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OS TRANSPORTES – O GRANDE MOTOR DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E

SOCIAL DO MUNDO DE HOJE

– Explica o desenvolvimento dos transportes no desenvolvimento económico e social.

Os transportes constituem hoje um dos sectores vitais da economia mundial,


desempenhando um papel de 1o plano no desenvolvimento de todas as atividades
económicas e no progresso social.
Com efeito, eles têm:

Função económica:
 intensificam as trocas comerciais e, consequentemente a produção;
 facilitam a divisão internacional do trabalho;
 influenciam a repartição espacial das atividades económicas, o que facilita a
sua dispersão geográfica e atenua (?), por consequência, os desequilíbrios
socioeconómicos regionais;
 estruturam o espaço urbano;
 quebram o isolamento das regiões desfavorecidas;
 flexibilizam a localização industrial;
 geram uma multiplicidade de serviços;
 criam grande número de empregos

Função social:
 respondem à crescente mobilidade das populações ex.: movimentos
pendulares,
 viagens de negócios e de lazer, atividade política, migrações, etc.
estimulam os fluxos turísticos;
 facilitam o intercâmbio cultural de técnicas e de conhecimentos;
 constituem um fator de aproximação de povos e culturas

Sempre que há um conflito – ex.: greves, bloqueios, com alguma dimensão no sector
dos transportes, toda a economia é mais ou menos afetada, pelas perturbações de
efeitos
multiplicadores que a paralisação dos transportes provoca:
- é a atividade industrial que fica impedida de receber matérias-primas e de expedir
atempadamente os seus produtos;
- é o comércio que não é abastecido comprometendo o seu volume de negócios;
- são as pessoas que ficam impossibilitadas de se dirigirem para os seus empregos, etc.
O mundo em que vivemos caracteriza-se pela crescente interdependência
existente entre as diferentes regiões e a crescente mobilidade da população – os
movimentos das pessoas e as trocas comerciais são cada vez mais intensos e mais
rápidos, processando-se através do espaço aéreo ou marítimo e das redes
rodoviárias e ferroviárias.
“O rápido desenvolvimento das telecomunicações poderá levar a uma certa
diminuição relativa da importância dos transportes, sobretudo ao nível do movimento
das pessoas.”

Acessibilidade.
A forma como cada lugar se posiciona numa rede de transportes, o que lhe confere
maior ou menor facilidade de acesso.

Fatores que influenciam a acessibilidade de um lugar


A quantidade e a qualidade dos meios e modos de transporte

Em Portugal, o inegável desenvolvimento dos serviços de transportes, em particular da


rede rodoviária e o crescimento do parque automóvel, têm vindo a produzir efeitos
muito positivos sobre o tecido económico e social do nosso país pois permitiu
melhorar as acessibilidades (é a maior ou menor facilidade com que se pode atingir um
determinado lugar) interna e internacional.
O aumento da eficiência em termos de acessibilidade permite:

 a correção das assimetrias espaciais e do ordenamento do território;


 uma maior homogeneidade territorial no acesso aos equipamentos, o que
contribui
para a melhoria da qualidade de vida das populações;
 uma melhor e mais rápida mobilidade dos produtos (industriais e agrícolas)
entre as
zonas de produção e os mercados de consumo;
 uma maior facilidade de movimentos das pessoas em viagens de negócios,
lazer,
turismo, etc.

A necessidade de movimentar bens, pessoas, informação e capitais leva ao


estabelecimento de ligações entre cidades a nível nacional ou internacional, e entra
cada cidade e a região envolvente. Estas ligações correspondem a canais ou eixos
de circulação entre povoações, que ficam assim conectadas (ligadas). Este conjunto
de ligações, asseguradas por um meio de transporte ou de comunicação de
qualquer tipo, e os respetivos nós (pontos correspondentes às povoações
conectadas) constituem uma rede.

As redes são sempre hierarquizadas, isto é, são constituídas por um conjunto de


poucos eixos ou canais super utilizados, e um conjunto mais numeroso de canais
menos utilizados, ditos tributários.

As principais redes de transporte de acordo com os modos de transporte são:

rede rodoviária, ferroviária, marítima e aérea


Importância para a população em geral, e para os agentes económicos
em particular, da melhoria das vias de comunicação e transportes e sua conexão com a
rede europeia.

A melhoria das vias de comunicação e transportes e sua conexão com a rede europeia,
também facilitam:
 o acesso a grandes eixos internacionais de transporte, com o consequente
incremento das inter-relações comunitárias, assegurando às populações e
agentes económicos iguais oportunidades de aceder a níveis de serviço
elevados e com características idênticas;
 a colocação de produtos portugueses nos mercados internacionais e a captação
de procura turística e de investimentos estrangeiros, especialmente no sector
produtivo;
 proporcionam uma maior dispersão geográfica das atividades produtivas - o
que conjugado com a utilização das telecomunicações permite minimizar a
necessidade de elevados graus de concentração espacial das atividades
económicas com a consequente redução dos custos sociais que esse
congestionamento implica.

A importância relativa dos diferentes modos de transporte

Apesar das diferenças que existem entre nos diferentes modos de transporte, todos
tem, nas últimas décadas, registado um conjunto de alterações e de inovações
tecnológicas que possibilitam a prestação de um serviço de maior qualidade – os
transportam adquiriram uma maior velocidade e comodidade, tornando as ligações
mais rápidas e mais seguras e permitindo uma redução dos custos e uma
especialização do serviço prestado.

Fatores a considerar na escolha do tipo de transporte a utilizar:

O modo de transporte a utilizar depende da conjugação de vários fatores, tais como:

1. as distâncias a percorrer;
2. o custo médio do transporte por unidade de distância percorrida e por unidade
transportada;
3. os tempos gastos nos percursos (distância –tempo);
4. o tipo de mercadorias a transportar – natureza e características do que se pretende
transportar (fragilidade, dimensão, peso e o grau de perecibilidade);
5. a natureza do transporte (mercadorias/passageiros);
6. a maior ou menor comodidade;
7. a maior ou menor segurança;
Vivemos num mundo onde prevalecem os valores da globalização e da
internacionalização das economias e das sociedades (reforçada com a assinatura de
tratados comerciais entre vários países e a constituição de espaços económicos
internacionais como a União Europeia).
Todos os fluxos de mercadorias, pessoas, capitais e informação (que se
verificam quer a nível nacional, quer a nível mundial) só são possíveis se
servidos por meios de transporte e de comunicação eficazes e adequados.

8. o trajeto a percorrer (ex. intercontinental) e as acessibilidades aos locais de partida


ou
de chegada;
9. os modos de transporte postos à disposição dos utilizadores.
10. O maior ou menor consumo de energia
11. A topografia
12. A maior ou menor flexibilidades de itinerários/horários.
13. As necessidades de descansar/ trabalhar durante o trajeto.

