COMEÇANDO OS TRABALHOS COM O GÊNERO ENTREVISTA

Observe as entrevistas a seguir:

ENTREVISTA I
Mia Couto: “Rever obras é censura”
O consagrado escritor é contra a onda do
Clássicos da literatura mundial estão sendo
revisionismo guiada pelo politicamente correto,
filtro em que enxerga desnecessários excessos questionados e até modificados à luz do
politicamente correto. O senhor é a favor do
Revista Veja, 26 de maio de 2023.
(acesse a entrevista) movimento revisionista tão em voga?
Definitivamente, não. Sempre que tentam fazer
Um dos grandes escritores da atualidade, o
isso, o resultado é desastroso para a arte da
moçambicano Mia Couto, 67 anos, mantém
escrita. Uma vez, em visita à Alemanha, fui
fortíssimo laço com o Brasil, que em suas contas já
chamado por uma editora que estava traduzindo
visitou pelo menos três dezenas de vezes. O autor,
um livro meu. Na história, um capitão português
traduzido em trinta idiomas e vencedor do
que vive no ano de 1890 chama um africano de
prestigiado Prêmio Camões, tem suas raízes
preto em um dos diálogos. Era a forma dele,
literárias fincadas em nomes como Guimarães
colonial, de se expressar. Havia um contexto. Mas
Rosa, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral
o tradutor alemão insistiu que não poderia usar
de Melo que leu desde cedo. Intelectual que não
aquele termo. Eu então perguntei qual seria sua
foge de temas que incendeiam a atualidade, Couto
sugestão. Eveio a resposta: “Use um
sempre se situou à esquerda no espectro
‘excessivamente pigmentado’ no lugar de preto”.
ideológico — na juventude, fez inclusive parte do
Aceitou a sugestão? Não. Achei um absurdo total,
movimento armado de independência de seu país
até porque este “excessivamente pigmentado”
—, mas acha que falta à ala mais progressista de
embute uma subjetividade que também pode
hoje o reconhecimento “de que o mundo se torna
resvalar em preconceito. A moda do revisionismo
a cada dia um lugar mais complexo”. Em meio à
gera situações ridículas, que acabam por fragilizar
ascensão do politicamente correto, ele enxerga os
o movimento da diversidade e da inclusão — este,
vários matizes de polêmicas questões, como a
sim, sério e respeitável.
adoção da linguagem neutra e o revisionismo na
O senhor diria que o revisionismo é uma
literatura. Dono de obras-primas do realismo
modalidade de censura? É uma censura, sim. E
fantástico e agora dedicado a um livro sobre a
pior: feita contra alguém que provavelmente já não
I Guerra, o biólogo de formação concedeu, com
está mais vivo e não tem direito à palavra. Essa ala
sua inconfundível voz baixa e tranquila, a seguinte
da sociedade que sai por aí alterando grandes
entrevista a VEJA.
obras pretende purificar o passado. A revisão
possível, a meu ver, deve se restringir a adicionar
observações em um livro explicando o contexto
histórico em que foi escrito. As mudanças não
podem ser na base da subtração ou da
substituição, mas do acréscimo de informações.
Assim, é razoável.
Certa vez, o escritor Umberto Eco (1932-2016)
disse que as redes sociais deram voz aos imbecis.
Concorda? Nos dias de hoje, o que percebo é que
muitas pessoas só leem frases soltas de meus livros
nas redes. Me dizem “adorei aquela sua frase”, que
é apenas o fragmento de uma obra muito maior, e
ela é ignorada. Os escritores viraram frasistas.
Outro problema é que todo mundo se sente um
pouco especialista ali e alguns até viram referência
em assuntos dos quais não têm nenhum domínio.
Confundem fato com opinião, tudo em troca de
likes, o que alimenta um ciclo perigoso.
Em seu livro Antes de Nascer o Mundo, o senhor
aborda, a partir de um protagonista misógino, a
ideia de um planeta sem mulheres. Os homens
vivem uma crise de masculinidade? Vivem. Existe
um tipo de macho que se sente muito pouco à
vontade no lugar que passou a ocupar na
modernidade. As mulheres já têm emprego, estão
em posições de poder e não servem mais somente
ao espaço familiar. Isso deixa os homens com um
misto de raiva e medo e, em certos casos, é daí que
nascem violências físicas e psicológicas contra as
mulheres. A caminhada em prol das conquistas
femininas não pode esmorecer nem tampouco
perder o foco no que importa.
perder o foco no que importa.
Há sinais de que isso está acontecendo? Não, mas
tenho dúvidas sobre o ideal de
representatividade deque tanto se fala hoje. Em
Moçambique, meu país, a maior parte do
Congresso é feminina, mas continuamos sendo
uma nação extremamente patriarcal. Colocar uma
mulher em um lugar de poder, por si só, não
resolve as desigualdades.
Mas não é um bom primeiro passo? Sim. Só que
não basta simplesmente criar uma categoria
“mulher” e aplaudi-las apenas porque estão em
cargos nunca antes ocupados. Claro que fico feliz
em vê-las em lugares de destaque, mas,
justamente para que se preserve a igualdade, é
preciso lhes dar o direito de terem de provar sua
competência, da mesma forma que acontece com
os homens.
Qual sua posição no candente debate sobre o uso
da linguagem neutra? Se eu fosse parte de uma
minoria, provavelmente também brigaria pelo
emprego dessa linguagem. Mas, honestamente,
não considero uma pauta essencial, por seu baixo
potencial de produzir mudanças verdadeiramente
significativas. Já aconteceu de eu entrar em
reuniões por videochamada, falar “bom dia a todos
e todas” e aí alguém emendar: “Você precisa incluir
o todes”. Não acho que isso deva ser imposto como
uma regra universal. Agora, se eu estiver
conversando com uma pessoa que prefere ser
tratada com neutralidade, vou respeitar. O
problema é fazer um alvoroço em torno do tema,
o que termina por insuflar desnecessariamente o
pessoal da extrema direita.
A que o senhor atribui o atual fenômeno de
ascensão da extrema direita no mundo? A
humanidade tem enfrentado uma sequência de
crises econômicas e sociais. As pessoas perderam a
sensação de segurança, estão com medo e temem
