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UNIVERSIDADES WUTIVI

FACULDADE DE ENGENHARIAS, ARQUITECTURA E PLANEAMENTO FISICO

Licenciatura em Engenharia Civil

4º Ano

Cadeira: Vias de Comunicação II

Estudo do Transporte Ferroviário e Dormentes de Madeira.

Discentes:

Celeste Guanbe

Élis Abubacar Mussa Sebo

Docente:

Edson Cumbe

Belo horizonte, Setembro de 2022


Índice
Introdução...................................................................................................................................................3
Objectivos....................................................................................................................................................4
Objectivo Geral............................................................................................................................................4
Objectivos Específicos.................................................................................................................................4
Metodologia de pesquisa............................................................................................................................4
Transporte...................................................................................................................................................5
Modais de transporte..................................................................................................................................5
Transporte ferroviário.................................................................................................................................6
Importância.................................................................................................................................................7
Vantagens e desvantagens dos transportes ferroviários.............................................................................8
Transporte ferroviário em Moçambique.....................................................................................................8
Transporte de passageiros;..........................................................................................................................9
Mercadorias..............................................................................................................................................10
Manuseamento de carga...........................................................................................................................11
Referencias................................................................................................................................................12
Introdução.................................................................................................................................................13
Superestrutura Ferroviária........................................................................................................................14
Dormentes.................................................................................................................................................15
Tipos de dormentes...................................................................................................................................15
Formas adotadas na produção de dormentes...........................................................................................16
Defeitos nos dormentes de madeira.........................................................................................................17
Etapas de produção de dormentes de madeira.........................................................................................18
Referências bibliográficas..........................................................................................................................21

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Introdução
As ferrovias desempenham um papel importante no desenvolvimento económico do pais,
facilitando as trocas comercias entrem países vizinhos. Para que o pais desenvolva é de grande
importância que os transportes ferroviários sejam eficientes, proporcionando a facilidade de
locomoção.

Segundo Vianna 2007 os países que tem boa infra-estrutura de transporte não a tem por serem
desenvolvidos. Antes, são desenvolvidos porque cuidaram, no devido tempo, das suas estradas e
das vias de transporte de todo tipo.

Os transportes ferroviários tem grande vantagem sobre os outros tipos de transportes terrestres
devido a sua grande capacidade de locomoção de carga e sua exclusividade com uma própria via,
não disputando lugar com os outros tipos de transportes, evitando atrasos.

Para santos 2011 as ferrovias abriram as portas do mundo ao comércio e a colonização.

Uma desvantagem do transporte ferroviário é sua necessidade de integração com outro modal de
carga, já que ele não consegue atender os centros urbanos, sendo assim, necessita do transporte
de caminhões para dar sequência as suas entregas.

Em Moçambique os transportes ferroviários desempenham um papel importante na locomoção


de pessoas e de cargas. A entidade responsável pelos transportes ferroviários em Moçambique é
a empresa CFM (caminhos de ferro de Moçambique). A presente pesquisa que tem como
principal objectivo

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Objectivos

Objectivo Geral
 A presente pesquisa tem como objectivo geral estudar o Transporte Ferroviário e
Dormentes de Madeira.

Objectivos Específicos
 Conceituar o transporte e os modais de transporte.
 Identificar os principais defeitos encontrados nos dormentes de madeira;
 Apresentar os processos para obtenção dos dormentes de madeira;
 Descrever as principais vantagens e desvantagens de dormentes de madeira.

Metodologia de pesquisa
Quanto aos procedimentos técnicos trata-se de uma pesquisa bibliográfica. Para Gil (2010) a
pesquisa bibliográfica é imprescindível na medida em que permite ao pesquisador a cobertura de
uma gama de fenómenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar directamente,
tornando-se particularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados muito
dispersos pelo espaço.

Esta pesquisa bibliográfica foi efectuada através de consultas em livros, jornais, artigos
científicos e internet.