Rodoviário

Dentro dos transportes terrestres, podemos identificar :

• O transporte Ferroviário
• O transporte de Energia
• O transporte Rodoviário

Os transportes rodoviários :
1. São os mais utilizados em todo o mundo, sustentando grande parte das
deslocações de pessoas e bens.
2. Tem sofrido um grande desenvolvimento tecnológico e modernização,
quer no parque automóvel no que respeita aos veículos pesados e aos ligeiros,
quer das infra-estruturas (pontes, túneis, estradas e auto-estradas) o que
contribuiu para aumentar a sua importância no tráfego de passageiros e no de
mercadorias diversificadas.

Pontos Fortes:

1. Democratização das deslocações


É económico, fiável e acessível aos indivíduos de quase todas as condições sociais.

2. Muito competitivo para curtas e médias distâncias


É prático, rápido e económico.

3. Independente
Não confinado a trajetos predefinidos, permite deslocações flexíveis entre a
origem e o destino (“porta-a-porta”), horários adaptados e elevado conforto.
4. Favorece a expansão urbana
Proporciona elevada mobilidade e o aumento das distâncias entre as áreas de
residência e de trabalho (movimentos pendulares);

5. Apresenta um crescente grau de especialização (frigoríficos, cisternas,


contentores,...);

6. Maior capacidade de carga (veículos longos), o que lhe permite uma maior
autonomia;

7. Rapidez nas operações de carga e descarga, sendo o transporte mais adequado para
mercadorias com pouco volume e peso;

8. Possibilita assegurar a entrega rápida, segura e eficiente de pequenas


cargas, o que permite reduzir os stocks dos recetores;

9. Elevada cobertura geográfica - elevado número de vias e uma rede


ramificada;

10. Não exige grandes investimentos, para além das estradas;

11. Intermodalidade
É o que melhor articula com os outros modos de transporte.
Exemplo: garante o transporte desde as unidades de produção (fábricas,
oficinas, ...) até ao barco, comboio, avião e, posteriormente, destes para os
locais de consumo.

Inconvenientes:

1. Grande ocupação de espaço, em resultado da construção de inúmeras


estradas;

2. Reduzida capacidade de carga face aos transportes ferroviário e marítimo;

3. Grande sujeição aos congestionamentos de tráfego provocados pelo elevado


número de veículos em circulação (responsável pelo stress e pelo aumento da
distância-tempo e da distância-custo ).

4. Elevado consumo energético (aumenta a dependência externa);

5. Impacto ambiental negativo (poluição atmosférica, sonora e dos solos e perda de


biodiversidade e de terrenos agrícolas);

6. Problemas de estacionamento (custos ou dificuldades);

7. A sinistralidade rodoviária
Nos últimos vinte anos (2002-2021) o número de vítimas mortais em Portugal reduziu
73%, e na rede IP a redução foi de 83%.

Causas da elevada sinistralidade:

1. Atitude incorreta do condutor ex.: elevada taxa de álcool no sangue, velocidade


excessiva, manobras perigosas;

2. Más condições do veículo

3. Má sinalização;

4. Mau traçado das estradas (curvasacentuadas, fortes declives);

5. Condições atmosféricas desfavoráveis.

Alternativas

 Aposta nos transportes coletivos públicos / mobilidade suave;

 Aposta na mobilidade suave

1. Custa menos à comunidade;


2. Necessita de menos espaço público;
3. É menos intensivo em termos de energia;
4. Polui menos;
5. É mais seguro;
6. Melhora a acessibilidade ao emprego.
7. Oferece mobilidade para todos.

Para melhorar as condições de mobilidade, nada melhor do que conhecer a forma


como as pessoas utilizam o espaço, para que, a partir desse conhecimento, se possa
fazer um planeamento adequado e orientado.

-A monitorização da mobilidade permite conhecer a realidade e as dinâmicas


de diferentes espaços de forma precisa e compreender tendências atuais e
futuras.

-Ter em conta estes dados na altura de responder às necessidades dos


habitantes torna os investimentos mais seguros e a gestão de recursos mais
eficiente.

-Investir na mobilidade sustentável promove a cidade eafeta diretamente o


desenvolvimento social e económico de uma região, uma vez que a melhoria
dos acessos a recursos, serviços, mercado de trabalho e pontos turísticosirá
também trazer mais competitividade e eficiência para a região e um
significativo aumento da qualidade de vida da população.

-O dispositivo CITIX 3D da Eco-Counter, que chegou recentemente ao mercado


oacional. É uma tecnologia que permite classificar vários tipos de utilizadores
(peões, ciclistas e três tipos de veículos) e criar vários pontos de contagem com
apenas um equipamento. Este foi o equipamento vencedor do Prémio Inovação
da Intertraffic2018 na categoria de “Traffic Management”.

Tecnologias sustentáveis

 Câmara Municipal de Copenhaga tem como objectivo melhorar a qualidade do


ar, da poluição sonora e tornar a cidade livre de dióxido de carbono até 2025.
Assim tem apostado nos carros eléctricos e distribuiu bases de carregamento
pela cidade, junto a parques de estacionamento e casas, permitindo assim um
fácil acesso e um re-carregamento rápido dos novos carros eléctricos.

 Melhor planeamento estratégico das vias;

 Normas de segurança mais rigorosas

 Campanhas de Segurança Rodoviária

 Inclusão nos programas escolares da mobilidade

 Segura e Sustentável

Aposta na Intermodalidade (funcionamento articulado entre diferentes modos de


transporte)

O transporte intermodal permite:

 Reduzir os custos de transporte;

 Aumentar a segurança rodoviária;

 Diminuir os índices de poluição, o consumo de energia e os congestionamentos


de
trânsito;

 Rentabilizar outros transportes.


Ferroviário

Pontos Fortes:

1.Reduzido consumo de energia por unidade transportada;


2.Os menores custos ao nível do transporte de mercadorias pesadas e volumosas,
a médias e a longas distâncias (superiores a 150km);
3. Maior capacidade de carga, em relação ao transporte rodoviário e aéreo;
4.Transporte terrestre excelente para: combustíveis minerais, cimentos, adubos,
produtos alimentares, forragens, veículos;
5. Aumento da velocidade média das deslocações;
6. Menor ocupação do espaço pelas vias-férreas;
7 . Maior facilidade de circulação;
8. Permite descongestionar o trânsito e melhorar as acessibilidades;
9. Menor poluição;
10. Maior segurança, sem formalidades de embarque e sem restrições de circulação;
11. Maior conforto;
12. Desempenha um papel fundamental nas áreas metropolitanas;
13. Centralidade das gares ferroviárias.