pelo futuro de seus filhos. Acho que é uma questão
para além da política — ela é existencial.
Somos uma espécie que busca produzir sentido à
vida, e essa sensação de ausência de propósito
acaba justamente por constituir um terreno
propício ao crescimento do populismo de extrema
direita, que se fia o tempo todo em um discurso
messiânico e salvador.
E a esquerda, espectro com o qual o senhor
sempre se identificou, não tem dado conta de
neutralizar o avanço dos radicais da direita? Não.
A esquerda vem adotando um discurso de tom
apocalíptico, ambientado no fim do mundo.
Enquanto a direita se vende como a salvadora que
detém todas as respostas, o outro lado espalha a
desalentadora ideia de que está tudo ruindo. Sou
de esquerda, sim, mas não sei nem mais de que
esquerda exatamente faço parte.
Quais são suas dúvidas essenciais? Fui de uma
esquerda ultrarradical na juventude e até fiz parte
do movimento armado pela independência de
Moçambique nos anos 1970. Nessa época, achava
que era só tomarmos o poder que a sociedade se
transformaria. Mas o mundo é cada vez mais
complexo, e a esquerda segue com dificuldade em
reconhecer isso, se achando dona da razão. O que
certamente mantenho hoje desse espectro
ideológico são os princípios de coletividade, de
pensar no bem comum antes do benefício
individual.
O senhor foi um ferrenho crítico do governo
Bolsonaro. Como avalia as chances de Lula fazer
melhor? Há muitos brasileiros, inclusive amigos
meus, que têm uma elevada expectativa em
relação à nova gestão, que certamente não será
correspondida nesta escala. Não são apenas temas
de ordem política e administrativa que estão em
jogo. Nos encontramos hoje diante de um Brasil
profundamente rachado e isso, para mudar, leva
tempo. Lula vai precisar consolidar uma
democracia escutando adversários, cedendo,
tecendo alianças. Será necessário estar junto
daqueles que não são da mesma cor política em
prol de um projeto de país. Não há espaço para
cultivar a arrogância.
O senhor observa uma boa dose dela nos tempos
atuais? Sim. E vejo isso, por exemplo, em um ponto
vital para a própria existência — a política
ambiental. As principais correntes ideológicas
partem do princípio de que a espécie humana
ocupa o topo da cadeia evolutiva. Vale para
esquerda, direita, extrema esquerda, extrema
direita. Todos ainda se sustentam na antiquada
ideia de que estamos aqui para usar a Terra, uma
mentalidade que causa danos ao planeta de forma
preocupante. O discurso pró-ecologia vem se
dando em bases mais rasas do que o desejável.
A herança colonial portuguesa deixou que marcas
em países como Moçambique e Brasil? Ela deixou
feridas, claro, mas hoje enxergo essas marcas
muito mais no Brasil do que em Moçambique.
Depois da independência moçambicana, as
estruturas sociais foram radicalmente
transformadas e o racismo, praticamente
eliminado. A noção de raça foi colocada de lado e
os cidadãos se definem, em primeiro lugar, como
moçambicanos. A etnia pouco importa. No Brasil
há ainda uma diferenciação evidente entre o preto
e o branco. O preconceito é muito forte.
O senhor já disse ter sido inspirado por Guimarães
Rosa no início de sua carreira. Em que medida lhe
tomou inspiração? Há décadas, quando li Grande
Sertão: Veredas, me apaixonei pela oralidade do
texto dele. Me identifiquei na hora com sua escrita,
porque os moçambicanos falam de forma poética,
assim como os brasileiros. A mania de dar vida a
objetos inanimados, que se revela em expressões
como “o carro dormiu lá fora” e “um dia alegre”, é
ENTREVISTA II
Neymar se compara a Zico e faz promessa ao
Santos: "Pode ter certeza que vou voltar"
Em entrevista exclusiva ao Esporte Espetacular,
craque cita o ídolo do Flamengo ao falar sobre a
falta de título de Copa do Mundo; Diniz era o
preferido dele bem antes da decisão da CBF
Por Bruno Cassucci, Bruno Diniz e Felipe Brisolla
GE – Globo 03/09/2023 (acesse a entrevista)
Neymar curtia férias no Brasil, mas tudo o
que ele não tinha naquela manhã de quinta-feira
era descanso. Enquanto ainda lidava com a
repercussão do pedido de desculpas público feito à
namorada Bruna Biancardi, na véspera, o atacante
voltou aos "trending topics" por outro motivo: a
interdição de um lago artificial em sua casa em
uma forma especial e encantada de encarar o
mundo.
Depois do lançamento do ChatGPT, ferramenta de
inteligência artificial, veio à tona uma necessária
discussão sobre os limites éticos desse recurso.
Acha que os escritores estão ameaçados pela
possibilidade de uma máquina produzir com
eficácia um bom texto literário? Sinto um terror
absoluto em relação a isso e, sinceramente, não
quero estar vivo para ver os desdobramentos mais
radicais da inteligência artificial. Antes de tudo,
acho que há um erro básico em comparar a lógica
mecânica de um computador à capacidade
humana de pensar. São coisas totalmente
distintas. E nunca, jamais devemos perder o
estímulo ao raciocínio e à reflexão.
Mangaratiba, no Rio de Janeiro, em ação na qual o
pai dele recebeu voz de prisão.
O dia seria longo. Começou com ensaio
fotográfico para a fornecedora de material
esportivo e terminaria com um leilão beneficente
de seu instituto. As companhias do filho Davi Lucca
e do amigo Jimmy Buttler, astro da NBA, ajudavam
a aliviar um pouco o ambiente. Era um momento
agitado na vida de Neymar, mas quando não é?
Ele se reapresentou ao Paris Saint-
Germain, voltou a atuar depois de cinco meses,
mas ouviu do clube francês que não estava nos
planos. Topou, então, o desafio de ajudar a
desenvolver o futebol na Arábia Saudita ao fechar
com o Al-Hilal com um contrato de dois anos no
valor de R$ 1,7 bilhão.
 Em meio a mudanças, Neymar retorna à
Seleção e reinicia mais um - talvez o último - ciclo
de Copa. Nesta entrevista, ele comenta sobre a sua
sucessão na amarelinha e se compara a Zico ao
falar sobre a ausência de um título mundial.
