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TRANSPORTES (revisões)
Rede de transporte – conjunto de infraestruturas (vias de transporte e de comunicação) – estradas, vias férreas, canais,
oleodutos, etc. que ligam os lugares entre si.
Meio de transporte é o suporte para deslocação de pessoas e bens, como as estradas, os rios, o mar, as ferrovias e pode ser
aéreo, terrestre, aquático e por condutas e cabos. É a forma através da qual a deslocação é realizada: terra, ar, água.
Modo de transporte – é o tipo de veículo usado nas deslocações (terrestres, marítimas, fluviais e aéreas) de pessoas e
mercadorias, podendo ser individual ou coletivo. Ex. Comboio, automóvel, avião, barco.
Acessibilidade – grau relativo de facilidade com que se atinge um lugar a partir de outros.
(O lugar mais acessível da rede é o lugar D porque apresenta um maior número de ligações diretas)
2. Tipos de redes
Quanto à forma
Rede linear – apresenta eixos isolados ou de ligação de cidades, deixando o resto do território isolado (caso dos
PED).
Rede radial – apresenta um nó principal correspondente a uma grande cidade, de onde diverge um conjunto de
eixos (ex. Paris, Milão).
Rede policêntrica – formada por um conjunto de eixos paralelos e perpendiculares, com um grande número de nós
e de eixos. Permite uma grande acessibilidade entre os vários lugares e um desenvolvimento mais equilibrado do
território.
Quanto à forma
Densidade da rede - relação entre o número de quilómetros de vias construídas e a superfície considerada (exprime-se em
Km/Km2).
Quanto à densidade e estrutura
A_______ B ______ C
E_______ F
Nem todos os nós têm ligação entre Os nós estão ligados por uma única via Existe um grande número de ligações
si. Eixos não comunicam uns com os Deficiente acessibilidade entre os diretas. Facilidade no acesso entre os
outros (eixos isolados) vários lugares vários lugares
Rede incompleta e não estruturada Rede pouco densa e mal estruturada Rede estruturada
(rede descontínua) (rede dispersa) (rede densa)
Uma rede desequilibrada, com grandes diferenças de acessibilidade entre lugares, levará a um desenvolvimento
desequilibrado do território, com a população e as atividades económicas a concentrar-se nos locais com maior acessibilidade.
Pelo contrário, uma rede equilibrada contribui para um desenvolvimento harmonioso do espaço.
Distância custo: Despesa efetuada numa determinada deslocação, usando um certo modo de transporte. Pode ser
representada no mapa por isótimas – linhas que unem pontos de igual distância-custo.
Distância tempo: Tempo necessário para efetuar uma determinada deslocação usando um certo modo de transporte. Pode
ser representada num mapa através de isócronas – linhas que unem pontos de igual distância-tempo.
A distância tempo e a distância custo, que dependem do tipo de transporte a utilizar, têm atualmente uma importância
crescente, relativamente à distância absoluta.
Tanto em Portugal como na UE, o modo rodoviário é o mais importante no tráfego interno de mercadorias; o transporte
marítimo ocupa o primeiro lugar no tráfego externo de mercadorias.
Transporte ferroviário
Surgiu no século XVIII com a máquina a vapor e apresentou um crescimento muito rápido no século XIX, com a construção de
milhares de quilómetros de vias-férreas por todo o mundo.
Conheceu progressos significativos: as máquinas a vapor foram sendo progressivamente substituídas pelas máquinas a diesel
e depois pelas elétricas (mais rápidas e menos poluentes), com a eletrificação das redes e a modernização das vias.
Na Europa e no Japão tem-se apostado nas ligações rápidas entre as grandes cidades – comboios de alta velocidade.
Vantagens
Indicado para o transporte a médias e longas distâncias.
Elevada capacidade de transporte de passageiros e de carga.
No transporte de carga, é indicado para mercadorias pesadas e volumosas (como minerais, carvão, cereais, automóveis),
com especialização dos vagões de acordo com o tipo de carga (vagões cisternas, frigoríficos, porta-contentores).
No transporte de passageiros é competitivo:
Nas deslocações inter-regionais, entre grandes cidades, com comodidade, segurança e rapidez em comboios de alta
velocidade (ex. TGV – Trains à Grande Vitesse, com velocidades médias de superiores a 250Km/hora);
Nas deslocações suburbanas, permitindo viagens rápidas entre o centro e a periferia das grandes cidades,
contribuindo para o descongestionamento do trânsito.
