Você está na página 1de 9

Resumo Geografia

Módulo IV
Unidade 1 – A diversidade dos modos de transporte e as desigualdades
espaciais das redes
1.1 – A competitividade dos diferentes modos de transporte
O desenvolvimento das redes e dos meios de transporte contribuiu para o encurtamento
das distâncias relativas, através do decréscimo da distância-tempo e distância-custo.
• Distância-tempo : tempo necessário para efetuar uma determinada deslocação
usando um certo meio de transporte. Pode ser representada num mapa através de
isócronas – linhas que unem pontos de igual distância tempo.
• Distância-custo : despesa efetuada numa determinada deslocação, usando um certo
meio de transporte. Pode ser representada no mapa por isótimas – linhas que unem
pontos de igual distância-custo.

Assim sendo, o desenvolvimento dos transportes permite:


• diminuir o tempo e custo das viagens, aumentando assim a acessibilidade entre
lugares, promovendo a coesão territorial ( “encurtamento do país” )
• diminuir o isolamento das áreas desfavorecidas
• estruturar o espaço urbano
• intensificar as trocas entre países ou regiões, aumentando a produção
• criar emprego
• desenvolver o turismo e os movimentos turísticos
• flexibilizar a localização das atividade económicas
• promover o intercâmbio cultural

Fatores dependentes para a escolha de utilização de um meio de transporte


• as distâncias a percorrer
• os custos de deslocação
• os tempos gastos nos percursos
• a acessibilidade aos locais de partida e de destino
• a natureza do transporte
• o tipo de mercadorias a transportar
• a oferta de meios de transporte existente

Em Portugal Continental, o transporte rodoviário é o mais utilizado no tráfego interno de


mercadorias e de passageiros. O seu papel dominante deve-se à:

• grande flexibilidade de itinerários;


• maior diversidade de veículos e adequação à carga e aos espaços em que vai circular.
O transporte ferroviário perdeu capacidade competitiva. Porém, evidencia uma tendência
de recuperação no tráfego:

• suburbano, pela maior segurança e rapidez e pelo menor impacte ambiental; •


inter-regional de passageiros, pela rapidez.
No tráfego externo de mercadorias, o transporte marítimo ocupa o primeiro lugar por ser
o mais adequado para transportar cargas volumosas e pesadas a longas distâncias. Este
modo de transporte tem-se tornado mais competitivo, nas curtas e médias distâncias com:

• a utilização dos navios rápidos, mais leves e velozes;


• a modernização dos portos marítimos.
O transporte aéreo é o mais importante no tráfego de passageiros de longa distância,
porém tem ainda fraca representatividade. O aumento da capacidade de carga e da
autonomia de voo confere maior competitividade ao transporte aéreo de mercadorias

TRANSPORTE INTERMODAL (COMBINADO)


O transporte intermodal – conjugação de vários modos de transporte – associa
vantagens como a redução dos custos de transporte e da distância tempo, aumenta a
segurança rodoviária e permite a diminuição dos índices de energia, o consumo de
energia e o congestionamento do trânsito.

No transporte de mercadorias, o transporte marítimo e ferroviário, podem ser


considerados em relação ao rodoviário:

• Concorrentes: quando o transporte rodoviário fornece um serviço de longa distância


porta a porta, ou seja, sem mudança de modo de transporte.
• Complementares: quando o transporte rodoviário faz parte da cadeia intermodal

Plataformas intermodais – infraestruturas onde se faz o transbordo de um modo de


transporte para outro.
1.2 – A distribuição espacial das redes de transporte

Objetivos do PRODAC (Programa Operacional de Desenvolvimento de Acessibilidades e


Transportes) :
• ligação de Portugal aos grande eixos rodoviários e ferroviários da Europa
• assegurar boas ligações aos grandes eixos inter-regionais que possibilitem a
expansão do mercado
• a rapidez do abastecimento
• a diminuição dos custos
• a maximização da eficácia no transito de pessoas e mercadorias
• a modernização da rede rodoviária
• modernização e reconversão da rede ferroviária e o desenvolvimento dos portos

A Política de Transportes tem como base a integração internacional do País, o reforço do


sistema urbano nacional, reforço da coesão e solidariedade internas e a aposta prioritária
na logística.