Também revela o desejo de atuar nos Estados
Unidos e promete voltar ao Santos, clube no qual
foi revelado. Leia abaixo:
Por conta da lesão no tornozelo, você ficou fora
dos três amistosos da Seleção nesse ano. Como
você lida com isso?
– É muito ruim. Sou um cara que não gosta de
acompanhar futebol nem quando estou jogando.
Não sou um cara que sento no sofá de casa e fico
vendo jogo de futebol, não sou esse cara. Mas sinto
saudades. Assisti aos jogos da seleção brasileira, na
verdade o primeiro só. Deu saudade de estar
naquela ambiente, o ambiente da seleção é
sempre muito bom. Apesar dos jogadores de
qualidade que tem, os seres humanos ali são
maravilhosos, me sinto bem de estar ali, estou
feliz, sinto saudade, espero que um dia eu possa
voltar, mas primeiro focar na lesão, na
recuperação, e voltar muito bem.
Na sua ausência, foi discutido sobre quem pode
assumir ou pelo menos dividir o protagonismo da
Seleção. Em uma entrevista, o Marquinhos disse
acreditar que Vini Jr e Rodrygo estão preparados
para isso. Você também vê assim?
– Eu enxergo. Vini e Rodrygo são dois jogadores de
muita qualidade, dois craques que tenho certeza
que vão assumir esse papel de protagonista. Na
minha opinião, já são, porque eles já têm esse
nome para isso, independente de eu estar lá ou
não para isso. Nunca fui um cara egoísta, muito
pelo contrário, quanto mais protagonistas você
tem no seu time, melhor o seu time é. Eu fico
contente de eles estarem chegando nesse
patamar, já estarem nesse patamar, e ajudarem a
seleção brasileira, que é muito importante. São
dois meninos que eu gosto muito, Vini e Rodrygo
são dois amigos que eu tenho, converso muito com
os dois. Espero poder ajudar, todos ali me
conhecem, sabem do meu caráter, sabem a pessoa
que eu sou fora dos gramados e no gramado
também.
Já que falamos do Vini Jr, gostaria que você
comentasse como vê os seguidos episódios de
racismo contra ele e contasse como você agiu
como amigo dele.
– É triste, é triste, o mundo de hoje em dia já
mudou bastante, esse preconceito todo com cor,
com qualquer coisa que seja já não cabe mais, é
muito triste, muito triste ver um amigo passar por
isso. Não só um amigo, mas todas as pessoas que
passaram por isso e passam por isso diariamente,
é muito ruim. Eu já passei por isso e sempre tentei
levar de uma forma muito leve, é isso o que eu falo
com o Vini.
– Depois que aconteceu com ele, perguntei como
ele estava, ele me falou, a gente deu até uma
brincada, de levar numa leveza maior, porque o
problema é muito grande e o problema não está
com ele, não está com nós, está com as outras
pessoas. Obviamente, a gente tem que se impor,
tem que falar o que é certo, o que é errado, mas as
pessoas que têm a autoridade em mandar mais é
que tem que fazer coisas “over”, dar um ponto final
nisso. Mais ainda as pessoas que estão do lado, se
você escutar alguém insultando alguém com
qualquer forma de preconceito que seja, se a
pessoa que está do lado não tiver caráter e bom
senso de chegar e falar “não faz isso”, o cara
também está de acordo com tudo isso. É bem
triste, é um mundo bem sujo, passar por isso é bem
ruim, mas tenho fé em Deus que um dia isso vai
acabar.
Hoje há mais ferramentas para combater o
racismo? Pessoas como você tem maior poder de
influência em temas como esse?
–Temos, temos mais ferramentas, hoje em dia a
internet te consome de uma forma grande, você
tem esse canal, essa abertura de falar uma coisa
aqui, no Instagram, na rede social que vai ressoar
lá do outro lado do planeta. A gente tem essa
ferramenta que pode ser usada de uma forma boa,
não só a rede social para causar ódio, “hate”, e sim
mudar a pessoa em diferentes coisas, mostrar mais
amor, se impor é óbvio, que é o mais importante.
Já que estamos falando de amigos seus, como foi
ver o Messi campeão da Copa? Muita gente diz
que o futebol foi justo com Messi. Você concorda?
– Eu fiquei muito feliz pelo ano que ele fez, mas ao
mesmo tempo muito triste, porque ele viveu os
dois lados da moeda, foi ao céu com a seleção da
Argentina, ganhou tudo nos últimos anos, e com o
Paris viveu um inferno, nós vivemos um inferno,
tanto ele quanto eu. A gente fica chateado, porque
a gente não está ali à toa, está ali para dar nosso
melhor, ser campeão, tentar fazer história, por isso
a gente voltou a jogar junto, a gente se uniu ali para
que pudesse fazer história. Infelizmente, a gente
não conseguiu.
– Messi saiu (do PSG) de uma forma que, pelo
futebol, ele não merecia isso. Por tudo o que ele é,
tudo o que ele faz, quem conhece ele sabe, é um
cara que treina, que luta, se perde fica bravo, e foi
cobrado de uma maneira injusta no meu modo de
ver. Mas ao mesmo tempo fiquei muito contente
por ele ter ganhado a Copa do Mundo. Como você
falou, o futebol foi justo dessa vez, já que a seleção
brasileira saiu, o Messi merecia terminar a sua
carreira assim.
Por esse mesmo raciocínio, você espera que o
futebol também seja justo com você, lhe dando
um título de Copa?
– Eu espero (risos). Cara, eu espero, espero
obviamente que um dia eu possa conquistar meu
maior sonho que é conquistar a Copa do Mundo,
isso é óbvio, mas às vezes isso não acontece. A
gente tem um cara no Brasil que é um ídolo
máximo, um dos maiores nomes da história do
país, do Brasil, que é o Zico, e ele não tem uma
Copa do Mundo. Isso não justifica a qualidade e o
dom que ele teve, isso cabe da mesma forma
comigo.
O Messi foi para os Estados Unidos, o Cristiano
Ronaldo já estava na Arábia Saudita e diversos
atletas de ligas importantes estão indo para o
Oriente Médio. Você também pensa, em algum
momento da carreira, atuar em um desses
mercados que até então eram menos badalados?
– Não sei dizer se eu faria isso ou não, não sei,
depende muito do momento que você está
vivendo, das suas escolhas, do que você quer. Eu
tenho ainda o sonho de jogar no Brasil de novo, eu
quero isso, em algum momento passarei por aqui
