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Conforme disposto no Decreto-Lei nº 

1.804/80, art. 2º, II, as
remessas de até cem dólares, quando destinadas a pessoas
físicas, são isentas do Imposto de Importação. 2. A Portaria MF
156/99 e a IN 096/99, ao exigir que o remetente e o
destinatário sejam pessoas físicas, restringiram o disposto no
Decreto-Lei nº 1.804/80. 3. Não pode a autoridade
administrativa, por intermédio de ato administrativo, ainda
que normativo (portaria), extrapolar os limites claramente
estabelecidos em lei, pois está vinculada ao princípio da
legalidade.
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO-LEI No 1.804, DE 3 DE SETEMBRO DE 1980.

Dispõe sobre tributação simplificada das


remessas postais internacionais.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 55,


inciso II, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1º Fica instituído o regime de tributação simplificada para a cobrança do imposto de


importação incidente sobre bens contidos em remessas postais internacionais, observado o
disposto no artigo 2º deste Decreto-lei.

§ 1º Os bens compreendidos no regime previsto neste artigo ficam isentos do imposto


sobre produtos industrializados.

§ 2º A tributação simplificada poderá efetuar-se pela classificação genérica dos bens em


um ou mais grupos, aplicando-se alíquotas constantes ou progressivas em função do valor das
remessas, não superiores a 400% (quatrocentos por cento).

§ 3º O regime de que trata este artigo somente se aplica a remessas de valor até
US$100.00 (cem dólares norte-americanos), ou o equivalente em outras moedas.
        § 3° O regime de que trata este artigo somente se aplica a remessas de valor até
quinhentos dólares norte-americanos, ou o equivalente em outras moedas. (Redação dada pela
Lei nº 8.383, de 1991)   (Revogado pela Lei nº 9.001, de 1995)

§ 4º Poderão ser estabelecidos requisitos e condições para aplicação do disposto neste


artigo.

Art. 2º O Ministério da Fazenda, relativamente ao regime de que trata o art. 1º deste


Decreto-Lei, estabelecerá a classificação genérica e fixará as alíquotas especiais a que se
refere o § 2º do artigo 1º, bem como poderá:

I - dispor sobre normas, métodos e padrões específicos de valoração aduaneira dos bens
contidos em remessas postais internacionais;

II - dispor sobre a isenção do imposto de importação dos bens contidos em remessas de


valor até US$20.00 (vinte dólares norte-americanos), quando destinadas a pessoas físicas.

II - dispor sobre a isenção do imposto de importação dos bens contidos em remessas de


valor até cem dólares norte-americanos, ou o equivalente em outras moedas, quando
destinados a pessoas físicas. (Redação dada pela Lei nº 8.383, de 1991)

Parágrafo Único. O Ministério da Fazenda poderá, também, estender a aplicação do


regime às encomendas aéreas internacionais transportadas com a emissão de conhecimento
aéreo.
Art. 3º O inciso XVI do artigo 105, do Decreto-Lei nº 37, de 18 de novembro de 1966,
passa a vigorar com a seguinte redação:

"XVI - Fracionada em duas ou mais remessas postais ou encomendas aéreas internacionais


visando a elidir, no todo ou em parte, o pagamento dos tributos aduaneiros ou quaisquer
normas estabelecidas para o controle das importações ou, ainda, a beneficiar-se de regime de
tributação simplificada".

Art. 4º Este Decreto-lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as


disposições em contrário.

Brasília, em 3 de setembro de 1980; 159º da Independência e 92º da República.

JOÃO FIGUEIREDO
Ernane Galvêas
Hélio Beltrão

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 4.9.1980  e retificado em 5.9.1980

 
Importei e fui taxado, o que posso fazer?
Quem costuma importar produtos, pode se deparar com taxas de
importação. Abaixo, entenda como acontece o processo.