REDE FERROVIÁRIA NACIONAL


PRN (Plano Rodoviário Nacional) : define a rede rodoviária nacional do Continente
constituída por 2 tipos de estrada:

• Rede Nacional Fundamental : constituída pelos Itinerários Principais (IP) que


asseguram a ligação entre os centros urbanos com influência supradistrital e destes
com os principais portos, aeroportos e fronteiras
• Rede Nacional Complementares: constituída pelos Itinerários Complementares (IC)
e as Estradas Nacionais (EN) que asseguram a ligação entre a RNF e os centros
urbanos de influência concelhia ou supraconcelhia, mas infradistrital.

O desenvolvimento da rede ferroviária nacional é fundamental para a redução de


assimetrias regionais, para o aumento da acessibilidade interurbana , inter-regional e
internacional.
Continuam a persistir desigualdades na distribuição geográfica da rede de estradas – no
Continente, a rede rodoviária é mais densa e extensa ao longo do litoral devido aos
contrastes demográficos, económicos e socias do país.

A REDE FERROVIÁRIA NACIONAL


Tem sofrido melhorias a nível de segurança, comodidade e rapidez, quer ao nível da sua
modernização, extensão e preservação do meio ambiente, com a redução dos índices de
poluição resultantes de uma maior nº de linhas eletrificadas, (ex. de progressos: serviço
“Alfa-Pendular” na ligação Lisboa-Braga, adaptação da ponte 25 de Abril ao comboio,
eletrificação de novos troços, modernização da sinalização, etc.)
Problemas da Rede Ferroviária Nacional:

• falta de competitividade a nível europeu e face ao transporte rodoviário


• decréscimo da procura no interior do país
A promoção da sua revitalização é fundamental pois garante:
• integração entre a rede convencional e a futura rede de alta velocidade
• a articulação da rede ferroviária com a rede nacional de plataformas logísticas
• a melhoria das ligações ferroviárias aos cinco principais portos nacionais
A Rede ferroviária de alta velocidade permite:

• estabelecimento de ligações mais rápidas entre as principais cidades nacionais e


destas com Espanha, França e o resto da Europa
• possibilitar o Norte do país uma nova centralidade de transportes
• a promoção, no espaço nacional, da interoperabilidade do sistema ferroviário do
sistema transeuropeu de alta velocidade e a utilização de portos nacionais como
“porta de entrada” na Península Ibérica
• diminuição dos custos ambientais de transportes

REDE NACIONAL DE PORTOS


Portugal apresenta uma localização privilegiada como porta de entrada e saída da Europa,
uma posição central face ao Atlântico, estando no cruzamento das principais rotas
marítimas, bem como é detentor de portos de águas profundas, com capacidade de
receber navios de grande dimensão utilizados no tráfego de mercadorias de longo curso.
Tem então importantes portos comerciais que asseguram uma posição de destaque no
tráfego de mercadorias contentorizadas, nomeadamente no tráfego que envolve
transhipment (transbordo de mercadorias de um navio para outro).

• O porto de Sines, do Douro e Leixões e Lisboa são os que movimentam mais


mercadoria no Continente.
• Nos arquipélagos destacam-se os portos de Ponta Delgada nos Açores e do Caniçal
e do Funchal na Madeira.

Porto de Sines : assume grande importância a nível nacional pois é um dos poucos portes
europeus de águas profundas, podendo vir a beneficiar o alargamento do Canal do
Panamá, que irá provocar um aumento da carga contentorizada movimentada no Terminal
XXI. Conta ainda bem servido de infraestruturas rodoviárias e ferroviárias que asseguram
ligações rápidas ao resto do país.

São considerados portos principais os de Leixões, Aveiro, Lisboa, Setúbal e Sines. O porto
que movimenta maior volume de mercadorias é o de Sines, onde se destacam os granéis –
produtos transportados em depósito do próprio navio. Sines é o primeiro porto no
movimento de granéis sólidos e Setúbal no de carga geral e Ro-Ro – entrada (roll-on) e
saída (roll-off) de camiões carregados de mercadorias em navios especializados.

O transporte de passageiros por via fluvial tem uma maior expressividade no rio Tejo.