de novo. Também queria jogar nos Estados Unidos,
também quero jogar nos Estados Unidos. São duas
ligas que tenho muita vontade. Arábia? Não sei,
depende. Depende de tudo, de como está com sua
família, sua vida, e aí você pode tomar a decisão de
que momento é certo para você.
No Brasil há muita expectativa por um retorno
seu, especialmente da torcida do Santos. Parece
que nos últimos tempos houve uma
reaproximação sua com o clube. O que pode dizer
ao torcedor do Peixe?
– Cara, eu nunca deixei de ficar longe do Santos,
sempre fui um cara escancaradamente santista,
sou santista, voltei agora porque tive
oportunidade de estar aqui, poder ir no jogo, às
vezes quando estava de férias por conta das
viagens e de tudo acabava não dando tempo de ir,
mas dessa vez tive que reservar. Acho que a galera
gerou uma confusão entre minha família, eu e o
Santos que não tinha cabimento, não tinha nada a
ver com a história. A imprensa colocou muita
notícia errada nisso tudo. Foi ruim no momento,
hoje em dia todo mundo consome esse tipo de
notícia, quando a notícia não é verdadeira fica ruim
para o nosso lado. Eu não sou um cara de ficar me
justificando na internet, mas quem me conhece
sabe.
Recentemente, os santistas alimentaram a
esperança de você colaborar até mesmo
ajudando na captação de investidores. Poderia
auxiliar também fora de campo?
– Obviamente, obviamente, se tiver oportunidade
de fazer isso pelo Santos farei o possível. Eu quero
que o Santos volte a estar onde merece, o Santos é
um time muito grande, espero que as pessoas que
estão cuidando do Santos deem o valor de verdade
para que o Santos possa voltar a estar no topo.
Muitos clubes brasileiros estão apostando em
técnicos estrangeiros e, agora, a CBF também vai
nessa linha, aguardando o italiano Carlo
Ancelotti. Você acredita que a Seleção pode ter
um jogo mais moderno e próximo à elite do
futebol com essa mudança?
– Todo mundo tem a sua competência, o seu valor,
não é porque você está na Europa que somos
melhores porque jogamos lá. Não, não é isso, são
a momentos, são escolhas. A seleção vai ter a
oportunidade de ter um treinador estrangeiro
dessa vez, eu conheço pouco o nome que estão
especulando, também tinha outro treinador do
Brasil que, inclusive, eu pensei que seria ele. Na
minha ideia, o cara ideal hoje para a seleção era o
(Fernando) Diniz, eu escancaro porque é um puta
treinador, o jeito dele com a seleção brasileira iria
muito bem.
– Estou falando aqui, mas não sei de nada, nunca
falei com o presidente nem com ninguém. Se for o
Ancelotti, será muito bem recebido, é um cara
renomado, que ganhou tudo na carreira. A gente,
se tiver essa oportunidade, obviamente vou
desfrutar muito, vou sugar tudo o que tenho para
sugar do Ancelotti, gosto de aprender e a gente
trocar ideia, ensinar, todos os jogadores que têm
experiência na seleção brasileira a gente passa
muita coisa para os mais novos, até para os
treinadores, a gente conversa bastante, isso
sempre foi muito livre na seleção. A seleção hoje
pode fazer algo diferente de toda a sua história, ter
um treinador estrangeiro ou não, não sei, mas cabe
ao presidente e tenho certeza que ele vai tomar a
decisão correta.
Você se prepara para ser pai pela segunda vez.
Como está vivendo esse momento e quais as
diferenças em relação à gestação do Davi Lucca,
quando você era muito mais jovem?
– É diferente. Quando eu soube agora, da segunda
vez, que seria pai, você recebe de uma forma
diferente. Quando eu tinha 19 anos, recebi e fiquei
assustado, não queria jogar a final, fiquei com
medo, sem saber o que fazer. Hoje não, meu filho
já tem 12 anos, é a segunda vez que estou sendo
pai, ele está super feliz, eu estou super feliz, todo
mundo está muito contente com tudo isso. Criança
na nossa vida é sempre sinônimo de muito amor,
muita luz, é um presente de Deus, então acho que
ela pode modificar a vida de cada um da nossa
família, vai ser uma experiência única quando você
vive essa fase. Eu já vivi uma vez, agora estou
vivendo outra, estou muito contente.
Esse tipo de acontecimento na vida pessoal
interfere de alguma forma no rendimento em
campo?
– Você sabe que tem mais uma boca querendo
comer (risos). Brincadeiras à parte, é mais um amor
que está ali na arquibancada torcendo por você,
você sabe que realmente vai torcer sempre por ti.
Mais um na família, todos contentes, todos felizes.
Estamos fazendo essa entrevista em seu instituto,
na qual são atendidas dezenas de crianças
carentes. Vimos o carinho que elas têm por você.
Quanto e como esse projeto te impacta?
– Cara, é muito prazeroso. A felicidade é muito
grande quando chego aqui e sou recebido dessa
forma. Criança tem amor puro, é a coisa mais
importante do mundo receber esse amor puro,
ainda mais das crianças. O Instituto é o melhor gol
que fiz na minha carreira, na minha vida, um legado
que venho deixando e que faz mudar a vida de
muita gente. Não tive isso que eles têm aqui, falar
outras línguas, aprender robótica, fazer natação,
futebol, basquete, tudo. E ter essa oportunidade
de criar tudo isso para todo mundo é gratificante.
De alguma forma, se enxerga nessas crianças?
– Com certeza, com certeza. Eu entendo porque já
passei por isso, sempre fui fã de muitos atletas,
jogadores, quando via algum deles já ficava
olhando, com vontade de abraça-los, sem saber o
que falar muitas vezes. Eu entendo o carinho e a
admiração que eles ficam e travam na hora.
Você pensa sobre como será visto no futuro?
– Sempre fui muito autêntico em toda a minha
carreira, nunca tive medo de nada, sempre fui
muito sincero. Na minha carreira já errei diversas
vezes, mas sempre fui um cara que quis fazer as
coisas certas, da forma correta. Obviamente, a
gente sempre dá uma pisada na bola, mas eu quero
ser lembrado como um jogador autêntico, que
sempre fez a diferença por onde passou. Para mim
isso é muito gratificante.
ENTREVISTA III