Elevado grau de segurança (menor risco de acidente) e reduzido impacto ambiental (comparativamente ao transporte
rodoviário) menos poluente e com menor consumo de energia por unidade transportada devido à grande capacidade de
transporte.
Desvantagens
Itinerários fixos – a rigidez da rede e paragens nas estações obrigam uma complementaridade com o transporte rodoviário
(transbordo de mercadorias e passageiros).
Elevados investimentos na construção das infraestruturas (vias e estações), no material circulante (comboios) e na sua
manutenção.
Transporte Rodoviário
Surgiu com a descoberta do motor de explosão, registando um desenvolvimento rápido no início do século XX e uma
generalizou-se a partir dos anos 50. O desenvolvimento tecnológico dos veículos e as melhorias nas vias de comunicação, com a
construção de melhores estradas e autoestradas, permitiram aumentar a velocidade e a capacidade de carga dos veículos e
tornaram o transporte rodoviário concorrente do ferroviário.
É atualmente o tipo de transporte mais utilizado em Portugal e na UE, quer no transporte de passageiros quer de mercadorias.
Vantagens
Competitividade no transporte de passageiros e mercadorias em curtas e médias distâncias.
Grande flexibilidade de itinerários, possibilitando a comodidade do transporte porta-a-porta (entre os locais de partida e
de chegada) sem necessidade de fazer transbordo.
Grande diversidade de veículos, em dimensão e especialização – adequação ao tipo de carga (ex. câmaras frigoríficas,
transporte de gases...) e aos espaços em que vai circular.
Possibilidade de cooperar/articular com outros meios de transporte devido à grande liberdade de movimentos.
Desvantagens
Reduzida capacidade de transporte de pessoas e mercadorias comparativamente ao transporte ferroviário.
Elevado impacto ambiental (grande consumo de combustível, poluição atmosférica e sonora).
Congestionamento das vias de circulação, principalmente nas grandes cidades.
Elevados índices de sinistralidade, com um risco de acidente maior relativamente aos restantes modos de transporte
Elevado consumo de espaço (estradas, autoestradas, parques de estacionamento).
Transporte marítimo
É sobretudo utilizado no transporte de mercadorias a longas distâncias, mas teve no passado um papel decisivo nas grandes
migrações intercontinentais. O transporte de passageiros a longas distâncias é pouco significativo, sendo utilizado
fundamentalmente em viagens curtas (serviço de ferries) ou turísticas (cruzeiros).
As grandes mudanças tecnológicas ocorridas permitiram um aumento da velocidade e da capacidade de carga, a especialização
dos navios e, consequentemente, a redução de custos. A construção dos canais do Suez e do Panamá tornaram mais rápidas
as ligações marítimas da Europa à Ásia e ao Pacífico.
No tráfego externo de mercadorias, em Portugal e na UE, o transporte marítimo ocupa o primeiro lugar, por ser o mais
adequado para as cargas volumosas e pesadas a longas distâncias. A modernização dos portos e utilização de navios mais
rápidos tem tornado este modo de transporte mais competitivo.
Vantagens
Grande capacidade de carga e preços relativamente baixos.
Transporte de carga volumosa, pesada e não perecível a longas distâncias.
Especialização dos navios de acordo com o tipo de carga: petroleiros, porta-contentores, mineraleiros, cerealeiros,
metaneiro (gás natural liquefeito).
As plataformas multimodais existentes nos portos, integrando vários modos de transporte (marítimo, ferroviário,
rodoviário) permitem reduzir os custos e o tempo de imobilização no transbordo de mercadorias.
Transporte de passageiros a curtas e médias distâncias (ferries).
Desvantagens
Necessidade de fazer transbordo de mercadorias nos portos para os modos de transportes que fazem as ligações terrestres
(rodoviários ou ferroviários).
Elevados custos na construção e manutenção das infraestruturas portuárias e dos navios.
Lentidão no transporte e processos de carga e descarga relativamente caros.
Em caso de acidente, os derrames de petróleo ou de outros produtos perigosos transportados pelos navios têm efeitos
negativos nos ecossistemas marinhos, pondo em causa atividades económicas como a pesca, a aquacultura e mesmo o
turismo.
