Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Artigo
Discussão
Ler
Editar
Ver histórico
Ferramentas
Nota: ""Zambezia"" redireciona para este artigo. Para o desenho animado, veja Zambezia (filme). Para a
região do interior da África Austral, veja Rodésia (região).
Esta página cita fontes, mas que não cobrem todo o conteúdo. Ajude a inserir referências. Conteúdo não
verificável pode ser removido.—Encontre fontes: ABW • CAPES • Google (N • L • A) (Fevereiro de
2020)
Zambézia
Dados gerais
Capital Quelimane
Município(s) Alto Molocué, Gurúè, Maganja da Costa, Milange, Mocuba, Morrumbala e Quelimane
Características geográficas
Dados adicionais
Zambézia é uma província situada na região centro de Moçambique. A sua capital é a cidade de
Quelimane, localizada a cerca de 1 600 quilómetros ao norte de Maputo, a capital do país. Com uma
área de 105 008 quilómetros quadrados e uma população de 5 110 787 habitantes em 2017, está
dividida em 22 distritos, e possui, desde 2022, sete municípios.
Tanto em termos de área como de população a província está em segundo lugar, em área atrás de
Niassa e quanto à população depois de Nampula.
Localização
No topo leste da zona central de Moçambique, a Zambézia está limitada a norte pelas províncias de
Nampula e Niassa, a leste pelo Canal de Moçambique, no Oceano Índico e a sul pela província de Sofala.
A oeste, para além da província de Tete, surge também o Malawi.
Demografia
População
De acordo com os resultados preliminares do Censo de 2017, a província da Zambézia tem 5 110 787
habitantes em uma área de 105 008 quilómetros quadrados, e, portanto, uma densidade populacional
de 48,7 habitantes por quilómetros quadrados, sendo a segunda província mais populosa. Quando ao
género, 52,7% da população era do sexo feminino e 47,3% do sexo masculino.[1]
O valor de 2017 representa um aumento de 1 220 334 habitantes ou 31,4% em relação aos 3 890 453
residentes registados no censo de 2007.[2]
História
O nome
O topónimo Zambézia foi criado em 1858 por decreto régio, abrangendo as capitanias de Quelimane e
"Rios de Sena" (outro nome para o Zambeze). O que é hoje a província da Zambézia foi durante muito
tempo o "distrito de Quelimane", criado em 1817, extinto e incorporado no de Sena em 1829 e reposto
em 1853.[4]
Os Prazos
A colonização deste território e, aliás de todo o vale do Zambeze, iniciou-se no século XVII pelo
aforamento de terrenos a portugueses ou "indo-portugueses" (indianos convertidos ao catolicismo, que
adoptaram nomes portugueses) comerciantes ou soldados, a troco duma renda anual. A concessão era
feita por "prazos", ou seja, por duas ou três gerações, sendo transmitida à filha mais velha. Passado esse
tempo, os terrenos voltavam à posse do Estado, mas podiam voltar a ser entregues aos antigos
"prazeiros", se as autoridades achassem que a propriedade tinha sido bem administrada.
Informalmente, no entanto, esta colonização tinha começado no século anterior, através de acordos de
fixação entre os colonos portugueses e os chefes locais, por vezes através do casamento.
Na margem direita do Zambeze e na margem esquerda da atual província de Tete, os prazos começaram
a ser atacados, em 1830, pelos nguni que fugiam durante o mfecane mas, aparentemente, os prazos da
Zambézia escaparam a essa sorte. Mas, apesar de "ressuscitados" por António Enes, o grande ideólogo
do colonialismo pós-escravatura, não resistiram ao capital pós-esclavagista das grandes companhias.
Depois de serem engolidos por estas, viram a administração colonial organizar-se finalmente — já na
segunda metade do século XIX — e utilizar a sua estrutura feudal, depois de transformados os
"xicundas" em sipaios, para submeterem os povos da região.
Por volta de 1870, começaram a estabelecer-se em Quelimane várias companhias europeias, já não
interessadas em escravos, nem em marfim, mas sim em oleaginosas — amendoim, gergelim e copra —
muito procuradas nas indústrias recém-criadas de óleo alimentar, sabões e outras. No princípio,
comercializando com os prazeiros, induziram-nos a forçarem os seus camponeses a cultivar estes
produtos. Exemplos dessas companhias são a "Fabre & Filhos" e a "Régie Ainé", ambas com sede em
Marselha, a "Oost Afrikaansch Handelshuis", holandesa, e a "Companhia Africana de Lisboa". A "Oost"
chegou a abrir em Sena uma sucursal para incentivar nessa região a produção de amendoim.
Mas a agricultura familar não produzia as quantidades desejadas, era necessário organizar plantações. É
nessa altura que o governador da "província ultramarina", Augusto de Castilho, cuja administração
estava desejosa de ter uma base tributária para manter a ocupação do território, emite em 1886 uma
"portaria provincial" regulando a cobrança do "mussoco" nos Prazos (que tinham sindo "extintos" pela
terceira vez seis anos antes), que incluía a obrigatoriedade dos homens válidos pagarem aquele
imposto, se não em produtos, então em trabalho; é dessa forma que começam a organizar-se as
grandes plantações de coqueiros e, mais tarde, de sisal e cana sacarina.
Em 1890, o futuro "Comissário Régio" António Enes decreta, numa revisão do Código de Trabalho Rural
de 1875 (que estabelecia apenas a obrigação "moral" dos colonos [leia-se camponeses indígenas] de
produzirem bens para comercialização), que o camponês já não tem a opção de pagar o "mussoco" em
géneros: "…O arrendatário [dos Prazos] fica obrigado a cobrar dos colonos em trabalho rural, pelo
menos metade da capitação de 800 réis, pagando esse trabalho aos adultos na razão de 400 réis por
semana e aos menores na de 200 réis.[5]
Esse decreto impunha ainda aos prazeiros a ocupação efectiva das terras arrendadas e o pagamento à
autoridade colonial da respectiva renda. Mas os prazeiros não tinham conseguido converter a sua
actividade de simples fornecedores de escravos ou de pequenas quantidades de produtos na de
organização das plantações, não só por falta de preparação (ou de vocação), mas também por falta de
capital. O resultado foi terem sido obrigados a subarrendar ou vender os seus prazos, terminando assim
a fase feudal desta porção de Moçambique.
As grandes companhias
A transição do regime feudal dos Prazos para o das Companhias foi feito no modelo capitalista da
formação de empresas. Assim, por exemplo, o arrendatário Baltazar Farinha cria a firma "Farinha &
Lopes", que rapidamente é substituída por "Eigenman & Pereira" e esta por "Eigenman, Pereira &
Stucky", que dá finalmente lugar à "Companhia do Boror". Este "Stucky", ou Joseph Stucky de Quay,
suíço, tinha um irmão Georges que, em 1899, comandou uma coluna de sipaios da Boror que submeteu
o chefe Congone e, dessa maneira, assegurou o controlo do território que hoje corresponde aos distritos
de Lugela, Mocuba e Namacurra. Era desta forma que as autoridades coloniais asseguravam a ocupação
efetiva do território. Na década de 1920, Stucky foi agraciado pelo governo português com o título de
conde.