Dia da Amazônia: Tarde Nacional entrevista Philip Fearnside, um dos maiores especialistas em
mudanças climáticas do mundo
O pesquisador falou sobre as principais ameaças à região amazônica e ressaltou a urgência de se
frear o aquecimento global
Tarde Nacional Amazônia 05/09/2023 (acesse a entrevista)
No Dia da Amazônia, o Tarde Nacional – Amazônia conversou com um dos maiores
especialistas em mudanças climáticas do mundo, Philip Fearnside. Pesquisador do Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Doutor pelo Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária
da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, Philip Fearnside recebeu o Prêmio Nobel da Paz,
em 2007, pelo Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC).
Na entrevista, o pesquisador falou sobre as principais ameaças à região amazônica, como o
garimpo, os incêndios florestais, as estradas e a questão energética, e ressaltou a urgência de se frear
o aquecimento global. Philip Fearnside frisou a importância da Amazônia para o Brasil e para o mundo
e explicou como o desenvolvimento sustentável é fundamental para a região.
Quer saber mais? Clique no player acima para ouvir a entrevista na íntegra.
O programa Tarde Nacional – Amazônia vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 15h às 17h, na
Rádio Nacional da Amazônia. Apresentação de Juliana Maya, produção de Roberta Timponi e
trabalhos técnicos de Maan Kaiabi e Reginaldo Fonseca.
 RETEXTUALIZAÇÃO E TRATAMENTO DOS TURNOS DE FALA

