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A POPULAÇÃO: COMO SE MOVIMENTA E COMUNICA

TRANSPORTES (revisões)
Rede de transporte – conjunto de infraestruturas (vias de transporte e de comunicação) – estradas, vias férreas, canais,
oleodutos, etc. que ligam os lugares entre si.

Meio de transporte é o suporte para deslocação de pessoas e bens, como as estradas, os rios, o mar, as ferrovias e pode ser
aéreo, terrestre, aquático e por condutas e cabos. É a forma através da qual a deslocação é realizada: terra, ar, água.

Modo de transporte – é o tipo de veículo usado nas deslocações (terrestres, marítimas, fluviais e aéreas) de pessoas e
mercadorias, podendo ser individual ou coletivo. Ex. Comboio, automóvel, avião, barco.

Meio de transporte Tipo de transporte Modo de transporte


Rodoviário Automóvel, autocarro, camião, motociclos
Terrestre Ferroviário Comboio, metropolitano, elétrico
Tubular Oleoduto, gasoduto
Aquático Marítimo Navio, barco, submarino
Fluvial
Aéreo Avião, helicóptero

1. Acessibilidade dos lugares


Rede topológica ou grafo – representação gráfica e simplificada da rede de transportes de
uma região. É constituída por um conjunto de:
 pontos (nós ou vértices) que correspondem aos lugares
 linhas (arcos ou eixos) sistematicamente organizadas que representam as ligações entre
os vários lugares

Acessibilidade – grau relativo de facilidade com que se atinge um lugar a partir de outros.
(O lugar mais acessível da rede é o lugar D porque apresenta um maior número de ligações diretas)

2. Tipos de redes
Quanto à forma
 Rede linear – apresenta eixos isolados ou de ligação de cidades, deixando o resto do território isolado (caso dos
PED).
 Rede radial – apresenta um nó principal correspondente a uma grande cidade, de onde diverge um conjunto de
eixos (ex. Paris, Milão).
 Rede policêntrica – formada por um conjunto de eixos paralelos e perpendiculares, com um grande número de nós
e de eixos. Permite uma grande acessibilidade entre os vários lugares e um desenvolvimento mais equilibrado do
território.
Quanto à forma

Rede linear Rede radial Rede policêntrica

Quanto à densidade e estrutura


 Rede densa – apresenta muitas vias de comunicação.
 Rede dispersa – existem poucas vias de comunicação.
 Rede descontínua – existem interrupções no traçado das vias.

Densidade da rede - relação entre o número de quilómetros de vias construídas e a superfície considerada (exprime-se em
Km/Km2).
Quanto à densidade e estrutura

A_______ B ______ C

E_______ F

Nem todos os nós têm ligação entre Os nós estão ligados por uma única via Existe um grande número de ligações
si. Eixos não comunicam uns com os Deficiente acessibilidade entre os diretas. Facilidade no acesso entre os
outros (eixos isolados) vários lugares vários lugares
Rede incompleta e não estruturada Rede pouco densa e mal estruturada Rede estruturada
(rede descontínua) (rede dispersa) (rede densa)

Uma rede desequilibrada, com grandes diferenças de acessibilidade entre lugares, levará a um desenvolvimento
desequilibrado do território, com a população e as atividades económicas a concentrar-se nos locais com maior acessibilidade.
Pelo contrário, uma rede equilibrada contribui para um desenvolvimento harmonioso do espaço.

3. Densidade e qualidade das redes de transportes


A densidade e qualidade das redes de transporte constituem um bom indicador para avaliar o grau de desenvolvimento
económico e social das áreas a que dizem respeito. Ao assegurarem a mobilidade de pessoas e mercadorias, as redes de
transportes facilitam a instalação de indústrias e de outras atividades económicas, favorecendo a criação de emprego e a
fixação de população.
A melhoria das redes de transporte é assim decisiva para estimular o desenvolvimento de um território: atrair indústrias e
outras atividades económicas, criar emprego, fixar população. Quanto maior a densidade e qualidade da rede de transportes,
maiores as possibilidades de desenvolvimento de uma região ou país.

4. Evolução dos meios de transporte


Até ao século XVIII os transportes tiveram uma evolução lenta. As deslocações de pessoas e de mercadorias eram feitas em
veículos de tração animal ou em barcos à vela que aproveitavam a força do vento. O transporte era, em geral, moroso e difícil.
A partir do século XIX, com a revolução industrial, ocorreu uma evolução muito rápida nos meios de transporte.
 No início do século XIX, com a descoberta da máquina a vapor, apareceram o comboio e o barco a vapor.
 No início do século XX, a criação do motor de explosão levou ao surgimento do automóvel e a eletricidade ao aparecimento
do comboio elétrico.
 A partir de meados do século XX, ocorreu a generalização do transporte aéreo e verificam-se grandes melhorias nos outros
modos de transporte (é o caso do comboio de alta velocidade).

5. Modernização das redes e meios de transporte


O desenvolvimento das redes e dos meios de transporte contribuiu para o encurtamento das distâncias absolutas e relativas
através da redução dos tempos e dos custos de deslocação.
 Diminuir a distância absoluta (encurtar as distâncias reais ao ultrapassar as barreiras físicas)
 Abertura de túneis em áreas montanhosas (ex. Alpes) e sob as águas (ex. Eurotúnel)
 Construção de pontes
 Construção de canais (ex. canal do Suez, canal do Panamá)
 Diminuir a distância-tempo
 Autoestradas que aumentam a fluidez do trânsito e a segurança
 Meios de transporte que atingem maior velocidade (ex. comboio de alta velocidade)
 Diminuir as distâncias-custo
 Aumento da capacidade de carga
 Redução do consumo de energia
 Especialização dos meios de transporte ao tipo de carga

 Distância absoluta – distância física ou real entre os lugares.

 Distância custo: Despesa efetuada numa determinada deslocação, usando um certo modo de transporte. Pode ser
representada no mapa por isótimas – linhas que unem pontos de igual distância-custo.
 Distância tempo: Tempo necessário para efetuar uma determinada deslocação usando um certo modo de transporte. Pode
ser representada num mapa através de isócronas – linhas que unem pontos de igual distância-tempo.

A modernização do setor dos transportes é importante porque:


 aumenta a capacidade de transporte de pessoas e mercadorias
 melhora as acessibilidades entre lugares;
 reduz os tempos e custos de deslocação (diminui a distância-tempo e a distância-custo ;
 gera emprego;
 reduz as assimetrias regionais;
 promove o desenvolvimento do território.

6. Importância dos transportes na sociedade atual


 Promovem a interação entre os diferentes espaços, contribuindo para reduzir o isolamento de regiões mais desfavorecidas
e periféricas.
 Aumentam a mobilidade da população, permitindo deslocações mais rápidas, cómodas e seguras por motivos variados:
turismo, migrações, deslocações casa-trabalho.
 Favorecem a expansão das áreas urbanas, ao permitirem o aumento das distâncias entre o local de residência e de trabalho,
os transportes levam ao crescimento das cidades e dos seus subúrbios ao longo dos principais eixos rodoviários e ferroviários
de acesso à cidade.
 Promovem o dinamismo económico e social das regiões, pois favorecem a fixação das atividades económicas (ao assegurar
as necessidades das empresas ao nível do fornecimento de matérias-primas, energia e distribuição dos bens e serviços
produzidos), com a consequente criação de emprego e a fixação de população.
A melhoria das redes de transporte pode contribuir para atenuar os desequilíbrios económicos e sociais entre regiões.
 Intensificação das trocas comerciais e desenvolvimento do comércio mundial, pondo em contacto produtores e
consumidores de locais distantes, com tempos e custos de deslocação cada vez menores.
 Aproximação e intercâmbio entre diferentes povos e culturas e a difusão de técnicas e de ideias cria condições para uma
cultura cada vez mais global.

COMPETITIVIDADE DOS DIFERENTES MODOS DE TRANSPORTE


Cada modo de transporte apresenta vantagens e desvantagens relativamente a outros, sendo mais utilizado nas situações a que
melhor se adequa.
São vários os fatores que influenciam a escolha do modo de transporte a utilizar:
 Tipo de mercadorias a transportar: peso, volume e natureza. Produtos perecíveis, frágeis ou perigosos exigem cuidados
especiais de transporte
 Distância a percorrer (distância absoluta)
 Tempo gasto no transporte (distância tempo)
 Custo da deslocação (distância custo)

Produtos perecíveis – aqueles que se estragam com


relativa facilidade, como vegetais, peixe ou flores.