Transporte fluvial
Feito ao longo dos rios e canais artificiais navegáveis, é um dos modos de transporte mais antigos e tem desempenhado um
papel importante na deslocação de pessoas e mercadorias. Permitiu a fixação de população e de indústrias nas margens de
rios navegáveis, particularmente na Europa Ocidental. A construção de canais, que possibilitaram a ligação entre bacias
hidrográficas, e de barragens com eclusas potenciaram a utilização deste tipo de transporte. Na Europa, a construção de canais
(com cerca de 3500Km de extensão), permitem a ligação do mar Báltico ao Mar Negro.
Vantagens
Transporte de produtos pesados e/ou volumosos (ex. carvão, minério de ferro, areia, pedra, madeira).
Reduzidos custos unitários devido à grande capacidade de carga das embarcações.
Desvantagens
Transporte lento e que implica fazer operações de transbordo, que são morosas e caras
Custos elevados das obras necessárias ao aproveitamento das vias fluviais
Poluição dos rios associada à circulação de barcos
Nem todos os rios são navegáveis. O transporte fluvial é condicionado a) pelo declive do leito; b) pelo regime e caudal dos
rios, nem sempre regulares para uma navegabilidade segura; c) pelas baixas temperaturas no Inverno que podem gelar os
cursos de água, afetando a navegabilidade.
Transporte aéreo
Registou, após a Segunda Guerra Mundial, um grande crescimento no transporte de passageiros e de determinados tipos de
mercadorias. É de assinalar a grande evolução em termos de segurança, conforto, rapidez e capacidade de carga.
Por ser o meio de transporte mais rápido e que mais contribuiu para reduzir as distâncias-tempo entre os vários lugares, é o
mais utilizado no tráfego de passageiros de longas distâncias. O aumento da capacidade de carga e da autonomia de voo tem
conferido maior competitividade ao transporte aéreo de mercadorias.
Os aeroportos exercem uma grande atração sobre atividades económicas, o que explica o surgimento de novas áreas
industriais (industrias modernas) e de serviços junto dos aeroportos.
Vantagens
Grande rapidez, segurança e comodidade no transporte de passageiros a longas distâncias.
Transporte de carga leve, pouco volumosa, perecível (flores, legumes frescos), urgente (medicamentos, correio, jornais),
de elevado valor (peças de arte, joias) que necessita de ser deslocada rapidamente a grandes distâncias.
Grande liberdade de movimento, sendo o modo de transporte mais apropriado em regiões de difícil acesso por outros
modos de transporte e em países de grande extensão territorial (Rússia, EUA, China, Brasil, Canadá, Austrália).
Desvantagens
Modo de transporte caro devido aos elevados custos das infraestruturas (aeroportos) e dos aviões. O transporte de
passageiros tem registado nos últimos anos uma baixa de preços devido à maior oferta e concorrência entre companhias
aéreas, como é o caso das companhias aéreas de baixo custo (low-cost).
Capacidade de carga relativamente reduzida e custos elevados comparativamente ao transporte ferroviário e marítimo. A
construção de grandes aviões de carga permite custos unitários mais baixos (diminuição da distância-custo), o que atrai
volumes de carga cada vez maiores.
Grande impacto ambiental e na paisagem pela grande quantidade de espaço que os aeroportos e elevados níveis de
poluição atmosférica e sonora junto dos aeroportos.
Crescente congestionamento dos aeroportos e do espaço aéreo gera problemas ao nível de atrasos e de segurança, o que
aumenta o risco de colisão. A solução tem passado por sobrepor mais rotas em altitude.
Muito dependente das condições atmosféricas (ventos fortes, nevoeiro).
Vantagens
Reduzidos custos de transporte de petróleo e derivados e gás natural a curtas, médias e longas distâncias
Elevada capacidade de transporte de fluidos e possibilidade de fluxos contínuos
Menores riscos de poluição, pois as probabilidades de derrame são reduzidas (elevado grau de segurança)
Complementaridade entre o transporte tubular e marítimo
Desvantagens
Elevado custo na construção das infraestruturas (oleodutos/gasodutos)
Dificuldade em alterar a capacidade de escoamento
Rigidez dos percursos (percursos fixos)
Objetivos do Programa Marco Polo II: o reforço da intermodalidade e reequilíbrio entre os diferentes modos de
transporte através da aplicação de medidas que visem a redução o congestionamento da rede de transporte rodoviário,
a melhoria do desempenho ambiental do sistema de transportes intermodal de mercadorias (desviando o tráfego de
mercadorias do modo rodoviário para outros mais amigos do ambiente) contribuindo assim para um sistema de
transportes eficiente e sustentável.
