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DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

HISTÓRICO
Com o final da Segunda Guerra mundial e a instalação da ONU, em 1945, verificou-se que
não havia, no âmbito internacional, um documento que declarasse os Direitos Humanos.
No âmbito da ONU, foram criados alguns Conselhos, dentre eles o Conselho Econômico e
Social. Ligado a esse Conselho criou-se, em 1964, uma Comissão de Direitos Humanos,
que assumiu o papel de elaborar um instrumento dos direitos humanos.
A Comissão de Direitos Humanos tinha três objetivos:
1) Aprovar uma Declaração de Direitos Humanos;
2) Aprovar um Pacto de Direitos Humanos;
3) Uma série de medidas para colocar em prática os direitos reconhecidos nesses
documentos.
Esses três documentos formariam a Carta de Direitos Humanos, conforme denominado por
René Cassin.
Os objetivos eram muito ambiciosos para a época e, em razão disso, propôs-se um objetivo
mais modesto, qual seja: elaborar um único documento que consagrasse os direitos
humanos de maior relevância. (O Diretor dessa Comissão era o canadense John Peters
Humphrey)
Antes que se iniciassem os trabalhos da Comissão de Direitos Humanos, o Conselho
Econômico e Social da ONU adotou, como primeira medida, a instituição de um Comitê
inicial (também chamado de Comissão nuclear).
Depois dos trabalhos desse Comitê inicial, instituiu-se um Comitê de redação composto por
delegados de 8 países. Esse Comitê ficou ligado diretamente à Comissão de Direitos
Humanos.
Posteriormente, na segunda sessão da Comissão de Direitos Humanos, de novembro a
dezembro de 1947, apresentou-se o esboço da Declaração.
No entanto, o projeto da Declaração não estava suficientemente debatido, razão pela qual
houve nova discussão na terceira sessão da Comissão de Direitos Humanos realizada de
maio a junho de 1948.
Essa terceira sessão foi a mais decisiva para a redação final da Declaração, uma vez que
suscitou debates muito importantes, como, por exemplo, se inserir os direitos econômicos,
sociais e culturais na Declaração.
Aprovado o projeto da Declaração no âmbito da Comissão, o texto foi encaminhado ao
Conselho Econômico e Social que se encarregou de apresentar o texto à Assembleia
Geral das Nações Unidas.
Em 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou e
proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos por intermédio da Resolução 217
A (III).
A votação final contou com 48 votos a favor, 8 abstenções e nenhum voto contrário. As 8
abstenções vieram, em grande parte, dos países que compunham o bloco socialista:
República Socialista Soviética de Bielorrusia; Checoslovaquia; Polônia; Iugoslávia;
República Socialista Soviética da Ucrânia; União Soviética; União Sulafricana e Arábia
Saudita.
“CONSIDERANDOS” DA DUDH
1) Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da
família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da
justiça e da paz no mundo.
2) Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em
atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo
em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a
salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem
comum.
3) Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de
Direito, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra
tirania e a opressão.
4) Considerando essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as
nações.
5) Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos
direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade
de direitos dos homens e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e
melhores condições de vida e uma liberdade mais ampla.
6) Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a desenvolver, em
cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades
fundamentais e a observância desses direitos e liberdades.
7) Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta
importância para o pleno cumprimento desse compromisso.
PROCLAMAÇÃO
A Assembleia Geral proclama: A presente Declaração Universal dos Direitos Humanos
como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo
de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração,
se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e
liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por
assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os
povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua
jurisdição.
DISPOSITIVOS
Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
Artigo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos
nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua,
religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza,
nascimento, ou qualquer outra condição.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou
internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território
independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de
soberania.
Artigo 3
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos
serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante.
Artigo 6
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa
perante a lei.
Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei.
Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente
Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo
para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela
constituição ou pela lei.
Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. Artigo 10 Todo ser humano tem
direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal
independente e imparcial, para decidir seus direitos e deveres ou fundamento de qualquer
acusação criminal contra ele.
Artigo 11
1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente
até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público
no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não
constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta
pena mais forte de que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Artigo 12
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na
sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito
à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
Artigo 13
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras
de cada Estado.
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio e a esse
regressar.
Artigo 14
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em
outros países.
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por
crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações
Unidas.
Artigo 15
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de
nacionalidade.
Artigo 16
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade
ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais
direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da
sociedade e do Estado.
Artigo 17
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito
inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião
ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.
Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a
liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações
e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
Artigo 20
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo 21
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou
por intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será expressa
em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo
equivalente que assegure a liberdade de voto.
Artigo 22
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, à realização
pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e
recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua
dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
Artigo 23
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, à condições justas
e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual
trabalho.
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que
lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade
humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de
seus interesses.
Artigo 24
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de
trabalho e a férias remuneradas periódicas.
Artigo 25
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família
saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os
serviços sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença
invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em
circunstâncias fora de seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as
crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
Artigo 26
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus
elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-
profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade
humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano e pelas liberdades
fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas
as nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em
prol da manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada
a seus filhos.
Artigo 27
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade,
de fruir as artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios.
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes
de qualquer produção científica literária ou artística da qual seja autor. Artigo 28 Todo ser
humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades
estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.
Artigo 29
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno
desenvolvimento de sua personalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas às
limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido
reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas
exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos
contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser interpretada como o
reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer
atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e
liberdades aqui estabelecidos.

DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL


NACIONALIDADE
TIPOS DE AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE
Primária/Originária: é estabelecida mediante o nascimento, seja por critérios territoriais,
sanguíneos ou ambos.
• Ius Solis: critério pelo qual se concede determinada nacionalidade à pessoa nascida no
território de um Estado, independente da nacionalidade de seus progenitores.
• Ius Sanguinis: critério mediante o qual se concede a nacionalidade aos descendentes de
nacionais, independentemente do local onde nasceram. É, portanto, a nacionalidade
originária obtida mediante o vínculo com os progenitores.
Secundária/Adquirida: é aquela adquirida voluntariamente após o nascimento.

No Brasil, adotamos o critério territorial com exceções (ou territorial temperado). Isso
porque há situações de sangue, desde que associadas a outro fator. Assim, não é correto
dizer que adotamos o critério misto.

BRASILEIROS NATOS
O Art. 12, I, da Constituição Federal elenca as situações que conduzirão ao
reconhecimento da condição de brasileiro nato.

O QUE DIZ A PRECISA DE OUTRA


NASCEU NO
CONSTITUIÇÃO FEDERAL PROVIDÊNCIA?
BRASIL?

Os nascidos no Brasil, ainda que de


pais estrangeiros, desde que não Sim Não. É automático.
estejam a serviço de seu país.
“ius solis”
Os nascidos no estrangeiro, de pai
brasileiro ou mãe brasileira, desde Não Não. É automático.
que qualquer um deles esteja a
serviço do Brasil.
“ius sanguinis + critério funcional”
Os nascidos no estrangeiro de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, desde Não Não. É automático.
que sejam registrados em repartição
brasileira competente.
“ius sanguinis + registro”

Os nascidos no estrangeiro de pai Sim. Depois de completar 18


brasileiro ou de mãe brasileira, desde Não anos precisa optar pela
que sejam venham a residir no Brasil. nacionalidade brasileira.
“ius sanguinis + residência + opção” A opção gera efeitos retroativos.

BRASILEIROS NATURALIZADOS
Não existe forma de naturalização tácita. Isso significa que quem desejar se tornar brasileiro
(naturalizado) deverá fazer preencher alguns requisitos e fazer pedido expresso.
Na Constituição, há duas espécies de naturalização: a ordinária e a extraordinária. Por
outro lado, na Lei de Migração (Lei n. 13.445/2017) também se fala em naturalização
provisória e especial.
Hipóteses constitucionais:

NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA


Originários de países Originários de outros países Não diferencia o país de origem
de língua portuguesa

• 01 ano de residência • devem ser observados os • 15 anos de residência ininterrupta


ininterrupta requisitos da Lei de
• não ter condenação penal no Brasil
• idoneidade moral Migração (Arts. 65 e 66)

Mesmo preenchidos os requisitos, o Brasil pode Preenchidos os requisitos e feito o


negar (discricionário) requerimento o indivíduo possui direito
subjetivo à naturalização

