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O meu nome é Paul Cézanne, fui um pintor do pós-impressionismo, nasci

em 1839 e morri com 67 anos em 1906, nasci em Provença no sul da


França.
Apesar de ter nascido numa família com uma grande estabilidade
financeira, tive sempre uma relação um pouco complicada com o meu pai,
ele nunca aceitou as minhas escolhas no que toca aos estudos e ao meu
futuro, vendo a minha paixão pela arte como um caminho sem rumo, sem
sucesso, via a minha paixão, o meu talento pela pintura como uma perda
de tempo uma tolice. Ao ponto de me obrigar a estudar na universidade
de aix no curso de direito, mas mesmo estudando direito o meu coração
pertencia às artes por isso estudei desenho nessa mesma universidade.
Mas com o encorajamento de zola eu optei por mudar para Paris, inscrevi
me nos cursos livres da academia suíça, onde conheci Camille Pissarro,
uma grande amizade que sempre ei de respeitar, sem nunca a esquecer.
Infelizmente não consegui passar no exame de admissão da escola de
belas-artes. então decidi voltar para Provença para trabalhar junto com o
meu pai. Passado um ano achei que tinha de voltar para paris e resolvi ir
novamente para a academia Suíça para me tornar num verdadeiro pintor,
mas acabaria por descobrir que por causa daquelas regras e padrões
horrorosos nunca me caíram bem.
Foi nessa altura que conheci Claude Monet, Renoir, Alfred Sisley e
Edouard Manet. Sempre rejeitei os padrões académicos, tal como os
artistas que encontrei, os chamados impressionistas, mas os meus
primeiros trabalhos têm um pouco a ver com esse movimento, pintava
quadros escuros e românticos e muitas das vezes usava uma espátula
resultando assim em espessos estratos de cores sobrepostas, o quanto
evolui.
No início dos anos 70 comecei a trabalhar ao ar livre e a clarear a minha
paleta de cores junto com Pissarro, foram dias incríveis estes, aprendi
muito com este meu caro amigo e ganhei também um estilo diferente de
pintar ao decidir que nunca copiaria o que via, mas sim que estudaria as
paisagens e as formas geométricas da natureza, os cones os cilindros, tudo
se resume a formas .
Em 1869 conheci Hortense Fiquet, uma modelo que se tornou a minha
companheira, a minha musa. Mesmo temendo a desaprovação do meu
pai, achei que o mais acertado era esconder a minha relação e o
nascimento do meu filho, que nascera em 1872, mas apesar de tentar
esconder do meu pai ele descobre em 1878 e acabei por perder a bolsa
que ele me oferecera, ganhava mais passando de solteiro para sustentar a
minha família do que com as minhas pinturas e a partir dai sucederam se
diversos problemas financeiros.
Espero que no futuro eu seja compreendido e que a arte evolua, que as
pessoas se apeguem às verdadeiras formas da natureza e parem de se
preocupar em simplesmente copiar o que vêm, falta de criatividade é o
copiar , serve como exercício de aprendizagem mas so para isso, explorem
a cor, usem a mente, sigam o que eu fiz e façam algo diferente daquelas
regras tão retrógradas. Mas claramente isso não vai acontecer agora, por
isso só posso sonhar que isso aconteça no futuro, talvez aí, nesse futuro
distante, as pessoas aparecem o meu trabalho por fim. Gostaria agora de
vos mostrar alguns dos meus quadros que tenho mais orgulho como as
banhistas, o cesto de maças e o menino no colete vermelho.
As banhistas, trabalhei nessa obra precisamente por 7 anos, abordei vários
temas de banhistas durante vários anos, não só em pinturas a óleo, como
também em estudos em aquarela. Este tema teve associações pessoais
para mim, pois evocava a minha juventude, quando nadava junto com os
meus amigos no rio arc.
O cesto de maças, uma das muitas obras de natureza morta que realizei,
sempre disse que “a pintura deve nos dar o sabor da eternidade da
natureza” e “a arte é uma harmonia paralela à natureza, não uma
imitação da natureza”, na busca de estruturas e composições nunca fui
obrigado a representar objetos reais no espaço real, então neste quadro
com uma composição equilibrada, representei uma garrafa inclinada, a
inclinação da cesta e as linhas cortadas dos biscoitos engrenam com as
linhas da toalha de mesa. Alem disso o lado direito da mesa não esta no
mesmo plano do lado esquerdo, como se a imagem refletisse
simultaneamente dois pontos de vista. A modelagem pesada, usei
pinceladas solidas e cores brilhantes dando assim à composição uma
densidade e um dinamismo que uma natureza morta mais realista nunca
poderia existir.
O menino no colete vermelho, eu raramente usava modelos profissionais
ao pintar figuras humanas, uma exceção foi a pintura de um menino
usando um colete vermelho, fiz várias poses deste rapaz italiano, mas o
que mais gostei foi aquele da sua postura sentada e melancólica com um
dos seus braços deitado sobre a mesa e outro a segurar a cabeça. As
cores, ricas, festivas, mas também densas, a pose da figura, a cortina
verde, a mesa em que se encontra este rapaz. O movimento de sua pose
contraria os objetos envolventes. Vendi esta pintura a um grande amigo
meu Ambroise Vollard, em miados de 1895. Também fiz um retrato dele,
mas o homem não sabe ficar quieto, e estático, é assim tão difícil ficar
imóvel como uma maça! Enfim. Ele me ajudou bastante comprando as
minhas obras, serei lhe sempre grato. Não me arrependo de ter seguido
esta carreira, sofri por não ser reconhecido, perdi amizades, encarei vários
desafios, mas não me arrependo de ter seguido o caminho que segui.
 
Paul Cézanne.
Texto de Lara Rodrigues e Mara brandão de 11ºK.
Fontes – https://stringfixer.com – o menino do colete vermelho.
- Wikipédia – paul Cézanne.
- Nos passos de Cézanne – documentário.

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