Quanto aos objectivos, esta pesquisa caracteriza-se como sendo pesquisa descritiva. Segundo Gil
(2002, p.42), “a pesquisa descritiva tem como principal objectivo primordial a descrição das
características de determinada população ou fenómeno ou, então, o estabelecimento de relações
entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de
suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de colecta de
dados, tais como o questionário e a observação”.

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Transporte
Ballou (2006) define o transporte como uma área fundamental de decisões no logístico. O
transporte é, dentre as actividades logísticas, a que absorve a maior percentagem dos custos.

Conforme Bowersox, Closs (2001, p. 279),a funcionalidade dos transportes tem duas funções
principais: movimentação e armazenamento de produtos.

O transporte é necessário para a Movimentação dos produtos até a fase seguinte do processo de
fabricação ou até o local fisicamente mais próximo ao cliente final, estejam os produtos na forma
de materiais, componentes, produtos semiacabados ou produtos acabados.

A estocagem dos produtos é a função menos comum dos transportes, pois os veículos
representam um local de estocagem bastante caro mas ela pode ser justificada por uma
perspectiva de melhor desempenho ou custo total quando são considerados os custos de carga e
descarga.

Modais de transporte
Segundo Figueiredo, (2000, p. 129) os modais de transportes básicos são o ferroviário, o
rodoviário, o aquaviário, o dutoviário e o aéreo. A importância relativa de cada modal pode ser
medida em termos de quilometragem do sistema, volume de trafego, receita e natureza da
composição do tráfego.

As modalidades estão vinculadas ao desempenho de cada tipo de transporte no qual se relaciona


a preço, volume de carga, capacidade, flexibilidade, tempo de demora, terminais de cargas e
descarga, legislação, entre outros.

Para Figueiredo, Fleury, Wanker (2006, p. 248) os critérios de escolha de modais devem ser
levar em consideração aspectos de custos, por um lado, e características de serviços, por outro.
Em geral, quanto maior o desempenho em serviços, maior tende a ser o custo de mesmo.

Transporte aéreo

O transporte aéreo é o movimento de pessoas e mercadorias pelo ar com a utilização de aviões


ou helicópteros. É o modal mais rápido para ligar qualquer origem e destino, sendo entre os
locais de aeroportos. A necessidade de mercadoria no seu destino é que vai definir a necessidade
de um transporte aéreo (Dias, 2012).

Transporte dutoviário

Essa modalidade de transporte compreende a movimentação de gases, líquidos, grãos e minérios


por meio de tubulações.

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Segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) o transporte dutoviário pode ser
dividido em:

• Oleodutos, cujos produtos transportados são em sua grande maioria: petróleo, óleo
combustível, gasolina, diesel, álcool, GLP, querosene e nafta, e outros.

• Minerodutos, cujos produtos transportados são: Sal-gema, Minério de ferro e Concentrado


Fosfático.

• Gasodutos, cujo produto transportado é o gás natural.

Transporte aquaviário

O transporte aquaviário é aquele realizado por meio de barcos, navios ou balsas. Engloba tanto o
transporte marítimo, utilizando como via de comunicação os mares abertos, como o transporte
fluvial, por lagos e rios. É o transporte mais utilizado no comércio internacional.

Segundo Bertaglia (2009, p. 300), o transporte hidroviário usa o meio aquático, natural ou
artificial, para movimentar carga e passageiro. É um meio de transporte mais antigo. Muitos
descobridores desbravaram os mares em seus barcos em busca de novas terras.

Este modo de transporte cobre o essencial das matérias-primas (petróleo e derivados, carvão,
minério de ferro, cereais, bauxita, alumínio e fosfatos, entre outros). Paralelamente a estes
transportes a granel, o transporte aquático também cobre o transporte de produtos previamente
acondicionados em sacas, caixotes ou outro tipo de embalagens, conhecido como carga geral.

