 4 — 3 — 5 — 1
e) 2 — 4 — 3 — 1 — 5
10) (MED. STO. AMARO) Em Hidrozoa,
ocorre o fenômeno de alternância de gerações
com as formas pólipo e medusa, que
correspondem, respectivamente, às formas de
reprodução:
a) ambas assexuadas;
b) assexuadas e sexuada;
c) amebas sexuadas;
d) sexuada e assexuada;
e) ambas, simultaneamente sexuadas e
assexuadas.
11) Sobre os animais que pertencem ao Filo
Cnidária, é correto afirmar:
a) são animais altamente especializados e todas
as suas funções vitais são dependentes do fluxo
de água que circula através de um sistema de
canais.
b) as principais Classes onde estão incluídos os
seus representante são: Hydrozoa, Scyphozoa e
Anthozoa.
c) na classe Anthozoa, existem apenas formas
medusóides.
d) em relação aos folhetos germinativos, são
animais triblásticos.
e) por estarem no início da escala evolutiva,
utilizam-se somente da reprodução assexuada.
Desafio
1) Explique o mecanismo e as finalidades da
circulação de água na estrutura do corpo de um
porífero. De que é constituída a sustentação do
corpo dos poríferos? Cite algumas funções
atribuídas aos amebócitos.
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2) De que é formado o esqueleto dos corais
rígidos? À que classe pertencem?
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3) O que são nematocistos e para que servem?
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PLATELMINTOS
Popularmente os vermes são associados a
―bichos compridos, esbranquiçados e de aspecto
repugnante que causam mal ao homem‖.
Embora em muitos casos esteja próximo da
realidade, essa descrição certamente não
coincide com o conceito biológico de verme.
Muitos animais que não se enquadram nessa
caracterização, como a minhoca, por exemplo,
pertencem ao grupo dos vermes. Por outro lado,
animais que se confundem, pela aparência, com
vermes, como as larvas de mosca, na realidade
pertencem a grupo biológico de organização
mais complexa.
O grande grupo dos vermes (que por não
ser uma categoria taxonômica inclui organismos
bem diversos como planária, solitária,
esquistossomo, lombriga, oxiúro, ancilóstomo,
minhoca e sanguessuga) engloba três filos
principais:
Platelmintos: achatados e sem ânus.
Nematelmintos: cilíndricos, com boca e
ânus.
Anelídeos: de corpo segmentado.
Platelmintos
Os Platelmintos (do grego platys, ―chato‖, e
helmins, ―vermes‘) são animais que integram o
grupo dos ―vermes achatados‖. Apesar de os
platelmintos se desenvolverem
embrionariamente até a fase de gástrula
tridérmica, não sofrem, entretanto, divisão do
mesoderma em dois folhetos, de cuja separação
resultaria o celoma. Assim, apesar de
triploblásticos, eles se mantêm acelomados.
Esta característica pode ser interpretada como
adaptação à ausência de aparelhos circulatório
e respiratório, pois, no processo de difusão
gasosa, as substâncias percorrem caminhos mais
curtos atingindo com maior facilidade as
camadas de células mais profundas.
Os platelmintos são os animais mais
simples na escala zoológica a apresentarem
64
simetria bilateral verdadeira. Também são os
primeiros a apresentarem um princípio de
cefalização, isso significa que já existe neles um
esboço da cabeça, onde se concentram os órgãos
dos sentidos e a parte principal do sistema
nervoso. Todos têm tubo digestório
incompleto, isto é, não apresentam ânus, e a
única abertura do tubo digestivo para o exterior
serve igualmente como boca e como ânus
funcional. Os platelmintos possuem
musculatura, sistema excretor e sistema
reprodutor bem definidos.
A reprodução pode ser assexuada ou
sexuada. Neste caso quase todas as espécies são
hermafroditas, havendo apenas algumas espécies
dióicas (ex: Schistosoma mansoni). A
fecundação é interna, com desenvolvimento
direto ou incluindo estágios larvais. Com
exceção da fêmea do esquistossomo, que é
cilíndrica, todos os platelmintos têm o corpo
achatado dorsoventralmente. Eles se dividem em
três classes:
Turbellaria
Esta classe compreende os platelmintos de
vida livre que habitam a água doce, o mar e o
solo úmido. O exemplo típico de turbelário é a
planária, um verme de vida livre de pequenino
porte, com o corpo recoberto de cílios vibráteis,
encontrado em poças d‘água ou em ribeirões.
Quando dentro da água, seus cílios provocam
um movimento de agitação, um pequeno
turbilhão, que justifica o nome Turbellaria. As
planárias servem como exemplo de um
platelminto típico.
Nas planárias, o sistema nervoso já se
mostra mais aperfeiçoado em relação ao que
vimos nos celenterados. As células nervosas não
formam apenas uma rede difusa pelo corpo, mas
já reúnem em certos pontos constituindo
gânglios nervosos, dos quais partem filetes que
se irradiam para todo o organismo. Há também
uma concentração evidente de neurônios na
região da cabeça, formando os gânglios
cerebróides. Também o sistema excretor é bem
definido - protonefrídios. Existem células
especiais - as células-flama ou solenócitos, que
sugam a água com resíduos metabólicos dos
tecidos vizinhos, lançando essa ―excreção‖ para
o exterior, através de um sistema de canalículos.
Esses canalículos se abrem em pequenos poros
na superfície do corpo. A maior parte da
excreção, porém, é realizada por simples difusão
através da superfície corporal. As planárias
possuem na cabeça um par de ocelos ou
manchas ocelares, como se fossem dois
pequenos olhos aparentemente vesgos. Esses
minúsculos globos têm uma estrutura primitiva,
onde terminam ramificações de células
fotorreceptoras, recobertas, entretanto, por um
epitélio pigmentado. Assim, tais órgãos não
permitem às planárias distinguir nitidamente os
contornos das coisas, mas tão-somente o vulto
delas. Você deve perceber, porém, que esse foi o
primeiro passo da Natureza no sentido de
instalar ―olhos‖, estruturas especializadas para a
visão na cabeça dos animais.
As planárias são sempre hermafroditas,
isto é, cada animal tem os dois sexos. Contudo,
elas só se reproduzem por fecundação cruzada.
É bastante conhecida, também, a elevada
capacidade de regeneração dos turbelários. Uma
planária segmentada com uma lâmina pode
originar diversas outras planárias - uma de cada
segmento.
65
 O tubo digestório é incompleto. Compõe-
se de boca posterior (situada na região mediana
do corpo), faringe protátil (que pode projetar-se
para fora, como quem inverte a manga de um
paletó, a fim de englobar alimentos) e intestino.
Não há estômago nem ânus. O intestino é
trifurcado e cada ramo termina em fundo
fechado. Os detritos não aproveitados são
regurgitados pela boca.
Trematoda
É a segunda classe dos vermes
platelmintos. Com a exceção da fêmea do
esquistossomo, que é cilíndrica, todos têm o
corpo achatado dorsoventralmente. Em geral,
têm um formato lembrando o de uma folha de
árvore. Apresentam duas ventosas - uma
anterior, com função de boca, e outra mediana,
com finalidade de fixação. São vermes
adaptados à vida parasitária. Por isso, causam
doenças integrantes do grupo das verminoses no
homem e em outros animais. A fascíola hepática
ataca as vias biliares de carneiros, bovinos,
suínos e de alguns animais silvestres.
Esquitossomose
O Schistosoma mansoni (o esquistossomo)
vive nas veias do intestino humano, provocando
a esquistossomose. Essa é uma doença grave,
que pode levar à morte, provocando no
indivíduo, no correr dos anos, cirrose hepática,
ascite (barriga-d’água) e hemorragias
intestinais.
Apesar de se localizar no interior das
veias do intestino, a fêmea do esquistossomo
elimina ovos que fistulam para dentro do canal
intestinal. Assim, o doente elimina com as fezes
os ovos microscópicos do verme. Encontrando a
água, esses ovos libertam embriões chamados
miracídios. Esses embriões ciliados, de
dimensões microscópicas, nadam à procura de
um hospedeiro intermediário, algumas espécies
de caramujo (ex: Biomphalaria glabrata). Os
miracídios penetram no caramujo e dentro dele
se reproduzem, passando pelas fases de
esporocistos e, depois, de cercárias. A
multiplicação das cercárias acaba causando a
morte do caramujo. Aí, então, elas passam à
água, onde ficam, com suas caudas bifurcadas,
nadando ativamente. São quase microscópicas.
O simples contato da pele de uma pessoa com a
água infestada de cercárias é o suficiente para a
contaminação. As cercárias atravessam a pele,
causando uma discreta coceira no local (segundo
o ditado popular: ―se nadou e depois coçou é
porque pegou‖). Caem na circulação sangüínea e
seguem, carregadas pelo sangue, para as veias
do intestino, onde se desenvolvem, dando novos
esquistossomos, com cerca de 10 a 15 mm de
comprimento.
O combate à esquistossomose, uma das
maiores endemias brasileiras, consiste no
extermínio dos moluscos (caramujos), que são
os hospedeiros intermediários do parasita, e na
orientação às pessoas para não terem contato
com a água em locais suspeitos e contaminados.
É preciso, também, orientar as populações da
zona rural para não defecarem no campo nem
lançarem seus dejetos nos rios e ribeirões,
ensinando-lhes a fazerem fossas higiênicas,
como meio de evitar a poluição das águas e a
propagação da doença.
66
Cestoda
Os cestódios formam a terceira classe de
platelmintos. O corpo é achatado e longo como
uma fita, daí o nome (do grego kestos, ―fita‖).
São parasitas intestinais do homem e de outros
animais. Os principais exemplos são a Taenia
solium, a Taenia saginata e a Taenia
echinococcus (esta última também chamada
Echinococcus granulosus).
As tênias são popularmente conhecidas
por ―solitárias‖ porque geralmente cada doente
tem apenas uma no intestino. Todavia, isso não
impede que uma pessoa seja portadora de mais
de uma tênia ao mesmo tempo. As tênias podem
medir desde alguns milímetros até vários metros
de comprimento. Possuem ventosas na cabeça,
com as quais se fixam à parede intestinal para
não serem eliminadas com as fezes.
A Taenia saginata possui 4 ventosas e
pode chegar a mais de 10m de comprimento. A
Taenia solium apresenta, além das 4 ventosas,
uma coroa de ganchos quitinosos chamada rosto
ou rostelum, o que torna muito mais difícil a sua
eliminação. Ela é, contudo, menor que a
anterior, chegando, no máximo, a 6 metros.
a) Taenia solium; b) Taenia saginata
Ambas têm o homem como hospedeiro
definitivo. Mas cada uma tem o seu hospedeiro
intermediário próprio - o boi para a T. saginata,
e o porco para a T. solium. Nos hospedeiros
intermediários esses vermes evoluem apenas até
a fase de larva. Essa larva, que mais parece uma
―pipoquinha‖ branca, é o cisticerco. A ingestão
pelo homem da carne mal cozida, contendo
cisticercos vivos, permite a aquisição da doença
- a teníase (ou solitária).
A ingestão acidental de ovos embrionados
de Taenia solium por humanos pode permitir
que neles se desenvolva a larva - o cisterco -,
provocando a doença chamada cisticercose. A
cisticercose pode ocorrer em órgãos importantes,
como o cérebro, o globo ocular ou o fígado,
assumindo gravidade notável.
O corpo da tênia é dividido em cabeça ou
escólex, colo e tronco ou estróbilo. As ventosas
da cabeça só têm utilidade para a fixação. Não
atuam como boca. Aliás, os cestódios não
possuem qualquer rudimento de sistema
digestório. A sua nutrição se faz por difusão
direta do alimento pela vasta superfície corporal.
O estróbilo é segmentado em anéis ou proglotes.
Num mesmo anel, encontram-se órgãos
reprodutores de ambos os sexos. Isso quer dizer
que as tênias são sempre hermafroditas. Elas
podem realizar a autofecundação ou praticar a
fecundação cruzada. Os últimos anéis do corpo
de uma tênia são maiores e contêm milhares de
ovos embrionados. Eles são eliminados com as
fezes.
A tênia Echinococcus granulosus é
parasita de cães e muito pequena (3 a 5 mm).
Ocasionalmente, sua larva pode parasitar a
espécie humana, causando a hidatidose, uma
espécie de tumor quase do tamanho de um coco-
da-baia, cheio de líquidos, que se desenvolve no
cérebro, no pulmão etc. Como a cisticercose, é
também uma doença muito grave.
67
 Tabela 1. Principais platelmintos patogênicos parasitas do homem

Parasita e Localização no
Doença Patologia Transmissão
distribuição hospedeiro

Adultos: nos vasos

Schistosoma
do sistema porta Fibrose hepática;
mansoni
intra-hepáticos; obstrução de vasos portas Ovos nas fezes
(Oriente médio, pelos ovos, causando humanas; o segundo
Estágios aumento do fígado e baço, estágio de larvas
África, américa
intermediários: com prejuízo funcional; aquáticas (cercárias)
Esquistossomose do Sul,
encistados em hipertensão portal e ascite penetra através da pele.
especialmente no
caramujos de água (barriga-d‘água)
Brasil)
doce

Sintomas variados: cólicas

abdominais, ―dor de
fome‖, mal estar, diarréia,
Taenia solium e Ingestão de carne de
flatulência, náuseas,
Teníase porco ou de boi mal
Intestino aumento ou diminuição do
Taenia saginata cozida contendo
(cosmopolitas) peso e do apetite,
cisticercos (larvas)
sonolência, insônia,
fraqueza, irritabilidade,
palidez

Ingestão de ovos de T
solium (hortaliças, água,
Larva da Neurocisticercose:
Tecido nervoso, mãos contaminadas
hipertensão intracraniana,
globo ocular, tecido pelas fezes) ou
Taenia solium convulções, distúrbios
subcutâneo e passagem de ovos
psíquicos, alterações
Cisticercose (cosmopolita) muscular liberados das proglotes
visuais
no tubo digestivo para a
circulação

68
 EXERCÍCIOS e) digestivo e circulatório.

1) (F.M.Santos/SP) Nos platelmintos da classe 4) (UFCE) O doente que apresenta cisticercose:

Cestoda não existe: a) foi picado por triatoma.
a) sistema nervoso. b) nadou em água com caramujo contaminado.
b) sistema digestório. c) andou descalço em terras contaminadas.
c) sistema excretor. d) comeu carne de porco ou de vaca com larvas
d) hermafroditismo. de tênia.
e) auto-fecundação. e) ingeriu ovos de tênia.

5) (UFPI) Das parasitoses abaixo, qual a causada

2) (CESGRANRIO/RJ) O combate ao caramujo por helmintos:
Biomphalaria glabrata nas águas de nossos a) úlcera de Bauru.
riachos é uma medida profilática contra a: b) esquistossomose.
a) doença de Chagas. c) amebíase.
b) esquistossomose. d) febre amarela.
e) dengue.

c) malária. 6) (UFMG) Organismos que apresentam corpo

d) leishmaniose.
e) febre amarela.
3)(F.M.Jundiaí/SP) Os platelmintos são animais
que apresentam o corpo achatado e sua
espessura, quase desprezível, proporciona uma
grande superfície em relação ao volume, o que
lhes traz vantagens. A forma achatada destes
animais relaciona-se diretamente com a ausência
dos sistemas:
a) digestivo e excretor.
b) respiratório e circulatório.
c) excretor e circulatório.
d) digestivo e reprodutor.
dividido em proglotes, com escólex na parte
anterior, sem tubo digestivo, podem parasitar o
homem através de:
a) contato com água contaminada.
b) ingestão de carne mal cozida.
c) pés descalços.
d) picada de inseto.
e) transfusão de sangue.
7) Existe uma frase popular usada em certas
regiões, relativa a lagos e açudes: "Se nadou e
depois coçou, é porque pegou". Esta frase
refere-se à infecção por:
a) Plasmodium vivax.
b) Trypanosoma cruzi.
c) Schistosoma mansoni.
d) Taenia sollium.
e) Ancylostoma duodenale.

8) (Cesgranrio)

69
O esquema acima representa o processo
respiratório em planárias. Assinale a afirmação
incorreta sobre esse tipo de respiração.
a) O ser apresenta poucas camadas de células,
possibilitando a difusão gasosa.
b) O sangue auxilia no transporte de gases para
as células. NEMATODA
c) A difusão célula a célula possibilita o aporte
de O2 a todas as células.
Os nematelmintos ou asquelmintos são
d) A superfície de contato com o ambiente é
extensa, permitindo as trocas. vermes cilíndricos. Constituem-se num dos
e) As trocas gasosas se processam por diferença grupos mais diversos e abundantes do planeta.
de concentração. Apesar de serem mais conhecidos pelas doenças
que provocam, são importantes para a
manutenção do equilíbrio da natureza.
9) Os platelmintos parasitas Schistosoma No aspecto embriológico, possuem três
mansoni (esquistossomo) e Taenia solium (tênia)
folhetos germinativos (ectoderme, mesoderme e
apresentam: endoderme). Apesar de possuírem cavidade
a) a espécie humana como hospedeiro
interna no corpo, esta não se caracteriza como
intermediário.
um verdadeiro celoma, pois ela não é
b) um invertebrado como hospedeiro completamente revestida de mesoderme (e sim
intermediário.
parcialmente, sendo o restante limitado por
c) dois tipos de hospedeiros, um intermediário e
endoderme), razão por que são chamados
um definitivo.
pseudocelomados. O exemplo a ser estudado é
d) dois tipos de hospedeiro, ambos vertebrados.
o gênero Ascaris, dos quais o tipo mais
e) um único tipo de hospedeiro, que pode ser um conhecido é a lombriga.

Na figura está esquematizado o corte

transversal de uma lombriga, para que você note
alguns detalhes de organização do corpo do
animal. A maioria do pseudoceloma do animal
está preenchido com os aparelhos digestório e
reprodutor. Os cordões nervosos surgem no
dorso e no ventre, enquanto que de cada lado do
corpo está um canal excretor. Entre os dois
cordões nervosos e os canais excretores estão
situados os músculos longitudinais, envolvidos
pela epiderme com cutícula.
70
Tegumento: é constituído por um epitélio
simples, revestido por uma cutícula por ele
mesmo secretada.
Sustentação: inexiste no animal.
Sistema muscular: constitui-se de uma camada
de músculos longitudinais situada logo abaixo
da epiderme.
Sistema digestório: o asquelminto é o primeiro
animal da escala zoológica a apresentar o tubo
digestório aberto ou completo (isto é, com duas
aberturas: boca e ânus). Possui as seguintes
estruturas, pela ordem: boca, faringe (muscular e
destinada à sucção) e intestino longo, que
culmina no ânus.
Sistema circulatório: é ausente neste grupo. A
circulação se faz através dos líquidos do
pseudoceloma.
Sistema respiratório: também inexiste nos
asquelmintos. As trocas gasosas se efetuam por
difusão.
Sistema excretor: consiste em dois canais
longitudinais que terminam num poro excretor.
As estruturas excretoras são os protonefrídeos.
Sistema neurossensorial: o sistema nervoso
consta de um anel nervoso central situado ao
redor da faringe, do qual emergem fibras
longitudinais que percorrem todo o corpo do
animal.
Sistema reprodutor: na maioria das ocasiões o
animal é dióico, isto é, cada indivíduo possui
aparelho genital de um único tipo. O macho
possui testículos, vesícula seminal (que
armazena os espermatozóides), canal ejaculador
e, em lugar de pênis, espículas que unem seu
corpo ao da fêmea durante a cópula. Os genitais
femininos constam de ovário, oviduto (canal que
sai do ovário), útero e vagina, esta última se
abrindo no poro genital feminino. A fecundação
é interna e o desenvolvimento é direto. Lembre-
se: existem exceções. As principais doenças
causadas por nematóides são:
Bicho geográfico
Ancylostoma caninum é um parasita muito
comum de cães. Todavia, sua larva pode
penetrar na pele humana, onde cava túneis e
provoca sensações de ardência e coceira
extremamente incômodas. O contágio ocorre
freqüentemente na areia das praias, onde os cães
portadores da verminose defecam, ali deixando
os ovos embrionados do parasita. A larva desse
verme é conhecida como larva mígrans ou
―bicho geográfico‖.
Ancilostomose ou amarelão
Ancylostoma duodenale e Necator
americanus são dois vermes muito parecidos
(cerca de 1,5 cm). Os ancilóstomos possuem
uma espécie de boca com dentes que servem
para ―morder‖ a mucosa intestinal, fazendo
sangrar. Esses parasitas alimentam-se do sangue.
O necátor não possui dentes, mas lâminas
cortantes na boca, que são usadas com a mesma
finalidade. Isso provoca uma constante perda
sanguínea no doente, que vai ficando anêmico e
enfraquecido. É isso que justifica o nome
popular de ―amarelão‖ ou ―opilação‖ que é dado
à ancilostomose e à necatorese. Os ovos desses
vermes são eliminados nas fezes e contaminam o
solo, onde liberam larvas. Essas larvas têm a
capacidade de penetrar pela pele dos pés das
pessoas que andam descalças, sendo essa a
principal via de propagação da doença. O uso de
calçados constitui-se no melhor meio de
profilaxia da ancilostomose.
O ancilóstomo predomina em regiões
mais frias, onde há cerca de 70 milhões de
pessoas parasitadas. Existem cerca de 380
milhões parasitadas pelo necátor, que prevalece
em regiões mais quentes, sendo por isso, mais
comum entre nós.
(O ciclo de vida do Ancylostoma
duodenale está representado no fim da unidade).
Profilaxia: educação sanitária (uso de
privadas com esgoto ou fossa negra), evitar
contato das mãos e pés com o solo apropriado ao
desenvolvimento das larvas, andar calçado.
Oxiuríase ou enterobíase
Enterobius vermicularis é um dos vermes de
maior disseminação entre crianças, embora
também ocorra em adultos. Pequenino e
numerosíssimo, o oxiúro prolifera nas porções
baixas do intestino grosso, de onde migra para o
reto, nas imediações do ânus, principalmente à
noite. No rebordo anal, a fêmea põe seus ovos.
A intensa movimentação dos vermes e a
presença de ovos nas proximidades do ânus
ocasionam uma irritante coceira no ânus, que
71
identifica logo a oxiuríase. O hospedeiro coça a
região anal levando às mãos os ovos do parasita.
Se porventura os ovos forem colocados à boca,
completa-se o ciclo.
Ascaridíase
Agente etiológico (causador): Ascaris
lumbricoides. O macho (cerca de 15 cm) é um
pouco menor que a fêmea e tem a extremidade
posterior enrodilhada. É um parasita do intestino
delgado. O ciclo é oral-fecal. Contágio direto
Ascaris lumbricoides. a) fêmea; b) macho
pela ingestão de água e alimentos contaminados
com ovos do verme.
O parasita passa por um ciclo no organismo
humano, durante o qual a larva atravessa a
parede do intestino, cai na circulação, vai ao
fígado e depois aos pulmões, onde evolui
parcialmente. A seguir, prossegue pelos
brônquios, traquéia, laringe, glote, faringe,
esôfago, estômago e, finalmente, retorna ao
intestino, onde termina a evolução. A
ascaridiose ou ascaridíase provoca distúrbios
digestivos não muito acentuados e cólicas vagas.
Só quando o número de vermes se torna muito
grande é que surge o grave perigo de obstrução
intestinal por novelos de áscaris.
Filariose ou elefantíase
Agente etiológico: Wuchereria bancrofti,
também conhecida como filaria de Bancroft, é
um verme extra-intestinal, pois se localiza nos
vasos linfáticos. A fêmea é maior que o macho,
podendo alcançar 10 cm de comprimento. A
presença do verme nos vasos linfáticos ocasiona
a dificuldade circulatória da linfa, isto é, estase
linfática. Há derrame de líquidos para os tecidos
vizinhos, com aparecimento de edema (inchaço)
progressivo, que pode levar aquela parte do
corpo a dimensões desproporcionais. Partes do
corpo como mamas, bolsa escrotal e pernas
assumem proporções chocantes. Essa doença
tornou-se conhecida popularmente como
―elefantíase‖. Cientificamente, é a filariose ou
wuquererose. O contágio é indireto, exigindo a
participação de um transmissor ou vetor – o
mosquito Culex fatigans. O embrião desse
verme é chamado microfilária e é mais
facilmente encontrado no sangue do doente
quando colhido à noite, período de atividade do
mosquito vetor. Durante o dia, essas larvas se
recolhem à circulação profunda dos grandes
vasos.
72
 TEXTO COMPLEMENTAR
Para garantir eficiência no combate ao
caramujo (Biomphalaria glabrata), hospedeiro
intermediário do verme Schistosoma mansoni,
causador da esquissomose, cientistas do Centro
de Pesquisas Ageu Magalhães, em Pernambuco,
desenvolveram um tipo de caramujo capaz de
destruir o primeiro.
O novo tipo pertence à espécie Biomphalaria
straminea. Ela é imune ao ataque do verme
Schistosoma e tem a vantagem de acabar com o
caramujo veiculador da doença, destruindo-o.
Segundo os cientistas, o caramujo imune,
na competição pelos mesmos alimentos, libera
no meio ambiente substâncias que inibem ou
dificultam a vida e a reprodução do caramujo
transmissor da esquistossomose.
Esse é mais um caso de combate biológico
que os órgãos públios de Medicina Sanitária
podem explorar muiro bem a serviço do homem.
(Adaptado de O Globo, 17 nov. 1993)
De acordo com o texto acima responda:
Você acha que a inclusão de espécies
―exóticas‖no ambiente é uma prática segura de
controle de alguma praga? Justifique
73
 Tabela 1. Principais nematóides patogênicos parasitas do homem

Localização no
Parasita e
hospedeiro (parasita Patologia Transmissão
distribuição
adulto)

Ascaris lumbricoides Infecção grave –

Ingestão de ovos eliminados
obstrução do intestino,
(cosmopolita). Intestino delgado. nas fezes, contaminando
dos ductos pancreático e
mãos, verduras, água.
biliar; peritonite.

Ancylostoma
duodenale
Destruição de células
(Europa meridional, Intestino delgado. Penetração de larvas através
intestinais, anemia e
norte da África, Índia, da pele (pés principalmente).
debilitação geral.
Japão, China, Chile e
Peru).

Necator
americanus Semelhante ao Penetração de larvas através
Intestino delgado.
(tropical e da pele.
A. duodenale.
semitropical).

Ingestão de ovos depositados

na região anal e espalhados
Enterobius Intestino delgado e Prurido na região anal, no ambiente. Crianças auto-
vermicularis grosso, ceco. agitação, dor abdominal. infestam-se coçando a região
(cosmopolita). anal e levando as mãos à
boca.

Obstrução e alargamento
do sistema linfático,
Wuchereria Gânglios ou vasos
especialmente nas Picada de mosquito.
bancrofti linfáticos.
extremidades
(África e Ásia
(elefantíase).
tropical).

74
 EXERCÍCIOS
1) (UFMA) Os agentes causadores da malária,
filariose ou elefantíase, amarelão
esquistossomose são respectivamente:
a) Ascaris lumbricoides, Ancylostoma
duodenale, Triatoma sp, Planorbis sp.
b) Plasmodium vívax, Taenia solium, Dugesia
tigrina, Leishmania donovani.
c) Necator americanus, Trichinella spiralis,
Trichonympha sp, Anopheles sp.
d) Fasciola hepatica, Taenia saginata, Culex sp,
Entamoeba histolytica.
e) Plasmodium vívax, Wulchereria bancrofti,
Ancylostoma duodenale, Schistosoma sp.
2) (UFMG) Indicar a opção em que a
característica assinalada não serve para
distinguir os platelmintos dos nematelmintos:
a) tubo digestivo completo, com boca e ânus.
b) presença de cílios.
c) inexistência de sistema circulatório.
d) excreção por células-flama.
e) presença de pseudoceloma.
3) (UNIFOR-CE) A planária e a lombriga são
organismos, respectivamente:
a) pseudocelomado e celomado.
b) acelomado e pseudocelomado.
c) pseudocelomado e acelomado.
d) acelomado e celomado.
e) pseudocelomado e celomado.
4) (UEL-2005) Nematódeos são animais
vermiformes de vida livre ou parasitária,
encontrados em plantas e animais, inclusive no
homem. Sobre as características presentes em
nematódeos, considere as afirmativas a seguir.
I- Corpo não-segmentado coberto por cutícula.
II- Trato digestório completo.
III- Órgãos especializados para circulação.
IV- Pseudoceloma.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
5) (UEL-2008) Leia o texto a seguir: ―Assim
e como diversos outros povos, os indígenas que
viviam no vale de Lluta, no nordeste do Chile,
foram conquistados pelos Incas, cujo império se
estendeu pela América do Sul entre os séculos
XIII e XVI. As mudanças culturais impostas
pelos Incas provocaram o aumento de infecções
parasitárias na região. Segundo alguns
pesquisadores, padrões de alimentação,
saneamento, higiene e densidade populacional
das cidades antigas podem ser descobertos por
meio do exame dos parasitas identificados nas
fezes fossilizadas, também chamados de
coprólitos [...] Anterior à conquista dos Incas no
vale de Lluta, foram encontradas amostras com
ovos do verme Trichiuris trichiura e do parasita
Hymenolepis nana. Após a invasão dos Incas
foram observados ovos de Diphyllobothrium
pacificum, de Trichiuris trichiura e de
Enterobius vermicularis.‖
(Adaptado de: AGÊNCIA FIOCRUZ DE NOTÍCIAS
– Saúde e ciências para todos. MARQUES, F. Incas
tinham alta prevalência de doenças parasitárias.
2003. Disponível em: www.fiocruz.org.br Acesso em:
18 jun. 2007.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre
o tema, considere as afirmativas.
I- Trichiuris trichiura pode parasitar o intestino
grosso em humanos, se reproduz sexuadamente
e os ovos são eliminados para o meio externo
com as fezes, podendo contaminar alimentos
sólidos e líquidos.
II- Enterobius vermicularis pertence à família
Oxyuridae, tem alta prevalência nas crianças em
idade escolar, é de transmissão eminentemente
doméstica ou de ambientes coletivos fechados,
cujo mecanismo de infecção ocorre com a
ingestão de ovos.
III- Hymenolepis nana é uma espécie
cosmopolita, atingindo roedores, humanos e
outros primatas cujo mecanismo mais freqüente
de transmissão é a ingestão de ovos presentes
em alimentos contaminados e nas mãos,
principalmente de pessoas que vivem em baixas
condições sanitárias.
IV- Enterobius vermicularis, é uma doença
popularmente conhecida no Brasil como
―xistose‖, ou ―mal do caramujo‖, cuja
75
transmissão se dá pelas cercarias que penetram
mais freqüentemente nos pés e nas pernas, áreas
do corpo que mais ficam em contato com águas
contaminadas.
Assinale a alternativa que contém todas as
afirmativas corretas. ANNELIDA E MOLLUSCA
a) I e II.
b) II e III. Os anelídeos englobam os vermes mais
c) III e IV. evoluídos, quando comparados com os
d) I, II e III. platelmintos e os nematelmintos. São
e) II, III e IV. triblásticos, e nitidamente celomados. Além
disso, são os primeiros animais da escala
6) Crianças que freqüentavam um tanque de evolutiva a apresentarem sistema circulatório.
areia do condomínio onde residiam, A característica principal dos anelídeos é a seg-
apresentaram, praticamente ao mesmo tempo, mentação. Logo, a segmentação dos anelídeos
uma parasitose conhecida popularmente como não é apenas aparente. Ela é externa e interna.
"bicho geográfico" ou "larva migrans", cujo Até o celoma é compartimentalizado nos
agente etiológico é o 'Ancylostoma numerosos anéis do corpo. Músculos, gânglios
braziliense'.Quais os animais a seguir nervosos e órgãos circulatórios e excretores
relacionados poderiam ter sido responsáveis pela mostram-se individualizados em cada segmento.
contaminação da areia? Os anelídeos vivem no solo (minhocas),
a) Ratos e pássaros. na água doce (sanguessugas) e no ambiente
b) Ratos e pombos. marinho (nereide). Os anelídeos móveis podem
c) Morcegos e pombos. ou não apresentar cerdas, pequenas formações
d) Cachorros e gatos. filiformes quitinosas sem articulações. Em
e) Papagaios e pombos. virtude dessa característica, o filo Annelida foi
dividido em três classes:

Polichaeta
Os poliquetas são principalmente
marinhos, de hábitos fixos ou errantes. Os sexos
são separados, a fecundação é externa e o
desenvolvimento é indireto. As larvas ciliadas
são chamadas de trocófora. Pode haver
reprodução assexuada por estrobilizacão
estrobilização. Apresentam cabeça diferenciada
com órgãos sensoriais bem evidentes (olhos e
tentáculos). Na faringe há mandíbulas. São ágeis
e em cada segmento do corpo possuem
parápodes (grego: para = ao lado + podos =
pé), que são expansões laterais sobre as quais se
implantam numerosas cerdas. Os parápodes
servem para nadar, andar e freqüentemente, para
efetuar trocas gasosas, pois neles podem ser
encontradas brânquias.

76
Oligochaeta
Os oligoquetas englobam os anelídeos que
possuem poucas cerdas. Como exemplo temos a
minhoca. São principalmente terrestres e de água
doce. As cerdas que ajudam na locomoção são
curtas e implantam-se diretamente em cada
segmento do corpo. A maioria é hermafrodita,
com fecundação cruzada e desenvolvimento
direto. O hermafroditismo está relacionado com
a maior dificuldade de se encontrar um parceiro
sexual no meio terrestre em comparação com o
meio aquático. O clitelo é o órgão responsável
pela produção do casulo, onde as minhocas
deixam seus ovos. As minhocas são importantes
para a agronomia, pois ajudam a arejar o solo e
aumentam o teor orgânico do solo (urina, fezes,
elementos mortos e decompostos), produzindo
húmus de excelente qualidade.
Hirudinea
Os aquetas ou Hirudínea não portam
cerdas. Exemplo: sanguessuga. A maioria é de
água doce, mas podemos encontrar hirudíneos
terrestres. A maioria é parasita externa,
alimentando-se de sangue e de outros fluidos
diversos. Tal como os oligoquetas, a maioria é
hermafrodita, com fecundação cruzada e
desenvolvimento direto. Também têm clitelo e
produzem casulo. O corpo é achatado, apre-
sentando uma ventosa em cada extremidade.
Características Gerais
Vamos utilizar a minhoca como sendo o
modelo para o filo, fique atento às exceções.
Tegumento: é constituído por um epitélio sim-
ples, sobre o qual se assenta uma cutícula
elástica. Em meio às células epiteliais, há
glândulas unicelulares e cerdas, estas últimas são
prolongamentos quitinosos.
Sistema muscular: logo abaixo da epiderme, há
duas camadas de músculos. A primeira (mais
externa) é circular, e sua contração diminui o
diâmetro do animal. A mais interna é
longitudinal, sua contração acarreta o
encurtamento da minhoca.
Sistema digestório: é completo. Inicia-se com
uma boca anterior (no anel denominado
peristômio) a qual se segue uma faringe.
Sucedem-se o esôfago, papo, moela e intestino.
Na moela, os alimentos são triturados e levados
ao intestino para a absorção. Este último possui
uma invaginação dorsal, que aumenta a
superfície de absorção, chamada tiflosole. O
alimento consta de detritos orgânicos que o ani-
mal ingere por ação da musculatura da faringe.
Os detritos são eliminados pelo ânus.
Sistema circulatório: o sangue da minhoca pos-
sui hemoglobina e células semelhantes aos
nossos glóbulos brancos dissolvidos no plasma.
Dizemos também que o aparelho circulatório da
minhoca é um sistema fechado, pois o sangue
está permanentemente no interior dos vasos
sangüíneos.
Sistema respiratório: não há um sistema respi-
ratório diferenciado na minhoca. As trocas
gasosas são efetuadas através do tegumento, que
possui profusa irrigação sangüínea, facilitando o
processo. O sangue oxigenado é carregado pelo
vaso dorsal para distribuição para todo o corpo.
Sistema excretor: a excreção da minhoca é feita
através de estruturas denominadas nefrídeos,
77

existindo dois deles em cada anel.
Sistema neurossensorial: o sistema nervoso é
formado por uma série de gânglios ventrais.
Sistema reprodutor: a minhoca é monóica ou
hermafrodita. O aparelho feminino possui dois
ovários e dois ovidutos que desembocam no
poro genital feminino. O masculino possui
testículos envoltos por vesículas seminais. De
cada testículo saem dutos espermáticos que se
fundem nos canais deferentes, desembocando no
poro genital masculino. Como parte do aparelho
reprodutor ainda existem os receptáculos
seminais, que se abrem em orifícios
independentes. A fecundação da minhoca é
interna e cruzada. Os indivíduos inoculam-se
mutuamente o esperma que é recebido pelos
receptáculos seminais. Posteriormente, ocorre a
fecundação, formando-se então vários ovos que
serão envolvidos por um casulo elaborado pelo
próprio animal. O desenvolvimento é direto.
Fecundação cruzada em minhoca
• Em a, duas minhocas se acasalam. Há troca de
espermatozóides;
• Em b, cada uma forma um casulo sobre o cli-
telo e ovula dentro desse casulo;
• Em c, o casulo desliza para a extremidade an-
terior do animal, arrastando os óvulos no seu
interior. Ao passar pelas câmaras armazenadoras
de espermatozóides, o casulo permite múltiplas
fecundações;
• Em d e e, o casulo desliza e se liberta do ani-
mal, contendo inúmeros ovos embrionados que
darão origem a novas minhocas.
Filo Mollusca
O filo dos moluscos abrange o conjunto de
animais formado pelas lesmas, caracóis,
mariscos, ostras, polvos e lulas, altamente bem-
sucedidos em todos os ambientes e de enorme
importância ecológica. Movimentam boa parte
da economia de alguns países. Existem
aproximadamente 110 mil espécies, mais que o
dobro do número de espécies de vertebrados.
Vivem no mar, na água doce ou na terra.
Não há uma forma padrão, mas de modo
geral, o corpo dos moluscos apresenta simetria
bilateral, é mole e não segmentado (essa
característica não é consenso entre os zoólogos),
constando de cabeça (não é evidente nos
bivalves – grupo ao qual pertencem as ostras e
mariscos – que, no entanto, conservam uma
massa cerebróide anterior), pé ventral
musculoso (às vezes reduzido), um conjunto
dorsal de órgãos chamado massa visceral e
manto ou pálio (nome dado a epiderme dorsal
que recobre a massa visceral e forma dobras
marginais que circundam o corpo); em quase
todos os moluscos o manto secreta uma
cobertura calcária chamada concha.
O sistema digestório é completo.
Excetuando os bivalves, que são filtradores, os
moluscos apresentam uma estrutura bucal
chamada rádula (latim: raspadeira), recoberta
por fileiras de dentículos córneos, que atua como
uma língua raspadora. Para se ter uma idéia de
como a rádula funciona, deve-se imaginar a
nossa língua dotada de dentes na parte superior
e, com a boca aberta e os lábios colados contra
uma superfície, lambe-se com a língua.
Como a maioria dos moluscos vive na água
as trocas gasosas são efetuadas por brânquias
alojadas na cavidade do manto. Entretanto, a
conquista do meio terrestre por caracóis e lesmas
deveu-se à ocorrência de um pulmão primitivo,
na verdade uma porção da cavidade do manto
78
transformada num simples saco úmido e O hermafroditismo está relacionado com a maior
vascularizado que permite a esses animais a dificuldade de se encontrar um parceiro sexual
respiração em meio aéreo. Caracóis de água no meio terrestre em comparação com o meio
doce também têm pulmão, e são considerados aquático.
como grupo de adaptação do meio terrestre que
retornou aos ambientes de água doce.
O sistema circulatório pode ser do tipo
aberto ou lacunar, ou fechado, dependendo da
atividade metabólica do animal. No primeiro
caso, o sangue atravessa o coração e vasos que
chegam ou partem dele, para depois esparramar-
se em espaços entre os órgãos (hemocele),
voltando para o coração. Tal sistema é
apropriado apenas para animais de pequeno
Esquema de organização de um molusco
porte, pois a pressão sendo baixa, só pode
gastrópode terrestre.
permitir a condução do sangue em percursos
reduzidos. No segundo caso, encontrado
somente em moluscos que apresentam maior
Bivalves, pelicípedos ou
porte, como os cefalópodes (polvos e lulas), o lamelibrânquios
sangue circula exclusivamente no interior de Ostras, mariscos, mexilhões etc. São
vasos sangüíneos de ida e de volta, unidos por chamados de bivalves porque apresentam duas
redes de capilares, os quais realizam as trocas de conchas calcárias que se articulam. São
substâncias com os tecidos. A excreção é feita principalmente marinhos. Todos efetuam trocas
por nefrídeos agrupados numa espécie de rim. O gasosas através de brânquias internas lamelares,
sistema nervoso é formado por cordões nervosos de onde provém o nome de lamelibrânquios.
que se ligam a um gânglio cerebróide. Há Pelecípedo faz referência ao formato do pé,
órgãos sensoriais bem desenvolvidos (olhos, semelhante a um machado. É a única classe de
tentáculos, estatocistos), exceto para a audição. moluscos que não apresentam rádula, pois são
A reprodução é exclusivamente sexuada. filtradores e utilizam as brânquias recobertas de
A maioria apresenta sexos separados, mas muco para reter material particulado. Podem
existem hermafroditas (apresentando, na maioria apresentar, na margem do manto, órgãos
dos casos, fecundação cruzada). A fecundação é sensoriais, às vezes sobre forma de tentáculos e
interna ou externa. A maioria é ovípara e o olhos bem evidentes. A maioria tem sexos
desenvolvimento é indireto, com larva ciliada separados, fecundação externa e
semelhante à dos poliquetas chamada trocófora, desenvolvimento indireto.
e em alguns casos apresenta uma segunda larva
conhecida como véliger.
As três maiores e mais importantes classes
de moluscos são:

Gastrópodes ou univalves
Caramujos ou caracóis e lesmas.
Apresentam cabeça, pé, massa visceral e manto,
em geral bem desenvolvidos. A concha é única,
helicoidal ou não. No caso das lesmas, ela
inexiste. Habitam o mar, a água doce e o
ambiente terrestre. Os organismos marinhos,
Bivalve em vista lateral e corte transversal.
mais primitivos, têm sexos separados, com
fecundação externa. Os mais derivados são
hermafroditas, com fecundação cruzada interna.
79
Cefalópodes
Polvos, lulas, sépias, náutilus e
argonautas. São exclusivamente marinhos. São
considerados os moluscos mais complexos. As
conchas podem ser externa (náutilus), interna
(lulas e sépias) ou inexistente (polvos). A
respiração é realizada por brânquias situadas na
cavidade do manto. Nos polvos e lulas existe um
sifão muscular que, associado à cavidade do
manto, relaciona-se à locomoção: quando a
cavidade do manto enche-se de água, a abertura
de entrada fecha-se e o manto é fortemente
contraído, a água sai em jatos pelo sifão,
impulsionando o animal. Para se defenderem,
eliminam pelo sifão jatos de uma tinta escura,
produzida por uma glândula, que confunde seus
perseguidores. São dióicos, com dimorfismo
sexual, fecundação interna e desenvolvimento
direto. Polvos e lulas depositam seus ovos em
cachos dependurados no teto dos esconderijos
rochosos.
TEXTOS COMPLEMENTARES
Israel Reabilita as Sanguessugas
Três centros de pesquisa de Israel estão
usando sanguessugas no tratamento de doenças
circulatórias. As sanguessugas são a base de
terapias experimentais contra embolias e para
desobstruir veias e artérias. Estigmatizadas
durante muitos anos, as sanguessugas também
estão sendo estudadas na França, Grã-Bretanha,
Alemanha, Rússia e China. O Hospital Hadasa,
em Jerusalém, coordena o estudo em Israel, onde
o Ministério da Saúde advertiu, esta semana, que
as sanguessugas só poderão ser usadas em
voluntários em casos extremos. Os cientistas
extraem da saliva do animal um potente
anticoagulante, a substância hirudina. Os
primeiros testes serão feitos com pacientes que
sofrem de má circulação nas pernas.
(Adaptado de O Globo, 19 dez. 1993)
Pérolas
As pérolas são formadas pela deposição de
camadas concêntricas de material calcário ao
redor de um grão de areia ou outro objeto
estranho que se aloja entre o manto e a concha,
sendo então, envolvido pelo tecido do manto,
como um saquinho. As pérolas cultivadas são
produzidas colocando um desses saquinhos
(contento uma pequena esfera de concha em seu
interior) dentro de uma outra ostra perilífera, que
leva vários anos para depositar apenas 1 mm de
madrepérola (ou nácar) ao seu redor.
EXERCÍCIOS
1) (CESCEM) As alternativas abaixo referem-se
a fenômenos ou estruturas relacionadas com
diferentes tipos de moluscos. Assinale a
associação errada.
a) caracol – cavidade do manto funcionando
como pulmão.
b) caracol – rádula importante na obtenção de
alimentos.
c) ostra – cabeça como sede dos órgãos
sensoriais.
d) mexilhão – brânquias importantes na
obtenção do alimento.
e) polvo – jato-propulsão.
2) (UNIMEP-PE) Assinale a característica que
não pode ser atribuída aos anelídeos:
a) sexos separados.
80
b) respiração branquial. a) moluscos.
c) corpo segmentado. b) platelmintos.
d) ausência de aparelho circulatório. c) nematelmintos.
e) sistema nervoso ganglionar. d) artrópodes.
e) anelídeos.
3) (VUNESP) Os anelídeos têm em comum:
a) o habitat. 8) (FCC-LONDRINA) Os anelídeos são
b) as ventosas. animais:
c) a segmentação. a) protostômios e acelomados.
d) os parapódios. b) protostômios e pseudocelomados.
e) as cerdas. c) protostômios e celomados.
d) deuterostômios e pseudocelomados.
4) (MED-ABC) As brânquias de moluscos e) deuterostômios e celomados.
bivalves e cefalópodes diferem entre si porque
as do primeiro citados são: 9) (UFF-RJ) ―O oxigênio entra pela epiderme,
a) somente respiratórias e as dos últimos apenas combina-se com a hemoglobina do sangue que
relacionadas com a alimentação. circula por um sistema fechado de vasos.‖ Essa
b) somente relacionada com a alimentação e as descrição é válida para:
dos últimos apenas respiratórias. a) uma minhoca.
c) relacionadas com a respiração e a alimentação b) um celenterado.
e as dos últimos apenas com a respiração. c) uma lombriga.
d) somente respiratórias e as dos últimos d) qualquer platelminto.
relacionadas com a respiração e a alimentação. e) uma planária.
e) somente relacionadas com a alimentação e as
dos últimos relacionadas com a alimentação e a 10) O caracol de jardim difere da ostra, entre
respiração. outros motivos, por:
a) apresentar concha.
5) (PUC CAMPINAS-SP) Não encontramos em b) ter a concha formada por duas valvas.
anelídeos: c) ter respiração ―pulmonar‖.
a) células-flama. d) não ter concha.
b) sangue vermelho. e) apresentar CaCO3 na composição de concha.
c) circulação fechada.
d) clitelo. 11) (UEL) É encontrado(a) apenas entre os
e) celoma. moluscos, a estrutura:
a) esqueleto calcário.
6) (PUC) A rádula é um órgão ralador dos b) tentáculos.
alimentos nos moluscos. É ausente nos c) sifão exalante.
representantes da classe: d) rádula.
a) anfineura. e) tubo digestivo completo.
b) cefalópoda.
c) scafopoda. 12) (UEL-2008) Para entender a evolução
d) gastrópoda. animal, o estudo da presença do celoma é
e) pelecípoda. fundamental, porque indica a separação de
linhagens importantes. Considerando a
7) (PUC-SP) Animais segmentados e com classificação tradicional dos animais segundo
cerdas pares; cutícula fina não quitinosa; trato esse critério, assinale a alternativa que indica
digestivo completo; sistema sangüíneo fechado; aqueles que são, respectivamente, acelomados,
nefrídeos pares; há espécies marinhas, de água pseudocelomados e celomados.
doce e terrestres. As características acima a) planárias, lombrigas e minhocas.
referem-se aos: b) tênias, gafanhotos e medusas.

81
c) filárias, protozoários e ancilóstomos.
d) poliquetos, lesmas e esquistossomos.
e) camarões, sanguessugas e estrelas-do-mar.
13) (UEL-2007) Leia o texto a seguir. ―Foi
aproveitando a necessidade de dezenas de
prefeituras por assistência médica que, de acordo
com a Polícia Federal e o Ministério Público, um
grupo teria desviado R$ 110 milhões das verbas
federais destinadas à compra de ambulâncias. O
grupo, segundo a PF, reuniria uma centena de
pessoas, entre políticos, empresários e servidores
públicos. Pela acusação de sugar o Orçamento
da União, seus representantes ficaram conheci-
dos (...) pela alcunha de sanguessugas‖.
Fonte: MEIRELES, A. & MACHADO M. Um convite
ao crime. In: Revista Época. São Paulo, nº 417,
p..28, maio de 2006.
As verdadeiras sanguessugas são animais que
habitam rios e lagos de água doce, têm o corpo
ligeiramente achatado dorsiventralmente, sem
apresentar cerdas nem parápodos e com duas
ventosas para fixação.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre
o tema, assinale a afirmativa que caracteriza
as sanguessugas:
a) platelmintos trematodas.
b) platelmintos turbelários.
c) anelídeos poliquetas.
d) anelídeos oligoquetas.
e) anelídeos hirudíneos.
14) Comparando os esquemas abaixo, você
observará as estruturas comuns às principais
classes de moluscos. Indique-as pelos números
de 1 a 4.
ARTRÓPODES
O grupo dos Artrópodes é extremamente
bem-sucedido sob todos os aspectos. É o maior e
mais amplamente distribuído grupo de todos os
animais. Como os cordados, vivem em locais
bastante distintos, o que significa que seu padrão
estrutural se adaptou a muitos tipos de hábitats.
Os Artrópodes (arthos = articulação, e podos =
pés) são organismos que se caracterizam por
apresentarem apêndices e pernas pares e
articuladas. São metazoários de simetria
bilateral, com os corpos segmentados,
triblásticos, protostômios e celomados; possuem
um exoesqueleto quitinoso, que só permite o
crescimento do animal por mudas (ecdises).
Classificação
Os artrópodes estão divididos em cinco
classes principais:
Crustáceos ou Branquiados – Exemplos:
camarões, siris, caranguejos, lagostas, pitus,
tatuzinhos-de-jardim, baratas-da-praia...
Insetos ou hexápodes – Exemplos: moscas,
besouros, baratas, pulgas, piolhos, percevejos,
gafanhotos, pernilongos, abelhas, cupins,
formigas...
Quelicerados – Exemplos: aranhas,
escorpiões, carrapatos...
Quilópodes ou Centípedes – Exemplos:
lacraias, centopéias.
Diplópodes ou Milípedes – Exemplos:
piolhos-de-cobra (gongolôs ou embuás).
Classe Crustacea
Nos ecossistemas aquáticos, são eles os
principais consumidores de primeira ordem e
constituem o suprimento básico de alimento para
animais cujo tamanho varia desde o de um peixe
pequenino até o das baleias. Essa classe (do
latim crusta = casca) é formada por organismos
com o corpo revestido por uma cutícula
quitinosa espessa e rígida, formando o
82
exoesqueleto, que é impregnado de carbonato de
cálcio.
Apesar de existir uma grande variedade de
formas, pode-se dividir o corpo em cabeça,
tórax e abdômen. As formas mais derivadas,
com a fusão dos anéis toráxicos com a cabeça,
possuem o corpo dividido em cefalotórax e
abdômen, como por exemplo, o camarão.
Características Gerais
Morfologia externa: a cabeça porta 2 pares de
antenas (tetráceros), 1 par de mandíbulas e 2
pares de maxilas. O tórax apresenta segmentos
com número variável, podendo estar fundidos ou
não. O tórax porta apêndices locomotores ou que
funcionam para alimentação, sensitivos e
respiratórios. No abdômen, os segmentos não
são fundidos e seus apêndices são: pleiópodes
(natatórios, no macho 1º par transformado em
órgão copulador) e urópodes (natatórios, e nas
fêmeas protegem os ovos). O último segmento é
o télson.
Sistema digestório: é completo e a digestão é
extracelular. É comum a existência de um
estômago mastigador: o molinete-gástrico (ou
moinho gástrico). Nos crustáceos mais simples
(microcrustáceos) há eficientes mecanismos de
filtragem de água para a coleta de nutrientes e de
organismos do fitoplâncton.
Sistema respiratório: a respiração é branquial.
As brânquias localizam-se sobre as pernas
toráxicas. Nos microcrustáceos as trocas gasosas
são feitas pela superfície do corpo.
Sistema circulatório: é do tipo aberto ou
lacunar. Possuem coração dorsal que recebe das
brânquias o sangue arterial, depois distribui para
o corpo. O sangue geralmente contém um
pigmento respiratório, a hemocianina. As
lacunas são celomáticas (hemoceles). É comum
chamar o sangue dos artrópodes de hemolinfa.
Sistema excretor: a excreção se faz por
glândulas verdes ou antenárias, cujo poro
excretor abre-se na base da antena. Tais
glândulas recolhem os catabólitos do celoma e
do sangue.
Sistema nervoso: possuem gânglios cerebróides
e uma cadeia nervosa ganglionar ventral.
Sistema sensorial: os órgãos sensoriais são bem
desenvolvidos. Os olhos podem ser simples ou
compostos, sésseis ou pedunculados. Os olhos
compostos são formados por muitas unidades, os
omatídeos. Há órgãos de equilíbrio, os
estatocistos, na base das antenas e órgãos tácteis
e olfativos, especialmente na região da cabeça.
Reprodução: a maioria é unisexuada (dióicos)
e as aberturas genitais encontram-se na parte
ventral. Pode haver dimorfismo sexual e a
fecundação é interna. Nos microcrustáceos é
comum a partenogênese. Há muitas larvas e a
mais simples é a Nauplius. Nos crustáceos
superiores, além dessas, há também protozoé e
mysis. Observamos grande capacidade de
regeneração no camarão jovem, reduzindo essa
característica nos adultos. A autotomia é um
excelente meio de defesa, pois consiste na auto-
amputação e posterior regeneração de um
segmento toráxico, que fica com o agressor
enquanto o animal foge.
Habitat: são animais predominantemente
aquáticos, marinhos e dulcícolas. Podem viver
na areia das faixas litorâneas (caranguejo), em
terra úmida (tatuzinho-de-jardim), em lamas do
mangue e algumas espécies, como as cracas,
vivem fixas às rochas, pilares de pontes, cascos
de navios, etc.
83
Classe Hexápoda
Esta é a classe mais numerosa de animais
terrestres viventes (mais de 750.000 espécies
catalogadas) e inclui os insetos. Alguns grupos
invadiram a água doce. Estimam-se cerca de 30
milhões de espécies de insetos não descritas, a
maioria nas florestas tropicais. A classe
Hexapoda tem como características: 1 par de
antenas (díceros), 3 pares de pernas
(hexápodes) e corpo nitidamente dividido em
cabeça, tórax e abdômen.
Todos estão organizados segundo um mesmo
padrão estrutural; as principais diferenças entre
os maiores grupos de insetos referem-se ao tipo
de asa, à metamorfose e às peças bucais.
Características Gerais
Morfologia externa: a cabeça é o centro
sensorial do animal. Nela estão localizados seus
principais órgãos dos sentidos: as antenas e os
olhos. As antenas são órgãos quimiorreceptores,
que apresentam as funções olfativas e tácteis. Os
olhos podem ser de dois tipos: simples (ocelos)
e compostos (facetados). Os olhos simples são
no máximo três, enquanto os olhos compostos
são dois.
O tórax é o centro locomotor dos insetos. É
formado por três segmentos, com um par de
patas por segmento. As asas são estruturas vivas
ligadas ao tórax, mas não são membros
verdadeiros e sim uma expansão lateral do
tegumento. Em suas nervuras passam vasos,
traquéias e lacunas sangüíneas.
O abdômen é o centro de nutrição dos insetos,
desprovido de apêndices e com uma
segmentação nítida. Os últimos segmentos nas
fêmeas formam o ovopositor. Existem aberturas
das traquéias, denominadas espiráculos, que
servem para a entrada de ar, localizadas
lateralmente. Nas abelhas e vespas existem os
ferrões.
Sistema digestório: é do tipo completo. Possui
boca, faringe, esôfago, papo, moela, estômago,
intestino, ânus e como; órgãos anexos, as
glândulas salivares. O aparelho bucal é adaptado
ao tipo de alimentação do animal:
Mastigador ou triturador (gafanhoto,
barata).
Lambedor (abelhas).
Sugador (borboletas).
Picador sugador (pernilongos, pulgas).
Picador não sugador (moscas).
Sistema respiratório: é do tipo traqueal. O ar
atmosférico entra pelos espiráculos (pequenas
aberturas localizadas na porção lateral do
abdômen do animal), e percorre as traquéias, que
são inúmeros tubos com grandes ramificações,
que levam o ar para todas as partes do abdômen
do inseto.
Sistema circulatório: a circulação é aberta ou
lacunar. O coração é um órgão tubuloso, dorsal
ao abdômen, apresentando pequenas câmaras
contrácteis, os ventriculites. O sangue é incolor,
não transportando gases respiratórios.
Sistema excretor: a excreção é feita por túbulos
de Malpighi, que eliminam especialmente ácido
úrico diretamente no intestino.
84
Sistema nervoso: o cérebro é anterior e está
ligado aos gânglios subesofagianos por um anel
nervoso. Há ainda a cadeia nervosa ventral.
Sistema sensorial: a visão dos insetos (olhos
simples e compostos) distingue cores até
ultravioleta. A sensibilidade auditiva é percebida
pelos pêlos e órgãos cordotonais das pernas, a
sensibilidade olfativa situa-se nas antenas, a
sensibilidade gustativa está nos palpos bucais e a
sensibilidade táctil em cerdas de apêndices.

emerge o adulto ou imago, já pronto para a

reprodução.
Reprodução: são animais dióicos, com
dimorfismo sexual. As fêmeas são sempre
maiores. A fecundação é interna e o
desenvolvimento pode ser direto ou indireto, Classe Chelicerata
com metamorfose. Há casos de partenogênese A classe Chelicerata (portadores de
(abelhas). quelíceras) é formada de organismos cujo corpo
Desenvolvimento: o desenvolvimento pode ser divide-se em cefalotórax e abdômen, não
direto, sem metamorfose, onde o inseto, após possuem antenas (áceros) e têm 4 pares de patas
eclodir do ovo, somente aumenta de tamanho (octópodes). É o terceiro grande grupo dos
após sucessivas mudas. É encontrado nos insetos artrópodes. São na maioria terrestre, vivendo sob
mais primitivos, como as traças de livro. Ou troncos, pedras, buracos no solo, em vários
pode apresentar desenvolvimento indireto, com hábitats desde o nível do mar até altas
metamorfose incompleta (hemimetábolos), ou montanhas. São exemplos de quelicerados as
com metamorfose completa (holometábolos). aranhas, os escorpiões, opiliões e os carrapatos
(ácaros).
Ninfa: forma jovem, semelhante ao adulto,
porém, sem asas e com aparelho reprodutor não
desenvolvido.
Larva: jovem, de aspecto vermiforme, que
não se assemelha ao adulto: alimenta-se
intensamente. Cresce com rapidez e, na última
troca de cutícula, emerge o estágio de pupa.
Pupa: também conhecida em certos casos
como crisálida; neste estágio, apesar de parecer
dormente, o inseto passa por grandes
modificações internas.
Depois de algum tempo, que pode variar de
alguns dias a vários meses conforme a espécie,

85
Características Gerais localizam-se no télson, que tem a forma de um
aguilhão inoculador. As aranhas apresentam
Morfologia externa: o cefalotórax possui seis ainda as glândulas sericígenas, que se
pares de apêndices: o primeiro par representa as localizam no abdômen e terminam nas
quelíceras, que servem para capturar a presa e fiandeiras onde produzem o fio utilizado para
na maioria dos representantes da classe, tecer a teia.
terminam por uma pinça. O segundo par de Reprodução: são animais de sexos separados,
apêndices apresenta os pedipalpos, que servem com dimorfismo sexual e fecundação interna.
para a apreensão. Há também quatro pares de Nas aranhas o macho utiliza o pedipalpo como
pernas. O abdômen nunca apresenta apêndices. órgão copulador. São ovíparos e vivíparos
Nas aranhas, o abdômen tem ventralmente as (escorpiões). Possuem desenvolvimento direto.
aberturas dos pulmões foliáceos (ou Há partenogênese em alguns ácaros.
filotraquéias) e o poro genital. Posteriormente,
ficam o ânus e as fiandeiras, que tecem os fios
da teia. Nos escorpiões existe um pós-abdômen,
cujo último artículo é inoculador de veneno
(télson). Nos ácaros não há uma nítida separação
entre cefalotórax e abdômen.
Sistema digestório: é do tipo completo e a
digestão é extracelular e extra-intestinal, nas
aranhas, onde seus sucos digestivos são
injetados no corpo das presas (local onde é feita
a digestão do animal). A aranha não devora suas
presas, pois consegue absorver somente líquidos.
Injeta-lhe saliva e depois aspira o líquido
resultante da digestão dos órgãos da presa.
Sistema respiratório: a respiração é feita por
pulmões foliáceos (ou filotraquéias ou
pulmotraquéias), onde ocorre a hematose (troca
de gases respiratórios). Em alguns ácaros a
respiração é cutânea ou traqueal.
Sistema circulatório: a circulação é lacunar e o
coração é dorsal no abdômen. O sangue é
formado por um plasma, contendo amebócitos e
hemocianina como pigmento respiratório.
Sistema excretor: a excreção é feita por um par
de tubos de Malpighi, ramificados, e ainda um
ou dois pares de glândulas coxais situadas no
assoalho do cefalotórax (excretam ácido úrico
por ductos que se abrem entre as pernas).
Sistema nervoso: apresentam um cérebro,
ligado por um anel nervoso a uma cadeia
ganglionar ventral, semelhante aos insetos.
Sistema sensorial: como órgãos visuais há os
ocelos, com função táctil há os pedipalpos e
células quimiorreceptoras nos apêndices, além
de pêlos, os tricobótrios, que detectam
movimentos de ar. Podem apresentar glândulas
venenosas, que nas aranhas estão localizadas
nas bases das quelíceras e nos escorpiões
86
 Classe Diplopoda
A classe Diplopoda (do grego diploos =
duplo + podos = pés) inclui as centopéias e os
piolhos-de-cobra e apresenta como principais
características:
Corpo segmentado, cilíndrico ou
ligeiramente achatado, dividido em cabeça,
quatro segmentos torácicos e abdômen longo.
Um par de antenas curtas na cabeça.
Ausência de glândulas de veneno.
Dois pares de pernas curtas por segmento
abdominal (um par por segmento torácico,
exceto o primeiro).
Herbívoros (consumidores de 1ª ordem) ou
saprófagos.
Podem ser encontrados em locais escuros e
Classe Chilopoda úmidos, são lentos e, quando incomodados,
enrolam-se em espiral, secretando substâncias de
A classe Chilopoda (do grego chilioi = defesa.
mil + podos = pés) inclui as lacraias e apresenta Sexos separados, fecundação interna
como principais características:
Corpo segmentado, achatado, exoesqueleto
com impregnação calcária.
Um par de antenas longas na cabeça.
Um par de glândulas de veneno, as
forcípulas, ventralmente, logo depois da
cabeça.
Um par de pernas longas por segmento do
corpo, exceto no primeiro e no último. O último
segmento porta apêndices modificados. Apesar
de parecerem servir para inoculação de veneno,
esta função na realidade é realizada pelas
forcípulas, localizadas próximas à cabeça do
animal.
Noturnos, exclusivamente terrestres,
movimentos rápidos.
Carnívoros predadores (consumidores de 2 ª Um piolho-de-cobra. Estrutura de defesa no centro.
ordem ou de ordens mais elevadas).
Sexos separados, fecundação interna.

87
 EXERCÍCIOS
1) (MED. SANTO AMARO) Insetos que
apresentam no seu desenvolvimento as fases de
OVO-NINFA-IMAGO são conhecidos como:
a) insetos de metamorfose completa.
b) apterigotos.
c) hemimetábolos.
d) holometábolos.
2) (MED TAUBATÉ) Corpo em geral formado
de cefalotórax e abdômen, sem antenas, com
quelíceras e pedipalpos, e sem mandíbulas.
Trata-se de:
a) insetos.
b) crustáceos.
c) aracnídeos.
d) quilópodes.
e) diplópodes.
3) Assinale a alternativa que contém apenas
exemplos de crustáceos
a) aranha, camarão, barata e centopéia.
b) camarão, lagosta, siri e aranha.
c) escorpião, siri, piolho e estrela-do-mar.
d) caranguejo, besouro, carrapato e ostra.
e) camarão, caranguejo, tatuzinho-de-jardim.
4) (UDESC) Os insetos que apresentam
metamorfose completa (holometábolos) passam
pelas seguintes fases, desde que saem do ovo até
a fase adulta:
a) larva – pupa – crisálida – lagarta – ninfa –
imago
b) larva – ninfa – imago
c) larva – pupa ou crisálida – imago
d) larva – pupa ou crisálida – ninfa – imago
e) larva – pupa ou crisálida – imago – ninfa
5) (UFCE) Para que as ninfas transformem-se
em adulto, precisam apenas desenvolver:
a) pernas e antenas.
b) Cabeça.
c) aparelho digestivo.
d) asas e aparelho reprodutor.
e) aparelho locomotor.
6) (CESCEM) As borboletas, na fase de pupa,
obtêm alimento e energia:
a) das plantas onde se fixam.
b) das reservas do organismo materno.
c) das reservas armazenadas pela lagarta.
d) dos casulos que as envolvem.
e) do vitelo abundante que existe no zigoto.
7) Pedipalpos estão presentes:
a) nos insetos em geral.
b) nos crustáceos.
c) nos aracnídeos, em geral.
d) somente em escorpiões.
e) em todos os artrópodes.
8) Entre as características abaixo:
I - Glândulas de veneno na extremidade do pós-
abdômen;
II - Segmentação do corpo muito evidente;
III - Quelíceras e pedipalpos com pinças na
extremidade distal.
Aparecem nos escorpiões e servem para
diferenciá-los das aranhas:
a) apenas I e II
b) apenas I e III
c) apenas II e III
d) todas elas
e) apenas I
9) (UEL-2003) A respiração e a circulação nos
insetos sustentam a alta demanda metabólica
desses animais durante o vôo. Além disso, a
respiração traqueal é uma importante adaptação
dos insetos para a vida terrestre. Sobre as
relações fisiológicas entre os processos
respiratório e circulatório nos insetos, é correto
afirmar:
a) O sistema circulatório aberto contém
hemocianina, pigmento respiratório que facilita
o transporte de oxigênio do sistema traqueal para
os tecidos.
b) O sistema traqueal conduz oxigênio
diretamente para os tecidos e o dióxido de
carbono em direção oposta, o que torna a
respiração independente de um sistema
circulatório.
c) O sistema circulatório fechado contém
hemoglobina e é fundamental para o transporte
de oxigênio do sistema traqueal para os tecidos.
d) O sistema traqueal conduz oxigênio da
hemolinfa para os tecidos, o que torna a
88
respiração dependente de um sistema
circulatório.
e) O sistema circulatório aberto, apesar de não
conter pigmentos respiratórios, é fundamental
para o transporte de oxigênio do sistema traqueal
para os tecidos.
10) (UEL-2004) Anelídeos e artrópodes
possuem características anatômicas e
fisiológicas comuns, o que reforça a hipótese de
parentesco evolutivo entre esses grupos de
invertebrados. Assinale a alternativa que
apresenta, corretamente, duas dessas
características comuns.
a) Cordão nervoso dorsal e respiração cutânea.
b) Cordão nervoso ventral e corpo segmentado.
c) Vaso sangüíneo dorsal e respiração traqueal.
d) Vaso sangüíneo ventral e corpo segmentado.
e) Cordão nervoso ventral e vaso sangüíneo
dorsal.
b) Gânglios nervosos, sistema circulatório
fechado e hermafroditismo.
c) Sistema circulatório aberto, hermafroditismo
e sistema nervoso difuso.
d) Simetria bilateral, gânglios nervosos e sistema
digestório completo.
e) Nefrídios, reprodução sexuada e sistema
circulatório fechado.
13) (FURG-RS) Um animal apresenta apêndices
articulados para locomoção (pernas) e antenas.
Você o identifica como um artrópode. A
determinação da classe a que ele pertence e a
característica correta que permite a identificação
dessa classe são:
a) insecta, se possuir quatro pares de pernas.
b) crustácea, se possuir dois pares de antenas.
c) arachnida, se possuir um par de antenas.
d) diplopoda, se possuir dois pares de antenas.
e) chilopoda, se possuir um par de quelíceras.

11) (UEL-2007) Leia o texto a seguir e assinale 14) Assinale a alternativa que apresenta uma
a alternativa correta. característica não pertencente aos insetos.
Animais com o corpo segmentado em a) celomados.
cefalotórax e abdome, provido de exoesqueleto, b) sistema respiratório traqueal.
com quatro pares de patas articuladas, dióicos, c) triblásticos.
respiração ―pulmonar‖ e líquido circulante com d) sistema circulatório fechado.
hemocianina, são classificados como: e) sistema excretor por túbulos de Malpigh
a) Aracnidas.
b) Insetos.
c) Crustáceos.
d) Miriápodes.
e) Equinodermos.

12) (UEL-2008) Além dos vegetais, uma horta

pode manter uma diversidade de animais,
principalmente de invertebrados. Alguns são
considerados úteis, tais como as minhocas
(anelídeos), e os piolhos-de-cobra (diplópodes),
porque produzem húmus ou arejam o solo.
Entretanto, tatuzinhos-de-jardim (crustáceos) e
lesmas (moluscos) comem as plantas e
geralmente não são desejados.
Considerando as características morfológicas
desses animais, assinale a alternativa que
contenha aquelas que sejam comuns a todos
esses animais.
a) Simetria radial, sistema circulatório fechado e
reprodução sexuada.

89
 el corazón que te miente amor.

CONJUNÇÃO _____., sabes que en lo más profundo de mi

alma
sigue aquel dolor por creer en ti
Rellene los huecos de la música ¿qué fue de la ilusión y de lo bello que es vivir?

Para qué me curaste cuando estaba herío

si hoy me dejas de nuevo con el corazón partío.
Corazón partío
Tiritas pa este corazón partío.
¿Quién me va a entregar sus emociones?
Tiri-ti-tando de frío.
¿Quién me va a pedir que nunca le abandone?
Tiritas pa este corazón partío,
¿Quién me tapará esta noche si hace frío?
pa este corazón partío.
¿Quién me va a curar el corazón partío?
¿Quién llenará de primaveras este enero,
Ya lo ves, que no hay dos sin tres,
y bajará la luna para que juguemos?
que la vida va y viene y que no se detiene
Dime, si tú te vas, dime cariño mío,
Y, qué sé yo,
¿quién me va a curar el corazón partío?
_____.miénteme_____sea, dime que algo queda
entre nosotros dos, que en tu habitación
Tiritas pa este corazón partío.
nunca sale el sol, ni existe el tiempo,
Tiritas pa este corazón partío.
ni el dolor.

Dar solamente aquello que te sobra

Llévame si quieres a perder,
nunca fue compartir,____ dar limosna, amor.
a ningún destino, sin ningún por qué.
Si no lo sabes tú, te lo digo yo.
Después de la tormenta siempre llega la calma.
Ya lo sé, que corazón que no ve
______, sé que después de ti,
es el corazón que no siente,

90
después de ti no hay nada. Eufonia: Harmonia dos Sons
a) El uso de E (en vez de Y)
Para qué me curaste cuando estaba herío En general se usa la conjunción y. Ejemplos:
si hoy me dejas de nuevo con el corazón partío. pan y vino
¿Quién me va a entregar sus emociones? Pedro y María
¿Quién me va a pedir que nunca le abandone?
¿Quién me tapará esta noche si hace frío? Pero se usa e en vez de y antes de palabras que
¿Quién me va a curar el corazón partío? empiezan con i o hi. Ejemplos:
¿Quién llenará de primaveras este enero,
y bajará la luna para que juguemos? verano e invierno
Dime, si tú te vas, dime cariño mío, madre e hijo
¿quién me va a curar el corazón partío?
* Antes de palabras que empiezan con el
¿Quién me va a entregar.... diptongo hie se usa y. Ejemplos:
agua y hielo
Conjunções mais Comuns lobos y hienas
1. AUNQUE (embora; ainda que; se bem
que) * En el inicio de frases interrogativas y
2. PERO (mas; porém) exclamativas se usa y. Ejemplos:
3. MAS (mas) - Não confundir com más ¿Y Inacio, no vino?
(mais) ¿Y Higinio, dónde está?
4. SINO (mas; sim) após uma oração
negativa. b) El uso de U (en vez de O)
5. SINO QUE (mas que; sim que) após En general se usa la conjunción o. Ejemplos:
oração negativa. hombre o mujer
6. SIN EMBARGO (no entanto, entretanto; hoy o mañana
todavia; contudo)
7. CON TAL que (contanto que) Pero se emplea u en vez de o antes de palabras
8. SI BIEN (se bem que) que empiezan por o y ho. Ejemplos.
9. PUES (pois) diez u once
10. A PESAR DE QUE (apesar que mañana u hoy
11. LUEGO (logo; depois) mujer u hombre
12. Y (e)
13. O (ou) Texto Complementar
14. CONQUE (Com que; com que então)
En EEUU la mujer vuelve a casa
Ejemplos: Aunque todavía tiene que enfrentarse con
Aunque sea viejo, trabaja mucho. asuntos como el acoso sexual, la diferencia de
No deseamos que te enfades, sino que te sueldos ___ la sensación de que sólo puede
alegres. avanzar hasta cierto nível, incluso las más
Mi primo estudia mucho. Sin embargo, no pesimistas reconocen que la mujer ha alcanzado
aprueba el curso. un estatus con el que su madre sólo podía haber
soñado, que ha recibido una educación mejor
Quisera ser un ruiseñor, mas era un pobre
que la de su madre, que gana un sueldo sin
gorrión.
precedentes ___ igualmente importante, que es
Aquella chica es muy guapa, pero no es
respetada si decide aplazar el matrimonio ___
orgullosa.
la maternidad para dedicarse a su carrera. Pero
Ohya no es maestro de Historia, sino de
aquí surge una nueva pregunta que a las
Química.
mujeres que en su momento lucharon por la
igualdad en el mercado laboral jamás se les
91
había ocurrido plantear por miedo a que el Le duelen conjuntamente músculos ____
sistema les restara ese terreno conseguido. Y es huesos.
que la mujer trabajadora de hoy en día también a) e, o, u
se plantea realizarse fuera del mercado del b) y, u, o
trabajo como una opción más. Puede que las c) o, y, y
posibilidades laborales se presenten sin fin, d) u, e, e
pero la realidad es que muchas de esas mujeres e) e, o, y
que parecen tenerlo todo matarían por una
oportunidad de prescindir de ese mismo todo
para ser esposas ___ madres. Incluso se da la
paradoja de mujeres preparadísimas que eligen
trabajos menos brillantes ___ peor pagados,
pero que no generan tanto estrés, de abogadas
que sueñan con ser secretarias con tal de salir
de la oficina a las 5 de la tarde.
(Jane M. Folpe. ELLE, nov. 1997)
Complete os espaços com Y ou E e explique
qual o significado de AUNQUE no texto?
______________________________________
______________________________________

EXERCÍCIOS

1) (PUC-PR) Señale la traducción literal de la

siguinte frase:
―El hombre no sólo destruye la natureza, sino
también se destruye a sí mismo‖.
a) O homem, uma vez que destrói a natureza,
destrói também a si mesmo.
b) O homem não só destrói a natureza, como
também destrói a si mesmo.
c) O homem não destrói a si próprio se não
destrói a natureza.
d) O homem que destrói a natureza destrói
também a si próprio.
e) O homem destrói o solo e natureza, e
também destrói a si mesmo.

2) (PUC-PR) En la información, hay un

esclarecimento que empieza con la expresión
sin embargo. Esa expresión, en português, debe
ser entendida como, por ejemplo:
a) sem dificuldade, facilmente.
b) sem possibilidade, impossível.
c) sem nenhum, impossível.
d) com certeza, certamente.
e) no entanto, todavia.

f) Paloma estudia filosofía ______ ingeniería

a la vez. No sé si hablo _____ escucho.
92

VESTIBULAR UEL 2003
Leia o texto abaixo e responda às questões 1, 2
e 3.
La trama del bioterrorismo estalla
en EEUU
Un científico vinculado a la CIA y al
Pentágono, principal sospechoso de los
atentados con ántrax.
Nueve meses después de que comenzara la
investigación de los atentados con ántrax en
EEUU no se ha identificado ningún sospechoso.
Los estadounidenses se preguntan si es
ineficacia por parte del FBI o existe una
conspiración de silencio. Esta segunda hipótesis
ha sido defendida por científicos y medios de
comunicación, que denuncian una trama de
encubrimiento al más alto nivel por temor a que
el bioterrorista pueda revelar programas
secretos de guerra bacteriológica si es
capturado. Las voces acusadoras apuntan a
Steven Hatfill, un científico estadounidense
ligado a la CIA y al Pentágono, cuya
enigmática trayectoria comienza en los años
setenta al servicio tanto del Ejército de EEUU
como del régimen racista de la antigua. Rodesia
(actual Zimbabue). Actualmente trabaja en
misiones especiales del Gobierno
norteamericano en Asia.
Y luego está la pieza del rompecabezas que
desde el principio ha intrigado a los
investigadores: la misteriosa dirección en el
remite de las cartas a los senadores demócratas
Tom Dashle y Patrick Leahy y al periodista de
la NBC Tom Brokaw: Greendale School. Hace
dos semanas la cadena de televisión ABC News
encontró una respuesta: el colegio junto a la
residencia de Hatfill en Zimbabue se llamaba
Greendale School.
Su presente sigue siendo enigmático.
Aparentemente continúa trabajando en misiones
especiales del Gobierno en Asia Central, a pesar
de la nube de sospecha que le rodea a raíz de
que en octubre le denunciaron sus colegas como
posible autor de los atentados y de que días
atrás hayan salido a la luz otras inquietantes
coincidencias, como el estudio que patrocinó
hace dos años sobre el impacto de un ataque de
ántrax por correo, que parece un guión de lo
ocurrido. El rastro de pistas lleva desde la
antigua Rodesia hasta Florida, el Estado donde
se detectó el primer ataque con ántrax en la
empresa de publicaciones American Media, a
pocos kilómetros de donde viven los padres de
Hatfill y donde él había alquilado un almacén.
(Los demás casos fueron en Washington y
Nueva York, siempre dirigidos contra políticos
y medios de comunicación, aunque infectaron a
empleados de las oficinas de reparto de correo).
El columnista del diario The New York
Times Nicholas Kristof escribía la semana
pasada: ―Si el señor Z (refiriéndose a Hatfill)
fuera árabe, ya estaría en la cárcel, pero es un
americano de pura cepa muy próximo al
Departamento de Defensa, la CIA y al
programa de biodefensa‖. Además del Times, la
lista de medios que ha retado al FBI a que
investigue seriamente a Hatfill incluye el
Baltimore Sun, The American Prospect, Dallas
Morning News y la cadena ABC, así como la
Federación de Científicos Americanos, una
institución respaldada por más de medio
centenar de premios Nobel. La respuesta del
FBI há sido calificar a Hatfill como una
―persona interesante‖.
(Adaptado de: El País, 07 jul. 2002.)
1) De acordo com o texto:
a) Há indícios de que o principal suspeito dos
atentados com antraz nos EUA seja um cientista
do Zimbábue que, no passado, realizou missões
especiais na CIA e no Exército norte-
americano.
b) Os atentados com antraz nos EUA fazem
parte de uma trama bioterrorista encabeçada por
um grupo de cientistas estrangeiros, ex-
colaboradores do FBI e da CIA.
c) Os programas secretos de guerra
bacteriológica realizados nos EUA
patrocinaram estudos que amenizaram o
impacto do ataque com antraz pelos correios,
ocorrido no país.
93
d) Há indícios de que um cientista norte- d) Nicholas Kristof é colaborador do senhor
americano, com expressiva atuação junto à CIA Z, um cientista árabe renomado.
e ao Pentágono, seja o responsável pelos e) Com base na séria investigação sobre
atentados com antraz nos EUA. Hatfill feita pelo FBI, os meios de
e) Segundo a comunidade científica e os meios comunicação o qualificaram como uma
de comunicação norte-americanos, a autoria dos ―pessoa interessante‖.
atentados com antraz nos EUA continua sem
definição, por conta da ineficácia do FBI. A figura e o texto abaixo referem-se às
questões 4, 5 e 6.
2) De acordo com o texto, é correto afirmar:
a) Os democratas Tom Dashle e Patrick Leahy
desvendaram o mistério sobre o endereço do
remetente das cartas contaminadas, Greendale
School, onde estudaram com o autor dos
atentados.
b) Existe uma conspiração entre os membros
da comunidade científica norte-americana no
sentido de camuflar os indícios que levam à
suspeita de Steven Hatfill como responsável
pelos atentados com antraz nos EUA.
c) Por conta das investigações do FBI, o
principal suspeito dos atentados com antraz nos
EUA foi desvinculado da CIA e das missões
especiais do Governo norte-americano. El padre de la Torre Eiffel: Gustave
d) O FBI definiu uma lista dos principais meios Eiffel
de comunicação (impressa e televisiva)
¿Qué tienen en común la Estatua de la
suspeitos de envolvimento com o autor dos
Libertad y la Torre Eiffel? Más allá de que
atentados com antraz nos EUA.
ambos monumentos se encuentran entre los más
e) A possível resposta para o enigma de uma
representativos de sus respectivos países,
das principais pistas que levam ao suspeito dos
Estados Unidos y Francia, tanto el uno como el
atentados com antraz nos EUA, o endereço do
otro se aguantan en pie debido a las habilidades
remetente das cartas contaminadas, foi
de un mismo hombre, Gustave Eiffel, gracias a
encontrada pela rede de televisão norte-
la estructura y distribución de fuerzas de un
americana ABC News.
pilar de puente. No en vano Eiffel había labrado
su fama como arquitecto y promotor de tales
3) De acordo com o texto, é correto afirmar:
construcciones (a él se deben, entre otros, el
a) Apesar das cobranças para que fosse feita
Szeget, en Hungría, y el Maria Pia, sobre el
uma séria investigação sobre Hatfill, a resposta
Duero, a la entrada de Oporto), y en ellas se
do FBI foi qualificá-lo como uma ―pessoa
inspiró cuando le llegaron sendos encargos para
interessante‖.
celebrar los centenarios de la Independencia
b) Baltimore Sun, The American Prospect,
Norteamericana y de la Revolución Francesa. Y
Dallas Morning News, ABC e a Federación de
si bien el primero fue un proyecto heredado a la
Científicos Americanos são instituições
muerte de Eugène Viollet-le-Duc (quien legó
respaldadas por vencedores do Prêmio Nobel,
sólo la cabeza de la estatua), en el segundo
como o cientista norte-americano Hatfill.
habría de mostrarse tan original como insólito,
c) A Federación de Científicos Americanos
tan polémico como, a la postre, mítico. Con un
discorda da investigação proposta pelos meios
peso de 7.300 toneladas (sin contar las
de comunicação, pois a qualificação de Hatfill
construcciones anexas) y un coste de casi ocho
como uma ―pessoa interessante‖ não
millones de francos de la época, aquella torre,
corresponde ao perfil de um cientista.

94
de 125 metros de lado en su base cuadrada y de
300 metros de altura, tardó veintiséis meses en
ser acabada. Pero no fue esa la parte más
penosa de su accidentado nacimiento, pues
Eiffel se había enfrentado antes a la
competencia de otros 106 proyectos y, tras
resultar elegido, a las críticas de una prensa y
opinión pública que no veían ninguna utilidad a
aquella jirafa de hierro que debía plantarse en
medio del Campo de Marte (―una gigantesca y
negra chimenea fabril‖, fue uno de los juicios
más recatados por parte del cuarto poder,
mientras que un consejero de la Alcaldía de
París llegó a demandar al arquitecto por el
peligro que entrañaría su metálica criatura para
las casas de los alrededores). Eiffel, no
obstante, luchó contra viento y marea, y el 31
de marzo de 1889 pudo izar la bandera francesa
a lo más alto del monumento, a tiempo para los
fastos del Centenario de la Revolución y de la
Exposición Universal de aquel año
(precisamente, en su historial aparece también
el monumental vestíbulo de entrada del Palacio
de la Expo de 1878). Para entonces, él se
hallaba inmerso ya en la construcción de las
esclusas del canal de Panamá y en sus estudios
meteorológicos y aerodinámicos.
Multimilionario, responsable aún de decenas de
puentes (en Indochina, Filipinas, Isla Reunión,
Argelia...) y de un proyecto de túnel bajo el
canal de la Mancha, su figura ha quedado para
siempre asociada al perfil de la Ciudad de la
Luz y a las más notables ideas de un tiempo
marcado por la Revolución Industrial.
(Adaptado de: Qué Leer, ano 7, n. 69, set. 2002.)
4)De acordo com o texto, é correto afirmar:
a) A Torre Eiffel e a Estátua da Liberdade têm
em comum o responsável pela sua edificação, o
arquiteto Gustave Eiffel.
b) Tanto a Torre Eiffel como a Estátua da
Liberdade possuem 125 metros de lado em sua
base quadrada e 300 metros de altura.
c) A Estátua da Liberdade foi escolhida entre
outros 106 projetos pela sua utilidade. Entre
esses projetos estava o da Torre Eiffel, também
de autoria de Gustave Eiffel.
d) A Torre Eiffel foi na verdade projetada por
Eugène Viollet-le-Duc.
e) A Estátua da Liberdade sofreu várias críticas
por não ter a mesma utilidade que a Torre
Eiffel, sua contemporânea.
5) Segundo o texto, a construção da Torre
Eiffel se prolongou por:
a) Vinte e seis anos.
b) Vinte anos e seis meses.
c) Dois anos.
d) Dois anos e seis meses.
e) Dois anos e dois meses.
6) Observe as seguintes afirmações:
I. A Torre Eiffel não ficou pronta a tempo das
comemorações da Revolução Francesa e da
Exposição Universal.
II. Eugène Viollet-le-Duc faleceu antes do
término da construção da Estátua da Liberdade.
III. A imprensa e a opinião pública
questionaram a utilidade da Torre Eiffel.
IV. Gustave Eiffel era um homem muito
rico e foi responsável por projetos em várias
partes do mundo.
V. Apesar de sua luta, Gustave Eiffel não
conseguiu içar a bandeira francesa no alto da
Torre Eiffel na data estipulada.
De acordo com o texto, estão corretas as
afirmativas:
a) I, III e IV
b) II, III e IV
c) II, III e V
d) I, II e III
e) II, IV e V
O texto e o gráfico referem-se às questões 7, 8 e
9.
¿Ha terminado la ―explosión demográfica‖?
En recientes debates internacionales sobre
política demográfica se ha dado menor
importancia al crecimiento mundial de la
población, aunque sigue siendo alto en muchas
partes del globo. Las políticas iniciales sobre
población se vieron impulsadas principalmente
por temores de que el rápido aumento
demográfico impediría el progreso
socioeconómico. Esta inquietud surgió durante
un período de crecimiento demográfico sin
precedentes, que se inició en la década de 1950
en los países menos desarrollados, dando lugar
95
a lo que comúnmente se denominó la
―explosión demográfica‖. En dichos países la
disponibilidad de medicina moderna, la mejor
nutrición y la ampliación de las redes de
transporte, entre otros factores, contribuyeron a
reducir rápidamente la mortalidad, mientras que
los niveles de fecundidad se mantuvieron
relativamente altos. Como los nacimientos
superaban cada vez más las defunciones, la
población de los países menos desarrollados se
disparó de 1.700 millones en 1950, a 4.900
millones en el año 2000; en los países más
desarrollados pasó de 800 millones a 1.200
millones en el mismo período. Si bien se espera
que el total en los países más desarrollados
disminuya ligeramente para el año 2050, las
cifras continúan aumentando en los países
menos desarrollados, y probablemente excedan
los 8.000 millones para dicho año, con lo que la
población mundial pasará de 6.000 millones en
el año 2.000 a 9.000 millones en el 2050 (ver la
figura).
(Adaptado de: Population Bulletin, v. 56, n. 1, mar.
2001.)
7) Qual é o assunto do texto?
a) A manutenção do índice de mortalidade nos
países subdesenvolvidos, devido às precárias
condições de vida.
b) A previsão do número de habitantes do
planeta para as próximas décadas, em vista dos
diferentes ritmos de crescimento demográfico
nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos.
c) A alta taxa de fecundidade nos países
desenvolvidos, em comparação com a dos
países subdesenvolvidos.
d) A diminuição da população mundial até
2050, em virtude do baixo índice de
fecundidade nos países sub-desenvolvidos.
e) A inexistência de medicina moderna e de
melhor nutrição nos países subdesenvolvidos.
8) Considere as condições descritas abaixo:
I. Disponibilidade de medicina moderna.
II. Melhoria da nutrição.
III. Ampliação das redes de transporte.
IV. Aumento da mortalidade.
V. Manutenção dos altos índices de
fecundidade.
De acordo com o texto, quais dessas condições
existem atualmente nos países
subdesenvolvidos?
a) I, II e IV
b) III, IV e V
c) I, II, III e V
d) II, III e IV
e) II, III, IV e V
9)Tendo em vista as idéias contidas no texto, a
explosão demográfica é um fenômeno
característico dos:
a) Países desenvolvidos e dos países em
desenvolvimento.
b) Países desenvolvidos, pois possuem alta
qualidade de vida.
c) Países subdesenvolvidos, porque não
existem dados demográficos confiáveis.
d) Países subdesenvolvidos, visto que neles as
condições de vida têm melhorado e a taxa de
fecundidade continua alta.
e) Países desenvolvidos que lutam para crescer
ainda mais.
Texto Complementar
Ecología vital: dar un baño al cuarto de baño
El cuarto de baño es uno de los lugares de
la casa que precisa de una limpieza más
esmerada. Esto, sin embargo, no tiene por qué
significar que emprendamos esta tarea
pertrechados con todo un arsenal de productos
químicos perjudiciales para el medio ambiente
y para nosotros mismos. Están a nuestro
alcance alternativas mucho más naturales,
recursos, además, de toda la vida.
96
 En las cortinas de baño es habitual que
crezca moho, para evitarlo, antes de colgarlas,
ponedlas en remojo en agua salada.
Los espejos se pueden limpiar con una
crema espesa de tiza y alcohol de quemar.
Para devolver a las juntas de los azulejos su APÓCOPE
blancura original, podemos utilizar esencia de
vinagre, aplicada con un cepillo de dientes Apócope é a eliminação da letra final ou da
viejo. última sílaba de certas palavras em alguns
Pharus, 08 mayo 2000, p. 44 casos.

Antes de substantivo masculino singular:

1) Según el texto:
a) La limpieza del cuarto de baño debe ser Alguno => Algún
Bueno => Buen
hecha de la forma más espontanea posible.
b) El cuarto de baño es el lugar de la casa que Malo => Mal
necesita estar más limpio. Ninguno => Ningún
Postrero => Postrer
c) Los espejos pueden ser limpiados con una
Primero => Primer
simple crema de alcohol.
Santo => San
d) Podemos reemplazar el arsenal químico por
Tercero => Tercer
otros recursos biodegradables.
e) Para limpiar los azulejos se puede aplicar Uno => Un
esencia de vinagre.
Antes de substantivo masculino/feminino
2) En el cuarto de baño generalmente se singular:
pueden encontrar los siguientes objetos:
a) bañera y nevera Grande => Gran
Cualquiera => Cualquier
b) espejo y horno
c) retrete y grifo
d) ducha y sartén Antes de substantivo masculino/feminino
e) cepillos y cubiertos plural:

3) Si nos referimos a la persona tú, la frase Cualesquiera => Cualesquier

“para evitarlo, antes de colgarlas, ponedlas en
remojo” podría ser rescrita de la siguiente
forma:
a) evitadlo, y antes de las colgar, ponlas en
remojo.
b) lo evite, y antes de colgarlas, póngalas en
remojo.
c) lo evita, y antes de las colgar, las pon en
remojo.
d) evítalo, y antes de colgarlas, ponlas en
remojo.
e) evítelo, y antes de las colgar, póngalas en
remojo.
* Exceções: Santo Tomé, Santo Tomás, Santo
Toribio, Santo Domingo, Santo Tobias.
A apócope também ocorre com a palavra
MUCHO, por isso quando falamos em MUY e
MUCHO estamos falando MUITO em
português.
MUY / MUCHO
Se usa MUCHO antes ou depois de verbos:
Juan trabaja mucho.
Também se usa MUCHO antes de

97
substantivos. Neste caso, a palavra MUCHO EXERCÍCIOS
concordará em gênero e número com o
substantivo. 1) Completa con MUY o MUCHO:
a) Hay que estudiar _______ para aprobar los
Mucho dinero exámenes.
Mucha gente b) María es _______ estudiosa.
Muchos estudiantes c) Pablo canta_______ mejor que su hermano.
Muchas chicas d) Mi abuelo camina _______ despacio.
e) Aquella corbata es _______ más preciosa
Se usa MUY : que ésta.
f) Lola camina _______ deprisa.
ANTES DE ADJETIVOS:
muy lindo 2)(UNISANTOS – SP) – Assinale a alternativa
muy caro correta:
muy elegante
―Son ________ las familias numerosas
ANTES DE ADVÉRBIO: beneficiadas en España‖.
muy temprano ― Es una medida ________ importante que
muy cerca garantiza también el estudio a los
muy lejos universitarios.‖
a) muy / muchas
ANTES DE PARTICÍPIO: b) muchos / mucho
muy amado c) muchas / muy
muy conocido d) muy / muy

ANTES DE SUBSTANTIVOS 3)(UDESC – SC) – Indique la secuencia

ADJETIVADOS:
Ella es muy mujer
Exceção: se usa MUCHO ao invés de MUY:
ANTES DOS ADJETIVOS: mejor/ peor,
mayor/menor
ANTES DOS ADVÉRBIOS: menos/más,
antes/después
TEXTO COMPLEMENTAR
La Bebida
Beber un poco de vino puede ser bueno,
pues un buen vino es agradable y no está mal
que ustedes beban un poquito especialmente
con las comidas. Pero beber mucho siempre es
malo. Y además, quien bebe muchísimo es
borracho. Cuando una persona está borracha no
puede pensar bien y ni sabe lo que dice.
Encontre no texto acima uma palavra
apocopada e seu referente sem apócope.
CORRECTA que completa las siguientes
frases, utilizando las palabras MUY o
MUCHO:
Hoy aquí hace ________ frío, por eso la
temperatura está ________ baja. Estoy
________ feliz porque recibí ________ dinero.
Estudiamos ________ pero aún así estamos
________ preocupados con la prueba. La
semana pasada hizo ________ más calor que
ahora.
a) mucho – muy / muy – mucho / mucho –
muy / mucho
b) muy – mucho / muy – mucho / mucho –
muy / muy
c) mucho – muy / mucho – muy / muy –
mucho / muy
d) muy – mucho / mucho – muy / muy –mucho
/ mucho
4)(URI – RS) – Complete la frase:
Hay que dormir ________ porque es _______
importante y _______ saludable.

98
a) mucho / muy / d) muy / muy /
muy mucho
b) muy / muy / muy e) muy / mucho /
c) mucho / mucho / muy
mucho
5) Actualmente, los jóvenes viajan por Europa
con ________ facilidad.
A alternativa que não poderia completar a
lacuna acima é:
a) mucha c) gran
b) poca d) muy
La química de los enamorados
Todo el conjunto de emociones y ensueños
que constituye el mundo de los enamorados está
regido por las mismas leyes biológicas que
determinan la conducta humana.
Toda la fascinación que surge ante una
criatura desconocida que a partir de un
momento se adueña de nosotros, no es más que
una explosión funcional del organismo y no de
una fuerza independiente del espíritu. Así lo
aseguran varios científicos que han descubierto
que el amor con su aureola romántica es un
asunto biológico y nada más. Las conclusiones
a que han llegado los científicos no son nada
tontas ni irracionales: nos revelan que el amor
se apoyan firmemente en los cimientos de la
evolución, la biología y la química. En pocas
palabras, el amor que aparece como irracional,
con una fuerza de embriaguez , es de hecho
parte de la estrategia dominante de la
naturaleza, una fuerza vital que ha ayudado al
se humano a sobrevivir, crecer y multiplicarse
a través de los siglos. Según los últimos
estudios , cuando entre enamorados se produce
un intercambio de miradas, un roce de manos
con las palmas sudorosas y una respiración
entrecortada con las mismas características del
―stress‖, la razón es simple: sopla el silbato en
la fábrica de las anfetaminas, las sustancias que
generan esa sonrisa tonta que lanzamos a
alguien que nos atrae.
(ABC, Mayo 1993)
1)De acuerdo con el texto, se pude afirmar
que:
01) El amor es una especie de cimiento en la
evolución humana.
02) La biología y la química son las ciencias
que ayudan a desarrollar el amor.
04) Los científicos descubrieron la existencia de
una aureola alrededor de lo enamorados.
08) El amor hace parte de la estrategia de la
naturaleza que ayuda al hombre a sobrevivir.
16) El amor tiene que ser tratado químicamente
al igual que la embriaguez.
32) Los científicos comparan las
manifestaciones físicas observadas en los
enamorados con las del ―stress‖.
Soma:_______
2)Según el texto, la conducta de los
enamorados es:
01) tonta
02) una fábrica de anfetaminas.
04) producida por cierta sustancias químicas.
08) regida por ciertas leyes de la biología
16) una fuerza independiente del espíritu.
32) solamente una apariencia.
Soma:________
3)Según el texto, el amor puede ser explicado:
01) Por la presencia de ciertas sustancias
fabricadas por el organismo humano.
02) por el stress sufrido por los enamorados.
04) a través del conjunto de emociones y
ensueños.
08) Como una explosión funcional del
organismo humano.
16) únicamente como una fascinación
espiritual.
32) por la frecuente embriaguez de los
enamorados.
Soma:_______
4) Observe la frase; ―el amor que aparece
como irracional, como una forma de
embriaguez, es de hecho parte de la estrategia
dominante de la naturaleza.
La (s) alternativas que mejor traducen la
expresión de hecho es:
01) de derecho.
02) entonces
04) de acuerdo
99
08) en serio
16) en realidad
32) sobre todo
64) efectivamente

Soma: ______ VESTIBULAR JULHO-2000

UEL
Voto caro pero nulo

Abrumados por la perplejidad se sintieron, a

la hora del recuento, Francisco González del
Puerto, presidente de una mesa electoral en San
Vicente de la Barquera (Cantabria), y sus
auxiliares al aparecer un sobre conteniendo
55.000 pesetas en vez de la candidatura para
designar diputado en el Congreso. Pensando
que el desconocido votante podía no estar en
sus cabales, comunicaron el hecho a la Junta
Electoral de zona que decretó la invalidez del
sobre y se hizo cargo de la pasta a primeras
horas del lunes, mientras los vecinos de la
hermosa villa no encontraban explicación a lo
ocurrido que animaba el runrún de la calle.
Rosa M. Ibáñez de Dios, de unos 50 años,
trabajadora en una pastelería, se personó en el
juzgado a dar cuenta de su negligencia. Podía
acreditar haber votado en la mesa del colegio
público Mata Linares por figurar en la lista de
electores. Antes de recuperar los ahorros que
indebidamente introdujo en el sobre deberá dar
tiempo a que ningún otro votante se atribuya
también el descuido. - Jesús Delgado,
Santander.
(El País digital, 15/03/2000).

1) El texto trata sobre:

a) el caso de una señora que se equivocó a la

hora de votar.
b) la candidatura de Francisco González Puerto
para diputado en las últimas elecciones.
c) el robo de 55.000 pesetas durante las
elecciones para diputado, planeado por Rosa M.
Ibáñez de Dios.
d) la constatación de fraude en las elecciones
para diputado y la implicación de la mesa
electoral de San Vicente de la Barquera.

100
e) la negligencia de Rosa M. Ibáñez de Dios
que se negó a votar en las últimas elecciones.
2) De acuerdo con el texto, es correcto
afirmar:
a) Es posible que Rosa M. Ibáñez de Dios ni
siquiera haya votado en Mata Linares.
b) Rosa M. Ibáñez de Dios se presentó en el
juzgado animada por los rumores de la calle.
c) En el juzgado consideraron que Rosa M.
Ibáñez no tenía cómo comprobar que había
votado en Mata Linares.
d) Rosa M. Ibáñez se presentó como la
persona que introdujo 55.000 pesetas en lugar
del voto.
e) Rosa M. Ibáñez de Dios pudo recuperar el
dinero inmediatamente.
3) Con relación a las medidas tomadas por la
Junta Electoral, es correcto afirmar:
a) Se responsabilizó por el dinero hasta que no
se averiguara quién era el verdadero dueño.
b) Se hizo cargo del dinero encontrado en el
sobre, pero no anuló el voto.
c) Abrió un proceso para averiguar si Rosa M.
Ibáñez estaba en su juicio.
d) Consideró que Rosa M. Ibáñez no era
normal del todo y, por tanto, determinó que
algún familiar recogiese el dinero en su lugar.
e) Determinó que Rosa M. Ibáñez comprobase
su sanidad mental.
4)―Abrumados por la perplejidad se
sintieron, a la hora del recuento, Franscisco
Gonzáles del Puerto, presidente de una
mesa electoral en San Vicente de la
Barquera (Cantábria), y sus auxiliares al
parecer un sobre conteniendo 55.000
pesetas en vez de la candidatura para
designar diputado en el Congreso.‖
La frase que contiene las informaciones de
acuerdo con párrafo anterior es:
a) Francisco González del Puerto y sus
auxiliares se quedaron perplejos al comprobar
que alguien pagaba 55.000 pesetas para
invalidar el voto.
b) Lejos de sentirse perplejos, Francisco
González del Puerto y sus auxiliares recibieron
un sobre conteniendo dinero durante el recuento
del voto.
c) Lo que les asombró a Francisco González
del Puerbo y sus auxiliares fue que alguien
hubiese puesto dinero en el vez de la papeleta
con el nombre del candidato.
d) La perplejidad de F.G. del Puerto y sus
auxiliares se debía a que alguien quisiese
pagarle 55.000 pesetas al candidato.
e) F.G. del Puerto y sus auxiliares se quedaron
asombrados al descubrir que alguien quisiese
pagar 55.000 pesetas para candidatarse al
Congreso.
5) ―Rosa M. Ibáñez de Dios, de unos cincuenta
años, fue al juzgado a dar cuenta de su
negligencia‖.
La alternativa que está de acuerdo con la frase
anterior es:
a) Rosa M. Ibáñez de Dios, de hasta cincuenta
años, fue hasta el juzgado por dar cuenta de su
negligencia.
b) Rosa M. Ibáñez de Dios, de entre cincuenta
años, fue al juzgado por dar cuenta de su
negligencia.
c) Rosa M. Ibáñez de Dios, de menos de
cincuenta años, fue para el juzgado para dar
cuenta de su negligencia.
d) Rosa M. Ibáñez de Dios, de hacia cincuenta
años, fue hacia el juzgado para dar cuenta de su
negligencia.
e) Rosa M. Ibáñez de Dios, de
aproximadamente cincuenta años, fue al
juzgado para dar cuenta de su negligencia.
6)―El juez tomó una serie de medidas mientras
los vecinos de la villa rumoreaban.‖
La frase anterior significa lo mismo que:
a) El juez tomó una serie de medidas tras
escuchar a los vecinos de la villa que
rumoreaban.
b) El juez tomó una serie de medidas a la vez
que los vecinos de la villa rumoreaban.
c) Los vecinos de la villa rumoreaban, por
consiguiente el juez tomó una serie de medidas.
d) Los vecinos de la villa rumoreaban, así que
el juez tomó una serie de medidas.
e) En cuanto los vecinos de la villa empezaron
a rumorear, el juez tomó una serie de medidas.
101
Identificados 350 obras de arte de e galerias públicas da Inglaterra, cuja
dudosa procedencia en museos procedência supostamente remonta a práticas de
confiscos nazistas.
británicos
d) da Conferência Internacional de
Los museos y galerías públicos británicos
Washington, realizada há um ano.
conservan cerca de 350 obras de arte que fueron
e) da legislação britânica sobre o patrimônio
presuntamente expoliadas por el régimen nazi
artístico nacional.
durante la II Guerra Mundial. En el inventario
oficial, que salió a la luz ayer, aparecen cuadros
2) De acuerdo con el texto, es correcto afirmar:
de Velázquez, Picasso, Monet y Renoir de
a) El Gobierno de Tony Blair está dispuesto a
dudosa procedencia adquiridos décadas atrás.
devolver las obras e indemnizar a los países
Con la publicación del listado, el Gobierno
perjudicados.
británico cumple con los compromisos
b) La Comisión del Arte Robado en Europa
adquiridos hace un año en la Conferencia
reivindica la indemnización a todos los países
Internacional de Washington. Los países
perjudicados.
firmantes, España entre ellos, se
c) Anne Webber confirma que las cerca de
comprometieron a investigar la procedencia de
350 obras relacionadas en el listado del
las piezas artísticas de sus respectivas
Gobierno británico habían sido expoliadas por
colecciones nacionales adquiridas a partir de
los nazis.
1933. ―La historia de las 350 obras del
d) Al publicar el listado de 350 obras, el
inventario británico no está nada clara y es
Gobierno británico de Tony Blair va en contra
posible que fueran expoliadas por los nazis‖,
de la legislación de su país.
explica Anne Webber, de la comisión del Arte
e) Es probable que las 350 obras que constan
Robado en Europa.
en el listado del Gobierno británico hayan sido
La legislación británica prohíbe el retorno
expoliadas por los nazis.
del patrimonio artístico nacional a sus antiguos
propietarios, pero el Gobierno de Tony Blair ha
3) La siguiente alternativa está correcta:
instituido un panel independiente de
a) Las 350 obras listadas por el gobierno
supervisión para analizar cualquier reclamación
británico hacen parte de las 110.000 señaladas
y fijar las posibles indemnizaciones.
por el Congreso Judío Mundial.
―El derecho internacional exige la
b) De momento el Reino Unido no ha acatado
devolución de las obras expoliadas. El Reino
el derecho internacional de devolución de las
Unido debería aceptar este principio absoluto,
obras expoliadas.
como ya lo han hecho otros países‖, defiende
c) No se conoce la nacionalidad de los
Webber. Mientras tanto, el Congreso Judío
pintores Velázquez, Picasso, Monet y Rendir.
Mundial calcula que unas 110.000 obras de arte
d) Todos los cuadros de Velázquez, Picasso,
están todavía en paradero desconocido.
Monet y Renoir estaban en museos británicos.
Lourdes Gomez, Londres (Adaptado de El País
e) Sólo el gobierno británico se comprometió
digital, 01/03/2000).
a hacer un inventario oficial de las obras de arte
1) O tema central do texto trata: que se encuentran en sus museos.
a) da questão das obras de arte britânicas que
foram adquiridas a partir de 1933 e ultrapassam 4) Esta cuestión está relacionada con el texto y
a quantia de 350 peças. con las afirmaciones abajo:
b) da questão das obras de arte que o I - En la conferencia de Washington algunos
Congresso Judaico Mundial conseguiu países se han comprometido a investigar la
recuperar e devolver a seus legítimos procedencia de las piezas antiguas de sus
proprietários. respectivas colecciones nacionales adquiridas a
c) da existência de 350 obras de arte de partir de 1933.
Velázquez, Picasso, Monet e Renoir em museus II - Tony Blair y Anne Webber son de la
comisión ―Arte Robado en Europa‖.

102
III - - El Congreso Judío Mundial calcula que participantes se comprometieron a hacer el
todavía se desconoce el paradero de cerca de inventario de las obras ................. origen no
110.000 obras de arte. estaba claro.‖
IV - Según Tony Blair, la legislación británica La alternativa que contiene las palabras que
no prohíbe el retorno del patrimonio artístico completan adecuadamente los huecos de la
nacional a sus antiguos propietarios. frase anterior es:
a) en que/ en c) adonde/ e) adonde/ en
La lectura del texto permite concluir que que el cuyo que el
sólo están correctas las afirmaciones. b) donde/ d) en que/
a) I y II cuyo cuya
b) II y IV
c) I y III
d) III y IV
e) II y III

5) ―La legislación británica prohíbe el retorno

del patrimonio artístico nacional a sus antiguos
propietarios, pero el Gobierno de Tony Blair ha
instituido un papel independiente de
supervisión para analizar cualquier
reclamación.‖
Otra forma de expresar lo mismo que la
frase anterior es:
a) Aunque la legislación británica prohíba el
retorno de las obras a sus países de origen, el
gobierno de Tony Blair ha creado la posibilidad
de examinar las reclamaciones de los antiguos
propietarios.
b) Aparte de instituir un panel independiente
de supervisión para analizar cualquier
reclamación, el gobierno de Tony Blair ha
prohibido el retorno del patrimonio artístico a
sus antiguos propietarios.
c) Además de prohibir el retorno del
patrimonio artístico a sus países de origen, el
gobierno de Tony Blair ha determinado que
analizará las reclamaciones de los antiguos
propietarios.
d) Si la legislación británica prohíbe la
devolución de las obras a sus antiguos
propietarios, el Gobierno de Tony Blair no
podrá manifestarse de forma independiente ni
analizar las reclamaciones.
e) Siempre que la legislación británica prohíba
el retorno del patrimonio artístico nacional a sus
antiguos países, el gobierno de supervisión para
analizar las reclamaciones.

