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A companhia de Zambézia
Foi a terceira companhia majestática da
colónia portuguesa em Moçambique. Esta
não tinha privilégios porque era
concessionarias ou arrendatária, a mesma
foi fundada em 25 de Maio de 1892. E a
sua área era a maior das companhias,
nasceu da fusão da sociedade dos
fundadores da companhia geral da
Zambézia, criada em 1880, com a Central
África e Zoutpamberg Exploration
Esta companhia teve a sua origem numa
concessão feita a Paiva de Andrade. Pelo
decreto de 26 de Dezembro de 1878, a
qual pelo compreendido além das minas
de ouro da Zambézia, pertencentes ao
estado mas ainda ao explorados.
A acção do estado colonial e a transformação dos
prazos em plantações
Société Du Madal 1904 Madal (1903, pelos predecessores Gonzaga, Bovay), Tangalane,
Chiringone (1904), Maindo (1904) e Inhassungue (1916)
Empresa Agricola 1906 Lungela, Milange (1906) e Lómué (1910)
do Lugela
Sena Sugar Estates 1920 Maganja d’Aquém Chine(1894, pela predecessora companhia do
Açúcar de Moçambique), Luabo (1911, pela segunda
predecessora Sena Sugar Factory) e Marral (1911, SSF)
Nos seus primeiros 10-15 anos, a companhia
teve actividades repressivas e predatórias. Com
o progresso da “pacificação”, as terras altas de
Quelimane e Angónia, depressa se revelaram
como reservatórios de mão-de-obra importada
para a África do Sul e depois para S. Tomé.
Quelimane ia conhecer, pelo menos, 5 a 6 novas
companhias que iriam desempenhar um papel
determinante no plano económico (Companhia
de Boror-1898, Empresa Agrícola do Lugela –
1906, Maganja Sociedade do Madal-1904, Sena
Sugar Estates – 1920, predecessoras:
• Companhia do Açúcar -1890;
• Sena Sugar Factory – 1910).
É de salientar que a Companhia da Zambézia
não tinha privilégios pois era concessionária.
Limites da companhia de Zambézia
• A companhia da Zambézia foi constituída
em 1892 com direitos arrendatários. A sua
área até 1894 cobria cerca de 100 mil
hectares de terra, que foram entregues à
chefia de Paiva Andrade.
O seu território ficava a norte da
companhia de Moçambique, ocupando as
terras de Chire, a fronteira com
Niassalândia e a Rodésia do Norte
(Zâmbia) , às quais se juntavam as terras
da margem direita do Zambeze, entre o
Zumbo e o Luenha (Idêntica à actual
província de Tete).
Ao longo dos anos, a companhia apoderou-se
de áreas territoriais no curso de Zambeze.
Acabou mesmo por ficar na posse de vários
prazos da coroa, quer em Tete quer em
Quelimane. Por volta de 1897, incluiu os
prazos de Massingir Milange, Lungela, Lomué.
A companhia para além da posse das terras dos
prazos no quadro da legislação de prazos de
1890, passou também a controlar toda forca de
trabalho e os recursos naturais no seu território,
bem como o monopólio do mercado sobre a
produção camponesa.
Recenseamentos, trabalhos forçados, baixos
salários, exploração desenfreada dos recursos
naturais e migrações caracterizam a penetração
imperialista na Zambézia, entre 1890 e 1930.
Na Maganja dominava João Bonifácio da Silva,
grande mercador de escravos, cujas ambições
expansionistas o levaram a entrar na guerra com
Mussa Quanto de Angoche. Extintos pela primeira
vez em 1832 por decreto régio, em 22 de
Dezembro de 1854, um outro decreto “Extinguia”,
pela segunda vez, os prazos da coroa, mandando
reverter para o estado as terras possuídas em três
gerações, apesar de extintos na lei, os prazos
existiam de facto.
Por isso, o governo colonial em Moçambique
procurou reverter a situação em seu favor,
reestruturando o venho esqueleto dos prazos
e transformando-os em plantações.
De referir que a companhia de Zambézia
diferenciava-se das outras companhias pois
ela não tinha directos de soberania delegados
pelo podia ter uma estado português, pois ela
era uma companhia arrendatária. Razão pela
qual, ela não podia ou não tinha o privilégio
de introduzir uma moeda que pudesse
circular dentro da sua própria companhia.
O impacto do mussoco e do trabalho nas plantações para a
população camponesa
O mussoco foi principal responsável no atraso
das forcas produtivas no seio das comunidades
camponesas locais. Devido a sua pratica, houve
varias mortes na bacia do Zambeze e foi a
principal da fuga da mão-de-obra local para
regiões distantes.
A destruição das forcas produtivas locais
continuou quando a companhia introduziu a
exploração das propriedades destinadas as
plantações, sendo os principais alvos os
camponeses locais.
Para além dos problemas de mão-de-obra
local, alguns arrendatários da companhia da
Zambézia confrontaram-se com aspectos
negativos, tais como: pouca densidade
populacional, falta de vias de comunicação e
transporte, carência de culturas e minerações
lucrativas.
Haviam varias formas de pagar mussoco, do
simples pagamento em género até aos
trabalhos forcados, como o transporte de
cargas pesadas as costas durante vários
quilómetros.
A violência e a injustiça do mussoco
acabaram por levar muitos habitantes da
Zambézia a emigrarem para regiões menos
exigentes.
A companhia de Zambézia e seus
arrendatários, incapazes de dinamizar a sua
acumulação com a exploração agrícola ou
mineira, enveredaram pela coerção de
mussoco, provocando a fuga da população
para a Rodésia do Sul, onde as condições
eram melhores, embora não maravilhosas.
• Para esses êxodos contribuíram
significativamente as pressões exercidas sobre
a população para o trabalho de construção de
estrada, cobranças de impostos, comercio
fraudulento e transporte de cargas pesadas.
Impactos do mussoco e trabalho nas plantações