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Índice

1. Introducao ..................................................................................................................... 1

2. O Norte e a Companhia do Niassa................................................................................ 2

2.1 Objectivos da formação da Companhia do Niassa ................................................. 2

2.2 Proposta da periodização da historia da companhia do Niassa e principais acontecimetos


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2.2.1 Primeiro período (1891-1898).......................................................................... 3

2.2.2 Segundo período (1899-1913).......................................................................... 3

2.2.3 Terceiro período (1914-1918) .......................................................................... 4

2.2.4 Quarto período (1919-1929) ............................................................................ 4

2.3 Grupos financeiros que detiveram a Companhia do Niassa ................................... 4

2.3.1 Formas de exploração dos grupos financeiros ................................................. 5

2.4 Estrutura administrativa .......................................................................................... 5

2.5 Declínio da companhia ........................................................................................... 6

2.6 Mapa de Moçambique............................................................................................. 7

3. Conclusão ..................................................................................................................... 8

4. Bibliografia ................................................................................................................... 9
1. Introducao
A Companhia do Niassa foi uma companhia majestática da colónia portuguesa de Moçambique
que tinha a concessão das terras que abrangem as actuais províncias de Cabo Delgado e Niassa.

A Companhia do Niassa foi formada por alvará régio de 1890, com poderes para administrar as
actuais províncias de Cabo Delgado e Niassa, desde o rio Rovuma ao rio Lúrio e do Oceano
Índico ao Lago Niassa, numa extensão de mais de 160 mil km2. Entretanto, é desta companhia
que iremos falar ao longo do nosso trabalho incluindo a periodização da história da Companhia
do Niassa e principais acontecimentos.

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2. O Norte e a Companhia do Niassa
A origem da companhia do Niassa esta ligada à necessidade da ocupação efectiva. Portugal,
desprovido de capitais para investir as suas colónias, optou por ceder, temporariamente, parte
dos seus demónios a favor de capitais estrangeiros.

A companhia do Niassa nasceu em 1891. A base da exploração capitalista nesta companhia, na


época, consistência na cobrança de imposto de palhota e venda da forca de trabalho para o
estrangeiro (Ex. região do Shabba no Zaire) e para outras regiões do país.

2.1 Objectivos da formação da Companhia do Niassa


O objectivo central consiste em garantir a ocupação efectiva pela via de armas, sobretudo para
opor a ordem colonial nas terras de Mataka Chisonga, que manteve praticamente independente
até 1912. O território da companhia no Niassa ocupava os actuais territórios de Cabo delgado
e Niassa, e administrou desde 1891 até 1929.

Em 1890, os Portugueses montaram uma expedição fluvial pelo rio Lugenda que acabou sendo
derrotado pelas forcas de Mataka. Nas suas campanhas realizadas entre 1899 e 1901, a
companhia foi criando alguns postos, desde a costa até ao lago Niassa. Seguidamente tentou
cobrar impostos, mas sem sucesso. Em 1908, foi criado um consórcio de interesses mineiros
sul-Africanos, que fundou a Nyassa Consolidated que assumiu o controlo da companhia do
Niassa.

As principais formas de exploração na Companhia do Niassa eram: emissão de selos, cobrança


do imposto de palhota, monopólio de taxas aduaneiras de importação e exportação, comércio
de armas de fogo, fabrico e venda de bebidas alcoólicas, exportação de esponjas, corais, pérolas
e âmbar da costa e ilhas situadas na área sob sua jurisdição; utilização do trabalho forcado,
geralmente não pago para machambas de administradores da companhia e dos capatazes, para
o transporte de mercadoria; exportação de mão-de-obra para alguns países e territórios
vizinhos; para as minas da África do sul até 1913, para as minas de cobre do Zaire (Catanga-
Chabba), para o kenya, onde era utilizado na construção do porto de Mombaça e para algumas
companhias de Zambézia.

Na cobrança dos impostos, era revertido a favor dos chefes locais. Na generalidade, o imposto
de palhota era pago em géneros de exportação (borracha, café, goma, cera e marfim). A
cobrança coerciva deste imposto teve como consequências a saída ou fuga da população local

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para às outras zonas de Moçambique ou para o estrangeiro (Malawi, Tanganyika, etc) e os
principais mercados externos eram a Franca, Zanzibar e Holanda.

O Islão difundiu-se nesta região, em particular na classe dominante, e os missionários cristãos


tiveram algum sucesso em Montepuez e junto ao lago Niassa.