Transporte rodoviário

O transporte rodoviário é o transporte feito por estradas, rodovias, ruas e outras vias
pavimentadas ou não, com a intenção de movimentar materiais, pessoas ou animais de um
determinado ponto a outro. Segundo Bertaglia (2009, p. 297) o transporte rodoviário é o mais
independente dos transportes, uma vez que possibilita movimentar uma grande variedade de
materiais para qualquer destino, devido a sua flexibilidade, sendo utilizado para pequenas
encomendas, e curtas, médias ou longas distancias, por meio de colecta e entregas ponto a ponto.

Transporte ferroviário
O transporte ferroviário utiliza como via de locomoção a estrada de ferro e seus veículos são as
locomotivas e os vagões de carga. Esses conjuntos são chamados de trens. É o modal sem
flexibilidade, pois seus percursos são únicos. A capacidade dos trens e vagões varia conforme
seu tamanho e a carga para qual foram solicitados. Assim, manter-se informado das
características do transporte ferroviário só trará vantagens para o usuário. O modal ferroviário
transporta todo tipo de mercadoria, dependendo da viabilidade económica e tempo disponível.
Esse modal é apropriado para mercadorias agrícolas, minério de ferro, derivados de petróleo,

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produtos siderúrgicos, fertilizantes, cimento, areia, etc., pois são mercadorias de baixo valor
agregado e em grandes quantidades, para se ter um frete competitivo e não encarecer seu custo
final.

Figura 1: (transporte ferroviário)

Fonte: DW África

Importância
Silva e Raia (2013) afirmam que a mobilidade urbana é de fundamental importância para o
desenvolvimento, não apenas em relação ao meio urbano, mas também porque contribui
demasiadamente para a qualidade de vida na cidade. É necessário que para o desenvolvimento
das cidades haja assistência do transporte colectivo em todas as regiões da cidade, ampliando a
utilização do uso e ocupação do solo.

Outra importância dos transportes ferroviário é de:

 Criação de empregos;
 Património histórico;
 Competividade;
 Baixo custo;
 Sustentabilidade.

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Vantagens e desvantagens dos transportes ferroviários
Em Moçambique o sector dos transportes ferroviários é pouco explorado.

Vantagens

 Maior competividade
 Maior protecção das cargas transportadas
 Economico e rápido
 Baixo custo de manutenção
 Menor impacto ambienta

Desvantagem

 Rotas fixas
 Auxílio de outros modais
 Elevado investimento na instalação de trilhos

Transporte ferroviário em Moçambique


A Estação Ferroviária de Maputo foi projectada em 1905. As obras de construção iniciaram em
1908, tendo a estação sido inaugurada a 19 de Março de 1910. As obras ficaram concluídas em
1916 com a arquitectura que ainda hoje apresenta.

Figura 2: (transporte ferroviário em Mocambiquue)

Fonte: Jornal noticia

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Os principais serviços prestados pelos transporte ferroviários em Moçambique são:

Transporte de passageiros;

Transporte de mercadoria

Manuseamento de carga;

Transporte de passageiros;
A procura do transporte ferroviário de passageiros tende a crescer nos últimos tempos. O CFM
tem vindo a envidar esforços tendentes a dar resposta a esta procura, contribuindo para minorar a
angústia e o sofrimento de milhares de cidadãos que diariamente procuram este serviço.

Neste momento, ao nível do Sistema Ferroviário Sul, o CFM realiza comboios diários de
passageiros nas Linhas de Goba, Ressano Garcia e Limpopo.

Para além do serviço de longo curso, a empresa realiza um serviço interurbano de passageiros
ligando a Cidade de Maputo a Matola-Gare e Marracuene, garantindo assim a circulação de
milhares de pessoas e bens.

A nível da Região Centro, temos os comboios que circulam entre a cidade da Beira e a Vila de
Moatize, e entre a cidade da Beira e Vila fronteiriça de Machipanda.

