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ESTUDO DOS IMPOSTOS ESTADUAIS - IPVA, ICMS & ITCMD


IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES — IPVA
O fato gerador do IPVA é a propriedade (e não o uso) de veículo automotor. Há polêmica sobre a incidência do
IPVA sobre embarcações e aeronaves, pois muitos sustentam que sua incidência é apenas sobre veículos terrestres, já
que o tributo é sucedâneo da antiga Taxa Rodoviária Única (nesse sentido o RE 379.572/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, j.
11-4-2007).
Contribuinte é o proprietário do veículo, presumindo-se como tal aquele em cujo nome o veículo esteja licenciado.
A incidência se dá no 1o dia de cada ano, ou na data da primeira compra do veículo novo. No caso de veículo
importado (circunstância que por si só não autoriza alíquota maior ou menor), a incidência se dá no desembaraço
aduaneiro.
O tributo é devido ao Estado onde o contribuinte tem seu domicílio ou residência, pois é neste que o veículo deve
ser registrado (art. 120 da Lei n. 9.503/97 — Código de Trânsito Brasileiro), já que o Fisco pode desconsiderar o
domicílio declarado com a finalidade de dissimular o fato gerador (art. 116, parágrafo único, do CTN), ou por outra
razão recusar o domicílio eleito pelo contribuinte (art. 127, § 2º, do CTN), que muitas vezes é de Estado cuja alíquota do
imposto é mais baixa.
A base de cálculo é o valor venal do veículo e sua fixação não está sujeita à anterioridade nonagesimal prevista no
art. 150, III, c, da Constituição Federal (redação da EC n. 42/2003). A alíquota é fixada por lei estadual e pode ser
diferenciada em função do tipo ou utilização do veículo, mas o percentual mínimo é fixado pelo Senado Federal (art.
155, § 6º, da CF, na redação da EC n. 42/2003).
O lançamento é feito por homologação e observa a lei estadual pertinente, pois o contribuinte recolhe o tributo sem
prévio exame do Fisco (REspROMS 12.384-RJ, 1ª Turma do STJ). A mesma corte, porém, por sua 2ª Turma, já decidiu
que o crédito tributário do IPVA se constitui de ofício (ROMS 12.970-RJ). Cabe à legislação estadual definir a
sistemática.
A função primordial do IPVA é fiscal, embora possa ser anotada uma função extrafiscal quando verificada a
diferença de alíquota em razão do tipo de combustível utilizado pelo veículo.
São imunes ao tributo os veículos das pessoas jurídicas de direito público, dos templos de qualquer culto (desde
que utilizados em suas funções específicas) e das instituições de educação e assistência social.
Nos termos do art. 147 da Lei Maior, competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais; ao Distrito
Federal cabem os impostos municipais e estaduais (arts. 147 e 155 da CF).
Cinquenta por cento do valor arrecadado com o IPVA devem ser repassados para o município onde se deu o
licenciamento.
O ICMS — IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SOBRE
PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE
COMUNICAÇÃO, AINDA QUE AS OPERAÇÕES E AS PRESTAÇÕES SE INICIEM NO EXTERIOR.
A função do ICMS é predominantemente fiscal e na maioria dos estados, o imposto representa a maior fonte
de recursos do Estado.
Operação tem o sentido de negócio mercantil. Circulação significa a transmissão jurídica da mercadoria.
Mercadoria é o produto transmitido por pessoa que exerce o comércio com habitualidade.
O ICMS é um imposto não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à
circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro
Estado ou pelo Distrito Federal (a operação anterior, se tributada pelo ICMS, gera um crédito a ser compensado, desde
que a documentação seja idônea — art. 23 da LC n. 87/96 — e o exercício se dê até cinco anos da data da emissão do
documento).
O fato gerador do ICMS é aquele descrito na lei estadual ou distrital que instituir o tributo. É a saída
econômica e jurídica da mercadoria, a mudança de titularidade de uma coisa móvel destinada ao comércio. Além da
compra e venda, outras operações que propiciem a circulação (transferência) jurídica da mercadoria podem ser
tributadas pelo ICMS (troca, dação em pagamento etc.).
Contribuinte: é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize com habitualidade, ou em volume que
caracterize intuito comercial, operação de circulação de mercadorias ou prestação de serviços descritas como fato
gerador do imposto.
A Competência para a cobrança, em regra, pertence ao Estado onde a operação se realizou, ainda que o
destinatário da mercadoria esteja em outro Estado.
O transporte municipal remunerado dá ensejo ao ISS e não ao ICMS. Os transportes transmunicipal e
interestadual dão ensejo ao ICMS, de competência do Estado onde teve início a prestação.
O STJ, contudo, por meio da Súmula 334, orienta que o ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso
à Internet. A Súmula 661 do STF explicita que “Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança
do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro”. O imposto é devido ao Estado onde está domiciliado o destinatário.