 
Por PRISCILLA KINAST
em 26/08/2022 12:07

Ao importar um produto no Brasil, muitas pessoas ainda têm


dúvidas sobre como funciona o processo. Em suma, é complicado
saber que tipos de impostos serão cobrados e quanto custarão.
Além disso, nem sempre pesquisar na internet é bom, pois muitas
fontes disponibilizam informações diferentes sobre o assunto.

Em geral, muitas pessoas possuem dúvidas se vão estar isentos de


imposto de importação ao comprar até US$ 50 ou US$ 100. Ou
ainda, no caso de cobrança de taxas, qual o valor das mesmas? E
será que é possível recorrer a uma cobrança indevida? E no caso de
ser taxado, o que fazer?

Pensando nisso, abaixo, elaboramos esse material com todas as


informações importantes e pertinentes sobre o processo de
importação e taxação dos produtos.

Você precisa ver

 Comprei pela internet e não recebi o produto, o que fazer?


 Direitos e deveres na internet

O que é o imposto de importação?


Quem importa produtos pode estar suscetível a pagar o imposto
de importação. Em suma, a taxação ocorre quando uma
mercadoria chega no Brasil. A partir disso, o produto vai para um
centro de distribuição, e lá é feita a fiscalização da Receita Federal.

No caso de constatação de necessidade de pagar imposto sobre o


produto, o comprador vai receber uma notificação via internet, ou
correspondência. A partir disso, o comprador só recebe o produto,
se ele pagar as taxas para ganhar a mercadoria.

Entretanto, nem sempre a Receita Federal taxa os produtos acima


do valor determinado para isso. Ou ainda, taxa os produtos que
não deveriam ser taxados. Diante disso, o consumidor não tem
conhecimento sobre o assunto, pode acabar ganhando o que não
devia, e assim, ter os seus direitos violados.

Qual a alíquota do imposto de importação?


Depois de saber que existe uma regra de taxação, é importante
saber qual é a alíquota. De acordo com a Portaria MF 156/99 em
seu artigo 1º, a taxa é de 60% do valor do produto + frete + seguro.
Entretanto, o valor da tributação não pode ultrapassar 60% do
valor, e nem mesmo passar dos US$ 3 mil.

Mesmo sendo convertida para reais, as compras feitas no exterior


são em dólar. Sendo assim, é preciso somar o valor original do
produto + frete + seguro. Posterior a isso, é necessário converter o
valor reais e então, aplicar o imposto.

Por exemplo: um celular custa US$ 500, tem mais US$ 50 de frete


e US$ 20 de seguro = US$ 570. Ao usar a cotação de R$ 5,10*,
convertemos o preço e chegamos ao valor de R$ 2.909,62. Esse
produto deverá ser tributado em até R$ 1.745,77 (60% do valor),
totalizando R$ 4.655,39 (valor do produto R$ 2.909,62 + taxa de
importação R$ 1.745,77).
*Cotação de 23/08/2022: US$ 1 = R$ 5,10

Note que o cálculo é feito sobre o valor total da compra, incluindo


frete e seguro de entrega. Se o seu pacote tiver mais de um
produto, o imposto será calculado sobre o valor total da
encomenda. Ou seja, não importa a quantidade de itens ou preço
individual.

As compras estão isentas abaixo de US$ 50 ou


US$ 100?
Legalmente, há a isenção para os dois valores. Entenda a seguir:

Decreto-Lei Nº 1.804, de 3 de setembro de 1980, dispõe em seu


artigo 2º, § II:

II - dispor sobre a isenção do imposto de importação dos bens


contidos em remessas de valor até cem dólares norte-
americanos, ou o equivalente em outras moedas, quando
destinados a pessoas físicas. (Redação dada pela Lei nº 8.383, de
1991).