Em 1921, todo o "distrito de Quelimane" estava dividido em 23 prazos que, entretanto, tinham passado,
à excepção de três, à propriedade de grandes companhias que, no entanto, não eram companhias
majestáticas, mas sim "arrendatárias" de prazos – que em muitos casos, tinham sido incluídos à força no
seu território. Eram as seguintes as companhias e os prazos existentes (entre parênteses os anos de
início do arrendamento ou da fundação das companhias):
Massingire (1897);
Andone (1987);
Anquaze (1897);
Timbué (1900);
Boror (1898);
Macuse (1898);
Licungo (1898);
Nameduro (1899);
Tangalane (idem);
Cheringone (idem);
Maindo (1904);
Inhassunge (1916);
Lugela (1906);
Milange (1906);
Lomué (1910);
Marral (idem).
Entretanto, do ponto de vista da administração colonial, o "distrito" estava dividido apenas em quatro
circunscrições (criadas nas datas indicadas entre parênteses), que apenas cobriam a parte costeira do
norte da Zambézia:
Ile (1918),
Moebaze (1919, que passou a chamar-se Pebane em 1926; Ossiua tinha sido criada em 1919, mas foi
suprimida em 1923, com a sua área dividida entre Alto Molocué e Pebane).
Em 1913, dos cerca de nove milhões de hectares da Zambézia, 5,4 milhões eram administrados pelos
arrendatários, sendo os remanescentes 3,6 milhões a "reserva" do Estado. No entanto, a área total
ocupada pelas plantações correspondia apenas a 0,5% da área arrendada (em 1924, este número sobe
para 0,7%). Isto pode ser explicado por estas culturas (coqueiro, sisal, algodão e cana-sacarina) exigirem
muita mão-de-obra e as companhias não estarem interessadas em investir em maquinaria, uma vez que
a população era excedentária e os salários exíguos. Além disso, as plantações reservavam sempre uma
área para culturas alimentares, para evitar custos adicionais em alimentação dos trabalhadores. Esta
política assegurava um lucro considerável.
As plantações, no entanto, não eram a única fonte de rendimento das Companhias, pois algumas
dedicavam-se igualmente à exportação de mão-de-obra para o estrangeiro (mesmo contrariando a
legislação em vigor). Por exemplo, a Empresa Agrícola de Lugela tinha como um dos sócios Francisco
Monteiro, que era igualmente proprietário de uma das maiores roças de cacau de São Tomé e, de
acordo com fontes da época, calcula-se que, entre 1910 e 1915, tenham sido enviados como
"contratados" para São Tomé cerca de 30 mil moçambicanos, não só da Zambézia, mas também de
outras áreas de Moçambique, onde o recrutamento de mão-de-obra já estava organizado. Outros dez
mil terão sido enviados para as plantações e minas do Transvaal (África do Sul). Ao mesmo tempo, para
cumprir os seus acordos com a República Sul-Africana, a própria administração colonial tinha o seu
papel no fornecimento de trabalhadores: está registado que, de 1904 a 1907, saíram pelos portos de
Quelimane e Chinde 8141 homens oriundos das "reservas" do Estado e do Prazo Lugela.
Esta forma de exploração exacerbou o êxodo de zambezianos, que já tinha começado no tempo da
escravatura e do "mussoco" prazeiro, uma vez que havia oportunidades de trabalho e condições de vida
mais amenas nos territórios vizinhos das Rodésias e Niassalândia, para além do Transvaal. Pesam
também nesta diáspora, as frequentes secas e cheias, com a consequente escassez de comida, e a falta
de cuidados de saúde, mesmo na fase das Companhias. Em 1906, a emigração de Quelimane e Tete foi
de 22.454 pessoas, das quais 1954 foram para o Transvaal, 500 para a construção do caminho-de-ferro
da Suazilândia e 20 mil para locais indeterminados; por outro lado, no mesmo ano, segundo registos
oficiais, teriam morrido de fome só na Zambézia cerca de 30 mil pessoas. Na década de 1910, Carl
Wiese, que arrendara terras da Companhia da Zambézia, reportou terem desaparecido 50 mil pessoas
dos Prazos de Massingire, Milange e de Tete.
Governo
Administradores provinciais
Até 2020 a província era dirigida por um governador provincial nomeado pelo Presidente da República.
No seguimento da revisão constitucional de 2018 e da nova legislação sobre descentralização de 2018 e
2019, o governador provincial passou a ser eleito pelo voto popular, e o governo central passou a ser
representado pelo Secretário de Estado na província, que é nomeado e empossado pelo Presidente da
República.[6]
Governadores nomeados
Governadores eleitos
Secretários de estado
(2020-2023) Judith Mussácula[21]
Subdivisões da província
Distritos
A província está dividida em 22 distritos, os 16 já existentes quando foi realizado o censo de 2007,[23]
mais o distrito de Quelimane, reestabelecido em 2013 para administrar as competências do governo
central, e que coincide territorialmente com o município do mesmo nome, e os novos distritos de Luabo,
Derre, Mocubela, Molumbo e Mulevala:[24]:[23]
Alto Molócuè
Chinde
Derre
Gilé
Gurué
Ile
Inhassunge
Luabo
Lugela
Maganja da Costa
Milange
Mocuba
Mocubela
Molumbo
Mopeia
Morrumbala
Mulevala
Namacurra
Namarroi
Nicoadala
Pebane
Quelimane
Municípios
Gurúè (cidade)
Milange (vila)
Mocuba (cidade)
Morrumbala (vila)
Quelimane (cidade)
De notar que a vila de Alto Molócuè se tornou município em 2008, a de Maganja da Costa em 2013 e a
de Morrumbala em 2022.
Ver também
Referências
«Indicadores Sócio Demográficos Província da Zambézia 2007» (PDF). Instituto Nacional de Estatística.
2012. Consultado em 11 de janeiro de 2018
«Decreto Presidencial n.º52/86 de 24 de Abril, Boletim da República, I Série, número 17, Suplemento».
Imprensa Nacional de Moçambique. 24 de abril de 1986. Consultado em 9 de fevereiro de 2023
«Decreto Presidencial n.º20/87 de 12 de Janeiro, Boletim da República, I Série, número 2». Imprensa
Nacional de Moçambique. 14 de janeiro de 1987. Consultado em 9 de fevereiro de 2023
«Decreto Presidencial n.º3/87 de 25 de Março, Boletim da República, I Série, número 12, Suplemento».
Imprensa Nacional de Moçambique. 25 de março de 1987. Consultado em 6 de fevereiro de 2023
«Despacho Presidencial n.º 17/2020 de 13 de Janeiro, Boletim da República, I Série, número 8» (PDF).
Imprensa Nacional de Moçambique. 13 de janeiro de 2020. Consultado em 23 de novembro de 2022
«Jaime Neto é novo Secretário de Estado de Nampula». O País. 20 de janeiro de 2023. Consultado em
20 de janeiro de 2023
Lei nº 26/2013, publicada no Boletim da República nº 101, I Série, de 18 de Dezembro de 2013, pág.
1059-1061 (3)
"Resolução n.º 7/87, de 25 de Abril publicado no Boletim da República (BR), I Série, Nº 16 de 1987" in
Estudo "Desenvolvimento Municipal em Moçambique: As Lições da Primeira Década". pp. 24 e 25.