6) ―En Washington................ se realizó el

Congreso Judío Mundial, los países

103
 Cigarro = charuto
Cimiento = estrutura/concreto
Clausura = formatura
Coche = automóvel
Cola = fila/rabo
FALSOS COGNATOS
Comedor = sala de jantar
Competencia = competição
Em português e em espanhol existem muitos
Copa = taça
vocábulos que à primeira vista são idênticos ou
similares, tanto na ortografia quanto na Copo = floco de neve
fonética, mas que não têm o mesmo Crianza = criação
significado. São denominados falsos cognatos
ou falsos amigos. Cubiertos = talheres
Os casos mais comuns são: Cubo = balde
I. Termos que apresentam forma igual ou
Cuello = pescoço
semelhante em ambos os idiomas, mas cujas
acepções são completamente diferentes; Dado = peça de jogo
II. Termos que apresentam forma igual ou Embarazada = grávida
semelhante em ambos os idiomas, tendo
algumas acepções coincidentes e outras não. Escoba = vassoura
Escritorio = escrivaninha
Esposas = algemas
SUSTANTIVOS
Estafa = fraude, negócio mal intencionado.
Abrigo = agasalho Estofado = refogado
Ala = asa de pássaro Expediente = pasta de documentos
Ano = ânus Experto = especialista
Apellido = sobrenome Firma = assinatura
Aula = sala de aula Funda = fronha
Berro = agrião Ganancia = lucro
Pastel = bolo confeitado Intereses = juros
Botiquín = caixa de remédios Jubilación = aposentadoria
Caco = ladrão Judía = vagem
Cacho/Trozo = pedaço Jugo = suco
Calzada = leito da rua Ladrillo = tijolo
Cometa = pipa Logro = conquista
Carro = carroça Oso = urso
Cartel = cartaz Padre = pai
Cena = jantar Palco = camarote
Cerca = perto Pipa = cachimbo

104
Polvo = pó Apurar = aperfeiçoar
Rato = tempo Asignar = assinalar
Salsa = molho Aterrar = aterrorizar
Sitio = lugar Avalar = avalizar
Sobre = envelope Borrar = apagar
Suciedad = sujeira Botar = jogar fora
Taller = oficina Brincar = pular
Tapa = petisco/tampa Colar = coar/entrar sem autorização
Taza = xícara Contestar = responder
Tela = tecido Escobar = varrer
Vaso = copo Explorar = examinar
Vuelta = troco Fechar = datar
Zurdo = canhoto Firmar = assinar
Halagar = elogiar

ADJETIVOS Jugar = brincar

Latir = bater/palpitar

Borracho (a) = bêbado (a) Lograr = conseguir

Capichoso (a) = teimoso (a) Mirar = olhar

Charlatán = conversador/falador Pegar = colar

Distinto (a) = diferente Quitar = tirar

Encapotado = nublado Sumir = afundar/submergir

Enojado (a) = zangado (a) Tirar = lançar

General = geral
Gracioso (a) = engraçado (a)
Mala = femenino de mal
Ligero = leve
Presunto = suposto
Apurado (a) = refinado (a)
Tonto (a) = bobo (a)
Torpe = burro (a)
VERBOS
Creditar = dar crédito
Aperrear = trazer preso como um cão
TEXTO COMPLEMENTAR
Yo No Hablo Portugués
La mayoría de las personas entienden
idiomas pero no los hablan. A mí me sucede lo
contrario con el portugués, que lo hablo pero
no lo entiendo. Es decir, aprendí la música pero
me falta la letra. Mis amigos me aconsejaron
que tomara unas clases para aprenderlo como
Deus manda. Decidí que no sólo iba a tomar
clases de portugués, sino que Norma Ramos,
una buena amiga brasileña (tendría que ser )
sería mi profesora. Ella aceptó y como yo le
insistiera que me hablase en portugués todo el
tiempo, me dijo que desde el lunes nos
sentaríamos a estudiar dentro de su escritório.
Me pareció bastante estrecho el lugar, pero
105
llegué esse lunes decidida a todo.
Yo creía que el portugués era el idioma más
fácil del mundo. Pero la primera lección que
saqué es que resulta de peligrosísimo
justamente por lo que uno cree que se trata tan
sólo de español deshuesado. Escritório no
quiere decir taller y talher significa cubiertos de
mesa. No me atrevía a preguntar a Norma cómo
se dice escritorio, pero ella, que es tan
inteligente, lo adivinó en mis ojos aterrados.
―Escritorio se dice escrivaninha‖, observó
Norma. ―¿Escriba niña? – comenté
desconcertada -. Así les decimos a las
secretarias.‖ Norma sonrió con benevolencia.
Le pedí que decretáramos un rato de descanso.
Un rato en portugués es un ratón, respondió
inflexible. ―Fíjate lo que pasa por hablar como
un loro‖, traté de disculparme. ―Un louro en
portugués es un rubio‖, dijo ella. ―Y rubio
seguramente se dirá ‗papagayo‘ ―, comenté yo
tratando de hacer un chiste. Glacial, Norma
aclaró:
-- Ruivo es pelirrojo, y papagaio es loro.
-- Perdóname, Norma, pero es que hablo
mucha basura.
-- Vassoura, no lixo. Vassoura quiere decir
escoba.
-- Y escoba ¿significa...?
-- Escova significa cepillo.
Era suficiente para el primer día.
Adaptado do livro Español Básico 2
De Adja Blabino A.B. Durão
Retire do texto os falsos cognatos e seus
respectivos significados:
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
EXERCÍCIOS
Ayer, en una cafetería, descubrí un señor
bebiendo un vaso de agua y de repente quedé
horrorizado ante esa visión. Probablemente
aquella figura sentada en el taburete de la barra
era eso que ahora se llama un ser humano y yo
lo contemplaba por primera vez sin prejuicios,
en absoluta virginidad en los ojos. Parecía un
monstruo gratuito e inocente. Actuaba de una
forma extraña. A veces extendía en ele aire una
de las alargaderas que le brotaban del costado y
con un garfio de cinco apéndices agarraba el
recipiente de cristal, lo elevaba a la altura de un
agujero abierto en la parte superior y por allí
vertía el líquido hacia el interior del organismo
con objeto de encharcarlo. (Manuel Vicente)
1) Segundo o narrador do texto, aquela figura
sentada.
a) No banquinho do balcão era o que hoje se
entende por um ser humano, que ele
contemplava pela primeira vez sem
preconceitos, com olhos absolutamente virgens.
b) No tamborete da turma se parecia ao que
hoje se entende por um ser humano, que ele via
pela primeira vez sem prejuízos à virgindade
dos seus olhos.
c) Na tábua do corrimão era um ser humano
atual, que ele observava pela primeira vez sem
medo, com os olhos de virgem.
d) Na barra da madeira era isso que se chama
um homem nos dias de hoje, sem premeditação
e com olhos absolutamente virginais.
e) Na mesa de um bar era isso que se chama
hoje de homem, cujos olhos virgens ele
contemplava pela primeira vez sem preconceito.
2) O narrador se refere metaforicamente, nessa
ordem, às seguintes partes do corpo:
a) Los hombres, el costado, los brazos, los
dedos y la garganta.
b) El costado, los brazos, las manos, los dedos
y la boca.
c) Los hombros, los brazos, las manos, los
dedos y la garganta.
d) Los brazos, el costado, las manos, los dedos
y la boca.
106
e) Los brazos, las manos, el costado, los dedos
y la boca.
3) (PUC-PR) Para darse el sentido contrario de
―larga entrevista‖, debería decirse:
a) ancha entrevista
b) corta entrevista
c) amplia entrevista
d) estrecha entrevista
e) mala entrevista
4) (CEFET – PR) La interpretación correcta del
chiste es:
La señora pregunta a la sirvienta:
--- Paquita, ¿cómo es que en esta silla
hay tanto polvo ?
--- Claro, señora. Hace más de una
semana que nadie se sienta en ella.
¡Yo no tengo la culpa!
a) A senhora pensa que a faxineira é culpada
por ninguém querer sentar na cadeira;
b) A servente não admite sua culpa e tenta
culpar a patroa;
c) A senhora se assusta, pois sobre a sela
apareceu um polvo morto;
d) A servente, para não assumir que pôs um
polvo em cima da cadeira, finge que não
entendeu a pergunta;
A senhora percebe que a empregada não fez
direito o seu trabalho e, então, esta desconversa.
VESTIBULAR
UEL/JANEIRO 2001
Vivir para contarla
(...) Un amigo de mi papá a quien nunca
conocimos me consiguió un empleo de
vacaciones
en una imprenta cercana a la casa. El sueldo era
muy poco más que nada, y mi único estímulo
fue
la idea de aprender el oficio. Sin embargo, no
me quedaba un minuto para ver la imprenta,
porque el trabajo consistía en ordenar láminas
litografiadas para que las encuadernaran en otra
sección. Un consuelo fue que mi madre me
autorizó para que comprara con mi sueldo el
suplemento dominical de La Prensa que tenía
las tiras cómicas de Tarzán, de Buck Rogers –
que se llamaba Rogelio el Conquistador – y la
de Mutt and Jeff – que se llamaban Benitín y
Eneas –. En el ocio de los domingos aprendí a
dibujarlos de memoria y continuaba por mi
cuenta los episodios de la semana. Logré
entusiasmar con ellos a algunos adultos de la
cuadra y llegué a venderlos hasta por dos
centavos. El empleo era fatigante y estéril, y por
mucho que me esmerara, los informes de mis
superiores me acusaban de falta de entusiasmo
en el trabajo. Debió ser por consideración a mi
familia que me relevaron de la rutina del taller y
me nombraron repartidor callejero de láminas
de propaganda de un jarabe para la tos
recomendado por los más famosos artistas de
cine. Me pareció bien, porque los volantes eran
preciosos, con fotos de los actores a todo color
y en papel satinado. Sin embargo, desde el
principio caí en la cuenta de que repartirlos no
era tan fácil como yo pensaba, porque la gente
los veía con recelo por ser regalados, y la
mayoría se crispaba para no recibirlos como si
estuvieran electrificados. Los primeros días
regresé al taller con los sobrantes para que me
los completaran. Hasta que me encontré con
unos condiscípulos de Aracataca, cuya madre se
107
escandalizó de verme en aquel oficio que le
pareció de mendigos. Me regañó casi a gritos
por andar en la calle con unas sandalias de trapo
que mi madre me había comprado para no
gastar los botines de pontifical. (...)
GARCÍA MÁRQUEZ, Gabriel. Vivir para
Contarla. Buenos Aires: Editorial
Sudamericana, 2002, p. 172-
1) De acordo com o texto, o narrador-
personagem
01) desenhava personagens de tiras cômicas e
criava textos para seus desenhos, material que
depois vendia a La Prensa, para o suplemento
dominical.
02) foi removido de sua primeira função no
emprego, para outro cargo que lhe agradou
mais.
04) teve uma grande decepção quando seus
patrões o acusaram de negligência no trabalho.
08) gostava muito de ir ao cinema para admirar
os artistas mais famosos.
16) encontrou-se, na rua, com umas pessoas
conhecidas de Aracataca, enquanto trabalhava.
2) Tomando como referência o segundo
parágrafo do texto, identifique o que for
correto.
01) Nomearam ao narrador ―distribuidor de
propagandas‖, e isso lhe proporcionou a
oportunidade de conhecer alguns artistas
famosos.
02) As palavras ―consideración‖ e ―regresé‖ são
acentuadas por serem ―agudas‖ terminadas em
n e em vogal, respectivamente.
04) O narrador se deu conta de que não era fácil
distribuir as propagandas, porém conseguia
alcançar a meta diária, pois a maioria das
pessoas recebia os papéis de bom grado.
08) No fragmento ―... regresé al taller con los
sobrantes para que me los completaran.‖, a
partícula sublinhada se refere ao termo ―días‖.
16) A mãe do narrador ficou abismada ao vê-lo
com sandálias, pois tinha comprado botas novas
para que ele fosse ao trabalho.
3) Sobre o trabalho que o narrador-personagem
obteve, graças a um contato do seu pai, assinale
o que for correto.
01) Era em uma gráfica, perto de sua casa.
02) Significou para ele uma experiência muito
valiosa e, também, uma boa contribuição
econômica para a família.
04) Permitiu-lhe adquirir, semanalmente, um
suplemento no qual lia histórias de ―Tarzán‖, de
―Rogelio el Conquistador‖ e de ―Benitín y
Eneas‖.
08) Provocou, desde o começo, uma rejeição
nele, pois não lhe sobrava tempo algum para
distrairse.
16) Deixou-o tremendamente entusiasmado só
nos primeiros dias e, posteriormente,
desmotivou-o, devido à monotonia do trabalho.
NO ME LO DIGAS AHORA, ENVÍAME
UN E-MAIL
¿Quién no ha sufrido una bronca en el
despacho de su jefe? Pues bien, con la
revolución de Internet la desagradable escena
va camino de desaparecer. Pero no se hagan
ilusiones, los chorreos continuarán, aunque de
otra manera: a través del correo electrónico.
Más de un empleado de compañías de
Internet ya se ha acostumbrado a charlar con
sus colegas así tanto o más que en directo,
aunque estén a pocas mesas de distancia. ¿Por
qué? No es difícil de entender: el correo
electrónico aporta claridad en el mensaje, al
poder desarrollar perfecta y estructuradamente
por escrito lo que quieres decir; te permite
evitar discusiones con demasiados decibelios,
así como a cotillas tan atentos como
indeseables; y , sobre todo, te ahorra el cara a
cara imprevisible.
Pero también hay efectos negativos: aunque
parezca contradictorio, el teclado es propenso a
conversaciones duras que degeneran en agrias
disputas. La razón es que se pierden los matices
de significado que aporta la mirada o una
simple inflexión de las voz, y lo que pretendía
ser suave reprimenda puede ser leída como la
más hiriente de las críticas. Entonces el discreto
y limpio intercambio de mensajes se transforma
en ardiente soflama con inacabables
contrarréplicas argumentadas hasta la
108
extenuación y rayanas en el insulto, que lo
parece menos por la distancia virtual. Cuidado
pues con los emails: la riqueza de una buena
conversación aún es difícil de imitar.
(Muy Interesante, junio/2000)
1) De acuerdo con el texto, es correcto afirmar:
a) Con el uso de correo electrónico, el jefe
puede exponer claramente sus ideas y evitar las
críticas al funcionario;
b) Por correo electrónico se puede tratar de
varios asuntos sin ser escuchado por los
curiosos;
c) Una de las ventajas del correo electrónico
es que por escrito no hay errores de
interpretación;
d) Por correo electrónico las discusiones
acaban rápidamente;
e) Las discusiones por correo electrónico se
han hecho tan corrientes que se ha perdido el
placer de una buena conversación cara a cara.
2) De acuerdo con el texto, es correcto afirmar:
a) El uso de correo electrónico ha tornado
impracticables las relaciones entre los
empleados;
b) Las broncas por correo electrónico tienen
menos efecto que hacerlo cara a cara;
c) Con el uso de correo electrónico jefes y
funcionarios han dejado de tratarse;
d) Con el uso de correo electrónico se puede
evitar un enfrentamiento inesperado;
e) El correo electrónico ayuda a mejorar el
estilo de la escrita.
e) Os elementos extralingüísticos nada
acrescentam à conversação.
ROBOS, EXPOLIOS Y
FALSIFICACIONES
La mayoría de los robos de obras de arte se
producen por descuidos de los vigilantes o son
obra de vulgares reventadores de pisos o de
iglesias. La Brigada del Patrimonio Histórico de
España investiga estos delitos. Su comisario
jefe, Ramón Gallego, habla con pasión de su
trabajo: ―Hay algo que no tiene precio y es el
agradecimiento de la gente a la que le devuelves
algo suyo. Por suerte, los robos no son un tema
muy preocupante, ya que el año pasado se han
producido alrededor de 200 en todo el territorio
nacional‖. Una de sus tareas primordiales es la
elaboración de un banco de datos sobre objetos
robados. Por eso, un consejo que da la policía a
las personas que poseen una obra de arte es que
le hagan una fotografía.
Los delitos más frecuentes son las
falsificaciones. En las paredes de los despachos
de la Brigada hay cuadros a disposición de la

3) De acordo com o texto, é correto afirmar:

a) Por não possuir os elementos
extralingüísticos inerentes à conversação, o e-
mail é tão claro e transparente quanto a
conversação;
b) Por não possuir os elementos
extralingüísticos inerentes à conversação, o e-
mail é mais claro e transparente que a
conversação;
c) Por não possuir os elementos
extralingüísticos inerentes à conversação, o e-
mail pode ter uma interpretação equivocada;
d) Os elementos extralingüísticos não são úteis
à conversação;

109

A ÉTICA DO DISCURSO EM
HABERMAS
Jurgen Habermas (1929) filósofo alemão,
inicialmente sofreu influência da Escola de
Frankfurt, mas dela se desligou para percorrer
itinerário próprio. Desenvolveu então a Teoria
da Ação Comunicativa, que fornece os
elementos para a compreensão da Ética do
Discurso.
A teoria da ação comunicativa recorre à
razão para sua fundamentação. Embora sofra
influência de Kant, Habermas se fundamenta no
conceito de razão comunicativa. Ou seja, o
sujeito em Habermas é descentrado, porque a
razão comunicativa supõe o diálogo, a
interação entre os indivíduos do grupo,
mediada pela linguagem pelo discurso.
A razão comunicativa é mais rica por ser
processual, construída a partir da relação entre
os sujeitos, enquanto seres capazes de se
posicionarem criticamente diante das normas.
Nesse caso a validade das normas não deriva de
uma validade abstrata e universal, nem depende
da subjetividade de cada um, mas do consenso
encontrado a partir do grupo, do conjunto dos
indivíduos. Portanto a subjetividade se
transforma em intersubjetividade.
A Ação Comunicativa supõe o
entendimento entre os indivíduos, que
procuram pelo uso de argumentos racionais,
convencer o outro (ou se deixar convencer) a
respeito da validade da norma: instaura-se aí o
mundo da sociabilidade, da espontaneidade, da
solidariedade, da cooperação.
A ética discursiva de Habermas é uma aposta
na linguagem e na capacidade de entendimento
entre as pessoas na busca de uma ética
universal, baseada em valores válidos e aceitos
por todos.
A razão instrumental
Habermas sendo ligado à Escola de
Frankfurt teve contato com a crítica à herança
Iluminista. Esta crítica faz alusão à idéia de
que a razão em vez de emancipar o homem teria
lançado-o novamente num mito, o mito da
confiança cega no progresso científico, que
levou ao desenvolvimento de uma faceta da
razão, denominada, razão instrumental.
Esta questão será mais aprofundada quando
estudarmos estética.
110
Introdução à Política
Na conversa diária, usamos a palavra
política de diversas formas que não se referem
necessariamente a seu sentido fundamental. Ora
nos referimos à política como algo impregnado
pela sujeira e corrupção, outras vezes, com a
palavra política nos referimos aos modos de
gerenciar algo.
A palavra política vem de pólis (cidade-
Estado), que no sentido grego, significa a arte
de governar, de gerir o destino da cidade. Para
os gregos não há possibilidade de esquivar-se
da vida pública, pois, viver numa sociedade é a
essência do homem.
A democracia é a maior expressão da
lealdade e apego de um homem à sua cidade,
pois, a democracia dá a cada cidadão a chance
de tomar parte e decidir o destino da cidade.
Mesmo sendo filhos da cultura grega é fato
que somos antipáticos à política, mesmo porque
a configuração política em que vivemos não
parece dar brecha alguma à manifestação da
opinião pública.
O poder
O conceito moderno de política está ligado
estreitamente ao poder. Discutir política, nos
dias de hoje, é discutir poder. Poder no sentido
de capacidade de agir, de produzir efeitos sobre
os indivíduos.
Para que alguém exerça o poder, é preciso
que se tenha força, entendida como influência,
potência, etc... A força é, pois, o instrumento
para o exercício do poder.
A legitimidade do poder se dá de modos
diferentes, conforme a forma de governo:
Na teocracia a legitimidade do poder vem
da vontade de Deus;
Na monarquia a legitimidade do poder está
vinculada à tradição, à hereditariedade do
poder, que passa de geração a geração, ao rei;
Na aristocracia o poder está nas mãos do
melhores, ou mais ricos, ou mais fortes, ou os
de linhagem nobre, ou os mais sábios;
Na democracia o poder brota do consenso e
da vontade do povo.
A Democracia
A palavra ―democracia‖ vem do grego
demos que significa ―povo‖ e kratia que
significa ―governar‖. Os atenienses são os
primeiros a elaborar teoricamente o ideal
democrático, dando ao cidadão a capacidade de
decidir o destino da polis.
Entretanto, o ideal de democracia direta, ou
seja, que não se faz por intermédio de
representantes, não se cumpriu em Atenas.
Muitos eram excluídos da política e poucos
detinham o poder. A democracia já nasceu de
uma maneira errônea.
A democracia se mostra como uma forma
de governo frágil, pois o aceitamento de
diversas opiniões e o devido respeito à elas, não
se dá de maneira fácil. Para que a democracia
seja efetiva, é necessário, primeiramente, que as
pessoas saibam conviver com as outras.
O Estado
O Estado é uma das mais completas
instituições sociais criadas e desenvolvidas pelo
homem ao longo da história. Muitos estudiosos
procuram compreender a realidade do Estado,
mas foi o pensador Max Weber quem elaborou
uma das melhores definições, largamente
conhecida e utilizada pelos cientistas sociais e
políticos.
Segundo Weber, o Estado é a instituição
política que, dirigida por um governo soberano,
detém o monopólio do uso da força, em
determinado território, subordinando a
sociedade que nele vive.
Nem sempre o Estado existiu. Diversas
comunidades, do passado e do presente,
organizam-se sem ele. Nelas as funções
políticas eram distribuídas pelo conjunto dos
membros da comunidade.
Num determinado momento da história
algumas sociedades, com o aprofundamento da
divisão social do trabalho, certas funções
político-administrativas forma assumidas por
um grupo separado de pessoas. Esse grupo
passou a deter o poder de impor normas à vida
coletiva. Assim surgiu o governo, por meio do
qual foi se desenvolvendo o Estado
111

A POLÍTICA EM
ARISTÓTELES
Aristóteles (384-322 a.C.) em sua obra
Política, afirma que o homem é por natureza
um ser social, pois, para sobreviver não pode
ficar completamente isolado de seus
semelhantes. Constituída por um impulso
natural do homem, a sociedade deve ser
organizada conforme essa mesma natureza
humana. O que deve guiar, então, a organização
da sociedade é a busca de um determinado
bem, correspondente aos anseios dos homens
que a organizam.
Observe que a reflexão aristotélica sobre a
política na se separa da ética, pois a vida
individual está implicada na vida comunitária.
Se Aristóteles conclui que a finalidade da ação
moral é a felicidade do individuo, também a
política tem por fim organizar a cidade feliz.
Para Aristóteles, a organização social
adequada à natureza do homem é a pólis. A
pólis grega, portanto, é vista como um
fenômeno natural. Por isso o homem
aristotélico é tido como um ―animal político
por natureza‖.
O estado e as formas de governo
Para Aristóteles o Estado tem por finalidade
o soberano bem,ou seja, a felicidade de todos os
cidadãos. A cidade tem, pois, a capacidade de
realizar a essência do ser humano enquanto ser
racional e político.
Toda comunidade política deve por um meio
ou por outro se organizar, definir leis para o
convívio, ou seja, uma cidade precisa ser
governada, o que nos leva a buscar qual o
regime de governo mais adequado.
O Estado pode ter diferentes formas. O poder
soberano pode ser exercido por um só homem,
por poucos homens ou pela maior parte dos
homens e quem governa pode governar
segundo o bem comum ou então pelo sue
próprio interesse.
A princípio todos os regimes são bons,
porém, quando o governo visa o bem comum,
ele é considerado por Aristóteles, como um
governo reto. Mas quando o governo visa
interesses particulares, ele é considerado um
governo corrupto. Observe a tabela abaixo:
Formas de governo
Boas Corrompidas
Monarquia Tirania
Aristocracia Oligarquia
Politía Democracia
Uma pergunta já de início nos inquietaria: a
democracia seria uma forma pervertida de
governo? Aristóteles entende por ―democracia‖
um governo que, desleixando o bem comum,
visa oferecer os interesses dos mais pobres;
assim, entende a democracia no sentido de
―demagogia‖. Na concepção de Aristóteles, na
democracia a maioria pobre governa em
detrimento da minoria rica, portanto visando o
interesse apenas, de uma parcela da população.
Embora considere a monarquia e a aristocracia
ou a polítía formas corretas de governo,
Aristóteles prefere a última. Sendo a politía o
governo da maioria rica ou pobre, esta forma de
governo é a que mais se adéqua à vida concreta
da polis, sendo também, a forma de governo
que retoma o critério de que a virtude sempre
está no meio-termo.
Texto Complementar
Aristóteles e a escravidão
Para Aristóteles, os homens livres e
concidadãos aprisionados em guerras não
deveriam ser escravizados como era de costume
na época. Mas o mesmo não acontece com os
―bárbaros‖, nome genérico atribuído aos não-
gregos, por serem estes considerados inferiores
e, portanto, possuírem uma disposição natural
para a escravidão. Por isso seria legítimo o
controle que o senhor exerce sobre o escravo.
Aristóteles recomenda apenas que o tratamento
não seja cruel, devendo mesmo ser estabelecido
laços afetivos, como nas antigas famílias dos
112
tempos homéricos, quando os escravos
pertenciam ao lar.

A POLÍTICA EM
MAQUIAVEL

Durante a Idade Média, o poder do rei era

sempre confrontado com os poderes da Igreja
ou da nobreza. As monarquias nacionais
surgem com o fortalecimento do rei, e, portanto
com a centralização do poder. Dessa forma
surge o Estado moderno.
Enquanto as demais nações européias
conseguem a centralização do poder, a
Alemanha e a Itália se acham fragmentadas em
inúmeros Estados sujeitos a disputas internas e
a hostilidades entre cidades vizinhas. No caso
da Itália, a ausência de unificação a expõe à
ganância de outros países como a Espanha e
França, que reivindicam territórios e assolam a
península com ocupações intermináveis.
É nessa Itália dividida que vive Nicolau
Maquiavel (1469-1527) na república de
Florença.
Maquiavel não foi apenas um intelectual que
refletiu a respeito de política, pois, viveu
intensamente a luta de poder no período em que
Florença, tradicionalmente sob influência da
família Médici, encontrava- se por uma década
governada pelo republicano Soderini.
Nessa época Maquiavel ocupa a Segunda
Chancelaria do governo, função que o obriga a
desempenhar inúmeras missões diplomáticas na
França, Alemanha e pelos diversos Estados
italianos. Tem oportunidade de entrar em
contato com Cezar Bógia, que estava
empenhado na ampliação Do Estados
Pontifícios. Observando a maneira de Bógia
agir, Maquiavel o considera o modelo de
príncipe que a Itália precisava para ser
unificada.
Em 1512 uma nova rebelião traz de volta os
Médici ao poder, obrigando Maquiavel ao
exílio, ocasião em que eles escrever diversas
obras, como por exemplo, a obra consagrada
O Príncipe.

113
O príncipe virtuoso procurando examiná-la na sua especificidade
Escrito em 1513 e dedicado a Lourenço de própria.
Médici, O Príncipe procura tratar da política O filósofo italiano se distancia da política
como ela se dá na vida real, ou seja, sem normativa dos gregos e medievais, pois não
pretender fazer uma teoria da política ideal, mas mais busca as normas que definem o bom
compreender e esclarecer os princípios da regime, nem explicita quais devem ser as
política real. É por essa razão, que a política de virtudes do bom governante, ele apenas procura
Maquiavel é tida como realista. retomar o sentido da política como sendo uma
Para ele a política tem como objetivo a arte.
manutenção do poder, não lhe interessa
arquitetar governos justos, o objetivo supremo
do governo é perpetuar-se no poder, não
importando os meios para atingir esse fim.
Nesse realismo político, considerações sobre
justiça ou moral não têm vez. O governante
deve fazer aquilo que, a cada momento, se
mostra interessante para conservar o seu poder.
Maquiavel recomenda que um príncipe deve
mentir, agir com crueldade e até mesmo
matar, de acordo com as necessidades do
poder. Escreve que a bondade leva o príncipe à
ruína num ambiente calcado de maldade. Aqui
Maquiavel revela a visão de uma antropologia
negativa, onde os homens são corrompidos por
natureza e é dever do Estado civilizá-los.
O príncipe não deve ser amado nem odiado,
e sim temido. Deve aplicar o bem em conta
gotas e o mal de uma só vez.
Além disso, deve ser astuto como uma
raposa e corajoso como um leão.
Para descrever a ação do príncipe, Maquiavel
usa as expressões italianas virtú e fortuna.
Virtú significa virtude, no sentido grego de
força, vigor saúde, astúcia e energia, capacidade
de prever, planejar e constranger. Homens de
virtú são homens especiais, capazes de realizar
grandes obras e provocar mudanças na história.
Implícita nessa virtú encontra-se a noção de
fortuna, aqui entendida como ocasião, acaso. O
príncipe não deve deixar escapar a fortuna, isto
é, a ocasião certa para agir. A fortuna não deve
existir sem a virtú. De nada adiantaria um
príncipe virtuoso, se não soubesse ser precavido
ou ousado.

A autonomia da política
Maquiavel é considerado o fundador da
ciência política, pois torna a política autônoma
desvinculando- a da ética e da religião

114

CONTRATUALISTAS
Os filósofos do século XVII estão
preocupados em justificar racionalmente e
legitimar o poder do Estado sem recorrer à
intervenção divina, como na Idade Média. Na
unidade 07 da apostila I, o Estado foi definido
como sendo uma das mais completas
instituições sociais criadas e desenvolvidas pelo
homem ao longo da história, ou seja, foi a partir
da criação dessa instituição chamada Estado,
que o homem passou a viver em sociedade.
É importante lembrarmos que os filósofos
estudados a seguir estão inseridos no período
renascentista, que será mais aprofundado na
unidade 8 desta apostila.
Os filósofos que serão estudados nas próximas
unidades têm em comum a preocupação em
entender a origem, ou seja, a razão de existir e
a validade do Estado. As teorias
contratualistas representam a busca da
legitimidade do poder do Estado.
Esses pensadores partem da análise do
homem no estado de natureza, isto é antes de
qualquer sociabilidade, onde o homem desfruta
o jus naturale (jusnaturalismo), ou seja, o
direito natural. Este por sua vez, corresponde à
liberdade de usar seu próprio poder da maneira
que quiser, para a preservação de sua própria
natureza, portanto, da própria vida.
As bases do poder político bem como a
própria sociedade, seriam então frutos de um
contrato,a saber: uma acordo que poria fim ao
―estado natural‖ e inauguraria o ―estado civil‖.
Daí a denominação de filósofos contratualistas.
Thomas hobbes e o
estado absoluto
O filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-
1679) é considerado um contratualista, pois seu
pensamento parte do princípio da existência de
um estado natural que se caracteriza como um
estado de guerra constante entre os homens.
Para ele, o homem, embora vivendo em
sociedade, não possui o instinto natural de
sociabilidade, ou seja, o homem não é um ser
sociável, ao contrário, o homem é o lobo do
próprio homem.
Para Hobbes, o homem é movido por desejos
egoístas, convencionalistas e de disputa. Num
ambiente onde a liberdade e a propriedade são
ilimitadas, esses desejos só podem ocasionar
em uma total anarquia, geradora de insegurança
e medo, ou seja, uma guerra de todos contra
todos.
A fim de eliminar essa guerra e garantir a paz
e segurança interna, os homens firmam um
contrato. A partir da criação desse contrato
surge a sociedade política e o Estado. Para isso
os homens devem transferir todos seus direitos
para um terceiro, que no caso o próprio Estado,
para que este governe a todos, impondo a
ordem, segurança e direção à nova sociedade
vigente.
Com a criação do Estado surge também uma
nova figura: a do Soberano.
O soberano nada mais seria que a imagem
máxima do Estado Civil, pois é o soberano que
detém todo o poder e todos os direitos de seus
súditos. Seu poder é, portanto, absoluto,
ilimitado e individual. Nenhum súdito pode
julgar seus atos, pois o soberano está acima da
justiça. Seu único dever é o de garantir a paz e a
segurança de seus súditos.
Hobbes ilustra o soberano através da figura
do Leviatã, que por sinal é o título da obra
onde o autor descreve toda a origem do Estado.
Na obra lançada em 1651, podemos entender
mais claramente a comparação feita pelo autor:
Leviatã é uma figura bíblica caracterizada como
sendo um animal monstruoso e cruel, mas que
de certa forma defende os peixes menores de
serem engolidos pelos mias fortes.
O Estado absolutista
A época em que Hobbes viveu, foi marcada
pela revolução. O Parlamento inglês, na
qualidade de representante do povo, disputa o
poder com o rei (absolutismo), negando-lhe o
aumento de impostos e o comando do exército,
o que desemboca na guerra civil (1642-1648).
Em meio a tudo isso Hobbes é visto como um
115
defensor ferrenho do absolutismo, ao defender
a idéia de um Estado soberano com poderes
ilimitados e absolutos.
Por essa razão ao falarmos do
contratualismo em Hobbes é importante termos
em mente a questão absolutista que envolve seu
pensamento, já em John Locke, próximo autor JOHN LOCKE E O ESTADO
que estudaremos, as teorias contratualistas
possuem caráter liberal.
LIBERAL

John Locke (1632-1704), nasceu na

Inglaterra e destacou-se como principal
precursor do empirismo - corrente filosófica que
acredita que a fonte de todo conhecimento é a
experiência e que será estudado na apostila III.
Mas o que nos interessa neste momento são
suas idéias acerca do contratualismo, que por
sinal são descritas em sua obra Dois Tratados
sobre o governo civil (1690).
Para Locke os homens no Estado de natureza
são livres, iguais e independentes. A terra e
seus frutos são abundantes e suficientes para a
sobrevivência de cada um. Todos os homens
possuem direitos naturais que se referem à
propriedade, a liberdade e a vida.
Apesar de aparentar ser um estado perfeito, o
Estado de natureza apresenta uma falha: não há
normas e cada um é considerado juiz de sua
própria causa. Sendo assim num estado em que
todos são juízes e executores da lei em causa
própria, não há como evitar o julgamento
parcial, a injustiça e o castigo excessivo.
Dessa forma, pela falta de garantias da
proteção aos direitos naturais e também porque
cada indivíduo no estado de natureza se
constitui como juiz em sua causa própria, os
indivíduos entram em estado de guerra uns com
os outros. Pois não existe um senso de justiça
e todos estão sujeitos a agir de acordo com suas
paixões.
Diante dessas inseguranças que afligem os
homens no estado de natureza, os indivíduos
reunidos renunciam a sua liberdade natural,
entregando-a ao corpo político formando nesse
mesmo ato de renúncia a sociedade política, ou
seja, o Estado Civil.
De acordo com o contrato firmado, o governo
pode ser de um só indivíduo ou de vários. O
que importa é sua finalidade: a de concentrar o

116
direito de julgar e de castigar os criminosos, de
modo a assegurar, a toda a comunidade e a cada
um de seus membros, a segurança, a
tranqüilidade, o conforto e a paz.
Para isso, o governo desdobra-se em vários
poderes. O principal é o Poder Legislativo, isto
é, o de estabelecer leis fixas para que todos
possam conhecê-las.
As ideéias liberais
A restauração da monarquia como solução de
compromisso entre a Coroa e o Parlamento não
eliminou o conflito entre ambos; Jaime II,
irmão e sucessor de Carlos II é deposto em
1688. O trono é entregue a Guilherme de
Orange e à sua esposa Maria, mas sob a
condição de que se submetam ao Parlamento.
Era o inicio da monarquia constitucional, tal
como existe a te hoje. O pensamento político de
Locke é quase como o programa dessa
Revolução Gloriosa - ―gloriosa‖ porque
vitoriosa sem que o país tivesse de passar por
uma nova guerra civil.
John Locke além de grande precursor do
empirismo, destacou-se através de suas liberais.
O liberalismo surge através de conquistas
da burguesia e constitui-se, sobretudo, contra o
absolutismo real, se opondo à intervenção do
poder do rei nos negócios particulares. A
decorrência dessa forma de pensar é o
aperfeiçoamento das instituições do voto e da
representação, a autonomia dos poderes e a
conseqüente limitação do poder central. Alem
de defender a propriedade privada dos meios de
produção e a economia de mercado baseada na
livre iniciativa e competição e a autonomia
econômica.
Sendo assim o Estado de acordo com a
concepção deste filósofo, é liberal e, portanto,
ao firmarem o contrato os direitos naturais não
desaparecem o Estado não tem o direito de
intervir na propriedade do indivíduo, tendo
como a idéia de propriedade tanto o corpo
como o seu trabalho e tudo que por ele é
produzido.
Caso o Estado ultrapasse seus limites, os
indivíduos podem resistir às determinações do
governo, chamado esta resistência de direito de
resistência.
JEAN-JACQUES ROSSEAU
E O CONTRATO SOCIAL
Jean-Jacques Rosseau (1712-1778) nasceu
em Genebra na Suíça, viveu maior parte de sua
vida em Paris onde fervilhavam as idéias
liberais que culminaram na Revolução
Francesa.
Rosseau não via com otimismo o progresso
científico e tecnológico apesar de viver em
pleno Iluminismo, onde a razão humana
representava o poder máximo.
Teve importante participação na
Enciclopédia, que foi uma espécie de
dicionário que tinha como intuito a divulgação
de novos ideais, tolerância religiosa,
iluminismo, avanço de técnicas científicas, etc.
Foi também precursor do Romantismo, que
era a corrente que valorizava o sentimento
anterior à razão, ou seja, a emoção.
Uma de suas obras principais é titulada
Discurso sobre a Origem e Fundamentos da
Desigualdade entre os Homens, na qual
Rosseau faz um histórico do estado de natureza
até a passagem para o estado civil. Rosseau é
um autor considerado contratualista, porém sua
explicação para a origem do Estado diverge
bastante dos outros autores estudados até agora,
como veremos a seguir.
De acordo com Rousseau, o homem é bom
por natureza, portanto, no estado natural os
homens viviam felizes e em plena
harmonia.Todas a necessidades eram
rapidamente satisfeitas.
Ao decorrer do tempo começam a surgir
algumas dificuldades, é necessária a construção
de armas para a obtenção de alimento e para a
defesa, surgem às disputas e o trabalho. Com
isso o homem experimenta o sentimento de
superioridade, comparações, sentimentos de
vingança e as diferenças começam a se acentuar
a partir da divisão de trabalho. Ocorre o
surgimento da língua e da família. É através do
117
surgimento da propriedade que os homens EXERCÍCIOS
começam a acumular riquezas, a se tornar
ambiciosos.Pobres trabalham para os ricos. UNIDADE 7
Para Rosseau a partir da propriedade o
homem perde a chance de retornar ao estado
inicial, pois é a propriedade que dá início ao
processo civil.
E o Estado civil surge através do contrato
selado entre ricos e pobres. Tal contrato se dá
em meio há uma desigualdade, dependência,
abuso de poder e tirania.
Ao contrário de outros autores, Rosseau
acredita que esse contrato firmado na verdade
seria um falso contrato, pois coloca os
indivíduos em uma situação de decadência, há
que se considerar a possibilidade de outro (Disponível em:
contrato verdadeiro e legítimo pelo qual o povo <http://www.miguelportas.net/blog/?p=117rato>.A
cesso em: 4 jun. 2008.)
esteja reunido sob uma só vontade.

O Contrato Social
1) (2009) A utilização de organismos
Em sua obra Do Contrato Social (1762) o
geneticamente modificados,já presente em
contrato social, para ser legítimo, deve se
alimentos como soja e milho, remete para a
originar do consentimento necessariamente
questão dos limites éticos da pesquisa.
unânime. Cada associado abdica de todos os
seus direitos em favor da comunidade. Mas, Tendo presente a obra de Jurgen Habermas,
é correto afirmar.
como todos abdicam igualmente, na verdade
a) O debate sobre as consequências éticas da
cada um nada perde, pois sendo ele próprio
ciência, especialmente da biotecnologia, deve
parte integrante e ativa de todo social, ao
ocorrer a posteriori para não atrapalhar um
obedecer à lei, obedece a si mesmo e, portanto,
possível progresso resultante das novas
é livre.
descobertas científicas.
O Soberano é para Rosseau, o corpo
b) A pesquisa com seres humanos, sobretudo
coletivo, ou seja, o povo que expressa a
quando envolve a possibilidade futura de
vontade geral. A vontade geral difere da
intervenções terapêuticas e de aperfeiçoamento,
vontade de todos, pois enquanto esta baseia-se
requer que se faça uma clara distinção entre
nos benefícios individuais, a vontade geral
eugenia positiva e negativa.
expressa interesses comuns a todos.
c) Para que a ciência progrida e as pesquisas
A soberania do povo é que institui o governo
avancem na direção de novas descobertas, a
para que este execute o que é decidido pelo
ciência necessita estar sintonizada com o
próprio povo, ou seja, o que ocorre é uma
princípio da neutralidade científica.
democracia direta, pois cada indivíduo é ativo
d) Diante da inserção dos laboratórios de
em toda as decisões. Cada homem é cidadão e
pesquisa na lógica de mercado, caso seja
súdito ao mesmo tempo, cidadão enquanto faz a
possível alterar geneticamente características
lei e súdito enquanto a obedece.
dos bebês, caberá aos pais estabelecer limites
éticos para as possibilidades oferecidas.
e) O ritmo lento da produção legislativa frente à
rapidez das novas descobertas científicas torna
sem sentido estabelecer limites ético-
normativos para questões que envolvem a
ciência.

118
2) (UEL2005) ―As instâncias do Poder, que os
cidadãos acreditavam terem instalado
democraticamente, estão, sob o peso da crítica,
em vias de perder sua identidade. A opinião não
lhes confere mais o certificado de conformidade
que a legitimidade deles exige. Jurgen
Habermas [...] vê nessa situação ‗um problema
de regulação‘. A opinião pública, abalada em
suas crenças mais firmes, não dá mais sua
adesão às regulações que o direito
constitucional ou, mais amplamente, o direito
positivo do Estado formaliza‖.
(GOYARD-FABRE, Simone. O que é democracia?.
Trad. de Cláudia Berliner. São Paulo: Martins
Fontes, 2003. p. 202-203.)
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre os Estados Democráticos de Direito na
contemporaneidade, é correto afirmar:
a) A atual identidade das instâncias do poder é
confirmada pela ―crítica‖.
b) Legalidade e legitimidade das instâncias de
poder são coincidentes nos Estados
Democráticos de Direito.
c) A regulação das instituições de poder deve
ser independente da opinião pública.
d) A legitimidade das instâncias de poder deve
ser baseada no direito positivo.
e) A opinião pública é que deve dar
legitimidade às instâncias de poder.
3) (UEL2006) ―[...] Somente ordenamentos
políticos podem ter legitimidade e perdê-la;
somente eles têm necessidade de legitimação.
[...] dado que o Estado toma a si a tarefa de
impedir a desintegração social por meio de
decisões obrigatórias, liga-se ao exercício do
poder estatal a intenção de conservar a
sociedade em sua identidade normativamente
determinada em cada oportunidade concreta. De
resto, é esse o critério para mensurar a
legitimidade do poder estatal, o qual – se
pretende durar – deve ser reconhecido como
legítimo.‖
(HABERMAS, Jurgen. Para a reconstrução do
Materialismo Histórico. 2. ed. Trad. Carlos Nelson
Coutinho. São Paulo: Brasiliense, 1990. p. 219-
221.)
Com base no texto, é correto afirmar que a
legitimidade do Estado em Habermas:
a) É uma necessidade que se impõe por meio da
vontade do soberano, pois este é o único capaz
de dispor de garantias sociais para todos.
b) Reside na preservação da identidade da
sociedade como forma de assegurar a
integração social.
c) É uma exigência que, uma vez conquistada,
adquire perenidade sem se exaurir ao longo da
história.
d) É atingida pelo uso do poder econômico ou
da força bélica, elementos esses que podem se
perder facilmente.
e) Conta de forma imprescindível com os
parâmetros da vontade divina no
estabelecimento de valores comumente
vivenciados.
4) (UEL2006) ―Uma moral racional se
posiciona criticamente em relação a todas as
orientações da ação, sejam elas naturais, auto-
evidentes, institucionalizadas ou ancoradas em
motivos através de padrões de socialização. No
momento em que uma alternativa de ação e seu
pano de fundo normativo são expostos ao olhar
crítico dessa moral, entra em cena a
problematização. A moral da razão é
especializada em questões de justiça e aborda
em princípio tudo à luz forte e restrita da
universalidade.‖
(HABERMAS, Jurgen. Direito e democracia: entre
facticidade e validade. v. I. Trad. Flávio Beno
Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,
1997. p. 149.)
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre a moral em Habermas, é correto
afirmar:
a) A formação racional de normas de ação
ocorre independentemente da efetivação de
discursos e da autonomia pública.
b) O discurso moral se estende a todas as
normas de ações passíveis de serem justificadas
sob o ponto de vista da razão.
c) A validade universal das normas pauta-se no
conteúdo dos valores, costumes e tradições
praticados no interior das comunidades locais.
d) A positivação da lei contida nos códigos,
mesmo sem o consentimento da participação
popular, garante a solução moral de conflitos de
ação.
119
e) Os parâmetros de justiça para a avaliação
crítica de normas pautam-se no princípio do
direito divino
5) (UEL2007) ―De acordo com a ética do
Discurso, uma norma só deve pretender validez
quando todos os que possam ser concernidos
por ela cheguem (ou possam chegar), enquanto
participantes de um Discurso prático, a um
acordo quanto à validez dessa norma‖.
Fonte: Habermas, J. Consciência moral e agir
comunicativo. Tradução de Guido A. de Almeida.
Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989, p.86.
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre a Ética do Discurso de Habermas,
assinale a alternativa correta:
a) O princípio possibilitador do consenso deve
assegurar que somente sejam aceitas como
válidas as normas que exprimem um desejo
particular.
b) Nas argumentações morais basta que um
indivíduo reflita se poderia dar seu
assentimento a uma norma.
c) Os problemas que devem ser resolvidos em
argumentações morais podem ser superados
apenas monologicamente.
d) O princípio que norteia a ética do discurso de
Habermas expressa-se, literalmente, nos
mesmos termos do imperativo categórico
kantiano.
e) Uma norma só poderá ser considerada
correta se todos os envolvidos estiverem de
acordo em dar-lhe o seu consentimento.
6) (2008) De acordo com a ética do discurso, os
argumentos apresentados a fim de validar as
normas [...] têm força de convencer os
participantes de um discurso a reconhecerem
uma pretensão de validade, tanto para a
pretensão de verdade quanto para a pretensão
de retidão. [...] Ele [Habermas] defende a tese
de que as normas éticas são passíveis de
fundamentação num sentido análogo ao da
verdade.
(BORGES, M. de L.; DALL’AGNOL, D. ; DUTRA,
D. V. Ética. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p. 105.)
Assim, é correto afirmar que a ética do discurso
defende uma abordagem cognitivista da ética
(HABERMAS, J. Consciência moral e agir
comunicativo. Tradução Guido Antonio de Almeida.
Rio de Janeiro: Tempo Brasileira, 1989. p. 62 e 78.)
Sobre o cognitivismo da ética do discurso, é
correto afirmar:
a) A ética do discurso procura dar continuidade
à abordagem cognitivista já presente em Kant.
b) A abordagem cognitivista da ética do
discurso assume a impossibilidade de validação
das normas morais.
c) A abordagem cognitivista da ética do
discurso se apóia no conhecimento da utilidade
das ações tal como pretendia Jeremy Bentham.
d) A abordagem cognitivista da ética do
discurso procura dar continuidade às teses
aristotélicas sobre a retórica.
e) A ética do discurso, ao abordar a ética de um
ponto de vista cognitivista, segue as teorias
emotivistas e decisionistas.
UNIDADE 8
1) (UEL2003) ―... os traços pelos quais a
democracia é considerada forma boa de
governo são essencialmente os seguintes: é um
governo não a favor dos poucos mas dos
muitos; a lei é igual para todos, tanto para os
ricos quanto para os pobres e portanto é um
governo de leis, escritas ou não escritas, e não
de homens; a liberdade é respeitada seja na vida
privada seja na vida pública, onde vale não o
fato de se pertencer a este ou àquele partido
mas o mérito.‖
(BOBBIO, Norberto. Estado, governo, sociedade:
para uma teoria geral da política. Trad. de Marco
Aurélio Nogueira. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1987. p. 141.)
Com base no texto, considere as seguintes
afirmativas sobre os direitos fundamentais
da democracia grega.
I- Todos os cidadãos submetem-se a uma elite,
formada pelos ricos, que governa privilegiando
seus interesses particulares.
II- Todos os cidadãos possuem os mesmos
direitos e devem ser tratados da mesma
maneira, perante as leis e os costumes da pólis.
III- Todo cidadão tem a liberdade de expor, na
assembléia, seus interesses e suas opiniões,
discutindo-os com os outros.
IV- Todo cidadão deve pertencer a um partido
para que suas opiniões sejam respeitadas.
Assinale a alternativa correta.
120
a) Apenas as afirmativas I e II são corretas.
b) Apenas as afirmativas I e IV são corretas.
c) Apenas as afirmativas II e III são corretas.
d) Apenas as afirmativas II e IV são corretas.
e) Apenas as afirmativas III e IV são corretas
2) (2007) Leia o texto a seguir:
―A comunidade constituída a partir de vários
povoados é a cidade definitiva, após atingir o
ponto de uma auto-suficiência praticamente
completa; assim, ao mesmo tempo que já tem
condições para assegurar a vida de seus
membros, ela passa a existir também para lhes
proporcionar uma vida melhor. Toda cidade,
portanto, existe naturalmente, da mesma forma
que as primeiras comunidades; aquela é o
estágio final destas, pois a natureza de uma
coisa é o seu estágio final, porquanto o que cada
coisa é quando o seu crescimento se completa
nós chamamos de natureza de cada coisa, quer
falemos de um homem, de um cavalo ou de
uma família. Mais ainda: o objetivo para o qual
cada coisa foi criada - sua finalidade - é o que
há de melhor para ela, e a auto-suficiência é
uma finalidade e o que há de melhor.‖
Fonte: ARISTÓTELES. Política. Tradução de
Mário da Gama Kury. 2ª ed. Brasília: UnB,
1988, p.15.
Com base na citação acima e em seus
conhecimentos sobre a concepção de Estado
e sociedade em Aristóteles, considere as
afirmativas a seguir:
I- Para Aristóteles a cidade é uma criação
artificial decorrente da necessidade que os
homens têm de não causar danos uns aos
outros.
II- A cidade auto-suficiente é o estágio final das
primeiras comunidades e existe para garantir a
vida de seus membros e tornar possível uma
boa vida.
III- A reflexão acerca da cidade revela a
concepção teleológica da filosofia política de
Aristóteles.
IV- Para Aristóteles, a cidade deve ser
entendida como uma espécie de comunidade
que tem como única função proporcionar a
segurança dos indivíduos.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e IV.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
3) (UEL2003) ―Toda cidade [pólis], portanto,
existe naturalmente, da mesma forma que as
primeiras comunidades; aquela é o estágio final
destas, pois a natureza de uma coisa é seu
estágio final. (...) Estas considerações deixam
claro que a cidade é uma criação natural, e que
o homem é por natureza um animal social, e um
homem que por natureza, e não por mero
acidente, não fizesse parte de cidade alguma,
seria desprezível ou estaria acima da
humanidade.‖
(ARISTÓTELES. Política. 3. ed. Trad. de Mário da
Gama Kuri. Brasília: Ed. Universidade de Brasília,
1997. p. 15.)
De acordo com o texto de Aristóteles, é
correto afirmar que a pólis:
a) É instituída por uma convenção entre os
homens.
b) Existe por natureza e é da natureza humana
buscar a vida em sociedade.
c) Passa a existir por um ato de vontade dos
deuses, alheia à vontade humana.
d) É estabelecida pela vontade arbitrária de um
déspota.
e) É fundada na razão, que estabelece as leis
que a ordenam.
4) (UEL2004) - Observe a charge e leia o texto
a seguir.
Fonte: LAERTE. Classificados. São Paulo: Devir,
2001. p. 25.
―É evidente, pois, que a cidade faz parte das
coisas da natureza, que o homem é
naturalmente um animal político, destinado a
viver em sociedade, e que aquele que, por
instinto, e não porque qualquer circunstância o
inibe, deixa de fazer parte de uma cidade, é um
ser vil ou superior ao homem [...].‖
121
(ARISTÓTELES. A política. Trad. de Nestor Silveira
Chaves. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. p. 13.)
Com base no texto de Aristóteles e na charge,
é correto afirmar:
a) O texto de Aristóteles confirma a idéia
exposta pela charge de que a condição humana
de ser político é artificial e um obstáculo à
liberdade individual.
b) A charge apresenta uma interpretação correta
do texto de Aristóteles segundo a qual a política
é uma atividade nociva à coletividade devendo
seus representantes serem afastados do convívio
social.
c) A charge aborda o ponto de vista aristotélico
de que a dimensão política do homem
independe da convivência com seus
semelhantes, uma vez que o homem bastasse a
si próprio.
d) A charge, fazendo alusão à afirmação
aristotélica de que o homem é um animal
político por natureza, sugere uma crítica a um
tipo de político que ignora a coletividade
privilegiando interesses particulares e que, por
isso, deve ser evitado.
e) Tanto a charge quanto o texto de Aristóteles
apresentam a idéia de que a vida em sociedade
degenera o homem, tornando-o um animal.
I- A democracia é uma forma de governo reta,
ou seja, um governo que prioriza o exercício do
poder em benefício do interesse comum.
II- A democracia faz parte das formas
degeneradas de governo, entre as quais
destacam-se a tirania e a oligarquia.
III- A democracia é uma forma de governo que
desconsidera o bem de todos; antes, porém, visa
a favorecer indevidamente os interesses dos
mais pobres, reduzindo-se, desse modo, a uma
acepção demagógica.
IV- A democracia é a forma de governo mais
conveniente para as cidades gregas, justamente
porque realiza o bem do Estado, que é o bem
comum.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
6) (UEL2006) Analise a imagem e leia o texto
a seguir.

5) (UEL2004) ―Uma vez que constituição

significa o mesmo que governo, e o governo é o
poder supremo em uma cidade, e o mando pode
estar nas mãos de uma única pessoa, ou de
poucas pessoas, ou da maioria, nos casos em
que esta única pessoa, ou as poucas pessoas, ou
a maioria, governam tendo em vista o bem
comum, estas constituições devem ser
forçosamente as corretas; ao contrário,
constituem desvios os casos em que o governo
é exercido com vistas ao próprio interesse da
única pessoa, ou das poucas pessoas, ou da
maioria, pois ou se deve dizer que os cidadãos
não participam do governo da cidade, ou é Mobilização pelas “Diretas já”, Praça da Sé, São
Paulo, janeiro 1984.
necessário que eles realmente participem.‖
(Disponível em: <http://novaescola.abril.com.br>
(ARISTÓTELES. Política. Trad. de Mário da Gama
Acesso em: 13 jun. 2005.)
Kury. 3.ed. Brasília: Editora UNB, 1997. p. 91.)
Com base no texto e nos conhecimentos
―Um cidadão integral pode ser definido por
sobre as formas de governo em Aristóteles,
nada mais nem nada menos que pelo direito de
analise as afirmativas a seguir.
administrar a justiça e exercer funções públicas
[...].‖

122
 (ARISTÓTELES. Política. Trad. Mário da Gama
Kury. 3. ed. Brasília: UNB, 1997. p. 78.)
Tendo como base o conceito de cidadania de
Aristóteles, é correto afirmar que o fato
político retratado na imagem:
a) Confirma o ideal aristotélico de cidadão
como aquele que se submete passivamente a
uma autoridade coercitiva e ilimitada.
b) Ilustra o conceito que Aristóteles construiu
de cidadãos como aqueles que estão separados
em três classes, sendo que uma delas governa,
de modo absoluto, as demais.
c) Manifesta contradição com a concepção de
liberdade e de manifestação pública presente no
exercício da cidadania grega, ao revelar uma
campanha submissa e tutelada pela minoria.
d) Mostra o ideário aristotélico de cidade e de
cidadania, que exalta o individualismo e a
supremacia do privado em detrimento do
público.
e) Caracteriza um exemplo contemporâneo de
participação que demonstra o debate de
assuntos públicos, assim como faziam os
cidadãos livres de Atenas.
UNIDADE 9
1) (UEL2004) ―O maquiavelismo é uma
interpretação de O Príncipe de Maquiavel, em
particular a interpretação segundo a qual a ação
política, ou seja, a ação voltada para a conquista
e conservação do Estado, é uma ação que não
possui um fim próprio de utilidade e não deve
ser julgada por meio de critérios diferentes dos
de conveniência e oportunidade.‖
(BOBBIO, Norberto. Direito e Estado no
pensamento de Emanuel Kant. Trad. de Alfredo
Fait. 3.ed. Brasília: Editora da UNB, 1984. p. 14.)
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre o tema, para Maquiavel o poder
político é:
a) Independente da moral e da religião, devendo
ser conduzido por critérios restritos ao âmbito
político.
b)Independente da conveniência e obrigado a bem servir-se da natureza da besta,
oportunidade, pois estas dizem respeito à esfera
privada da vida em sociedade.
c)Dependente da religião, devendo ser
conduzido por parâmetros ditados pela Igreja.
d) Dependente da ética, devendo ser orientado
por princípios morais válidos universal e
necessariamente.
e) Independente das pretensões dos governantes
de realizar os interesses do Estado.
2) (UEL2005) ―A escolha dos ministros por
parte de um príncipe não é coisa de pouca
importância: os ministros serão bons ou maus,
de acordo com a prudência que o príncipe
demonstrar. A primeira impressão que se tem
de um governante e da sua inteligência, é dada
pelos homens que o cercam. Quando estes são
eficientes e fiéis, pode-se sempre considerar o
príncipe sábio, pois foi capaz de reconhecer a
capacidade e manter fidelidade. Mas quando a
situação é oposta, pode-se sempre dele fazer
mau juízo, porque seu primeiro erro terá sido
cometido ao escolher os assessores‖.
(MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Trad. de Pietro
Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2004. p. 136.)
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre Maquiavel, é correto afirmar:
a) As atitudes do príncipe são livres da
influência dos ministros que ele escolhe para
governar.
b) Basta que o príncipe seja bom e virtuoso para
que seu governo obtenha pleno êxito e seja
reconhecido pelo povo.
c) O povo distingue e julga, separadamente, as
atitudes do príncipe daquelas de seus ministros.
d) A escolha dos ministros é irrelevante para
garantir um bom governo, desde que o príncipe
tenha um projeto político perfeito.
e) Um príncipe e seu governo são avaliados
também pela escolha dos ministros.
3) (UEL2007) ―Deveis saber, portanto, que
existem duas formas de se combater: uma, pelas
leis, outra, pela força. A primeira é própria do
homem; a segunda, dos animais. [...] Ao
príncipe torna-se necessário, porém, saber
empregar convenientemente o animal e o
homem. [...] Sendo, portanto, um príncipe
deve dela tirar as qualidades da raposa e do
leão, pois este não tem defesa alguma contra os
laços, e a raposa, contra os lobos. Precisa, pois,
ser raposa para conhecer os laços e leão para
aterrorizar os lobos. Os que se fizerem
123
unicamente de leões não serão bem-sucedidos.
Por isso, um príncipe prudente não pode nem
deve guardar a palavra dada quando isso se lhe
torne prejudicial e quando as causas que o
determinaram cessem de existir‖.
Fonte: MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Tradução de
Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1993, cap,
XVIII, p.101-102.
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre O Príncipe de Maquiavel, assinale a
alternativa correta:
a) Os homens não devem recorrer ao combate
pela força porque é suficiente combater
recorrendo-se à lei.
b) Um príncipe que interage com os homens,
servindo-se exclusivamente de qualidades
morais, certamente terá êxito em manter-se no
poder.
c) O príncipe prudente deve procurar vencer e
conservar o Estado, o que implica o desprezo
aos valores morais.
d) Para conservar o Estado, o príncipe deve
sempre partir e se servir do bem.
e) Para a conservação do poder, é necessário
admitir a insuficiência da força representada
pelo leão e a importância da habilidade da
raposa.
UNIDADE 10
1) (UEL2003) ―Sabemos que Hobbes é um
contratualista, quer dizer, um daqueles filósofos
que, entre o século XVI e o XVIII
(basicamente), afirmaram que a origem do
Estado e/ou da sociedade está num contrato: os
homens viveriam, naturalmente, sem poder e
sem organização – que somente surgiriam
depois de um pacto firmado por eles,
estabelecendo as regras de comércio social e de
subordinação política‖.
(RIBEIRO, Renato Janine. Hobbes: o medo e a
esperança. In: WEFFORT,Francisco. Os clássicos
da política. São Paulo: Ática, 2000. p. 53.)
Com base no texto, que se refere ao
contratualismo de Hobbes, considere as
seguintes afirmativas:
I- A soberania decorrente do contrato é
absoluta.
II- A noção de estado de natureza é
imprescindível para essa teoria.
III- O contrato ocorre por meio da passagem do
estado social para o estado político.
IV- O cumprimento do contrato independe da
subordinação política dos indivíduos.
Quais das afirmativas representam o
pensamento de Hobbes?
a) Apenas as afirmativas I e II.
b) Apenas as afirmativas I e III.
c) Apenas as afirmativas II e III.
d) Apenas as afirmativas II e IV.
e) Apenas as afirmativas III e IV.
2) (UEL2003) Leia o texto a seguir:
Estado Violência
Sinto no meu corpo
A dor que angustia
A lei ao meu redor
A lei que eu não queria
Estado violência
Estado hipocrisia
A lei que não é minha
A lei que eu não queria (...)
(TITÃS. Estado Violência. In: Cabeça dinossauro.
[S.L.] WEA, 1986, 1 CD (ca. 35’97”). Faixa 5
(3’07”).
A letra da música ―Estado Violência‖, dos
Titãs, revela a percepção dos autores sobre a
relação entre o indivíduo e o poder do
Estado. Sobre a canção, é correto afirmar:
a) Mostra um indivíduo satisfeito com a sua
situação e que apóia o regime político
instituído.
b) Representa um regime democrático em que o
indivíduo participa livremente da elaboração
das leis.
c) Descreve uma situação em que inexistem
conflitos entre o Estado e o indivíduo.
d) Relata os sentimentos de um indivíduo
alienado e indiferente à forma como o Estado
elabora suas leis.
e) Apresenta um indivíduo para quem o Estado,
autoritário e violento, é indiferente a sua
vontade.
3) (UEL 2005)- ―Hobbes realiza o esforço
supremo de atribuir ao contrato uma soberania
absoluta e indivisível [...]. Ensina que, por um
único e mesmo ato, os homens naturais
constituem-se em sociedade política e
124
submetem-se a um senhor, a um soberano. Não
firmam contrato com esse senhor, mas entre si.
É entre si que renunciam, em proveito desse
senhor, a todo o direito e toda liberdade nocivos
à paz‖.
(CHEVALLIER, Jean-Jacques. As grandes obras
políticas de Maquiavel a nossos dias. Trad. de Lydia
Cristina. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1995. p. 73.)
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre o contrato político em Hobbes,
considere as afirmativas a seguir.
I- A renúncia ao direito sobre todas as coisas
deve ser recíproca entre os indivíduos.
II- A renúncia aos direitos, que caracteriza o
contrato político, significa a renúncia de todos
os direitos em favor do soberano.
III- Os procedimentos necessários à segue-se que nada do que este faça pode ser
preservação da paz e da segurança competem
aos súditos cidadãos.
IV- O contrato que funda o poder político visa
pôr fim ao estado de guerra que caracteriza o
estado de natureza.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
4) (UEL2006) ―O direito de natureza, a que os
autores geralmente chamam de jus naturale, é a
liberdade que cada homem possui de usar seu
próprio poder, da maneira que quiser, para a
preservação de sua própria natureza, ou seja, de
sua vida; e conseqüentemente de fazer tudo
aquilo que seu próprio julgamento e razão lhe
indiquem como meios adequados a esse fim‖.
(HOBBES, Thomas. Leviatã. Trad. João Paulo
Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo:
Abril Cultural, 1974. p. 82.)
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre o Estado de natureza em Hobbes,
considere as afirmativas a seguir.
I- Todos os homens são igualmente vulneráveis
à violência diante da ausência de uma
autoridade soberana que detenha o uso da força.
II- Em cada ser humano há um egoísmo na
busca de seus interesses pessoais a fim de
manter a própria sobrevivência.
III- A competição e o desejo de fama passam a
existir nos homens quando abandonam o Estado
de natureza e ingressam no Estado social.
IV- O homem é naturalmente um ser social, o
que lhe garante uma vida harmônica entre seus
pares.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
5) (UEL2007) Leia o texto a seguir.
―Dado que todo súdito é por instituição autor de
todos os atos e decisões do soberano instituído,
considerado injúria para com qualquer de seus
súditos, e que nenhum deles pode acusá-lo de
injustiça‖.
Fonte: HOBBES, T. Leviatã, ou, Matéria, forma e
poder de um estado eclesiástico e civil. Tradução de
João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da
Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 109.
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre o contratualismo de Hobbes, é correto
afirmar:
a) O soberano tem deveres contratuais com os
seus súditos.
b) O poder político tem como objetivo principal
garantir a liberdade dos indivíduos.
c) Antes da instituição do poder soberano, os
homens viviam em paz.
d) O poder soberano não deve obediência às leis
da natureza.
e) Acusar o soberano de injustiça seria como
acusar a si mesmo de injustiça.
6) (2009) Para Hobbes,
[...] o poder soberano, quer resida num homem,
como numa monarquia, quer numa assembléia,
como nos estados populares e aristocráticos, é o
maior que é possível imaginar que os homens
possam criar. E, embora seja possível imaginar
muitas más conseqüências de um poder tão
ilimitado, apesar disso as conseqüências da falta
dele, isto é, a guerra perpétua de todos homens
com os seus vizinhos, são muito piores.
125
 (HOBBES, T. Leviatã. Tradução de João Paulo
Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo:
Nova Cultural, 1988. capítulo XX, p. 127.)
Com base na citação e nos conhecimentos
sobre a filosofia política de Hobbes, assinale
a alternativa correta.
a) Os Estados populares se equiparam ao
estado natural, pois neles reinam as confusões
das assembléias.
b) Nos Estados aristocráticos, o poder é
limitado devido à ausência de um monarca.
c) O poder soberano traz más conseqüências,
justificando-se assim a resistência dos súditos.
d) As vantagens do estado civil são
expressivamente superiores às imagináveis
vantagens de um estado de natureza.
e) As conseqüências do poder soberano são
indesejáveis, pois é possível a sociabilidade
sem Estado.
UNIDADE 11
1) (2007) Leia o texto a seguir:
―Em Locke, o contrato social é um pacto de
consentimento em que os homens concordam
livremente em formar a sociedade civil para
preservar e consolidar ainda mais os direitos
que possuíam originalmente no estado de
natureza. No estado civil os direitos naturais
inalienáveis do ser humano à vida, à liberdade e
aos bens estão melhor protegidos sob o amparo
da lei, do árbitro e da força comum de um corpo
político unitário.‖
Fonte: MELLO, L. I. A. “John Locke e o
individualismo liberal.” In:WEFFORT, F. C. (Org.).
Os Clássicos da Política. 3ª ed. São Paulo: Ática,
1991, p. 86.
Com base no texto e nos seus conhecimentos
sobre a filosofia política de Locke, assinale a
afirmativa correta:
a) O contrato social se justifica, para Locke,
tendo em vista as adversidades do estado de
natureza, entendido como fundamentado no
estado de guerra.
b) Para Locke, o pacto social exige que os
indivíduos cedam seu poder à direção suprema
da vontade geral.
c) Para justificar o direito à propriedade
privada, Locke parte da definição do direito
natural como direito à vida, à liberdade e aos
bens necessários para a conservação de ambas.
Esses bens são adquiridos pelo trabalho.
d) Na teoria do contrato social de Locke, o
pacto é firmado apenas entre os súditos, não
fazendo parte dele o soberano.
e) Segundo o contratualismo de Locke, os
homens, ao fazerem o pacto, transferem a um
terceiro (homem ou assembléia) a força
coercitiva da comunidade, trocando
voluntariamente sua liberdade pela segurança
garantida pelo Estado.
2) (UEL2008) Para Locke, o estado de natureza
é um estado de liberdade e de igualdade.
(LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil.
Tradução de Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa.
Petrópolis: Vozes, 1994. p. 83.)
Com base nos conhecimentos sobre a
filosofia política de Locke, assinale a
alternativa correta.
a) No estado de natureza, a liberdade dos
homens consiste num poder de tudo dispor a
partir da força e da argúcia.
b) Os homens são iguais, pois todos têm o
mesmo medo de morte violenta em mãos
alheias.
c) A liberdade dos homens determina que o
estado de natureza é um estado de guerra de
todos contra todos.
d) A liberdade no estado de natureza não
consiste em permissividade, pois ela é limitada
pelo direito natural.
e) Nunca houve na história um estado de
natureza, sendo este apenas uma hipótese
lógica.
3) (UEL2003) ―A liberdade natural do homem
deve estar livre de qualquer poder superior na
terra e não depender da vontade ou da
autoridade legislativa do homem,
desconhecendo outra regra além da lei da
natureza. A liberdade do homem na sociedade
não deve estar edificada sob qualquer poder
legislativo exceto aquele estabelecido por
consentimento na comunidade civil...‖
(LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o governo
civil. Trad. de Magda Lopes e Marisa Lobo da
Costa. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. p. 95.)
126
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre o tema da liberdade em Locke,
considere as seguintes afirmativas:
I- No estado civil as pessoas são livres porque
inexiste qualquer regra que limite sua ação.
II- No estado pré-civil a liberdade das pessoas
está limitada pela lei da natureza.
III- No estado civil a liberdade das pessoas
edifica-se nas leis estabelecidas pelo conjunto
dos membros dessa sociedade.
IV- No estado pré-civil a liberdade das pessoas
submete-se às leis estabelecidas pelos cidadãos.
Quais das afirmativas representam o
pensamento de Locke sobre liberdade?
a) Apenas as afirmativas I e II.
b) Apenas as afirmativas I e IV.
c) Apenas as afirmativas II e III.
d) Apenas as afirmativas II e IV.
e) Apenas as afirmativas III e IV.
4) (UEL2005) ―Se todos os homens são, como
se tem dito, livres, iguais e independentes por
natureza, ninguém pode ser retirado deste
estado e se sujeitar ao poder político de outro
sem o seu próprio consentimento. A única
maneira pela que alguém se despoja de sua
liberdade natural e se coloca dentro das
limitações da sociedade civil é através do
acordo com outros homens para se associarem e
se unirem em uma comunidade para uma vida
confortável, segura e pacífica uns com os
outros, desfrutando com segurança de suas
propriedades e melhor protegidos contra
aqueles que não são daquela comunidade‖.
(LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo
civil. Trad. de Magda Lopes e Marisa Lobo da
Costa. Petrópolis: Vozes, 1994. p.139.)
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre o contrato social em Locke, considere
as afirmativas a seguir.
I- O direito à liberdade e à propriedade são
dependentes da instituição do poder político.
II- O poder político tem limites, sendo legítima
a resistência aos atos do governo se estes
violarem as condições do pacto político.
III- Todos os homens nascem sob um governo
e, por isso, devem a ele submeter-se
ilimitadamente.
IV- Se o homem é naturalmente livre, a sua
subordinação a qualquer poder dependerá
sempre de seu consentimento.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
5) (UEL2006) ―[...] é preciso que examinemos a
condição natural dos homens, ou seja, um
estado em que eles sejam absolutamente livres
para decidir suas ações, dispor de seus bens e de
suas pessoas como bem entenderem, dentro dos
limites do direito natural, sem pedir autorização
de nenhum outro homem nem depender de sua
vontade.‖
(LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o governo
civil. Trad. Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa.
2. ed. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 83.)
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre o estado de natureza em Locke, é
correto afirmar:
a) Os homens desconhecem a noção de justiça,
pelo fato de inexistir um direito natural que
assegure a idéia do ―meu‖ e do ―teu‖.
b)É constituído pela inimizade, maldade,
violência e destruição mútua, características
inerentes ao ser humano.
c) Baseia-se em atos de agressão física, o que
gera insegurança coletiva na manutenção dos
direitos privados.
d) Pauta-se pela tripartição dos poderes como
forma de manter a coesão natural e respeitosa
entre as pessoas.
e) Constitui-se de uma relativa paz, que inclui a
boa vontade, a preservação e a assistência
mútua.
06) (UEL2006) Tendo por base a concepção de
contrato social em Locke, considere as
afirmativas a seguir.
I- Os homens firmam entre si um pacto de
submissão, por meio do qual transferem a um
terceiro o poder de coerção, trocando a
condição de desigualdade do Estado de
Natureza pela segurança e liberdade do Estado
social.
127
II- Os homens firmam um pacto de
consentimento, no qual concordam livremente
em formar a sociedade para preservar e
consolidar os direitos que possuíam
originalmente no Estado de natureza.
III- O exercício legítimo da autoridade, no
Estado social, baseia-se na teoria do direito
divino, em que os monarcas, herdeiros dos
patriarcas, são representantes diretos que
garantem o contrato social.
IV- O que leva os homens a se unirem e
estabelecerem livremente entre si o contrato
social é a falta de lei estabelecida, de juiz
imparcial e de uma força coercitiva para impor
a execução das sentenças.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV
UNIDADE 12
Observe as Figuras 2 e 3 e responda às
questões.
Figura 2: Preparo de carne humana em ritual
canibal
(BRY, T. Gravura segundo relato de viagens de
Hans Staden ao Brasil. Cerca de 1557. In.
BELLUZZO, A. M. M. O Brasil dos viajantes. São
Paulo: Objetiva Metalivros, 1999. p. 70.)
Figura 3: Abaporu
(AMARAL, T. Desenho em nanquim sobre papel,
(26×20) cm. Coleção Particular, 1928.)
1) (2009) Oswald de Andrade, no Manifesto
Antropofágico, procurou transformar o ―bom
selvagem‖ de Rousseau num aguerrido
selvagem devorador, que digere e transforma a
cultura européia do colonizador, tornando-a
parte de sua própria cultura.
Considerando a questão do ―bom selvagem‖
no pensamento de Rousseau, é correto
afirmar.
a) A idealização do bom selvagem, no estado de
natureza, representa a exaltação da animalidade
do homem primitivo que, no estado civil,
adquire forma agressiva.
b) A felicidade original do bom selvagem se
realiza no suor de seu trabalho em sua
propriedade, de onde retira o necessário para a
sua sobrevivência.
c) O homem, degenerado pela civilização, só
poderá recuperar a felicidade que desfrutava no
estado de natureza com o retorno à vida isolada
no meio das florestas.
d) No estado de natureza, o bom selvagem
busca satisfazer sua necessidade inata de
reconhecimento de si e de admiração pelo
outro.
e) No estado de natureza, o bom selvagem é
auto-suficiente e vive isolado, sobrevivendo
com o que a natureza lhe provê e de acordo com
suas necessidades inatas.
2) (UEL2003) Observe a tira e leia o texto a
seguir.
128

―Vejo em todo animal uma máquina engenhosa,
a quem a natureza deu sentidos para funcionar
sozinha e para garantir-se, até certo ponto,
contra tudo quanto tende a destruí-la ou a
desarranjá-la. Percebo precisamente as mesmas
coisas na máquina humana, com a diferença de
que a natureza faz tudo sozinha nas operações
do animal, ao passo que o homem concorre para
as suas na qualidade de agente livre. Um
escolhe ou rejeita por instinto e o outro, por um
ato de liberdade.‖
(ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a
origem e os fundamentos da desigualdade entre os
homens. Trad. de Maria Ermantina Galvão. São
Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 172.)
Com base no texto de Rousseau e na tira, é
correto afirmar:
a) A liberdade é a característica que diferencia o
homem de todos os outros animais.
b) A tira mostra que as formigas seguem em fila
porque são desprovidas de cérebro, ao passo
que, para Rousseau, os animais são livres, mas
ignoram que o são.
c) Todas as ações dos homens são determinadas
pelo instinto, o que impede que sejam livres.
d) Os homens submetem-se passivamente às
determinações da natureza.
e) Os animais são livres, pois escolhem ou
rejeitam por um ato de liberdade.
3) (UEL2004) ―Não sendo o Estado ou a
Cidade mais que uma pessoa moral, cuja vida
consiste na união de seus membros, e se o mais
importante de seus cuidados é o de sua própria
conservação, torna-se-lhe necessária uma força
universal e compulsiva para mover e dispor
cada parte da maneira mais conveniente a todos.
Assim como a natureza dá a cada homem poder
absoluto sobre todos os seus membros, o pacto
social dá ao corpo político um poder absoluto
sobre todos os seus, e é esse mesmo poder que,
dirigido pela vontade geral, ganha, como já
disse, o nome de soberania.‖
(ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social.
Trad. de Lourdes Santos Machado. 3.ed. São Paulo:
Nova Cultural, 1994. p. 48.)
De acordo com o texto e os conhecimentos
sobre os conceitos de Estado e soberania em
Rousseau, é correto afirmar.
a) A soberania surge como resultado da
imposição da vontade de alguns grupos sobre
outros, visando a conservar o poder do Estado.
b) O estabelecimento da soberania está
desvinculado do pacto social que funda o
Estado.
c) O Estado é uma instituição social dependente
da vontade impositiva da maioria, o que
configura a democracia.
d) A conservação do Estado independe de uma
força política coletiva que seja capaz de garanti-
lo.
e) A soberania é estabelecida como poder
absoluto orientado pela vontade geral e
legitimado pelo pacto social para garantir a
conservação do Estado.
129
4) (UEL2005) ―Poder-se-ia [...] acrescentar à
aquisição do estado civil a liberdade moral,
única a tornar o homem verdadeiramente senhor
de si mesmo, porque o impulso do puro apetite
é escravidão, e a obediência à lei que se estatui
a si mesma é liberdade‖.
(ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social.
Trad. de Lourdes Santos Machado. São Paulo: Nova
Cultural, 1987. p. 37.)
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre a liberdade em Rousseau, é correto
afirmar:
a) As leis condizentes com a liberdade moral
dos homens devem atender aos seus apetites.
b) A liberdade adquire sentido para os homens
na medida em que eles podem desobedecer às
leis.
c) O homem livre obedece a princípios,
independentemente de eles também valerem
para a sociedade.
d) O homem afirma sua liberdade quando
obedece a uma lei que prescreve para si mesmo.
e) É no estado de natureza que o homem pode
atingir sua verdadeira liberdade.
5) (UEL2005) ―O verdadeiro fundador da
sociedade civil foi o primeiro que, tendo
cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é
meu e encontrou pessoas suficientemente
simples para acreditá-lo. Quantos crimes,
guerras, assassínios, misérias e horrores não
pouparia ao gênero humano aquele que,
arrancando as estacas ou enchendo o fosso,
tivesse gritado a seus semelhantes: ‗Defendei-
vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se
esquecerdes que os frutos são de todos e que a
terra não pertence a ninguém!‘‖.
(ROUSSEAU, Jean- Jacques. Discurso sobre a
origem e os fundamentos da desigualdade entre os
homens. Trad. de Lourdes Santos Machado. São
Paulo: Nova Cultural, 1997. p. 87.)
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre o pensamento político de Rousseau, é
correto afirmar:
a)A desigualdade é um fato natural, autorizada
pela lei natural, independentemente das
condições sociais decorrentes da evolução
histórica da humanidade.
b) A finalidade da instituição da sociedade e do
governo é a preservação da individualidade e
das diferenças sociais.
c) A sociabilidade tira o homem do estado de
natureza onde vive em guerra constante com os
outros homens.
d) Rousseau faz uma crítica ao processo de
socialização, por ter corrompido o homem,
tornando-o egoísta e mesquinho para com os
seus semelhantes.
e) Rousseau valoriza a fundação da sociedade
civil, que tem como objetivo principal à
garantia da posse privada da terra.
6) (2009) Leia a citação a seguir:
Encontrar uma forma de associação que
defenda e proteja a pessoa e os bens de cada
associado com toda força comum, e pela qual
cada um, unindo-se a todos, só obedece contudo
a si mesmo, permanecendo assim tão livre
quanto antes.
(ROUSSEAU, J. J. Do contrato social. Tradução de
Lourdes Santos Machado. São Paulo: Nova
Cultural, 1987. p. 32. Os Pensadores.)
Com base na citação acima e nos
conhecimentos sobre o pensamento político
de Rousseau, considere as seguintes
afirmativas.
I. O contrato social só se torna possível
havendo concordância entre obediência e
liberdade.
II. A liberdade conquistada através do contrato
social é uma liberdade convencional.
III. Por meio do contrato social, os indivíduos
perdem mais do que ganham.
IV. A liberdade conquistada através do contrato
social é a liberdade natural.
Assinale a alternativa que contém todas as
afirmativas corretas, mencionadas
anteriormente.
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
7) (UEL2006) ―Um povo, portanto, só será livre
quando tiver todas as condições de elaborar
suas leis num clima de igualdade, de tal modo
que a obediência a essas mesmas leis
130
signifique, na verdade, uma submissão à b) O homem no estado de natureza é
deliberação de si mesmo e de cada cidadão, verdadeiramente senhor de si mesmo.
como partes do poder soberano. Isto é, uma c) A obediência à lei que se estatui a si mesmo
submissão à vontade geral e não à vontade de é liberdade.
um indivíduo em particular ou de um grupo de d) A liberdade natural é limitada pela vontade
indivíduos.‖ geral.
(NASCIMENTO, Milton Meira. Rousseau: da e) Os princípios, que dirigem a conduta dos
servidão à liberdade. In: WEFFORT, Francisco. Os homens no estado civil, são os impulsos e
clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. p. apetites.
196.)
Com base no texto e nos conhecimentos
sobre a legitimidade do poder do Estado em
GABARITO
Rousseau, é correto afirmar:
a) A legislação que rege o Estado deve ser
UNIDADE 7
elaborada por um indivíduo escolhido para tal e
1) b
que se tornará o soberano desse Estado.
2) e
b) A liberdade de uma nação é ameaçada
3) b
quando se confere ao povo o direito de discutir
4) b
a legitimidade das leis às quais está submetido.
5) e
c) Devido à ignorância e ao atraso do povo,
6) a
deve-se atribuir a especialistas competentes o
papel de legisladores.
UNIDADE 8
d) A legitimidade das leis depende de que as
1) c
mesmas sejam elaboradas pelo conjunto dos
2) c
cidadãos, expressão da liberdade do povo.
3) b
e) A vontade do monarca, cujo poder é
4) d
assegurado pela hereditariedade, deve
5) c
prevalecer na elaboração das leis às quais se
6) e
submetem os cidadãos.

UNIDADE 9
8) (UEL2007) ―A passagem do estado de
4) c
natureza para o estado civil determina no
5) e
homem uma mudança muito notável,
6) a
substituindo na sua conduta o instinto pela
justiça e dando às suas ações a moralidade que
UNIDADE 10
antes lhe faltava. E só então que, tomando a voz
1) a
do dever o lugar do impulso físico, e o direito o
2) e
lugar do apetite, o homem, até aí levando em
3) b
consideração apenas sua pessoa, vê-se forçado a
4) a
agir, baseando-se em outros princípios e a
5) e
consultar a razão antes de ouvir suas
6) d
inclinações‖.
Fonte: ROUSSEAU, J. Do contrato social. Tradução
de Lourdes Santos Machado. São Paulo: Nova UNIDADE 11
Cultural, 1999, p.77. 1) c
Com base no texto e nos conhecimentos 2) d
sobre o contratualismo de Rousseau, assinale 3) c
a alternativa correta: 4) c
a)Por meio do contrato social, o homem adquire 5) e
uma liberdade natural e um direito ilimitado. 6) c

131
UNIDADE 12
1) e
2) a
3) e
4) d
5) d
6) a
7) d
8) c

132

As Grandes Paisagens do
Globo Terrestre
Zona Tropical
As regiões tropicais do globo, correspondem
as áreas de baixas latitudes, entre a linha do
Equador e os trópicos de Câncer e Capricórnio,
onde surge dois tipos climáticos principais:
Clima Equatorial e Tropical. Nestes climas, as
amplitudes térmicas, tanto diárias quanto
anuais, são baixas. Geralmente são dominadas
pelas massas de ar Equatoriais e Tropicais,
sendo que, apenas no período curto do inverno
pode haver a penetração de massas frias. Nota-
se nestas áreas duas estações bem definidas:
verão chuvoso e inverno seco.
CURIOSIDADE: As comunidades das
regiões tropicais, costumam inverter as
estações do ano, considerando verão o
período sem chuvas e inverno o período
chuvoso. Tal situação se deve a pequena
variação das temperaturas. Assim, os índices
pluviométricos se tornam o elemento
definidor da estação do ano.
Desenvolve-se nestas áreas duas formas
principais de vegetação: As Florestas Tropicais
e Equatoriais e as Savanas. As florestas se
desenvolvem nos climas quentes com chuvas
abundantes. São também conhecidas como
florestas pluviais devido a grande quantidade de
chuvas que ocorrem o ano todo. Estas florestas
apresentam uma grande riqueza vegetal com
elevado número de espécies, apresentando
inúmeras árvores de grande porte latifoliadas
(com folhas grandes e largas). Ao contrário das
florestas caducifolias temperadas, estas
florestas são perenifolias (mantêm-se verde
durante o ano todo). Devido à elevada
diversidade vegetal, existem inúmeras madeiras
nobres, de alto valor econômico, fato este que
tem contribuído para destruição acelerada
destes biomas. As florestas pluviais se dividem
em três: Florestas Equatoriais, Tropicais e
Subtropicais.
CURIOSIDADE: As comunidades das
regiões tropicais, costumam inverter as
estações do ano, considerando verão o
período sem chuvas e inverno o período
chuvoso. Tal situação se deve a pequena
variação das temperaturas. Assim, os índices
pluviométricos se tornam o elemento
definidor da estação do ano.
133
 No domínio das Savanas, as condições
térmicas se assemelham às das áreas cobertas
por florestas tropicais, exceto pela amplitude
térmica anual, que é maior, e pela pluviosidade,
que no período do inverno chega a atingir
apenas cerca de 60mm. Esparsamente ocorrem
arbustos e árvores de folhas pequenas, algumas
vezes na forma de espinho, com cascas grossas
e galhos retorcidos, indícios estes de
xeromorfismo – as plantas xerófitas são
estruturalmente adaptadas à ambientes secos,
como é o caso da Caatinga do sertão nordestino
no Brasil. Cerrado é o nome dado às savanas
brasileiras.
Como já mencionado, é comum que o verão
seja o período de chuvas, contudo, no clima
mediterrâneo ocorre o contrário. Ele apresenta
verões quentes e secos e invernos amenos e
chuvosos. Com relação a temperatura é
parecido com os climas tropicais, mas seu
índice pluviométrico é menor. Ocorre no
sudoeste dos Estados Unidos, na região central
do Chile, no sudoeste da África do sul e no
sudoeste da Austrália. A vegetação que aí
aprece é esparsa tendo três extratos: arbóreo,
arbustivo e herbáceo.
Climas e Vegetações ―Extra-Zonais‖
Alguns climas e vegetações, possuem
características próprias que independem das
zonas térmicas que estão estabelecidas.
Exemplo disso são as áreas deséticas, que
ocorrem tanto na zona Tropical quanto
Temperada, e ainda os climas frios de
montanha, que variam conforme a altitude.
Clima desértico: normalmente situada no
interior dos continentes, as áreas desérticas
predominam na zona tropical, estendendo-se em
grande parte para a zona temperada, como é o
caso do deserto do Saara (norte da África), da
Arábia (Oriente Médio), do Atacama (Oeste da
América do Sul), do Kalahari (Sudoeste da
África), etc. O fato mais marcante destas
regiões é o baixo índice pluviométrico (menos
de 500 mm/anuais) e a sua irregular
distribuição. Devido às elevadas pressões
atmosféricas, os ventos são constantes,
modificando rapidamente as paisagens
arenosas. A amplitude térmica diária é elevada,
pois de dia o calor é muito forte, atingindo até
cerca de 50ºC, sendo que na noite cai abaixo de
0º. Com exceção dos oásis (verdadeiras ilhas
verdes no meio do deserto), a vegetação
desértica apresenta-se muito pobre e escassa,
com enormes raízes, casca grossa e lenhosa e
folhas atrofiadas, como é o caso das cactáceas
Clima de montanha: as altas montanhas
constituem um tipo de relevo jovem
(dobramentos modernos) e de elevadas
altitudes, normalmente superiores à 4.000
metros, como é o caso das grandes cadeias
montanhosas do Himalaia (Ásia), dos Alpes
(Europa), dos Andes (América) e outras. Nestas
regiões, a temperatura do ar diminui com o
aumento da altitude, tendo em vista que este vai
se tornando cada vez mais rarefeito e a
irradiação solar da superfície atinge fracamente
estas elevadas áreas. É muito comum a
existência das neves eternas nas porções mais
elevadas, pois a queda de neve é superior ao
degelo. A vegetação, nesta situação, divide-se
por andares, conforme figura ao lado: Nas
porções mais baixas (0 – 300m) a vegetação vai
depender do bioma ao seu entorno; de 300 –
1000 m, surgem as florestas de folhas caducas;
de 1000 – 1400 m, aparecem os campos; acima
de 3000 m há apenas a ocorrência de rochas
nuas e neves eternas.
Figura 7.9 Climas do mundo
ATENÇÃO: Relembrando o fator altitude,
devido à rarefação do ar na alta atmosfera,
podemos concluir que na média, a cada 200
metros de altura, menos 1ºC.
134
 Texto Complementar
O mundo para todos
Durante debate recente, nos Estados Unidos,
fui questionado sobre o que pensava da
internacionalização da Amazônia. O jovem
introduziu sua pergunta dizendo que esperava a
resposta de um humanista e não de um
brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor
determinou a ótica humanista como o ponto de
partida para uma resposta minha.
De fato, como brasileiro eu simplesmente
falaria contra a internacionalização da
Amazônia. Por mais que os nossos governos
não tenham o devido cuidado com este
patrimônio, ele é nosso. Respondi que, como
humanista, sentindo o risco de degradação
ambiental que sofre a Amazônia, podia
imaginar a sua internacionalização, como
também de tudo o mais que tem importância
para a Humanidade. Se a Amazônia, sob uma
ótica humanista, deve ser internacionalizada,
internacionalizemos também as reservas de
petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão
importante para o bem-estar da humanidade
quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar
disso, os donos das reservas sentem-se no
direito de aumentar ou diminuir a extração de
petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do
mundo, sentem-se no direito de queimar esse
imenso patrimônio da Humanidade.
Da mesma forma o capital financeiro dos
países ricos deveria ser internacionalizado. Se a
Amazônia é uma reserva para todos os seres
humanos, ela não pode ser queimada pela
vontade de um dono, ou de um país. Queimar a
Amazônia é tão grave quanto o desemprego
provocado pelas decisões arbitrárias dos
especuladores globais. Não podemos deixar que
as reservas financeiras sirvam para queimar
países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazônia, eu queria ver a
internacionalização de todos os museus do
mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à
França. Cada museu do mundo é guardião das
mais belas peças produzidas pelo gênio
humano. Não se pode deixar que este
patrimônio cultural, como o patrimônio natural
amazônico, seja manipulado e destruído pelo
gosto de um proprietário ou de um país. Não
faz muito, um milionário japonês, decidiu
enterrar com ele um quadro de um grande
mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter
sido internacionalizado.
Durante o encontro em que recebi a pergunta,
as Nações Unidas reuniram o Fórum do
Milênio, mais alguns presidentes de países
tiveram dificuldades em comparecer por
constrangimentos na fronteira dos EUA. Por
isso, eu disse que Nova York, como sede das
Nações Unidas, deveria ser internacionalizada.
Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda
a Humanidade. Assim como Paris, Veneza,
Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília,
Recife, cada cidade com sua beleza específica,
sua história do mundo, deveria pertencer ao
mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a
Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos dos
brasileiros, internacionalizemos todos os
arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já
demonstraram que são capazes de usar essas
armas, provocando uma destruição milhares de
vezes maior do que as lamentáveis queimadas
feitas nas florestas do Brasil. Nos seus debates,
os atuais candidatos a presidência dos EUA tem
defendido a idéia de internacionalizar as
reservas florestais do mundo em troca da
dívida. Comecemos usando esta dívida para
garantir que cada criança do mundo tenha a
possibilidade de ir a escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as,
todas elas, não importando o país onde
nasceram, como patrimônio que merece
cuidados no mundo inteiro. Ainda mais do que
merece a Amazônia. Quando os dirigentes
tratarem as crianças pobres do mundo como um
patrimônio da Humanidade, eles não deixarão
que elas trabalhem quando deveriam estudar,
que morram quando deveriam viver. Como
humanista aceito defender a internacionalização
do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar
como brasileiro, lutarei para que a Amazônia
seja nossa. Só nossa.
CRISTOVAM BUARQUE é professor da UNB e este
texto se refere a uma resposta sobre o
questionamento de internacionalizar a Amazônia.
Obs.: Não possui fonte definida
135
 Sabe-se hoje que a Amazônia é a maior
reserva de biodiversidade do planeta, contendo
ainda a
maior concentração de água continental
(somente o rio Amazonas, o maior do mundo,
desemboca no Oceano Atlântico cerca de 16%
de toda água fluvial de todos os rios), enormes
reservas de minerais metálicos, como
manganês, ferro e bauxita, além da
possibilidade de existência de enormes reservas
de petróleo. Tais riquezas, colocam a
Amazônia, assim como a Antártica, que já é
uma área internacionalizada, como as maiores
possibilidades de extração de recursos naturais
para o futuro. Nos últimos 10 anos, o Brasil foi
o país que mais desmatou florestas no mundo,
com uma incrível média anual de 22.264 Km2
(um estado do Sergipe por ano). Diante da
incapacidade brasileira de manter as suas
formações florestais e com base no texto de
Cristovam Buarque, você concorda com a
internacionalização da Amazônia?
caso sim, explique como isso poderia ser
feito (O que o Brasil ganharia em troca?);
caso não, justifique sua resposta.
EXERCÍCIOS
INSTRUÇÃO: Responder à questão 1 com
base nas figuras abaixo.
As afirmativas a seguir relacionam-se aos
movimentos da atmosfera assinalados nos
desenhos.
I- São ventos sazonais, responsáveis por
períodos distintos de chuvas no verão e secas
no inverno, regulando a cultura do arroz.
II- São ventos monçônicos, direcionados pela
diferença de pressão atmosférica existente entre
o oceano e o continente.
I. No inverno, as chuvas são reduzidas em
função do deslocamento do centro de alta
pressão, direcionando os ventos de uma zona
ciclonal para zonas de alta pressão.
II. Além de soprar no sul e sudeste asiático,
esses ventos são comuns na costa oeste do sul
da África, contribuindo para a formação do
Deserto da Namíbia.
1) (PUC/RS - 2002) Pela análise das
afirmativas, conclui-se que estão corretas as
alternativas:
a) I e II
b) I, II e III
c) I, III e IV
d) II e IV
e) III e IV
2) (UFRS - 2002)O fenômeno conhecido como
"ilha de calor" é o resultado de alterações
relacionadas às características térmicas da
superfície, das taxas de evaporação, dos ventos
e da energia dissipada pelas atividades
humanas.
Considere as afirmações abaixo:
I- A área rural com cobertura vegetal na
periferia urbana é considerada geradora de
calor, o qual é refletido intensamente pela
vegetação, gerando brisas aquecidas que
circulam para a área mais densamente ocupada,
provocando o fenômeno denominado "ilha de
calor".
II- As áreas verdes intercaladas com as
edificadas amenizam a elevação das
temperaturas produzidas pela superfície
construída da cidade de Porto Alegre,
diminuindo com isso o efeito do fenômeno "ilha
de calor".
III- Pelo fato de o centro da cidade de Porto
Alegre estar situado próximo ao lago Guaíba, o
fenômeno denominado "ilha de calor" não
ocorre ali.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
3) (UFRS - 2002) Leia o texto que segue.
136
―A questão da mudança climática do planeta é
objeto de um dos mais complexos e relevantes
regimes internacionais da atualidade, por
envolver as inter-relações entre a economia e o
meio ambiente globais. Os principais
instrumentos desses regimes são a Convenção
das Nações Unidas sobre Mudança Climática,
assinada no Rio de Janeiro durante a ECO 92, e
o Protocolo de Kioto, assinado em dezembro de
1997.‖
Considere as afirmações abaixo a respeito
das implicações das questões ambientais:
I- A questão ambiental global é atualmente um
tema que envolve, entre outros, empresas
transnacionais, países "desenvolvidos",
"emergentes" e "pobres", destacando-se o papel
das ONGs que atuam em favor dessa questão.
II- O último relatório do Painel
Intergovernamental sobre Mudança do Clima
(IPCC) forneceu subsídios importantes para a
Convenção do Clima, principalmente no que se
refere ao aquecimento global, estimando um
aumento na temperatura média da Terra em
torno de 1,5ºC para os próximos 100 anos.
III- Mesmo havendo um aumento na
temperatura média do planeta, nenhum impacto
sobre os ecossistemas ou a agricultura pode ser
esperado, a não ser nas regiões costeiras, onde
se pode desde já prever um aumento no nível
médio do mar.
IV- Após intensas discussões travadas nos
fóruns internacionais sobre mudanças
climáticas globais, o governo de George W.
Bush aceitou a continuidade do Protocolo de
Kioto e decidiu reduzir a emissão de "gases de
efeito estufa", obtendo total apoio internacional,
já que esse país contribui com parcela ínfima
destes gases.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas III e IV.
e) I, II, e III.
4) Uma das áreas mais críticas da África em
surtos de fome é o Sahel, que corresponde a
uma faixa semi-árida em intenso processo de
desertificação localizada:
a) ao norte do deserto do Saara.
b) na região centro-equatorial
c) ao sul do deserto do Saara.
d) na periferia do deserto da Namíbia.
e) na região dos lagos.
5) (UFRS) Assinale com V (verdadeiro) ou F
(falso) as afirmações a seguir, referentes às
zonas climáticas do globo.
b) ( ) A fraca intensidade de irradiação solar
nas baixas latitudes produz temperaturas médias
geralmente inferiores a 10ºC nessas zonas.
c) ( ) O clima nas altas montanhas não está
necessariamente relacionado com as faixas de
latitudes, razão pela qual ele é chamado clima
azonal.
d) ( ) A dinâmica atmosférica do clima de
monção, que ocupa uma área importante das
baixas latitudes, caracteriza-se por mudanças
sazonais significativas.
e) ( ) As regiões intertropicais apresentam
temperaturas médias altas e amplitude térmica
anual muito elevada, dados meteorológicos que
dependem, basicamente, da latitude.
A seqüência correta de preenchimento dos
parênteses de cima para baixo, é:
a)V - F - F - V
b) V - V - F - F
c) F - V- V - F
d) F - F - V – F
e) V –V – F – V
6) (UFRN) Sobre os grandes tipos climáticos,
assinale a alternativa correta.
a) O clima subtropical distingue-se por
precipitações reduzidas, evaporação elevada e
intensa insolação.
b) O clima equatorial caracteriza-se por fracas
precipitações e baixas temperaturas.
c) O clima tropical caracteriza-se pela
existência de quatro estações, médias térmicas
baixas e baixas precipitações.
d) O clima temperado distingue-se por
contrastes sazonais de temperatura e amplitudes
térmicas muito maiores que as dos climas da
Zona Intertropical.
e) O clima desértico caracteriza-se pela
concentração de chuvas no verão e amplitudes
térmicas diárias pequenas.
137

Cartografia
Projeções Cartográficas
Figura 0.10
Projeção cartográfica é a representação de
uma superfície esférica num plano (o mapa) ou,
ainda, um sistema plano de paralelos e
meridianos sobre os quais pode-se desenhar um
mapa. Como a esfera não é um sólido
desenvolvível, obrigatoriamente sofrerá
deformações quando projetada sobre um plano.
As deformações podem ser em relação ás
distâncias, ás áreas ou os ângulos; por isso cabe
ao cartógrafo escolher o tipo de projeção que
melhor atenda aos objetivos do mapa. As
opções são de três tipos:
Equidistância – são as projeções que
mantêm as distâncias corretas:
Equivalência – são as projeções que mantêm
a proporção entre área real e sua representação
no mapa;
Conformidade – são as projeções que
mantêm a igualdade dos ângulos na Terra no
mapa.
O globo terrestre artificial, guardada as
proporções, constitui a mais perfeita
Figura 0.11
representação da Terra, pois, sendo igualmente
esférico, nos dá uma idéia bastante aproximada
da realidade, apresentando ainda as seguintes
vantagens ou características;
mostra-nos todos os continentes, os oceanos,
as principais cadeias montanhosas;
possibilita a simulação dos movimentos da
Terra;
apresenta as distâncias em latitude e
longitude.
Por outro lado, o globo artificial apresenta
alguns inconvenientes, tais como;
sua dimensão, geralmente reduzida, não
permite um grande número de informações:
se construído em tamanho muito grande,
torna-se de elevado custo e de difícil manuseio;
é mais utilizado para informações
generalizadas da superfície terrestre.
Classificação das projeções
Embora existam diversos tipos, as projeções
costumam ser agrupadas em três tipos básicos:
cilíndricas, cônicas e azimutais.
As projeções cilíndricas baseiam-se na
projeção dos paralelos e dos meridianos em um
cilindro envolvente, posteriormente planificado.
Têm as seguintes características:
os paralelos e os meridianos são linhas retas
que se cruzam em ângulos retos;
o intervalo entre os meridianos é constante,
e a escala é verdadeira sobre o Equador;
as regiões de elevadas latitudes aparecem
bastante exageradas ( na latitude de 60º chega a
ser de 100º);
a mais conhecida projeção cilíndrica é de
Mercator (1569), a preferida pelos navegantes.
138
 As projeções cônicas baseiam-se na projeção concêntricos;
do globo terrestre sobre um cone que o tangencia, os pararelos e os meridianos estão separados
sendo depois planifico. A projeção cônica por distâncias iguais;
simples apresenta as seguintes características: é mais utilizada para representar regiões de
os meridianos são linhas retas e convergentes, latitudes médias.
e os paralelos são círculos

Figura 0.12

As projeções azimutais baseiam-se na as distorções aumentam a partir do centro

projeção da superfície terrestre num plano. Têm (ponto de tangência);
as seguintes características: são as preferidas para representar as regiões
os meridianos são linhas retas divergentes, e polares.
os paralelos são círculos concêntricos;

139
Projeção de Mercator
A projeção de Mercator é uma projeção
cilíndrica conforme que distorce a proporção do
tamanho dos continentes, mas mantém correta a
forma. Essa projeção reforça a visão eurocêntrica
– a Europa como o centro do mundo – e expressa
a dominação econômica e cultural dos países do
hemisfério norte sobre os países do hemisfério
sul.
Figura 0.13: Projeção de Mercator 1569
Escala
Os mapas nada mais são do que uma
representação bastante reduzida da superfície total
ou parcial da Terra, sendo que essa representação
deve estar numa proporção definida. A função da
escala é, portanto, informar a quantidade de vezes
que uma determinada área ou distância foi
reduzida em relação á sua representação no mapa.
Exemplificando: num mapa de escala 1: 200 0000
devemos entender que a dimensão real sofreu
redução de 200 000 vezes unidades (no caso, 200
000 cm) no lugar real.Quanto menor for o
segundo número, no caso o denominador da
fração ordinária, maior será a escala; e vice-versa.
Assim as escalas inferiores a 100.000 são
consideradas grandes; quanto superiores a
500.000, são pequenas. Quanto maior a escala
mais detalhada é a carta geográfica. Assim, as
plantas (ou cartas cadastrais) se fazem com
escalas entre 1/500 e 1/20.000. Os mapas
topográficos têm escalas entre 1/25.000 e
1/250.000, que são escalas médias; estes mapas
são conceituados como informação oficial.
Tipos de Escala
A escala costuma ser apresentada sob uma das
três formas seguintes:
Numérica
Representada sob a forma de uma razão (1: 200
000) ou de uma forma proporção (1/200 000). Em
ambos os casos, significa que cada unidade no
mapa corresponde a 200 000 unidades no lugar
real.
E=d/D
d: distância medida na carta
D: distância real
As escalas numéricas mais comuns são da
forma
E = 1 / 10x ou E = 1:10x
Gráfica
Representada através de uma linha reta
graduada. Exemplo:
1Km 0 1 2 3 4 5 Km
1K m 0 1 2 3 4 5 Km
1K m 0 1 2 3 4 5 Km
1/2 m i 0 1 mi 2 mi
Nestes casos, a reta foi seccionada em quatro
pedaços iguais, cada um medindo 1 cm. Isso quer
dizer que 1 cm no mapa corresponde a 2 km no
lugar real.Nos permite realizar as transformações
de dimensões gráficas em dimensões reais sem
efetuarmos cálculos. Para sua construção,
entretanto, torna-se necessário o emprego da
escala numérica.
Grande escala e pequena escala
De modo prático, podemos dizer que, quanto
maior for o denominado da fração, menor será a
escala e, inversamente, quanto menor for o
denominador, maior será a escala. Exemplos:
Escala A: 1/1000 000 Escala B: 1/100 000
Neste caso, podemos dizer que a escala A é
menor que a Escala B.
Podemos dizer também que quanto maior for a
escala, maior será a riqueza de detalhes, ao passo
que, quanto menor for a escala, menor será a
riqueza de detalhes. Exemplo: um mapa do Brasil
na escala de 1: 50 0000 000 comporta muito
menos informações (detalhes) do que um mapa na
escala de 1: 25 000 000. É que, no primeiro caso,
o Brasil foi reduzido 50 000 000 de vezes, ao
140
passo que , no segundo caso, a redução foi de
apenas 25 0000 000 de vezes.
Quanto á grandeza, as escalas podem ser assim
classificadas:
Grande escala – até 1 : 250 000
Média escala - até 1 : 250 000 a 1 : 1 000 000
Pequena escala – acima de 1 : 1 1000 000
Curvas de nível
É o método mais comum de representar as
elevações do relevo. A curvas de nível são linhas
que ligam pontos ou cotas de igual altitude em
intervalos iguais. A escolha do espaçamento ou
equidistância das linhas depende de vários fatores,
como escala do mapa, tipo de relevo etc.
A equidistância entre as curvas pode ser, de
acordo com o caso, de 10, 20. 50 ou 100m;
As curvas mostram tanto a altitude como o
formato do relevo;
Quando o relevo é muito abrupto, as curvas
aparecem no mapa muito próximas umas das
outras; quando o relevo é suave, aparecem mais
distanciadas.
Figura 0.14
Figura 0.15
Perfil Topográfico
Com base nas curvas de nível podemos
construir perfis topográficos do relevo.
O perfil topográfico é uma representação
gráfica de um corte vertical do terreno segundo
uma direção previamente escolhida.Um dos
processos para construir um perfil topográfico é o
seguinte:
Sobre o mapa topográfico traça uma reta, que
corresponde à secção transversal l, cujo perfil
pretendemos construir.
Orienta sobre o mapa uma folha de papel
milimétrico ou quadriculado de maneira que o
eixo horizontal sobre o qual se vai construir o
perfil seja paralelo à linha reta que traçaste no
mapa.
Projeta-se sobre o eixo horizontal a intersecção
de cada curva de nível com a linha reta, tendo em
conta a cota de altitude correspondente.
Traça um eixo vertical, que representa a
altitude ou cotas.
Recorrendo ao eixo vertical localiza e marca o
valor de cada curva de nível projetada.
Depois de marcados todos os pontos
correspondentes às curvas de nível projetadas,
unem-se dando origem a um perfil topográfico.
Construção de um perfil topográfico
Figura 0.16: Perfil Topográfico
Figura 0.17
O exemplo em cima mostra um perfil
topográfico mais complexo. Temos duas
montanhas com formas muito distintas. A da
esquerda tem maiores altitudes, tem um cume
mais pontiagudo, maiores declives e alguma
assimetria. A sua vertente direita tem maiores
declives que a vertente da esquerda, como se pode
ver no perfil e nas curvas de nível que estão mais
juntas. O cume da esquerda tem uma forma mais
141
arredondada, menores altitudes, mas continuamos III- De acordo com a escala apresentada,
na presença de um relevo assimétrico: há uma podemos concluir que cada centímetro do mapa
diferença de declives entre as duas montanhas. corresponde a 150 Km no terreno.
IV- No mapa, a distância em linha reta entre
Salvador e Teresina é de 3,5 cm, que equivale a
EXERCÍCIOS uma distância real de 1.050 Km.
1) (PUC-MG) Analisando o planisfério abaixo, V- São Luís é a capital mais setentrional do
todas as afirmativas podem ser constatadas nele, Nordeste.
EXCETO: São corretas:
a) II, IV, V
b) I, IV, V
c) II, III, V
d) II, III
e) I, II, III

3) (PUC-RS) INSTRUÇÃO: Responder à questão

com base no mapa e afirmativas abaixo,
relacionadas à percepção cartográfica.

a) apresenta os paralelos retos e horizontais e o

meridiano reto e vertical.
b) o planisfério resultou de uma projeção cônica.
c) as áreas de altas latitudes estão incorretas I- Neste mapa
quanto a áreas e distâncias. aparece a porção
d) as latitudes extremas do hemisfério meridional meridional do Brasil e o Trópico de Câncer,
deixaram de ser mostradas. localizado ao Sul do Equador.
e) a Antártida foi parcialmente cortada. II- A área menos deformada deste mapa é o Pólo
Sul, pois é uma Projeção Azimutal Polar.
2) (UFPE) Observe as proposições abaixo: III- O mapa apresenta como ponto central o Pólo
Norte, ficando em evidência o Círculo Polar
Ártico.
IV- Todos os continentes nessa projeção estão ao
norte do seu centro.
V- Entre os meridianos apresentados existem dois
fusos horários.
A análise das afirmativas permite concluir que
está correta a alternativa
a) I, II e III
b) I, III e V
c) II, IV e V
d) II e IV
e) III e V

I- Em relação ao Meridiano de Greenwich, o 4) (PUC-PR) A distância de 7 cm, medida em um

Nordeste está situado no Hemisfério Oriental.
II- As coordenadas geográficas do ponto A,
situado na parte central da Bahia, são: Lat. 12o S e
Long. 42o W.
mapa de escala numérica 1:2 500 000,
corresponde em quilômetros na superfície da
Terra a um comprimento real de:
a) 225
b) 17 500

142
c) 1 750
d) 175
e) 185

5) (PUC-RS) Responder à questão com base no

mapa e nas afirmativas abaixo.

A distância gráfica entre as cidades de São Paulo

e Porto Alegre, em linha reta, é de 2cm. A
distância gráfica entre esses mesmos locais, em
uma escala de 1:20.000.000, é de
a) 2,2 cm
b) 4,4 cm
c) 0,22 cm
I- É uma projeção cilíndrica, caracterizando uma
d) 0,44 cm
visão de mundo eurocêntrica, privilegiando a
e) 4,2 cm
forma dos continentes.
II- Publicada pela primeira vez em 1973, pelo
7) (UFPE) Observe o gráfico e, a seguir, assinale
historiador alemão Arno Peters, indica uma
o item que indica uma falha de representação.
projeção cilíndrica equivalente.
III- Pretende demonstrar uma visão geopolítica
dos países subdesenvolvidos, pois enfatiza o
ponto de vista do Sul, apesar de comprometer a
forma dos continentes.
IV- É um mapa equivocado, pois o Norte está
"embaixo" e o Sul "em cima".
V- Foi idealizada no século XVI, pelo belga
Mercator, e se caracteriza por ser uma projeção
conforme, sendo muito utilizada nas Grandes
Navegações.
A análise das afirmativas, relacionadas ao
mapa, permite concluir que está correta a
alternativa a) As curvas de nível apresentam eqüidistância de
a) I, II e III 20m.
b) I, III e V b) A aproximação das curvas de nível indica
c) I e V maior declividade do terreno.
d) II, III e IV c) A curva de 200m representa a parte mais
e) II e III elevada do relevo.
d) Cada curva de nível é formada por pontos de
6) (PUC-RS) Com Base no mapa abaixo: idêntica cota altimétrica.
e) A partir de um conjunto de curvas de nível,
pode-se obter um perfil topográfico.

8) (UFPE) Projeção cartográfica é a representação

de uma superfície esférica num plano (mapa),
podendo ser definida como um sistema plano de
paralelos e meridianos, sobre os quais

143
desenhamos um mapa. Há vários tipos de
projeções que são classificadas em três grupos
básicos: cilíndricas, cônicas e azimutais, como
mostram as ilustrações.
Sobre os tipos de projeções. Assinale as
afirmativas verdadeiras e as afirmativas falsas:
( ) na projeção cônica, todos os meridianos são
linhas retas convergentes e os paralelos são
círculos concêntricos;
( ) quando utilizarmos uma projeção cilíndrica,
temos meridianos e paralelos representados
por linhas retas que se cruzam em ângulos
retos;
( ) as projeções cilíndricas são as preferidas para
representar as regiões polares, porque
apresentam menores distorções;
( ) nas projeções azimutais, os meridianos são
representados por círculos concêntricos e os
paralelos por linhas retas convergentes;
( ) a projeção cilíndrica mais conhecida é a de
Mercator, preferida pelos navegantes.
a) VVFFV
b) VFVFF
c) FVVFV
d) VVFFV
e) FFVFF
d) 1: 500.000
e) 1: 10.000
10) (UFPE) Analise as proposições abaixo:
1) As curvas de nível são linhas isométricas, isto
é, linhas que unem pontos de mesma altitude
representadas numa carta ou mapa.
2) A escala numérica fornece a relação entre os
comprimentos de uma linha no mapa e o
correspondente comprimento no terreno em forma
de fração, tendo a unidade para numerador.
3) As projeções azimutais baseiam-se na projeção
de paralelos e meridianos em um cilindro
envolvente, posteriormente planificado.
4) Em um mapa de escala 1:2.500.000, 8cm
equivalem a 120km.
5) O princípio fundamental da Cartografia
consiste no estabelecimento sobre a superfície da
Terra de um sistema de coordenadas, ao qual pode
ser referido qualquer ponto da mesma.
Estão corretas:
a) 1, 2 e 5
b) 2, 3 e 4
c) 3, 4 e 5
d) 1 e 3
e) 2, 4 e 5

9) Um estudante de um determinado colégio

pernambucano foi encarregado de estudar
aspectos urbanos de um trecho da Região
Metropolitana do Recife. O professor de
Geografia, sabendo da importância da Cartografia
para esse tipo de estudo, forneceu-lhe cinco
mapas para que utilizasse aquele que iria
apresentar um maior nível de detalhe.
Se essa tarefa lhe fosse confiada, qual seria a
escala do mapa que você escolheria?
a) 1: 5.000.000
b) 1: 1.000.000
c) 1: 250.000
144
 (séc. XIII). O fundamento da riqueza deixou
paulatinamente de ser a terra, e a economia de
mercado começou a estruturar-se com base no
trabalho artesanal.
Com o renascimento urbano e comercial dos
séculos XIII e XIV, surgiu na Europa uma nova
O SISTEMA ECONÔMICO classe social : a burguesia. Essa nova classe social
CAPITALISTA buscava o lucro através de atividades comerciais.
Nesse contexto, surgem também os banqueiros
Atualmente o Capitalismo é definido como e cambistas, cujos ganhos estavam relacionados
um sistema econômico baseado na propriedade ao dinheiro em circulação, numa economia que
privada dos meios de produção e propriedade estava em pleno desenvolvimento. Historiadores
intelectual, na obtenção de lucro através do e economistas identificam nesta burguesia, e
risco do investimento, nas decisões quanto ao também nos cambistas e banqueiros, ideais
investimento de capital feitas pela iniciativa embrionários do sistema capitalista : lucro,
privada e com a produção, distribuição e preços acúmulo de riquezas, controle dos sistemas de
dos bens, serviços e recursos-humanos afetados produção e expansão dos negócios.
pelas forças da oferta e da procura.
O capitalismo está voltado para a fabricação de AS FASES OU ETAPAS DO
produtos comercializáveis, denominados CAPITALISMO:
mercadorias, com o objetivo de obter lucro. Tal CAPITALISMO COMERCIAL (SÉC. XVIII)
sistema está baseado na propriedade privada dos CAPITALISMO INDUSTRIAL (SÉC. XIX)
meios de produção - todos os elementos usados Primeira Revolução Industrial
na produção pertencem a alguns indivíduos (os
Segunda Revolução Industrial
capitalistas ou burgueses).
Terceira Revolução Industrial
Nas sociedades capitalistas, o elemento
CAPITALISMO FINANCEIRO (SÉC. XX)
central da economia é o capital –dinheiro-
CAPITALISMO INFORMACIONAL (FINAL
investido no processo produtivo, objetivando
DO SEC. XX).
lucro. Diferencia-se do dinheiro que se destina à
satisfação das necessidades pessoais das pessoas.
Como no capitalismo a produção se destina ao
mercado, dizemos que os países capitalistas
adotam a economia de mercado. É em função
das necessidades do mercado que se desenvolvem
a produção, circulação e o consumo dos
produtos.
Para produzir e comercializar suas
mercadorias, os capitalistas (proprietários dos
meios de produção) contratam empregados -
pessoas que não sendo donas dos meios de
produção, vendem sua força de trabalho
(mercadoria) em troca de salário (são os
proletários).
CAPITALISMO COMERCIAL:
ORIGEM A partir do séc. XV, as relações mercantis
ampliaram-se geograficamente com as grandes
Encontramos a origem do sistema capitalista na
navegações e a inserção de novas terras no
passagem da Idade Média para a Idade
sistema capitalista de produção.
Moderna. O sistema capitalista nasceu das
Desenvolveu-se então a fase do chamado
transformações por que passou a Europa feudal
capitalismo comercial; o ciclo de reprodução do

145
capital estava alicerçado principalmente na
circulação e distribuição de mercadorias
realizadas entre as metrópoles e as colônias (Pacto
Colonial).
Nesse período inaugurou-se a Divisão
Internacional do Trabalho, caracterizada pela
produção de matérias-primas nas colônias em
troca de manufaturas das metrópoles.
O mercantilismo, doutrina econômica e
política do capitalismo comercial, criou as bases
de uma nova geografia européia e mundial.
Fortaleceu a unificação territorial a partir de
um governo centralizado, dando origem aos
Estados nacionais europeus.
Tais Estados fortaleceram-se e acumularam
riquezas com o protecionismo de seus
mercados internos e com o comércio. Com isso,
ampliaram-se as relações espaciais, baseadas na
escravização e comercialização dos escravos e na
exploração colonial. Nessa época, a riqueza e o
poder de um país eram medidos pela quantidade
de metais preciosos (ouro e prata) que
possuíam. Esse princípio ficou conhecido como
metalismo.
O mercantilismo foi fundamental para o
desenvolvimento do capitalismo, pois permitiu,
como resultado do comércio altamente
lucrativo e pela exploração das colônias,
grande acúmulo de capitais (conhecida como
acumulação primitiva do capital).
CAPITALISMO INDUSTRIAL
O sistema capitalista só iria se consolidar
no século XVIII, com a substituição da
manufatura pelas máquinas a vapor, iniciada
nas indústrias têxteis da Inglaterra. A
mecanização imprimiu um novo ritmo à produção
de mercadorias.
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
O espaço geográfico, a partir das
transformações socioeconômicas dos séculos
XV e XVI, passou a ter abrangência mundial. A
organização espacial variou de acordo com papel
diferenciado que ocuparam as colônias, as
metrópoles e outras regiões do globo, com
maior ou menor grau de integração ao novo
sistema econômico.
As transformações sociais e econômicas
associadas a esse período foram tão intensas
que representaram uma verdadeira revolução,
chamada de Revolução Industrial. Porém, a mais
profunda transformação espacial ocorreu com
a introdução da indústria moderna na
Inglaterra, que marcou o inicio do capitalismo
industrial (concorrencial ou liberal). A
industrialização não provocou mudanças apenas
na forma de produção, mas direcionou toda a
configuração do espaço atual. Modificou as
relações sociais e territoriais, difundiu cultura e
técnica, aprofundou a competição entre os
povos, concentrou a população no espaço e
provocou o crescimento cada vez maior das
cidades.
Com a invenção da máquina a vapor e sua
incorporação à produção industrial, os
trabalhadores eram obrigados a trabalhar
conforme o ritmo das máquinas, de maneira
padronizada. Outra parte da mão-de-obra
disponível foi requisitada para trabalhar nas
minas de carvão (fonte de energia dessa
primeira fase da Revolução Industrial). Nesse
período, o ―lucro‖ não advinha mais da
exploração das colônias, mas sim, da produção
de mercadorias pelas indústrias, que trazia
embutido a exploração dos trabalhadores através
da mais-valia.
Foi Karl Marx, um dos mais influentes
pensadores alemães do século passado, quem
desvendou o mecanismo da exploração
capitalista, que é a essência do lucro,
chamando-o de mais-valia.
Nos séculos XVIII e XIX, o capitalismo
florescia na forma de pequenas e numerosas
empresas, que competiam por uma fatia do
mercado, sem que o Estado interferisse na
economia. Nessa fase (liberal), predominava a
doutrina de Adam Smith, segundo a qual o
mercado deve ser regido pela livre
concorrência, baseada na lei da oferta e da
procura. Essas novas idéias interessavam
principalmente à Inglaterra, ―oficina do
mundo‖ – devido ao seu avanço industrial –e
―rainha dos mares‖ – devido ao seu poderio
naval. O país vendia seus produtos aos quatro
cantos do planeta.
Com o brutal aumento da produção, acirrou-
se cada vez mais a concorrência. Era cada vez
146
maior a necessidade de se garantirem novos
mercados consumidores, novas fontes de
matérias-primas e novas áreas para investimentos
lucrativos. Nesse período iniciou-se a expansão
imperialista na Ásia e África.
SEGUNDA REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL
Nos séculos XVIII e XIX, enquanto o
capitalismo vivia seu estado liberal, ocorria dentro
das fábricas mudanças importantes:
produtividade e a capacidade de produzir
aumentaram velozmente; aprofundou-se a divisão
do trabalho e cresceu a produção em série.
Em fins do século XIX, ocorreu o que se
convencionou chamar de Segunda Revolução
Industrial. Uma das características mais
importantes desse período foi à introdução de
novas tecnologias e novas fontes de energia no
processo produtivo. Havia uma verdadeira
canalização de esforços por parte das empresas e
do estado para a pesquisa científica, com o
objetivo de desenvolver novas técnicas de
produção. A descoberta da eletricidade beneficiou
as indústrias e a sociedade em geral, pois
promoveu grande melhoria na qualidade de vida.
O desenvolvimento do motor a combustão
interna, e a conseqüente utilização
combustíveis derivados do petróleo abriu novos
horizontes para os transportes, que se
dinamizaram imensamente, em virtude da
expansão das indústrias automobilísticas e
aeronáutica.
Pela primeira vez, tendo como pioneiros a
Alemanha e os Estados Unidos, a ciência era
apropriada pelo capital, sendo posta a serviço da
técnica, ao contrário da primeira revolução
industrial onde as tecnologias eram resultado de
pesquisas espontâneas e autônomas. Agora
empresas eram criadas com o fim de descobrirem
novas técnicas de produção.
Com o brutal aumento da produção, acirrou-se
cada vez mais a concorrência. Era cada vez maior
a necessidade de se garantirem novos mercados
consumidores, novas fontes de matérias-primas
e novas áreas para investimentos lucrativos.
Em 1885 na Conferência De Berlim,
retalhou-se o continente africano, partilhando
entre as potências européias. Essa partilha
imperialista das potências industriais consolidou a
divisão internacional do trabalho pela qual as
colônias se especializavam em fornecer
matérias-primas baratas para os países que então
se industrializavam.
Nessa época também surgia uma potência
industrial fora da Europa: os Estados Unidos da
América. Em 1823, o então presidente Norte-
Americano James Monroe decretou a
Doutrina Monroe, que tinha como lema "A
a América para os americanos"
Na Ásia também em fins do século XIX, o
Japão emergiu como potência sobretudo após a
ascensão do Imperador Mitsuhito, que deu início a
chamada Era Meiji.
O CAPITALISMO MONOPOLISTA
Durante a Segunda fase da Revolução
Industrial, o desenvolvimento da industrialização
em outros países e a aplicação de novas
tecnologias à produção e ao transporte
modificaram profundamente a orientação liberal.
As novas tecnologias foram empregadas nas
indústrias metalúrgica, siderúrgica, no transporte
ferroviário, entre outros. Esses setores industriais
dependiam de investimentos maiores que aqueles
realizados na primeira fase da Revolução
de Industrial. Era necessário a união de vários
empreendedores para a produção das novas
mercadorias. Boa parte da indústria passou a
contar com o capital bancário ou financeiro.
No final do séc. XIX, a fusão entre o capital
industrial e o financeiro e, mesmo a fusão entre
indústrias, levou ao aparecimento de empresas
gigantescas, os monopólios e oligopólios
(empresas de grande porte que se associam para
controlar o mercado), ocorrendo, com isso, um
enfraquecimento da livre concorrência. Pela
baixa competitividade, as pequenas empresas, que
não acompanharam essa nova tendência do
desenvolvimento econômico capitalista, faliram
ou foram absorvidas pelas grandes. Nesse
período, o estrondoso aumento da produção
através da tecnologia, não encontrou mercado
consumidor correspondente, o que ocasionou uma
queda brutal nos preços, abalando a bolsa de
valores de Nova York. Esse período ficou
conhecido como a Crise de 1929. Essa crise gerou
uma acumulação maior de capital pelos
monopólios e oligopólios remanescentes.
147
 Para contornar a crise, o Estado passou a
interferir diretamente na economia
(Keynesianismo), elaborando planos econômicos,
construindo grandes obras públicas, controlando
preços, definindo regras para o mercado, etc. O
impacto da crise obrigou o Estado a definir
políticas específicas para a satisfação das
necessidades sociais da população. Estrutura-se o
chamado Estado do bem-estar Social (Welfare
State). Segundo essas novas determinações, o
Estado nacional assumiu o papel de mediador
nas relações estabelecidas entre a sociedade e as
empresas, defendendo os interesses dos
trabalhadores, consumidores e apoiando as
atividades sindicais.
Desenvolveu-se um sólido sistema
previdenciário. Essa política de intervenção
estatal numa economia oligopolizada, que acaba
favorecendo o grande capital, ficou conhecida
como, keynesianismo. Em cada setor da
economia - petrolífero, elétrico, siderúrgico,
têxtil, etc - passam a dominar alguns grandes
grupos. São os trustes.
Quando esses trustes fazem acordos entre si,
estabelecendo um preço comum, dividindo o
mercados potenciais e portanto inviabilizando a
livre concorrência criam uma cartel. Muitos
trustes surgidos no final do século XIX e início do
século XX, transformaram-se em conglomerados,
resultantes de um processo mais amplo de
concentração e centralização de capitais, de uma
brutal ampliação e diversificação nos negócios,
visando dominar a oferta de determinados
produtos ou serviços no mercado, os
conglomerados, são o exemplo mais perfeito de
empresas que atuam no capitalismo monopolista.
Dentro da Segunda Revolução Industria dois
aspectos ou processos se destacam, ambos típicos
do século XX: o Taylorismo e, em especial, o
Fordismo.
Revolução Técnico-Científico
Informacional
A Terceira Revolução Industrial
Trataremos deste item ao abordarmos o processo
de Globalização.
EXERCÍCIOS
1) Sobre o modo de produção capitalista é
correto afirmar que sua base econômica:
01) está nas mãos do Estado, que determina a
distribuição dos bens produzidos;
02) é a propriedade social dos meios de produção;
04) está em poder de uma minoria que detém os
meios de produção (burguesia);
08) está em poder da maioria que usufrui dos
meios de produção (assalariado);
16) é a propriedade privada dos meios de
produção.
Somatória:
a) 17 b)18 c) 19 d)20 e)21
2) O maior estudioso do capitalismo também foi o
seu maior crítico, que com uma estrutura de
pensamento dialético-materialista estabeleceu
uma conceitualização sobre o capitalismo, que
pode ser entendida da seguinte maneira:
a) o capitalismo é um sistema de produção
solidário, pois gera empregos.
b) o capitalismo é um modo de produção baseado
na exploração e no acúmulo de lucro.
c) o capitalismo é um modo de produção baseado
na propriedade estatal.
d) o capitalismo é um modo de produção baseado
na propriedade comunal.
e) o capitalismo é apenas uma organização
política
3) Associe as colunas:
1. Cartel 2. Truste
3. Monopólio 4. Oligopólio
5. Holding
( ) Domínio do mercado por uma única empresa.
( ) Domínio de mercado por umas poucas
empresas.
( ) Fusão de várias empresas para dominar o
mercado.
( ) Organização que controla varias empresas
mediante o controle majoritário das ações.
( ) Acordo ou associações de varias empresas
independentes para controlar o mercado.
a) 4-2-5-1-3 b) 3-4-2-5-1
c) 5-4-2-3-1 d) 1-2-4-3-5
e) 2-1-3-4-5
4) Entende-se por Mercantilismo o conjunto de
leis e de práticas administrativas adotadas por
148
vários Estados europeus entre os séculos XVI e
XVIII, que regulamentavam as atividades
econômicas.
A respeito do Mercantilismo, assinale o que for
incorreto.
a) O mercantilismo assumiu formas diferentes nos
diversos países europeus.
b) As leis mercantilistas eram inspiradas pela
doutrina do liberalismo econômico, de Adam
Smith, e visavam intensificar as exportações e as
importações.
c) Os teóricos do Mercantilismo acreditavam que
mais do que o comércio interno, era o comércio
externo com outras nações que trazia lucros e
riquezas.
d) Os países mercantilistas adotavam medidas
severas para evitar a saída de ouro e de prata de
seu território.
e) Obter uma balança comercial favorável era
uma preocupação constante dos Estados
mercantilistas.
6) A respeito da Revolução Industrial, assinale o
que for incorreto.
a) Com a realização da Revolução Industrial, a
Inglaterra passou por um intenso processo de
transformação econômica e social.
b)As leis de cercamento adotadas na Inglaterra
aceleraram o êxodo rural, propiciando mão-de-
obra abundante e barata para trabalhar nas
fábricas nascentes.
c)A substituição do trabalho manual pelas
máquinas faz parte do processo de realização da
chamada Primeira Revolução Industrial.
d) Foi um período de muitas invenções industriais
que viabilizou o aumento da produtividade de
cada trabalhador.
e) O processo de transformação na forma da
produção ocorrido simultaneamente em todos os
países, tendo a eletricidade como força motriz
básica, é chamado de Primeira Revolução
Industrial.

