DO ENSINO DA ARTE
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Fundamentos e Métodos do Ensino da Arte – Prof.ª Ms. Annie Simões Rozestraten Furlan, Prof.ª
Ms. Elizabeth Aranha Guimarães Ubiali e Prof.ª Ms. Regina Luzia Marcondes de Arruda Lima
Olá! Meu nome é Annie Simões Rozestraten Furlan. Sou mestre pelo Progra-
ma de Pós-graduação do Departamento de Psicologia da Universidade de São
Paulo (USP) de Ribeirão Preto.
No mestrado, desenvolvi um trabalho sobre estética ou filosofia da arte a res-
peito do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty, que tem vários textos sobre
arte, especialmente as artes plásticas.
Sou graduada em Artes Plásticas pela USP e sou professora de artes plásticas
desde 1994. Trabalhei em creches e escolas de Ensino Fundamental na cidade
de Ribeirão Preto e, também, sou professora da Instituição Universitária Moura
Lacerda, em Ribeirão Preto.
Trabalho com arte em ateliê próprio e ministro aulas para crianças e adoles-
centes.
Nesta introdução ao estudo da arte, espero que as manifestações e expressões artísticas que abor-
damos aqui se tornem uma forma de repensar as práticas da Educação Infantil e do Ensino Funda-
mental, auxiliando na construção de atividades artísticas significativas para a educação do professor
e do aluno.
E-mail: anniesro@gmail.com
Olá! Sou Elizabeth Aranha Guimarães Ubiali. Sou graduada em Filosofia pela
Universidade de São Paulo e realizei o mestrado na Unesp de Araraquara, na
qual fiz minha pesquisa na área de Estudos Literários.
No campo da literatura, pesquisei o teatro simbolista através da obra O Pássa-
ro Azul, de Maurice Maeterlinck. No momento, estou matriculada no douto-
rado do Programa de Pós-graduação em Psicologia na Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto. Minha área de pesquisa é a filosofia de
Merleau-Ponty em sua relação com as questões do fazer artístico, em especial
a literatura.
Atuo como docente na Faculdade de Artes Cênicas do Centro Universitário Barão de Mauá, em Ri-
beirão Preto. Apesar de, no momento, ministrar apenas disciplinas teóricas, estou constantemente
em contato com a prática do ensino do teatro, que envolve todas as outras artes.
Neste Caderno de Referência de Conteúdo, vamos empreender a tarefa de refletir sobre a importân-
cia da arte no ensino e sobre o desenvolvimento da sensibilidade por meio de diversas linguagens:
artes visuais, música, teatro e dança.
E-mail: bethubiali@netsite.com.br
Olá! Meu nome é Regina Luzia Marcondes de Arruda Lima. Sou mestre pelo
Programa de Pós-graduação em Serviço Social na Universidade Estadual Pau-
lista Júlio de Mesquita Filho, UNESP – Franca. No mestrado, desenvolvi meu
trabalho sobre Cotas: uma polí ca de inclusão, trabalhando educação e inclu-
são escolar. Sou graduada em Pedagogia e Educação Ar s ca pela Universidade
de Franca. Pianista de formação, estudei no Ins tuo Musical “ARS NOVA” em
Franca, sob a orientação da prof.ª Lúcia Helena Garcetti Ribeiro. Atuei como
professora de música, mas encontrei-me profissionalmente na área de admi-
nistração escolar. Fui diretora do Ins tuto Musical ARS NOVA, onde dirigia as a vidades dos cursos
profissionalizantes de piano, violão e ballet. Atualmente, par cipo como integrante da equipe edi-
torial da revista on-line CAMINE: Caminhos da Educação (Camine: Ways of Educa on) na Unesp de
Franca e sou Coordenadora Pedagógica do Colégio Pessoa, também em Franca.
E-mail: reginaarrudalima@gmail.com
FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO
ENSINO DA ARTE
Caderno de Referência de Conteúdo
Batatais
Claretiano
2013
© Ação Educacional Clare ana, 2011 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
707 F984f
ISBN: 978-85-67425-98-6
CDD 707
Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Cecília Beatriz Alves Teixeira
Camila Maria Nardi Matos Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera Filipi Andrade de Deus Silveira
Cá a Aparecida Ribeiro Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Dandara Louise Vieira Matavelli Rodrigo Ferreira Daverni
Elaine Aparecida de Lima Moraes Sônia Galindo Melo
Josiane Marchiori Mar ns
Talita Cristina Bartolomeu
Lidiane Maria Magalini
Vanessa Vergani Machado
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza Projeto gráfico, diagramação e capa
Patrícia Alves Veronez Montera Eduardo de Oliveira Azevedo
Rita Cristina Bartolomeu Joice Cristina Micai
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Simone Rodrigues de Oliveira Luis Antônio Guimarães Toloi
Raphael Fantacini de Oliveira
Bibliotecária Tamires Botta Murakami de Souza
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do
autor e da Ação Educacional Claretiana.
UNIDADE 5 DANÇA
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 177
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 178
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 178
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 180
5 A DANÇA E SUAS ORIGENS .............................................................................. 181
6 BREVE HISTÓRICO DA DANÇA ......................................................................... 182
7 ALGUMAS PECULIARIDADES DO BALLET ....................................................... 188
8 PRETENSÕES DA ESCOLA COM O ENSINO DA DANÇA .................................. 197
9 EURITIMIA ........................................................................................................ 204
10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 206
11 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 207
12 E REFERÊNCIAS ............................................................................................... 208
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 209
UNIDADE 6 MÚSICA
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 211
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 212
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 212
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 213
5 SOM ................................................................................................................... 216
6 MÚSICA ............................................................................................................. 219
7 INSTRUMENTOS MUSICAIS ............................................................................. 224
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 241
9 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 242
10 E REFERÊNCIAS ................................................................................................ 244
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 246
Claretiano - Centro Universitário
Caderno de
Referência de
Conteúdo
CRC
Ementa –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Noções fundamentais sobre a atividade artística na educação. Desenvolvimento
de atividades e contato com referenciais teóricos que revelem uma busca por
caminhos significativos para o ensino da arte na educação. Fundamentos me-
todológicos para o trabalho artístico. A arte e a educação. Histórico do ensino
da arte no Brasil. Aprender e ensinar arte. Processo de criação e expressão por
meio das linguagens: artes plásticas, música, teatro e dança.
–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
É um prazer estar com você durante o estudo de Fundamen-
tos e Métodos do Ensino da Arte. Ela lhe proporcionará um contato
com as principais ideias ligadas ao ensino da arte, inseridas em um
quadro mais amplo: nosso ambiente cultural.
Com o estudo dos princípios mais importantes ligados à arte
e ao ensino da arte no Brasil, desenvolveremos uma reflexão sobre
as propostas artísticas na educação e seus fundamentos teóricos.
10 © Fundamentos e Métodos do Ensino da Arte
Abordagem Geral
Prof.ª Ms. Regina Luzia Marcondes de Arruda Lima
Neste tópico, apresentamos uma visão geral do que será es-
tudado neste Caderno de Referência de Conteúdo. Aqui, você en-
trará em contato com os assuntos principais deste conteúdo de
forma breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas
questões no estudo de cada unidade. Desse modo, essa Aborda-
gem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a
partir do qual você possa construir um referencial teórico com
base sólida – científica e cultural – para que, no futuro exercício
de sua profissão, você a exerça com competência cognitiva, éti-
ca e responsabilidade social. Vamos começar nossa aventura pela
apresentação das ideias e dos princípios básicos que fundamen-
tam este Caderno de Referência de Conteúdo.
Serão feitas apreciações de trabalhos artísticos e propostas
atividades em que os alunos percebam o valor e as qualidades es-
pecíficas de cada linguagem artística, fundamentais para o ensino
da arte, participando de um universo fundamental para toda uma
civilização: o universo artístico-cultural.
A seguir, apresentamos um breve relato dos conteúdos que
serão estudados nas seis unidades que compõem este Caderno de
Referência de Conteúdo.
Na primeira unidade, veremos a trajetória que a disciplina
Arte percorreu até hoje na educação brasileira.
música nas escolas? Isso nos leva a pensar que nós, educadores,
precisamos estar atentos para que a prática musical não deixe de
acontecer rotineiramente. As escolas não podem emudecer, pois,
como vimos, são inúmeros os benefícios dessa prática para os nos-
sos alunos.
Finalizando a apresentação desta abordagem, faz-se neces-
sário enfatizar que o trabalho com arte na educação não tem a
intenção de formar artistas profissionais, mas de desenvolver a
sensibilidade, a cultura e a crítica do educando.