REDE NACIONAL DE AEROPORTOS


• Destaca-se Lisboa (Portela), Porto (Francisco de Sá Carneiro)e Faro, no Continente.
• Funchal e Ponta Delgada nos Arquipélagos da Madeira e dos Açores,
respetivamente.
O Aeroporto de Lisboa é o que tem mais importância pois:
• se localiza na capital dos país
• tem uma grande área de influência, pois está inserido na região de maior
concentração populacional e de riqueza nacional
• detêm ligações diretas com importantes destinos europeus e constitui um pequeno
hub, importante para as ligações com os arquipélagos, os PALOP e o Brasil.

O crescimento do tráfego de passageiros deve-se principalmente ao surgimento de


Companhias Low Cost, que permite a deslocação para destinos cada vez mais
diversificados que no território nacional quer no continente europeu.

REDE NACIONAL DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA


Em Portugal a rede de distribuição de energia está dependente dos locais de origem, de
consumo e do tipo de energia transportada.

Os principais portos que movimentam os recursos energéticos ( petróleo e gás natural ) são
o de Sines e Leixões.

1.3– A inserção nas redes transeuropeias

O “encurtamento” do espaço comunitário está desde o Tratado de Maastricht, associado à


criação e ao desenvolvimento das redes transeuropeias ao nível de transportes, das
telecomunicações e da energia, visando:
• desenvolver o mercado interno
• reforçar a coesão económica e social
• ligar as regiões insulares , isoladas e periféricas às regiões centrais da União
Europeia
• tornar o território da UE mais acessível aos países vizinhos

Um dos grandes objetivos da PCT continua a ser a construção de uma Rede


Transeuropeia de Transportes (RTE-T), que tem como objetivos principais assegurar a
mobilidade às pessoas e às mercadorias, oferecer infraestruturas de qualidade, incluir
todos os modos de transporte, cobrir a totalidade do território da UE e ser
economicamente viável.
Importância das “autoestradas do mar”: são boas alternativas ao transporte rodoviário no
transporte de mercadorias,permitindo aliviar pontos de estrangulamento terrestre e
podem assumir um lugar importante na rede transeuropeia visto que Portugal é
considerado uma porta atlântica na Europa.

Qual a importância da inserção das redes transeuropeias nacionais nas redes europeias?
• O acesso ao centro do espaço comunitário
• Os portos e aeroportos portugueses apresentam uma posição central em relação ao
Atlântico no cruzamento dos corredores marítimos e aéreos,o que potencializa a
localização geográfica do país na integração nos mercados ibéricos, europeus e
intercontinentais
Prioridades ao nível dos investimentos nos transportes (2014-2020): ligações
internacionais ferroviárias e marítimas e plataformas logísticas

Importância de plataformas logísticas em Portugal:

• permite uma integração eficaz dos vários transportes


• criação de uma nova centralidade de Portugal face ao espaço ibérico, à Europa e ao
Resto do Mundo, ou seja, para transformar Portugal numa Plataforma Atlântica de
entrada de movimentos internacionais no espaço ibérico e elevar o país no ranking
dos centros de distribuição logística europeus.

Unidade 2 – A Revolução das telecomunicações e o seu impacto nas


relações intercontinentais
2.1- A distribuição espacial das redes de comunicação e o papel das TIC na
dinamização de diferentes espaços

As comunicações são vitais para a modernização das sociedades e um dos serviços


essenciais para as economias modernas, sendo fundamentais para a mobilidade de
pessoas e de bens.
As telecomunicações (tecnologias de transporte de informação à distância) são
responsáveis pelas rápidas transformações económicas e sociais.

O acesso à informação é cada vez mais vital para : a sobrevivência das empresas, uma
melhoria na educação, do ensino e da formação profissional, a redução das assimetrias
regionais, a promoção da cultura e do intercâmbio cultural, o desenvolvimento da ciência e
da tecnologia e os progressos na Medicina e melhoria da assistência médica.
Vantagens dos satélites:

• não estão sujeitos aos condicionalismos naturais


• transmitem em simultâneo uma grande quantidade de informação para diversas
partes do Mundo
São também vitais para os transportes, pois os sistemas de navegação por satélite
permitem: reforçar a segurança, melhorar a circulação do trânsito, reduzir os
congestionamentos e os danos ambientais, apoiar o desenvolvimento do transporte
intermodal, criar emprego e aumentar as comunicações pessoais.