Banco Mundial. Maio 2009. Acesso 2011 outubro 5
«Moçambique tem dez novas autarquias». A Verdade. 23 de maio de 2013. Consultado em 21 de julho
de 2023
«AR Aprova Lei Que Cria Novas Autarquias Locais». Assembleia da República. 14 de Dezembro de 2022.
Consultado em 21 de julho de 2023
Ligações externas
Zambézia Online
[Expandir]vde
Províncias de Moçambique
[Esconder]vde
Distritos: Alto Molócuè · Chinde · Derre · Gilé · Gurué · Ile · Inhassunge · Luabo · Lugela · Maganja da
Costa · Milange · Mocuba · Mocubela · Molumbo · Mopeia · Morrumbala · Mulevala · Namacurra ·
Namarroi · Nicoadala · Pebane · Quelimane
Localização da Zambézia
[Expandir]vde
Portal de Moçambique
https://pt.wikipedia.org/wiki/Zamb%C3%A9zia
Perfis Distritais
Nicoadala
Data: 16/11/2016
O distrito de Nicoadala foi criado em 1986 conjuntamente com mais 25 distritos, a nível nacional, e a par
de Inhassunge, na Zambézia. Nesta altura, para o seu território transitaram um total de 10 localidades,
com Munhonha, Nhafuba e Nicoadala, originárias do distrito de Namacurra, enquanto que do então
distrito
de Quelimane transitaram Ionge, Madal, Maquival, Marrongane Nangoela, Namacata e Ilova. Esta
última localidade, Ilova, já não vem referida no perfil do distrito apresentado pelo Portal do Governo,
datado de 2005.
População
Em 2007, o Censo indicou uma população de 231 850 residentes. Com uma área de 3392 km²,
a densidade populacional rondava os 68,35 habitantes por km².
De acordo com o Censo de 1997, o distrito tinha 135 275 habitantes e uma área de 3582 km², daqui
resultando uma densidade populacional de 37,8 habitantes por km².
Divisão administrativa
O distrito está dividido em dois postos administrativos: Maquival e Nicoadala. Estes, por sua vez, são
compostos por um total de 9 localidades:
o Ionge
o Madal
o Maquival
o Marrongane
o Nangoela
o Munhonha
o Namacata
o Nhafuba
o Nicoadala
Namacurra
Data: 16/11/2016
é uma vila da província da Zambézia em Moçambique, sede do distrito do mesmo nome.A vila de
Namacurra tem, de acordo com o censo de 1997, uma população de 2 873 habitantes.O Posto
Administrativo de Namacurra, de acordo com o Censo de 2007, incluia uma população de 94 693
residentes.
História
População
Em 2007, o Censo indicou uma população de 186 410 residentes. Com uma área de 2028 km²,
a densidade populacional rondava os 91,92 habitantes por km². Este é um valor só superado na
província no seu distrito mais pequeno: Inhassunge.
De acordo com o Censo de 1997, o distrito tinha 160 879 habitantes e uma área de 1798 km², daqui
resultando uma densidade populacional de 89,5 habitantes por km².
De notar que em 1980, a área definida para o distrito de Namacurra era de 3941 km². Um valor que,
conjugado com 163 128 habitantes, resultava numa densidade populacional de 41,4 habitantes por km².
Divisão administrativa
O distrito está dividido em dois postos administrativos: Macusse e Namacurra. Estes postos, por sua vez,
eram compostos por um total de 9 localidades, em 2007:
o Furquia
o Macusse
o Maxixine
o Mbaua
o Muebele
o Mutange
o Namacurra
o Pida
Mocuba
Data: 16/11/2016
Em 2007 Mocuba, com 300 628 residentes, era o terceiro distrito com mais população na Zambézia, só
sendo ultrapassado pelos vizinhos Milange e Morrumbala.
População
Em 2007, o Censo indicou uma população de 300 628 residentes. Com uma área de 8803 km²,
a densidade populacional rondava os 34,15 habitantes por km².
De acordo com o Censo de 1997, o distrito tinha 214 748 habitantes e uma área de 8867 km², daqui
resultando uma densidade populacional de 24,2 habitantes por km².
Divisão administrativa
Município de Mocuba
o Munhiba
o Mugeba
o Alto Benfica
o Namajavira
De notar que em 1998 a cidade de Mocuba, até então uma divisão administrativa que compreendia a
maior parte do posto administrativo de Mocuba, foi elevada à categoria de município.
Pesquisa
Pesquisa avançada
Perfis Distritais
Agricultura
População
Historia
Geografia
Lugela
Data: 16/11/2016
é um distrito da província da Zambézia, em Moçambique, com sede na povoação de Lugela. Tem limite,
a norte e nordeste com o distrito de Namarroi, a norte e a oeste com o distrito de Milange, a sul e leste
com o distrito de Mocuba e a leste com o distrito de Ile.
Demografia
Em 2007, o Censo indicou uma população de 135 485 residentes. Com uma área de 6178 km²,
a densidade populacional rondava os 21,93 habitantes por km².
De acordo com o Censo de 1997, o distrito tinha 106 770 habitantes, daqui resultando uma densidade
populacional de 17,3 habitantes por km².
Divisão administrativa
O distrito está dividido em quatro postos administrativos (Lugela, Muabanama, Munhamade e Tacuane),
compostos pelas seguintes localidades:
o Lugela
o Mussengane
o Nagobo
o Phutine
o Taba
o Comone
o M'Pemula
o Muabanama
o Alto Lugela
o Cuba
o Mulide
o Munhamade
o Tenede
o Ebide
o Mabu
o Tacuane
Pebane
Data: 16/11/2016
População
Em 2007, o Censo indicou uma população de 185 333 residentes. Com uma área de 10 182 km²,
a densidade populacional rondava os 18,20 habitantes por km².
De acordo com o Censo de 1997, o distrito tinha 198 451 habitantes e uma área de 9985 km², daqui
resultando uma densidade populacional de 19,9 habitantes por km².
Divisão administrativa
O distrito está dividido em três postos administrativos: Mulela Mualama, Naburi e Pebane. Estes, por
sua vez, eram compostos, 2007, por um total de 14 localidades:
o Alto Maganha
o Malema
o Mulela
o Mucocoro
o Namanla
o Mihecue
o Naburi
o Namahipe
o Tomeia
o Txalalane
Posto Administrativo de Pebane:
o Pebane
o Impaca
o Magiga
o Nicadine
Maganja da Costa
Data: 16/11/2016
é um distrito da província da Zambézia, em Moçambique, com sede na vila de Maganja da Costa. Tem
limite, a norte com o distrito de Ile, a noroeste e oeste com o distrito de Mocuba, a sudoeste com o
distrito de Namacurra, a sul e sudeste com o Oceano Índico e a leste com o distrito de Pebane.
Demografia
Em 2007, o Censo indicou uma população de 276 881 residentes. Com uma área de 7597 km²,
a densidade populacional rondaria os 36,45 habitantes por km².
De acordo com o censo de 1997, o distrito tinha 229 230 habitantes e uma área de 7597 km², daqui
resultando uma densidade populacional de 30,2 habitantes por km².
