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Para custear suas despesas e a construção de obras {...} Os homens, temos três vidas: vida corporal, vida
monumentais, a Igreja Católica costumava levantar fundos espiritual, vida eterna. A morte tira somente a vida
com a venda de indulgencias. Indulgência significava corporal; o pecado tira a vida espiritual, tira a vida eterna,
perdão dos pecados, concedido em caráter especial. Tal e também tira a vida corporal, porque do pecado nasceu a
procedimento, adotado ainda na Idade Média, sempre morte {...} A morte mata o corpo que é mortal; o pecado
mereceu críticas de setores da hierarquia eclesiástica. No mata a alma, que é imortal, e morte que mata o imortal,
início do século XVI, a oposição a esse tipo de pratica vede que morte será! Os estragos que faz a morte no corpo,
passou a ocorrer de maneira mais firme. Em 1517, o consome-os em poucos dias a terra; os estragos que faz o
religioso alemão Martinho Lutero protestou de forma pecado na alma, não basta uma eternidade para os
veemente, levando contra si a fúria das autoridades consumir no fogo. E sendo sobre todo o excesso de
católicas, que determinaram sua excomunhão. Lutero comparação tanto mais para temer a morte da alma que a
recebeu o apoio de importantes autoridades europeias, morte do corpo, e tendo mais para amar e para estimar a
fazendo surgir o movimento da Reforma protestante, fato vida espiritual e eterna que a vida temporal, em que fé, e
que provocou uma cisão na Igreja Católica. em que juízo cabe, que pela vida e saúde do corpo se façam
tão extraordinários extremos, e que da vida e saúde da ama
A Igreja Católica reagiu com uma série de medidas,
se faça tão pouco caso?
que, no seu conjunto, configuraram a Contrarreforma.
Entre os anos 1545 e 1563, a cidade italiana de Trento foi VIEIRA, Padre Antônio. Sermão de Nossa Senhora da Penha de França. Sermões.
OLIVEIRA, Manuel Botelho de. Música do Parnaso. Rio de Janeiro. O silencio da noite perturbado
no passarinho melhor!
POESIA AMOROSA
Além de ter escrito poesia de crítica social e textos
marcados por erotismo e obscenidade, Gregório de Matos
também cultuou o lirismo amoroso. Seus poemas líricos
apresentam um homem angustiado diante do amor que
muitas vezes se revela dividido entre os desejos corporais
que nele se manifestam e a culpa e angústia pelo pecado,
dualidade tipicamente barroca.
POESIA RELIGIOSA
Como traço comum do Barroco, o questionamento
religioso aparece entre as principais preocupações dos
autores. Os textos revelam um eu lírico dividido entre a
atração pelo pecado e a necessidade do perdão, ou em
busca de uma integração entre o espiritual e o carnal em
suas atitudes. A referência a objetos sagrados, como o
símbolo da cruz ou a imagem de Jesus Cristo, também é um
recuso muito utilizado por Gregório de Matos.
POESIA REFLEXIVA
O tema da efemeridade é um dos mais presentes no
movimento Barroco e a percepção de que o mundo está
em desacerto também é um pressuposto importante para
desencadear o processo reflexivo a respeito daquilo que se
vive e do que se vê acontecer ao redor. O eu poético de
Gregório de Matos assume em vários poemas essa postura
reflexiva, em que a questão filosófica transcende a
religiosa e se estende a outros aspectos da existência.