2.2 Proposta da periodização da historia da companhia do Niassa e principais


acontecimetos
A companhia explorava cerca de do território Moçambicano (todo o extremo norte)
compreendia a área Entre-Os-Rios Rovuma (o norte) e Lúrio (o sul), oceano Indico (a este) e a
depressão do Niassa (a oeste). Compreendia, as províncias de Niassa e Cabo Delgado.

A resistência maconde foi uma das últimas resistências eliminadas pela companhia. Devido a
este feito, que outrora os Portugueses não haviam delegado (resistência maconde). Em forma
de reconhecimento, Portugal agradeceu aos proprietários da companhia do Niassa, concedendo-
lhes privilégios majestáticos de explorar a região por um período de 35 anos (1891-1929).

Entretanto, a companhia desenvolveu-se em quatro períodos distintos, a saber:

2.2.1 Primeiro período (1891-1898)


A história da companhia de Niassa começa em 1891 com a definição da fronteira norte e
atribuição das províncias de Niassa e Cabo Delgado para a Companhiade Niassa, inicialmente
concedida a Bernardo Doupas que não conseguiu reunir os valores exigidos para a fiança.
Assim, a carta de concessão foi dada a um grupo de Portugueses e em 1892/93 a carta foi
comprada pelos capitais ingleses e franceses, passando a direcção da companhia de Lisboa para
Londres. Em 1894, o grupo tomou posse. De 1894 a 1898, a companhia tentou obter mais
fundos em Londres e Lisboa.

2.2.2 Segundo período (1899-1913)


De 1897 a 1908, o controle da Companhia do Niassa não foi estável, mudando frequentemente
de grupos financeiros. O primeiro foi a Ibo Syndicate que, em 1897, comprou a maior parte das
acções da Companhia. Nesse período foi reorganizado a administração da Companhia e a vila
do Ibo passou a ser sua sede. Em 1899 o controle da companhia passou para um novo grupo, o
grupo de Ibo investimento Trust, que chegou a organizar uma expedição em direcção a Leste
do lago Niassa, mas por falta de lucros este grupo também dissolveu-se em 1902.

Em 1903, fazem os primeiros contactos com a WENELA cujo objectivo era o recrutamento da
mão-de-obra para as minas da África do sul, é o período da intensificação da exploração da
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região. Com a intervenção da WENELA tornou-se mais vantajoso exportar a mão-de-obra do
que utiliza-la localmente.

Em 1912 houve forte resistência do Mataka, mas foi derrotado, tempo emigrado para
Tanganyika, mas a resistência continuou embora de forma descoordenada. Entretanto, em 1905,
iniciava-se a exportação da mão-de-obra para a África do sul, em 1913 houve uma interrupção
do trabalho migratório para África do sul, aumentando a crise financeira.

2.2.3 Terceiro período (1914-1918)


É o período da primeira guerra mundial. É neste período que um consorcio Alemão (consorcio
bancário) obtem grande parte das acções da companhia do Niassa, ao administrar a Niassa
consolidated. Foi um período de baixas na produção da companhia, pois, verificam-se neste
período conflitos constantes entre as tropas Alemãs, Portugueses e Ingleses.

2.2.4 Quarto período (1919-1929)


Foi o período de uma ocupação efectiva, nesta altura as companhias procuravam a todo custo
explorar o território. Assim, não se interessavam em desenvolver o território sob sua tutela
economicamente.

A companhia intensificou a exploração da mão-de-obra, obrigando cada vez mais, a população


a cultivarem as culturas obrigatórias.

Em consequência destes actos, Portugal mandou Cessar, em 27 de Outubro de 1929 as


actividades da companhia e implantou uma administração igual a outras regiões sob controlo
da administração Portuguesa.

2.3 Grupos financeiros que detiveram a Companhia do Niassa


O papel dos grupos financeiros:

 Custear as despesas das missões, escolas primárias e de artes e ofícios;


 Receber nos primeiros cinco anos, mil familiares do reino enviados pelo governo,
fornecendo-lhes alojamento, alfaias e sementes;
 Pagar ao governo Português do lucro líquido total ou quando o dividendo pago em acções
subia para mais de 10%.
 A companhia obrigava os camponeses a cultivar oleaginosas, pau-preto, borracha,
marfim que eram exportados para Franca e Holanda; café, urzela, pau-preto,
borracha, levados para Zanzibar; milho, arroz, mexoeira, goma, copal feijão, etc, que em
pequenas quantidades exportavam para o sul de Moçambique.
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2.3.1 Formas de exploração dos grupos financeiros
Inicialmente, a companhia do Niassa foi entregue a um grupo de Portugueses e em 1892/93 a carta
foi comprada pelos capitais Ingleses e Franceses. Entre os consórcios não havia consenso sobre
quem iria controlar a companhia, enquanto isso, os consórcios Franceses e britânicos abriam
escritórios em Londres. Só a partir de 1897 é que foi formada uma administração controlada pelos
accionistas britânicos.