Pontos Fracos:
1. A exclusividade da exploração limita a sua capacidade concorrencial;
2. A maior parte da rede é constituída uma via única;
3. Fraca flexibilidade;
4. Necessita frequentemente de transbordo;
5. Dependente de horários rígidos;
6. Lentidão na maior parte dos itinerários;
7.Traçado limitado pela topografia;
8. Existência de material circulante obsoleto, inseguro e incómodo;
9. Necessidade de modernizar o sistema de telecomunicações para aumentar a sua
fiabilidade;
10. Muitas passagens de nível;
11. Elevados custos de exploração/ manutenção das infra-estruturas (vias e estações)
e do material circulante (comboios), pelo que só se torna economicamente viável para
grande volume de passageiros e mercadorias;
12. A oferta pauta-se por falta de eficácia;
13. Rede pouco modernizada;
14. A rede ferroviária não se encontra uniformemente distribuída.
15. Concorrência:
-do transporte rodoviário (para curtas e médias distâncias),
- do transporte aéreo (para distâncias superiores a 600km).
Soluções:

• Criação e reativação de mais troços.


• Maior flexibilidade de horários.
• Desenvolvimento de uma rede mais densa e acessível.
• Modernização de algumas linhas e obras de beneficiação ex.:
investimentos no domínio da qualidade das vias, da sinalização e do
controlo de velocidade e a eletrificação total de algumas linhas
• Articulação deste meio de transporte com outros.

Prevê-se um crescimento do transporte ferroviário, devido:

1- aos altos níveis de poluição provocados pelos veículos automóveis e o elevado


consumo de combustíveis.
2- ao congestionamento da rede viária na Europa;
3- às fortes pressões para reduzir o tráfego rodoviário dos camiões nas estradas
europeias;
4- à expansão do TGV.

Hoje em dia, a comodidade, segurança, insonorização e rapidez permitem ao comboio


de alta velocidade competir com o avião e o transporte rodoviário a médias distâncias.

O metro de Lisboa é limpo, apresenta umas belas estações, e tem continuado em


expansão desde a sua inauguração em 1959. São quatro linhas que ligam a frente
ribeirinha à zona norte da cidade e aos subúrbios da Amadora e Odivelas, mas não
chega a Belém ou ao centro de Alfama. Ainda assim, o metro é a melhor maneira de
chegar a muitas das atrações e hotéis da cidade entre as 6h30 e a 1h00. Passa a cada
dois minutos em cada estação durante a hora de ponta, e a cada 5 a 7 minutos nos
outros períodos. Vários projetos artísticos decoram a maioria das estações, incluindo
painéis de azulejos de artistas contemporâneos. A linha vermelha é a mais
impressionante, mas outras estações desta galeria subterrânea também apresentam
obras de destacados artistas portugueses.

O Metro do Porto usa um cartão com chip chamado Andante que é intermodal,
podendo ser usado noutras transportadoras da Área Metropolitana do Porto, como
STCP ou CP. A adoção deste cartão fez do Metro do Porto a primeira infraestrutura de
transportes públicos no mundo a usar bilhetes de baixo-custo sem contacto, podendo
o utente manter o cartão na bolsa ou na carteira tendo unicamente que a passar
pelo scanner para validar a viagem.
Existem duas versões do bilhete: o Andante (azul) e o Andante Gold.
•O Andante azul é um bilhete para viagens ocasionais e necessita de ser carregado
com um determinado número de viagens, se forem carregadas 10 viagens, uma é
oferecida.
•O Andante Gold é um passe que permite um número ilimitado de viagens durante um
mês, podendo este ser carregado numa caixa multibanco.

Transporte aéreo

O Transporte aéreo é o movimento de pessoas e mercadorias pelo ar com a utilização


de aviões ou helicópteros.
O transporte aéreo é usado preferencialmente para movimentar passageiros ou
mercadorias urgentes, perecíveis ou de alto valor.
A partir da II GGM a aviação comercial assistiu a um grande desenvolvimento,
transformando o avião num dos principais meios de transporte de passageiros e
mercadorias no contexto mundial.

 Quanto maior o movimento em um aeroporto, maior a importância comercial


ou turística da região em que está inserido.

 Os aeroportos que servem como HUBs, funcionam como ponto de encontro


entre frotas internacionais e regionais. É onde ocorrem as conexões, que
permitem aos passageiros escolher livremente suas origens e destinos, sem a
necessidade de um voo direto entre ambos.

Em Portugal, o transporte aéreo é ainda pouco utilizado nas deslocações internas,


dada a reduzida dimensão do nosso país e à deficiente rede de aeroportos
e aeródromos. No entanto, é o meio de eleição para as deslocações entre o continente
e as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores.

Vantagens

1. Grande rapidez com que pessoas e mercadorias chegam ao seu destino:


permite viajar a mais de 1000km/h - os aviões são o modo de transporte que
mais contribui para a diminuição da distância tempo entre diferentes lugares,
permitindo uma maior mobilidade às pessoas. Modo de transporte privilegiado
para deslocações de longo curso;
2. Liberdade de movimentos – a ausência de itinerários totalmente fixos, uma vez
que os aviões sobrevoam continentes e oceanos, e a possibilidade de alcançar
lugares anteriormente inacessíveis aos restantes modos de transporte;
3. A existência de pequenos aeródromos ou heliportos permitem utilizar
pequenos aviões e helicópteros que efetuam viagens rápidas e por vezes muito
úteis como por exemplo quando ocorrem incêndios, acidentes ou catástrofes
em locais de difícil acesso;
4. Os elevados níveis de conforto;
5. A vulgarização crescente e a utilização por franjas mais alargadas da população,
com o aparecimento da tarifa económica (low - cost);
6. A grande segurança e a constante evolução tecnológica e a formação de
pessoal especializado, fizeram deste meio de transporte, o que detém a menor
taxa de acidentes relativamente ao número de pessoas e ao volume de
mercadorias transportados;
7. Aumento de flexibilidade: a possibilidade de criação de voos não regulares para
o transporte de passageiros a grandes distâncias permite praticar preços cada
vez mais económicos;
8. É especialmente indicado para o transporte de mercadorias leves, pouco
volumosas, e de grande valor unitário e/ou perecíveis;
9. Em Portugal assume uma importância fundamental nas ligações do continente
aos arquipélagos da Madeira e dos Açores.