Relativamente à região norte, o transporte de passageiros é assegurado pela Concessionária


CDN- Corredor de Desenvolvimento do Norte.

Nosso compromisso e desafio é procurar formas de alocar mais meios para que possamos
realizar este serviço essencial para a nossa população com a necessária comodidade, segurança e
eficiência.

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Trata-se de um desafio complexo em virtude dos crescentes custos que esta operação acarreta,
mas não nos devemos furtar da nossa responsabilidade neste domínio de serviço público.

Figura 3: (transporte de passageiro)

Fonte: Jornal noticia

Mercadorias

Para além do serviço de transporte de passageiros, a nossa empresa exerce, também, como
actividade principal, a logística de transporte de mercadorias diversas, para além, obviamente, do
carvão.

Nosso desafio centra-se para o reforço e melhoria da capacidade de tracção na área ferroviária,
de modo a responder à demanda crescente do serviço de transporte de mercadorias, incluindo o
carvão que está a ser extraído em Tete.

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Figura 4: (transporte de mercadoria)

Fonte: VALE

Manuseamento de carga
O manuseamento portuário de mercadorias ao nível interno do País (Cabotagem), as trocas
comerciais do País com o exterior (importações e exportações de Moçambique) e o trânsito de
mercadorias dos Países da região através dos nossos Portos, tem sido, nos últimos anos,
extremamente positivo.

Esse crescimento é graças ao nosso compromisso de trabalhar tendo em vista a melhorar as


nossas infra-estruturas para proporcionar serviços de excelência para os utilizadores,
contribuindo para o desenvolvimento económico do nosso país.

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Referencias
ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres. Disponível em:
<http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/4964/Dutoviario.html>. Acessado a 08 de
Agosto de 2022

ANTF - Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários. Disponível em:


<http://www.antf.org.br/index.php>. Acessado em 10 de Agosto de 2022.

AMÉRICA LATINA LOGÍSTICA. Transporte Ferroviário, 2015. Disponível em:


<http://www.all-logistica.com/ri>. Acessado a 10 agosto. 2022.

Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) <http:www.cfm.mz/ fã/PT> Acessado em 10 de


agosto 2022

SOARES, Edson. Transportes, 2008. Disponível em:


<http://www.edilsonsoares.com.br/artigos/artigo.asp>. Acessado em: 9 agosto. 2022.

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Introdução
Antigamente, os dormentes de madeira não eram padronizados. Geralmente eles possuíam
formas roliças e eram produzidos de madeiras nobres como, por exemplo, a Astronium
urundeuva (aroeira do sertão), Tecoma impetiginosa (Ipê roxo), Ferreirea spectabilis (Sucupira
amarela), Machaerium scleroxylon (Caviúna), etc, PEREIRA e MAINIERI (1949).

Porém, devido aos grandes impactos ambientais, ficou inviável actualmente, a confecção de
dormentes com estes tipos de madeira, utilizando-se assim madeiras com mais 50 alburno
(madeira branca) e que necessitam de tratamento químico para aumentar a resistência ao
apodrecimento, como os eucaliptos.

Contudo, a madeira continua sendo considerada o melhor material para produção de dormentes a
serem utilizados em linhas de tráfego pesado devido às suas diversas qualidades e estes tipos de
dormentes ainda são predominantes na maioria das vias de carga brasileiras e internacionais.

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Superestrutura Ferroviária
A superestrutura das estradas de ferro é constituída pela via permanente, que está sujeita a acção
de desgaste provocada pelos veículos e pelo tempo. Esta parte deve ser construída de modo a que
possa ser renovada conforme se fizer necessário (BRINA, 1988). Os elementos da via
permanente são:

 Sublastro;
 Lastro;
 Dormente;
 Fixações;
 Placa de apoio;
 Trilho;
 Tala de junção;
 Aparelho de mudança de via.
A Figura abaixo mostra o corte esquemático dos principais elementos que compõem a via
férrea.