Marcushi (2010) explica que no processo de retextualização de um texto oral, temos um primeiro
movimento composto de operações de regularização e idealização do texto. Em um segundo movimento,
realizamos operações de reformulação do texto.

OPERAÇÕES DE REGULARIZAÇÃO E IDEALIZAÇÃO DO TEXTO

1. Eliminação das marcas interacionais, hesitações e partes de palavras.

2. Introdução da pontuação com base na intuição fornecida pela prosódia e entoação
na fala.
3. Eliminação de repetições, reduplicações, redundâncias, paráfrases e pronomes
egóticos (eu; nós).
4. Introdução da paragrafação e pontuação detalhada sem modificar a ordem dos
tópicos.

OPERAÇÕES DE REFORMULAÇÃO

5. Introdução de marcas metalinguísticas para a referenciação de ações e verbalização

de contextos expressos por dêitico.
6. Reconstrução de estruturas truncadas, concordâncias, reordenação sintática,
encadeamentos de orações.
7. Tratamento estilístico com seleção de novas estruturas sintáticas e novas opções
léxicas (estratégia de substituição visando a uma maior formalidade).
8. Reordenação tópica do texto e reorganização da sequência argumentativa (estratégia
de estruturação argumentativa)
9. Agrupamento de argumentos condensando as ideias (estratégia de condensação

Marcushi (2010) também apresenta um subconjunto de operações que deve ser considerado em toda
atividade de passagem de um texto oral para um texto escrito. São operações que dizem respeito ao
tratamento dado aos turnos de fala nas atividades de retextualização.
A Técnica I indica manter os turnos de fala, transpondo-os tal como produzidos. Seria algo muito útil
na retextualização de uma entrevista oral para uma entrevista escrita. A Técnica II trata dos casos em que
ocorre transformação dos turnos em citação de fala, sento muito comum, portanto, o uso de aspas. Seria o
caso de transformar uma entrevista de pesquisa, por exemplo, em um texto explicativo. A Técnica III aborda
a transformação dos turnos em citação de conteúdo. Seria, por exemplo, o caso de uma reportagem que
menciona as fontes apuradas, mas não insere as falas destas, apenas uma síntese do conteúdo de tais falas.
Vejamos o quadro que Marcushi (2010, p. 89) apresenta:

Técnica I: Manutenção dos turnos

Transposição dos turnos tal como produzidos, abolindo as sobreposições e seguindo,
no geral, as operações 1, 2, 3, e 5 do modelo, mas com uma sequenciação por falantes,
introduzindo segmentos encadeadores a título de contextualização, podendo haver
fusão de turnos, sobretudo os repetidos.