Desvantagens

1. O elevado custo de transporte por unidade transportada;


2. A fraca capacidade de carga;
3. Apresenta elevados custos na construção e manutenção das infraestruturas
(aeroportos) e das aeronaves e despesas com o pessoal muito especializado. Por outro
lado, os custos e a manutenção de cada avião são bastante elevados.
4. O grande consumo de combustíveis e os elevados níveis de poluição atmosférica e
sonora;
5. Com as taxas de crescimento que o sector da aviação tem apresentado, surge a
necessidade de construir novos aeroportos e de encontrar áreas disponíveis com a
dimensão suficiente para albergar este tipo de infra-estrutura relativamente perto dos
centros urbanos;
6. A relativa lentidão que, por vezes, se verifica no embarque e desembarque nos
aeroportos;
7. A localização de alguns aeroportos é problemática devido ao crescimento urbano
no espaço envolvente.
8. Exige, com frequência transbordo;
9. Nos grandes aeroportos internacionais o tráfego aéreo é de tal modo intenso que se
colocam frequentemente problemas de saturação do espaço aéreo envolvente,
sobretudo nos momentos que precedem a aterragem ou logo a seguir à descolagem e
de congestionamento nos próprios aeroportos colocando inevitáveis problemas de
segurança;
10. A grande sujeição às condições atmosféricas;
11. Gravidade dos acidentes aéreos;
12. Ações Terroristas;
13. Ações Suicidas;

Soluções
 Controlo da expansão do transporte aéreo – estratégia de combate
aos problemas graves de congestionamento dos aeroportos europeus.
 Modernização dos equipamentos de logística e de controlo de tráfego.
 Aposta em sistemas que tornem os aviões ecologicamente mais eficazes.
 Desenvolver infraestruturas que permitam a complementaridade com outros
modos de transporte.
 Desenvolver sistemas de segurança mais eficazes.
 Desenvolver e aplicar soluções eficientes do ponto de vista dos custos.

O Transporte Aquático - Fluvial e Marítimo

O transporte aquático engloba o transporte marítimo e fluvial.


Desde à muito que os oceanos, os mares e os rios são muito utilizados como vias
de comunicação, para o transporte de pessoas e de mercadorias.

Na atualidade, os transportes aquáticos são fundamentalmente utilizados no


transporte de mercadorias a longas distâncias, em especial no transporte
intercontinental.
O transporte de passageiros é pouco significativo, sendo mais utilizado para curtas
travessias (ferry-boat) e viagens turísticas (cruzeiros).

O documento aprovado pela Comissão Europeia afirma que “a promoção do


transporte por vias navegáveis interiores para o tráfego de mercadorias é uma
clara prioridade da política de transportes da UE e tem sido uma prioridade da
política da Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T)”.

Em Portugal o Transporte Fluvial é utilizado na realização de cruzeiros turísticos,


como os que navegam no rio Douro e para travessias de curta distâncias, como é o
caso dos serviços de ferry-boat que existem na travessia do rio Tejo - entre Lisboa e
a margem Sul do rio Tejo, na travessia do Rio Sado e nas “rias” de Faro e Aveiro.

Alguns pontos fortes do transporte fluvial:


1. Baixos custos operacionais;
2. Enorme capacidade de carga;
3. Ajuda a enfrentar o crescimento incessante dos fluxos de carga;
4. Permite descongestionar o trânsito rodoviário;
5. Tem grande potencial de integração plena nas cadeias logísticas porta- a- porta;
6. Facilitador do turismo;
7. Cria emprego;
8. Promove o crescimento económico.
Alguns pontos fracos do transporte fluvial:

Fluvial

1. A lentidão das embarcações;


2. A necessidade de efetuar transbordos;
3. Poluição;
5. A dependência da existência de vias que permitam a sua navegabilidade:
exemplos:
- a maioria dos rios portugueses não é navegável devido ao regime irregular e ao
seu baixo caudal.
- a existência de desníveis (ultrapassados com as eclusas – ex. rio Douro).

O Transporte Marítimo é o transporte aquático que utiliza como vias de passagem


os mares abertos, para o transporte de mercadorias e de passageiros .

Importância: desempenha um papel central na organização económica mundial,


sendo responsável pela deslocação de grande parte das matérias primas e
produtos finais.

O transporte marítimo tem sofrido uma grande revolução tecnológica que se


traduziu:

Navio para transporte de gás Porta contentores Navio frigorífico


- No aumento da velocidade;
- Maior comodidade;
- No aumento da dimensão e capacidade dos navios;
- Numa crescente ligação a outros modos de transporte, através, por exemplo, da
utilização de contentores (caixas normalizadas para o transporte de mercadorias)
que facilitam as operações de embarque e desembarque, diminuindo o tempo de
aparcamento das embarcações e, portanto os seus custos operacionais;
- Numa crescente especialização.

Mais exemplos

Cargueiros ro-ro - São navios de carga construídos para transportar cargas móveis
assim como automóveis, atrelados ou vagões ferroviários. Têm a particularidade de
a sua proa ou popa serem escotilhas que podem abrir de modo que a carga
entre para o convés pelos seus próprios meios, enquanto navios mais pequenos
como os ferries tem rampas de acesso.A terminologia RORO é normalmente
aplicada para navios de maior porte.

Os Rebocadores são barcos projectados para empurrar, puxar e rebocar barcaças


ou navios em manobras complicadas, como no caso de atracagem ou
desatracagem dos navios de grande porte. São caracterizados por ter pequeno
porte, motores potentes e alta capacidade de manobra.

As Dragas são utilizadas tanto para desassoreamentos de portos, leitos de rios ou


passagens com o objectivo de recolher materiais para diferentes utilizações.

Vantagens

1. Baixo custo unitário – é o menos dispendioso para o transporte a grande


distância de mercadorias pesadas e de fraco valor unitário ex. : minérios, carvão,
petróleo, cereais, etc;

2. Maior versatilidade a qualquer Tipo de Carga - A dimensão e capacidade dos


navios atuais tornam-nos num meio de transporte extremamente versátil. Assim é
virtualmente possível transportar qualquer tipo de carga: químicos, combustíveis,
alimentos perecíveis e congelados,areias, cereais, minérios, automóveis, entre
outros.

3. Conhece uma crescente especialização e uma crescente ligação a outros modos


de transporte, através da utilização de contentores que depois de desembarcados
são colocados num comboio ou numa camião, que os conduz ao local de destino (o
processo roll on/roll off e a evolução tecnológica das operações de carga descarga
também têm reduzido os problemas causados pelo transbordo);

4. Movimentação de grandes volumes - Para cargas ponderosas (muito pesadas


e/ou volumosas), o transporte marítimo é o único viável no tráfego transoceânico;

5.Permite descongestionar as vias terrestres, sobretudo as rodoviárias;

6. Meio de Transporte Seguro


O transporte por via marítima segue rigorosas regras e normas de segurança
internacionais, o que, aliado às condições específicas desse transporte, o tornam
numa opção bastante segura e viável.