Transporte intermodal/ multimodal
Consiste na conjugação de diferentes modos de transporte tanto no tráfego de mercadorias como de passageiros, de modo a
obter deslocações mais rápidas e mais económicas. A organização de cadeias de transporte associando vários modos de
transporte, apesar do consequente transbordo, permite a deslocação de pessoas e mercadorias de uma forma mais rápida e
com menores custos.
Plataformas intermodais – infraestruturas (portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários) onde se faz o
transbordo de um modo de transporte para outro.
Transporte intermodal de passageiros - pressupõe a existência de interfaces (espaços de articulação entre diferentes
modos de transporte de horários compatíveis) onde, de uma forma fácil e rápida, os passageiros possam mudar de um
modo de transporte para outro, com a conjugação de horários para evitar perdas de tempo durante as ligações.
Reduz a distância tempo, aumenta o grau de satisfação dos utilizadores e promove a utilização dos transportes públicos.
É muito utilizado nas grandes áreas urbanas e suburbanas, como é o caso das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto,
onde existem vários interfaces. Ex. Sete Rios e Gare do Oriente, em Lisboa.
Transporte intermodal de mercadorias - implica operações de transbordo (de carga e descarga) em plataformas
intermodais designadas de plataformas logísticas localizadas junto nos portos, aeroportos e mercados de destino.
Dispõem de amplos espaços de armazenamento, capacidade de gestão de stocks e operações finais de montagem,
embalagem e etiquetagem de produtos, de forma a adequar os produtos às necessidades específicas dos mercados locais.
O transporte intermodal de mercadorias exige o desenvolvimento de uma Logística eficiente que assegure o bom
funcionamento das cadeias de transporte.
Em Portugal existem várias infraestruturas logísticas de mercadorias, que fazem parte das grandes opções da Política Geral
de Transportes e têm como objetivo reequilibrar a repartição modal do tráfego de mercadorias.
Rede Nacional de
Plataformas
Logísticas
Atualmente verifica-se uma utilização generalizada de contentores (caixas metálicas normalizadas capazes de serem
transportadas por três meios de transporte: camião, barco, comboio) que apresentam várias vantagens no transporte de carga:
- Facilita a movimentação da carga e as operações de transbordo, permitindo maior rapidez nas cargas e descargas
- Permite um melhor acondicionamento da carga, racionalizando o espaço
- Garante a proteção das mercadorias, protegendo-as de choques
- Permite a complementaridade de vários meios de transporte devido à normalização
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS REDES DE TRANSPORTE
Nos últimos anos tem-se registado uma significativa melhoria no setor dos transportes em Portugal, para a qual contribuiu a
adesão à UE, com a utilização de fundos na melhoria das infraestruturas existentes e na ampliação e a construção de novas
estruturas. Ex. Construção de novas estradas e autoestradas, ampliação e melhoria das condições nos aeroportos de Lisboa,
Porto e Faro e dos portos
Apesar destas melhorias, Portugal apresenta uma situação desfavorável no que respeita à densidade e eficiência das redes de
transporte comparativamente à maioria dos países da UE. Entre o litoral e o interior do país existem grandes diferenças em
termos de densidade e qualidade das redes de transporte.
Problemas:
Assimetrias da rede rodoviária entre o litoral e o interior
Apesar da melhora da cobertura rodoviária do território, continuam a persistir desigualdades na distribuição geográfica da
rede de estradas, colocando em desvantagem algumas regiões do país. Arede é mais densa e de melhor qualidade no litoral a
norte de Setúbal, particularmente nas áreas metropolitanas, que corresponde às áreas de maior concentração de população e
de atividades económicas. No interior a extensão de vias e a sua qualidade é inferior.
Elevados índices de sinistralidade
Apesar dos progressos verificados nos últimos anos, muitas estradas continuam a apresentar características técnicas
desadequadas às exigências do tipo e volume de tráfego atual. O mau estado e tipo de traçado de muitas estradas e a atitude
dos condutores de desrespeito das regras de trânsito e das normas de segurança explicam a elevada sinistralidade rodoviária
em Portugal.
Congestionamento das vias
O grande crescimento do transporte rodoviário de mercadorias e passageiros, devido a uma maior flexibilidade de itinerários
e ao transporte porta-a-porta, e o crescente uso do automóvel particular a desfavor do transporte público de passageiros são
responsáveis por um congestionamento das vias de circulação nas grandes cidades, particularmente em Lisboa e no Porto.