Fibra ótica (meio de transmissão de informação poderoso, fiável e resistente) permitiu:


• uma maior capacidade em termos de volume de tráfego
• uma melhor qualidade de som e imagem
As novas comunicações causaram uma expansão dos mercados, o surgimento de novas
profissões e novas formas de exercer a atividade profissional, o descongestionamento do
meio ambiente, a quebra do isolamento das áreas periféricas e insulares e o maior acesso
à informação e às descobertas científicas.

As TIC contribuem para a modernização, competitividade e têm um papel fundamental no


desenvolvimento de um país.

Iniciativa “eEurope”

• “eEurope 2002” : Internet mais barata, mais rápida e mais segura; investir nas
pessoas e nas competências; promover a utilização de Internet

• “eEurope 2005” : acesso em banda larga a preços concorrenciais – principalmente


em áreas mais remotas, evitando o fosso digital entre países

Programa Operacional Sociedade da Informação (2000-2006) – dirigido à transformação


da economia e da sociedade visando a criação de um ciberespaço.

Iniciativa “i2010” tem como prioridades:


• a concretização de um espaço europeu único da informação, para a promoção de
um mercado interno aberto e competitivo destinada a Sociedade de Informação aos
médias.
• mais inovação e investimento na investigação sobre as TIC
• uma sociedade europeia da informação alicerçada na inclusão e na melhoria dos
serviços públicos e da qualidade de vida
Impactos territoriais resultantes do desenvolvimento das TIC: coesão territorial,
diminuição das assimetrias regionais e a diminuição do isolamento das áreas periféricas.
A Agenda digital tem como objetivos:
• A promoção da investigação de novas TIC e de iniciativas com vista a possibilitar o
acesso generalizado às mesmas
• o estabelecimento de um quadro regulamentar com o fim de estimular a
concorrência e a competitividade da indústria europeia
• uma política de telecomunicações
• o estimulo das redes transeuropeias nos setores tecnológico, energético e das
telecomunicações

Unidade 3 – Os transportes, as comunicações e a qualidade de vida da


população
3.1 – Os espaços de vivência e os problemas de segurança, de saúde e
ambientais

O aumento da mobilidade, tem permitido a criação de novos espaços de vivência e o


aumento da qualidade de vida da população que consequentemente tem induzindo:
• a expansão urbana
• a suburbanização
• a periurbanização
• a expansão do turismo
• o surgimento de novos destinos turísticos
• a mudança nos hábitos de recreio e de lazer da população
• a redução das distâncias-tempo entre os vários espaços demográficos
• a quebra do isolamento de regiões
• a maior separação entre o espaço de residência e de trabalho
• a redução das assimetrias socioeconómicas regionais

As deslocações por lazer, as deslocações para o local habitual de trabalho e as


deslocações profissionais dominam o leque de motivações dos portugueses.

Problemas associados aos transportados: o crescimento só setor de transportes tem


agravado os problemas ao nível de segurança, da saúde e do ambiente, colocando em
causa a própria qualidade de vida e o bem-estar da população (ex: acidentes rodoviários).

Os problemas de saúde e ambientais: a saúde pública e a qualidade de vida da população,


sobretudo urbana, são cada vez mais afetadas pela poluição atmosférica e sonora
provocada pelos transportes.
As soluções: os transportes e o desenvolvimento sustentável

Ações de sensibilização para o desenvolvimento sustentável:


• promoção de energias alternativas e renováveis como alternativa aos combustíveis
fósseis
• promoção dos sistemas de informação em tempo real dirigidos aos condutor,
visando a escolha de percursos menos congestionados
• consciencialização da população
• promoção do transporte coletivo, rápido, cómodo e eficaz, de forma que haja uma
diminuição da utilização do veículo particular
• ação escolar de forma a informar sobre as principais questões ambientais associadas
ao uso dos transportes e, por outro, desenvolver uma consciência ecológica.

Você também pode gostar