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04/01/2024, 15:54 Conteúdo - Módulo 3

Conteúdo - Módulo 3

Site: Escola Virtual de Governo Impresso por: RENATA MACIEL ALVES DE LIMA
Curso: Direitos Humanos: Uma Declaração Universal Data: quinta-feira, 4 jan. 2024, 15:54
Livro: Conteúdo - Módulo 3

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Índice

1. A segunda geração de direitos humanos: os direitos políticos

2. Os direitos políticos e a declaração universal de direitos humanos


2.1. O direito à nacionalidade e direito ao asilo
2.2. O direito à liberdade de pensamento, consciência e religião
2.3. O direito à liberdade de expressão e opinião
2.4. O direito à liberdade de reunião e associação
2.5. O direito à participação política, representação e eleição por sufrágio universal

3. Os direitos políticos da declaração universal e a constituição federal de 1988

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1. A segunda geração de direitos humanos: os direitos políticos

No módulo 1, falamos sobre o contexto de surgimento de direitos civis, ou direitos de primeira geração, como fruto da Revolução Americana de
1776 e da Revolução Francesa de 1789 – acontecimentos históricos apontados como responsáveis pela elaboração das respectivas Declaração
de Independência dos Estados Unidos da América e Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Esses direitos previam um espaço no interior
do qual o poder do Estado, até então representado pela Monarquia, não podia entrar, ou seja, uma esfera de proteção do indivíduo contra o Estado.

Mas o poder arbitrário da monarquia não estava totalmente controlado apenas com a existência de direitos civis. Afinal, esses direitos estavam
assegurados em documentos legais, mas, se era a própria monarquia que elaborava as leis, a existência dos direitos civis não estaria assegurada se
a monarquia pudesse alterá-las a qualquer momento ou criar outros documentos que se opusessem a eles.

Como consequência, era necessário então que as pessoas, já protegidas pelos direitos civis, pudessem participar do processo de
criação das leis, diretamente ou escolhendo seus representantes. Surgia então outro conjunto de direitos, que asseguravam agora
não mais uma esfera de proteção contra o Estado, mas a possibilidade de participação dentro do Estado, na elaboração das leis.
São os direitos políticos, considerados os direitos humanos de segunda geração.

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2. Os direitos políticos e a declaração universal de direitos humanos

A Declaração Universal dos Direitos Humanos traz em seus artigos um conjunto de direitos que podemos classificar como direitos políticos, ou os
Direitos Humanos de segunda geração. Nessa seção, estudaremos esses direitos:

i. direito à nacionalidade e direito ao asilo;


ii. direito à liberdade de pensamento, consciência e religião;
iii. direito à liberdade de expressão e opinião;
iv. direito à liberdade de reunião e associação;
v. direito à participação política, representação e eleição por sufrágio universal.

É importante ressaltar que os direitos políticos se relacionam diretamente com o exercício da vida política e cidadania porque a pessoa que detém
a nacionalidade de determinado país tem o direito também participar da formação da vontade da maioria, ao escolher seus representantes para o
governo ou Poder Legislativo ou ainda candidatar-se para ser representante da maioria.

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2.1. O direito à nacionalidade e direito ao asilo

O direito à nacionalidade, à livre circulação e residência nos países e o direito ao asilo estão previstos nos artigos 13 a 15 da Declaração Universal:

Artigo 13

1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio e a esse regressar.

Artigo 14

1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos
contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 15

1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.


2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade

A nacionalidade é o vínculo que liga uma pessoa a um determinado país, que passa a ser integrada ao povo, adquirindo direito e obrigações.
Podemos obter a nacionalidade, em geral, de duas formas:

a. Pelo nascimento, e por isso independentemente da nossa vontade. É a chamada nacionalidade primária ou originária. Pela nacionalidade
primária, podemos nos tornar nacionais de um país quando há o vínculo sanguíneo, decorrente de filiação, não importando qual o local onde
o indivíduo nasceu.

Também pela nacionalidade primária, podemos ser nacionais de determinado país pelo vínculo de territorialidade, ou seja, por ter nascido no
solo daquele país, independente do vínculo sanguíneo.

b. Por nossa própria vontade, posteriormente ao nosso nascimento. É a chamada nacionalidade secundária ou adquirida. Têm direito a essa
nacionalidade aquelas pessoas que nascem em determinado país, mas são filhos de pais com outra nacionalidade. Daí, podem optar a ter as
suas nacionalidades. Ou ainda, os estrangeiros que residem há muitos anos em outro país e podem optar por ter nova nacionalidade.