Cabe também nesse processo educativo derrubar o mito do
dom, ou seja, de que alguns são dotados para a arte e outros não.
Nosso objetivo é educacional, e todos têm o direito de participar
dos benefícios que a arte nos proporciona. Portanto, todos estão
aptos e têm o direito de participar do processo educativo e praze-
roso da arte.
Esperamos que a leitura deste material contribua para fazer
da arte uma prática educativa constante em nossas salas de aula.
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápi-
da e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de co-
nhecimento dos temas tratados no Caderno de Referência de Con-
teúdo Fundamentos e Métodos do Ensino da Arte. Veja, a seguir, a
definição dos principais conceitos :
1) Art Nouveau: significa “arte nova” em francês. Foi um
movimento relacionado com a Belle Époque, nas últimas
décadas do século 19 e começo do século 20. Relaciona-
-se com a Segunda Revolução Industrial, tendo como
prioridade a exploração de novos materiais, como o
ferro e o vidro. Esse estilo também foi muito usado nos
avanços gráficos da época, com a litografia colorida para
a impressão de cartazes.
2) Bienal: exposição de artes que, como indica o nome,
acontece de dois em dois anos. É responsável pelas ten-
dências no cenário artístico e acontece nas grandes ca-
pitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Veneza, Paris e
© Caderno de Referência de Conteúdo 21
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem
ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati-
vas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-las com a prática do ensino de Fundamentos e Métodos
do Ensino da Arte pode ser uma forma de você avaliar o seu conhe-
cimento. Assim, mediante a resolução de questões pertinentes ao
assunto tratado, você estará se preparando para a avaliação final,
que será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada
de você testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida
para a sua prática profissional.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as
bibliografias complementares.
Dicas (motivacionais)
O estudo deste Caderno de Referência de Conteúdo convida
você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo
de emancipação do ser humano. É importante que você se atente
às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes
nos meios de comunicação, bem como partilhe suas descobertas
com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas aqui-
lo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não se
conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido perce-
bido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele
à maturidade.
Você, como aluno dos cursos de Graduação na modalidade
EaD e futuro profissional da educação, necessita de uma forma-
ção conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com
a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da
interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o
seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discu-
ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoau-
las.
© Caderno de Referência de Conteúdo 27
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte.
Brasília : MEC / SEF, 1998.
4. EͳREFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 27 jun. 2011a.
______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/arte.pdf>. Acesso em: 27
jun. 2011b.
2. CONTEÚDOS
• Histórico do ensino da arte.
• Transformações no ensino da arte.
• Espaço da arte e sua inserção na educação como discipli-
na.
• Propostas pedagógicas para o ensino da arte.
30 © Fundamentos e Métodos do Ensino da Arte
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Vamos começar nossos estudos conhecendo o histórico do
ensino da Arte no Brasil, as principais transformações nesse ensino
e sua inserção na educação como disciplina, além de conhecermos
as propostas pedagógicas para o ensino da Arte.
Inicialmente, vamos fazer uma caminhada pelos séculos 19
e 20 para começarmos a entender o processo de desenvolvimento
do ensino da arte.
7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar
as questões a seguir, que tratam da temática desenvolvida nesta
unidade.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em
responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda-
dos para sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que
você faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Edu-
cação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma
cooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas desco-
bertas com os seus colegas.
2) Faça uma linha histórica de como foi o ensino da Arte no Brasil, desde o iní-
cio até agora, com a LDB n. 9.394/96.
8. CONSIDERAÇÕES
Esperamos que você tenha entendido o caminho trilhado
pela Arte na educação brasileira. Foram décadas e décadas de lu-
tas feitas de pequenas conquistas, que sempre foram se armaze-
nando na vida escolar e nos educadores de Arte.
Hoje, após essas transformações, ainda não chegamos à po-
sição confortável de que quase todas as batalhas foram vencidas,
entretanto, conquistamos um lugar de contribuição do conheci-
mento prático-teórico, histórico-social, de aprendizagem de aluno,
de professor, escola e comunidade, de construções nos relaciona-
© U1 - Arte: Principais Propostas e Contribuições para a Educação 55
9. EͳREFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Mercado da rua Valongo. Disponível em: <http://tertuliabibliofila.blogspot.
com/2010/10/antonio-frederico-de-castro-alves-poeta.html>. Acesso em : 13 ago. 2011.
Figura 2 Negros e mulatos coletando esmolas para irmandades. Disponível em:
<http://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/obras-de-arte-de-debret/
obras-de-arte-de-debret-13.jpg>. Acesso em: 13 ago. 2011.
Figura 3 Cenas do cotidiano. Disponível em: <http://historiadesaopaulo.wordpress.com/
escravidao-negra-em-sao-paulo-e-no-brasil/>. Acesso em: 13 ago. 2011
Figura 4 Moagem. Disponível em: <http://blog.educacional.com.br/blogportugues/
files/2010/04/debret-engenho11.jpg>. Acesso em: 15 jun. 2011.
Site pesquisado
PORTOWEB. O que é a Escola de Frankfurt. Disponível em: <http://pessoal.portoweb.
com.br/jzago/frankfurt.htm>. Acesso em: 29 jun. 2011.
2. CONTEÚDOS
• Questões que envolvem a atividade artística.
• A arte e sua relação com o sentido do termo no senso
comum.
• A origem da nossa concepção de arte.
• Arte e linguagem.
58 © Fundamentos e Métodos do Ensino da Arte
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Vimos, na unidade anterior, o histórico trilhado pela Arte na
educação brasileira. Com a LDB n. 9.394/96, a Arte passou a ser
tratada como componente curricular, e são grandes as expectati-
vas dos educadores em relação à Arte como parte integrante do
conhecimento.
Nesta unidade, vamos estudar e refletir sobre o que envolve
esse criar artístico, cheio de conhecimento, cultura, posicionamen-
to político, mas, sobretudo, cheio de sensibilidade, que é o dife-
rencial da Arte com relação aos outros componentes curriculares.
Sendo assim, podemos observar que os objetos artísticos
expressam uma relação com as coisas diferente desse sentido co-
mum que atribuímos a elas, ligadas, comumente, ao utilitarismo
da vida. Olhamos as coisas e logo já queremos saber para que ser-
vem, não é mesmo? Pois o olhar artístico busca o sentido delas.
Isso faz que, constantemente, se elaborem significações para tudo
aquilo que compõe a nossa existência.
Aprender a linguagem das artes leva o aluno a entender e
sentir os valores que norteiam os relacionamentos dos indivíduos
de uma sociedade, fazendo que ele comece a perceber as dimen-
sões sociais que envolvem os grupos humanos.
Nosso aluno perceberá que, ao estudarmos Arte, ela nos
levará a conhecer o pensamento, o modo de agir e de sentir, os
© U2 - Ideia de Expressão e Criação na Atividade Artística 61
1) criatividade;
2) imaginação;
3) sensibilidade;
4) percepção.
Sem dúvida, a arte desenvolve esses aspectos. A manifesta-
ção artística busca nas diversas áreas do conhecimento o sentido
para a criação e inovação. Sabemos que toda manifestação artísti-
ca tem em comum com outras áreas do conhecimento um caráter
de busca de sentido, de criação e de inovação. No entanto, deve-
mos inicialmente entender que a arte não está a serviço dessas
potencialidades. E se não está a serviço de algo, é porque ela não é
um simples meio, pois tem um valor em si mesma, como a ciência
ou a matemática.
Não podemos, igualmente, dizer que a ciência desenvolve a
criatividade e a percepção? E que as hipóteses científicas são fru-
to, também, da capacidade imaginativa e criativa dos cientistas?
Da mesma maneira, não podemos ter soluções criativas para as
investigações matemáticas?
No entanto, por que parece que a arte ainda é o instrumento
mais adequado ao desenvolvimento dessas potencialidades? Por-
que está ligada à ideia da expressão livre, que permite dar “asas à
imaginação”.
A imaginação, temperada com uma boa dose de invenção,
pode resultar em obras diferentes e originais, que consideramos
criativas. Então, por que os trabalhos de arte são tão parecidos?
Por que tantas ideias se repetem infinitamente, como a tão co-
nhecida e mal utilizada proposta de releituras de obras de arte?
Por que as peças de teatro são enquadradas nos mesmos padrões
de sempre? E as atividades musicais repetitivas, como as danças,
que parecem não expressar nenhuma criatividade e imaginação,
quanto mais uma expressão corporal?
© U2 - Ideia de Expressão e Criação na Atividade Artística 63
Podemos dizer, grosso modo, que para os artistas modernos não era mais ne-
cessário esconder os meios com os quais compunham suas obras, porque vinha
à tona a materialidade da obra: tinta, tela, pincelada, papel, colagem, desenho.
