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CIEP 464 – ADMAR FERREIRA DE MEDEIROS


APOSTILA 6 – GEOGRAFIA – NEJA III – PROFESSOR: ALFREDO
2º BIMESTRE/2022

Sociedade em rede
Introdução ao conceito de redes e o processo histórico.

É importante você saber que nesta orientação de estudos, quando falamos redes, estamos nos
referindo às redes de transporte e comunicação, que conectam distintas regiões do Brasil e do mundo.
Sobre redes de comunicação, podemos citar a internet, o telefone, a televisão, o rádio, os satélites etc. E
toda infraestrutura que se faz necessária para que tudo isso funcione. Sobre transportes, nos referimos a
todos os meios possíveis para o deslocamento de mercadorias e pessoas, nesse caso existem os modais:
ferroviário, rodoviário, aéreo, hidroviário e dutoviário. Sobre isso, explicaremos mais adiante.
Mas por que devemos estudar esse assunto? Primeiro, do ponto de vista histórico, saiba que o
surgimento e evolução dessas redes transformaram e moldaram o mundo que conhecemos hoje, basta
você pensar que até antes da primeira revolução industrial, os meios de transportes terrestres eram
aqueles que dependiam de animais para se movimentar. Nos oceanos, as pequenas embarcações
precisavam dos ventos para se deslocar. Sendo assim, tanto por água quanto por terra, os transportes
eram bem lentos e com baixíssima capacidade de carga. Atualmente, viagens marítimas levam alguns
dias ou semanas, com alta capacidade de carga e segurança, antes poderia levar longos meses e com
nível de insegurança elevado.
Sobre redes de comunicação, buscando entender o tamanho dessa evolução e a sua
importância, só para ter uma ideia, quando o então presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln foi
assassinado em 1865, a informação só chegou à Europa 13 dias depois. Em comparação com tempos
atuais, quando o segundo avião se chocou contra o World Trade Center em 11 de setembro de 2001, o
mundo viu ao vivo.
A evolução dessas redes transformou o mundo, a facilidade em se comunicar não importando
onde a pessoa esteja, notícias instantâneas, produtos que possuem matérias primas de diversos países
e que são vendidos em todo o mundo, graças aos transportes eficientes de hoje. Em comparação com o
passado, a impressão que se tem hoje é a de que o mundo diminuiu, graças às redes, que conectam os
diversos cantos.
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As redes e o desenvolvimento dos países

Ainda respondendo o porquê é importante estudar essas redes, saiba que elas determinam o
nível de desenvolvimento dos países e a qualidade de vida dos seus habitantes. Uma característica
marcante de países desenvolvidos é a de possuir uma boa rede de transportes, bem planejada, que
favoreça o deslocamento de cargas e de pessoas em massa. Na contramão, um problema comum de
países subdesenvolvidos como o Brasil, é a falta de investimento e planejamento no setor, travando o
escoamento de cargas. Isso também se aplica às grandes cidades, onde a experiência de uso do
transporte coletivo de massa não é das melhores, para a maioria das pessoas.
Sobre redes de comunicação, também é observada uma grande diferença entre países, a
infraestrutura encontrada em nações desenvolvidas é consideravelmente melhor, estimulando ainda mais
o seu desenvolvimento. Em países subdesenvolvidos, geralmente, há pouco investimento e planejamento
na implementação de novas tecnologias do setor de comunicação, resultando em uma rede deficiente e
que não cobre todos os espaços. Nos próximos textos, vamos entender melhor essas questões.
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As redes de transportes
O conceito de modais de transportes e suas aplicações

Diversas são as possibilidades de transportes, mercadorias e pessoas, podem se deslocar em


trens, aviões, ônibus, navios, dentre outros. Cada um configura um modal de transporte, ou seja, modal
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significa um modelo de transporte, por exemplo: Os trens configuram o modal ferroviário, navios e todo
tipo de transporte aquático estão associados ao transporte hidroviário, obviamente o transporte aéreo
está condicionado aos aviões, quando falamos em modal rodoviário nos referimos aos veículos que
trafegam pelas rodovias, são eles: caminhões, ônibus, carros etc. No Brasil, o modal rodoviário é o mais
utilizado.
Um modal de transporte que não podemos esquecer é o dutoviário, utilizado para o transporte
de produtos líquidos e gasosos. Esse tipo de transporte é realizado através de tubulações, muito comum
na condução de água, combustível e gás.
Agora que você já sabe o conceito de modal de transporte, sabe dizer qual é o melhor? Cada
tipo de carga requer um modal, o transporte ferroviário é excelente para levar grãos, como a soja e o
milho, por exemplo, ou minério, como o ferro. São cargas que não necessitam muitos cuidados no manejo
e que é transportada em grandes quantidades. Comparando com caminhões, um trem leva muito mais
soja, milho ou ferro, em um único frete, livre de trânsito. Em grandes cidades como Rio de Janeiro, para
o transporte de pessoas o modelo ferroviário também é ideal, não está sujeito ao trânsito típico das áreas
urbanas, percorre grandes distâncias e também diminui o número de veículos nas ruas e estradas,
favorecendo o trânsito.
Quando a carga a ser transportada requer mais cuidado e velocidade, como flores e vacinas,
por exemplo, o modal aéreo é o mais recomendado. O modal rodoviário é vantajoso para entrega direta
ao cliente e em espaços curtos. O modal hidroviário também possui grande capacidade de carga com
baixo custo de operação.
A escolha correta dos modais de transporte reduz os custos e melhora a vida das pessoas
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Transporte intermodal