5) (UNIFEI) As nações industrializadas européias

partiram em fins do século XIX e no início do
século XX para um processo de disputa por
territórios na África, na Ásia e também na
América Latina. Os termos Imperialismo e
Neocolonialismo são usados para designar o
processo de dominação que se estabeleceu a partir
de então sobre os territórios e povos desses
continentes. Levando em consideração esse
momento da expansão do capitalismo, assinale a
alternativa incorreta.
a) O Neocolonialismo surgiu quando a burguesia
das nações industrializadas desenvolvidas rejeitou
as fronteiras nacionais porque passou a considerá-
las como barreiras à expansão econômica do
capital.
b) O ‖darwinismo social‖ serviu como
justificativa ideológica para o domínio das
potências ocidentais sobre a África e a Ásia.
c) O principal objetivo do Neocolonialismo era a
implementação do sistema de feitorias nos
continentes asiático e africano.
d) As grandes empresas e os bancos procuraram
garantir o controle das fontes de matérias-primas
e dos mercados consumidores para os produtos
industrializados.

149

SOCIALISMO
Seus principais pontos de análise
são os seguintes:
1- Estruturado dentro de uma formação histórica e
social determinada, o capitalismo tinha origem
estabelecida e morte histórica prevista;
2- A morte do capitalismo se daria quando sua
base (trabalho operário), através de um processo
revolucionário, alcançasse poder econômico e
político e instaurasse uma ―ditadura do
proletariado‖, com a socialização dos meios de
produção;
3- O sistema capitalista assenta-se na exploração
do trabalho, sendo a concentração monopolista do
capital proporcional à depauperização do
trabalho;
4- Em sua fase de maturidade, o capitalismo
apresentaria uma tendência à concentração do
capital, com a conseqüente e progressiva
eliminação da concorrência, gerando monopólios.
MODO DE PRODUÇÃO
SOCIALISTA
―Na Europa do século XIX surgiu uma teoria que
propôs uma nova forma de conhecimento da
realidade e de ação efetiva da classe t
rabalhadora. Seu principal articulador foi Karl
Marx (1818-1883) que, em colaboração com
Friedrich Engels (1820-1895), lançou as bases do
socialismo científico, através das obras: Manifesto
Comunista (1848), Contribuição à Crítica da
Economia Política (1859) e o Capital (1867).
Fazendo uma análise social da realidade em que
viviam, Marx e Engels perceberam que ela era
dinâmica e contraditória. Enquanto o avanço
técnico permitia o domínio crescente sobre a
natureza, gerando o progresso e o enriquecimento
de alguns homens, a classe operária era cada vez
mais explorada, empobrecida e afastada dos bens
materiais de que necessitava para viver. Portanto,
era fundamental estudar os fatores materiais
(econômicos e técnicos) e a forma como os bens
eram produzidos, para poder compreender a
sociedade e explicar a sua evolução. Pelo
trabalho, o homem transforma a natureza,
produzindo bens para atender as suas
necessidades. Nesse processo de produção de
bens, as pessoas estabelecem relações entre si. As
relações estabelecidas entre os proprietários dos
meios de produção (terra, matérias-primas,
máquinas e instrumentos de trabalho) e os
trabalhadores são chamadas relações sociais de
produção. De acordo com o pensamento de Marx
e Engels, portanto, é preciso analisar o conjunto
das forças produtivas ( terra, matérias-primas,
máquinas, mão-de-obra, técnicas de produção e
instrumentos de trabalho), para entender as
relações que os homens estabelecem entre si
durante o processo de produção de bens. Para
Marx a base econômica da sociedade (a infra-
estrutura) determina a superestrutura, que
corresponde à organização jurídico-política
(Estado, Direito etc.) e à ideologia (formas de
consciência social como filosofia, a religião, a
moral, as idéias científicas e artísticas) . A este
conjunto formado por infra-estrutura e
superestrutura, através do qual se pode conhecer
como as forças produtivas se organizam em
determinadas relações de produção, num dado
momento histórico, Marx chama de modo de
produção‖.
(Pazzinato, Alceu Luiz & Senise, Maria Helena.
História Moderna e Contemporânea)
O modo de produção socialista é aquele em
que os meios de produção pertencem a sociedade
e são administrados pelo Estado. Portanto, a
estatização dos meios de produção constitui uma
das mais importantes características do
socialismo. Podemos também caracterizar o modo
de produção socialista da seguinte maneira:
150
a) Economia planificada isto é a base do
funcionamento da economia são os Planos
Qüinqüenais ou Setenais ( 5 em 5 ou 7 em 7
anos).
b) Ênfase a indústria de base.
c) A sociedade é mais importante que o indivíduo.
d) Burocracia
e) Ênfase a articulação dos transportes
especialmente os ferroviários e hidroviários.
A aplicação do modo de produção socialista
ocorreu pela primeira vez na Rússia após a
Revolução de 1917, baseado nos princípios do
marxismo (Socialismo científico, elaborado por
Friederich Engels e Karl Marx). A Revolução que
derrubou a monarquia Czarista foi liderada por
Vladimir Ilitch Ulianov (Lênin), Lev Davidovitch
(Trótski) e por Josef Stálin.
O governo estabelecido iniciou uma série de
reformas que visavam mudanças radicais no país,
os principais pontos da reforma foram: Reforma
agrária – Fim da propriedade privada da terra.
Extinção dos títulos de nobreza.
Estatização das indústrias, bancos e
estabelecimentos comerciais.
Criação do Exército Vermelho cujo objetivo
era garantir a Revolução.
Constituição Provisória de 1918. A oposição
às reformas levou o país a uma guerra civil que só
termina em 1921. Em dezembro de 1922, a Rússia
uniu-se a Transcaucásia, Ucrânia, Rússia Branca,
Usbequistão, Turcomenistão e Tadjiquistão,
constituindo-se assim a União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas.
MUDANÇAS NO MUNDO
SOCIALISTA
A partir do final da década de 70 sensíveis
mudanças foram iniciadas no chamado bloco
socialista e evidentemente não se pode falar em
uma única causa e sim em uma pluralidade de
fatores que terminaram por desencadear
alterações significativas. Atualmente apenas
quatro países são reconhecidos como socialistas
no mundo, são eles China, Cuba, Vietnã e Coréia
do Norte cabe aqui a ressalva de que cada um a
seu modo tem promovido mudanças no projeto
socialista nos últimos anos em especial a China.
1-CHINA:
A Revolução Chinesa ocorrida em 1949, que
foi responsável por importantes mudanças
estruturais no país, hoje é pouco visível, pois
desde 1978 o país vem promovendo uma lenta
abertura econômica com a clara introdução de
mecanismos capitalistas. Em 1978 a ascensão de
Deng Xiaoping ao poder, deu início a uma nova
era na China, o principal elemento foi atrair o
capital estrangeiro mediante uma série de
políticas, entre elas a de determinar um
zoneamento econômico onde mediante legislação
específica as relações capitalistas de produção
possam ocorrer com algumas reservas.
Atualmente o crescimento econômico chinês é
visto como um modelo a ser seguido inclusive por
países subdesenvolvidos, de maneira geral os
economistas consideram o receituário econômico
chinês irretocável. Algumas considerações se
fazem necessárias ao fato: 1-A China permanece
como um Estado autoritário. 2- Não tem
organização sindical com autonomia 3- Uma
sociedade marcada por desigualdades está sendo
construída. 4- O país está investindo em poderio
militar. 5- A produção tecnológica do país ainda é
pouco expressiva. 6- Existem várias Chinas e o
processo de crescimento acelerado é restrito as
ZEE's.
2-CUBA:
A ilha de Cuba tornou-se socialista em 1959,
após a Revolução que derrubou o ditador
Fugêncio Batista, com a queda de Batista, o poder
passou a ser exercido por Fidel Castro até 2006. A
partir de julho de 2006 o irmão de Fidel, Raul
151
Castro assumiu o poder e deu início a uma lenta
abertura econômica. Cuba tem sido um exemplo
de país socialista que desenvolveu uma maior
resistência a mudança. Do ponto de vista das
conquistas o país tem uma importante estrutura de
saúde e educação, no primeiro caso a estrutura do
setor é a de prevenção e o segundo a importância
para a educação através dos investimentos
especialmente no ensino fundamental. Atualmente
uma abertura econômica está ocorrendo no país
dessa vez para a entrada de produtos
especialmente eletroeletrônicos e o governo de
Obama já acenou com algumas mudanças nas
relações. A primeira abertura ocorreu ainda na
década de 90, quando o capital da União Européia
começou a participar da atividade turística do país
tornando-se ―sócio‖ do governo na construção de
hotéis luxuosos, especialmente na península de
Varadero. O turismo é uma das mais importantes
atividades econômicas do país.
3 - CORÉIA DO NORTE:
Localizada na península da Coréia, a divisão
ainda é resíduo do passado Bipolar. O país
vivencia uma situação complicada, pois o atual
governo insiste em uma política fechada. A
economia da Coréia do Norte mantém-se
claramente agrária, o país tem uma relação
comercial como mundo muito reduzida e todos os
anos campanhas humanitárias são desenvolvidas
pela ONU, para o envio de alimentos para o país.
A Coréia do Norte tem recebido críticas e está
sendo alvo da pressão internacional em face de
sua política de desenvolvimento de armas
nucleares.
4 – VIETNÃ:
A República do Vietnã tornou-se um país
conhecido no mundo via uma guerra, talvez a
mais lembrada das guerras depois das mundiais.
A separação do Vietnã da França ocorre em
meio a bipolaridade e havia uma crescente
simpatia no país pelos seguidores do comunismo,
o resultado desse fato foi a intervenção americana
e uma guerra que durou aproximadamente uma
década. Atualmente o país vem promovendo uma
pequena abertura econômica e utilizando também
o turismo como fonte de divisas. A baia de
Halong é o principal ponto turístico do país e
candidata a uma das maravilhas naturais do
mundo.
EXERCÍCIOS
1) O denominado ―modelo soviético‖ constituiu
principalmente:
a) numa economia planificada e num regime de
democracia representativa.
b)num regime político dominado por um partido
único e oficial com uma vasta burocracia.
c) num regime político dominado por um partido
único, mas com democracia direta.
d) numa economia com mecanismos de mercado e
com o domínio de um partido único.
e)num regime democrático e com
pluripartidarismo.
2) No sistema de planificação, a economia dos
países está sujeita a uma série de medidas
governamentais para acelerar o seu
desenvolvimento,destacando-se:
a) a variedade de planos econômicos.
b) o aumento da produção industrial para atender
à crescente sociedade de consumo.
c) a concentração de esforços para ampliar o setor
de exportação.
d) o grande desenvolvimento das indústrias de
bens de consumo.
e) os grandes investimentos na implantação da
indústria de base.
3) Tendo em vista a história dos países
socialistas, assinale a(s) alternativa(s) correta(s):
01. Com o socialismo, a distribuição de renda
melhorou na maioria dos países que o adotaram,
sendo que a pobreza absoluta quase chegou a
desaparecer em muitos deles. Apesar disso,
continuou havendo desigualdades no socialismo
real, muitas vezes até maiores que as vigentes nos
países capitalistas desenvolvidos.
02. A planificação centralizada, característica dos
países socialistas, gerou inúmeros problemas. Isso
reforça a tese de que as sociedades complexas
demandam um sistema descentralizado de tomada
de decisão para responder com eficiência a
problemas locais e setoriais que não podem ser
antecipados por um plano econômico nacional.
152
04. O fracasso do socialismo explica-se pelo fato europeu e internacional.
de os países socialistas não terem sido capazes de e) a fuga de mão-de-obra da parte ocidental para a
romper os laços de dependência em relação ao parte oriental da Alemanha.
mundo capitalista desenvolvido: eles continuaram
a ser exportadores de matérias-primas e
importadores de máquinas e equipamentos.
08. A economia planificada revelou-se superior à
economia de mercado no que diz respeito à
promoção do desenvolvimento econômico e
tecnológico, mas a elevada corrupção na
burocracia estatal terminou por minar esses
resultados.
16. Desde1989, praticamente todos os países que
compunham o Segundo Mundo transformaram-se
em ―economias de transição‖ entre o modelo
planificado e a economia de mercado, à medida
que reinstituíram a propriedade privada da terra,
privatizaram empresas estatais e flexibilizaram os
salários e as relações de trabalho.

4) Sobre a crise do capitalismo, na década de 30,

e o colapso do socialismo, na década de 80, pode-
se afirmar que:
a) a primeira reforçou a concepção de que não se
podia deixar uma economia ao sabor do mercado
e o segundo a de que uma economia não funciona
sem mercado.
b) ambos levaram à descrença sobre a capacidade
de o Estado resolver os problemas colocados pelo
desemprego em massa.
c) assim como a primeira, também o segundo está
provocando uma polarização ideológica que
ameaça o Estado do Bem-estar Social.
d) ambos, provocando desemprego e frustração,
fizeram aparecer agitações fascistas e terroristas
contando com amplo respaldo popular.
e) enquanto a primeira reforçou a convicção dos
defensores do capitalismo, o segundo fez
desaparecer a convicção dos defensores do
socialismo.

5) A Queda do Muro de Berlim, em 1989,

significou, SIMBOLICAMENTE,
a) a vitória do comunismo na República
Democrática Alemã.
b) a alteração nas relações político-ideológicas
entre Estados Unidos e União Soviética.
c) o início da globalização econômica, com a
criação do Mercado Comum Europeu.
d) o isolamento da Alemanha oriental no cenário

153

FORMAÇÃO E
DESINTEGRAÇÃO DA
UNIÃO SOVIÉTICA E A
VELHA ORDEM MUNDIAL
O Socialismo Soviético
Revolução Russa de 1917
A ―Revolução Russa‖ foi uma série de eventos
políticos na Rússia, durante os quais os operários
e camponeses sucessivamente derrubaram
S
autocracia russa. O governo provisório
expropriaram campos, fábricas e demais locais
de trabalho. Estes eventos aconteceram durante
o ano de 1917 e início de 1918, e resultaram
numa guerra civil que durou de 1918 a 1921.
Durante este processo, o Partido Bolchevique,
liderado por Vladimir Lenin e Leon Trotski, se
transformou na única força política capaz de
restabelecer a ordem. Ele criou um poderoso
exército, que submeteu igualmente a classe
operária e os demais partidos, ao mesmo tempo
que adotou o discurso comunista, o qual utilizou
como justificativa para a imposição de uma
ditadura do proletariado.
Características:
Poder centralizado.
Modos de produção estatais.
Desigualdades sociais.
Monopólio do Partido Comunista
A Rússia na época da Revolução
O movimento revolucionário comandado pelos
bolcheviques em 1917 teve grande expressão na
região central da Rússia, onde havia maior
organização operária e sindical, como Moscou e
outras cidades da região. A Revolução foi seguida
de uma Guerra Civil, que estendeu-se até 1921e
durante a qual várias regiões obtiveram sua
independência, como a Polônia e a Finlândia.
Também a Ucrânia tornou-se independente,
porém passaria a integrar a URSS quando de sua
formação em 1922.
Oficialmente a URSS foi formada em 30 de
dezembro de 1922, como uma Federação de
Estados Socialistas, porém com um poder
centralizado. Essa centralização consolidou-se
durante o período que se seguiu a morte de Lênin,
quando Stálin assumiu o poder e implantou um
regime de força, expurgando e perseguindo
todos os opositores de seu governo.
a
Durante a existência da URSS o governo
de Moscou reprimiu com muita veemência os seus
opositores, e esse fato ficou conhecido na história
como sendo o autoritarismo do socialismo real.
Ainda durante os seus últimos anos de vida,
Lênin empreendeu uma vigorosa luta contra a
burocratização do Partido e a concentração de
poder nas mãos de Stalin, sugerindo que Trotsky,
"o mais capaz do Comitê Central", assumisse o
comando do partido. Além de ter exercido
papel decisivo como reorganizador do Exército
Vermelho, Trotsky havia proposto a teoria
chamada de "Revolução Permanente", e que fora
adotada por Lênin em suas Teses de Abril -
quando este admitiu que a Revolução Russa
colocaria em curso o transcrescimento
ininterrupto entre revolução burguesa (fevereiro)
e proletária (outubro).
Os governos socialistas da URSS não
pensaram em desenvolver as suas bases
produtivas, assim como estava acontecendo com
o mundo capitalista, que estava repassando a
tecnologia engendrada na indústria bélica e
aeroespacial para a sua linha produtiva, ou
seja, para seu parque industrial.
A URSS existiu de 1922 a 1991 e, no decorrer
deste período, foi constituída por 15 repúblicas e
126 nacionalidades, formando um verdadeiro
mosaico de etnias e religiões. O desmembramento
da URSS, ocorrido em 1991,
154
está diretamente ligado a má das políticas
reformistas de Gorbatchev e a ação da elite
burocrata tradicional contrária à implantação
das reformas políticas e econômicas
(administração perda de privilégios).
Durante o governo de Leonid Brejnev (1964-
1982), o modelo econômico soviético começou
a dar sinais de esgotamento, devido aos
elevados investimentos direcionados ao avanço e
acúmulo de armas para competir com os EUA,
pois as altas taxas de crescimento obtidas nas
primeiras décadas do pós-guerra passavam a
regredir nos anos 80.
Em 1985 Mikhail Gorbatchev assumiu o poder
da URSS, visando recuperar a atraso econômico-
industrial que se encontrava em relação aos EUA e
criar a Casa Comum Européia, implantou as
políticas reformistas, materializada nos projetos
da GLASNOST ―transparência em russo‖
ocasionando abertura política e da
PERESTRÓICA ―reestruturação‖, ocasionando
abertura econômica. Tais políticas financiaram a
Queda do Muro de Berlim (1989) e a Reunificação
Alemã (1990). Entre 1989 e 1991, como
conseqüência do fim do regime de partido único
no Leste Europeu, o Pacto de Varsóvia e o
Comecom – organização políticos-militar e
econômica soviética – deixaram de existir.
Obs: As reformas políticas e econômicas
objetivavam a democratização das relações
social e econômica dentro do espaço da
URSS, e deste modo impedir a derrubada do
socialismo. No plano econômico tentou-se
modernizar a economia do país, buscando
assim uma superação do atraso tecnológico
em que se encontrava o mesmo.
A revogação da Doutrina Brejnev, por
Gorbatchev ocasionou o desmembramento do
edifício do império soviético. O desenvolvimento
das reformas políticas na URSS desencadeou
tensões e conflitos crescentes entre as exigências
populares por liberdade e democracia e os regimes
da Europa Oriental, conduzindo a derrocada de
todo o bloco soviético, começando pelas
Repúblicas Bálticas – Letônia, Estônia e
Lituânia – ocasionando o ―efeito dominó‖,
originando 15 novos Estados Independentes,
modificando as fronteiras geopolíticas do leste
europeu.
Em 1991, a Rússia, a Bielarus e a Ucrânia
assinaram o acordo de Minsk originando a CEI
(Comunidade dos Estados Independentes), acordo
político-militar constituído atualmente por 12
repúblicas, sob a ―liderança‖ da enfraquecida
Rússia (país coadjuvante no G-8).
A partir de 1991, a Rússia passou a ser
administrada por Bóris Yeltsin, político que
impediu a realização do golpe de estado
(1991), acelerando o processo de transição político-
econômico no leste europeu.
A CEI (Comunidade dos Estados
Independentes) organização econômica e
geopolítica criada em 1991 pelo acordo de
Minsk, formada por 12 Repúblicas, sob a liderança
da Rússia.
Em 1991, quando começou o ―efeito
dominó‖,. Os regimes comunistas, país após
país, começaram a cair. A Polônia e a Hungria
negociaram eleições livres (com destaque para a
vitória do partido Solidariedade na Polônia),
Atualmente estas repúblicas pertencem a União
Européia.
1- As contradições do socialismo real
Extrema concentração de poder nas mãos dos
burocratas
Atraso tecnológico
Grandes investimentos na indústria
armamentista.
Crise econômica resultantes da planificação
econômica.
Crise de nacionalidade, devido, coexistir várias
etnias em um mesmo país com 126
nacionalidades.
2- A Última tentativa de salvar a URSS:
A) Abertura econômica: (A Perestroika)
―reestruturação‖
Abertura da economia ao capital estrangeiro
e aproximação com os países ocidentais.
Inversão de prioridades, com ênfase às
indústrias de bens-de-consumo.
Instituição da propriedade privada.
Privatização de empresas estatais
problemáticas.
Redução da ajuda econômica aos países
aliados do bloco socialista, sobretudo do leste
155
europeu.
Redução no Padrão de Renda
B) A abertura política (A Glasnost):
―transparência em russo‖
Maior liberdade de expressão, com
tolerância às críticas e liberdade para o
funcionamento de órgãos de comunicação
críticos do governo.
Liberdade religiosa para o funcionamento de
seitas e religiões.
Anistia política para os expurgados durante o
stalinismo.
Autonomia para as minorias étnicas que
lutassem pelos seus direitos,
Pluripartidarismo, quebrando o monopólio do
partido comunista.
Direito ao Voto
3- As transformações do mundo soviético após
o esgotamento do socialismo real:
A proliferação de conflitos étnicos e o fim
da URSS.
A liberdade de expressão com a glasnost
trouxe a tona rivalidades histórica entre as etnias
de várias repúblicas
As etnias que habitavam as repúblicas
soviéticas aproveitaram-se do fracasso
perestroika e da glasnost para declararem a
independência.
O responsável por esses acontecimentos foi o
líder russo Boris Ieltsin.
O Desmembramento da URSS:
A sua desagregação originou 15 novos países,
que mesmo após a separação política
mantiveram relações econômicas bastante
acentuadas, originando-se assim a CEI-
(Comunidade dos Estados Independentes), que
corresponde a uma Confederação de
repúblicas, com fortes vínculos entre si, porém
elas preservam suas soberanias políticas, até
porque não possuem um governo central, e
sim um conselho de Chefes de Estados
(embora a Rússia exerça certa liderança
política, econômica e cultural).
A busca por fontes de identidade distintas
da decadente ideologia comunista provocou o
esfacelamento da ainda frágil identidade
soviética, enfraquecendo tal Estado de forma
decisiva. ―O nacionalismo, inclusive o russo,
tomou-se a expressão máxima dos conflitos
entre sociedade e Estado, sendo o fator
político imediato que culminou no processo de
desintegração da União Soviética.‖ (Castels,
1999).
ORDEM BIPOLAR
CAPITALISMO X SOCIALISMO.
A VELHA ORDEM MUNDIAL OU
ORDEM BIPOLAR:
As constantes alterações que tem ocorridos
no mapa da Europa nos últimos anos são o sinal
de que vivemos um período de transição. É a
estruturação da chamada nova ordem mundial,
que vem substituir a velha ordem, marcada pela
oposição entre Estados Unidos e União
soviética, em um período conhecido como guerra
fria.
A guerra fria começou a se desenhar logo
após a Segunda Guerra Mundial. Mais
precisamente durante a Conferência de
Potsdam, realizada em julho de 1945, quando
as potências vencedoras decidiram dividir o
da território alemão em quatro zonas de ocupação
controladas, de leste a oeste, respectivamente, por
União Soviética, Inglaterra, Estados Unidos e
França. A capital alemã, Berlim, também foi
ocupada, ficando dividida entre russos a leste, e
franceses, ingleses e americanos a oeste.
A partir de então, a bipolaridade que
marcou o cenário geopolítico internacional no
pós-guerra já estava configurada. Isso porque
as duas grandes potências vencedoras – a
capitalista, representada pelos Estados Unidos,
e a Socialista, representada pela União
Soviética – tinham projetos antagônicos, não só
para a Alemanha como também para toda a
156
Europa e o mundo.
O antagonismo ficou claramente expresso a partir
de1947, quando o presidente americano Harry
Truman declarou a necessidade de conter os
desejos expansionistas soviéticos no território
europeu e, posteriormente, no território asiático.
Devido ao importante papel da União
Soviética na derrota do exército nazista pelo front
oriental, desde fevereiro de 1945 os soviéticos
transformaram todo o Leste europeu em uma
grande área ocupada, alegando a necessidade
de manter a segurança junto a suas fronteiras.
Desde esse momento já estava estabelecida a
chamada ―cortina de ferro‖, com a divisão da
Europa em duas regiões geopolíticas: a Europa
ocidental, sob a influência dos Estados Unidos,
e a Europa oriental, sob a influência da União
Soviética.
Após a segunda guerra mundial o sistema
produtivo Europeu ficou praticamente destruído.
Não podendo mais suprir a necessidade de
mercadoria que o continente necessitava. Os
EUA, por sua vez, não haviam sofrido nenhum
dano no seu sistema produtivo, já que a guerra
havia se desenrolado dentro da Europa.
O governo americano visando conquistar e
dominar o mercado europeu, formulou o plano
MarshalL. Plano estratégico de ajuda
econômica para conter o avanço do socialismo
e financiar a ―recuperação‖ da Europa.
Assim como no bloco capitalista foram
desenvolvidas estratégias políticas para conter o
avanço do bloco capitalista sobre a área de
influência do socialista.
No plano econômico foi criado o Comecom,
um plano de ajuda econômica aos países
alinhados ao bloco socialista, principalmente,
países do leste europeu, pois era necessário
um desenvolvimento social e econômico desses
países para que o ideal capitalista não viesse a
atormentar os sonhos dos comunistas do leste e da
própria população.
VEJA OS CENTROS DE PODER DA
GUERRA FRIA ABAIXO:
O jogo geopolítico das potências
no período da guerra fria
Do lado capitalista:
1. O EUA desenvolveu uma estratégia para
barrar o avanço do socialismo no mundo, por
isso ele lançou os planos Marshall E
Colombo, que tinha como finalidade o
fortalecimento das economias capitalista na Ásia
e Europa.
2. O surgimento de um eixo geopolítico Franco
Alemão que serviu de base para a CECA
3. Surgimento do Mercado Comum Europeu
(MCE), que após vários avanços estruturais
(políticos e econômicos) originou o bloco
conhecido como união européia (EU), cujo à
finalidade seria o soerguimento econômico da
Europa e conseqüentemente o fortalecimento do
capitalismo no continente e no mundo, até porque
157
após a década de 80 países dos demais
continente seguiram o mesmo caminho, no que
tange a formação de blocos econômicos
4. A formação da aliança militar do bloco
capitalista: OTAN (organização do tratado do
atlântico norte.
5. A criação da ONU em 1945.
6. Surgimento do FMI e BIRD,
organismos financeiros internacionais que
atuam na economia dos países do bloco
capitalista, porém com grandes reflexos
nas políticas.
7. 1947 A criação do estado de Israel
8. Intervenção militar dos EUA na guerra das
Coréia e do Vietnã, o que acabou gerando uma
grande tensão no mundo, pois as duas potências
financiavam os seus aliados de forma muito
incisiva, chegando a alguns casos como foi o
dos EUA a se envolver no conflito de maneira
direta, isto é, não mais apenas dando logística.
9. Crise que envolveu a tensão nuclear na baia
dos porcos em cuba. Onde se verificou a
tentativa de armar a ilha de cuba com mísseis
nucleares soviéticos.
Do lado socialista:
1. Revolução Chinesa de 1949, que provocou
uma reação dos EUA na bacia do pacifico. e a
instalação de um governo nacionalista na ilha de
formosa, o que gerou um ―conflito‖ com a
china continental. E o aparecimento do cordão
sanitário no oriente.
2. Revolução cubana em 1959, implantando o
primeiro governo socialista na América, sob a
liderança de Fidel castro.
3.A primavera de praga em 1968, demonstração
ao mundo dos poderes militares da URRS.
4. A criação do COMECOM (conselho de
assistência econômica mutua), órgão criado com
a finalidade de organizar o intercambio comercial
dentro do bloco socialista.
5. Criação do acto de Varsóvia que se caracteriza
pelo tratado de proteção militar, no qual a união
soviética responderia a qualquer ataque sofrido
pelos países socialistas, que viessem dos EUA ou
de qualquer outro país do sistema capitalista.
6. 1975-1990 Guerra de Angola e Moçambique
Os governos
socialistas locais apoiados pelo bloco
"comunista" enfrentaram a guerrilha respaldada
pelos EUA e pela África do Sul;
7.1948-1990 Conflito Árabe-Israelense: Local de
interesse estratégico econômico (petróleo) que
atraiu apoio direto dos Estados Unidos e da
União Soviética o que aprofundou as crises
regionais. Permeada por períodos de paz e
agravamento, a questão constitui um dos
principais pólos de conflito do pós-guerra;
8. 1979-1990 Nicarágua: Os sandinistas
derrubaram Somoza (pró Estados Unidos)
assumindo o poder e ganhando a hostilidade dos
contras, guerrilheiros apoiados pelos Estados
Unidos. Em 1990, Violeta Chamorro venceu as
eleições diretas para a presidência, substituindo
Daniel Ortega.
9. Dentro do contexto da Guerra Fria, teve
início um rápido processo de descolonização
afro-asiático, que deu origem a mais de quarenta
novos países na década de 50.
As Alianças Militares da Guerra
Fria
A OTAN (organização do tratado do
atlântico norte): Caracteriza-se como um pacto
de proteção militar multilateral a possíveis
ataques ―vermelhos‖ a países aliados dos
EUA, logo do sistema capitalista.
O PACTO DE VARSOVIA: Caracteriza-se
pelo tratado de proteção militar, no qual a
união soviética responderia a qualquer ataque
sofrido pelos países socialistas, oriundo de
qualquer país capitalista.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
DO MUNDO BIPOLAR:
a) O mundo apresenta-se dividido entre os ideais
socialistas e os ideais capitalistas, é por esse
motivo que verificasse uma grande disputa
ideológica entre socialismo e capitalismo no
espaço mundial.
b) No período dipolar ou período da guerra
fria temos o aparecimento de uma disputa por
áreas de influência no cenário internacional,
pois cada bloco existente queria manter sob
seu comando o maior numero possível de
países, sejam eles, localizados na áfrica na Ásia,
na Europa ou na América, pois o que de fato
interessava era o seu alinhamento a um dos dois
blocos de poder.
158
c) Os governos das duas superpotências do
período da bipolaridade investiam maciçamente
em equipamentos militares, esse fato ficou
conhecido como corrida armamentista, pois
foram feitos vultosos investimentos em
pesquisas cientificas de cunho militar.
d) Existe uma constante tensão nuclear no mundo
permeada pelo antagonismo socialismo e
capitalismo, sendo marcado por grandes crises
políticas e um dos principais focos dessa
tensão foi o acontecimento ocorrido na ilha de
cuba na década de 70.
e) Nesse período mediasse o poder de um
país pela sua capacidade militar (bélica) de
cada país, era por isso que nenhum país queria
se meter na disputa direta com as duas potências:
EUA e URSS.
f) Outra grande característica desse momento
foi a corrida aeroespacial que fez surgir novas
tecnologias, que posteriormente foram tendo
utilidade para a sociedade civil no mundo
capitalista. A grande marca desse momento é sem
dúvida a chagada do homem ao espaço (URSS)
e posteriormente a chegada do homem a lua
(EUA).
g) O muro de Berlim foi construído em uma só
noite – em 13 de agosto de 1961 – pelos
alemães orientais. Representou nos seus 162
quilômetros de extensão um impedimento e
controle regido sobre a movimentação dos
cidadãos berlinenses. Por isso, era chamado de
Muro da Vergonha. A data 9 de novembro de
1989 marcou a queda do Muro de Berlim, fato
que simbolizou o início do desmantelamento do
sistema socialista no leste europeu. Com a
queda no do Muro de Berlim, essa velha ordem
mundial começava a ruir.
Em 1991 ocorre a desagregação da URSS. O
fato simboliza o fim do socialismo no mundo é
esse acontecimento
EXERCÍCIOS
1) (UEL – Janeiro / 2001) ―Apesar da
resistência, que teve momentos brilhantes, a
colonização destruiu as formas autênticas de vida
desses países, fraturou seu equilíbrio cultural e
material e instalou uma relação de dependência na
qual o capitalismo europeu, integrado a uma
economia e comércio mundiais, saqueou, através
de suas companhias de mineração, mercantis e
financeiras, os recursos da África e obrigou seus
povos a trabalhar, não para si próprios, mas para o
desenvolvimento europeu.‖
(Enciclopédia do mundo contemporâneo. São Paulo:
Publifolha; Rio de Janeiro: Editora Terceiro Milênio,
1999. p. 100.)
A história das antigas colônias européias trouxe
conseqüências diversas para os países hoje
considerados de Terceiro Mundo, em especial no
continente africano. Sobre o tema, é correto
afirmar:
a) A colonização européia implementou políticas
de recuperação ambiental para o continente
africano.
b) Com a independência das antigas colônias
africanas, as economias locais tornaram-se
autônomas e bem-sucedidas.
c) A experiência socialista de países como
Angola, Moçambique e Guiné-Bissau propiciou
condições de vida semelhantes às de países do
Primeiro Mundo.
d) Fronteiras políticas estabelecidas no período
de colonização, reunindo povos inimigos com
idiomas e costumes diferentes, continuam sendo
um dos maiores problemas africanos.
e) Com a retirada dos colonizadores europeus,
cessaram as guerras e guerrilhas no continente
africano.
2) Após a Segunda Guerra Mundial, Estados
Unidos e União Soviética, países aliados durante
o conflito, passaram a desenvolver um
relacionamento político tenso e cheio de atritos.
Esse período caracterizou-se pela:
a) Rápida contenção do socialismo na Europa
Oriental, graças a formação da cortina de ferro, e
a implantação do Plano Marshall nessas áreas.
b) Unificação do território alemão, dividido em
dois países (RDA e RFA) e crescente corrida
armamentista.
159
c) Elevação do bloqueio de Berlim, imposta por repúblicas situadas a oeste dos Urais.
Stalin e posterior construção do Muro de Berlim.
d) Desmontagem das organizações militares, em 6) (UTRPR) A história da União Soviética
ambos os lados da cortina de terra, retirando o começou com a Revolução de 1917, numa
poder das superpotências na região. tentativa de implementar o socialismo marxista na
e) Todas as alternativas estão corretas e criam um prática. Mais tarde, a URSS tornou-se um Estado
panorama de Guerra Fria. policial sob o comando de Stálin. Contudo, a
partir da década de 1970, o planejamento
3) (FMU-SP) O Pacto de Varsóvia, criado em econômico, pilar do regime
1955 e extinto em 1991, teve como principal socialista (por oposição ao livre-mercado)
objetivo: começou a dar sinais de esgotamento. O controle
a) Reunir os países socialistas como Alemanha rígido da economia pela burocracia estatal gerou
Oriental e Alemanha Ocidental contra a OTAN. estagnação em vez de crescimento. Aos poucos, o
b) Consolidar a influência soviética sobre os desabastecimento até de mercadorias de primeira
países da Europa Oriental. necessidade tornou-se a regra da economia
c) Conter a influência soviética sobre os países da soviética. Nesse pano de fundo, em 1985, subiu
Europa Ocidental. ao poder Mikhail Gorbachev que, para evitar o
d) Consolidar a influência socialista na Europa colapso do sistema, tentou implementar dois
Ocidental. grandes programas político-econômicos:
e) Consolidar a influência capitalista na Europa a)―Perestroika‖ e ―Glasnost‖
Oriental. b)―Bolcheviques‖ e ―Mencheviques‖
c)―Gulags‖ e ―Plano Quinqüenal‖
4) (UECE) Leia com cuidado o enunciado: "... d) ―Nomenklatura‖ e ―Novaya Ekonomiceskaya
SISTEMA SOCIOECONÔMICO BASEADO Politika‖
NUMA ECONOMIA PLANIFICADA EM QUE, e) ―Kolkozes‖ e ―Soukozes
TEORICAMENTE, NÃO HÁ CLASSES
SOCIAIS, POIS AS EMPRESAS EM GERAL 7) (UESPI) O período subseqüente à grande crise
FORAM NACIONALIZADAS OU de 1929, ocasionada, sobretudo, pela
ESTATIZADAS." Ele se refere ao: superprodução desordenada, levou os Estados
a) Socialismo Unidos a um abrangente projeto de obras públicas
b) Capitalismo sustentável implantado pelo Governo Roosevelt, conhecido
c) Capitalismo como ―New Deal‖. Sobre esse programa, é
d) Feudalismo correto afirmar que:
e) Imperialismo. 1. foi inspirado na teoria do economista J.
Mainard Keynes, que defendia uma ampla
participação do Estado nas questões de ordem
5) Com o desmembramento da URSS e o socioeconômica e política.
surgimento da CEI (Comunidade de Estados 2. o mercado é que deveria se sobrepor ao Estado
Independentes), várias das ―novas‖ repúblicas Nacional com relação ao planejamento e às
começam a assumir sua identidade étnico- diretrizes socioeconômicas e políticas.
cultural, podendo-se destacar: 3. foi inspirado no Plano Marshall, que objetivava
a) a preservação do protestantismo como religião expandir os ideais de consumo e de liberdade de
oficial entre os grupos do norte da Rússia. mercado.
b) o forte predomínio do islamismo nas repúblicas Está (ão) correta(s):
centro-meridionais. a) 1 apenas
c) o predomínio do catolicismo no extremo leste b) 2 apenas
da Rússia. c) 1 e 3 apenas
d) a preservação da religião ortodoxa nas d) 2 e 3 apenas
repúblicas bálticas. e) 1, 2 e 3
e) a manutenção do fundamentalismo islâmico nas

160
8) Sobre a OTAN, assinale a única afirmativa
CORRETA.
a) Criada no contexto da Guerra Fria, a OTAN
tinha como principal objetivo garantir o sucesso
do Plano Marshall na reconstrução dos países
europeus afetados pela Segunda Guerra Mundial.
b) Com o desmoronamento do bloco socialista no
final dos anos 1980, a OTAN perdeu sua razão de
existência e encerrou suas atividades.
c) A Rússia finalmente rendeu-se ao projeto dos
Estados Unidos para a instalação de elementos de
um escudo antimísseis na Polônia e na República
Tcheca.
d) A OTAN tinha, na sua origem, um significado
e um objetivo paralelos, no domínio político-
militar aos do Plano Marshall no domínio
político-econômico.
e) Com o aval da Rússia, a OTAN decidiu
ampliar-se até os Bálcãs Ocidentais, a região mais
instável da Europa, admitindo como novos
membros da Organização a Ucrânia e a Geórgia.
9)―(...) Fidel se beneficiou da Guerra Fria e
vendeu a importância geopoIítica de Cuba à
União Soviética, em troca de generosos subsídios.
Cuba é muito mais importante no mundo como
um símbolo. E ela é um símbolo por causa de
Fidel. Sem Fidel, o regime cubano perde o
símbolo da vanguarda do comunismo
internacional ou, ao menos, do antiimperialismo,
especialmente do antiamericanismo. A Revolução
Cubana nunca se viu como uma mudança de
governo em Cuba apenas. A atuação de Ernesto
Che Guevara na África e na América do Sul era
parte da mística em torno dos combatentes de
Sierra Maestra. Para a América Latina,
especificamente, Fidel foi o ícone das mudanças
que organizações de esquerda do Continente
inteiro buscavam.‖
(Revista Época, fevereiro de 2008)
A saída de Fidel Castro da liderança do governo
reacendeu o debate acerca da controvertida
História Cubana. A respeito do tema, considere as
afirmações abaixo.
I- No contexto internacional da Guerra Fria, Cuba
foi um palco importante na disputa entre os EUA
e a ex-URSS, com destaque para a ‗Crise dos
Mísseis‘, em 1962, quando o mundo esteve à
beira de um confronto nuclear.
II- A Revolução Cubana inspirou movimentos de
esquerda na América Latina, a partir da década de
1960, sendo adotada como modelo para os grupos
guerrilheiros pró-socialistas, a exemplo da
Guerrilha
do Araguaia, no Brasil.
III- Para superar a crise vivida por Cuba desde o
fim da URSS, o país busca ampliar suas relações
econômico-comerciais, sobretudo na América
Latina, destacando-se sua aproximação com a
Venezuela de Hugo Chávez.
Dessa forma,
a) apenas as afirmações I e II estão corretas.
b) apenas as afirmações II e III estão corretas.
c) apenas as afirmações I e III estão corretas.
d) apenas a afirmação III está correta.
e) todas as afirmações estão corretas.
10) (Ufmg) Os acordos de Bretton-Woods,
firmados na década de 40 do século XX,
relacionam-se
a) aos arranjos econômicos para se viabilizar uma
nova ordem na economia mundial no imediato
pós-guerra.
b) à criação de condições para a realização de
uma conferência internacional a fim de se
negociar o término da II Guerra.
c) às tentativas de se reerguer a economia da
Europa Ocidental por meio de empréstimos de
capitais norte-americanos.
d) aos acordos para estabelecimento de um pacto
militar entre os países vitoriosos, visando-se a
garantir uma paz duradoura.
161

A NOVA ORDEM MUNDIAL
“UM MUNDO CADA VEZ
MAIS DESIGUAL”
A nova ordem mundial apresenta basicamente
duas facetas: uma geopolítica e outra
econômica.
GEOPOLITICA:
• Fim da Guerra Fria e da Bipolarização, ou
seja, fim do antagonismo existente entre
socialismo e capitalismo.
• Desaparecimento do PACTO DE
VARSÓVIA, a partir de então some a aliança
militar do bloco socialista, até porque estamos
vivendo a derrocada do socialismo.
• Mudanças de perfil da OTAN, esse organismo
passa a desenvolver novas funções, devido o fim
da guerra fria e da bipolaridade.
ECONÔMICA:
• Aprofundamento do desenvolvimento do
capitalismo, pois estamos diante de uma nova
fase do capitalismo, que apresenta novas
característica produtiva.
• Globalização que é a fase atual o capitalismo
onde se verifica uma interdependência entre os
estados nações.
• Aparecimento de organizações entre países
que ficaram conhecidas como blocos de poder,
como é o caso a união européia (EU) e do
NAFTA.
Características da nova ordem
mundial:
O Unilateralismo (militar) do EUA O mundo
passou a ver uma nova forma de poder exercida
pela maior potencia econômica militar e política
do final do século XX. Os EUA passaram a
ditar as regras do jogo político, através do
seu unilateralismo, que acabou dando ao
mundo, uma nova ordenação política, pois a
partir da desintegração da URSS, ele (EUA)
demonstrou quem realmente iria tomar conta do
mundo.
Nos anos 90, os EUA interviram em varias
regiões do mundo, principalmente no oriente
médio e na região dos Bálcãs na Europa.
Porém, essas intervenções não poderiam se
fazer caso eles não detivessem o maior poderio
bélico do mundo.
Os EUA em seu unilateralismo atacou também
o Iraque. A ONU através do seu conselho de
segurança vetou uma eventual intervenção
militar, no entanto, os EUA passaram por cima
da ONU, e ,através da OTAN, lideraram uma
intervenção militar, que para muitos se tratou
apenas de uma demonstração de poder dos EUA
ao mundo e em especial ao continente europeu.
Pax Americana: Corresponde a forma como o
EUA ver os outros países do mundo, pois a
partir da utilização da Pax americana verificamos
que o governo americano deixa de respeitar a
soberania dos demais estados nações, por achar
que são superiores a qualquer outra civilização
inclusive a européia. Um exemplo dessa Pax
americana foi a Guerra do Golfo no início da
década de 1990.
O papel OTAN na nova ordem
mundial:
• Manter a ordem política dentro do continente
europeu, Proteger os interesses econômicos das
potências ocidentais;
• Manter vivo os interesses da indústria
armamentista norte americana e européia;
• Reafirmar o poder militar dos estados unidos no
mundo multipolar
• Conter de forma incisiva os avanços do
terrorismo no continente europeu;
• Resguardar os países membros das
instabilidades políticos existente no leste
europeu.
• Proteger os países do continente europeu de
uma possível ameaça russa
162
Obs: Esta organização comporta hoje países que
no passado eram seus inimigos, como por
exemplo: Letônia, lituânia, Romênia, Bulgária
etc.
Disputa pelo mercado: Com o fim do
comunismo, os antigos países socialistas
abriram suas fronteiras e seus mercados. No
ocidente, os países detentores de tecnologias
avançadas, como Alemanha e Japão, já não
precisavam se submeter à lógica da Guerra Fria e
à liderança dos Estados Unidos. O resultado foi o
início de uma feroz disputa pelo mercado
mundial. Em junho de 91, os Estados Unidos
lançaram uma ofensiva em seu comércio exterior
com a "Iniciativa Para as Américas", um
plano que pretendia criar um mercado unificado
do Alasca à Terra do Fogo.
Ademais, com o advento da nova ordem mundial
e o predomínio do capitalismo, os países passaram
e ser grosseiramente subdivididos em dois
grupos:
PAÍSES DO SUL (SUBDESENVOLVIDOS)
Para entendermos a questão do
subdesenvolvimento, é necessário primeiro saber
que o desenvolvimento econômico e social nunca
ocorre de forma homogênea no espaço
geográfico, seja ele nacional ou mundial; sempre
existem desigualdades regionais e internacionais.
Podemos dizer que o subdesenvolvimento é
uma situação de periferia ou dependência no
mercado mundial, mercado esse que foi
construído pela expansão mundial do capitalismo
a partir da Europa. Existem, todavia, vários
estágios ou diferentes níveis nessa situação de
periferia ou dependência, pois países como
Taiwan ou Cingapura, por exemplo, estão numa
situação bem melhor que o Egito ou a Indonésia e
estes dois últimos países, por sua vez, têm
melhores indicadores econômicos e sociais (ou
seja, menos pobreza, menos miséria) do que
países como Haiti ou Serra Leoa.
Assim, Subdesenvolvimento pode ser entendido
como:
Este grupo de países, conhecidos como países
do Sul, caracterizam-se por possuírem uma
grande subordinação ou dependência econômica,
política e tecnológica. Todos os países do Sul, ou
do mundo subdesenvolvido, são dependentes
diretamente dos países desenvolvidos. Esta
dependência se manifesta de várias maneiras:
Deficiência tecnológica;
Endividamento externo;
Relações comerciais desfavoráveis;
Forte influência de empresas estrangeiras;
Internamente, algumas das características mais
marcantes do mundo subdesenvolvido são:
Grandes desigualdades sociais;
Concentração das terras agricultáveis
(latifúndios);
A produção agro-pecuária de qualidade é
voltada para exportação;
Dependência relevante do setor primário da
economia.
Oposição Norte X Sul
“Uma situação econômico-social
caracterizada por dependência
econômico-tecnológica e grandes
desigualdades sociais."
PAÍSES DO NORTE
(DESENVOLVIDOS)
Consideram-se como Norte os países ricos ou
industrializados: o Primeiro Mundo ou países
capitalistas desenvolvidos e também os países
mais industrializados do antigo mundo socialista
ou Segundo Mundo, que desde o final dos anos
1980 se voltam novamente para o sistema
capitalista e que já estão num estágio avançado no
processo de transição econômica.
163
 Assim, pertencem a este seleto grupo de países
denominado ―Primeiro Mundo‖ os Estados
Unidos, Canadá, Japão, Austrália, Nova
Zelândia, Israel, as nações da Europa ocidental
e algumas da Europa Oriental.
Apesar de terem somente 12,5% da população
do globo, os países desenvolvidos concentram
pouco mais de 70% da economia (e dos
rendimentos) de todo o mundo. Apenas os
Estados Unidos, por exemplo, que possuem
aproximadamente 4% da população mundial, têm
uma economia que representa cerca de 28% da
produção econômica planetária. São economias
capitalistas muito industrializadas, algumas até
consideradas superindustrializadas e que se
utilizam das mais avançadas tecnologias.
As características principais dos países do
Primeiro Mundo podem ser assim resumidas:
Apresentam uma estrutura industrial
completa;
São economias que estão na vanguarda da
pesquisa e da inovação tecnológica;
A população urbana é bem maior que a rural;
São países que em geral exportam produtos
manufaturados (industrializados) e tecnologia
avançada, importando basicamente produtos
primários (minérios e gêneros agrícolas);
Sua agropecuária ou setor primário da
economia em geral ocupa uma posição
extremamente pequena na renda nacional (menos
de 5% do total);
Caracterizam-se pela ―sociedade do consumo
e do desperdício.‖
EXERCÍCIOS
1) (PUC-SP) No interior do sistema
capitalista, a situação de disparidade
socioeconômica existente entre seus países
componentes é, acima de tudo, produto:
a) da diferença de potencialidade dos quadros
naturais, já que o sistema abrange tanto áreas
temperadas quanto tropicais e frias
b) da extrema diferença entre eles quanto à
extensão territorial e ao volume populacional de
cada um
c) da própria condição histórica e estrutural do
sistema, que gera e preserva as disparidades para
se reproduzir
d) dos tipos diferentes de organização
econômica, uma vez que uns praticam a economia
aberta e outros a de subsistência
e) dos níveis culturais de suas populações, uma
extremamente laboriosa e criativa, outras, ociosas
e submissas
2) (UEL – Julho / 2000) Considere as seguintes
afirmativas:
A organização econômica mundial reflete, de
forma clara, uma divisão entre países do
hemisfério Norte e países do hemisfério Sul.
As inovações tecnológicas alcançam todos os
países indiscriminadamente, tanto os do
hemisfério Norte como os do Sul.
Os países do hemisfério Norte são mais ricos
porque têm seus territórios localizados em áreas
de clima frio.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas a afirmativa II é correta
b) Apenas a afirmativa III é correta
c) Apenas a afirmativa I é correta
d) Apenas as afirmativas I e III são corretas
e) Apenas as afirmativas II e III são corretas
3) (Anglo-1999) A Nova Ordem Internacional
pode ser caracterizada através:
a) do conflito crescente entre o Leste e o Oeste,
acirrando a Guerra Fria
b) da aproximação social e econômica entre os
países pobres e ricos, fenômeno que pode ser
identificado pelo IDH
c) de uma crescente concentração de capital e
tecnologia nos três grandes blocos, que está
originando uma Terceira Revolução Industrial
d) da abertura das fronteiras internacionais,
facilitando a circulação de capitais e mercadorias
e) são verdadeiras as alternativas a e b
4) ―Não há nada mais difícil de realizar nem
mais perigoso de controlar do que o início de
uma nova ordem de coisas‖
Niccolo Machiavelll (1469-1527), filosofo
italiano Fonte: “O GLOBO”- 01/06/95 - p. 33.
Se transposto para a atualidade, o raciocínio
acima nos permite entender porque a estrutura de
uma nova ordem internacional requer alterações
nas formas e objetivos de atuação dos grandes
164
organismos políticos e econômicos mundiais
fundados no pós-guerra, a exemplo do FMI e da
ONU, no caso da ONU sua reformulação se
justifica pela necessidade de:
a) Elaborar novos acordos diplomáticos que
permitam a inclusão dos países socialistas, agora
comandados pela China.
b) Reduzir o excessivo poder dos países do
Terceiro Mundo através do fim do seu direito a
veto na Assembléia Geral.
c) Ampliar seu poder militar com a definitiva
incorporação à Força de Paz dos exércitos do
COMECON.
d) Fortalece a atuação de organizações de não
governamentais (ONG'S) de modo a enfraquecer
os países do Primeiro Mundo.
e) Incluir, entre os membros permanentes do
Conselho de Segurança, O Japão e a Alemanha,
além de potências regionais como o Brasil e a
Índia.
5) É fato presente na nova estrutura geopolítica e
econômica do mundo a pós anos 80 (o):
a) Multipolaridade econômica, apoiada no tripé
formado pelos estados unidos china e CEI
(comunidade dos estados independentes).
b) exacerbação dos movimentos nacionalistas
como a guerra civil da ex-Tchecoslováquia, que
após anos de lutas sangrentas culminou com a
criação de seis republicas.
c) sobrevivência do socialismo real, com uma
economia essencialmente planificada, que, mesmo
com a desagregação da ex-URSS, ainda persiste
em países do leste europeu, na china, no Vietnã e
em cuba.
d) Multipolaridade econômica, centrada em pólos
considerados irradiadores de prosperidade: EUA,
Japão e Europa centro-oriental (Alemanha), onde
prevalece a disputa por espaço de poder
econômico.
e) aumento da divergência sino-soviética, como
conseqüências das transformações econômicas na
China.
6) (Prise-2006) Com o fim da bipolaridade e a
partir da nova ordem, a mundialização do
capitalismo passa a viver uma nova etapa em que
as economias nacionais enfraquecem diante da
maior importância do mercado global. Com base
em seus conhecimentos sobre reordenação do
espaço mundial, assinale a alternativa correta.
a)Na atual período marcado pela
multipolarização, há a intensificação do processo
de globalização e simultaneamente ocorrem a
formação de blocos regionais.
b) A partir da multipolarização, os Estados
Unidos têm seu poderio econômico e tecnológico
enfraquecido.
c) Com a crise do socialismo e a maior presença
da economia de mercado, há um menor
desenvolvimento do comércio externo e do
turismo no mundo.
d) A formação dos mercados regionais ou
megablocos é uma das principais características
do período bipolar.
e) E correto afirmar que o período bipolar afetou
diretamente a economia norte-americana, ao
substituir o dólar, moeda norte-americana, pela
libra esterlina, moeda inglesa.
7) ―Voltou à moda profetizar a morte do Estado
nacional. Analistas políticos e econômicos,
historiadores, sociólogo e geógrafos tem se
dedicado, nos últimos anos, a construir cenários
do futuro nos quais o Estado ocupa um
determinado lugar na política internacional‖. Com
base em seus conhecimentos, identifique entre as
alternativas abaixo aquela que demonstre o papel
do Estado nação na economia globalizada.
a) De fato o Estado tende a perder poder, ao ponto
de se extinto em função do processo de
globalização intensificado no pós-guerra fria.
b) A formação dos megablocos supranacionais
tem feito com que paulatinamente o Estado nação
perca força e ceda lugar a mundialização da
economia, na qual deixa de existi as fronteiras, o
Estado e a região.
c) Ao contrário do que se pensa o Estado tem um
papel fundamental no processo de globalização
econômica, visto que ele é quem toma as decisões
políticas de integração decorrentes dessa
mundialização.
d) Com o fim da guerra fria passou a haver uma
reorganização do espaço geográfico mundial, na
qual Estado não tem muita significância.
e) A reorganização dos blocos regionais de poder
(especialmente o projeto da União Européia)
demonstra claramente a derrocada do Estado
União.
165
8) Os atentados terroristas ocorridos nos Estados
Unidos,em setembro de 2001, provocaram novas
ordenações geopolíticas no mundo
contemporâneo.
a) Aproximação geopolítica entre a Rússia e
Estados Unidos, nações que, no período da Guerra
Fria, lideravam diferentes blocos opostos
ideologicamente.
b) Retorno à bipolaridade, uma vez que os
Estados Unidos voltaram a comandar o bloco
oriental em oposição ao bloco ocidental, liderado
pela Rússia, exrepública da URSS.
c) Implantação da multipolaridade, uma vez que,
desde a queda do Muro de Berlim, o mundo
apresentava-se geopoliticamente bipolar.
d) Aproximação de ingleses e franceses, povos
que mantêm rivalidades históricas, em oposição
aos russos, que lideraram este ataque aos Estados
Unidos.
9) (CESUPA-2004) As transformações na ordem
econômica e geopolítica do pós-guerra, no final
dos anos 80 —queda do muro de Berlim,
fragmentação e extinção da URSS e abertura
econômica e reordenamento territorial do Leste
Europeu — foram fundamentais para o
reordenamento geopolítico do espaço mundial. A
esse respeito, assinale a alternativa correta:
a) A atual ordem geopolítica mundial se
caracteriza por uma configuração multipolar de
base múltipla não somente em termos da
multiplicação de centros de poder econômico,
mas igualmente de natureza político — militar
étnica e cultural.
b) A existência de conflitos por áreas de
influência entre as grandes potências e as
emergentes no atual contexto histórico, cuja base
é puramente econômica, constitui a principal
característica do mundo atual.
c) O mundo atual se caracteriza pela bipolaridade.
A nova ordem econômica e geopolítica está
pautada no conflito entre as duas grandes
potências — USA e Rússia - por áreas de
influência.
d) O mundo atual se caracteriza pela
multipolaridade. A fragmentação da ex-URSS e
as transformações no Leste europeu apontam para
uma configuração geopolítica de base mais
ideológica que econômica.
10) (Ufscar) Observe o mapa.
A regionalização do mundo adotada nesse mapa
corresponde a
a) um espaço descontínuo baseado inteiramente
nos fluxos econômicos e político-militares.
b) um espaço contínuo baseado nos traços
fisiográficos de cada área (relevo e clima,
principalmente).
c) um espaço descontínuo fundamentado nas
relações de poder entre Estados.
d) um espaço contínuo fundamentado em traços
históricoculturais e econômicos comuns a cada
área.
e) um espaço contínuo-descontínuo alicerçado na
inovação tecnológica e nos recursos humanos de
cada área.
11) O fim da Guerra Fria entre os EUA e a URSS
e o novo avanço do capitalismo com a
globalização mundial estabeleceram uma nova
ordem geopolítica. Sobre esse assunto é correto
afirmar que:
a) houve a eliminação das fronteiras nacionais
com a fusão de países em blocos econômicos
regionais e o surgimento do
domínio das tecnologias de ponta pelos novos
países industrializados e subdesenvolvidos.
b) surgiram áreas de livre comércio como reservas
de mercado para multinacionais, disputas entre
capitalismo e socialismo representadas por EUA e
pela União Européia.
c) houve a divisão do mundo em Primeiro Mundo
(países capitalistas desenvolvidos), Segundo
Mundo (países socialistas) e Terceiro Mundo
(países capitalistas subdesenvolvidos e os de
economia em transição do socialismo para o
capitalismo).
d) surgiram blocos econômicos regionais; novos
centros de poder – como o Japão e a União
Européia – e tensões entre interesses políticos e
econômicos dos países desenvolvidos do Norte e
subdesenvolvidos do Sul.
166
Gabarito
UNIDADE 12
UNIDADE 7 1-c
1-a 2-c
2-b 3-c
3-c 4-e
4-c 5-d
5-c 6-a
6-d 7-c
8-a
UNIDADE 8 9-a
1-b 10-d
2-b 11-d
3-c
4-d
5-e
6-b
7-c
8-a
9-e
10-a

UNIDADE 9
1- d
2- b
3- b
4- a
5- d
6- e

UNIDADE 10
1-b
2-e
3-19
4-a
5-b

UNIDADE 11
1-d
2-c
3-b
4-a
5-b
6-a
7-a
8-d
9-e
10-a
167

ASPECTOS NATURAIS DO
BRASIL- CLIMAS II
Climas do Brasil conforme a
classificação climática de Köppen
A influência dos fenômenos
climáticos
Um grande influenciador do sistema
climático da Terra é representado pela interação
entre a superfície dos oceanos a atmosfera. Os
processos de troca de energia e umidade entre eles
determinam também o comportamento do clima
em todo o mundo. Dentre os fenômenos
climáticos mais conhecidos, estão o El Niño e a
La Niña.
O El Niño representa o aquecimento anormal
das águas superficiais do Oceano Pacífico
Equatorial. A palavra El Niño é derivada do
espanhol, e refere-se a presença de águas quentes
que todos os anos aparecem na costa
norte de Peru na época de Natal. Os pescadores do
Peru e Equador chamaram a esta presença de
águas mais quentes de Corriente de El Niño em
referência ao Niño Jesus ou Menino Jesus. Já a La
Niña é o resfriamento das águas do Oceano
Pacífico Equatorial. No entanto, mesmo sendo o
oposto do El Niño, não significa que os efeitos
sejam opostos.
El Niño e La Niña, quando atuantes, geram
conseqüências no tempo e no clima em todo o
planeta. Uma maneira de acompanhar a
168
evolução destes fenômenos é observar as
mudanças da temperatura da superfície do mar ao
longo do ano. Acompanhe o mapa das anomailas
temperatura da superfície do mar na página de
capa das Mudanças Climáticas no Tempo Agora.

169
O que acontece na atmosfera em anos Efeitos do El Niño no mundo
normais
Ventos chamados alísios sopram dos
Trópicos para a região da linha do Equador.
Estes ventos geram áreas de instabilidade
conhecidas por ZCIT - zona de convergência
intertropical. A ZCIT oscila para sul ou norte
dependendo da época do ano. Estes ventos são
responsáveis por movimentar as águas do
Oceano Pacífico. Nos anos normais, os ventos
alísios ajudam a manter as águas quentes do
Pacífico presas na região da Indonésia. Nestas
circunstâncias, o mar aquece o ar, que sobe e
forma nuvens de tempestade que precipitam
sobre essa região.

O que acontece na atmosfera com La

O que acontece na atmosfera com El
Niño
Os ventos alísios ficam enfraquecidos. Sem os
ventos fortes, todo o Oceano Pacífico Equatorial
começa a aquecer, liberando evaporação e
formando nuvens com intensas chuvas no
Pacífico Equatorial Ocidental. Esta mudança no
local da formação destas nuvens gera
modificações no padrão de circulação do ar e da
umidade na atmosfera, alterando o clima no
mundo inteiro. O fenômeno dura de 12 a 18
meses, em média. Em episódios de El Niño, a
temperatura da superfície do mar chega a ficar
até 4,5ºC acima da média.
Niña
Os ventos alísios ficam mais intensos,
"empurrando" as águas do Pacífico para o
Pacífico Equatorial Oeste, onde ficam mais
quentes. Por consequência, próximo à costa do
Peru as águas ficam mais frias, e a evaporação e
formação de chuvas fortes fica concentrada na
Indonésia. Tal como o El Niño, a mudança na
formação destas nuvens gera modificações no
padrão de circulação do ar e da umidade na
atmosfera, alterando o clima no mundo inteiro.
Em geral, episódios La Niñas têm períodos de
aproximadamente 9 a 12 meses. Os valores da
temperatura da superfície do mar em anos de La
Niña têm desvios menores que em anos de El
Niño, ou seja, as maiores anomalias observadas
não chegam a 4ºC abaixo da média.

170

Efeitos da La Niña no mundo
EXERCÍCIOS
1) De acordo com o mapa climático do Brasil,
assinale a alternativa correta:
a) Na área l, verifica-se uma estação seca
prolongada.
b) Na área 2, registram-se as menores
temperaturas médias do país.
c) Na área 3, a ação da massa equatorial
continental é responsável pela intensa
precipitação.
d) Na área 4, a influência da altitude ameniza a
temperatura.
e) Na área 5, a ação da massa equatorial
atlântica é responsável pela aridez do interior
.
2) (Ufscar) El niño e la niña são dois
fenômenos ligados ao aquecimento e
resfriamento das águas do oceano Pacífico na
sua parte tropical. A respeito deles, é correto
afirmar que:
a) el niño liga-se ao resfriamento das águas
oceânicas, ao passo que la niña diz respeito ao
aquecimento dessas águas; a cada três anos,
primeiro ocorre el niño e em seguida sempre
ocorrerá la niña.
b) o fenômeno la niña, de aquecimento das
águas oceânicas, apesar de descoberto depois do
el niño, sempre ocorre antes deste.
c) el niño liga-se ao aquecimento das águas
oceânicas e La niña diz respeito ao esfriamento
dessas águas; a cada três anos, primeiro ocorre
el niño e em seguida pode ou não ocorrer la
niña.
d) ambos os fenômenos dizem respeito ao
aquecimento e posterior resfriamento das águas
oceânicas; a diferença é que el niño ocorre nas
proximidades do Peru e la niña na parte do
oceano Pacífico que banha a América Central.
e) el niño é o aquecimento das águas oceânicas
nas proximidades da Oceania, enquando que la
niña é o resfriamento das águas oceânicas nas
proximidades do Peru.
3) (UFSCAR) A tropicalidade é um dos fatores
que mais influenciam no comportamento
climático de áreas do território brasileiro. A
primeira coluna do quadro faz referência às
características do ambiente tropical e a segunda
coluna procura relacionar essas características
com sua manifestação e efeitos sobre o Brasil.
171
 elevada o ano todo.
( ) O gráfico II é típico de uma região
temperada com amplitude térmica anual
elevada.
Assinale a alternativa que contém a seqüência
de respostas corretas:
a) V, F, V, V , F
b) F, V, F, V, V
c) F, F, V, F, F
d) V, F, F, F, V
e) F, V, V, F, V

As correlações corretas entre características e

efeitos são:
a) 1, 2 e 3.
b) 3, 4 e 5.
c) 1, 2 e 4.
d) 2, 4 e 5.
e) 1, 3 e 5.

4) (Ufac)

( ) O gráfico I é típico de uma região com

invernos moderados e chuvas irregulares durante
o ano.
( ) Os gráficos II e III representam regiões do
hemisfério Sul.
( ) A curva que representa as variações da
temperatura ao longo do ano no gráfico III é
típica de uma região temperada do hemisfério
Norte.
( ) Os gráficos I e II, de acordo com Köppen,
descrevem regiões que podem ser classificadas
como Am, caracterizando áreas de umidade
172

VEGETAÇÃO BRASILEIRA
Vegetação
As formações vegetais que se desenvolvem
nas diversas regiões do planeta são resultantes
da condições climáticas (temperatura, umidade,
luz solar), condições pedológicas (solos), da
altitude e da forma de relevo. Sua manutenção
e perpetuação dependem de agentes
polinizadores (transportadores de grãos de
pólen) como o vento e os animais, e entre estes,
principalmente os pássaros, insetos e morcegos.
Formada a vegetação, a própria natureza,
com sua dinâmica, se encarrega de alterá-la;
mudanças climáticas e geomorfológicas
podem alterar as paisagens botânicas,
extinguindo-as e até soterrando-as. Com o
aparecimento do homem, a natureza, foi aos
poucos sendo apropriada por ele, apropriação
essa nem sempre harmoniosa, pois o homem
extinguiu espécies tanto do reino animal como
do vegetal.
De modo que no Brasil de hoje, como em
qualquer parte do planeta, a cobertura vegetal ou
sua inexistência traz não só a marca das forças
da natureza, mas também da ação humana, ação
transformadora, destruidora, criadora. Com o
início da colonização teve início o
desmatamento que até hoje não foi
interrompido. A Mata Atlântica foi quase
extinta, a Araucária explorada intensamente,
agora é a vez da floresta Amazônica, que vem
sofrendo queimadas e derrubadas para
implantação de projetos agropecuários ou para a
exploração madeireira.
A vegetação pode ser classificada de acordo
com vários critérios. Quanto à sua adaptação aos
ambientes úmidos, os vegetais podem ser:
Higrófitos - vivem em lugares de elevada
umidade;
Tropófitos - vivem em regiões que possuem
um clima seco durante um certo período do ano
e úmido em outro;
Xerófitos - são os vegetais das regiões secas.
Quanto ao tipo de folha os vegetais são
divididos em:
Latifoliados - aqueles que possuem folhas
largas. São os vegetais encontrados em regiões
úmidas e quentes, típicas da Amazônia;
Aciculifoliados - são os vegetais que
possuem folhas em forma de agulhas. No Brasil,
esses vegetais são encontrados na região Sul,
nas florestas de araucárias.
Formações Vegetais no Brasil
Fonte: Vesentini, Brasil Sociedade e Espaço, l999.
Utilizando-se da classificação que a
geógrafa Dora de Amarante Romariz fez
referente à vegetação brasileira, identificam-se
neste país quatro grandes formações vegetais:
Florestais: possuem características próprias
e segundo elas, esta formação classifica-se em
latifoliadas (distribuem-se largamente pelo
Brasil devido ao predomínio de climas quentes e
úmidos) e aciculifoliadas (pelo fato de
adaptarem-se facilmente à temperaturas mais
baixas, estas encontram-se especialmente nas
áreas mais elevadas da bacia do Paraná, onde há
a ocorrência do clima subtropical, com verões
brandos).
Complexas: esta formação corresponde aos
domínios morfoclimáticos dos cerrados, da
caatinga e do pantanal.
Herbáceas: esta formação também é
conhecida como campestre e compõem-se de
vegetação rasteira (gramíneas e pequenos
arbustos). São encontradas nas diversas regiões
brasileiras.
Litorâneas: esta formação estende-se por
toda a costa brasileira, e desta forma, é
condicionada ao tipo de solo e umidade do local.
Assim ora ela apresenta vegetação de praias e
dunas e ora de mange.
173
174
Formações Florestais
Floresta Amazônica ou Hiléia
Brasileira
Ocorre ao norte do Brasil, recobrindo
mais de 40% do território nacional,
constituindo-se numa das mais vastas formações
do mundo. Também recebe o nome de Floresta
Latifoliada Equatorial.
Entre suas principais características temos:
latifoliada (folhas largas e chatas), heterogênea
(riqueza em espécies vegetais), higrófita (vive
com grande quantidade de umidade), perenefólia
(não perde as folhas durante o inverno), sempre
verde, praticamente impenetrável e apresentando
três andares ou degraus de vegetação, que são:
Caaigapó ou Igapó corresponde a parte
permanentemente alagada junto aos rios,
constituindo-se em um ótimo habitat da Vitória
Régia;
Figura 0.18
A Mata de Várzea corresponde a parte da
floresta que está sujeita à inundações periódicas,
onde o principal tipo de extrativismo é a
borracha, destacando-se a seringueira (Hevea
brasiliensis);
A mata de terra firme ou Caaetê não é
atingida pelas enchentes, pois fica na parte mais
elevada da planície e se caracteriza pelo grande
extrativismo de madeira, castanha do Pará,
guaraná e outras drogas.
Figura 0.19
Floresta Latifoliada Tropical
Aparecem nas áreas tropicais da Terra
em locais onde a maior umidade torna possível a
sua existência. Mesmo durante os períodos de
secas conservam aspectos verdejantes. É difícil
diferenciá-la da floresta equatorial, podendo-se
dizer que é uma ―foto‖ em ponto menor, pois
apresenta quase todas as características da
primeira, só que em proporções pouco menores.
No Brasil aparecem junto ao litoral ou
interiorizadas ao longo dos rios.
Figura 0.20
Esta formação leva ainda outras
denominações que variam de acordo com o local
em que ela aparece tais como:
Mata Atlântica ou Floresta tropical úmida
de encosta – ocupa as encostas planálticas
voltadas para o oceano Atlântico, desde o
Nordeste até o Rio Grande do Sul. Foi muito
devastada pela ação do homem (antrópica)
desde o descobrimento, principalmente no
nordeste onde deu lugar ao cultivo da cana de
açúcar. Aparece ainda em pequenas porções do
litoral dos estados do sudeste e sul. Ainda é
considerada como fonte do extrativismo vegetal,
onde se destaca: ipê, jacarandá, jequitibá, jatobá,
canela, peroba, pau rosa e ainda o pau-brasil.
Matas Galerias ou Ciliares – aparecem ao
longo dos rios no interior do país, onde o
principal exemplo é a mata das Barrancas do
Rio Paraná (neste local leva outra denominação,
Mata da Bacia do Paraná), que já forneceu
grande quantidade de madeiras para a indústria
de móveis da grande São Paulo.
175
 EXERCÍCIOS relacionam com as florestas tropicais do
globo:
1) (UFAC-2009) Podemos distinguir na floresta 1 – Ombrófilas.
Amazônica três níveis de vegetação em relação 2 – Elevada biodiversidade.
ao relevo e às margens dos rios, a saber: 3 – Homogeinidade de espécies.
a) A mata Atlântica, a mata da Caatinga e a mata 4 – Elevada pluviosidade.
de Cerrado. 5 – Espécies latifoliadas.
b) A mata de Terra Firme, a mata Atlântica e a 6 – Caducifólias.
mata de Várzea. 7 – Baixo índice de evapo-transpiração.
c) A mata de Igapó, a mata de Várzea e a mata 8 – Apresenta vários estratos.
de Terra Firme. Assinale a alternativa que contém as
d) A mata Ciliar, a mata de Igapó e a mata da características das florestas tropicais.
Caatinga. a) 1 – 2 – 4 – 5 – 8.
e) A mata de Araucária, a mata Atlântica e a b) 2 – 4 – 6 – 7 – 8.
mata de Igapó. c) 1 – 3 – 5 – 6 .
d) 3 – 4 – 5 – 7.
2) (Ucpel) A floresta amazônica é uma e) 2 – 3 – 4 – 7 - 8.
formação vegetal típica de áreas de clima
equatorial, onde pequenas variações de clima,
relevo e solo explicam a existência de grupos
diferenciados de vegetação dentro do conjunto.
Com base em seus conhecimentos sobre um
desses grupos da floresta amazônica, é
correto afirmar que
a) a floresta aciculifoliada ocupa a porção
oriental do país, com uma vegetação exuberante,
típica de clima úmido, cuja existência está
ligada ao relevo e à unidade.
b) a mata de igapó, também conhecida como
igapó, está localizada em terrenos baixos,
sujeitos à inundação, possui uma grande
diversidade de espécies como as seringueiras.
c) a mata de várzea está situada em terrenos
alagados, próximos ao rio, a qual possui como
vegetação características a vitória-régia, piaçava
e palmeiras.
d) a mata atlântica é uma formação vegetal
homogênea com madeiras de alto valor
comercial, como a araucária e a imbuia.
e) a mata de terra firme corresponde às regiões
mais elevadas, abrange a maior parte da floresta
e possui árvores de maior porte propiciando
intensa atividade madeireira.

3) (Pucpr). As florestas tropicais, a despeito das

leis ambientais e da criação de parques e
reservas, continuam sendo reduzidas em suas
áreas, por conta da devastação de seus recursos
naturais.
Confira as características abaixo que se
176

VEGETAÇÃO BRASILEIRA
II
Floresta da Araucária ou Mata dos
Pinhais
Seu habitat natural é o planalto Meridional, em
suas maiores altitudes, desde o sudoeste do
estado de São Paulo até o norte do Rio Grande
do Sul. É uma formação homogênea (onde
predomina a araucária angustifólia ou pinheiro-
do-paraná), aberta e aciculifoliada (folhas finas e
longas), e por isso também leva o nome de
Floresta Aciculifoliada Subtropical. Aparece
associada por vezes ao cedro, imbuia e erva
mate (extraído da congonheira ou Ilex
paraguaiensis).
Figura 0.21
Mata dos Cocais
É uma formação de transição entre a
floresta Amazônica e as formações arbustivas do
Nordeste Ocidental ou Meio Norte Brasileiro.
Caracteriza-se, principalmente, pela palmeira do
babaçu, além da carnaúba.
O babaçu é uma palmeira que atinge de
10 a12 metros de altura. Suas folhas têm uma
coloração verde escura e brilhante. Seus frutos
são cocos que dão em forma de cachos. Cada
árvore possui, em média, 10 cachos e cada
cacho possui em média, 200 cocos, cada um
deles contendo, no seu interior, de 2 a 5
amêndoas.
A principal área de ocorrência do
babaçu, dentro da Mata dos Cocais, é o estado
do Maranhão e o estado do Piauí (aparece
também ao norte de Mato Grosso e Goiás).
Carnaúba – trata-se de uma palmeira com
folhagens em forma de leque e dela tudo de
aproveita, daí a denominação a ela atribuída de
―árvore da vida‖ ou ―árvore da providência‖.
Figura 0.22
Formações Complexas
Cerrado
Aparece em quase todo o Brasil Central,
parte de Minas Gerais, parte ocidental da Bahia
e sul do Maranhão, nas áreas onde o clima
apresenta estações bem marcadas, uma seca e
outra chuvosa, além de partes dos estados de
São Paulo e Minas Gerais.
É formado por arbustos e gramíneas. Os
arbustos apresentam casca grossa e troncos
retorcidos, enquanto que as gramíneas podem
variar de altura, dependendo do período chuvoso
da região. Quando denso, é chamado de cerrado,
pois predominam os arbustos; quando ralo, é
denominado de cerradinho, pois predominam as
gramíneas. As regiões de cerrado são utilizadas
como pastagens naturais, apresentando ainda um
pequeno extrativismo de lenha e barba timão (de
onde se extrai o tanino, também utilizado no
curtimento do couro).
177
 Figura 0.23
Pantanal Mato-grossense:
Recobre a planície de mesmo nome,
junto à Bacia do rio Paraguai. É uma formação
vegetal que possui espécies florestais,
arbustivas, herbáceas e xerófilas. Constitui
importante área de criação de gado, além do
extrativismo vegetal da Poaia ou Ipecacuanha
e quebracho (tanino).
Figura 0.24
Caatinga
É a vegetação típica do chamado Sertão
Nordestino e vale médio do São Francisco, onde
as chuvas são escassas e irregularmente
distribuídas.
A sua principal característica é a presença de
plantas xerófitas, mal desenvolvidas e de raízes
muito longas. A vegetação arbórea da caatinga
freqüentemente aparece associada às cactáceas e
bromeliáceas. Entre as espécies mais comuns
temos: juazeiro, quixabeira, xique-xique,
facheiro, mandacaru, barriguda (cactáceas),
aroeira e outros. Esta vegetação rala e cinzenta,
cujos arbustos são tortuosos, apresenta como
maior aproveitamento a prática de uma pecuária
extensiva e de baixo rendimento.
Figura 0.25
Formações Herbáceas
Campos
Caracterizam-se pelo domínio das
gramíneas, ou diferentes tipos de capins. A
denominação de ―campos limpos‖ é dada para as
regiões onde ocorra o domínio absoluto de
gramíneas, e ―campos sujos‖ quando aparecem
arbustos e pequenas formações de palmáceas.
Os campos limpos predominam desde o
sul do estado de São Paulo até o Rio Grande do
Sul, onde são denominados de pampa ou
campanha gaúcha, ou ainda de ―estepes
brasileiras‖. Ocupam grandes áreas do Planalto
Meridional como as regiões de Guarapuava no
Paraná, Lajes em Santa Catarina, Vacarias e São
Gabriel no Rio Grande do Sul.
Figura 0.26
Pode-se distinguir ainda os campos de
altitude ou serranos, os campos da Hiléia ou
inundáveis e outros. Os primeiros surgem nas
áreas mais elevadas, onde a altitude altera a
vegetação (Serra do Caparaó, maciço do Itatiaia,
etc.). Os inundáveis se destacam principalmente
na ilha de Marajó.
Os campos são mais utilizados como
pastagens naturais.
178
Formações Litorâneas
Mangues
Ocorrem nas baixadas litorâneas onde o
solo é salino e há falta de oxigênio. Os vegetais
podem apresentar raízes aéreas, sendo
classificados como halófilos e higrófilos.
Nas praias e dunas a vegetação pode ser
constituída, principalmente, pela salsa da praia,
picão da praia e gramíneas. Após a vegetação de
praias e dunas, surge o jundu, que é um tipo de
vegetação arbórea, cuja altura máxima é de 5
metros. Forma um emaranhado confuso com
muitas plantas espinhentas, o que dificulta a
penetração.
Figura 0.27
EXERCÍCIOS
1) (Mack-2006) No trajeto destacado no mapa,
até o fim do século XIX, podíamos encontrar o
predomínio de diferentes tipos de vegetação
original.
Assinale a alternativa que indica a seqüência
correta de vegetação original, considerado o
sentido Norte – Sul.
a) Floresta Amazônica – Cerrado – Complexo
do Pantanal – Campos.
b) Campos – Mata Atlântica – Cerrado – Mata
dos Pinhais.
c) Cerrado – Mata Atlântica – Campos – Mata
dos Pinhais.
d) Floresta Amazônica – Cerrado – Mata
Atlântica – Floresta Latifoliada.
e) Floresta Amazônica – Cerrado – Mata
Atlântica – Mata dos Pinhais.
2) (Utfpr-2006) A vegetação natural de uma área
é a expressão das características do solo, relevo
e clima. Leia as afirmativas I, II e III, que
descrevem os tipos de vegetação do Brasil.
I- É uma floresta densa e intrincada, as plantas
crescem muito próximas umas das outras e é
comum à ocorrência de plantas parasitas.
Desenvolve-se em região de clima quente e
úmido.
II- Constitui-se basicamente por vegetação
arbustiva e herbácea. Desenvolve-se em clima
tropical semi-úmido.
III- Constitui-se por cobertura arbórea, na qual
predominam pinheiros, erva-mate, imbuia,
canelas, ipê e outras. O clima predominante é o
tropical.
A alternativa que contém todas as formações
vegetais descritas é:
a) Mata Atlântica, caatinga e mata de araucária.
b) Pantanal, cerrado e floresta amazônica.
c) Floresta Amazônica, cerrado e mata de
araucária.
d) Floresta Amazônica, cerrado e mata atlântica.
e) Mata de araucária, pantanal e mangue.
3) (Udesc-2006) Sobre a vegetação brasileira, é
incorreto afirmar:
a) A Mata dos Cocais é uma formação vegetal
encravada entre a Floresta Amazônica, o cerrado
e a caatinga. É, portanto, uma mata de transição
entre formações bastante distintas, constituída
por palmeiras ou palmáceas.
b) Nas áreas mais altas do pantanal
matogrossense há campos inundáveis, floresta
tropical e mesmo cerrado. O Pantanal, portanto,
não é uma formação vegetal, mas um complexo
que agrupa várias formações em seu interior.
c) Mata de galeria ou mata ciliar é a que
acompanha os rios e lagos, ficando
permanentemente alagada. Nela se reproduzem
milhares de espécies de peixes, moluscos e
crustáceos. Ela também é conhecida pelo nome
179
de mangue.
d) Os campos naturais são formações rasteiras
ou herbáceas, constituídas por gramíneas que
atingem até 60 cm de altura. Sua origem pode
estar associada a solos rasos ou a temperaturas
baixas, em regiões de altitudes elevadas, a áreas DOMÍNIOS
sujeitas a inundação periódica ou ainda a solos MORFOCLIMÁTICOS
arenosos.
e) O cerrado é muito parecido com a savana
Estudamos, até agora, os elementos naturais
africana; é constituído por uma vegetação (estrutura geológica, relevo, clima, hidrografia,
caducifólia, predominantemente arbustiva, de
vegetação, etc.) isoladamente; entretanto,
raízes profundas, galhos retorcidos e casca
sabemos que na realidade existe uma verdadeira
grossa (que retém mais água). interação entre os diversos elementos da
paisagem.
4) (Ufpe-2008) As formações vegetais ,
Esta interação e interdependência, onde
observadas na superfície terrestre ,sofrem
elementos como clima, relevo, e vegetação
influências diretas e indiretas de numerosos
exercem influência preponderante
fatores estáticos e dinâmicos. Com relação a (principalmente o clima), explica a existência
esse tema, é correto afirmar que:
dos chamados domínios morfoclimáticos
( ) a altitude e a latitude são dois fatores (morfo = ―relativo ao relevo‖ e climáticos =
estáticos que influenciam consideravelmente a
―relativo ao clima‖) ou morfoclimatobotânicos
distribuição das espécies vegetais sobre a
ou ainda paisagens naturais.
superfície terrestre, propiciando uma zonação
fitogeográfica.
Domínio Morfoclimático do Brasil
( ) nas zonas frias, a vegetação de tundra é
Os domínios morfoclimáticos podem ser
grandemente submetida à influência da luz; as
entendidos como uma combinação ou síntese
plantas têm que se reproduzir muito
dos diversos elementos da natureza,
rapidamente, produzindo, portanto, um grande
caracterizando ou individualizando uma
número de sementes.
determinada porção do território. A esse respeito
( ) as florestas pluviais são típicas de
devemos lembrar também que: não é sempre um
ambientes quentes e úmidos, geralmente sem
mesmo elemento natural o determinante da
expressivas variações de umidade; os solos
paisagem, da mesma forma que não há uma
nesses ambientes são repletos de húmus.
delimitação precisa ou rigorosa entre um
( ) as pradarias, que dominam em ambientes
domínio e outro. Sabemos que é muito difícil,
temperados, de precipitações reduzidas,
por exemplo, determinar com precisão os limites
caracterizam-se pelas gramíneas altas, que
do domínio amazônico, isto é, o clima
morrem, na superfície, no período de inverno.
equatorial, a floresta Amazônica, etc. É devido a
( ) nos ambientes tropicais, a existência dos
esta imprecisão entre um domínio e outro que
solos lateríticos é a principal condição para que
existem as chamadas áreas ou faixas de
se desenvolvam as florestas latifoliadas
transição.
perenifólias, em face das facilidades oferecidas à
Exemplo: o Meio-Norte (MA-PI), com sua
penetração das raízes das árvores.
mata dos cocais ou babaçuais, é uma área de
transição situada entre três domínios diferentes:
o equatorial quente e úmido com a floresta
Amazônica a oeste, o semi-árido quente e seco
com a caatinga a leste e o semi-úmido com o
cerrado ao sul. O clima e a vegetação do Meio-
Norte não são iguais a nenhum dos domínios
mencionados.

180
 País de grande extensão territorial e marcado
por grande diversidade de aspectos naturais, o
Brasil apresenta seis principais domínios
morfoclimáticos e diversas áreas não
individualizadas: as chamada áreas ou faixas de
transição (Meio-Norte, Agreste, etc.).
Apresentamos a seguir os seis domínios
morfoclimáticos brasileiros com suas
características principais. Observe que os
elementos mais constantes nos vários domínios
são o clima, o relevo e a vegetação.
Amazônico
Caracterizado por um relevo de terras baixas,
com planícies de pequena extensão. O clima é
equatorial com chuvas e temperaturas elevadas.
A floresta amazônica é o traço mais marcante
desse domínio. É latifoliada e riquíssima em
espécies.
A rede hidrográfica amazônica é a maior do
mundo, com grande número de rios perenes e
caudalosos cuja fauna é rica em espécies.
Os solos são precários, pouco espessos e
ácidos; a cobertura da floresta é a sua proteção
natural e desmatamento é a maior ameaça ao
equilíbrio desse domínio.
Cerrado
É o maior domínio de clima tropical com
duas estações: verão chuvoso e inverno com
poucas chuvas. A vegetação é arbustiva e
herbácea, com matas galerias ao longo dos rios.
O relevo apresenta planaltos sedimentares
(chapadas e chapadões) e a hidrografia é
constituída por rios das bacias Amazônica, do
Paraná e do Paraguai. No cerrado predominava
até pouco tempo a pecuária extensiva, a
mineração e, em área reduzida, a agricultura,
devido à precariedade dos solos.
Recentemente, grandes extensões desses
solos foram melhorando com a adição de
calcário, e hoje produzem grãos.
Mares de morros
É o domínio da parte litorânea do país,
penetrando mais para o interior do Sudeste
(Serra da Mantiqueira). apresenta um relevo
característico com ―mares de morros‖ ou
―morros em meia laranja‖. A cobertura vegetal é
a floresta tropical úmida de encostas, a Mata
Atlântica, hoje reduzida a 5% do que era pelo
incessante desmatamento iniciado no século
XVI. Esse desmatamento, aliado às intensas
chuvas, tem provocado desmoronamentos nas
áreas elevadas do Sudeste.
Caatinga
É um domínio com vegetação adaptada a
um clima de chuvas escassas e irregulares.
Cactáceas e bromeliáceas são espécies vegetais
próprias desse clima. O relevo apresenta
chapadas e depressões. A hidrografia é
constituída de rios temporários, característicos
de todo o sertão semi-árido.
Araucária
É o domínio da mata dos pinhais e do clima
subtropical, com chuvas bem distribuídas ao
longo do ano e quedas de temperatura no
inverno devido à presença da massa Polar
Atlântica; seus rios são perenes e correm no
planalto Meridional, com terrenos sedimentares
basálticos. A atividade madeireira reduziu em
muito a vegetação original.
Domínio da pradaria
Corresponde à campanha gaúcha, situada
ao sul do planalto Meridional, é recoberta por
uma vegetação rasteira, que se estende pelo
Uruguai e pela Argentina. Seu relevo é
aplainado, com ondulações suaves denominadas
coxilhas, o clima é subtropical e os rios são
perenes, alguns com matas galerias. A principal
atividade econômica desse domínio é a
agropecuária.
Texto Complementar
Falta uma legislação sobre biopirataria
A ação dos biopiratas é facilitada pela
ausência de uma legislação que defina as regras
de uso dos recursos naturais brasileiros. A
Medida Provisória nº- 2.186 regulamenta pontos
da Convenção sobre Diversidade Biológica, mas
sua violação não é considerada crime, o que em
parte explica por que o patrimônio genético
brasileiro continua sofrendo constantes
agressões.
181
 No Brasil não é permitido patente sobre
planta, só de microrganismos transgênicos, ao
passo que legislações de outras nações
reconhecem esse tipo de proteção. É o que
ocorreu com a molécula pilocarpina, usada no
tratamento do glaucoma. Extraída do jaborandi,
exportada em folhas do Maranhão e do Piauí
para os Estados Unidos (EUA), ela foi
patenteada pela indústria farmacêutica
Merck. Atualmente, o jaborandi está na lista
das plantas ameaçadas de extinção do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Renováveis (Ibama) .
Em situação semelhante encontra-se a
muirapuama, espécie vegetal que pode render
um medicamento concorrente do Viagra,
utilizado para o tratamento de impotência
masculina. Houve requerimento de patente sobre
a planta no Japão, na Austrália, no Canadá, na
Coréia do Sul, nos EUA e na Europa, embora
suas propriedades afrodisíacas sejam conhecidas
há muito tempo por grande parte da população
ribeirinha e indígena da Amazônia.
Fonte: CD-Rom Almanaque Abril 2004
EXERCÍCIOS
1) (Ufpe) Observe atentamente o mapa a seguir,
onde estão delimitados os grandes domínios
climáticos do Brasil. Com relação a esses
domínios indicados pelos números, é correto
dizer que:
( ) o domínio 1 corresponde à área do país que
apresenta um regime pluviométrico
profundamente subordinado às invasões de
sistemas frontais.
( ) o domínio 2, cuja porção ocidental exibe
um amplo mosaico de paisagens vegetais
xerófilas, tem um regime pluviométrico
associado a sistemas atmosféricos
extratropicais.
( ) o domínio 3 , nitidamente semi-árido,
notabiliza-se pelas secas periódicas, cuja causa
principal é o fenômeno ―La Niña‖, verificado no
Atlântico Sul.
( ) o domínio 4 é típico de áreas de transição
climática; representa a área do país onde as
mínimas térmicas são as mais significativas.
( ) o domínio 5 é notadamente tropical, mas
em pleno domínio equatorial, e se caracteriza
por possuir uma estação seca mais prolongada ,
que favorece a ocorrência de cerrados.
2) (Pucpr) Em relação aos domínios
morfoclimáticos situados na Região Sul do
Brasil e suas principais características, avalie
cada afirmação abaixo:
I – Dois domínios morfoclimáticos de nosso país
situam-se inteiramente na Região Sul: as
pradarias, no sul e sudoeste gaúcho e o domínio
das araucárias que se estende desde o centro do
Paraná ao norte do Rio Grande do Sul.
II – As mais baixas temperaturas registradas no
país ocorrem na Região Sul, na região de Chuí e
dos banhados e restingas do Parque Nacional do
Taim, bem próximo da divisa do Rio Grande do
Sul com o Uruguai, devido à elevada latitude do
local.
III - O clima subtropical úmido predomina na
Região Sul, embora nas porções menos elevadas
do relevo, como no litoral e nos vales do Rio
Paraná e Uruguai, sejam registradas
temperaturas bastante elevadas, sobretudo nos
meses de verão.
IV – O domínio dos Mares de Morros
Florestados, que se caracteriza, entre outras
coisas, por abranger os últimos remanescentes
da Floresta Atlântica não é encontrado na
Região Sul, uma vez que o limite meridional
desse domínio se situa na Baixada Santista, no
litoral paulista.
V – A maior parte dos cursos fluviais da Região
Sul pertence à Bacia Platina, seguindo para os
rios
Uruguai e Paraná, que fazem o limite ocidental
dessa região brasileira com o Paraguai e a
Argentina.
As afirmativas corretas são:
a) I, III e V.
b) II, III e IV.
182
c) II, IV e V.
d) I, II, III e IV.
e) I, II, IV e V.

3) (Ufrn-2007) Em uma aula de Geografia, o

professor projetou para os alunos slides
contendo características importantes de
domínios morfoclimáticos brasileiros.
Os slides 1, 2, 3 e 4 correspondem,
respectivamente, a características dos seguintes
domínios morfoclimáticos:
a) mares de morros, caatinga, amazônico e
cerrado.
b) cerrado, caatinga, mares de morros e
amazônico.
c) cerrado, mares de morros, caatinga e
amazônico.
d) caatinga, cerrado, amazônico e mares de
morros.
RECURSOS MINERAIS NO
BRASIL
Os recursos minerais são elementos vitais
para o desenvolvimento de um país, pois
funcionam como um dos alicerces de
sustentação (na forma matéria-prima) de sua
atividade industrial. Segundo sua composição,
esses recursos podem ser classificados como
metálicos – caso do ferro, manganês, cobre e
estanho –, e não metálicos – caso do enxofre,
calcário e cloreto de sódio.
Denominam-se minérios metálicos as rochas
que apresentam em sua composição minerais
com incidência de metais em condições viáveis
de serem explorados economicamente. Como
exemplo pode-se citar a hematita (minério de
ferro) e a bauxita (minério de alumínio).A
importância dos recursos minerais como
matéria-prima decorre do fato de possibilitarem
a implantação e expansão de importantes setores
produtivos industriais de base, como a
metalúrgica e a química pesada, assim definidas
pelo largo uso de matéria-prima.
O caráter estratégico das produções minerais
no processo industrial de um país determinou,
historicamente, que os países desenvolvidos
buscassem o controle de reservas minerais
dentro e fora dos seus limites territoriais. A ação
desses países se manifesta através de suas
grandes empresas mineradoras e se faz sentir
com maior intensidade nos países
subdesenvolvidos, que dispõem de grandes
reservas minerais e escassos recursos para
explorá-los. Dentro desse contexto enquadra-se
o Brasil, que teve de acolher muitasempresas
estrangeiras do setor mineral.

PRODUÇÃO MINERAL NO BRASIL

O Brasil é um dos países mais ricos do
mundo em recursos minerais, apresentando no
seu território uma grande diversidade deles,
entre os quais podemos destacar os minérios de
ferro, de estanho, de manganês e de alumínio.
A atividade extrativa desses recursos
183
 minerais, em valor de produção, contribui
com cerca de 5% da composição do Produto
Interno Bruto – PIB –, o que não quer dizer que
essa atividade não seja importante para o país.
Isso porque, incluindo-se nesses cálculos os
valores da produção dos setores industriais que
usam esses recursos como matéria-prima – caso
dos que produzem metais e cimento –, a
participação ultrapassa a casa dos 25%.
Outro aspecto que mostra a importância
dessa atividade na economia brasileira, é a
participação relativa de sua produção e da
produção dos metais no total exportado pelo país
(ultrapassa a casa dos 10%), destacando-se entre
as exportações os minérios de ferro, de alumínio
e de manganês e, entre os metais, o aço e o
alumínio.
Em relação à dependência externa do setor,
pode-se dizer que, ao contrário do que ocorre
com relação aos recursos energéticos como o
petróleo e o carvão, ela é relativamente pequena.
Isso porque as importações no setor mineral
restringem-se a alguns produtos, cuja
produção nacional é ainda insuficiente para
atender as exigências do mercado interno, é o
caso do cobre, do enxofre e do mercúrio.
A produção mineral não é tarefa das mais
fáceis. A atividade exige obras de infra-estrutura
extremamente caras (rodovias, ferrovias, portos
etc.), e o retorno do capital aplicado nem sempre
é rápido ou viável. Além disso, envolve grandes
riscos, pois os preços dos minérios oscilam no
mercado, principalmente em função dos
interesses das grandes empresas. Quem não
dispõe de capital de risco – como ocorre com as
empresas privadas brasileiras –, têm poucas
chances de sobreviver na atividade. Tal fato
explica a história da participação de empresas
estatais e das grandes empresas mineradoras
estrangeiras no setor mineral brasileiro.
184

A Ação do Capital Estatal, o Caso da
Companhia Vale do Rio Doce
A ação do capital estatal se fez sentir,
sobretudo através da Companhia Vale do Rio
Doce - CVRD, empresa mista controlada pelo
Estado até 1997, quando foi privatizada.
Tornou-se em pouco tempo, a maior empresa de
mineração do Brasil e uma das maiores do
mundo, no setor. Para se ter idéia da
expressividade econômica dessa empresa, criada
em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial,
para fornecer minério de ferro para os Aliados,
ela empregava, em 1996, mais de 17 mil
funcionários e o seu patrimônio líquido superava
a casa dos 8 bilhões de dólares. As exportações
de minérios realizadas por essa empresa
superavam a casa de 1 bilhão de dólares anuais e
sua produção de ferro atendia acerca de 25% da
demanda internacional desse minério.
O processo de privatização da CVRD foi
acompanhado de acirrada polêmica interna. De
um lado, os grupos favoráveis a esse ato
defendiam as teses neoliberais de sempre, como
a de que o Estado é mau empresário, e mau
patrão, ou a de que a empresa não dispunha de
capitais próprios que lhe possibilitasse expandir
o processo de prospecção e exploração mineral
no país, o que implicaria uma estagnação desse
setor. De outro lado, os grupos contrários à
privatização, defendiam as teses
intervencionistas e nacionalistas de sempre,
como o caráter estratégico de suas produções, o
que implicava dizer que a perda do controle da
Companhia significaria o fim do controle de
nossas reservas minerais e, portanto, uma
ameaça à soberania nacional.
Um aspecto importante das discussões sobre
a privatização da CVRD, foi o preço pelo qual
ela deveria ser vendida aos grupos privados
interessados. Essa discussão envolvia não só a
questão do patrimônio líquido da empresa, mas
também o as reservas minerais sob seu controle.
A privatização da CVRD efetivou-se no dia
06 de maio de 1997, por um valor 19,9%
superior (3,3 bilhões de reais) ao estabelecido
como o preço mínimo da empresa por parte do
governo. Participaram do leilão de privatização
dessa empresa dois grupos interessados; um
liderado pelo grupo econômico Votoramtin
(Consórcio Valecon), e o outro, liderado pelo
grupo proprietário da CSN (Consórcio Brasil),
tendo este último vencido o leilão, ao arrematar
41,7% das ações com direito a voto.
A Participação do Capital Estrangeiro
no Setor Mineral Brasileiro
De todas as questões relacionadas com a
exploração do subsolo brasileiro, a que tem
provocado maior polêmica é a da participação
do capital estrangeiro no processo. Essa
participação chegou a alcançar a casa dos 55%,
quando da elaboração da Constituição de 1988.
Nesse ano foi apresentada à Assembléia
Constituinte uma série de argumentos favoráveis
e desfavoráveis à participação do capital
estrangeiro na atividade extrativa mineral do
país.
Levando em conta toda a polêmica gerada e
os processos envolvidos na atividade de
mineração, a Constituição de 1988 estabeleceu
185
que a pesquisa e a lavra de recursos minerais
somente poderiam ser realizadas, no interesse
nacional, por brasileiros ou empresa brasileira
de capital nacional. Essas empresas, por sua vez,
eram definidas constitucionalmente como sendo
aquelas cujo controle acionário fosse detido por
pessoas físicas (indivíduos) domiciliados e
residentes no país.
Essa aprovação gerou grande polêmica
internacional e inúmeras implicações, como por
exemplo, a fuga de investimentos internacionais
do setor mineral brasileiro.
A resolução da Constituição de 1988, que
tratava da mineração, não resistiu às
transformações de cunho neoliberal que
atingiram o país na primeira metade da década
de 90. Essas transformações foram marcadas,
entre outros fatores, pelo avanço da
internacionalização da economia brasileira, o
que levou o Congresso Nacional, em 1995, a
aprovar uma emenda constitucional que alterou
o conceito legal de empresa brasileira no país.
Com a mudança, passou a ser considerada
empresa brasileira a constituída sob leis
brasileiras, com sede e administração no país
(independente da origem do seu capital), o que
viabilizou, legalmente, a possibilidade de
participação do capital estrangeiro no setor
mineral brasileiro.
EXERCÌCIOS
1) Com relação à estrutura geológica do
território brasileiro, assinale a afirmativa
incorreta:
a) As estruturas muito antigas do embasamento
fundamental alternam-se com as estruturas
sedimentares de diferentes períodos geológicos.
b) Aos terrenos sedimentares estão associadas as
jazidas de combustíveis fósseis, como petróleo e
carvão mineral.
c) Aos terrenos cristalinos estão associadas as
jazidas minerais de grande importância
econômica, como minério de ferro e bauxita.
d) Os terrenos vulcânicos expandem-se pela
maior parte do território, constituindo a base do
relevo recente, ainda em processo de formação.
e) As estruturas geológicas dos dobramentos
terciários, formadores de grandes cadeias
montanhosas, inexistem no território brasileiro.
2) (MACK/03) A extração de minerais
metálicos no Brasil, como ferro, bauxita,
cassiterita, ouro, dentre outros, concentra-se
principalmente nos estados de Minas Gerais,
Goiás, Pará, Mato Grosso e Rondônia. Essa
atividade está associada basicamente às:
a) áreas de escudos cristalinos, afetados por
movimentos orogenéticos recentes, do período
terciário da Era Cenozóica.
b) áreas de dobramentos modernos do
cenozóico, que ainda não sofreram intensa ação
erosiva.
c) áreas de bacias sedimentares, que
apresentam sedimentação no período
quaternário da Era Cenozóica.
d) áreas de escudos cristalinos, correspondentes
aos cinturões orogênicos e às intrusões ígneas do
período Pré-Cambriano.
e) áreas de bacias sedimentares, que
sofreram extensivos derrames vulcânicos no
período Jurássico da Era Mesozóica.
3) (PUCCAMP/01) Considere os mapas
apresentados abaixo, para responder à questão.
Relacione, a estrutura geológica brasileira
e a exploração econômica dos principais
recursos minerais, nos mapas.
a) Mapa I - Rochas cristalinas (ferro, manganês
e cassiterita);
Mapa II - Rochas sedimentares (petróleo e
carvão);
b) Rochas cristalinas (petróleo e carvão);
Rochas sedimentares (ferro, manganês e
cassiteria);
c) Rochas sedimentares (bauxita, ferro e
manganês);
Rochas cristalinas (petróleo, carvão e ouro);
186
d) Rochas cristalinas (ferro, manganês e
cassiterita);
Rochas sedimentares (bauxita, ouro e
cassiterita);
e) Rochas sedimentares (ferro, ouro e bauxita);
Rochas cristalinas (petróleo, carvão e ouro).
4) (UEL/03) É comum ouvir avaliações sobre a
última década (1990-1999) da economia
brasileira como tendo sido regida pelas idéias do
neoliberalismo. Nessas análises, o
neoliberalismo é entendido como uma teoria
econômica baseada na crença de que o
crescimento e a modernização da economia
derivam de uma redução da intervenção do
Estado na vida social e da garantia do livre
funcionamento do mercado.
Sobre a aplicação, na prática, do modelo
neoliberal no Brasil dos anos 1990, é correto
afirmar que houve:
a) fortalecimento do processo de estatização dos
serviços sociais e enfraquecimento do terceiro
setor, sobretudo das ONGs (Organizações Não-
Governamentais).
b) adoção do nacionalismo econômico em favor
da indústria do país e do comércio interno.
c) êxito na implementação de políticas estatais
de garantia do pleno emprego.
d) adoção de medidas estatais de estímulo à
sindicalização dos trabalhadores.
e) abertura da economia brasileira para o
mercado internacional e privatização de
empresas estatais
RECURSOS MINERAIS NO
BRASIL
A Distribuição Regional da Produção
Mineral
Região norte
O extrativismo mineral é uma das mais
importantes atividades da região Norte, nela se
destaca as seguintes áreas de ocorrência e
produção mineral: serra do Navio, no Amapá;
serra dos Carajás e o vale do rio Trombetas, no
Pará; as áreas que apresentam expressiva
concentração de garimpos de ouro, como é o
caso do rio Tapajós, no Pará, e de cassiterita, no
alto curso do rio Madeira, em Rondônia.
RECURSOS MINERAIS NA
REGIÃO NORTE
Serra do Navio
A serra do Navio localiza-se a cerca de 200
Km do município de Macapá, no estado do
Amapá. Esta área foi até 1997, uma importante
produtora de manganês, um dos mais
importantes recursos minerais produzidos no
país. Esse metal, presente sobretudo no minério
de pirolusita, é usado como matéria-prima em
vários setores industriais. Entre esses, destaca-se
o siderúrgico, que o utiliza como liga por ter a
propriedade de tornar mais resistente o aço, que
é usado na produção industrial de trilho de trens,
escavadeiras, máquinas pesadas e materiais
bélicos. Ressalta-se ainda a utilização desse
metal, bem como de seus compostos químicos,
na produção de pilhas, vidros e inúmeros
produtos químicos.
As reservas de minério de manganês na
região da serra do Navio foram localizadas na
década de 50, ficando sua exploração a cargo da
ICOMI – Indústria e Comércio de Minérios –
composta de capitais da Bethlehem Steel (uma
empresa siderúrgica norte-americana) e da
187
CAEMI (uma empresa nacional do Grupo
Azevedo Antunes). Todas as obras de infra-
estrutura necessárias à exploração do minério
na região ficaram a cargo dessa empresa, como a
estrada de ferro do Amapá (193 km) e o porto
exportador do minério produzido na área, o de
Santana.
Durante os primeiros 20 anos (1956-1976) as
exportações só cresceram, ultrapassando 1,5
milhão de toneladas em 1971. Em 1970 a
elevada cotação do minério no mercado
internacional viabilizou a implantação e
construção de uma usina de pelotização que, ao
permitir a purificação do minério, possibilitou a
obtenção de melhores preços no mercado
externo. A produção então começou a declinar
em 1977 e atualmente as reservas dão sinais de
esgotamento, pois o minério
de alto teor encontrado na superfície havia sido
totalmente explorado. O custo de mineração se
elevou e consequentemente, os rendimentos
diminuíram. A Bethlehem Steel retirou-se da
ICOMI, e hoje, com o quase esgotamento da
jazida, a ICOMI também se retirou, passando a
área a ser controlada pelos governos estadual e
federal.
Serra do Carajás
Os primeiros trabalhos de prospecção
mineral desenvolvidos na serra do Carajás, que
indicaram a ocorrência de ricas jazidas minerais,
foram realizados no final da década de 60,
pela Companhia Meridional de Mineração,
subsidiária de uma das mais poderosas empresas
do Estados Unidos no ramo siderúrgico: a
United States Steel. Em 1970, essa subsidiária se
associou à Companhia Vale do Rio Doce,
visando à exploração das jazidas de ferro da
região. Para isso criaram uma empresa, a
Amazônia Mineração, na qual a CVRD detinha
cerca de 51% das ações. Essa associação acabou
não dando o resultado esperado, porque a
Meridional de Mineração, em decorrência de
diversos fatores, como o baixo preço do produto
no mercado internacional, retirou-se da empresa
em 1977, mediante uma indenização de 50
milhões de dólares.
A partir de 1977, portanto, a exploração do
minério de ferro da região, bem como a
implantação das obras de infra-estrutura para
viabilizá-la, ficaram a cargo exclusivamente da
CVRD. A atividade de exploração do minério de
ferro na região integrava um dos mais
ambiciosos projetos desenvolvimentistas, o do
Grande Carajás, entre os que forma implantados
no Brasil pelos governos militares, na década de
70.
Esse projeto visava à implantação de vários
188
setores produtivos que incluíam, além da Norte, formada em 1975 pelo consórcio de
exploração mineral, a industrial, agrícola e empresas nacionais, como a CVRD (a maior
florestal. Isso explica os grandes investimentos acionista, com mais de 40% das ações) e o
grupo Votorantim, e internacionais como a
direcionados pelo governo federal para a região
Alcan e a Bilinton Shell Metals.
(mais de 5 bilhões de dólares) nos anos 70 e 80, A produção de bauxita de Oriximiná visa ao
para a construção de custosas obras de infra- mercado externo e também atende aos projetos
estrutura, entre as quais se destacaram a usina implantados no Norte e Nordeste, relacionados
hidroelétrica de Tucuruí, no rio Tocantins; a com a produção de alumina (bauxita moída e
estrada de ferro Carajás e o porto Ponta da seca) e alumínio. Destacam-se, por sua
Madeira, em São Luís, no Maranhão. importância, os projetos Albrás, instalado nos
arredores de Belém, no Pará e Alumar, em São
Em decorrência dos elevados custos das
Luís, no Maranhão.
obras de infra-estrutura, bem como dos baixos O projeto Albrás envolveu grandes
preços dos minérios no mercado internacional investimentos, em bilhões de dólares, dos quais
no momento de sua implantação, o Projeto participaram o grupo japonês NAAC – Nippon
Grande Carajás, foi alvo de pesadas críticas que, Amazion Aluminium Co. – e a CVRD. O
no entanto, não evitaram a sua execução, projeto Alumar envolveu investimentos da
embora não se tenham realizado todos os planos ordem de 1,5 bilhão de dólares, dos quais 60%
são da Aluminium Company Association (grupo
iniciais. ALCOA) e o restante da Bilinton (grupo Shell).
Atualmente, entre as atividades A implantação desses projetos relacionados
desenvolvidas na área abrangida pelo projeto com a produção de alumínio, no Norte e
(nas regiões Norte e nordeste), destacam-se Nordeste, é explicada pela presença de reservas
como as mais importantes: a exploração dos de bauxita em Trombetas, pela construção da
minérios de ferro e manganês, exportado, usina hidrelétrica de Tucuruí, no rio Tocantins, e
sobretudo para o Japão; a produção industrial do pelos incentivos governamentais oferecidos aos
grupos interessados no processo de
alumínio, com o aproveitamento da energia industrialização desse minério em tais regiões.
gerada pela usina hidroelétrica; e a de ferro- A energia elétrica corresponde a cerca de
gusa, proveniente de siderúrgicas instaladas em 30% do custo de produção do alumínio.
Marabá, no Pará, e Açailândia, no Maranhão. Produzir alumínio, portanto, exige, sobretudo,
disponibilidade de energia barata, e foi
Grande Projeto Carajás exatamente o que o governo ofereceu aos grupos
Reservas interessados. A energia elétrica gerada em
Minério Localização estimadas (milhões Tucuruí é vendida abaixo do preço do mercado,
de ton.) pois está sendo subsidiada com 15% de
Ferro Carajás 18.000 desconto.
Cobre Carajás 1.009
Alumínio Carajás 50 Áreas de Ouro
Alumínio Trombetas 600 A região Norte é responsável por cerca de 50%
Alumínio Paragominas 4.000 da produção de ouro no Brasil, que é hoje, da
Níquel Carajás 125 ordem de 70 toneladas anuais. Nessa região, a
Manganê
s
Carajás 60 produção desse valioso minério é proveniente
S. Félix do dos inúmeros garimpos existentes em seu
Estanho 35
Xingu território.
Ouro Carajá associado ao cobre Embora esses garimpos se espalhem por
todos os estados da região, a sua concentração é
mais expressiva no Pará, onde se localiza uma
Vale do Rio Trombetas das mais importantes áreas auríferas do país: o
No vale do rio Trombetas, um afluente da vale do rio Tapajós. Nesse estado localiza-se
margem esquerda do rio Amazonas, em uma da mias discutidas áreas de garimpo – serra
Oriximiná, no Pará, situam-se as maiores Pelada – responsável, nos anos 80, pela
reservas brasileiras de bauxita, o minério de produção oficial de mais de 40 toneladas de
alumínio. A exploração mineral na área é ouro, no valor cerca de apenas 1% dos
realizada pela Companhia de Mineração Rio do empresários do garimpo, apenas 5% do total do

189
ouro extraído ficaram com os mais de 60 mil
garimpeiros.
O caráter predatório da garimpagem em
Serra Pelada fez com que, por algumas vezes, a
CVRD (a quem pertencia e pertence por direito
a exploração de serra Pelada), pressionada pelos
garimpeiros, desenvolvesse serviços de
terraplanagem para viabilizar a continuidade dos
trabalhos o garimpo na área. Apesar disso, o
funcionamento desse garimpo, em conseqüência
dos perigos de desabamento e alagamento,
começou a dar sinais de inviabilidade de
garimpagem manual.
Em 1990, a cava foi inundada
completamente pelas águas de um lençol
freático, o que impediu de vez a continuidade
dos trabalhos manuais de garimpo na região.
Dessa forma, a CVRD, alegando que o ouro
existente na região só poderia ser explorado
mecanicamente, entrou na Justiça e ganhou uma
ação de reintegração de posse da área, o que
provocou grande reação por parte dos 6.000
garimpeiros que ali permaneceram. Entre
reivindicações para deixar a área, esses
garimpeiros insistem em receber da CVRD
indenização bem acima da oferecida, que é da
ordem de 6 mil reais para cada um.
Áreas de Estanho
Entre as demais produções minerais
desenvolvidas na região, na forma de garimpo,
destaca-se a da cassiterita – minério de estanho -
, explorada sobretudo em Rondônia. Nesse
estado identifica-se uma das maiores jazidas
desse minério no mundo, a mina de Bom Futuro.
Destaque-se que o Brasil classifica-se entre os
quatro maiores produtores de cassiterita do
mundo, ao lado da China, Indonésia e Peru.
A exploração dessa jazida é realizada pela
Empresa Brasileira de Estanho – EBESA – cujo
controle acionário pertence à Paranapanema
(que detém cerca de 70% de suas ações), e por
garimpeiros que vivem na região. A participação
desses garimpeiros no processo de extração e
comercialização da cassiterita é anterior à
obtenção, por parte da EBESA, do direito de
lavra e comercialização da cassiterita de Bom
Futuro, o que concretizou em 1991.
Essa situação tem gerado conflitos em
âmbito judicial na região, porque os garimpeiros
insistem no seu direito à posse da área, apoiados
na argumentação de que foram eles que
descobriam as reservas e que ali se encontravam
muito antes de o direito de lavra ser concedido à
EBESA. Enquanto a Justiça decide sobre o que
fazer, as partes interessadas convivem na região
observando o seguinte Acordo de ordenamento:
70% do que os garimpeiros explorarem na área
devem ser vendidos à EBESA e os 30%
restantes, podem ser vendidos a terceiros.
Região nordeste
Entre as produções minerais do Nordeste,
destaca-se como a mais importante o sal, ou
cloreto de sódio. Esse produto mineral, além de
ser usado como alimento, é importante matéria-
prima na indústria química, como no caso da
barrilha, um dos produtos básicos para a
produção do vidro. O setor industrial é
responsável por cerca de 50% do consumo do
produto no país, outros 25% são utilizados como
alimento pelo homem e o restante para a
alimentação do gado.
De acordo com a forma de ocorrência,
costuma ser classificado em sal marinho
(quando explorado no mar) e sal gema (quando
explorado no subsolo). No Brasil, a produção de
sal marinho é a mais importante, sendo o
Nordeste responsável por cerca de 90% da
produção nacional. Nessa região, as maiores
produções saem do Rio Grande do Norte, que
produz cerca de 80% desse recurso,
especialmente em Mossoró, Açu, Macau e Areia
Branca. Entre os fatores que favoreceram a
expansão da atividade salineira nessa área,
destaca-se o clima quente e seco durante a maior
parte do ano, a lata salinidade das águas
marinhas e a ação dos ventos alísios.
O escoamento da produção se dá pelo
terminal exportador em Areia Branca, no rio
Grande do Norte. Esse terminal foi construído a
l4 km da costa, para onde o sal é transportado
por embarcações (chatas graneleiras) com
capacidade de deslocamento da ordem de 500
toneladas. Nesse terminal, o sal é separado,
classificado e posteriormente embarcado,
através de esteiras transportadoras, em um ritmo
de mil toneladas por hora, até os navios que
abastecem o mercado interno e externo.
Entre as demais produções minerais da
região Nordeste, destacam-se o tungstênio,
minério usado na produção de aços especiais,
filamentos de lâmpadas e material elétrico, no
Rio Grande do Norte; fosfatos – recurso usado
na produção de fertilizantes –, em Pernambuco;
além de cobre e chumbo, na Bahia.
Região centro-oeste
No Centro-Oeste, destaca-se como a
principal área de ocorrência e produção mineral
o Maciço de Urucum, na região do pantanal, no
Mato Grosso do Sul. Nessa província minera;,
destaca-se a presença de minério de ferro e,
principalmente, manganês (as reservas desse
190
recurso na área são das mais expressivas do (Alumínio Canadense) e da CBA (Cia.
país). Com relação produção local de ferro e Brasileira de Alumínio, do Grupo Votorantim).
manganês, observa-se que ela é pequena e No litoral do Rio de Janeiro, destaca-se a
direcionada, em sua grande parte, ao mercado produção de sal marinho, na região dos lagos,
argentino e paraguaio, através do transporte junto a Araruama e Cabo Frio.
fluvial pelo rio Paraguai e porto de Corumbá, no
Mato Grosso do Sul.
Entre as demais produções minerais do
Centro-Oeste, destacam-se as produções de RECURSOS MINERAIS DO SUDESTE
níquel em Niquelândia – GO e ouro, proveniente
dos inúmeros garimpos da região. A exemplo do
que ocorre na região Norte, os garimpos têm
provocado sérios problemas ao meio ambiente,
que atingem, inclusive, um dos ―santuários
ecológicos‖ brasileiros, o pantanal.