HIPÓTESES DE PERDA DA NACIONALIDADE


O brasileiro naturalizado sofrerá a perda da nacionalidade em caso de cancelamento de
sua naturalização, decorrente de decisão judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional.
A única forma de se readquirir a nacionalidade é por meio da ação rescisória. É incabível o
cancelamento da naturalização pela via administrativa.
Também pode haver a perda em caso de opção voluntária, atingindo natos e naturalizados.
Em duas situações, o STF afirmou que o brasileiro que, de forma voluntária, adquire a
condição de naturalizado por outro país, acaba perdendo a nacionalidade brasileira.
Exemplo: Foi o que aconteceu com o pessoal que aplicava o golpe de pirâmide financeira
chamado TELEXFREE. Os envolvidos acabaram sendo extraditados para os Estados
Unidos, porque não eram mais brasileiros natos.
NÃO HAVERÁ a Perda da Nacionalidade:
a) Se o outro país reconhecer a nacionalidade originária.
b) Se o outro país impõe a naturalização como condição de permanência ou para o
exercício de direitos civis.
CARGOS PRIVATIVOS DE BRASILEIROS NATOS
Art. 12, § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa.
A Constituição cita que a lei não pode distinguir brasileiros natos dos naturalizados. Note
que quem não pode diferenciar é a lei.

HIPÓTESE DISPOSITIVO TRATAMENTO


O brasileiro nato não pode ser extraditado
pelo Brasil. Já o naturalizado pode ser
Extradição Art. 5º, LI extraditado em duas hipóteses:
a) crime antes da naturalização; e
b) envolvimento com tráfico de drogas,
antes ou depois da naturalização.
Cargos ligados à segurança do Estado,
Cargos Públicos Art. 12, § 3º relações internacionais e aqueles que
estejam na linha de vocação sucessória só
podem ser ocupados por natos.

O Conselho da República conta com 14


integrantes. Entre eles, seis cidadãos
Funções Públicas Art. 89 natos, escolhidos pelo Presidente, pela
Câmara e pelo Senado (dois cada um).
Porém, nem todos os componentes do
Conselho precisam ser natos.

