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INSTITUIÇÃO INTERAMERICANA DE PORTO VELHO – UNIRON

ROCOCÓ

ABRIL/2011
DISCENTES: Ariany
Carine de Sousa Gomes
Clara
Fabiana Souza
Michelle
Sara

ROCOCÓ

Trabalho sobre Rococó solicitado pelo


Prof. MSC. Rildo Augusto Braga Araujo para o
Aproveitamento de nota na disciplina
História da Arte no 1º bimestre.

ABRIL/2011
PORTO VELHO – RO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
O ROCOCÓ

O Rococó teve início na França, no século XVIII, espalhando-se por toda a Europa. Durante o
reinado de Luís XIV (1643 – 1715), a França viveu sob um governo centralizador e autoritário,
que deu às artes uma feição clássica. Quando o Luís XIV morreu, em 1715, a corte mudou-se
de Versalhes para Paris e aí entraram em contato com os ricos e bem-sucedidos homens de
negócios, financistas e banqueiros que, por nascimento, não pertenciam à aristocracia. Mas,
com a riqueza que possuíam, tinham condições de proteger os artistas, atitude que lhes dava
prestígio pessoal para serem aceitos na sociedade aristocrata. Por isso, tornaram-se os clientes
preferidos dos artistas.
O termo “rococó” vem do francês rocaille que significa concha, um dos elementos mais
característico desse estilo. Foi uma arte que se preocupou em expressar apenas sentimentos
agradáveis e que procurou dominar a técnica de perfeição com leveza e delicadeza.
Pode- se ver no Rococó um desenvolvimento natural do Barroco. Contudo, entre esses dois
estilos algumas características são bem distintas. As cores fortes da pintura barroca, por
exemplo, na pintura rococó foram substituídas por cores suaves e de tom pastel, como o
verde-claro e o cor-de-rosa. Outras características do Rococó são: A representação da vida
profana da aristocracia; Representação de alegorias; Estilo decorativo; Possui leveza na
estrutura das construções; Texturas suaves; Unificação do espaço interno, com maior graça e
intimidade.
A arte do Rococó espelhava-se nos valores de uma sociedade fútil que procurava nas obras de
arte algo que lhe desse prazer e a levasse a esquecer seus problemas reais. Os assuntos
explorados pelos artistas eram realizados de tal forma que refletisse em uma sensualidade
sutil. Exemplo na tela abaixo, O Balanço do pintor Frangonard.

O Balanço de Frangonard
Na arquitetura, o rococó adquiriu importância no sul da Alemanha e na França. O estilo é
marcado pela sensibilidade, percebida na distribuição dos ambientes interiores, destinados a
valorizar um modo de vida individual e caprichoso. Manifestou-se principalmente na
decoração dos espaços interiores, que se revestiram de abundante e delicada ornamentação.
As salas e os salões têm, de preferência, a forma oval e as paredes são cobertas com pinturas
de cores claras e suaves, espelhos e ornamentos com motivos florais. Em oposição a esse
interior rico em elementos decorativos, a fachada dos edifícios reflete em um barroco sem
exageros.
São exemplos dessa arquitetura o Hôtel de Soubise, construído por Germain Boffrand e
decorado por Nicolas Pineau, em Paris, entre os anos de 1736 e 1739, e o Petit Trianon,
construído por Jacques-Ange Gabriel, em Versalhes, entre 1762 e 1768.
O Hôtel de Soubise, sobretudo o Salão da Princesa, é um exemplo típico do estilo rococó.
Nicolas Pineau criou, com estuque, frisos que emolduram quadros e espelhos, guirlandas que
se entrelaçam em sucessivas linhas curvas, enfim, um ambiente tão decorado que olhar do
observador é atraído sucessivamente para os mais diversos detalhes.

Salão da Princesa do Hôtel de Soubise

Petit Trianon - Jacques-Ange Gabriel


Em terras alemãs destaca-se o arquiteto Balthazar Neumann com o Palácio Episcopal,
construído em Wurzburg entre 1737 e 1742, e a Igreja de Vierzehnheiligen (Igreja dos Catorze
Santos), erguida na Baviera entre 1743 e 1772.
No Palácio Episcopal de Wurzburg, o visitante encanta-se, sobretudo com a pintura do teto,
feita pelo artista italiano Giambatista Tiepolo, o mais importante dos decoradores rococós.
Esse trabalho de Tiepolo, considerado sua obra-prima, ilustra plenamente o rococó como a
manifestação de um puro deleite, uma celebração deste mundo.