Enquanto uma natureza morta pintada de modo acadêmico faz todo o possível
para se parecer com o real e não nos fazer perceber o quanto de tinta e de tela
há ali, mas sim o que está pintado, uma natureza morta de Braque ou Picasso
nos mostra a tinta, a tela, a colagem, além da pintura e do desenho, mas não
distinguimos mais aquilo que está na tela da maneira como ela se apresenta, ou
seja, a materialidade da obra. Assim, a arte moderna passa a discutir questões
intrínsecas ao fazer da arte, e não tenta nos apresentar uma outra realidade se-
não esta que se apresenta em sua fatura.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Essas informações nos dão uma ideia de que os critérios para
que algo seja hoje considerado arte não são os mesmos de alguns
anos atrás.
Arte é uma experiência sensível. Os artistas transformam a
maneira de absorver sensivelmente a realidade em signos, em lin-
guagem musical, cênica, visual.
Para entender arte, são necessárias algumas noções sobre
História da Arte, para que possamos apreciar melhor algumas obras.
6. EXPRESSÃO ARTÍSTICA
Toda atividade que realizamos é permeada por sentidos cul-
turais e valores sociais importantes. No entanto, esses aspectos
não são analisados por nós quando realizamos nossas atividades,
pois estão tão imbricados em nossa vida que não é comum ques-
tioná-los.
Neste tópico, buscaremos apresentar uma reflexão sobre o
sentido da arte, levando em consideração os valores culturais e
sociais que permeiam esse sentido e que, por serem o “pano de
fundo” de nossas atividades, não são muito considerados; é como
se sempre estivessem aí, “dados”.
Para discutirmos quais concepções de arte permeiam o nos-
so ambiente sociocultural, é importante conhecermos um pouqui-
nho de nossa história em relação ao ensino da arte:
© U2 - Ideia de Expressão e Criação na Atividade Artística 71
7. TRABALHO DA CRIAÇÃO
Vejamos, a seguir, um poema de João Cabral de Melo Neto.
Você perceberá que, além de o sentido desse poema ser insepa-
rável de seus signos, ou seja, o que ele quer dizer é dito pela for-
ma como o poema está escrito, o seu tema contribui para uma
reflexão sobre o fazer artístico, pois trata do próprio ato de fazer
poesia, do embate com as palavras e da dificuldade de criar a pre-
tendida significação.
O poema
A tinta e a lápis
escrevem-se todos
os versos do mundo.
Que monstros existem
nadando no poço
negro e fecundo?
Que outros deslizam
largando o carvão
de seus ossos?
Como o ser vivo
que é um verso,
um organismo
com sangue e sopro,
pode brotar
de germes mortos?
O papel nem sempre
é branco como
a primeira manhã.
É muitas vezes
o triste e pobre
papel de embrulho;
é de outras vezes
de carta aérea,
leve de nuvem.
Mas é no papel,
no branco asséptico,
que o verso rebenta.
Como um ser vivo
pode brotar
de um chão mineral?(MELO NETO, 2001, p. 21).
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Quais as atividades que envolvem a atividade artística?
2) No excerto do texto a seguir você verá que a educação estética está ligada
ao fazer artístico. Você concorda com a colocação da autora? Por quê?
A educação estética tem como lugar privilegiado o ensino da Arte,
entendendo por educação estética as várias formas de leitura, de
fruição que podem ser possibilitadas às crianças, tanto a partir do
seu cotidiano como de obras de Arte. Compreender o contexto dos
materiais utilizados, das propostas, das pesquisas dos artistas é po-
der conceber a Arte não só como um fazer, mas também como uma
forma de pensar em e sobre Arte (PILLAR apud BARBOSA, 2002, p.
71 - 72).
10. CONSIDERAÇÕES
Esperamos que, com o estudo desta unidade, você esteja
mais seguro com relação ao “fazer artístico” e com o “participar da
obra como fruidor”, bem como com as linguagens que envolvem
as artes, tendo mais tranquilidade em assumir o cargo de educa-
dor de arte.
Isso tudo porque, ao aprendermos as linguagens das artes, temos
mais segurança para entender e sen r os valores que norteiam
os relacionamentos dos indivíduos que vivem na sociedade, per-
cebendo com mais clareza as dimensões sociais que envolvem
os grupos humanos e, assim, podemos formar cidadãos cada vez
mais comprome dos com o bem público.
3
1. OBJETIVOS
• Compreender as questões metodológicas mais importan-
tes e discutir a produção de caminhos significativos para o
desenvolvimento da atividade artística infantil.
• Discutir aspectos da relação entre criação e obra de arte.
• Compreender e demonstrar os principais caminhos por
meio dos quais podemos orientar a produção dos alunos
nas atividades de artes plásticas.
2. CONTEÚDOS
• Capacidade criadora e atividade artística: reflexões sobre
o fazer.
• Atividades de artes plásticas, aspectos metodológicos e
orientações para os projetos artísticos.
• Atividades individuais e coletivas.
88 © Fundamentos e Métodos do Ensino da Arte
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na unidade anterior, refletimos sobre a atividade artística
e entendemos o trabalho da criação e da expressão artística,
comumente utilizada nas escolas. Vimos, também, a origem da
palavra “arte” e sua relação com o sentido do termo no senso
comum. De posse desses conhecimentos, pudemos discutir as
principais ideias a respeito da criação artística, do fazer artístico e
suas implicações. Estudamos, também, a linguagem artística e os
sistemas de signos.
No estudo desta unidade, vamos conhecer como o professor
encaminhará o processo de ensino-aprendizagem da arte,
apresentando algumas propostas metodológicas para se trabalhar
com as artes plásticas, lançando mão de práticas tradicionais que
apenas discriminam a produção, ou melhor, a reprodução das
crianças.
© U3 - Artes Plásticas 89
5. PROPOSTA TRIANGULAR
Há, no ensino-aprendizagem da arte, uma proposta
conhecida como Metodologia Triangular, que se desenvolve em
três aspectos:
apreciar;
contextualizar;
fazer.
Essa metodologia foi desenvolvida por um grupo de pesquisa
orientado por Ana Mae Barbosa (1998), que há pouco tempo foi
retomada pela própria autora, por não considerar adequada a
designação “metodologia” para tal proposta.
Na Metodologia Triangular, o professor deve criar situações
de aprendizagem que precisam combinar momentos para que os
© U3 - Artes Plásticas 91
Veja, nas Figuras 36, 37, 38, 39, 40 e 41, algumas obras
modernas desse período.
3) Comente o excerto a seguir, de Buoro (2003, p. 23), que trata das releituras,
e tente dar seu parecer sobre o assunto.
A proposta de releitura da imagem como exercício de cópia, con-
tudo, tem predominado como modelo de trabalho nas salas de
aula do ensino fundamental. Tal abordagem – a da releitura como
cópia – termina ainda por discriminar aquelas crianças que se sen-
tem menos capazes de realizar reproduções mais precisas, ou seja,
4) Quais são as mudanças nas aulas de arte com essa nova visão do “fazer ar-
tístico”? Leve em consideração o excerto a seguir?
Educar para o ‘fazer artístico’ nos ensina o entendimento sobre os
conteúdos, sobre os materiais que vamos usar e as novas com-
binações que poderemos fazer, desenvolvendo, assim, nossa cria-
tividade, compreendendo os momentos históricos que envolvem
os materiais que estamos usando, ou a técnica aplicada, enfim, faz
com que o indivíduo realmente se sinta inserido e fazendo parte da
sociedade em que vive.
14. CONSIDERAÇÕES
Os movimentos da arte moderna possibilitaram novas for-
mas de arte e, com isso, a valorização de outras formas de ex-
pressão, que não essas consideradas nas Belas Artes.
Entre as expressões valorizadas, estão os desenhos das cri-
anças, a arte primitiva e a arte feita por pessoas com doenças
psíquicas.
© U3 - Artes Plásticas 145
15. EͳREFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Mona Lisa ou La Gioconda. Disponível em: <http://web.france.com/files/
legacy_images/mona_lisa.jpg>. Acesso em: 9 jun. 2011.
Figura 2 La vague. Disponível em: <http://www.myfreewallpapers.net/artistic/
wallpapers/renoir-la-vague.jpg>. Acesso em: 9 jun. 2011.
Figura 3 The sea near Brighton. Disponível em: <http://arliquidodois.blogs.sapo.pt/
arquivo/782499.html>. Acesso em: 9 jun. 2011.