Art. 222 A propriedade é permitida a natos e a


Propriedade de Empresa naturalizados há mais de 10 anos, além de
Jornalística Pessoas Jurídicas constituídas sob leis
brasileiras e que tenham sede no País.
PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA
O Pacto de San José da Costa Rica, no ordenamento jurídico brasileiro, tem força de
Norma Supralegal.
Histórico
Criação da Organização dos Estados Americanos, em 30 de abril de 1948, com a assinatura
em Bogotá, Colômbia, da Carta da OEA. A OEA entrou em vigor em dezembro de 1951. O
Brasil foi um dos fundadores da OEA assinando a Carta em 1948.
A OEA tem por objetivo alcançar, nos Estados membros, “uma ordem de paz e de justiça,
para promover sua solidariedade, intensificar sua colaboração e defender sua
soberania, sua integridade territorial e sua independência”.
CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS
Foi Criada: 22 de novembro de 1969
Entrou em Vigor: 18 de julho de 1978
• entrou em vigor logo após que 11 países ratificaram sua adesão.
Brasil Aderiu: 25 de setembro de 1992
Ao depositar a carta de adesão a este ato internacional, o Governo brasileiro fez a seguinte
declaração interpretativa: “O Governo do Brasil entende que os arts. 43 e 48, alínea ‘d’, não
incluem o direito automático de visitas e inspeções in loco da Comissão Interamericana de
Direitos Humanos, as quais dependerão da anuência expressa do Estado”
PREÂMBULO
Reafirmando seu propósito de consolidar neste Continente, dentro do quadro das
instituições democráticas, um regime de liberdade pessoal e de justiça social, fundado no
respeito dos direitos humanos essenciais;
Reconhecendo que os direitos essenciais da pessoa humana não derivam do fato de ser
ela nacional de determinado Estado, mas sim do fato de ter como fundamento os atributos
da pessoa humana, razão por que justificam uma proteção internacional, de natureza
convencional, coadjuvante ou complementar da que oferece o direito interno dos Estados
americanos;
Considerando que esses princípios foram consagrados na Carta da Organização dos
Estados Americanos, na Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e na
Declaração Universal dos Direitos do Homem, e que foram reafirmados e desenvolvidos
em outros instrumentos internacionais, tanto de âmbito mundial como regional;
Reiterando que, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948, só
pode ser realizado o ideal do ser humano livre, isento do temor e da miséria, se forem
criadas condições que permitam a cada pessoa gozar dos seus direitos econômicos, sociais
e culturais, bem como dos seus direitos civis e políticos; e
Considerando que a Terceira Conferência Interamericana Extraordinária (Buenos Aires,
1967) aprovou a incorporação à própria Carta da Organização de normas mais amplas
sobre os direitos econômicos, sociais e educacionais e resolveu que uma Convenção
Interamericana sobre Direitos Humanos determinasse a estrutura, competência e processo
dos órgãos encarregados dessa matéria;
PARTE I
DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS PROTEGIDOS
São deveres dos Estados:
1) Respeito aos direitos e liberdades reconhecidos na Convenção;
2) Garantia do livre e pleno exercício da Convenção a toda pessoa, sem discriminação.
ATENÇÃO: Para efeitos da Convenção Americana considera-se pessoa todo ser humano.
3) Adoção de medidas, no direito interno, a fim de tornar efetivos os direitos constante na
Convenção.
DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS
Direito à Vida
• Direito ao reconhecimento da personalidade jurídica.
• Direito à vida, em regra, desde o momento da concepção.
• Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só poderá ser imposta pelos
delitos mais graves.
• Nos países que já aboliram a pena de morte, não se pode restabelecer.
• Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada a delitos políticos.
• Não se deve impor pena de morte aos menores de 18, maiores de 70 e mulheres grávidas.
• A pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou comutação da pena,
os quais podem ser concedidos em todos os casos. Não se pode executar a pena de morte
enquanto o pedido estiver pendente de decisão ante a autoridade competente.
Direito à Integridade Pessoal
Toda pessoa tem direito a que se respeite sua integridade física, psíquica e moral.
• Não submissão a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou
degradantes:
- A pena não pode passar da pessoa do delinquente.
- Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo em circunstâncias
excepcionais, e devem ser submetidos a tratamento adequado à sua condição de pessoas
não condenadas.
- Os menores, quando puderem ser processados, devem ser separados dos adultos e
conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez possível, para seu tratamento.
- As penas privativas da liberdade devem ter por finalidade essencial a reforma e a
readaptação social dos condenados.
• Proibição da Escravidão e da Servidão
- Ninguém pode ser submetido a escravidão ou a servidão, e tanto estas como o tráfico de
escravos e o tráfico de mulheres são proibidos em todas as suas formas.
- Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigatório.
- Nos países em que se prescreve, para certos delitos, pena privativa de liberdade
acompanhada de trabalhos forçados, esta disposição não pode ser interpretada no sentido
de proibir o cumprimento desta pena, imposta por um juiz ou tribunal competente.
- O trabalho forçado não deve afetar a dignidade, nem a capacidade física e intelectual do
recluso.
Não constituem trabalhos Forçados ou Obrigatórios:
- os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoa reclusa em cumprimento de
sentença ou resolução formal expedida pela autoridade judiciária competente. Tais
trabalhos ou serviços devem ser executados sob a vigilância e controle das autoridades
públicas, e os indivíduos que os executarem não devem ser postos à disposição de
particulares, companhias ou pessoas jurídicas de caráter privado;
- serviço militar e, nos países em que se admite a isenção por motivo de consciência,
qualquer serviço nacional que a lei estabelecer em lugar daquele;
- o serviço exigido em casos de perigo ou de calamidade que ameacem a existência ou o
bem-estar da comunidade;
- o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais.
Direito à Liberdade Pessoal
• Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente,
a fim de que este decida, sem demora, sobre a legalidade de sua prisão ou detenção e
ordene sua soltura se a prisão ou a detenção forem ilegais. (habeas corpus)
- Nos Estados Partes cujas leis preveem que toda pessoa que se vir ameaçada de ser
privada de sua liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente a fim de
que este decida sobre a legalidade de tal ameaça, tal recurso não pode ser restringido nem
abolido.
- O recurso pode ser interposto pela própria pessoa ou por outra pessoa.
• Ninguém deve ser detido por dívidas.
- Este princípio não limita os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em
virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.
Garantias Judiciais
• Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo
razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido
anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou
para que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou
de qualquer outra natureza.
- Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não
se comprove legalmente sua culpa.
Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias
mínimas:
a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por tradutor ou intérprete, se não
compreender ou não falar o idioma do juízo ou tribunal;
b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formulada;
c) concessão ao acusado do tempo e dos meios adequados para a preparação de sua
defesa;
d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por um defensor de
sua escolha e de comunicar-se, livremente e em particular, com seu defensor;
e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado pelo Estado,
remunerado ou não, segundo a legislação interna, se o acusado não se defender ele próprio
nem nomear defensor dentro do prazo estabelecido pela lei;
f) direito da defesa de inquirir as testemunhas;
g) direito de não depor contra si mesmo;
h) direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior.

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