Palácio Episcopal – Balthazar Neumann

Pintura de Giambatista Tiepolo


Na igreja de Vierzehnheiligen, o visitante é envolvido pela cor dos painéis pintados no teto e
nos altares e pela luz que penetra no interior através das várias janelas, multiplicando-se no
branco das paredes. Além disso, a decoração em estuque provoca no observador uma ilusão
quanto aos limites reais das paredes, como podemos ver na elaborada planta do edifício. No
centro da igreja, encontra-se o Altar dos Milagres, uma de J.J. Kuchel, considerada uma
realização completa dos valores do estilo rococó.

Igreja de Vierzehnheiligen – Balthazar Neumann

Altar dos Milagres – J. J. M. Kuchel


A expressão máxima do rococó na arquitetura palaciana são os pequenos pavilhões e abrigos
de caça dos jardins. Construídas para o lazer dos membros da corte, essas edificações,
decoradas com molduras em forma de argolas e folhas transmitiam uma atmosfera de mundo
ideal. Para completar essa imagem dissimulada, surgiam no teto, imitando o céu, cenas
bucólicas em tons pastel.

Palácio do Belvedere – Viena

Kaisersaal – Balthazar Neumann

O paradigma do salão rococó é a Kaisersaal do Palácio de Wurzburg, aonde a ornamentação


chega a um grau de extravagância quase quebradiça, tamanha a minúcia. Através de ornatos
ilusionistas e figuras escultóricas que voam as paredes quase desaparecem, num efeito mágico
de leveza.
Os móveis, importantíssimo complemento da construção arquitetônica, assumem uma
transcendência particular. De um lado isto decorre da exigência, de determinados arranjos. De
outro lado a variedade cromática, devido ao emprego de madeiras raras marchetadas, ornadas
de frisos dourados, é acompanhada pelo requinte de suas linhas. Acompanha tudo isso o gosto
dos pelos bibelôs.

No Brasil, observa-se a passagem do rococó na arquitetura religiosa desde meados do século


XVIII no Rio de Janeiro, em diversas cidades mineiras (Ouro Preto, São João Del Rey,
Congonhas do Campo etc.), em Pernambuco, Paraíba e Belém . Exemplo é a Igreja São
Francisco de Assis em Ouro Preto – Minas Gerais construída por Aleijadinho.

Igreja São Francisco de Assis – Aleijadinho


Na pintura, são nítidas as diferenças entre o Barroco e o Rococó. Enquanto o Barroco
desenvolvia temas religiosos em que se as atitudes dos personagens eram repletas de
conotações dramáticas e heróicas, o Rococó desenvolvia temas mundanos, ambientados em
parques e jardins ou em interiores luxuoso. Desaparecem os contrastes radicais de claro-
escuro e passam a predominar as tonalidades claras e luminosas. A técnica do pastel passa a
ser bastante utilizada, pois ela permite a produção de certos efeitos de delicadeza e leveza dos
tecidos, maciez da pele feminina, sedosidade dos cabelos, luzes e brilhos. Dentre os pintores
desse período, os que melhor expressam o estilo rococó são Watteau e Chardin.
Jean Antonie Watteau (1684-1721) é considerado um verdadeiro mestre da pintura rococó
francesa. Seus quadros de cenas amorosas substituem as pinturas de temas religiosos e
históricos. Sua principal obra é o Embarque para Citera.

Embarque para Citera -Jean Antonie Watteau

Jean-Baptiste Siméon Chardin tinha uma situação econômica melhor do que a de Watteau. Sua
principal característica é a composição nítida e unificadora de todos os elementos retratados.
No quadro De Volta do Mercado nota-se a união da personagem com o móvel da sala.

De Volta do Mercado – Jean-Baptiste Siméon Chardin


Na escultura, o grande desenvolvimento decorativo ganha sua importância. Os escultores
rococós abandonam as linhas do barroco por linhas suaves e graciosas. Embora usem o
mármore, preferem o gesso e a madeira. Procura retratar as pessoas mais importantes da
época. São famosas, por exemplo, as esculturas que Jean Antoine Houdon fez retratando
Voltaire, Diderot, Rousseau e outros tantos personagens da história francesa e universal.
Dessas esculturas, a de Voltaire é a mais conhecida, por causa da percepção aguda que o
artista teve do caráter desse pensador francês.

Voltaire – Jean Antoine Houdon

Igreja do Mosteiro de Rohr – Irmãos Asam

Nas igrejas da Baviera surge o teatro sacro. Altares com iluminação a partir do fundo,
decorados com cenários carregados de anjos, folhas e flores, são a referência para cenas
religiosas de uma inegável atmosfera de ópera. É nessa época que surge com um vigor na
indústria da escultura de porcelana na Europa, esse delicado material era ideal para época, os
escultores rococós alemães, franceses, italianos e espanhóis criaram modelos para a
manufatura de estatuetas, reproduzindo temas mitológicos, campestres e da sociedade
cortesã.

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