Divisão administrativa
O distrito está dividido em quatro postos administrativos, Bajone, Maganja da Costa, Mocubela e Nante,
compostos por um total de 14 localidades e a vila de Maganja:
o Missal
o Nacuda
o Naico
o Bala
o Cabuir
o Cariua
o Maneia
o Mocubela
o Muzo
o Alto Mutola
o Moneia
o Muôloa
o Nante
o Nomiua
Mopeia
Data: 16/11/2016
é um distrito da província da Zambézia, em Moçambique, com sede na povoação de Mopeia. Tem limite,
a norte com o distrito de Morrumbala, a oeste com o distrito de Mutarara da província de Tete, a oeste
e sudoeste com os distritos de Caia e Marromeu, ambos da província de Sofala, a sul com o distrito
de Chinde e a leste com os distritos de Inhassunge e Nicoadala.
Em 2007, Mopeia era o distrito da Zambézia com menor densidade populacional, com 15,03 habitantes
por km². Um estatuto alcançado sobretudo pelo número de 115 291 residentes, que na província era
apenas superior ao apresentado por Inhassunge. Curiosamente, Inhassunge era o distrito com a maior
densidade populacional da província devido sobretudo a ter o mais pequeno território.
População
Em 2007, o Censo indicou uma população de 115 291 residentes. Com uma área de 7671 km²,
a densidade populacional rondava os 15,03 habitantes por km². Um valor que coloca Mopeia como o
distrito da Zambézia com menor densidade populacional.
De acordo com o Censo de 1997, o distrito tinha 71 535 habitantes e uma área de 7614 km², daqui
resultando uma densidade populacional de 9,4 habitantes por km², a mais baixa da província.
Divisão administrativa
O distrito de Mopeia está dividido em dois postos administrativos: Campo e Mopeia. Estes, por sua vez,
eram constituídos por um total de 8 localidades, em 2005:
o Campo
o Catale
o Luala
o Mungane
o Chimuara
o Mopeia
o N'Zanza
o Rovuma
Morrumbala
Data: 16/11/2016
Com uma área de 12 801 km², Morrumbala é o maior distrito da província da Zambézia, possuindo, em
2007, o segundo maior número de residentes, 358 913, um valor só suplantado pelo vizinho Milange.
População
Em 2007, o Censo indicou uma população de 358 913 residentes. Com uma área de 12 801 km²,
a densidade populacional rondava os 28,04 habitantes por km².
De acordo com o Censo de 1997, o distrito tinha 243 751 habitantes e uma área de 12 972 km², daqui
resultando uma densidade populacional de 18,8 habitantes por km².
Divisão administrativa
o Chilomo
o Chire
o Gorro
o Derre
o Guerissa
o Machindo
o Megaza
o Pinda
o Sabe
o Boroma
o Mepinha
o Morrumbala
o Muandiua
Chinde
Data: 16/11/2016
é um distrito da província da Zambézia, em Moçambique, com sede na vila de Chinde. Tem limite, a
norte com o distrito de Mopeia, a oeste com o distrito de Marromeu da província de Sofala, a sul e
sudeste com o Oceano Índico e a nordeste com o distrito de Inhassunge.
Demografia
Em 2007, o Censo indicou uma população de 119 898 residentes. Com uma área de 4403 km²,
a densidade populacional rondava os 27,23 habitantes por km².
De acordo com o Censo de 1997, o distrito tinha 129 115 habitantes, daqui resultando uma densidade
populacional de 29,3 habitantes por km².
Divisão administrativa
O distrito está dividido em três postos administrativos (Chinde, Luabo e Micaune) compostos pelas
seguintes localidades:
o Vila de Chinde
o Matilde
o Mucuandaia
o Pambane
o Luabo
o Mangige
o Nzama
o Rovuma
o Samora Machel
o 25 de Setembro
Posto Administrativo de Micaune:
o Arijuane
o Magaza
o Micaune
o Mitange
o Nhamatamanga
Milange
Data: 16/11/2016
é um distrito da província da Zambézia, em Moçambique, com sede na vila de Milange. Tem limite, a
norte com o distrito de Mecanhelas da província de Niassa, a oeste com o Malawi, a sul com o distrito
de Morrumbala, a sudeste com o distrito de Mocuba, a leste com os distritos de Lugela e Namarroi e a
nordeste com o distrito de Gurué.
Com 498 635 habitantes, em 2007, Milange continuava a ser o distrito da Zambézia com mais
população, superando os seus vizinhos Morrumbala e Mocuba.
População
Em 2007, o Censo indicou uma população de 498 635 residentes. Com uma área de 9842 km²,
a densidade populacional rondava os 50,66 habitantes por km².
De acordo com o Censo de 1997, o distrito tinha 335 728 habitantes e uma área de 9794 km², daqui
resultando uma densidade populacional de 34,3 habitantes por km².
Divisão administrativa
o Dachudua
o Majaua
o Zalimba
o Chitambo
o Corromana
o Liciro
o Município de Milange
o Tengua
o Vulalo
o Capitão Mor
o Nangoma
o Molumbo
o Dulanha
o Mongue
o Sabelua
De notar que em 1998 a vila de Milange, até então uma divisão administrativa a nível de localidade, foi
elevada à categoria de município.
Namarroi
Data: 16/11/2016
Em 2007, o Censo indicou uma população de 125 999 residentes. Com uma área de 3071 km²,
a densidade populacional rondava os 41,03 habitantes por km².
De acordo com o Censo de 1997, o distrito tinha 95 257 habitantes e uma área de 3019 km², daqui
resultando uma densidade populacional de 31,6 habitantes por km².
Divisão administrativa
O distrito está dividido em dois postos administrativos: Namarroi e Regone. Estes, por sua vez, são
compostos por um total de 7 localidades:
o Lipilali
o Marea
o Mudine
o Muemue
o Namarroi
o Mutatala
o Regone
Ile
Data: 16/11/2016
Ile é um distrito da província da Zambézia, em Moçambique, com sede na povoação de Ile. Tem limite, a
norte e nordeste com o distrito de Alto Molócue, a noroeste com o distrito de Gurué, a oeste com os
distritos de Namarroi e Lugela, a sul com os distritos de Mocuba, Maganja da Costa e Pebane e a leste
com o distrito de Gilé.
Demografia
Em 2007, o Censo indicou uma população de 289 891 residentes. Com uma área de 5589 km²,
a densidade populacional rondava os 51,87 habitantes por km².
De acordo com o Censo de 1997, o distrito tinha 224 167 habitantes, daqui resultando uma densidade
populacional de 40,1 habitantes por km².
Divisão administrativa
O distrito está dividido em três postos administrativos (Ile, Mulevala e Socone), compostos pelas
seguintes localidades:
o Ile
o Calaia
o Mungulama/Hatxue
o Namanda
o Nampexo
o Nipiode
o Palane/Vieriva
o Chiraco
o Micalane
o Mucata
o Namigonha
o Ruge
o Tebo
o Curruane (Macopola)
o Socone
Gurué
Data: 16/11/2016
é um distrito da província da Zambézia, em Moçambique, com sede na cidade de Gurué. Tem limite a
norte com o distrito de Malema da província de Nampula, a noroeste com o distrito de Cuamba da
província de Niassa, a sudoeste com o distrito de Milange, a sul com os distritos de Namarroi e Ile e a
leste com o distrito de Alto Molócue.