Esse é um conceito bem simples de compreender, depois de aprender o que é um modal e


algumas características, saiba que transporte intermodal é aquele que envolve dois ou mais transportes
diferentes na mesma operação, é a junção ou integração dos modais, por exemplo: no Brasil, é muito
comum a soja, o milho ou minérios seguirem de trens ou caminhões até os portos e lá serem transferidos
para navios. As mercadorias que chegam ao nosso país, sobretudo por aviões ou navios, seguem para
seus destinos finais principalmente por vias rodoviárias. Nas grandes cidades brasileiras, é muito comum
as pessoas utilizarem o trem e o ônibus, na mesma viagem, para chegarem ao seu destino.
Essa possibilidade do transporte intermodal é muito benéfica, combina as qualidades de cada
modal, poupando tempo e dinheiro, poluindo menos, aumentado a segurança dos envolvidos no processo
e dos que estão próximos, alcançando áreas mais difíceis etc. Quando há o desejo de avançar em
transportes ou aprimorar esse setor, investir na integração dos modais, ou seja, na intermodalidade, não
pode ser ignorado. No Brasil, A necessidade de modais de transporte interligados justifica-se pelas
grandes distâncias e a busca da redução dos custos de transporte.

Transportes no Brasil

A história dos transportes no Brasil

Os sistemas de transportes no Brasil têm início no século XIX, com a construção de algumas
ferrovias e, mais tarde, com a expansão da malha rodoviária. A denominada “Era das Ferrovias” marcou
o período de expansão da malha ferroviária no país, que durou de 1870 a 1920, sendo a “Estrada de
Ferro Mauá”, a primeira ferrovia do país, inaugurada em 1854.
Essas ferrovias foram construídas para escoar a produção de café, com a crise de 1929 e
queda brusca nas exportações do produto, as ferrovias deixaram de receber investimentos e foram sendo
abandonadas, poucas foram mantidas, ampliadas e modernizadas. Isso representa um problema, para
um país de proporções continentais como o Brasil, grande produtor e exportador de gêneros agrícolas e
minerais, o transporte ferroviário seria a melhor opção, até mesmo para o deslocamento de pessoas.
No entanto, foi em meados do século XX com o processo de industrialização, que os governos
democráticos, os quais buscavam o desenvolvimento político, econômico e social do Brasil, focaram na
construção de estradas, pondo de lado, o sistema ferroviário, que passou a ser considerado lento e com
elevado preço de implementação (construção de linhas férreas), em relação ao transporte rodoviário.
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Os desafios atuais do setor de transportes no Brasil

Os transportes no Brasil sofrem de muitas carências. São inúmeros os pontos negativos que
apontam para a precariedade do sistema público de transportes do país, sobretudo o transporte terrestre,
posto que apresentam problemas como a superlotação, a insegurança e preços bem elevados.
Importante destacar que o sistema ferroviário permite o transporte de mais cargas pesadas em
relação aos outros transportes terrestres, entretanto, é utilizado cerca de 20% em todo o país, em
detrimento dos 60% do sistema rodoviário. Outro fator importante para refletir é que nosso país apresenta
grande quantidade de rios, lagos, lagoas e conta com uma grande costa marítima; no entanto, os
transportes aquáticos (ou aquaviários) tem pouca representatividade no Brasil, com um total de 13%.
No geral, o setor de transportes do país vem demonstrando que, embora tenha crescido nas
últimas décadas, há um longo caminho a trilhar, desde a melhoria das condições de transportes, uso do
potencial do modal aquaviário, dentre outras.
O investimento nessa área, a melhor avaliação do potencial e diversificação dos sistemas de
transporte são extremamente necessários para melhorar a qualidade de vida do cidadão, bem como
destacar a economia do Brasil no mercado mundial, ampliando assim, a capacidade de exportações e
importações.