Figura 1: Desenho esquemático de uma estrutura ferroviária.

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Fonte: PORTO (2006).

Dormentes
O dormente é o elemento da superestrutura ferroviária que tem por função receber e transmitir ao
lastro os esforços produzidos pelas cargas dos veículos, servindo de suporte dos trilhos,
permitindo a sua fixação e mantendo invariável a distância entre eles. (BRINA, 1979).

“Receber e transmitir para o lastro os esforços produzidos pelos vagões/locos, servir de suporte
para os trilhos, permitir sua fixação e manter invariável a bitola da linha” (VIDON, 2012).

Tipos de dormentes
 Dormente de Madeira;
 Dormente de Aço;
 Dormente de Concreto;
 Dormentes Poliméricos.
Dormentes de madeira

É o principal tipo de dormente pois reúne quase todas as qualidades exigidas para o dormente.
Devido a escassez de madeira de lei e o reflorestamento deficiente, o custo está alto. Para se usar
a madeira comum, esta deve receber um tratamento químico.

A madeira apresenta propriedades mecânicas adequadas, como:

 Resistência às tensões atuantes;


 Elevado módulo de elasticidade;
 Grande flexibilidade.
No Brasil a madeira mais utilizada é a sucupira (um tipo de eucalipto) (BRINA, 1979), por
possuir melhor fixação ao trilho (DNIT). Uma vantagem desse material é que ele pode ser feito a
partir de reflorestamento, como o de eucalipto (ALVEZ, 2005). Além disso, ao ser substituído
pode ser utilizado, ainda, como mourões, lenha ou outra forma de reciclagem. Isso ajuda a
diminuir o impacto ambiental das ferrovias (BORGES, 2012).

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Figura 2: Dormente de madeira.

(Fonte: http://www.prema.com.br/wp-content/uploads/2016/04/Crossties1_848.jpg)

Formas adotadas na produção de dormentes


Dormente de madeira

 Prismático;
 Trapezoidal;
 Duas fases
 Roliças.
Condicionantes para a escolha do dormente de madeira

 Resistência a destruição mecânica (coesão e dureza);


 Resistência ao apodrecimento;
 Facilidade de obtenção;
 Razões económicas.
Espécies utilizadas

Primeira classe (madeira de lei) - sucupira, aroeira, jacarandá, angico, ipê, etc… (estas
madeiras não precisam de tratamento).

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Primeira classe- Angelim, araribá, braúna, jatobá, peroba, eucalipto, etc.… (tratamento
químico- fungicida e impermeabilizante).

Segundo BRINA (1979) vários são os fatores que influenciam nesse quesito de qualidade de
madeira, tais como:

 Clima;
 Drenagem da via;
 Velocidade dos trens;
 Época do ano do corte da madeira;
 Tempo e grau de secagem;
 Tipo de lastro e tipo de apoio do trilho;
 Tipo de fixação do trilho usado.
Por fim, a vida útil do dormente de madeira é dependente, também, da resistência ao
apodrecimento e desgaste mecânico da peça (BRINA, 1979).

Defeitos nos dormentes de madeira


Os defeitos nos dormentes de madeira podem surgir tanto na sua fabricação quanto ao longo de
sua vida útil. Os principais defeitos encontrados nos dormentes novos de madeira são devido ao
pouco controle de qualidade no processo de fabricação. São eles:

 Presença de casca;
 Podridão;
 Nós, saliências, reentrâncias, Rachaduras e fendas longitudinais nas zonas de fixação;
 Rachas anelares;
 Rachas na direção longitudinal do dormente;
 Umidade acima de 30% ;
 Dormentes fora do padrão de dimensão;
 Fendilhamento prematuro.