Demografia
Em 2007, o Censo indicou uma população de 297 935 residentes. Com uma área de 5606 km²,
a densidade populacional rondava os 53,15 habitantes por km².
De acordo com o Censo de 1997, o distrito tinha 197 179 habitantes, daqui resultando uma densidade
populacional de 35,2 habitantes por km².
Clima
Divisão administrativa
O distrito está dividido em dois postos administrativos (Lioma e Mepuagiua), compostos pelas seguintes
localidades:
o Lioma
o Magige
o Mualijane
o Nintulo
o Tetete
o Incize
o Mepuagiua
o Mugaveia
o Nicoropale
o Nipive
De notar que em 1998 a cidade de Gurué, até então uma divisão administrativa que compreendia
vários postos administrativos, foi elevada à categoria de município.
Alto Molocué
Data: 16/11/2016
é um distrito da província da Zambézia, em Moçambique, com sede na vila de Alto Molócuè. Tem limite,
a norte com os distritos de Ribaué e Malema, ambos da província de Nampula, a oeste com o distrito
de Gurué, a sul e sudoeste com o distrito de Ile e a leste com o distrito de Gilé.
Demografia
Em 2007, o Censo indicou uma população de 272 482 residentes. Com uma área de 6386 km²,
a densidade populacional rondava os 42,67 habitantes por km².
De acordo com o Censo de 1997, o distrito tinha 185 224 habitantes, daqui resultando uma densidade
populacional de 29,0 habitantes por km².
Divisão administrativa
O distrito está dividido em dois postos administrativos (Alto Molócuè e Nauela), compostos pelas
seguintes localidades:
o Caiaia
o Chapala
o Ecole
o Malua
o Mutala
o Nacuaca
o Nimala
o Nivava
o Novanana
o Mohiua
o Nauela
Gilé
Data: 16/11/2016
é um distrito da província da Zambézia, em Moçambique, com sede na povoação de Gilé. Tem limite, a
norte com o distrito de Ribaué da província de Nampula, a oeste com o distrito de Alto Molócue, a
sudoeste com o distrito de Ile, a sul com o distrito de Pebane, a leste com os distritos
de Mogovolas e Moma, ambos da província de Nampula) e a nordeste com o distrito de Murrupula,
também da província de Nampula
Demografia
Em 2007, o Censo indicou uma população de 169 285 residentes. Com uma área de 8875 km²,
a densidade populacional rondava os 19,07 habitantes por km².
De acordo com o Censo de 1997, o distrito tinha 126 988 habitantes, daqui resultando uma densidade
populacional de 14,3 habitantes por km².
Divisão administrativa
O distrito está dividido em dois postos administrativos (Alto Ligonha e Gilé), compostos pelas seguintes
localidades:
o Alto Ligonha
o Inxotcha
o Mirali
o Muiane
o Namihali
o Namireco
o Pury
o Gilé
o Kaiane
o Mamala
o Manhope
o Moniea
o Naheche
o Uape
Inhassunge
Data: 16/11/2016
Demografia
Em 2007, o Censo indicou uma população de 91 196 residentes. Com uma área de 745 km², a densidade
populacional rondava os 122,41 habitantes por km²,
De acordo com o Censo de 1997, o distrito tinha 87 396 habitantes, daqui resultando uma densidade
populacional de 117,3 habitantes por km², fazendo deste distrito o mais pequeno e mais densamente
povoado da Zambézia.
Divisão administrativa
O distrito está dividido em dois postos administrativos (Gonhane e Mucupia), compostos pelas seguintes
localidades:
o Gonhane
Posto Administrativo de Mucupia:
o Chirimane
o Ilova
o Mucupia
Agricultura
Por volta de 1870, começaram a estabelecer-se em Quelimane várias companhias europeias, já não
interessadas em escravos, nem em marfim, mas sim em oleaginosas – amendoim, gergelim e copra –
muito procuradas nas indústrias recém-criadas de óleo alimentar, sabões e outras. No princípio,
comercializando com os prazeiros, induziram-nos a forçarem os seus camponeses a cultivar estes
produtos. Exemplos dessas companhias são a “Fabre & Filhos” e a “Régie Ainé”, ambas com sede em
Marselha, a “Oost Afrikaansch Handelshuis”, holandesa, e a “Companhia Africana de Lisboa”. A “Oost”
chegou a abrir em Sena uma sucursal para incentivar nessa região a produção de amendoim.
Mas a agricultura familar não produzia as quantidades desejadas, era necessário organizar plantações. É
nessa altura que o governador da “província ultramarina”, Augusto de Castilho, cuja administração
estava desejosa de ter uma base tributária para manter a ocupação do território, emite em 1886 uma
“portaria provincial” regulando a cobrança do “mussoco” nos Prazos (que tinham sindo “extintos” pela
terceira vez seis anos antes), que incluía a obrigatoriedade dos homens válidos pagarem aquele
imposto, se não em produtos, então em trabalho; é dessa forma que começam a organizar-se as
grandes plantações de coqueiros e, mais tarde, de sisal e cana sacarina.
Em 1890, o futuro “Comissário Régio” António Enes decreta, numa revisão do Código de Trabalho Rural
de 1875 (que estabelecia apenas a obrigação “moral” dos colonos [leia-se camponeses indígenas] de
produzirem bens para comercialização), que o camponês já não tem a opção de pagar o “mussoco” em
géneros: “...O arrendatário [dos Prazos] fica obrigado a cobrar dos colonos em trabalho rural, pelo
menos metade da capitação de 800 réis, pagando esse trabalho aos adultos na razão de 400 réis por
semana e aos menores na de 200 réis.
Esse decreto impunha ainda aos prazeiros a ocupação efectiva das terras arrendadas e o pagamento à
autoridade colonial da respectiva renda. Mas os prazeiros não tinham conseguido converter a sua
actividade de simples fornecedores de escravos ou de pequenas quantidades de produtos na de
organização das plantações, não só por falta de preparação (ou de vocação), mas também por falta de
capital. O resultado foi terem sido obrigados a subarrendar ou vender os seus prazos, terminando assim
a fase feudal desta porção de Moçambique.
As grandes companhias
A transição do regime feudal dos Prazos para o das Companhias foi feito no modelo capitalista da
formação de empresas. Assim, por exemplo, o arrendatário Baltazar Farinha cria a firma “Farinha &
Lopes”, que rapidamente é substituída por “Eigenman & Pereira” e esta por “Eigenman, Pereira &
Stucky”, que dá finalmente lugar à “Companhia do Boror”. Este “Stucky”, ou Joseph Stucky de Quay,
suíço, tinha um irmão Georges que, em 1899, comandou uma coluna de sipaios da Boror que submeteu
o chefe Congone e, dessa maneira, asegurou o controlo do território que hoje corresponde aos distritos
de Lugela, Mocuba e Namacurra. Era desta forma que as autoridades coloniais asseguravam a ocupação
efectiva do território. Na década de 1920, Stucky foi agraciado pelo governo português com o título de
conde.
