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12/08/2020 Capa Padrão das Apostilas EAD (SEM LISTRAS).

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Unidade 1

Processo Histórico de Afirmação dos Direitos Humanos

Pensar em Direitos Humanos significa olhar para um processo contínuo de reivindiação de


direitos assentados em contextos históricos específicos no qual a relação entre os indivíduos e a
sociedade se faz mediante tensões acerca da liberdade, do valor da vida e da dignidade da pessoa
humana. Essas garantias históricas demarcam consquistas realizadas pelos indivíduos perante a
sociedade, imputando limitações aos poderes absolutos e dando origem a construção da
valorização do indivíduo, sua singularidade.
Vários fatos históricos representam momentos de fortalecimentos destas garantias,
apontando para as adaptações que ocorream nas sociedades em prol da conquista de direitos por
parte dos indivíduos. O Cilindro de Ciro, peça de argila contendo os princípios de Ciro, rei da Pérsia
que connquistou a Babilônia e libertou todos os escravos; A Magna Carta de 1215, A Petição de
Direitos de 1628, Bill of Rights de 1689 ocorridos na Inglaterra estabeleciam limitações ao poder
real; A independência Americana em 1776; A Revolução Francesa de 1789; A independência
Mexicana em 1821; A revolução Russa de 1917, a Primeira Guerra Mundial; A Declaração dos
Direitos do Homem em 1948; A Segunda Guerra Mundial, etc.
Tais acontecimentos foram importantes para elaboração e implementação dos Direitos
Humanos, sendo considerados como precursores da concepção de direitos que temos hoje. Os
primeiros fatos caracterizam demarcações de direitos entre o poder dos monarcas e o parlamento,
sem envolver o povo como um todo. Mas já a partir da Independência Americana teremos início
da perspectiva moderna de direitos humanos, que pregava direitos para os indivíduos perante o
Estado, mas se restringia apenas aquele país. Somente com a Revolução Francesa veremos uma
declaração que se destinasse a todos do povo, tendo sido elaborada diretrizes que ultrapassavam
fronteiras e delimitavam a universalidade destes direitos.
Este processo histórico demarcará a construção gradativa da cidadania e da democracia. O
que nos faz compreender os direitos humanos como expansão, acumulação e fortalecimento de
direitos, fruto das reivindicações, das lutas, avanços e retrocessos que demarcam a vivência
humana. Neste sentido osdireitos humanos passam a representar direitos inerentes a todos os
seres humanos, independemtemente de raça, sexo, nacionalidade, condição de nascimento, etnia,
idioma, religião ou qualquer outra condição de existência.
Direitos Humanos que definem como princípio o direito a vida e o direito de liberdade.
Mas o que é vida e o que é liberdade? O que essas categorias definem? De que vida e liberdade
falamos? Como definimos a dignidade humana? Como estruturar uma definição de homem capaz
de contemplar todos as diferenças existentes no globo? A Declaração Universal dos Direitos do
Humanos se estabelece como universal, mas de que lugar se vê esse homem? Somos realmente
iguais?
Ainda encontramos muitos que acreditam que os direitos humanos só valem para proteger
algumas pessoas. No Brasil, costuma-se pensar que só serve para proteger bandidos. O que vocês
acham?
Antes de refletirem sobre o tema, assistam os seguintes vídeos sugeridos.
Os Direitos Humanos firmados nas Nações Unidas fortalecem a necessidade de pensarmos
e lutarmos pela promoção do progresso social e melhores condições de vida, direito a liberdade
ampla, a dignidade humana, a igualdade de direitos. Foi estabelecida como ideal comum a ser
atingido por todos os povos e todas as nações.

Em nosso país, apesar de todas as desigualdades, da falta de compreensão por parte de


autoridades e da sociedade, percebemos que gradativamente conseguimos avançar em algumas
questões e nossas constituições demarcam alguns exemplos dessas conquistas. A Constituição de
1934 demarcou o sufrágio feminino e avanços na legislação trabalhista. A Constituição de 1988,
considerada constituição cidadã, representa significativa afinidade com a declaração universal.
Mas devemos lembrar que nossa história também registra momentos autoritários e ditatoriais,
que restringiram e suprimiram nossos direitos. O mesmo Estado que defende e instaura os Direitos
Humanos também o viola.
Para finalizar essa compreensão incial acerca da perspectiva histórica dos Direitos Humanos
leiam a Declaração Universal dos Direitos Humanos, dando atenção a cada um dos artigo ali
presente.

Preâmbulo
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família
humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no
mundo,

Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros
que ultrajaram a consciência da humanidade e que o advento de um mundo em que mulheres e
homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da
necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum,

Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da lei, para
que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a
opressão,

Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações,

Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos
fundamentais do ser humano, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de
direitos do homem e da mulher e que decidiram promover o progresso social e melhores
condições de vida em uma liberdade mais ampla,

Considerando que os Países-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as


Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do ser humano e a
observância desses direitos e liberdades,

Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta
importância para o pleno cumprimento desse compromisso,

Agora portanto a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos
Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo
de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre em mente esta Declaração,
esforce-se, por meio do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e
liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por
assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos
dos próprios Países-Membros quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e
consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

Artigo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta
Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião
política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra
condição.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou
internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território
independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de
soberania.

Artigo 3
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão
proibidos em todas as suas formas.

Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

Artigo 6
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a
lei.

Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos
têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e
contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 8
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para
os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela
lei.

Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de
um tribunal independente e imparcial, para decidir seus direitos e deveres ou fundamento de
qualquer acusação criminal contra ele.

Artigo 11
1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que
a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe
tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam
delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte de
que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo 12
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua
correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção
da lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo 13
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de
cada Estado.
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio e a esse regressar.

Artigo 14
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros
países.
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes
de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 15
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de
nacionalidade.

Artigo 16
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou
religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em
relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e
do Estado.

Artigo 17
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui
a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo
ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.

Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de,
sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por
quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

Artigo 20
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo 21
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por
intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será expressa em
eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente
que assegure a liberdade de voto.

Artigo 22
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, à realização pelo
esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada
Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre
desenvolvimento da sua personalidade.

Artigo 23
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e
favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que lhe
assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se
acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus
interesses.

Artigo 24
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho
e a férias remuneradas periódicas.

Artigo 25
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde,
bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais
indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice ou
outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças,
nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

Artigo 26
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus
elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-
profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do
fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano e pelas liberdades fundamentais. A
instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos
raciais ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus
filhos.
Artigo 27
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir
as artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios.
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de
qualquer produção científica literária ou artística da qual seja autor.

Artigo 28
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades
estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

Artigo 29
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento
de sua personalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas às limitações
determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito
dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública
e do bem-estar de uma sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos
objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser interpretada como o reconhecimento a
qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer
ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

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