Técnica II: Transformação dos turnos em citação de fala

Eliminação dos turnos com acentuada manutenção das falas num texto sem a
estrutura dialógica geral, mas com indicação precisa de autoria das falas e com a
aplicação das operações de 1 a 6 do modelo.

Técnica III: Transformação dos turnos em citação de conteúdo

Eliminação dos turnos e introdução generalizada das formas do discurso indireto, com
citação de conteúdos através dos verbos discendi e surgimento de um texto
totalmente monologado, com reordenação dos conteúdos e do léxico, aplicando-se
as operações 1-9 do modelo.

A seguir, vamos tratar com mais atenção das questões atinentes ao discurso direto e indireto, pois
elas têm íntima relação com as técnicas II e III de tratamento dos turnos de fala.
 RECURSOS DA LINGUAGEM ORAL E DO TEXTO ESCRITO: OS DISCURSOS DIRETO E INDIRETO

Verbos de elocução (dicendi): os verbos de elocução são verbos introdutores de discurso (tanto
discurso direto como discurso indireto).

1. Reprodução de enunciações

De modo a apresentar ao leitor os pensamentos e as palavras de personagens reais ou fictícios, o

enunciador dispõe, grosso modo, de dois “moldes” linguísticos distintos, conhecidos pelos nomes de:

a) discurso direto (ou citação ou discurso citado);

b) discurso indireto (ou relato ou discurso relatado);

1.1 Discurso direto (DD)

O discurso direto é a reprodução textual das falas das personagens, com a preocupação de reportar
textualmente o que foi dito, sem modificações no enunciado original. Nos exemplos a seguir, o narrador
chama o personagem a apresentar suas próprias palavras:

1 "Ele sabe que nós não queremos nem sequer escutar o nome dessa vil instituição", disse Fidel. (BBC,
16.04.2009)

2 "Reivindicar, nesse país, é um direito de todo mundo. Então, reinvindicação, no Brasil, há muito
tempo não é crime. Nós construímos a democracia para não ser crime. Agora, esse país é um país
responsável. Interditar estradas, comprometer a economia popular, desabastecendo com
alimentos ou combustíveis, isso tem componentes de crime", afirmou Dilma a respeito da
manifestação dos caminhoneiros. (G1, 10/11/2015)

A escolha do DD geralmente está ligada ao gênero do discurso em questão ou às estratégias de cada

texto. Em particular:

• cria autenticidade, indicando que as palavras citadas são aquelas realmente proferidas;
• cria distanciamento, seja porque o enunciador citante não adere ao que é dito e não quer misturar
esse dito com aquilo que ele efetivamente assume; seja porque o enunciador quer explicitar, por
intermédio do DD, sua adesão respeitosa ao dito, fazendo ver o desnível entre palavras prestigiosas,
irretocáveis e as suas próprias palavras;
• demonstra objetividade e seriedade.

1.2 Discurso indireto (DI)

 O discurso indireto é a reprodução das palavras de outro enunciador sem a preocupação de citar
textualmente o que foi dito. O discurso indireto é empregado quando o narrador incorpora à sua própria fala
o dizer de outro enunciador, contentando-se em transmitir apenas o seu conteúdo. Observe os exemplos:

3 Minha amiga Ana me contou que recebeu um ultimato do chefe.

4 O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Jr., afirmou que fará todos os esforços para a
permanência de Maicon no Grêmio. (ESPN, 30/10/2015).

Em geral, a imprensa popular prefere o DD ao DI. Essa divergência remete a dois tipos de encenação
da fala relatada:

• para um público leitor popular, o jornalista privilegia a narração, uma relação mais imediata com o
vivido, as palavras mesmas das pessoas, como se o leitor estive presente na situação;
• para um leitor instruído, o jornalista prepara um produto que fale à inteligência desse público. Disso
deriva a maior frequência do DI e das formas híbridas.

2. Mecanismos de citação e de relato

2.1 Discurso direto

O DD pode se manifesta de várias formas. O verbo de elocução pode aparecer antes, depois e até em
intercalação com o dito. Sinais tipográficos também assinalam o DD: dois pontos, travessões, aspas, itálico ou
apenas a vírgula (no discurso jornalístico moderno).

5 O atleta avisou: “Caímos em uma zona de conforto muito grande aqui no Inter”.

6 Já são 3.069 os casos de ebola , informou a OMS.

7 Quero o Ronaldinho longe do Olímpico, resmungou o dirigente.

2.2 Discurso indireto

As falas relatadas no DI são apresentadas sob a forma de uma oração subordinada substantiva objetiva
direta, introduzida por um verbo dicendi seguido de “que” ou “se”.