A Constituição Federal de 1988 prevê a regra de nacionalidade em seu artigo 12.

São brasileiros natos:

a. os nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros. É o caso da nacionalidade pelo vínculo com o território;
b. os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço do governo Brasil (os diplomatas,
por exemplo;
c. os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou
venham a residir no Brasil e escolham, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. Essas duas
situações representam a nacionalidade pelo vínculo sanguíneo.

Os brasileiros naturalizados são:

a. os que adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;
b. os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes no Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.

A Declaração Universal elenca o direito à nacionalidade como um Direito Humano porque a ausência de nacionalidade representa uma condição
degradante e enfraquecedora que influencia quase todos os aspectos da vida de uma pessoa. Aqueles que não são reconhecidos como cidadãos de
um país não podem, com frequência, matricular-se na escola, trabalhar legalmente, possuir imóveis, casar-se ou viajar. Podem ter dificuldade em
receber tratamento de saúde e não conseguir abrir uma conta bancária ou receber uma pensão. Se são vítimas de roubo ou de estupro, podem se
ver impossibilitados de apresentar queixa, porque, para a lei, não existem. Muitas vezes, não têm sequer um nome reconhecido oficialmente.

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Apátridas são pessoas que não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país. A apatridia ocorre por várias razões, como discriminação
contra minorias na legislação nacional, falha em reconhecer todos os residentes do país como cidadãos quando este país se torna independente
(secessão de Estados) e conflitos de leis entre países.

Segundo o órgão das Nações Unidas que atua pelos direitos dos refugiados (ACNUR), em relatório de 2017, mais de 75% das populações
conhecidas de apátridas pertencem a grupos minoritários. O relatório mostra que, para muitos grupos minoritários, a causa da apatridia é o que os
diferencia: suas histórias, aparências, línguas, sua fé. A discriminação afeta negativamente as minorias apátridas e intensifica a necessidade de
proteção e segurança e contribui para a pobreza e dificulta o acesso à documentação, educação e serviços de saúde.

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2.2. O direito à liberdade de pensamento, consciência e religião

A Declaração Universal protege o direito à liberdade de religião, pensamento e consciência e, ainda, a liberdade de manifestação da religião pelo
ensino, pela prática e pelo culto em público ou em âmbito privado:

Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou
crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.

Vivemos numa época de grande intolerância religiosa. Segundo relator especial da ONU para a Liberdade Religiosa, Ahmed Shaheed, “no mundo
todo, há uma crescente onda de intolerância e restrições impostas ao exercício do direito à liberdade de religião ou crença. Há duas tendências
ligadas a essa tese: o aumento da politização da religião e a sua securitização, observando que os crimes de ódio antimuçulmanos, a xenofobia, o
racismo, o antissemitismo e outras formas de intolerância estão em ascensão.

A xenofobia é um tipo de preconceito caracterizado pela aversão, hostilidade, repúdio ou ódio aos estrangeiros, que pode estar fundamentado
em fatores históricos, culturais, religiosos, dentre outros.

No Brasil, a intolerância religiosa tem crescido, em especial sobre as crenças de matriz africana. O Disque 100, principal canal da Ouvidoria
Nacional de Direitos Humanos para registro de denúncias, contabilizou em 2015, o total de 556 denúncias de intolerância religiosa. Em 2010,
quando o serviço começou a registrar denúncias de discriminação por religião, foram contabilizados apenas 15 casos, razão pela qual se percebe
um significativo aumento de denúncias.

A Intolerância religiosa pode ser feita por material escrito, imagens ou qualquer outro tipo de representação de ideias ou teorias que
promovam e/ou incitem o ódio, a discriminação ou violência contra qualquer indivíduo ou grupo de indivíduos, com base na raça, cor, religião,
descendência ou origem étnica ou nacional. Para mais informações, acesse: http://www.disque100.gov.br/

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2.3. O direito à liberdade de expressão e opinião

Entre os direitos políticos previstos pela Declaração Universal, a liberdade de expressão e opinião está prevista em seu artigo 19:

Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de
procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

Mas existe uma clara diferença entre exercitar a liberdade de expressão e opinião e manifestar discurso de ódio:

O discurso de ódio promove a incitação à discriminação, hostilidade e violência contra uma pessoa ou grupo em virtude de raça, religião,
nacionalidade, orientação sexual, gênero, condição física ou outra característica. É usado para insultar, perseguir e justificar a restrição de
direitos e para dar razão a homicídios outras formas de violência física e psicológica.