De um modo geral, o transporte rodoviário tem custos


inferiores para pequenas distâncias (até 150Km), o
ferroviário para percursos médios e longos (150 a 600Km)
e o barco para percursos longos (para além dos 600Km).

A maiores distâncias, o transporte rodoviário perde


vantagens para o modo marítimo (mercadorias) e o
aéreo (passageiros) que presentam mais vantagens
(menor custo e maior rapidez).

A distância tempo e a distância custo, que dependem do tipo de transporte a utilizar, têm atualmente uma importância
crescente, relativamente à distância absoluta.

Tanto em Portugal como na UE, o modo rodoviário é o mais importante no tráfego interno de mercadorias; o transporte
marítimo ocupa o primeiro lugar no tráfego externo de mercadorias.
Transporte ferroviário
Surgiu no século XVIII com a máquina a vapor e apresentou um crescimento muito rápido no século XIX, com a construção de
milhares de quilómetros de vias-férreas por todo o mundo.
Conheceu progressos significativos: as máquinas a vapor foram sendo progressivamente substituídas pelas máquinas a diesel
e depois pelas elétricas (mais rápidas e menos poluentes), com a eletrificação das redes e a modernização das vias.
Na Europa e no Japão tem-se apostado nas ligações rápidas entre as grandes cidades – comboios de alta velocidade.

Este meio de transporte desempenhou um papel importante:


 No êxodo rural, no povoamento de regiões de regiões atravessadas por linhas férreas (como o Oeste dos EUA e a Sibéria
na Rússia) e no aparecimento de cidades nos locais onde foram construídas estações.
 Na expansão das grandes cidades (áreas metropolitanas) com a construção de linhas ferroviárias suburbanas, o que
permitiu aumentar as distâncias entre os locais de residência e de trabalho.

Vantagens
 Indicado para o transporte a médias e longas distâncias.
 Elevada capacidade de transporte de passageiros e de carga.
 No transporte de carga, é indicado para mercadorias pesadas e volumosas (como minerais, carvão, cereais, automóveis),
com especialização dos vagões de acordo com o tipo de carga (vagões cisternas, frigoríficos, porta-contentores).
 No transporte de passageiros é competitivo:
 Nas deslocações inter-regionais, entre grandes cidades, com comodidade, segurança e rapidez em comboios de alta
velocidade (ex. TGV – Trains à Grande Vitesse, com velocidades médias de superiores a 250Km/hora);
 Nas deslocações suburbanas, permitindo viagens rápidas entre o centro e a periferia das grandes cidades,
contribuindo para o descongestionamento do trânsito.
 Elevado grau de segurança (menor risco de acidente) e reduzido impacto ambiental (comparativamente ao transporte
rodoviário) menos poluente e com menor consumo de energia por unidade transportada devido à grande capacidade de
transporte.
Desvantagens
 Itinerários fixos – a rigidez da rede e paragens nas estações obrigam uma complementaridade com o transporte rodoviário
(transbordo de mercadorias e passageiros).
 Elevados investimentos na construção das infraestruturas (vias e estações), no material circulante (comboios) e na sua
manutenção.

Transporte Rodoviário
Surgiu com a descoberta do motor de explosão, registando um desenvolvimento rápido no início do século XX e uma
generalizou-se a partir dos anos 50. O desenvolvimento tecnológico dos veículos e as melhorias nas vias de comunicação, com a
construção de melhores estradas e autoestradas, permitiram aumentar a velocidade e a capacidade de carga dos veículos e
tornaram o transporte rodoviário concorrente do ferroviário.
É atualmente o tipo de transporte mais utilizado em Portugal e na UE, quer no transporte de passageiros quer de mercadorias.

Vantagens
 Competitividade no transporte de passageiros e mercadorias em curtas e médias distâncias.
 Grande flexibilidade de itinerários, possibilitando a comodidade do transporte porta-a-porta (entre os locais de partida e
de chegada) sem necessidade de fazer transbordo.
 Grande diversidade de veículos, em dimensão e especialização – adequação ao tipo de carga (ex. câmaras frigoríficas,
transporte de gases...) e aos espaços em que vai circular.
 Possibilidade de cooperar/articular com outros meios de transporte devido à grande liberdade de movimentos.
Desvantagens
 Reduzida capacidade de transporte de pessoas e mercadorias comparativamente ao transporte ferroviário.
 Elevado impacto ambiental (grande consumo de combustível, poluição atmosférica e sonora).
 Congestionamento das vias de circulação, principalmente nas grandes cidades.
 Elevados índices de sinistralidade, com um risco de acidente maior relativamente aos restantes modos de transporte
 Elevado consumo de espaço (estradas, autoestradas, parques de estacionamento).
Transporte marítimo
É sobretudo utilizado no transporte de mercadorias a longas distâncias, mas teve no passado um papel decisivo nas grandes
migrações intercontinentais. O transporte de passageiros a longas distâncias é pouco significativo, sendo utilizado
fundamentalmente em viagens curtas (serviço de ferries) ou turísticas (cruzeiros).
As grandes mudanças tecnológicas ocorridas permitiram um aumento da velocidade e da capacidade de carga, a especialização
dos navios e, consequentemente, a redução de custos. A construção dos canais do Suez e do Panamá tornaram mais rápidas
as ligações marítimas da Europa à Ásia e ao Pacífico.
No tráfego externo de mercadorias, em Portugal e na UE, o transporte marítimo ocupa o primeiro lugar, por ser o mais
adequado para as cargas volumosas e pesadas a longas distâncias. A modernização dos portos e utilização de navios mais
rápidos tem tornado este modo de transporte mais competitivo.

Vantagens
 Grande capacidade de carga e preços relativamente baixos.
 Transporte de carga volumosa, pesada e não perecível a longas distâncias.
 Especialização dos navios de acordo com o tipo de carga: petroleiros, porta-contentores, mineraleiros, cerealeiros,
metaneiro (gás natural liquefeito).
 As plataformas multimodais existentes nos portos, integrando vários modos de transporte (marítimo, ferroviário,
rodoviário) permitem reduzir os custos e o tempo de imobilização no transbordo de mercadorias.
 Transporte de passageiros a curtas e médias distâncias (ferries).
Desvantagens
 Necessidade de fazer transbordo de mercadorias nos portos para os modos de transportes que fazem as ligações terrestres
(rodoviários ou ferroviários).
 Elevados custos na construção e manutenção das infraestruturas portuárias e dos navios.
 Lentidão no transporte e processos de carga e descarga relativamente caros.
 Em caso de acidente, os derrames de petróleo ou de outros produtos perigosos transportados pelos navios têm efeitos
negativos nos ecossistemas marinhos, pondo em causa atividades económicas como a pesca, a aquacultura e mesmo o
turismo.

Transporte fluvial
Feito ao longo dos rios e canais artificiais navegáveis, é um dos modos de transporte mais antigos e tem desempenhado um
papel importante na deslocação de pessoas e mercadorias. Permitiu a fixação de população e de indústrias nas margens de
rios navegáveis, particularmente na Europa Ocidental. A construção de canais, que possibilitaram a ligação entre bacias
hidrográficas, e de barragens com eclusas potenciaram a utilização deste tipo de transporte. Na Europa, a construção de canais
(com cerca de 3500Km de extensão), permitem a ligação do mar Báltico ao Mar Negro.

Vantagens
 Transporte de produtos pesados e/ou volumosos (ex. carvão, minério de ferro, areia, pedra, madeira).
 Reduzidos custos unitários devido à grande capacidade de carga das embarcações.
Desvantagens
 Transporte lento e que implica fazer operações de transbordo, que são morosas e caras
 Custos elevados das obras necessárias ao aproveitamento das vias fluviais
 Poluição dos rios associada à circulação de barcos
 Nem todos os rios são navegáveis. O transporte fluvial é condicionado a) pelo declive do leito; b) pelo regime e caudal dos
rios, nem sempre regulares para uma navegabilidade segura; c) pelas baixas temperaturas no Inverno que podem gelar os
cursos de água, afetando a navegabilidade.