Rede ferroviária nacional
A extensão da rede ferroviária nacional era, em 2011, de cerca de 3619 Km e, no
seu todo, encontra-se ainda pouco modernizada, predominado vias não
eletrificadas (55%) e simples de apenas uma via (75%).
Os melhoramentos efetuados e os projetos de renovação previstos visaram, principalmente, a modernização das vias de
ligação internacional e de circulação norte-sul, com a criação do serviço de comboio Alfa-pendular.
Os investimentos previstos na ferrovia estão em consonância com a Política Europeia de Transportes. As orientações
estratégicas visam a valorização do caminho-de-ferro na mobilidade de pessoas e bens no espaço nacional e na ligação à
Europa, numa perspetiva intermodal. A rede de alta velocidade é uma prioridade na Política de Transportes Comunitária e nos
planos de infraestruturas nacionais, mas a sua construção está suspensa devido aos elevados investimentos associados.
"Ro-Ro" é uma abreviatura para "Roll on-Roll off" (entrada-saída), um tipo carga que entra e sai dos navios cargueiros pelos
seus próprios meios, como é o caso dos automóveis e de veículos, como camiões carregados de mercadorias.
Portugal apresenta uma posição central no Atlântico Norte, no cruzamento das principais rotas marítimas que têm a Europa
como origem ou destino, beneficiando de portos de águas profundas capazes de receber navios de grandes dimensões usados
no tráfego de mercadorias de longo curso. Destaca-se o porto de Sines com caraterísticas únicas para ser considerado um porto
hub, centralizador, atendendo à diversidade de terminais para diferentes tipos de carga (granéis sólidos, líquidos, contentores),
à sua dimensão e águas profundas.
Atendendo a estas caraterísticas, Portugal, no porto de Sines pode oferecer serviços de transhipment – transbordo de
mercadorias de um navio para outro. Grandes navios de longo curso descarregam aqui as mercadorias que são depois
carregadas para navios mais pequenos capazes de entrar em portos europeus de águas menos profundas, e vice-versa.
Aproveitar as potencialidades da costa nacional como fachada atlântica de entrada na Europa é um objetivo da Política Geral
de Transportes:
Desenvolver os serviços de transporte marítimo de curta distância.
Desenvolver as infraestruturas logísticas e intermodais nos portos e investir na logística e na distribuição.
Ampliar o terminal de contentores do porto de Sines.
Melhorar as infraestruturas portuárias e as ligações ferroviárias aos portos para o tráfego de mercadorias.
Estimular a complementaridade e a cooperação entre portos, por forma a aumentar a eficiência e atrair carga.
⬇
Apostar nas “autoestradas do mar” para o transporte de mercadorias.
O tráfego marítimo de passageiros tem pouco significado no nosso país, embora nas Regiões Autónomas seja alternativa ao
transporte aéreo na ligação entre ilhas e como componente turística.
No Continente, o tráfego fluvial de passageiros assume algum relevo, com destaque para as ligações entre a margem norte e
sul do Tejo, em Lisboa e nas ligações entre Setúbal e Troia.
Aeroportos de Faro e Funchal - estão associados ao turismo do Algarve e Madeira, estando vocacionados para voos
internacionais não regulares. No caso de Faro, o tráfego de mercadorias é pouco significativo.
Ao nível interno, o transporte aéreo de passageiros no continente é pouco significativo devido essencialmente à reduzida
dimensão do país. O interior é servido por diversos aeródromos, contribuindo, de certa forma, para minorar o isolamento do
interior. No entanto, o transporte aéreo é fundamental nas ligações do continente aos Arquipélagos da Madeira e dos Açores
e nas ligações entre ilhas, minorando os problemas de isolamento das regiões insulares mas também servindo a atividade
turística.
A crescente necessidade de fácil acesso a bens e serviços provocou um aumento significativo da procura de transportes,
particularmente o transporte rodoviário, com impactos ao nível do ambiente e do congestionamento das vias.
Um dos grandes objetivos da PCT é a construção de uma Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T), que inclua todas as
infraestruturas de transporte (estradas, vias férreas, rios navegáveis, portos, aeroportos, meios de navegação, plataformas
intermodais, condutas de transporte de produtos) e os serviços necessários ao funcionamento das mesmas.