Portaria MF nº 156, de 24 de junho de 1999 dispõe em seu artigo


1º, § II:

§ 2º Os bens que integrem remessa postal internacional no valor


de até US$ 50.00 (cinqüenta dólares dos Estados Unidos da
América) ou o equivalente em outra moeda, serão
desembaraçados com isenção do Imposto de Importação, desde
que o remetente e o destinatário sejam pessoas físicas.

De acordo com o Decreto-Lei, a isenção abrange as compras de


até US$ 100, desde que o destinatário seja uma pessoa
física. Enquanto isso, a portaria do Ministério da Fazenda
determina o limite em US$ 50, sendo o remetente e o
destinatário pessoas físicas.
Em suma, a isenção para os produtos abaixo de US$ 100 dólares é
a válida. Entretanto, a Receita Federal ignora essa lei, e cobra o
imposto de importação sobre os produtos que custam entre US$
51 e US$ 100. A justificativa para isso é que o remetente é uma
pessoa jurídica. Sendo assim, a cobrança se faz necessária.

A partir disso, você pode não deve rejeitar a cobrança e recorrer


caso a sua compra se encaixe no Decreto-Lei Nº 1.804. Inclusive, há
jurisprudência a respeito do tema, como a decisão da 1ª Vara
Federal Tributária de Porto Alegre e a do 10º Juizado Especial
Federal do Rio de Janeiro.

Como recorrer a uma cobrança indevida?


Se a compra estiver cadastrada no idCorreios, você a verá na
seção Minhas Importações. Lá, estarão descritas todas as
cobranças e valores discriminados. Assim, se você encontrar algum
valor incorreto, é possível solicitar a revisão dos valores. Dessa
forma, a cobrança correta deve ser feita.

Se nessa discriminação houver o valor de uma multa, saiba que ela


é decorrente a uma diferença entre o preço declarado do produto,
e o seu valor real (conforme o Art. 703 do Decreto 6759/09).

Se a compra não estiver cadastrada no sistema, você precisará ir à


agência dos Correios, que está com a sua compra. No local, você
precisa levar provas de que o seu produto é isento de taxas. Ou
ainda, que as taxas deviam ser menores.

Como provas, você pode usar uma cópia da fatura do cartão,


invoice do pedido, e-mail da confirmação do pedido, e até mesmo
as capturas de tela do site onde você comprou o produto. As
mesmas devem ser entregues juntamente com um requerimento
de revisão.
A partir disso, os Correios vai reunir os dados, e encaminhar à
Receita Federal. A mesma leva de 15 a 30 dias para aprovar ou
negar o pedido. E se a Receita negar os seus pedidos, você pode
entrar com uma ação no Juizado Especial Federal.

E se ainda assim, a ação não for aceita, você pode fazer uma
manifestação no Ministério Público Federal. Para isso, é necessário
reunir todos os documentos do processo e informar o desrespeito
ao Decreto-Lei nº 1.804.

Por fim, faça esses procedimentos dentro do prazo determinado


pelos Correios para a retirada do produto. Em suma, isso evita a
cobrança de multas e taxas de armazenagem.

É possível recorrer ao imposto cobrado por


produtos entregues por transportadoras?
Não. Só é possível recorrer à cobrança do imposto, quando os
Correios faz a entrega do produto.

No caso de entrega por transportadoras, o imposto de importação


é adicionado no valor total na hora da compra (em algumas
situações, a cobrança ocorre depois da entrega).

E o pagamento do imposto é feito pela empresa que realiza a


entrega, quando o produto chega no Brasil. Diante disso, como o
pagamento do imposto é feito pela transportadora, você não pode
solicitar que seja feito um reembolso do mesmo.

Todos os produtos são taxados?


Não. Alguns produtos são isentos de imposto de importação, tais
como:
 Livros, revistas, jornais, e papel usado para a produção dos
mesmos;
 Medicamentos para pessoa física, desde que haja a
comprovação por receita médica;
 Amostras de tecidos e materiais ou escalas de cor, que não
possuam valor comercial.

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