Transporte aéreo
Registou, após a Segunda Guerra Mundial, um grande crescimento no transporte de passageiros e de determinados tipos de
mercadorias. É de assinalar a grande evolução em termos de segurança, conforto, rapidez e capacidade de carga.
Por ser o meio de transporte mais rápido e que mais contribuiu para reduzir as distâncias-tempo entre os vários lugares, é o
mais utilizado no tráfego de passageiros de longas distâncias. O aumento da capacidade de carga e da autonomia de voo tem
conferido maior competitividade ao transporte aéreo de mercadorias.
Os aeroportos exercem uma grande atração sobre atividades económicas, o que explica o surgimento de novas áreas
industriais (industrias modernas) e de serviços junto dos aeroportos.
Vantagens
 Grande rapidez, segurança e comodidade no transporte de passageiros a longas distâncias.
 Transporte de carga leve, pouco volumosa, perecível (flores, legumes frescos), urgente (medicamentos, correio, jornais),
de elevado valor (peças de arte, joias) que necessita de ser deslocada rapidamente a grandes distâncias.
 Grande liberdade de movimento, sendo o modo de transporte mais apropriado em regiões de difícil acesso por outros
modos de transporte e em países de grande extensão territorial (Rússia, EUA, China, Brasil, Canadá, Austrália).
Desvantagens
 Modo de transporte caro devido aos elevados custos das infraestruturas (aeroportos) e dos aviões. O transporte de
passageiros tem registado nos últimos anos uma baixa de preços devido à maior oferta e concorrência entre companhias
aéreas, como é o caso das companhias aéreas de baixo custo (low-cost).
 Capacidade de carga relativamente reduzida e custos elevados comparativamente ao transporte ferroviário e marítimo. A
construção de grandes aviões de carga permite custos unitários mais baixos (diminuição da distância-custo), o que atrai
volumes de carga cada vez maiores.
 Grande impacto ambiental e na paisagem pela grande quantidade de espaço que os aeroportos e elevados níveis de
poluição atmosférica e sonora junto dos aeroportos.
 Crescente congestionamento dos aeroportos e do espaço aéreo gera problemas ao nível de atrasos e de segurança, o que
aumenta o risco de colisão. A solução tem passado por sobrepor mais rotas em altitude.
 Muito dependente das condições atmosféricas (ventos fortes, nevoeiro).

Transporte tubular (ou em condutas)


Esta forma de transporte, também conhecida por pipeline, é feita por condutas tubulares destinadas ao transporte de petróleo
e seus derivados (oleodutos) e de gás natural (gasodutos), tendo registado um grande crescimento a partir da segunda metade
do século XX.
Permite a ligação das áreas produtoras aos portos marítimos; nas regiões de destino ligam os portos marítimos às refinarias e
às áreas consumidoras.

Vantagens
 Reduzidos custos de transporte de petróleo e derivados e gás natural a curtas, médias e longas distâncias
 Elevada capacidade de transporte de fluidos e possibilidade de fluxos contínuos
 Menores riscos de poluição, pois as probabilidades de derrame são reduzidas (elevado grau de segurança)
 Complementaridade entre o transporte tubular e marítimo
Desvantagens
 Elevado custo na construção das infraestruturas (oleodutos/gasodutos)
 Dificuldade em alterar a capacidade de escoamento
 Rigidez dos percursos (percursos fixos)

COMPLEMENTARIDADE DOS MODOS DE TRANSPORTE


O grande predomínio da utilização do transporte rodoviário acarreta problemas de ordem ambiental pela emissão de gases, e o
congestionamento dos principais eixos de circulação. Por isso, as opções da política de transportes a nível nacional e comunitário
procuram um:
 maior equilíbrio entre os diversos modos de transporte;
 e uma redução do consumo de energias fósseis.

Programa Marco Polo II


A atual política europeia de transportes está associada ao conceito de mobilidade sustentável que assenta na
conjugação dos diferentes modos de transporte, de forma flexível, associando as vantagens associadas a cada um dos
modos, permitindo assim deslocações mais rápidas e económicas.

Objetivos do Programa Marco Polo II: o reforço da intermodalidade e reequilíbrio entre os diferentes modos de
transporte através da aplicação de medidas que visem a redução o congestionamento da rede de transporte rodoviário,
a melhoria do desempenho ambiental do sistema de transportes intermodal de mercadorias (desviando o tráfego de
mercadorias do modo rodoviário para outros mais amigos do ambiente) contribuindo assim para um sistema de
transportes eficiente e sustentável.
Transporte intermodal/ multimodal
Consiste na conjugação de diferentes modos de transporte tanto no tráfego de mercadorias como de passageiros, de modo a
obter deslocações mais rápidas e mais económicas. A organização de cadeias de transporte associando vários modos de
transporte, apesar do consequente transbordo, permite a deslocação de pessoas e mercadorias de uma forma mais rápida e
com menores custos.

Plataformas intermodais – infraestruturas (portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários) onde se faz o
transbordo de um modo de transporte para outro.

 Transporte intermodal de passageiros - pressupõe a existência de interfaces (espaços de articulação entre diferentes
modos de transporte de horários compatíveis) onde, de uma forma fácil e rápida, os passageiros possam mudar de um
modo de transporte para outro, com a conjugação de horários para evitar perdas de tempo durante as ligações.
Reduz a distância tempo, aumenta o grau de satisfação dos utilizadores e promove a utilização dos transportes públicos.
É muito utilizado nas grandes áreas urbanas e suburbanas, como é o caso das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto,
onde existem vários interfaces. Ex. Sete Rios e Gare do Oriente, em Lisboa.

 Transporte intermodal de mercadorias - implica operações de transbordo (de carga e descarga) em plataformas
intermodais designadas de plataformas logísticas localizadas junto nos portos, aeroportos e mercados de destino.
Dispõem de amplos espaços de armazenamento, capacidade de gestão de stocks e operações finais de montagem,
embalagem e etiquetagem de produtos, de forma a adequar os produtos às necessidades específicas dos mercados locais.
O transporte intermodal de mercadorias exige o desenvolvimento de uma Logística eficiente que assegure o bom
funcionamento das cadeias de transporte.

Em Portugal existem várias infraestruturas logísticas de mercadorias, que fazem parte das grandes opções da Política Geral
de Transportes e têm como objetivo reequilibrar a repartição modal do tráfego de mercadorias.

Rede Nacional de
Plataformas
Logísticas

Atualmente verifica-se uma utilização generalizada de contentores (caixas metálicas normalizadas capazes de serem
transportadas por três meios de transporte: camião, barco, comboio) que apresentam várias vantagens no transporte de carga:
- Facilita a movimentação da carga e as operações de transbordo, permitindo maior rapidez nas cargas e descargas
- Permite um melhor acondicionamento da carga, racionalizando o espaço
- Garante a proteção das mercadorias, protegendo-as de choques
- Permite a complementaridade de vários meios de transporte devido à normalização
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS REDES DE TRANSPORTE
Nos últimos anos tem-se registado uma significativa melhoria no setor dos transportes em Portugal, para a qual contribuiu a
adesão à UE, com a utilização de fundos na melhoria das infraestruturas existentes e na ampliação e a construção de novas
estruturas. Ex. Construção de novas estradas e autoestradas, ampliação e melhoria das condições nos aeroportos de Lisboa,
Porto e Faro e dos portos
Apesar destas melhorias, Portugal apresenta uma situação desfavorável no que respeita à densidade e eficiência das redes de
transporte comparativamente à maioria dos países da UE. Entre o litoral e o interior do país existem grandes diferenças em
termos de densidade e qualidade das redes de transporte.

Rede Rodoviária Nacional


A qualidade e a organização da rede rodoviária são fundamentais para o desenvolvimento sustentável de um país ou região,
sobretudo tendo em conta que ela desempenha um importante papel de complementaridade relativamente às restantes redes
(portos, aeroportos e terminais ferroviários).
Rede rodoviária nacional, PRN 2000

Segundo o Plano Rodoviário Nacional – PRN 2000, a rede rodoviária nacional é


constituída pela rede fundamental e pela rede complementar, que são
complementadas pelas estradas nacionais, regionais e municipais.
 Rede fundamental – integra os Itinerários Principais (IP), onde se incluem
as autoestradas (A), que estruturam a toda a rede rodoviária nacional,
assegurando a ligação entre os principais centros urbanos e a ligação
destes aos principais portos, aeroportos e fronteiras, permitindo a ligação a
Espanha e à Europa.
 Rede complementar – é formada pelos itinerários complementares (IC) e
pelas estradas nacionais (EN) e assegura a ligação da rede nacional
fundamental aos centros urbanos de menor dimensão.
 Estradas regionais e municipais – asseguram as ligações rodoviárias de
âmbito supramunicipal e municipal à rede fundamental e complementar.

A rede rodoviária desempenha uma importante função de complementaridade


face às restantes redes de transporte pois facilita a conjugação de vários modos
de transporte e assegura um conjunto importante de ligações (entre o litoral e
interior, as capitais de distrito e as regiões com portos e aeroportos à fronteira).