Figura 4 Paisagem com mar. Disponível em: <http://www.portinari.org.br/IMGS/
jpgobras/OAa_2569.JPG>. Acesso em: 9 jun. 2011.
Figura 17 Senhor dos Martírios de Frei Ricardo do Pilar. Disponível em: <http://upload.
wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c9/FreiRicardo-1690.jpg>. Acesso em: 9
jun. 2011.
© U3 - Artes Plásticas 147
4
1. OBJETIVOS
• Vivenciar a prática teatral como meio importante de de-
senvolvimento individual e do trabalho em grupo.
• Compreender e demonstrar que a prática das atividades
lúdicas do teatro possibilita a assimilação de novos conhe-
cimentos e desenvolve novas posturas e mentalidades.
• Utilizar a prática teatral como meio eficaz de integração
da escola com a comunidade.
• Proporcionar, por meio da prática teatral, o desenvolvi-
mento da autoconfiança e da confiança nos membros do
grupo.
2. CONTEÚDOS
• Origens do teatro.
• Abrangência do teatro por meio dos termos: “homo sa-
piens”, “faber”, “ludens” e “aestheticus”.
150 © Fundamentos e Métodos do Ensino da Arte
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta unidade, aprenderemos a trabalhar com o teatro na
educação.
Além disso, estudaremos as origens do teatro e os jogos
teatrais. Veremos, por exemplo, que, para o mundo ocidental, a
Grécia é considerada o berço do teatro, embora ele já existisse na
civilização egípcia e no continente asiático (China e Japão).
Tradicionalmente, o teatro tem três elementos fundamentais:
• ator;
• texto;
• público.
Porém, há teatros, como, por exemplo, o de marionetes, em
que há a exclusão do ator, que se esconde para dar vida ao bone-
co. Podemos pensar, também, na exclusão do texto escrito em um
espetáculo de pantomima.
Em sua opinião, há a possibilidade de existir um teatro sem
público? Por quê?
Não é possível pensar no teatro sem público, pois ele só
acontece quando o ator o encontra (seu público) e vive com ele
uma experiência.
O teatro é, também, uma síntese de vários signos que se en-
contram no espetáculo teatral, tais como:
Autores trágicos
Os temas dos autores trágicos são mitos, simultaneamente,
divinos e heroicos. Neles, os heróis fazem ponte entre o mundo
dos homens e dos deuses.
Ésquilo (525-456 a.C.)
Ésquilo foi o primeiro dos autores trágicos. A escolha dos
seus temas está relacionada com moral, política e religião. Em sua
obra, o homem está totalmente integrado à ordem divina. É a ele
que a tragédia grega e antiga deve a perfeição artística e formal,
que permaneceria um padrão para o futuro. Ésquilo morreu em
456 a.C., em Gela, na Sicília. Conta a lenda que sua morte se deu
em condições trágicas: uma tartaruga teria sido lançada por uma
águia na cabeça calva do poeta e dramaturgo.
Foram atribuídas a Ésquilo nove peças, embora se acredite
que ele tenha escrito noventa. São conhecidos setenta e nove títu-
los, dos quais apenas sete sobreviveram até os nossos dias:
• As suplicantes (490 a.C.-463 a.C.?);
• Prometeu acorrentado (470 a.C.);
• Os persas (472 a.C.);
• Os sete contra Tebas (467 a.C.);
• A trilogia Oréstia (458 a.C.), composta por Agamenon;
• Coéforas e Eumênidas (490 a.C.-463 a.C.?).
Dentre suas obras, a tragédia Oréstia é considerada a mais
importante, e Prometeu acorrentado, a mais conhecida.
Oréstia conta a história do rei Agamenon, da cidade de Mi-
cenas, que, antes de partir para lutar em Troia, sacrificou sua filha
Ifigência para contar com a proteção dos deuses. Sua esposa Cli-
© U4 - Teatro: Origens e Jogos Teatrais 155
6. JOGOS DRAMÁTICOS
Como diz Viola Spolin (1979, p. 3) "as pessoas que desejarem
são capazes de jogar e aprender a ter valor no palco".
O interesse da criança pelo teatro é explicado pelo seu el-
emento essencial: a ação dramática. Assim, falar em arte teatral
implica falar, também, em jogo, que é um componente do teatro,
o qual, por sua vez, é lúdico e educativo.
O teatro proporciona aos seus participantes a vivência de
culturas diferentes e de momentos históricos diversos, bem como
a construção de um coletivo, necessitando de um profundo conhe-
Jogos de integração
Veja duas opções de jogos de integração que você poderá
desenvolver com seus alunos.
Jogo 1
Nesse jogo, os alunos devem caminhar livremente ocupando
todo o espaço do ambiente, quando um dos integrantes fala o seu
nome e o que gosta de fazer. Por exemplo: “Eu me chamo Elisa,
tenho 10 anos, gosto de nadar e de andar a cavalo”. Feito isso,
todos devem repetir a frase acelerando ou diminuindo o ritmo da
caminhada até ficarem estáticos, como na brincadeira "estátua".
Na sequência, inicia-se novamente uma outra apresentação.
Jogo 2
Nesse jogo, as crianças sentam-se em círculo e um aluno de
cada vez caminha ao redor desse círculo. Nessa caminhada, o alu-
no deve se dirigir a um colega que está no círculo e dizer o seu
nome, fazendo um gesto de saudação (apertar a mão, abraçar ou
beijar). O colega que foi cumprimentado dá a volta no círculo e se
dirige a outro colega. Depois de todas as apresentações, os alunos
serão convidados a dizer o nome de cada um dos participantes. Se
houver esquecimento, os colegas podem ajudar.
Jogos de percepção
Veja, a seguir, dois jogos de percepção que podem ser trab-
alhados em sala de aula.
Jogo 1
Nesse jogo, tem-se a intenção de fazer o aluno "ouvir” o
ambiente. Para isso, todos devem sentar-se silenciosamente por
um minuto e ouvir os sons do ambiente em que estão. Então, eles
devem descrever os sons que ouviram: pássaros, tráfego, cadeiras
sendo arrastadas, ar-condicionado, etc. Por meio desse exercício,
outros sentidos, como visão, tato, gustação e olfato podem tam-
bém ser explorados, utilizando diversos ambientes dentro da es-
cola ou fora dela.
Jogo 2
Nesse jogo, tem-se a intenção de fazer o aluno sentir “o eu
com o seu eu”. Assim, começando com as solas dos pés, ele deve
sentir o que está em contato com o seu corpo em cada ponto.
Os pés sentem as meias, os sapatos, o chão; as pernas sentem as
calças ou os vestidos; os quadris sentem a cinta; o dedo sente o
anel; os dentes sentem a língua etc.
Então, quando os jogadores já tiverem sentido todas as par-
tes do corpo, serão convidados a se levantar, andar pela sala e en-
trar na atmosfera do jogo.
Esse exercício possibilita a exploração do sentido do tato e
proporciona o início de uma consciência corporal que é fundamen-
tal para o trabalho no teatro.
Improvisação
Gestos
Em círculo, um integrante inicia com gestos referentes a uma
profissão ou a um esporte. Um jogador entra em cena e coloca-se
na situação interagindo com ele. O público é convidado a explicar
com palavras o que aconteceu na linguagem gestual. Uma nova
dupla é chamada até que todos participem.
Gestos e uso da palavra
O professor dá uma estrofe de poesia infantil a uma dupla.
A poesia deve ter sido vivenciada pela classe. A dupla deverá
apresentar a mímica correspondente e os participantes deverão
adivinhar o nome da poesia e seus autores.
© U4 - Teatro: Origens e Jogos Teatrais 165
Jogo combinado
Nesse jogo, o professor prepara pequenos diálogos com
diversos personagens (lutadores de boxe, punks, caipiras, gnomos,
políticos mentirosos) e sorteia-os entre duplas que vão apresentá-
los. Veja, a seguir, alguns exemplos de diálogos:
— Eu vi.
— Como? É dia ainda? É muito cedo!
— Ela está lá, linda, olhe!
— Não vejo nada!
— Lá no alto, veja! Viu?
— Estou tentando...
— Ai que dó!
— Dó, de quem?
— Dela, você não sabe?
— Sabe o quê?
— O que aconteceu...
— Fala logo, o quê?
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A partir desses diálogos e dos personagens sorteados, pode-
se ampliar a estrutura dramática (onde/quem/quando), criando,
assim, uma situação dramática.
Nos exemplos de diálogo citados anteriormente, os
interlocutores são dois gnomos. Veja como fica a estrutura
dramática:
Onde: floresta.
Quem: gnomos.
Quando: ao anoitecer, os gnomos brincam de "quem viu
a primeira estrela no céu".