A integração das redes portuguesas nas redes comunitárias implica grandes investimentos na inovação tenológica, em domínios
como a intermodalidade, o desenvolvimento de modos de transporte mais seguros e menos poluentes e sistemas de transporte
inteligentes.
Setor do gás natural – a sua introdução em novas regiões, o aumento da capacidade de receção e armazenamento e o
alargamento das redes de distribuição. A Rede Transeuropeia de Gás Natural inclui ainda ligações a todo o Leste Europeu e
a vários países da Ásia. A preocupação de garantir ligações a uma diversidade de países exportadores de gás natural prende-
se com a dependência externa face a esta fonte de energia e com a instabilidade política e social de alguns desses países.
No entanto, continuam a registar-se acidentes que, no caso dos transportes aéreo, marítimo e ferroviário, por vezes, assumem a
dimensão de catástrofes, pelas elevadas perdas materiais e humanas. Embora os acidentes com transportes rodoviários não
tenham a dimensão de catástrofe, o crescimento do número de veículos em circulação gera grande número de acidentes
rodoviários, o que torna a sinistralidade rodoviária um problema grave em muitos países da União Europeia.
Portugal ainda se encontra acima da média comunitária em termos de vítimas mortais de acidentes rodoviários. Porém, a
melhoria da segurança dos veículos e da rede rodoviária nacional permitiu que o número de acidentes, bem como a sua
gravidade, diminuísse significativamente.
Ambiente e saúde
O setor dos transportes, associado à grande utilização de combustíveis fósseis, tem grande impacto na poluição ambiental
(sobretudo poluição atmosférica e sonora) e consequentemente na qualidade de vida da população. Este setor é um dos
principais responsáveis pela emissão de gases que contribuem para o agravamento do efeito de estufa e para o aumento de
ozono na troposfera, que constitui um risco para a saúde humana.
A poluição atmosférica é a causa de muitas doenças que afetam a população, sobretudo nas áreas urbanas: doenças do sistema
respiratório (asma, infeções pulmonares, etc.); doenças da pele; alergias; problemas do sistema cardiovascular e alguns tipos de
cancro. Aos transportes está também associada a poluição sonora que afeta negativamente a qualidade de vida da população.
O transporte marítimo causa também graves problemas ambientais associados aos desastres com petroleiros que originam
marés negras e às lavagens de porões sem respeito pelas normas de segurança ambiental.
Medidas da política nacional e comunitária para diminuir os problemas ambientais e da saúde associados aos transportes:
A decisão de reduzir o peso do transporte rodoviário face aos restantes modos de transporte, por ser o mais poluente.
O aumento dos investimentos em Investigação e Desenvolvimento (I&D), para viabilizar a utilização de energias menos
poluentes e diminuir o consumo de energia, sobretudo nos transportes rodoviário e aéreo.
A diretiva comunitária 2009/33/CE, que tem por objetivo promover o desenvolvimento de um mercado de veículos não
poluentes e autossuficientes em termos energéticos.
A criação de iniciativas como o Dia Europeu sem Carros e de programas como o «Mini-autocarros Elétricos em Frotas de
Transportes Urbanos».
REVOLUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES E SEU IMPACTE NAS RELAÇÕES INTERTERRITORIAIS
REVISÕES
As telecomunicações são transmissões de informação à distância através de:
Cabos (telecomunicações por cabo) - a informação circula por impulsos elétricos. Os cabos de cobre inicialmente existentes
têm sido substituídos por cabos de fibra ótica que possibilitam uma maior capacidade de fluxo de informação e uma maior
qualidade das comunicações (em som e imagem). Entre os mais antigos destacam-se o telégrafo e o telefone fixo e os mais
recentes a televisão e a Internet por cabo.
Ondas eletromagnéticas (telecomunicações por ondas) - a informação é propagada na atmosfera sob a forma de diferentes
tipos de ondas, recorrendo a antenas e satélites para a emissão e receção. Destacam-se a rádio, a televisão por antena e
os telefones móveis.
Para a circulação da informação são necessários meios de comunicação e vias para a difusão da informação.
Redes de telecomunicações – conjunto de vias de suporte que permitem receberem e enviar informação. São constituídas
por satélites, antenas, cabos de cobre ou de fibra ótica e centrais de processamento.
Meio de comunicação – equipamentos que permitem enviar e receber informação. Como exemplo temos o telefone, o
telemóvel, o fax, o computador, a televisão e a rádio.