Desde meados da década de 80 verificou-se um intenso processo de


modernização da rede viária. Recorrendo aos apoios da UE foram feitos grandes investimentos na sua extensão e também na
sua qualidade. Construíram-se novas vias e infraestruturas como túneis, viadutos e pontes, que permitem ultrapassar barreiras
físicas, tornando os trajetos mais rápidos, seguros e cómodos.

Problemas:
Assimetrias da rede rodoviária entre o litoral e o interior
Apesar da melhora da cobertura rodoviária do território, continuam a persistir desigualdades na distribuição geográfica da
rede de estradas, colocando em desvantagem algumas regiões do país. Arede é mais densa e de melhor qualidade no litoral a
norte de Setúbal, particularmente nas áreas metropolitanas, que corresponde às áreas de maior concentração de população e
de atividades económicas. No interior a extensão de vias e a sua qualidade é inferior.
Elevados índices de sinistralidade
Apesar dos progressos verificados nos últimos anos, muitas estradas continuam a apresentar características técnicas
desadequadas às exigências do tipo e volume de tráfego atual. O mau estado e tipo de traçado de muitas estradas e a atitude
dos condutores de desrespeito das regras de trânsito e das normas de segurança explicam a elevada sinistralidade rodoviária
em Portugal.
Congestionamento das vias
O grande crescimento do transporte rodoviário de mercadorias e passageiros, devido a uma maior flexibilidade de itinerários
e ao transporte porta-a-porta, e o crescente uso do automóvel particular a desfavor do transporte público de passageiros são
responsáveis por um congestionamento das vias de circulação nas grandes cidades, particularmente em Lisboa e no Porto.
Rede ferroviária nacional
A extensão da rede ferroviária nacional era, em 2011, de cerca de 3619 Km e, no
seu todo, encontra-se ainda pouco modernizada, predominado vias não
eletrificadas (55%) e simples de apenas uma via (75%).

A rede ferroviária apresenta-se dividida em três categorias:


 Rede principal – linhas de interesse nacional (Linhas do Norte, da Beira Alta
e do Algarve)
 Rede complementar – linhas de interesse nacional e regional;
 Rede secundária – linhas de interesse local e regional.

A rede ferroviária apresenta grandes assimetrias ao nível regional. É mais densa e


tem maior qualidade no litoral, principalmente entre Lisboa e Porto. Na ligação
destas duas cidades a via é dupla e eletrificada. Nas regiões do interior e sul a
densidade é menor e a rede é, na sua maioria, constituída por vias simples não
eletrificadas.

O transporte de ferroviário perdeu importância nas últimas décadas favor do


transporte rodoviário, quer no transporte de passageiros quer de mercadorias,
devido ao envelhecimento e desajustamento da rede, à sua irregular distribuição no
território nacional e à fraca articulação com outros modos de transporte. Várias linhas e estações foram encerradas.

Os melhoramentos efetuados e os projetos de renovação previstos visaram, principalmente, a modernização das vias de
ligação internacional e de circulação norte-sul, com a criação do serviço de comboio Alfa-pendular.

Os investimentos previstos na ferrovia estão em consonância com a Política Europeia de Transportes. As orientações
estratégicas visam a valorização do caminho-de-ferro na mobilidade de pessoas e bens no espaço nacional e na ligação à
Europa, numa perspetiva intermodal. A rede de alta velocidade é uma prioridade na Política de Transportes Comunitária e nos
planos de infraestruturas nacionais, mas a sua construção está suspensa devido aos elevados investimentos associados.

Rede nacional de portos marítimos


Os portos portugueses classificam-se como principais ou secundários
em função do volume de carga movimentada e a sua capacidade de
movimentação.
 Os portos principais são os de Leixões, Aveiro, Lisboa, Setúbal e
Sines.
 Nas Regiões Autónomas destacam-se os portos do Funchal e de
Ponta Delgada.

Sines é o porto que movimenta, anualmente, maior volume de


mercadorias, onde se destacam os granéis - produtos transportados
em depósito do próprio navio (ex. petróleo, carvão, gás natural,
cereais)
Lisboa é o primeiro porto no movimento de granéis sólidos e Setúbal
no de carga geral e Ro-Ro devido à proximidade da fábrica de
automóveis da Auto-Europa.

"Ro-Ro" é uma abreviatura para "Roll on-Roll off" (entrada-saída), um tipo carga que entra e sai dos navios cargueiros pelos
seus próprios meios, como é o caso dos automóveis e de veículos, como camiões carregados de mercadorias.
Portugal apresenta uma posição central no Atlântico Norte, no cruzamento das principais rotas marítimas que têm a Europa
como origem ou destino, beneficiando de portos de águas profundas capazes de receber navios de grandes dimensões usados
no tráfego de mercadorias de longo curso. Destaca-se o porto de Sines com caraterísticas únicas para ser considerado um porto
hub, centralizador, atendendo à diversidade de terminais para diferentes tipos de carga (granéis sólidos, líquidos, contentores),
à sua dimensão e águas profundas.
Atendendo a estas caraterísticas, Portugal, no porto de Sines pode oferecer serviços de transhipment – transbordo de
mercadorias de um navio para outro. Grandes navios de longo curso descarregam aqui as mercadorias que são depois
carregadas para navios mais pequenos capazes de entrar em portos europeus de águas menos profundas, e vice-versa.

Aproveitar as potencialidades da costa nacional como fachada atlântica de entrada na Europa é um objetivo da Política Geral
de Transportes:
 Desenvolver os serviços de transporte marítimo de curta distância.
 Desenvolver as infraestruturas logísticas e intermodais nos portos e investir na logística e na distribuição.
 Ampliar o terminal de contentores do porto de Sines.
 Melhorar as infraestruturas portuárias e as ligações ferroviárias aos portos para o tráfego de mercadorias.
 Estimular a complementaridade e a cooperação entre portos, por forma a aumentar a eficiência e atrair carga.

Apostar nas “autoestradas do mar” para o transporte de mercadorias.

Vantagens dos portos marítimos


Os portos marítimos são essenciais para a competitividade do comércio interno e externo e para as ligações com outras
regiões.
O desenvolvimento do transporte marítimo de curta distância é um elemento central na estratégia da Política Europeia
de transportes, onde se defende um sistema de transportes europeu ecológico, seguro e eficiente. O transporte
marítimo é assim uma aposta da UE para fazer face ao previsível aumento do transporte de mercadorias sem aumentar
a pressão sobre a rede rodoviária já congestionada
Para isso é necessário aumentar a capacidade e eficiência dos portos e dos serviços portuários e melhorar as conexões
intermodais entre os portos e as redes de transporte terrestre.

O tráfego marítimo de passageiros tem pouco significado no nosso país, embora nas Regiões Autónomas seja alternativa ao
transporte aéreo na ligação entre ilhas e como componente turística.
No Continente, o tráfego fluvial de passageiros assume algum relevo, com destaque para as ligações entre a margem norte e
sul do Tejo, em Lisboa e nas ligações entre Setúbal e Troia.

Rede nacional de aeroportos


A rede nacional de aeroportos compreende os aeroportos principais de Lisboa (Humberto Delgado), Porto (Francisco Sá
Carneiro) e Faro e os aeroportos do Funchal e de Ponta Delgada. No interior existem vários aeródromos.

A rede nacional de aeroportos serve sobretudo as ligações ao


exterior, no tráfego internacional de passageiros e de carga.
As principais rotas têm como destino a Europa, a América e
alguns países de África.

O fluxo aéreo nos aeroportos nacionais tem aumentado


significativamente obrigando a sucessivas melhorias e
ampliações nos principais aeroportos:

 Aeroporto de Lisboa – Destaca-se em movimento de


passageiros e mercadorias, sendo a mais importante
plataforma de voos internacionais. Apesar dos
investimentos recentemente efetuados, debate-se
com problemas decorrentes do progressivo aumento do
tráfego e da dificuldade de ampliação pelo crescimento
da cidade de Lisboa. Está prevista à muito a construção
de um novo aeroporto na proximidade da capital, sendo
esta decisão objeto de grande polémica.
 Aeroporto do Porto – serve sobretudo a região Norte, sendo o segundo ao nível do movimento de mercadorias. Nos
últimos anos sofreu profundas obras de ampliação e a sua acessibilidade foi melhorada com a ligação à rede do
metropolitano.

 Aeroportos de Faro e Funchal - estão associados ao turismo do Algarve e Madeira, estando vocacionados para voos
internacionais não regulares. No caso de Faro, o tráfego de mercadorias é pouco significativo.