Em 1921, todo o “distrito de Quelimane” estava dividido em 23 prazos que, entretanto, tinham passado,
à excepção de três, à propriedade de grandes companhias que, no entanto, não eram companhias
majestáticas, mas sim “arrendatárias” de prazos – que em muitos casos, tinham sido incluídos à força no
seu território. Eram as seguintes as companhias e os prazos existentes (entre parênteses os anos de
início do arrendamento ou da fundação das companhias):
o Massingire (1897);
o Andone (1987);
o Anquaze (1897);
o Timbué (1900);
o Boror (1898);
o Macuse (1898);
o Licungo (1898);
o Nameduro (1899);
o Cheringone (idem);
o Maindo (1904);
o Inhassunge (1916);
o Lugela (1906);
o Milange (1906);
o Lomué (1910);
o Marral (idem).
Entretanto, do ponto de vista da administração colonial, o “distrito” estava dividido apenas em quatro
circunscrições (criadas nas datas indicadas entre parênteses), que apenas cobriam a parte costeira do
norte da Zambézia:
Ile (1918),
Moebaze (1919, que passou a chamar-se Pebane em 1926; Ossiua tinha sido criada em 1919,
mas foi suprimida em 1923, com a sua área dividida entre Alto Molocué e Pebane).
Em 1913, dos cerca de nove milhões de hectares da Zambézia, 5,4 milhões eram administrados pelos
arrendatários, sendo os remanescentes 3,6 milhões a “reserva” do Estado. No entanto, a área total
ocupada pelas plantações correspondia apenas a 0,5% da área arrendada (em 1924, este número sobe
para 0,7%). Isto pode ser explicado por estas culturas (coqueiro, sisal, algodão e cana-sacarina) exigirem
muita mão-de-obra e as companhias não estarem interessadas em investir em maquinaria, uma vez que
a população era excedentária e os salários exíguos. Além disso, as plantações reservavam sempre uma
área para culturas alimentares, para evitar custos adicionais em alimentação dos trabalhadores. Esta
política assegurava um lucro considerável.
As plantações, no entanto, não eram a única fonte de rendimento das Companhias, pois algumas
dedicavam-se igualmente à exportação de mão-de-obra para o estrangeiro (mesmo contrariando a
legislação em vigor). Por exemplo, a Empresa Agrícola de Lugela tinha como um dos sócios Francisco
Monteiro, que era igualmente proprietário de uma das maiores roças de cacau de São Tomé e, de
acordo com fontes da época, calcula-se que, entre 1910 e 1915, tenham sido enviados como
“contratados” para São Tomé cerca de 30 mil moçambicanos, não só da Zambézia, mas também de
outras áreas de Moçambique, onde o recrutamento de mão-de-obra já estava organizado. Outros dez
mil terão sido enviados para as plantações e minas do Transvaal (África do Sul). Ao mesmo tempo, para
cumprir os seus acordos com a República Sul-Africana, a própria administração colonial tinha o seu
papel no fornecimento de trabalhadores: está registado que, de 1904 a 1907, saíram pelos portos de
Quelimane e Chinde 8141 homens oriundos das “reservas” do Estado e do Prazo Lugela.
Esta forma de exploração exacerbou o êxodo de zambezianos, que já tinha começado no tempo da
escravatura e do “mussoco” prazeiro, uma vez que havia oportunidades de trabalho e condições de vida
mais amenas nos territórios vizinhos das Rodésias e Niassalândia, para além do Transvaal. Pesam
também nesta diáspora, as frequentes secas e cheias, com a consequente escassez de comida, e a falta
de cuidados de saúde, mesmo na fase das Companhias. Em 1906, a emigração de Quelimane e Tete foi
de 22.454 pessoas, das quais 1954 foram para o Transvaal, 500 para a construção do caminho-de-ferro
da Suazilândia e 20 mil para locais indeterminados; por outro lado, no mesmo ano, segundo registos
oficiais, teriam morrido de fome só na Zambézia cerca de 30 mil pessoas. Na década de 1910, Carl
Wiese, que arrendara terras da Companhia da Zambézia, reportou terem desaparecido 50 mil pessoas
dos Prazos de Massingire, Milange e de Tete.
População
Zambézia
Tem uma população de 3 849 455 habitantes em 2007. Com uma área de 103 478 km², a densidade
populacional rondava os 37,2 habitantes por km².
De acordo com o Censo de 1997, a Província tinha 2 891 809 habitantes e uma área de 103 127 km²,
daqui resultando uma densidade populacional de 28,04 habitantes por km².
Entre 1997 e 2007, a população cresceu 24,88%, tendo sido contabilizados mais 957 646 habitantes, o
segundo maior valor registado entre as todas as províncias moçambicanas.
Tanto em termos de área como de população, a província está em segundo lugar, com uma área de
103 478 km² atrás de Niassa e com um total de 3 849 455 residentes depois de Nampula.
Linguas Faladas:
Português
Chuabo
Lomué
sena
Historia
O Nome
O topónimo Zambézia foi criado em 1858 por decreto régio, abrangendo as capitanias de Quelimane e
“Rios de Sena” (o Zambeze). O que hoje chamamos província da Zambézia foi durante muito tempo o
“distrito de Quelimane”, criado em 1817, extinto e incorporado no de Sena em 1829 e reposto em 1853.
Os Prazos
A colonização deste território e, aliás de todo o vale do Zambeze, iniciou-se no século XVII pelo
aforamento de terrenos a portugueses ou “indo-portugueses” (indianos convertidos ao catolicismo, que
adoptaram nomes portugueses) comerciantes ou soldados, a troco duma renda anual. A concessão era
feita por "prazos", ou seja, por duas ou três gerações, sendo transmitida à filha mais velha. Passado esse
tempo, os terrenos voltavam à posse do Estado, mas podiam voltar a ser entregues aos antigos
“prazeiros”, se as autoridades achassem que a propriedade tinha sido bem administrada.
Informalmente, no entanto, esta colonização tinha começado no século anterior, através de acordos de
fixação entre os colonos portugueses e os chefes locais, por vezes através do casamento.
Com o tempo e a ineficácia da administração colonial, estas propriedades tornaram-se verdadeiros
“estados” com os seus exércitos de “chicundas”. Não só estes senhores feudais não pagavam renda ao
Estado português, como organizaram um sistema de cobrar o “mussoco” (um imposto individual em
espécie, devido por todos os homens válidos, maiores de 16 anos) aos camponeses que cultivavam nas
suas terras. Além disso, mineravam ouro e comerciavam marfim e escravos em troca de panos e
missangas que recebiam da Índia e de Lisboa. Até 1850, Cuba foi o principal destino dos escravos
provenientes da Zambézia.
Em 1870, era apenas em Quelimane (sem conseguir penetrar no “Estado da Maganja da Costa”) onde
Portugal exercia alguma autoridade, cobrando o “mussoco”, instituído e cobrado pelos prazeiros. Isto,
apesar de, em 1854, o governo português ter “extinguido” os Prazos (pela segunda vez, a primeira tinha
sido em 1832). Outros decretos do mesmo ano extinguiam a escravatura (oficialmente, uma vez que os
“libertos” eram levados à força para as ilhas francesas do Oceano Índico (Maurícia]] ou “ilha Bourbon” e
Reunião ou “ilha de Fança”, com o estatuto de “contratados”) e o imposto individual, substituindo-o
pelo imposto de palhota, uma espécie de contribuição predial.