Ciberespaço – espaço virtual onde se desenvolve uma interação cada vez maior entre pessoas, empresas e organizações de todo
o mundo na partilha e troca de informação.
Teletrabalho – o trabalho à distância a partir de casa ou outro local, sem deslocação física do trabalhador à empresa. Ex.
Advogados, jornalistas, arquitetos, tradutores.
Vantagens para o trabalhador:
- Diminui o tempo gasto no percurso entre o local de residência e de trabalho (perda de horas no trânsito)
- Permite conciliar a atividade profissional com tarefas de carácter familiar
- Permite maior flexibilidade no horário de trabalho
Vantagens para a empresa:
- Diminui os custos fixos, por exemplo com os gastos de energia
- Necessidade de um menor espaço de trabalho
Vantagens em geral
- Diminui os movimentos pendulares; diminui o congestionamento do trânsito; diminui a poluição atmosférica
Comércio eletrónico
Consiste na realização de transações de bens e serviços entre computadores mediados por redes informáticas, sendo que o
pagamento e/ou a entrega dos produtos transacionados não são necessariamente feitos por via eletrónica. O número de
empresas com utilização do comércio eletrónico tem aumentado ao longo dos últimos anos.
Vantagens – a capacidade de atingir um mercado à escala global, sem grande esforço financeiro; a possibilidade de interação
direta com o consumidor final e a redução dos custos.
Desvantagens – a forte dependência das TIC e a insegurança na realização das transações comerciais.
Aldeia global - expressão que traduz a proximidade entre pessoas e lugares em resultado da facilidade de comunicação para
qualquer parte do mundo, mesmo entre locais muito distantes, graças ao progressivo desenvolvimento das telecomunicações.
As redes de telecomunicações permitem que todo o tipo de informação (imagem, som, dados) circule quase instantaneamente
para qualquer parte do planeta, pondo em contacto e aproximando todas as regiões do mundo, transformando a Terra num
aldeia global.
Sociedade da informação - As sociedades modernas necessitam de trocar e enviar, de uma forma rápida, uma grande quantidade
de informação levando à chamada sociedade da informação. Esta é caracterizada por uma grande densidade de comunicação
assegurada pelos mais diferentes meios (telefone, Internet, televisão, etc.)
As telecomunicações permitem a circulação, a baixo custo, de uma grande quantidade de informação sob a forma de som,
imagem ou texto, quase instantaneamente (em tempo real) para qualquer lugar da terra, pondo em contacto todas as regiões
do mundo. A articulação da informática, das telecomunicações e dos audiovisuais têm contribuído para uma evolução muito
rápida das TIC.
As telecomunicações são consideradas um fator de desenvolvimento, contribuindo para o progresso económico e social de
qualquer país ou região. Os intensos fluxos de informação aumentam os contactos e o intercâmbio entre áreas
geograficamente distantes e têm hoje um papel fundamental na dinamização das atividades económicas e das relações
interterritoriais.
Aumentam a produtividade de outras atividades e, simultaneamente, geram novos setores produtivos, desde a investigação,
a indústria de equipamentos e consumíveis e os serviços que se lhes associam. Os constantes progressos das tecnologias da
informação e da comunicação (TIC) e a sua rápida difusão levaram a um grande crescimento do número de utilizadores.
A rede de telecomunicações que liga o continente às Regiões Autónomas é constituída por cabos de fibra ótica. O Anel Ótico
dos Açores liga as diferentes ilhas do arquipélago. A Madeira e Porto Santo estão também ligados por um cabo submarino de
fibra ótica.
Portugal encontra-se ligado ao mundo através dos serviços internacionais de comunicação por satélite, incluindo o satélite
português POSAT 1, e de uma rede de cabos submarinos de fibra ótica, que permitem estabelecer contatos cada vez mais
rápidos e baratos com a maior arte dos países do mundo.
A Agenda Digital para a Europa define o papel das TIC para colocar a Europa na rota de um crescimento inteligente, sustentável
e inclusivo. O objetivo geral é extrair benefícios económicos e sociais sustentáveis de um mercado único digital, com base na
Internet rápida e ultrarrápida.