Ao nível interno, o transporte aéreo de passageiros no continente é pouco significativo devido essencialmente à reduzida
dimensão do país. O interior é servido por diversos aeródromos, contribuindo, de certa forma, para minorar o isolamento do
interior. No entanto, o transporte aéreo é fundamental nas ligações do continente aos Arquipélagos da Madeira e dos Açores
e nas ligações entre ilhas, minorando os problemas de isolamento das regiões insulares mas também servindo a atividade
turística.

No setor aeroportuário, a Política Geral de Transporte dá prioridade aos seguintes aspetos:


 Desenvolver infraestruturas e serviços aeroportuários ajustados para responder ao aumento do tráfego aéreo previsto
 Prestar os serviços de qualidade para facilitar a competitividade das empresas portuguesas; contribuir para o
desenvolvimento do setor do turismo; apoiar o desenvolvimento territorial do país.
 Integrar as infraestruturas aeroportuárias com as redes de outras infraestruturas de transporte nacionais e
internacionais.
 Operar em conformidade com os mais elevados padrões de segurança, garantindo o bom estado das infraestruturas
do sistema, espeitar os requisitos do meio ambiente e os direitos dos passageiros.
 Melhorar o posicionamento face aos aeroportos concorrentes.

Posicionamento geoestratégico de Portugal (transporte marítimo e aéreo)


Portugal continental encontra-se no extremo SO da fachada atlântica da Europa, no cruzamento das principais
rotas marítimas e aéreas que têm a Europa com origem ou destino e que asseguram a ligação da Europa a outros
continentes.
Portugal apresenta assim um posicionamento geoestratégico no quadro dos grandes fluxos internacionais de
passageiros e mercadorias, o que potencia a afirmação da centralidade no espaço atlântico como plataforma
atlântica da Europa.

Redes nacionais de distribuição de energia


O traçado das redes de distribuição de energia depende:
 dos locais de origem e de consumo;
 do tipo de energia transportada.

O gás natural entra em Portugal por:


 via terrestre, em Campo Maior/Elvas, proveniente da Argélia
através do gasoduto do Magrebe;
 via marítima, no porto de Sines, onde existe um terminal de gás
liquefeito que recebe o gás geralmente proveniente da Nigéria.
A rede é constituída por um gasoduto principal e por ramais secundários),
onde o gás é transportado em estado gasoso, a alta pressão e a uma
velocidade de 30 km/h).
A UE pretende o alargamento da rede.

O petróleo chega a Portugal por via marítima aos portos de Sines e


Leixões e segue através de oleodutos até às refinarias petrolíferas de
Leça da Palmeira e de Sines. Esta última encontra-se ligada ao parque de
combustíveis de Aveiras de Cima através de um oleoduto. Existem assim
três locais onde os camiões vão abastecer-se de gasóleo e gasolina.
A distribuição da eletricidade é feita através da Rede Elétrica Nacional – REN, com cerca de 8 mil quilómetros de linhas, com
potências de 440 kV (alta tensão), 220 kV e 150 kV.
As linhas de maior potência encontram-se no litoral, nas áreas de maior consumo, junto das centrais termoelétricas e das
barragens de produção hidroelétrica (vale do Tejo e vale superior do Douro).
A UE pretende a ligação da rede entre todos os estados membros e com estados terceiros.

REDE TRANSEUROPEIA DE TRANSPORTES


Política Comum de Transportes (PCT)
Apesar de institucionalizada no Tratado de Roma, tardou a ser definida e aplicada. Só no Tratado de Maastricht foram traçadas
as suas bases políticas, institucionais e orçamentais da Política Comum dos Transportes. Trata-se de um setor decisivo para o
reforço da competitividade e da coesão territorial de forma a reduzir as assimetrias e disparidades de desenvolvimento entre
regiões.

A crescente necessidade de fácil acesso a bens e serviços provocou um aumento significativo da procura de transportes,
particularmente o transporte rodoviário, com impactos ao nível do ambiente e do congestionamento das vias.

Principais desafios/problemas do setor dos transportes europeu


 Assimetrias geográficas ao nível das infraestruturas e das empresas de transportes (na Europa Oriental, onde existem
grandes carências).
 Congestionamento de vários eixos europeus (sobretudo no tráfego rodoviário e aéreo).
 Disparidades no crescimento dos diferentes modos de transporte, com um largo predomínio do rodoviário.
 Grande dependência do setor dos transportes face ao petróleo.
 Aumento dos custos económicos e do impacte ambiental (particularmente nas emissões de gases com efeito de estufa).

Objetivos da Política Comum de Transportes


 Reforçar a qualidade das infraestruturas de transporte e a logística;
 Criar um sistema de transportes com forte inovação tecnológica (diminuição no consumo de combustível, otimizar as
deslocações, informações sobre trânsito);
 Otimizar os vários modos de transporte (fluvial, ferroviário);
 Promover os transportes ecológicos, eficazes do ponto de vista energético.
 Fomentar a intermodalidade
 Criar a rede transeuropeia de transportes (RTE-T)

Um dos grandes objetivos da PCT é a construção de uma Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T), que inclua todas as
infraestruturas de transporte (estradas, vias férreas, rios navegáveis, portos, aeroportos, meios de navegação, plataformas
intermodais, condutas de transporte de produtos) e os serviços necessários ao funcionamento das mesmas.

Objetivos da Rede Transeuropeia de


Transportes:
 Assegurar a mobilidade de pessoas e
mercadorias
 Cobrir a totalidade do território dos estados
membros,
 Integrar os diferentes modos de transporte,
 Oferecer infraestruturas de qualidade
 Integrar a dimensão ambiental na rede

A rede transeuropeia pretende articular as


várias redes de transportes, eliminar os
estrangulamentos existentes entre cada uma
delas de forma a criar um espaço de circulação
sem fronteiras, melhorando as ligações entre as
regiões mais periféricas e as regiões centrais.
A inserção das redes nacionais na rede
transeuropeia de transportes
As redes portuguesas dos diferentes modos de transporte têm de
integrar-se nas redes europeias, tendo sido definidos os grandes
corredores de tráfego internacional de ligação à Europa.

No Plano Estratégico de Transportes 2008-2020 (no âmbito do PET),


os objetivos passam pela criação de um sistema de transportes que
contribua para a coesão social e territorial e para o fortalecimento da
economia nacional, bem integrado nas cadeias europeias e mundiais
de transporte.

Objetivos do PET: Portugal melhor integrado nas cadeias europeias e


mundiais de transportes

A integração das redes portuguesas nas redes comunitárias implica grandes investimentos na inovação tenológica, em domínios
como a intermodalidade, o desenvolvimento de modos de transporte mais seguros e menos poluentes e sistemas de transporte
inteligentes.

A Rede Europeia de Alta Velocidade


assume uma grande importância nas
orientações da política comunitária de
reequilibrar a distribuição modal e de
revitalizar o transporte ferroviário. Esta
rede o comboio torna-se uma alternativa
ao avião, no tráfego inter-regional de
passageiros e ao rodoviário no tráfego de
mercadorias de médio e longo curso.

A construção da Rede Ferroviária de Alta


Velocidade (RAVE) é uma das condições
necessárias para a integração de Portugal
na Rede Transeuropeia de Transportes. No
entanto, dada a situação económica e
financeira do país e aos grandes
investimentos exigidos, este projeto sofreu
um adiamento.
Redes transeuropeias de distribuição e transporte de energia
Considerando que a União Europeia é um espaço dependente de energia face ao exterior, a construção de redes transeuropeias
de distribuição e transporte de energia é fundamental para a criação de um mercado interno da energia que permita:
 Aumentar a competitividade da UE face ao exterior.
 Aumentar a eficiência energética
 Garantir as necessidades de abastecimento energético em todo o território Comunitário.

Na construção das redes transeuropeias de energia são prioridades:


 Setor da eletricidade – a conexão de redes ainda isoladas, a ligação entre as redes de todos os Estados-membros e o
desenvolvimento de ligações com Estados terceiros. Os projetos prioritários da Rede Transeuropeia de Eletricidade têm em
conta não só o mercado interno, mas também as ligações aos países candidatos e ao Norte de África.

 Setor do gás natural – a sua introdução em novas regiões, o aumento da capacidade de receção e armazenamento e o
alargamento das redes de distribuição. A Rede Transeuropeia de Gás Natural inclui ainda ligações a todo o Leste Europeu e
a vários países da Ásia. A preocupação de garantir ligações a uma diversidade de países exportadores de gás natural prende-
se com a dependência externa face a esta fonte de energia e com a instabilidade política e social de alguns desses países.