8 Mas ele salientou que os fluxos de capitais para o mundo emergente tardarão a ocorrer.

9 Os meninos perguntaram se já era meio-dia.

2.3 Formas híbridas

O enunciador pode utilizar uma forma híbrida ao apresentar a fala de outrem. Uma estratégia é fazer
uso das “ilhas textuais” ou “ilhas enunciativas” 1; mesmo tratando-se de DI, este contém algumas palavras
atribuídas aos enunciadores citados.
A ilha geralmente é indicada pelas aspas ou pelo itálico. É o procedimento mais frequente na imprensa.
Nesse tipo de discurso relatado, a ilha está perfeitamente integrada à sintaxe; só a tipografia permite verificar
que essa parte do texto não é assumida pelo relator.

10 Investigador particular diz que OJ Simpson “é inocente”.

11 Estes lugares já apresentam grande vulnerabilidade, pois há muito combustível acumulado,

alerta o investigador José Miguel Cardoso Pereira, do Instituto Superior de Agronomia.

3. Circunstâncias de ângulo

Um outro modo de indicar a fala de outrem é fazer uso de circunstâncias de ângulo (HALLIDAY, 1994).
Circunstâncias de ângulo são expressões muito utilizadas no discurso jornalístico e no discurso acadêmico,
quando o enunciador reelabora o enunciado do outro. São circunstâncias de ângulo: de acordo com, segundo,
conforme, na opinião de, na visão de, para X, no entendimento de Y, dentre outras.

12 Segundo Dear, no Business Inside, o ator e ex-jogador de futebol americano não teria matado a
esposa e seu amigo.

13 Há uma evidência incontornável: as temperaturas médias em junho, julho e agosto subiram

acentuadamente desde a década de 1970, de acordo com os dados do IPMA.

14 Para Pooley, um menino de um ano, que inicialmente tinha sido diagnosticado como negativo ao
teste do ebola, pode ter “contraído o vírus do leite da mãe que morreu contaminada com a
doença”.

4. Transposição do discurso direto para o indireto2

Observe as seguintes frases:

15 - A senhora vai sair – disse ela, olhando-o muito. (E. de Q.)

1
Cf. MAINGUENEAU, D. Análise de textos da comunicação. São Paulo: Cortez, 2001, p. 151.
2
Retirado de CUNHA, C.; CINTRA, L. A nova gramática do português contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2001 , p. 639-640.
 16 Ela disse, olhando-o muito, que a senhora ia sair.

Ao confrontá-las, podemos perceber que, ao passar da citação para o relato, alguns elementos do
enunciado modificaram-se por acomodação ao novo molde sintático.
Ao passarmos do DD para o DI, as principais transposições que ocorrem são:

Disscurso direto Discurso indireto

Enunciado em 1ª. ou em 2ª. pessoa Enunciado em 3ª. pessoa

- Preciso de dinheiro, disse o capitão. (A.B.L.) O capitão disse que precisava de dinheiro.
- Não achas melhor tirar este poncho? – Rodrigo perguntou-lhe se [ele] não achava
perguntou-lhe Rodrigo. (E. V.) melhor tirar aquele poncho.

Verbo enunciado no presente Verbo enunciado no imperfeito

- Sou a Julieta – disse, hesitante. (A.A.) Disse, hesitante, que era a Julieta.

Verbo enunciado no pretérito perfeito Verbo enunciado no pretérito mais que

perfeito composto
- Nem banho tomei, ela esclarecia.
Ela esclarecia que nem banho tinha tomado.

Verbo enunciado no futuro do presente Verbo enunciado no futuro do pretérito

(condicional)
- Que será feito do senhor padre Brito? – D. Joaquina perguntou que seria feito do
perguntou D. Joaquina. (E. de Q.) senhor padre Brito.

Verbo no modo imperativo Verbo no modo subjuntivo

- Não faça escândalo – disse a outra. (O.L.) A outra disse que não fizesse escândalo.

Enunciado justaposto Enunciado subordinado, geralmente

introduzido pela integrante que
- Foi um tempo velhaco – disse, concordante Disse, concordante e enfastiado, que tinha
e enfastiado. (F. N.) sido um tempo velhaco.

Enunciado em forma interrogativa direta Enunciado em forma interrogativa indireta

- Lá é bom? – perguntei. (G. R.) Perguntei se lá era bom.

Pronome demonstrativo de 1ª. pessoa (este, Pronome demonstrativo de 3ª. pessoa

esta, isto) ou de 2ª. pessoa (esse, essa, isso)
Disse a Gracia que não abria a porta àquelas
horas a ninguém.
- Não abro a porta a estas horas a ninguém – Cesária respondeu que aquilo era um número
disse Gracia. (A.B.L.) muito comprido.
- Isso é um número muito comprido,
respondeu Cesária. (G. R.)

Advérbio de lugar aqui Advérbio de lugar ali

- Aqui amanhece muito cedo – disse Sales. (C. Sales disse que ali amanhecia muito cedo.
S.)