7. Permite quebrar o isolamento dos territórios insulares (nos arquipélagos da


Madeira e Açores) e desempenham um papel importante na vertente do turismo,
nomeadamente nos cruzeiros de férias.
9. Ambientalmente Mais Sustentável
A nível ambiental o facto de transportar grandes quantidades de mercadoria,
aliado ao uso de combustíveis menos poluentes e navios mais eficientes, permite
que a pegada ecológica do transporte marítimo seja cada vez menor, face a outros
meios de transporte.

8. Cobertura Global
Cerca de 70% da superfície terrestre é coberta por água dos oceanos, que ligam
cidades, países, continentes. Isto leva a que o transporte marítimo tenha grande
cobertura a nível global, sendo o modo de movimentação internacional de
mercadorias, mais utilizado.

Portugal pode oferecer serviços de transhipment transbordo de mercadorias


de um navio para o outro (por exemplo, um navio de longo curso descarrega as
mercadorias num porto português que as faz chegar a outros portos europeus, em
navios de menor dimensão, e vice-versa.

Desvantagens

1. É lento quando comparado com os restantes modos de transporte;

2. Necessita de transferir as mercadorias que transporta para outro modo de


transporte que assegure em terra a sua chegada aos destino final (transbordo)/
Distância aos centros de produção;

3. É pouco competitivo no transporte de mercadorias a curtas e a médias


distâncias;

4. Localização dos portos : a construção de um porto requer a existência de uma


costa relativamente abrigada e com reentrâncias naturais, onde as águas tenham
uma profundidade adequada e a localização incida em pontos estrategicamente
relevantes (perto das principais rotas marítimas mundiais);

5. Necessidade de operar entre unidades portuárias, unidades estas que


representam sempre custos muito elevados de construção e manutenção;

6. Dependente das condições atmosféricas ( embora a utilização de moderna


tecnologia já
permitem ultrapassar grande parte desses constrangimentos – GPS).

7. Poluição muito elevada quando há um desastre (Prestige)

8. Estragos ou perdas de carga.


Constrangimentos dos portos portugueses que condicionam a sua produtividade e
competitividade:
- características físicas;
- organização do trabalho portuário/ excesso de burocracia;
- elevada concentração empresarial dos operadores portuários;
- existência de algumas limitações ao nível da acessibilidade marítima a navios de
maior dimensão;
- custos excessivos de mão-de-obra;
- morosidade na movimentação da carga / deficiência de equipamentos;
- custos elevados de estadia dos navios.

Constrangimentos dos portos portugueses que condicionam a sua produtividade e


competitividade:
- Dificuldade de expansão

Aproveitar as potencialidades da costa nacional como fachada atlântica de entrada


na Europa é um objectivo da Política Geral de Transportes. Para isso, é necessário:

1- Desenvolver os serviços de transporte marítimo de curta distância;


2- Desenvolver as infra-estruturas logísticas e intermodais nos portos;
3- Melhorar as infra-estruturas e ligações ferroviárias de tráfego de
Mercadorias;
4- Estimular a complementaridade entre portos, por forma a aumentar a eficiência
e a atrair carga;
5- Potenciar a exploração do terminal dos contentores do porto de Sines.

Hinterland

O hinterland de um porto é a zona de impacto económico em terra e define-se por


considerações comerciais mais do que simplesmente geográficas. O hinterland é a área
que cobre a origem e a destinação da frete utilizando o porto. Ele depende do nível de
atividade econó mica e da concorrência entre os diferentes modos de transporte assim
como da intermodalidade.

O hinterland de um porto é diferente para cada um dos produtos que são


transportados. Cada tipo de produto tem uma cadeia diferente de logística. Os
produtos que entram tem um hinterland baseado nosconsumidores e no seu acesso
por transporte. Os produtos que saem têm um hinterland baseado nas zonas de
produção.
Foreland

O foreland do porto é o seu litoral marítimo. O espaço marítimo de projeção no qual o


porto entretém laços comerciais. É o conjunto dos mercados alcançados via
portos conectados.

O foreland de um porto é constituído por um conjunto de outros portos com os quais


se organizam intercâmbios regulares, quer se trate do transporte de passageiros ou de
mercadorias.

A distribuição espacial das redes de transporte

Sistema de Transportes
Conjunto de infraestruturas e de condições da sua utilização pelos diversos
transportes, que proporcionam a deslocação de bens, mercadorias e pessoas
por diversos motivos.

Redes de Transportes
Conjunto de vias e infraestruturas que se interligam, permitindo a circulação dos meios
de transporte, num dado território.

Conjunto de vias de comunicação (arcos ou ligações) interligados entre si (nós)


- Nós – correspondem ao local de origem/destino, como as estações, os portos
e/ou o cruzamento dos arcos
- Arcos – correspondem às vias de comunicação que unem os diversos nós

Como se distribuem as redes de transporte em Portugal?

➢ Rede Rodoviária
➢ Rede Ferroviária
➢ Rede de Portos Portugueses
➢ Rede de Aeroportos
➢ Rede de Transporte de Energia

Redes de transportes incluem:

Estradas
Caminhos de ferro
Vias aquáticas navegáveis
Oleodutos e gasodutos
AS REDES DE TRANSPORTE E A SUA IMPORTÂNCIA

Importância: a reestruturação das infraestruturas de transporte é fundamental


para o desenvolvimento económico e social do país, uma vez que permite:
1. Melhorar as acessibilidades internas e externas
2. Promover o aumento da eficiência do sistema produtivo
3. Atenuar as assimetrias (litoral/interior e entre ilhas) e os desequilíbrios regionais
->combater a desigualdade nas oportunidades de acesso a lugares, bens e serviços

Rede Rodoviária
Contribuí para a melhoria das acessibilidades externa e internas e desempenha um
importante papel de complementaridade relativamente aos restantes.

Rede Ferroviária
É fundamental para diminuir a pegada de carbono/sinistralidade e potenciar o
dinamismo económico de Portugal.

Rede dos Portos


Importante para o comércio externo e interno.

Rede dos Aeroportos


Crescimento e aproximação dos mercados Desenvolvimento regional.

Rede Rodoviária

Melhorou consideravelmente em extensão e qualidade.


Novas infraestruturas como autoestradas, túneis, viadutos e pontes tornaram os
trajetos mais rápidos e seguros.

Rede fundamental 2337 Km

Conjunto de todos os Itinerários Principais (IP) que fazem parte da rede rodoviária
nacional (inclui autoestradas)

Vias de comunicação de maior interesse nacional que servem de base de apoio a toda
a rede de estradas nacionais e assegura a ligação entre os centros urbanos com
influência supra-distrital e destes com os principais portos, aeroportos e fronteiras.
Rede Nacional Complementar – é a rede que assegura a ligação entre a rede nacional
fundamental e os centros urbanos de influência concelhia ou supraconcelhia, mas
intra-distrital.