Rede Transeuropeia de Distribuição de Eletricidade Rede Transeuropeia de Distribuição de Gás Natural

OS TRANSPORTES E A QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO


Efeitos positivos
Permitiram um acréscimo da mobilidade da população, aumentando a frequência das deslocações e a acessibilidade às
diferentes regiões do país. O desenvolvimento dos transportes permitiu aumentar a velocidade de circulação, diminuir os
tempos de viagem e melhorar de forma generalizada a acessibilidade entre regiões. As deslocações fazem-se agora com maior
conforto, segurança e em menos tempo.

Efeitos negativos (Problemas de poluição, saúde e segurança)


Segurança
A segurança é um dos aspetos mais importantes no setor dos transportes, uma vez que qualquer deslocação de pessoas ou
mercadorias envolve sempre riscos, seja qual for o modo de transporte utilizado. O investimento no aumento da segurança dos
veículos e das infraestruturas tem sido uma preocupação constante ao longo do tempo.

No entanto, continuam a registar-se acidentes que, no caso dos transportes aéreo, marítimo e ferroviário, por vezes, assumem a
dimensão de catástrofes, pelas elevadas perdas materiais e humanas. Embora os acidentes com transportes rodoviários não
tenham a dimensão de catástrofe, o crescimento do número de veículos em circulação gera grande número de acidentes
rodoviários, o que torna a sinistralidade rodoviária um problema grave em muitos países da União Europeia.
Portugal ainda se encontra acima da média comunitária em termos de vítimas mortais de acidentes rodoviários. Porém, a
melhoria da segurança dos veículos e da rede rodoviária nacional permitiu que o número de acidentes, bem como a sua
gravidade, diminuísse significativamente.

As causas da sinistralidade rodoviária são várias:


 Problemas técnicos dos veículos.
 Deficiências do traçado e do piso das estradas.
 Comportamento dos condutores.
A resolução deste problema implica uma alteração de mentalidades e de comportamentos individuais, só possível através da
educação e da formação para a segurança rodoviária. A Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária 2008-2015 teve como
objetivo combater a elevada sinistralidade rodoviária registada em Portugal

Ambiente e saúde
O setor dos transportes, associado à grande utilização de combustíveis fósseis, tem grande impacto na poluição ambiental
(sobretudo poluição atmosférica e sonora) e consequentemente na qualidade de vida da população. Este setor é um dos
principais responsáveis pela emissão de gases que contribuem para o agravamento do efeito de estufa e para o aumento de
ozono na troposfera, que constitui um risco para a saúde humana.

A poluição atmosférica é a causa de muitas doenças que afetam a população, sobretudo nas áreas urbanas: doenças do sistema
respiratório (asma, infeções pulmonares, etc.); doenças da pele; alergias; problemas do sistema cardiovascular e alguns tipos de
cancro. Aos transportes está também associada a poluição sonora que afeta negativamente a qualidade de vida da população.
O transporte marítimo causa também graves problemas ambientais associados aos desastres com petroleiros que originam
marés negras e às lavagens de porões sem respeito pelas normas de segurança ambiental.

Medidas da política nacional e comunitária para diminuir os problemas ambientais e da saúde associados aos transportes:
 A decisão de reduzir o peso do transporte rodoviário face aos restantes modos de transporte, por ser o mais poluente.
 O aumento dos investimentos em Investigação e Desenvolvimento (I&D), para viabilizar a utilização de energias menos
poluentes e diminuir o consumo de energia, sobretudo nos transportes rodoviário e aéreo.
 A diretiva comunitária 2009/33/CE, que tem por objetivo promover o desenvolvimento de um mercado de veículos não
poluentes e autossuficientes em termos energéticos.
 A criação de iniciativas como o Dia Europeu sem Carros e de programas como o «Mini-autocarros Elétricos em Frotas de
Transportes Urbanos».
REVOLUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES E SEU IMPACTE NAS RELAÇÕES INTERTERRITORIAIS

REVISÕES
As telecomunicações são transmissões de informação à distância através de:
 Cabos (telecomunicações por cabo) - a informação circula por impulsos elétricos. Os cabos de cobre inicialmente existentes
têm sido substituídos por cabos de fibra ótica que possibilitam uma maior capacidade de fluxo de informação e uma maior
qualidade das comunicações (em som e imagem). Entre os mais antigos destacam-se o telégrafo e o telefone fixo e os mais
recentes a televisão e a Internet por cabo.
 Ondas eletromagnéticas (telecomunicações por ondas) - a informação é propagada na atmosfera sob a forma de diferentes
tipos de ondas, recorrendo a antenas e satélites para a emissão e receção. Destacam-se a rádio, a televisão por antena e
os telefones móveis.

Para a circulação da informação são necessários meios de comunicação e vias para a difusão da informação.
 Redes de telecomunicações – conjunto de vias de suporte que permitem receberem e enviar informação. São constituídas
por satélites, antenas, cabos de cobre ou de fibra ótica e centrais de processamento.
 Meio de comunicação – equipamentos que permitem enviar e receber informação. Como exemplo temos o telefone, o
telemóvel, o fax, o computador, a televisão e a rádio.

Ciberespaço – espaço virtual onde se desenvolve uma interação cada vez maior entre pessoas, empresas e organizações de todo
o mundo na partilha e troca de informação.

Infoexclusão – ausência de conhecimento na utilização ou no acesso a novas tecnologias da informação e comunicação.

Teletrabalho – o trabalho à distância a partir de casa ou outro local, sem deslocação física do trabalhador à empresa. Ex.
Advogados, jornalistas, arquitetos, tradutores.
Vantagens para o trabalhador:
- Diminui o tempo gasto no percurso entre o local de residência e de trabalho (perda de horas no trânsito)
- Permite conciliar a atividade profissional com tarefas de carácter familiar
- Permite maior flexibilidade no horário de trabalho
Vantagens para a empresa:
- Diminui os custos fixos, por exemplo com os gastos de energia
- Necessidade de um menor espaço de trabalho
Vantagens em geral
- Diminui os movimentos pendulares; diminui o congestionamento do trânsito; diminui a poluição atmosférica

Comércio eletrónico
Consiste na realização de transações de bens e serviços entre computadores mediados por redes informáticas, sendo que o
pagamento e/ou a entrega dos produtos transacionados não são necessariamente feitos por via eletrónica. O número de
empresas com utilização do comércio eletrónico tem aumentado ao longo dos últimos anos.
Vantagens – a capacidade de atingir um mercado à escala global, sem grande esforço financeiro; a possibilidade de interação
direta com o consumidor final e a redução dos custos.
Desvantagens – a forte dependência das TIC e a insegurança na realização das transações comerciais.

Aldeia global - expressão que traduz a proximidade entre pessoas e lugares em resultado da facilidade de comunicação para
qualquer parte do mundo, mesmo entre locais muito distantes, graças ao progressivo desenvolvimento das telecomunicações.
As redes de telecomunicações permitem que todo o tipo de informação (imagem, som, dados) circule quase instantaneamente
para qualquer parte do planeta, pondo em contacto e aproximando todas as regiões do mundo, transformando a Terra num
aldeia global.

Sociedade da informação - As sociedades modernas necessitam de trocar e enviar, de uma forma rápida, uma grande quantidade
de informação levando à chamada sociedade da informação. Esta é caracterizada por uma grande densidade de comunicação
assegurada pelos mais diferentes meios (telefone, Internet, televisão, etc.)

DESENVOLVIMENTO DAS TELECOMUNICAÇÕES


Com o desenvolvimento das telecomunicações (meios de comunicação à distância), a difusão de informação ganhou uma nova
dinâmica: a distância-tempo praticamente desapareceu, a distância-custo é cada vez menor e aumentou grandemente a
intensidade dos fluxos de informação.

As telecomunicações permitem a circulação, a baixo custo, de uma grande quantidade de informação sob a forma de som,
imagem ou texto, quase instantaneamente (em tempo real) para qualquer lugar da terra, pondo em contacto todas as regiões
do mundo. A articulação da informática, das telecomunicações e dos audiovisuais têm contribuído para uma evolução muito
rápida das TIC.

As telecomunicações são consideradas um fator de desenvolvimento, contribuindo para o progresso económico e social de
qualquer país ou região. Os intensos fluxos de informação aumentam os contactos e o intercâmbio entre áreas
geograficamente distantes e têm hoje um papel fundamental na dinamização das atividades económicas e das relações
interterritoriais.