Região sudeste
No sudeste do Brasil, se encontra o estado
mais rico em recursos minerais, Minas Gerais,
onde se situa uma das mais importantes
províncias minerais brasileiras, a do
Quadrilátero Central ou Ferrífero. Essa
província geológica cristalina, de origem pré-
cambriana, tem como vértices, as cidades de
Belo horizonte, Santa Bárbara, Mariana e
Congonhas do Campo.
O Quadrilátero Central, destaca-se como a
principal área produtora do minério mais
explorado e exportado pelo país: o de ferro. A
região é responsável por cerca de 75% da RECURSOS MINERAIS DO SUDESTE
produção nacional desse recurso mineral.
Entre as empresas que participam de sua
exploração na área, a mais importante é a
CVRD, cuja produção atende tanto o mercado Região sul
externo quanto o interno. As produções A região Sul do Brasil é relativamente pobre
direcionadas para o mercado externo, para a em recursos minerais, destacando-se, entre as
União Européia, Estados Unidos e Japão, são suas produções, os minérios de chumbo, em
escoadas na sua grande parte pela estrade de Adrianópolis, no Paraná, e de cobre, em
ferro Vitória-Minas, até o porto de Tubarão, em Camaquã, no Rio Grande do Sul. O seu maior
Vitória, no Espírito Santo. As produções destaque, entre os recursos naturais, é a presença
direcionadas para o mercado interno, no das minas de carvão mineral (o que veremos na
Sudeste, são escoadas via terrestre, através da aula sobre fontes de energia).
estrada de ferro Central do Brasil, e via marítima
pelo mesmo caminho das exportações. TEXTO COMPLEMENTAR
Entre as demais produções do Quadrilátero
Central, destacam-se as dos seguintes minérios: A constituição brasileira e a mineração
manganês, em Conselheiro Lafaiete; bauxita, em
Ouro Preto; ouro, em Nova Lima – onde se situa Artigo 176, parágrafo 1º da Constituição de 1988
a mais antiga mina em atividade no Brasil, a de A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o
Morro Velho, explorada há mais de 150 anos. aproveitamento dos potenciais... somente
Além do Quadrilátero Central, destacam-se poderão ser efetuados mediante autorização ou
como outras importantes áreas de mineração, no concessão da união, por brasileiros ou empresa
Sudeste, o sul de Minas Gerais e o litoral do Rio brasileira de capital nacional no interesse
de Janeiro. No sul de Minas, destaca-se a nacional, na forma da lei.
exploração da bauxita em Poços de Caldas, cuja Com a emenda n.º 6 de 1995
produção abastece as indústrias metalúrgicas de O aproveitamento dos recursos minerais no
alumínio do Sudeste, caso da ALCAN Brasil está definidos e consolidados na atual

191
Constituição Federal, promulgada em 1988, e na
Emenda Constitucional n° 6, de 15 de agosto de
1995.
À luz da Carta Magna, o arcabouço legal da
atividade minerária está assim delineado:
Os recursos minerais, inclusive os do
subsolo, são bens da União;
As jazidas, minas e demais recursos minerais
constituem propriedade distinta da do solo, para
efeito de exploração e aproveitamento;
A pesquisa e a lavra de recursos minerais
somente poderão ser efetuadas mediante
autorização ou concessão do Governo Federal,
por brasileiro ou empresa constituída sob as leis
brasileiras e que tenha sua sede e administração
no País, garantida ao concessionário a
propriedade do produto da lavra;
Constituem monopólio da União:
a pesquisa e a lavra de jazidas de petróleo, gás
natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
A pesquisa e a lavra de recursos minerais
somente poderão ser efetuadas mediante
autorização ou concessão do Governo Federal,
por brasileiro ou empresa constituída sob as leis
brasileiras e que tenha sua sede e administração
no País, garantida ao concessionário a
propriedade do produto da lavra;
Constituem monopólio da União:
a pesquisa e a lavra de jazidas de petróleo, gás
natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o
reprocessamento, a industrialização e o
comércio de minérios e minerais nucleares e
seus derivados;
Ao proprietário do solo é assegurada a
participação nos resultados da lavra;
Aquele que explorar recursos minerais fica
obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica
exigida pelo órgão competente;
A autorização de pesquisa será sempre por
prazo determinado;
A autorização de pesquisa e a concessão de
lavra não poderão ser cedidas ou transferidas,
total ou parcialmente, sem prévia anuência do
poder concedente;
As cooperativas organizadas para o exercício
da atividade de garimpagem terão prioridade na
autorização e concessão para pesquisa e lavra
dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis,
nas áreas fixadas pelo Governo Federal;
Compete ao Congresso Nacional autorizar,
em terras indígenas, a pesquisa e a lavra de
recursos minerais;
Compete ao Governo Federal legislar sobre
jazidas, minas, outros recursos minerais e
metalurgia.
Extraído em 23 de agosto de 2002 do site:
http://www.dnpm.gov.br/invest02.html
EXERCÍCIOS
1) (UFAL-2009) O carvão mineral brasileiro
apresenta uma série de inconvenientes, entre os
quais podem ser mencionados os seguintes,
exceto:
a) o poder calorífico não muito elevado.
b) as camadas dos depósitos geralmente pouco
espessas.
c) a possibilidade de exploração a céu aberto.
d) o fato de conter piritas de enxofre.
e) o seu elevado teor de cinzas.3- (Unisa)
Observe o mapa para responder à questão.
2) Além de exportar minério de ferro para o
exterior, o porto de Tubarão, no Espírito Santo,
também abastece a indústria siderúrgica
nacional através dos portos de:
a) Angra dos Reis e Santos.
b) Angra dos Reis e São Sebastião.
c) São Sebastião e Cabo Frio.
d) Cabo Frio e Santos.
e) Santos e São Sebastião.
3) ―A implantação dos projetos associados à
produção de alumínio na Amazônia explica-se
pela presença de reservas de.....I.... em
Trombetas, pela construção da Usina
Hidroelétrica de
....II.... no Rio Tocantins e pelos estímulos
governamentais oferecidos aos grupos
interessados.‖ Assinale a alternativa que
completa, respectivamente, as lacunas I e II do
texto.
a) bauxita - Tucuruí
b) ferro - Balbina
c) manganês - Paulo Afonso
d) bauxita - Balbina
e) manganês - Tucuruí
4) No esquema acima, X e Y são,
respectivamente,
a) cassiterita e bauxita
b) manganês e cobre
c) cobre a cassiterita
192
d) ferro e cassiterita UNIDADE 12
e) ferro e bauxita 1) c
2) a
3) a
GABARITO 4) e

UNIDADE 7
1) d
2) c
3) a
4) c

UNIDADE 8
1) c
2) e
3) a

UNIDADE 9
1) e
2) c
3) c
4) v,v,v,v,f

UNIDADE 10
1) f,f,f,v,v
2) a
3) b

UNIDADE 11
1) d
2) d
3) a
4) e

193
 representada por uma parábola. A concavidade
dessa parábola vai estar voltada para cima
quando o sinal da aceleração for positivo, e vai
estar voltada para baixo quando o sinal da
aceleração for negativo.
ANÁLISE GRÁFICA DO O vértice da parábola, chamamos de Q, e
esse ponto indica o local onde o valor da
M.R.U.V.
velocidade é igual a zero, ou seja, o móvel muda
Sxt de sentido.

A função horária do espaço é uma função do Vxt

segundo grau em t, e graficamente é Ao contrário da função anterior, a função
horária da velocidade é do primeiro grau, e toda
função do primeiro grau é representada por uma
reta inclinada, ascendente ou descendente.
Este gráfico tem duas particularidades: a
primeira é para o ângulo formado pela reta e o
eixo t . As relações matemáticas inerentes à
tangente nos mostram que tg é numericamente
igual ao valor da aceleração. A segunda
particularidade, é em relação à área entre a reta e
o eixo do tempo.
Essa área, é numericamente igual a variação
de espaço no intervalo de tempo escolhido.
Essas particularidades podem ser observadas nas
figuras abaixo :

194
 Resumo dos gráficos do MRUV :

EXERCÍCIOS

1) É dado o movimento cuja velocidade escalar

varia em função do tempo, segundo a expressão
V = 8 – 2t, unidades do SI. Tabele essa função
de 0 a 8 s. e faça sua representação gráfica.
Determine com o auxilio do gráfico:
axt
No MRUV, a aceleração é uma função
constante com o tempo, podendo ser positiva ou
negativa:
No gráfico, a área sombreada é
numericamente igual a variação da velocidade
no intervalo de tempo determinado.
a) a aceleração escalar
b) o instante em que o móvel muda de sentido

2) (PUC) Um móvel parte do repouso e desloca-

se em movimento retilíneo sobre um plano
horizontal. O gráfico representa a aceleração em
função do tempo.Sabendo-se que em t=0 s a

195
velocidade é nula, qual a velocidade no instante
t = 5 s. ?
a) 36 m/s
b) 6 m/s
c) 24 m/s
d) 15 m/s
e) 30 m/s
3) Numa via com neblina, dois automóveis
encontram-se frente a frente quando estão a 200
m um do outro, com velocidades opostas de 72
km/h e 108 km/h. Nesse momento, começam a
frear com desacelerações constantes de 4 m/s2 e
5 m/s2, respectivamente.
a) os carros irão colidir na posição x = 100m.
b) os carros irão colidir na posição x = 75m
c) os carros irão colidir na posição x = 125 m
d) os carros irão colidir após 3 segundos
e) os carros não irão colidir
VETORES
Definição: representa-se um vetor por um
segmento orientado de reta que se caracteriza
por apresentar módulo(ou intensidade), direção
e sentido.
DIREÇÃO, SENTIDO E MÓDULO.
a) Direção:
Toda e qualquer reta(r) descreve uma
direção, que é determinada por um ângulo
aleatório com uma outra reta(r) pré-determinada.
Assim, toda reta paralela a (r), também tem o
mesmo ângulo formado com(s) e, portanto, a
mesma direção de (r).
b) Sentido:
Toda direção tem apenas dois sentidos
possíveis, por exemplo: na direção horizontal,
temos o sentido da esquerda para a direita e da
direita para a esquerda.
c) Módulo:
Consideremos dois pontos A e B quaisquer
contidos na reta(r). A medida da distância entre
A e B, num dado sistema de unidades,
representa o módulo AB. O módulo é isento de
sinal, ou seja, não é positivo nem negativo.
OPERAÇÃO COM VETORES
Quando fazemos alguma operação com
vetores devemos considerar as três
características pertencentes a eles: módulo,
direção e sentido. Toda operação gera uma
resultante que também deve ter as três
características acima.
196
a) Mesma direção e sentido c1) Regra do paralelogramo:
Serve somente para dois vetores de cada vez,
consiste em construir um paralelogramo com
origem comum. Exemplo:

Neste caso, somamos os módulos dos

vetores. A soma, neste caso, gera a máxima
resultante possível. *Exemplo: *o sentido
resultante é o mesmo dos dois vetores.

b) Mesma direção e sentidos opostos:

C2 ) Regra do polígono:
Este método é eficiente para mais de dois
vetores e consiste em colocar os vetores uma a
um, de forma que a extremidade de um, coincida
com a origem de outro. O vetor resultante é o
que se obtém ligando a origem do primeiro com

Neste caso, subtraímos os módulos dos

vetores. A subtração, neste caso, gera a mínima
resultante possível.O sentido resultante, sempre
será o do vetor de maior módulo. Exemplo:

c) Direções diferentes (vetores

concorrentes):
Quando os vetores têm direções diferentes,
surge um ângulo entre eles, assim os meios
anteriores não são válidos, então surgem outros
métodos.
a extremidade do último
C3 ) Regra da projeção dos vetores:
Consiste em decompor os vetores num plano
cartesiano e somar suas decomposições segundo
os eixos X e Y e então, obteremos uma

197
resultante em x (vx) e outra em y (vy. Exemplo:
EXERCÍCIOS
1) Na figura abaixo estão desenhados dois
vetores ( e ). Estes vetores representam
deslocamentos sucessivos de um corpo. Qual é o
módulo do vetor igual a +?
2) Um vetor e é dado por: = 8,0 +6,0 onde e
são os vetores de um sistema de coordenadas
cartesianas em um plano.
Qual o módulo do vetor
3) No esquema da figura abaixo tem-se um
hexágono regular. Chamado F aos módulos dos
vetores e , pode-se afirmar que sua soma
vetorial(resultante) tem para módulo:
MOVIMENTOS
CIRCULARES
PERÍODO E FREQUÊNCIA
O MC é um movimento periódico, pois se
repete em intervalos de tempo iguais.
a) Período
É o tempo gasto pelo móvel para completar
uma volta, e será representado por T. Mede-se o
período em segundos, no SI.
Frequencia
É o número de voltas que o móvel executa
em uma unidade de tempo. A freqüência será
indicada por f e, no SI, será medida em
hertz(Hz), que equivale à antiga unidade
rotação por segundo.
Importante: 1 Hz = 60rpm, onde rpm
significa rotações por minuto.
Relação entre período e freqüência:
f=1
T
VELOCIDADE ANGULAR
A cada intervalo de tempo ( t ), o móvel em
movimento circular “varre” um certo ângulo(θ). A
velocidade angular é a rapidez com que esse
ângulo é “varrido”, e é dada por: ω = Δθ/Δt
Se admitirmos uma volta, temos:
2
2 ( rad / s )
VELOCIDADE TANGENCIAL,
LINER OU ESCALAR
O módulo da velocidade linear pode ser
obtido dividindo-se o comprimento da
circunferência (espaço percorrido se
considerarmos uma volta), pelo tempo gasto
para percorrê-la:
198
 Equações:
S 2 R
V 2 Rf
t T Lineares:
S=S0+V0t+at2
2
ACELERAÇÃO ANGULAR V= Vo+at
A aceleração angular, assim como a escalar,
é uma taxa de variação da velocidade por V2 = Vo2 + 2 a S
unidade de tempo, assim:
Angulares:
=
Θ=Θ + ωot + Vt2
2
GRANDEZAS LINEARES E ω=ωo + Vt
ANGULARES ω2=ωo2 + 2 Y
Para convertermos grandezas angulares em
1) Aceleração tangencial, linear ou escalar é a
lineares, usamos a seguinte regra prática:
aceleração que indica a variação do módulo
da velocidade. Tem mesma direção da
Grandeza linear = grandeza angular x raio
velocidade!
Assim temos:
2)Aceleração centrípeta
s(m) s= . R (rad)
Indica a variação da direção da velocidade. É
v(m/s) v= .R (rad/s)
sempre perpendicular à aceleração
a(m/s2) a= .R (rad/s2)
tangencial.

MCU
No MCU temos:
Velocidade linear (V) constante
EXERCÍCIOS
Velocidade angular ()constante
Equações: 1) Um ponto material percorre uma
circunferência em movimento uniforme
Linear: Angular: gastando 0,1s para completar cada volta. Qual a
velocidade angular do movimento?
S=S0+vt Θ=Θo+ωt a) 60 rad/s
b) 62,8 rad/s
c) 70,8 rad/s
Relações: d) 80,8 rad/s
e) NDA
S= Θ. R

V= ω. R 2) A lua gira em torno da terra. , contemplando

uma revolução em 27,3 dias. Suponha que sua
órbita seja circular e tenha um raio de 385000
km. Determinar a aceleração da Lua nesse
MCUV movimento.
a) 0,2 m/s
No MCUV temos:
b) 0,0027 m/s
Velocidade linear (V) variável
c) 0,027 m/s
Velocidade angular (ω)
d) 0,27 m/s
Aceleração linear(a) constante
e) NDA
Aceleração angular (γ) constante

199
3) Um avião que voa horizontalmente efetua um
giro com velocidade 720 km/h. Determine o
raio mínimo de giro para que a aceleração a que
está submetido o piloto não seja superior a 10
vezes o valor da aceleração da gravidade.
Considere g= 10 m/s QUEDA LIVRE
a) 400m
b) 20m
c) 200m
d) 40m Aceleração da Gravidade (g)
e) NDA
Quando você solta um corpo qualquer de
determinada altura, ele está partindo do repouso.
Mas percebe-se, que com o passar do tempo, em
sua queda, ele ganha velocidade, o que significa
que ele está sob ação de uma aceleração, que
chamamos de aceleração da gravidade.
Portanto, podemos dizer que aceleração da
gravidade é uma grandeza vetorial, vertical, e
sempre dirigira para baixo, e cujo módulo,
verificou-se experimentalmente, que vale
aproximadamente, 9,81 m/s2.

Queda Livre
Se deixarmos cair de uma certa altura, uma
pedra e uma pena, percebe-se que a pedra cairá
mais rapidamente, certo ?
Depende...
Se considerar, que estamos ao ar livre, a
afirmação é verdadeira, pois o ar oferece uma
resistência maior à pena do que à pedra, e,
portanto, retarda a sua queda.
Mas e se desconsiderarmos o ar, o que
acontece?
Bom essa hipótese, totalmente possivel,
chama-se queda livre, e acontece no vácuo
(ausência total de ar), ou quando a resistência do
ar é desprezível. Neste caso, tanto a pedra como
a pena, estariam sob a ação única da aceleração
da gravidade, que é igual para todos os corpos,
e, portanto, os dois cairiam simultaneamente.
Em outras palavras, quando nos referirmos a
queda livre, sempre estará desconsiderando a
ação do ar, o que quer dizer que o tempo de
queda para qualquer corpo é igual, não
importa seus pesos!

Lançamento Vertical Para Cima

Quando lançamos um corpo para cima,
verticalmente, percebemos que com o passar do
200
tempo, ele diminui sua velocidade, até parar e pedra é atirada da mesma altura. Sabendo que
começar a cair, ganhando velocidade essas duas pedras atingiram o solo ao mesmo
novamente. Isso acontece, porque na subida, ele tempo, a velocidade com que a segunda pedra
está contra a gravidade, e consequentemente, foi atirada vale:
num movimento retardado. Já na descida, ele
está a favor da gravidade, e, portanto, num
movimento acelerado.
Desta experiência, podemos tirar algumas
conclusões:

1) No ponto de altura máxima, ou seja, onde

o corpo para de subir para começar a descer, a
velocidade é nula (não a aceleração).
2) O tempo de subida é igual ao tempo de
descida.
3) Se o corpo está apenas sob ação da
gravidade e tem tempos iguais, tanto na subida
como na descida, podemos afirmar, que o
módulo da velocidade, quando o corpo passa
por um mesmo ponto, é igual !

Funções da queda livre

v = v0 ± gt

h = h0 + v0t ± gt2/2

v2 = v02 ± 2g h

EXERCÍCIOS

1) (UECE) Uma pedra, partindo do repouso,

cai de uma altura de 20 m. Despreza-se a
resistência do ar e adota-se g = 10 m/s. A
velocidade da pedra ao atingir o solo e o tempo
gasto na queda valem, respectivamente:

2) (UFRJ) Um corpo em queda livre

abandonado da janela do prédio demora 4s para
atingir o solo. Qual a altura em que o corpo foi
abandonado?
3) (UFPA) Em um local onde a aceleração da
gravidade vale 10 m/s, deixa-se cair livremente
uma pedra de uma altura de 125 m, em direção
ao solo. Dois segundos depois, uma segunda

201
 ESPELHOS ESFÉRICOS

Os espelho esféricos são construídos com

calotas esféricas polidas refletoras e podem ser
de dois tipos - CÔNCAVOS e CONVEXOS.
Independente do tipo, todos são derivados da Representação Esquemática
calota de uma esfera. Se a superfície interna
desta calota for a espelhada, temos um espelho
do tipo côncavo e se a externa for a espelhada,
temos o convexo.
Há um tipo de espelho esférico cujo ângulo de
abertura não excede os 10o , os raios incidentes
são pouco inclinados e estão próximos do eixo
principal, que são chamados de ESPELHOS DE
GAUSS. A partir daqui estaremos tratando
apenas de espelhos com estas características.

Nomenclatura Técnica
C = centro de curvatura do espelho (centro da
esfera)
R = raio de curvatura (raio da esfera)
V = vértice
F = foco (F= R/2)

202
PROPRIEDADES
(RAIOS NOTÁVEIS)
1. Todo raio de luz que incide num espelho
esférico paralelamente ao eixo principal reflete
numa direção que passa pelo foco.
2. Todo raio de luz que incide num espelho
esférico numa direção que passa pelo foco
reflete paralelamente ao eixo principal.
Caminho contrário da figura acima.
3. Um raio de luz incidindo na direção do centro
de curvatura de um espelho esférico reflete-se na
mesma direção.
4. Todo raio que incidir no vértice de um
espelho esférico reflete-se com um ângulo igual
ao de incidência (em relação a Normal do
espelho), comportando-se assim, como uma
reflexão em um espelho plano.
EXERCÍCIOS
1) Um menino esquenta a ponta de um cigarro,
colocando-o a 20 cm de um espelho esférico
num dia muito ensolarado, fazendo com que o
cigarro seja aceso. A respeito do espelho
podemos afirmar:
a) é convexo de distância focal 40 cm
b) é côncavo de distância focal 10 cm
c) é côncavo de raio de curvatura 40 cm
d) é convexo de raio de curvatura 20 cm
2) Suponha que o espelho de um farol de
automóvel seja esférico de distância focal 10
cm. Sobre a posição (d) da lâmpada desse farol
em relação ao vértice do espelho, e sobre o tipo
de espelho, podemos afirmar que,
respectivamente:
a) d =10 cm; espelho côncavo
b) d = 20 cm; espelho côncavo
c) d =10 cm; espelho convexo
d) d = 8 cm; espelho convexo
3) O desenho representa a incidência de um raio
luminoso sobre um espelho côncavo. Afirma-se
que o raio refletido:
a) não intercepta o eixo
b) não tem direção definida
c) passa pelo foco do espelho
d) passa pelo centro do espelho
e) passa por um ponto a 3f do vértice
203
 Espelho Côncavo (Objeto colocado entre
o centro de curvatura e o foco)

FORMAÇÃO DE IMAGENS
COM ESPELHOS
ESFÉRICOS
São utilizados três raios básicos para a
construção de imagens.
1) Raio que incide paralelo ao eixo principal, Essa imagem é denominada imagem real e
reflete passando pelo foco. ela precisa de um anteparo para ser vista. Na tela
2) Raio que incide passando pelo foco, reflete do cinema a imagem que você vê é real (a tela
paralelo ao eixo principal. está servindo como anteparo).

3) Raio que incide passando pelo centro de

curvatura, reflete sobre si mesmo. Espelho Côncavo (Objeto colocado no
foco)

FORMAÇÃO DE IMAGENS
Espelho Côncavo (Objeto colocado além
do centro de curvatura)

Esse tipo de imagem se projeta do infinito. Sua

utilização é observada principalmente nos
holofotes.

Espelho Côncavo (Objeto colocado entre

Espelho Côncavo (Objeto colocado no
centro de curvatura) o foco e o vértice)

204
Espelho Convexo
Referencial de Gauss / Convenção
O referencial de Gauss será o vértice do
espelho, ou seja, as distâncias imagem, objeto e
focal serão medidas a partir do vértice.

A imagem foi obtida no prolongamento dos

raios refletidos e ela se forma atrás do espelho.
Esse tipo de imagem, como já vimos em
espelhos planos, é uma imagem virtual. O
espelho convexo é usado como espelho
retrovisor ou como instrumento de observação
em entradas de edifício porque aumenta o
campo visual. Independente da posição que o
objeto ocupa na frente do espelho convexo, as
características da imagem fornecida de um
objeto real são sempre as mesmas.

DETERMINAÇÃO ANALÍTICA DAS

CARACTERÍSTICAS DAS
IMAGENS

Equação de Gauss

A equação de Gauss (Carl Friedrich Gauss)

relaciona a distância objeto (p), a distância
imagem (q) e a distância focal (f). É dada pela
expressão:

Equação de
Gauss De uma forma geral, temos a convenção:
1/f = 1/p + 1/p´
1. Raios de curvatura e distâncias focais de
Aumento Linear espelho côncavo são positivos e de espelhos
convexos negativos.
A = i/o = -p´/p 2. Distâncias de objetos e imagens reais
são positivas e de objetos e imagens virtuais
negativas.
Carl Friedrich Gauss, astrônomo, 3. Imagem direita é positiva e invertida
matemático e físico alemão (1777-1855). Foi negativa.
reconhecido como um dos maiores
matemáticos de todos os tempos. Em física
ocupou-se da ótica, da eletricidade e EXERCÍCIOS
principalmente do magnetismo, cuja teoria
matemática formulou em 1839. 1) Quando um objeto de tamanho A é colocado
em frente a um espelho, um observador vê sua
imagem com tamanho 3A. Podemos então
afirmar que:

205
a) o espelho é côncavo e o objeto está no foco
b) o espelho é convexo e o objeto está no foco
c) o espelho é côncavo e o objeto está entre o
foco e o vértice
d) o espelho é convexo e o objeto está entre o
foco e o vértice
2) Um objeto se encontra a 12 cm de um
espelho côncavo de distância focal 4 cm. Sobre
a imagem do objeto podemos afirmar que:
a) é real e invertida maior que o objeto
b) é real e invertida menor que o objeto
c) é virtual direita maior que o objeto
d) é virtual direita menor que o objeto
3) Um espelho côncavo está com sua superfície
refletora voltada para o Sol. Sendo a distância
focal do espelho f = 20 cm, podemos afirmar
sobre a imagem do Sol conjugada pelo espelho:
a) é real, a 10 cm do vértice
b) é virtual, a 20 cm do vértice
c) é real, a 20 cm do vértice
d) é virtual, a 10 cm do vértice
objetos que iluminou, não apenas nas paredes,
nos móveis e objetos da sala como também no
ar; transformou-se da mesma forma em energia
que determina alterações químicas. Por isso
notamos que as almofadas, cortinas e livros, em
regra geral, desbotam sob a sua influência.
Tendo em vista os conceitos básicos sobre
luz, sua natureza e propriedades, faça uma
comparação entre um feixe de luz e a corrente
elétrica que passa por um fio, considerando os
aspectos quânticos. Em outras palavras, o que
acontece em um feixe de luz e em uma corrente
elétrica quando comparamos os elétrons e
fótons? Eles se perdem no final? Como eles se
movimentam?___________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________

TEXTO COMPLEMENTAR
“A LUZ PODE SE EXTINGUIR?”

A luz e energia e se move no espaço em linha

reta a uma velocidade espantosa, incapaz de
permanecer em repouso. Quando temos uma luz
fixa no interior de uma casa isso não significa
que ali haja uma coisa que se chame luz e que
esteja em repouso, mas que, de milionésimo em
milionésimo de segundo, se produz
constantemente emissão de nova luz. Se, por
exemplo, colocarmos um monte de areia numa
casa, ela ficara sobre o chão até que alguém ou
algo a remova; a luz, porem, não permanece em
parte alguma; esta sempre em movimento; e
para que haja uma luz
fixa em um lugar qualquer e preciso que exista
uma fonte que a produza sem cessar,
continuamente, pois do contrário se extinguiria.
Quando deixamos uma sala as escuras,
cortamos esta fonte de energia, e a luz
produzida um instante antes parece que se foi
embora. Agora compreendemos o porque. Mas
ela não se perde inteiramente. Se pudéssemos
seguir suas pegadas, veríamos que se
transformou em outras coisas tais como o calor,
por exemplo, que nos aparece em todos os

206

REFRAÇÃO
Você sabia:
- que a posição que você vê um astro não é a
real?
- que quando um objeto está imerso em um
líquido, a posição que você vê o objeto não é a
real?
- por que usando óculos, você enxerga os
objetos com nitidez?
- como é o funcionamento dos instrumentos
óticos telescópio, luneta, microscópio?
As respostas a essas perguntas vocês terão
estudando o fenômeno da refração
O QUE É O FENÔMENO DA
REFRAÇÃO?
Coloque um lápis, perpendicularmente,
dentro de um copo de água. Você observará
olhando pela lateral do copo, que o lápis
continuará na vertical dentro da água (fig.1a).
Colocando o lápis com uma inclinação dentro da
água, você observará pela lateral do copo que
parece que o lápis está quebrado (fig.1b).
Fig. 1
a) Lápis colocado perpendicularmente na água.
b) Lápis colocado inclinado na água.
Isto acontece porque um feixe de luz,
incidindo obliquamente, muda de direção
quando passa de um meio transparente para
outro transparente que apresenta velocidade da
luz diferente do primeiro meio. Este desvio que
a luz sofre é o fenômeno da refração (fig.2).
Fig. 2 Quando a luz passa de um meio para outro,
ocorre a refração além da reflexão.
Um sistema como da fig. 4.2 constituído de
dois meios transparentes (ar /vidro) separados
por uma superfície plana ou curva é denominado
dioptro.
Isto acontece porque um feixe de luz,
incidindo obliquamente, muda de direção
quando passa de um meio transparente para
outro transparente que apresenta velocidade da
luz diferente do primeiro meio. Este desvio que
a luz sofre é o fenômeno da refração (fig.2).
Fig. 2 Quando a luz passa de um meio para outro,
ocorre a refração além da reflexão.
Um sistema como da fig. 4.2 constituído de
dois meios transparentes (ar /vidro) separados
por uma superfície plana ou curva é denominado
dioptro.
ÍNDICE DE REFRAÇÃO
O desvio que a luz sofre quando passa de um
meio para outro, depende da velocidade da luz
nos dois meios. A grandeza física que relaciona
as velocidades nos dois meios, é o índice de
207
refração relativo (n21), que é definido como Dependendo da cor da luz incidente no
sendo a razão entre a velocidade da luz no dioptro, temos diferentes índices de refração
primeiro meio (v1) e a velocidade da luz no para o mesmo meio.
segundo meio (v2):
Índice de refração (n)
n21 = v1 / v2 Luz monocromática
de um cristal
Quando o primeiro meio é o vácuo (v1 = c), o
índice de refração que relaciona a velocidade da Violeta 1,94
luz no vácuo com a velocidade em outro meio
(v), é denominado índice de refração absoluto Azul 1,60
(n) :
Verde 1,44
n=c/v
Amarela 1,35
A velocidade da luz no vácuo é c = 300 000
Alaranjada 1,30
km/s e em outro meio qualquer é menor do que
este valor. Conseqüentemente, o valor do índice
Vermelha 1,26
de refração em qualquer meio, exceto o vácuo, é
sempre maior que a unidade (n > 1).
Exemplo: A velocidade da luz no vidro é v =
Valores de índices de refração de um cristal
200 000 km/s. O índice de refração do vidro
para diferentes luzes monocromáticas.
será:

Podemos relacionar o índice de refração

nvidro = c / v = 300 000 / 200 000 = 1,5
relativo com os índices de refração absoluto.
Como v1 = c / n1 e v2 = c / n2, obtemos:
n21 = v1 / v2 = (c / n1) / c / n2) = n2 / n1
Meio Índice de
O índice de refração relativo (n21) é o
material refração (n)
cociente entre os índices de refração do meio (2)
e do meio (1).
ar 1,00

água 1,33
EXERCÍCIOS
glicerina 1,47
1) Quando a luz passa de um meio x (n=3), para
vidro 1,50 / 1,90 um meio y (n=2), ela sofre refração. O índice de
refração relativo de x para y é de:
álcool a) 3/2
1,36
etílico b) 2/3
c) 1
diamante 2,42 d) 2,5
e) 6
acrílico 1,49

2) Um raio de luz monocromático se propaga

Os valores de índices de refração de alguns
meios materiais.
no vidro com velocidade 200.000 km/s. Sendo a
velocidade da luz no vácuo 300.000 km/s, o
índice de refração do vidro para este tipo de luz
é:
a) 2,5

208
b) 3,0
c) 1,5
d) 1,0
3) Um raio de luz monocromática incide numa
lâmina de vidro imersa no ar. Sobre o raio que
deixa a lâmina na outra face, podemos afirmar:
a) é perpendicular ao primeiro
b) é paralelo ao primeiro
c) é colinear com o primeiro
d) ocorre reflexão total na outra face
TEXTO COMPLEMENTAR
―COMO SE FORMAM AS MIRAGENS ?‖
O viajante que atravessa o deserto vê, ao
longe, a silhueta de uma palmeira. E, muito mais
importante que isso, percebe no chão o seu
reflexo, como se a palmeira estivesse às
margens de uma lagoa. A forte sede faz com que
ele imagine uma fonte de água fresca e
cristalina. Apressa o passo cansado e chega
rapidamente à desilusão: a palmeira não se
refletia em água alguma.
O motorista, dirigindo em dia de sol e calor
por uma estrada asfaltada, repara que lá no fim
da reta a estrada está molhada como se estivesse
chovido. As brancas nuvens e o azul do céu
estão refletidos no asfalto cheio de poças de
água. Diminui a velocidade para evitar possíveis
derrapagens, mas, à medida que se aproxima, os
reflexos das nuvens e do céu desaparecem,
como se a estrada tivesse secado
repentinamente.
Ambos são casos de miragens que, como
muitos outros, a óptica explica no capítulo que
trata de refração e reflexão total da luz.
As observações precedentes mostram que a
reflexão total faz com que funcione como um
verdadeiro espelho a superfície da água, nas
condições particulares em que ocorre. Esta
propriedade é comum também às substâncias
muito pouco densas (pouco refringentes), como
os gases. Mas ocorreria a mesma coisa com o
ar?
Olhando ao longo de uma estrada asfaltada
retilínea em dia de muito calor, vê-se que ela, no
fim da reta, parece prateada, como se estivesse
coberta por uma vasta poça de água. A estrada,
porém, está perfeitamente seca: o asfalto
absorve o calor e aquece, por sua vez, uma
pequena camada de ar em contato com a sua
superfície. Este ar torna-se, desta maneira,
menos denso do que o ar da camada situada
imediatamente acima. A luz que vem do
horizonte, na nossa direção, pode então refletir-
se totalmente sobre a superfície que separa a
camada quente da fria. Isso faz com que um
objeto lá colocado (como uma árvore) produza
uma imagem invertida semelhante à que se
produziria se houvesse poças de água sobre a
estrada. Deste fato decorre a impressão de que
esta se encontra molhada.
São estes os mesmos fenômenos que
acontecem nos desertos, onde as grandes
extensões de areia se aquecem ao sol. A imagem
distante de uma palmeira refletida nas camadas
mais quentes da atmosfera cria a ilusão da
existência de um espelho de água que
desaparece quando o observador se aproxima: é
a miragem.
Já a miragem marítima ocorre por uma
distribuição de temperatura inversa. Sobre a
camada de ar resfriada pelo mar acumula-se ar
quente, que pode ter sido transportado por um
vento terrestre quente. Na superfície que está
acima do observador, formam-se, através de
uma reflexão total, imagens invertidas de
navios, que devido à curvatura da Terra ainda
não podem ser vistos. Mas também imagens
diretas e suspensas sobre o horizonte são
possíveis.
É possível a existência de miragens, como as
que vemos nas estradas, em dias de temperatura
muito baixa? Qual a diferença das miragens que
vemos nos desertos daquelas que vemos quando
estamos em um navio?
209
 sen 1 / sen 2 = n21 = n2 / n1

Onde:
1 ângulo de incidência (ângulo que o raio
REFRAÇÃO : LEI DE SNELL incidente faz com a normal, N)
2 ângulo de refração (ângulo que o raio refratado

HISTÓRICO faz com a normal, N)

Willebröd Snell (1580 1626), nasceu em
Leiden na Holanda. Em 1621, descobriu a lei da
refração, mas não publicou e, somente em 1703,
tornou-se conhecida quando Huygens publicou o
resultado em Dióptrica.
René Descartes (1596 1650), nasceu em
Hayie, Touraine (França). Foi filósofo, cientista
e matemático, algumas vezes chamado "o pai da
filosofia moderna". Como cientista, fez
trabalhos no campo da fisiologia e ótica. Em
matemática, foi o primeiro a classificar as
curvas de acordo com as equações que elas
produzem e fez a sistematização da geometria
analítica.
n21 índice de refração relativo
n2 índice de refração do meio 2
n1 índice de refração do meio 1
Logo, segundo Snell Descartes as Leis da
Refração consistem em :
1A LEI: o raio incidente, o raio refratado
e a reta normal são coplanares.
2
A
LE
I:

na . Sen i = nb. Sen r

ENUNCIADO DA LEI DE SNELL –
DESCARTES
A lei de Snell - Descartes relaciona os
ângulos de incidência e refração com os índices
de refração.
DISCUSSÃO DA LEI DE SNELL
DESCARTES
Quando o meio 2 for mais refringente que o
meio 1 (n2 > n1), o raio refratado se aproxima
mais da normal no meio 2, ou seja, 2 < 1.

Refração de um raio quando passa de um

meio (1) menos refringente para uma meio (2),
mais refringente.
Enunciado da lei de Snell Descartes:A razão O raio refratado se aproxima mais da normal
entre o seno do ângulo de incidência ( 1) e o no meio mais refringente.
seno do ângulo de refração ( 2) é constante e
esta constante é igual ao índice de refração
relativo n21, para um dado comprimento de
onda.

210
RAIO INCIDINDO NA DIREÇÃO
DA NORMAL
Quando o raio incidir na direção da normal,
ou seja o ângulo de 1 = 0º. Quando o ângulo de
incidência for nulo, o ângulo de refração
também será nulo, não ocorrendo desvio do raio
luminoso.
Raio incidindo na direção da normal
ÂNGULO LIMITE
Quando o ângulo de incidência (ou de
refração) for igual a 90o, o ângulo de refração
(ou de incidência) será igual ao ângulo limite
(L).
a) O ângulo limite (L) sendo um ângulo de
incidência. b) O ângulo limite (L) sendo um
ângulo de refração.
O ângulo limite (L) é o maior ângulo (de
incidência ou refração) para que ocorra o
fenômeno da refração e corresponde a um
ângulo (de incidência ou de refração) igual a
90º. Observe, que o ângulo limite (L) ocorre
sempre no meio mais refringente.
REFLEXÃO TOTAL
Quando o ângulo de incidência ou de
refração for maior que o ângulo limite (L), o
raio sofre uma reflexão total.
Reflexão total de uma raio que incide com
um ângulo maior que o ângulo limite (L).
Aplicação 1: Através da reflexão total é
explicado porque o brilhante apresenta um
brilho intenso. Sendo o ângulo limite do
diamante pequeno (L = 24o), a maior parte da
luz que penetra no diamante sofre várias
reflexões totais, enquanto, que a refração
corresponde a uma pequena parte da luz. Outro
fator, é que as pedras são lapidadas de tal forma
que a luz incidente numa face seja totalmente
refletida nas outras.
Aplicação 2: A reflexão total também
explica a miragem. Quando o dia está muito
quente no deserto ou em uma estrada asfaltada,
o ar próximo ao asfalto ou à estrada apresenta
densidade menor que nas camadas superiores. A
luz, ao incidir sobre um objeto, sofre refrações
sucessivas e quando chega às camadas de ar
próximas às superfícies do asfalto ou do areia,
sofre reflexão total, fazendo com que estas
superfícies funcionem como espelhos. Você já
deve ter observado esta formação de imagem na
estrada; você tem a impressão que tem uma poça
d'água na estrada.
Imagem especular de um objeto obtida por
211
 reflexão total. se ao atravessar a primeira face, reduzindo o
ângulo com a normal no ponto de incidência, e
Aplicação 3: Este tipo de reflexão é muito volta a refratar-se na segunda face, agora
usada na prática, para substituir os espelhos por segundo uma relação exatamente oposta.
meios transparentes (vidros ou cristais) nos Como as faces são paralelas, o raio que
instrumentos óticos. incide na lâmina será paralelo ao raio que dela
Aplicação 4: Outra aplicação de reflexão emerge, se bem que com um deslocamento
total é a fibra ótica, que é usada nos sistemas de lateral, que depende do ângulo de incidência. A
comunicação e na medicina para examinar figura lustra o mecanismo descrito.
internamente o corpo humano. É constituída de
um fio muito fino de quartzo(1/10 mm de
diâmetro, aproximadamente). Quando um feixe
de luz penetra em uma fibra ótica sofre
múltiplas reflexões totais nas paredes internas,
fazendo com que a luz seja conduzida ao longo
de uma trajetória qualquer.

PRISMA
Prisma é todo corpo transparente no qual se
observam duas faces planas não paralelas,
formando um ângulo entre si. A luz ao
ultrapassar um prisma sofre duas refrações
sucessivas, uma, ao entrar e ,outra, ao sair.

a) Cabo de fibra ótica comercial. ai = i – r

b) Caminho do raio de luz dentro de uma a = a1 + a2
fibra ótica. A = r + r'

Legenda:
LÂMINAS DE FACES PLANAS A: Ângulo de abertura ou Refringência;
a1: Ângulo desvio (1º Face);
PARALELAS
a2: Ângulo desvio (2º Face);
Estes sistemas são formados por dois meios
a : Ângulo desvio Total
transparentes: os raios luminosos propagam-se
no primeiro meio, incidem na primeira face
Conclusão: a = i + i' - A
plana e imergem no segundo meio; depois
Obs.: Pode existir reflexão total em prismas
atravessam a segunda face e continuam o seu
ópticos;
percurso novamente no primeiro meio.
A análise do comportamento de um raio
luminoso neste sistema é muito simples: refrata-

212
 EXERCÍCIOS
1) Um raio luminoso incide na superfície que
separa o meio A do meio B, formando um
ângulo de 60o com a normal no meio A. O
ângulo de refração vale 30 o e o meio A é o ar,
cujo índice de refração é nA = 1. Determine o
índice de refração do meio B (nB). Dados: sen
30o = 0,5 e sen 60o = 0,9.
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
2) Quando se propaga de um meio A para um
meio B, incidindo sob ângulo de 45o com a
normal, um raio luminoso se refrata formando
com a normal um ângulo de 60o . Sendo 1,4 o
índice de refração do meio B, determine o índice
de refração do meio A . ). Dados: sen 45o = 0,7 e
sem 60o = 0,9.
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
3) Um raio luminoso passa do vidro para o ar,
sendo o ângulo de incidência 30o e o de refração
45o . Calcule o índice de refração do vidro em
relação ao ar. Dados: sen 30o = 0,5 e sen 45o =
0,7.
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
TEXTO COMPLEMENTAR
―Como se forma o Arco-Íris?‖
A luz branca é uma mistura de muitas cores.
Quando a luz branca, atravessando o ar, passa
obliquamente por uma substância de densidade
diferente, como um prisma de vidro ou uma
massa de água, as várias cores se separam
produzindo o espectro. Forma-se um espectro de
grandes proporções quando a natureza expõe um
arco-íris no céu. Nesse caso os "prismas" da
natureza são as milhares de gotículas de água
que permanecem no ar depois da chuva. Cada
gotícula decompõe a luz branca do Sol num
pequenino espectro. O arco-íris ocorre devido à
refração da luz nas gotículas de água no ar.
Inicialmente, a luz branca proveniente do Sol
sofre refração ao atingir cada gota de água,
prosseguindo no interior dela. Quando atinge a
outra superfície de separação da gota, ela sofre
reflexão total e continua em seu interior. Ao
atingir outro ponto da superfície de separação,
as luzes coloridas sofrem nova refração e saem
da gota, retornando à atmosfera separadamente,
produzindo o efeito característico do arco-íris.
Um observador situado na superfície da Terra
não recebe todas as cores provenientes de uma
só gota, pois estas cores, ao atingirem o solo,
estão muito separadas umas das outras. A luz
vermelha que chega ao observador é proveniente
de gotas mais altas e a luz violeta, de gotas mais
baixas. Os arco-íris só podem ser vistos quando
se está de costas para o Sol e de frente para as
gotas de chuva iluminadas. Do alto de uma
montanha ou a bordo de um avião é possível
ver-se o arco-íris completo, em toda sua
circunferência. Da superfície da Terra, só
enxergamos parte dele, ou seja, um "arco",
porque a própria Terra intercepta grande parte
dos raios solares.
Escreva com suas próprias palavras por
que se forma um arco-íris após a chuva, em
um dia ensolarado?
213

DIFERENÇA DE
POTENCIAL OU VOLTAGEM
Esta aula é fundamental para o entendimento
das aulas de eletrodinâmica. Vamos, então
começar analisando a figura abaixo.
a
E
d a
b U
Colocando uma carga q no ponto a de um
campo elétrico E, temos uma energia potencial
elétrica armazenada no sistema. Se ocorrer um
deslocamento espontâneo desta carga, significa
que a força elétrica realizou um trabalho, ou
seja, entre dois pontos deste deslocamento
houve uma variação da energia potencial
elétrica. Este fato leva a uma constatação: os
pontos de um campo elétrico possuem uma
característica escalar, denominada potencial
elétrico U. Portanto se uma carga em repouso se
desloca espontaneamente num campo elétrico,
podemos dizer que entre dois pontos quaisquer
deste campo existe uma diferença de potencial
(ddp) ou tensão (U).
Então, definimos a diferença de potencial
(ddp) entre dois pontos de um campo elétrico
uniforme como sendo o trabalho realizado pela
força elétrica entre dois pontos considerados por
unidade de carga. Ou seja:
b
q
Como cada ponto de um campo elétrico
possui uma característica escalar denominada
potencial (U), entre dois pontos a e b da figura
acima, também podemos dizer que a ddp é:
U ua ub
No SI, a unidade da ddp é o Joule (J) por
Coulomb (J/C), também conhecida por Volt (V),
em homenagem a Alessandro Volta.
214
 É bom lembrar que, para calcular o potencial c) 70 mJ
de um ponto do campo elétrico: d) 80 mJ
- Tomamos outro ponto qualquer como e) 90 mJ
referência, atribuindo a seu potencial elétrico um
valor arbitrário; 3) A figura deste exercício mostra as linhas de
- Consideramos que o ponto de referência força de um campo elétrico uniforme, cuja
adotado está suficientemente longe do ponto a intensidade vale E = 1,5.104 N/C. Observe a
ser estudado, de tal forma que se encontra fora figura e determine:
do campo elétrico considerado, isto é,
consideramos que o ponto de referência está no a) VAB
infinito. b) VBC A 5,0 cm B
- Convencionamos, para simplificar o cálculo, c) VAC
que o potencial do ponto de referência é nulo.
10
cm
VOLTAGEM EM UM CAMPO C
UNIFORME
Para um campo elétrico uniforme, constituído
por duas placas metálicas paralelas (A e B),
sabemos que = F.d, más como F = q.E, nós VOLTAGEM NO CAMPO DE UMA
temos = q.E.d. Então, a ddp entre as placas A e CARGA PUNTUAL
B é:
A partir desta expressão, verificamos que a Considere uma partícula fixa de carga Q e um
unidade de campo elétrico também pode ser ponto P, no interior do campo elétrico gerado
Volt por metro (V/m). por Q, distante d da partícula. O potencial
elétrico em P é dado por:

U E d P
Q d

EXERCÍCIOS Campo Elétrico

1) Lembrando-se dos comentários desta aula, E/eEelétrico
explique o significado de dizer que entre os
pólos de uma pilha de lanterna existe uma k Q
voltagem de 1,5V.
V
_______________________________________
d
_______________________________________
_______________________________________
O potencial é uma grandeza escalar; então, na
_______________________________________
_______________________________________ expressão acima, o valor da carga Que deve ser
tratado algebricamente. Sendo assim, o sinal da
_______________________________________
carga e os sinais dos potenciais gerados por ela
serão iguais.
2) Uma partícula eletrizada com carga q=7,5mC
encontra-se num campo elétrico. A partícula é
POTENCIAL ESTABELECIDO POR
deslocada de um ponto A (VA=30V) até um
VÁRIAS CARGAS PUNTUAIS
ponto B (VB=18V). Qual o trabalho da força
elétrica? "Para obtermos o potencial produzido por
várias cargas num mesmo ponto P, calculamos
a) 40 mJ
inicialmente o potencial que cada uma
b) 60 mJ
215
 produziria se estivesse sozinha, a seguir
somamos os potenciais calculados‖. a) O potencial em A.
b) O potencial em B.
c) A diferença de potencial VBA.
P

d3 d1
d2 2) Calcule o potencial do ponto P da figura
abaixo. Dados: Q1=10.10µC; Q2= -30.10µC;
+ + Q3=5.10µC. O meio é o vácuo:
Q3 - Q1
1m P
Q2 a) 0V
b) 5V + 1m
c) 10V Q1 2m
d) 20V
VP = V1 + V2 + V3 e) 25V +
Q3
-
Q2

SUPERFICIES EQÜIPOTENCIAIS
Uma superfície é dita eqüipotencial quando
todos os seus pontos têm o mesmo potencial.
Quando uma carga se desloca numa superfície
eqüipotencial, o trabalho é nulo.
As linhas de força do campo elétrico são
perpendiculares às superfícies eqüipotenciais.
E Superfícies
eqüipotenciais
E E
E
+ E
3) Considere um bloco metálico, eletrizado
positivamente, em equilíbrio eletrostático. Os
pontos A e B estão situados na superfície deste
bloco e C em um ponto em seu interior. Sabendo
que o potencial de A, em relação a um certo
nível, vale VA = 800 V, responda:
a) Qual é o potencial do ponto B (em relação ao
mesmo nível)?
b) E o potencial do ponto C (considere ainda o
mesmo nível)?
c) Se uma carga de prova for transportada de A
para B, qual será o trabalho TAB realizado pelo
campo elétrico sobre ela?
A

B
E . C
E
E

EXERCÍCIOS

1) Uma carga puntual Q, vale Q = 3,0mC, e as

distâncias dos pontos A e B a esta carga são ra
= 15cm e rb = 45cm. Suponha a carga no ar e
determine:

Q
A B
-

216

CORRENTE ELÉTRICA
Sem a energia elétrica fornecida pelas usinas
e pelas baterias, o cenário acima seria muito
diferente.
A Corrente elétrica é o movimento de cargas
elétricas dentro de um caminho fechado, que
recebe o nome de circuito elétrico. No caso de
condutores metálicos, são os elétrons que se
―movimentam‖, enquanto nas soluções iônicas e
nos gases ionizados há movimento de cargas
positivas (cátions) e negativas (ânions).
A Medida da corrente elétrica é feita
observando-se o a quantidade de cargas elétricas
que atravessam uma seção reta de um condutor
em um determinado tempo.
Medida, no S.I., em Coulomb/segundo ou
ampère (1C/s = 1A) ou um de seus
submúltiplos:
miliampère - mA- (10-3A).
microampère - µA- (10-6A).
nanoampère - nA-(10-9A).
Convencionou-se, inicialmente que a corrente
elétrica correspondia ao deslocamento dos
elétrons das cargas positivas, do pólo positivo
para o negativo, ou seja do maior potencial para
o menor (sentido convencional da corrente).
Apesar de se descobrir que, na verdade, ocorre o
contrário, ou seja, o movimento de cargas
negativas do pólo negativo para o positivo - do
potencial menor para o maior - (sentido real da
corrente), o sentido adota usualmente é os
sentido convencional da corrente.
+ -
sentido real da corrente + -
sentido convencional da corrente
INTENSIDADE DA CORRENTE
ELÉTRICA
A figura abaixo representa a ampliação de um
pedaço de fio condutor, vamos considerar neste
desenho uma seção transversal em qualquer
ponto.
Durante um certo intervalo de tempo t, passa
pela seção considerada um número n de
elétrons, que totalizam uma carga Q negativa de
módulo |Q|=n.e, em que e é a carga elementar.
-
-
- -
Define-se então que intensidade de corrente
elétrica através de uma seção considerada é o
quociente do módulo da carga elétrica pelo
intervalo de tempo em que isso ocorre. Assim:
Q
I com Q n e
t
No SI, a corrente é medida em ampère
(símbolo A), nome dado em homenagem ao
físico André Marie Ampère (1775 – 1836).
GRÁFICO
Vamos, agora, mostrar a representação
gráfica da corrente elétrica, para isso vamos
construir um diagrama i x t.
A representação terá a seguinte propriedade.
217
 A área compreendida entre o gráfico e o eixo rede elétrica é igual a 60 ciclos por segundo ou
do tempo, calculada em certo intervalo de tempo 60 Hz.
t, fornece o módulo da carga elétrica que
atravessou uma seção transversal do condutor no EXERCÍCIOS
intervalo citado.
1) Um motor elétrico é atravessado por 2.1020
i elétrons em 4s. Determine a intensidade da
corrente que passa pelo motor.
a) 12A
b) 10A
Área = |Q|
c) 8A
d) 6A
t e) 4A

2) Efetue as seguintes transformações:

a) 50 mA em A
TEXTO COMPLEMENTAR b) 240 mA em A
c) 0,78 A em mA
Freqüência da rede elétrica d) 0,0049 A em Ma

3) Num relâmpago avalia-se que, em apenas 1

Provavelmente você tem a informação de que
a rede elétrica no Brasil é de 60 Hz (sessenta
Hertz). Isso significa que, por exemplo, em um
chuveiro elétrico ligado, o valor algébrico da
corrente estabelecida varia com o tempo
conforme um gráfico do tipo:
décimo de milésimo de segundo, (10-4) descem
de uma nuvem para a Terra, em média, cerca de
20 quintiliões, (20.1018) de elétrons. Qual a
corrente elétrica média equivalente a esse
fantástico movimento de cargas elétricas?
a) 32000 A
b) 16000 A
c) 8000 A
d) 4000 A
e) n.d.a

0 1/60 t(s)

1 ciclo

Note que uma variação completa de i (ciclo)

demora 1/60 s. Assim, ocorrem 60 ciclos a cada
segundo. Dizemos, então, que a freqüência da

218
 resistência elétrica de um resistor é constante a
uma determinada temperatura, ou
matematicamente:

V ou
RESISTORES R V R i
i

Graficamente, como a tensão é diretamente

Resistor é todo condutor que tem
proporcional à corrente, o gráfico V x i, será
exclusivamente a função de converter energia
uma reta cuja inclinação é o valor constante da
elétrica em energia térmica (efeito Joule).
resistência.
O efeito Joule é decorrente da colisão de
elétrons da corrente com outras partículas do
condutor. Durante a colisão, a transformação de
energia elétrica em calor é integral. Condutores V(V)
com essa capacidade são denominados
resistores.

RESISTÊNCIA ELÉTRICA (R)

Como o resistor é essencialmente um condutor
de elétrons, existem os bons e os maus
condutores, isto é, aqueles que facilitam ou
dificultam a passagem de corrente elétrica. A
medida do grau de dificuldade à passagem dos
elétrons denomina-se resistência elétrica (R).
Em circuitos elétricos, representa-se um
resistor de resistência elétrica R da seguinte
forma:
R ohm (símbolo: )
R Sendo V = 1V (volt), i = 1A (ampère) e R=
São exemplos de resistores: lâmpada
incandescente, chuveiro e torneira elétrica, ferro
elétrico etc. Esses dispositivos elétricos foram
construídos aproveitando-se a ocorrência do
efeito Joule; mas os fios condutores, que apenas
transmitem energia elétrica, devem ter baixa
resistência elétrica para evitar perdas sob forma
de calor.
1ª LEI DE OHM
A 1ª Lei de Ohm diz que ―a intensidade da
corrente elétrica que percorrer um resistor, a
temperatura constante, é diretamente
proporcional à tensão (d.d.p.) entre seus
terminais‖. O que significa dizer que a
i(A)
0
R tg
UNIDADE DE RESISTÊNCIA
ELÉTRICA
No SI, a unidade de resistência elétrica é o
V/i
tem-se: R = 1V/1A = 1 (ohm)
Os Resistores que apresentam este
comportamento previsto na 1ª lei de Ohm são
denominados resistores ôhmicos. Os resistores
que não apresentam tal comportamento são
denominados não-ôhmicos.
2ª LEI DE OHM
A 2ª Lei de Ohm diz que ―a resistência
elétrica (R) de um condutor é diretamente
proporcional ao seu comprimento ( L ) e
inversamente proporcional à área de sua seção
transversal (A)‖. O fator de proporção é a

219
resistividade elétrica (), característica de cada
material.
L
A expressão matemática é:
 morte se o socorro é imediato. Pessoas
R acometidas por choques causados por altas
A tensões reagem, em geral, mais rapidamente à
TEXTO COMPLEMENTAR
Efeitos fisiológicos da corrente elétrica
Quando se estabelece uma diferença de
potencial entre dois pontos do corpo humano,
flui através dele uma corrente elétrica, cuja
intensidade depende desta diferença de potencial
e da resistência elétrica entre os pontos citados.
A sensação de choque e suas conseqüências são
devidas à corrente elétrica que circula através do
corpo.
A resistência elétrica entre dois pontos do
corpo depende dos pontos considerados e,
também, da umidade da pele. Excluindo a
resistência da pele, a resistência entre as orelhas,
por exemplo, vale cerca de 100 ; entre a mão e
o pé, seu valor aproximado é de 500 . A
resistência da pele seca tem um valor próximo
de 500000 , ao passo que a da pele úmida
aproxima-se de 1000 .
A sensação de choque elétrico surge quando
passam pelo corpo correntes de intensidades
superiores a 1mA. Acima de 10mA, observa-se
dor e dificuldade de soltar-se, o que se atribui à
contração muscular. Por volta de 20mA a
respiração torna-se difícil, podendo cessar
totalmente antes mesmo que atinja 80mA.
As correntes fatais são aquelas cujas
intensidades situam-se entre 100mA e 200mA.
Por volta de 100mA, as paredes ventriculares do
coração passam a executar contrações
descontroladas, o que se denomina fibrilação.
Correntes acima de 200mA já não são tão
perigosas, pois a s contrações musculares são
tão violentas que o coração fica travado, não
ocorrendo fibrilação, aumentando, assim, as
possibilidades de sobrevivência.
Observe que ao contrário do que se pensa
comumente, as correntes elétricas mais
perigosas tem intensidades relativamente baixas
(100mA a 200mA), podendo ser obtidas em
eletrodomésticos comuns de 127V ou 220V. As
correntes mais intensas, embora provoquem
desmaios e fortes queimaduras, não causam a
respiração artificial do que aquelas afetadas por
choques motivados por baixas tensões.
O socorro de uma vítima de choque começa
pelo corte da tensão que o causou. Isso deve ser
feito interrompendo-se o circuito. Na
impossibilidade dessa interrupção, sugere-se
puxar ou empurrar a pessoa com material
isolante, como por exemplo, uma corda, ou um
pedaço de madeira seca. Esse primeiro socorro
deve ser feito o mais rápido possível, pois a
resistência da pele na região do contato elétrico
diminui, o que provoca elevação na intensidade
de corrente.
Entretanto deve-se tomar o cuidado de
provocar contatos indevidos com a pessoa
afetada pelo choque, pois a reação instintiva de
puxá-la manualmente pode provocar mais uma
vítima.
Se, após livrar-se da corrente, a pessoa estiver
inconsciente e sem respirar, a respiração
artificial deverá iniciar-se imediatamente. O
processo de ressuscitação não deve ser
interrompido, até que um médico admita não
haver mais esperanças. Isso pode durar até oito
horas. Observe-se que uma eventual ausência de
pulso não significa, necessariamente, que a
vítima não sobreviverá.
220
 EXERCÍCIOS outra se apaga. A resistência equivalente à
associação é a soma das resistências individuais,
1) A corrente elétrica i, em função da diferença a intensidade da corrente elétrica da associação é
de potencial V aplicada aos extremos de dois a mesma de todos os resistores e a d.d.p. no
resistores, R1 e R2, está representada na figura. resistor equivalente é a soma das d.d.p. em cada
Calcule, respectivamente, R1 e R2. resistor.
a)
b)
c) V3
i V1 i V2 i
d V
e) R1 V
R1 R2 R3
80 R2 3
40 VE
i
20
RE
0 2 4 10 i

RE R1 R2 R3
2) Dois fios A e B, de mesmo material, têm,
respectivamente, comprimentos x e 2x e área de
seção transversal a e 4a Sendo Ra e Rb suas
VE V1 V2 V3
resistências elétricas, calcule a relação Ra/Rb.

a) 5 b) 4 c) 3 d) 2 e) 1 ASSOCIAÇÃO EM PARALELO
Na Associação em paralelo, os resistores são
ligados de forma a permitir caminhos
3) (MACK-SP) Para uma mesma diferença de independentes para a corrente elétrica. Quando
potencial, se dobrarmos a resistência elétrica, a duas lâmpadas são ligas em paralelo uma
intensidade da corrente elétrica será: funciona independente da outra, se uma
a) O dobro queimar, a outra continua acesa. As ligações das
b) A metade residências são feitas em paralelo para permitir o
c) O quádruplo funcionamento independente de vários
d) A quarta parte aparelhos. A resistência equivalente em paralelo
e) A mesma é o inverso da soma dos inversos das
resistências individuais, a intensidade da
corrente elétrica da associação é a soma da
ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES intensidade da corrente elétrica de cada resistor
Para se obter resistências de certos valores, e a d.d.p no resistor equivalente é igual à d.d.p.
que não se encontram no mercado, faz-se entre em cada resistor.
necessária a associação de dois ou mais R1
resistores para a obtenção de um outro resistor i1 V
equivalente com a resistência desejada. R2
i2 V
R3
i3 V
ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE
Na Associação em série, os resistores são
ligados de forma que a corrente passe somente RE
iE V
por um caminho, possuindo a mesma
intensidade em todos os resistores. Quando duas
lâmpadas são ligadas em série, se uma queima, a

221
 1 1 1 1
RE R1 R2 R3

EXERCÍCIO

1 - Determine a resistência entre os pontos A e

B na associação da figura a seguir.

a) 5
b) 4
c) 3
d) 2
e) 1

2 ) Um estudante recebeu de seu professor três

resistores de resistências 12 cada um. Calcule
a resistência do resistor equivalente em cada
caso.a) Os três em paralelo; b) Dois em paralelo
com um em série.
a)
b)
c)
d)
e) nda.

3) Considere o circuito abaixo e determine o

valor de R, de forma que as correntes nos
resistores de  e 1 sejam iguais.
a)
b
c
d
e

222
 equação fundamental da calorimetria, vista na
aula passada, o que resulta na seguinte
expressão:

C = m. c
CAPACIDADE TÉRMICA

EXERCÍCIOS
A cada quantidade de calor Q que um corpo
recebe ou perde, ele sofre uma variação θ de
1) Um corpo de massa 50 g recebe 300 cal e a
temperatura. Portanto define-se como
sua temperatura se eleva de –10 C até 20 C.
capacidade térmica ( C ), a razão entre a
quantidade de calor que ele troca e a sua Determine:
a) a capacidade térmica do corpo
respectiva variação de temperatura.
b) o calor específico do material
C = Q/ θ
2) ( SANTA CASA – SP ) Um corpo
Onde :
recebe calor de uma fonte ã razão de 20 calorias
C é a capacidade térmica
por segundo sem trocar com outros corpos. A
Q é quantidade de calor
temperatura t do corpo em função do tempo ( em
θ é a variação de temperatura
segundos ) está descrita no gráfico

Unidades :

No SI J/K
Usual cal / C

Ainda podemos relacionar a capacidade

térmica com a massa de determinado corpo e o
seu calor específico, criando um relação com a A capacidade térmica do corpo em cal/ C é :
a) 0,050
223
b) 0,50
c) 2,0
d) 10
e) 20

3) ( SANTA CASA – SP ) Um aquecedor CALOR LATENTE E

elétrico fornece 180 joules por segundo e está
imerso em um calorímetro contendo 200 g de
um líquido x. O calorímetro é aquecido durante
36 Seg. e sua temperatura sofre um acréscimo de
12 C. O calor específico do líquido x é 2,5
J/g C. Supondo que o líquido não sofra
vaporização, a capacidade térmica do sistema
aquecedor-calorímetro, em J/K, é:
a) 40
b) 60
c) 80
d) 100
e) 400
TROCAS DE CALOR
TROCAS DE CALOR
A troca de calor entre corpos, consiste na
troca de quantidades de calor entre dois ou mais
corpos que estiverem em um sistema isolado, ou
seja, se colocarmos dois ou mais corpos, com
temperaturas diferentes dentro de um sistema
isolado ( que não troca calor com o meio
externo), eles trocarão calor entre si, até que
todos tenham a mesma temperatura (equilíbrio
térmico). Podemos concluir também, que, como
o sistema é isolado, a quantidade de calor que
um corpo cede, é exatamente a quantidade de
calor que o(s) outro(s) recebe(m).

Qcedida | = |Qrecebida|

-Qc = +Qr

Qc + Qr = 0

ΣQ = 0 → princípio da conservação da energia

CALOR LATENTE
Quando um corpo troca calor, acontecem
dois fenômenos, um deles é a mudança de
temperatura, que vimos na aula 2, através da
quantidade de calor sensível ( Q=m.c.∆t), e o
outro, é a mudança de estado.
Isto é, em determinadas situações, apesar do
corpo trocar calor, a sua temperatura
permanece constante, é o que ocorre na
mudança de uma fase para outra. A essa troca de
calor, chamamos, de calor latente .
A quantidade de calor trocada, é dada por:

Q = m. L

224
Onde:
- m é a massa do corpo
- L é o calor latente de mudança de estado
O calor latente de mudança de estado ( L )
é uma constante do material que constitui o
corpo, e representa a quantidade de calor que
cada grama do corpo cede ( - ) ou recebe ( + )
para mudar de estado. Por exemplo:
- Fusão do gelo a 0ºC → Lf = 80 cal/g
- Solidificação da água a 0ºC → Ls = - 80
cal/g
EXERCÍCIOS
1) (UFPR) Misturamos num calorímetro ideal,
100 g de água a 80 ºC e 400 g de água a 10ºC.
Determine a temperatura final de equilíbrio
térmico.
2) (Fuvest) Misturam-se 200g de água a 0ºC
com 250 g de um certo líquido a 40ºC obtendo-
se o equilíbrio térmico a 20ºC. Desprezando-se
as trocas de calor com outros sistemas,
determine, em cal/gºC, o calor específico do
líquido.
3) (UnB) Deseja-se transformar 100 g de gelo a
-20ºC em água a 30 ºC. Determine, em kcal, a
quantidade de calor necessária. São dados:
calor específico do gelo = 0,5 cal/gºC
calor específico da água = 1,0 cal/gºC
calor de fusão do gelo = 80 cal/g
TRANSMISSÃO DE CALOR
Como visto anteriormente, o calor é uma
energia viajante, que se transfere facilmente de
um corpo para outro, devido à diferença de
temperatura entre eles. Esse sentido se dá
sempre do de maior para o de menor
temperatura, e pode ocorrer de três formas:
condução, convecção e irradiação.
CONDUÇÃO
É o tipo de transmissão que acontece entre
moléculas, isto é, o calor passa de uma para
outra, sem que elas saiam do lugar, como
quando se aquece uma barra metálica, colocando
apenas sua ponta no fogo. No começo, apenas a
ponta que está no fogo fica quente, mas após
alguns instantes, o calor alcança a outra
extremidade da barra.
Fluxo de Calor
Define-se fluxo de calor, como sendo a razão
entre a quantidade de calor transferida ( Q ) e o
tempo em que ocorre a transformação, ou seja :
=Q/t
O fluxo de calor, varia segundo alguns itens,
como por exemplo, tipo de material ( K ), área
de seção transversal ( A ), diferença de
temperatura e distância entre as fontes ( e ),
então, também é correto dizermos que:
= (K.A. t)/e
Onde,
é fluxo de calor
Q é a quantidade de calor
t é o tempo
K é a constante do material
A é a área de seção transversal
e é à distância entre as fontes
t é a variação de temperatura
A unidade utilizada, pode ser cal/s no SI, ou
225
watt.
CONVECÇÃO
Quando colocamos no fogo um recipiente
contendo água, por exemplo, ela se aquece por
condução. Porém, como a água que está em
baixo se aquece mais rapidamente que a de
cima, esta se torna menos densa e sobe, já a de
cima, mais densa, se desloca para baixo.
Forma-se ai, correntes de convecção que
facilitam o aquecimento.
Portanto, a convecção, é uma forma de
transmissão de calor que ocorre nos fluídos
com transporte de matéria devido à diferença
de densidade.
Como exemplo, podemos citar a geladeira.
No seu interior, o ar que está em contato com o
congelador, se resfria e torna-se mais denso e se
desloca para baixo. Na parte inferior, as
moléculas mais quentes, consequentemente
menos densas, sobem, formando ai uma corrente
de convecção. Portanto, o melhor lugar para se
guardar a sua cerveja, excetuando o congelador,
é à parte de baixo da sua geladeira !!
Obs.: A convecção não ocorre no vácuo.
IRRADIAÇÃO
Irradiação é o processo de transmissão de
calor, através de ondas eletromagnéticas (
faixa do infravermelho ), e portanto, o único que
ocorre no vácuo. Nesse tipo de transmissão de
calor, ocorre apenas o transporte de energia, sem
a necessidade de transporte de matéria, o que
não ocorre nos dois itens anteriores. Na
condução, precisamos do material, pois a
transmissão se dá ao longo dele, e na
convecção, ocorre o transporte de energia e
matéria, sendo impossíveis, consequentemente,
de ocorrer no vácuo.
Como exemplo de irradiação, podemos citar
o calor do sol, ou de uma lareira, que nos
fornecem calor através de ondas
eletromagnéticas.
EXERCÍCIOS
1) Uma barra de cobre (K= 0,92 cal/s.cm.ºC) de
23 cm de comprimento e 5 cm2 de área de
secção transversal tem uma de suas
extremidades em contato com uma barra de
gelo(Lfusão =80cal/g) a 0ºC, e a outra em contato
com vapor d‘água em ebulição. Determine:
a) o fluxo de calor.
b) A massa de gelo que derrete em 40 min.
2) Considere três fenômenos simples:
I- Circulação de ar em geladeira.
II- Aquecimento de uma barra de ferro.
III- Variação da temperatura do corpo humano
no
IV- banho de sol.
Associe, nesta mesma ordem, o tipo de
transferência de calor que primeiramente
ocorre nestes fenômenos:
a) convecção, condução, radiação
b) Convecção, radiação, condução
c) Condução, convecção, radiação
d) Radiação, convecção, condução
e) Condução, radiação, convecção
3) Uma barra de alumínio (K = 0,5 cal/s.cm ºC)
de 50 cm de comprimento e área de secção
transversal de 5 cm2 , tem uma de suas
extremidades em contato térmico com uma
câmara de vapor d‘água em ebulição. A outra
extremidade está em contato com uma mistura
de gelop e água a 0 ºC. Determine, em cal/s, o
fluxo de calor através da barra.
a) 5,0
b) 10
c) 20
d) 50
e) 80
226

PERÍODO SIMPLES:
SUJEITO E PREDICADO
Sintaxe
O estudo das classes de palavras focalizou
apresentar qual a característica intrínseca de
cada termo, incluindo-o em um grupo. Agora,
passaremos a estudar a sintaxe (lê-se sintásse),
ou seja, veremos qual a relação das palavras em
um conjunto e a função que elas estabelecem.
Frase, Oração e Período
Frase
Chamamos frase a cada uma das unidades da
fala que expressam uma idéia, uma emoção,
uma ordem, um apelo, enfim, um enunciado de
sentido completo que estabelece comunicação,
podendo apresentar verbo ou não. Ex.: ―Bom
dia!‖, ―No fundo do mato-virgem nasceu
Macunaíma, herói de nossa gente‖.
Oração
Sempre que a frase, ou membro da frase,
apresentar verbo (ou locução verbal) teremos
uma oração. Não podemos ter dois verbos (ou
duas locuções verbais) numa única oração, pois
cada verbo (ou locução verbal) é uma oração.
Ex.: ―Fogo!‖ – é uma frase e não é uma oração.
―O homem pediu fogo‖. – é uma frase
constituída do uma oração.
―É necessário que você acenda o fogo‖. – é uma
frase constituída de duas orações.
Período
Chamamos período à frase constituída de uma
ou mais orações, formando um todo, com
sentido completo. O período pode ser simples ou
composto.
O período simples é constituído por apenas
uma oração: ―O galo cantou.‖
O período composto é constituído por duas ou
mais orações: ‖O galo cantou quando o leiteiro
chegou.‖
A oração apresenta, em geral, dois elementos
essenciais: sujeito e predicado:
Sujeito
É o tema do que se vai falar; o ser de quem se
declara algo. O verbo concorda com o sujeito
em número e pessoa. Exemplo:
―Eu tinha onze anos‖.
(sujeito) ( predicado)
227
Tipos de Sujeito
Sujeito Simples: apresenta um único núcleo,
isto é um único vocábulo diretamente
relacionado com o verbo. Ex.: ―A menina
sorriu‖, ―O amar faz bem‖, ―Os dois choraram‖
Sujeito Composto: apresenta mais de um
núcleo. Ex.: "Romeu e Julieta morreram do mal
de amor", "Os morangos e as uvas estavam
deliciosos", "Ela e eu somos muito parecidos".
Sujeito Oculto, Elíptico ou Desinencial:
quando o núcleo do sujeito está implícito, mas
pode ser reconhecido pela desinência verbal ou
pelo contexto. Ex.: ―Abolimos todas as regras‖.
(nós)
Sujeito Indeterminado: ocorre quando não é
possível determinar a quem se refere o
predicado. Isso ocorre em duas situações:
a) com o verbo na terceira pessoa do plural,
desde que o sujeito não tenha sido identificado
anteriormente. Ex.: "Desviaram muitos recursos
da assistência social"
b) com o verbo na terceira pessoa do singular,
acompanhado do pronome SE, desde que o
verbo não tenha objeto direto. Ex.: "Come-se
bem aqui", "Precisa-se de homens criativos".
Oração sem Sujeito: a oração é toda um
predicado, formado por um verbo impessoal.
Ocorre com:
a) verbos que indicam fenômenos da natureza.
Ex.: "Choveu muito neste verão", "Amanheceu".
b) os verbos SER, ESTAR, FAZER e HAVER,
usados para indicar fenômenos meteorológicos
ou relativos ao tempo em geral. Ex.: "Faz frio
nas serras da região Sul", "Há muitos anos
esperamos mudanças significativas", "São três
horas, preciso partir", "Está tarde".
c) o verbo haver no sentido de existir,
acontecer. Ex.: "Havia pouca gente no parque
público", "Houve poucas matrículas para o
vestibular deste ano".
No estudo de verbos, vimos que o verbo
haver com sentido de existir não se flexiona em
número nem pessoa. Isso acontece por este
motivo: não possui sujeito. O complemento é
um objeto direto!
Predicado
É a declaração que se refere ao tema
(sujeito), ou seja, tudo o que se atribui ao
sujeito. Ex.:
A vida é curta. (nominal)
O lavrador trabalha no campo. (verbal)
TRABALHANDO COM TEXTOS
Léxico
Ao redigir um texto, devemos atentar para a
elegância. Geralmente a repetição, por não haver
significado, torna-se um vício de linguagem,
demonstrando pobreza no vocabulário do autor.
Por isso, é importante ter um léxico
(vocabulário) amplo, para utilizarmos dos
recursos de retomada de um termo já dito.
Podemos utilizar:
Sinônimos: são palavras com significados
parecidos: calmo, tranquilo, sereno, sossegado;
idoso, velho, ancião.
Antônimos: são palavras de significados
opostos: ocidental, oriental; grosso, fino; preto,
branco.
Imagine um texto assim: O Brasil é muito
grande e por isso a população do Brasil é muito
grande. O Brasil já foi colônia de Portugal, mas
hoje o Brasil é independente de Portugal. Em
vez de repetir, poderíamos usar sinônimos,
como país, nação, pátria, ou termos que se
refiram ao Brasil, como aqui. Vejamos outro
recurso:
Hipônimo: termo mais específico.
Hiperônimo: termo mais abrangente.
Como exemplo, veja uma lista de termos que
vai do mais específico ao mais abrangente:
―Londrina – Paraná – Brasil – América – Terra –
Sistema Solar‖. Podemos dizer que Londrina é
hipônimo de todos os outros vocábulos, assim
como Sistema Solar é hiperônimo de todos os
outros, e ainda que Brasil é hipônimo de
América e hiperônimo de Paraná. Em um texto,
podemos notar que geralmente aparece primeiro
o hipônimo (específico), que vai se abrangendo
ao decorrer do texto, com hiperônimos.
Exemplo: ―O João, do Palmeiras, levou cartão
228
vermelho no último jogo por tomar atitudes
racistas. O palmeirense se defendeu dizendo que
havia sido insultando antes pelo adversário. O
árbitro, contudo, indeferiu as súplica do
jogador‖. Perceba a sequência de usos: ―João –
palmeirense – jogador‖, o primeiro é mais
específico e o último, o mais abrangente.
Texto 1
Um apólogo
(Machado de Assis)
Era uma vez uma agulha, que disse a um
novelo de linha:
− Por que está você com esse ar, toda cheia de
si, toda enrolada, para fingir que vale alguma
coisa neste mundo?
− Deixe-me, senhora.
− Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe
digo que está com um ar insuportável? Repito
que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
− Que cabeça, senhora? A senhora não é
alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que
lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que
Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe
a dos outros.
− Mas você é orgulhosa.
− Decerto que sou.
− Mas por quê?
− É boa! Porque coso. Então os vestidos e
enfeites de nossa ama, quem é que os cose,
senão eu?
− Você? Esta agora é melhor. Você é que os
cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e
muito eu?
− Você fura o pano, nada mais; eu é que coso,
prendo um pedaço ao outro, dou feição aos
babados...
− Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano,
vou adiante, puxando por você, que vem atrás,
obedecendo ao que eu faço e mando...
− Também os batedores vão adiante do
imperador.
− Você é imperador?
− Não digo isso. Mas a verdade é que você faz
um papel subalterno, indo adiante; vai só
mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho
obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo,
ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à
casa da baronesa. Não sei se disse que isto se
passava em casa de uma baronesa, que tinha a
modista ao pé de si, para não andar atrás dela.
Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da
agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha,
e entrou a coser. Uma e outra iam andando
orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor
das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis
como os galgos de Diana − para dar a isto uma
cor poética. E dizia a agulha:
− Então, senhora linha, ainda teima no que dizia
há pouco? Não repara que esta distinta
costureira só se importa comigo; eu é que vou
aqui entre os dedos dela, unidinha a eles,
furando abaixo e acima.
A linha não respondia nada; ia andando.
Buraco aberto pela agulha era logo enchido por
ela, silenciosa e ativa como quem sabe o que
faz, e não está para ouvir palavras loucas. A
agulha, vendo que ela não lhe dava resposta,
calou-se também, e foi andando. E era tudo
silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais
que o plic-plic plic-plic da agulha no pano.
Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para
o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro,
até que no quarto acabou a obra, e ficou
esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se.
A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a
agulha espetada no corpinho, para dar algum
ponto necessário. E quando compunha o vestido
da bela dama, e puxava a um lado ou outro,
arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando,
acolchetando, a linha, para mofar da agulha,
perguntou-lhe:
− Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile,
no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e
da elegância? Quem é que vai dançar com
ministros e diplomatas, enquanto você volta para
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio
das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um
alfinete, de cabeça grande e não menor
experiência, murmurou à pobre agulha:
− Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir
caminho para ela e ela é que vai gozar da vida,
enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze
como eu, que não abro caminho para ninguém.
Onde me espetam, fico.
229
 Contei esta história a um professor de
melancolia, que me disse, abanando a cabeça: −
Também eu tenho servido de agulha a muita
linha ordinária!
Texto 2
Levantado do chão (fragmento)
(José Saramago)
Estão agora dois grupos de trabalhadores
frente a frente, dez passos cortados os separam.
dizem os do norte, Há leis, fomos contratados e
queremos trabalhar.
Dizem os do sul, Sujeitam-se a ganhar menos,
vêm aqui fazer-nos mal, voltem para a vossa
terra, ratinhos. Dizem os do norte, Na nossa
terra não há trabalho, tudo é pedra e tojo, somos
beirões, não nos chamem ratinhos, que é ofensa.
Dizem os do sul, São ratinhos, são ratos, vêm
aqui para roer o nosso pão. Dizem os do norte,
temos fome. Dizem os do sul, Também nós, mas
não queremos sujeitar-nos a esta miséria, se
aceitarem trabalhar por esse jornal, ficamos nós
sem ganhar. Dizem os do norte, A culpa é vossa,
não sejais soberbos, aceitai o que o patrão
oferece, antes menos que coisa nenhuma, e
haverá trabalho para todos, porque sois poucos e
nós vimos ajudar. Dizem os do sul, É um
engano, querem enganar-nos a todos, nós não
temos que consentir neste salário, juntem-se, a
nós e o patrão terá de pagar melhor jorna a toda
a gente. Dizem os do norte, Cada um sabe de si
e deus de todos, não queremos alianças, viemos
de longe, não podemos ficar aqui em guerras
com o patrão, queremos trabalhar. Dizem os do
sul, Aqui não trabalham. Dizem os do norte,
Trabalhamos. Dizem os do sul, Esta terra é
nossa. Dizem os do norte, Mas não a querem
fabricar. Dizem os do sul, Por este salário, não.
Dizem os do norte, Nós aceitamos o salário. Diz
o feitor, Pronto, temos conversado, arredem lá
para trás e deixem os homens pegar ao trabalho.
Dizem os do sul, Não enregam. Diz o feitor,
Enregam, que mando eu, ou chamo a guarda.
Dizem os do sul, Antes que a guarda chegue,
correrá aqui sangue. Diz o feitor, Se a guarda
vier, ainda mais sangue correrá, depois não se
queixem. Dizem os do sul, Irmãos, dêem
ouvidos ao que dizemos, juntem-se a nós, por
alma de quem lá têm. Dizem os do norte, Já foi
dito, queremos trabalhar.
Então o primeiro do norte avançou para o trigo
com a foice, e o primeiro do sul deitou-lhe a
mão ao braço, empurraram-se sem agilidade,
rijos, rudes, brutos, fome contra fome, miséria
sobre miséria, pão que tanto nos custa. Veio a
guarda e separou a briga, bateu para um lado só,
empurrou à sabrada os do sul, amalhou-os como
animais.
EXERCÍCIOS
1) Os apólogos possuem um fundo moral.
Levando em conta a luta de classes, apresente a
que realidade o texto faz alegoria.
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
2) Qual a figura de linguagem que concede
caracteres humanos a animais ou objetos?
a) Prosopopéia;
b) Pleonasmo;
c) Comparação;
d) Ironia;
e) Hipérbole.
3)―Plic-plic plic-plic‖ também é uma figura de
linguagem, que por meio de palavras tenta
imitar os sons da natureza. Essa figura é:
a) Metonímia;
b) Onomatopéia;
c) Hipérbole;
d) Aliteração;
e) Elipse.
4) Sobre o trecho do texto 2, é correto afirmar:
a) O trecho retrata a natureza humana de
sobreviver a qualquer custo;
b) Realidade semelhante à narrada no trecho se
percebe nos países desenvolvidos, onde os
estrangeiros pobres submetem-se a serviços mal-
remunerados;
c) Enquanto os do sul argumentavam que a
terra era deles, os do norte usavam por contra-
argumento a vontade de trabalhar;
d) A polícia repreendeu os do sul porque eles
exigiam pagamento além do justo;
230
e) Os do sul propunham aos do norte a união, a b) Falaram muito mal dos estimuladores de
fim de conseguirem força de enfrentar os conflitos.
poderosos. c) Vive-se bem no clima de montanha.
d) Almejamos dias melhores.
5) Grife e classifique os sujeitos das orações: e) Haviam chegado cedo todos a candidatos.
a) ―Por que está você com esse ar, toda cheia de
si?‖ 8) O verbo ―entrar‖ no texto poderia ser
_______________________________________ substituído, sem alterar o sentido, por:
a) abrir;
b) ―Importe-se com a sua vida‖ b) começar;
_______________________________________ c) adentrar;
d) introduzir;
c) ―Prendo um pedaço ao outro‖ e) chegar.
_______________________________________
9) Um sinônimo para ―mucama‖ e ―jornal‖ é,
d) ―Também os batedores vão adiante do respectivamente:
imperador‖ a) costureira e revista;
_______________________________________ b) escrava e remuneração;
c) donzela e salário;
e) ―Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo d) faxineira e riqueza;
pano adiante‖ e) escrava e gorjeta.
_______________________________________

f) ―Buraco aberto pela agulha era logo enchido

por ela, silenciosa e ativa‖
_______________________________________

g) ―E era tudo silêncio na saleta de costura‖

_______________________________________

h) ―Não se ouvia mais que o plic-plic da agulha‖

_______________________________________

i) ―Veio a noite do baile‖

_______________________________________
6) Sobre a frase ―Anda, aprende, tola‖, é correto
afirmar que:
a) todas as palavras explícitas da primeira
oração pertencem ao predicado.
b) as duas orações não possuem sujeito.
c) o sujeito é tola para os dois verbos.
d)as duas orações possuem sujeito
indeterminado.
e) ―anda‖ é o sujeito de ―aprende―.

7) (UNIRIO) Assinale a frase cujo sujeito se

classifica do mesmo modo que o da frase ―Faz
muito calor no Rio o ano inteiro‖.
a) Devia haver mais interesse pela boa formação
profissional.

231

PERÍODO SIMPLES:
TERMOS INTEGRANTES
A FORMAÇÃO DO PREDICADO
Como vimos, o predicado é a informação que
se apresenta sobre o sujeito. Todo predicado
possui um verbo, que possui características de
um dos três grupos:
Verbo de ligação – não possui significação
importante. Serve mais para ligar o sujeito de
seu atributo. É possível entender a oração
mesmo se ele for omitido: ―Maria é bonita‖ →
―Maria, bonita‖. Ex.: ser, estar, permanecer,
continuar, parecer, ficar (como em ―ficou
doente‖), andar (como em ele anda triste
ultimamente‖) etc.
Verbo transitivo – exige um complemento
verbal para completar seu significado. A frase
―Pedro pegou‖ precisa ser completada, pois a
ação precisa recair sobre alguém ou alguma
coisa. Ex.: amar, comer, ter, precisar, explicar,
dar etc.
Verbo intransitivo – tendo significação
completa, não exige complemento (mas, assim
como todos os outros, pode vir acompanhado de
informações acessórias, como lugar, tempo,
modo, instrumento, companhia etc). Em ―Frank
anda sempre na calçada‖, percebemos que o
verbo andar (intransitivo) não precisa de
complemento para completar seu sentido. Os
acessórios sempre e na calçada não foram
exigidos pelo verbo, por isso não são
complementos.
Termos integrantes da oração
De acordo com o tipo de verbo, a oração
pode apresentar termos que integrem o sentido
do verbo ou não. Além disso, os termos
integrantes são diferenciados de acordo com a
sua função.
-> Complementos verbais – como vimos,
os verbos intransitivos não possuem
complementos. Os transitivos é que possuirão
complementos verbais, que são:
OBJETO DIRETO – se o verbo não exigir
uma preposição entre ele e seu objeto, a ligação
entre eles é direta: ―Pedro ama Paula‖ (Objeto
sem preposição).
OBJETO INDIRETO – aqui, o verbo exige
uma preposição, sendo indireta a ligação entre
verbo e objeto: ―Pedro gosta DE Paula‖ (Objeto
com preposição).
-> Predicativo – não completa o sentido de
nenhum verbo, apenas exprime atributo a algum
termo.
PREDICATIVO DO SUJEITO – atribui
informações a um sujeito: ―A vida é curta‖.
(sujeito: a vida)
2. PREDICATIVO DO OBJETO – atribui
informações a um objeto: ―Julgaram culpada a
mulher‖. (sujeito: indeterminado; objeto direto:
a mulher).
-> Complemento nominal – Assim como
existem verbos que exigem complemento para
integrar seu sentido, também há nomes que
possuem essa necessidade. O Complemento
nominal é o termo que completa o sentido de
um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e
apresenta-se sempre antecedido de preposição.
Ex.: ―Ele votou contrariamente aos
interesses populares.‖ Repare que o advérbio
contrariamente pede um complemento
(contrariamente a quê?). Outro ex.: ―A água é
necessária à vida‖. O adjetivo necessário está
completado por ―à vida‖. Outro ex.:
―Cancelaremos nossa ida à Bahia‖. Aqui é o
substantivo que pede complemento.
-> agente da passiva – esse termo
integrante será visto à frente.
● Como se viu, é o verbo que exige a preposição
(gostar sempre pede a palavra ―de‖). Portanto,
se aparecer uma preposição, sem ser exigida
pelo verbo, o objeto ainda é DIRETO, chamado
de Objeto Direto Preposicionado. Geralmente
ocorre para dar ênfase: ―Jesus pegou da taça‖;
para evitar ambigüidade: ―Ao pai o filho olhou‖;
ou quando se usa um pronome pessoal tônico
232
como complemento (veja aula 3): ―enganou a
mim‖.
Pronomes
Na norma culta, os pronomes átonos o, a, os
e as são sempre objetos diretos, e o pronome
átono lhe é sempre objeto indireto: Eu o vi. (não
―eu lhe vi‖, pois ver é transitivo direto. Também
não pode ser ―eu vi ele‖, pois ele é pronome
tônico, e exige preposição; neste caso, seria ―eu
vi a ele‖, um caso de obj. dir. preposicionado.
Releia a parte de pronome pessoal na aula 3).
Outro exemplo: ―Eu lhe dei o livro‖. Aqui, o
verbo exige um obj. dir., que é o livro (o é
artigo, não pronome!), e um obj. ind., que é lhe.
Isso é para mim/eu fazer
Como se viu na aula 3, os pronomes retos são
sempre sujeitos. Na frase ―Isso é para eu fazer‖,
o eu é sujeito de fazer. Por isso que é
inadequado à norma culta o uso do mim nesse
caso.
TRABALHANDO COM TEXTOS
Contra-argumentação
Como já se viu, a argumentação é uma
ferramenta importante quando o objetivo é
convencer. Esse processo se desenrola como um
julgamento de tribunal, onde cada parte expõe
seus argumentos e, ao mesmo tempo, tenta negar
os argumentos alheios. Não basta os debatedores
afirmarem, repetidamente, seus pontos de vista.
É preciso que argumentem, não só para
confirmar sua tese, como também para negar as
teses contrárias, chamadas de contra-
argumentos.
O modo mais simples de contra-argumentar
é buscar contradições nos argumentos do
debatedor. Pensamos que quem se contradiz está
errado ou mentindo. Quando não se trata de um
debate, mas, sim, de uma exposição de idéias,
como uma produção de texto para um vestibular,
é imprescindível que o autor preveja quais
seriam os contra-argumentos possíveis. Assim,
ele pode incluir em seu texto argumentos mais
fortes e menos questionáveis.
TEXTO 1
O lobo e o cordeiro
(La Fontaine)
Certo dia, um cordeiro estava bebendo água
próximo a um córrego. A água jorrava entre as
rochas. De repente, observou que do outro lado
havia um lobo que também bebia água, mas
vorazmente.
O lobo olhou para o cordeiro e disse:
− Como é que você tem coragem de sujar a água
que eu estou bebendo?
O cordeiro, com um ar de espanto, disse:
− Mas eu não estou sujando a sua água, senhor
lobo; estou muito longe para que isso aconteça.
O lobo com ar de superioridade respondeu:
− Você agita a água, cordeiro. Ah, fiquei
sabendo que você andou falando mal de mim o
ano passado, não é mesmo, cordeiro?
− Ano passado? Mas no ano passado eu nem
tinha nascido. Portanto, isso é impossível.
O lobo, pensativo, pensando, disse:
− Se não foi você, foi seu irmão.
O cordeiro:
− Eu não tenho irmão, senhor lobo.
O lobo então esbravejou:
− Se não foi você, nem seu irmão, só pode ter
sido alguém que você conhece.
O lobo então agarrou o cordeiro, levou-o para o
fundo da floresta e o devorou.
MORAL: A razão do mais forte é sempre a
melhor – ou talvez – mais convincente.
TEXTO 2
João Boa Morte Cabra Marcado para
Morrer
(Ferreira Gullar)
Essa guerra do Nordeste
não mata quem é doutor.
Não mata dono de engenho,
só mata cabra da peste,
só mata o trabalhador.
O dono de engenho engorda,
vira logo senador.
Não faz um ano que os homens
que trabalham na fazenda
do Coronel Benedito
233
tiveram com ele atrito
devido ao preço da venda. 2) Cite situações reais na sociedade em que a
O preço do ano passado moral da fábula se aplicaria.
já era baixo e no entanto _______________________________________
o coronel não quis dar _______________________________________
o novo preço ajustado. _______________________________________
João e seus companheiros _______________________________________
não gostaram da proeza:
se o novo preço não dava 3) Em relação ao Texto 2, é incorreto afirmar:
para garantir a mesa, a) O texto é introduzido com uma apresentação
aceitar preço mais baixo do espaço e das pessoas que vivem nele;
já era muita fraqueza. b) Na tentativa de conseguir aumento do salário,
"Não vamos voltar atrás. João e seus companheiros usaram como
Precisamos de dinheiro. argumentos a possibilidade de trabalhar para
Se o coronel não quer dar mais, outro fazendeiro;
vendemos nosso produto c) As expressões ―Não vamos voltar atrás‖ e
para outro fazendeiro." ―Precisamos de dinheiro‖ reiteram a função
Com o coronel foram ter. argumentativa do discurso;
Mas quando comunicaram d) O fazendeiro usou frases feitas e chavões para
que a outro iam vender contra-argumentar, esses termos demonstram
o cereal que plantaram, sua erudição na linguagem.
o coronel respondeu: e) O texto carrega regionalismos, e assim
"Ainda está pra nascer aproxima a linguagem ao espaço retratado.
um cabra pra fazer isso.
Aquele que se atrever 4) Faça análise sintática dos termos sublinhados
pode rezar, vai morrer, conforme o modelo:
vai tomar chá de sumiço". ―O lobo olhou para o cordeiro‖
Sujeito VTD OD preposicionado
EXERCÍCIOS (VTD – verbo transitivo direto; OD – Objeto
direto)
1) No Texto 1, o diálogo opõe duas teses. Para o a) ―A água jorrava entre as rochas‖
lobo, o cordeiro é culpado; para si mesmo, o _______________________________________
cordeiro é inocente. Vamos sistematizar o _______________________________________
esquema de argumentos do lobo e contra-
argumentos do cordeiro na tabela a seguir: b) ―Você agita a água‖
_______________________________________
Argumento Contra- _______________________________________
argumento c) ―Isso é impossível‖
_______________________________________
_______________________________________

d) ―O lobo então agarrou o cordeiro, levou-o

para o fundo da floresta‖
_______________________________________
_______________________________________

e) ―Você andou falando mal de mim‖

_______________________________________
______________________________________
f) ―O dono de engenho engorda‖

234
_______________________________________ 9) Assinale o item em que houve erro no
______________________________________ emprego do pronome de 1ª pessoa, pois usou-se
a forma oblíqua no lugar da reta:
g) ―Vendemos nosso produto/ para outro a) Vieram até mim rapidamente
fazendeiro" b) É cedo para mim dar uma resposta
_______________________________________ c) Para mim ele é o maior
______________________________________ d) Ela chegou antes de mim
e) Se eu não chegar, vão sem mim.
5) Sublinhe o complemento nominal na seguinte
frase: ―um cordeiro estava bebendo água 10) Em ―Quero lhe ver‖, há uma inadequação
próximo a um córrego‖. O termo que você gramatical. Explique.
sublinhou complementa um termo de qual classe _______________________________________
de palavra? _______________________________________
_______________________________________ _______________________________________
_______________________________________
6) Na música ―Daniel na Cova dos Leões‖, da _______________________________________
Legião Urbana, há um verso assim: ―E o seu
medo de ter medo de ter medo‖. Essa
construção, que pode ir ao infinito, é explicável
gramaticalmente. Discorra sobre essa
informação.
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________

7) Nas frases abaixo, o pronome oblíquo está

corretamente classificado, exceto em:
a) "Amar a ela é meu castigo" (objeto indireto)
b) "Veio pedir-me à noite a bênção do costume"
(objeto indireto)
c) "Todas essas ações eram repulsivas: eu
tolerava-as" (objeto direto)
d) "Pedia-lhe para morar mais perto" (objeto
indireto)
e) "Os objetos, precisávamos vendê-los" (objeto
direto)

8)(UE-BA) Assinale a alternativa

correspondente ao período onde há predicativo
do sujeito:
a) Como o povo anda tristonho!
b) Agradou ao chefe o novo funcionário.
c) Ele nos garantiu sua vinda.
d) No Rio, não faltam diversões.
e) O aluno ficou sabendo de sua aprovação.

235

PERÍODO SIMPLES:
TERMOS ACESSÓRIOS
Os termos acessórios da oração, como o
nome já diz, têm valor de acréscimo à
construção sintática. Isso não quer dizer que
servem apenas de adornos ou que sua presença é
dispensável, mas que não são exigidos por
nenhum termo na oração. A palavra não, por
exemplo, faz toda a diferença em uma frase, mas
nenhum termo exige esse vocábulo para
completar o sentido.
APOSTO
É o termo da oração que se refere a um
substantivo, a um pronome ou a uma oração,
para explicá-los, ampliá-los, resumi-los ou
identificá-los. Mais comumente o aposto é
marcado por uma pausa entre o termo que se
refere, mas não é regra geral.
Ex.: ―Terra Vermelha, romance de D.
Pellegrini, fala da colonização de Londrina‖.
―A avenida Brasil estava intransitável‖.
―O resto, isto é, as louças e os cristais, irá nas
caixas menores‖.
―Este advogado, como representante da
comunidade, é imprescindível‖.
Repare que os apostos (em negrito) são
referências alternativas para os termos a que se
referem (sublinhados).
VOCATIVO
Termo independente que serve para chamar
por alguém, para interpelar ou para invocar um
ouvinte real ou imaginário. Ex.: ―Marcela, dê-
me um beijo!‖
ADJUNTO ADNOMINAL
É o termo da oração que modifica um
substantivo, qualquer que seja sua função
sintática, qualificando-o, especificando-o,
determinando-o ou indeterminando-o. Pode ser
um artigo, pronomes, adjetivos, locuções
adjetivas e numerais, como em:
Um homem feliz
artigo substantivo adjetivo
Adj. Adnom. Núcleo Adj. Adnom.
Ex.: ―No desfile, duas garotas vestiam calças e
camisetas brancas‖.
―Pode levar também este jornal; meu filho
caçula já leu o caderno de esportes‖.
Para na confundir com predicativo, substituir o
núcleo por pronome. Se o adjetivo sumir, então
era adjunto:
- Ele chamou um bom goleiro. -> Ele o chamou.
(um e bom é adjunto adnominal)
- Ele considera bom o goleiro. -> Ele o
considera bom. (bom é predicativo do objeto)
Para não confundir com complemento
nominal:
1. O adjunto adnominal só se refere a
substantivos, tanto concretos como abstratos
(―Cobertura do sorvete‖). O complemento
nominal refere-se a substantivos (só abstratos), a
adjetivos e a advérbios (―Vontade de sorvete‖)
2. O adjunto adnominal pratica a ação expressa
pelo nome a que se refere (―Amor dos pais‖).
O complemento nominal recebe a ação expressa
pelo nome a que se refere (―Amor aos pais‖).
3. O adjunto adnominal pode indicar posse
(Filho da Maria). O complemento nominal
nunca indica posse (―Saudade de Maria‖).
ADJUNTO ADVERBIAL
É o termo que modifica a oração estando
ligado diretamente ao verbo, a um adjetivo, a
um outro advérbio ou sem estar ligado a nada
(Mas NUNCA substantivo). Quando estudamos
classes de palavras, vimos os advérbios,
palavras que indicam circunstâncias (Aula 5). A
função do advérbio na oração é quase sempre de
adjunto adverbial. Os principais tipos são:
Afirmação: Estou realmente preocupado.
Assunto: Falaram sobre política.
Causa: Os homens morrem de fome.
236
Dúvida: Talvez ela volte para mim.
Finalidade: Saí a passeio.
Instrumento: Cortou-se com a faca.
Intensidade: Ela está muito só.
Lugar: Estive na praia.
Modo: Correu desesperadamente.
Negação: Não saí.
Tempo: Você chegou agora?
TRABALHANDO COM TEXTOS
O ponto de vista
Quando se relatam dados da realidade, é
equivocado pensar que isso se faz com
objetividade, isto é, neutralidade, sem
interferência das idéias do autor ou narrador.
Sempre que alguém vai se pronunciar, a
primeira subjetividade que ocorre é a escolha do
que falar. Por exemplo, um candidato à
presidência da república sempre focará os
problemas que ao país tem passado sob governo
de outrem, e a mesma pessoa, depois que toma
posse, passa a falar apenas das coisas boas do
país, mesmo que na realidade quase nada tenha
mudado. Lembremos as propagandas antigas de
cigarro, que em momento algum abordavam os
malefícios da droga. Aliás, as propagandas são
as campeãs em distorcer e enviesar a realidade.
Para não cair na ingenuidade e para não
se deixar levar pela malícia do produtor do
texto, o leitor atento deve procurar reconhecer o
viés utilizado.
TEXTO 1
O Rei dos Animais
(Millôr Fernandes)
Saiu o leão a fazer sua pesquisa estatística,
para verificar se ainda era o Rei das Selvas. Os
tempos tinham mudado muito, as condições do
progresso alterado a psicologia e os métodos de
combate das feras, as relações de respeito entre
os animais já não eram as mesmas, de modo que
seria bom indagar. Não que restasse ao Leão
qualquer dúvida quanto à sua realeza. Mas
assegurar-se é uma das constantes do espírito
humano, e, por extensão, do espírito animal.
Ouvir da boca dos outros a consagração do
nosso valor, saber o sabido, quando ele nos é
favorável, eis um prazer dos deuses. Assim o
Leão encontrou o Macaco e perguntou: "Hei,
você aí, macaco - quem é o rei dos animais?" O
Macaco, surpreendido pelo rugir indagatório,
deu um salto de pavor e, quando respondeu, já
estava no mais alto galho da mais alta árvore da
floresta: "Claro que é você, Leão, claro que é
você!".
Satisfeito, o Leão continuou pela floresta e
perguntou ao papagaio: "Currupaco, papagaio.
Quem é, segundo seu conceito, o Senhor da
Floresta, não é o Leão?" E como aos papagaios
não é dado o dom de improvisar, mas apenas o
de repetir, lá repetiu o papagaio: "Currupaco...
não é o Leão? Não é o Leão? Currupaco, não é o
Leão?".
Cheio de si, prosseguiu o Leão pela floresta
em busca de novas afirmações de sua
personalidade. Encontrou a coruja e perguntou:
"Coruja, não sou eu o maioral da mata?" "Sim,
és tu", disse a coruja. Mas disse de sábia, não de
crente. E lá se foi o Leão, mais firme no passo,
mais alto de cabeça. Encontrou o tigre. "Tigre, -
disse em voz de estentor - eu sou o rei da
floresta. Certo?" O tigre rugiu, hesitou, tentou
não responder, mas sentiu o barulho do olhar do
Leão fixo em si, e disse, rugindo contrafeito:
"Sim". E rugiu ainda mais mal-humorado e já
arrependido, quando o leão se afastou.
Três quilômetros adiante, numa grande
clareira, o Leão encontrou o elefante. Perguntou:
"Elefante, quem manda na floresta, quem é Rei,
Imperador, Presidente da República, dono e
senhor de árvores e de seres, dentro da mata?" O
elefante pegou-o pela tromba, deu três voltas
com ele pelo ar, atirou-o contra o tronco de uma
árvore e desapareceu floresta adentro. O Leão
caiu no chão, tonto e ensangüentado, levantou-
se lambendo uma das patas, e murmurou: "Que
diabo, só porque não sabia a resposta não era
preciso ficar tão zangado‖.
TEXTO 2
A Internacionalização do Mundo
(Cristovam Buarque – publicado no Globo
em 2000)
Durante debate em uma Universidade, nos
Estados Unidos, fui questionado sobre o que
pensava da internacionalização da Amazônia. O
237
jovem americano introduziu sua pergunta
dizendo que esperava a resposta de um
humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira
vez que um debatedor determinou a ótica
humanista como o ponto de partida para uma
resposta minha.
De fato, como brasileiro eu simplesmente
falaria contra a internacionalização da
Amazônia. Por mais que nossos governos não
tenham o devido cuidado com esse patrimônio,
ele é nosso.
Respondi que, como humanista, sentindo o
risco da degradação ambiental que sofre a
Amazônia, podia imaginar a sua
internacionalização, como também de tudo o
mais que tem importância para a Humanidade.
Se a Amazônia, sob uma ótica humanista,
deve ser internacionalizada, internacionalizemos
também as reservas de petróleo do mundo
inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-
estar da humanidade quanto a Amazônia para o
nosso futuro. Apesar disso, os donos das
reservas sentem-se no direito de aumentar ou
diminuir a extração de petróleo e subir ou não o
seu preço. Os ricos do mundo, no direito de
queimar esse imenso patrimônio da
Humanidade.
Da mesma forma, o capital financeiro dos
países ricos deveria ser internacionalizado. Se a
Amazônia é uma reserva para todos os seres
humanos, ela não pode ser queimada pela
vontade de um dono, ou de um país. Queimar a
Amazônia é tão grave quanto o desemprego
provocado pelas decisões arbitrárias dos
especuladores globais. Não podemos deixar que
as reservas financeiras sirvam para queimar
países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de
ver a internacionalização de todos os grandes
museus do mundo. O Louvre não deve pertencer
apenas à França. Cada museu do mundo é
guardião das mais belas peças produzidas pelo
gênio humano. Não se pode deixar esse
patrimônio cultural, como o patrimônio natural
amazônico, seja manipulado e destruído pelo
gosto de um proprietário ou de um país. Não faz
muito, um milionário japonês decidiu enterrar
com ele um quadro de um grande mestre. Antes
disso, aquele quadro deveria ter sido
internacionalizado.
Durante o encontro em que recebi a
pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do
Milênio, mas alguns presidentes de países
tiveram dificuldades em comparecer por
constrangimentos na fronteira dos EUA. Por
isso, eu disse que Nova York, como sede das
Nações Unidas, deveria ser internacionalizada.
Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a
Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma,
Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada
cidade, com sua beleza especifica, sua história
do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a
Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de
brasileiros, internacionalizemos todos os
arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já
demonstraram que são capazes de usar essas
armas, provocando uma destruição milhares de
vezes maior do que as lamentáveis queimadas
feitas nas florestas do Brasil.
Nos seus debates, os atuais candidatos à
presidência dos EUA têm defendido a idéia de
internacionalizar as reservas florestais do mundo
em troca da dívida. Comecemos usando essa
dívida para garantir que cada criança do mundo
tenha possibilidade de ir à escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as,
todas elas, não importando o país onde
nasceram, como patrimônio que merece
cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que
merece a Amazônia. Quando os dirigentes
tratarem as crianças pobres do mundo como um
patrimônio da Humanidade, eles não deixarão
que elas trabalhem quando deveriam estudar;
que morram quando deveriam viver.
Como humanista, aceito defender a
internacionalização do mundo. Mas, enquanto o
mundo me tratar como brasileiro, lutarei para
que a Amazônia seja nossa. Só nossa.
EXERCÍCIOS
1) Que moral podemos extrair do texto 1?
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
2) O debatedor pediu que Cristovam
respondesse como um humanista e não como um
238
brasileiro. Some as alternativas que apresentem
interpretações coerentes desse pedido:
01) O jovem não confiava em brasileiros.
02) Os ideais do jovem eram os mesmos de
Buarque.
04) O debatedor esperava uma resposta objetiva
e imparcial de Buarque.
08) O jovem esperava ouvir de um brasileiro
que a Amazônia deveria ser internacionalizada.
16) O ponto de vista adotado não importava. A
resposta só poderia ser uma, visto que
Cristovam possui uma opinião e uma
personalidade específica.
3) Sublinhe o aposto nas orações que seguem, e
diga por qual motivo ele foi usado.
a) ―Hei, você aí, macaco – quem é o rei dos
animais?‖
_______________________________________
______________________________________
b) ―Como humanista, aceito defender a
internacionalização do mundo‖
_______________________________________
_______________________________________
4) Qual a relação entre as ocorrências de
vocativos no texto 1 e o discurso direto? Cite
vocativos do texto.
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
5) Escreva se o termo sublinhado é adjunto
adnominal ou complemento nominal.
a) o rei dos animais:
b) mais alta árvore da floresta.
c) prosseguiu o Leão em busca de novas
afirmações.
d) Internacionalização do mundo.
e) como patrimônio que merece cuidados do
mundo inteiro.
6) (UEL – 2007) Em ―Ó mar salgado, quanto do
teu sal / São lágrimas de Portugal‖. A expressão
Ó mar salgado classifica-se, sintaticamente,
como:
a) Sujeito, pois expressa o ser de quem se diz
algo.
b) Objeto, pois completa o sentido do verbo
transitivo direto.
c) Vocativo, pois expressa o ser a quem se dirige
a mensagem do narrador.
d) Complemento nominal, pois completa a idéia
expressa por um nome.
e) Aposto, pois explica e identifica o termo a
que se refere o narrador.
7) (FGV) Leia atentamente: "Vi o acidente da
estação." Na frase ao lado, a expressão
sublinhada é ambígua, pois pode ser interpretada
como:
a) objeto indireto ou adjunto adnominal
b) adjunto adverbial de modo ou predicativo do
sujeito
c) predicativo do sujeito ou predicativo do
objeto direto
d) adjunto adnominal ou adjunto adverbial
e) adjunto adverbial de tempo ou objeto indireto
8) Em uma faixa na UEL havia a seguinte frase:
―Sexta é dia de Forró Papo-Cabeça‖. Essa faixa
poderia ter sido escrita da seguinte forma:
―Sexta é dia de Forró no Papo-Cabeça‖.
Comparando as duas construções, é possível
concluir:
a) a faixa verdadeira e a hipotética têm
exatamente o mesmo sentido.
b) A faixa verdadeira é mais criativa que a
hipotética, ao atribuir características peculiares
ao seu forró.
c) a segunda faixa é enriquecida pela palavra
(no), pois apenas essa construção indica o lugar
onde há forró.
d) A ausência da palavra ―no‖ na primeira faixa
a torna incompreensível.
e) A presença da palavra ―no‖ na segunda faixa
a torna incompreensível.
239

REGÊNCIA – CRASE
REGÊNCIA VERBAL
Muitos verbos exigem uma preposição entre
si e seu complemento. Exemplo: o verbo amar
não exige preposição (por isso é chamado de
DIRETO): ―amo doces‖. Já o verbo gostar pede
a preposição de: ―gosto DE doces‖. Um verbo
pode reger mais de uma preposição, de acordo
com o sentido. A regência verbal estuda se o
verbo pede preposição e qual será ela. Nomes
(substantivos, adjetivos e alguns advérbios)
podem também reger preposições, como o
substantivo referência: ―fiz referência A ele‖.
Nestes casos, o estudo é chamado de regência
nominal.
Regência de alguns verbos:
Chegar/ ir – a (e não em).
Ex.: Vou ao dentista./ Cheguei a Belo
Horizonte.
Namorar – É mais culto não usar preposição.
Ex.: Joana namora Antônio.
Obedecer/desobedecer – a.
Ex.: As crianças obedecem aos pais./ O aluno
desobedeceu ao professor.
Simpatizar/antipatizar – com (sem pronome
pessoal me, te ou se).
Ex.: Simpatizo com Lúcio (e não ―eu ME
simpatizo‖)./ Antipatizo com meu professor de
História.
Preferir – a (sem advérbios de intensidade).
Ex.: Prefiro dançar a cantar. (e não ―prefiro
MAIS‖).
Verbos com mais de uma regência:
Aspirar
a) no sentido de cheirar, sorver: sem preposição.
Ex.: Aspirou o ar puro da manhã.
b) no sentido de almejar, pretender: preposição
a. Ex.: Esta era a vida a que aspirava.
Assistir
a) no sentido de prestar assistência, ajudar,
socorrer: sem preposição. Ex.: O técnico
assistia os jogadores novatos.
b) no sentido de ver, presenciar: preposição a.
Ex.: Não assistimos ao show.
c) no sentido de caber, pertencer: preposição a.
Ex.: Assiste ao homem tal direito.
d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e
exige a preposição em. Ex.: Assistiu em
Maceió por muito tempo.
Esquecer/lembrar
a) Sem pronome me, te ou se: sem
preposição. Ex.: Esqueci o nome dela.
b) Se usado com pronome: preposição de. Ex.:
Lembrei-me do nome de todos.
Visar
a) no sentido de mirar: sem preposição. Ex.:
Disparou o tiro visando o alvo.
b) no sentido de dar visto: sem preposição. Ex.:
Visaram os documentos.
c) no sentido de ter em vista, objetivar:
preposição a. Ex.: Viso a uma situação
melhor.
Informar
No sentido de comunicar, avisar, dar
informação: admite duas construções:
a) objeto direto de pessoa e indireto de coisa
(regido pelas preposições de ou sobre). Ex.:
Informou todos do ocorrido.
b) objeto indireto de pessoa (regido pela
preposição a) e direto de coisa. Ex.: Informou a
todos o ocorrido.
Custar
a) no sentido de ser custoso, ser difícil:
preposição a. Ex.: Custou ao aluno entender
o problema.
b) no sentido de acarretar, exigir, obter por meio
de: sem preposição. Ex.: O carro custou-me
todas as economias.
c) no sentido de ter valor de, ter o preço: sem
preposição. Ex.: Imóveis custam caro.
240
REGÊNCIA NOMINAL
A regência nominal padrão geralmente não
difere da coloquial. Dessa forma, pode-se
confiar na intuição. Ex.: ―Ele está apto a/para
dirigir‖. ―Sou devoto de Nossa Senhora‖. ―Isso
foi um desrespeito contra a sociedade‖.
CRASE
A palavra crase significa ―fusão‖. Na língua
portuguesa, crase é o nome que se dá à fusão
escrita e oral de duas vogais idênticas. Essa
fusão é assinalada na escrita por um acento
grave ( ` ).
Ocorre crase:
a (preposição) + a (artigo). Ex.: Refiro-me à
nova professora.
● a (preposição) + aquele(s), aquela(s), aquilo
Refiro-me àquela professora.
Prefiro este quadro àquele.
● a (preposição) + a qual (as quais)
A pessoa à qual devo satisfações está longe.
Estas são as provas às quais me referi.
● Para verbo ir + nome de lugar, usa-se o
macete: ―Vou a, volte da -> crase há. Vou a,
volto de -> crase pra quê?‖ Ex.:
Vou à Paraíba. – Vim da Paraíba.
Vou à Itália. – Vim da Itália.
Vou a Recife. – Vim de Recife.
Vou à Recife dos grandes poetas. – Vim da
Recife dos grandes poetas.
- Merece destaque o comportamento das
palavras casa e terra nessas expressões:
Cheguei a casa. – Venho de casa.
Cheguei à casa de meus pais. – Venho da casa
dos meus pais.
A tripulação do cargueiro desceu a terra. – A
tripulação do cargueiro está em terra. (terra se
opõe à noção de ―estar embarcado‖)
A moça chegou à terra de seus pais. – A
moça está na terra de seus pais.
● Com expressões FEMININAS como adjunto
adverbial, locução prepositiva ou conjuntiva.
Ex.: Ele sai à tarde. À proporção que cresce, fica
mais violento. Trouxe-a à força. Estou à toa. Saí
à procura de João. Virar à esquerda.
● Nas expressões à moda de, à maneira de
(mesmo se estiverem subentendidas). Ex.:
Vestiu-se à moda de Elvis. Pedimos arroz à
grega. Fez um gol à Pelé.
Não ocorre crase:
● Antes de palavras masculinas. Ex.:
Andávamos a cavalo. Vamos a pé. Fizemos
compras a prazo. Temos fogão a gás.
Parece exceção o último item de ocorrência
da crase: ―gol à Pelé‖. Mas nesse caso há
subentendia uma palavra feminina.
● Antes de verbos. Ex.: Não tenho nada a
declarar. Pôs-se a andar. A partir de amanhã.
● Antes da maioria dos pronomes. Ex.: Diga a
ela. Veio a mim. Pretendo falar a todos / a
poucos / a alguns.
Os poucos casos de pronomes que admitem
artigo podem ser facilmente detectados pela
substituição. Estou-me referindo à mesma
pessoa. (ao mesmo homem). Comunique o
ocorrido à Senhora Garcia. (ao Senhor José)
● Antes de expressões com palavras repetidas.
Ex.: Cara a cara. Gota a gota. Passo a passo.
Frente a frente.
TRABALHANDO COM TEXTOS
Intertextualidade
A intertextualidade é, basicamente, um
diálogo entre textos. Geralmente, quando um
texto de caráter científico cita outros textos, isto
é feito de maneira explícita. O texto citado vem
entre aspas e em nota indica-se o autor e o livro
donde se extraiu a citação. Num texto literário, a
citação de outros textos é implícita, ou seja, um
poeta ou romancista não indica o autor e a obra
donde retira as passagens citadas, pois pressupõe
que o leitor compartilhe com ele um mesmo
conjunto de informações.
241
 Eis aí a importância de ler sempre e de
possuir conhecimento de mundo. Certa vez, uma
revista publicou uma reportagem sobre o
programa nuclear brasileiro, chamada ―Yes, nós
temos urânio!‖. Eis aí uma referência a uma
música da cantora Carmem Miranda. Quem
nunca tinha ouvido a expressão ―Yes, nós temos
banana!‖, não entenderia corretamente a
mensagem.
TEXTO 1
Recado ao senhor 903
(Rubem Braga)
Vizinho –
Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi
outro dia, consternado, a visita do zelador, que
me mostrou a carta em que o senhor reclamava
contra o barulho em meu apartamento. Recebi
depois sua própria visita pessoal – devia ser
meia-noite – e a sua veemente reclamação
verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo
isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do
prédio é explícito e, se não o fosse, o senhor
ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem
trabalha o dia inteiro tem direito ao repouso
noturno e é impossível repousar no 903 quando
há vozes, passos e músicas no 1003. Ou melhor:
é impossível ao 903 dormir quando o 1003 se
agita; pois como não sei o seu nome nem o
senhor sabe o meu, ficamos reduzidos a ser dois
números, dois números empilhados entre
dezenas de outros. Eu, 1003, me limito, a Leste
pelo 1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo
Oceano Atlântico, ao Norte pelo 1004, ao alto
pelo 1103 e embaixo pelo 903 – que é o senhor.
Todos esses números são comportados e
silenciosos: apenas eu e o Oceano Atlântico
fazemos algum ruído e funcionamos fora dos
horários civis; nós dois apenas nos agitamos e
bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua.
Prometo sinceramente adotar, depois das 22
horas, de hoje em diante, um comportamento de
manso lago azul. Prometo. Quem vier à minha
casa (perdão; ao meu número) será convidado a
se retirar às 21h45, e explicarei: o 903 precisa
repousar das 22 às 7 pois às 8h15 deve deixar o
783 para tomar o 109 que o levará até o 527 de
outra rua, onde ele trabalha na sala 305. Nossa
vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço
que ela só pode ser tolerável quando um número
não incomoda outro número, mas o respeita,
ficando dentro dos limites de seus algarismos.
Peço-lhe desculpas – e prometo silêncio.
... Mas que me seja permitido sonhar com
outra vida e outro mundo, em que um homem
batesse à porta do outro e dissesse: ―Vizinho,
são três horas da manhã e ouvi música em tua
casa. Aqui estou.‖ E o outro respondesse:
―Entra, vizinho, e come de meu pão e bebe de
meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e cantar,
pois descobrimos que a vida é curta e a lua é
bela.‖
E o homem trouxesse sua mulher, e os dois
ficassem entre os amigos e amigas do vizinho
entoando canções para agradecer a Deus o brilho
das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e
o dom da vida, e a amizade entre os humanos, e
o amor e a paz.
EXERCÍCIOS
1) (UEMG - 2008) Dentre as alternativas que se
apresentam, abaixo, assinale aquela cuja
interpretação NÃO é abonada pelo sentido geral
do texto.
a) Embora se mostre submisso às determinações
impostas pela organização social, o autor não
deixa de preservar sua visão crítica e pessoal
sobre o ocorrido.
b) O autor mostra-se sincero, quando promete se
adequar às normas e regulamentos do prédio,
concordando com as reclamações do vizinho.
c) No nível de sua visão crítica e subjetiva de
mundo, o autor chega à conclusão de que, para
viver em harmonia e paz é absolutamente
necessário o repouso e o silêncio noturno.
d) Ao mencionar a natureza (o mar, ventos, lua),
o autor aponta para a importância de uma vida
espontânea e livre como receita da felicidade e
do bem-estar do homem.
2) A utilização excessiva de números no texto
representa, exceto:
a) a rotina moderna;
b) a imprecisão temporal dos compromissos;
c) a mecanização do homem;
d) as regras humanas de convivência;
e) o anonimato dos cidadãos urbanos;
242
3) Há uma passagem do texto que faz
intertextualidade com a bíblia. Aponte o trecho,
e comente qual o objetivo em fazer referência a
esse livro.
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
4) Substitua os verbos ou nomes grifados,
obedecendo a regência do novo termo:
a) ―mostrou a carta em que o senhor reclamava
contra o barulho‖ (opor-se)
_______________________________________
_______________________________________
b) ―Mas que me seja permitido sonhar com outra
vida‖ (idealizar)
_______________________________________
_______________________________________
5) Quanto ao uso de preposições em ―Entra,
vizinho, e come de meu pão e bebe de meu
vinho‖, é incorreto afirmar:
a) os verbos comer e beber são transitivos
diretos, isto é, não regem preposição.
cromossomos) o autor introduziu as preposições
para aproximar o texto à linguagem bíblica.
cromossomos) com as preposições, reforça-se a
idéia de partição. Não se come o pão inteiro,
mas parte dele.
d) Os complementos dos verbos comer e beber
são objetos indiretos.
6) O adjetivo junto pode reger três preposições
sem alterar o sentido. A frase ―A criança
preferiu ficar junto com a mãe‖, apresenta uma
das possibilidades. Quais são as outras duas
preposições cabíveis?
_______________________________________
7) ―Quem vier à minha casa (perdão; ao meu
número)‖. Nesta passagem, o próprio texto
apresenta uma prova concreta que justifica a
crase no a grifado. Comprove.
_______________________________________
_______________________________________
______________________________________
8) (UEL – 2007) De acordo com a norma culta,
em relação a ―Cheguei na beira do porto‖, é
correto afirmar que se trata de uma utilização:
a) Adequada, pois o verbo chegar é regido pela
preposição em.
b) Inadequada, pois o verbo chegar é regido pela
preposição a.
c) Inadequada, pois o verbo chegar é regido pela
preposição para.
d) Específica de uma figura de linguagem
nomeada anacoluto.
e) Compatível com os registros dos grandes
escritores nacionais.
9) Assinale a opção incorreta com relação ao
emprego do acento indicativo de crase:
a) O pesquisador deu maior atenção à cidade
menos privilegiada.
b) Este resultado estatístico poderia pertencer à
qualquer população carente.
c) Mesmo atrasado, o recenseador compareceu à
entrevista.
d) A verba aprovada destina-se somente àquela
cidade sertaneja.
e) Veranópolis soube unir a atividade à
prosperidade.
10) Releia o trecho: ―agradecer a Deus o brilho
das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e
o dom da vida, e a amizade entre os humanos, e
o amor e a paz.‖ Percebe-se a figura de
linguagem chamada polissíndeto (poli = vários;
síndeto = conjunção). Comente os efeitos desse
recurso no texto.
_______________________________________
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11) (UF-RS) Entregue a carta ..... homem .....
que você se referiu ..... tempos.
a) aquele - à - á d) àquele - à - à
b) àquele - à - há e) àquele - a - há
c) aquele - a - a
243

SOCIOLOGIA ACADÊMICA
(2)
A Sociologia de Max Weber
Na Alemanha, o positivismo teve menor re-
percussão. A grande fonte filosófica ali foi o
idealismo de Immaneul Kant e Georg Friedrich
Hegel, eles trouxeram uma nova concepção de
obje-tividade do conhecimento humano: os
aconteci-mentos não são apenas vividos, mas
também pensados e, consequentemente, a
ciência não po-de apreendê-los apenas pela sua
exterioridade, mas pela maneira como são
interiorizados pelos indivíduos. Esses
pressupostos tiveram grande influência sobre o
desenvolvimento da Sociologia alemã, na
elaboração dos conceitos e do método de
pesquisa.
Max Weber (1864-1920), figura dominante
na Sociologia alemã teve forte influência desse
idealismo Alemão, nascido na cidade de Erfurt
(Alemanha), numa família de burgueses liberais.
Desenvolveu estudos de direito, filosofia,
história e sociologia. Iniciou a carreira de
professor em Berlim e, em 1895, foi catedrático
na Universidade de Heidelberg. Manteve
contato permanente com intelectuais de sua
época como Simme, Sombart, Tönnies e Georg
Lukács. Na política, defendeu ardorosamente
seus pontos de vista libe-rais e parlamentaristas
e participou da comissão redatora da
constituição da República de Weimar. Sua maior
influência nos ramos especializados da
sociologia foi no estudo das religiões,
estabelecendo relações entre formações políticas
e crenças religiosas.
A Sociedade sob uma Perspectiva
Histórica
O contraste entre o positivismo e o idealismo
se expressa, entre outros elementos, nas
maneiras diferentes como cada uma dessas
correntes encara a história. Ao contrário da
visão positivista, Weber não acredita que a
história seja um mero processo universal da
evolução percebido através do método
comparativo. Para ele, a pesquisa histórica é
essencial para a compreensão das sociedades, o
caráter particular e específico de cada formação
social e histórica contemporânea deve ser
respeitado. O conhecimento histórico, entendido
como a busca de evidência, torna-se um
244
poderoso instrumento para o cientista social.
Weber combina duas perspectivas: a histórica,
que respeita as particularidades de cada
sociedade, e a sociológica, que ressalta os
elementos mais gerais de cada fase do processo
histórico. Na obra As causas sociais do declínio
da cultura antiga, Weber analisou, com base em
textos e documentos, as transformações da
sociedade romana em utilização da mão-de-obra
escrava e do servo da gleba, mostrando a
passagem da antiguidade para a sociedade
medieval. Entretanto, ele não achava que uma
sucessão de fatos históricos fizesse sentido por
si mesma, por isso, propunha para esse trabalho
o método compreensivo, ou seja, um esforço
interpretativo do passado e de sua repercussão
nas características peculiares das sociedades
contemporâneas, permitindo ao cientista atribuir
aos fatos esparsos um sentido social e histórico.
Para auxiliá-lo, Weber desenvolve um dos
conceitos centrais de sua sociologia - a ação
social.
Ação Social
Ação Social é toda conduta humana (ação,
omissão ou permissão) dotada de sentido ou
motivo dado por quem executa, mas que toma
por orientação as ações de outros indivíduos.
Não existe autonomia completa para o homem
em sua ação social, suas maneiras de pensar e
agir podem ser construídas por ele, no entanto,
sob uma base cultural historicamente
constituída, daí serem, tais ações, sociais. Cabe
ao cientista desvendar o motivo e consequência
de cada ação social.
Se o papel do cientista é descobrir o vínculo
entre a ação social e seu motivo, infinitos
motivos definem infinitas ações, para facilitar a
com-preensão Weber lança mão de modelos
abstratos, ideais de ações sociais, diferenciadas
em 4 tipos de acordo com seu sentido, são:
1) Ação tradicional: motivada por costume ou
hábito arraigado
2) Ação efetiva: motivada por sentimentos
3) Ação racional com relação a valores : ação
previamente planejada mas orientada por um
ideal de vida
4) Ação racional com relação a fins : previa-
mente planejadas orientada por um objetivo, um
fim.
Há, no entanto, um conjunto de condutas
humanas que não se enquadram nas ações
sociais, são práticas sem relevância para a
sociologia, por serem meramente reativas.
Weber as divide da seguinte forma:
a) Ação Homogêneas: aquela executada por
muitas pessoas simultaneamente ou aquelas
reações homogêneas de massa criadas pela
situação de classe.
b) Ação proveniente de uma imitação ou
praticada sob a influência da ou condicionada
pela massa: aquela na qual o indivíduo não
orienta causalmente sua conduta pelo
comportamento de outros.
Além do conceito de ação social, a sociologia
weberiana trabalha com o conceito de relação
social, esse identificado quando indivíduos
orientam suas ações de modo recíproco, em
outras palavras, quando os indivíduos
compartilham o sentido da ação um do outro. As
relações sociais podem ser do tipo:
a) Comunitária: fundada em um sentimento
subjetivo (afetivo ou tradicional) de
pertencimento mútuo que se dá entre as partes e
com base no qual a ação está reciprocamente
referida. (Ex: família, grupo religioso...)
b) Associativa: fundamenta-se em um acordo
de interesses motivado racionalmente (seja com
relação a fins ou a valores). (Ex: contrato de um
sindicato, contrato de uma associação...)
A Tarefa do Cientista
O que o cientista tem diante de si é uma
infinidade de ações sociais motivadas e
dependentes de especificidades históricas.
Pensando assim, fica impossível desconsiderar
que cada indivíduo não consegue se livrar de
suas prenoções em suas condutas, logo o
cientista não conseguiria a neutralidade
absoluta. O que não lhe impede de buscar uma
neutralidade parcial ou relativa. Isso, segundo
Weber, seria possível construindo um
instrumento abstrato, ideal, imaginário que
serviria de parâmetro de comparação em relação
245
ao objeto estudado. Esta sociedade de
laboratório criada teoricamente não seria
alcançável ou realizável, contudo colaboraria
como uma lupa que facilita-ria a pesquisa
sociológica. Esse modelo abstrato é conhecido
como Tipo Ideal.
Tipo Ideal
Para atingir a explicação dos fatos sociais,
Weber propôs um instrumento de análise que
chamou de tipo ideal. O tipo ideal de Max
Weber corresponde ao que Florestan Fernandes
definiu como conceitos sociológicos construídos
interpretativamente como instrumento de
ordenação da realidade. O tipo ideal é
previamente construído e testado, depois
aplicado a diferentes situações em que dado
fenômeno possa ter ocorrido. À medida que o
fenômeno se aproxima ouse afasta de sua
manifestação típica, o sociólogo pode identificar
e selecionar aspectos que tenham interesse à
explicação como, por exemplo, os fenômenos
típicos ―capitalismo‖ e ―feudalismo‖. O tipo
ideal não é nenhum modelo perfeito a ser
buscado pelas formações sociais históricas nem
mesmo qualquer realidade observável, ele é um
instrumento de análise científica, numa
construção do pensamento que permite
conceituar fenômenos e formações sociais e
identificar na realidade observada suas
manifestações.
Analise Histórica e Método
Compreensivo
Weber teve uma contribuição
importantíssima para o desenvolvimento da
sociologia, trouxe uma nova visão, não
influenciada pelos ideais políticos, nem pelo
racionalismo positivista. Sua contribuição para a
sociologia tornou-o referência obrigatória,
mostrou em seus estudos, a fecundidade da
análise histórica e da compreensão qualitativa
dos processos históricos e sociais. Seus
trabalhos abriram as portas para as
particularidades históricas das sociedades e para
a descoberta do papel da subjetividade na ação e
na pesquisa social. Um dos trabalhos mais
conheci-dos de Weber é A Ética Protestante e o
Espírito do Capitalismo , no qual ele relaciona o
papel do protestantismo na formação do
comportamento típico do capitalismo ocidental
moderno.
A gama de temas e de possibilidades que são
abertos por Weber são a demonstração de que se
trata de um clássico no sentido vigoroso da ex-
pressão. A complexidade e a abrangência de sua
sociologia tornam difícil a tarefa de sintetizar to-
da riqueza teórica nela contida. Procurar a
unida-de de sua obra é como montar um quebra-
cabeças, atraente e instigante, que permite múlti-
plas combinações.
PRINCIPAIS OBRAS: Artigos reunidos da
teoria da ciência, Economia e Sociedade
(obraTEXTO
póstuma)COMPLEMENTAR
e A Ética Protestante e o
Espírito do capitalismo.
TEXTO COMPLEMENTAR
Motivo e Sentido da Ação Social
[No raciocínio de Weber}, o conceito de
―motivo‖ (...)permite estabelecer uma ponte
entre sentido e compreensão. Do ponto de vista
do a-gente, o motivo é o fundamento da ação;
para o sociólogo; cuja tarefa é compreender essa
ação, a reconstrução do motivo é fundamental,
porque, da sua perspectiva, ele figura como a
causa da ação. numerosas distinções podem ser
estabeleci-das aqui, e Weber realmente o faz. No
entanto, apenas interessa assinalar que, quando
se fala de sentido na sua acepção mais
importante para a análise, não se está cogitando
da gênese da ação mas sim daquilo para o que
ela aponta, para o ob-jeto visado nela; para o seu
fim em suma. Isso sugere que o sentido tem
muito a ver com o modo como se encadeia o
processo de a-ção, tomando-se a ação efetiva
dotada de sentido como um meio para alcançar
um fim, justamente aquele subjetivamente
visado pelo agente. Con-vém salientar que a
ação social não é um fato iso-lado mas um
processo, no qual se percorre uma sequência
definida de elos significativos ( admi-tindo-se
que não haja interferência alguma de e-lementos
não pertinentes à ação em tela, o que jamais
ocorre na experiência empírica e só é pen-sável
em termos de típico-ideais). Basta pensar em
qualquer ação social (por exemplo despachar
246
uma carta) para visualizar isso. Os elementos
desse processo articulam-se naquilo que Weber
chama de ―cadeia motivacional‖: cada ato
parcial realizado no processo opera como
fundamento do ato seguinte, até completar-se a
sequência.
(Ga-briel Cohn, org., Max Weber; sociologia,
p.27).
EXERCÍCIOS
1) (UFU - SOC/ 1998) Com relação à teoria
sociológica de Max Weber acerca da ação
social, marque para as alternativas abaixo (V)
verdadeira, (F) falsa ou (SO) sem opção.
1 ( ) A ação social é aquela à qual o indivíduo
atribui um sentido.
2 ( ) A ação social de tipo racional orienta-se
pela tradição.
3 ( ) A ação social prescinde de motivação para
o indivíduo.
4 ( ) A ação social afetiva funda-se na
racionalidade de um determinado padrão legal.
positiva. Foi essa sua intenção ao analisar as
afinidades eletivas do trabalho capitalista com a
ética protestante.
III- O sentimento do trabalhador em relação à
sua atividade estava ausente nas ideias da
sociologia clássica, já que a felicidade ou não
dos sujeitos no trabalho é uma preocupação da
sociedade contemporânea globalizada, que se
baseia em valores individualistas e hedonistas.
IV- Seguindo a linha de explicação oriunda de
Émile Durkheim, a questão do prazer ou
felicidade no trabalho não depende diretamente
do número de horas trabalhadas, mas se há uma
compreensão em cada indivíduo da importância
de cada um no trabalho geral, em que exercemos
nossa individualidade, ―somos nós mesmos na
execução de nossas especialidades‖.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
b) Somente as afirmativas II e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.