Paulo César de Oliveira Gonçalves - Professor de Direito


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Não incide nas operações que destinem mercadorias (industrializadas ou não) para o exterior e também em
relação aos serviços prestados a destinatários no exterior.
Não constitui fato gerador de ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento
do mesmo contribuinte (Súmula 166 do STJ).
O lançamento do ICMS é feito por homologação, nos termos do art. 150 do Código Tributário Nacional,
embora como em todos os demais tributos possa ser feito o lançamento de ofício. Caso a empresa trabalhe sob o
regime de estimativa, o valor eventualmente pago a maior poderá ser compensado no exercício seguinte. Cessadas as
atividades, deverá pleitear a restituição.
Vinte e cinco por cento do valor arrecadado a título de ICMS serão repassados aos Municípios do Estado onde
a operação se realizou (Art. 158, IV, e parágrafo único, da CF).
IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE BENS OU DIREITOS — ITCMD
(ART. 155, I, DA CF)
O tributo, que também é chamado de imposto sobre heranças e doações, além de incidir sobre a transmissão de
direitos, incide sobre a transmissão de bens móveis e imóveis (o CTN só prevê a incidência sobre bens imóveis e
direitos a eles relativos, estando, portanto, superado).
A função do imposto é fiscal (visa abastecer os cofres do Estado ou do DF competente) e suas alíquotas são
fixadas por cada um dos Estados e pelo Distrito Federal, observada a alíquota máxima fixada pelo Senado Federal
(atualmente de 8%, conforme a Resolução n. 9/92). A progressividade do ITCMD é objeto de debates no RE 562.045,
mas por ora prevalece que impostos reais não autorizam a progressividade da alíquota, salvo quando há expressa
autorização constitucional em sentido diverso (RE 234.105-3).
A base de cálculo é fixada por lei da entidade competente para instituir o tributo. Não deve, porém, ser
superior ao valor de mercado do bem (embora eventuais dívidas sobre ele não possam ser abatidas). Na arrematação a
base de cálculo é o valor da arrematação.
O cálculo na transmissão causa mortis é feito sobre o valor dos bens na data da avaliação (Súmula 113 do
STF), ou da declaração (se a avaliação for dispensada), observada a alíquota vigente na data da abertura da sucessão
(Súmula 112 do STF).
O contribuinte, em se tratando de transmissão causa mortis, é o beneficiário do bem ou direito transmitido
(herdeiro, legatário etc.). Nas doações o contribuinte pode ser o doador ou o donatário, nos termos da lei específica.
Há que se observar, ainda, a incidência ou não do inciso XXXI do art. 5º da Constituição Federal no caso
concreto (estabelece regras para a sucessão de bens de estrangeiros). Na vigência da Constituição anterior, quando o
ITBI era da competência dos Estados e envolvia a sucessão causa mortis, a Corte Suprema assim deliberou: “ITBI. 1.
É de competência do Estado instituir o imposto de transmissão sobre bens imóveis, ainda que ela resulte de sucessão
aberta no estrangeiro...” (STF, 1ª Turma, AgRg de Instrumento 85.976-RJ, Rel. Min. Alfredo Buzaid, j. 13-4-1982,
DJU, maio 1982, p. 4568, in Código Tributário Nacional comentado, coord. Vladimir Passos de Freitas, São Paulo,
Revista dos Tribunais, 1999, p. 119).
O imposto incide inclusive na hipótese de inventário por morte presumida (Súmula 331 do STF) ou de doação
onerosa (Agravo de Instrumento n. 201.683-1, TJSP).
Atividades: Prezado(a) Aluno(a), leia atentamente o texto acima (3x) e responda individualmente as seguintes
perguntas identificando a folha individual de respostas com o seu #nome completo, #nome da turma, #nome
da disciplina, #data & o # título do trabalho:
1) Qual é o Fato Gerador do IPVA? 15) O que diz a Súmula 661 do STF sobre
2) Quem é o contribuinte do IPVA? ICMS?
3) De quem é a competência par cobrar o 16) O que diz Súmula 166 do STJ sobre
IPVA? ICMS?
4) Qual a base de cálculo do IPVA? 17) Como é feito o lançamento do ICMS?
5) Explique a “Alíquota” do IPVA. 18) Qual o percentual repassado aos
6) Qual a “função” do IPVA? municípios do ICMS e em que Artigo da
7) Quem possui imunidade ao IPVA? CF está previsto este percentual?
8) Como funciona o repasse do valor 19) Sobre o que incide o ITCMD?
arrecadado com o IPVA? 20) Como se dá a Competência para cobrar o
9) Qual a “função” do ICMS? ITCMD?
10) Defina Operação, Circulação e 21) Qual a Função do ITCMD?
Mercadoria. 22) Como é fixada a Base de Cálculo do
11) Qual é o “Fato Gerador” do ICMS? ITCMD?
12) Explique a “Competência” para cobrar o 23) Como são fixadas as Alíquotas do ITCMD
ICMS. e qual o limite máximo?
13) Quem é o Contribuinte do ICMS? 24) O que dizem as súmulas 113 e 112 do
14) O que diz a súmula 334 do STJ sobre STF?
ICMS? 25) Quem é o Contribuinte do ITCMD?

Paulo César de Oliveira Gonçalves - Professor de Direito


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