Outra opção para o jogo combinado é partir da mesma
estrutura dramática (onde/quem/quando), utilizando um texto
literário, como, por exemplo, uma narrativa curta, como uma
fábula e, a partir dela, criar outra narrativa. Vejamos a fábula
escrita por Esopo:
Já está escuro e ouve o grito da coruja. Ela não fica com medo, como muitas
pessoas que temem o grito da coruja, e começa a pedir que a ave lhe mostre o
caminho de volta para casa.
A coruja começa a voar em volta e vai dando pequenos voos à frente de Olga,
que a segue. Logo, ela percebe as primeiras luzes do arraial onde mora. Ela
agradece à coruja pela ajuda e diz que pode contar com ela para o que precisar.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
8. TEXTO COMPLEMENTAR
O texto a seguir aborda a pantomima, que é um teatro
gestual que faz o menor uso possível de palavras e o maior uso de
gestos. É a arte de narrar com o corpo, da mímica, excelente para
atores cômicos que usam a expressão corporal e a dança.
Nos vasos jônicos, é fácil encontrar as pinturas retratando esses artistas que
mimicavam os governantes locais ou os tipos populares engraçados.
Pantomima Clássica
O imperador romano Augusto promoveu os pantomimos. Os festivais realizados
no Palácio dos Esportes eram assistidos por 40.000 pessoas. Muito foi escrito
sobre esse apogeu da pantomima. O poeta Livius Andronicus é considerado o
primeiro one-man-show da história do teatro. Foi inventor da pantomima romana.
Ele fez a ponte entre a pantomima grega e a latina.
Também vale reportar a citação de Cícero sobre a interpretação de dois grandes
pantomimos romanos, Bathylle e Pylade, quando apresentaram suas versões
para a tragédia grega Prometeu, de Ésquilo, como se existisse uma língua em
cada ponta de seus dedos.
Pantomima Romântica
Após o obscuro período da Idade Média onde a Inquisição proibiu qualquer
livre manifestação artística, surgiu na França em 1813 um genial pantomimo
que reavivou o gênero. Jean-Gaspard Debureau criou o personagem Baptiste
oriundo da família dos Pierrots da comédia francesa. Elaborou um repertório e
motivou o surgimento de um estilo romântico.
Houve uma efervescência da pantomima romântica nos anos posteriores e por
toda a Europa muitos artistas aprimoraram o estilo se apresentando em teatros,
music-halls, boulevares e circos. Podemos conferi-lo nos filmes de cinema
mudo. Os pantomimos Chales Chaplin e Buster Keaton são os mais expressivos
herdeiros desta pantomima.
Pantomima Moderna
No início do século XX, as artes em geral tiveram seus conceitos e estéticas
transformados com rupturas aos conceitos tradicionais e o surgimento de novas
tendências estéticas.
Na França, Etiênne Decroux começou a codificar uma gramática para o
movimento corporal, resultando numa técnica que acabou sendo as diretrizes
para o surgimento de um novo estilo de pantomima.
O mais representativo pantomimo dessa técnica é Marcel Marceau, que criou o
personagem Bip e um repetório neoclássico.
Hoje, essa técnica é identificável como uma linguagem de acessório nos trabalhos
de vários artistas. Por exemplo, nas coreografias de Michael Jackson com seus
passos de dança sem sair do lugar, nas performances dos shows de ilusionismo
dos mágicos, como David Cooperfield, ou nas performances cinematográficas do
clown inglês Mr. Bean (PEDRAVIVA.ORG, 2011).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Quais são os elementos fundamentais do teatro? Na sua opinião, há a possi-
bilidade de existir teatro sem público? Por quê?
10. CONSIDERAÇÕES
No contexto escolar, o mais importante é o trabalho expres-
sivo, a vivência em grupo, a ampliação do conhecimento e do sen-
so crítico do aluno.
O corpo é rico em produções expressivas, como gestos, pa-
lavras, movimentos, sons e expressões faciais, que representam
e comunicam situações propostas numa peça teatral com humor,
terror e dramaticidade. Dessa forma, os outros signos do teatro
seriam uma contribuição estética, que é bem-vinda, mas não é es-
sencial para o trabalho educativo que a escola propõe em relação
à arte teatral.
Sugerimos a você, futuro educador, que sempre que possí-
vel leve os alunos para assistirem a espetáculos teatrais. O teatro
propicia o conhecimento de culturas diferentes e momentos his-
tóricos diversos, promovendo um modo coletivo de ver e viven-
ciar a arte. Ao ver as construções das cenas, o repertório literário,
© U4 - Teatro: Origens e Jogos Teatrais 175
11. EͳREFERÊNCIAS
ENCICLOPÉDIA TIO SAM. Téspis. Disponível em: <http://enciclopedia.tiosam.com/
enciclopedia/enciclopedia.asp?title=Tespis> Acesso em: 13 jun. 2011.
FERREIRA, Procópio. Procópio Ferreira X Teatro de Revista. Disponível em: <http://www.
youtube.com/watch?v=NhC2Acedb3g>. Acesso em: 13 jun. 2011.
ORFEUSPAM. Édipo Rei. Disponível em: <http://www.orfeuspam.com.br/Apostilas/
LitLatina/Sofocles_edipo.htm2012>. Acesso em: 2 abr. 2012.
PEDRAVIVA.ORG. Pantomima. Disponível em: <http://www.pedraviva.org/home/
content/view/4/> Acesso em: 31 ago. 2011.
5
1. OBJETIVOS
• Compreender e caracterizar a dança como experiência
educacional criativa que contribui para o desenvolvimen-
to individual e social.
• Identificar a dança como forma de autoconhecimento
corpóreo, atividade lúdica e investigativa.
• Compreender e identificar o papel da dança no desenvol-
vimento psíquico, emocional e cognitivo da criança.
• Conhecer e relacionar as diversas possibilidades dos pro-
cessos criativos em dança e suas interações com a socie-
dade.
• Apresentar e entender a dança como veículo de emoções
e recurso didático.
• Entender e identificar os benefícios da dança para o de-
senvolvimento da criança.
178 © Fundamentos e Métodos do Ensino da Arte
2. CONTEÚDOS
• Dança, arte do movimento: o corpo é a dança, a dança é
o corpo.
• Fatores do movimento, segundo Laban.
• Dança como manifestação artística e cultural no mundo
contemporâneo.
• Avanços e dificuldades da prática da dança no Ensino Fun-
damental.
• Hermes e Apolo: um acordo por meio da música.
• Peculiaridades e repertórios do ballet clássico.
• A dança na educação.
• Dança contemporânea.
• Euritimia.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Pode ser que você, educador, esteja tendo o primeiro con-
tato com esta linguagem artística, a dança. Podemos dizer, com
muita segurança, que essa é uma das mais fascinantes linguagens
artísticas, mesmo que muitos de nós não tenhamos muita aptidão
e condição física para a dança.
Nesta unidade, estudaremos a dança e alguns dos principais
participantes dessa linguagem artística. Além disso, você conhece-
rá algumas danças folclóricas de vários países, que trazem as cul-
turas e os pensamentos de cada povo.
Vamos apresentar, ainda, algumas histórias representadas
pelo ballet clássico, como O Quebra-nozes, Giselle e Lago dos Cis-
nes. São histórias, músicas e culturas belíssimas que muito nos aju-
dam na educação de nossos alunos.
Nesse sentido, segundo Fux (1983, p. 40):
Dançar, então, não é adorno na educação, mas um meio paralelo
a outras disciplinas que formam, em conjunto, a educação do ho-
mem. Integrando-a nas escolas de ensino comum, como mais uma
matéria formativa, reencontraríamos um novo homem com menos
medos e com a percepção de seu corpo como meio expressivo em
relação com a própria vida.
Dança brasileira
Não podemos falar em dança brasileira sem nos lembrarmos
da música que revela o encontro dos portugueses com os índios
nas praias da costa atlântica.
Gilberto Gil (2011), em seu artigo O Forró, diz o seguinte so-
bre esse fato histórico:
[...] nos primeiros encontros com os índios, os marinheiros portu-
gueses tocaram, cantaram e dançaram e conseguiram fazer com
que os gentios também o fizessem, estabelecendo, assim, uma
forma inicial de entendimento e cumplicidade, através da música
trazida pelas caravelas era como que se ensaiavam, ali, os primeiros
exercícios do que viria a se tornar a música brasileira.
Coppélia
Coppélia é um ballet em três atos, musicado por Leo Delibes.
Seus personagens principais são Doutor Coppelius, Swanilda
e Franz e Coppélia. A história ocorre na aldeia de Cracóvia, na Po-
lônia. Swanilda é a mais bela jovem da aldeia e está noiva de Franz.