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Os defeitos de fabricação diminuem a vida útil dos dormentes de madeira, podendo já ser
rejeitados antes mesmo de serem aplicados. Os defeitos que surgem ao longo da vida útil dos
dormentes de madeira são:

 Desgaste mecânico na região de pregação: ocorre quando a pressão nos dormentes sob
as placas de apoio torna-se excessiva, gerando “afundamento” da placa no dormente e
alargamento dos furos.
 Apodrecimento: conseqüência de ambientes úmidos e quentes, que propiciam à
madeira características ideais para a instalação e reprodução de insetos e fungos.
Geralmente, o apodrecimento se inicia na região de pregação das placas de apoio,
sendo essa a zona mais vulnerável.
 Fratura no centro: a fratura no centro do dormente é causada pela falta de manutenção
no lastro e baixa resistência à flexão do dormente.
 Avaria devido a acidentes.
Os dormentes de madeira precisam passar por processo de tratamento para evitar o
apodrecimento. No entanto, esse tratamento não aumenta a resistência mecânica da madeira. A
vida útil dos dormentes de madeira é proporcional à qualidade da madeira, sua produção e
condições operacionais da via.

Etapas de produção de dormentes de madeira


 As árvores devem ser abatidas no inverno, para que estejam armazenando a menor
quantidade de seiva, possível;
 O descascamento e corte devem ser feitos imediatamente após o corte para evitar a
“coagulação” da seiva (que dificultaria a absorção do preservativo);

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 O processo deve ser aplicado quando o teor de umidade da madeira for menor que 30%
(seca ao ar ou em estufa);
 A secagem ao ar exige cerca de 4 a 6 meses de espera;
 Devem ser tomadas providências para evitarem-se as rachaduras (instalação de
abraçadeiras, grampos, etc.);
 A contaminação por fungos, deve ser evitada com aplicação de conservantes apropriados
(pulverizações).
Por fim, podemos elencar algumas das vantagens e desvantagens dos dormentes de madeira
(BORGES, 2012):

Vantagens

 Menor custo inicial;


 Resistem a grandes cargas por eixo;
 Grande flexibilidade;
 Rolamento suave;
 Elasticidade;
 Fácil manuseio;
 Bom isolamento elétrico;
 Permite instalação nas juntas;
 Absorve melhor as consequências de um descarrilamento;
 Aceita reutilização em outras bitolas diferentes;
 Permite o uso da maioria dos tipos de fixação;
 Possibilita a mudança do perfil do trilho sem troca do dormente.
Desvantagens

 Necessita de tratamento;
 É inflamável;
 Necessita de grandes áreas e de mobilização de razoável capital, para secagem e
tratamento; Necessita de um política de reflorestamento consistente e constante;
 Perda gradativa de resistência ao deslocamento das fixações rígidas;

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 Maior interferência com manutenção de via;
 Vida útil decrescente;
 Crescente escassez da matéria prima.

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Referências bibliográficas

ALVES, G.K.A; SINAY, M. C.F (2005). Os dormentes ferroviários, seu tratamento e o meio
ambiente. In: CONGRESSO DO RIO DE TRANSPORTES, 3.,Anais. Rio de Janeiro: Rio de
transportes, 2005.p.1-8

BORGES NETO, Carlos. Manual Didático de Ferrovias. Universidade Federal do Paraná, 2012.

BRINA, Helvécio Lapertosa. Estradas de Ferro 1. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos
S.A., 1979.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES - DNIT.


Histórico das ferrovias brasileiras. Disponível em: < www.dnit.gov.br/menu/ferrovias/historico>.
Acesso em agosto de 2022.

PORTO, T. G. (2006). PTR-2501 Ferrovia. Escola Politécnica da Universiade de São Paulo, 81.
Acesso em Novembro de 2022, disponível em http://files.labtopope.webnode.com/200000811-
987fc9a724/APOSTILA_PTR_2501_FERROVIA_USP_2006.pdf

VIDON, Walter Junior. Via Permanente. Notas de Aula da disciplina do Curso de Especialização
em Transporte Ferroviário de Cargas, IME, Rio de Janeiro, 2012.

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