Aumentam a produtividade de outras atividades e, simultaneamente, geram novos setores produtivos, desde a investigação,
a indústria de equipamentos e consumíveis e os serviços que se lhes associam. Os constantes progressos das tecnologias da
informação e da comunicação (TIC) e a sua rápida difusão levaram a um grande crescimento do número de utilizadores.

A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS REDES DE TELECOMUNICAÇÃO


As telecomunicações tiveram em Portugal um grande desenvolvimento a partir dos anos 90 ao nível da qualidade e
diversidade de serviços disponíveis. A rede de telecomunicações é hoje uma das mais evoluídas da Europa e registou
progressos significativos.
 Todo o território português está coberto pelas redes de serviços essenciais: rádio; televisão; telefone fixo e móvel e
internet móvel. O serviço de televisão e internet por cabo cobre uma parte importante do território nacional.
 O número de utilizadores dessas redes aumentou significativamente. Aumentou o número de telefones fixos,
telemóveis, computadores e utilizadores da Internet.
Essa evolução traz benefícios à sociedade portuguesa: permite estabelecer contactos cada vez mais rápidos e mais baratos
entre diferentes áreas geográficas, quer internas quer externas, aumentando os intercâmbios entre territórios.

No entanto, verificam-se ainda desigualdades no acesso às redes de telecomunicações:


 A repartição espacial das redes de telecomunicação apresenta alguns contrastes que se explicam pela maior concentração
de população e de atividades económicas no litoral. É no litoral que se encontram os melhores e mais modernos acessos
às redes de telecomunicações.
 Fatores como a média etária do agregado familiar, o nível de habilitações literárias e sobretudo o rendimento influenciam
o tipo de serviços de telecomunicações consumidos bem como o conhecimento acerca dos mesmos. Os agregados mais
jovens, com maiores rendimentos e habilitações têm maior probabilidade de terem mais serviços e estarem mais
informados sobre essas tecnologias.

A rede de telecomunicações que liga o continente às Regiões Autónomas é constituída por cabos de fibra ótica. O Anel Ótico
dos Açores liga as diferentes ilhas do arquipélago. A Madeira e Porto Santo estão também ligados por um cabo submarino de
fibra ótica.

Portugal encontra-se ligado ao mundo através dos serviços internacionais de comunicação por satélite, incluindo o satélite
português POSAT 1, e de uma rede de cabos submarinos de fibra ótica, que permitem estabelecer contatos cada vez mais
rápidos e baratos com a maior arte dos países do mundo.

INSERÇÃO NAS REDES EUROPEIAS


O desenvolvimento tecnológico exige uma sociedade da informação inclusiva onde o conhecimento promova a criação de
riqueza e emprego, a qualidade de vida e o desenvolvimento social.

A Agenda Digital para a Europa define o papel das TIC para colocar a Europa na rota de um crescimento inteligente, sustentável
e inclusivo. O objetivo geral é extrair benefícios económicos e sociais sustentáveis de um mercado único digital, com base na
Internet rápida e ultrarrápida.

Dando seguimento às orientações da Agenda Digital para a Europa, Portugal definiu a sua própria Agenda Digital, aprovada em
Dezembro de 2012. A Agenda Portugal Digital visa o desenvolvimento da Economia Digital e da Sociedade do Conhecimento,
preparando o país para um novo modelo de atividade económica, centrado na inovação e no conhecimento, disponibilizando
novos produtos e serviços de maior valor acrescentado direcionados para mercados internacionais.

O objetivo da Agenda Portugal Digital é colocar Portugal como um dos países mais
avançados na Economia Digital da UE, até 2020:
 promover o desenvolvimento da infraestrutura da banda larga;
 aumentar o número de empresas que utilizam o comércio eletrónico em Portugal;
 aumentar as exportações em tecnologia da informação e comunicação (TIC);
 promover a utilização de serviços online.
O número de serviços disponíveis através da internet tem vindo a crescer em Portugal. Os serviços públicos online, dirigidos a
um conjunto alargado de utentes (cidadãos e empresas), tem registado grandes avanços nos últimos anos, que contribuíram
para uma melhor classificação do país no ranking europeu.

AS TIC – FATOR DE APROXIMAÇÃO E DE DESIGUALDADE


O desenvolvimento das TIC permite reduzir as distâncias e aproximar agentes económicos e pessoas de todo o mundo. No
entanto, as diferenças no acesso e na capacidade de uso dessas tecnologias aumentam as desigualdades entre as regiões e
entre os cidadãos.

As possibilidades de acesso e a capacidade de utilização das TIC são diferentes consoante:


 o desenvolvimento das regiões - Por exemplo, a menor percentagem de agregados familiares com computador e ligação
à internet verifica-se nas regiões do Alentejo e Centro.
 as caraterísticas dos indivíduos - De acordo com o perfil dos utilizadores de internet em Portugal, estes são homens, têm
uma escolaridade de nível superior ou secundário e idades compreendidas entre os 16 e 24 anos.
 a capacidade económica dos indivíduos - A necessidade de formação e os custos dos equipamentos e da ligação às redes
constituem fatores inibidores da adesão às TIC para uma parte da população.

Em Portugal têm sido desenvolvidas inúmeras ações para diminuir as desigualdades de acesso às TIC:
 Criação de espaços de utilização gratuita da internet;
 A ligação de todas as escolas públicas à internet;
 A inclusão da aprendizagem de utilização das TIC nos novos currículos.

Programas relacionados com as TIC


UE Portugal
Programa STAR (1986) Iniciativa Internet (2000)
eEurope (2002-2006) POSI - Programa Operacional Sociedade da
Galileo Informação/POSC - Programa Operacional
Estratégia i2010 Sociedade do Conhecimento (2000-2006)
Agenda i2010 Plano Tecnológico (2005)
Agenda Digital (2013-2020) Programa Ligar Portugal (2005)
Agenda Portugal Digital (2012)
PGERRTIC (2012-2016)

Estes programas visam dotar a UE de um sistema de comunicações moderno e eficiente que promova o desenvolvimento
económico e social e possibilite uma maior igualdade no acesso às TIC.
Em Portugal, com estes programas pretende-se desenvolver a Economia Digital e a Sociedade do Conhecimento e Informação
e a acompanhar os outros países europeus.

IMPACTES DAS TELECOMUNICAÇÕES


O desenvolvimento de telecomunicações permite comunicações mais rápidas e fáceis, contribuindo para a integração
geográfica, melhoria da qualidade de vida da população, para o desenvolvimento da economia e processo de globalização.

Efeitos Positivos
1. Aumento da qualidade de vida da população: maior facilidade em estabelecer contactos; possibilidade de estar sempre
contactável; maior facilidade de acesso a bens, serviços e informação (como o estado do tempo ou a fluidez do trânsito)
As TIC facilitam a inserção social e o acesso ao mercado de trabalho de cidadãos com necessidades especiais.

Programa Acesso.
Tem como objetivo promover o desenvolvimento, disponibilização e divulgação de instrumentos de
Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) que permitam ultrapassar dificuldades sentidas por
cidadãos com necessidades especiais, nomeadamente pessoas com deficiência, idosos e acamados.

2. Dinamismo dos territórios e das relações interterritoriais


 Contribui para a de interação entre pessoas (alargamento de espaços de vivência) e interação entre e territórios,
diminuindo o isolamento geográfico.
 Facilita o intercâmbio de culturas e dá a conhecer diferentes modos de vida.
 Constituem um importante instrumento no conhecimento e ordenamento do território, como é o caso do Sistema
Nacional de Informação Geográfica (SNIG).
 Redução das deslocações pendulares e, em alguns casos, a mudança de residência para áreas rurais em resultado da
crescente adesão das empresas e dos trabalhadores ao teletrabalho.
3. Dinamismo Económico e Social
 Favorecem a criação de atividades económicas e o crescimento das empresas - as telecomunicações simplificam os atos
de gestão, melhoram a eficácia dos serviços, dinamizam a publicidade e o marketing, reduzem os custos de produção,
permitem fluxos de capitais entre praças financeiras, facilitam a aquisição de bens e serviços, possibilitam o teletrabalho.
 Intensificação das relações económicas entre territórios (maior intercâmbio económico), o que favorece a crescente
integração das economias dos vários países/regiões.
 Permite uma maior flexibilidade na localização das atividades económicas. Por exemplo, as novas tecnologias facilitam a
difusão de empresas para áreas rurais.
 Contribui para a difusão de ideias e conhecimentos e favorece o avanço científico e tecnológico.
 Possibilita o telecomércio – realização de negócios e transações comerciais à distância, como é o caso do comércio
eletrónico.