Na casa de Doutor Coppelius, que fabrica brinquedos, e que
tem um pouco de bruxo, Franz encontra uma menina chamada
Coppélia e faz de tudo para chamar sua atenção. Convida-a para
descer, para dançar, manda beijos, porém, a menina não lhe dá
atenção. Swanilda, certa vez, flagra-os e promete vingar-se de seu
noivo. Os camponeses tentam reaproximar o casal, porém não
têm êxito. As amigas de Swanilda pegam a chave da casa do Dou-
tor Coppelius e entram nela.
Swanilda e suas amigas descobrem que a menina por quem
Franz tinha se interessado era uma boneca. Nesse momento, Dou-
tor Coppelius entra e flagra as moças, mas Swanilda consegue se
esconder na varanda e fingir ser uma boneca. Ao mesmo tempo,
acontece um dos principais bailados desse ballet, a danças das bo-
necas (Figura 3). Essas bonecas representam escocesas, espanho-
las, arlequins e as amigas de Coppélia.
Depois, enquanto Swanilda observa o doutor Coppelius re-
alizar suas mágicas (Figura 4), Franz invade a casa e se reconcilia
com ela. O casamento de Swanilda e Franz é celebrado na aldeia.
A peça é finalizada com a dança de todos os convidados.
O Quebra-nozes
Com música de Tchaikovsky, a história é iniciada com o pre-
feito da cidade, Jans Stahlbaum, esperando, com os filhos, Clara e
Fristz, seus convidados para a noite de Natal.
Quando o padrinho de Clara, o Sr. Herr Drosselmeyer, chega
para a festa, causa grande espanto em todos, pois traz muitos bo-
necos dançantes.
Clara fica desapontada, pois é a única criança que não rece-
be presente. Seu padrinho faz uma grande surpresa e, depois de
brincar com ela, presenteia-a com um lindo quebra-nozes.
Quando os convidados começam a ir embora, Clara vai dor-
mir e leva com ela seu quebra-nozes. No meio da noite, ela acorda
assustada e vê seu querido quebra-nozes tomar vida.
© U5 - Dança 193
Figura 5 O Quebra-nozes.
tes. O príncipe dança com todas. Sua mãe espera sua decisão, mas
Odete não lhe sai da memória e ele recusa todas. Sua mãe fica
desesperada.
À noite, à beira do lago, Siegfried reencontra Odete e
implora seu perdão, explicando que foi enganado pelo bruxo que
lhe apresentou sua filha com aparência de Odete.
Os apaixonados jogam-se, então, no rio, acreditando que
estarão unidos após a morte.
Giselle
Com música de Adolphe Adan, a peça retrata a história de
Giselle, uma camponesa da Europa central que está apaixonada e
é correspondida por Loys, que mente a sua origem e se apresenta
como aldeão. Ele esconde de sua amada sua verdadeira origem
como Albrecht, Duque da Silésia.
O guarda do bosque também se apaixona por Giselle, porém,
é rejeitado por ela, que confessa que seu amor pertence a Loys.
Giselle tem uma saúde muito frágil e causa grandes preocu-
pações à sua mãe, que teme a morte prematura da filha. Ela tem
medo de que Giselle se torne uma Willi (habitantes noturnas dos
bosques, que morreram antes de se casarem).
Bathilde, a filha do Príncipe de Courthand, é prometida em
casamento a Albrecht. Quando Giselle descobre que ele é o Duque
Albrecht, fica desesperada e morre.
Albrecht, arrependido de ter causado a morte de sua Giselle,
vai à noite depositar flores na sua campa. As Willis, ao perceberem
a presença de Albrecht, desvanecem-se. Giselle, nesse momento,
aparece a Albrecht, dando voltas sobre a figura de seu amado, que
a segue entre as árvores. Albrecht cai sobre o poder das Willis e
sua morte é inevitável.
Giselle protege seu amado até que as primeiras luzes da ma-
nhã aparecem, e as Willis têm de se retirar. Dessa maneira, Giselle
consegue encaminhar seu amado até a luz da vida.
© U5 - Dança 197
9. EURITIMIA
De acordo com Barreto (2011):
A eurythmia é uma nova forma de dança que vem sendo desen-
volvida desde 1912. Ela está baseada no conhecimento do homem
e do mundo, assim como na Ciência Espiritual de Rudolf Steiner, a
Antroposofia. Seus movimentos são coreografias solísticas ou gru-
pais, sobre a linguagem poética, em verso ou em prosa, e sobre a
música instrumental tocada ao vivo. O conceito eurythmia repre-
senta o equilíbrio de forças atuantes no corpo humano.
11. CONSIDERAÇÕES
Para encerrar o nosso conteúdo sobre dança, leia o seguinte
trecho dos PCNs (BRASIL, 1998, p. 75):
O conhecimento da história da dança, formas e estilos (jazz, mod-
erna, balé clássico, sapateado etc.), estudos étnicos (inclui-se o
estudo das danças folclóricas e populares) poderá possibilitar ao
aluno traçar relações diretas entre épocas, estilos e localidades em
que danças foram e são (re)criadas, podendo, assim, estabelecer
relações com as dimensões sociopolíticas e culturais da dança. O
estudo desses aspectos encorajará os alunos a apreciar as diferen-
tes formas de dança, associando-se a diferentes escolhas humanas
que dependem de suas vivências estéticas, religiosas, étnicas, de
gênero, classe social etc., possibilitando maior abertura e intercâm-
bio entre tempos e espaços distintos dos seus.
12. Eͳ REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Sapatilha de ponta. Disponível em: <http://marimontenegro.files.wordpress.
com/2007/09/sapatilha-de-ponta.jpg>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Figura 2 Fantasia com tutu. Disponível em: <http://www.abril.com.br/imagem/ballet-
de-moscou-lago-dos-cisnes-4g.jpg>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Figura 3 Dança das bonecas. Disponível em: <http://www.nytimes.com/
imagepages/2009/04/30/arts/01coppready.html>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Figura 4 Swanilda e Dr. Coppelius. Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_
nGsElXoUVIM/TNdxsKr0iFI/AAAAAAAAAJY/F5xcUr9K2mg/s1600/jr_rb_coppelia_
heydon_marquez_cowley_500.jpg>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Figura 5 O Quebra-nozes. Disponível em: <http://www.teatromicaelense.pt/images/
agenda/ag_Ballet-S.-Petersburgo---Que.jpg>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Figura 6 “Valsa das flores” em O Quebra-nozes. Disponível em:
<http://www.bailarinas.kit.net/Fotos/Quebra_Nozes/Moscow_city_Ballet_Valsa_das_
Flores1.jpg>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Figura 7 O lago dos cisnes. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u422796.shtml>. Acesso em: 13
ago. 2011.
Figura 8 Pas de deux. Dispponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u422796.shtml>. Acesso em: 13
ago. 2011.
Figura 9 Espetáculo Samwaad – Rua do Encontro (foto de 2005). Disponível em: <http://
powerofculture.nl>. Acesso em: 13 de jun. de 2011.
Sites pesquisados
BARRETO, M. Euritimia. Disponível em: <http://www.sab.org.br/euritmia/>. Acesso em:
1 set. 2011.
GIL, G. O forró. Disponível em: <http://www.gilbertogil.com.br/sec_textos_list.php>.
Acesso em: 01 set. 2011.
SOCIEDADE ANTROPOSÓFICA. Euritmia. Disponível em: <http://www.sab.org.br/
euritmia/euritmia.htm>. Acesso em: 13 jun. 2011.
PORTOWEB. O que é a escola de Frankfurt. Disponível em: <http://idanca.typepad.com/
idancanet/2005/11/dana_comunidade.html>. Acesso em: 13 jun. 2011.
© U5 - Dança 209
6
1. OBJETIVOS
• Compreender e identificar a música como experiência
educacional criativa que contribui para o desenvolvimen-
to individual e social.
• Compreender e demonstrar o papel da música no desen-
volvimento psíquico, emocional e cognitivo da criança.
• Utilizar a prática musical para a educação da criança, ten-
do consciência da relação fundamental com o corpo e a
voz.
• Mostrar a canção como veículo de emoções e recurso di-
dático.
• Entender e caracterizar os benefícios da música para o
desenvolvimento da criança.
• Tomar consciência de que somos todos potencialmente
musicais.
212 © Fundamentos e Métodos do Ensino da Arte
2. CONTEÚDOS
• Hermes e Apolo: um acordo por meio da música.
• Música na escola.
• Música, discurso sem palavras (harmonia, melodia e rit-
mo).