Para melhor rentabilizar o seu investimento, a companhia usou as seguintes formas de exploração:

 Cobrança de imposto de palhota (auxiliado pelos chefes locais que recebiam 5% do montante
recebido, com frequência cobrado em géneros de exportação (borracha, café, goma de cerra,
mel);
 Exportação de mão-de-obra para África do sul (até pelo menos 1913), para as minas de cobre do
Catanga, Mombaça, Zanzibar e baixa Zambézia;
 Utilização do trabalho forcado, com frequência não pago, para as machambas dos
administradores, capatazes, companhias e transporte de mercadoria.
 Monopólio de taxas aduaneiras de exportação e importação, do comércio de armas de fogo, do
fabrico e venda de bebidas alcoólicas, de exportação de esponjas, corais, pérolas e âmbar da
costa e ilhas situadas na área da sua jurisdição.

2.4 Estrutura administrativa


Localmente, governador da majestática e o seu secretário-geral dirigiam as forças políticas e de
milícias da companhia e os funcionários administrativos eram dirigidos pelo conselho
administrativo, composto por dez (10) membros: seis (6) administradores que viviam em Lisboa e
quatro (4) que viviam em Londres. Em cada sede dos distritos administrados pela companhia havia
um tribunal de província, instancia e Tribunais administrativos sob responsabilidade do Estado
Português.

A contratação de funcionários do Estado Português, que serviam nas administrações autónomas da


companhia era regulada pelas portarias ministeriais de 22 de Maio de 1900 e de 26 de 09 de 1914.

O governo colonial conferiu á companhia do Niassa, o direito de construir e explorar estradas,


caminhos-de-ferro, canais, portos, cais e pontes. Também lhes conferiu-o direito de, no espaço
concedido, navegar, emitir acções, cobrar impostos, administrar exercer comercio e actividades
industriais.

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2.5 Declínio da companhia
O estabelecimento do estado novo em Portugal depois da revolta militar de 1926 e o início da crise
económica de 1926, abalou definitivamente a companhia. Face a isso, o novo governo colonial
Português, passou para si a administração dos territórios da companhia, contudo, o período
concebido a companhia para exploração também estava a terminar. Outras razões foram:

 As terras menos promissoras as da companhia de Moçambique;


 Não conseguiu atrair investimentos (capitais);
 A resistência de Yao e dos Macondes elevaram os custos de administração;
 A cobrança ou aumento de impostos conduziu ao despovoamento dos seus territórios.

Pelo diploma legislativo numero 182, de 14 de Setembro de 1929, os territórios de Cabo Delgado e
Niassa, passaram a ter uma estrutura administrativa nos moldes dos territórios administrativos
directamente por Portugal.

De harmonia com o diploma, foi mandado Cessar em 27 de Outubro de 1929 a 26 de Novembro,


estava na posse de Portugal. Era o fim da companhia do Niassa.

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2.6 Mapa de Moçambique

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3. Conclusão
Neste presente trabalho, concluiu-se que quando a Companhia do Niassa tomou posse do
território, a zona não estava militarmente dominada. A ocupação militar iniciou-se em 1899,
apoiada por um corpo expedicionário do Estado.

A Companhia cobrava impostos, exportava mão-de-obra compulsivamente, destinada às minas


da África do Sul, às minas de cobre de Congo e para algumas Companhias da baixa Zambézia;
utilizou trabalho forçado para as quintas dos administradores e dos capatazes da Companhia,
muitas vezes gratuitamente e para o transporte de mercadorias; detinha o monopólio das taxas
aduaneiras de importação e exportação, comércio, do fabrico e da venda de bebidas alcoólicas,
da exportação de esponjas, corais, pérolas e âmbar da costa e ilhas situadas na área da sua
influência; exportava produtos das colheitas dos camponeses: borracha, café e pau-preto.

Em 1913-1914, um consórcio bancário alemão, adquiriu a maioria das acções da Companhia


do Niassa para, eventualmente, apoiar a ocupação alemã do Tanganyika (colónia que manteve
até o fim da primeira guerra mundial) ao interior norte de Moçambique.

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4. Bibliografia
• BICÁ, Firoza, MAHILENE, Ilídio, Saber História 10, 1ª edição, Longman Moçambique,
Lda., Maputo, 2010
• NHAPULO, Telésfero de Jesus, História 12ª classe, Plural Editores, Maputo, 2013

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