4. Contribui para o processo de Globalização e formação de uma aldeia global


O processo de globalização é uma consequência do desenvolvimento dos transportes e das TIC, com o mundo a assemelhar-se,
cada vez mais, a uma aldeia global. É crescente número de pessoas que toma conhecimento quase imediato das mesmas
notícias, assiste aos mesmos filmes e programas de televisão, houve a mesma música, é influenciado pela publicidade dos
mesmos produtos, consome o mesmo tipo de alimentos e bebidas, usa as mesmas marcas de roupa, joga os mesmos jogos de
computador, etc. O mundo é cada vez mais um espaço de vivência partilhado por todos.

Efeitos negativos
 Insegurança provocada pela difusão de vírus informáticos;
 Perigo de fraude no comércio eletrónico e em transações financeiras;
 Falta de atenção a aspetos de caráter ético (difusão de ideias e comportamentos que atentam contra os direitos humanos,
a possibilidade de invadir a privacidade dos cidadãos);
 Perigos associados ao «convívio» com desconhecidos na internet, principalmente os mais jovens;
 Perigos para a saúde humana, como são a emissão de radiações nocivas e os problemas psicológicos de dependência.
 Desigualdade de oportunidades devido a problemas no acesso às TIC.

COMPLEMENTARIDADE ENTRE TRANSPORTES E TELECOMUNICAÇÕES


Existe uma grande interação e complementaridade entre o setor dos transportes e o das telecomunicações. Em Portugal, tal
como na União Europeia, as empresas de transportes são das que mais utilizam as TIC, sobretudo ao nível:
 dos contactos entre utentes e fornecedores de serviços;
 da localização e orientação por satélite;
 da logística e da gestão do trânsito.

A contribuição das telecomunicações para a maior eficácia do sistema de transportes é reconhecida pela política comunitária.
Estimular a inovação tecnológica é um dos pilares da política europeia de transportes.
 A introdução da navegação por satélite com os Programas Galileo e Egnos visa:
 Otimizar a gestão do tráfego (rodoviário, marítimo e aéreo), permitindo uma maior segurança e redução da poluição,
pois os itinerários são otimizados e o tráfego simplificado.
 Facilitar a intervenção dos serviços de emergência em diversas situações (acidentes rodoviários, resgate em áreas de
montanha, incêndios).

Programa EasyWay
Trata-se de um programa global cofinanciado pela Comissão Europeia que visa a implementação
harmonizada de Sistemas de Transporte Inteligente da rede rodoviária transeuropeia com vista à
mobilidade sustentada para os períodos 2007-2013 e 2013-2020. Os principais objetivos são:
 Redução do congestionamento na rede rodoviária transeuropeia;
 Incremento da segurança de tráfego, diminuindo o número de mortos nas estradas;
 Melhorar o ambiente reduzindo as emissões de CO2 provocada pelo tráfego na rede rodoviária
transeuropeia.

 A iniciativa Veículo Inteligente da Comissão Europeia tem como principal objetivo tornar os veículos mais seguros, mais
eficientes e menos poluentes ao diminuir o consumo de combustíveis (ex. cruise control). A introdução de novas
tecnologias na construção de veículos inteligentes permite reduzir consideravelmente o número de acidentes na UE e
diminuir o seu impacto ambiental.
Exercícios (Transportes)

1. Distinga rede de transporte de modo de transporte.


2. Apresente o conceito de acessibilidade.
3. Apresente uma noção de densidade de uma rede de transportes.
4. Explique as consequências de uma rede de transportes pouco densa e pouco estruturada.
5. Explique a relação existente entre a densidade da rede de transportes e o grau de desenvolvimento de um
território.
6. Explique de que forma os transportes podem contribuir para o desenvolvimento de uma região.
7. Distinga distância tempo de distância custo.
8. Defina isótima e isócrona.
9. Enumere alguns aspetos que permitam diminuir a distância custo.
10. Apresente alguns aspetos que contribuem para diminuir a distância tempo.
11. Refira de que forma é possível diminuir a distância absoluta entre lugares.
12. Avalie a importância dos transportes na sociedade atual.
13. Indique como decorreu a evolução dos meios de transporte até à atualidade.
14. Refira os fatores que influenciam a escolha do tipo de transportes a utilizar.
15. Indique, de acordo com as distâncias a percorrer, o tipo de transporte mais adequado.
16. Indique como decorreu a evolução do transporte ferroviário.
17. Avalie o impacto de transporte ferroviário nos territórios onde foram contruídas linhas de caminho-de-ferro.
18. Apresente as vantagens e desvantagens do transporte ferroviário
19. Indique como decorreu a evolução do transporte rodoviário.
20. Apresente as vantagens e desvantagens do transporte rodoviário.
21. Indique como decorreu a evolução do transporte marítimo.
22. Apresente as vantagens e desvantagens do transporte marítimo.
23. Explique a importância do transporte aéreo.
24. Apresente as vantagens e desvantagens do transporte aéreo.
25. Explique em que consiste o transporte tubular.
26. Apresente as vantagens e desvantagens do transporte em condutas.
27. Explique em que consiste a transporte intermodal.
28. Explique o funcionamento do transporte intermodal de mercadorias.
29. Apresente algumas das vantagens da utilização de contentores no transporte intermodal de mercadorias.
30. Explique como decorre o transporte intermodal de passageiros.
31. Apresente a evolução recente do transporte rodoviário em Portugal.
32. Indique como se encontra classificada a rede viária em Portugal.
33. Refira alguns dos problemas no transporte rodoviário em Portugal.
34. Refira-se aos contrastes regionais da rede ferroviária em Portugal.
35. Justifique a perda de importância do transporte ferroviário nas últimas décadas.
36. Apresente algumas melhorias recentes no transporte ferroviário de passageiros.
37. Refira-se à importância do transporte marítimo no comércio internacional.
38. Identifique os principais portos portugueses em Portugal Continental e nas Regiões Autónomas.
39. Justifique o facto de o porto de Sines ser considerado um porto hub.
40. Justifique o facto de o porto de Setúbal se destacar em carga “Ro-Ro”.
41. Identifique o porto que pode oferecer serviços de transhipment. Justifique a resposta.
42. Explique a importância do transporte marítimo e das autoestradas do mar para a política Europeia de transportes.
43. Explique a importância do transporte aéreo em Portugal.
44. Identifique os principais aeroportos nacionais.
45. Explique o posicionamento geoestratégico de Portugal em termos do transporte marítimo e aéreo.
46. Explique como decorre a entrada de gás natural e de petróleo em Portugal.
47. Explique a importância da Política Europeia de Transportes para a Política Regional da União Europeia.
48. Apresente os principais objetivos da Política Europeia de Transportes.
49. Explique o que é a Rede Europeia de Transportes e quais os seus objetivos.
50. Explique como é feita a inserção das redes nacionais na rede transeuropeia de transportes.
51. Explique a importância da criação de um mercado interno da energia na União Europeia.
52. Apresente os objetivos da rede transeuropeia de eletricidade.
53. Apresente os objetivos da rede transeuropeia de gás natural.
54. Identifique os efeitos positivos do desenvolvimento dos transportes na qualidade de vida da população.
55. Apresente os efeitos negativos dos transportes ao nível da segurança, ambiente e saúde humana.
56. Apresente algumas medidas para os minimizar os problemas ambientais e da saúde associados aos transportes.

Exercícios (Telecomunicações)

1. Apresente as formas de transmissão de informação à distância. Dê exemplos.


2. Explique o que são redes de telecomunicações. Apresente exemplos.
3. Explique o que são meios de comunicação. Apresente exemplos.
4. Explique de que forma é possível avaliar os avanços nas telecomunicações.
5. Explique em que consiste o teletrabalho.
6. Apresente as principais vantagens do teletrabalho.
7. Apresente os conceitos de aldeia global e de sociedade da informação.
8. Defina infoexclusão.
9. Explique a importância das telecomunicações na sociedade atual.
10. Apresente a situação atual de Portugal no que se refere às telecomunicações.
11. Justique as desigualdades no acesso às redes de telecomunicações.
12. Apresente a Agenda Portugal Digital no âmbito da Agenda Digital da UE e seus objetivos.
13. Justifique a seguinte afirmação: “Existem diferenças entre regiões e cidadãos no acesso e capacidade de uso das
TIC”.
14. Identifique algumas medidas que foram tomadas em Portugal para diminuir as desigualdades no acesso às TIC.
15. Apresente alguns dos impactes positivos do desenvolvimento das telecomunicações.
16. Identifique alguns dos impactes negativos das telecomunicações.
17. Explique a importância das telecomunicações nos transportes. Dê exemplos de iniciativas.

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