Rede complementar

IC 1893km - Via integrada na rede nacional complementar que estabelece as ligações


de maior interesse regional, bem como as principais vias envolventes e de acesso às
AML e AMP.

EM 5291km- Estrada que faz parte da rede nacional complementar, mas que não é IC.

Estradas Regionais 4791Km


Estradas que asseguram as comunicações públicas rodoviárias do continente com
interesse supramunicipal e complementar à Rede Rodoviária Nacional ).

Estradas Municipais
São importantes nas acessibilidades de escala local e conferem ao modo rodoviário a
característica de transporte “porta à porta”. Ao melhorar-se as acessibilidades locais
contribuiu-se para o desenvolvimento económico numa escala local.

Durante décadas assistiu-se à canalização dos fundos comunitários para


investimentos na Rede rodoviária que hoje apresenta uma abrangência e maturidade
acima da média europeia.
Na atualidade, os trajetos são mais rápidos (menor distância- tempo), seguros e
cómodos.
A malha de IP e IC cobre todo o território de Portugal Continental. As ligações
“interior- litoral” estão asseguradas, contudo, há ainda lacunas nas ligações locais
e regionais.

A construção do túnel do Marão (que atravessa a serra do Marão, ligando Vila


Real a Amarante) alterou o efeito barreira provocado pelo relevo.

Quebrou uma barreira física, geográfica, psicológica e social entre o litoral e o interior
Norte de Portugal ao completar a autoestrada A4 entre o Porto e Bragança.

Rede Rodoviária – que desafios se colocam?

1. Investir na manutenção e conservação das extensas redes de diferentes níveis


hierárquicos;
2. Aumentar a conetividade dos diversos locais;
3. Desenvolver infraestruturas e serviços de passageiros, no âmbito dos transportes
públicos, nas áreas metropolitanas.
5. Reforçar a segurança rodoviária para diminuir a elevada sinistralidade;
6. Incentivar a mobilidade sustentável:
. Melhorar os transportes públicos e criar soluções de mobilidade sustentável nas
áreas suburbanas, para que sejam efetivamente uma verdadeira alternativa ao
automóvel
. Criar vias de circulação segura para os meios suaves e regular a sua utilização.
. Dinamizar campanhas de educação e sensibilização para a mobilidade
sustentável.

Rede Nacional de Aeroportos

Aeroporto de Lisboa: importância


Aeroporto de Lisboa: constrangimentos

1. Apresenta uma situação crítica devido à saturação em que se encontra,


contudo ainda não foi possível dar uma resposta satisfatória a este problema.
2. Falta de espaço para expansão, em resultado da expansão urbana. A sua
capacidade quer ao nível do movimento das aeronaves e do estacionamento
quer ao nível do terminal de passageiros prevê-se estar esgotada em breve.
3. Possibilidade de ocorrer um acidente de grandes proporções em plena área
urbana.
4. Poluição sonora e ambiental.

Importância do transporte aéreo para as regiões Autónomas da Madeira e dos Açores

O transporte aéreo permite:

1. Esbater os condicionalismos da insularidade, ligando-as a outros continentes;


2. A ligação inter-ilhas e o continente, sendo assim um fator de coesão de escala
regional e nacional;
3. O desenvolvimento do turismo;
4. O auxílio mais rápido em situação de emergência.

Rede Nacional de Aeroporto

Importância do transporte aéreo para o interior de Portugal:

-Os aeródromos têm uma importância fundamental para as áreas do interior, uma vez
que estas já estão em clara desvantagem relação ao litoral;
- Os aeródromos permitem a ligação com os aeroportos nacionais e internacionais,
diminuindo o isolamento do interior.
Redes nacionais de distribuição de energia

O Gás natural
Chega a Portugal por via marítima pelo terminal de gás liquefeito do Porto de Sines e
pelo gasoduto do Magrebe.
É distribuído pela rede nacional de gasodutos – um gasoduto principal de alta pressão,
de onde derivam ramais secundários de média pressão e, a partir deles, as redes de
distribuição local de baixa pressão.

O petróleo chega-nos por via marítima


Chega por via marítima ao:
. Porto de Sines, ligado ao parque de combustíveis de Aveiras por oleoduto.
. Terminal offshore de leixões (com o fecho da refinaria em Leça da Palmeira, agora
apenas recebe produtos refinados que depois distribui para a região norte do país).

E distribuído por:
. Oleodutos para a refinaria de Sines, onde se produz gasóleo e gasolina, que são
armazenados no parque de combustíveis de Aveiras, ligado à refinaria de Sines por um
oleoduto.
Modo rodoviário, paras as empresas distribuidoras, portos e aeroportos.

A eletricidade é produzida em Portugal, sendo a rede elétrica mais densa no litoral


É distribuído pela REN – Redes Energéticas Nacionais, através de sistemas com
diferentes infraestruturas:
- De muito alta tensão, pela Rede Nacional de Transporte
– RNT;
- De alta, média e baixa tensão pela Rede Nacional de
Distribuiçã
Rede de transporte de energia

O transporte de energia, por condutas tubulares

Objetivo:
Transportar, sobretudo gás natural (gasodutos) e o petróleo (oleodutos), ao longo de
grandes distâncias.

Vantagens
 Forma mais segura de transportar energia por terra
 Menor risco de poluição
 Mais facilidade de distribuição

Desvantagens
 Dificuldade de armazenamento de energia
 Destruição de ecossistemas
 Dificuldade de alterar o percurso e quantidade transportada

Política energética de Portugal

Importância de pautar a política energética nacional pelos seguintes princípios?


1. Aumentar a eficiência energética
2. Diminuir a dependência aos combustíveis fósseis
3. Diversificar as fontes de energia e suas origens
4. Apostar na produção de energias renováveis, nomeadamente eletricidade,
aproveitando as elevadas potencialidades de sol, mar e vento
5. Exportar energia proveniente de fontes renováveis
6. Reforçar as preocupações ambientais do setor, sem descurar a manutenção da
competitividade do tecido produtivo nacional

Inserção de Portugal na rede transeuropeia de Energia: RTE – E

Os principais corredores multimodais da RTE-T ( modelo simplificado)

A UE é um espaço de dependência energética, sobretudo em relação aos combustíveis


fósseis, o que constitui uma vulnerabilidade que será reduzida pela rede transeuropeia
de energia. Esta rede permitirá:

 Dinamizar o mercado interno de energia


 Uma gestão mais inteligente e sustentável
 Redução:
. Da dependência externa
. Das emissões de GEE
São prioridades no setor da eletricidade:
. a conexão de redes isoladas;
. a ligação de todos os Estados-membros;
. as ligações com estados terceiros.