2) (UEL - SOC/ 2010) Leia o texto a seguir:

Do ponto de vista do cidadão, a equação de
trabalhar sem prazer para viver livremente nos
períodos de folga é dura demais, se
considerarmos que passamos mais de 60% do
dia envolvidos com o trabalho. E, como não há
notícia de um ser humano que tenha conseguido
desligar o cérebro durante suas tarefas, somos
também nós mesmos durante o labor.
(Dá para ser feliz no trabalho?, Época, 13 de
jul. 2009, p. 68.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre
a visão sociológica do trabalho, considere as
afirmativas a seguir:
I- Segundo a teoria marxista, só é possível
avaliarmos que ―passamos mais de 60% de
nossas vidas envolvidos com o trabalho‖ devido
à organização capitalista que, em razão da
propriedade privada dos meios de produção e do
assalariamento, separa tempo de trabalho e
tempo de não-trabalho.
II- Para Max Weber, o desafio da explicação
sociológica era o de reconstruir o processo por
meio do qual se passou a aceitar o trabalho de
forma disciplinada como um fim em si mesmo,
tornando-o passível de uma avaliação moral
247

DESIGUALDADES SOCIAIS:
A DIVERSIDADE DAS
EXPLICAÇÕES TEÓRICAS
O estudo das origens das desigualdades
sociais e das interpretações que diversos
pensadores fizeram sobre elas fornece elementos
para o entendimento das distintas sociedades e
das formas de desigualdade que lhes são
equivalentes. Isso torna possível uma reflexão
sobre as condições singulares de produção e
reprodução das desigualdades sociais também
no Brasil.
Conhecer as condições econômicas, sociais,
políticas, culturais e religiosas, entre outras, é
base tanto para compreender o processo do
estabelecimento de diferentes formas de
desigualdades em sociedades distintas, como
para entender suas causas, persistências,
possibilidade e / ou dificuldades de amenização
(TOMAZI, Nelson D. Iniciação à Sociologia.
SP. Atual, 2000).
Interpretando as Desigualdades
No período de transição do feudalismo para o
capitalismo, que vai do século XVI ao século
XVIII, emergem profundas transformações
vinculadas à produção e ao trabalho, bem como
novas condições políticas, jurídicas e culturais,
que fizeram surgir um significativo
questionamento sobre os fundamentos das
desigualdades entre os homens.
Num primeiro momento, pode-se destacar a
discussão que Thomas Hobbes (1588-1679) e
John Locke (1632-1704) desenvolveram.
Thomas Hobbes (1588-1679)
O inglês Hobbes autor de Leviatã, foi o
principal pensador do estado absolutista, ele
definia o estado de natureza como um estágio no
qual o homem se encontrava entregue as suas
próprias paixões, levando o homem a um
comportamento anti-social. Estabelece-se assim,
uma luta incessante de todos contra todos pelo
poder, gerando a necessidade de um poder
soberano, ou seja superior a todos os homens.
Este por sua vez, não eliminaria a luta
competitiva entre os indivíduos, mas colocaria
sob o controle da lei e da ordem.
Na discussão sobre o homem na sua
condição natural, Hobbes encontra argumentos
para justificar que todos os homens eram
naturalmente iguais, ―A natureza fez os homens
tão iguais, quanto às faculdades do corpo de do
espírito que, embora por vezes se encontre um
homem manifestante mais forte de corpo, ou de
espírito mais vivo que outro, mesmo assim,
quando se considera tudo em conjunto, a
diferença entre um e outro homem não é
suficientemente considerável para que qualquer
um possa com base nela reclamar qualquer
beneficio a que o outro não possa também
aspirar, tal como ele‖.(HOBBES, Thomas.
Leviatã. SP, Ed. Abril, 1974, Pg. 74).
Essa igualdade natural entre os homens
descrita por Hobbes, torna possível o
estabelecimento de uma luta incansável entre
eles, ―... o desejo de poder numa situação na
qual todos são iguais na capacidade de se
prejudicarem, na qual os bens são insuficientes
para satisfazer as necessidades de cada um e
onde cada um tem o direito natural a tudo, é um
estado permanente de guerra. O estado de
natureza é o estado de guerra de todos contra
todos‖. (BOBBIO, Norberto. Thomas Hobbes.
RJ: Ed. Campus, 1991 Pg.35).
Para que a violência não prevalecesse, era
preciso que os indivíduos fizessem um acordo,
um pacto de união, entregando o poder a um
soberano absoluto, construiria-se um Estado
visando a própria conservação da vida. (...) É
necessário que os homens concordem em
instituir um estado que torne possível uma vida
segundo a razão. Esse acordo é um ato de
vontade, o Estado não é um fato natural, mas um
produto da vontade humana: é o homem
artificial (...) (BOBBIO, Norberto. Thomas
Hobbes. RJ: Ed. Campus, 1991 Pg.40).
(...) A causa principal de insegurança é a
falta de um poder comum: o acordo que funda o
estado tem por meta instituir um poder comum.
O único meio para isso é que todos consintam
em renunciar a seu próprio poder e em transferi-
248
lo para uma única pessoa (uma pessoa física ou
jurídica, como por exemplo, uma assembléia),
que a partir de então, terá o poder suficiente para
que o individuo exerça seu próprio poder em
detrimento dos outros. (...) (BOBBIO, Norberto.
Thomas Hobbes. RJ: Ed. Campus, 1991 Pg.41).
John Locke (1632-1704)
John Locke, outro pensador inglês, também
se preocupava com o estabelecimento de um
pacto social. Diferentemente de Hobbes, Locke
partia da necessidade de estabelecer uma
sociedade política, baseada num pacto entre
homens livres e iguais. Assim, assistiu-se a
emergência de uma concepção que justificava as
desigualdades como inerentes às próprias
condições de existência social e política dos
indivíduos; para Locke, os homens eram livres e
iguais na medida em que tinham propriedades a
zelar. Os proprietários somente de força de
trabalho não eram considerados aptos a pactuar,
dadas as suas condições de existência.
Para Locke, a noção de proprietário não se
apresentava vinculada apenas à posse material.
Ser proprietário, na teoria individualista do
século XVII, significava ter antes de tudo a
propriedade de si mesmo, se não de
instrumentos de trabalho, meios de produção,
etc., pelo menos de suas capacidades físicas e
mentais (sua força de trabalho) para negociar
com o patrão em condições de igualdade.
Assiste-se, com Locke, ao estabelecimento
de um conjunto de artifícios políticos para a
proteção de determinados interesses em nome
dos interesses de todos os indivíduos. Surgem
leis para regulamentar a relação contraditória e
desigual que florescia com o desenvolvimento
do capitalismo.
Liberalismo (século XVIII)
Enquanto as desigualdades se tornavam cada
vez mais visíveis no cotidiano da sociedade,
principalmente nas cidades européias, a idéia de
igualdade estava ganhando nova dimensão, que
teria sua máxima no postulado do liberalismo do
século XVIII de todos os homens são iguais
diante da lei.
Edmund Burke, inglês, afirmava que a
propriedade garantia a liberdade, mas exigia a
desigualdade. Já Jean-Jacques Rousseau,
francês, dizia que a liberdade só tinha sentido se
estivesse baseada na igualdade. Ao discorrer
sobre o contrato social, Rousseau afirmava que a
igualdade é um principio jurídico, pois a
desigualdade condena os homens à não
liberdade. Tomava, portanto, a lei como ponto
fundamental de sua teoria e defendia que todos
os homens deveriam ser iguais perante ela.
No livro O contrato social, Rousseau
afirmava que a condição social do homem leva à
situação de desigualdade, a qual não pode ser
explicada por fatores naturais. Admitia a
existência de diferenças naturais entre os
homens, mas que ela não são responsáveis pelas
diferenças sociais. A novidade de sua reflexão
estava no fato de conceber a desigualdade como
fenômeno social, ou seja, algo gerado pela
própria sociedade.
Rousseau, para quem os homens eram livres
e iguais, afirmava que o contrato social era a
forma de selar um pacto de submissão e todos os
indivíduos e dos governantes a vontade geral da
sociedade. Começa a se desenvolver, assim a
idéia de bem comum..
Desigualdades: a pobreza como
fracasso
No século XVIII, o capitalismo teve um
grande crescimento, com a ajuda da
industrialização, dando origem assim as relações
entre o capital e o trabalho, então o capitalista,
que era o grande patrão, e o trabalhador
assalariado, passaram a ser os principais
representantes desta organização.
A justificativa encontrada para esta nova fase
foi o liberalismo que se baseava na defesa da
propriedade privada, comércio liberal e
igualdade perante a lei. A velha sociedade
medieval estava sendo totalmente transformada,
assim o nome de ―homem de negócios‖ era
exaltado como virtude, e eram-lhe dadas todas
as credenciais, uma vez que ele realizaria a
riqueza para o bem de toda sociedade.
O homem de negócios era louvado e citado
como modelo para os demais integrantes da
sociedade. A riqueza era compreendida como
sendo a resultante do esforço individual e
portanto acessível à todos. Ao passo que a
249
pobreza era vista como o próprio fracasso
pessoal advindo de causas puramente
individuais.
Então os pobres deveriam apenas cuidar dos
bens do patrão, máquinas, ferramentas,
transportes e outros, uma vez que eles lhe davam
trabalho. Deus era testemunha do esforço e da
dedicação do trabalhador ao seu patrão. É
interessante notar que não era mais apenas pela
ausência da graça divina que se justificava a
pobreza, como ocorria até o século XVII.
Combinava-se, agora, o fracasso e a ausência da
graça divina.
A Reforma Protestante e a Igreja Católica
tiveram um papel primordial na justificativa do
conjunto de valores que, em rigor, embasaram a
nova concepção de riqueza e de pobreza que se
desenvolveu no século XVIII. Inculcaram nos
indivíduos a idéia de que todos deveriam
trabalhar incessantemente, pois essa era uma
forma de alcançar a salvação eterna.
Thomas Robert Malthus (1766-1834)
afirmava que não resolveria pagar salários
maiores aos pobres, pois isso os levaria a
bebedeira e a outros gastos supérfluos, e que,
além de não eliminar a pobreza, incentivaria a
desordem e a desobediência. Voltaire (1694-
1778) afirmava que, para que o pobre
trabalhasse constantemente, devia ter o seu
ganho limitado, nunca ter um salário acima das
suas necessidades básicas. O surgimento dessa
concepção de pobreza foi um dos aspectos
básicos da nova maneira de ver o mundo que se
desenvolveu no século XVIII, uma vez que
justificava também a riqueza. Os defensores da
ordem social capitalista procuravam formas de
apresentar as desigualdades sociais como
decisão própria daqueles que não aceitavam se
submeter às condições do próprio trabalho.
A desigualdade como produto das
relações sociais
Várias teorias apareceram no século XIX
criticando as explicações que até então vinham
sendo desenvolvidas. Aparecem então linhas de
pensamento que indagavam sobre as condições
de produção e reprodução das diferenças sociais.
A simples colocação dessa questão nesses
termos, já significava a não-aceitação da
desigualdade como um fato natural ou
estabelecido por Deus.
Interpretar as diferenças sociais como
resultado da forma como os homens se
organizavam significou um dos grandes avanços
no processo de entendimento dos elementos
constituintes das desigualdades. Karl Marx
(1818-1883) foi um dos pensadores mais
expressivos na construção de uma investigação
cientifica sobre a desigualdade como fenômeno
social.
Marx criticava o liberalismo, considerando
que essa corrente de pensamento expressava os
interesses de tão somente uma parcela da
sociedade e não da maioria como tinha que ser.
Segundo o próprio Marx a sociedade é um
conjunto de atividades dos homens, ou ações
humanas, e essas ações e que tornam a
sociedade possível. Essas ações ajudam a
organização social, e mostram que os homens se
relacionam uns com os outros.
Marx vai interrogar, questionar e refletir para
aprender os nexos internos que compõem a
sociedade capitalista. Dessa maneira, sua
reflexão sobre a desigualdade social não se
restringe aos aspectos jurídicos. Ele a considera
como produto de um conjunto de relações
pautado na propriedade como um fato jurídico,
mas também político, ou seja, a questão da
dominação, que garante a manutenção e a
reprodução dessas condições desiguais, embasa
as reflexões marxistas.
As desigualdades se originam dessa relação
contraditória, refletem na apropriação e
dominação, dando origem a um sistema social,
neste sistema torna-se evidente as contradições
entre as duas classes fundamentais do modo de
produção capitalista – a classe operaria
(proletariado) e a classe capitalista (burguesia) –
e garante-se a dominação política dessa ultima
sobre a primeira.
As desigualdades são fruto das relações,
sociais, políticas e culturais, mostrando que as
desigualdades não são apenas econômicas, mas
também culturais, participar de uma classe
significa que você esta em plena atividade
social, seja na escola, seja em casa com a família
ou em qualquer outro lugar, e estas atividades
ajudam-lhe a ter um melhor pensamento sobre si
mesmo e seus companheiros.
250
 EXERCÍCIOS De acordo com as concepções de Thomas
Hobbes acerca do assunto abordado no texto
acima, assinale a opção correta.
1) (ENADE 2008) Frente à extrema a) A paz e a defesa comum devem ficar a cargo
desigualdade econômica que perdura na de cada um na sociedade.
América Latina, suas metrópoles apresentam b) A sociedade é o verdadeiro locus do poder e,
comunidades estigmatizadas situadas na base do depois dela, o Estado.
sistema hierárquico, habitando bairros ou áreas c) O poder do Estado é ilimitado.
periféricas. São locais conhecidos como áreas- d) O poder soberano não resolve todas as
problema, dado o seu índice elevado de pendências, nem arbitra qualquer decisão.
desintegração social. As Ciências Sociais vêm e) O Estado divide o poder com o indivíduo.
analisando esse fenômeno por meio de teses e
reflexões. Acerca desse assunto, assinale a
opção correta.
a) O termo exclusão socioespacial é utilizado
para denominar a condição socioeconômica dos
habitantes de classe média das áreas
metropolitanas na região.
b) O crescimento populacional das metrópoles
continentais vem sendo acompanhado por
políticas sociais e econômicas que garantem a
inserção da população na lógica do mercado de
trabalho formal, conduzindo ao desaparecimento
do estigma dessas áreas.
c) As áreas-problema das metrópoles
continentais estão incorporadas na dinâmica
urbana, oferecendo possibilidades concretas de
integração de sua população na lógica social e
econômica das cidades onde se situam.
d) A disparidade socioeconômica nas cidades
vem gerando nos grupos mais favorecidos uma
integração socioespacial com as áreas-problema.
e) O estigma é a característica mais patente da
experiência vivida pelos que habitam áreas-
problema das metrópoles continentais. Ele
resulta na criminalização dos pobres e na
estigmatização do território onde estes moram, o
que dificulta ainda mais sua inserção na ordem
social e econômica.

2) (ENADE 2008) Graças à autoridade que é

dada por cada indivíduo ao Estado, é-lhe
atribuído o uso gigantesco de poder e força que
o terror assim inspirado o torna capaz de
conformar as vontades de todos eles, no domínio
da paz em seu próprio país e da ajuda mútua
contra os inimigos estrangeiros.
Thomas Hobbes. Leviatã. Trad. Alex Marins.
São P a u l o : M a r t i n C l a r e t , 2 0 0 2 .

251

DESIGUALDADES SOCIAIS:
ESTRUTURA E
ESTRATIFICAÇÃO
―As desigualdades sociais ocorrem dentro de
um sistema socioeconômico determinado, no
qual as classes em oposição (dominantes –
dominados) são também complementares e estão
dialeticamente ligadas entre si, já que são parte
integral do funcionamento de um todo
(exploradores e explorados)‖.
―Se considerarmos que as oposições de
classes são assimétricas, que frente aos que
possuem o poder, os meios de produção e as
riquezas se encontram aqueles que não as
possuem; que os que não trabalham com seus
meios de produção empregam o salário
assalariado de outros; que uns estão‖ acima ―e
outros estão‖ abaixo ―, é fácil ver que as
diferentes posições ocupadas pelas classes na
sociedade representam efetivamente uma
estratificação‖.
(Sociologia e sociedade: leituras de introdução
à sociologia (compilação de textos por)
Marialice Mercarini Foracchi (e) José de Souza
Martins. 11º ed. Rio de Janeiro, LTC, 1977).
Relação entre estrutura social e
estratificação
As Castas
Para Max Weber, o sistema de castas
obedece a uma forma especifica de organização.
Nas castas há a definição clara do papel dos
indivíduos. Por exemplo, os membros de uma
casta poderiam desempenhar determinadas
tarefas, ao passo que membros de outras castas
não poderiam.
Pertencer a uma casta ou subcasta era o fator
comprobatório da posição social que se ocupava
dentro de uma comunidade. Dessa forma, o
conjunto de relações econômicas e políticas
ocorriam tendo como base esse tipo de
estratificação.
Pertencer a uma determinada casta podia
conferir a seus membros uma posição social que
era também política ante as demais castas numa
dada comunidade. Por exemplo, no Egito antigo
tinha-se uma ordem social que no topo estavam
os sacerdotes, os reis, os solados; os demais –
lavradores, pastores e artífices – ocupavam
posições consideradas inferiores. Era-lhes,
determinado, antes do nascimento, dar
continuidade aos ofícios que vinham de seus
antepassados, ou seja, o filho do lavrador tinha
que fazer essa tarefa, e não outra. Nenhum outro
oficio lhe era permitido.
Na China, os letrados constituíram a casta
dominante por vários séculos como a
encarnação da sabedoria e da eficiência no
exercício dos cargos públicos. Na antiguidade,
as diversas sociedades (grega, egípcia, chinesa,
etc.) pautavam-se por um tipo de organização da
propriedade e por um tipo de Estado, o que
tornava possível uma dada forma de organização
socioeconômica e político-culrural.
A propriedade ou era comunal (coletiva) ou
do Estado, e este ultimo tinha, por sua vez, um
caráter burocratizado, sendo função dos
funcionários públicos fiscalizar e organizar as
diversas atividades profissionais. O fato de
apenas alguns grupos estarem em condições de
exercerem cargos públicos tinha a ver com a
manutenção e com a reprodução das condições
de dominação vigentes nas sociedades antigas.
A sociedade de castas
A sociedade de castas é uma forma particular
de estratificação caracterizada por vários traços
estruturais específicos, como, por exemplo, a
hierarquização rígida, baseada em critérios
como hereditariedade, profissão, etnia, religião,
que determinam um ―situação de
respeitabilidade‖ e de relações sociais. A
definição desses critérios ocorre a partir de um
conjunto de valores, hábitos e costumes
definidos pela tradição.
O sistema de castas assenta-se numa relação
de privilégios que alguns indivíduos possuem
em detrimento dos demais. Esse tipo de
organização social parte do pressuposto que os
direitos são desiguais por natureza, uma vez que
os elementos que os caracterizam são definidos
252
fora dos indivíduos – por exemplo, a definição
de cargos e profissões era determinada pela
hereditariedade (o guerreiro e o sacerdote fariam
os seus filhos também guerreiros e sacerdotes).
Pode-se dizer, que nas sociedades antigas, a
organização social baseava-se no sistema de
castas. As desigualdades políticas, jurídicas,
religiosas, etc. expressavam-se através do lugar
que o individuo ocupava na estrutura de cargos e
profissões, definidos pela hereditariedade, em
primeiro lugar.
A Grécia antiga pode ser tomada como
exemplo da especialização hereditária, com a
caracterização das famílias a partir de suas
profissões: família de médicos, de sacerdotes, de
guerreiros, e assim por diante.
As castas e a sociedade hindu
Ainda hoje existe na Índia o sistema de
castas, embora modificado, pois coexiste com
um sistema de classes sociais; mesmo assim, o
estudo dessa sociedade deve passar pela
compreensão do sistema de castas lá vigente, o
qual nos oferece vários elementos para a
compreensão dessa ordem social.
Uma das características que marcaram a
estratificação social hindu foi à hereditariedade;
o nascimento era a condição básica para se
definir uma dada posição na ordem social. A
hierarquização dava-se com base na
hereditariedade e, também, nas profissões, que
definiam os indivíduos como pertencentes a
grupos de status diferentes. Nem sempre o
caráter hereditário e o profissional convergiam.
Por exemplo, dois indivíduos podiam exercer a
mesma profissão, mas pertencer a castas
diferentes por hereditariedade. A ocupação não
os colocava, automaticamente, em condições de
igualdade.
Os indivíduos que pertencem as castas
inferiores são considerados impuros e não
podem prestar ser viços a membros de castas
superiores (tudo o que tocam ficam
contaminado). A complexidade do sistema de
castas entre os hindus envolve não elementos
políticos econômicos, mas questões culturais
seculares. A combinação entre esses elementos
forma uma organização social particular no
processo de construção das desigualdades
sociais.
Os Estamentos
Entre os séculos IX e XIV, a sociedade
feudal européia tinha sua organização social
baseada em estamentos: nobreza, clero e servos.
A honra, a hereditariedade, a linhagem, eram os
elementos organizadores dos estamentos, ou
seja, a hierarquização se estabelecia com base
num conjunto de valores culturais, definidos
pela tradição.
As atividades sociais que cada estamento
desempenhava nessa ordem social eram
encaradas como funções necessárias à
manutenção da sociedade. A organização social
baseada em estamentos produz uma situação de
privilégio para alguns indivíduos, esses
privilégios estão diretamente ligados à honra.
Aqueles que dominavam (a nobreza e o clero)
eram os que se situavam melhor no código de
honrarias que vigorava naquela sociedade.
Essa relação de privilégios, que tinha
fundamento na honra, só era possível porque os
estratos não privilegiados também reconheciam,
na hereditariedade, na linhagem a honra do
outro. Os dominados incorporavam, pelo
conjunto de valores culturais vigentes
(disseminados e sustentados pela igreja
católica).
Estamentos: reciprocidade e força.
O feudalismo, como organização econômica
e política, assentava-se na relação entre a
nobreza, o clero e os servos. Os dois primeiros
estratos se superpunham hierarquicamente na
distribuição do poder. O clero e a nobreza
constituíam o estamento política e
economicamente dominante.
A reciprocidade entre o servo (aquele que
paga um tributo pela utilização de um feudo) e o
senhor feudal (aquele que detinha largas
extensões de terra) fundava-se na relação
estabelecida entre servir e proteger.
A propriedade e o uso da terra no feudalismo
implicavam contrair uma diversidade de
obrigações, que faziam com que o proprietário
estivesse ligado a uma trama de relações, que
não se limitava aos servos. Do proprietário, por
exemplo, o rei podia exigir serviços militares.
Um nobre proprietário podia exigir de um outro
proprietário de terras, em nome do rei, um
253
número determinado de cavaleiros para atuar na
guerra. Dessa forma, para manter posições de
poder, a nobreza exigia obrigações militares de
todos os senhores feudais através de seus
vassalos.
No modo de produção feudal, o que alinhava
as relações entre os diversos estratos ou
estamentos era a vassalagem, que era fundada
numa relação pessoal de fidelidade. A idéia
geral é de que o vassalo era aquele que servia a
um senhor, numa ligação baseada na
propriedade da terra. As obrigações entre eles
eram diversas, podendo se enumerar a ajuda de
guerra, os ofícios de escudeiro, as funções da
criadagem doméstica, etc. Não somente o
vassalo tinha obrigações para com o senhor, mas
também este lhe devia proteção. Essa relação de
dependência definia-se como uma idéia de laços
de parentesco que envolviam o senhor feudal e o
vassalo, servindo para manter a relação de
subordinação e submissão
Existia uma hierarquia de vassalagem que se
superpunha a todos os estamentos e os
interligava; do estrato inferior (os servos) até o
topo da pirâmide social, todos se encontravam
ligados por uma trama de obrigações,
reciprocidade e fidelidade.
A organização política na ordem estamental
Max Weber afirma no livro Economia e
sociedade que o feudalismo é uma estruturação
política patrimonialista por excelência. Isso quer
dizer que a organização política obedecia a uma
hierarquização na qual a relação de
subordinação se dava a partir das obrigações
contraídas entre os diversos estratos, com base
na posse e no uso da terra (daí a designação
patrimonial)
O suporte patrimonial das relações
estabelecidas definia o tipo de organização
política da sociedade feudal. A administração
política, os cargos públicos, as atividades de
guerra, etc. revelavam o quanto à ordem política
se mantinha com base nas relações patrimoniais.
O poder é vinculado à propriedade da terra,
ou seja, os estratos dominantes tinham posse de
largas extensões de terras a fonte de seus
poderes econômicos e políticos. A nobreza e o
clero detinham grandes poderes, e em primeira
instância, esses poderes só existiam porque tanto
um quanto o outro era proprietário de terras.
Na base da dominação estamental, a nobreza
ocupava a administração do Estado de forma
perfeitamente afinada com os interesses
clericais. Portanto, à ocupação do cargo público
dava-se por consentimento ou por privilégios
conseguidos pela tradição e por regras de
fidelidade pessoal, entre outros. O poder, no
entanto, além de estar vinculado à posse da
terra, também se ligava a privilégio, honra,
tradição e linhagem.
TEXTO COMPLEMENTAR
As estratificações representam, na maioria
das vezes, o que poderíamos chamar
cristalizações ou projeções sociais,
freqüentemente também jurídicas e, em todos os
casos, psicológicas, de certas relações sociais de
produção representadas pelas relações de
classes. Nessas cristalizações sociais intervêm
outros fatores secundários e acessórios (por
exemplo, religiosos, étnicos), que reforçam a
estratificação, e que têm, ao mesmo tempo, a
função sociológica de ―libertá-la‖ de seus
vínculos com a base econômica; em outras
palavras, têm em função de mantê-la em vigor
ainda que mude sua base econômica.
Conseqüentemente, as estratificações podem ser
consideradas também como justificações ou
racionalizações do sistema econômico existente,
ou seja, como ideologias. Como todos os
fenômenos de superestrutura social, a
estratificação adquire uma inércia própria que a
mantém ainda que as condições que a
originaram tenham se modificado. À medida que
as relações entre as classes se modificam –
devido a dinâmica das oposições entre as
classes, as lutas e os conflitos de classes – as
estratificações se transformam em fósseis das
relações e classe nas quais se basearam
anteriormente.
(Sociologia e sociedade: leituras de introdução
à sociologia (compilação de textos por)
Marialice Mercarini Foracchi (e) José de Souza
Martins. 11º ed. Rio de Janeiro, LTC, 1977).
254
 EXERCÍCIOS
1) De acordo com Octavio Ianni: ―Para melhor
compreender o processo de estratificação social,
enquanto processo estrutural, convém partirmos
do princípio. Isto é, precisamos compreender
que a maneira pela qual se estratifica uma
sociedade depende da maneira pela qual os
homens se reproduzem socialmente‖.
Fonte: IANNI, O. Estrutura e História. In
IANNI, Octavio (org). Teorias da Estratificação
Social: leitura de sociologia. São Paulo: Cia.
Editora Nacional, 1978, p. 11.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre
estratificação social, considere as afirmativas
a seguir:
I- Os estamentos são formas de estratificação
baseadas em categorias socioculturais como
tradição, linhagem, vassalagem, honra e
cavalheirismo.
II- As classes sociais são formas de
estratificação baseadas em renda, religião, raça e
hereditariedade.
III- As mudanças sociais estruturais ocorrem
quando há mudanças significativas na
organização da produção e na divisão social do
trabalho.
IV- As castas são formas de estratificação social
baseadas na propriedade dos meios de produção
e da força de trabalho.
A alternativa que contém todas as
afirmativas corretas é:
a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) I, II e IV
e) II, III e IV
2) (UEL-SOC/2010) Leia o texto a seguir:
Celulares e carros são, hoje em dia, objetos de
grande desejo de consumo. Ter um carro pode
representar muita coisa, sucesso com as garotas,
inveja dos vizinhos, glamour, requinte. O fato é
que poucos podem comprar um carro, estando
este objeto longe da realidade da maioria.
Celular, por sua vez, é uma mercadoria mais
barata que começou com um apelo funcional: a
mãe conseguir falar com os filhos, ligar para
alguém de qualquer lugar, uma ligação de
emergência.
Rapidamente ganhou funções ―inúteis‖, marcas,
modelos e preços diferentes, transformando-se
num objeto de forte apelo, capaz de mostrar aos
demais ―quem você é‖, diferenciar ricos de
pobres, pessoas de ―bom gosto‖ e pessoas ―fora
de moda‖.
(Adaptado de
http://panoptico.wordpress.com/2007/04/20/celu
lar. Acesso em: 22 abr. 2009.)
Os fenômenos sociais contidos no texto
referem-se exclusivamente a:
I- Mobilidade social ascendente, que expressa a
melhora da posição do indivíduo no sistema de
estratificação social, decorrente da posse de
mercadorias tecnológicas.
II- Grupos de status referentes à hierarquização
de pessoas e grupos com base em ―estilos de
vida‖ especiais identificados pela posse de
certos atributos e bens peculiares que conferem
prestígio, honra e distinção social a seus
membros.
III- Reificação, que se refere à iniciativa do
homem em atribuir a coisas e objetos inertes
características de seres ―animados‖ ou
―humanizados‖, portadores de propriedades
―mágicas‖.
IV- Classes sociais, entendidas como aqueles
agrupamentos de pessoas estratificadas de
acordo com suas posições nas relações de
produção (propriedade, controle e apropriação
dos meios de produção).
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
b) Somente as afirmativas II e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
255

AS CLASSES SOCIAIS (1)
Não existe uma única concepção de classe
social na Sociologia. Uma de suas correntes
insiste que os critérios de sua definição devem
estar centrados em elementos objetivos, ou seja,
na posição dos indivíduos no mundo da
produção material, basicamente. Essa orientação
segue, em termos gerais, a perspectiva marxista
que veremos a seguir.
Outra corrente, a weberiana, parte do
pressuposto de que não somente a riqueza, a
posse e a renda são fatores de diferenciação
social, mas também o são o status, a honra, o
prestigio e o poder.(TOMAZI, Nelson D.
Iniciação à Sociologia. SP. Atual, 2000).
Karl Marx: classes e estrutura
social
O aparecimento das classes sociais vincula-
se a circunstâncias históricas bem especificas,
quais sejam, aquelas em que a criação de um
excedente possibilita a apropriação privada das
condições de produção. Dessa forma, o
materialismo histórico descarta a interpretação
que atribui um caráter natural, inexorável, a esse
tipo particular de desigualdade.
As classes são uma decorrência de
determinadas relações sociais de produção,
constituem-se, pois, ao nível da estrutura de uma
sociedade. Marx fasta definitivamente a idéia
segundo a qual as classes se definiram a partir
do nível de renda ou da origem de seus
rendimentos: isso só não daria uma infinidade
de situações, como, também, tornaria a
distribuição da riqueza produzida socialmente
causa da desigualdade. A renda não é um fator
independente da produção: é, antes, um uma
expressão da parcela do produto que um grupo
de indivíduos pode perceber, em decorrência de
sua posição na estrutura de classe.
A confirmação básica de classes nos termos
expostos acima se expressa, de maneira
simplificada, num modelo dicotômico: de um
lado, os proprietários ou possuidores dos meios
de produção, de outro, os que não possuem.
Historicamente, essa polaridade apresenta-se de
diferentes maneiras conforme as relações
sociais, econômicas, jurídicas e políticas de cada
formação social. Daí os escravos e patrícios,
servos e senhores feudais, trabalhadores livres e
capitalistas...
Um dos aspectos fundamentais do conceito
de classes é que estas não existem isoladas, mas
somente como parte de um sistema de classes.
As classes sociais só existem em relação umas
com as outras. O que define e distingue as
diversas classes são as relações especificas que
se estabelecem entre elas. Uma classe social só
pode existir em função de outra.
A critica feita pelo marxismo à propriedade
privada dos meios elementares de produção da
vida humana dirige-se, portanto, aos seus
resultados: a exploração de uma classe de
produtores não possuidores por parte de uma
classe de proprietários, a limitação à liberdade e
às potencialidades dos primeiros e a
desumanização de que ambos são vitimas. Mas
o domínio dos possuidores dos meios de
produção não se restringe à esfera produtiva.
Marx e Engels enfatizam que a classe que detém
o poder material numa dada sociedade é também
a potência política e espiritual dominante.
―Os indivíduos que constituem a classe
dominante, entre outras coisas, uma consciência,
e é em conseqüência disso que pensam: na
medida em que dominam enquanto classe e
determinam uma época histórica em toda a sua
extensão, é lógico que esses indivíduos
dominem em todos os sentidos, que tenham,
entre outras, uma posição dominante como seres
pensantes, como produtores de idéias, que
regulamentem a produção e a distribuição dos
pensamentos de sua época; as suas idéias são,
portanto, as idéias dominantes de sua época.‖
(MARX. Prefacio à Critica à economia
política, p.29)
Max weber e a estratificação
social
Max Weber funda uma outra corrente de
interpretação sociológica acerca das classes
256
sociais. Segundo ele, sociedade se assenta sobre
três dimensões distintas: a econômica, a social e
a política.
A dimensão econômica estratifica a
sociedade através dos critérios pautados na
riqueza, na posse e na renda. É preciso, no
entanto, levar em conta que a dimensão social e
a dimensão política possuem, também, critérios
de diferenciação social.
A dimensão social funda uma maneira de
estratificação baseada no status. O seu elemento
definidor é a honra e o prestigio que as pessoas e
/ ou grupos desfrutam, ou não, a posição que
ocupam na sua profissão, o seu estilo de vida,
etc.
A dimensão política funda um modo de
estratificação baseado no poder. Quanto mais
poder os indivíduos e / ou grupos ostentarem,
melhor eles se posicionarão na escala de
reconhecimento no interior dessas relações de
poder e de dominação.
A abordagem multidimensional de Max
Weber parte do pressuposto de que os
indivíduos podem se situar na escala de
estratificação de modo diferente nessas três
dimensões. Por exemplo, um indivíduo pode
possuir riqueza suficiente para colocá-lo no topo
da escala de ordem econômica, mas não possuir
honras e prestígios suficientes para o situar no
patamar mais elevado no âmbito da dimensão
social. Sua riqueza pode não ser considerada
fonte de prestigio e honrarias.
O dado essencial da teoria weberiana é que
há uma relação de assimetria (uns acima e
outros abaixo) não só entre os indivíduos que
detêm a riqueza e os que não detêm, os que
possuem prestigio e os que não possuem, os que
têm poder e os que não têm. As diferenciações
cortam horizontal e verticalmente toda
sociedade, pessoas igualmente ricas podem
possuir prestigio e poder diferentes.
Situações de Classe em Weber
Weber afirma que podemos considerar como
pertencentes a uma mesma classe as pessoas que
têm em comum idênticas oportunidades de vida,
as quais estão fundadas na posse de bens, de
rendas e na posição ocupada no mercado de
trabalho.
Esses elementos definem a situação de
classe, a qual é caracterizada pelas
possibilidades que os indivíduos possuem de
utilizarem as oportunidades em seu favor. Por
isso, para Weber, ter propriedade ou não ter é
um dão fundamental para entender a situação de
classe na sociedade capitalista. Outro dado
definidor da situação de classe esta relacionado,
entre aqueles que não têm propriedade, ao tipo
de serviço que podem oferecer no mercado.
O tipo de serviço que pode oferecer no
mercado é que enquadraria o indivíduo em uma
dada posição de classe. Os profissionais mais
qualificados, como médicos, engenheiros,
dentistas, advogados, etc., são qualificados em
grupos diferentes daqueles trabalhadores menos
qualificados, pelo tipo de serviço que vendem
no mercado de trabalho e / ou de serviços.
De que maneira tais critérios têm um
fundamento objetivo? No sentido de que eles
são definidos com bases em valores sociais
convencionalmente estabelecidos em uma dada
sociedade. Para a família e os colegas de um
jovem nascido em uma sociedade cujo o valor
maior é o consumo de bens, parece natural que a
vida dele seja inteiramente direcionada para a
busca desses bens, que expressam uma posição
de destaque perante os demais. Um carro
sofisticado pode ser citado como exemplo de um
símbolo de status que visa garantir
reconhecimento ao seu proprietário e distingui-
lo dos demais indivíduos.
257
 EXERCÍCIOS
1) (UEL-SOC/2010) Observe a tabela a seguir
elaborada por Pierre Bourdieu:
2) De acordo com seus conhecimentos sobre
classes sociais em Weber, assinale a alternativa
CORRETA:
a) A classe se constitui por um certo numero de
pessoas que tem em comum um componente
casual especifico em suas oportunidades de vida,
ou seja pessoas que se encontram na mesma
situação de classe.
b) Para Weber as classes sociais são divididas
em possuidores dos meios de produção
(burguesia) e os não possuidores (proletariado).
c) Segundo a teoria weberiana a divisão da
sociedade capitalista em classes é produzida por
uma escolha pessoal dos indivíduos.
d) n.d.a.

(Adaptado de: BOURDIEU, P. Distinction... op.

cit. apêndice 3. Tabela A6, p. 534. In.
ALMEIDA, H. B.; SZWAKO, J. E. (orgs.).
Diferenças, Igualdade. São Paulo: Berlendis &
Vertecchia, 2009, p. 50.)
Com base na tabela, é correto afirmar:
a) A pesquisa sobre as classes sociais indica as
similitudes e simetrias dos gostos e práticas
sociais das classes baixas,médias superiores.
b) A pesquisa sobre as classes baixas, médias e
altas revela o quanto a dimensão cultural
dificilmente coincide com a dimensão
econômica das diferenças.
c) A pesquisa sobre a dimensão cultural das
classes sociais demonstra que há diferenças nos
seus estilos de vida e de consumo.
d) A pesquisa sobre as classes sociais e suas
hierarquias desautorizam as afirmações sobre
possíveis assimetrias nas escolhas de consumo.
e) A pesquisa sobre o consumo e as práticas
sociais das três classes denuncia a apropriação
da cultura popular pelas classes superiores.

258

AS CLASSES SOCIAIS (2)
AS LUTAS DE CLASSES
A Perspectiva Marxista
As classes sociais sempre se enfrentaram e
―mantiveram uma luta constante, velada umas
vezes e noutras franca e aberta; luta que
terminou sempre com a transformação
revolucionaria de toda sociedade ou pelo
colapso das classes em luta‖. (MARX.ENGELS,
Manifesto do partido comunista, p.22). para
Marx e Engels, a história das sociedades cuja
estrutura produtiva baseia-se da apropriação
privada dos meios de produção pode ser descrita
como a história das lutas de classes. Essa
expressão, enfatiza as contradições presentes
numa estrutura clássica, o antagonismo de
interesses que caracteriza uma relação entre
classes. Isto porque a existência das classes
sustenta-se na exploração e em diversas formas
de opressão social, política social e religiosa,
etc; daí que a relação entre elas não pode ser
outra senão conflitiva, ainda que apenas
potencialmente
Fica evidenciado o embate constante para a
manutenção de posições de mando e poder.
Todas as esferas da vida social estão
impregnadas dessa luta. No âmbito cultural,
inúmeras manifestações artísticas – a literatura,
o cinema, a musica, a telenovela, a fotonovela –
expressam o processo de dominação ideológica,
que é garantida pela construção de uma
determinada concepção de mundo nos
consumidores dessas formas artísticas.
Para Marx, a noção de luta de classes
relaciona-se diretamente à de mudança social. É
por meio da luta de classes que as principais
transformações estruturais são impulsionadas,
por isto ela é dita ―o motor da história‖. A classe
explorada constitui-se no mais forte agente da
mudança.
A teoria de classes não chegou a ser
completamente desenvolvida, mas encontra
disseminada em quase toda obra de Marx, e um
dos trechos em que esta sintetizada é o seguinte:
―Pelo que me diz respeito, não me cabe o
mérito de ter descoberto a existência das classes
na sociedade moderna, nem a luta entre elas,
muito antes de mim, alguns historiadores
burgueses tinham exposto o desenvolvimento
histórico desta luta de classes, e alguns
economistas burgueses, a sua anatomia, o que
acrescentei de novo foi demonstrar: 1) que a
existência das classes esta unida apenas a
determinadas fases históricas do
desenvolvimento da produção, 2) que a luta de
classes conduz, necessariamente, a ditadura do
proletariado, 3) que esta mesma ditadura não é
mais que a transição para a abolição de todas as
classes e para uma sociedade sem classes‖.
(MARX, O Capital, v.III, p.573.).
A Perspectiva Weberiana
As lutas de classes em Weber somente
podem ser entendidas no âmbito das situações
de classe discutidas anteriormente. As
argumentações de natureza geral sobre os
antagonismos são de pouca validade, segundo
ele.
As modificações que ocorrem no passado,
por exemplo, eram, para Weber, fruto de lutas
que expressavam deslocamentos nas situações
de classes, em que os indivíduos perdiam
posições de poder, de prestigio e a possibilidade
de oferecer seus serviços ou produtos no
mercado.
Assim como hoje, o desenvolvimento
tecnológico e as alterações no mundo do
trabalho, levam a lutas de classes, em diversos
momentos da história da humanidade existiram
autenticas lutas de classes. Na Antiguidade, por
exemplo, os camponeses endividados lutavam
contra credores que, por dividas, os queriam
sujeitar a condições subumanas. Os artesãos na
Idade Média lutavam bravamente contra o
exercício de suas atividades por indivíduos que
se deslocavam do campo para a cidade, criando
as corporações de ofícios.
Desse modo, as lutas de classes cortam
horizontal e verticalmente a sociedade e não se
dão somente entre classes diferentes. No âmbito
de uma mesma classe podem ocorrer lutas para
manter posições de poder, de prestigio e mesmo
259
a possibilidade de realização de atividades, de
uma maneira que acaba se tornando ultrapassada
com o desenvolvimento tecnológico.
Segundo Weber, é necessário contextualizar
as diversas formas de luta existente nas
diferentes organizações sociais. Apreender as
especificidades dessas lutas em cada momento
da história, é compreender como em outras
sociedade (antiga e medieval, por exemplo), e
não só a capitalista, existiram classes e também
lutas entre elas e que formas de ação das classes
são próprias de cada momento da história. No
capitalismo a questão mais importante e
definidora da luta de classes é, para Weber, a
determinação do preço do trabalho.
TEXTO COMPLEMENTAR
A classe social é também, e antes de tudo,
uma categoria histórica. Isto quer dizer que as
classes estão ligadas à evolução e ao
desenvolvimento da sociedade; encontram-se
nas próprias estruturas sociais que a
caracterizam. É por isso que faz pouco sentido
falar, como o fazem os sociólogos da escola da
estratificação, das classes altas, médias e baixas
em todas as sociedades e em todos os tempos.
As classes têm um conteúdo sociológico
especifico; as categorias a que se referem podem
ser descritas sempre com termos específicos.
Assim, Marx fala em sua analise de
―proletariado‖, e de ―pequena burguesia‖, de
―aristocracia financeira‖, e esses termos têm em
cada caso um conteúdo especifico e concreto, de
acordo com o momento histórico a que se
referem. As classes não são imutáveis no tempo:
formam-se, desenvolvem-se, modificam-se à
medida que se vai transformando a sociedade,
são o resultado dessas contradições e, por sua
vez, contribuem para o desenvolvimento das
mesmas.
(Sociologia e sociedade: leituras de introdução
à sociologia (compilação de textos por)
Marialice Mercarini Foracchi (e) José de Souza
Martins. 11º ed. Rio de Janeiro, LTC, 1977).
EXERCÍCIOS
1) (UEL-SOC/ 2010) A questão das classes
sociais na Sociologia tem diferentes formas de
explicação. Dentre as explicações clássicas, as
de Marx e Weber. Atualmente encontramos
estudiosos que analisam a estrutura social
brasileira de diferentes maneiras:
I- A Classe C é a classe central, abaixo da A e
B e acima da D e E. [...] a faixa C central está
compreendida entre os R$ 1064 e os R$ 4561 a
preços de hoje na grande São Paulo. A nossa
classe C está compreendida entre os,
imediatamente acima dos 50% mais pobres e os
10% mais ricos na virada do século. [...] A nossa
classe C aufere em média a renda média da
sociedade, ou seja, é classe média no sentido
estatístico. A classe C é a imagem mais próxima
da média da sociedade brasileira. Dada a
desigualdade, a renda média brasileira é alta em
relação aos estratos inferiores da distribuição.
(Adaptado de: NERI, M. C.; COUTINHO DE
MELO, L. C. (coordenadores). Miséria e a nova
classe média na década da igualdade. Rio de
Janeiro: FGV/IBRE, CPS, 2008, p. 34-35.)
II. A reorganização do processo de acumulação
no Brasil [após os anos de 1990] acarreta
consequências imediatas nas relações sociais, no
trabalho, no emprego e nas classes sociais dele
resultantes. Assim, podemos concordar que o
operariado industrial perdeu o seu peso relativo
na nossa sociedade [...]. É certo que a classe
trabalhadora [...] se multiplicou em diferentes
grupos sociais, uns talvez mais atomizados ou
desorganizados [...]. Também percebe-se, [...]
que houve um processo de financeirização da
classe hegemônica brasileira, que acabou
reduzindo ainda mais os setores dominantes,
sobretudo entre os banqueiros, as multinacionais
e os grupos econômicos, mesclados entre si com
o capital financeiro e o capital internacional.
(Adaptado de: OLIVEIRA, F. et al. Classes
sociais em mudança e a luta pelo socialismo.
São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2002, p.
27-28.)
Considerando as duas teorias e os dois tipos
de análise dos estudiosos, é correto afirmar
que as análises de
260
a) I e II concordam com Max Weber
simultaneamente.
b) I e II concordam com Karl Marx
simultaneamente.
c) II concorda com Max Weber e as de I com
Karl Marx.
d) I e II discordam igualmente com Karl Marx e
com Max Weber.
e) II concorda com Karl Marx e as de I
concorda com Max Weber.
2) (ENADE 2005) A história de toda sociedade
até nossos dias é a história das lutas de classe.
Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão
e servo, mestre de ofício e companheiro, em
resumo, opressores e oprimidos se encontraram
sempre em constante oposição, travaram uma
luta sem trégua, ora disfarçada, ora aberta, que
terminou sempre por uma transformação
revolucionária de toda a sociedade, ou então
pela ruína das diversas classes em luta.
Karl Marx. Manifesto comunista (com
adaptações).
Uma religião é um sistema solidário de crenças
e de práticas relativas a coisas sagradas, isto é,
separadas, proibidas; crenças e práticas que
unem, numa mesma comunidade moral chamada
Igreja, todos os que a elas aderem.
Émile Durkheim. As formas elementares da vida
religiosa.
Tendo os fragmentos de textos acima como
referência inicial, assinale a opção correta.
a) Para Marx, é por meio da revolução pacífica
que se podem superar os conflitos entre os
membros de uma sociedade.
b) Durkheim considera a religião como um
sistema autônomo e subjetivo de práticas
sagradas às quais os indivíduos aderem a partir
de suas crenças religiosas.
c) As transformações revolucionárias ocorridas
no Leste Europeu no século XX foram previstas
por Marx.
d) A religião, para Durkheim, é um sistema de
classificação que se baseia na moral humana.
e) Segundo Marx, a luta de classes compreende
as questões de gênero, de etnia e de outras
minorias.
AS DESIGUALDADES
SOCIAIS NO BRASIL
O desenvolvimento da industrialização no
Brasil, a partir da década de 30, criou as
condições para a acumulação capitalista, o que
pode ser verificado não só através da redefinição
do papel do estado na economia – a partir
daquele momento, o Estado passaria a se
empenhar na criação das condições possíveis
para o desenvolvimento industrial
(regulamentação das leis trabalhistas, fixação de
preços, subsídios, investimentos em infra-
estrutura na criação das industrias de base) - ,
mas também da implantação da indústria de
bens de produção (bens de capital, ou seja, as
indústrias voltadas para a produção de
máquinas, equipamentos, etc.).
A política econômica posta em prática, no
entanto, não tinha a preocupação de gerar
empregos. O seu caráter básico foi o
desenvolvimento de setores da produção (por
exemplo, o setor de bens de consumo duráveis,
tais como fogões, geladeiras, automóveis) que
economizam mão-de-obra. O resultado imediato
dessa política foi a geração de um processo de
desenvolvimento que não gerava empregos
suficientes para a população economicamente
ativa do país, ou seja, aquela em condições e em
idade para disputar um lugar no mercado de
trabalho.
Desenvolvimento e desigualdade:
as décadas de 1950 e 1960
Nas décadas de 50 e 60, o Brasil conseguiu
um grau significativo de industrialização, mas
sem romper com o subdesenvolvimento. O
modelo de crescimento industrial não significou
uma melhora nas condições de vida da grande
maioria da população. Esse processo gerou, ao
mesmo tempo, uma acumulação de riqueza em
larga escala, agravando os problemas
relacionados à pobreza.
No inicio da década de 60, abriu-se um
período de crise, a qual decorria de um processo
261
de desaceleração da atividade econômica. Uma
das razões dessa crise advinha do empenho do
governo em desconcentrar a renda através de
uma melhor remuneração da força de trabalho e
de uma política de contenção da inflação. As
políticas de diminuição dos gastos públicos, de
cortes de crédito privado e de controles de preço
causaram um grande descontentamento nos
setores sociais que vinham se beneficiando do
processo econômico concentracionista.
A elite brasileira não escondia o seu
descontentamento com os rumos que tomava o
governo de João Goulart (11961-1964) e
passaram a atuar juntamente com os militares –
em organizações como o Instituto Brasileiro de
Ação Democrática (IBAD) e Ação democrática
Popular (ADEP) – no processo de preparação do
golpe militar que ocorreu em 31 de março de
1964.
Essas duas organizações, juntamente com o
Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) e
o Conselho Superior das Classes Produtoras
(Conclap), órgãos representantes dos interesses
empresariais e dos setores médios,
desenvolveram um amplo trabalho de
divulgação dos ―perigos‖ que o país estaria
correndo caso fossem atendidas as
reivindicações da melhoria salarial e de
condição de vida dos trabalhadores.
Em 31 de março de 1964 o golpe se
consumava, liderado pelos militares e apoiado
pelos empresários, contando ainda com o pleno
apoio de amplos setores da classe média, que
assustadas com o ―comunismo de Goulart‖,
promoviam passeatas e procissões pelas ruas das
principais cidades do país.
As condições políticas de
aprofundamento das
desigualdades a partir de 1964
Após 1964, durante a ditadura militar,
criaram-se as condições para um
aprofundamento da reprodução do capitalismo
no Brasil, o que significava um aprofundamento
da acumulação do capital e uma maior
exploração do trabalho. Para isso fosse possível,
houve uma cruel repressão política, que
desmantelou as organizações dos trabalhadores
que lutavam por melhoria salarial. As
desigualdades sociais se tornaram cada vez
maiores, numa sociedade que a exclusão
socioeconômica e política impossibilitava a
formação de uma base de participação dos
diversos setores sociais.
Sem canais efetivos de participação, uma vez
que eles foram fechados pelo regime militar, os
efeitos econômicos, sociais e políticos do tipo de
desenvolvimento econômico posto em pratica no
Brasil recaíram sobre a população mais pobre.
No Brasil, especificamente, o problema da
miserabilidade tem de ser pensado não somente
no âmbito econômico, mas também no político,
na medida em que ficou evidenciado, no período
chamado ―milagre econômico‖, 1969-1973, que
os benefícios desse crescimento não eram
expressivamente convertidos em melhorias
sociais para a parte mais pobre da população.
Devido à imobilidade política imposta aos
trabalhadores houve uma concentração extrema
de renda, com uma enorme queda no salário real
o trabalhador se tornava cada vez mais pobre.
Essas perdas salariais podem ser sintetizadas no
aumento das horas de trabalho necessárias parta
a aquisição da alimentação básica do
trabalhador. Segundo dados do Dieese, se em
dezembro de 1970 o trabalhador precisava
depender 103,19 horas, ou seja 43%do total das
horas trabalhadas em um mês para adquiri a
chamada alimentação essencial, em dezembro
de 1978 ele tinha que destinar 147,25 horas ou
61% do total trabalhado para fazer essa mesma
aquisição.
A partir da década de 1980, ficou evidente,
através da não efetivação de políticas de
distribuição de renda, que as possibilidades de
encaminhar programas efetivos de diminuição
das diferenças sociais tinham sido
desperdiçadas.
Os índices de pobreza na década
de 1980
A década de 80 foi marcada por uma
oscilação entre o aumento e a diminuição da
proporção do numero de pobres na população
brasileira. Nessa década a população brasileira
chegou a 1120 milhões de pessoas, os dados dos
PNADs-IBGE apontaram a seguinte proporção
de indivíduos, no país, que não possuíam suas
262
necessidades básicas satisfeitas.
PROPORÇÃO DE POBRES NO
CONJUNTO DA POPULAÇÃO
BRASILEIRA NA DÉCADA DE 198
ANO PROPROÇÃO DE
POBRES
1980 24,3%
1983 41,9%
1986 28,4%
1987 35,9%
1988 39,3%
Observando-se a tabela, nota-se que eram
considerados pobres todos os indivíduos que
viviam com um rendimento insuficiente para
suprir as necessidades básicas. O critério era,
então, a renda per capita (renda por cabeça) nos
domicílios brasileiros. Somando a renda familiar
e dividindo-a pelo numero de membros do
grupo, chega-se a esse valor per capita.
Se a análise se restringir aos números, ficará
a idéia de que a desigualdade diminui durante o
regime militar, pois o numero de pobres caiu do
ano de 1970 (39,3) para o ano de 1980 (24,3%).
Entretanto mantinham-se os mecanismos de
concentração de renda que ampliavam a
distância entre os setores mais ricos e os mais
pobres; tanto que, diante da crise econômica dos
primeiros anos da década de 80, em curtíssimo
prazo, elevou-se novamente o numero de pobres
– de 24,3%, 1980, para 41,9% no ano de 1983,
chegando a patamares maiores que os do ano de
1970.
Mantido o pilar básico da organização social
brasileira, que é a concentração de renda e a
ausência de políticas distributivas, esses índices
geralmente oscilam diante de um quadro de crise
econômica e de diminuição de oferta de
empregos. A dificuldade em sedimentar
tendências de diminuição do numero de pobres é
resultado da dificuldade de estabilização de um
forma de crescimento econômico combinado
com amplo processo de desenvolvimento social.
A oscilação entre situações de instabilidade, de
inflação, de desemprego e de recessão leva ao
processo de não fixação de uma tendência de
aumento do numero de pessoas com suas
necessidades básicas satisfeitas que dura
décadas.
Desigualdade e pobreza na década de 1990
A fundação Seade (Sistema Estadual de
Analise de Dados) divulgou um relatório em
setembro de 1999 sobre as condições de vida
(PCV-98) em que mostra, por exemplo, que na
grande São Paulo aumentou a desigualdade
social entre os mais ricos e os mais pobres.
Entre 1994 e 1998 os 10% mais pobres tiveram
um acréscimo de 24% em sua renda (de R$
43,50 para R$ 54,10), enquanto os 10% mais
ricos aumentaram em 37% sua renda. Portanto, a
renda da população melhorou, mas desigualdade
não diminui.
O dado mais elucidativo das condições de
desigualdade na Brasil, que o deixa na posição
de país socialmente mais injusto, é que os 10%
mais ricos ficam com quase a metade da renda
nacional, enquanto os 10% mais pobres, com
apenas 0,8% de toda a renda do país
Alguns economistas e sociólogos têm
demonstrado que a redução do grau de
desigualdade tem mais impacto sobre a pobreza
do que os anos de crescimento econômico.
TEXTO COMPLEMENTAR
Sempre pobres
A superação da pobreza e a questão da
inclusão social não podem mais ser vinculadas
ao trabalho. Isso por conta da nova dinâmica
imposta pela opção por um modelo conservador
de inserção econômica do Brasil na nova ordem
global; em nome do qual, milhares de postos de
trabalho são sacrificados, ao lado da
precarização de outros tantos.
O combate à pobreza pela via do crescimento
econômico também não mais se revela como
viável, haja vista o comportamento da economia
neste último período. Em decorrência, a
associação entre pobreza e desigualdade se
esvazia. Passa a ser discutida a partir de
parâmetros restritos de cálculos econômicos
sobre a distribuição de renda no país e do quanto
custaria tirar determinados contingentes de
pobres da situação de pobreza pela via da
transferência de renda. Noutros termos, quanto
custaria ao bolso das pessoas não pobres, num
263
exercício abstrato, a diminuição do contingente
de pobres em nossa sociedade.
O processo de naturalização da pobreza que
hoje se verifica, mesmo quando referida à
desigualdade social, vem acompanhado do
deslocamento do seu lugar no social: ela perde a
condição de fenômeno social – e, portanto, de
questão social. Como resultado de um pacto
social mais amplo, abstrai-se sua dimensão
fundamentalmente política.
Nessa condição, passa a ser objeto de
programas sociais ditados por preceitos técnicos
e de diagnósticos ascéticos e meramente
contábeis. Perde de vista sua dimensão
propriamente social e de fruto de uma relação
entre pessoas pobres e não pobres e, portanto, de
fenômeno muito mais complexo envolvendo
novos contratos sociais. A partir daí se tem a
presença da distinção entre ―velha pobreza‖ e
―nova pobreza‖, esta referida aos segmentos
vitimados pelo ajuste econômico do período
recente. Assim, enquanto a primeira seria
estrutural, porque parte inerente do nosso
processo de acumulação; a segunda seria fruto
da globalização, embasada nos preceitos
neoliberais. Mas do que se trata de fato é de
ambos – as velhas e as novas pessoas pobres –
encontrarem-se hoje na situação de excluídas de
qualquer possibilidade de inserção social. O
entendimento atual que prevalece é de que
pobreza é questão de acesso à renda. Na
realidade, a pobreza está relacionada não à renda
e ao acesso às condições minimamente dignas
de sobrevivência, mas ao mercado. Assim
vinculada, criasse um circulo vicioso: como a
desigualdade é natural ao mercado, a pobreza
passa a ser um fenômeno natural e, portanto,
passível somente de intervenções pontuais
(políticas de combate à pobreza).
Não é por outro motivo que o apelo atual é o
de que cabe à sociedade encarregar-se das
pessoas pobres –―o Estado não pode fazer tudo‖
– com doações individuais de uns, sejam
efetuadas por pessoas físicas ou jurídicas, e com
a organização de novas entidades para executar
programas de combate à pobreza de sua
iniciativa. Tais entidades organizadas não têm
mais por referência o trabalho, como era o caso,
por exemplo, dos sindicatos – e sua respectiva
contraposição na época, a filantropia – mas a
consciência cidadã de cada um/a.
EXERCÍCIOS
1) (ENADE 2008) Uma das características do
Brasil é a persistência de elevados níveis de
desigualdade social ao longo de sua história
recente. Essa desigualdade manifesta-se de
várias formas e estrutura boa parte das relações
sociais da população brasileira. Em decorrência,
o tema da desigualdade social é bastante
debatido nas ciências sociais no país. As teses a
respeito são várias e controversas. Acerca desse
tema, assinale a opção INCORRETA.
a) Em que pese o mito da sociedade de iguais na
cultura brasileira, o Brasil é uma sociedade
extremamente hierarquizada, que estabelece, ora
por regras explícitas, ora por normas sutis,
papéis bem definidos, que determinam o que as
pessoas podem e devem fazer.
b) Mesmo com recentes melhoras nos níveis de
distribuição de renda, o Brasil ainda se encontra
entre os países que apresentam os maiores níveis
de desigualdade do mundo.
c) A partição da sociedade entre ricos e não-
ricos é sinal da existência de uma estrutura que,
ao longo do tempo, vem, de forma rápida,
invertendo essa segmentação.
d) A existência de diferenças entre os indivíduos
de uma sociedade é um fato óbvio; o que torna
relevantes para a pesquisa algumas dessas
diferenças são as teorias que estabelecem quais
desigualdades podem ser consideradas injustas e
que, portanto, devem ser corrigidas.
e) Há uma característica peculiar na distribuição
de renda no Brasil: um hiato entre uma larga
base de famílias de baixos rendimentos e uma
reduzida elite de classe média alta e classe alta
— segmentação responsável pela especificidade
dessa desigualdade.
2) (UEL-SOC/2006) ―Se a pobreza é questão de
direitos e conquista de cidadania, o que parece
hoje estar em jogo é a possibilidade de que,
neste país, se dê a construção democrática de
uma noção de bem público, de interesse público
e de responsabilidade pública que tenham como
medida os direitos de todos. Sabemos muito
264
bem que é esse o nó cego da tradição brasileira, da consolidada noção de responsabilidade
construída em uma história regida por um pública.
privativismo selvagem que faz da vontade e) A falta de ações públicas que respeitem os
privada a medida de todas as coisas, recusa a direitos de todos constitui o que é denominadode
alteridade e obstrui, por isso mesmo, a dimensão ―nó cego da tradição brasileira‖.
ética da vida social pela obliteração de um
sentido de responsabilidade pública e obrigação
social. Sabemos também que o pouco que, nessa
história, o país foi capaz de construir está se
erodindo por conta de uma crise do Estado, que
desestrutura as referências nas quais, durante
décadas, para o bem ou para o mal, se
projetaram esperanças de progresso.‖
(TELLES, Vera da Silva. Pobreza, movimentos
sociais e cultura política. In: DINIZ, E; LOPES,
J; PRANDI, S.L. (Orgs.) O Brasil no Rastro da
Crise. São Paulo: HUCITEC, 1994. p. 226.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre

cidadania, é correto afirmar:
a) A crise do Estado favorece a efetivação da
cidadania, por desestimular o privativismo e
acentuar o caráter público das instituições.
b) A tradição brasileira favorece a construção da
cidadania, visto que esta, como igualdade de
direitos, sobrepôs-se socialmente.
c) A cidadania é um artefato humano e, como
tal, precisa ser construída e assegurada por
quaisquer meios que os indivíduos julgarem
válidos.
d) No Brasil, a pobreza, enquanto evidência da
desigualdade social, tem sido abordada por meio

265

AS TRANSFORMAÇÕES
RECENTES NO MUNDO DO
TRABALHO (2)
Fordismo & Taylorismo
A Maquinofatura desenvolveu-se, e a
produção passou a organizar-se em linhas de
montagem. O aperfeiçoamento contínuo dos
sistemas produtivos deu origem a uma divisão
do trabalho muito bem detalhada e encadeada,
que resultou, inclusive, na diminuição de horas
de trabalho. Essa forma de trabalho começou a
ser chamada de fordismo. Essa expressão nasceu
a partir da forma como Henry Ford, desde 1914,
estruturou a produção na sua fábrica de
automóveis, um modelo que seria seguido por
muitas outras indústrias, a ponto de representar
uma nova etapa da produção capitalista.
Ford implantou a jornada de trabalho de 8
horas diárias por 5 dólares ao dia, o que
significava na época renda e tempo de lazer
suficientes para o trabalhador suprir suas
necessidades básicas e adquirir até mesmo em
dos automóveis produzidos na empresa.
Iniciava-se, assim, aquilo que veio a se chamar a
era do consumismo: produção em massa, para
consumo em massa. Esse processo disseminou-
se e atingiu quase todos os setores produtivos
das sociedades industriais.
Junto com as mudanças introduzidas por
Henry Ford, já existiam as propostas de
Frederick Taylor (1865 – 1915), que propunha
aplicar princípios científicos na organização do
trabalho, buscando maior racionalização do
processo produtivo. A partir daí, as expressões
fordismo/taylorismo passaram a usadas para
identificar um mesmo processo: aumento da
produtividade com o uso mais adequado
possível de horas trabalhadas, através do
controle das atividades dos trabalhadores,
divisão e parcelamento das tarefas, mecanização
de parte das atividades com a introdução da
linha de montagem e um sistema de
recompensas e punições conforme o
comportamento deles no interior da fábrica.
Outros dois elementos externos as fábricas
contribuíram muito para sucesso das medidas
propostas por Taylor e Ford:
o atrelamento do movimento sindical aos
interesses capitalistas
a presença significativa do Estado, criando
mecanismos financeiros e legais para que o
consumismo se tornassem uma prática cotidiana,
bem como cooptando os sindicatos para que
controlassem politicamente a força de trabalho.
TEXTO COMPLEMENTAR:
―A antiga organização da produção precisava de
12hrs e 30 min para montar um veículo. Com
oTaylorismo e o Fordismo, ou seja, apenas com
o parcelamento das tarefas, a racionalização das
operações sucessivas e a estandartização dos
componentes, o temo cai para 5hrs e 50min. Em
seguida, graças a treinamento para 2hrse 38min.
Em janeiro de 1914, Ford introduz as primeiras
linhas automatizadas. O veículo passa a ser
produzido em 1hr e 30min, ou seja, pouco mais
266
de oito vezes mais rápido que no esquema
artesanal usado pelos concorrentes. Ford
conquista o mercado americano e mundial. EM
1921, pouco mais da metade dos automóveis do
mundo (53%) vinha da Ford‖
(Adaptado de GOUNET 1999.p.19-20).
EXERCÍCIOS
1) (UEL-SOC/2010) Observe a charge a seguir:
(BEYNON, H. Trabalhando para Ford.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.192.)
Com base na charge e nos conhecimentos
sobre o tema, considere as afirmativas a
seguir:
I- Um dos impactos do sistema Ford de
produção foi o elevado índice de homicídios
entre os operários, decorrentes de brigas
motivadas por ganhos de produtividade e ritmos
extenuantes de trabalho.
II- A separação entre concepção e execução das
tarefas representaram, no taylorismo-fordismo, o
declínio do operário de ofício e a
potencialização do trabalho desqualificado.
III- Datado historicamente, o taylorismo-
fordismo foi abandonado com
desenvolvimento das formas de gestão propostas
pelo toyotismo, que exige o desprezo pelo
controle dos tempos e movimentos.
IV- Embora nascido no espaço fabril, os
métodos propostos por Ford se generalizaram no
século XX, abarcando o setor de serviços, como
é o caso de fast-foods.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, III e IV são
corretas.
2) (UEL-SOC/2005) Fordismo é um termo que
se generalizou a partir da concepção de Antonio
Gramsci, que utiliza para caracterizar o sistema
de produção utilizado por Henry Ford, em sua
fábrica. O método fordista de organização de
trabalho produziu surpreendente crescimento
produtivo, garantindo, assim produção para o
consumo de massa. O papel desempenhado pelo
fordismo, enquanto sistema produtivo,
despertou, por exemplo atenção de Charles
Chaplin, que o retratou em Tempos Modernos.
Analise a alternativa que apresenta
características desse método de gestão e de
organização técnica da produção de
mercadorias.
a) Unidade entre concepção e execução,
instaurando um trabalho de conteúdo
enriquecido, preservando assim, as qualificações
dos trabalhadores.
b) Substituição do trabalho fragmentado e
simplificado, típico da revolução industrial,
pelas ilhas de produção, onde o trabalho é
realizado por equipes.
c) Supressão progressiva do trabalhador
taylorizado e consequentemente, combate do
―homem boi‖, realizador de trabalhos
desqualificados, restituindo, em seu lugar, o
trabalho polivalente.
d) Controle do tempo e dos movimentos dos
trabalhadores, com a introdução da esteira
rolante, e de salários mais elevados em relação a
média paga em relação as outras empresas.
e) Redução das distâncias hierárquicas no
interior da empresa, como forma de estimular o
trabalho em grupo, resultando em menos
defeitos de fabricação.
o
267

AS TRANSFORMAÇÕES
RECENTES NO MUNDO DO
TRABALHO (3)
Pós-fordismo
Nos períodos mais recentes, o capitalismo
vem passando por nova transformação. O
capital, na sua busca incessante de valorizar-se,
e para fazer frente à profunda recessão que se
agravou a partir de 1973, com a crise do
petróleo, procurou novas formas de elevar a
produtividade do trabalho e a expansão dos
lucros. Assim, a partir da década de 1970,
desenvolve-se uma nova fase no processo
produtivo capitalista, que poderíamos chamar de
pós-fordismo ou da acumulação flexível,
caracterizada por:
flexibilização dos processos produtivos de
trabalho, incluindo aí a automação;
flexibilização e mobilidade dos mercados de
trabalho;
flexibilização dos produtos e também dos
padrões de consumo.
O Toyotismo também surge nesse contexto
do pós-fordismo, se originou no Japão, na
empresa da Toyota, onde práticas fordistas
foram adaptadas para a realidade do país, pois a
produção em serie não era possível dadas as
condições japonesas, a produção se dava de
acordo com a demanda, o trabalho na fábrica era
dividido por etapas e equipes por exemplo
transporte,produção, estocagem e etc. Suas
principais características:
Tecnologia avançada;
Automação da produção;
Terceirização de alguns setores;
Número reduzido de trabalhadores (cada vez
mais qualificados);
Introdução de técnicas colaborativas como:
controle de qualidade*, produção JUST IN
TIME (adequada as vendas, sem grandes
estoques) e KABAN(cartões para orientar a
comunicação visual sobre a falta de peças,
atraso ou adiantamento, da produção e diminuir
a utilização de papéis).
Com a automação, assistimos a
eliminação do controle manual por parte do
trabalhador. Substituído por tecnologias
eletrônicas, o trabalhador só intervém no
processo para fazer o controle e a supervisão. As
atividades mecânicas são desenvolvidas por
máquinas automatizadas, programadas para agir
sem a intervenção de um operador.
Com acrescente utilização de tecnologias
computadorizadas e automatizadas, com a
flexibilização da produção e do mercado de
trabalho, criou-se uma grande instabilidade para
os trabalhadores, que passam a não Ter mais a
segurança de um trabalho instável. O
desemprego, crescente inclusive nos países
capitalistas mais avançados, é hoje o maior
problema em todas as sociedades
industrializadas.
Em algumas das economias mais
avançadas, os trabalhadores ainda podem contar
com um seguro-desemprego estável e de valor
significativo. Entretanto, na maioria dos países,
e principalmente naqueles em que não existe um
sistema de amparo regular ao desempregado, a
situação é terrível, deixando os desempregados
em uma situação desesperadora.
Uma das alternativas para o desemprego é
elevar o número de trabalhadores ocupados
através da diminuição das horas de trabalho
semanais. Em alguns países europeus a jornada
de trabalho diminuiu para 35 horas semanais e
há propostas para reduzi-las ainda mais. Não se
pode prever se essas políticas conseguirão
aliviar o desemprego, mas é um dos caminhos
possíveis trabalhar menos horas para que todos
possam ter empregos e renda.
*o controle de qualidade (ISO900 e ISO14000),
no contexto dos novos modos de organizar a
produção, representam uma forma de facilitar as
relações de importação, exportação e
competitividade. São normas dentro da empresa
que envolvem desde funcionários do chão de
fabrica até os diretores.
TEXTO COMPLEMENTAR
A Jornada de Trabalho no Capitalismo
―Que é uma jornada de trabalho?‖ De quanto é o
tempo durante o qual o capital pode consumir a
força de trabalho, cujo valor diário ele paga? Por
quanto tempo pode ser prolongada a jornada de
trabalho além do tempo de trabalho necessário à
reprodução dessa mesmo força de trabalho? A
essas perguntas, viu-se que o capital responde: a
jornada de trabalho compreende diariamente as
24 horas completas, depois de descontar as
poucas horas de descanso, sem as quais as forças
268
de trabalho fica totalmente impossibilitada de
realizar novamente sua tarefa. Entende-se por si,
desde logo, que o trabalhador, durante toda a sua
existência, nada mais é que a força de trabalho e
que, por isso, todo o seu tempo disponível é a
natureza e por direito tempo de trabalho portanto
pertencente à autovalorização do capital. Tempo
para a educação humana, para o alterações, decorrentes da dificuldade em
desenvolvimento intelectual, para o enfrentar, através de ganhos de produtividade, a
preenchimento das funções sociais, para o
convívio social, para o jogo livre das forças
vitais físicas e espirituais, mesmo o tempo livre
de Domingo – e mesmo no país do Sábado
santificado – pura futilidade!
Mas em seu impulso cego, desmedido, em sua
voracidade por mais-trabalho, o capital atropela
não apenas os limites máximos morais, nas
também os puramente físicos da jornada de
trabalho. Usurpa o tempo para crescimento, o
desenvolvimento e a manutenção sadia do
corpo. Rouba o tempo necessário para o
consumo de ar puro e luz solar. Escamoteia
tempo destinado às refeições para incorporá-lo
onde possível ao próprio processo de produção,
suprindo o trabalhador, enquanto mero meio de
produção, de alimentos, como a caldeira, de
carvão, e a maquinaria de graxa ou óleo.
[...] Em vez da conservação normal da força de
trabalho determinar aqui o limite da jornada de
trabalho é, ao contrário, o maior dispêndio
possível diário da força de trabalho que
determina, por mais penoso e doentiamente
violento, o limite de tempo do descanso do
trabalhador. O capital não se importa com a
duração de vida de uma força de trabalho. O que
interessa a ele, pura e simplesmente, é um
maximum de força de trabalho que em uma
jornada de trabalho poderá ser feito fluir.
A produção capitalista, que é essencialmente
produção de mais-valia, absorção de mais
trabalho, não apenas a atrofia da força de
trabalho, a qual é roubada de suas condições
normais, morais e físicas, de desenvolvimento e
atividade. Ela produz a exaustão prematura e o
aniquilamento da própria força de trabalho. Ela
prolonga o tempo de produção do trabalhador
num prazo determinado mediante o se queixar do excesso de velocidade na linha de
encurtamento de seu tempo de vida.
(Karl Marx. O Capital – Crítica a economia política.
São Paulo: Abril Cultural, 1983, v. 1, cap VIII, p
211-2.)
EXERCÍCIOS
1) (UEL-SOC/2003) A expansão da produção
capitalista, nos três primeiros quartos do século
XX, esteve assentada principalmente no modelo
de organização fordista. A partir dos anos de
1970, esse modelo sofreu significativas
crise que atingiu o sistema capitalista. Impôs-se
ao universo da produção a necessidade de
profunda reestruturação econômica, expressa
pela introdução de novas tecnologias,
flexibilidade dos processos de trabalho, dos
mercados de trabalho, dos produtos e dos
padrões de consumo. Tais mudanças foram
vistas por alguns como ruptura e, por outros,
como continuidade do modelo fordista. De
qualquer maneira, o mundo do trabalho real do
século XXI já não é mais o mesmo.
Sobre os impactos concretos que afetaram a
produção e o trabalho no Brasil, no quadro
das transformações comentadas no texto, é
correto afirmar que houve:
a) consolidação do assalariamento
regulamentado, através da expansão do emprego
com carteira registrada para a totalidade dos
trabalhadores
b) fortalecimento do poder de negociação dos
sindicatos e elevação contínua da renda dos
trabalhadores
c) extinção por inteiro das formas antigas de
divisão do trabalho baseada na separação entre
concepção e execução, em decorrência da alta
qualificação intelectual dos trabalhadores
d) expansão de formas alternativas de
organização do trabalho (trabalho informal,
doméstico, temporário, por hora e
subcontratação) em detrimento do
assalariamento tradicional
e) redução drástica das jornadas de trabalho e
ampliação do tempo de lazer desfrutado pelos
trabalhadores
2) (UEL-SOC/2004) ―No tempo em que os
indicatos eram fortes, os trabalhadores podiam
produção e do índice de acidentes sem medo de
serem despedidos. Agora, apenas um terço dos
funcionários da IBP [empresa alimentícia norte-
americana] pertence a algum sindicato. A
maioria dos não sindicalizados é imigrante
recente; vários estão no país ilegalmente; e no
geral podem ser despedidos sem aviso prévio
por seja qual for o motivo. Não é um arranjo que
encoraje ninguém a fazer queixa. [...] A
velocidade das linhas de produção e o baixo
269
custo trabalhista das fábricas não sindicalizadas
da IBP são agora o padrão de toda indústria.‖
(SCHLOSSER, Eric. País Fast-Food. São Paulo:
Ática, 2002. p. 221.)
No texto, o autor aborda a universalização,
no campo industrial, dos empregos do tipo
Mcjobs ―McEmprego‖, comuns em empresas
fast-food. Assinale a alternativa que
apresenta somente características desse tipo
de emprego.
a) Alta remuneração da força-de-trabalho
adequada à especialização exigida pelo processo
de produção automatizado.
b) Alta informalidade relacionada a um
ambiente de estabilidade e solidariedade no
espaço da empresa.
c) Baixa automatização num sistema de grande
responsabilidade e de pequena divisão do
trabalho.
d) Altas taxas de sindicalização entre os
trabalhadores aliadas a grandes oportunidades de
avanço na carreira.
e) Baixa qualificação do trabalhador
acompanhada de má remuneração do trabalho e
alta rotatividade.
INDIVÍDUO, IDENTIDADE E
SOCIALIZAÇÃO (1)
Aristóteles tinha razão ao afirmar: ―O
homem é por natureza um animal social‖. A
vida em grupo é uma exigência da natureza
humana. O homem tem necessidade dos seus
semelhantes para sobreviver, para propagar e
perpetuar a espécie e para realizar-se
plenamente como pessoa.
A sociabilidade, a tendência natural par
viver em sociedade, é desenvolvida através do
processo de socialização. Es te é um processo
social global, através do qual o indivíduo se
integra no grupo em que nasceu, assimilando o
conjunto de hábitos e costumes característicos
do grupo. Participando da vida em sociedade,
aprendendo suas normas, valores e costumes, o
indivíduo está se socializando. Quanto mais
adequada a socialização do indivíduo, mais
perfeitamente sociável ele se torna.
O isolamento social é a ausência de
contatos sociais. Existem mecanismos que
reforçam o isolamento social. Entre eles estão as
atitudes de ordem social e as de ordem
individual. Entre as de ordem social temos os
vários tipos de preconceito (de cor, de religião,
de sexo etc.). Um exemplo histórico bastante
conhecido de preconceito é o anti-semitismo,
voltado contra os judeus. Foi especialmente
violento durante a Idade Média e, de 1993 a
1945, nos países dominados pela ideologia
nazista. A África do Sul é outro exemplo de país
onde existia uma legislação que afastava do
convívio social uma parte da população: era o
apartheid, que a minoria branca impunha à
maioria negra, relegando seus membros à
condição de cidadãos de segunda classe.
Como atitude de ordem individual que
reforça o isolamento social podemos citar a
timidez. O sociólogo Karl Mannheim considera
que a timidez, o preconceito e a desconfiança
são capazes de produzir um isolamento parcial
semelhante ao ocasionado pelos defeitos físicos.
A História demonstra que o convívio social
foi e continua a ser decisivo para o
desenvolvimento da humanidade. As
descobertas de um membro de um grupo,
comunidades ou outros, tornam-se estímulo e
ponto de partida para aperfeiçoamentos novas
descobertas. Transmitidas de geração a geração,
270
elas não se perdem com a morte de seus
descobridores. O homem se guia pela
inteligência: sobre o alicerce do instinto gregário
ele edifica o convívio social, cujas formas se
transformam de acordo com as mudanças que
ocorrem em cada grupo, e de acordo com as
condições em que ele vive.
As questões sociais
Podemos chamar de questões sociais
determinados problemas que transcendem o
âmbito do indivíduo, da sua privada. São
problemas oriundos de relações que se dão num
plano mais amplo – relações que envolvem
elementos estruturais de uma ou várias
sociedades.
Essas formulações podem ser muito bem
exemplificadas com o que o sociólogo norte-
americano C. Wright Mills (1915-1962)
escreveu em seu livro A imaginação sociológica.
Mills considera, por exemplo, o problema do
desemprego. Se, numa cidade de 100 mil
habitantes, somente um homem está sem
emprego, isso é seu problema pessoal. Ao se
analisarem suas habilidades e potencialidades,
como também os motivos pelos quais está
desempregado, pode-se resolver seu problema
com certa facilidade. Entretanto, se, em uma
nação com 50 milhões de trabalhadores, 15
milhões não encontram emprego, configura-se
uma questão pública que não pode ser resolvida
da mesma forma como se resolveu o problema
individual. Nesse último caso, foi a estrutura de
produção, que gera empregos, que entrou no
colapso. O sistema de oportunidade está em
falência. As soluções para essa questão passam
por uma análise mais profunda da estrutura
econômica e política dessa sociedade e pela
formulação de propostas que obrigatoriamente
envolverão o conjunto da nação, e não mais
visarão à situação pessoal de cada um dos
indivíduos.
Consideremos a guerra. Podemos analisar a
guerra do ponto de vista individual e perceber
como ela pode destruir lares, famílias e realizar
desencontros particulares. Pode-se também
perceber que muitos indivíduos procuram se
aproveitar da guerra para escalar altos cargos
públicos no sistema militar, enquanto outros irão
para o front com a perspectiva voltar heróis.
Enfim, as possibilidades de se ver a guerra de
modo individual são múltiplas. Mas a guerra não
é uma coisa pessoal, e sim uma questão social, e
como tal é algo público, que deve ser analisado
com uma questão política que só se resolve
nesse nível. A guerra é um acontecimento que
envolve as relações internacionais entre Estados-
nações que se consideram soberanos e
procuram, através de confrontos armados, não
só resolver suas diferenças, mas também
resolver seus interesses, sejam eles políticos ou
econômicos. Uma guerra terá profundas
repercussões nas estruturas políticas,
econômicas e sociais dos países envolvidos, bem
como nas estruturas de outros países que estejam
próximos do conflito. Para se resolver uma
questão dessa natureza, é necessário pensar em
toda uma ordem internacional, nas relações entre
Estados-nações, e não nos casos particulares.
Isso não significa afirmar que as questões
particulares ocasionadas pelo desemprego ou
pelo guerra não sejam importantes. Elas são
importantes tanto para o indivíduo que sofre
essa ação quanto para o analista da sociedade. O
que se está tentando deixar claro é que, quando
algo se torna uma questão social, a análise e a
resolução dessa questão se dão num nível mais
amplo e mais complexo que o do indivíduo.
(Nelson Dacio Tomazi (coordenador), As
questões Sociais. In Iniciação à Sociologia, São
Paulo: Atual, 2ª ed. 2000, p. 27)
Instituições sociais
O que são instituições?
Desde o seu nascimento, o indivíduo começa
a aprender as regras e os procedimentos que
deve seguir na vida em sociedade. À medida que
amadurece e entende melhor o mundo em que
vive, percebe que em todos os grupos de que
participa existem certas regras muito
importantes, certos padrões que a sociedade
considera fundamentais. Essas regras foram
estabelecidas pelos seus antepassados, tendo
sofrido modificações maiores ou menores
através dos tempos. Também fica claro para ele
que a sociedade exerce grande pressão para que
todos cumpram essas regras.
Assim, instituição social é um conjunto de
regras e procedimentos padronizados,
reconhecidos, aceitos e sancionados pela
sociedade e que têm grande valor social. São os
modos de pensar, de sentir e de agir que a
pessoa encontra preestabelecidos e cuja
mudança se faz muito lentamente, com
dificuldade.
Quando se observa qualquer grupo social
dentro de uma determinada sociedade – seja ele
a família, a Igreja, a escola ou um banco –,
verifica-se a existência de regras e
procedimentos padronizados, de importância
estratégica para manter a organização do grupo e
271
satisfazer as necessidades dos indivíduos que
dele participam.
No estudo das instituições sociais existem
dois aspectos muito importantes. Em primeiro
lugar, é necessário fazer uma diferença nítida
entre grupo social e instituição social. Apesar de
os dois dependerem basicamente um do outro,
são duas realidades distintas.
Os grupos sociais referem-se a indivíduos
com objetivos comuns, envolvidos num
processo de interação mais ou menos contínuo.
Já as instituições sociais referem-se às regras e
procedimentos padronizados dos diversos
grupos. Por exemplo: o pai, a mãe, os filhos
formam um grupo primário. As regras e os
procedimentos que regulam esta relação fazem
parte da instituição familial.
Em segundo lugar, é preciso deixar bem
claro que uma instituição não existe isolada das
outras. Todas elas possuem uma
interdependência mútua, de tal forma que uma
modificação numa determinada instituição pode
acarretar mudanças maiores ou menores nas
outras. Por exemplo: a escravidão era uma
instituição que existiu no Brasil até 1988. Com a
libertação dos escravos, deu-se uma modificação
básica na instituição econômica do Brasil. Os
trabalhadores, a partir daí, passaram a receber
um salário pelo seu trabalho. Imediatamente a
instituição familial, a religiosa, a educativa
sofreram mudanças decorrentes desse processo,
na medida em que tiveram que reorganizar seu
sistema de status, seus padrões de
comportamento e suas normas jurídicas com
relação ao negro.
As principais instituições sociais são: a
instituição familial, a instituição educativa, a
instituição religiosa, a instituição jurídica, a
instituição econômica e a instituição política.
As instituições sociais servem
principalmente como um meio para a satisfação
das necessidades da sociedade. Nenhuma
instituição surge sem que tenha surgido antes
uma necessidade. Mas, além desse papel, as
instituições sociais cumprem também o de servir
de instrumento de regulação e controle das
atividades do homem.
A Família
A família vem passando por algumas mudanças
relacionadas com vida na sociedade industrial.
No Brasil, com a aprovação da Lei do Divórcio
e, 1977, tivemos um exemplo de mudança na
instituição familiar do ponto de vista legal. A
partir dessa lei, os casamentos podem ser
desfeitos, desde que haja uma prévia separação
judicial por mais de três anos.
Nas sociedades modernas encontramos
vários tipos de família quanto aos padrões de
conduta: há famílias disciplinadas, com normas
rígidas, hierarquia bem definida e pouca
flexibilidade. Podem proporcionar segurança aos
filhos, porque o papel do pai e os limites do
comportamento estão bem delineados; há
famílias relaxadas, que são aquelas com poucas
regras, onde os pais não se envolvem muito com
o estabelecimento de limite para os filhos. Pode-
ser, por exemplo, que não haja horários para
comer ou dormir; é propensa a crises, pois a
falta de estrutura e ordem tendem a deixar seus
integrantes sem senso de estabilidade e
segurança; e, por último, há famílias devotas,
cuja principal característica é o relacionamento
íntimo entre os familiares. Passam muito tempo
juntos e os papéis de cada um nem sempre são
muito bem definidos. Há muito carinho e
assistência entre os familiares, bem como
espírito de lealdade. Nem sempre foi assim na
sociedade brasileira. No início da colonização,
por exemplo, a família brasileira assumiu a
forma patriarcal, onde o marido (ou ―patriarca‖)
detém todo o poder e todos os direitos.
A família é o primeiro grupo social a que
pertencemos. É um tipo de agrupamento social
cuja estrutura em alguns aspectos varia no
tempo e no espaço. Essa variação pode ser
quanto ao número de casamentos, quanto à
forma de casamento e quanto ao tio de família e
à autoridade.
Quanto ao número de casamentos a família
pode ser monogâmica ou poligâmica.
A família monogâmica é aquela em cada
esposo tem apenas um cônjuge, quer seja aliança
indissolúvel (até a morte), quer se admita o
divórcio. É a que existe em nossa sociedade. A
lei brasileira permite um novo casamento após o
término do casamento anterior.
A família poligâmica é aquela na qual cada
esposo poder ter dois ou mais cônjuges. Ao
casamento de uma mulher com dois ou mais
homens damos o nome de poliandria. Esse tipo
de família existe, por exemplo, entre as tribos do
Tibete e entre os esquimós. Ao casamento de um
homem com várias mulheres damos o nome de
poliginia. Essa prática pode ser encontrada
entre certas tribos africanas, entre mórmons e
entre os povos que seguem a religião
muçulmana.
Quanto a forma de casamento, temos a
endogamia e a exogamia. Endogamia quer dizer
casamento permitido apenas dentro do mesmo
grupo, da mesma tribo. Era muito comum nas
sociedades primitivas, sendo encontrado ainda
hoje nos sistemas de castas da Índia. Exogamia é
272
o tipo de casamento encontrado na maioria das
sociedades modernas; é o casamento com
alguém fora do grupo. Por exemplo, são comuns
os casamentos de pessoas de religião, raça ou
classe social distintas.
Podemos citar como funções principais da
família: função sexual, reprodutiva, econômica e
educacional. As duas primeiras garantem a
satisfação das necessidades sexuais dos cônjuges
e perpetuam, pelo nascimento dos filhos, a
espécie humana. A função econômica assegura
os meios de subsistência e bem-estar. A função
educacional é responsável é responsável pela
transmissão à criança de valores e padrões
culturais da sociedade. A família é a primeira
agência que socializa a criança.
EXERCÍCIOS
1) (UEL-SOC/2003) Observe o gráfico e o texto
que seguem:
(O Estado de São Paulo, 5 abr. 2001. Caderno A, p.
7.)
O historiador inglês Eric Hobsbawm afirma
que a melhor abordagem da revolução cultural
vivida no século XX é através da família e da
casa. Ressalta que ―(...) a vasta maioria da
humanidade partilhava certo número de
características, como a existência de casamento
formal com relações sexuais privilegiadas para
os cônjuges (o ‗adultério‘ é universalmente
tratado como crime); a superioridade dos
maridos em relação às esposas (‗patriarcado‘) e
dos pais em relação aos fi lhos,assim como às
gerações mais jovens; famílias consistindo em
várias pessoas e coisas assim. [Entretanto] (...)
na Bélgica, França e Países Baixos, o índice
bruto de divórcios (número anual de divórcios
por mil habitantes) praticamente triplicou entre
1970 e 1985. (...) O número de pessoas vivendo
sós (isto é, não como membro de nenhum casal
ou família maior) também começou a disparar
para cima [nos países europeus e nos EUA]. (...)
em 1991, 58% de todas as famílias negras nos
EUA eram chefiadas por uma mulher sozinha, e
70% de todas as crianças tinham nascido de
mães solteiras.‖
(HOBSBAWM, E. A
Era dos Extremos: o breve século XX - 1914-1991.
São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 314-
316.)
Com base no texto e no gráfico, é correto
afirmar:
a) Diferentemente da tendência presente nos
países citados no texto, no Brasil dos anos 1990
diminuiu o percentual de famílias chefiadas por
mulheres.
b) No Brasil, como nos países europeus citados,
firma-se nos anos 1990 uma tendência de
crescimento do tipo de família cujo formato é o
de casal com filhos.
c) Contrariamente à experiência da Bélgica,
França e Países Baixos, diminuiu no Brasil o
percentual de pessoas que vivem sozinhas
(famílias unipessoais).
d) Os anos 1990 no Brasil confirmam o
movimento de alguns países europeus de
aumento do percentual de famílias chefiadas por
homens.
e) No Brasil dos anos 1990, observam-se
tendências de mudanças semelhantes às dos
países citados no texto, como o crescimento no
percentual de famílias chefiadas por mulheres e
de pessoas que vivem sozinhas.
2) (UEL-SOC/2004) ―Formado nos quadros da
estrutura familiar, o brasileiro recebeu o peso
das ‗relações de simpatia‘, que dificultam a
incorporação normal a outros agrupamentos. Por
isso, não acha agradáveis as relações
impessoais, características do Estado,
procurando reduzi-las ao padrão pessoal e
afetivo. Onde pesa a família, sobretudo em seu
molde tradicional, dificilmente se forma a
sociedade urbana de tipo moderno.‖
(CANDIDO, Antônio. Prefácio. In: HOLANDA,
Sérgio B. Raízes do Brasil. 10.ed. Rio de Janeiro: J.
Olympio, 1976. p. XVIII.)
273
De acordo com o texto, a sociedade brasileira,
apoiada nas relações de simpatia, encontra
dificuldades de constituir relações próprias
do Estado moderno. Assinale a alternativa
que indica corretamente uma das
características que fundamentam o Estado
moderno a que se refere o autor.
INDIVÍDUO, IDENTIDADE E
a) Ênfase na afetividade. SOCIALIZAÇÃO (2)
b) Uso do ‗favor‘ nas relações políticas.
c) Servilismo.
d) Procedimento universal.
e) Recorrência ao expediente do ‗jeitinho‘. Instituições sociais (cont.)