Racismo, machismo e homofobia podem ser expressados na forma de discursos de ódio: manifestações negativas contra negros, mulheres e gays,
por exemplo, não representam opiniões e não podem ser protegidas pelo direito à liberdade de expressão. As redes sociais são um território
aparentemente livre para a expressão de opiniões diversas, inclusive para a propagação de discurso de ódio. Mas iniciativas importantes têm sido
criadas para monitorar as redes e reprimir pessoas que propaguem manifestações que promovam hostilidade e violência.

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2.4. O direito à liberdade de reunião e associação

O direito à liberdade de associação é o direito de participar de um grupo formal ou informal para realizar uma ação coletiva. Este direito inclui o
direito de formar e/ou participar de um grupo. Por outro lado, inclui também o direito de não ser obrigado a fazer parte de uma associação. Está
previsto no artigo 20 da Declaração Universal:

Artigo 20
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Associações podem incluir organizações da sociedade civil, clubes, cooperativas, organizações da sociedade civil, associações religiosas, partidos
políticos, sindicatos, fundações ou mesmo associações on-line. Não há nenhuma exigência de que a associação seja registrada para que liberdade
de associação possa ser exercida.

Toda pessoa tem direito à liberdade de associação. Os Estados não podem limitar esse direito para certos grupos com base em raça, cor, sexo,
língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição. Os Estados são
obrigados a adotar medidas positivas para estabelecer e manter um ambiente propício para as associações e devem se abster de obstruir o
exercício do direito à liberdade de associação e respeitar a privacidade das associações.

A ONU, por meio do Conselho de Direitos Humanos (resolução n. 15/21, de 2010), reconhece a importância dos direitos à liberdade de reunião
pacífica e de associação para o pleno gozo dos direitos civis e políticos e dos direitos econômicos, sociais e culturais; que os direitos à liberdade de
reunião pacífica e de associação são componentes essenciais da democracia, propiciando, a indivíduos, oportunidades valiosas para expressar suas
opiniões políticas, se envolver em atividades literárias e artísticas. Reconheceu ainda que o exercício dos direitos à liberdade de reunião pacífica e
de associação livre de restrições é indispensável para o pleno gozo dos Direitos Humanos, especialmente no caso de pessoas que possam
defender minorias, dissidentes religiosos ou políticos.

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2.5. O direito à participação política, representação e eleição por sufrágio universal

A democracia é um dos valores e princípios essenciais, universais e indivisíveis, que se assenta na vontade livremente expressa dos povos e está
estreitamente ligada ao exercício dos direitos humanos e das liberdades fundamentais. A Declaração Universal enuncia direitos essenciais para que
haja uma verdadeira participação política, expressamente em seu artigo 21:

Artigo 21
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes
livremente escolhidos.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por
sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.

O sufrágio universal garante o direito de votar e ser votado em cargos eletivos. No Brasil, a ampliação do direito de voto a um número maior de
brasileiros aconteceu ao longo do século vinte. O voto feminino, por exemplo, foi assegurado em 1932 pelo Código Eleitoral, após intensa
campanha nacional pelo direito das mulheres ao voto. Fruto de uma longa luta, iniciada antes mesmo da Proclamação da República, foi ainda
aprovado parcialmente por permitir somente às mulheres casadas, com autorização dos maridos, e às viúvas e solteiras que tivessem renda
própria, o exercício de um direito básico para o pleno exercício da cidadania. Em 1934, as restrições ao voto feminino foram eliminadas do Código
Eleitoral, embora a obrigatoriedade do voto fosse um dever masculino. Em 1946, a obrigatoriedade do voto foi estendida às mulheres.