São prioridades no setor do gás natural:


. o aumento da capacidade de receção e armazenamento
. a diversificação da origem
. alargamento das redes de distribuição.

Grandes objetivos da política comum de energia, para 202-2027 são:

. Garantir a segurança do abastecimento;


. Promover o bom funcionamento do mercado interno de energia;
. Promover a investigação e a inovação, para aumentar a competitividade do setor
energético;
. Aumentar a eficiência energética e a moderação do consumo, sobretudo nos
transportes;
. Descarbonizar a produção e o consumo de energia, através da valorização de energias
renováveis.

Transportes – que problemas ?

- Assimetrias geográficas (infra-estruturas e empresas de transporte);


- Congestionamento de vários eixos europeus;
- Disparidades no crescimento dos diferentes modos de transporte;
- Crescimento da dependência do sector dos transportes face ao petróleo;
- Aumento dos custos económicos e do impacto ambiental.

PET - Instrumento de financiamento e planeamento da estratégia adotada


a nível adicional para a inserção de Portugal na Política Europeia de Transportes.

Tem como grande objetivo a criação de um Sistema de Transportes:


 Integrado a nível europeu e mundial
 Cómodo e Seguro
 Respeitador do ambiente e eficiente do ponto de vista energético

Que potencie o crescimento económico e a coesão social e territorial.


As 4 linhas de ação para concretizar o objetivo geral do PET:

Portugal mais bem integrado nas cadeias europeias e mundiais de Transporte

Melhor articulação entre os centros urbanos que compõem os diferentes níveis do


sistema urbano nacional e entre cada centro e a restante área de influência

Mobilidade urbana mais compatível com uma elevada qualidade de vida

Governância Qualidade e Segurança do setor melhoradas


Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T), Transporte Multimodal e Logística

Rede transeuropeia (RTE)

• É um dos objetivos fundamentais da Política Comum de Transportes;


• Representa um eixo central da integração económica e social;
• É um elemento-chave da estratégia Europa 2020 para a competitividade e
o emprego;
• Engloba as infraestruturas de transportes isoladas e periféricas às
dos países europeus e os serviços necessários ao funcionamento das
mesmas;
• Tem como objetivo contribuir para a eficiência do mercado internacional,
através da melhoria das infraestruturas, e reforçar a coesão económica e social.
A Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T) pretende criar uma rede de linhas
férreas, estradas, vias navegáveis interiores, rotas marítimas, portos e aeroportos
capaz de:
. interligar os países da União Europeia (UE)
.eliminar estrangulamentos rodo e ferroviários
. facilitar o transporte transfronteiriço de pessoas e mercadorias.

A revisão da política da Rede Transeuropeia de Transportes (RTT) de 2013 definiu 9


corredores da rede principal complementados por 2 prioridades horizontais, a
implantação do Sistema Europeu de Gestão do Tráfego Ferroviário (ERTMS) e as
Autoestradas do Mar.
Cada corredor deve atravessar pelo menos 2 fronteiras, 3 Estados-membros e
envolvendo, se possível, pelo menos 3 modos de transporte, incluindo, se adequado as
autoestadas do mar.

Corredores europeus

Portugal insere-se no corredor Atlântico que inclui: . linhas ferroviárias de alta


velocidade e linhas convencionais
. o rui Sena e o rio Douro – vias fluviais
. intervenções nos portos para permitir o trânsito de navios de grande dimensão

Rede Transeuropeia das Auto-Estradas do Mar

Autoestradas do mar, como alternativa aos eixos rodoviários a partir do


desenvolvimento da cabotagem marítima e da navegação a curta distância , exemplos:

. Autoestrada do Báltico, da Europa W (3 a 4 dias entre o porto de Leixões - Tiilbury na


Irlanda e Roterdão PB),
. SE da Europa e SW da Europa ( Sines ao porto italiano de La Spezia em 4 a 5 dias de
viagem)

As Autoestradas do mar permitem:


1. Reduzir o tempo de imobilização dos navios nos portos e os custos de transporte
porque facilitam os procedimentos administrativos necessários à circulação de carga
no mar.
2. Assegurar a interconexão entre as regiões, as ligações com as regiões periféricas,
evitar as zonas de estrangulamento, permitir o acesso da UE e dos mercados mundiais.
Grande objetivo da Política de Transportes para 2050

Objetivos da UE para o setor dos transportes

No âmbito do Pacto Ecológico Europeu, a Comissão Europeia apresentou em


dezembro de 2020 a sua Estratégia de Mobilidade Sustentável e Inteligente, que
descreve os objetivos da UE para o setor dos transportes ao longo das próximas
décadas:

Tornar a mobilidade:
Ecológica
Inteligente
Resiliente

A necessidade de investimento na multimodalidade e nos transportes públicos

A necessidade de diminuir preços relativamente a todos os modos de transporte, para


melhor refletir os princípios de poluidor- pagador e do utilizador-pagador

A valorização da digitalização na mobilidade sustentável


Inserção de Portugal na Rede Transeuropeia
Os oito novos eixos logísticos que irão emergir na Europa, até 2030

Eixo Azul – Foca-se no comércio internacional através dos portos Benelux e pode vir a
expandir-se para incluir Génova

Eixo da Irlanda – As linhas férreas e rodoviárias, subsidiadas pela União Europeia,


desde o porto de Cork, na Irlanda, até à fronteira com a Irlanda do Norte (incluindo
Dublin), continuarão a fazer parte da RTE-T do Mar do Norte-Mediterrâneo. Está a ser
criada uma nova rota marítima, de curta distância entre os portos de Cork e Dublin,
Zeebrugge e Antuérpia, na Bélgica, e Roterdão, na Holanda. Devido à reduzida
capacidade do porto de Zeebrugge, é provável que a demanda seja redireccionada
para Ghent, na Bélgica, ou mesmo Zeelande, na Holanda.

Eixo Ibérico – Os fabricantes de automóveis alemães estão a ser atraídos pelos grupos
de mão-de-obra especializados e de custos reduzidos, presentes em Espanha e
Portugal. Alguns mercados ao longo do corredor “Atlântico”, como Bordéus, Valência e
Lisboa, beneficiarão de um aumento do tráfego de distribuição entre Alemanha,
Benelux, França e Península Ibérica, nos próximos 5-7 anos.

Eixo Europa Central – A evolução das auto-estradas e dos caminhos-de-ferro da RTE-T


na Europa Central já melhorou a distribuição ao longo deste eixo. De 2030 para a
frente, a rota marítima Eurásia irá conectar-se ao porto de Veneza, via Piraeus, Grécia,
o que permitiria, eventualmente, aumentar o tráfego ao longo deste eixo de
distribuição. Se este corredor se estender ao norte de Itália, poderá ligar-se ao eixo
azul original, via Bolonha e Milão.