• A música na educação.
• Música: uma linguagem e seus signos sonoros.
• Fontes sonoras – instrumentos musicais.
• Canção na sala de aula: alguns exemplos.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na unidade anterior, quando falamos de dança, dissemos
que talvez muitos educadores estivessem tendo o primeiro con-
tato com a dança. Isso também vale para esta unidade, em que
como uma arte que educa, que acalma e que dá outra dimensão
ao ser humano, no sentido de transcender sua existência material.
Ela é considerada a mais espiritual das artes, pois é feita de maté-
ria intocável, distante da materialidade: o som.
Gostaríamos de começar nossa reflexão fazendo uma per-
gunta: o que é música?
Schafer, em seu livro O ouvido pensante (1991, p. 25, 26 e
35), coloca algumas reflexões sobre música que gostaríamos de
compartilhar com você:
1) Música é alguma coisa de que você gosta.
2) Música é som organizado com ritmo e melodia.
3) Música é som agradável ao ouvido.
4) Música é uma arte.
5) Música é uma atividade cultural relativa ao som.
O que causa sua reflexão sobre música?
1) O que é som?
1) O que é ruído?
2) O som da lata do lixeiro é som ou ruído?
3) Melodia é simplesmente uma sequência organizada
de sons?
4) Ritmo é uma sequência organizada de apoios?
5) Música é som organizado com ritmo e melodia?
Não estamos falando de boa ou má música.
O que é música para você? Por que o som da lata de lixo do
lixeiro não é música? Se você usar a lata de lixo como instrumento
musical, será que passa a ser música?
Esta é a diferença: o lixeiro não teve a intenção de fazer mú-
sica. A palavra que vale é “intenção”, ou seja, se o som é produzido
intencionalmente para ser ouvido ou não.
Portanto, podemos definir música como: “[...] uma organiza-
ção de sons (ritmo, melodia) com a intenção de ser ouvida” (SCHA-
FFER, 1991, p. 35).
5. SOM
O som é um dos mais importantes meios de comunicação.
Som é tudo que “soa”.
Mas como esse som é produzido? Todo som que ouvimos
nos leva a algo que se move. Quando, por exemplo, tocamos uma
corda do violão, essa corda vibra e dá origem a ondas que se pro-
pagam no ar.
© U6 - Música 217
Ruído
O ruído é o som sem altura definida, ou seja, tem uma vibra-
ção irregular, que não conseguimos afinar. São os sons que inter-
ferem, indesejáveis, emitidos, por exemplo, por motores, batidas
do martelo etc.
Silêncio
O silêncio é a ausência do som. Contudo, o silêncio é enga-
noso. Experimente encontrá-lo. Tudo pode acontecer para quebrá-
-lo. Toda música é formada de sons e silêncio.
Qualidades sonoras
Na prática musical, o som tem qualidades. Vamos defini-las:
1) Altura: é o grau de entonação do som, que pode ser gra-
ve, médio ou agudo, dependendo da frequência de suas
vibrações por segundo. Quanto menor for o número de
vibrações, mais grave será o som. Podemos dizer que o
mugido da vaca é grave e que o piar do pássaro é agudo.
Usando alturas diferentes, relacionadas entre si, criamos
uma linha melódica.
2) Duração: é a medida pelo tempo em que ressoa cada
som, que pode ser classificado em curto ou longo. A du-
ração está conectada ao ritmo.
Melodia e ritmo
Dentro da linguagem musical, não podemos deixar de falar,
também, de melodia e ritmo.
A melodia é uma sucessão de sons; metaforicamente, é
como levar um som a um passeio.
Há melodias mais ou menos bonitas, sendo algumas livres e
outras rigorosamente organizadas.
O ritmo é a sucessão de duração dos sons; é a direção, a divi-
são do todo em partes. Pode haver ritmos regulares e irregulares.
Por meio do ritmo, podemos dividir uma linha melódica e fa-
zer ela se tornar uma valsa, por exemplo. Se dividirmos essa mes-
ma linha melódica de outra maneira, podemos transformá-la em
uma marchinha.
© U6 - Música 219
6. MÚSICA
Agora que você já conhece alguns termos musicais, volte-
mos à primeira pergunta: o que é música?
A música é como um discurso sem palavras, composto de
sons (ritmo, harmonia, melodia), com a intenção de ser emitida
para um ouvinte. Segundo David (2004, p. 66):
A música é feita de sons. O som é o elemento essencial da música.
A melodia resulta do movimento do som que, em sua caminha-
da, intencionalmente se organiza no tempo e no espaço. O ritmo
responde pela ordenação do discurso sonoro, dando-lhe uma
forma determinada. A escuta do aluno deve ser despertada para
a percepção dos caminhos percorridos pelo som na melodia e o
reconhecimento dos seus parâmetros básicos: altura, intensidade,
timbre e duração.
7. INSTRUMENTOS MUSICAIS
A variedade de instrumentos musicais é infinitamente gran-
de. São classificados em antigos, folclóricos, de orquestra e mo-
dernos. Para facilitar nosso estudo, vamos partir da classificação
organológica.
Dentro da organologia, os instrumentos musicais são dividi-
dos em quatro “famílias” (também chamadas de “naipes” ou “gru-
pos”):
1) instrumentos de corda: subdividem-se considerando a
técnica de execução, ou seja, a maneira como são toca-
dos. Temos: naipe de arco, naipe de cordas dedilhadas,
naipe de cordas beliscadas e naipe de cordas percutidas.
2) instrumentos de sopro: subdividem-se em naipe de ma-
deira e naipe de metais.
3) instrumentos de percussão: subdividem-se em naipes
de alturas determinada e naipe de alturas indetermina-
das.
4) instrumentos elétricos ou eletrônicos: som produzido
pela corrente elétrica.
Nos subtópicos a seguir, vamos estudar cada uma dessas fa-
mílias de modo mais detalhado.
Instrumentos de corda
Os instrumentos de corda podem ser subclassificados nestas
famílias:
1) Cordas friccionadas (ou naipe dos arcos.
2) Cordas dedilhadas.
3) Cordas beliscadas.
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4) Cordas percutidas.
A família cordas friccionadas ou naipe dos arcos é aque-
la cujo som é produzido com a fricção do arco nas cordas. Como
exemplos, temos o violino, que produz um som mais agudo, a vio-
la, o violoncelo e o contrabaixo, que produz um som mais grave.
Veja esses instrumentos na Figura 1:
Figura 3 Violão.
Figura 5 Balalaika.
Figura 8 Banjo.
Figura 6 Bandolim.
Figura 7 Cavaquinho.
Instrumentos de sopro
Os instrumentos de sopro são subdivididos em dois grupos:
o de madeira e o de metal.
Grupo de sopro – madeira
São os instrumentos que usam palheta para a produção do
som. Veja exemplos desses instrumentos nas Figuras 11, 12, 13,
14, 15, 16 e 17.
Figura 13 Clarinete.
Figura 16 Fagote.
Figura 14 Saxofone.
Figura 15 Oboé.
Figura 18 Bocal.
Figura 23 Saxhorne.
Figura 19 Corneta.
Figura 21 Trompa.
Figura 22 Trombone.
Figura 24 Tuba.
Figura 20 Trompete.
Instrumentos de percussão
Figura 28 Pandeiro.
Figura 25 Castanholas.
Figura 26 Pratos.
Figura 29 Tambor.
Figura 27 Triângulos.
Figura 30 Bombo.
Sons determinados
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Figura 31 Carrilhão.
Figura 34 Vibrafone.
Figura 32 Tímpano.
Figura 35 Sinos.
Figura 33 Xilofone.
Orquestras
Essa divisão dos instrumentos que apresentamos anterior-
mente é a que se usa para formar uma orquestra moderna. Os
instrumentos são agrupados em naipe das cordas, naipe das ma-
deiras, naipe dos metais e percussão.
Existem outras divisões, com uma infinidade de instrumen-
tos folclóricos e regionais; porém, a divisão organológica, que
apresentamos, é a mais comum.
Será que você já assistiu, no YouTube, à peça O Pedro e o
lobo de Prokoviev, indicada nas Orientações para o estudo da uni-
dade? Nessa peça, o compositor apresenta os naipes da orquestra
de uma maneira muito clara e didaticamente colocada.
Outra obra, também indicada nas Orientações para o estudo
da unidade, muito interessante para conhecer os naipes e instru-
mentos da orquestra é Guia dos jovens para a orquestra, do com-
positor Benjamin Britten.
Você está percebendo quão rico é o material que a música
proporciona para todos os educadores? Vamos, agora, conhecer
um pouco sobre construção de instrumentos musicais em sala de
aula.