A Religião
Todas as sociedades conhecem alguma
forma de religião. A religião é um fato social
universal, sendo encontrada em toda parte e
desde os tempos mais remotos.
Ao longo da História apareceram muitas
formas de manifestação religiosa. Das religiões
que surgiram, algumas desapareceram e outras
existem até hoje, congregando milhões e
milhões de fiéis. A crença em algum tipo de
divindade e o sentimento religioso são
acontecimentos generalizados em todas as
sociedades.
Desde as antigas civilizações, percebe-se o
culto ao sobrenatural como algo muito
importante, mostrando que o espírito de
religiosidade acompanha o homem desde os
primórdios. Cada povo tem sua cultura própria,
tem o culto ao sobrenatural como motivo de
estabilidade social e de obediência às normas
sociais. As religiões, as liturgias variam, mas o
aspecto religioso é bem evidente. O homem
procura algo sobrenatural que lhe transmita paz
de espírito e segurança. A religião sempre
desempenha uma função social indispensável.
A religião inclui a crença em poderes
sobrenaturais ou misteriosos. Essa crença está
associada a sentimentos de respeito, temor e
veneração, e se expressa em atitudes públicas
destinadas a lidar com esses poderes.
Geralmente, todos se unem numa
comunidade espiritual chamada Igreja. Para a
antropóloga Ruth Benedict, a religião é uma
instituição sem paralelo: enquanto a origem de
todas as outras instituições pode ser encontrada
em necessidades físicas do homem, a religião
não corresponde a nenhuma necessidade física.
A forma pela qual se expressa a religião
varia muito: sociedades diferentes acentuam
diferentes elementos ou aspectos da religião.
Algumas atribuem importância maior a crença

274
no sobrenatural; outras, mais aos ritos e
cerimônias.
As religiões ocidentais sofreram profundas
modificações devido à mudança de uma
economia agrícola para uma economia industrial
e também em razão do progresso nas ciências e
nas artes, com s conseqüentes transformações na
visão que homem tem de si mesmo e da vida.
Atualmente, as religiões no mundo ocidental
têm procurado, em geral, conciliar suas
doutrinas com o conhecimento científico.
É inegável a tendência moderna de dar mais
ênfase aos valores sociais do que aos dogmas
religiosos, de valorizar mais os aspectos sociais
e humanos. Prova disso é o surgimento, dentro
da Igreja Católica, da doutrina Teologia da
Libertação, que defende a necessidade de a
Igreja lutar mais justiça entre os homens. Muitos
líderes religiosos têm defendido uma
participação cada vez maior das igrejas nos
problemas sociais e têm ressaltado mais o
conteúdo ético do que os dogmas da religião.
Por outro lado, setores conservadores nas
igrejas procuram impedir essas modificações,
defendendo o apego a tradição e dando ênfase à
missão das Igrejas.
Com o desmoronamento do modo de
produção socialista na Europa Oriental, chega ao
fim o século da ideologia. Esse espaço vazio
está sendo ocupado pelas religiões. Em alguns
países, é significativo o crescimento de seitas
religiosas. Esse crescimento pode ser justificado
por fatores como crise social e política, as
dificuldades econômicas, o crescimento
demográfico, o analfabetismo, além das crises e
angústias do homem moderno.
Os movimentos das grandes religiões –
cristã, judaica e muçulmana – procuram ocupar
o vazio deixado pelo desencanto geral em
relação às ideologias e às utopias seculares.
Todos esses movimentos têm como projeto a
reconstrução do mundo, buscam nos textos
sagrados as regras da sociedade do futuro.
As três grandes religiões monoteístas –
judaísmo, cristianismo e islamismo, e mais o
hinduísmo e xintoísmo – procuram através de
movimentos der renovação carismática mostrar
o mal-estar da civilização contemporânea, após
a morte das utopias terrenas que desmoronou
com o marxismo.
Para tanto, movimentos de renovação
religiosa, como a Renovação Carismática
Católica, lançam mão dos recursos da mídia
para crescer. Exemplos: teleevangelismo,
movimentos carismáticos católicos ou
evangélicos protestantes ou de reislamização.
A Escola
A escola, tal como a conhecemos hoje,
intitulada pelos historiadores da educação como
Escola Moderna, começou a se configurara no
final do século XVI e ao longo do século XVII.
Nesse contexto surge a preocupação com uma
organização mais formal da educação e
inúmeras características que conhecemos nos
dias de hoje iram ser adotadas tais como:
A preocupação em separar alunos em classes
seriadas, de acordo com a faixa etária;
A divisão sistemática dos programas de
acordo com cada serie;
Os níveis de estudos passam a ter um
encadeamento, ou seja, uma seqüência;
O tempo para o estudo e para o cumprimento
dos programas para uma determinada série
também passam a ser preestabelecidos.
Essas são apenas algumas das
características dessa instituição e ao discuti-las é
necessário realizar o exercício da
desnaturalização, o que significa pensar que ela
nada mais é do que o resultado de uma
construção social de atores sociais tais como :
professores, religiosos ou governantes que para
responder a necessidades especificas de um
dado momento histórico a elaboraram de tal
forma .
Assim a escola é o resultado da sociedade
na qual ela é formada, surge com a função de
passar conhecimento a respeito da forma pela
qual essa sociedade se estrutura e pela qual
orienta sua forma de pensar, a partir disso fica
evidente a função disciplinadora e
normatizadora, além é claro de garantir que o
conhecimento social necessário seja levado as
novas gerações.
Por isso a instituição escola se tornou
objeto de preocupação e de reflexões de
inúmeros profissionais tais como filósofos,
sociólogos, psicólogos e pedagogos; que ao
longo da historia estiveram e estão preocupados
com o papel que esta, desempenha dentro das
sociedades. Pensando justamente nisso é
possível perceber e citar diferentes visões a
cerca dessa instituição que alguns autores
elaboraram.
A primeira a ser mencionada é a
importância que o sociólogo francês Durkheim
fornece à ela em sua teoria funcionalista, na
qual, em tentativa de defesa do ordem social
dominante, do chamado ―status quo‖, ele diz que
a escola assim como as demais instituições
sociais teriam um papel importantíssimo, pois
garantiriam que fosse impresso, as novas
275
gerações, os valores morais e disciplinares que
visam a perpetuação da sociedade.
E que garantem que esta funcione de
maneira harmônica, já que a escola garantiria a
idéia de que todos os indivíduos possuem uma
função a ser cumprida, que deve estar acima de
qualquer conflito ou revolta, que uma vez bem
desempenhada contribui para o progresso
social..
Uma segunda forma de olhar a instituição
aqui discutida, se refere a idéias de um autor
contemporâneo chamado Pierre Bourdieu, que
faz parte dos chamados teóricos críticos-
reprodutivistas, que partem do principio de que
a escola é uma instituição que por meio de suas
praticas, conhecimentos e valores veiculados,
tem contribuído para a reprodução das
desigualdades da sociedade de classes na qual
vivemos.
No interior da sociedade de classes existem
diferentes culturas, as elites possuem uma forma
de se vestir, falar e comer assim como as
classes trabalhadores que possuem também
formas especificas de realizar tais atividades,
são essas características distintas que garantem
suas identidades enquanto classes.
A escola por sua vez ignoraria essas
diferenças sócio-culturais, selecionando e
privilegiando em sua teoria e pratica as
manifestações e os valores culturais das classes
dominantes. Com essa atitude as crianças e
jovens que já dominam esses aparatos culturais
vêem na escola uma continuação de suas
realidades enquanto que para os filhos dos
trabalhadores, esta ira representar uma
verdadeira ruptura, já que todos os seus valores
e saberes são ignorados e desprezados, o que
facilita o surgimento do estranhamento do
ambiente escolar por parte desses jovens.
Tal prática para Bourdieu colabora de
maneira significativa para o baixo desempenho
escolar dos filhos de camadas populares, e
também se configura como uma verdadeira
violência simbólica, ou seja, o desprezo e a
inferiorização da expressão cultural de um grupo
por outro mais poderoso econômica e
politicamente, faz com que esse perca sua
identidade e suas referencias, tornando-se fraco,
inseguro e mais sujeito a dominação. Assim é
possível perceber que o autor apresenta uma
visão um tanto negativa a cerca do papel que a
escola tem desempenhado dentro da sociedade
nos dias de hoje.
Por ultimo é necessário mencionar a
importância e a contribuição que um teórico
brasileiro apresentou nas reflexões a cerca do
papel da escola, Paulo Freyre, que assim como
inúmeros outros, defendia uma educação
diferenciada que visava uma ruptura com os
valores criados e reforçados pelo
capitalismo(submissão,
competição,individualismo) , e no sentido de
desenvolver valores que podem contribuir para
uma maior solidariedade e assim talvez
coletivamente contribuir para uma nova ordem
social.
A educação de Paulo Freyre, tem a ver em
primeiro lugar com conscientização, vivemos
em uma sociedade de classes na qual existem
uma dominação de um grupo por outro, assim
existe um grupo oprimido economicamente que
não tem suas manifestações culturais
respeitadas, não possuem voz ativa para
manifestar suas necessidades e justamente por
isso não se sentem sujeitos de sua história.
Assim o autor defende que o papel da
educação é conscientizar criticamente o
educando de sua posição social e também
contribuir para mobiliza-lo para luta pela
transformação social. A educação desse modo
reveste-se de um caráter essencialmente político.
Ou seja, alem de adquirir habilidades, a escola
deve contribuir para construção de indivíduos
autônomos, críticos, em condição de lutar para
superar as desigualdades. Este é o sentido da
chamada Pedagogia da Libertação
EXERCÍCIOS
1) (UEL-SOC/2006) ―Três grandes dimensões
fundamentam o vínculo social. Primeiro, a
complementaridade e a troca: a divisão do
trabalho social cria diferenças com base na
complementaridade, o que permite aumentar as
trocas. Em segundo lugar, o sentimento de
pertença à humanidade que nos leva a reforçar
nossos vínculos com os outros seres humanos:
força da linhagem, do vínculo sexual e familiar;
afirmação de um destino comum da humanidade
por grandes sistemas religiosos e metafísicos.
Por fim, o fato de viver junto, de partilhar uma
mesma cotidianeidade; a proximidade surge
então como produtora do vínculo social e o
camponês sedentário como o ser social por
excelência.‖ (BOURDIN, Alain. A questão
local. Rio de Janeiro: DP&A, 2001 p. 28.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre
o tema, é correto afirmar:
a) A divisão do trabalho social na sociedade
contemporânea desagrega os vínculos sociais.
b) Os sistemas religiosos e metafísicos são
fatores de isolamento social, por resultarem de
criações subjetivas dos indivíduos.
276
c) O cotidiano das pequenas cidades e do mundo
campesino favorece a criação de vínculos
sociais.
d) Pela ausência da cotidianeidade, as grandes
metrópoles deixaram de ser lugares de
complementaridade e de trocas.
e) O forte sentimento de pertencer à humanidade
desmantela a noção de comunidade e minimiza
o papel da afetividade nas relações sociais.
2) (UEL-SOC/2003) Observe a tabela abaixo,
com dados da PNAD/Brasil (Pesquisa Nacional
por Amostragem de Domicílios) de 1996,
realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
(PASTORE, José; DO VALLE SILVA, Nelson.
Mobilidade social no Brasil. São Paulo: Makron
Books, 2000. p. 41.)
De acordo com os dados da tabela, é correto
afirmar:
a) O destino educacional dos filhos relaciona-se
fortemente com o nível de escolaridade dos pais,
reproduzindo, em linhas gerais, a situação da
geração precedente.
b) Existe uma situação de igualdade educacional
que garante aos filhos o mesmo nível de
escolaridade dos seus pais.
c) Os números indicam que as taxas de
escolaridade dos filhos independem do nível
escolar dos pais.
d) No processo de mobilidade social o ponto de
partida é igual para todos os filhos em razão da
homogeneização dos seus níveis escolares.
e) Em todos os níveis do campo educacional,
observa-se uma mobilidade descendente dos
filhos em relação aos pais.
ESTADO & SOCIEDADE:
INTRODUÇÃO À CIÊNCIA
POLÍTICA
O que é política?
Segundo Bobbio, o
termo política,
derivado do
adjetivo originado
de polis (politikós),
significa tudo o que
se refere à cidade e, consequentemente, o que é
urbano civil público, e até mesmo sociável e
social. Na época moderna o termo perdeu seu
significado original, substituído pouco a pouco
por outras expressões como ‖ciência do Estado‖,
―doutrina do Estado‖, ―ciência política‖,
―filosofia política‖, etc. passando a ser
comumente usado para indicar a atividade ou
conjunto de atividades que, de alguma maneira,
têm como termo de referencia a pólis, ou seja, o
Estado. Dessa atividade a pólis é, por vezes, o
sujeito, quando referidos à esfera da Política,
atos como o ordenar ou proibir alguma coisa
com efeitos vinculadores para todos os membros
de um determinado grupo social, o exercício de
um domínio exclusivo sobre determinado
território, o legislar (criar leis) através de
normas válidas, o tirar e transferir recursos de
um setor da sociedade para outros, etc...
Como surgiu o Estado moderno
Surgiu da desintegração do mundo
feudal e das relações políticas até então
dominantes na Europa. No período medieval, o
poder estava nas mãos dos senhores feudais, que
mantinham o controle sobre a maior parte das
terras e sobre toda a sociedade.
Esse tipo de dominação foi pouco a
pouco sendo minado pelas revoltas sociais dos
camponeses, pela recusa ao pagamento de
impostos feudais e pelo crescimento das cidades
277
e do comércio, que apressou a desagregação dos
feudos. Paralelamente, a partir do século XIV,
ocorreu um processo de centralização e de
concentração:
Das Forças Armadas e do monopólio da
violência;
Da estrutura jurídica;
Da cobrança de impostos – um signo do
poder e, ao mesmo tempo, o meio de assegurar a
manutenção das Forças Armadas, da burocracia
e do corpo jurídico;
De um corpo burocrático para administrar o
patrimônio público;
A centralização e concentração desses
poderes e instituições caracterizam o Estado
moderno, que assumiu diferentes formas até
hoje.
O Estado absolutista
Surgido no contexto da expansão do
mercantilismo, o Estado absolutista foi
implantado primeiro em Portugal, no final do
século XIV, com a Revolução de Avis. Adotado
depois em vários lugares da Europa, teve seu
ponto alto na França, no reinado de Luís XIV
(1638-1715). A concentração de poderes no
Estado absolutista é bem expressa pela frase
atribuída a esse rei: ―O Estado sou eu!‖ (L‘etat
c‘est moi!).
Assumindo o controle das atividades
econômicas, o Estado intervinha nas concessões
dos monopólios, fixava preços e tarifas,
administrava a moeda e os metais preciosos. O
acúmulo desses ―bens‖ era a expressão máxima
da riqueza de um país. O Estado absolutista
assumia também a responsabilidade de
centralizar e praticar a justiça e de cuidar do
contingente militar, criando exércitos
profissionais. Para financiar essas atividades,
foram criados os impostos gerais.
O Estado liberal
O liberalismo emergiu no século XVII
como reação ao absolutismo, tendo como
valores primordiais o individualismo, a
liberdade e a propriedade privada. Ganhou
projeção como adversário da concentração do
poder pelo Estado, principalmente no que dizia
respeito às atividades econômicas, no contexto
do chamado capitalismo concorrencial. Nessa
fase do capitalismo, os resquícios feudais foram
sendo extintos, enquanto o capital industrial se
implantava e o trabalho assalariado tornava-se
fundamental para o desenvolvimento da
indústria.
O Estado liberal apresentava-se como
representante de toda a sociedade, tendo o papel
de ―guardião da ordem‖: não lhe caberia intervir
nas relações entre indivíduos, mas manter a
segurança para que todos pudessem desenvolver
livremente suas atividades. Com o Estado
liberal, estabeleceu-se a separação entre o
público e o privado.
Politicamente, o Estado liberal se
fundamenta na ideia de soberania popular. A
expressão mais clara desse ideia se encontra nas
constituições liberais, como a do Brasil, na qual
se lê, no artigo 1º: ― Todo o poder emana do
povo, que o exerce por meio de representante
eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição‖. Isso significa que, numa eleição,
os votantes se pronunciam elegendo
representantes da vontade popular. O
Parlamento é, assim, a instituição central do
Estado liberal.
De acordo com o pensamento liberal, o
Estado não deve intervir nas atividades
econômicas. A famosa fórmula laissez-faire,
laissez-passer (―deixai fazer, deixai passar‖)
expressa bem a concepção de que as atividades
econômicas não devem ser reguladas pelo
Estado, mas por si mesmas, ou seja, pelo
mercado – a mão invisível, de acordo com
Adam Smith (1723-1790). A plena liberdade
para a produção e circulação de mercadorias
garantiria, conforme o pensamento liberal, o
progresso das empresas e das nações,
contribuindo até para a paz mundial.
Essas concepções do pensamento liberal
começaram a ruir no final do século XIX e
caíram definitivamente por terra com a Primeira
Guerra Mundial (1914-1918). Isso aconteceu
porque a intensa concorrência entre as empresas
foi provocando o desaparecimento das pequenas
firmas, que faliam ou eram compradas pelas
maiores. A concentração ficou tão grande e o
capital na mão de tão poucos que a concorrência
278
passou a ser entre países, e não mais só entre demanda social para ampliar os índices de
empresas. acesso ao ensino superior o Estado poderia?
A ―guerra‖ de mercado chegou ás vias de I- expandir as vagas no setor público
fato, ou seja, transformou-se numa guerra de melhorando a infra-estrutura, o número de
verdade entre os países. As crises econômicas se bolsas para estudantes sem recursos suficientes
tornaram freqüentes e a competição entre nações e/ou que tenham mérito acadêmico.
ficou ainda maior. A eclosão da Primeira Guerra II- expandir as vagas no setor privado dando
teve origem nessas disputas entre as nações auxílio público para pessoas comprovadamente
européias. pobres, fortalecendo o mercado da educação.
III- garantir as vagas em instituições estatais
EXERCÍCIOS para a permanência de todos os estudantes,
coibindo e, às vezes proibindo, o
1) (UEL-SOC/2006) De acordo com Norberto desenvolvimento de mercados livres na área da
Bobbio, ―ao lado do problema do fundamento educação.
do poder, a doutrina clássica do Estado sempre Assinale a alternativa que contém os tipos de
se ocupou também do problema dos limites do Estado que proporiam as soluções I, II e III,
poder, problema que geralmente é apresentado respectivamente:
como problema das relações entre direito e a) Estado socialista; Estado absolutista, Estado
poder (ou direito e Estado)‖. liberal.
Fonte: BOBBIO, N. Estado, Governo e Sociedade: b) Estado absolutista; Estado do bem-estar
para uma teoria geral da política. Tradução de social; Estado liberal.
Marco Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Paz e c) Estado liberal; Estado socialista; Estado do
Terra, 2000, p. 93-94. bem-estar social.
d) Estado socialista; Estado do bem-estar social;
Os limites do poder no Estado democrático de Estado liberal.
direito moderno são estabelecidos: e) Estado do bem-estar social; Estado liberal;
I- Pela autonomia constitucional entre os Estado socialista.
poderes judiciário, legislativo e executivo.
II- Por normas legais, definidas por processos
legítimos, que regulam e estabelecem direitos e
deveres tanto para governantes quanto para os
indivíduos na sociedade.
III- Por normas legais que subordinam os
poderes judiciário e legislativo ao poder
executivo e asseguram a prevalência dos
interesses do partido majoritário.
IV.- Por normas legais que assegurem que todos
os cidadãos tenham garantias individuais
mínimas, como o direito à defesa, direito a ir e
vir e direito a manifestar suas opiniões.
A alternativa que contém todas as
afirmativas corretas é:
a) I e III
b) II e IV
c) I, II e III
d) I, II e IV
e) I, III e IV

2) (UEL-SOC/2010) Apenas 3,5% dos jovens

têm acesso ao ensino superior. Diante da

279

AS FORMAS RECENTES
DO ESTADO MODERNO
Os Estados nacionais no século
XX e o neoliberalismo
O Estado fascista e o Estado soviético
No começo do século XX, esgotado pelas
próprias condições sociais e econômicas que o
geraram, o Estado Liberal não dava mais conta
da realidade e dos interesses da burguesia. A
partir da Primeira Guerra Mundial, sugiram duas
novas formas de organização estatal: o Estado
fascista e o Estado soviético.
O Estado fascista foi organizado nas décadas
de 1920 e 1930, primeiro na Itália e depois na
Alemanha (com o nazismo) e em vários países
europeus, com pequenas diferenças. O Estado
soviético decorreu da primeira experiência
socialista, iniciada em 1917, na Rússia. Por
meio dela procurava-se fazer frente às condições
precárias de vida das classes trabalhadoras.
O que distinguia basicamente os regimes
fascista e soviético, no início, era o projeto
político que cada um apresentava. No Estado
fascista, a participação política significava plena
adesão ao regime e a seu líder máximo, ou seja,
ninguém podia fazer qualquer crítica ou
oposição ao governo. Na Rússia pós-
revolucionária, o desafio era criar mecanismos
efetivos de participação dos camponeses,
operários e soldados, desde que fossem
organizados no interior do Partido Comunista,
que era a estrutura política dominante.
Essas duas forças políticas se confrontaram
durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
No final do conflito, os vitoriosos dividiram-se
em dois blocos: o socialista, liderado pela União
das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), e
o capitalista, sob o comando dos Estados
Unidos. Os dois haviam se aliado para participar
da guerra e da derrocada do fascismo-nazismo.
A URSS organizava-se como um Estado
Planificado e centralizado, cujos órgãos estavam
ligados ao Partido Comunista. Não havia
possibilidade de participar politicamente se não
fosse nesse partido, pois somente esse era
permitido.
Vários outros países da Europa adotaram essa
forma de organização do poder: Polônia,
Hungria, Iugoslávia, Tchecoslováquia e a
chamada Alemanha Oriental fora da Europa,
outros Estados socialistas foram criados
mediante processos revolucionários, como a
China continental (1949) e Cuba (1959),
adotando o regime socialista proposto pelo
modelo soviético.
Com o processo de globalização crescente e
em decorrência de problemas internos, a partir
de 1985 a URSS entrou em processo de
dissolução. O Estado soviético começou a ruir
nos países que o adotavam. A queda do muro de
Berlim, 1989, assinalou de modo emblemático o
fim do Estado soviético e o questionamento do
poder concentrado num só partido. Essa forma
de organização estatal continua vigente, com
variações, em Cuba, no Vietnã, na Coréia do
Norte e na China, com a manutenção de um
partido único e a planificação central da
economia.
O Estado do bem-estar social
O bloco dos países capitalistas, após a
Segunda Guerra Mundial, tentou reconstruir a
economia ocidental com novas bases.
Disseminou-se então a forma de organização
estatal chamada de Estado do bem-estar social
ou simplesmente Estado Social. Esse modelo
permitia enfrentar, por um lado, os movimentos
de trabalhadores que exigiam melhores
condições de vida e, por outro, e da moeda
(1936). Como forma de organização estatal, a
teoria começou a ser esboçada quando o
governo estadunidense estabeleceu políticas as
necessidades do capital, que buscava
alternativas para a construção de uma nova
ordem econômica mundial diante do bloco
socialista.
As bases teóricas do Estado do bem-estar
foram apresentadas na década de 1930 pelo
economista inglês John Maynard Keynes (1883-
1946), em seu livro Teoria geral do emprego, do
juro para sair da profunda depressão
desencadeada pela crise 1929. No período
posterior à Segunda Guerra Mundial, ela se
consolidou nos Estados Unidos e em boa parte
dos países da Europa.
O Estado do bem-estar tinha como
finalidade e característica básica a intervenção
estatal nas atividades econômicas, regulando-as,
subsidiando-as, executando grandes
investimentos e obras, redistribuindo
rendimentos, visando sempre, pelo menos
teoricamente, ao bem-estar da maioria da
população. A ideia era romper com o centenário
280
principio do liberalismo, que rejeitava qualquer
função intervencionista do Estado.
Com base nesse conceito, os capitalistas
modernos propunham moradia digna, educação
básica pública, assistência à saúde, transporte
coletivo, lazer, trabalho e salário, seguro-
desemprego, enfim, um mínimo de bem-estar
econômico e social. Isso foi feito com
investimentos maciços por parte do Estado, que
redimensionava suas prioridade para
proporcionar trabalho e algum rendimento à
maior parte da população, a fim de que ela se
tornasse consumidora e, assim, possibilitasse a
manutenção da produção sempre elevada.
Configurou-se o que alguns chamam de
―cidadania do consumidor‖, ou seja, a cidadania
entendida como um mecanismo de mercado.
Enquanto isso, nos países periféricos, como
os da América Latina, o que se viu foi uma
variedade de formas governamentais, entre as
quais as ditaduras que se implantaram por meio
de golpes militares. Esses golpes eram
deflagrados como se fossem constitucionais, isto
é, como se estivessem de acordo com a lei. Uma
vez no poder, os golpistas exerciam todo o
controle sobre os indivíduos e os grupos
organizados da sociedade.
O Estado neoliberal
A partir da década de 1970, após a crise do
petróleo, houve nova necessidade de mudança
na organização estatal. O capitalismo enfrentava
então vários desafios. As empresas
multinacionais precisavam expandir-se, ao
mesmo tempo em que havia um desemprego
crescente nos Estados Unidos e nos países
europeus; os movimentos grevistas se
intensificavam em quase toda a Europa e
aumentava o endividamento dos países em
desenvolvimento.
Os analistas, tendo como referência os
economistas Friedrich Hayek (1899-1992) e
Milton Friedman (1912-2006), atribuíam a crise
aos gastos dos Estados com políticas sociais, o
que gerava déficits orçamentários, mais
impostos e, portanto, aumento da inflação.
Diziam que a política social estava
comprometendo a liberdade do mercado e até
mesmo a liberdade individual, valores básicos
do capitalismo. Por causa disso, o bem-estar dos
cidadãos deveria ficar por conta deles mesmos,
já que se gastava muito com saúde e educação
pública, com previdência e apoio aos
desempregados idosos. Ou seja, os serviços
públicos deveriam ser privatizados e pagos por
quem os utilizasse. Defendia-se assim o Estado
mínimo, o que significava voltar ao que
propunha o liberalismo antigo, com o mínimo de
intervenção estatal na vida das pessoas.
Nasceu dessa maneira o que se convencionou
chamar de Estado neoliberal. As expressões
mais claras da atuação dessa forma estatal foram
os governos de Margareth Thatcher, na
Inglaterra, e de Ronald Reagan, nos Estados
Unidos. Mas mesmo no período desses governos
o Estado não deixou de intervir em vários
aspectos, mantendo orçamentos militares
altíssimos e muitos gastos para amparar as
grandes empresas e o sistema financeiro. Os
setores mais atingidos por essa ―nova‖ forma de
liberalismo foram aqueles que beneficiavam
mais diretamente os trabalhadores e os setores
marginalizados da sociedade, como assistência
social, habitação, transportes, saúde pública,
previdência e direitos trabalhistas.
Os neoliberais diziam que era necessário ter
mais rapidez para tomar decisões no mundo dos
negócios e que o capital privado precisava de
mais espaço para crescer. Reforçavam assim os
valores e o modo de vida capitalista, o
individualismo como elemento fundamental, a
livre iniciativa, o livre mercado, a empresa
privada e o poder de consumo como forma de
realização pessoal. Com essas propostas, o que
se viu foi a presença cada vez maior das grandes
corporações produtivas e financeiras na
definição dos atos do Estado, fazendo com que
as questões políticas passassem a ser dominadas
pela economia. Além disso, o que era público
passou a ser determinado pelos interesses
privados.
TEXTO COMPLEMENTAR
Os limites do Estado
Celso Ming
Entre as perplexidades
desfiladas em Davos,
onde se realizou na
semana passada o Fórum
Econômico Mundial,
apareceu nova candidata
a certeza: a de que o
Estado é tudo e que
reassume a parte que lhe cabe no latifúndio.
Depois de tanta lambança do setor privado e
da pretensa autorregulação dos mercados,
finalmente o Estado comparece para colocar
ordem no caos, voltar a regular, distribuir as
contas e lembrar ao distinto público que a mão
reguladora invisível é conversa fiada.
281
 Entre um radicalismo e outro, convém
apontar as limitações do Estado. E elas são
tremendas. A primeira é de que o Estado
também quebra e é mais vulnerável do que os
salvadores da hora gostariam de admitir. O
Brasil, por exemplo, quebrou três vezes nos
últimos 25 anos. A Alemanha da República de
Weimar quebrou nos anos 1920; a Hungria,
entre 1989 e 1993; o México, em 1994; a
Rússia, em 1998; a Argentina, em 2001... Todos
os Estados em que se constituíram essas nações
quebraram miseravelmente e nada garante que
isso não aconteça com grandes potências. Basta
para isso que a confiança acabe e que suas
finanças e suas moedas virem pó.
Há, por exemplo, limites ''físicos'' para a
escalada salvadora de bancos pelo Estado.
Apenas duas das instituições americanas de
Estado (o Federal Reserve, banco central, e o
Tesouro) já injetaram mais de US$ 3 trilhões.
Quanto mais poderão despejar sem que o dólar
fique seriamente abalado?
Outra limitação consiste em definir quem
decide o quê. As expectativas manifestadas em
Davos são de que o Grupo dos 20 restabelecerá
a ordem em abril, quando seus chefes de Estado
se encontrarem para a segunda reunião de
cúpula, esta destinada a remodelar
definitivamente a economia global.
Em novembro, os mesmos 20 entenderam
que a intervenção tem limites e que os mercados
também devem procurar a saída. Nada mostra
que, em quatro meses, tudo tenha mudado e que
as autoridades no comando agora consigam agir.
Os governos dos países ricos (o Grupo dos
Sete, G-7) já estão tentando de tudo, até muito
além do seu mandato, para domar a crise e no
entanto não há o que chegue. Além de
insuficiente, o socorro foi discricionário porque
grandes bancos receberam centenas de bilhões
que poderão ser usados agora na concorrência
desleal e predatória com instituições que se
comportaram corretamente e que não receberam
ajuda oficial.
Difícil imaginar o que de muito diferente os
13 chefes de Estado do G-20 que não fazem
parte do G-7 poderão apresentar em abril de
modo a virar o jogo até agora perdedor.
A terceira limitação é a de que o Estado
moderno, tal como hoje formatado, não serve
mais para xerifar as finanças globais. E este é
um tema recorrente desta coluna. Os organismos
reguladores nacionais falharam nos cinco
continentes, não só porque as autoridades que os
dirigem não previram, não entenderam, não
supervisionaram e não proveram. Falharam
também simplesmente porque são nacionais.
Como controlar bancos, fundos de hedge,
megasseguradoras, mercados de derivativos que
operam globalmente com instituições cuja
jurisdição é puramente local?
Enfim, o risco é de que, por falta de solução
imediata, os mesmos de sempre agora esperem
demais do Estado.
(Texto publicado na Folha de Londrina –
03/02/09)
Exercícios
1) (UEL-SOC2010) Observe a charge a seguir:
(Le Monde Diplomatique Brasil. São Paulo: Instituto
Pólis. Ano 2, n. 21, abr. 2009, p. 3.)
Com base na charge e nos conhecimentos
sobre o tema, é correto afirmar:
a) As privatizações ocorridas nos anos 1990 e
2000 no Brasil tiveram por principal impacto o
barateamento dos serviços básicos à população,
além de terem livrado o Estado de empresas
desnecessárias.
b) A participação popular tem sido fundamental
para definir o programa de privatizações do
governo brasileiro, pois o eleitor conhece quais
os melhores setores que devem ser gerenciados
pela iniciativa privada.
c) As principais dificuldades para a
administração das empresas privatizadas
tornarem-se rentáveis, nos diversos países,
decorrem das ações de manifestantes
antiglobalização, os quais constituem braços
políticos de sindicatos e partidos políticos de
esquerda.
d) Mesmo diante de vários protestos populares,
o programa de privatizações, intensificado a
partir de 1990 no Brasil e vários países do
mundo, tornou patrimônio particular grande
parte dos recursos naturais, materiais, culturais e
de serviços sociais.
e) Por serem elementos fornecidos pela natureza
e não se constituírem propriedade de ninguém, é
indiferente se a água e demais recursos naturais
282
forem cuidados pelo Estado ou pela iniciativa
privada.

2) (UFU jul/ 2007 – 1ª fase) Considere a

afirmação de um dos intelectuais mais
importantes do pensamento neoliberal Friedrich
August Von Hayek.

―A democracia pode exercer poderes totalitários,

e um governo autoritário pode agir com base em
princípios liberais‖.
HAYEK, F. A. von, Fundamentos da liberdade,
Brasília: Universidade de Brasília, 1983, p. 111.

Para Hayek, a vontade da maioria da população

pode ser um obstáculo à liberdade econômica e
uma ditadura pode defendê-la. Considerando
que essa formulação (uma ditadura pode
defender a liberdade econômica) foi feita com
referência ao regime político de Augusto
Pinochet, no Chile (1973-1990), assinale a
alternativa correta que demonstra o que esse
pensador neoliberal entende por democracia.
a) Democracia sempre é um governo de acordo
com a vontade da maioria.
b) A democracia define-se pela garantia da
liberdade econômica, mesmo que em detrimento
da liberdade política.
c) A democracia é a garantia plena dos direitos e
liberdades políticas.
d) A democracia é o único tipo de governo
defendido pelo liberalismo.

283
 STRUCTURE

PRESENT CONTINUOUS
O Present Continuous é um tempo verbal que
mostra movimento, algo que está acontecendo.
Uma ação que ocorre no momento da construção
INFERÊNCIA/PRESENT da frase. Este tempo verbal indica a
CONTINUOUS continuidade da ação.
Exemplos:
Estou falando francês agora.
Os amigos estão conversando no parque.
A inferência é uma estratégia de grande
valor na compreensão dos textos; muitas
Estrutura Sintática
adivinhações/suposições, que podem ser
Esse tempo é formado pelo presente simples do
rejeitadas ou confirmadas, ocorrem até o leitor
verbo TO BE (AM/IS/ARE) e pelo sufixo –
chegar à interpretação da mensagem. Ao
ING acrescido ao verbo principal. A estrutura
encontrar uma palavra desconhecida, podemos
sintática das sentenças segue o modelo:
tentar adivinhar seu significado fazendo uso do
Sujeito + Verbo TO BE (conjugado no presente)
contexto, isto é, observando a sentença em que a
+ Verbo principal acrescido do sufixo -ING
palavra aparece, ou as sentenças anteriores e
+Complemento
posteriores. A habilidade de inferir é utilizada
também para resgatar mensagem que não são
Utilizamos o Present Continuous para
indicadas explicitamente no texto. Esse processo
expressar:
é conhecido como ―ler as entrelinhas‖. Para isso,
1- Ações que ocorrem no momento presente.
é necessário ter em mente as idéias expressas
Neste caso, faz-se o uso de advérbios, como:
pelo texto, ao invés de palavras isoladas.
now, at this moment, at present, etc.
Conseqüentemente, os enunciados devem ser
lidos por inteiro e não palavra por palavra.
It is raining now.

2- Ações que irão ocorrer em um futuro

próximo. Neste caso, o Present Continuous é,

284
geralmente, utilizado com: tomorrow, next
year, next week, two months from now, in a
week’s time, within a fortnight, etc.
She is going to London next month.

QUESTIONS PALAVRAS-CHAVE
Are you feeling ok?
Is it raining?
Why are you wearing a coat? As palavras-chave são imprescindíveis para a
What‘s Paul doing? compreensão do texto porque têm relação direta
Is he working today? com o assunto tratado. Tais palavras são de fácil
identificação, pois uma de suas características é
EXERCÍCIOS a repetição ao longo do texto. Além disso, são
em geral substantivos – classe de palavras que
(UNICENTRO/2008) contém muito significado. O reconhecimento
das palavras-chave nos auxilia a identificar o
assunto e construir o significado do texto.
Portanto, devemos sempre procurar identifica-
las para facilitar/otimizar a compreensão durante
o processo de leitura.

PRE-READING

1) Observando o texto verbal e não verbal, faça

previsões sobre o provável assunto do texto.
_______________________________________
_______________________________________

2) Pense no que você já sabe sobre o assunto e

faça uma lista de pelo menos cinco palavras, em
português ou inglês, relacionadas a ele.
_______________________________________
―You’re telling me it’s getting cold outside...
_______________________________________
right?‖
_______________________________________
_______________________________________
01) The dog in the cartoon
_______________________________________
a) is pushing its house outside.
b) doesn‘t want to stay indoors.
3) Utilizando seu conhecimento prévio e
c) seems to be extremely frightened.
apoiando-se de modo especial nos cognatos e
d) wants to find a warmer place to stay.
nas palavras/expressões que você conhece, faça
e) is trying to escape from the firecrackers.
um skimming do texto. Em seguida, descreva em
poucas palavras a idéia central.
02) The woman in the cartoon
_______________________________________
a) is angry with the dog.
_______________________________________
b) is laughing at the dog.
_______________________________________
c) wants the dog to go out.
_______________________________________
d) is gently pushing the dog away.
e) looks to be understanding towards the dog.

285
My plaster cast is a pain 1) Esta é uma seção de cartas sobre saúde.
By Dr. Jane Collins Assinale a alternativa que indica o principal
problema apresentado pelo paciente:
a) Um menino de seis anos precisa urgentemente
de cirurgia por causa de uma fratura no braço.
b) Há seis anos um menino está aguardando
cirurgia de transplante de ossos do braço e seu
estado está se agravando.
c) Uma criança está usando gesso e sente muita
coceira.
d) Um paciente está hospitalizado e reclama da
falta de conforto do hospital.
e) Um paciente sente dores terríveis no braço e
não tem sido medicado adequadamente.

My son is 6 and has his arm in a plaster cast 2) Dentre os conselhos dados pela médica que
after having surgery to repair a nasty está respondendo a carta, estão:
fracture. He is finding the plaster a) Buscar sentir-se mais confortável através de
uncomfortable because the skin underneath leituras; usar jogos com pequenos objetos para
feels itchy. Is there anything that can relieve tornar a espera menos prolongada.
this problem? (Jane Burgess, Stockport) b) Tentar não exagerar o problema; procurar
ajuda imediata de um farmacêutico para se
This is a common complaint, especially in the informar sobre anti-histamínicos eficazes.
first few days after a plaster cast has been put c) Combater a infecção com medicação
on. It can take a adequada; ter cuidados específicos para evitar
while to get used to. efeitos colaterais decorrentes da medicação.
It‘s important that your son doesn‘t try to d) Procurar remover o paciente daquele hospital
relieve the itch by sticking something under the o mais rapidamente possível; dar ao paciente
cast, such as a pen, ruler or knitting needle. He uma dose de Piriton imediatamente.
could damage the skin, which could lead to an e) Não tentar aliviar a coceira com agulhas de
infection. It would be a good idea to avoid tricô; ventilar dentro do gesso com a ajuda de
sandpits, as sand can exacerbate the problem. um secador de cabelos.
Keeping small objects, such as marbles or tiny
beads, out of the way for now would be a
sensible precaution, too.
There are a few things you could try to help
him to feel more comfortable. If the edge of the
cast is slightly trough, file it down to make it
smooth. Sometimes itching can be relieved by
blowing cold air from a hair dryer into the cast.
You could also try Piriton, an antihistamine,
available over the counter, that helps to relieve
itching. Talk to your pharmacist about the dose
your son would need.

Fonte: http://www.timesonline.co.uk/health
Acesso em 09/10/06.

286
 Adjetivo longo
Sujeito + verb to be + more + adjetive + than

The love is more important than money.

The car is more expensive than the motorcycle.

ADJECTIVES
Note: Alguns adjetivos modificam totalmente
Short adjective Long adjective quando ocorre comparação, por exemplo:

Long Intelligent Big/bigger, happy/happier, far/farther,

good/better, bad/worse
short Necessary

fast Difficult

Slow Interesting EXERCÍCIOS

Rich Important
Poor Outgoing
Near/close Comfortable
Warm/ Hot Expensive
Cool/ Cold Beautiful
COMPARISON I – quando dois objetos
estão no mesmo patamar de qualificação,
utilizamos a seguinte estrutura, tanto para
adjetivos curtos quanto para os longos:
Sujeito + verbo to be + AS (adjetive) AS
The celular is as necessary as the car.
Joana is as young as Andrew.
COMPARISON II – quando um objeto
(sujeito) é superior a outro, a estrutura é
diferente para adjetivo longo e curto.
Adjetivo curto:
Sujeito + verb to be + adjetive (er) + than
Maria is shorter than Anna.
The mice is faster than the cat.
(UNICENTRO/2006) Leia o texto a seguir e
responda às questões de 01 a 04.
Paris by subway: It’s practical, cheap and less
tiring
The Paris subway is famous for its charm
and, above all, its efficency. Built in 1900, by
World War I it already had more lines (six
active ones and four under construction) than
São Paulo has today, in the middle of 2003.
Today, the French capital has 14 lines and 297
stations that literally enable one to visit every
corner – all neighborhoods and suburbs – not to
speak of the five lines that take travelers to
airports and trains. Equally charming are the
entrances to the subway stations, which are
decorated with an art noveau portico. A
complete map of the subway network is
available as well. To find one‘s way, all users
need to know at which station they wish to get
off (which is indicated in every tourist guide). It
is usually not necessary to change trains too
often. Just one important tip: when leaving the
station, do not throw away your ticket – at the
―gares‖ (stations with many junctions)
passengers also need to show their ticket at the
turnstile upon exiting the station. It is therefore
possible for tourists to visit all of Paris – from
the Latin Quarter to the Sacré-Coeur Basilica,
and from the Bastile to Notre Dame Cathedral –
exclusively by subway. They can thereby save
money on taxi fares while walking only short
287
distances between the stations and the places to
be visited. And can you imagine: there are still
people who say that Paris is not a hospitable
city...
(Source:
http://www.unicentro.br/vestibular/downloads/P
ROVA_2_06.pdf)
1) De acordo com o texto, o metrô de Paris:
a) Embora charmoso, é de baixa eficácia.
b) Privilegia o atendimento aos turistas, em
detrimento dos parisienses.
c) Foi construído para atender às demandas do
transporte de passageiros para estações de trem e
aeroportos.
d) É muito antigo e, por isso, necessita sofrer
grandes modificações para atender aos usuários.
e) Durante a primeira grande guerra, já era
maior que o metrô de São Paulo em 2003.
2) De acordo com o texto, o passageiro do metrô
de Paris:
a) Ao entrar na estação do metrô, deixa seu
bilhete na borboleta.
b) Ao sair do trem, deixa seu bilhete na
borboleta da estação.
c) Necessita do bilhete para sair das gares que
são estações com muitas conexões.
d) Necessita do bilhete para fazer conexões
dentro das gares.
e) Necessita guardar o bilhete usado para trocá-
lo por num novo.
3) De acordo com o texto, é correto afirmar:
a) O turista tem grande dificuldade para utilizar
o metrô de Paris.
b) O metrô é o único meio de transporte que liga
o Quartier Latin à Basílica do Sacré-Coeur.
c) Os pórticos das estações parisienses foram
todos refeitos recentemente.
d) O metrô de Paris facilita o acesso aos pontos
turísticos da cidade.
e) Para conhecer pontos turísticos em Paris, é
necessário que o turista gaste muito dinheiro.
REFERÊNCIA
PRONOMINAL
A referencia pronominal é um dos recursos
utilizados para dar coerência à língua; ele leva a
uma interligação lógica das orações que
compõem um texto. Assim, em vez de repetir
algo mencionado anteriormente, podem-se
utilizar elementos de referência como os
promones pessoais, demonstrativos, relativos,
interrogativos e os possessivos.
Os elementos de referência têm a função de
levar o pensamento do leitor de volta para algo
que já foi mencionado, ligando as idéias e
tornando o texto menos repetitivo.
Um texto poderá ser mal compreendido se o
leitor não estiver ciente da ligação entre os
elementos de referência e as palavras que eles
substituem.
PRONOMES
Pronomes são palavras que substituem
substantivos. O ―antecedente‖ de um pronome é
a palavra que ele substitui. Exemplo: Jonh has a
car. He drives to work. Aqui, o antecedente de
He é John. He, portanto, refere-se a John.
Entre as categorias de pronomes temos
:
Pronomes pessoais: (I, you, he, she, it, we,
you, they) que, geralmente, se referem a algo ou
alguém específico.
Exemplo: Lions are opportunists; they prefer to
eat without having to do much work.
Pronomes possessivos
Os pronomes possessivos são usados sempre
no lugar de substantivos
288
 EXERCÍCIOS
Exemplo: I have my problems and you have
yours. Plump pups and fat cats
(UEL/2002)
Mine O meu, a minha Author Steve Duno offers a seven-point weight-
loss program for overweight pets in Plump pups
Yours O teu, a tua
and fat cats (St. Martin‘s Press, $14, 95). Duno
His O dele, o dele(s) notes that more than 25 per-cent of America‘s
dogs and cats are significantly overweight, and
Hers O dela, o dela (s) that over time, obesity can cause a host of health
problems, including diabetes, hip and back
Its O seu, a sua (s) ailments, respiratory and cardiovascular diseases
and cancer. An animal behaviorist, Duno offers
Ours O nosso, a nossa
readers practical advice and solutions to their
(s)
pet‘s obesity, including adjustments in dietary
Yours vosso, vossa (s) habits, and exercise tailored to each breed.
(DOG FANCY MAGAZINE, mai. 2000)
Theirs O deles, a delas
1) Em qual seção da revista deve ter sido
publicado o texto acima, e por quê?
a) Cover Story, porque as sinopses comumente
Promones demonstrativos: (this, that, compõem as manchetes das revistas.
these, those), que se referem a substantivos. b) Coming Next Month, em que se anunciam
Exemplos: alguns conteúdos da próxima edição.
A dog‘s intelligence is much greater than that of c) Nose for Books, onde se encontram breves
a cat. descrições de novas publicações.
These cards are mine. Those are yours. d) Classified Dog, na qual são encontrados
Observação: this e that podem se referir a idéias anúncios diversos, inclusive de livros.
completas. e) Dog Details, onde são anunciados novos
Exemplo: She decided to sell the house. This produtos para cachorros de estimação.
really upset her neighbors.
2) Segundo o texto, o livro trata de:
Pronomes relativos, que ligam orações. a) raças ideais para animais de estimação.
Who e that referem-se a pessoas; which e that b) treinamento para animais de estimação.
referem-se a animais e objetos inanimados; c) dicas para criação de cachorros e gatos.
where refere-se a lugares. d) obesidade em animais de estimação.
Exemplos: e) tratamento para animais com 25% de
That‘s the teacher who/that voted against the sobrepeso.
proposition.
The table which/that had a marble top cost too 3) According to the text:
much f) over ¼ of domestic animals in the U.S.A.
This is the place where the accident happened. suffer from obesity.
g) Steve Duno is one of the seven authors of the
Promones interrogativos (who, what, books.
which), que são usados em perguntas. h) the book offers data on 25 breeds of dogs and
Exemplos: cats.
Who do you think you are? i) the side effects of obesity include practical
What are you doing? animal behaviour.
Which color do you prefer red or yellow? j) advice and solutions to animal weight loss is
the subject of St. Martin‘s Press books.
289
 Condição Conseqüência Contraste

As if Then But

(como se) (então) (mas)

MARCADORES If Furthermore/
moreover
However (entretanto)

DISCURSIVOS (se)
(além disso)

Marcadores discursivos, freqüentemente As long as So that Although/

representados por conjunções, são termos (contanto
utilizados para ligar orações e idéias, indicando que) (a fim de que) though (embora)
como elas se relacionam. Através dessas
On the other hand
palavras de ligação, os autores mostram com
maior clareza a organização de suas idéias. Elas (por outro lado)
constituem, portanto, importante recurso de
Otherwise (senão)
coesão textual.
Os marcadores discursivos expressam idéias Instead of
de adição, contraste, causa/conjsequencia,
(ao invés de)
tempo, seqüência cronológica dentre outros. A
seguir, observe alguns exemplos de marcadores In spite of (apesar de)
de discurso.
Even though (ainda
que)
Finalidade Causa Tempo

In order to Because When

(a fim de)
(porque) (quando)
EXERCÍCIO
Since Whenever (sempre que)

(uma vez que)

What you should and shouldn’t eat

As soon as (assim que)

Generally bad
By the time (na hora em
que) Solid fats: Anything from land animals or
coconut and palm oils. Reduce your intake
The moment (no because they're safe for frying and slow to spoil.
momento em que)
They're a quick and easy way to add taste and
After calories.
White rice: No, this does not mean to
(depois)
completely avoid eating white rice. However,
Before brown rice does have nutrients that can't be
found in white rice. One can possibly mix white
(antes) and brown rice together for a great combination
Until/till of flavor.
Sugar (white and brown), molasses and soft
(até que) drinks: All of us are used to grabbing a Coke
Meanwhile (enquanto from the vending machine at work or school, but
isso) what we may not be so aware of is that the
fructose portion of refined sugar is a building
While (enquanto)
block for cholesterol.

290
 (Disponível em: <http://www.askmen.com>.
Acesso em 21 abr. 2003.)

1) Quais dos alimentos citados no texto contem

ingredientes que contribuem para o colesterol? WOULD/WOULDN’T
a) Coco
b) Arroz branco e integral (CONDICIONAL)
c) Açúcar, melaço e refrigerante
d) Somente açúcar
e) Todas as alternativas acima estão incorretas
É um verbo auxiliar que expressa uma condição.
O verbo principal sempre estará na forma
infinitiva (sem o TO).

SUJEITO AFIRMATIVA NEGATIVA

I WOULD WOULDN’T
(WOULD+NOT)

YOU WOULD WOULDN’T

(WOULD+NOT)

HE WOULD WOULDN’T
(WOULD+NOT)

SHE WOULD WOULDN’T

(WOULD+NOT)

IT WOULD WOULDN’T
(WOULD+NOT)

WE WOULD WOULDN’T
(WOULD+NOT)

YOU WOULD WOULDN’T

(WOULD+NOT)

THEY WOULD WOULDN’T

(WOULD+NOT)

Exemplos:

Afirmativa
I would like to eat a piece of chocolate cake.

Negativa
She wouldn‘t be nurse.

Interrogativa
Would you like to be famous?

291
 EXERCÍCIO 2) Com base no texto, infere-se que Carly
mostra reação à:
Retire the abuse a) Leitura de livro.
I feel that writer Florence Wadley is b) Solicitação de conselho.
completely right. I wish we could stop putting c) Obra de cinema.
our loved ones in homes where they may be 2) Com base no texto, infere-se que Carly
abused. I have seen the effects of nursing home mostra reação à:
abuse and neglect.
My grandfather had to be put in a home after
GABARITO
living with my family for many years. He got
sick and we had no other choice. He hated it and UNIDADE 6
would call us every five minutes to see when we 1) d
were going to get him. 2) e
The second home he went to was more like a
hospital because he had a severe stroke. There, UNIDADE 7
he had to deal with a lady hitting him and even 1) c
slapping him across his face. When he was 2) e
finally able to talk, he told us everything and we
got him out of there as fast as we could. UNIDADE 8
In the next hospital nursing home, the 1) e
attendants were extremely mean and would yell 2) c
at him. I′m sure that it gets frustrating working 3) d
with people who cannot help themselves, but
they need to have lots of patience and be loving. UNIDADE 09
That nursing home eventually got rid of most of 1) c
the mean employees and the nicer ones had a 2) d
really hard time when my grandfather passed
away. UNIDADE 10
I would definitely like to find nice people for 1) d
every nursing home so that the elderly would be 2) c
treated well. I may even go into a career where I
can help the elderly and make sure they are safe UNIDADE 11
and happy as I wish my own grandfather had 1) b
been. 2) a
Carly Gartrell, Murray, UT
(Teen Ink, March 2004, p. 4. )

1) A experiência com o avô levou Carly a:

a) Generalizar o abuso e a negligência dos
estabelecimentos visitados.
b) Pensar na possibilidade de escolha de sua
profissão.
c) Denunciar os estabelecimentos pelos quais
seu avô passou.
d) Solicitar a demissão de muitos funcionários
dos estabelecimentos.
e) Maltratar as pessoas que estavam juntas com
seu avô.

292

BAIXA IDADE MÉDIA
CRISE DO FEUDALISMO
A baixa Idade média foi um período de
relativa prosperidade para a Europa, com o
renascimento urbano e comercial. No campo,
novas técnicas agrícolas garantiram o
abastecimento de alimentos para a população.
Porém, no século XIV a crise geral levou o
velho mundo ao ―outono da idade média‖.
No campo, péssimas colheitas provocaram
a diminuição da produção de alimentos,
provocando uma onda de fome por toda a
Europa. A má alimentação, somada com as
péssimas condições de higiene das cidades
provocaram a disseminação da peste bubônica,
também conhecida como peste negra, que
dizimou aproximadamente dois terços da
população. Para complicar mais o quadro,
inúmeras guerras ocorreram neste período. A
guerra dos cem anos, conflito entre a Inglaterra e
a França, aumentou ainda mais o desespero e as
mortes. No campo, os camponeses realizaram
diversas rebeliões contra os nobres, as
jacqueries. A insatisfação surgiu devido à
opressão realizada pelos nobres, que exigiam
mais trabalho dos camponeses, já que muitos
haviam morrido de fome, e com isso, a produção
diminuíra ainda mais.
O desespero deste período levou o homem
medieval a atitudes extremas. Alguns se
entregavam ao fanatismo religioso, preparando-
se para o fim dos tempos, enquanto outros se
afastavam da fé, entregando-se a devassidão.
Esta crise só será superada no contexto das
grandes navegações, onde a economia européia
ganhou novo impulso.
MONARQUIAS NACIONAIS
Formação da Monarquia Nacional Lusitana
O processo de formação do Estado Nacional
português, Península Ibérica, está diretamente
ligado à Guerra de Reconquista: luta dos
cristãos para recuperar os territórios ocupados
pelos mouros (muçulmanos).
A origem de Portugal remonta ao chamado
Condado Portucalense, que havia sido doado ao
nobre Henrique de Borgonha, como recompensa
por sua participação na luta contra os mouros.
No ano de 1139, o Condado proclama sua
independência sob a liderança de D. Afonso
Henriques, que foi reconhecido rei de Portugal.
Desenvolveu-se então, na região, uma economia
baseada em atividades comerciais, o que
proporcionou o aparecimento de uma classe de
mercadores, que com o passar do tempo, não
demonstraram os mesmos interesses da nobreza
dominante na política do jovem país.
Em 1383, houve uma disputa pelo trono
envolvendo de um lado a dinastia de Borgonha,
apoiada pela nobreza tradicional, e do outro lado
a dinastia de Avis, apoiada pela burguesia
293
mercantil. Dom João, mestre de Avis, vence os
Borgonha e inaugura um novo período de
governo, promovendo a centralização
monárquica, dando a Portugal condições de ser a
primeira nação a expandir seus limites através
das grandes navegações, modificando
radicalmente o perfil da história européia.
Formação da Monarquia Nacional Espanhola
A Espanha também se consolidou como
monarquia nacional durante a luta contra os
mouros. Ao longo desta guerra surgiram os
Reinos de Leão, Castela, Navarra e Aragão. Mas
é somente no ano de 1476, após a união de
Aragão e Castela, com o casamento de
Fernando e Isabel, e a expulsão definitiva dos
árabes de Granada em 1492, é que a Espanha se
torna um Estado Nacional. É importante notar
que o estado espanhol se forma e se consolida
mediante a aliança dos monarcas com a nobreza,
que lutou na expulsão dos mouros e aliança com
a Igreja, que se constituía na religião do novo
Estado frente à religião do inimigo: o islã.
Formação da Monarquia Nacional Inglesa
A monarquia Inglesa remonta ao século XI,
onde a dinastia Plantageneta impõe seu poder
frente aos senhores feudais.
Vale ressaltar que no século XIII os nobres
diminuem a autoridade real com a magna carta,
que impedia que o rei tomasse decisões políticas
sem consultar os nobres.
A monarquia inglesa vai conquistar poderes
amplos novamente após a guerra dos cem anos.
Formação da Monarquia Nacional Francesa
A fragmentação política durante o
feudalismo contribuiu para o fortalecimento da
nobreza feudal, o que dificultava a política de
centralização na França. Como o rei não passava
de um senhor feudal com os mesmos poderes
dos demais, foi necessário lutar com os outros
senhores feudais a fim de impor-lhes leis e
cobrar tributos. Foi durante a Dinastia
Capetíngia que o processo de centralização do
poder político nas mãos do rei inicia-se com
aumento territorial às custas dos feudos tomados
a força da nobreza.
A Guerra dos Cem Anos vai contribuir
politicamente, ao longo do conflito, para a tarefa
de centralização do poder real.
GUERRA DOS CEM ANOS
A guerra dos cem anos foi um conflito
medieval entre a França e a Inglaterra, com
duração de 116 anos. O início do conflito foi a
sucessão do trono inglês, que tinha como
pretendente o rei inglês Eduardo III. A nobreza
francesa não aceitou entregar o trono a um
monarca inglês e esse impasse foi o estopim da
guerra.
É importante notar que no contexto da
guerra havia o interesse sobre a região de
Flandres que, pertencendo politicamente à
França, realizava intenso comércio com a
Inglaterra, que lhe fornecia lã para a próspera
indústria têxtil flamenga. Assim, Flandres não
aceitava o domínio francês.
A guerra foi iniciada pela Inglaterra, que só
foi contida no final da guerra, onde a presença
de Joana D’Arc foi fundamental. Esta
comandou o exército francês e conquistou uma
série de vitórias contra os ingleses. Porém, foi
capturada e queimada viva. Joana D‘Arc
inspirou a continuidade das lutas, sendo que os
franceses conseguiram conter o avanço inglês
sobre seus territórios.
A guerra dos cem anos significou a
formação da identidade nacional dos franceses e
ingleses, tal como o fortalecimento do poder
monárquico nesses países.
EXERCÍCIOS
1) (F.C.CHAGAS/SP) Embora sendo uma
língua de origem latina, o português possui
inúmeras palavras que provêm do árabe. Isto e
facilmente explicável porque:
a) elementos da língua árabe integraram-se na
língua dos povos ibéricos durante o domínio
islâmico
b) o latim possuía elementos das línguas de
muitos povos que estiveram sob o domínio
romano
c) a imigração de sírios e libaneses foi intensa
no Brasil e culturalmente muito influente
d) a literatura em língua árabe teve grande
penetração em toda a Europa desde o século V
a.D
e) tanto a língua portuguesa como a língua
árabe tem sua origem no sânscrito
2) (FEI/SP) Os problemas das heranças feudais,
que haviam confundido destinos e províncias,
tornaram inevitável a Guerra dos Cem anos
entre França e Inglaterra. A eclosão desse
conflito:
a) deu-se no primeiro quarto do século V, a
partir de problemas na sucessão do trono francês
sobre o qual a Inglaterra tinha fortes interesses
b) teve como causa principal a disputa pela
região dos Flandres que, feudatária da França,
atraía fortes interesses econômicos da Inglaterra
294
c) ocorreu na primeira metade do século XIV, a
partir da disputa entre os dois países sobre
inúmeros territórios flamengos e italianos
d) foi provocada pelas disputas entre a Rosa
Vermelha (Lancaster) e a Rosa Branca (York)
e) aconteceu devido a interesses manufatureiros
da França sobre os Flandres, região feudatária
da Inglaterra.
3) No ano de 1348, a peste negra devastou a
Europa e ceifou um terço de sua população.
Analise as afirmações a seguir sobre essa
catástrofe.
I- Veio da Ásia pela rota da seda, em virtude do
comércio estabelecido por negociantes
genoveses e venezianos.
II- Ocorreu num século de retração da economia
européia, marcado por várias revoltas
camponesas, e contribuiu para o consolidadas.
enfraquecimento do feudalismo.
III- Atingiu indiscriminadamente as várias
categorias sociais, tanto das cidades como das
áreas rurais, como ocorria com uma outra
doença comum na época, a lepra.
Com base nas três assertivas, é correto
afirmar que somente:
a) I é correta
b) II é correta
c) III é correta
d) I e II são corretas
e) II e III são corretas
IGREJA E CULTURA
MEDIEVAL
IGREJA MEDIEVAL
A Igreja medieval representou a instituição
mais estável do Ocidente medieval, já que a
fragmentação política dos bárbaros e
posteriormente do feudalismo não propiciaram,
no geral, a formação de instituições políticas
O poder da Igreja foi fruto de sua
organização, que caracterizou-se pela
hierarquia dos seus líderes, que partia do papa
e se estendia dos bispos até os cônegos locais. A
Igreja atuava em todos os aspectos da vida
social, sendo responsável principalmente por
incutir a moral cristã nas pessoas, o que nem
sempre foi uma tarefa fácil, já que a cultura
ocidental também foi permeada pelos costumes
pagãos, que, não raro entravam em conflito com
o costume cristão. Para isso, à partir do século
XII a Igreja instituiu a inquisição, que tinha
como função regular a vida das pessoas
conforme a fé católica. A inquisição também
atuou no sentido de impedir a disseminação de
doutrinas contrárias à estabelecida pela Igreja:
as heresias.
As heresias surgiram como oposição aos
dogmas da Igreja, sendo que a maioria delas
apontavam a corrupção da Igreja, que passou a
se tornar muito opulenta, já que os fies faziam
constantes e generosas doações ao clero. Além
disso, o comércio de cargos e a fornicação de
padres passaram a ser motivos para a formação
de grupos dissidentes.
É importante notar que o clero estava
dividido em clero secular e clero regular. O
primeiro era formado pelos padres, bispos e o
papa, ou seja, o clero mais próximo as pessoas.
Já o clero regular era formado pelos monges,
que abandonavam a vida social e se
enclausuravam nos mosteiros. Os mosteiros
caracterizam-se pela rigidez e pela regra, que
295
deveriam ser seguidas pelos monges. No geral,
era necessário fazer pelo menos três votos:
castidade, obediência e pobreza. Existiam
diversas ordens, como a dos franciscanos, que
enfatizava o voto de pobreza, a dos beneditinos,
que dedicavam à oração e ao trabalho e a dos
dominicanos, que enfatizava o ensino,
preservando, desta forma, muitas obras
clássicas.
CULTURA MEDIEVAL
A cultura medieval foi marcada
principalmente pelo teocentrismo, já que a fé
cristã foi a principal influência na formação da
mentalidade e das manifestações artísticas deste
período.
O homem medieval, do seu nascimento até
sua morte era influenciado pela fé cristã. O
batismo, a missa, e o cemitério estavam sob a
responsabilidade da Igreja. Porém nem tudo era
católico: o carnaval, os torneios medievais, que
consistiam em duelos entre nobres, são um
exemplo de que a cultura medieval não provinha
única e exclusivamente da Igreja.
A arquitetura medieval foi marcada pela
construção de igrejas, que seguiam dois estilos:
o românico, marcado pela horizontalidade, pelo
aspecto de fortaleza, e o gótico, vislumbrado nas
catedrais urbanas, possuindo vitrais coloridos
que permitiam a entrada de luz no seu interior.
Essas catedrais eram altas (verticalidade), o que
representava a onipotência do poder divino. É
importante ressaltar que as catedrais eram
construídas por trabalhadores assalariados,
que dominavam uma técnica bastante sofisticada
para a época.
Foi no medievo que surgiram as primeiras
universidades. Inicialmente vinculadas à igreja,
com o tempo foram surgindo instituições
autônomas. Inicialmente os estudantes cursavam
disciplinas básicas como geometria, música,
gramática e retórica, para posteriormente
ingressar em um dos três cursos da época:
direito, medicina ou teologia.
A filosofia medieval se destacou a partir de
Santo Agostinho e de Tomás de Aquino, que
procuraram conciliar a filosofia grega com a fé
cristã.
A literatura medieval foi marcada pelo
trovadorismo, que destacou-se pela utilização
das línguas nacionais (não mais o latim), e pela
exaltação do amor.
EXERCÍCIOS
1) (UEL) Sobre a religiosidade medieval, é
correto afirmar:
a) Com o fim do Império Romano, o
Cristianismo, até então perseguido, difundiu-se
pela Europa, sendo seus adeptos liberados dos
impostos pagos pelos idólatras.
b) A prática da bruxaria, então disseminada nos
meios clericais, provocou a reação dos crentes e
a Revolução Protestante, levando à renovação da
experiência cristã.
c) O ateísmo foi combatido duramente pela
inquisição, tendo como conseqüência o
desaparecimento dos descrentes até o século
XVIII.
d) A experiência da reclusão foi bastante
característica na vida religiosa do período
medieval, sobressaindo-se a ordem beneditina,
fundada sobre o princípio da vida dedicada à
oração e ao trabalho.
e) A ativa participação dos leigos na instituição
eclesiástica, assim como uma tendência ao
enfraquecimento da hierarquia dessa, podem ser
apontadas como características do período
2) A compreensão do mundo por meio da
religião é uma disposição que traduz o
pensamento medieval, cujo pressuposto é
a) o antropocentrismo: a valorização do homem
como centro do Universo e a crença no caráter
divino da natureza humana.
b) a escolástica: a busca da salvação através do
conhecimento da filosofia clássica e da
assimilação do paganismo.
c) o panteísmo: a defesa da convivência
harmônica de fé e razão, uma vez que o
Universo, infinito, é parte da substância divina.
d) o positivismo: submissão do homem aos
dogmas instituídos pela Igreja e não
questionamento das leis divinas.
e) o teocentrismo: concepção predominante na
produção intelectual e artística medieval, que
considera Deus o centro do Universo.
296
3) Sobre a cultura medieval ocidental, considere
as seguintes afirmativas:
I - A maioria dos "não-romanos" desconhecia a
escrita e utilizava-se da oralidade para orientar a
vida social.
II - No campo da Filosofia, verificou-se a
influência do pensamento escolástico, que
retomou o debate entre fé e razão.
III - A arquitetura medieval caracterizou-se pela
presença de grandes construções inspiradas em
motivos religiosos, como mosteiros e igrejas.
IV - O heroísmo da cavalaria e o amor, temas
característicos da poesia trovadoresca, tornaram-
se comuns na literatura medieval.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as afirmativas III e IV são
verdadeiras.
b) Apenas as afirmativas II, III e IV são
verdadeiras.
c) Apenas as afirmativas I, II e III são
verdadeiras.
d) Apenas as afirmativas I, III e IV são
verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
RENASCIMENTO
CULTURAL
O Renascimento cultural foi um movimento
que teve origem na Itália, com posterior
expansão para outras regiões da Europa. Deve-
se observar que a mudança de mentalidade
ocorrida neste período foi fruto de um processo
histórico que se inicia desde o século XIV, ou
seja, na baixa idade média, e se desdobra até o
século XVI. O foco da mudança de mentalidade
pode ser didaticamente esquematizado na
transposição do pensamento teológico,
fundamentado na fé, pelo pensamento
antropocêntrico, baseado na razão humana.
Entre os principais fatores que influenciaram
essa mudança de mentalidade está a
intensificação da vida urbana, que torna o
homem menos dependente das condições
climáticas (no campo, o homem necessita de
boas colheitas para sobreviver) e mais ligado às
suas habilidades humanas para negociar, criar,
enfim, lucrar e garantir sua sobrevivência. As
universidades, que surgiram na baixa idade
média, também constituíram um fator de
mudança de mentalidade, já os estudos de
autores clássicos, além de outras disciplinas,
favoreciam o recrudescimento do pensamento
racional. Além disso, o surgimento da imprensa,
ocorrido no século XV favoreceu a difusão de
idéias pela Europa.
Didaticamente podemos elencar os
principais valores defendidos pelo ideal
renascentista:
- Individualismo: o homem passa a se preocupar
mais com consigo mesmo, deixando a idéia de
coletividade proposto pelo cristianismo.
- Hedonismo: é a valorização do prazer acima de
tudo.
- Racionalismo: a razão humana é capaz de
desvendar o mundo e alcançar a verdade.
- Antropocentrismo: o homem está no centro do
universo e não Deus (teocentrismo)
- Humanismo: valorização do homem em seu
aspecto ativo e criativo. A base do homem ideal
está na antiguidade clássica (antigos gregos e
romanos), que será a inspiração para a produção
intelectual renascentista.
A produção intelectual renascentista foi
muito intensa, sendo impossível a menção à
297
totalidade das obras do período. A nível de
ensino médio, vale ressaltar as principais obras,
que sinalizam as inovações e as características
gerais do movimento.
Na pintura o destaque está na utilização na
tinta a óleo e na técnica de perspectiva, que
dão a noção de tridimensionalidade nas pinturas.
O principal artista foi Leonardo da Vinci, que
também era arquiteto, engenheiro, urbanista,
anatomista, etc.
Na arquitetura, o principal fator na
construção era a funcionalidade, sendo seguida
pela estética. Assim como a concepção grega, o
estilo foi marcado pelo equilíbrio, harmonia e
simetria.
Na escultura, a principal representação era a
do corpo humano, basicamente o masculino,
onde se exaltava um ―corpo perfeito‖. O
material utilizado era o mármore.
A literatura teve uma grande expansão
neste período. Autores como Nicolau
Maquiavel, Erasmo de Rotterdam e Willian
Shakespeare foram os destaques. Os dois
primeiros podem ser caracterizados pela
exaltação da razão em suas obras. Maquiavel
defendeu a separação entre ética e política,
sendo que utiliza conhecimentos históricos e de
comportamento do homem em sociedade para
legitimar suas idéias. Já Erasmo faz uma
brilhante crítica da sociedade em que vivia na
obra ―o elogio da loucura‖. Nem mesmo o clero
escapa de sua análise social ferrenha.
Shakespeare, que foi dramaturgo, teve como
característica central de suas obras a exaltação
do sentimento humano, o que tornam suas
obras atemporais.
O renascimento científico, ocorrido no
século XVII provocou uma profunda
intensificação da influência da ciência na
sociedade ocidental. O método utilizado para a
obtenção da verdade desvencilhou-se da teologia
passou a ser pautado na razão. Assim,
acreditava-se a razão humana era capaz de ―dar
conta‖ de explicar os fenômenos naturais. Os
métodos para se alcançar a verdade seriam a
observação e o experimento (empirismo).
Neste contexto que a teoria do heliocentrismo
passou a ser defendida, entrando em conflito
com o pensamento defendido pela Igreja e pelos
antigos filósofos gregos.
EXERCÍCIOS
1) (UFPR) O desenvolvimento de um espírito
crítico e individualista, de fundamental
importância para a caracterização e evolução
do ocidente europeu moderno:
a) resultou de uma atitude inteiramente nova
durante a época iluminista;
b) foi o mais importante legado da época
medieval;
c) foi provocado pela nova mentalidade do
homem da conjuntura renascentista;
d) foi uma conseqüência direta da revolução
Francesa;
e) resultou, pela primeira vez, das pregações
dos enciclopedistas.
2) (UFRN) Entre os séculos XIV e XVI, na
Europa Ocidental, ocorreu um amplo
movimento artístico, científico e literário,
denominado de Renascimento. Os artistas e
intelectuais do Renascimento chamaram os
séculos imediatamente anteriores de "Idade
Média", concebendo-a como uma IDADE DAS
TREVAS, porque os renascentistas
a) desejavam difundir a filosofia escolástica, que
até então ficara restrita aos mosteiros e
conventos.
b) rejeitavam o antropocentrismo do homem
medieval, que, ao valorizar a razão, desprezava
a revelação de Deus.
c) tomavam como ideal o homem da
Antigüidade Clássica, buscando subsídios nos
modelos da cultura greco-romana.
d) repudiavam a paixão do homem medieval
pela cultura dos povos gregos e romanos,
imersos no paganismo.
3) (UEL)"A capela proporciona uma clara
percepção do espaço contido dentro de suas
paredes [...]. O traçado geométrico do conjunto
enfatiza a clareza e a funcionalidade que se deve
esperar das decisões de um capitulo. A famosa
fachada da capela Pazzi, que repousa, esbelta e
ágil, sobre seis colunas coríntias, é um modelo
de elegância, de comedimento decorativo e de
sutil manipulação de espaços. Também
exemplifica o apreço, tão comum nos primeiros
tempos do Renascimento, pela clareza e pela
simplicidade, pela ordem e pela medida, na
mente e no corpo. O artista dividiu a fachada
numa série de quadrados relacionados entre si
por suas proporções geométricas. [...] Os
quadrados inferiores dessa área também são
subdivididos em quatro painéis. A lateral desses
painéis é o chamado número de ouro do edifício,
298
ou seja, a unidade de medida em que se divide
exatamente qualquer outra parte dele [...]".
(LETTS, Rosa Maria. "O Renascimento".
Rio de Janeiro: Zahar, 1982. p. 48-49.)
Com base na descrição da Capela Pazzi, obra
arquitetônica de Filippo Brunelleschi, e nos
conhecimentos sobre o tema, considere as
afirmativas a seguir.
I- Os elementos utilizados na descrição da
capela Pazzi (equilíbrio, harmonia e clareza)
compõem as representações culturais típicas da
Europa Renascentista.
II- A Capela Pazzi, em Florença, é um exemplo
típico da arquitetura gótica, cuja forma era
envolvida por uma dimensão mais mítica do que
racional.
III- Na arquitetura renascentista, o edifício
ocupa o espaço baseando-se em relações
matemáticas estabelecidas de tal forma que o
observador possa compreender a lei que o
organiza, de qualquer ponto que se coloque.
IV- A harmonia renascentista na arquitetura,
representada pela complexidade e rebuscamento
das formas, objetivava suscitar emoções que
fortalecessem a religiosidade medieval.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
REFORMA RELIGIOSA
O movimento da reforma protestante, assim
como a contra-reforma católica estão inseridos
no contexto do renascimento cultural, estudado
na unidade anterior. Desta forma, o pensamento
racional, que estava difundido pela Europa,
contribuiu na formação do pensamento crítico
em relação ás práticas adotadas ela Igreja
Católica. Deve-se ressaltar que o pensamento
racional renascentista não anulou a religiosidade
popular. Na época da reforma, a maioria da
população estava muito preocupada com a
salvação eterna, em oposição aos ideais
adotados pelos intelectuais renascentistas.
Outro fator importante no contexto da
reforma foi a intensificação da atividade
comercial na Europa. A burguesia cada vez
mais buscava o lucro através do comércio e do
empréstimo a juros, o que era condenado pela
igreja. Para completar o quadro social da época,
a nobreza cobiçava as terras da Igreja, que não
eram poucas, enquanto que príncipes,
principalmente do Sacro-Império Germânico
conflitavam com o papado em relação a
submissão à Roma.
A corrupção do clero era uma constante. O
nicolaísmo, que era o envolvimento de clérigos
com mulheres, a simonia, venda de cargos
eclesiásticos, a venda de relíquias e a ignorância
da maioria dos padres são um exemplo da
situação da Igreja neste período.
É importante notar que a contestação à
autoridade Católica, tal como a denúncia das
práticas corruptas do clero não correram
somente no século XVI. Os chamados
precursores da reforma (Wiclyffe e Huss) já
haviam se posicionado contra a Igreja, o que
acarretou punição para ambos pela inquisição.
A questão central que desencadeou a
reforma foi a venda das indulgências. A
indulgência era basicamente a venda do perdão
divino. A Igreja lançou mão deste método para
angariar fundos para a construção da Basílica de
São Pedro, localizada atualmente no Vaticano.
Porém, ocorreram abusos, o que provocou a
indignação de Martinho Lutero. Este, doutor em
teologia e monge católico, escreveu as 95 teses
contra a venda das indulgências, sendo que de
imediato não havia a pretensão de romper com o
papado. Porém, a Igreja reagiu e obrigou Lutero
299
a se retratar, negando aquilo que havia escrito.
Este não se submeteu, sendo excomungado e
banido do Império.
Os desdobramentos da excomunhão de
Lutero foram dramáticos. Uma violenta guerra
civil opôs os príncipes adeptos à Lutero aos
príncipes leais ao papa ao imperador. Além
disso, Thomas Münzer liderou uma revolta
camponesa que, inspirada na insubmissão de
Lutero, buscaram lutar contra a opressão dos
nobres (proprietários de terras). Os anabatistas,
como eram conhecidos, foram massacrados,
sendo que Lutero jamais apoiou tal movimento.
O fim das hostilidades só veio mais tarde com a
Paz de Augsburgo, onde foi estabelecido o
princípio ―tal príncipe, tal religião‖.
As Novas Denominações Cristãs
É importante notar que a reforma não criou
uma nova religião, mas sim dividiu o
cristianismo em diversas denominações com
doutrinas diferentes.
O luteranismo, criado por Lutero, rompeu
com a hierarquia católica, estabelecendo uma
nova doutrina pautada na livre interpretação
da bíblia. Lutero passou dez anos traduzindo a
bíblia do latim para o alemão, o que possibilitou
a leitura do texto sagrado por mais pessoas.
Outro fator que contribuiu pra a difusão da
leitura bíblica foi a criação da imprensa. Outro
princípio dogmático do luteranismo foi a
salvação pela fé, em oposição a doutrina da
salvação pelas obras defendida pelo catolicismo.
Por fim, estabeleceu que único líder da Igreja
era Cristo, sendo que na terra haveriam apenas
os pastores, que poderiam constituir família e
seriam os líderes dos fiéis.
Outra denominação surgida no período foi o
Calvinismo, que defendia a doutrinada
predestinação. Para Calvino, as pessoas já
nasciam predestinadas a serem salvas ou não. Os
sinais que acompanhariam os crentes seriam a fé
em Deus, a vida moral íntegra, dedicação ao
trabalho, enfim, a prosperidade terrena. O
calvinismo difundiu-se nos países do norte da
Europa, sendo que a burguesia foi muito atraída
por sua doutrina, já que não condenava o lucro
nem o empréstimo a juros.
O Anglicanismo foi uma denominação
surgida na Inglaterra no contexto da reforma. O
rei Henrique VIII, com o intuito de separar-se de
sua esposa, pede a anulação do seu casamento
ao papa, que nega devido o fato da esposa do
monarca Inglês ser parente do imperador do
Sacro-Império, aliado do papa. Assim, Henrique
rompe com Roma, criando uma igreja nacional
diretamente submetida ao rei. A Igreja anglicana
passou a ser a única aceita dentro da Inglaterra,
o que provocou inúmeras perseguições
(inclusive a migração dos puritanos para a
América do Norte). Os adeptos ao anglicanismo
provinham do catolicismo e do puritanismo,
sendo aglutinados pela nova denominação.
Recentemente (2009) a ala anglicana católica
reatou vínculos com Roma.
A Contra-Reforma
A contra-reforma foi a reação do
Catolicismo diante do avanço do protestantismo.
O Concílio de Trento buscou reafirmar a
posição dogmática católica, inclusive mantendo
as indulgências.. Para isso, reativou-se a
inquisição, com o nome de tribunal do santo
ofício, que atuou principalmente na península
ibérica, onde ocorreu um vínculo entre os
monarcas e o papado. Os hereges e
principalmente os judeus foram perseguidos,
sendo que exigia-se que se convertessem ao
catolicismo. Os que aceitavam eram chamados
de cristãos novos,enquanto que os que resistiam
eram executados. Também foi instituído o índex
librorum proibithorum, uma lista de livros
proibidos pela Igreja por irem contra sua
doutrina. Por fim, é importante notar a criação
da Companhia de Jesus, formada pelos
jesuítas. Os jesuítas atuaram num contexto onde
o catolicismo havia perdido muitos fiéis ao
protestantismo. Desta forma, sua atuação na
América como conversores dos indígenas a fé
católica foi imprescindível à Igreja, sendo que
os ―soldados de Cristo‖ atuaram em conjunto
com os conquistadores ibéricos. A aculturação
ocorreu de maneira deliberada, já que a cultura
indígena, considerada inferior, foi quase
totalmente desconsiderada.
EXERCÍCIOS
1) O processo de reformas religiosas teve início
no século XVI e suas causas podem ser,
EXCETO:
a) A venda de indulgências incentivada pelos
protestantes, que aliavam a sua ética religiosa ao
espírito do capitalismo que nascia.
b) A mudança na visão de mundo como
conseqüência do pensamento renascentista.
c) A presença de padres mal preparados
intelectualmente que provocavam insatisfação
nos fiéis.
d) A insatisfação da burguesia diante da
condenação do catolicismo para o lucro e os
juros.
300
2) (UFPR) A Reforma protestante e a Contra-
Reforma envolveram aspectos ligados à doutrina
da religião cristã e à forma como se organizava a
Igreja Católica com sede em Roma. No contexto
desses movimentos, considere as afirmativas a
seguir:
I- Os protestantes eram contrários à autoridade ABSOLUTISMO/
do Papa e à intermediação dos padres na leitura
da Bíblia. EXPANSÃO MARÍTIMA
II- Os protestantes eram contrários ao casamento EUROPÉIA
dos padres e ao sacramento da confissão.
III- As idéias protestantes tiveram grande
aceitação por parte dos monarcas portugueses, ABSOLUTISMO
espanhóis e ingleses.
A política medieval foi marcada pela
IV- Os jesuítas foram designados para a ação
descentralização, onde o poder local era
missionária nas terras da América, Ásia e
exercido pelos senhores feudais. É importante
África, a fim de garantir a expansão da fé
notar que a Igreja era um caso a parte, pois além
católica.
de possuir feudos em inúmeros lugares, ainda
V- O Concílio de Trento definiu algumas ações
possuía poder de influência nesses territórios. O
para reagir à expansão do protestantismo, como
rei, portanto, era uma figura decorativa, sem
o fortalecimento dos sacramentos e uma melhor
poder de fato.
formação do clero para o atendimento dos fiéis.
A baixa idade média trouxe mudanças nesse
quadro, pois enquanto a nobreza e a Igreja
Assinale a alternativa correta.
perdiam poder devido às cruzadas, a burguesia,
a) Somente as afirmativas II e III são
novo grupo social, aumentava seu poder e tinha
verdadeiras.
interesses em unificar o poder nas mãos de um
b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
monarca. Essa unificação política garantiria a
c) Somente as afirmativas I, IV e V são
unificação da moeda, dos impostos, e da língua,
verdadeiras.
o que favoreceu a formação de um mercado
d) Somente a afirmativa IV é verdadeira.
consumidor nacional.
e) Somente as afirmativas III e V são verdadeira
Desta forma, pode-se dizer que à partir do
século XV houve a tendência entre os países do
3) (FGV) É comum referir-se ao calvinismo
ocidente europeu em unificar seus territórios,
como a religião do capitalismo, pois essa crença
formando os estados absolutistas modernos.
a) defendia que o trabalho deveria ser
Porém é importante ressaltar que o monarca não
valorizado, que o comércio não deveria ser
governava de maneira arbitrária, já que
condenado, além de concordar com a cobrança
necessitava de legitimidade para o seu poder.
de juros.
Pode-se dizer que de maneira geral esses estados
b) acreditava que o comércio das coisas
se constituíram com base nos valores
sagradas, como os cargos eclesiásticos e as
aristocráticos, sendo que grande parte dos
indulgências, traria benefícios para os fiéis e
funcionários e das lideranças políticas
para a sociedade.
pertenciam ao grupo da nobreza.
c) apresentava doutrina que relacionava a
Diversos pensadores do período buscaram
salvação eterna do fiel com a freqüência aos
legitimar o absolutismo. Entre ele podemos
cultos, com a presença da fé e das obras de
citar:
caridade.
Maquiavel: escreveu a obra ―o príncipe‖, onde
d) preconizava o comércio como uma atividade
defendeu que o monarca deve se manter no
voltada para o sagrado; assim, grande parte do
poder a qualquer custo, ou seja, nem sempre
lucro obtido deveria ser doado para os templos
deve se valer de atitudes éticas.
religiosos.
Tomas Hobbes: escreveu a obra ―o leviatã‖,
e) praticava a cobrança de todos os sacramentos,
onde defende que o homem é mau por natureza
especialmente do batismo e da confissão, além
(o homem é o lobo do homem). Desta forma,
do pagamento do dízimo eclesiástico.
deve ocorrer um contrato entre o povo e rei, para
que este mantenha o controle sobre a violência.
Jacques Bossuet: escreveu a obra ―política
tirada das sagradas escrituras‖, que defende o

301
direito divino dos reis, ou seja, todo monarca é
instituído por Deus, seja ele bom ou mau.
MERCANTILISMO
O Mercantilismo, também chamado de
capitalismo comercial, é o conjunto das medidas
econômicas adotadas pelos estados absolutistas.
A sua principal característica é a intervenção do
estado na economia, o que vai ser criticado
pelos pensadores posteriores (iluministas). Esta
intervenção visava o enriquecimento do estado,
e se valia das seguintes medidas:
Metalismo: buscava-se acumular metais
preciosos, a moeda utilizada na época.
Balança comercial favorável: buscava-se
comprar menos e vender mais, para que as
reservas de ouro do estado aumentassem.
Protecionismo: se os produtos de outro estado
fossem mais baratos, o estado aplicava impostos
alfandegários sobre os mesmos, para que
ficassem mais caros e não gerassem a saída de
ouro do estado.
Colonialismo: buscava-se a formação de
colônias, pois poderiam ser exploradas. A
colonização do Brasil se insere neste contexto.
EXPANSÃO MARÍTIMA
EUROPÉIA
O contexto das grandes navegações foi
marcado pela centralização dos estados europeus
(absolutismo), onde o monarca, através dos
impostos, investiu nas contruções navais para
desbravar o ―mar tenebroso‖. Assim chamava-
se o oceano atlântico na época, onde existiam
diversas lendas sobre monstros marinhos que
destruíam navios, pois acreditava-se que a terra
era plana, existindo um abismo no final do
oceano.
A Europa vivia uma intensa crise no século
XIV, onde a fome, a peste negra e a guerra dos
cem anos dizimaram a população. Some-se a
isso a tomada de Constantinopla em 1453, que
provocou a alta nos preços das especiarias
trazidas das índias pelos genoveses e
venezianos. Os comerciantes italianos faziam
comércio com a região de Flandres, ao norte,
através de rotas terrestres, mas para se
protegerem da peste, optavam pelo contorno
pelo mar mediterrâneo, entrando em contato
com os portugueses.
Os portugueses passaram a buscar uma rota
alternativa para as Índias, onde poderiam
comprar as especiarias e vender por um preço
mais vantajoso. Assim, a partir de 1415
começaram as expedições com a tomada de
Ceuta. É importante ressaltar a conquista de
Bartolomeu dias, que alcançou o sul da África, o
chamado cabo da boa esperança. Mas seria
Vasco da Gama o primeiro a realizar o périplo
africano e chegar as Índias. Em 1500 Pedro
Álvares Cabral inicia outra expedição que, com
o objetivo inicial de ir as Índias, acaba por
―achar‖ as terras brasileiras.
Os espanhóis também investiram no
desbravamento do Atlântico para comercializar
diretamente como oriente. O genovês Cristóvão
Colombo, acreditando que o mundo era
redondo, propôs a coroa espanhola uma
expedição que navegasse a oeste, alcançando
assim oriente. Em 1452 alcançou a América
acreditando que estava nas Índias! Américo
Vespúcio que vai constatar que se tratava de um
novo continente, por isso o nome de América.
As disputas envolvendo os interesses dos
estados europeus sobre as novas terras foram
mediados pelo papa. O primeiro tratado foi a
Bula Inter Coetera, que dividia as terras entre
Portugal e Espanha a 100 léguas de Cabo Verde.
Portugal contestou a decisão, e por não haver
condições de um enfrentamento militar por
ambas as partes, houve um novo acordo, o
tratado de Tordesilhas, que definia uma nova
linha imaginária a 370 léguas de cabo verde. É
interessante notar que estes acordos fora
realizados ainda sem a ciência de que se tratava
de um novo continente.
A França contestou a divisão somente entre
Espanha e Portugal, mas não houve um novo
acordo. Tanto os franceses quando os ingleses
realizaram ataques corsários e de pirataria sobre
as riquezas exploradas pelos países ibéricos. A
Inglaterra e França também estabeleceram
colônias na América do Norte.
A expansão marítima européia provocou o
enriquecimento da Europa, principalmente da
Espanha e de Portugal, que se valeram da
exploração colonialista da América.
EXERCÍCIOS
1) Marque a alternativa correta sobre o Estado
Absolutista.
a) poder político centralizado na pessoa do
monarca;
b) a Teoria do Direito Divino limitava o poder
dos reis;
c) a Revolução Francesa contribuiu
decisivamente para o fortalecimento do
Absolutismo;
d) apresentava características republicanas e
democráticas;
302
e) o fundamento filosófico do Estado
Absolutista era o Iluminismo.
2)O historiador francês Fernand Braudel,
referindo-se ao Mercantilismo, afirma que este
"reagrupa comodamente uma série de atos de
atitudes, de projetos, de idéias, de experiências
que marcam, entre o século XV e o século
XVIII, a primeira afirmação do Estado Moderno
em relação aos problemas concretos que ele
tinha que enfrentar."
Assinale a alternativa que expressa
CORRETAMENTE uma característica do
Mercantilismo.
a) Pacto colonial, permitindo o pleno
desenvolvimento interno e a liberdade político-
administrativa da Colônia.
b) Não-intervencionismo estatal.
c) Incentivo à manutenção de uma balança
comercial favorável, importando mais que
exportando.
d) Intervenção do Estado, que se efetivou sob
forma de protecionismo e de regulamentação da
atividade econômica.
e) Monopólio concedido pelo Estado, que
permitia a qualquer companhia de comércio,
sem autorização da metrópole, vender seus
produtos na Colônia.
3) (UEL) Analise o mapa a seguir:
(BOXER, C. R. O Império marítimo português. São
Paulo: Companhia das Letras. 2002, p. 70-71.)
Este mapa indica a fase da expansão européia
referente
a) à colonização do Brasil e ao comércio
triangular.
b) aos domínios coloniais ibéricos e suas
possessões além-mar.
c) à expansão lusa denominada périplo africano.
d) ao comércio triangular do Atlântico Norte.
e) ao auge do comércio desencadeado pelo
tráfico negreiro
A CONQUISTA E
COLONIZAÇÃO DA
AMÉRICA ESPANHOLA
O descobrimento da América, atribuído a
Cristovão Colombo, na verdade constitui-se
num equívoco, já que anteriormente este
território já havia sido encontrado por outros
povos. A este povos chamamos de Pré-
colombianos.
América Pré-Colombiana
Acredita-se que o povoamento da América
tenha iniciado por volta de 40.000 .C., sendo
que provavelmente tenha ocorrido migrações de
asiáticos pelo Estreito de Bering. Outra
hipótese defende que as migrações podem ter
ocorrido através do Oceano Pacífico.
As comunidades indígenas aqui instaladas
não constituíam um povo unificado como se
acreditava. Alguns grupos formavam tribos
coletoras, vivendo da caça e pesca, como no
caso das tribos instaladas na região que
posteriormente formaria o Brasil, enquanto
outros formaram complexos impérios, como é o
caso dos Incas, Maias e Astecas.
Os Maias constituíram uma civilização
bastante desenvolvida, sendo que
desenvolveram a agricultura, a escrita, a
astronomia entre outros. Porém, se império não
sobreviveu até a chegada dos europeus, restando
apenas relatos e vestígios arqueológicos de sua
existência.
Os Astecas desenvolveram um vasto império
na região do atual México. Também
desenvolveram a agricultura, sendo que um dos
principais aspectos da economia era a
exploração de populações dominadas, o que
demonstra a falácia de se atribuir aos indígenas
um espírito pacífico em relação aos seus iguais.
Na chegada dos espanhóis o imperador era
Montezuma e o seu império estava no auge.
Os Incas se desenvolveram na região dos
Andes, onde a economia era baseada na
agricultura (cultivo de milho e batata).
Desenvolveram um império, explorando outras
populações através da mita, trabalho
compulsório, que seria utilizado posteriormente
pelos europeus.
303
A Conquista da América
As expedições espanholas rumaram para a
América com duas motivações principais:
encontrar metais preciosos e conquistar novos
convertidos à fé católica. A coroa espanhola
também buscava o domínio de novas terras e
despontar na competição mercantilista, onde o
Estado que acumulasse mais metais preciosos
era o considerado o mais opulento.
Uma das principais características da
conquista espanhola na América foi a violência
dispensada. A superioridade espanhola era
evidente, já que contavam com cavalos, pólvora
e também com as doenças que transmitiam aos
indígenas, pois estes não tinham anticorpos para
gripe, varíola entre outras. Além disso, alguns
indígenas acreditavam que os espanhóis eram
deus que tinham retornado para se vingar, o que
constitui um elemento cultural de
supervalorização do outro, enquanto que os
próprios espanhóis também se consideravam
superiores. A intolerância foi intensa,
provocando o maior genocídio da história.
Hernán Cortez conquistou o México,
derrotando o imperador Montezuma, enquanto
que Francisco Pizarro conquistou o Peru,
aproveitando-se de uma disputa de sucessão do
trono inca.
A Colonização Espanhola
Devido a vasta área a ser colonizada pelos
espanhóis na America, a coroa dividiu o
território em 4 vice-reinos e 3 capitanias para
otimizara administração da colônia. É
importante notar que esta colonização estava
inserida no contexto do mercantilismo, onde a
tônica era a exploração dos recursos naturais
existentes, principalmente metais precisos. A
principal fonte de prata foi encontrada em
Potosí, na Bolívia. Para a exploração das minas
foi utilizada em larga escala a mão-de-obra
indígena como trabalho compulsório. Os
espanhóis adaptaram um sistema já utilizado
pelos Incas chamado mita, que consistia no
recrutamento de homens dos povos conquistados
para o trabalho compulsório. Os indígenas no
geral morriam nas minas, seja por doença ou por
falta de nutrição adequada. Outra forma de
trabalho compulsório era a encomienda, muito
utilizada nas haciendas, onde o europeu exigia o
trabalho, dando em troca a proteção e a fé
católica.
A sociedade colonial espanhola estava
dividida principalmente por critérios étnicos.
Os brancos nascidos na Europa, chamados de
chapetones, ocupavam os altos cargos
administrativos. Os brancos nascidos na
América, ―criollos‖ constituíam a elite colonial,
sendo ricos proprietários de terras. Porém, eram
impedidos de ocupar altos cargos, como o de
vice-rei, podendo ocupar apenas os cargos
políticos locais, os chamados cabildos (câmaras
municipais). Já os indígenas constituíam a base
da sociedade, sendo responsáveis pelo trabalho.
Ainda existiam os mestiços, que por não serem
nem brancos nem indígenas, acabavam
marginalizados, constituindo uma mão-de-obra
livre pouco valorizada.
EXERCÍCIOS
1) Os indígenas da América
a) viviam pacificamente no interior dos grandes
impérios pré-colombianos (Inca, Maia e Asteca)
até a chegada dos europeus, que destruíram as
comunidades indígenas e dizimaram milhões de
pessoas.
b) atravessaram conflitos em todos os períodos
conhecidos de sua história, das lutas contra a
dominação dos grandes impérios pré-
colombianos à resistência frente aos europeus
conquistadores e aos estados independentes.
c) conseguiram autonomia política após as
independências nacionais, pois as repúblicas
hispano-americanas permitiram o retorno à vida
comunitária, suprimiram os tributos e o trabalho
forçado.
d) mantiveram-se livres na área de colonização
portuguesa, mas foram escravizados nas regiões
de colonização espanhola e inglesa, tornando-se
a principal mão-de-obra na agricultura e
mineração.
e) unificaram-se atualmente em amplos
movimentos de libertação que visam recuperar
as formas de vida e de trabalho do período pré-
colombiano e restaurar a autonomia das antigas
comunidades.
2) (FUVEST) Sobre a chegada dos espanhóis à
América e a subseqüente colonização, pode-se
afirmar que.
a) os indígenas, depois da execução dos seus
imperadores, foram confinados dentro de
missões religiosas e os espanhóis organizaram
expedições para a captura dos fugitivos.
b) os espanhóis fizeram incursões bem
sucedidas pelo interior do continente,
dominaram culturas indígenas complexas e
encontraram metais preciosos em abundância.
c) a agricultura de exportação foi a principal
base do comércio colonial, sustentado por um
sistema cooperativo de produção e pelo trabalho
indígena compulsório.
304
d) o trabalho indígena eliminou a necessidade de GABARITO
escravos africanos, o lucro do comércio
metropolitano permitiu afrouxar as regras do Unidade 7:
mercantilismo e estimular o sistema de frotas e 1) a
galeões. 2) b
3) d
3) (UFMG) Leia este trecho:
...não somos índios nem Unidade 8:
europeus, mas uma espécie intermediária entre 1) d
os legítimos proprietários do continente e os 2) e
usurpadores espanhóis: em suma, sendo 3) e
americanos por nascimento e nossos direitos os
da Europa, temos de disputar estes aos do país e Unidade 9:
mantermo-nos nele contra a invasão dos 1) a
invasores - encontramo-nos, assim, na situação 2) d
mais extraordinária e complicada. 3) c
BOLÍVAR, Simón. "Carta de Jamaica",
1815. Unidade 10:
1) c
Ao escrever esse texto, o autor refere-se à 2) c
situação ambígua dos 3) a
a) criollos, formados na tradição européia, mas
identificados com o Novo Continente. Unidade 11:
b) escravos negros americanos, que perderam 1) a
seus laços culturais com a África. 2) c
c) mulatos libertos nascidos na América, 3) a
divididos entre diferentes tradições culturais.
d) cholos, indígenas educados por europeus, Unidade 12:
afastados das suas raízes identitárias originais. 1) b
2) b
3) a

305

REBELIÕES COLONIAIS
Após as Revoltas Nativistas, surgiram as
Revoltas Coloniais. Estas, além do que resolver
os simples problemas econômicos imediatos,
buscavam a emancipação política do Brasil.
A Inconfidência Mineira (1789)
Influenciados pelas transformações que
estavam acontecendo no mundo durante o
século XVIII e insatisfeitos com a cobrança de
impostos, principalmente pela decretação da
derrama, membros da elite mineira conspiraram
contra a metrópole lusitana e sua política
opressora para proclamar a independência.
Os revoltosos, homens ricos como Tomás
Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa,
Inácio Alvarenga Peixoto, tinham a intenção de
proclamar a República, criar uma bandeira,
construir fábricas e escolas e incentivar a
natalidade. Devido o caráter elitista deste
movimento, não defendiam a abolição da
escravatura.
No entanto, sem apoio suficiente, os
rebeldes
não chegaram a concretizar o movimento, sendo
traídos por alguns de seus participantes, que em
troca do perdão de dívidas denunciaram o
movimento. Destaque para Joaquim Silvério dos
Reis que entregou ao governador o plano da
revolta com os nomes de todos os participantes.
O visconde de Barbacena deu início às
prisões dos conspiradores. Os líderes presos,
mesmo negando a participação no movimento
foram condenados ao desterro (exílio) nas
colônias portuguesas na África. No entanto,
Joaquim José da Silva Xavier , o Tiradentes,
uma exceção entre os ricos, foi enforcado e
esquartejado.
A Conjuração Baiana ou Revolta
dos Alfaiates (1798)
A Inconfidência Baiana foi a que mais
manifestou um caráter nitidamente popular. Em
reuniões secretas com intelectuais, médicos,
advogados, padres e, sobretudo pessoas do povo,
como sapateiros, soldados, escravos, ex-
escravos, alfaiates, em grande número, motivo
pelo qual fico conhecida, foram abraçadas idéias
libertárias contra o domínio português.
Em Salvador, surgiram cartazes com
propostas dos rebeldes, influenciados pelos
ideais iluministas, pelo exemplo da Revolução
306
Francesa, pelo sucesso da Independência dos
EUA, o clima de descontentamento estimulou a
defesa e propagação do movimento.
As autoridades portuguesas reagiram com
rigor e violência, prendendo muitos rebeldes,
entre eles os líderes do movimento: João de
Deus, Gonzaguinha das Virgens, Cipriano
Barata e Manoel Faustino dos Santos. A maioria
foi enforcada e esquartejada.
A principal diferença entre a Inconfidência
Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798), é
que a primeira foi considerada uma revolta
elitista, enquanto que a segunda foi considerada
uma revolta popular, visto que a defesa da
abolição da escravatura aparecia entre as
propostas dos rebeldes.
PERÍODO JOANINO (1808 – 1821)
Ingleses e franceses disputavam a hegemonia
econômica européia. Não conseguindo vencer a
Inglaterra militarmente, Napoleão Bonaparte
decreta o Bloqueio Continental, numa tentativa
de enfraquecer economicamente o país inimigo.
O rei de Portugal, D. João VI, não podendo
respeitar o embargo econômico, devido sua
dependência em relação à Inglaterra, fura o
bloqueio. As tropas francesas invadiram o país,
obrigando a Corte a fugir para o Brasil. A vinda
da família real para o Brasil, com auxílio da
Inglaterra contribuiu de forma decisiva para o
processo de independência da Colônia.
Medidas do Período Joanino:
Abertura dos portos às nações amigas (fim
do pacto colonial);
Revogação do Alvará de 1785 (atividade
manufatureira);
Tratado de Comércio e Navegação e de
Aliança e Amizade de 1810 (beneficia produtos
ingleses);
Criação de instituições: Banco do Brasil,
Casa da Moeda, Biblioteca Pública, Imprensa
Régia, Jardim Botânico, etc.;
Elevação do Brasil à condição de Reino
Unido de Portugal e Algarves (1815);
Revolução Pernambucana (1817)
Devido ao enfraquecimento econômico dos
pernambucanos com a queda do preço do açúcar
e do algodão e os altos impostos, inicia-se na
região um movimento para proclamar a
república.
Entre os revoltosos, destacaram-se o
comerciante Domingos José Martins e os padres
João Ribeiro e Miguel Joaquim de Almeida e
Castro (padre Miguelinho). Contudo, as
divergências internas ao movimento e,
especialmente, a violenta repressão portuguesa
levaram a República nordestina à derrota. Essa
revolução foi reprimida pelas forças do governo
e seus líderes foram executados.
A volta de D. João VI (1821)
Na metrópole lusitana, após o fim da era
napoleônica na Europa, os grandes comerciantes
rebelaram-se contra o domínio estrangeiro,
forçaram uma nova constituição e pretendiam
recolonizar o Brasil: foi a Revolução Liberal do
Porto de 1820, que exigiu a volta do rei D. João
Vi a Portugal.
TEXTO COMPLEMENTAR
―E D. João VI? Corria que já embarcara. Mas
quando? Perguntava a turba com raiva, contida
pela fileira de soldados. ‗Foi aquela criada
grandona, andar de pata choca, não viram?‘ O
covarde disfraçava-se. Agora é a vez da rainha-
mãe. Arrancada aos murros, a demente sorve
aflitivamente o ar das ruas: há 16 anos não tiram
da cela. (No seu cativeiro, D. Maria só recebia a
visita de Napoleão, sob a forma de mil
demônios. O corso imundo fazia careta por
baixo do tapete, pendurado no teto ...).
Achavam que a coitada não percebia nada. A
chuva, contudo, acordou-lhe a razão. Começou a
berrar:
– Não corram tanto! Acreditarão que estamos
fugindo. Por que fugir sem ter combatido?‖.
EXERCÍCIOS
1) (UEL) ―Rebelião que expressou as condições
do Antigo Sistema Colonial. Teve influência
307
maçônica iluminista, revelou objetivos c) A permanência da Corte portuguesa no Rio de
emancipacionista e republicano. O movimento Janeiro satisfez os interesses dos diferentes
se diferenciou dos demais pelo caráter social, a grupos sociais da colônia e trouxe benefícios
igualdade racial declarada nos boletins, e pela para todas as regiões do Brasil.
participação de elementos provenientes das d) Durante o Período Joanino, organizaram-se
camadas populares da população (soldados, novos órgãos e instituições, como o Banco do
artesãos, ourives, alfaiates, domésticas, negros Brasil e a Casa da Moeda.
escravos e forros).‖ e) Dentre as medidas que mudaram o perfil
O texto se refere à: político-econômico da colônia, destacaram-se os
a) Balaiada tratados de Aliança e Amizade e de Comércio e
b) Conjuração Baiana Navegação, que deram benefícios aos ingleses.
c) Revolta Farroupilha
d) Confederação do Equador
e) Guerra dos Emboabas

2) Leia atentamente as seguintes afirmações

sobre a chamada "Inconfidência Mineira":
I- A Inconfidência Mineira foi um movimento
de contestação à Coroa Portuguesa, em função
do aumento de impostos sobre o açúcar,
principal produto de Minas Gerais no século
XVIII.
II- Predominava entre os inconfidentes a idéia
de se criar uma república.
III- Dos inconfidentes, apenas Joaquim José da
Silva Xavier, o Tiradentes, foi morto; a maioria
foi condenada à prisão e ao degredo.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Apenas as proposições I e III são verdadeiras.
b)Apenas as proposições II e III são verdadeiras.
c) Todas as proposições são verdadeiras.
d) Apenas a proposição I é verdadeira.
e) Nenhuma proposição é verdadeira.

3) Sobre as transformações político-sociais e

econômicas ocorridas durante a permanência da
Corte portuguesa no Brasil (1808-1821), estão
corretas as afirmações a seguir, À EXCEÇÃO
DE:
a) A vinda da família real para o Brasil
transformou a colônia no principal centro das
decisões políticas e econômicas do Império
português.
b) A abertura dos portos favoreceu os interesses
dos proprietários rurais produtores de açúcar e
algodão, uma vez que se viram livres do
monopólio comercial.

308

O PRIMEIRO REINADO
O Episódio de 7 de setembro de 1822 estava
longe de garantir a independência do Brasil. O
processo de independência deste país iniciou-se
antes e terminou bem depois do Grito de
Ipiranga.. A transferência da família real para o
Brasil, com a conseqüente abertura dos portos
brasileiros, iniciou um processo que somente
seria concluído com a abdicação de D. Pedro I
em 1831. Assim o Primeiro Reinado constituiu-
se num verdadeiro momento de transição,
extremamente importante para a vida do Brasil,
pois permitiu a consolidação de um longo
processo de libertação política de nosso povo.
Financeiramente a situação do Brasil não era
das melhores, uma vez que o regresso da Corte
significou a evasão para Portugal de uma boa
parte da moeda circulante no Brasil. Em
segundo lugar, o gasto em guerras interno e
externo era bastante elevado. O próprio Banco
do Brasil, fundado em 1808, faliu em 1828.
O Reconhecimento da
Independência
O processo de reconhecimento arrastou-se de
1822 até pelo menos 1827. Deve-se considerar
ainda que o processo de reconhecimento da
independência divide-se em dois aspectos:
interno: Os acontecimentos que culminaram
com a proclamação da independência do Brasil
desenrolaram-se apenas ao longo do eixo Rio-
São Paulo, no máximo envolvendo o sudeste do
país.
Após os acontecimentos de 1822 era
necessário a D. Pedro estender sua autoridade a
todas as províncias brasileiras. A resistência à
autoridade do imperador não foi pequena. Como
o país recém dependente não dispunha de um
exército organizado, nem de um contingente
militar experiente e suficiente para sufocar
possíveis revoltas, D. Pedro e os partidários da
independência contrataram mercenários
estrangeiros.
As províncias revoltosas eram: Piauí, Bahia,
Maranhão, Pará e Cisplatina.
externo: O reconhecimento externo da
independência era necessário até para que o país
tivesse condições de estruturar-se
economicamente.
O primeiro país a reconhecer a
independência do Brasil foram os Estados
Unidos, em 1824. os países da América Latina
não viam com bons olhos a independência do
Brasil devido ao regime monárquico aqui
empregado. Para que Portugal reconhecesse a
independência a diplomacia inglesa teve papel
decisivo.
A intermediação inglesa determinou que em
agosto de 1825, Portugal reconhecesse a
independência mediante uma indenização. Com
isso, em 1827, a Inglaterra reconheceu a
independência do Brasil, porém fez algumas
exigências. A principal delas foi a manutenção
das cláusulas dos Tratados de Aliança e
Amizade, Comércio e Navegação de 1810. A
renovação dos Tratados de 1810 foi
extremamente prejudicial às finanças e à
economia do Brasil, gerando uma baixa
arrecadação alfandegária e desestimulando o
desenvolvimento de manufaturas.
A Assembléia Constituinte
Antes mesmo da independência concretizar-
se, D. Pedro já havia convocado uma
Assembléia Constituinte em junho de 1822. Em
maio de 1823 instalou-se essa Assembléia.
Dividia-se entre brasileiros, que eram a
maioria e pretendiam limitar a autoridade do
imperador, e portugueses, que fortaleciam-se
pelo apoio que prestavam ao imperador,
defendendo um Estado fortemente centralizado.
Com as lutas internas pelo reconhecimento
da independência ainda estavam sendo travadas
no interior do país, os debates na Assembléia
tomaram caráter nacionalista, o que não
interessava a D. Pedro nem aos portugueses. O
clima de tensão atingiu seu clímax quando o
Imperador determinou a dissolução da
Assembléia. Com isso, D. Pedro nomeou um
conselho para elaborar a Constituição.
309

A Constituição de 1824
A Constituição elaborada pelo conselho do
imperador, portanto outorgada, organizou uma
monarquia hereditária, constitucional
representativa. Haveria quatro poderes:
executivo, legislativo, judiciário e moderador.
Atendia aos interesses de D. Pedro e seus
amigos portugueses. A aristocracia rural
brasileira, passava a sentir-se desprestigiada
diante do fortalecimento do imperador além de
temer pela aproximação entre D. Pedro e os
portugueses. Iniciava-se assim o desgaste da
imagem do imperador.
Confederação do Equador
Em 1824, organizou-se em Pernambuco um
movimento de oposição ao imperador e ao seu
autoritarismo. Os liberais republicanos
proclamaram a confederação adotando a
constituição da Colômbia. A repressão
desencadeada contra os lideres da revolução foi
implacável: destacou-se o caso de frei Caneca,
que foi condenado ao fuzilamento.
A Abdicação
Com a morte de D. João VI em Portugal, D.
Pedro deveria assumir a coroa Portuguesa.
Abdicou do trono Português em favor de sua
filha e nomeou o regente do trono seu irmão D.
Miguel, que iniciou uma revolta em Portugal e
proclamou-se Rei absolutista.
A partir de 1828 a situação do imperador
tornou-se mais critica devido a uma maioria
liberal na câmara em imposição ao seu governo.
Com o fim do absolutismo na França, em 1830 a
imprensa passou a atacar de forma mais
contundente o autoritarismo do imperador.
Isolado politicamente, D. Pedro abdicou do
trono Brasileiro e 7 de Abril de 1831, em favor
de seu filho D. Pedro de Alcântara, de apenas 5
anos. Para o Brasil a abdicação do imperador
significou o fim do processo de independência,
com o afastamento em definitivo de qualquer
ameaça de recolonização.
TEXTO COMPLEMENTAR
Legislação e Realidade
―A constituição de 1824 procurou garantir a
e liberdade individual e econômica e assegurar o
pleno direito à propriedade. Para os homens que
fizeram a independência, gente educada à moda
européia representante das categorias
dominantes, o direito à propriedade, liberdade e
segurança garantido pela constituição era algo
bem real. Não importava a essa elite se a
maioria da nação era composta de uma massa
humana para a qual os direitos constitucionais
não tinham a menor validade.
A constituição firmava a liberdade e a
igualdade de todos perante a lei, mas a maioria
da população permanecia escrava. Garantia-se o
direito de propriedade, mas, segundo algumas
estimativas, 95% da população, quando não era
escrava, compunha-se de moradores de fazendas
, em terras alheias, que podiam ser mandados
embora a qualquer hora. Aboliam-se as torturas,
mas nas senzalas os instrumentos de castigo
como o tronco, a gargalheira e o açoite
continuavam sendo usados, e o senhor era o
supremo juiz da vida e da morte de seus
homens‖. (Emilia Viotti. Brasil em perspectiva).
EXERÍCIOS
1) Assinale a decisão que se caracteriza ato
autoritário de D. Pedro I.
a) Abdicar de seus direitos ao trono português
b) Reagir contra a recolonização no Brasil
c) Dissolver a assembléia constituinte e
deportar políticos
d) Antecipar sua maioridade e recusar-se a
voltar para Portugal
e) Pagar dívidas internas com empréstimos
externos e abandonar o poder
2) (UNESP) A respeito da independência do
Brasil, pode-se afirmar que:
a) consubstanciou os ideais propostos na
Confederação do Equador.
b) instituiu a monarquia como forma de
governo, a partir de amplo movimento popular.
310
c) propôs, a partir das idéias liberais das elites
políticas, a extinção do tráfico de escravos,
contrariando os interesses da Inglaterra.
d) provocou, a partir da Constituição de 1824,
profundas transformações na estruturas
econômicas e sociais do País.
e) implicou na adoção da forma monárquica de
governo e preservou os interesses básicos dos
proprietários de terras e de escravos.
c) se tornou dependente da economia européia
por realizar tardiamente sua industrialização em
relação a outros países.
d) se tornou dependente do capital estrangeiro,
que foi introduzido no país sem trazer ganhos
para a infra-estrutura de serviços urbanos.
e) teve sua industrialização estimulada pela Grã-
Bretanha, que investiu capitais em vários setores
produtivos.

3) (ENEM) Após a Independência,

integramo-nos como exportadores de produtos
primários à divisão internacional do trabalho,
estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O Brasil
especializou-se na produção, com braço escravo
importado da África, de plantas tropicais para a
Europa e a América do Norte. Isso atrasou o
desenvolvimento de nossa economia por pelo
menos uns oitenta anos. Éramos um país
essencialmente agrícola e tecnicamente atrasado
por depender de produtores cativos. Não se
poderia confiar a trabalhadores forçados outros
instrumentos de produção que os mais toscos e
baratos.
O atraso econômico forçou o Brasil a se
voltar para fora. Era do exterior que vinham os
bens de consumo que fundamentavam um
padrão de vida "civilizado", marca que
distinguia as classes cultas e "naturalmente"
dominantes do povaréu primitivo e miserável.
(...) E de fora vinham também os capitais que
permitiam iniciar a construção de uma infra-
estrutura de serviços urbanos, de energia,
transportes e comunicações.
Paul Singer. Evolução da economia e
vinculação internacional. In: I. Sachs; J. Willheim;
P. S. Pinheiro (Orgs.). "Brasil: um século de
transformações". São Paulo: Cia. das Letras, 2001,
p. 80.

Levando-se em consideração as afirmações

anteriores, relativas à estrutura econômica do
Brasil por ocasião da independência política
(1822), é correto afirmar que o país
a) se industrializou rapidamente devido ao
desenvolvimento alcançado no período colonial.
b) extinguiu a produção colonial baseada na
escravidão e fundamentou a produção no
trabalho livre.

311

O PERÍODO REGENCIAL
Com a abdicação de Dom Pedro I teve início
o Período Regencial (1831 – 1840), um dos mais
agitados da história do Brasil e marcado por
grande instabilidade política, devido ao fato do
herdeiro Dom Pedro de Alcântara ser menor de
idade e não poder governar. Como previa a
Constituição, deveria ser organizado um
governo de regências.
Foi instaurada uma Regência Trina
Provisória, pois a Assembléia Parlamentar
estava em recesso, de curta duração mas com
medidas importantes como a restauração do
Ministério dos Marqueses Brasileiros. Os
regentes eram: Francisco de Lima e Silva,
Nicolau Pereira de Campos Vergueiro e José
Joaquim Carneiro de Campos.
Logo em seguida foi eleita a Regência Trina
Permanente tendo Francisco de Lima e Silva,
José Costa de Carvalho e João Bráulio Muniz.
Dentre as medidas desta Regência destacam-se:
A criação da Guarda Nacional;
Aprovação do Código do Processo Criminal;
Ato Adicional de 1834.
Através do Ato Adicional de 1834 cria-se as
Assembléias Legislativas Provinciais; o
município neutro do Rio de Janeiro; e
transforma a Regência Trina em Regência Una.
Estas medidas, numa análise geral,
representaram um avanço liberal dentro do
governo.
AS CORRENTES POLÍTICAS
Durante o período regencial verificam-se três
correntes ou grupos políticos.
Um desses correntes políticas ficou
conhecido como restaurador (caramuru) por
defender a volta de Dom Pedro I ao governo do
Brasil. O grupo dos restauradores era formado,
principalmente, por comerciantes portugueses e
liderado por José Bonifácio. Como linha política
mostrava oposição as reformas sócio-
econômicas e defendia o absolutismo
monárquico.
Outro grupo que merece destaque era
denominado de moderados (chimangos) que,
reunindo membros da elite aristocrática rural e
latifundiária envolvidos no governo regencial,
defendia a ordem política existente.
Por fim identifica-se o grupo exaltado
(jurujubas) caracterizado pelo radicalismo
dentro do cenário político brasileiro. Formado
por membros da classe média e do exército,
defendiam a autonomia das províncias e a
conseqüente descentralização do poder imperial.
Eram também favoráveis ao fim do Império e a
implantação de uma República.
Diante desse quadro, ocorrem muitas
manifestações políticas no Brasil, pois eram
constantes e intensas as disputas pelo controle
do poder político no país. A situação foi
agravada devido às condições econômicas e
políticas existentes, bem como as pressões que
ameaçavam a ordem vigente e colocava em risco
o predomínio da aristocracia rural.
REGÊNCIA UNA DO PADRE FEIJÓ
Em 1835 foi eleito como Regente Uno o
padre Diogo Antônio Feijó. Seu governo foi
marcado por grande oposição, pois não tinha
maioria absoluta na Assembléia e com as
diversas revolta que eclodiam no país, teve
imensas dificuldades para governar.
O grupo político dos moderados dividiu-se
em progressistas (grupo de Feijó), favoráveis à
manutenção da autonomia provincial, e em
regressistas (oposição a Feijó) defensores de
uma centralização política-administrativa para
combater as rebeliões provinciais.
O padre Diogo Antônio Feijó não conseguiu
resistir as pressões contra o seu governo e
acabou renunciando em 1837.
REGÊNCIA UNA DE PEDRO ARAÚJO
LIMA
Pedro Araújo Lima, que assumiu após a
renúncia de Feijó, adotou em seu governo
medidas nitidamente conservadoras. Durante sua
312
regência podemos destacar a criação da Lei
Interpretativa do ato Adicional, anulando as
medidas de caráter liberal, que eram contrárias
aos interesses dos conservadores.
O grupo progressista converte-se no Partido
Liberal, formado pela classe.média urbana,
ricos comerciantes e por alguns proprietários de
terras, enquanto que o grupo regressista cria o
Partido Conservador principalmente pelos
grandes proprietários rurais. Vale lembrar que
essas duas correntes representavam as principais
forças políticas, bem como seus interesses
dentro do país. Mesmo com denominações
diferentes, não expressavam diferenças
ideológicas, pois ambos defendiam interesses da
classe dominante que monopoliza poder político
e econômico no Brasil.
Sem influência direta no governo, os liberais,
com apoio de alguns conservadores, fundam o
Clube da maioridade, que defendia a
antecipação da maioridade de Dom Pedro II, que
na época tinha 15 anos de idade. O grande
argumento era que com o imperador no trono se
alcançaria o fim das revoltas nas províncias,
estabelecendo a ordem política e o retorno da
estabilidade que se perdera durante o Período
Regencial. Os liberais, então, votam a
maioridade de Dom Pedro II, que assume o
trono dando início ao Segundo Reinado (Golpe
da Maioridade).
AS REBELIÕES REGENCIAIS
O período regencial foi marcado pela grande
instabilidade política. As denominadas
Rebeliões Regenciais foram o grande reflexo
deste quadro político. Essa revoltas provinciais,
além de questionarem a centralização política
desejando maior liberdade e autonomia, a
cobrança de inúmeros impostos e tributos
instituídos para sustentar o Estado brasileiro,
também se manifestaram contra a situação de
miséria da maioria da população.
A Revolta dos Malês (1835):
Diante da exploração escravista, os negros da
Bahia organizaram uma revolta contra a
opressão das autoridades provinciais. Armados
de paus e pedras os negros reagem contra os
abusos de poder. Esta revolta não é definida ou
identificada a partir da esfera ideológica, mas
sim uma luta contra a exploração. Todos os
envolvidos foram presos ou executados.
A Cabanagem (1835-1840):
Conflito ocorrido na província do Pará, onde
a maior parte da população encontrava-se numa
extrema miséria. Nem os grupos mais ricos na
região, os fazendeiros, tinham poder ou controle
político na província. Neste contexto, o povo e
os fazendeiros organizaram um movimento para
tomar o poder. Devido a dificuldade de se
estabelecer uma proposta única de governo entre
os revoltosos, o movimento acabou se
enfraquecendo, facilitando a reação das forças
do governo.
A Sabinada (1837-1839):
Foi um movimento liderado pela classe
média baiana e teve como causas um profundo
descontentamento com as medidas autoritárias
do governo regencial. Quando o movimento
ganha força, os rebeldes tomam o poder e
proclamam a República Baiense, defendendo a
separação político com o governo central até a
maioridade do imperador. No entanto, após
várias batalhas, os rebeldes foram cercados e
derrotados.
A Balaiada (1838-1841):
A situação econômica do Maranhão estava
cada vez mais grave e diante da exploração dos
fazendeiros sobre a população, uma multidão de
oprimidos, pegam em armas para lutar contra
seus opressores. Entre os líderes destacam-se:
Manoel Francisco (artesão), Raimundo Gomes
(vaqueiro) e Cosme (negro). Os rebeldes da
Balaiada não tinham um projeto político claro e
definido e o movimento acabou sendo sufocado
por forças do governo.
A Farroupilha (1835-1845):
Foi a mais longa luta interna do Brasil
Imperial. Os gaúchos estavam muito
descontentes com a política de importação de
produtos da região platina que entravam no país
com facilidade, prejudicando economicamente a
província do Rio Grande do Sul. A crise se
agrava pelo fato do regente indicar o presidente
de província, desligado dos interesses gaúchos.
313
Insatisfeitos com a situação e não obtendo
respostas às suas reivindicações, os estancieiros
gaúchos, sob a liderança de Bento Gonçalves e
Antônio de Souza Neto, pegam em armas
iniciando assim a Guerra dos Farrapos. O auge
da Revolução Farroupilha foi a proclamação da
República Rio-Grandense com sede na cidade
de Piratini, e a República Juliana, em Santa
Catarina, fundada por uma expedição militar
liderada por Giuseppe Garibaldi. Porém,
enfraquecida por divergências entre seus líderes,
luta dos farrapos entra em declínio. Em 1842, o
general Luís Alves de Lima e Silva, Barão de
Caxias, assumiu o governo provincial e passou a
negociar com os rebeldes da farroupilha. No
início de 1845, com o acordo de paz assinado
por Davi Canabarro e o Barão de Caxias, dava-
se por pacificada a província do Rio Grande.
Com isto o Império alcançou a reintegração
territorial da Província, assumia as dívidas do
governo Rio-Grandense, anistiava os soldados,
aceitava a presença dos oficiais rebeldes no
Exército, garantia as propriedades e os direitos
individuais dos revoltosos e também reconhecia
a liberdade dos escravos engajados nas tropas
farroupilhas.
TEXTO COMPLEMENTAR
A Criação da Guarda Nacional
Como definia a lei de agosto de 1831 que a
criou, a Guarda Nacional teria a função de ―...
Defender a Constituição, a Liberdade, a
Independência, e a Integridade do Império;
manter a obediência às leis, conservar, ou
restabelecer a ordem e a tranq6uilidade pública,
e auxiliar o Exército de Linha na defesa das
fronteiras e costas ...‖
EXERCÍCIOS
1) O Período Regencial apresentou as seguintes
características, exceto:
a) durante as regências surgiram os primeiros
partidos: o Liberal e o Conservador
b) o Partido Liberal representava as novas
aspirações populares, revolucionárias e
republicanas
c) foi um período de crise econômica e social
que resultou em revoluções, como a Cabanagem
e a Balaida
d) houve a promulgação do Ato Adicional à
Constituição, pelo qual o regente passaria a ser
eleito pelos cidadãos com direito a voto
e) formaram-se as lideranças políticas que
teriam atuação marcante no Segundo Reinado
2) Do ponto de vista político, podemos
considerar o Período Regencial como:
a) uma época conturbada politicamente, embora
sem lutas separatistas que comprometessem a
unidade do país
b) um período em que as reivindicações
populares, como direito de voto, abolição da
escravidão e descentralização política, foram
amplamente atendidas
c) uma transição para o regime republicano que
se instalou no país a partir de 1840
d) uma fase extremamente agitada com crises e
revoltas em várias províncias, geradas pelas
contradições das elites, classe média e camadas
populares
e) uma etapa marcada pela estabilidade política,
já que a oposição ao imperador D. Pedro I
aproximou os vários segmentos sociais,
facilitando as alianças na Regência.
2) Sobre a Guerra dos Farrapos, analise as
proposições a seguir:
I- Uma das motivações da revolta gaúcha foi a
entrada do charque argentino e uruguaio sem
tarifação especial.
II- A economia gaúcha era voltada ao mercado
interno, o que não fazia parte da prioridade do
governo central.
III- A rendição dos farrapos só ocorreu após
várias derrotas impostas aos revolucionários,
pelas tropas do Barão de Caxias.
É CERTO afirmar-se que:
314
a) somente I está correto
b) somente II está correto
c) somente I e II estão corretos
d) todos estão corretos
e) todos estão errados SEGUNDO REINADO

POLÍTICA INTERNA
Sem influência direta no governo, os liberais,
com apoio de alguns conservadores, fundam o
Clube da maioridade, que defendia a
antecipação da maioridade de Dom Pedro II, que
na época tinha 15 anos de idade. O grande
argumento era que com o imperador no trono se
alcançaria o fim das revoltas nas províncias,
estabelecendo a ordem política e o retorno da
estabilidade que se perdera durante o Período
Regencial. Os liberais, então, votam a
maioridade de Dom Pedro II, que assume o
trono dando início ao Segundo Reinado (Golpe
da Maioridade).

A Revolta Liberal (1842):

Devido às fraudes eleitorais, a violência, a
corrupção e o uso da máquina administrativa
pelos liberais, a oposição conservadora
questionou a vitória do Partido Liberal fazendo
com que Dom Pedro II anulasse as eleições. Os
liberais de São Paulo e Minas Gerais pegaram
em armas iniciando a Revolução Liberal de
1842. As autoridades imperiais reagiram
sufocando esta revolta.