Dando seguimento às orientações da Agenda Digital para a Europa, Portugal definiu a sua própria Agenda Digital, aprovada em
Dezembro de 2012. A Agenda Portugal Digital visa o desenvolvimento da Economia Digital e da Sociedade do Conhecimento,
preparando o país para um novo modelo de atividade económica, centrado na inovação e no conhecimento, disponibilizando
novos produtos e serviços de maior valor acrescentado direcionados para mercados internacionais.
O objetivo da Agenda Portugal Digital é colocar Portugal como um dos países mais
avançados na Economia Digital da UE, até 2020:
promover o desenvolvimento da infraestrutura da banda larga;
aumentar o número de empresas que utilizam o comércio eletrónico em Portugal;
aumentar as exportações em tecnologia da informação e comunicação (TIC);
promover a utilização de serviços online.
O número de serviços disponíveis através da internet tem vindo a crescer em Portugal. Os serviços públicos online, dirigidos a
um conjunto alargado de utentes (cidadãos e empresas), tem registado grandes avanços nos últimos anos, que contribuíram
para uma melhor classificação do país no ranking europeu.
Em Portugal têm sido desenvolvidas inúmeras ações para diminuir as desigualdades de acesso às TIC:
Criação de espaços de utilização gratuita da internet;
A ligação de todas as escolas públicas à internet;
A inclusão da aprendizagem de utilização das TIC nos novos currículos.
Estes programas visam dotar a UE de um sistema de comunicações moderno e eficiente que promova o desenvolvimento
económico e social e possibilite uma maior igualdade no acesso às TIC.
Em Portugal, com estes programas pretende-se desenvolver a Economia Digital e a Sociedade do Conhecimento e Informação
e a acompanhar os outros países europeus.
Efeitos Positivos
1. Aumento da qualidade de vida da população: maior facilidade em estabelecer contactos; possibilidade de estar sempre
contactável; maior facilidade de acesso a bens, serviços e informação (como o estado do tempo ou a fluidez do trânsito)
As TIC facilitam a inserção social e o acesso ao mercado de trabalho de cidadãos com necessidades especiais.
Programa Acesso.
Tem como objetivo promover o desenvolvimento, disponibilização e divulgação de instrumentos de
Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) que permitam ultrapassar dificuldades sentidas por
cidadãos com necessidades especiais, nomeadamente pessoas com deficiência, idosos e acamados.
Efeitos negativos
Insegurança provocada pela difusão de vírus informáticos;
Perigo de fraude no comércio eletrónico e em transações financeiras;
Falta de atenção a aspetos de caráter ético (difusão de ideias e comportamentos que atentam contra os direitos humanos,
a possibilidade de invadir a privacidade dos cidadãos);
Perigos associados ao «convívio» com desconhecidos na internet, principalmente os mais jovens;
Perigos para a saúde humana, como são a emissão de radiações nocivas e os problemas psicológicos de dependência.
Desigualdade de oportunidades devido a problemas no acesso às TIC.
A contribuição das telecomunicações para a maior eficácia do sistema de transportes é reconhecida pela política comunitária.
Estimular a inovação tecnológica é um dos pilares da política europeia de transportes.
A introdução da navegação por satélite com os Programas Galileo e Egnos visa:
Otimizar a gestão do tráfego (rodoviário, marítimo e aéreo), permitindo uma maior segurança e redução da poluição,
pois os itinerários são otimizados e o tráfego simplificado.
Facilitar a intervenção dos serviços de emergência em diversas situações (acidentes rodoviários, resgate em áreas de
montanha, incêndios).
Programa EasyWay
Trata-se de um programa global cofinanciado pela Comissão Europeia que visa a implementação
harmonizada de Sistemas de Transporte Inteligente da rede rodoviária transeuropeia com vista à
mobilidade sustentada para os períodos 2007-2013 e 2013-2020. Os principais objetivos são:
Redução do congestionamento na rede rodoviária transeuropeia;
Incremento da segurança de tráfego, diminuindo o número de mortos nas estradas;
Melhorar o ambiente reduzindo as emissões de CO2 provocada pelo tráfego na rede rodoviária
transeuropeia.
A iniciativa Veículo Inteligente da Comissão Europeia tem como principal objetivo tornar os veículos mais seguros, mais
eficientes e menos poluentes ao diminuir o consumo de combustíveis (ex. cruise control). A introdução de novas
tecnologias na construção de veículos inteligentes permite reduzir consideravelmente o número de acidentes na UE e
diminuir o seu impacto ambiental.
Exercícios (Transportes)
Exercícios (Telecomunicações)