Na margem direita do Zambeze e na margem esquerda da actual província de Tete, os prazos
começaram a ser atacados, em 1830, pelos nguni que fugiam durante o mfecane mas, aparentemente,
os prazos da Zambézia escaparam a essa sorte. Mas, apesar de “ressuscitados” por António Enes, o
grande ideólogo do colonialismo pós-escravatura, não resistiram ao capital pós-esclavagista das grandes
companhias. Depois de serem engolidos por estas, viram a administração colonial organizar-se
finalmente – já na segunda metade do século XIX – e utilizar a sua estrutura feudal, depois de
transformados os “xicundas” em sipaios, para submeterem os povos da região.
Geografia
Zambézia é uma província situada na região centro de Moçambique. A sua capital é a cidade de
Quelimane, localizada a cerca de 1600 km ao norte de Maputo, a capital do país. Com uma área de
103 478 km², está dividida em 22 distritos, e possui, desde 2013, 6 municípios: Alto Molócuè, Gurúè,
Maganja da Costa, Milange, Mocuba e Quelimane.
Localização
No topo leste da zona central de Moçambique, a Zambézia está limitada a norte pelas províncias de
Nampula e Niassa, a leste pelo Canal de Moçambique, no Oceano Índico e a sul pela a província de
Sofala. A oeste, para além a província de Tete, surge também o Malawi.
Data: 02/12/2016
MAIS de 185 milhões de meticais foram investidos o ano passado na construção de vários
empreendimentos turísticos na cidade de Quelimane e nalguns distritos da província da Zambézia.
Hotéis e pensões, alguns dos quais com imponência de fazer inveja, foram erguidos em pontos
estratégicos para a viabilização do chamado turismo de negócio, que é uma das apostas das autoridades
locais.
Amostra Sobrinho diz que o Governo está a trabalhar no sentido de continuar a criar condições como,
por exemplo, estradas transitáveis, telecomunicações, incentivos fiscais e financiamento de alguns
empreendedores do sector. A seguir transcrevemos as partes mais importantes da entrevista com o
director provincial da Cultura e Turismo na Zambézia.
https://www.zambezia.gov.mz/por/Ver-Meu-Distrito/Distrito-de-Quelimane#
HISTORIA
A presença dos portugueses na Zambézia data de 1498, ano da expedição comandada por Vasco da
Gama à caminho marítimo da Índia. O nome Zambézia provém de um decreto régio português de 1858.
Com um vasto território multicultural, a província caracteriza-se por uma miscigenação da presença dos
árabes-persas, portugueses e dos nativos. Após a conferência de Berlim de 1884-1885, surgem as
companhias arrendatárias em substituição dos Prazos da Coroa e dos Estados Militares do Vale do
Zambeze.
Devido a opressão aos povos nativos, surge a FRELIMO, em Junho de1962 desencadeando a luta de
libertação nacional. A 25 de Junho de 1975, Moçambique proclamou a sua independência. Anos mais
tarde surge a guerra civil entre a FRELIMO e a RENAMO que termina com a assinatura dos Acordos de
Paz em Roma, a 4 de Outubro de 1992.
CULTURAS E LINGUAS
Culturas e Linguas
A diversidade linguística é uma das principais características da província da Zambézia. Dados do INE
( 2007) ilustram que 37.1% da população zambeziana fala o elomwe, 23.5% echuwabo, 9.2% português,
8.2% cisena, lolo/malolo 5.1%, e emakhuwa 2.0%.
A cultura da Zambézia é uma amálgama fruto do cruzamento da tradição africana, arabo- persa e
portuguesa. Cada traço, em cada canto deste ponto de Moçambique, esta representada a miscigenação
cultural que enfatiza diversos traços crioulos. As céleres donas zambezianas resultantes da implantação
dos prazos da coroa portuguesa neste pedaço de chão salgado pelo Indico, transmitiram aos seus
descendentes a saborosa culinária por meio da mistura da noz-moscada, o mumbuacu e salsa
condimentos bantu-indu-luso. A língua portuguesa, mais enraizada na Zambézia, que nas restantes
províncias do país é um traço marcante do arrendamento do território zambeziano, a Companhia da
Zambézia de Paiva de Andrade e outras. A alegria, a extroversão do povo da Zambézia tornaram a
província particular. Nesta página, conheça algumas das línguas mais faladas.
PORTUGUÊS
A língua portuguesa é fruto do processo de ocupação colonial. Por ser falada em quase todo território
nacional, foi consagrada língua oficial. Em termos estatísticos, aproximadamente 9,2% da população
zambeziana fala ou comunica-se por meio desta língua (ibidem).
Elomwe
O elomwe é a língua mais falada na província da Zambézia, com cerca de 37,1% de falantes (idem)
maioritariamente nos distritos de Alto- Molocué, Gurué, Ilé, Namarroi, Pebane e Gilé.
Echuwabo
Língua com aproximadamente 23,5% falantes a nível da província da Zambézia (idem), é a segunda
língua mais falada nesta região. Este idioma tem maior expressão nos distritos de Quelimane,
Namacurra, Inhassunge, Nicoadala e Mocuba.
Cisena
Esta expressão linguística é falada por 8% da população da província da Zambézia (idem). São
maioritariamente faladas nos distritos de Morrumbala, Mopeia e Luabo.
TRADIÇÃO E RELIGIÃO
As tradições na Zambézia incluem música, dança e artes performativas. Estas são expressão da profunda
relação entre a sua população e as práticas religiosas e sociais reproduzidas diariamente.
A música em Zambézia por exemplo pode servir a varios propósitos que vão da expressão religiosa às
cerimónias tradicionais. Os instrumentos musicais são geralmente feitos à mão. Alguns dos
instrumentos utilizados na expressão musical zambeziana incluem tambores feitos de madeira e pele de
animal.
Junto com as músicas, também as danças tem muita vezes um carácter ritual, tornando-se diferentes
por cada tribo e de difícil compreensão e reprodução.
Pelo que se refere à escultura esta esta vem pela maioria produzida em Madeira. Famosa é a tradição de
algumas comunidades do interior da Zambézia que utilizam máscaras com rostros de pessoas, usadas
nas danças tradicionais. No entanto as esculturas de madeira representam em muitos casos “árvores
genealógicas”, refigurastes a histórias da comunidade o de um grupo familiar.
Viajando pela Zambézia A diversidade cultural da província da Zambézia desenrola-se pela miscelânea
tradicional dos chuabos, senas, lomues, marendjes e manhauas. Zambézia, província por excelência
matrilinear é rica em recursos minerais, faunísticos, agrários e marinhos. Na Zambezia, pode-se
conhecer a encantadora Lagoa Azul, a praia de Zalala bela e ladeada por imensas casuarinas, as águas
termais e a cordilheira do monte Namuli.
· Em termos de crenças religiosas, a província da Zambézia é composta por 40% de católicos, evangélicos
e pentecostes 10%, islâmicos 9,7%, ziones 8,6%, 1,1% de anglicanos. Sendo que, 16% não tem religião
ou são desconhecidos. INE ( 2007).
No âmbito magico- religioso é prático a realização das cerimónias tradicionais denominadas Mukutho,
em todos os níveis e eventos sociais. É ainda comum na Zambézia solicitar um feiticeiro (curandeiro)
para se proteger, tratar uma doença , garantir a fidelidade de um marido ou uma esposa ou seduzir a
sua amada. Do pequeno comerciante ao mais alto político, todos, pelo menos uma vez na vida,
consultaram um feiticeiro e ninguém pensaria de duvidar da eficácia dessas práticas.