A Revolução Praieira (1848):

A situação em Pernambuco era de profundas
crises econômicas e sociais, o que acabou
gerando um profundo descontentamento na
população. Tanto no campo quanto na cidade, os
pobres eram explorados e discriminados. Nos
centros urbanos, devido a atividade comercial
surge um novo grupo social: classe média. Este
grupo, que passa a dominar a política local na
região, foi o responsável pela criação do Partido
da Praia. No ano de 1848, Dom Pedro II nomeou
um presidente de província conservador para
governar Pernambuco, iniciando os protesto por
parte dos Praieiros. Esta revolta foi marcada
pela suas propostas extremamente liberais para a
época: projeto de governo com influência
315
socialista; voto livre e universal; liberdade de
imprensa; fim da escravidão. A revolta foi
abafada em 1850, encerrando o ciclo de
instabilidade política iniciada no Período
Regencial.
O PARLAMENTARISMO ÀS
AVESSAS
Dom Pedro II criou o cargo de presidente do
Conselho de Ministros para ter um controle mais
direto e eficiente na política imperial, dando
início assim ao parlamentarismo no Brasil. No
entanto, devido a existência do poder
Moderador, esse regime foi chamado de
―Parlamentarismo às Avessas‖ pois
predominava a vontade do Imperador que
nomeava e destituía o ministro de acordo com
seus interesses.
O DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO
O Ciclo do Café
Novos grupos começaram a interessarem-se
pela vida política do Brasil, principalmente após
as mudanças sócio-econômicas ocorridas na
segunda metade do século XIX.
Desde o final da época da mineração, a
economia brasileira estava amargando
resultados negativos. Mas com a introdução e o
incentivo ao plantio do café nas áreas do Vale
do Paraíba e também do Oeste Paulista, o
Brasil ressurge no cenário internacional. Foi
justamente no Oeste Paulista que o café ganhou,
por parte dos produtores, uma visão empresarial:
primeiramente usando mão-de-obra escrava; e
em seguida utilizando o trabalho livre
assalariado e grande investimentos em suas
lavouras.
A modernização do Império
Diante deste novo quadro na economia do
Brasil, com um crescimento evidente, as
lavouras de café espalhando-se pelo interior, o
que aumentava a distância entre as áreas
produtoras e os portos de exportações, fez-se
necessária a construção de ferrovias pelo país.
Neste período de modernização do Brasil, onde
houve um ―surto‖ industrial, crescimento das
cidades, avanço dos meios de transporte e
comunicação, a grande figura de destaque foi
Irineu Evangelista de Souza (Barão de Mauá).
Outros fatores também contribuíram para o
avanço e desenvolvimento industrial do país.
Tarifa Alves Branco (1844): cobrava taxa de
30% sobre produtos importados que não tinham
similares no país e de 60% nos produtos que
tinham similares no Brasil.
Lei Eusébio de Queirós (1850): estabelecia o
fim do tráfico de escravos negros para o Brasil.
Observação: Apesar do progresso que se
verificou neste período o país continuou
dependente economicamente, pois continuava
com um papel, na Divisão Internacional do
Trabalho (DIT), de exportador de matérias-
primas e importador de produtos
industrializados (manufaturas).
SEGUNDO REINADO: POLÍTICA
EXTERNA
RELAÇÃO BRASIL-REINO UNIDO
QUESTÃO CHRISTIE (1863-1865)
A Questão Christie refere-se ao rompimento
das relações diplomáticas entre Brasil e
Inglaterra, entre 1863 e 1865. Esse rompimento
se deu em função da política britânica em
relação à escravidão.
Com o desenvolvimento do capitalismo, a
Inglaterra tinha interesse em acabar com a
escravidão no Brasil:
Os escravos não recebiam salários, portanto não
participavam do mercado consumidor;
O dinheiro gasto na compra de escravos pelos
fazendeiros poderia ser empregado na compra
de produtos industrializados.
Raízes do Conflito
Para reconhecer a independência do Brasil,
os ingleses pressionaram o governo brasileiro e
conseguiram que fosse aprovada, em 1831, uma
lei que declarava livre todos os escravos
importados pelo Brasil a partir daquela data.
Mas essa lei não foi cumprida, pois contrariava
os interesses dos fazendeiros, donos de escravos.
316
 Em 1845, para agir contra os traficantes de
escravos, a Inglaterra aprovou a lei Bill
Aberdeen, que autorizava sua marinha a atacar
navios negreiros. Amparada por essa lei, a
marinha inglesa invadiu portos do Brasil para
caçar os navios e prender traficantes de
escravos, sob protestos do governo brasileiro.
A intervenção inglesa contribuiu para que
fosse promulgada, em 1850, a lei Eusébio de
Queirós, proibindo o tráfico negreiro e
autorizando a expulsão dos traficantes de
escravos do país.
Após do tráfico negreiro, diplomatas
britânicos no Rio de Janeiro passaram a exigir o
cumprimento da lei de 1831: que todos os
escravos importados ilegalmente desde aquela
data fossem libertados. O embaixador inglês
Willian Christie denunciava com insistência o
descumprimento dessa lei.
EXERCÍCIOS
1) "Não se pode esquecer os laços estreitos que
ligavam a economia agroexportadora brasileira à
Inglaterra. Os ingleses, nas décadas de 1840-50,
praticamente dominavam o comércio de
importação-exportação do país; nos anos de
1840, firmas britânicas controlavam 50% das
exportações brasileiras de café e açúcar e 60%
das de algodão. Da mesma maneira, os bancos
ingleses, através de empréstimos externos ao
Estado, se faziam presentes na economia
nacional. A este tipo de presença econômica,
agrega-se que as pressões inglesas (...)
assumiam a forma militar, com o ferrovias
aprisionamento de navios brasileiros."
(João L. Fragoso e Francisco C. T. da Silva,
"A Política no Império e no início da República
Velha." In Maria Yedda Linhares (org.),
"História Geral do Brasil")
Além dessa presença econômica, o país citado
exerceu pressões para que o governo
brasileiro
a) aprovasse a Tarifa Alves Branco.
b) abolisse o tráfico negreiro.
c) impulsionasse a "Era Mauá".
d) rompesse relações com o Paraguai.
e) aceitasse o "Funding Loan".
2) Cronologicamente, o Segundo Reinado no
Brasil é um período que compreendeu quase
cinco décadas, com seu início em 1840, com a
declaração de maioridade de D. Pedro II, e com
seu término em 1889, com a Proclamação da
República. Todavia, em linhas gerais, pode-se
caracterizá-lo pela sua:
a) estabilidade política, economia agrário-
exportadora e trabalho escravo.
b) instabilidade política, economia industrial e
trabalho assalariado.
c) estabilidade política, economia agrário-
exportadora e trabalho assalariado.
d) estabilidade política, economia industrial e
trabalho escravo.
e) instabilidade política, economia agrário-
exportadora e trabalho escravo
3) (UEL 2010) A difusão e distribuição das
ferrovias no Brasil, ao longo do século XIX,
obedeceram a propósitos específicos.
Assinale a alternativa que identifica
corretamente um desses propósitos.
a) Consolidar a integração do mercado interno
ao romper o isolamento dos diversos mercados
regionais.
b) Proporcionar crescente autonomia das
atividades produtivas primárias em relação ao
mercado mundial.
c) Dissolver a forma de organização do espaço
geográfico nacional baseada nos arquipélagos
econômicos regionais.
d) Internalizar capitais norte-americanos
aplicados na construção e administração das
e) Incrementar os fluxos econômicos entre áreas
produtoras de bens primários e portos
exportadores.
317

O FIM DO IMPÉRIO E A
REPÚBLICA VELHA
Guerra do Paraguai (1865 – 1870)
O presidente do Paraguai, Solano Lopes,
promovia em seu país um tipo de
desenvolvimento econômico autônomo que ia
contra os interesses capitalistas ingleses,
ligados ao Brasil, à Argentina e ao Uruguai.
Além disso, havia problemas políticos e
territoriais envolvendo os quatro países.
Formou- se então, a tríplice aliança, com o
Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai.
As lutas se estenderam por cinco anos e
resultaram na completa derrota do Paraguai;
milhares de combatentes paraguaios e
brasileiros foram mortos.
A Guerra do Paraguai teve conseqüências
dramáticas para os vencidos e os vencedores. O
nascente parque industrial do Paraguai foi
totalmente destruído, estradas de ferro foram
vendidas aos ingleses a preço de sucata, e as
reservas de mate e madeira vendidas às
empresas estrangeiras. Finalmente, venderam-
se as terras públicas, cultivadas pelos
camponeses, a banqueiros ingleses, holandeses
e norte americanos, que passaram a alugá-las,
aos próprios paraguaios.
A conseqüência mais importante da guerra
foi, para o Brasil, o fortalecimento do exército,
agora transformado numa verdadeira
instituição. A maioria dos oficiais provinham
das camadas médias da sociedade e, por isso,
rapidamente entraram em choque com a
monarquia, que representava apenas os
interesses da aristocracia rural e da alta
burocracia.
A Inglaterra foi a verdadeira vencedora da
guerra emprestou milhões de libras ao Brasil e à
Argentina, assumindo o completo controle
financeiro do dois paises. Apoderou – se das
melhores riquezas do Paraguai e destruiu, para
sempre, o exemplo que o mesmo dava a seus
vizinhos, como único país verdadeiramente
independente da América Latina.
CRISE DO IMPÉRIO
As transformações sociais e econômicas no
final do século XIX contribuíram para a
proclamação da república. O desenvolvimento
da cafeicultura, o aparecimento das indústrias e
a abolição da escravatura também fazem parte
deste contexto. Enfrentando crises políticas,
sócio-econômicas e sem ter condições de dar
respostas aos problemas, a Monarquia abriu
espaço para a República.
Então, entre os fatores que ajudaram na
queda do império, destacam-se:
Ascensão da burguesia cafeeira;
Mudanças dos quadros sóciais advindos com
a Guerra do Paraguai;
Abolição da escravatura;
Questão Militar;
Questão Religiosa;
Propagação dos ideais republicanos;
Formação do partidos Republicanos
(PRP/SP e PRM/MG)
Idéias positivistas.
Abolição da Escravatura
Lei do Ventre Livre (1871)
Eram livres todos os filhos de mulheres
escravas nascidos a partir da promulgação da
lei.
Lei do Sexagenário
Determinava que todos os escravos de 60
anos fossem considerados libertos.
Lei Áurea (1888)
Sancionada pela princesa Isabel esta lei, de
apenas dois artigos, estabelecia o fim de três
séculos de escravidão no Brasil.
A Questão Militar
A ―questão militar‖ foi uma série de eventos
que colocou em confronto direto oficiais do
Exército e políticos conservadores e
monarquistas. O estopim foi o fato de os
militares estarem proibidos por lei de discutir
318
assuntos políticos na imprensa. O verdadeiro
motivo foi o crescente ressentimento dos
militares - que tinham ―se arriscado pelo país na
Guerra do Paraguai‖ - com o ―pavoroso
egoísmo, fundamentalmente impatriótico, da
classe política, no momento em que o sangue
brasileiro corria em regatos‖.
A Questão Religiosa
A chamada Questão Religiosa poderia ter se
resumido ao Conflito entre Igreja Católica e
maçonaria. Como ambas as partes radicalizaram
suas posições, a querela quase acabou se
tornando um confronto entre o próprio
imperador e o Papa Pio IX. Na luta entre ―o
trono e o altar‖, o primeiro saiu abalado - e logo
cairia. O segundo ―se manteve em pé‖. A
―questão religiosa‖ só se deu porque a ―união
entre o trono e o altar‖, prevista na Constituição
de 1824, era fonte potencial de conflito. O país
herdara de Portugal o regime do padroado: o
governo indicava os principais sacerdotes e os
padres eram pagos pelo Estado. Mas bulas
papais só teriam aplicação no Brasil com o
beneplácito do imperador. Em 1848, Pio IX
assumiu o Vaticano criticando as ―liberdades
modernas‖ e reafirmando a preponderância da
Igreja. Em 1870, o Vaticano aprovou o dogma
da infalibilidade papal.
O conflito, iniciado em março de 1872, se
estenderia até setembro de 1875, quando os
bispos - depois de duramente punidos por Pedro
II - foram anistiados. Os bispos de Olinda e do
Pará foram presos por ordem de D. Pedro II e
condenados a 4 anos de prisão com trabalhos
forçados, em 1874. A pena foi comutada para
prisão simples. O papa Pio IX, que a princípio
desaprovara o procedimento dos bispos,
injuriou-se e o problema tornou-se
internacional. Foi resolvido com um arranjo: os
bispos foram anistiados e o gabinete de Rio
Branco caiu, sendo substituído pelo gabinete
chefiado pelo duque de Caxias.
Este conflito desgastou o governo imperial
aos olhos do povo. Mas não parece ter tido
maior influência na queda do regime, já que o
povo teve pouco a ver com o golpe e a Igreja
tinha pouca influência entre militares e
republicanos
O Movimento Republicano
Embora o papel de golpistas tenha sido
confiado aos militares e as fricções com a Igreja
tenham ajudado a abalar a imagem pública do
império - sem falar de todo o desgaste político
decorrente da tortuosa luta pela abolição -, o
fato é que, sem a base social fornecida por um
largo setor da burguesia cafeeira de São Paulo,
politicamente organizada em torno do Partido
Republicano Paulista (PRP), o movimento de
novembro de 1889 jamais se concretizaria.
O ideal republicano no Brasil era,
evidentemente, anterior à fundação do PRP.
Tanto que não só a Inconfidência Mineira como
várias das revoltas internas do período regencial
planejavam a queda da monarquia. Mas faltava
a tais movimentos uma base legalista e
econômica, e o apoio dos conservadores. Em
1870, surgiu, no Rio, o Partido Republicano.
Em 3 de dezembro do mesmo ano, foi lançado,
também no Rio, o célebre "Manifesto
Republicano" de 1870, redigido por Quintino
Bocaiúva e com 58 signatários. Era um
movimento de moderados embora muitos de
seus integrantes viessem do "novo" Partido
Liberal e, entre eles, houvesse gente como o
tempestuoso Lopes Trovão (que, como Silva
Jardim, achava que a república deveria vir
através de uma revolução popular). A base do
republicanismo carioca era constituída de
profissionais liberais e jornalistas. O partido era
favorável a uma transição pacífica entre a
monarquia e a república, de preferência com a
morte do imperador.
O republicanismo brasileiro, porém, só iria
adquirir a solidez conservadora que as elites do
país pareciam exigir para sacramentá-lo, após a
fundação do Partido Republicano Paulista. O
PRP foi criado em 16 de abril de 1873, na
convenção de Itu. Formado para representar os
interesses da oligarquia rural paulista, de seus
133 convencionais, 78 eram fazendeiros.
Enquanto os republicanos cariocas associavam
o novo regime à maior representação política
dos cidadãos, aos direitos individuais e ao fim
da escravidão, o PRP estava quase que
diretamente devotado à luta pelo regime
319
federalista. Descentralização, maior autonomia
provincial e uma nova política de empréstimos
bancários eram palavras de ordem dos
republicanos da grande lavoura, latifundiários
do chamado Oeste Novo de São Paulo. Na
questão abolicionista o PRP agiu sempre com a
cautela mais radical, só aderindo ao movimento
na última hora. Para o partido, mais do que o
destino dos escravos, interessava saber como
substituí-los.
Em 1884, o PRP detinha apenas um quarto
do eleitorado paulista. Aliado aos
conservadores, elegeu dois deputados - ambos,
Prudente de Morais e Campos Sales, que viriam
a ser os primeiros presidentes civis da
república. Embora nunca tenha havido grandes
interesses comuns nem mesmo contato intenso
entre os militares e o PRP, foi a burguesia
cafeeira paulista que, implicitamente, deu aos
militares a convicção de que sua aventura
golpista contava com uma sólida base de apoio
econômica e social
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
(15/11/1889)
Não houve um só tiro que pudesse revelar
que se tratava de um golpe e não de um desfile.
Se disparos ecoassem (de fato, houve dois, mas
ninguém os escutou), talvez aqueles 600
soldados percebessem que não estavam ali para
participar de uma manobra, mas para derrubar
um regime. Na verdade, vários militares ali
presentes sabiam que estavam participando de
uma quartelada. Mesmo os que pensavam assim
achavam que quem estava caindo era o
primeiro-ministro de Ouro Preto. Jamais o
imperador D. Pedro II - muito menos a
monarquia que ele representava.
Não é de se estranhar a ignorância dos
soldados do 1° e do 3° Regimento de Cavalaria
e do 9° Batalhão. Afinal, até poucas horas
antes, o próprio líder do golpe estava indeciso.
Mais: estava doente, de cama, e só chegou ao
Campo de Santana quando os canhões já
apontavam para o quartel. Talvez ele não tenha
dado o ―viva o Imperador‖ que alguns juraram
ouvi-lo gritar. Mas com certeza impediu que
pelo menos um cadete berrasse o ―Viva a
República‖ que supostamente estava entalado
em muitas gargantas.
A cena foi bem estranha. Montado no seu
belo cavalo, o marechal Deodoro da Fonseca
desfilou longa lista de queixas, pessoais e
corporativas, contra o governo - o governo do
ministro Ouro Preto, não o do imperador. O
imperador - isso ele fez questão de deixar claro
- era seu ―amigo: Devo-lhe favores‖. Ma so
Exército fora mal-tratado. Por isso, derrubava-
se o ministério. Difícil imaginar que Deodoro
estivesse dando um golpe, anda mais golpe
republicano - ele era monarquista. Ao seu lado
estava o tenente-coronel Benjamin Constant,
militar que odiava andar fardado, não gostava
de armas e tiros e, até cinco anos antes, também
falava mal da república. Ambos, Deodoro e
Constant, contavam agora com o apoio de
republicanos civis. Mas não havia sinal de
―paisanos‖ por perto - esses apenas tinham
incentivado a aventura golpista dos dois
militares (por coincidênca ou não, dois militares
ressentidos).
O fato é que naquela mesma hora ao
ministro Ouro Preto foi preso e o gabinete
derrubado. Mas ninguém teve coragem de falar
em república. Só à noite, quando golpistas civis
e militares se reuniram, foi que proclamaram -
em silêncio e provisoriamente - uma república
federativa. ―Provisoriamente‖ porque se
aguardaria ―o pronunciamento definitivo da
Nação, livremente expressado pelo sufrágio
popular‖.
E o povo assistiu a tudo ―bestializado,
atônito, surpreso, sem conhecer o que
significava‖, disse Aristides Lobo. Embora
Lobo fosse republicano convicto e membro do
primeiro ministério, seu depoimento tem sido
contestado por certos historiadores (que citam
as revoltas populares ocorridas na época). De
qualquer forma, o segundo reinado, que
começara com um golpe branco, terminava
agora com um golpe esmaecido. A monarquia,
no Brasil, não caiu com um estrondo, mas com
um suspiro.
Pode-se afirmar que a República foi
defendida em três esferas:
Na esfera social: barões do café e a classe
média;
Na esfera institucional: exército e partidos
republicanos;
320
 Na esfera pessoal: Benjamin Constant, da classe dos militares, até então considerada
Quintino Bocaiúva, entre outros. secundária em face do elemento civil.
Assinale a alternativa correta:
TEXTO COMPLEMENTAR a) III e IV
b) I, II e V
c) II, III e IV
Desdobramento da guerra
d) III, IV e V
O custo da guerra deixou uma grande nódoa
nas finanças públicas do Brasil. Mas essa
2) Leia, com atenção, o texto:
mesma guerra também estimulou a indústria
"A Princeza Imperial Regente, em nome de sua
brasileira (...) e, de alguma maneira,
Majestade o Imperador Senhor D. Pedro II, Faz
modernizou a infra – estrutura do país. O
saber a todos os súditos do Império que a
recrutamento, o treinamento, fornecimento de
Assembléia Geral decretou e Ella sanccionou a
vestuários, de armamentos e o transporte para
Lei seguinte: Art.1¡. É declarada extincta desde
um exército tão grande tinham desenvolvido a
a data desta Lei, a escravidão no Brazil. Art.2¡.
organização ainda rudimentar do Estado
Revogam-se as disposições em contrário."
brasileiro. A guerra também aguçou as tensões
13 de maio de 1888
sociais, mas, no saldo final, estimulou a causa
da reforma social. Em maio de 1867, D. Pedro
O importante fato revelado por esse documento
II anunciou que, após a guerra, seriam tomadas
histórico representa o fim de um longo
medidas para emancipar os escravos brasileiros.
processo, do qual participaram vários atores
(...) A guerra também estimulou a discussão
sociais. Sobre esse processo, assinale a
sobre a reforma política no Brasil. Não foi por
alternativa INCORRETA:
acaso que o último ano da guerra presenciou o
a) Com o fim do tráfico internacional de
nascimento do Partido Republicano (1870).
cativos, a reposição da mão-de-obra escrava no
Finalmente, a guerra produziu pela primeira vez
Brasil passou a depender da reprodução natural.
no Brasil, um exército moderno e profissional,
b) A Lei do Ventre Livre estabelecia que todas
interessado em desempenhar um papel político.
as crianças, filhas de mães escravas, nasceriam
livres. Mas assegurava que os senhores podiam
(Leslie Bethel. A Guerra do Paraguai - 130
dispor de sua mão-de-obra até a idade de 21
anos depois).
anos.
c) A abolição do trabalho escravo foi resultado
de um processo gradual, perceptível pelos
EXERCÍCIOS
decretos anteriores de fim do tráfico e leis do
Ventre Livre e Sexagenários.
1) (UFES) Como conseqüência, para o Brasil,
d) O movimento abolicionista foi liderado por
da guerra contra o Paraguai, podemos citar:
todos os fazendeiros do sudeste cafeeiro,
I. Os militares tiveram seu prestígio aumentado,
interessados na rápida substituição da mão-de-
a ponto de terem reivindicado uma participação
obra escrava pelo trabalhador livre.
política que lhes era negada no Império.
e) A pressão antiescravista dos abolicionistas,
II. Aumento da dívida em relação a Inglaterra
associada às fugas e revoltas de escravos,
devido aos gastos com armamentos.
pressionou a abolição da escravatura.
III. A transformação do Paraguai em um
mercado largamente consumidor de produtos
3) Segundo o historiador Jose Murilo de
industriais brasileiros.
Carvalho, o povo acompanhou bestializado a
IV. A total desorganização do exército
criação do regime republicano no Brasil. Essa
brasileiro.
afirmação pode explicar nossa Proclamação da
V. O fato de ter ficado evidenciado, no Brasil,
República no Brasil como:
que para defesa do território havia dependência

321
a) adoção das teses sobre a ordem e o
progresso, inspiradas na revolução norte-
americana do século XVIII.
b) uma ruptura com os valores liberais,
instituídos pelo ideário dos membros do clube REPÚBLICA VELHA
militar do Rio de Janeiro.
c) um golpe militar ou quartelada, que não (1889-1894)
contou com ampla participação popular.
d) estabelecimento de uma nova ordem social, A REPÚBLICA DAS ESPADAS
que promovia a igualdade social com base na
(1889-1894)
organização do trabalho.

Governo Provisório (1889-1891)

Assumindo o poder provisoriamente, o
Marechal Deodoro da Fonseca tomou várias
medidas:
Criação da bandeira Republicana;
Convocação da Assembléia Constituinte;
Transformou as Províncias em Estado;
Separação entre Estado e Igreja;
Projeto de naturalização;

Durante esse período pode-se destacar ainda

a reforma financeira realizada pelo ministro Rui
Barbosa, que na prática provocou a Crise do
Encilhamento.
A primeira constituição republicana definia
o Brasil como uma República Federativa,
presidencialista e representativa, abolindo o
voto censitário e implantado o voto universal
masculino.

Governo Constitucional (1891)

Em 25 de fevereiro de 1891, Deodoro da
Fonseca foi eleito, pelo Congresso numa
votação apertada, presidente do Brasil
inaugurando o Governo Constitucional. Porém
seu breve mandato foi marcado pelos conflitos
entre o poder Executivo e o Legislativo. Com
medidas centralizadoras (fechou o Congresso e
decretou estado de sítio) e desagradando a leite
oligárquica, Deodoro não consegue apoio e
sustentação política. Devido às pressões foi
obrigado a renunciar.
O Marechal Floriano Peixoto, eleito pelo
congresso vice-presidente do Brasil na chapa de
oposição, torna-se o sucessor de Deodoro nove
meses depois de iniciada a República. Floriano
Peixoto restabeleceu o Congresso e suspendeu
o estado de sítio. Ainda assim, seu governo era
322
inconstitucional: o artigo 42 dizia que, se o
presidente não completasse a metade do
mandato, novas eleições deviam ser
convocadas. Mas, com o apoio do PRP e da
classe média urbana, Floriano sentiu-se à
vontade no papel de "consolidador da
república" e lançou as bases de uma ditadura de
"salvação nacional".
Teve um governo nacionalista, austero e
centralizador; enfrentou implacavelmente seus
inimigos, demitiu (contra a lei) os governadores
que tinham apoiado Deodoro; venceu a queda-
de-braço contra a Marinha, na segunda Revolta
da Armada. No Sul, deu apoio a Júlio de
Castilhos combatendo a Revolução Federalista.
Tornou-se o Marechal de Ferro. Queria a
reeleição (que era constitucional), mas, ainda
assim, se recusou a dar um golpe - articulado
por seus aliados - contra a posse do civil
Prudente de Morais.
EXERCÍCIOS
1) (ufu) Por ora a cor do governo é puramente
militar e deverá ser assim. O fato foi deles,
deles só, porque a colaboração do elemento
civil foi quase nula. O povo assistiu àquilo
bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o
que significava.
Aristides Lobo. "Diário Popular". Rio de
Janeiro, 15/11/1889.
O Brasil não tem povo.
Louis Couty. In: CARVALHO, José Murilo
de. "Os bestializados". São Paulo: Cia. Das Letras,
1989.
Tomando como referência as citações acima
e a relação delas com o contexto social e
político após a Proclamação da República no
Brasil, pode-se afirmar que:
I - o comentário de Aristides Lobo refere-se
ao caráter elitista da proclamação, realizada por
militares com o apoio das oligarquias cafeeiras,
transformando a população civil em meros
espectadores.
II - a fala de Louis Couty, partidário da ala
revolucionária dos republicanos, refere-se ao
processo de inclusão social, instaurado a partir
da proclamação e consolidado pelos
republicanos jacobinos na montagem do
Governo Provisório, na chamada República da
Espada.
III - a participação popular nas decisões
políticas concretizou-se a partir da promulgação
da Constituição de 1891, com a qual criava-se
uma República Federativa de cunho regionalista
e ampliava-se o direito de voto, tornando-o
universal e secreto.
IV - a mentalidade positivista assumida pelos
oficiais do exército, em defesa da modernização
a ser promovida pela República, tinha como
perspectiva a instalação de um regime que
superasse o "atraso" mantido pelo Império e
promovesse a "ordem" para viabilizar o
"progresso" capitalista.
Assinale a alternativa que contém somente
afirmações corretas.
a) II e III
b) I e IV
c) I e II
d) II e IV
2) A proclamação da República no Brasil está
longe de ser considerada um momento de
transformação revolucionária, embora ela tenha
trazido algumas mudanças significativas. Uma
característica inovadora dos primeiros anos da
nova forma de governo foi:
a) a valorização de um novo produto de
exportação.
b) a adoção do sistema parlamentarista.
c) voto direto para presidente, prevista na
constituição de 1891
d) a popularidade do novo regime.
e) o direito de toda a população ao voto.
GABARITO
UNIDADE 7:
1) b
2) b
3) c
UNIDADE 8:
1) c
323
2) e
3) c

UNIDADE 9:
1) d
2) d
3) d

UNIDADE 10:
1) b
2) a
3) e

UNIDADE 11:
1) b
2) d
3) c

UNIDADE 12:
1) b
2) c

324
 2ºcaso
a<0 função decrescente

FUNÇÃO DO 1ºGRAU

Função do 1º Grau é toda função : IR IR

definida por (x) = ax + b, com a, b IR e a
0. Raiz ou Zero da Função
―A‖ é chamado de coeficiente angular da A raiz de uma função do 1ºgrau é o valor de
reta e é dado por: a = tg , portanto o valor de a x que torna (x)=0.
determina a medida do ângulo formado pela (x)=ax + b 0=a.x+b x = , que é a
função com o eixo das abscissas. b
―B‖ é chamado de coeficiente linear da raiz de (x).
a
reta, portanto seu valor determina o ponto em
que o gráfico corta o eixo das ordenadas.
Observações
Dada a função :IR IR tal que (x) = ax + b
Representação gráfica com a 0.
―O gráfico de uma função do 1ºgrau é sempre Se b = 0, a função recebe o nome de linear.
uma reta‖.
Nesse caso a reta passa pela origem ―(0,0)‖.
Se b 0 a função recebe o nome de afim.
1ºcaso
Se a = 1 e b = 0, a função é da forma (x) = x
a>0 função crescente.
, recebe o nome de identidade e é bissetriz dos
quadrantes ímpares.

Estudo do sinal da função do 1º Grau

1ºcaso
a>0 função crescente

325
 b e) 981
(x)>0 x>
a
4)A figura abaixo representa a função , de IR
b
(x) = 0 x= em IR, definida por:
a
b
(x) < 0 x<
a

a) (x) = -2x + 4
b) (x) =
c) (x) = 4x + 8
2ºcaso
d) (x) =
a<0 função decrescente
e) (x) = -8x + 4
b
(x) > 0 x<
a 5)(UEL) Seja a função f, de em , dada por f
b (x) = kx + 5, na qual k é uma constante real
(x) = 0 x= não nula.Se o ponto (– 3,2) pertence ao gráfico
a
b
de f, então
(x) < 0 x> a) f (x) = f (–x) para todo x real
a b) 5 é raiz de f
c) f é sempre decrescente
d) o gráfico de f não contém pontos do 4º
quadrante
e) o gráfico de f não contém pontos do 2º
quadrante

6)(Unifor) Considere a função de domínio R –

dada por Essa função tem apenas valores
positivos se x pertence ao intervalo
EXERCÍCIOS
a) 3;3
1) A função f, de em , é definida por f(x) = b) ; 3
mx+p. Se f(2) = -5 e f(-3) = -10, quanto vale c) 3 ;
f(18)? d) ;3
e) 0 ;
2)(CESGRANRIO) O valor de um carro novo é
de R$9.000,00 e, com 4 anos de uso, é de
R$4.000,00. Supondo que o preço caia com o 7)(VUNESP – SP) Por uma mensagem dos
tempo, segundo uma linha reta, o valor de um Estados Unidos para o Brasil, via fax, a
carro com 1 ano de uso é: Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) cobra
a) R$8.250,00 R$ 1,37 pela primeira página e R$ 0,67 por
b) R$8.000,00 páginas que se segue, completa ou não. Qual o
c) R$7.750,00 número mínimo de páginas de uma dessas
d) R$7.500,00 mensagens para que seu preço ultrapasse o
e) R$7.000,00 valor de R$ 10,00?
a) 8
3)(UEL) Se uma função f, do primeiro grau, é b) 10
tal que f (1) = 190 e f (50) = 2052, então f (20) c) 12
é igual a d) 14
a) 901 e) 16
b) 909 8)(UEL) O dono de uma oficina contratou dois
c) 912 mecânicos, Alaor e Belmiro, que fizeram
d) 937 acordos salariais diferentes. Alaor recebe um

326
salário mensal de R$ 300,00 mais 25% de
comissão sobre o faturamento mensal da
oficina. Belmiro recebe somente comissão de
40% sobre o faturamento mensal da oficina.
Sobre os salários dos mecânicos, é correto
afirmar:
a) O salário de Alaor, em qualquer mês, é FUNÇÃO DO 2O GRAU – I
maior que o de Belmiro.
b) O salário de Belmiro, em qualquer mês, é
maior que o de Alaor. Denomina-se função do 2o grau, toda
c) No mês em que o faturamento da oficina for função , definida por f (x) = ax2 + bx + c, com a,
maior que R$ 2.000,00, o salário de Alaor será b e c pertencentes a IR e a 0.
menor que o de Belmiro. Note que o a é o coeficiente de x², b é o
d) No mês em que o faturamento da oficina for coeficiente de x.
maior que R$ 2.000,00, o salário de Alaor será
maior que o de Belmiro.
e) No mês em que o faturamento da oficina for Gráfico
igual a R$ 2.000,00, o salário de Alaor será Toda função do 2 o grau tem como gráfico
menor que o de Belmiro. uma parábola. Quando a < 0 esta terá sua
concavidade voltada para baixo e quando a > 0
sua concavidade estará voltada para cima.

a > 0 : concavidade para cima

a < 0 : concavidade para baixo

Zeros ou raízes da função

As raízes da função (x) = ax2 + bx + c
são os valores de x para os quais (x) = 0
ax2 + bx + c = 0

Fazendo a igualdade f(x)=0, obteremos as

raízes da função utilizando a fórmula de
Báskara.
b Δ
x ,onde b2 – 4ac
2a
Podemos obter as raízes usando o método
da ―soma e produto‖ que diz que:
x1 + x2 = -b/a
x1 . x2 = c/a

Assim temos:
< 0 não existem raízes reais
> 0 existem duas raízes reais e diferentes
= 0 existem duas raízes reais e iguais

327
 EXERCÍCIOS
1) Determine as raízes das seguintes funções: c)
a) f(x) = x² - 2x – 3

b) f(x) = -x² + 2x – 1

2)Seja a função f(x) = x² - 2x + 3k. Sabendo

que essa função possui dois zeros reais iguais,
determine o valor real de k.
a) 0
b) 1
c) 1/3 d)
d) 2/5
e) 4

3)(FUVEST) O gráfico de f(x) = x²+bx+c, onde

b e c são constantes reais, passa pelos pontos
(0,0) e (1,2). Então f(-2/3) vale:
a) –2/9
b) 2/9
c) –1/4
d) 1/4 e)
e) 4

4) (PUC-MG) O gráfico da função

ax² + bx + c é o de uma parábola que passa
pelos pontos (-2,0), (2,0) e (0,4). Os números a,
b e c são tais que:
a) a<c<b
b) a<b<c
c) b<a<c
d) b<c<a

5)(UEL – 2005) Um terreno retangular tem 84

m de perímetro. O gráfico que descreve a área y
do terreno como função de um lado x é:
a)

b)

328
 Se Δ = 0

y < 0 para x x‘
O
FUNÇÃO DO 2 GRAU – II y = 0 para x = x‘ = x‖

Se Δ < 0
Vértice da parábola
As coordenadas do vértice V são dadas por:
b Δ
xv - e yv y < 0 para todo x real
2a 4a
Se a > 0, temos: Im = { y R / y > } e o será
denominado de valor mínimo.
Resumindo:
Se a < 0, temos: Im = { y R / y } e o será Sinal da função: ma (mesmo sinal de a) ou ca
denominado de valor máximo. (sinal contrário de a)

Estudo do sinal da função do 2º grau Se Δ > 0

1ºcaso: a > 0 Sinal da função
Se Δ > 0

Se Δ = 0
Sinal da função

y > 0 para x < x‘ ou x > x‖

y = 0 para x = x‘ ou x = x‖ Se Δ > 0
y < 0 para x‘ < x < x‖ Sinal da função

Se Δ = 0
Observação: Só para lembrar, para os
valores de x que representam as raízes, a
função assume o valor 0.

y > 0 para x x‘
y = 0 para x = x‘ = x‖ EXERCÍCIOS
Se Δ < 0 1) Em relação ao gráfico da função
pode-se afirmar:
a) é uma parábola de concavidade voltada para
cima.
b) seu vértice é o ponto V(2,1).
y > 0 para todo x real c) Intersecta o eixo das abscissas em (-3,0) e
(3,0).
d) o seu eixo de simetria é o eixo das
2ºcaso: a < 0 ordenadas.
Se Δ > 0 e) nda.

2) Uma bola é lançada ao ar. Suponha que sua

y < 0 para x < x‘ ou x > x‖
y = 0 para x = x‘ ou x = x‖
y > 0 para x‘ < x < x‖
altura h, em metros, t segundos após o
lançamento, seja h = -t²+4t+6. Determine:
a) o instante em que a bola atinge sua altura
máxima.
b) A altura máxima atingida pela bola.

329
c) Quantos segundos após o lançamento ela
toca o solo.

3) O gráfico abaixo corresponde a:

FUNÇÕES III

Funções Injetoras
a) y = x –6x +8
2
Uma função f: A B é injetora se dois
b) y = 2x2 –8x elementos distintos quaisquer de A sempre duas
c) y = x2 –1 têm imagens distintas em B, isto é:
d) y = 2x2 –2x x1 x2 implica que f(x1) f(x2)
e) y = x2 –2x ou
f(x1) = f(x2) implica que x1 = x2

4) Sendo f:IR IR definida por Exemplos:

f(x) = (x-2)(x-4), a imagem dessa função é o 1) Considere os conjuntos A = {-1,0,1,2} e B =
conjunto dos y IR tal que: {-1,2,5,8,11} e seja f:A B definida por
a) y 1 f(x) = 3x+2 e representada pelo diagrama
b) y 1 abaixo.
c) y 2
d) y 4

5) (F.G.V) O lucro de uma empresa é dado por
L(x) = 100(10-x)(x-2), onde x é a quantidade
vendida. Podemos afirmar que:
a) o lucro é positivo qualquer que seja x.
b) o lucro é positivo para x > 10
c) o lucro é positivo para 2 < x < 10
d) o lucro é máximo para x = 10
e) o lucro é máximo para x = 3
Temos que f é injetora, pois sempre que
tomamos valores diferentes para x, encontramos
valores diferentes para f(x).
2) A função f:R R definida por f(x)=3x+2 é
injetora, pois sempre que tomamos valores
diferentes para x, encontramos valores
diferentes para f(x).

3) A função f:R R definida por f(x)=x2+5

não é injetora, pois para x=1 temos f(1)=6 e
para
x=-1 temos f(-1)=6.

Funções Sobrejetoras
Uma função f:A B é sobrejetora se o
conjunto imagem da função for igual ao
contradomínio da função (conjunto B), ou seja,
para todo y em B existe x em A tal que y = f(x).

Exemplos:
1) Considere os conjuntos A = {-1,0,1, -2, 3} e
B = {0,1,4,9} e seja f:A B definida por
f(x) = x2 e representada pelo diagrama abaixo.

330
 gof são possíveis e neste caso serão definidas
por:

(fog)(x) = f(g(x)) = f(7x – 4)

f(7x – 4) = 4(7x – 4) + 2 = 28x – 14
Temos que f é sobrejetora, pois o conjunto
imagem da função é igual ao contradomínio. (gof)(x) = g(f(x)) = g(4x + 2)
g(4x + 2) = 7(4x + 2) – 4 = 28x + 10
2) A função f:R R definida por f(x)=3x+2 é
sobrejetora, pois todo elemento de R é imagem De um modo geral, fog é diferente de gof.
de um elemento de R pela função.

3) A função f:R R+ definida por f(x)=x2 é Exemplo:

sobrejetora, pois todo elemento de R+é imagem Consideremos as funções reais definidas por
de pelo menos um elemento de R pela função. f(x)=x2+1 e g(x)=2x–4.

4) A função f:R R definida por f(x) = 2x não Então:

é sobrejetora, pois o número –1 é elemento do
contradomínio R e não é imagem de qualquer (fog)(x)=f(g(x))=f(2x–4)=(2x–4)2+1=4x2–
elemento do domínio. 16x+17

Funções Bijetoras (gof)(x) = g(f(x)) = g(x2+1) = 2(x2+1)–4 = 2x2

Uma função f: A B é bijetora se ela é ao -2
mesmo tempo injetora e sobrejetora.
Função Inversa
Exemplos: Dada uma função bijetora f:A B,
1) Considere os conjuntos A = {1,2,3,4} e B = denomina-se função inversa de f a função g:B
{2,3,4,5} e seja f:A B definida por A tal
f(x) = x+1 e representada pelo diagrama abaixo. que se f(a)=b, então g(b)=a, quaisquer que
sejam a A e b B. A função inversa de f é
denotada por f -1.

Observação: Uma característica

Temos que f é bijetora, pois é ao mesmo
tempo injetora e sobrejetora.
2) A função f:R R dada por f(x)=2x é
bijetora, pois é injetora e sobrejetora.
Funções Compostas
Seja f :A B, g :B C duas funções.
Chama-se composta de f com g, denotada por
gof, a função definida por gof(x) = g(f(x)). gof
pode ser lida como "g bola f". Para que a
composição ocorra o CD(f)=D(g).
importantíssima aqui é que se g é a inversa de f,
f é a inversa de g e valem as relações:
gof = IA e fog = IB
onde IA e IB são, respectivamente, as funções
identidades nos conjuntos A e B. Esta
característica algébrica nos permite afirmar que
os gráfico de f e de sua inversa de f são
simétricos em relação à função identidade ( y=x
).
Exemplo:
Sejam A={1, 2, 3, 4, 5} e B={2, 4, 6, 8, 10}.
Consideremos a função f:A B definida por
f(x)=2x e g:B A definida por g(x)=x/2.
Observemos nos gráficos abaixo as situações
das setas indicativas das ações das funções.

Exemplo:
Sejam as funções reais definidas por
f(x)=4x+2 e g(x)=7x–4. A composições fog e

331
Processo algébrico para obter a d) 4
inversa de uma função e) 5
Seja f:R R, f(x)=x+3. Devemos seguir três
passos: 7) (UEL – 2005) Sejam as funções f: ,
1º: Colocar y no lugar de f(x): g: , h: + + e j: + +, cujos
y=x+3. gráficos estão representados a seguir:
2º: Trocar x por y e y por x:
x = y+3
3º: Isolar y:
y = x–3.
Assim, g(x)=x–3 é a função inversa de
f(x)=x+3.

EXERCÍCIOS
1) Seja a função f(x) = 3x-4 definida de IR em
IR; determine:
a) a inversa de f
b) o valor da inversa quando x = 2

2) Dados f(x) = x-1 e g(x) = 5x-6; determine:

a) f(g(x))
b) g(f(x))

3) Considerem-se as funções f(x) = x+1 e g(x)

= x². A soma das raízes da equação Sobre essas funções, é correto afirmar:
f(g(x))+g(f(x))-14=0 é igual a: a) f e g são funções bijetoras.
a) –2 b) f é uma função injetora.
b) –1 c) g é uma função sobrejetora.
c) 1 d) h é uma função decrescente.
d) 2 e) j é a função inversa de h.
e) 3
8) (UEL) Sejam g, h e j funções de [–2 , 2] em
4) Considere a função bijetora f, definida por [–8 , 8], representadas pelos gráficos abaixo
f(x) = 2x-6. Tomando como g, a inversa de f,
verifique qual das funções a seguir representa
de maneira correta a função g.
a) g(x) = (x+6)/2
b) g(x) = (x+2)/6
c) g(x) = (x-2)/2
d) g(x) = (x-2)/6
e) g(x) = (6-x)/2

5) (MACKENZIE) Sabendo que f(x) = 2x+1

e que f(g(x)) = 6x+5, então:
a) g(x) = 6x+5
b) g(x) = 2x+2 É correto afirmar:
c) g(x) = 3x+2 a) g é a função inversa de j.
d) g(x) = 8x+6 b) j é função par.
e) g(x) = (x-1)/2 c) h é função ímpar.
d) h é função injetora.
6) (UEL) A função f, definida de IR em IR, é e) g é função sobrejetora
definida por f(x) = mx+p. Se f(2) = -5 e
f(3) = -10, então f(f(1)) é igual a: 9) Sendo f(x)=3x-5 e g(x)=(2x-1) / (x+2),
a) –2 então f –1(x) e g –1(x) são respectivamente:
b) –1 a) x+5 e (x+2) / (2x+1)
c) 1 b) (x+5)/3 e (2x+1) / (2-x)

332
c) (x+3)/5 e (-x+2) / (2x+1)
d) x+3 e (x+2)/2
e) 2x+3 e (x-1) / (2x+1)

10) Se f e f-1 são funções inversas, seus

gráficos são simétricos em relação a:
a) ao eixo das abscissas
b) ao eixo das ordenadas EQUAÇÕES MODULARES
c) à origem das coordenadas
d) à reta de equação y = x
e) à reta de equação y = -x MÓDULO (OU VALOR
ABSOLUTO) DE UM NÚMERO
O módulo (ou valor absoluto) de um número
real x é definido da seguinte maneira:
x , se x ³ 0
x
- x , se x 0

Indica-se o módulo de x por | x |.

Então:
 se x é positivo ou zero, |x| é igual ao próprio
x.
Exemplos: |2| = 2 ;
|1/2| = 1/2 ;
|15| = 15

 se x é negativo, |x| é igual a -x.

Exemplos: |-2| = 2 ;
|-20| = 20

Isto significa que, o módulo de um número real

é sempre positivo ou nulo, nunca negativo.

Representando geometricamente, o
módulo de um número real x é igual à distância
do ponto que representa, na reta real, o número
x ao ponto 0 de origem. Assim:

- Se |x| < a (com a > 0) significa que a distância

entre x e a origem é menor que a, isto é, x deve
estar entre –a e a, ou seja, |x| < a n -a < x < a.

- Se |x| > a (com a > 0) significa que a distância

entre x e a origem é maior que a, isto é, deve
estar à direita de a ou à esquerda de –a na reta
real, ou seja, |x| > a n x > a ou x < -a.

EQUAÇÕES MODULARES
Toda equação que contiver a incógnita em

333
um módulo num dos membros será chamada x² 3x 2 é:
equação modular.
a) 3
Exemplos: b) 4
|x2 - 5x| = 1 c) 5
|x + 8| = |x2 - 3| d) 6

4) (UEL) Diga quais sentenças são verdadeiras.

Algumas Equações Modulares Quaisquer que sejam os números reais x e y:
Resolvidas i. se x < y , então x < y
ii. x.y = x . y
Resolver a equação |x2 - 5x| = 6.
iii. x+y = x + y
iv. – x =–x
Resolução: Temos que analisar dois casos:
Caso 1: x2-5x = 6 v. se x < 0, então x < x
Caso 2: x2-5x = -6
5) Sendo x e y pertencentes ao conjunto real,
Resolvendo o caso 1: determine os possíveis valores da expressão:
x2 - 5x - 6 = 0  x‘ = 6 e x‘‘ = -1. x y x. y
A
Resolvendo o caso 2: x y x. y
x2 - 5x+ 6 = 0  x‘ = 3 e x‘‘ = 2. a) {-1,3}
Resposta: S={-1,2,3,6} b) {1,3}
c) {-3,1}
Resolver a equação | x-6 | = | 3-2x |. d) {-3,-1}
e) {-1,1}
Resolução: Temos que analisar dois casos:
Caso 1: x-6 = 3-2x
Caso 2: x-6 = -(3-2x)

Resolvendo o caso 1:
x-6 = 3-2x  x+2x = 3+6  3x=9  x=3
Resolvendo o caso 2:
x-6 = -(3-2x)  x-2x = -3+6  -x=3 
x=-3
Resposta: S={-3,3}

EXERCÍCIOS
1) Resolva as seguintes equações em :
a) 2 x 3 9
b) 4x 1 2
c) x ² - 6 x 8 0
d) x ² 3x 4 0
e) x 6² 3x 6 2 0
f) 2 x x 3

2) (PUC-SP) A equação 2x –1 = 5 admite:

a) duas raízes positivas
b) duas raízes negativas
c) uma raiz positiva e outra negativa
d) somente uma raiz real e positiva
e) somente uma raiz real e negativa

3) A soma das raízes inteiras da equação

334
 x² 2x 3 4
x² 2x 1 0

S2 x |1 2 x 1 2

INEQUAÇÕES E FUNÇÕES
Portanto o conjunto solução é
MODULARES S S1 S2 x |1 2 x 1 2

INEQUAÇÕES MODULARES FUNÇÕES MODULARES

Chamamos de função modular a
Inequações modulares são aquelas função f : , denotada por e definida
inequações em que a incógnita aparece entre
por f x x :
módulos.
Por exemplo: | -2x+6 | < 2
|x2-2x+3| 4 x , se x 0
f ( x)
x , se x 0
Resolução de inequações modulares.

1) Resolver a inequação | -2x+6 | < 2. Observe, então, que a função modular é uma
função definida por duas sentenças.
Resolução:
2 2x 6
2x 6 2 2 2x 6 2 Gráfico da Função Modular
2x 6 2

2x 6 2 2x 8 x 4 Vamos construir o gráfico da função f x x

2x 4 2x 4 x 2 :
x y = f(x)
S x  |2 x 4
-1 1

2) Dê o conjunto solução da inequação |x2- -2 2

2x+3| 4.
0 0
Resolução:
1 1
x² 2x 3 4 4 x² 2x 3 4
2 2
Temos duas inequações (que devem ser
satisfeitas ao mesmo tempo):
Inequação 1: 4 x ² 2 x 3
Inequação 2: x ² 2 x 3 4 Gráfico da função f x x :

Resolvendo a Inequação 1:
4 x² 2x 3
4 3 x² 2x
7 x² 2x
x² 2x 7 0
S1

Resolvendo a Inequação 2:

335
 b) A x |x 1 ou x 7 ,
EXERCÍCIOS
B x | 1 x 7 e
1) Resolva as seguintes inequações em : C x |x 6 ou x 1 .
a) 2 x 4 1
c) A x |x 1 ou x 7 ,
b) 2 x 1 5
B x | 1 x 7 e
c) 4 3x 0
C x |x 1ou x 6 .
d) 3 x 1 3
d) A x |x 7 ou x 1 ,
e) 1 / 2 x 1 1
B x | 1 x 1 e
f) x ² 4 3x
C x | 6 x 6 .

e) A x |x 1 ,
2) Dada a função f ( x ) x² 3 x , ache x de
modo que f(x) =2. B x | 7 x 7 e

C x |x 1ou x 6 .
3) Determine o domínio das seguintes funções:
a) f ( x ) 1/1 x
6) Construa o gráfico das seguintes funções
b) f ( x ) 1/ x 2 3 modulares:
a) f ( x) x 2
c) f ( x ) x 5
b) f ( x) x 1
4) O domínio da função real f, definida por c) f ( x) x 2 2
f ( x) 1/ 2x 5 3 é o conjunto dos d) f ( x) x /x
números reais tais que:
a) x<1 ou x>4
b) 1<x<4
c) x 1 e x 4
d) x 1 ou x 4
e) 1 x 4

1
5) Considere as funções f x ,
3x 9 12

1
g x 4 x 3 e h x .
2x 5 7
Sendo A, B e C os conjuntos que representam o
domínio das funções f, g e h respectivamente,
então, podemos afirmar que:
a) A x |x 7 ou x 1 ,

B x | 4 x 4 e

C x |x 1ou x 6 .

336

INTRODUÇÃO À
GEOMETRIA PLANA
Nesta seção definiremos polígonos, e
estudaremos as fórmulas para soma de
diagonais e da soma dos ângulos internos de um
polígono convexo.
Soma das Diagonais e Soma dos
Ângulos de um Polígono Convexo
Definição: Polígono é uma região de um plano
limitada por segmentos de reta. Os segmentos
que o limitam são chamados de lados do
polígono, e a intersecção de cada segmento com
outro é chamado de vértice.
Exemplo:
O região ABCD está contido no plano ,e é
limitada pelos segmentos de reta AB,BC,CD e
DA, com vértices nos pontos A, B, C e D, logo
ABCD é um polígono.
Os polígonos são classificados de acordo com o
número de lados. Veja, a seguir, a nomenclatura
de alguns dos polígonos mais comuns.
Três lados: Triângulo
Quatro lados: Quadrilátero
Cinco lados: Pentágono
Seis lados: Hexágono
Sete lados: Heptágono
Oito lados: Octógono
Nove lados: Eneágono
Dez lados: Decágono
Vinte lados: Icoságono
Polígono Convexo e Polígono Côncavo:
Um polígono é convexo, quando para quaisquer
pontos M e N interiores a esse polígono, o
segmento MN é totalmente interior a esse
polígono, caso contrario é côncavo.
Exemplo:
337

O polígono ABCDE (pentágono) é convexo, já
o polígono FGHIJ é côncavo, pois existem
pontos M e N interiores a esse polígono tal que
o segmento MN não está contido inteiramente
no polígono.
No decorrer desta seção estudaremos
somente polígonos convexos.
Soma das Diagonais de um
Polígono Convexo
A soma das diagonais de um polígono é a
quantidade de diagonais desse polígono.
Diagonal de um Polígono: A diagonal de um
polígono é todo segmento de reta que liga dois
vértices não consecutivos.
Exemplo:
Os segmentos AC e BD do polígono ABCD
são diagonais.
Em um polígono de lados, por um vértice
traça-se segmentos que são diagonais, pois um
vértice é ele mesmo, e os outros dois são
consecutivos a ele. Então, ao conectar
segmentos a esses três vértices, esses segmentos
não serão diagonais do polígono.
Exemplo:
Traçando segmentos do ponto A aos outros
vértices do polígono ABCDE, temos:
Do ponto A ao ponto A não será um
segmento, será um ponto.
Do ponto A ao ponto B ou ao ponto E, o
segmento não será diagonal, mas um lado do
polígono, pois A e B, e A e E são vértices
consecutivos.
Logo só serão diagonais os segmentos AC e
AD, ou seja, teremos (5-3=2) 2 diagonais pelo
vértice A.
Ao contar vértice por vértice a quantidade de
diagonais de um polígono de lados, será
contada cada diagonal desse polígono duas
vezes, então divide-se essa quantidade de
diagonais contada por dois, assim segue a
seguinte propriedade:
Propriedade: A soma D das diagonais de
um polígono de n lados é dada pela seguinte
fórmula:
n ( n 3)
D
2
Exemplo: Considere o eneágono, ele tem nove
lados, logo ele também terá nove vértices,
assim;
9 (9 3) 9(6) 54
D 27
2 2 2
Ou seja, no eneágono tem 27 diagonais.
Soma dos Ângulos Internos de
um Polígono Convexo
Sejam r e s paralelas, e uma reta
transversal a essas retas, representadas na
figura.
Propriedade: Sejam r e s retas paralelas
( r // s ) e uma transversal a essas retas, tem-se
que: ângulos alternos à reta t e internos às retas
paralelas r e s , são congruentes.
Com essa propriedade é possível saber a
soma dos ângulos internos do triângulo. Para
tal:
Em um triângulo ABC qualquer, traça-se
uma reta s passando por BC e outra reta r –
paralela a s – passando por A e que contenha
os pontos E e F . Como mostra a figura
abaixo:
Os segmentos BA e CA são transversais às
retas paralelas r e s , logo pela propriedade
338
anterior, o ângulo A Bˆ C é congruente ao b) A soma dos ângulos internos desse polígono;
c) A soma dos ângulos externos.
ângulo B Aˆ E , e o ângulo A Cˆ B é congruente
ao ângulo C Aˆ F , logo: 2) Quantos lados tem um polígono convexo que
A Bˆ C A Cˆ B B Aˆ C B Aˆ E C Aˆ F B Aˆ C 180
0 possui 14 diagonais? Qual o nome desse
polígono?

3) Obtenha o número de diagonais de um

decágono convexo.

4) Qual o polígono convexo cujo número de

diagonais é o dobro do número de lados?
Assim segue a seguinte propriedade:

5) Calcule a soma dos ângulos internos e o

Propriedade: A soma dos ângulos internos de
número de diagonais de um icoságono convexo.
qualquer triângulo é 180º.

6) A superfície retangular de um
Como todo polígono pode ser dividido em
estacionamento mede 80 metros de
triângulos não sobrepostos, de modo que os
comprimento por 15 metros de largura. Essa
ângulos desses triângulos dividam também os
superfície será revestida com lajotas que têm a
ângulos do polígono, pode-se então obter a
forma de um hexágono regular. A área de cada
soma dos ângulos internos de um polígono
lajota é de 0,125 m2. O metro quadrado da
fazendo o produto da quantidade mínima de
lajota custa R$ 15,00 e a mão-de-obra, R$
triângulos não sobrepostos que formam esse
12,00 por metro quadrado. Calcule:
polígono por 180º, pois a soma dos ângulos
a) a quantidade de lajotas que será utilizada na
desse polígono será a soma dos ângulos dos
pavimentação do estacionamento;
triângulos que formam esse polígono.
b) o custo total da pavimentação do
A quantidade mínima de triângulos não
estacionamento.
sobrepostos que formam um polígono de n
lados é igual a n 2 . Então podemos tirar a
7) A soma das medidas dos ângulos externos
seguinte propriedade da soma dos ângulos
com as medidas dos ângulos internos de um
internos de um polígono convexo: polígono convexo é 1800°. Determine o número
de diagonais desse polígono.
Propriedade: A soma S i dos ângulos internos
de um polígono convexo de n lados é dada por
Si 180 º ( n 2)
Exemplo: Considerando ainda o eneágono,
vamos calcular a soma dos seus ângulos
internos pela propriedade anterior;
0 0 0
Si 180 ( 9 2) 180 ( 7 ) 1260
Então pela fórmula, a soma dos ângulos
internos do eneágono é 1260 º .

EXERCÍCIOS

1) Um polígono convexo tem 9 lados.

Determine:
a)O número de diagonais desse polígono;

339

3 180 º
TRIÂNGULO
O triângulo é um dos polígonos mais
estudados na geometria plana, e é por isso que
queremos, nesta seção, saber classificá-los com
relação às suas propriedades. Em seguida
estudaremos seus elementos notáveis.
Classificação dos Triângulos
A classificação dos triângulos é feita com
relação aos seus lados ou com relação aos seus
ângulos.
Classificação dos Triângulos em
Relação aos seus Lados
Triângulo Isósceles
Um triângulo é dito isósceles quando possui
dois dos seus lados congruentes (iguais). O lado
que não precisa ser congruente aos outros dois é
chamado de base desse triângulo.
Uma conseqüência disso é que os dois
ângulos da base são congruentes.
Então, o triângulo isósceles de lados com
comprimentos L, L e base de comprimento B é
mostrado a seguir:
Triângulo Eqüilátero
Um triângulo é dito eqüilátero quando
possui todos seus lados congruentes. Uma
conseqüência disso é que todos os ângulos
internos desse triângulo são congruentes.
Sejam os ângulos internos desse triângulo de
medida , segue que:
180 º
180 º
3
60 º
Então o triângulo eqüilátero de lados com
comprimento L é da seguinte forma:
Triângulo Escaleno
Um triângulo é dito escaleno se tomados
seus lados dois a dois esses lados são não
congruentes. Uma conseqüência disso é que
se tomarmos seus ângulos dois a dois esses
ângulos são não congruentes. Ou seja, os 3
lados do triângulo escaleno possuem medidas
diferentes e seus 3 ângulos possuem valores
diferentes si.
Então o triângulo escaleno de lados com
comprimentos E, F e L é da seguinte forma:
Temos:
Elementos Notáveis de um Triângulo
Mediana de um Triângulo
A mediana de um triângulo é o segmento de
reta que liga um de seus vértices ao ponto
médio do lado oposto a esse vértice.
Então no triângulo ABC, temos:
Sendo M ponto médio de CB, logo, AM é
mediana do triângulo ABC pelo vértice A.
Bissetriz de um Triângulo
Bissetriz de um triângulo é a semi-reta que
tem início em um dos vértices desse triângulo e
340
divide o ângulo interno desse vértice em dois
ângulos congruentes.
Então no triângulo ABC, tem-se:
Como o ângulo BÂB‘ e o ângulo CÂB‘ são
congruentes, logo a semi-reta S AB ' é bissetriz
do triângulo ABC por A.
Mediatriz de um Triângulo
A mediatriz de um triângulo é a reta que é
perpendicular a um dos lados desse triângulo e
passa pelo ponto médio nesse lado.
Então no triângulo ABC, tem-se:
Como a reta m é perpendicular ao lado BC e
passa pelo ponto M, que é ponto médio de BC
então a reta m é mediatriz do triângulo ABC
pelo lado BC.
Altura de um Triângulo
A altura de um triângulo é o segmento de
reta que tem início em um dos vértices desse
triângulo e é perpendicular à reta suporte do
lado oposto a esse vértice.
Então, nos triângulos ABC e A‘B‘C‘, têm-se a
figura 2.1.
Como r é a reta suporte de BC e o segmento
AH é perpendicular a essa reta, logo AH é
altura do triângulo ABC.
Como r’, é reta suporte de B‘C‘ e o segmento
A‘H‘ é perpendicular a essa reta, logo A‘H‘ é
altura do triângulo A‘B‘C‘
Triângulo Retângulo
Nesta seção estudaremos o triângulo
retângulo e, em especial, um teorema
decorrente das propriedades desse triângulo.
Teorema de Pitágoras
Definição: Um triângulo é dito retângulo
quando um de seus ângulos internos é reto (ou
seja, tem medida de 90º).
Exemplo: Seja o triângulo ABC a seguir:
O triângulo ABC é retângulo, pois possui
um ângulo de 90º em A. Dizemos, então, que
esse triângulo é retângulo em A.
Definição: Chama-se de hipotenusa, o lado de
um triângulo retângulo oposto ao ângulo de 90º,
e de catetos os outros dois lados desse
triângulo.
Exemplo: Considerando o triângulo ABC da
figura temos que:
O lado CB é a hipotenusa do triângulo
retângulo ABC, pois é oposto ao ângulo de 90º.
Os lados AB e CA são catetos do triângulo
retângulo ABC.
Relações Métricas no Triângulo
Retângulo
Seja o triângulo retângulo ABC da figura
abaixo, retângulo em A, ao traçar uma altura
AH relativa à hipotenusa CB, obtemos dois
novos segmentos que AH formara CB, CH e
HB, que são as projeções de AC e AB
respectivamente:
Ao separar os triângulos retângulo ABC,
HBA, HAC, da figura 2, obtemos a figura 3
abaixo:
341
 Propriedade: Num triângulo retângulo o quadrado
da altura em relação à hipotenusa é igual ao
produto das projeções dos catetos.
Utilizando as propriedades acima, temos:
2 2
c a .n e b a .m
Somando essas duas igualdades obtemos:
2 2
b c a .m a .n
2 2
b c a (m n)
Como m n a , segue que:
2 2 2
b c a

Teorema de Pitágoras: Num triângulo retângulo o

quadrado da hipotenusa é igual à soma dos
quadrados dos catetos.

Exemplo: No triângulo retângulo abaixo, os catetos

Tomando esses triângulos dois a dois
são iguais a 3 e 4.
observa-se que eles são semelhantes, pois
possuem dois ângulos congruentes, então
seguem as seguintes relações de semelhança:
Da semelhança do triângulo ABC com o
triângulo HAC, temos:
a b 2 Para encontrarmos o valor da hipotenusa, pelo
b a .m
b m teorema de Pitágoras temos:
2 2 2
Da semelhança entre triângulo ABC com a b c
o triângulo HAC, temos: a
2
(4)
2
(3)
2

a c 2 2
c a .n a 16 9
c n 2
a 25
Propriedade: Num triângulo retângulo o a 25
quadrado de um cateto é igual ao produto da a 5
hipotenusa pela projeção desse cateto na Então a hipotenusa é igual a 5.
hipotenusa.
Da semelhança de ABC com HAC, segue
que: EXERCÍCIOS
a c
b .c a .h
b h 1) Considere um trapézio retângulo onde os
segmentos de reta AB e CD são paralelos entre si e
Propriedade: Num triângulo retângulo o perpendiculares ao segmento de reta BC. Se
produto dos catetos é igual ao produto da AB=19cm, BC=12cm e CD=14cm, determine a
hipotenusa pela altura relativa a ela. medida, em centímetros, do segmento de reta AD.
Da semelhança de triângulo HBA com o
triângulo HAC, segue que: 2) Uma escada com 10m de comprimento foi
h n 2
apoiada em uma parede que é perpendicular ao
h m .n
m h solo. Sabendo que o pé da escada está afastado 6m
da base da parede, determine a altura, em metros,
342
alcançada pela escada.

3) As rodas de uma bicicleta, de modelo

antigo, têm diâmetros de 110cm e de 30cm e
seus centros distam 202cm. A distância entre
os pontos de contacto das rodas com chão é
SEMELHANÇA DE FIGURAS
igual a: PLANAS
a) 198cm
b) 184cm Nesta unidade serão tratadas algumas
c) 172cm propriedades da semelhança de triângulos.
d) 160cm Vamos ver primeiramente o Teorema de Tales, em
e) 145cm seguida o Teorema da Bissetriz e por ultimo as
propriedades da semelhança de triângulos.

4) Dois prédios construídos no mesmo plano Feixe de Retas Paralelas e Reta

medem 20m e 26m de altura. Deseja-se
Transversal
construir uma passarela que una os topos
Um feixe de retas paralelas é um conjunto de
desses dois prédios. Determine o menor
retas no plano paralelas entre si. Uma reta que corta
comprimento dessa passarela se a distância
esse feixe é denominada reta transversal.
entre os prédios é de 8m.

5)Calcule (aproximadamente) o perímetro de

um retângulo, sabendo que sua diagonal mede
18cm e um dos lados mede 10cm.

6) Calcule o perímetro de um triângulo

retângulo e isósceles cuja hipotenusa mede
cm. Adote = 1,4
r // s // u // v .
t É uma reta transversal.
GABARITO
Teorema de Tales
Um feixe de retas paralelas determina, em duas
1) 13cm
transversais quaisquer, segmentos proporcionais.
2) 8m
a // b // c
3) A
4) 10m
5) 50cm
6) 10,2cm

As retas a, b e c formam um feixe de retas

paralelas, com t e t‘ duas retas transversais a esse
feixe, logo pelo teorema temos:
AB DE
BC EF
Pela propriedade das proporções segue que:

343
AC DF AC DF Propriedades dos Triângulos Semelhantes
ou 1. Se dois triângulos são semelhantes, então os
BC EF AB DE
lados de um são proporcionais aos lados homólogos
do outro.
Teorema da Bissetriz Interna
Pela propriedade um, segue nos triângulos ABC e
A bissetriz de um ângulo interno de um
A‘B‘C‘ acima, que:
triângulo determina sobre o lado oposto
AB AC BC
segmentos proporcionais aos lados
pertencentes ao ângulo considerado. A' B ' A'C ' B 'C '
Seja o triângulo ABC, com AD bissetriz em 2. As medidas dos perímetros de e da altura de
Â: dois triângulos semelhantes são proporcionais às
medidas de dois lados homólogos quaisquer.
Se o perímetro e a altura do triângulo ABC são
respectivamente P e h, e do triângulo A‘B‘C‘ são
respectivamente P‘ e h‘, segue pela propriedade
dois que:
P h AB AC BC
P ' h' A' B ' A'C ' B 'C '
3. Toda reta paralela a um lado de um triângulo e
que encontra os outros dois lados em pontos
distintos, determina com esses lados um triângulo
AD é bissetriz do ângulo Â.
semelhante ao primeiro.
Seja o triângulo ABC abaixo e uma reta r, sendo r
Então pelo teorema da bissetriz segue que:
paralela ao lado BC, segue que:
BD DC
AB AC

Triângulos Semelhantes
Dois triângulos são semelhantes se, e
somente se, dois de seus ângulos
respectivamente são congruentes.

r//BC
Pela propriedade três o triângulo AMN é
semelhante ao triângulo ABC.

 Â ' e Bˆ Bˆ ' ABC A' B 'C '

Se dois lados são opostos a ângulos

congruentes de dois triângulos semelhantes
eles são denominados lados homólogos.
Nos triângulos ABC e A‘B‘C‘ são homólogos
os lados:
AB e A ' B '
BC e B ' C '
AC e A ' C '

344
 Se o quadrilátero ABCD abaixo é um
paralelogramo então:

ÁREA DE FIGURAS
GEOMETRICAS PLANAS
Está unidade mostrará como encontrar
algumas áreas de regiões limitadas por
figuras geométricas planas com decorrência a
área da região limitada pelo retângulo, e AB//DC e AD//BC.
também trata da área da região limitada pelo
circulo. Seja então um paralelogramo com lado b e
altura relativa a esse lado h. Observe a figura
Área de um Retângulo abaixo:
A área de uma região retangular é dada
pelo produto de seu comprimento pela sua
largura.
Na região retangular de comprimento a e
largura b, abaixo, sua área é

AR a .b

O quadrado é um retângulo, onde o

comprimento desse retângulo é igual a
largura, ou seja podemos representar um
quadrado de lado l e a área A Q , que ele
limita, da seguinte forma:
Como a área da região limitada por um
paralelogramo de lado b e altura h é igual a área de
um retângulo de comprimento b e largura h, então
a área A P da região limitada pelo paralelogramo é
igual ao produto do lado b pela altura h, ou seja:

AP b .h
Área do Triângulo
Para encontrar a área de um triângulo podemos
2 proceder como na figura abaixo:
AQ l l l

Área do Paralelogramo
Paralelogramo é um quadrilátero que
possui lados opostos paralelos.

345
 Assim a área A T da região limitada por
um triângulo de lado b e altura relativa a esse
lado h, é igual a área de um paralelogramo de
lado b e altura h dividida por dois, ou seja:
bh
AT
2 Área do Trapézio
Área do Losango
O losango é um paralelogramo que possui
todos lados congruentes.
Se o quadrilátero ABCD abaixo é losango
então:
AB=BC=CD=DA
A área A L da região limitada por um
losango de diagonais d e d’ pode ser
encontrada da seguinte forma:
Assim a área A L é igual a área limitada por um
paralelogramo de lado d e altura d’, ou seja:
d' d .d '
AL d.
2 2
O trapézio é um quadrilátero que possui dois
lados opostos paralelos e dois lados opostos não
paralelos, onde a soma dos ângulos internos que
esses lados opostos não paralelos formam com um
0
dos lados opostos paralelos é menor que 180
Se o quadrilátero ABCD abaixo é trapézio
então:
0
AB//DC e 180
Onde DC é definida como base maior e AB
como base menor
Para encontrar a área A Tz da região limitada por
um trapézio de base maior B, base menor b e altura
h, segue um processo idêntico ao do triângulo:
346
 2
R
AS 0
, se é dado em graus.
360

2
R
AS , se é dado em radianos.
2
Ou seja, a área A Tz da região limitada por
um trapézio é igual a área da região limitada
EXERCÍCIOS
por um paralelogramo de comprimento (B+b)
e largura h dividida por dois, assim tem-se:
1) Determine a área, em centímetros quadrados, de
cada uma das figuras abaixo:
h (B b)h
ATz (B b ).
2 2

Área do Círculo
A área A C de um círculo de centro O e
raio R é dada por:

2) Calcule as áreas das figuras abaixo sabendo que

cada quadradinho do quadriculado tem 1,0
centímetro de lado.

2
AC R

A área A S de um setor circular que

pertença a um circulo de raio R é dada por:

3) Um comício político lotou uma praça

semicircular de 260m de diâmetro. Admitindo uma
ocupação média de 4 pessoas por m², qual é a
melhor estimativa para o número de pessoas
presentes no comício?

347
4) Determine a expressão que representa a 10) Seis retângulos idênticos são reunidos para
área de um triângulo eqüilátero em função da formar um retângulo maior conforme indicado na
medida de seu lado. figura. Qual é a área deste retângulo maior?

5) Determine a expressão que representa a

área de um hexagono regular em função da
medida de seu lado.

6) Dois lados opostos de um quadrado têm

um aumento de 30% e os outros dois lados
opostos têm um decréscimo de 30%. Nessas
condições determine o acréscimo ou
decréscimo de sua área.

7) Na figura abaixo, o triângulo ABC é

eqüilátero; M, N e O são, respectivamente os
pontos médios dos lados AB, BC e AC, e
é um arco de circunferência com centro
em O e raio OM. Sendo 6 a medida da área
da região sombreada na figura, determine o
perímetro do triângulo ABC.

8) A figura a seguir representa um Tangram,

quebra-cabeças chinês formado por 5
triângulos, 1 paralelogramo e 1 quadrado.
Sabendo que a área do Tangram a seguir é 64
cm2, qual é a área, em cm2, da região
sombreada?

9) Determine a área do quadrado maior.

348
 R: Raio da circunferência de centro em O.

L: Lado do quadrado inscrito na circunferência.

a: apótema do quadrado inscrito.

Polígonos Regulares Segue então as seguintes propriedades:

Inscritos e Circunscritos
Um polígono é dito regular quando todos l R 2
l R 2 a
os seus lados são congruentes entre si e todos 2 2
os seus ângulos internos são congruentes Triângulo Eqüilátero Inscrito
entre si. Como exemplo o quadrado e o Ao dividir uma circunferência em três arcos
triângulo eqüilátero são polígonos regulares. iguais, e unir as extremidades de cada arco, obtém
Nesta unidade vamos estudar os polígonos um triângulo inscrito:
regulares inscritos e circunscritos em uma
circunferência.

Polígonos Regulares Inscritos

Um polígono está inscrito em uma
circunferência quando todos os seus vértices
são pontos da circunferência.
Ao dividir uma circunferência em n arcos
(n > 2) iguais, as cordas consecutivas
No triângulo inscrito segue as seguintes
formadas pelos extremos de cada arco
propriedades:
formarão um polígono regular inscrito.
Denomina-se apótema do polígono R
l R 3 a
regular inscrito ou circunscrito o segmento de 2
reta do centro da circunferência (que inscreve
ou circunscreve o polígono) perpendicular a Hexágono Regular Inscrito
um dos lados do polígono. Na construção de um hexágono regular inscrito,
divide-se uma circunferência em seis arcos
Quadrado Inscrito congruentes e une a extremidade de cada arco,
Para construir um quadrado inscrito em como na figura abaixo:
uma circunferência, divide-se essa
circunferência em quatro arcos congruentes, e
une os extremos de cada arco, assim como na
figura abaixo:

No hexágono regular inscrito segue as seguintes

propriedades:

R 3
l R a
2
Nesta figura temos:

Polígonos Regulares Circunscritos

Para traçar um polígono regular circunscrito a

349
uma circunferência, divide-se
circunferência em n arcos (n > 2), e traça as
tangentes a circunferência nos extremos de
cada arco, como a figura abaixo:
Observe a figura abaixo:
Como polígonos regulares de mesma
quantidade de lados, inscrito e circunscrito
em uma circunferência são semelhantes, e o
apótema de um polígono regular circunscrito
em uma circunferência é o próprio raio dessa
circunferência, segue a seguinte propriedade:
L R
l a
Ou seja, para encontrar a medida do lado
do polígono regular de n lados circunscrito
em uma circunferência, precisamos saber
apenas o apótema e a medida do lado do
polígono de n lados inscrito na mesma
circunferência.
a EXERCÍCIOS
1) Dada uma circunferência de raio 10cm, calcule
as medidas:
a) do lado e do apótema do quadrado inscrito;
b) do lado e do apótema do triângulo
eqüilátero inscrito;
c) do lado e do apótema do hexágono regular
inscrito;
2) Calcule o lado do quadrado, de triângulo
eqüilátero e do hexágono regular circunscrito na
circunferência do exercício 1(um).
3) Calcule a área do hexágono regular inscrito e
circunscrito em uma circunferência de raio 5m.
4) Josiane quer utilizará um pentágono regular de
lado medindo 13cm e apótema 9cm. Além disso,
precisará de cinco triângulos isósceles congruentes
cuja altura mede 20cm. Determine a quantidade
mínima de cartolina para ela confeccionar a estrela
sem sobreposição.confeccionar uma estrela de
cinco pontas com uma cartolina. Para isso,
5) Um quadrado medindo 2 cm está inscrito em
uma circunferência. Determine a medida do lado de
um triângulo inscrito nesta mesma circunferência.
6) Sendo 12cm a medida do raio da circunferência,
calcule o lado e o apótema do hexágono inscrito a
circunferência.
7) Um quadrado medindo 2 cm está inscrito em
uma circunferência. Determine a medida do lado de
um hexágono inscrito nesta circunferência.
8) Calcule o lado e o apótema de um hexágono
regular inscrito numa circunferência de raio igual a
6cm.
350
9) Considere uma circunferência de 50mm
de diâmetro circunscrita a um quadrado. Ache
o apótema e o lado do quadrado.

10) Calcule o raio de uma circunferência

circunscrita a um hexágono regular cujo POLIEDROS E PRISMAS
apótema vale 5 3 cm. Denominam-se sólidos geométricos as figuras
geométricas do espaço. Entre os sólidos
geométricos faremos um estudo sobre os poliedros
e os corpos redondos. Nesta seção introduziremos
algumas propriedades dos poliedros e dos prismas
em particular.

Poliedros
Um sólido geométrico é denominado um
poliedro, se esse sólido é limitado por polígonos
planos que têm dois a dois um lado em comum.

Como exemplo;

Os polígonos que limitam o sólido são

denominados faces do poliedro.
A intercessão de duas faces, que é um segmento,
é denominada aresta do poliedro.
A intercessão de três faces, que é um ponto, é
denominada vértice do poliedro.

351
 Poliedro Convexo
Se todos os segmentos que vão de um
vértice a outro de um poliedro, estão
inteiramente na superfície que esse poliedro
limita, então o poliedro é convexo.
Assim o poliedro seguinte é convexo
Segundo a relação de Euler segue que:
Em todo poliedro convexo, o número de
aresta mais dois é igual ao número de vértices
mais o número de faces.
A+2=V+F
(relação de Euler)

Prismas
Os prismas são poliedros que é de fácil estudo, e
esse vai ser o assunto dessa unidade.
Alguns poliedros convexos possuem
nomes especiais de acordo com o número de Definição
faces: Os prismas são poliedros convexos que tem
Tetraedro; poliedro convexo com quatro duas faces paralelas e congruentes (denominadas
faces. bases), e as demais faces são paralelogramos
Pentaedro; poliedro convexo com cinco (denominadas faces laterais).
faces. Os poliedros abaixo são prismas:
Hexaedro; poliedro convexo com seis
faces.
Heptaedro; poliedro convexo com sete
faces.
Octaedro; poliedro convexo com oito
faces.
Icosaedro; poliedro convexo com vinte
faces.

Relação de Euler
Considere um poliedro convexo, onde
vamos chamar V o número de vértices, A o
número de arestas, F o número de face.
Assim no poliedro abaixo teremos:

Um prisma é reto quando as arestas laterais são

352
perpendiculares aos planos das bases. O faces laterais.
prisma heptagonal acima é reto, e o prisma
pentagonal acima não é reto, então se diz que
ele é obliquo.
Quando a base de um prisma reto é um
polígono regular então esse prisma é dito
regular.
Por exemplo, o prisma reto tendo como base
um triângulo eqüilátero é regular:

Área da Superfície e Volume

A altura de um prisma é a distancia entre
os planos que contém as bases. 3 3
3( )
2 9 3 2
Ab m
2 4

2
Al 3(3 .4 ) 36 m

Em um prisma vamos considerar:

9 3 2
AT 2 Ab Al ( 36 ) m
Área da base ( A b ) 2

È a área de uma das faces paralelas.

Área lateral ( A l ) 9 3 3
V Ab h .4 9 3m
É a soma de todas as áreas das faces 4
laterais.
Área total ( A t ) EXERCÍCIOS
É a soma das áreas das bases com a área
lateral, ou seja:
1) Determine a quantidade de vértices em um
AT 2 Ab Al
polígono convexo com 9 faces e 16 arestas.
Volume (V )
Se a altura de um prisma é h então o 2) Sabendo que em um poliedro convexo o número
volume desse prisma é igual ao produto da de aresta excede o número de vértice em 6
altura pela área da base, ou seja: unidades, determine o número de faces desse
poliedro.
V A b .h

3) Qual a quantidade de vértices de um poliedro

Exemplo: Em um prisma regular de base com três faces quadradas e duas faces triangulares?
triangular com aresta da base medindo 3m e
aresta lateral medindo 4m, temos:

A altura desse prisma é igual à aresta das

353
4) Calcule a área lateral de um prisma regular 10) Calcule o volume de um prisma quadrangular
de base pentagonal, com aresta da base regular de 25cm² de base sabendo que a medida de
medindo 5cm e altura do prisma de 10cm. sua altura é igual ao dobro da medida da aresta da
base.
5) Determine a área total e o volume de um
prisma reto, com 2m de altura, e de base
quadrangular, com aresta medindo 3m.

6) Um cubo é um prisma regular que tem

todas as faces, em um total de seis,
quadradas, e um objeto típico que tem sua
forma é o dado. Determine o volume, área
total e a diagonal de um cubo de aresta a.

7) Na figura abaixo, vemos uma piscina de 10

m de comprimento por 6 m de largura. Existe
uma parte rasa, com 1,20 m de profundidade,
uma descida e uma parte funda, com 2 m de
profundidade. Com as medidas que aparecem
no desenho, calcule o volume da piscina.

8) À razão de 25 litros de água por minuto,

quanto tempo será necessário para o
enchimento de uma piscina de 7m de
comprimento, 4m de largura e 1,5m de
profundidade?

9) Uma barra de chocolate tem a forma de um

prisma quadrangular reto de 12cm de altura.
A base tem a forma de um trapézio isósceles
na qual os lados paralelos medem 2,5cm e
1,5cm e os lados não paralelos medem, cada
um, 2cm. Qual o volume do chocolate?

354

SUBSTÂNCIAS PURAS,
MISTURAS
Todo material é formado por átomos. A
maneira como esses átomos se colocam, os
seus tipos e suas quantidades são o que
diferenciam em três os tipos de materiais que
conhecemos:
- Elemento químico
- Substância Pura
- Mistura ou Substância Impura
ELEMENTO QUÍMICO
É o conjunto de todos os átomos com o
mesmo número atômico (Z).
Por exemplo, o conjunto dos átomos que
possuem 6 prótons no núcleo, ou seja,
número atômico igual a 6 constituem o
elemento químico Carbono (C).
SUBSTÂNCIAS PURAS OU
ESPÉCIES QUÍMICAS
São aquelas formadas por um único tipo
de molécula.
Por molécula entende-se uma reunião de
átomos ligados entre si, que podem ser iguais
ou
diferentes. Logo, molécula de uma substância
pura é a menor porção desta substância que
mantém suas propriedades.
A menor porção da água , por exemplo,
apresenta 2 átomos de hidrogênio e um de
oxigênio, por isso, sua fórmula molecular é H2O.
As Substâncias Puras são subclassificadas em:
Substância Pura Simples
É formada por moléculas constituídas por um só
tipo de átomo, ou seja, formada por um único
elemento químico.
Ex: Oxigênio (O2), ozônio (O3), hidrogênio
(H2), enxofre (S8)
Substância Pura Composta
É formada por moléculas constituídas por mais
de um tipo de átomo, ou seja, formada por mais de
um elemento químico.
Ex: Ác.Clorídrico (HCl), amônia (NH3), água
(H2O), gás carbônico (CO2 ).
MISTURAS OU SUBSTÂNCIAS
IMPURAS
São substâncias formadas por dois ou mais tipos
diferentes de moléculas.
Ex: Água do mar, leite, vinagre, gasolina, ouro
18K (75% ouro e 25% cobre), aço (Fe e C), bronze
(Cu e Sn), latão (Cu e Zn), ar atmosférico, etc.
São classificadas em 2 grupos:
Mistura Homogênea
Apresenta aspecto uniforme ao ser examinada
tanto a olho nu, quanto ao ultramicroscópio.
Subdividida, todas as amostras, assim obtidas,
apresentam-se uniformes em relação a todas as
355
propriedades.
Ex: Vidro, água destilada, álcool 96ºGL,
açúcar, vinagre, ouro 18K

Mistura Heterogênea
São as misturas que não apresentam as
condições acima mencionadas. Além disso,
cada mistura heterogênea é composta por
fases; ou seja, cada material homogêneo que
compõe uma mistura heterogênea, é separado
por superfícies-limites bem definidas,
denominadas interfaces. EXERCÍCIOS
Ex: Água e óleo, leite, sangue, granito
1) Sobre o frasco abaixo diga:

CRITÉRIOS DE PUREZA
Uma substância é considerada pura
quando apresentar constantes físicas, isto é,
valores constantes de propriedades físicas.
Toda substância tem ponto de fusão, de a)O número de moléculas
ebulição e densidade constantes. Essas b)O número de átomos
constantes físicas são denominadas critérios c)O número de elementos químicos
d)Quantos tipos de moléculas há
de pureza da substância.
As misturas, ao contrário, não têm valores e)Trata-se de uma substância pura, pura composta ou
fixos de propriedades físicas. mistura?
Uma substância pura mantém temperatura
constante durante qualquer mudança de 2) (MACK-SP)- Relativamente às substâncias
estado físico. esquematizadas na figura, podemos afirmar que:
Nas misturas ocorre variação da
temperatura nestas transformações.

Substância Pura a) Todas são compostas.

Temperatura b) Todas são moléculas monoatômicas.
c) Todas são formadas por átomos que possu-
em o mesmo número atômico.
d) Somente uma delas é formada por átomos de
elementos químicos diferentes.
e) Somente uma delas é formada por átomos de
mesmo elemento químico.

3)(VUNESP-SP)- O rótulo de uma garrafa de água

Fusão Ebulição mineral está reproduzido a seguir:
Composição Química provável:
Tempo(minutos) Sulfato de cálcio 0,0038mg/l.
Bicarbonato de cálcio 0,0167 mg/l.
Mistura Com base nesses dados, podemos classificar
Temperatura a água mineral como:
a) substância pura.
b) substância simples.
c) mistura heterogênea.
d) mistura homogênea.
e) suspensão coloidal.
Fusão Ebulição
4)Assinalar a alternativa falsa:
Tempo(minuto) a) O sangue é uma mistura heterogênea.
b) As misturas são formadas por dois ou mais

356
componentes.
c) As misturas eutéticas se comportam
como
substâncias puras durante a fusão.
d) As misturas azeotrópicas se comportam
como substâncias puras durante a fusão.
e) A mistura de gases constitui sempre uma FENÔMENOS FÍSICOS E
ú- QUÍMICOS
nica fase.
5) (FUVEST-SP)- Bronze, ―gelo seco‖
(CO2 sólido) e diamante,são respectivamente:
a) mistura, substância simples e substância FENÔMENOS FÍSICOS
composta Alterações do estado da matéria (sólido, líquido
b) mistura, substância composta e e gasoso), fenômenos em que o retorno ao estado
substância original é fácil pois não houve alteração da
simples natureza do material.
c) substância composta, mistura e Exemplo: mudanças dos estados físicos.
substância
simples
d) substância composta, substância simples Estados Físicos da Matéria
e Existem 5 estados físicos da matéria já
mistura descobertos pelo homem, contudo os mais
e) substância simples, mistura e substância estudados e que você precisa ter conhecimento são
composta 3: sólido, líquido e gasoso. Eles se diferenciam
basicamente pelo grau de energia que suas
6) (UFRN)- A água mineral filtrada (sem partículas (átomos ou moléculas) apresentam
gás) é: resultando numa maior proximidade ou distância
a) uma substância pura entre elas. No sólido as partículas por estarem com
b) uma mistura heterogênea menos energia se apresentam mais próximas, muito
c) uma mistura homogênea coesas entre si, o que confere características como
d) uma substância composta dureza, forma definida e impenetrabilidade, já
líquidos e gases devido ao maior grau de agitação
7) O ar atmosférico filtrado é: dessas partículas, apresentam espaços entre elas, o
a) uma substância pura que confere características como ausência de
b) uma mistura volume definido, adotando o do recipiente que os
c) um elemento químico envolve e maior penetrabilidade.
d) de composição ignorada
e) um sistema heterogêneo

8) Obtêm-se misturas homogêneas, quando

se misturam, em qualquer proporção, água e:
a) álcool etílico
b) gasolina
c) dióxido de carbono
d) iodeto de sódio
e) oxigênio Mudanças de estado físico
Vale a pena relembramos os nomes das
GABARITO transformações do estado físico da matéria, veja a
figura abaixo:

2)d
3)d
4)d
5)b
6)c
7)b

357
 a) liquefação e solidificação
b) fusão e liquefação
c) condensação e sublimação
d) evaporação e fusão
e) solidificação e fusão

3)(UEL 2010) O fenômeno físico da sublimação

caracteriza-se pela transição do estado
a) sólido para o estado vapor.
b) vapor para o estado líquido.
c) sólido para o estado líquido.
d) líquido para o estado sólido.
e) líquido para o estado vapor.

Observe que cada vez que transformamos

o material de um estado para outro a sua GABARITO
direita (sólido para líquido ou líquido para
gasoso) ocorre ganho/absorção de
energia/calor, já quando vamos no sentido 1)b
contrário (de gasoso para líquido ou de 2)b
líquido para sólido) precisamos retirar energia 3)a
portanto a substância perde/libera energia.

FENÔMENOS QUÍMICOS
Alterações bruscas da natureza do material
original, formando novas substâncias com
propriedades químicas muito distintas do
material original, sendo difícil o retorno ao
estado de partida.
Exemplos: formação de ferrugem,
queima(combustão), liberação de gás
(efervecência) e formação de precipitados..

EXERCÍCIOS
1) (UNESP)- O naftaleno, comercialmente
co-
nhecido como naftalina, empregado para
evitar baratas em roupas, funde em
temperaturas superiores a 80ºC. Sabe-se que
bolinhas de naftalina, à temperatura
ambiente, têm suas massas constantemente
diminuídas, terminando por desaparecer sem
deixar resíduos. Esta observação pode ser
explicada pelo fenômeno da:
a) fusão
b) sublimação
c) solidificação
d) liquefação
e) ebulição

2) Podemos classificar como processos

endotérmico e exotérmico, respectivamente,
as mudanças de estado:

358

SEPARAÇÃO DE
MISTURAS I
A Química trabalha basicamente com
substâncias puras, porém, no ambiente, as
substâncias geralmente apresentam-se na
forma de misturas. Logo, é importante para
um químico saber como separar os
componentes de uma mistura. Esses
processos de separação também são
conhecidos como Análise Imediata ou
Processo de Fracionamento.
Separaçãos dos componentes
de mistura heterogênea
Catação
Procedimento mais comum, onde com a
própria mão pode-se separar componentes
bom de tamanho.
Ex: escolher grãos.
Filtração
A separação se faz através de uma
superfície porosa denominada filtro; o
componente sólido ficará retido sobre sua
superfície, separando-se assim do líquido que
o atravessa.
Pode ser utilizada na separação sólido e
gás ( Filtração sob Pressão Reduzida).
Ex: Separação de uma mistura de água e
areia.
Flotação ( Sedimentação
Fracionada)
Trata-se a mistura com um líquido de
densidade intermediária em relação às dos
componentes. O componente menos denso que o
líquido flutuará, separando-se assim do
componente mais denso, que se depositará. O
líquido empregado não deve, contudo, dissolver os
componentes.
Ex: Separação de uma mistura areia-serragem,
utilizando água.
O processo de flotação é muito usado em
mineração para separar a ganga (geralmente areia)
do minério.
Decantação
Deixa-se a mistura em repouso até que o
componente sólido tenha-se depositado
completamente. Remove-se, em seguida, o líquido,
entornando-se cuidadosamente o frasco, ou com
auxílio de um sifão (sifonação). Para acelerar a
sedimentação do sólido, pode-se recorrer à
centrifugação. A decantação é muito usada para
separar líquidos imiscíveis, onde se utiliza o funil
de decantação ou funil de bromo
Ex: Separação de uma mistura entre água e óleo.
Separação magnética
Com auxílio de um imã, pode-se separar
pedaços de metais de outros sólidos.
Liquefação
Separação de uma mistura gasosa. Resfria-se
continuamente a mistura; à medida que se atinge os
pontos de liquefação dos componentes, estes vão
passando para o estado líquido, sendo, daí,
facilmente isolados.
Ex: Separação de uma mistura de gás oxigênio
(PL = -183ºC) e gás nitrogênio (PL = -195ºC).
Levigação
Consiste em separar dois sólidos por meio de
uma corrente de água. Assim separa-se o ouro das
areias auríferas. Passando uma corrente de água
sobre a mistura, a areia é carregada enquanto o
ouro, que é mais denso, deposita-se.
359
 SEPARAÇÃO DE
MISTURAS II
SEPARAÇÃO DOS
COMPONENTES DE MISTURA
HOMOGÊNEA
Destilação Simples
Utilizada na separação dos componentes
das misturas homogêneas sólido-líquido.
Consiste em aquecer a mistura até a ebulição
do componente líquido, o qual se separa da
mistura sob a forma de vapor ,sendo resfriado
(condensação) em outro recipiente.
Ex: Dessalinização da água do mar.
Destilação Fracionada
Utilizada na separação dos componentes
das misturas homogêneas líquido-líquido.
Aquecendo-se a mistura em um balão de
destilação, os líquidos destilam-se na ordem
crescente de seus pontos de ebulição e podem
ser separados.
Ex: Separação do petróleo em seus
derivados como o óleo diesel, a gasolina e o
querosene.
Floculação
Com a adição de alguma substância chamada de
coagulante, capaz de se agregar com determinado
composto, formam-se pequenos flocos que acabam
por se depositar no fundo de um recipiente,
podendo ser removida por decantação
posteriormente.
Ex: tratamento de água com retirada de
partículas de areia, argila e impurezas.
Cromatografia
Separam-se compostos devido a afinidade de
cada fração, que podem permanecer paradas (fase
estacionária) ou serem arrastada pela passagem de
um líquido (fase móvel). A mais comum e barata é
feita em papel, onde compostos mais pesado, ou
que apresenta maior afinidade com o papel, tem
maior dificuldade de serem arrastados, sendo então
separados de compostos mais leves ou com menor
afinidade com o papel, que são mais facilmente
arrastados.
Cristalização
Consiste na evaporação/remoção de um solvente
de uma solução, restando o soluto cristalizado.
Ex: Separação do açúcar do caldo de cana, de
sal de uma solução salina.
360
 b) decantação
c) filtração
d) adição de mais água
e) adição de mais cloreto de sódio

4)O fracionamento do petróleo em várias fra-

ções de valor comercial é baseado no fato de que as
Liofilização frações têm diferentes:
Trata-se da remoção de água utilizando-se a) densidades
pressões muito baixas (vácuo) ao invés de um b) pontos de ebulição
aumento na temperatura ou uma desidratação c) viscosidades
comum. O processo consiste na sublimação d) afinidades pelo hidrogênio
do gelo para o estado de gasoso e remoção e) solubilidades em água
dessa ―água‖ de alimentos (café solúvel) ou
medicamentos, conferindo um grande 5)Considere os seguintes processos:
aumento no prazo de validade sem a I. Centrifugação
necessidade de refrigeração. Tal fenômeno é II. Decantação
semelhante à diminuição de cubos de gelo em III. Destilação fracionada
congeladores frost-free. No caso de IV. Filtração
alimentos, basta adicionar um pouco de água Quais desses processos constituem etapas
para esta ocupar os poros deixados onde se fundamentais do tratamento da água servida à
encontrava o gelo, retornando as suas população de Londrina?
características originais, fato muito útil para a) I e II
viajantes e astronaltas que não podem b) I e III
carregar muito peso/volume de mantimentos. c) II e III
d) II e IV
EXERCÍCIOS e) III e IV

6)(UEL-PR) A destilação fracionada pode ser

1)Como você separaria as seguintes misturas:
usada na separação dos:
a)água e areia
a) elementos químicos que compõe o cloro-
b)água com sal dissolvido
fórmio, CHCl3;
c)água e óleo
b) componentes da mistura azeotrópica água-
d)água e álcool
etanol;
e)água, areia e álcool
c) componentes do ar liquefeito;
d) sais minerais existentes na água potável;
2)(UFPE) – Relacione a coluna de cima com
e) metais que formam o latão (Cu e Zn).
a
de baixo, considerando a melhor técnica para
7)(PUC-MG)- O estudante no laboratório deve
se-
conhecer o material que vai usar, bem como o
parar as seguintes misturas:
seu emprego; é muito importante a maneira certa de
1) limalha de ferro e enxofre
usá-lo. Assinale a opção que corresponde à
2) óleo e água
descrição das aparelhagens de acordo com a
3) areia e naftaleno
seqüência descrita.
4) açúcar e sal
I. usa-se no preparo de soluções.
5) bronze (Cu e Sn)
II. tem uso para medir volumes fixos e preci-
( ) sublimação
sos.
( ) decantação
III. usa-se nas transferências de líquidos em
( ) imantação
filtrações simples.
( ) fusão fracionada
a) proveta, pipeta graduada, funil de decanta-
( ) cristalização
ção.
b) balão volumétrico, pipeta volumétrica, funil
Exercícios de Fixação
de vidro.
3)(CARLOS CHAGAS)- A separação dos
c) balão de destilação, erlenmeyer, becker.
componentes de uma solução aquosa
d) bureta, erlenmeyer, condensador.
homogênea de cloreto de sódio pode ser feita
e) tubo de ensaio, proveta, kitasato.
por:
a) destilação
361
8)Para separar da melhor maneira possível os
três componentes de uma mistura de areia
com solução aquosa de sal, devermos:
a) filtrar e destilar
b) destilar e filtrar
c) decantar e filtrar
d) filtrar e decantar
e) destilar e decantar
9)(UFOP-2009/1) Um aluno encontrou em
um laboratório três frascos contendo três
misturas binárias, conforme descrito a seguir.
1ª Mistura: heterogênea, formada por dois
sólidos
2ª Mistura: heterogênea, formada por dois
líquidos
3ª Mistura: homogênea, formada por dois
líquidos cujos pontos de ebulição diferem em
20 °C
Marque a alternativa que indica os
processos de separação mais adequados
para recuperar as substâncias originais na
1ª, 2ª e 3ª misturas, respectivamente.
a) filtração, decantação e destilação simples
b) evaporação, destilação simples
decantação
c) decantação, destilação simples e destilação
fracionada
d) sublimação, decantação e destilação
fracionada
e) evaporação, destilação francionada e
decantação
10)(UFG-2007) O esquema que segue refere-
se às etapas de tratamento do esgoto
doméstico:
Considerando-se as etapas I, II, III e IV, o
processo de tratamento de esgoto envolve,
respectivamente, as etapas de
a)filtração, filtração, catação e decantação.
b)decantação, filtração, fermentação e
filtração.
c)filtração, decantação, catação e filtração.
d)decantação, decantação, fermentação e
filtração.
e)filtração, decantação, fermentação e decantação.
11)(UEL 2010) O processamento para a obtenção
de vacinas inclui algumas técnicas de separação
como decantação, centrifugação e filtração, comuns
na etapa de esterilização.Com relação às técnicas
de separação, assinale a alternativa correta.
a) A filtração comum é realizada sob ação da
gravidade.
b) Em uma mistura contendo íons amônio e íons
sulfato, os íons são separados por decantação.
c) Em uma solução aquosa de açúcar, o açúcar
dissolvido na água é separado por centrifugação.
d) A decantação, a centrifugação e a filtração
utilizam filtros para a separação.
e) Em uma mistura de água e álcool etílico, estas
substâncias são separadas por decantação.
12)(UEL 2010) Uma indústria de fabricação de
objetos plásticos recebeu uma quantidade de
diferentes plásticos misturados, vindos de uma
cooperativa de reciclagem. Após investigação,
comprovou-se que a mistura era composta apenas
de três tipos de polímeros: polietileno (PE),
e policloreto de vinila (PVC) e poliestireno (PS).
13)Sabendo-se os valores das densidades dos
materiais puros na temperatura de trabalho, como
sendo: PE = 0,91 a 0,98 g=cm3; PS = 1,04 a 1,06
g=cm3 e PVC = 1,35 a 1,42 g=cm3, assinale a
alternativa que descreve um método capaz de
separar convenientemente todos os componentes
plásticos misturados.
a) Colocar os plásticos misturados em um tanque
com solução salina (d = 1,10 g=cm3), separar o
material que flutuou daquele que afundou.Recolher
a fração que foi ao fundo, secar e jogar em outro
tanque contendo água (d = 1,0 g=cm3), separando o
material que flutuou.
b) Colocar os plásticos misturados em um tanque
com água (d = 1,0 g=cm3), separar a fração que
flutuou.Recolher a fração que foi ao fundo, secar e
jogar em outro tanque contendo solução salina (d =
1,10 g=cm3),separando o material que flutuou
daquele que afundou.
c) Colocar os plásticos misturados em um tanque
com água (d = 1,0 g=cm3), separar a fração que foi
ao fundo. Recolher a fração que flutuou, secar e
jogar em outro tanque contendo solução salina (d =
1,10 g=cm3), separando o material que flutuou
daquele que afundou.
d) Colocar os plásticos misturados em um tanque
com água (d = 1,0 g=cm3), separar as três frações
de material: a que flutua, a que se encontra a média
distância do fundo e a que afundou.
362
e) Colocar os plásticos misturados em um
tanque com solução salina (d = 1,10 g=cm3),
separar as três frações de material: a que
flutua, a que se encontra a média distância do
fundo e a que afundou.
GABARITO
LIGAÇÕES QUÍMICAS I
3)a
4)b Introdução
5)d Existem átomos que, assim como os seres
6)b humanos, estão continuamente procurando um
7)a estado de maior segurança ou estabilidade. Esse
8)a estado é obtido, quando os átomos se unem, se
9)d ligam entre si, formando as moléculas ou os
10)e cristais.
11)a Por outro lado, existem átomos que,
12)b dificilmente, se combinam por já se apresentarem
estáveis, os chamados gases nobres.
Dois ou mais átomos fazem ligações químicas
entre si com o objetivo de completarem suas
camadas de valência, formando sistemas mais
estáveis, semelhantemente aos gases nobres, e
menos energéticos do que os iniciais.

CAMADA DE VALÊNCIA
COM 8 ELÉTRONS
ÁTOMO ESTÁVEL

REGRA DO OCTETO: Um átomo adquire

estabilidade quando possui 8 elétrons na camada
eletrônica mais externa, ou 2 elétrons quando
possui apenas a camada K.

ESTABILIDADE ELÊTRONICA = GÁS

NOBRE

Conheceremos na seqüência os principais tipos de

ligações químicas.

Ligação Iônica
A ligação iônica ocorre entre átomos que
apresentem características opostas: um possui
tendência de perder elétrons enquanto outro possui
tendência para ganhar. É como uma relação de
compra e venda, pois os elétrons são transferidos de
um átomo a outro de maneira definitiva.

363
 Átomos que têm de 1 a 3 elétrons na
camada de valência, os chamados metais,
perdem esses elétrons, tornando-se partículas
positivamente carregadas: cátions. Enquanto
isso, não metais e hidrogênio ganham esses
elétrons , tornando-se partículas
negativamente carregadas: ânions.
Cátions e ânions atraem-se, formando o
composto iônico. A força que prende os íons
no composto é de atração eletrostática.

METAIS

1,2 ou 3 elétrons Perdem

na CÁTIONS Observa-se que pela carga resultante da perda e
Elétrons ganho de elétrons, os íons se atraem e formam um
camada de retículo cristalino, grade ou cristal iônico na forma
valência de um cubo.
NÃO – METAIS
Formulação dos Compostos Iônicos
5, 6 ou 7 elétrons Ganham O número de íons que se unem é inversamente
na ÂNIONS proporcional às suas cargas (valências).
Elétrons Regra geral de formulação:
camada de
valência

Exemplo: Ligação entre sódio e cloro -

Cloreto de sódio (NaCl) Propriedades dos Compostos Iônicos
K L M As principais propriedades do compostos
Sódio: Z = 11 2 8 1 iônicos são uma conseqüência da intensa força de
Cloro: Z = 17 2 8 7 atração entre os íons de cargas opostas:
Sólidos à temperatura ambiente;
Possuem elevados pontos de fusão e ebulição;
Conduzem corrente elétrica somente em solução
aquosa ou após fusão, isto é, somente dissociados.
Se organizam na forma de cristais iônicos
rígidos que sofrem clivagem quando submetidos a
uma força.

Observe que:
Na (Z = 11) perde 1 e- , fica: 1s22s22p6
como o Neônio.
Cl ( Z = 17) ganha 1 e- , fica:
1s22s22p63s23p6 como o Argônio.
Ambos estáveis com 8 elétrons na camada de
valência
Ligação Metálica
É a ligação que se estabelece entre os átomos
dos metais. O retículo cristalino dos metais é
constituído pelos respectivos cátions envolvidos
por um mar de elétrons cedidos pelos átomos na
formação desses cátions. Esses elétrons não são
atraídos por nenhum núcleo em particular, são
apenas deslocados. Uma verdadeira nuvem
eletrônica liga o conjunto de cátions. Essa nuvem
tem grande mobilidade no conjunto; daí a alta
condutividade elétrica dos metais.

364
 LIGAÇÕES QUÍMICAS II

Os metais possuem 3 propriedades
características:
ductibilidade: capacidade de formar fios
maleabilidade: capacidade de formar
lâminas
condutibilidade: capacidade de conduzir
corrente elétrica.
Na formulação química usual, os metais
são representados por meio de seus símbolos,
não havendo referência à atomicidade, que é
indeterminada (não há, portanto, o índice).
Ligas Metálicas
São compostos que contêm dois ou mais
elementos em que pelo menos um deles seja
metal.
Ex: Bronze: Cu e Sn
Aço inox: Fé, C, Cr e Ni
Amálgama: Hg, Ag e Sn
Ouro 18K: Au, Cu e Ag
Ligação Covalente
A ligação covalente se baseia num
―emparelhamento de elétrons‖ ou
compartilhamento de um ou mais pares eletrônicos,
feito entre dois átomos ligantes (iguais ou
diferentes quimicamente), com o objetivo de
adquirir uma estrutura estável. A particularidade da
ligação é que essa ocorre entre átomos com
tendência para receber elétrons.
Tal ligação pode ser comparada a uma
sociedade em que cada sócio (átomo) contribui
com alguma parte (elétrons).
Como não há transferência de elétrons e sim,
compartilhamento, formam-se moléculas ao invés
de íons. Por isso, essa ligação é também chamada
de ligação molecular.

Esquematicamente, a ligação covalente pode ser

representada por:

ÁTOMOS A B
TENDÊNCIA Receber e- Receber e-
Hidrogênio Hidrogênio
Hidrogênio Ametal
Classificação
Ametal Ametal
Ametal Semimetal

Exemplo: Hidrogênio – Hidrogênio

365

A ligação molecular pode ser dividida em :
ligação covalente apolar
ligação covalente polar.
Ligação Covalente Apolar
Ocorre quando os dois átomos envolvidos
na ligação possuem a mesma
eletronegatividade, ou seja, átomos iguais.
Isso faz com que o par de elétrons fique
exatamente na metade da distância entre os
núcleos dos dois átomos, pois os elétrons são
atraídos por ambos os núcleos igualmente.
Ligação Covalente Polar
Ocorre quando há uma diferença de
eletronegatividade entre os átomos, o que
desloca o par de elétrons na direção do átomo
de maior força eletronegativa. Ocorre entre
átomos de elementos químicos diferentes.
Observação: alguns casos que contrariam a
regra do octeto.
Berílio: embora seja classificado como um
metal alcalino-terroso, ele não se comporta
como tal, isto é, fazendo ligações iônicas. Por
apresentar elevadas energias de ionização
para seus dois elétrons da camada de
valência, ele se estabiliza pelo
compartilhamento desses dois elétrons
através de duas ligações simples. Com isso,
se torna estável com quatro elétrons,
contrariando a regra do octeto, que não é
absoluta. Exemplo:
-
Boro: O Boro se estabiliza com 6 e em
sua camada de valência, compartilhando 3
pares eletrônicos (3 ligações simples).
Exemplo:
Ligação Covalente Dativa (Coordenada)
Esse tipo de ligação covalente ocorre quando
um dos átomos envolvidos já atingiu a estabilidade
e o outro átomo participante necessita ainda de dois
elétrons para completar a sua camada de valência.
A ligação covalente dativa pode ser indicada
por uma seta ( ) no sentido do átomo que está
estável para o que precisa compartilhar 2e-, e
também pode ser representada por um traço ( -- ),
pois não deixa de ser uma ligação covalente.
A característica marcante de tal ligação é que
nessa os 2 elétrons do par eletrônico são
provenientes do mesmo átomo e não cada um de
um átomo da ligação.
Esquematicamente:
ESPÉCIE ESPÉCIE
A B
estável necessita de 2e-
Exemplos: SO2, O3, CO, etc
Resumindo:
EXERCÍCIOS
1) (UFSM-RS)- Assinale verdadeira (V) ou falsa
(F) em cada uma das seguintes afirmativas:
( ) Em condições ambientes, os compostos iônicos
são sólidos que tem ponto de fusão altos.
( ) Nos compostos covalentes, a ligação ocorre por
compartilhamento de elétrons entre os átomos.
( ) A condutividade elétrica dos metais se explica
pela mobilidade dos elétrons na sua superfície.
( ) As ligações iônicas ocorrem entre átomos de
eletronegatividade semelhantes.
A seqüência correta é:
a) F-V-V-F.
366
b) F-F-F-V.
c) V-F-F-F.
d) F-V-F-V.
e) V-V-V-F.
2)Considere as configurações eletrônicas dos
seguintes elementos:
X- 1s2, 2 s2, 2p6, 3s1.
Y- 1 s2, 2 s2, 2p5
Z- 1s2, 2 s2, 2p6, 3 s2, 3p6.
V- 1 s2, 2 s2, 2p1.
Assinale a alternativa errada:
a) Os elementos Y e V formam composto de
fórmula VY3.
b) Os elementos X e Y formam um
composto iônico.
c) O elemento Z não efetua ligações com os
elementos da tabela.
d) O elemento V perde um elétron.
e) A proporção de ligação entre X e Y será
de um para um.
3)( UNISA) – Em um composto, sendo X o
cátion e Y o ânion, e a fórmula X2Y3 ,
provavelmente, os átomos X e Y no estado
normal tinham os seguintes números de
elétrons na última camada, respectivamente:
a) 2 e 3
b) 3 e 2
c) 2 e 5
d) 3 e 6
e) 5 e 6
4) Dadas as alternativas, pode-se afirmar que
são corretas:
a) a ligação iônica é também chamada ,
comumente, de ligação molecular.
b) os compostos iônicos são sólidos
cristalinos à temperatura ambiente.
c) quando ligamos sódio com flúor, a ligação
é, predominantemente, eletrovalente.
d) o cloreto de sódio puro é um excelente
condutor de eletricidade.
e) quando ligamos os átomos de um
elemento com Z =19 com átomos de Z = 17,
o composto formado terá alto ponto de fusão.
Exercícios de Fixação
5)São propriedades dos compostos iônicos:
a) ausência de retículo cristalino, baixa dureza,
pontos de fusão e ebulição baixos.
b) boa condutibilidade térmica e elétrica no estado
sólido.
c) elevada dureza, pontos de fusão e ebulição
elevados, ausência de retículo cristalino.
d) dureza baixa , pontos de fusão e ebulição baixos
e) retículo cristalino, elevada dureza, pontos de
fusão e ebulição elevados.
6)(UFES) – Considere os seguintes pares de
elementos químicos : Li e O, Ca e S, Mg e Br, Ba e
H. Os números de átomos de cada elemento, nos
compostos iônicos resultantes, são respectivamente:
a) 1:2, 1:1, 1:1, 2:1
b) 2:1, 1:1, 2:1, 2:1
c) 1:6, 2:6, 2:7, 2:1
d) 2:1, 1:1, 1:2, 1:2
e) 1:6, 1:3, 2:7, 1:2
7)Um elemento X com 6 elétrons de valência
forma, com o hidrogênio, o composto de fórmula:
a) HX2
b) HX
c) H2X
d) H3X
e) H4X
8)O que caracteriza fundamentalmente uma ligação
química covalente?
a) os elétrons são transferidos completamente de
um átomo para outro.
b) nunca envolve a presença do hidrogênio.
c) só ocorre entre dois átomos de carbono.
d) os elétrons são compartilhados entre os átomos.
e) os elétrons não participam da ligação.
9)Faça a combinação entre os elementos, indicando
as fórmulas eletrônica (Lewis), estrutural e
molecular.
Cloro 17Cl com:
- Cloro 17Cl
- Oxigênio 8O
- Nitrogênio 7N
- Carbono 6C
367
10)(U.CATÓLICA DE SALVADOR) – O
número total de elétrons compartilhados em
uma molécula de água é igual a:
a) 10
b) 8
c) 6
d) 4
e) 2
11)(UFES) – As ligações químicas
predominantes entre os átomos dos
compostos HI, NH3 e NaCl são,
respectivamente:
a) iônica, covalente, iônica
b) covalente, iônica, iônica
c) iônica, covalente, covalente
d) covalente, covalente, iônica
e) iônica, iônica, covalente
12)(UEL-PR)- Átomos de número atômico 3
e número de massa 7 ao reagirem com
átomos de número atômico 8 e número de
massa 16 o fazem na proporção, em átomos,
respectivamente, de:
a) 1:1, formando composto iônico.
b) 1:1, formando composto molecular.
c) 1:2, formando composto molecular.
d) 2:1 formando composto iônico.
e) 3:1, formando composto iônico.
13)(UFPE-PE)- Uma substância de
temperatura de fusão alta, dissolve em água,
isolante no estado sólido, mas condutora,
quando fundida ou em solução, pode ser:
a) Um composto covalente polar.
b) Um composto covalente apolar.
c) Um composto iônico.
d) Um metal alcalino.
e) Um polímero.
14)(UFF-RJ)- Para o estudo das relações
entre o tipo de ligação química e as
propriedades físicas das substâncias X e Y,
sólidas, foi realizado um experimento que
permitiu as seguintes constatações:
I. A substância X, no estado sólido, não
conduz a corrente elétrica, porém, no estado
líquido, a conduz.
II. A substância Y não conduz a corrente
elétrica no estado sólido nem no líquido.
Pode-se, então, concluir que:
a) As substâncias X e Y são covalentes.
b) As substâncias X e Y são iônicas.
c) A substância X é iônica a substância Y é
covalente.
d) A substância X é um metal.
e) A substância Y é um metal.
15)(UFMG-MG)- Um material tem as seguintes
características:
não apresenta brilho metálico;
é solúvel em água;
não se funde quando aquecido a 500 °C;
não conduz corrente elétrica no estado sólido;
conduz corrente elétrica em solução aquosa.
Com base nos modelos de ligação química, pode-se
concluir que, provavelmente, trata-se de um sólido:
a) Iônico.
b) Covalente.
c) Molecular.
d) Metálico
16)Sejam as seguintes substâncias:
I. Água.
II. Cloreto de sódio.
III. Gás Carbônico.
IV. Neônio.
São substâncias moleculares:
a) Todas.
b) Apenas I e IV.
c) Apenas I e III.
d) I, II e III.
e) Nenhuma das anteriores.
17)(UEL2010-2ªfase) Assinale a alternativa correta.
a) Se uma substância apresenta moléculas, ela deve
apresentar ligações iônicas.
b) Substâncias como o NaCl são formadas por
moléculas pequenas.
c) Substâncias como o NaCl são formadas por
moléculas pequenas e por muitas ligações iônicas.
d) Se uma substância apresenta moléculas, ela
apresenta ligações covalentes.
e) Substâncias como o NaCl são formadas por
muitas ligações covalentes.
GABARITO
1)e
2)d
368
3)d
4) f,v.v,f,v
5)e
6)d
7) c
8)d
9)...
10)d
11)d
12)d
13)c
14)c
15)a
16)c
17)d

369

PROPRIEDADES
COLIGATIVAS
Definição
São propriedades das soluções que
dependem apenas do número de partículas
(moléculas e/ou íons) dispersas na solução,
independente da natureza dessas partículas.
De acordo com esta definição, o que for
estudado para um tipo de soluto valerá para
todos os outros, o que constitui uma enorme
vantagem. Sobre a influência do número de
partículas, podemos torná-la clara com o
seguinte exemplo e a situação esquematizada
a seguir:
A primeira questão é: qual das soluções, 1 ou 2,
possui maior efeito coligativo?
Ora, se as duas soluções contêm o mesmo
número de partículas de soluto pela mesma
quantidade de solvente, ambas têm as mesmas
concentrações. Pela definição de propriedades
coligativas, o efeito produzido por estas adições
independe da natureza das partículas e só depende
do número de partículas dissolvidas. Portanto,
ambas as soluções possuem os mesmos efeitos
coligativos.
Seguindo esta linha de raciocínio, a solução 3
também deveria ter o mesmo efeito coligativo das
demais. Entretanto, este é praticamente duas vezes
maior. Segue a explicação.
Como o NaCl é uma substância iônica, quando
colocada em água sofre dissociação, segundo a
seguinte equação:
NaCl(s) → Na+(aq) + Cl-(aq)
Como se pode perceber, a cada partícula de
NaCl que se adiciona, resultam duas em virtude da
dissociação iônica, o que dobra o efeito coligativo.
Tendo este importantíssimo conhecimento, é
preciso definir agora a pressão máxima de vapor.
370
Pressão máxima de vapor de um
líquido
Imagine um cilindro munido de um
êmbolo totalmente apoiado em líquido
contido em seu interior.
Fatores que influenciam a pressão
máxima de vapor:
1 – Temperatura
Aumentando-se a temperatura, as partículas do
líquido se agitam mais e, em conseqüência o
líquido evapora mais intensamente, produzindo
então maior pressão de vapor.

Se elevarmos o êmbolo, criaremos um O gráfico abaixo mostra uma curva típica da

espaço vazio, e o líquido começara a relação entre pressão de vapor e temperatura.
vaporizar-se.
Figura A: inicialmente temos apenas
evaporação, pois ainda não existem
moléculas no estado de vapor.
Figura B: enquanto a velocidade de
evaporação se mantém constante, começa a
ocorrer a condensação de uma parte do vapor.
Figura C: após algum tempo, a velocidade
de condensação iguala-se a velocidade de
evaporação, e o sistema atinge um equilíbrio
dinâmico: a cada unidade de tempo, o
número de moléculas que passam para o
estado gasoso é igual ao número de moléculas 2 – Natureza do líquido
que retornam para a fase líquida. Líquidos mais voláteis que a água como, por
Logo a pressão de vapor ou pressão exemplo, o álcool comum, a acetona, etc...,
máxima de vapor é a pressão exercida pelo evaporam-se mais intensamente, resultando em
vapor quando este está em equilíbrio com o conseqüência maiores pressões máximas de vapor à
líquido correspondente. mesma temperatura.
Observação: O gráfico a seguir mostra as curvas de ebulição
Os sólidos também apresentam pressões em função da temperatura para três substâncias:
de vapor que, em princípio, são menores que acetona, álcool e água.
as pressões de vapor dos líquidos.

371
 Existem quatro efeitos, fenômenos ou propriedades
coligavas das soluções, que serão mencionadas a
seguir:

Tonoscopia ou tonometria
É o estudo do abaixamento da pressão máxima
de vapor do solvente, que é ocasionado pela adição
de um soluto não volátil.

Analisando melhor o gráfico constatamos

pela linha mais escura que a 56,10 ºC a
pressão de vapor da acetona é de 760 mm Hg,
a pressão de vapor do álcool é de 300 mm Hg
e da água é de aproximadamente 180 mm Hg. O gráfico a seguir mostra que a adição de
Tal analise implica que quanto mais volátil soluto no solvente puro provoca um aumento da
for um líquido, maior será a sua pressão de temperatura para que a solução atinja a mesma
vapor a uma mesma temperatura. pressão de vapor do solvente puro.
Logo a uma mesma temperatura temos em
ordem crescente de pressão de vapor: água <
álcool < acetona.

Pressão de vapor e ponto de

ebulição
Para que um líquido entre em ebulição, é
necessário que a pressão de vapor do líquido
seja igual à pressão atmosférica (é a pressão
que atua sobre a superfície líquida). Assim, a
temperatura na qual um líquido entra em
ebulição depende da pressão exercida sobre
ele. Ebulioscopia ou ebuliometria
Ao nível do mar, onde a pressão É o estudo do aumento da temperatura de
atmosférica é de 760 mm Hg (1 atm), a água ebulição de um líquido, ocasionada pela adição de
ferve 100 ºC. Isso quer dizer que a 100 ºC a um soluto não-volátil.
pressão de vapor da água é igual a 760 mm O aumento da temperatura de ebulição do
Hg (1 atm). solvente é uma conseqüência direta do abaixamento
O gráfico abaixo mostra a variação da da pressão de vapor, visto que, para qualquer valor
pressão de vapor da água com a temperatura. de temperatura, a pressão de vapor da solução é
menor que a do solvente puro. Veja o gráfico:

372
 Quando uma solução diluída está separada de
uma solução concentrada por uma MS, também
Crioscopia ou criometria ocorre osmose, isto é, o solvente passa da solução
É o estudo do abaixamento da diluída para a mais concentrada através da MS.
temperatura de congelamento de um líquido,
provocado pela adição de um soluto não-
volátil.
Enquanto a água pura congela a 0ºC, sob
pressão normal, uma solução, digamos de sal
comum em água, congelará abaixo de 0ºC,
sob mesmas condições. As fábricas de
sorvete, por exemplo, aproveitam-se desse
fenômeno. De fato, o tambor onde o sorvete é
fabricado gira dentro de uma solução
concentrada de sal em água (salmoura), que É possível impedir a osmose, isto é, impedir a
permanece em estado líquido mesmo a passagem do solvente para a respectiva solução
temperatura em torno de 20ºC abaixo de zero. através de uma MS, aplicando-se uma pressão
O gráfico a seguir mostra o abaixamento externa conveniente sobre a solução.
da temperatura de congelamento da água pela A menor pressão que, aplicada sobre uma
adição de um soluto não-volátil. solução, impede a osmose chama-se pressão
osmótica (π).