A primeira mulher a ter o direito de votar no Brasil foi Celina Guimarães Viana, antes do Código Eleitoral de 1932. Celina pediu em um cartório da
cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para ingressar na lista dos eleitores daquela cidade. Junto com outras seguidoras, Celina votou nas
eleições de 5 de abril de 1928. A iniciativa da professora Celina marcou a inserção da mulher na política eleitoral. Nas eleições de 1933, a médica,
escritora e pedagoga Carlota Pereira de Queirós foi eleita, tornando-se a primeira mulher deputada federal brasileira. Ela participou dos trabalhos
na Assembleia Nacional Constituinte, entre 1934 e 1935. A médica, formada pela Universidade de São Paulo em 1926, com a tese ‘Estudos sobre
o Câncer’ e em 1950, fundou a Academia Brasileira de Mulheres Médicas.

No entanto, de acordo com a ONU, o Brasil ocupa a 32ª posição em um ranking de 33 países latino-americanos e caribenhos sobre participação
das mulheres nos parlamentos nacionais. Com 9,9% de parlamentares eleitas, o país só fica à frente de Belize, cujo índice é de 3,1%. O primeiro
colocado é a Bolívia, com 53,1% de participação de mulheres no parlamento. Para Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, “é
urgente reconhecer que as mulheres são fundamentais para a democracia e que elas estão cada vez mais distantes de fazer parte do grupo
decisório sobre a política nacional, das possibilidades de exercer a cidadania e da igualdade de maneira plena e concreta.”

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3. Os direitos políticos da declaração universal e a constituição federal de


1988

Os direitos políticos da Declaração Universal também estão garantidos na Constituição Federal de 1988. Já no artigo 1º da Constituição, está
previsto que a República Federativa do Brasil é uma democracia e tem como fundamentos, dentro outros, a cidadania e a dignidade da pessoa
humana.

Clique no item abaixo para acessar a Legislação

O artigo 5º da Constituição, que prevê os direitos e garantias fundamentais de todos os cidadãos, tem conteúdo muito semelhante aos direitos à
nacionalidade, liberdade de pensamento e religião, liberdade de opinião, liberdade de reunião e associação e o direito à participação política.
Vejamos:

Declaração Universal dos Direitos Humanos Constituição Federal de 1988


Direitos à nacionalidade
Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que


de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a
serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe


brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil;

Artigo 15 c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe


brasileira, desde que sejam registrados em repartição
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade. brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
nacionalidade, nem do direito de mudar de
nacionalidade. II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade


brasileira, exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na


República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.

Liberdade de pensamento e religião

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Art. 5º

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


Artigo 18
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
Todo ser humano tem direito à liberdade de
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a
termos seguintes:
liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade
de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
prática, pelo culto em público ou em particular.
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e
a suas liturgias;

Liberdade de opinião
Art. 5º

Artigo 19
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
interferência, ter opiniões e de procurar, receber e
termos seguintes:
transmitir informações e ideias por quaisquer meios e
independentemente de fronteiras.
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
anonimato;

Liberdade de reunião e associação


Art. 5º

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
Artigo 20
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião
e associação pacífica.
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em
locais abertos ao público, independentemente de
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma
autorização, desde que não frustrem outra reunião
associação.
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos,


vedada a de caráter paramilitar;

Direito à participação política


Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
todos, e, nos termos da lei, mediante:
Artigo 21
I - plebiscito;
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no
governo de seu país diretamente ou por intermédio de II - referendo;
representantes livremente escolhidos.
III - iniciativa popular.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao
serviço público do seu país. § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

3. A vontade do povo será a base da autoridade do I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
governo; essa vontade será expressa em eleições
II - facultativos para:
periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto
secreto ou processo equivalente que assegure a a) os analfabetos;
liberdade de voto.
b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

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Em resumo, os direitos políticos firmados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948 também serviram de fundamento para as
garantias fundamentais estabelecidas pela Constituição Federal do Brasil, cerca de quarenta anos depois, em 1988. Os conteúdos principais do
respeito nacionalidade, liberdade de pensamento e religião, liberdade de opinião, liberdade de reunião e associação e o direito à participação
política se repetem porque protegem todos os indivíduos contra arbitrariedades do Estado e sobretudo porque permitem a participação na vida
política do país. Por isso, quando falamos em Direitos Humanos, também estamos tratando de Direitos Fundamentais e vice-versa.

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