Eixo Nórdico – A distribuição realizada ao longo deste eixo, que liga o porto de
Hamburgo a Copenhaga e Malmo, irá melhorar, substancialmente, com a conclusão do
túnel Rodby- Puttgarden que será acessível tanto para camiões como para comboios
de carga.

Eixo Mar Negro – Um futuro eixo de distribuição será conectado ao eixo Europa
Central assim que as auto-estradas e os caminhos-de-ferro RTE-T Rhine Danube, que
ligam Budapeste ao Mar Negro, estejam concluídas. Como resultado, espera-se que os
mercados romenos, como Bucareste, desempenhem um papel crucial neste corredor
de distribuição.

Eixo Báltico – A elevada importância do Báltico como um local de fabrico, dependerá


da construção de redes rodoviárias e ferroviárias de autoestradas RTE-T que liguem
esta região à Finlândia, Polónia, República-Checa e Alemanha. Tendo em conta que é
necessário um significativo investimento ao nível das infra-estruturas, é provável que
este corredor de distribuição se desenvolva a longo prazo. Embora esteja prevista para
depois de 2030, foi proposta a construção de dois túneis, financiados pelo sector
privado, para ligar Tallinn, na Estónia, e Helsínquia, na Finlândia. Vilnius, na Lituânia,
está localizada centralmente ao longo deste eixo logístico.
Logística verde

Também conhecida como Logística Sustentável, a logística verde é um conjunto de


ações que visam reduzir os impactos ambientais gerados pelos processos logísticos.
“Economia selvagem – colapso iminente”
O mundo é caracterizado pelo materialismo e consumo de massa desenfreado.

Este estilo de vida insustentável é alimentado pela exploração incessante dos recursos
naturais e um grande desenvolvimento, situação que leva ao aumento da poluição e,
inevitavelmente, a mudanças climáticas que provoca o aumento de desastres naturais
em todo o mundo.
Num mundo em crescimento tumultuoso, a procura por serviços de logística e
transporte aumenta exponencialmente.
Uma super rede de transporte global assegura a rapidez da circulação das mercadorias
entre os centros de consumo.
Com a aceleração das alterações climáticas, as cadeias de abastecimentos sofrem cada
vez mais interrupções, causando o surgimento de novos desafios para as empresas de
logística.

“Eficiência das Megacidades”


As “megacidades” emergem como os centros de poder do mundo e o grande epicentro
do crescimento sustentável.
São simultaneamente as principais impulsionadoras e as beneficiárias da mudança de
paradigma em direção a um crescimento mais “verde e ecológico”.
Para superar os desafios colocados pela expansão das estruturas urbanas, como sejam
os congestionamentos e as emissões poluentes, as megalópoles tornaram-se campeãs
da colaboração.
A robótica revoluciona o mundo da produção e dos serviços.
Os consumidores mudam os seus hábitos: os produtos passam a ser cada vez mais
alugados em vez de adquiridos.
Conceitos de tráfego altamente eficientes têm aliviado os congestionamentos.
Uma super rede de transportadores globais, compreendendo camiões, barcos e
aeronaves, assim como transportes espaciais, abriu importantes rotas comerciais entre
as grandes megacidades do mundo.

“Personalizado”
Este cenário descreve um mundo onde a individualização e consumo personalizado são
penetrantes. A fabricação personalizada de produtos e a sua reciclagem acelerada
permitem a produção ecológica e promovem a sustentabilidade.
Os consumidores têm a capacidade de criar, projetar e fabricar seus próprios produtos.
O desenvolvimento das impressoras 3D são essenciais para esta realidade. Isto leva a
um aumento do fluxo do comércio regional, apenas as matérias-primas e os dados
continuam a circular no mundo.
Os sistemas de personalização e de produção regional são complementados por redes
de energia e infra-estruturas descentralizadas.
Para o sector da logística sobra apenas uma necessidade muito reduzida de transporte
para longas distâncias de produtos prontos ou semi-acabados devido à localização das
cadeias de valor.
Os fornecedores de serviços logísticos asseguram fisicamente toda a cadeia de valor.
Estes gerem igualmente a transmissão do fluxo de dados criptografados de construção
e design dos produtos para alimentar as impressoras 3D.
O acesso a boas condições logísticas em termos regionais, assim como uma forte rede
local de alta qualidade serão fatores essenciais para o sucesso de uma organização
descentralizada de produção.

Protecionismo paralisante
Este cenário descreve um mundo onde o processo de globalização foi parado, devido a
dificuldades económicas, ao nacionalismo exacerbado e ao surgimento de barreiras
protecionistas.
O desenvolvimento de novas tecnologias deixou de ser uma prioridade e foi deixado
completamente para trás.
Simultaneamente a falta generalizada de recursos eliminou a mentalidade descartável
e levou à produção de produtos de duráveis.
Os elevados preços da energia e a drástica escassez da oferta levam a conflitos
internacionais para o controle dos recursos energéticos.
O sector da logística é então confrontado com os desafios colocados pelo declínio no
comércio mundial e a regionalização das cadeias de abastecimento que daí resultam.
Os Estados passam a considerar a logística como uma indústria estratégica.
Devido às relações tensas existentes entre os blocos que se vão formando e alguns
países, os fornecedores de serviços logísticos localizados em países de blocos livres
agem como intermediários de um comércio num mercado internacional.

“Resiliência Global – Adaptação Local”


Este cenário descreve um mundo muito marcado por um
alto nível de consumo e que é sustentado por uma produção automatizada de baixo
custo.
As alterações climáticas, aceleram e acabam por provocar catástrofes naturais
frequentes. Estes desastres vêm perturbar as cadeias de abastecimento e as estruturas
de produção, provocando falhas repetidas de abastecimento.
O novo paradigma económico aposta na transição para um estado onde se otimiza a
eficiência, procurando simultaneamente reduzir a vulnerabilidade e aumentar a
resiliência.
A transformação radical dos sistemas de produção redundantes e a preferência pelas
cadeias de abastecimento regionais ao invés dos sistemas globais anteriores, criam
condições à economia mundial global para melhor resistir à adversidade.
O mundo resiliente de 2050, cujas trocas de mercadorias foram regionalizados, tem
por base uma atividade logística onde a segurança do abastecimento é a prioridade
absoluta.
As infra-estruturas sólidas garantem transportes fiáveis, mesmo nos períodos mais
instáveis e perigosos. Para substituir os complexos processos de entregas “just-in-
time”, grandes áreas de armazenamento, considerados infra-estruturas indispensáveis
ficam localizadas próximas das instalações do fabricante.

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