Esta pressão impede que a água invada o

compartimento

Osmose e pressão osmótica

Quando uma solução (de soluto não
volátil) está deparada do respectivo solvente
por uma membrana semipermeável (MS) há
passagem do solvente puro para a solução
através da MS. Este fenômeno é chamado de
osmose.

373
 EXERCÍCIOS
1) (UNICAMP-SP) As pressões de vapor dos
líquidos A e B, função da temperatura, estão
representadas no gráfico abaixo.
a) Sob pressão de 1,0 atm, qual a
temperatura de ebulição de cada um
desses líquidos?
b) Qual dos líquidos apresenta maior
pressão de vapor a 50ºC, e qual o valor
aproximado dessa pressão?
2) (UEL) Leia as afirmações referentes ao
gráfico que representa a variação da pressão
de vapor em equilíbrio com a temperatura.
I- As forças de atração intermoleculares das
substâncias apresentadas, no estado líquido,
aumentam na seguinte ordem: dietiléter < 2-
butanol < 1-butanol.
II- O ponto de ebulição normal é a
temperatura na qual a pressão de vapor do
líquido é igual à pressão de uma atmosfera.
III- A pressão de vapor de um líquido
depende da temperatura; quanto maior a
temperatura, maior a sua pressão de vapor.
IV- À medida que a pressão atmosférica
sobre o líquido é diminuída, é necessário
elevar-se a sua temperatura, para que a pressão de
vapor se iguale às novas condições do ambiente.
Dentre as afirmativas, estão corretas:
a) I, II e IV
b) I, III, e IV
c) I, II e III
d) II, III e IV
e) I, II, III e IV
3) (FATEC-SP) É prática nos países frios adicionar
etilenoglicol à água do radiador dos automóveis
durante o inverno.
Isto se justifica porque a água:
a) diminui seu pH.
b) diminui seu ponto de congelamento.
c) diminui seu ponto de ebulição.
d) aumenta sua pressão máxima de vapor.
e) aumenta sua pressão osmótica.
4) (UNESP-SP) A solução aquosa que apresenta
menor ponto de congelamento é a de:
a) CaBr2 de concentração 0,10 mol/L.
b) KBr de concentração 0,20 mol/L.
c) Na2SO4 de concentração 0,10 mol/L.
d) Glicose (C6H12O6) de concentração 0,50 mol/L.
e) HNO3 de concentração 0,30 mol/L (100%
ionizado).
5) (ITA-SP) Se duas soluções aquosas apresentam
o mesmo abaixamento da temperatura de
solidificação, podemos concluir que:
a) as duas soluções possuem a mesma
concentração.
b) as duas soluções possuem o mesmo número de
partículas de soluto por unidade de massa do
solvente.
c) as duas soluções possuem o mesmo número de
partículas de solvente.
d) as duas soluções são ambas iônicas ou ambas
moleculares.
e) nda.
374
 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
6) (UEL) Analise as afirmativas a seguir,
relacionadas às mudanças de estado físico da
água representadas na figura anterior.
I- A pressão de vapor depende do formato do
lago e da quantidade de água nele contida.
II- A uma determinada temperatura, ocorrerá a
evaporação da água do lago quando a pressão de
vapor da água no ar atmosférico for menor que a
pressão máxima de vapor.
III- A uma determinada temperatura, na
superfície do lago, ocorrerá equilíbrio entre os
efeitos de evaporação e condensação quando a
pressão de vapor d‘água no ar for igual à pressão
máxima de vapor.
IV- Com a elevação da temperatura, aumenta a
pressão máxima de vapor da água; logo, a
velocidade de evaporação cresce.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as afirmativas I, II e III são corretas.
b) Apenas as afirmativas I e III são corretas.
c) Apenas as afirmativas II e IV são corretas.
d) Apenas as afirmativas III e IV são corretas.
e) Apenas as afirmativas II, III e IV são
corretas.
7) (UNISA-SP) A pressão de vapor de um
líquido puro depende:
a) apenas da estrutura de suas moléculas.
b) apenas da massa específica do líquido.
c) apenas da temperatura do líquido.
d) da estrutura de suas moléculas e da
temperatura do líquido.
e) da estrutura de suas moléculas e do volume
do vapor.
8) (FUVEST-SP) Em um mesmo local, a
pressão de vapor de todas as substâncias puras
líquidas:
a) tem o mesmo valor à mesma temperatura.
b) tem o mesmo valor nos respectivos pontos
de ebulição.
c) tem o mesmo valor nos respectivos pontos
de congelamento.
d) aumenta com o aumento do volume de
líquido presente, à temperatura constante.
9) (CARLOS CHAGAS) Qual das propriedades
abaixo é comum a todos os líquidos?
a) transformarem-se em gases acima de 100ºC.
b) solidificarem abaixo de 0ºC.
c) formarem, entre si, misturas homogêneas.
d) ferverem à temperatura constante,
independentemente de serem puros ou não.
e) apresentarem pressões de vapor diferentes, a
temperaturas diferentes.
375
10) Em determinado local, a água pura, 02 - Diminuição do ponto de ebulição.
aquecida em um recipiente aberto, ferve a 90ºC. 03 - Diminuição do ponto de congelação.
Com base nisso, podemos concluir que neste 04 - Aumento da pressão máxima de vapor.
local: 05 - Abaixamento da pressão máxima de vapor.
a) a pressão do vapor da água é igual a 760
mm de Hg. 15) (UEL) Analise a imagem a seguir.
b) a pressão atmosférica deve ser igual a uma
atmosfera.
c) estamos acima do nível do mar.
d) estamos abaixo do nível do mar.

11) (UNESP-SP) A uma dada temperatura,

possui a menor pressão de vapor a solução
aquosa:
a) 0,1 mol/L de sacarose.
b) 0,2 mol/L de sacarose.
c) 0,1 mol/L de ácido clorídrico.
d) 0,2 mol/L de ácido clorídrico.
e) 0,1 mol/L de hidróxido de sódio.

12) (UNIP-SP) Temos três soluções:

A) uréia 0,2 mol/kg de solvente;
B) Na Cl 0,1 mol/kg de solvente;
C) HCl 0,1 mol/kg de solvente (considerado
totalmente ionizado)
Fonte: O Estado de São Paulo, São Paulo, 11 ago.
A relação entre os abaixamentos crioscópicos 2003. Caderno 2, p. 2.
é: Com base na tira e nos conhecimentos sobre
a) A = B = C o tema, considere as afirmativas a seguir.
b) A > B > C I- A sensação de secura na língua do
c) C > B > A personagem se deve à evaporação da água
d) B > A > C contida na saliva, em função da exposição da
e) C > A > B língua ao ar por longo tempo.
II- Sob as mesmas condições de temperatura e
13) (FUVEST-SP) As temperaturas de início de pressão, a água evapora mais lentamente que
solidificação de três soluções, A, B e C são, um líquido com menor pressão de vapor.
respectivamente, Ta, Tb e Tc. As soluções em III- Caso o personagem estivesse em um local
questão são aquosas, de mesma concentração com temperatura de –10ºC, a água contida na
em mol/L, e seus respectivos solutos são ácido saliva congelaria se exposta ao ar.
acético, cloreto de hidrogênio e sacarose. IV- Se o personagem tentasse uma nova
Assim, pode-se afirmar: experiência, derramando acetona na pele, teria
a) Ta = Tb = Tc uma sensação de frio, como resultado da
b) Ta > Tb >Tc absorção de energia pelo solvente para a
c) Tb > Ta = Tc evaporação do mesmo.
d) Ta = Tb > Tc Estão corretas apenas as afirmativas:
e) Tc > Ta > Tb a) I e II.
b) I e IV.
14. (UFSC) A adição de uma certa quantidade c) II e III.
de substância iônica não-volátil à água irá d) I, III e IV.
causar: e) II, III e IV.
01 - Aumento do ponto de congelação.

376

16) (UEL) A adição de um soluto não volátil a
um solvente dificulta sua ebulição e seu
congelamento. Isto pode ser útil na prática
quando, por exemplo, se pretende cozinhar um
ovo mais rápido ou então quando é necessário
evitar o congelamento da água do radiador de
carros em países muito frios. Considere as duas
soluções aquosas de NaCl, conforme o quadro,
e analise as afirmativas a seguir.
a) A solução B tem pressão de vapor menor
que a da solução A, na mesma temperatura.
b) As soluções A e B apresentam pontos de
ebulição menores que o da água pura.
c) Independentemente da quantidade de soluto,
as duas soluções apresentam o mesmo ponto de
ebulição.
d) A solução B entra em ebulição a uma
temperatura mais alta que a solução A.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e IV.
b) II e IV.
c) II e III.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
17) (UEL) Na mesma condição de pressão
foram preparadas as seguintes soluções. Em um
béquer (béquer 1) foram adicionados 1 kg de
água e 1 mol de sacarose (C12H22O11). A
mistura foi agitada dando origem a uma solução
1. Em outro béquer (béquer 2) foram
adicionados 1 kg de água e 1 mol de cloreto de
sódio (NaCl). A mistura foi agitada dando
origem a uma solução 2. Em outro béquer
(béquer 3) foram adicionados 1 kg de água e 1
mol de glicose (C 6H12O6). A mistura foi agitada
dando origem a uma solução 3. Com relação às
soluções contidas nos béqueres 1, 2 e 3 é
correto afirmar:
a) A diminuição do ponto de congelamento do
solvente na solução 1 é maior que na solução 3.
b) O aumento do ponto de ebulição do solvente
na solução 2 é menor que na solução 1.
c) A diminuição da pressão de vapor do
solvente da solução 2 é duas vezes maior que da
solução 1.
d) A diminuição da pressão de vapor do
solvente da solução 2 é igual ao da solução 3.
e) O aumento do ponto de ebulição do solvente
da solução 1 é duas vezes maior que da solução
3.
18) (UEL) A cafeína é um estimulante muito
consumido na forma do tradicional cafezinho.
O infuso de café, preparado pela passagem de
água fervente sobre o pó, contém inúmeras
espécies químicas, e o teor de cafeína (190
g/mol) é de 1,50 % (m/m) no café torrado e
moído. Em relação ao café preparado, é correto
afirmar:
a) Para requentar este café até a fervura, é
necessária uma temperatura superior à da
ebulição da água pura.
b) A temperatura de fervura do café preparado
é igual à da água pura quando está sob as
mesmas condições de altitude e,
conseqüentemente, sob a mesma pressão
atmosférica.
c) Como a concentração da cafeína é baixa, a
variação na temperatura de ebulição do
cafezinho preparado independe desta
concentração.
d) Pelo fato de os compostos estarem
dissolvidos no infuso, a temperatura para levá-
los à fervura será menor que a da água pura.
e) A temperatura requerida até a fervura do
infuso adoçado é menor que o isento de açúcar
sob a mesma pressão.
19) (UEL) A figura a seguir mostra dois
conjuntos com dois béqueres (A) e (B) com
soluções aquosas de mesmo soluto não volátil,
porém de concentrações diferentes. Os béqueres
estão colocados em um recipiente fechado.
Após algum tempo, o sistema atinge o
equilíbrio (sistema final) e observa-se que o
nível da solução contida no béquer (A)
aumentou e o nível da solução contida no
béquer (B) diminuiu.
377
 GABARITO

1) a) a = 65ºc e b = 75ºc
b) a pressão do líquido a é maior que a b,
sendo igual a aproximadamente 0,7 atm.
2) c
Com base na figura, considere as afirmativas 3) b
a seguir. 4) e
I- No início, a pressão de vapor da água no 5) b
béquer (B) é maior que a pressão de vapor da 6) e
água no béquer (A). 7) d
II- Inicialmente a solução no béquer (B) está 8) b
mais diluída que a solução no béquer (A). 9) e
III- A água é transferida, como vapor, da 10) c
solução mais concentrada para a solução mais 11) d
diluída. 12) a
IV- A pressão de vapor da água nos béqueres 13) e
(A) e (B) é menor que a pressão de vapor da 14) 03 e 05 corretos
água pura. 15) d
Estão corretas apenas as afirmativas: 16) a
a) I e II. 17) c
b) II e III. 18) a
c) II e IV. 19) d
d) I, II e IV. 20) a
e) II, III e IV.

20) (UEL) Um béquer A contém 100 ml de

água pura e um béquer B contém 100 ml de
solução saturada de água e cloreto de sódio. Os
béqueres são colocados sobre uma chapa de
aquecimento e seus conteúdos entram em
ebulição a pressão atmosférica. Em relação aos
líquidos contidos nos frascos A e B durante a
ebulição, é correto afirmar:
a) Os líquidos contidos nos béqueres A e B
apresentam a mesma pressão de vapor, mas as
temperaturas de ebulição são diferentes.
b) Os líquidos contidos nos béqueres A e B
apresentam a mesma pressão de vapor e a
mesma temperatura de ebulição.
c) Os líquidos contidos nos béqueres A e B
apresentam a mesma temperatura de ebulição,
mas as pressões de vapor são diferentes.
d) Os líquidos contidos nos béqueres A e B
apresentam temperatura de ebulição e pressão
de vapor diferentes.
e) A pressão de vapor do líquido contido no
recipiente B depende da quantidade de sal
dissolvido.

378
 TERMOQUÍMICA I

É o ramo da físico-química que estuda as Assim podemos escrever:

variações de energia que acompanham as
reações químicas ou mudanças no estado físico
de uma substância. A forma de energia mais No caso de uma reação química, o estado
abordada pela termoquímica é o calor, que é inicial corresponde aos reagentes, e o estado
medido em Joule ou Caloria. final corresponde aos produtos.
- joules (J) Assim para uma reação química temos:
- quilojoules (kJ)
- calorias (cal)
- quilocalorias (kcal)

Reação exotérmica
É aquela que libera calor ou onde o calor é
O calor liberado ou absorvido por uma considerado como produto de reação.
reação química recebe o nome de calor de Exemplo:
reação.
Os processos que liberam calor são
denominados exotérmicos, e os processos que
absorvem calor são denominados Graficamente:
endotérmicos.
Sob este aspecto, as transformações
químicas se dividem em:
Reações exotérmicas: liberam calor.
Reações endotérmicas: absorvem calor.

Entalpia (H)
Entalpia é a grandeza que indica o conteúdo
global de energia de um sistema, a pressão
constante.

Variação de entalpia (ΔH)

A variação de entalpia (ΔH) é a variação de
energia medida quando uma reação ocorre a
pressão constante.
O símbolo Δ indica variação, ou seja, a
diferença entre dois estados.

Reação endotérmica

É aquela reação que absorve calor ou onde o

calor é considerado como reagente.

379
Exemplo:
Graficamente:
Equação termoquímica
A equação termoquímica é a maneira mais
completa possível de se escrever uma equação
química, pois indica:
- os reagentes e os produtos;
- o estado físico dos reagentes e produtos;
- a variação alotrópica de cada substância que
participa da reação (no caso das substâncias
apresentarem alotropia);
- a temperatura em que ocorre a reação;
- a pressão em que ocorre a reação;
- o calor da reação, isto é, o ΔH da reação;
Exemplo:
H2(g) + ½ O2(g) → H2O(l) ΔH= -68 kcal (25ºC,
1atm)
A equação termoquímica acima deve ser
interpretada assim:
Quando um mol de hidrogênio gasoso reage
com meio mol de oxigênio gasoso, formando
um mol de água líquida, temos liberação de 68
kcal, se a reação for feita a 25ºC e 1 atm.
EXERCÍCIOS
1) (FGV-SP) Quando um nadador sai da água
em um dia quente com brisa, ele experimenta
um efeito de esfriamento. Por quê?
a) a água estava fria
b) a água em sua pele evapora
c) a temperatura do ar é mais baixa do que a
temperatura da água
d) nadador não se alimentou adequadamente
antes de nadar
e) o sol está encoberto
2) A análise da reação:
H2(g) + ½ O2(g) H2O + 68 Kcal
Permite concluir que:
a) a reação é endotérmica
b) a reação tem H positivo
c) a entalpia dos reagentes é maior que a dos
produtos
d) a entalpia dos reagentes é menor que a dos
produtos
e) a entalpia dos reagentes é igual a dos
produtos
3) Exemplifica um processo endotérmico, a:
a) formação de um iceberg a partir da água do
mar.
b) queima de uma folha de papel.
c) vaporização da água de uma piscina pela
ação da luz solar.
d) combustão da gasolina.
e) combustão dacelulose.
4) (Unesp-SP) Em uma cozinha, estão
ocorrendo os seguintes processos:
I- Gás queimando em uma das ―bocas‖ do
fogão.
II- Água fervendo em uma panela que se
encontra sobre esta ―boca‖ do fogão.
Com relação a esses processos, pode-se
estimar que:
a) I e II são exotérmicos.
b) I é exotérmico e II é endotérmico.
c) I é endotérmico e II é exotérmico.
d) I é isotérmico e II é exotérmico.
e) I é endotérmico e II é isotérmico.
380
5) A ―cal extinta‖ [Ca(OH)2] pode ser obtida c) absorve 1,4 x 106 J
6
pela reação entre óxido de cálcio (CaO) e a d) absorve 2,8 x 10 J
água, com e) absorve 5,6 x 106 J
conseqüente liberação de energia. O óxido de
cálcio, ou ―cal viva‖, por sua vez, é obtido por 8) (UFPE-UFRPE) Mediante o processo
forte aquecimento de carbonato de cálcio denominado fotossíntese, as plantas verdes
(CaCO3). As equações referentes às reações utilizam a energia solar para transformar o gás
são: carbônico e a água do meio ambiente em
I-CaO + H2O _ Ca(OH)2 + calor Carboidratos e oxigênio. Essa reação é
II- CaCO3 + calor _ CaO + CO2 conhecida como:
Identifique a afirmativa incorreta: a) endotérmica
a) A reação II é endotérmica. b) de composição
b) A reação II é uma reação de decomposição. c) exotérmica
c) A reação I é uma reação endotérmica. d) de dupla-troca
d) A reação total entre ―a cal extinta‖ e o ácido e) pirólise
sulfúrico (H2SO4) produz CaSO4 e água.
e) A reação entre a ―cal viva‖ e o ácido 9) (UERJ) Ao se dissolver uma determinada
clorídrico (HCl) produz CaCl2 e água. quantidade de cloreto de amônio em água a
25ºC, obteve-se uma solução cuja temperatura
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO foi de 15ºC. A transformação descrita
caracteriza um processo do tipo:
a) atérmico
6) (PUC-RJ) A equação termoquímica de
b) adiabático
formação da água é:
c) isotérmico
H2(g) + ½ O2(g)→ H2O(l) H = 68,30 Kcal
d) exotérmico
Na forma de 9g de H2O (l), há:
e) endotérmico
a) desprendimento de 68,30 Kcal (reação
exotérmica)
10) (UCSAL-BA) Exemplifica a ocorrência de
b) absorção de 68,30 Kcal (reação
transformação química endotérmica:
endotérmica)
a) a combustão da parafina
c) desprendimento de 34,15 Kcal (reação
b) a formação de cloreto de sódio a partir de
exotérmica)
Na(s) e Cl2(g)
d) absorção de 34,15 Kcal (reação
c) a dissolução de soda cáustica em água
endotérmica)
d) o metabolismo do açúcar no corpo humano
e) absorção de 68,30 Kcal (reação exotérmica)
e) a desidratação de um sal hidratado
Massa molar da água: 18g/mol

11) (PUCCAMP-SP) Nos Estados Unidos , em

7) (FUVEST) Considere a reação de
1947, a explosão de um navio carregado do
fotossíntese e a reação de combustão da glicose
fertilizante nitrato de amônio causou a morte de
representados abaixo:
cerca de 500 pessoas. A reação ocorrida pode
clorofila
ser apresentada pela equação:
6 CO2(g) + 6 H2O(l) C6 H12 O6(s) + 6
2NH4NO3(s) 2N2(g) + O2(g) + 4H2O(l) H
O2(g)
= -411,2 kJ
Nesse processo, quando há decomposição de
luz
C6H12O6(s) + 6 O2(g) 6 CO2(g) + 6 H2O(l) 1,0 mol do sal ocorre:
Sabendo-se que envolvida na combustão de a) liberação de 411,2 kJ
um mol de glicose é 2,8 x 106 J, ao sintetizar b) absorção de 4,11,2 kJ
½ mol de glicose, a planta: c) liberação de 305,6kJ
a) libera 1,4 x 106 J d) absorção de 205,6kJ
b) libera 2,8 x 106 J e) liberação de 205,6kJ

381
12) (UFG-GO) Apenas a Terça parte da energia
liberada pela oxidação da glicose é aproveitada
pelo organismo humano para atividades
musculares. Durante uma partida de futebol, um
atleta necessita de 24 kJ.
DADO:
C6H12O6 + 6 O2 → 6 CO2 + 6 H2O H = -
2.208kJ
Massa molar: C6H12O6 : 180g/mol
Determine a massa de glicose que deve ser
consumida para a realização do esforço.
13) (UEL) As bolsas térmicas consistem,
geralmente, de dois invólucros selados e
separados, onde são armazenadas diferentes
substâncias químicas. Quando a camada que
separa os dois invólucros é rompida, as
substâncias neles contidas misturam-se e ocorre
o aquecimento ou resfriamento. A seguir estão
representadas algumas reações químicas que
ocorrem após o rompimento da camada que
separa os invólucros com seus respectivos ΔHº.
Analise as reações e os valores
correspondentes de ΔHº e assinale a
alternativa que correlaciona,
adequadamente, as reações com as bolsas
térmicas quentes ou frias.
a) I. fria, II. quente, III. fria.
b) I. quente, II. fria, III. quente.
c) I. fria, II. fria, III. fria.
d) I. quente, II. quente, III. fria.
e) I. quente, II. quente, III. quente.
14) (UEL) O selênio, elemento presente na
composição do comprimido, pertence ao grupo
do oxigênio na tabela periódica. A tabela a
seguir, mostra os calores de formação e as
constantes de ionização de quatro substâncias.
Com base na tabela e nos conhecimentos
sobre o tema, considere as afirmativas a
seguir.
I- H2O é a substância mais estável.
II- Os gráficos que representam as entalpias de
formação do H2S e do H2Se em função do
caminho da reação, são:
I- Na formação das substâncias relacionadas na
tabela, a reação que absorve maior quantidade
de energia é a de formação do H2O.
II- Entre as substâncias relacionadas na tabela,
o H2Te é o ácido mais forte.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
15)(UEL) O etanol é obtido por um processo
denominado fermentação alcoólica, mediado
por leveduras. Considere um rendimento de
100% e a equação química que representa a
obtenção de etanol por fermentação a partir do
açúcar conhecido como sacarose:
C12H22O11(s) + H2O(l) → 4C2H5OH(l) +
4CO2(g) + energia
Com base no exposto e nos conhecimentos
sobre o tema, analise as afirmativas.
I- A fermentação alcoólica é um processo
exotérmico.
II- A fermentação de 1 mol de sacarose pura
extraída da beterraba produz menor quantidade
de energia que 1 mol de sacarose pura extraída
da cana de açúcar.
III- Um mol de sacarose produz na reação
aproximadamente 1, 44 × 1025 átomos de
hidrogênio.
382
IV- A fermentação de 1 mol de sacarose produz
apenas 22,4 litros de CO2(g) a 1 atm e 0 oC.
Assinale a alternativa que contém todas as
afirmativas corretas.
a) I e II.
b) I e III. TERMOQUÍMICA II
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV. Fatores que influenciam o valor
de ΔH

GABARITO - Quantidades de reagentes e produtos:

1) b
2) c
3) c
4) b
5) c
6) c - Os estados físicos de reagentes e produtos:
7) c
8) a
9) e
10) e
11) e
12) 5,87g
13) b
14) b
15) b

- Estado alotrópico de reagentes e produtos:

383
 Temos a seguir alguns exemplos, sempre a
25ºC e 1 atm:

H2(g) + ½ O2(g) 1H2O(l) Hº = - 68,5kcal/mol

H2(g) + S(r) + 2O2(g) 1 H2SO4(l) Hº= -195,4

kcal/mol

A forma alotrópica mais estável Entalpia de combustão de uma substância

apresenta menor entalpia. É a variação de entalpia verificada na
combustão total de 1 mol de uma determinada
substância. Por exemplo, a 25ºC e 1atm, temos:
Tipos de entalpia entalpia de combustão de metano (CH4):
Antes de mencionarmos os principais casos CH4(g) + 2 O2(g) CO2(g) + 2H2O(l) H = -
particulares das entalpias de reações, vamos 212,8
conceituar o estado padrão dos elementos e kcal/mol
compostos químicos.
Por convenção, chama-se estado padrão às OBS.: Sempre o H é negativo na entalpia de
seguintes condições: combustão, pois as reações de combustão são
temperatura de 25ºC ou 298 K. sempre exotérmicas.
pressão de 1 atm ou 760 mm Hg.
substância no estado físico mais comum. Energia de ligação
substância na forma alotrópica mais estável. Entalpia de ligação é a variação de entalpia
verificada na quebra de 1 mol de uma
Exemplos: determinada ligação química, supondo-se que
H2O(l) → padrão todas substâncias no estado gasoso a 25ºC e
H2O(g) → não é padrão 1atm.
O2(g) → padrão Exemplo:
O2(l) → não é padrão H - H ou H2(g) 2 H(g) H= 104,2kcal/mol
C(d) → não é padrão
c(g) → padrão Cl – Cl ou Cl2(g) 2 Cl(g) H = 57,9kcal/mol

As substâncias simples (H2, O2,...) no estado Existem ainda os casos de MOLÉCULAS

padrão tem entalpia igual a zero por POLIATÔMICAS. Seja por exemplo, o caso do
convenção. Evidentemente, as substâncias metano:
compostas (H2O, CaCO3,...) têm sempre CH4(g) C(g) + 4 H(g) H = 395,2 kcal
entalpias diferentes de zero, é a chamada Nesse exemplo, gastamos 395,2 kcal para
entalpia padrão de formação das substâncias, quebrar 4 ligações C - H; conseqüentemente,
que veremos a seguir: para quebrar cada ligação C - H iremos gastar
395,2 : 4 = 98,8 kcal por mol de ligações C - H.
Entalpia padrão de formação de uma
substância ( Hº) Lei de Hess
Entalpia de formação de uma substância é a Seja a seqüência de reações genéricas:
variação de entalpia (quantidade de calor A → B ΔH1 = - 10 kJ
liberada ou absorvida) verificada na formação B → C ΔH2 = - 15 kJ
de 1mol de uma determinada substância, a C → D ΔH3 = - 20 kJ
partir das substâncias simples correspondentes, Qual o valor do ΔH do processo
admitindo-se todas as substâncias no estado A → D ΔH4 = ?
padrão.

384
 Coloquemos todos esses processos em um
único diagrama de entalpia.
A análise desse diagrama torna evidente
que:
ΔH4 = ΔH1 + ΔH2 + ΔH3
ΔH4 = (-10) + (-15) + (-20) = - 45 kJ
Este raciocínio permite entender a lei de
Hess ou lei do estado inicial e final.
Propriedades da lei de Hess:
Primeira propriedade: O valor numérico do
ΔH de uma reação é diretamente proporcional a
quantidade (em massa ou mols) de reagentes e
produtos. O ΔH participa da estequiometria da
reação.
Exemplo:
1H2(g) + ½ O2(g) → 1H2O(l) ΔH = - 68 kcal
Multiplicando a equação por 2:
2H2(g) + 1O2(g) → 2H2O(l) ΔH = - 136 kcal
Segunda propriedade: a reação direta e a
reação inversa apresentam o mesmo valor de
ΔH em modulo, porém com sinal trocado.
Exemplo:
1H2(g) + ½ O2(g) → 1H2O(l) ΔH = - 68 kcal
1H2O(l) → 1H2(g) + ½ O2(g) ΔH = + 68 kcal
Terceira propriedade: Aditividade das
equações termoquímicas.
Exemplo: tomemos um caso em que a soma
de equações (etapas) permite o cálculo de um
ΔHcomb (etapa global).
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Calcular o ΔH do processo:
2Cgraf + 3H2(g) → C2H6(g),
sendo dados:
I – Cgraf + O2(g) → CO2(g) ΔH = - 94
kcal
II – H2(g) + ½ O2(g) → H2O(l) ΔH = - 68
kcal
III – C2H6(g) + 7/2 O2(g) → 2CO2(g) + 3H2O(l)
ΔH = -373 kcal
Resolução:
Queremos 2 mol de C graf no lado dos reagentes.
Logo, a equação (I) será multiplicada por 2.
Queremos, também, 3 mols de H2(g) no lado dos
reagentes. Logo, a equação (II) será
multiplicada por 3. Finalmente, queremos 1 mol
de C2H6(g) no lado dos produtos. Portanto, a
equação (III) será invertida.
Entropia
Para avaliar o "grau de desordem" de um
sistema, os cientistas imaginaram uma grandeza
denominada entropia.
Desse modo, há aumento de entropia na
distribuição do calor entre duas barras
metálicas, na fusão e evaporação de
substâncias, na expansão e mistura de gases, na
dissolução de sólidos em líquidos, na
decomposição química de uma substância etc.
Exemplos de transformações físicas com
aumento de entropia:
385
 C – Cl é 78,5 kcal/mol
H – Cl é 103,2 kcal/mol
A variação de entalpia ( H) do processo:
Com base na idéia de entropia, os cientistas CH4(g) + Cl(g) CH3Cl(g) + HCl (g) é:
formularam o segundo princípio da a) –20,3 kcal/mol
termodinâmica: b) +20,3 kcal/mol
"Uma transformação é espontânea isto é, c) –24,9 kcal/mol
processa-se sem ajuda de energia externa, d) +177,3 kcal/mol
quando há aumento de entropia‖. e) +338,5 kcal/mol
‗Outro enunciado do segundo princípio é:
―A entropia do universo tende a aumentar‖. 4) (UEL) A respiração celular é um processo
vital e ocorre por meio de reações químicas.
Um exemplo pode ser a conversão da glicose
em ácido pirúvico por meio da reação:
EXERCÍCIOS

1) (UEL) A pirolusita é um dos mais

importantes minérios que contêm o dióxido de
manganês (MnO2). Na indústria metalúrgica, o
manganês puro pode ser obtido por processo
térmico a partir da pirolusita, através da reação:
- 3MnO2(S) + 4Al(S) → 2Al2O3(s) + 3Mn(s)
- Entalpias de formação a 25ºC e 1atm em
KJ/mol: MnO2(S) = -521,0 ; 2Al2O3(s) = -1676,0
- Massa molar (g/mol) Mn = 55,0 Pode-se então afirmar que, na formação do
ácido pirúvico a partir de 1 mol de glicose,
Com base nessas informações, é correto há:
afirmar que na produção de 11,0 g de a) liberação de 492 kJ de energia.
manganês puro, a partir das entalpias de b) absorção de 492 kJ de energia.
formação das substâncias, ocorre: c) liberação de 1650 kJ de energia.
a) absorção de 358 kJ de energia d) absorção de 1650 kJ de energia.
b) liberação de 358 kJ de energia e) liberação de 5124 kJ de energia.
c) absorção de 119 kJ de energia
d) liberação de 119 kJ de energia 5) (UEL) O zinco metálico é obtido em
e) liberação de 146 kJ de energia indústria metalúrgica a partir do óxido de zinco,
um minério deste metal, conforme a reação
2) (UEL) Das alternativas abaixo, qual representada pela equação a seguir.
representa a mudança de estado físico que ZnO(s) + C (s) → CO (g) + Zn (s)
ocorre em conseqüência do aumento da entropia Analise as figuras a seguir, que fornecem dados
do sistema? para a obtenção de zinco metálico.
a) CO2(g) → CO2(s)
b) CO2(l) → CO2(g)
c) CH3OH(l) → CH3OH(s)
d) CH3OH(g) → CH3OH (l)
e) H2O(g) → H2O(l)

3) (UNISA-SP) Sabendo-se que a energia das

ligações:
C – H é 98,8 kcal/mol
Cl – Cl é 58,0 kcal/mol

386

Com base nos dados fornecidos, o ΔH da
reação de obtenção de Zn (s), em kJ/mol, é :
a) – 463
b) + 453
c) – 353
d) – 243
e) + 243
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
6) (UEL) No Brasil, são utilizados combustíveis
obtidos de diferentes fontes. Do petróleo são
extraídos, por exemplo, o propano, constituinte
do gás de botijão, e o n-octano, principal
constituinte da gasolina. Da cana de açúcar é
obtido o etanol, empregado como combustível
automotor. As equações termoquímicas de
combustão, não balanceadas, dos combustíveis
propano, n-octano e etanol são respectivamente
representadas por:
Com base nas fórmulas dos combustíveis e nas
equações, considere as afirmativas a seguir.
I- A soma dos coeficientes estequiométricos da
reação de combustão do etanol é 8.
II- 50 g de n-octano libera maior quantidade de
energia do que 100 g de propano.
III- O propano e o n-octano são hidrocarbonetos
saturados.
IV- O n-octano é aquele que libera maior
quantidade de CO2(g) por mol de combustível.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, III e IV.
Dados:
2C8H18(l) + 25O2(g) → 16CO2(g) + 18H2O(l)
ΔH0 = - 10.942 kJ
2CO(g) + O2(g) → 2CO2(g) ΔH0 = - 566,0 kJ
Assinale a alternativa que representa,
corretamente, a equação termoquímica de
combustão incompleta do n-octano.
a) 2 C8H18 (l) + 17 O2 (g) → 16 CO (g) + 18
H2O (l) ΔH0 = - 6.414 kJ.
b) 2 C8H18 (l) + 17 O2 (g) → 16 CO (g) + 18
H2O (l) ΔH0 = - 11.508 kJ.
c) 2 C8H18 (l) + 17 O2 (g) → 16 CO2 (g) + 18
H2O (l) ΔH0 = - 6.414 kJ.
d) 2 C8H18 (l) + 17 O2 (g) → 16 CO (g) + 18
H2O (l) ΔH0 = - 10.376 kJ.
e) 2 C8H18 (l) + 9 O2 (g) → 16 C (s) + 18 H2O
(l) ΔH0 = - 6.414 kJ.
8) (UEL) As figuras 1 e 2 representam dois
processos importantes envolvendo energia,
responsáveis pela manutenção da vida. Na
figura 1 a energia do Sol, ao atingir a superfície
da Terra, é a responsável por um processo
biológico denominado fotossíntese que
contribui para tornar o mundo habitável. A
figura 2 está representando o sistema digestivo
do ser humano. O aminoácido denominado
glicina é oxidado, no corpo humano, formando
uréia, dióxido de carbono e água.

A tabela a seguir fornece as entalpias padrão de

7) (UEL) Leia o texto a seguir e responda à
formação das substâncias envolvidas nos
questão.
processos representados nas figuras 1 e 2.
Se o suprimento de ar, na câmara de combustão
de um motor de automóvel, for insuficiente para
a queima do n-octano, pode ocorrer a formação
de monóxido de carbono, uma substância
altamente poluidora do ar atmosférico.

387
 b) 25 g.
c) 19 g.
d) 29 g.
e) 31 g.

10) (UEL) Imagine a situação em que você

precisou comprar gás GLP (Gás Liquefeito de
Petróleo) em uma distribuidora local. O
vendedor lhe ofereceu um botijão com 13 kg de
butano, alegando que sua capacidade calorífica
Com base nas informações dadas nas figuras 1
é maior (2.900 kJ.mol−1) e que compensa o
e 2, na tabela e nos conhecimentos sobre o
preço 20% mais caro do que o botijão contendo
tema, considere afirmativas a seguir.
13 kg de propano, que possui capacidade
I- A equação química que representa, de
calorífica de 2.200 kJ.mol−1.
maneira simplificada, o processo da figura 1 é
Dados: Massa molar do propano: 44 g/mol;
6CO2(g) + 6H2O(l) → C6H12O6(s) + 6O2(g)
Massa molar do butano: 58 g/mol
II- No processo representado pela figura 2, para
Com base nos conhecimentos químicos, na
a obtenção de 1 mol de uréia, deverá ocorrer a
proposta do vendedor e pensando em uma
oxidação de 1 mol de glicina.
compra mais vantajosa e/ou econômica,
III- A reação química representada na figura 2 é
considere F (falso) ou V (verdadeiro) para as
uma fonte de energia (calor) para o corpo.
afirmativas a seguir em relação às
IV- As quantidades de energia envolvidas nos
possibilidades mais adequadas.
processo representados nas figuras 1 e 2 são
( ) Comprar o botijão contendo butano, pois há
560 kcal/mol de glicose e 1306 kcal/mol de
nele 24% mais capacidade calorífica do que no
uréia.
botijão de propano.
Assinale a alternativa que contém todas as
( ) Comprar o botijão contendo propano, pois
afirmativas corretas:
em relação a sua capacidade calorífica, terá
a) I e II
custo menor.
b) I e III
( ) Negociar com o vendedor até que ele
c) II e IV
chegue a um percentual de 15% de acréscimo
d) I, III e IV
para o botijão de butano em relação ao botijão
e) II, III e IV
de propano, pois essa porcentagem vai ser
compensada pela maior capacidade calorífica
9) (UEL) A sacarose é um alimento importante
do butano.
para o ser humano. O metabolismo dos açúcares
( ) Propor pagar o mesmo valor em qualquer
envolve reações que são as fontes de energia
um dos dois botijões, pois ao final eles vão
para que a célula possa realizar os trabalhos
gerar a mesma quantidade de calor.
mecânico, elétrico e químico. O metabolismo
( ) Comprar o botijão contendo propano, pois,
de açúcares durante a respiração é representado
por possuir menor massa molar, na mesma
pela reação de combustão:
massa de 13 kg, proporcionará em comparação
C12H22O11(s) + 12O2(g) → 12CO2(g) +
com o butano, mais capacidade calorífica.
11H2O(l) ΔH <0
Assinale a alternativa que contém,
Dados: ΔHo(formação) C12H22O11 = −2222
respectivamente, a sequência correta.
kJ/mol; CO2 = −394 kJ/mol; H2O = −286
a) F, F, V, F e V.
kJ/mol
b) F, V, F, V e F.
Massas molares (g/mol): C = 12; O = 16; H =
c) F, V, V, F e V.
1.
d) V, F, V, F e F.
Qual a massa de sacarose necessária para a
e) V, F, F, V e V.
liberação de 314 kJ de energia?
a) 11 g.

388
11) (UEL) Leia o texto a seguir e responda à
questão.
Muitos explosivos são produzidos por meio de
misturas de substâncias. Já o perclorato de
amônio, o nitrato de amônio, o dinitrato glicol
etileno e o trinitrato glicerol são explosivos
puros. A tabela a seguir mostra as entalpias de
formação dos explosivos e as equações
químicas das reações que ocorrem com esses
explosivos.
Com base nas equações químicas e na tabela,
para 1 mol de cada explosivo, considere as
afirmativas a seguir:
I- O explosivo 2 libera maior quantidade de
energia que o explosivo 1.
II- O explosivo 3 é o que libera menor
quantidade de energia.
III- O explosivo 4 libera mais energia que a
soma das energias liberadas pelos explosivos 1,
2 e 3.
IV- Os explosivos que estão no estado sólido
liberam menor quantidade de energia que os
explosivos no estado líquido.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são
corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são
corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são
corretas.
12) (UEL)
Texto V
Essa Maria Fumaça é devagar quase parada
Ô seu foguista, bota fogo na fogueira
Que essa chaleira tem que estar até sexta-feira
Na estação de Pedro Osório, sim senhor
Se esse trem não chega a tempo
vou perder meu casamento
Atraca, atraca-lhe carvão nessa lareira
Esse fogão é que acelera essa banheira...
(KLEITON e KLEDIR. Maria Fumaça. Disponível
em: <http://letras.terra.com.br>. Acesso em: 15 set.
2009.)
Em relação à letra da música (texto V) e aos
conhecimentos sobre transformações físicas e
no trem Maria Fumaça, as reações químicas que
ocorrem dentro da caldeira estão descritas a
seguir:
Com base no texto V, nas equações químicas e
sabendo que a massa molar do carbono é 12
g/mol, analise as afirmativas.
I- A reação de decomposição do monóxido de
carbono em seus constituintes mais estáveis é
um processo que absorve energia.
II- Nas equações (1), (2) e (3) as energias dos
reagentes são menores que as energias dos
produtos.
III- Cinco toneladas de carvão no forno da
caldeira da Maria Fumaça fornecem
aproximadamente 1, 64 × 108 kJ de energia ao
se transformar em CO2(g).
IV- Os gases representados nas equações (1),
(2) e (3) apresentam estruturas lineares.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são
corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são
corretas.
e) Somente as afirmativas I, III e IV são
corretas.
GABARITO
1) d
2) b
389
3) c
4) a
5) e
6) c
7) a
8) b
9) c
CINÉTICA QUÍMICA I
10) b
Introdução
11) c
Na vida diária encontramos reações
12) e químicas mais lentas e mais rápidas:
- A explosão da dinamite ocorre em frações de
segundos;
- A digestão dos alimentos, em nosso
organismo, demora horas;
- O vinho leva vários dias para azedar e se
transforma em vinagre;
A formação do petróleo no interior da terra
demorou muitos séculos.
Sem dúvida é muito importante estudar a
velocidade (rapidez) das reações químicas.
Como exemplo, lembremos que se uma
indústria química conseguir acelerar suas
reações ela estará reduzido o tempo gasto com
produção, e tornando seu processo químico
mais econômico. Pois bem, o estudo da
velocidade das reações é exatamente o objetivo
da cinética química.

Velocidade das reações

A velocidade de uma reação é a relação
entre a quantidade consumida ou produzida e o
intervalo de tempo gasto para que isso ocorra.
Podemos, então, usar uma expressão para
o cálculo da velocidade média de uma reação:
n
Vm
t
Onde:
VM= velocidade média da reação
n= variação da quantidade em mols de um
componente
t= tempo gasto nessa variação

Exemplo: Consideramos a reação:

A+B C+D
realizando-se num sistema fechado.
Determinemos a quantidade em mols de C em
dois instantes:

390
t1= 10 min n1= 2 mols. NO2 + CO → NO + CO2
t2= 20 min n2= 3 mols. Cálculos revelam que cada molécula colide
cerca de 109 vezes por segundo com outras
A velocidade média será: moléculas. É sem dúvida um número
n n2 n1 3 mol 2 mol extraordinariamente elevado.
Vm Se todas essas colisões resultassem em
t t2 t1 20 min 10 min
formação de produto, essa reação aconteceria
Vm = 0,1mol/minuto
em uma fração de segundo, com uma
velocidade assustadoramente alta. No entanto
Em média, a cada minuto forma- se 0,1 mol
verifica-se que essa reação não apresenta
de C.
velocidade assim tão elevada. Dessa forma,
OBS: A velocidade média de uma reação pode
somos levados a concluir que nem todas as
ser calculada utilizando-se de várias grandezas,
colisões entre as moléculas de reagentes são
além do mol como massa, volume e
eficazes!
concentração.

Condições para que uma reação

ocorra
Para uma reação ocorrer, é necessário haver
Por que nem toda colisão é eficaz?
colisão entre as moléculas dos reagentes.
A formação de moléculas de produto a partir
Embora necessária, essa condição não é
da colisão das moléculas de reagentes passa por
suficiente.
uma situação intermediária denominada
No inicio do sec. XX uma teoria surge para
complexo ativado.
explicar as velocidades das reações químicas.

Teoria das colisões

Segundo a teoria das colisões para que uma
reação química ocorra são necessárias as
seguintes condições:
Notamos que só são eficazes aquelas
colisões que se dão com geometria favorável e
Condições fundamentais
levam ao complexo ativado. No entanto, se as
As condições fundamentais para que uma
moléculas colidirem em posições desfavoráveis,
reação ocorra são:
não haverá possibilidade de formar o complexo
Afinidade química entre os reagentes;
ativado.
As substâncias colocadas para reagir devem
No memento da colisão ocorre uma ruptura
possuir tendência para entrar em reação.
parcial de ligações químicas das moléculas
Contato entre os reagentes;
reagentes. A energia necessária para que se dê
As interações químicas são devidas aos
essa ruptura provém do movimento das
choques entre as partículas dos reagentes, e a
moléculas (energia cinética).
reação química passa a depender de duas outras
condições, ditas como acessórias.

Condições acessórias
Colisão entre as partículas
Geometria favorável na colisão

Colisões eficazes e não eficazes

Considere a seguinte reação ocorrendo em
um recipiente de 1 L e a 427ºC:

391
 EXERCÍCIOS

1) (FAAP-SP) Num dado meio onde ocorre a

reação N2O5 → N2O4 + ½ O2 observou-se a
seguinte variação na concentração de N2O5 em
função do tempo:

Calcule a velocidade média da reação no

intervalo de 3 a 5 minutos.

2) Considere o gráfico de entalpias de formação

apresentado a seguir:

Energia de ativação
Como acabamos de ver, apenas as moléculas
dotadas de energia suficiente conseguem, ao se
aproximar com geometria favorável, sofrer
colisões eficazes. Os químicos costumam
representar graficamente essa situação:

Com base nesse gráfico responda às questões:

a) Qual é a entalpia dos reagentes?
b) Qual é a entalpia dos produtos?
c) Qual é a entalpia do complexo ativado?
d) determine a energia de ativação da reação
direta e inversa.
e) Classifique a reação direta como endo ou
exotérmica.

Note que existe uma barreira a ser vencida 3) (PUC-SP) A velocidade de uma reação
para que as moléculas de reagente se química depende:
transformem em moléculas de produtos. Essa I- do número de colisões intermoleculares por
barreira é chamada de energia de ativação. unidade de tempo.
II- da energia cinética das moléculas que
colidem entre si.
III- da orientação das moléculas na colisão, isto
é, da geometria da colisão.
Estão corretas as alternativas:
a) I, II e III.
Cada reação possui um valor característico b) somente III.
de energia de ativação. Esse valor não depende c) somente II.
da temperatura nem da concentração de d) somente I e II.
reagentes. e) somente I.

392
4) (UFMG) A água oxigenada H2O2,
decompõe-se para formar água e oxigênio, de
acordo com a equação:
H2O2(l) → H2O(l) + O2(g)
A velocidade dessa reação pode Sr
determinada recolhendo-se o gás em um
sistema fechado, de volume constante, e Considerando que o gráfico representa a
medindo-se a pressão do oxigênio formado em cinética de uma reação, envolvendo as
função do tempo de reação. Em determinada substâncias genéricas A, B e C, pode-se dizer
experiência realizada a 25ºC, foram que ao participantes dessa reação, com o passar
encontrados os resultados mostrados no gráfico. do tempo, são:

Considerando o gráfico, pode-se afirmar que

a velocidade de decomposição da água
oxigenada: 7) (UC/MG) Uma reação química processa-se
a) é constante durante todo processo de conforme o gráfico abaixo:
decomposição.
b) aumenta durante o processo de
decomposição.
c) tende para zero no final do processo de
decomposição.
d) é igual a zero no início do processo de
decomposição. É incorreto afirmar que
e) não sofre nenhuma alteração durante o a) a passagem I é endotérmica.
processo de decomposição. b) a passagem II envolve a menor energia de
ativação.
c) a passagem III é a mais lenta.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO d) III libera mais calor que II.
e) a reação se processa em etapas.
5) (PUC-RS) Numa experiência, a reação de :
formação da amônia (NH3), a partir de H2 e N2,
está ocorrendo dom consumo de 12 mols de N 2
a cada 120 segundo. Nesse caso, a velocidade
de consumo de H2, é:
a) 6 mols/min.
b) 12 mols/min.
c) 18 mols/min.
d) 24 mols/min.
e) 36 mols/min.

6) (UFSM-RS) Dado o gráfico a seguir:

393
8) (Mackenzie-SP) Uma mistura de gasolina e
ar, à temperatura ambiente, praticamente na
reage. Entretanto, no motor de carros, em
presença de faísca elétrica, ocorre a combustão
da gasolina. Dessa constatação são feitas as
seguintes afirmações:
I- a faísca fornece a mistura energia necessária
para iniciar a reação.
II- a faísca é a única responsável pela
combustão da gasolina, uma vez que ela ocorre
mesmo em total ausência de ar.
III- a reação que ocorre é exotérmica.
IV- a faísca faz com que as moléculas de
oxigênio se separem do ar e reajam com a
gasolina.
Das afirmações feitas, somente são corretas:
a) I e IV.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I e III.
e) I, III e IV. 10) (ESAN-SP) considere a reação genérica:

9) (UFMG) Considere a reação entre pedaços

de mármore e solução de ácido clorídrico
descrita pela seguinte equação:
CaCO3(s) + 2H+(aq) → CO2(g) + H2O(l) + Ca2+(aq)
A velocidade da reação pode ser medida de cujo o diagrama energético é esquematizado
diferentes maneiras, representadas abaixo:
graficamente. Dentre os gráficos, o que
representa corretamente a velocidade dessa
reação é:

Com base neste diagrama, são feitas as

seguintes afirmações:
I- A reação R → P é exotérmica.
II- C representa a energia de ativação da reação
direta R → P.
III- O ponto X representa o complexo ativado
da reação.
Estão corretas as afirmações:
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) I ,II e III.

394
GABARITO

1) 0,01mol/L.min
2) a) -70 kJ
b) 100 kJ
c) 250 kJ
CINÉTICA QUÍMICA II

Fatores que alteram a velocidade

das reações
Quando dizemos que uma reação é lenta, ou
uma reação é rápida, na maior parte das vezes,
estamos nos referindo a ela nas condições
ambientais, isolada de qualquer fator externo.
No entanto, existem fatores que podem
tornar rápida uma reação lenta ou vice-versa.
Tais fatores devem ser usados da maneira que
mais convier para cada experiência. Citamos
aqui os mais importantes:

Superfície de Contato
Ao dissolvermos um pedaço de zinco numa
solução aquosa de ácido clorídrico, ocorre a
reação:
Zn(S) + 2HCl(aq) → ZnCl(aq) + H2(g)

Se ao invés de usarmos um ―pedaço‖ de

zinco, o tivéssemos pulverizado, a reação seria
efetivamente mais rápida.
Pulverizando-o, aumentamos sua superfície
de contato e, com isso, aumentamos a
velocidade da reação.

Natureza dos Reagentes

Em uma reação química, há necessidade de
rompimento de ligações nos reagentes, para a
conseqüente formação de novas ligações nos
produtos. Quanto maior for o número e a força
dessas ligações a serem quebradas, mais difícil
e, portanto mais lenta será a reação.
Exemplo:
I – 2NO + O2 → 2NO2 (reação moderada a
20ºC)
II – CH4 + 2O2 → CO2 + 2H2O (muito lenta a
20ºC)
No caso II; há mais ligações a serem rompida
Estado de agregação dos reagentes

395
 Como regra geral, os gases reagem mais fácil
e rapidamente que os líquidos, e estes mais
rapidamente que os sólidos.
Isso ocorre porque as moléculas dos gases se
movimentam com mais rapidez e liberdade,
ocorrendo, portanto, muito mais choques e,
conseqüentemente, a reação tende, em geral, a
ser mais rápida.
Luz
Muitas reações são aceleradas pela presença
de luz. São as chamadas reações fotoquímicas.
Em muitas delas, nota-se a presença de um
reagente colorido, o chamado componente
fotoquimicamente ativo.
Exemplo:
H2 C 2 2 HC 
O C2 é amarelo-esverdeado.
Temperatura
Um aumento de temperatura aumenta a
energia cinética das moléculas. Aumentando a
sua energia, as moléculas irão se movimentar-
com maior velocidade. Haverá um número
maior de choques. Tais choques serão mais
violentos e, evidentemente, ocorrerá um
aumento na velocidade da reação.
Tal regra, embora dê uma idéia acerca da
influência da temperatura na velocidade de uma
reação, deve ser usada com muito cuidado.
Pressão
O fator pressão só vai influenciar, de
maneira significativa, na velocidade de reações
em que pelo menos um dos reagentes estiver no
estado gasoso.
Numa reação entre gases, um aumento de
pressão ocasionará um aumento na
concentração (as partículas passarão a ocupar
um espaço menor, aumentando, dessa maneira,
o número de choques entre elas).
Concentração de reagentes
Aumentar a concentração dos reagentes em
uma reação significa aumentar a quantidade de
reagentes por unidade de volume. Quanto maior
for o número de partículas reagentes, maior será
o número de choques entre elas. Com o
aumento do número de choques, aumenta a
velocidade da reação.
Catalisador
O catalisador é uma substância que aumenta
a velocidade de uma reação química sem ser
efetivamente consumida no processo.
Catálise é o nome dado ao aumento da
velocidade provocado pelo catalisador.
A catálise pode ser:
Catálise homogênea: é a catálise em que os
reagentes e o catalisador constituem uma só
fase.
Exemplo:
NO 2 ( g )
2SO2(g) + O2(g) 2SO3(g)
Catálise heterogênea: é aquela em que os
reagentes e o catalisador formam um sistema
heterogêneo.
Exemplo:
MnO 2 ( s )
2H2O2(l) 2H2O(l) + O2(g)
Mecanismo energético do catalisador
O catalisador diminui a energia de
ativação da reação (diminui a barreira, oferece
um caminho mais curto, mais rápido, para a
reação).
396

Obs.: Note que a variação de energia da reação
(ΔH), não mudou com ou sem catalisador.
Os catalisadores:
diminuem a energia de ativação de uma
reação.
não alteram o ΔH.
não são consumidos.
agem em pequenas quantidades.
biológicos são denominados enzimas.
Lei de velocidade
Seja a seguinte reação genérica:
aX + bY → produtos
sua lei de velocidade é dada pela seguinte
expressão:
v = k . [X]m. [Y]n
no qual:
v = velocidade da reação.
k = constante de velocidade (característica da
reação e da temperatura).
[X] e [Y] = concentração molar dos reagentes X
e Y.
m e n = ordem da reação (determinados
experimentalmente).
Lei de velocidade para reações elementares
Reações elementares são reações que
ocorrem em uma única etapa.
A lei de velocidade para reações
elementares obedecem a outra lei chama de Lei
de Guldberg Waage:
―A velocidade de uma reação elementar é
diretamente proporcional ao produto da
concentração dos reagentes, quando estas estão
elevadas a expoentes, que são os seus
coeficientes nas reações".
Dada a equação elementar:
aA + bB → cC + dD
aplicando a Lei de Guldberg Waage sua
expressão de lei da velocidade é a seguinte:
v = K. [A]a . [B]b
Observe outra equação genérica:
2A + B produtos
2
v= k . [A] . [B]
Assim:
- dobrando-se [A] e mantendo-se [B], v
quadruplica;
- mantendo-se [A] e dobrando-se [B], v duplica;
- dobrando-se [A] e [B] simultaneamente, a
velocidade da reação fica oito vezes maior.
Numa tabela, teríamos:
A velocidade de uma reação em razão das
concentrações é determinada na pratica.
Lei de velocidade para reações não-
elementares
Na prática observa-se que a maioria das
reações ocorre em várias etapas, cada uma com
a sua velocidade.
Reação não-elementar é uma reação que
desenvolve em duas ou mais etapas distintas.
A velocidade da reação não-elementar é
determinada pela velocidade da etapa mais lenta
e será proporcional apenas as concentrações dos
reagentes que participam da etapa lenta.
A etapa lenta é a etapa determinante da
velocidade da reação.
397
 Como exemplo, veja a equação da reação do fator que determina a diferença de velocidades
dióxido de nitrogênio e monóxido de carbono: da reação é:
NO2(g) + CO(g) → NO(g) + CO2(g) a) a pressão.
b) o catalisador.
que se desenvolve segundo as etapas: c) o estado físico.
d) a concentração.
e) a superfície de contato.

4) (POUSO ALEGRE) Dado o diagrama

A velocidade da reação global será

determinada pela velocidade da 1ª etapa, que é
a etapa mais lenta. Assim, a expressão da
velocidade da reação global será:
v = k . [ NO2]2
que corresponde à expressão da velocidade da
etapa mais lenta.

EXERCÍCIOS A energia de ativação em kcal/mol, para a

reação inversa:
1) (CARLOS CHAGAS) Um catalisador age C+D A + B,
sobre uma reação química: Em presença de um catalisador positivo é:
a) aumentando a energia de ativação da a) 20
reação. b) 60
b) diminuindo a energia de ativação da reação. c) 45
c) diminuindo a variação de entalpia da d) 25
reação. e) 15
d) aumentando o nível energético dos
produtos. 5) (UNITAU) Na reação de dissociação
e) diminuindo o nível energético dos térmica do HI(g), a velocidade de reação é
reagentes. proporcional ao quadrado da concentração
molar do HI. De triplicarmos a concentração do
2) (UFMG) Na cinética de uma reação, o HI, a velocidade da reação:
aumento da temperatura provoca o aumento de a) aumentará 6 vezes.
todas as seguintes grandezas, exceto: b) aumentará 9 vezes.
a) energia de ativação. c) diminuirá 6 vezes.
b) energia do sistema. d) diminuirá 9 vezes.
c) número de colisões entre as moléculas dos e) diminuirá 3 vezes.
reagentes.
d) velocidade média das moléculas. 6) (UEL) O ozônio próximo à superfície é um
e) velocidade da reação. poluente muito perigoso, pois causa sérios
problemas respiratórios e também ataca as
3) (UERJ) Quando se leva uma esponja de aço plantações através da redução do processo da
à chama de um bico de gás a velocidade da fotossíntese. Um possível mecanismo que
reação de oxidação é tão grande que incendeia o explica a formação de ozônio nos grandes
material. O mesmo não ocorre ao se levar uma centros urbanos é através dos produtos da
lâmina de aço à chama. Nessas experiências, o

398
poluição causada pelos carros, representada
pela equação química a seguir:
Estudos experimentais mostram que essa reação
ocorre em duas etapas:
de monóxido de carbono, uma substância
altamente poluidora do ar atmosférico.
Dados:
2 C8H18 (l) + 25 O2 (g) → 16 CO2 (g) + 18 H2O
(l) ΔH0 = - 10.942 kJ
2 CO (g) + O2 (g) → 2 CO2 ΔH0 = - 566,0 kJ

Os dados experimentais para a velocidade de

reação, v, indicados no quadro a seguir, foram
De acordo com as reações apresentadas, obtidos a partir dos resultados em diferentes
a lei da velocidade é dada por: concentrações de reagentes iniciais para a
a) v = k [O2] [O] combustão do monóxido de carbono, em
b) v = k [NO2] temperatura constante.
c) v = k [NO2] + k [O2] [O]
d) v = k [NO] [O3]
e) v = k [O3]

EXERCÍCIOS PROPOSTOS A equação de velocidade para essa reação pode

7) A decomposição da água oxigenada,
conforme se pode observar no gráfico, ocorre
em 3 etapas distintas, genericamente
representadas pelas curvas a, b e c.
ser escrita como v = k [CO] m[O2]n, onde m e n
são, respectivamente, as ordens de reação em
relação aos componentes CO e O2. De acordo
com os dados experimentais, é correto afirmar
que respectivamente os valores de m e n são:
a) 1 e 2
b) 2 e 1
c) 3 e 2
d) 0 e 1
e) 1 e 1

Analisando-se o gráfico, pode(m)-se afirmar: 9) (PUC-RIO) As velocidades iniciais da

I- as etapas a e b são lentas e c é rápida. decomposição do aldeído acético (CH 3CHO)
II- c é a etapa determinante da velocidade da forem medidas para as concentrações iniciais de
reação. 0,10 mol/L e 0,20 mol/L e apresentaram os
III- o processo de decomposição da água valores de 0,02mol/L.s e 0,08 mol/L.s,
oxigenada é endotérmico. respectivamente. A ordem da reação em relação
ao aldeído acético é:
Está(ão) correta(s): a) 1/2
a) III apenas. b) 1
b) IV apenas. c) 2
c) II e IV apenas. d) 3/2
d) I e III apenas. e) 3
e) I, II e III apenas.
10) (PUC-MG) A reação:
8) (UEL) Leia o texto a seguir e responda à NO2(g) + CO(g) CO2(g) + NO(g)
questões. ocorre em duas etapas:
Se o suprimento de ar, na câmara de combustão I- 2 NO2(g) NO(g) + NO3(g) (lenta)
de um motor de automóvel, for insuficiente para II- NO3(g) + CO(g) CO2(g) + NO(g) (rápida)
a queima do n-octano, pode ocorrer a formação A lei de velocidade para reação é:

399
a) v = k [NO2]2
b) v = k [NO2]2 [CO]
c) v = k [NO3] [CO]
d) v = k [NO2] [CO]
e) v = k [NO2]2 [NO]
11) (UEL) As reações químicas podem ocorrer
com absorção ou com liberação de energia.
Considere o gráfico a seguir que representa a
variação de energia para a transformação do
reagente A nos produtos B e C.
A partir da análise do gráfico, é correto
afirmar:
a) Essa é uma reação de síntese, endotérmica,
cujo abaixamento da energia de ativação,
pela adição do catalisador, é igual a X.
b) O ΔH para esta reação exotérmica é dado
por X e a energia de ativação é dada por W.
c) O valor do ΔH, na presença do catalisador,
é X, e na ausência dele é W.
d) O valor da energia de ativação é
independente da presença ou ausência de
catalisador.
e) Essa é uma reação de decomposição,
endotérmica, cujo valor da energia de
ativação, sem a presença de catalisador, é
igual a Z.
12) (PUC-MG) Considere a seguinte reação
química:
N2(g) + O2(g) 2NO2(g)
em que a velocidade da reação obedece à
equação: v = k [N2] [O2]2.
Triplicando a concentração mol/L de gás
nitrogênio e duplicando a concentração mol/L
de gás oxigênio e mantendo as demais
condições, nota-se que a velocidade da reação:
a) permanece constate.
b) triplica.
c) aumenta seis vezes.
d) aumenta nove vezes.
e) aumenta doze vezes.
13) (UEL) A investigação do mecanismo de
reações tem contribuído na compreensão de
muitos processos químicos desenvolvidos em
laboratório de pesquisa. A reação genérica
A→D é uma reação não elementar e seu
mecanismo está representado no gráfico a
seguir:
Analise o gráfico e assinale a alternativa
correta.
a) A etapa C → D é a determinante da
velocidade da reação A→D.
b) Na reação A → D estão envolvidas quatro
reações elementares.
c) No decorrer da reação ocorre a formação de
seis substâncias intermediárias.
d) A expressão da velocidade da reação A →
D é v = k [A].
e) As substâncias B e C são catalisadores da
reação A → D.
14) (UNITAU) Seja a reação de decomposição:
2N2O5 → 4NO2 +O2
Podemos afirmar que
a) a velocidade da reação pode ser calculada
pela expressão v = k[N2O5]2.
b) a velocidade da reação pode ser calculada
na forma: v = k[NO2]4 . [O2] . [N2O5]2.
c) a ordem global da reação é 5.
d) é uma reação endotérmica, por causa do O2.
e) é uma reação exotérmica, por causa do
NO2.
15) (UEL) As figuras X, Y e Z mostram três
gráficos de energia em função do progresso da
reação. Estas figuras estão representando três
reações: R1→ P1; R2→ P2 e R3→ P3.
400
 a) A adição de catalisador aumenta a
constante de equilíbrio de uma reação
química.
b) O catalisador deve ter a mesma fase dos
reagentes.
c) A equação de velocidade de uma reação
química independe da concentração do
catalisador.
d) A presença do catalisador altera as
concentrações das substâncias em equilíbrio.
e) Na catálise heterogênea, a adsorção do
reagente na superfície do catalisador torna mais
fácil a transformação dos reagentes em
produtos.

17) (UFF) Considere a reação:

M(g) + N(g) O(g)
Com base nas informações contidas nos Observa-se, experimentalmente, que, dobrando-
gráficos, considere as afirmativas a seguir: se a concentração de N, a velocidade de
I- A energia de ativação da reação R1→P1 é formação de O quadruplica e, dobrando-se a
menor que a energia de ativação da reação concentração de M, a velocidade da reação não
R3→P3. é afetada.
II- Dentre as reações representadas em X e Z, a A equação da velocidade desta reação é:
reação R3→ P3 é a mais lenta. a) v = k [M]2
III- O valor da energia de ativação das reações b) v = k [N]2
representadas nas figuras X, Y e Z depende das c) v = k [M]
concentrações de R1, R2 e R3. d) v = k [M] [N]
IV- Dentre as três reações, a reação R2→P2 é a e) v = k [M] [N]2
que libera maior quantidade de energia.
Assinale a alternativa correta. 18) (PUC-RJ) Dados experimentais sobre a
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. reação do brometo de t-butila com hidroxila, a
b) Somente as afirmativas I e III são corretas. 55ºC:
c) Somente as afirmativas III e IV são (CH3)3CBr + OH- (CH3)3COH + Br
corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são
corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são
corretas.

16) (UEL) Um especialista na área de química

industrial afirmou que ―a cada ano se fabricam,
com auxílio de catalisadores sintéticos, mais de
um trilhão de dólares em mercadorias. Sem
esses catalisadores, haveria falta de
fertilizantes, produtos farmacêuticos, de
combustíveis e de solventes. Na realidade, em Indique a opção que contém a expressão da
90% de todos os bens manufaturados os velocidade da reação:
catalisadores são usados em alguma etapa de a) v = k [(CH3)3CBr]
sua produção‖. Sobre catalisadores, é correto b) v = k [OH-]
afirmar: c) v = k [(CH3)3CBr]2 [OH-]

401
d) v = k [(CH3)3CBr]3 [OH-]2
e) v = k [(CH3)3CBr] [OH-]

19) (Vunesp) A cinética da reação

2HgCl2 + C2O42- 2Cl- + 2CO2(g) + HgCl2(s)
foi estudada em solução aquosa, seguindo o
número de mols de HgCl2 que precipita por Equilíbrios Químicos I
litro de solução por minuto. Os dados obtidos
estão na tabela.
Reação reversível
É uma reação que pode se realizar em ambos
os sentidos.
Exemplo:
REAÇÃO DIRETA:
A+B→C+D

Pede-se: Se os produtos puderem reagir entre si para

a) Determinar a equação de velocidade da formar os reagentes, teremos então:
reação. Exemplo:
b) Calcular o valor da constante de velocidade REAÇÃO INVERSA:
da reação. C + D → A + B (ou reversa)
c) Qual será a velocidade da reação quando
[HgCl2] = 0,010 mol/L e [C2O42-] = 0,010 ‗Tal fenômeno pode ser assim representado:
mol/L. A+B C+D

GABARITO Dizemos, então, que tal reação é uma reação

reversível.
Exemplo:
1) b Colocando em um recipiente H2 e I2, após um
2) a certo tempo, verifica-se o aparecimento de HI.
3) e Isto significa que H2 reage com I2, formando
4) a HI.
5) b t
H2 + I2 aparece HI
6) b
7) d
Em outro recipiente, coloca-se HI. Depois de
8) a
certo tempo, aparece H2 e I2. Isto significa que o
9) c
HI se decompõe formando H2 e I2.
10) a
t
11) e HI aparece H2 + I2
12) e
13) a Temos, portanto, uma reação reversível:
14) a H2 + I2 2 HI
15) a
16) e Estado de equilíbrio
17) b
Para dar uma idéia do estado de equilíbrio,
18) a
vamos acompanhar a evolução de uma reação
19) a) v = k [hgcl2] [c2o42-]2
reversível. Suponhamos que os reagentes
b) k = 8x10-3 l2. mol-2 .min-1
tenham uma coloração vermelha e os produtos,
c) v = 8x10-9 moll-1min-
amarela.

402
 ocorre mostra, aos poucos, um declínio dos
sintomas de reação ocorrendo.
Situação Inicial
Partimos, por exemplo, de 100 moléculas de Algum tempo depois...
cada reagente. No instante inicial, em que as v1
A + B C + D
moléculas são colocadas em contato, a 40 40 v2 60 60

quantidade de produto é zero. A coloração do

Coloração do sistema: tom amarelo
sistema é vermelha, totalmente, devido a termos
avermelhado.
somente reagente.
v1
Algum tempo depois...
A + B C + D v1
100 100 0 0
A + B C + D
40 40 v2 60 60
Coloração do sistema: vermelha
Coloração do sistema: Idêntica à do anterior.
Decorrido certo tempo... Confirmando, alguns instantes após...
v
1 v1
A + B C + D A + B C + D
75 75 v2 25 25 40 40 v2 60 60

Coloração do sistema: O vermelho tende ao

alaranjado. Coloração do sistema: Idêntica à do anterior.

A reação começou. O reagente começa a se Não se nota mais nenhuma alteração no

transformar no produto. Os reagentes começam sistema. A impressão é a de que tudo cessou. O
a ser consumidos. Os produtos começam a ser sistema não dá mais sinais de reação química.
formados. Se, inicialmente, só havia reação
direta, agora, com a formação das primeiras ―FOI ATINGIDO O EQUILÍBRIO
moléculas do produto, já devemos considerar QUÍMICO‖
que algumas moléculas de C e D podem voltar
a se transformar em A e B.
Chamamos v1: velocidade da reação direta, e
v2: velocidade da reação inversa.
O sistema começa a mudar de cor, devido ao
aparecimento do produto que é amarelo.
Mais algum tempo decorrido...
v1
A + B C + D
55 55 v2 45 45

Coloração do sistema: A cor laranja predomina.

Ambas as reações continuam ocorrendo. A Observação:

velocidade da reação direta vai diminuindo. A - As concentrações de A e B não precisam ser
velocidade da inversa vai aumentando. O iguais entre si.
sistema onde a reação ocorre mostra visíveis - Tampouco as de C e D.
aspectos de reação ocorrendo. Representando a variação das concentrações
Continua passando o tempo... em mol/L dos reagentes e produtos em função
v1 do tempo, temos gráficos dos seguintes tipos:
A + B C + D
45 45 v2 55 55

Coloração do sistema: A cor laranja já

lembra o amarelo.
A velocidade da reação direta caiu
sensivelmente. Continua aumentando a
velocidade da inversa. O sistema onde a reação
403

Gráfico A – ao ser atingido o equilíbrio, a
concentração dos reagentes, [A] e [B] é maior
que a dos produtos [C] e [D].
Gráfico B – ao ser atingido o equilíbrio, a
concentração dos reagentes, [A] e [B], é menor
que a dos produtos [C] e [D].
Gráfico C – ao ser atingido o equilíbrio, a
concentração dos reagentes, [A] e [B], é igual à
dos produtos, [C] e [D].
Características do Equilíbrio
1. A velocidade da reação direta (V1) é igual à
velocidade da reação inversa (V2).
2. Se aparentemente a reação parou, isso na
verdade não ocorre. O equilíbrio é
DINÂMICO. Ambas as reações continuam
ocorrendo, só que, com igual velocidade. O
equilíbrio químico é mantido permanentemente
pela igualdade das velocidades de reações
químicas opostas.
3. Em conseqüência disso, as concentrações de
todas as substâncias presentes não mais variam.
As concentrações de todas as substâncias
presentes no equilíbrio permanecem constantes
ao longo do tempo.
4. As propriedades do sistema em equilíbrio
são as mesmas, independentemente da
direção com a qual o mesmo é atingido. Isto
que dizer que, se na reação do item 1
tivéssemos partido de C e D ao invés de A e B,
as propriedades do sistema em equilíbrio seriam
as mesmas.
5. Todas as reações reversíveis caminham
espontaneamente para o equilíbrio. E lá ficam, a
menos que um fator externo modifique tal
situação. Uma vez atingido o estado de
equilíbrio, este persiste indefinidamente se não
for perturbado externamente. O equilíbrio
existe, portanto, somente em um sistema
fechado, isto é, tanto matéria como energia não
estão sendo introduzidas ou removidas.
6. As características macroscópicas não mais
se alteram. Conforme vínhamos acompanhando
o decurso da reação, quando as concentrações
não mais variaram, a cor do sistema não mais se
alterou. O estado de equilíbrio, realmente, dá a
impressão externa de que tudo cessou, mas isso
na verdade não ocorre. Ambas as reações
continuam ocorrendo com igual velocidade. Ao
nível molecular, tudo continua.
Microscopicamente, tudo continua.
EXERCÍCIOS
1) (FUVEST) Em condições industrialmente
apropriadas para se obter amônia, juntam-se
quantidades estequiométricas dos gases N2 e H2
N2(g) + 3H2(g) 2NH3(g)
Depois de alcançado o equilíbrio químico, uma
amostra da fase gasosa poderia ser representada
corretamente por:
2) Considere as seguintes afirmações:
I- Num equilíbrio químico, a velocidade da
reação direta é igual à velocidade da reação
inversa.
II- Num equilíbrio químico, as concentrações
dos reagentes são iguais às dos produtos.
III- Num equilíbrio químico, as concentrações
dos reagentes e dos produtos permanecem
inalteradas.
Estão corretas as afirmações:
a) I, II e III.
404
b) I e II, somente. b) cC aA + bB
c) I e III, somente. c) aA bB + cC
d) II e III, somente. d) bB + cC aA
e) I, somente. e) bB aA + cC

3) Observe atentamente o gráfico abaixo:

EXERCÍCIOS

6) Assinale a alternativa falsa acerca de um

equilíbrio químico numa dada temperatura.
a) as concentrações de todas as substâncias
presentes no equilíbrio não variam mais.
b) ambas as reações direta e inversa
continuam ocorrendo com velocidades
Em que instante, podemos afirmar que a reação iguais.
atingiu o equilíbrio? c) todas as reações reversíveis caminham
a) t1 espontaneamente para o equilíbrio e assim
b) t2 permanecem, a menos que um fator
c) t3 modifique tal situação.
d) t4 d) o equilíbrio existe num sistema fechado e a
e) t5 energia armazenada é a maior possível, daí
o equilíbrio ser procurado espontaneamente.
4) (UEL) Num recipiente fechado misturam-se e) são iguais as concentrações de cada
substância presente no equilíbrio.
2,0 mols de A2(g) com 3,0 mols de B2(g).
Ocorrem as seguintes reações:
A2(g) + B2(g) 2AB(g) 7) (UFC/CE) Um estudante introduziu 0,4 mol
de NH3 gasoso em um recipiente fechado de 1,0
Sendo v1 e v2 as velocidades das reações
iniciadas, [A2] e [B2] as concentrações dos L, a 25ºC e observou as variações de
reagentes em mol/L, pode-se afirmar que o concentração das espécies que participam do
sistema atinge o equilíbrio quando; equilíbrio químico: 2NH3(g) 3H2(g) + N2(g),
a) v1 = v2 ilustradas no gráfico a seguir:
b) v1 = 2v2
c) [A2] = 0
d) [B2] = 0
e) [A2] = [B2]

5) O gráfico abaixo representa a variação das

concentrações dos reagentes e produtos, em
razão do tempo desde o início da reação até ser Com base nestas observações, é correto
atingido o equilíbrio químico. afirmar que o equilíbrio é inicialmente
estabelecido no tempo:
a) t = 10 s
b) t = 0 s
c) t = 14 s
d) t = 16 s
e) t = 27 s
O referido equilíbrio pode ser assim
8) Assinale abaixo qual alternativa é incorreta
equacionado:
acerca de um equilíbrio químico:
a) aA + bB cC
405
a) a velocidade da reação direta é igual à
velocidade da reação inversa.
b) ambas as reações (direta e inversa) ocorrem
simultaneamente (trata-se de um equilíbrio
dinâmico).
c) as características macroscópicas do sistema
(desde que fechado) não mais se alteram.
d) os sistemas se deslocam espontaneamente
para o estado de equilíbrio.
e) obrigatoriamente, as concentrações de todas
as substâncias participantes do equilíbrio
devem ser iguais.

9) Quando se adiciona ácido acético a um

solvente adequado, ocorrem as seguintes
reações:
I - 2 H3C – COOH → (H3C – COOH)2
monômero
II - (H3C – COOH)2 → 2 H3C – COOH
dímero
Ao se estabelecer o equilíbrio dinâmico:
Monômero dímero
a) cessa a reação 1.
b) cessa a reação 2.
c) as quantidades do dímero e do monômero
são iguais.
d) ocorre apenas a decomposição do
monômero.
e) a velocidade de formação do dímero e de
sua decomposição são iguais.

GABARITO

1) e 6) e
2) c 7) d
3) c 8) e
4) a 9) e
5) c

406
 Alcanos ou Parafinas
São hidrocarbonetos saturados de cadeia
aberta (acíclica), que obedecem à fórmula geral:
CnH2n+2.

Hidrocarbonetos I

Nota: a fórmula geral nos mostra a fórmula

Introdução à Função Orgânica molecular de um hidrocarboneto sem a
Função orgânica é um termo que será muito necessidade de montarmos toda a estrutura.
trabalhado nas próximas aulas. É utilizada pra Basta substituir o n pelo número de carbonos da
designar certos grupos de compostos que molécula, logo o propano deve ter seu n
apresentam características químicas muito substituído por 3.
semelhantes. Exemplos:
A primeira função que estudaremos são os
hidrocarbonetos, classe de compostos que
apresentam apenas carbonos e hidrogênios em
sua molécula, portanto possuem fórmula geral:
CxHy.
Exemplos: Alcenos, Alquenos ou Olefinas
Alcenos são hidrocarbonetos de cadeia aberta
(acíclicos) contendo uma única dupla ligação,
que obedecem à fórmula geral CnH2n .
Os Hidrocarbonetos são divididos em várias
classes: alcanos (parafinas), alcenos (alquenos),
alcinos (alquinos), alcadienos, cicloalcanos,
cicloalcenos e hidrocarbonetos aromáticos.

407
Exemplos:
b)

c)
Alcinos ou Alquinos
Alcinos ou alquinos são hidrocarbonetos
acíclicos contendo uma única tripla ligação, que
obedecem a fórmula geral CnH2n-2
d)

e)
Exemplos:

f) H3C−(CH2)2−CH=CH2

Alcadienos, Dienos ou Diolefinas g) H3C−C(CH3)3

São hidrocarbonetos acíclicos (abertos)
contendo duas duplas ligações, que obedecem à
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
fórmula geral: CnH2n-2
Exemplos:
2) (PUC-RS) O número de átomos de carbono
quaternário, terciário, secundário e primário,
existentes na formula estrutural do 3-etil-3,4-
dimetilex-1-eno é respectivamente:
a) 1,1,3,5
b) 1,1,4,5
c) 1,2,1,2
d) 1,2,2,2
e) 4,3,2,1

3) (Santa Casa) Quantos átomos de carbono há

em cada molécula do 3-etil-2-metil-4-
propileptano?
a) 9
EXERCÍCIOS b) 11
c) 12
1) Dê o nome oficial dos seguintes d) 13
hidrocarbonetos: e) 15
a)
4) A substituição de um hidrogênio do propano
por um radical isopropil resulta em:
a) n-hexano
b) 2-metilbutano
408
c) 3-metilpentano e) C3H2
d) 2,2-dimetilbutano
e) 2,3-dimetilbutano ou 2-metilpentano 10) Escreva as fórmulas moleculares dos
seguintes alcadienos:
5) A análise elementar de uma substância a) buta-1,2-dieno
permitiu chegar a fórmula empírica CH2, tal b) penta-1,2-dieno
substância possui massa molecular igual a 28. c) penta-1,3-dieno
Conclui-se que esta é a substancia conhecida d) penta-1,4-dieno
pelo nome de:
a) etano 11) (FESP-PE) Ao analisar o composto ao
b) eteno lado, verificamos que os radicais ligados aos
c) etino Carbonos 3, 4 e 5 da cadeia principal são
d) etanol respectivamente:
e) etanal

6) (UFBA) O nome oficial do composto:

CH3-C-(CH3)2-C≡C-C-(CH3)2-CH3 é:
a) 1,1,1-trimetil-4,4,4-trimetilbutino
b) 2,5-dimetiloct-4-ino a) metil, propil e etil
c) dissecbutilacetileno b) metil, etil e metil
d) 2,5-tretametilex-1-ino c) butil, etil e isopropil
e) 2,2,5,5-tetrametilex-3-ino d) butil, etil e propil
e) metil, isopropil e etil
7) (UFSC) Um alcano encontrado nas folhas de
repolho contém em sua fórmula 64 átomos de 12) (MACK-SP) O nome (IUPAC) para o
Hidrogênio. O número de átomos de carbono na composto abaixo é:
fórmula é:
a) 29
b) 32
c) 30
d) 33 a) 5,5-dimetilex-2-ino
e) 31 b) 5-etilex-2-eno
c) 2,2,5-trimetilpent-4-eno
8) Dê o nome dos alcenos representados por d) 2-metilept-2-eno
suas fórmulas estruturais: e) 5,5-dimetilex-2-eno
a)
13) (UFSC) Com relação ao composto a seguir,
b) os nomes dos radicais ligados ao Carbono
terciário são:
c)

d)

9) (UFV-MG) A fórmula molecular de um

alquino, com três átomos de carbono, é: a) etil, propil, t-butil
a) C3H10 b) etil, n-propil, t-butil
b) C3H8 c) metil, etil, n-propil
c) C3H6 d) metil, 3-hexil
d) C3H4 e) etil, n-propil, isobutil

409
 b) hex-1-eno
14) (Mackenzie-SP) Da substância de fórmula c) hept-1-eno
estrutural plana, d) hept-3-eno
9) d
10) a) c4h6 b) c5h8 c) c5h8 d) c5h8
11) e
12) e
é correto afirmar que: 13) b
a) apresenta cadeia carbônica, aberta, 14) c
ramificada e saturada. 15) a
b) é um hidrocarboneto com cadeia carbônica
fechada.
c) é o dimetilbut-2-eno.
d) é um alcano.
e) apresenta dois radicais etil em sua estrutura.

15) (Mackenzie-SP) Sobre o composto cuja

fórmula estrutural é dada abaixo, fazem-se as
afirmações:
I- é um alceno.
II- possui três ramificações diferenres entre si,
ligadas a cadeia principal.
III- apesar de ter fórmula molecular C11H22, não
é um hidrocarboneto.
IV- possui no total quatro carbonos terciários.

São corretas somente:

a) I e IV.
b) I, II, III e IV.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

GABARITO

1) ---
2) a
3) d
4) e
5) b
6) e
7) e
8) a) pent-2-eno

410
 HIDROCARBONETOS II
Hidrocarbonetos de Cadeia
Fechada
Após estudarmos os hidrocarbonetos de
cadeia aberta (acíclica) veremos agora os de
cadeia fechada (cíclica)
Cicloalcanos, Ciclanos ou Cicloparafinas
São hidrocarbonetos de cadeia cíclica
(fechada), saturada, que obedecem a fórmula
geral CnH2n onde "n" sempre é maior ou igual a
3.
Exemplos:
RADICAIS
Com mais de um radical a numeração do
ciclo deve ser feita obedecendo à regra dos
menores números possíveis e para iniciar-se a
numeração deve-se levar em conta a ordem
alfabética dos radicais. Exemplo:
1-etil-3-metilcicloexano
FIQUE LIGADO: As ramificações devem ser
citadas em ordem alfabética.
Cicloalcenos, Cicloalquenos ou Ciclenos
São hidrocarbonetos cíclicos com uma dupla
ligação, que obedecem a fórmula geral CnH2n-2.
Note que os carbonos da dupla sempre serão
indicados nos ciclenos pelos números 1 e 2 logo
não é necessário indicar a posição da dupla
ligação no nome.
Nota: Nos cicloalcenos ramificados a
numeração deve ser iniciada sempre por um dos
carbonos da dupla ligação, de modo que ela
fique entre os carbonos 1 e 2; progredindo-se a
numeração ao longo do anel de forma a se
obter os menores números possíveis.
Exemplos:
411
 3. Quando o anel benzênico possui mais de
uma ramificação, a numeração da cadeia deve
respeitar a regra dos menores números citando
os radicais em ordem alfabética;
4. Quando o anel benzênico possuir duas
ramificações, iguais ou diferentes, pode-se usar
a nomenclatura orto, meta, para, ao invés de
numerar o anel benzênico. A posição 1,2 passa
a ser indicada por orto ou simplesmente por
"o", a posição 1,3 passa a ser indicada por meta
ou simplesmente por "m" e finalmente a
posição 1,4 passa a ser indicada por para ou
simplesmente por "p".
6-etil-1,3-dimetil-cicloexeno
Exemplos:

Hidrocarbonetos Aromáticos
São hidrocarbonetos de cadeia fechada, que
apresentam pelo menos um núcleo benzênico na
molécula.
Os principais hidrocarbonetos aromáticos são:

Perceba que a nomenclatura de tais

compostos não seguem as regras normais como
dito antes, recebendo cada aromático um nome
próprio. Contudo, os três primeiros os mais
EXERCÍCIOS
comentados no vestibular.
Nomenclatura dos Hidrocarbonetos
Aromáticos 1) Dê o nome oficial dos seguintes
1. Quando a cadeia principal apresenta apenas hidrocarbonetos:
um anel benzênico, ela é denominada benzeno e a)
pode conter um ou mais radicais;
2. Se houver apenas um radical, seu nome deve
preceder a palavra benzeno sem numeração;
412
b)
m)

c)
n)

d)

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

2) (ACAFE-SC) Para o composto cujo nome

IUPAC é 1,3-dietilciclobutano a alternativa
e) falsa é:
a) possui 2 carbonos quaternários
b) possui 2 carbonos terciários
f) c) possui 4 carbonos secundários
d) sua fórmula molecular é C8H16
e) apresenta cadeia carbônica saturada

g) 3) O número de átomos de Hidrogênio que

deveriam ser acrescidos a uma molécula de
benzeno para transformá-la em uma molécula
de cicloexano é igual a:
h) a) 2
b) 4
c) 6
d) 10
i) e) 12

4) (UNISINOS-RS) Considere o composto ao

lado. Sua nomenclatura correta é:

j)

a) 1,2-dietil-3-propilbenzeno
b) 1,2-dimetil-3-propilbenzeno
c) 1-propil-2,3-dimetilbenzeno
k)
d) o-dimetil-m-propilbenzeno
e) m-dimetil-o-propilbenzeno
5) (UEMG) O hidrocarboneto de nome vulgar
metil-etil-fenil-metano tem que nome oficial ou
IUPAC?
l)
a) sec-butilbenzeno

413
b) n-butilbenzeno
c) tec-butilbenzeno
d) isobutilbenzeno
e) etiltolueno

6) ( UFSCar-SP) A queima do eucalipto para

produzir carvão pode liberar substâncias
irritantes e cancerígenas, tais como FONTES DE
benzoantracenos, benzofluorantenos, HIDROCARBONETOS
dibenzoantracenos, que apresentam em suas
estruturas aneis de benzeno condensados. O
Petróleo
antraceno apresenta três anéis e tem fórmula
molecular: A palavra petróleo é de origem latina e
a) C14H8 significa óleo de pedra. Ele é extraído das
b) C14H10 rochas e se apresenta como um líquido viscoso
c) C14H12 de coloração escura, insolúvel na água e menos
d) C18H12 denso que esta. O petróleo foi formado entre 10
e) C18H14 e 400 milhões de anos atrás, provavelmente
devido ao soterramento de lagos e mares, onde
matéria orgânica (restos de animais e vegetais)
GABARITO
foi submetida a grandes pressões, temperaturas,
ausência de oxigênio, e microorganismos que
1) após um longo período de tempo transformaram
a) ciclobutano esses materiais em petróleo por várias reações
b) metilciclopropano químicas.
c) etilciclopentano Como a natureza contou com condições
d) 1-isoporpil-3-metilciclopentano especiais e levou milênios para produzi-lo, a
e) ciclopenteno humanidade não tem meios de produzir novas
f) cicloexa-1,3-dieno reservas de petróleo. Sendo assim, é importante
g) ciclooctino considerar o petróleo como um recurso não
h) cicloexano renovável.
i) 1-etil-3-metilbenzeno O petróleo é encontrado em camadas
j) metilbenzeno ou tolueno profundas na forma de jazidas junto com
k) etilbenzeno bolsões de gases (gás natural), às vezes em terra
l) 1,2,3-trimetilbenzeno firme, outras vezes abaixo do fundo do mar.
m) 1-etil-3-metil-2-propilbenzeno Acredita-se que 50% das jazidas mundiais de
n) 1,3-diisopropilbenzeno petróleo estejam sob o mar. O petróleo é
2) a constituído de uma variedade muito grande de
3) c compostos, com predominância de
4) b hidrocarbonetos com destaque para os alcanos,
5) a contudo esta composição varia de acordo com a
6) b região de onde o petróleo é extraído.
Uma vez descoberta a jazida de petróleo,
tanto em terra como no fundo do mar, elas
normalmente obedecem ao seguinte esquema:

414
 Em geral o petróleo é encontrado sobre
água salgada, o que lembra sua origem marinha,
e embaixo de uma camada gasosa, formada por
CH4, C2H6 etc. em alta pressão. Quando um
poço é perfurado, podem ocorrer três hipóteses
(acompanhe pela figura anterior):
Se a perfuração for feita em A, sairá o gás
com alta pressão ( teremos ,então, um poço de
gás natural);
Se a perfuração for feita em B, jorrará
petróleo, impelido pela pressão do gás (isto é,
teremos um poço de petróleo);
Se a perfuração for feita em C, jorrará água
salgada, o que é um prenúncio da existência de
petróleo.
A extração de petróleo no mar é mais difícil.
A Petrobras, atualmente, é uma das companhias
que detêm a tecnologia mais desenvolvida para
esse tipo de extração. Temos, abaixo, um
esquema de poço submarino:
Refino
Depois de extraído, o petróleo é transportado
em navios ou oleodutos até a refinaria, onde
ocorre a separação e a purificação dos seus
componentes. Entre vários processos utilizados
em uma refinaria, pode-se dizer que o principal
é a destilação fracionada que consiste na
separação dos componentes do petróleo
baseando-se nas diferenças entre os seus pontos
de ebulição. (A destilação é um método de
separação que será mais abordado na outra
frente de química).
415
416
 antidetonante mais utilizado atualmente é o éter
No esquema, o petróleo cru (ou bruto) entra metilterciobutílico, cuja sigla (MTBE) vem do
em uma fornalha (lado esquerdo), onde é inglês – methyl tertbutyl ether. No Brasil, o
aquecido; a seguir passa pela torre de destilação álcool anidro (sem água), que já vem
à pressão atmosférica, onde são separadas adicionado à gasolina, funciona também como
várias frações (atente para a descrição, ao lado antidetonante.
dessa torre, com os nomes das frações, seus
intervalos de ebulição e a composição química, Cracking ou Craqueamento catalítico
aí representada pelos números de átomos de do Petróleo
carbono em cada fração). O resíduo da primeira A fração da gasolina representa de 7 a 15%
torre é reaquecido e vai para a segunda torre, de do petróleo bruto, o que nos resulta em um
destilação a vácuo (ou melhor, destilação a grande problema, já que esta é a fração mais
pressão reduzida), de onde saem vários óleos utilizada. Como poderíamos obter uma
lubrificantes e o resíduo final, que é o asfalto. quantidade maior desta fração???
Os derivados do petróleo são utilizados das Existe um processo chamado de
formas mais variadas, desde a produção de craqueamento (cracking) que consiste na quebra
plásticos, solventes, borrachas, lubrificantes a de moléculas grandes de hidrocarbonetos em
combustíveis. Os combustíveis, que constituem moléculas menores:
talvez a parte mais importante são relacionados Exemplo:
abaixo: Alcano grande → Alcanos pequenos
Gás Natural: presente nos bolsões de petróleo (16 Carbonos) (8 Carbonos)
é formado pela mistura de metano e etano. Têm Com isso pode-se obter um maior rendimento
sido muito utilizado na geração de energia e de frações menores do petróleo.
atualmente como alternativo à gasolina, sendo
então chamado de GNV (Gás Natural
Carvão
Veicular).
Outra fonte importante de hidrocarbonetos
GLP: o gás liquefeito de petróleo é utilizado
são os carvões. De origem na decomposição de
nas indústrias e residências com o nome de gás
resíduos vegetais na ausência de oxigênio
engarrafado (aquele encontrado nos botijões)
(soterramento de florestas) após milhões de
sendo uma mistura de propano e butano.
anos, formam o carbono grafítico, que
Gasolina: presente no nosso cotidiano, a
dependendo da idade e das características
gasolina apresenta em média 8 carbonos na sua
físicas e químicas são classificados em:
fórmula, algo importante a ser citado é o
antracitos (98% de carbono), hulhas (80% de
chamado índice de octanagem da gasolina, que
carbono), lenhitos (70% de carbono) e turfas
representa o poder detonante desse composto. A
(60% de carbono). A hulha comumente
gasolina rica em iso-octanos é uma gasolina de
chamada de carvão mineral apresenta alta
alta octanagem (octanagem 100), ou seja só
qualidade por produzir o chamado carvão coque
fornecem energia devido a explosão, com a
utilizado na siderurgia por apresentar alto grau
compressão adequada do motor sendo então de
de pureza de carbonos e gerar muito calor na
boa qualidade, enquanto que uma gasolina rica
sua combustão.
em n-heptanos é uma gasolina de baixa
qualidade/octanagem (octanagem 0) pois
detonam antes da compressão adequada do
motor (detonação prematura) o que prejudica a
eficiência do automóvel. Como nem sempre a
gasolina obtida do fracionamento é rica em iso-
octanos pode-se utilizar aditivos para aumentar
sua eficiência, antigamente utilizava-se o tetra-
etil-chumbo [Pb(C2H5)4] mas por causar sérios
impactos ambientais foi abolido. O

417
 As reservas mundiais de carvão são maiores
que quaisquer outros materiais combustíveis
fósseis, contudo, com a descoberta do petróleo,
sua maior facilidade de uso e baixo custo o uso
do carvão foi reduzido. Hoje seu emprego nas
usinas (siderúrgicas e termelétricas) é bastante
barrado devido à alta eliminação de poluentes.
O carvão também pode ser gaseificado
produzindo o singás ou gás sintético (gás
metano) e monóxido de carbono pela seguinte
reação:
C(s) + H2O(g) → CO(g) + H2
C(s) + H2(g) → CH4(g)
EXERCÍCIOS
1) (UGF-RJ) O gás engarrafado de uso
doméstico GLP é um derivado do petróleo,
constituído da mistura de:
a) CH4 e C2H6
b) CH4 e C3H8
c) C2H6 e C4H10
d) C2H6 e C3H8
e) C3H8 e C4H10
2) (VUNESP) O octano é um dos principais
constituintes da gasolina, que é uma mistura de
hidrocarbonetos. A fórmula molecular do
octano é:
a) C8H18
b) C8H16
c) C8H14
d) C12H24
e) C18H38
3) (UEPG-PR) Em relação ao petróleo assinale
a alternativa incorreta:
a) A composição do petróleo não é constante,
diferindo de acordo com a região de onde é
extraído.
b) O processo de cracking permite extrair do
petróleo maior quantidade de gasolina.
c) A fração de hidrocarbonetos com 3 a 17
carbonos apresenta-se líquida a temperatura
ambiente.
d) O gás natural é constituído principalmente
por metano.
e) O petróleo é produto da decomposição da
matéria orgânica e ocorre em bolsões
aprisionados por rochas impermeáveis.
4) (Enem) Para compreender o processo de
exploração e o consumo dos recursos
petrolíferos, é fundamental a gênese e o
processo de formação do petróleo descrito no
texto a seguir.
―O petróleo é um combustível fóssil, originado
provavelmente de resto de vida aquática
acumulado no fundo dos oceanos primitivos e
coberto por sedimentos. O tempo e a pressão do
sedimento sobre o material depositado no fundo
do mar transformaram esses resto em massa
viscosas de coloração negra denominadas
jazidas de petróleo‖.
(adap: de TUNDISI. Usos de energia. S. paulo, atual,
1991.)
As informações do texto permitem afirmar
que:
a) O petróleo é um recurso energético
renovável em curto prazo, em razão de sua
constante formação geológica.
b) A exploração de petróleo é realizada
somente em áreas marinhas.
c) A extração e o aproveitamento do petróleo
são atividades não poluentes dada a sua origem
natural.
d) O petróleo é um recurso energético
distribuído homogeneamente, em todas as
regiões, independentemente de sua origem.
e) O petróleo é um recurso não renovável em
curto prazo, explorado em áreas continentais de
origem marinha ou em áreas submarinas.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
5) (FESP UPE) O cracking das frações médias
da destilação do petróleo é hoje, uma tecnologia
empregada na maioria das refinarias porque:
a) aumenta o rendimento em óleos
lubrificantes.
b) economiza energia térmica no processo de
destilação.
c) permite a utilização de equipamento mais
compacto.
d) facilita a destilação do petróleo.
e) aumenta o rendimento das frações leves.
418

6) (UFCE) O tetraetilchumbo, agente
antidetonante que se mistura à gasolina, teve
sua utilização proibida no Brasil por quê?
a) aumenta a octanagem da gasolina.
b) diminui a octangem da gasolina.
c) aumenta a resistência da gasolina com
relação a explosão por simples compressão.
d) seus resíduos que saem pelo escapamento do
carro, poluem o ambiente.
e) o chumbo tem elevado custo devido a sua
importação.
7) (CEFET-PR) O gás de cozinha (GLP) é
produzido por refino do petróleo. É falso
afirmar:
a) é gasoso na temperatura ambiente.
b) sob pressão é liquefeito dentro do botijão.
c) é formado por compostos de 5 a 6 átomos de
carbono.
d) tem ponto de ebulição mais baixo que
querosene.
e) apresenta gases diferentes do GNV.
8) (UFRS) O GLP é uma fração de destilação
constituída por:
a) metano.
b) propano e butano.
c) metano e etano.
d) hexanos.
e) hidrocarbonetos parafínicos com até dez
carbnonos na molécula.
9) (Enem) ―A idade da pedra chegou ao fim,
não porque faltassem pedras; a era do petróleo
chegará igualmente ao fim, mas não por falta de
petróleo‖.
Xeque Yamani, Ex-ministro do Petróleo da Arábia
Saudita. O Estado de S. Paulo, 20/08/2001.
Considerando as características que envolvem
a matérias- primas citadas no texto em
diferentes contextos histórico-geográficos, é
correto afirmar que, de acordo com o autor, a
exemplo do que aconteceu na idade da pedra, o
fim da era do petróleo estaria relacionado:
a) À redução e esgotamento das reservas de
petróleo.
b) Ao desenvolvimento tecnológico e a
utilização de novas fontes de energia.
c) Ao desenvolvimento dos transportes e
conseqüente aumento do consumo de energia.
d) Ao excesso de produção e conseqüente
desvalorização do barril de petróleo.
e) À diminuição das ações humanas sobre o
meio ambiente.
10) (Enem) Em um debate sobre o futuro do
setor de transporte de uma grande cidade
brasileira com trânsito intenso, foi apresentado
um conjunto de propostas. Entre as propostas
reproduzidas abaixo, aquela que atende, ao
mesmo tempo, a implicações sociais e
ambientais presentes nesse setor é:
a) proibir o uso de combustíveis produzidos a
partir de recursos naturais.
b) promover a substituição de veículos a diesel
por veículos a gasolina.
c) incentivar a substituição do transporte
individual por transportes coletivos.
d) aumentar a importação de diesel para
substituir os veículos a álcool.
e) diminuir o uso de combustíveis voláteis
devido ao perigo que representam.
11) (Enem) A gasolina é vendida por litro, mas
em sua utilização como combustível, a massa é
o que importa. Um aumento da temperatura do
ambiente leva a um aumento no volume da
gasolina. Para diminuir os efeitos práticos dessa
variação, os tanques dos postos de gasolina são
subterrâneos. Se os tanques não fossem
subterrâneos:
I- Você levaria vantagem ao abastecer o carro
na hora mais quente do dia, pois estaria
comprando mais massa por litro de
combustível.
II- Abastecendo com a temperatura mais baixa,
você estaria comprando mais massa de
combustível para cada litro.
III- Se a gasolina fosse vendida por kg em vez
de por litro, o problema comercial decorrente da
dilatação da gasolina estaria resolvido.
Destas considerações, somente
a) I é correta
b) II é correta
c) III é correta
d) I e II são corretas
e) II e III são corretas
419
GABARITO

1) E 8) B
2) A 9) B
3) C 10) C
4) E 11) E ÁLCOOIS
5) E
6) D
Definição
São compostos orgânicos derivados dos
hidrocarbonetos que possuem um ou mais
grupos hidroxila (―OH) ligados à carbono
saturado.

Grupo funcional:

Nomenclatura Oficial
As regras são as mesmas estabelecidas
para os hidrocarbonetos, a única diferença esta
no sufixo (terminação).

Exemplos:

No caso de o álcool apresentar mais de 2

átomos de carbono, deveremos indicar a
posição do grupo ―OH por número; para isso
contamos a cadeia carbônica a partir da
extremidade mais próxima do grupo ―OH.
Exemplos:

420

Em alcoóis insaturados e/ou ramificados,
devemos indicar a posição da hidroxila, da
isaturação e das ramificações. Sendo que a
ordem de prioridade para a numeração é:
FUNÇÃO > INSATURAÇÃO > RADICAL
Exemplos:
FIQUE LIGADO: * É importante lembrar que
a hidroxila, ― OH, e a insaturação (caso exista)
devem fazer parte da cadeia principal.
Quando lidarmos com alcoóis cíclicos, a
numeração deve ser feita a partir do carbono
que contem a hidroxila.
Em poliálcoois, as posições das hidroxilas
são dadas pela regra dos menores números
possíveis e a quantidade de ―OH são indicadas
pelos sufixos diol, triol, etc.
Exemplos:
Nomenclatura Usual
Usa-se a palavra álcool, seguida do nome do
radical com a terminação –ico.
Exemplos:
Classificação dos Álcoois
Existem vários critérios utilizados para
classificar os álcoois. Vejamos alguns:
a) Quanto à localização da hidroxila:
- Alcoóis Primários
Apresentam ―OH ligado a carbono primário.
421
Exemplo: d) álcool isobutílico
e) álcool n-propílico

2) Dê a nomenclatura oficial IUPAC dos

seguintes compostos:
- Álcool Secundário a) H3C-H2C-OH
Apresentam ―OH ligado a carbono secundário. b) H3C-H2C-H2C-H2C-OH
Exemplo: c) H3C-HC=CH-H2C-OH
d) (H3C)2HC-H2C-H2C-OH
e)

f)
- Álcool Terciário
Apresentam ―OH ligado a carbono terciário.
Exemplo:

g)

3) (FASP) Identifique o número de carbonos

terciários que existem numa molécula do
b) Quanto ao número de hidroxilas: composto 2,4-dimetilpentan-1-ol:
a) 0
1 –OH: monoálcool b) 1
Exemplo: c) 2
d) 3
e) 4
2 –OH: diálcool
Exemplo: 4) (Univ. S. Judas Tadeu - SP) O manitol é um
tipo de açúcar utilizado na fabricação de
condensadores de eletrólitos secos, que são
utilizados em rádios, videocassetes e
televisores; por isso, em tais aparelhos, podem
3 ou mais –OH: poliálcool
aparecer alguns insetos, principalmente
Exemplo:
formigas. Se a fórmula estrutural é:

Qual o nome oficial desse açúcar?

EXERCÍCIOS a) hexanol
b) hexanol-1,6
1) Escreva a fórmulas estruturais dos c) 1,2,3-hexanotriol
compostos pedidos: d) 1,2,3,4-tetra-hidróxi-hexano
a) álcool metílico e) hexan-1,2,3,4,5,6-hexol
b) álcool etílico
c) álcool sec-butílico

422
 EXERCÍCOS DE FIXAÇÃO

5) Substituindo-se um dos H da molécula da

água por um radical metil temos:
Em tal esquema, X e Y devem ser
a) hidroximetil
respectivamente:
b) álcool etílico
a) metano e oxigênio
c) metanol
b) carvão e hidrogênio
d) hidroxibenxeno
c) celulose e gás carbônico
e) nenhuma das alternativas
d) calcário e soda cáustica
e) sacarose e etanol
6) Álcool secundário é aquele que:
a) apresenta 2 grupos OH no mesmo carbono;
10) (Fatec-SP) Com relação ao etanol e ao
b) possui 2 grupos OH
metanol são feitas as afirmações:
c) possui OH no meio da cadeia carbônica
I- Ambos os álcoois podem ser utilizados como
d) possui OH ligado ao carbono secundário
combustível para automóveis.
e) nenhuma das alternativas
II- Além da utilização em bebidas, o metanol
pode ser utilizado como solvente em perfumes,
7) (FURRN) O nome oficial do composto
loções, desodorantes e medicamentos.
orgânico abaixo é:
III- Atualmente o metanol é produzido do
petróleo e do carvão mineral por meio de
transformações químicas feitas na indústria.
IV- O metanol é um combustível relativamente
a) 2-etilbut-1-en-4-ol "limpo". Sua combustão completa tem alto
b) 3-vinilpent-1-enol rendimento, produzindo CO2 e H2O.
c) 3-vinilpent-5-enol V- Ambos os álcoois podem ser produzidos a
d) 3-etilbut-3-en-1-ol partir da cana-de-açúcar.
e) 2-etil-butenol Escolha a alternativa que apresenta somente
afirmação(ões) verdadeira(s).
8) (Mackenzie-SP) O óleo de rosas tem fórmula a) I.
estrutural b) II e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) I, II, III e IV.

11) (Enem) As características dos vinhos

É incorreto afirmar que:
dependem do grau de maturação das uvas nas
a) é um álcool.
parreiras porque as concentrações de diversas
b) possui somente carbono um terciário em
substâncias da composição das uvas variam à
sua estrutura.
medida que as uvas vão amadurecendo. O
c) é um ciclano.
gráfico a seguir mostra a variação da
d) tem fórmula molecular C8H10O.
concentração de três substâncias presentes em
e) possui um anel benzênico em sua estrutura.
uvas, em função do tempo.
9) (FUVEST) Pode-se produzir o metanol a
partir de uma reserva natural (X), conforme o
esquema abaixo:

423
 d) Estimativa de tempo necessário para
metabolizar diferentes quantidades de
álcool.
e) Representação gráfica da distribuição de
freqüência de álcool em determinada hora
do dia.

13) (Enem) O álcool hidratado utilizado como

O teor alcoólico do vinho deve-se à
fermentação dos açúcares do suco da uva. Por
sua vez, a acidez do vinho produzido é
proporcional à concentração dos ácidos
tartárico e málico. Considerando-se as
diferentes características desejadas, as uvas
podem ser colhidas;
a) mais cedo, para a obtenção de vinhos
menos ácidos e menos alcoólicos.
b) mais cedo, para a obtenção de vinhos mais
ácidos e mais alcoólicos.
c) mais tarde, para a obtenção de vinhos mais
alcoólicos e menos ácidos.
d) mais cedo e ser fermentadas por mais
tempo, para a obtenção de vinhos mais
alcoólicos.
e) mais tarde e ser fermentadas por menos
tempo, para a obtenção de vinhos menos
alcoólicos.
12) (Enem) Analise a figura.
combustível veicular é obtido por meio da
destilação fracionada de soluções aquosas
geradas a partir da fermentação de biomassa.
Durante a destilação, o teor de etanol da mistura
é aumentado, até o limite de 96% em massa.
Considere que, em uma usina de produção de
etanol, 800 kg de uma mistura etanol/água com
concentração 20% em massa de etanol foram
destilados, sendo obtidos 100 kg de álcool
hidratado 96% em massa de etanol. A partir
desses dados, é correto concluir que a destilação
em questão gerou um resíduo com uma
concentração de etanol em massa
a) de 0%.
b) de 8,0%.
c) entre 8,4% e 8,6%.
d) entre 9,0% e 9,2%.
e) entre 13% e 14%.
GABARITO

1) ---
2)
a) etanol
b) butanol
c) but-2-en-1-ol
d) 3-metilbutan-1-ol
e) cicloexanol
f) ciclopentanol
g) 3-metilcicloexanol
3) c
4) e
Supondo que seja necessário dar um título 5) c
para essa figura, a alternativa que melhor 6) d
traduziria o processo representado seria: 7) d
a) Concentração média de álcool no sangue ao 8) c
longo do dia. 9) b
b) Variação da frequência da ingestão de 10) d
álcool ao longo das horas. 11) c
c) Concentração mínima de álcool no sangue a 12) d
partir de diferentes dosagens. 13) d

424
 Enóis e Fenóis
FENÓIS
ENÓIS Definição
Definição São compostos orgânicos que apresentam uma ou
São compostos orgânicos que apresentam grupo mais hidroxilas (―OH) ligadas diretamente ao anel
hidroxila (―OH), ligado a carbono insaturado por aromático.
dupla ligação, não pertencente a anel aromático.
Grupo funcional:
Grupo funcional:

Nomenclatura oficial Nomenclatura Oficial

As regras são as mesmas estabelecidas Acrescenta-se a palavra hidroxi antes do nome do
anteriormente e a terminação é ol. hidrocarboneto benzênico correspondente.
Exemplos: Exemplos:

FIQUE LIGADO: A numeração sempre

começa pela hidroxila.
OBSERVAÇÃO: Não confundir álcool com enol:
Álcool apresenta o grupo –OH ligado em carbono EXERCÍCIOS
saturado:

1) Escreva a fórmulas estruturais dos

compostos pedidos:
a) but-1-en-1-ol
b) 2-metil-1-hidroxibenzeno
c) 1,3-dihidroxibenzeno
d) hex-3-en-3-ol
Enol apresenta o grupo –OH ligado em carbono
insaturado:
2) Dê a nomenclatura oficial IUPAC dos
seguintes compostos:

425
a)
4) (Puc-PR) Complete com palavras da
alternativa correta:
"Quando o grupo hidroxila estiver ligado
diretamente a um carbono saturado, teremos
um_____________ e quando estiver ligado
b)
diretamente a um carbono insaturado do anel
benzênico, teremos um _________".
a) Álcool e Enol
b) Fenol e Álcool
c)
c) Álcool e Fenol
d) Álcool e Ácido carboxílico
e) Ácido carboxílico e Álcool
d)
5) (UFES) Álcool e enol apresentam –OH
ligado, respectivamente, a:
a) carbono insaturado e saturado.
b) carbono insaturado e insaturado.
c) carbono saturado e saturado.
d) carbono saturado e anel aromático.
e)
e) carbono saturado e insaturado.

6) (UFMG) Considere as estruturas moleculares

do naftaleno e da decalina, representadas pelas
f)
fórmulas abaixo.

g) Substituindo, em ambas as moléculas, um

átomo de hidrogênio por um grupo hidroxila
(OH), obtêm-se dois compostos que
pertencem, respectivamente, às funções:
a) álcool e fenol
b) fenol e álcool
c) álcool e álcool
d) enol e álcool
e) álcool e enol

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
GABARITO

3) Substituindo-se um H por OH nas moléculas

do benzeno e cicloexano, obtém-se dois 1) ---
compostos cujas funções são respectivamente: 2)
a) enol e álcool a) hidroxibenzeno
b) álcool e fenol b) etenol
c) álcool e álcool c) prop-1-en-1-ol
d) fenol e fenol d) 1-hidroxi-2-metilbenzeno
e) fenol e álcool e) 1-hidroxi-3-metilbenzeno

426
 f) prop-1-en-2-ol
g) 1-hidroxi-4-metilbenzeno
3) E
4) C
5) E
6) B ALDEÍDOS E CETONAS

ALDEÍDOS

Definição
São compostos orgânicos que apresentam o
grupo carbonila em carbono primário (ponta da
cadeia).

Grupo funcional:

Nomenclatura Oficial
As regras são as mesmas estabelecidas
para os hidrocarbonetos, a única diferença está
no sufixo (terminação).

Exemplos:

Nos aldeídos, o grupo funcional está sempre

na extremidade, portanto, esse carbono
(carbono do grupo funcional) sempre será o
numero 1 e sua posição não precisa ser
indicada. Os aldeídos ramificados e/ou
insaturados seguem as regras já vistas.

3-etilbut-3-enal

427
 Caso existam dois grupos aldeídos,
devemos utilizar a terminação dial, sem
necessidade de informar a posição, pois as
mesmas sempre se encontraram nas
extremidades das cadeias.
Exemplo:
CETONAS
Definição
São compostos orgânicos que apresentam o
grupo funcional carbonila entre átomos de
carbono (o carbono com dupla ligação ao
oxigênio é secundário).

Grupo Funcional

Nomenclatura usual
Apenas alguns Aldeídos possuem
nomenclatura usual, as quais são atribuídas de
acordo com o Ácido Carboxílico
correspondente (função orgânica que será vista
mais adiante).
Nomenclatura Oficial
Nome Na nomenclatura das Cetonas coloca-se o
Nome Usual Fórmula
Oficial sufixo ONA, ao nome do hidrocarboneto
Aldeído correspondente.
Fórmico, Quando a numeração for necessária, ela de
Metanal
Formaldeído ser iniciada da extremidade mais próxima da
ou Formol carbonila.
Aldeído Exemplos:
Etanal Acético ou
Acetaldeído
Aldeído
Propiônico ou
Propanal
Propionaldeíd
o
Aldeído
Butanal Butírico ou
Butiraldeído
Aldeído
Etanodial Oxálico ou
Nas acetonas ramificadas e/ou insaturadas
Oxalaldeído
seguem as regras já vistas.
Aldeído
Fenilmetana Exemplo:
Benzóico ou
l
Benzaldeído

FIQUE LIGADO: O formaldeído puro é um

gás. A sua solução aquosa recebe o nome de
formol e é usada para conservar peças
anatômicas.

428
Nomenclatura Usual n)
Na nomenclatura usual, o grupo carbonila é
denominado cetona, e seus ligantes são
considerados radicais.
Exemplo:

o)

p)
Obs: Os radicais são citados em ordem
alfabética.
q)
EXERCÍCIOS

1) Dê a nomenclatura oficial dos seguintes

compostos:
a) H3C-COH r)

b) H3C-(CH2)2-COH
c) H3C-COCH3
d) H3C-CH2- COCH3 s)

e) CH3-CH-(CH3)-CH2-CHO
f) CH3CH=CH-CH2CH2CHO
g) CH3-COCOCH2-CH3
h) CH3-COCH2-CH-(CH3)2 t)

i)

j) u)

k)
2) Escreva a fórmulas estruturais dos
compostos pedidos:
a) etanal
l) b) butanal
c) 2-metilpropanal
d) etanodial
m)
e) propanona
f) metilbutanona
g) but-3-enona

429
 agradável, e muito utilizado como solventes de
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO tintas, vernizes e esmaltes. Trata-se da cetona
mais simples. O nome oficial e a fórmula
3) (Fuvest) O bactericida Fomecina, cuja molecular da substância descrita pelo texto
formula estrutural é: acima são, respectivamente:
a) Butanal e C4H8O
b) butanona e C4H7OH
c) etanona e C2H4O
d) propanal e C3H6O
e) propanona e C3H6O

9) (Unifor-CE) Um professor de Química

escreveu na lousa a fórmula C3H6O e perguntou
Apresenta as funções;
a 3 estudantes que composta tal fórmula
a) ácido carboxílico e fenol
representava. As respostas foram:
b) álcool, fenol e éter
estudante 1 – propanona (acetona)
c) álcool, fenol e aldeído
estudante 2 – propanal
d) éter, álcool e aldeído
estudante 3 – álcool propílico (propanol)
e) cetona, fenol e hidrocarboneto
O professor considerou certa a resposta dada
somente por:
4) (Unifor –CE) Certo composto tem fórmula
a) 1
molecular C3H6O. Ele pode ser um:
b) 2
a) álcool ou éter
c) 3
b) aldeído ou cetona
d) 1 e 2
c) álcool ou cetona
e) 2 e 3
d) éter ou aldeído
e) álcool ou aldeído
10) (Unisinos-RS) A glicerina, é também
chamada de prop-1,2,3-triol, é a base de todas
5) Existe um produto denominado casco de
as substâncias graxas utilizadas em saboneteria.
cavalo, utilizado para tornar as unhas mais
É um líquido denso, de tato azeitoso, sabor
duras e resistentes. Um de seus compostos é o
doce e ávido de água, que, por aquecimento em
aldeído de menor massa molar. Qual o nome e
presença de catalisador, além de água produz
qual a fórmula molecular deste aldeído?
um composto conhecido como acroleína;
conforme equação:
6) A biacetila é o principal aromatizante da
margarina. Sabendo que ela é uma dicetona
formada por quatro átomos de Carbono de
cadeia normal e saturada, escreva sua fórmula
estrutural e seu nome oficial.

7) (UNICAMP-SP) A substância Propan-2-ona O nome do composto produzido é:

pode ser chamada simplesmente de Propanona a) propeno
já que não existe um composto com o nome de b) propanol
Propan-1-ona. Explique por quê. c) propenal
d) propanona
8) (Fatec-SP) Na indústria de alimentos, sua e) butanona
aplicação mis importante relaciona-se à
extração de óleos e gorduras de sementes, como
soja, amendoim e girassol. À temperatura
ambiente, é um líquido que apresenta odor

430
 2)---
11) Lúpulo 3) c
4) b
5) metanal e ch2o
6)

e butanodiona
7) porque se a carbonila estiver no carbono 1
não se trata de uma cetona.
O lúpulo é uma trepadeira da família
8) e
Cannabinaceae. É uma planta denominada
9) d
dióica; isso significa que produz flores
10) c
masculinas e femininas. Na fabricação de
11) c
cerveja utiliza-se apenas as flores femininas,
que se agrupam em pequenos cones, pois
apenas elas contêm a lupulina, um pó resinoso
utilizado para dar aroma acre e sabor amargo
característico da cerveja.
Este composto apresenta, na sua estrutura,
os grupos funcionais de:
a) álccol e enol
b) fenol e cetona
c) álcool e cetona
d) fenol e aldeído
e) cetona e aldeído

GABARITO

1)
a) etanal
b) butanal
c) propanona
d) butanona
e) 3-metilbutanal
f) hex-4-enal
g) pentano-2,3-diona
h) 4-metilpentan-2-ona
i) cicloexanona
j) 2-metilpentan-3-ona
k) hex-4-en-3-ona
l) 5-metilexan-2,3,4-triona
m) 2,3-dimetilbutanal
n) 2,3-dimetilbut-2-enal
o) 3-metilbutan-2-ona
p) 5-metilex-5-en-2-ona
q) pentan-3-ona
r) 4-metilex-5-en-2-ona
s) butanodial
t) 3-metilexanodial
u) 6-etil-7metilnon-3-en-8-inal

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