As redes de comunicação
Introdução ao conceito

Quando falamos em redes ou meios de comunicação, estamos nos referindo às ferramentas e


elementos necessários para que pessoas ou grupos sociais possam se comunicar, estabelecer contato
mesmo à distância, podemos citar como exemplo de meios de comunicação, o rádio, a TV, a internet, o
telefone, satélites, jornais, revistas, dentre outros. Dessa forma, múltiplas informações são trocadas, e
essas redes de comunicação evoluem, estão sendo frequentemente melhoradas, e isso tem o poder de
mudar o mundo.
Para ter uma ideia de como essa evolução muda o mundo e as relações, pergunte aos mais
velhos como era a vida antes da internet ser popular, como eles faziam os trabalhos escolares e como
era depender dos telefones públicos. Você verá que em pouco mais de 20 anos essas evoluções das
ferramentas de comunicação causaram grandes transformações. Nos próximos textos, vamos
compreender como essa transformação ocorreu especificamente no Brasil. Antes do celular, a única
opção para se comunicar era o telefone público.

As redes de comunicação no Brasil

Podemos dizer que o século XX foi a era da revolução nos meios de comunicação, o rádio se
popularizou como instrumento de comunicação em massa, surgiu a comunicação via satélite, a TV, a
internet, o celular, o telefone se popularizou e tudo isso evoluiu.
No final dos anos 1990, a internet já era uma realidade no Brasil, mas algo muito distante para
as pessoas comuns, o elevado custo dos computadores e do sinal de internet cuja velocidade não se
compara a atual, fazia com que apenas empresas, órgãos do governo e pessoa com elevado poder
aquisitivo conseguissem desfrutar dessa tecnologia que, comparado ao padrão atual, era pouco
satisfatório.
O telefone fixo, por sua vez, até o final dos anos 1990, alguém interessado precisaria
desembolsar cerca de cinco mil dólares só para ter o equipamento em sua residência. O telefone público
era muito útil, pois a grande maioria das pessoas não tinham condições financeiras para custear o
aparelho em casa. Ter um celular ou um telefone fixo em casa nessa época era sinal de status.
Podemos dizer que o fator responsável por popularizar o telefone fixo, as linhas de celulares e
o sinal de internet no Brasil foi a privatização da Telebrás, empresa estatal que era responsável pela
difusão e operação dos meios de telecomunicação no país, essa privatização ocorreu ainda nos anos
1990, e principalmente pela chegada de novas empresas do ramo, que estabeleceu uma concorrência no
setor, derrubando os preços, expandindo e aperfeiçoando a infraestrutura dessas redes.
Hoje o número de celulares ativos supera a população brasileira, o preço do minuto da ligação
de celular, segundo o Sinditelebrasil, caiu de R$ 1,05 em 1998 para R$ 0,09 em 2017, com impostos.
Outro fator importante foi o aumento expressivo da velocidade da internet, a atual banda larga supera,
em milhares de vezes, a velocidade alcançada pela conexão discada que era usada anteriormente.
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Antes da internet e com o custo elevado das ligações, mandar cartas era muito comum.

Os desafios da inclusão digital no Brasil

As novas tecnologias mudaram radicalmente a forma como vivemos, as múltiplas relações de


trabalho, estudo, consumo, alcance aos serviços públicos, entretenimento, dentre outros, se dão também
em um ambiente virtual. Ter acesso à internet e aos aparelhos necessários para estar conectado
possibilita ao indivíduo uma série de oportunidades, no entanto, a falta de investimento no setor e de
políticas públicas, faz aumentar as barreiras da exclusão digital, criando grupos sociais que ainda vivem
off-line.
Segundo Pesquisa de 2018, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), cerca de 25% de toda a população com 10 anos ou mais de idade, não utilizaram a rede no
período de referência do levantamento. Entre os motivos para a falta de acesso à internet, 41,6% disseram
que não sabiam usar a rede, 34,6% declararam falta de interesse, 17,5% declararam que o serviço ou o
equipamento eletrônico necessário eram caros, e 4,5% disseram que não havia serviço de internet
disponível nos locais que frequentava.
A indisponibilidade do serviço de internet é um empecilho especialmente em zonas rurais. Nas
periferias das grandes cidades brasileiras a oferta de internet banda larga por fibra óptica, não avançou
como deveria.
O problema é que sem acesso à rede, pessoas mais humildes ficam excluídas desse mundo
digital, onde até as matrículas em escolas, candidatar-se à vaga de emprego, divulgar o próprio negócio,
agendamento para retirada de documentos e outros serviços públicos, tudo se dá cada vez mais em um
ambiente virtual.
É preciso investir em treinamento para que as pessoas saibam como lidar com as novas
tecnologias, também é necessário investir em infraestrutura com o objetivo de que todas as áreas sejam
alcançadas, por último e não menos importante, os equipamentos necessários, computadores ou
smartphones, precisam ser acessíveis, e não um produto de acesso restrito.

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