Figura 39 Maracás.
Figura 40 Chocalhos.
Canção
Quando falamos de música em sala de aula, não podemos
deixar de mencionar a canção, que é um excelente caminho para
iniciar a prática da música nas escolas. Ela apresenta dupla subs-
tância: musical e verbal.
A canção é considerada um privilegiado veículo de expres-
são, portanto, de comunicação. Por meio dela, a criança pode en-
trar em contato com toda a riqueza de ritmos do Brasil e do mun-
do.
Célia David, em seu artigo Música no ensino fundamental:
uma experiência a partir da canção, ressalta a primazia do corpo e
da voz no exercício da música para a criança:
Embora os aparelhos de som e seus componentes sejam recursos
necessários e facilitadores, o que deve ser realmente valorizado na
aprendizagem de música é o corpo como instrumento e, especifi-
camente, a voz. Esse será o caminho mais eficaz para que a criança
receba os benefícios da prática do ensino da música, pois, para a
criança, a música é alegria, realização, expressão, felicidade (DAVID,
1998, p. 67).
Azul ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Azul que bom cantar do nosso céu
Do nosso mar
Da margarida pego amarelo e junto os dois que verde belo
Quem viu
Vejam que surpresa eu tenho na mão
Quem viu um igual pegue e dance essa canção
Veja bem a cor que eu vou mostrar
Quem tem cor igual venha ao centro pra dançar
Trá lá lá lá –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Trá lá lá lá trá lá lá lá triângulo tem três lados
tro ló ló ló tro ló ló ló quadrado tem quatro lados
O círculo não é triângulo nem também um quadrado
O que é então um círculo?
É redondo, é redondo e não tem lado.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Jogos musicais
Em Jogos musicais, Gers Storms (1989) apresenta a Coleção
Práticas Pedagógicas: 100 Jogos Musicais. Esse livro une jogos
com a educação musical, em um tom recreativo e formativo.
Segundo Storms (1989, p. 11):
A música e o som intervêm através dos jogos como material dum
processo de aquisição do domínio da escuta, da concentração,
da expressão; de tudo o que induz o valor pedagógico do próprio
JOGO.
Pode complicar-se o jogo se decidir tocar estes instrumentos de uma forma não
habitual. Não se esqueça de combinar previamente o número de partidas de que
o jogo se comporá (1989, p. 33).
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Músicas folclóricas
No âmbito do estudo da canção, podemos incluir outra ver-
tente: a canção folclórica. Essas canções têm a particularidade de
serem anônimas e de terem uma aceitação coletiva que leva à for-
mação de variantes. Por meio dela, os alunos podem observar a
natureza, buscando onde essas formas variantes estão presentes.
Existe uma infinidade de canções que podem ser trabalha-
das nas salas de aulas. Vamos conhecer algumas que pertencem
ao folclore, que é um material riquíssimo a ser estudado e desen-
volvido com nossos alunos:
1) Canção: é um gênero musical que trabalha música e po-
esia. É muito usado para desenvolver a expressão musi-
cal e importante para que nossos alunos conheçam as
canções do cancioneiro infantil brasileiro, da música po-
pular brasileira, da música regional e internacional.
2) Acalantos: são canções para embalar o sono das crian-
ças. Conhecemos muitas dessas canções. Quem não co-
nhece Tutu marambá? Boi da cara preta? Dorme nenê,
Nana nenê, Dorme em paz?
3) Brincos e parlendas: são brincadeiras rítmico-musicais
para animar as brincadeiras infantis, como Serra, serra,
serrador; Bambalão; Amanhã é domingo; Um, dois, fei-
jão com arroz; Lá em cima do piano, dentre outras.
4) Brinquedos de roda: integram poesia, música e a dança.
É muito importante que os educadores recuperem jo-
gos, brinquedos e canções, presentes em nossa cultura,
para interação, respeito mútuo e coletividade, que são
fundamentais para um crescimento sadio e harmonioso,
resgatando a cultura da comunidade em que vivemos.
Veja alguns exemplos: Samba Lelê; Passa, passa gavião;
Trem de ferro; Escravos de Jó; A canoa virou; Terezinha
de Jesus; O cravo brigou com a rosa etc.
No âmbito do estudo da canção, podemos incluir outra ver-
tente que é a canção folclórica. Essas canções têm a particularida-
de de serem anônimas e terem uma aceitação coletiva que leva
à formação de variantes. Em seguida, sugerimos a observação da
natureza, buscando onde essas formas estão presentes.
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8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Quais são os signos que utilizamos na linguagem musical? Comente três de-
les.
3) De acordo com essas informações, podemos notar que a música e o ser hu-
mano se identificam com o tempo. Você concorda com essa afirmação? Por
quê?
9. CONSIDERAÇÕES
Tudo o que falamos a respeito da música é motivo de sobra
para a instauração e perpetuação do ensino da música nas escolas.
Isso nos leva a refletir sobre o fato de que os educadores precisam
estar atentos para que a prática musical não deixe de acontecer ro-
tineiramente; as escolas não podem emudecer, pois, como vimos,
são inúmeros os benefícios dessa prática para os alunos.
Nesse momento, faz-se necessário enfatizar que o trabalho
com música na educação não tem a intenção de formar músicos
profissionais, mas de desenvolver a escuta sensível e crítica do
educando. Cabe também nesse processo educativo derrubar o
mito do “dom”, ou seja, de que alguns são dotados para a música
e outros não. Conforme David (1998, p. 185):
Para a educação, conhecer o processo de reação, de integração e
significado da música na vida do homem, traduz-se, antes de tudo,
no ato de derrubar a barreira fantasmagórica do decantado “dom”
que, por longo tempo, seletiva e podadora, princípio que desca-
racteriza e afronta o seu papel primordial de veículo da expressão.
10. EͳREFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Família de cordas friccionadas: contrabaixo, violoncelo, viola e violino. Disponível
em: <http://www.filarmonica.art.br/imagens/imagensBd/mundo_filarmonica_
instrumentos_grupos_372.jpg>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Figura 2 Harpa. Disponível em: <http://www.emb.com.br/portal/images/stories/harpa.
jpg>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Figura 3 Violão. Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_F0zMSeTcRMo/
R4tWK4fHwII/AAAAAAAAAHA/oekpp0JN_hI/s320/violao200.gif>. Acesso em: 13 jun.
2011.
Figura 4 Guitarra portuguesa. Disponível em: <http://fotos.sapo.pt/
M5qWifdK0qmsL2oF1nej/500x500>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Figura 5 Balalaika. Disponível em: <http://cyberferrytempleuve.pagesperso-orange.fr/
balalaika.jpg>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Figura 6 Bandolim. Disponível em: <http://www.crane.gr.jp/~tassi/nations_inst/
BANDOLIM/EU_BANDOLIM/22BANDOLIM_Esp.jpg>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Figura 7 Cavaquinho. Disponível em: <http://i.s8.com.br/images/musical/cover/
img5/737575_4.jpg>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Figura 8 Banjo. Disponível em: <http://www.banjolin.co.uk/images/banjo4.gif>. Acesso
em: 13 jun. 2011.
Figura 9 Piano de armário. Disponível em: <http://www.permutalivre.com.br/img_
produto/grande/img1477.jpg>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Figura 10 Piano de cauda. Disponível em: <http://www.pjpontagrossa.net/v7/images/
inicial/dinamicas/piano.jpg>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Figura 11 Palhetas de sopro de madeira. Disponível em: <http://www.haryschweizer.
com.br/Galeria/fotos/palheta_problema.jpg>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Figura 12 Flauta transversal. Disponível em: <http://www.surpresatotal.com.br/images/
curso_flauta_transversal.jpg>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Figura 13 Clarinete. Disponível em: <http://www.discosom.com/loja/images/_products/
Clarinete%20E-11%20buffet%20Crampon.jpg>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Figura 14 Saxofone. Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/_eTuGP6RZ54w/Rigmk-_
tAYI/AAAAAAAAAbA/_leFKUksw3g/s320/Saxofone.jpg>. Acesso em: 13 jun. 2011.
© U6 - Música 245
Sites pesquisados
Pedro e o Lobo, Parte 1. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=zVZTc4CeF
EM&feature=related>. Acesso em: 13 jun. 2011.
Pedro e o Lobo, Parte 2. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=WJ4z10iyn
Ok&feature=related>. Acesso em: 13 jun. 2011.
The Young Person’s Guide to the Orchestra, Part 1. Disponível em: <http://www.youtube.
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The Young Person’s Guide to the Orchestra, Part 2. Disponível em: <http://www.youtube.
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