Na região zambeziana também vive um numero considerável de hindus e confucianos pela forte
presença de indianos e chineses, sobretudo na Capital. Esta mistura de crenças torna a Zambézia uma
região reconhecida pela sua tolerância religiosa.
“Dança das cobras” – Uma das manifestações artísticas mais famosas da província da Zambézia é a
Enowa N’niketxe ou dança das cobras, que se caracteriza por um conjunto de homens e mulheres que
realizam movimentos em forma de dança com cobras no pescoço e nas mãos. Os integrantes do grupo
executam os seus movimentos de dança com cobras enroladas nos pescoços e braços. Esta dança
fascinante é um legado do povo de Namarroi, transmitido de geração em geração. Antes da dança existe
um ritual a ser seguido pelos dançarinos, obedecendo regras tais como: absterem-se do sexo uma
semana antes e durante o evento, a alimentação das cobras escolhidas na mata é ovo e farinha e as
cobras escolhidas deve ser mambas finas e verdes daquelas muito venenosas.
Depois de verificado estes aspectos preliminares, as cobras ficam hipnotizadas permitindo desse modo,
aos dançarinos de poderem dançar com elas demonstrando os mais variados movimentos.
Este grupo folclórico já participou em muitos eventos culturais locais e nacionais destacando-se pela sua
autenticidade e unicidade cultural que a caracteriza.
Carnaval de Quelimane – A Província da Zambézia é também conhecida como palco das celebrações
carnavalescas em Moçambique. Este evento realiza-se entre os meses de Fevereiro e Março. O carnaval,
um evento bastante apreciado pela sua forma exuberante na apresentação e no calor que empresta,
torna-o numa das manifestações culturais mais importantes e celebrados na cidade de Quelimane.
Dança Niketxe –
Niketxe é uma manifestação cultural praticada por uma grande maioria da população da Alta Zambézia.
Surge como um ritual ligado às cerimónias fúnebres. Caracterizada pela mímica e a teatralidade e o uso
da máscara, a sua denominação deriva som (ketxe, ketxe, ketxe) produzido pelos chocalhos que os
dançarinos usam nas pernas durante a sua actuação. (Lemia e Vilanculos: 2013).
Feriados Nacionais
· 3 de Fevereiro (Dia dos Heróis Moçambicanos) data da morte de Eduardo Chivambo Mondlane em
1969, considerado o Arquitecto da Unidade Nacional.
· 7 de Abril (Dia da Mulher Moçambicana) data da morte de Josina Machel em 1971, heroína nacional.
· 7 de Setembro de 1974. Assinatura dos Acordos de Lusaka, considerado dia da vitória porque Portugal
abre espaço para a independência de Moçambique.
· 25 de Setembro de 1964 - Dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, data que marca o início
da Luta de Libertação Nacional.
· 4 de Outubro de 1992. Dia da Assinatura dos Acordos de Roma, marcando o fim da guerra civil em
Moçambique, considerando-se assim o dia da paz.
GASTRONOMIA
A gastronomia Zambeziana, com pratos tipicamente locais, é um dos atractivos bem apreciados por
muitos pela sua engenhosa maneira de confeccionar e seu sabor apetitivo. A destacar a galinha
zambeziana que é acompanhada da mukapata, bem como o mukwane (podendo ser verduras de
mandioca, feijão nhemba, aboboreira e outros). Existe também o todwé (Molusco de água salgada), o
nhatando ou quiabo ou ainda o mamgombo, outra espécie de quiabo tirado dos pântanos. Tanto um
como outro prato pode ser acompanhado de camarão ou peixe seco, fundamentalmente o mukage
(peixe barba).
Destacam-se também os doces, como o caso das sananas, micates, bolos de sura, patanícuas entre
outros.
Galinha Zambéziana
Para confeccionar a galinha à zambeziana deve-se ralar a polpa do coco para dentro de uma bacia, e
deita-ser um pouco de água quente aos poucos, mexendo-se lentamente com as mãos até ficar um leite
cremoso. O coco deverá ser espremido para se obter um melhor resultado. Com o frango limpo e
temperado, este é assado em fogões a carvão em brasa e, à temperatura baixa, vai-se regando
constantemente com o molho.
Mucapata
Prato típico e por excelência da gastronomia zambeziana. Bastante divulgado e apreciado localmente e
além fronteiras, geralmente é acompanhado pela galinha à zambeziana.
Camarão Grelhado
Trata-se de uma receita bem conhecida dos portugueses que viveram em Moçambique nos anos 70. Era
uma das especialidades da então Cervejaria Laurentina, o restaurante da fábrica de cerveja.
Molho de Piri-Piri
O molho de Piri-Piri é uma mistura de pimentão muito versátil e usada diariamente na culinária
zambeziana. Alguns Piri-Piri podem ser mais amargos, outros até um pouco doces ou ligeiramente
salgado.
Cervejas
As cervejas de Moçambique são as seguintes: 2M, Barons, Impala, Laurentina Clara, Laurentina
Premium, Laurentina Preta, Manica e Raiz; todas distribuídas pela SAB Miller. Você também pode
encontrar cervejas de outros estados africanos, como Castle e Windhoek.
Pao Recipe
Encontrado em qualquer mercado de Moçambique, paõ (pronunciado pow) são rolos de pão brancos
portugueses cozidos em fornos de madeira nas aldeias.
https://www.visitzambezia.com/zambe-zia.html
Quelimane
Documentos disponíveis nos arquivos do Conselho Autárquico da cidade de Quelimane indicam que as
primeiras construções datam de 1544, constituídas por uma Feitoria, a fortaleza e um centro de recolha
de escravos, as quais foram sendo erguidas novas, aumentando assim o património construído (CECQ,
1997:1).
Crédito: Divulgação
Refere ainda que a 9 de Maio de 1761, a povoação é elevada a categoria de vila, batizada com o nome
de Vila São Martinho, contando nessa altura com 2.769 habitantes, constituída por residência do
Governador, Sede da Boror, Hospital, Catedral, Quartel, Sede da Companhia da Zambézia, três Escolas,
Missão de Coalane, Linha Férrea que ligava ao prazo de São Martinho e o de Maquival, sede da empresa
Chuabo Dembe e o murro da marginal (CECQ, 1988).
Porém, em 1922, foi construída a linha férrea ligando Quelimane a Mocuba que foi designada de
Caminhos de Ferro. Foi a 21 de Agosto (publicado no BO 32/1942, Suplemento) que foi elevada a
categoria de cidade tomando o nome de cidade de Quelimane (CECQ, 1998).
A partir daí a cidade continuou a crescer lentamente até 1974 e a registar um crescimento acelerado,
vindo a ser mais rápido no período da guerra de desestabilização.
A autarquia de Quelimane pertence a categoria C e está entre as primeiras trinta e três autarquias
criadas com o processo de autarcização em Moçambique. Quelimane é a capital provincial e a maior
cidade da província da Zambézia, possuindo uma superfície total de 122 km2, representando 0,1% da
superfície total da província (CECQ, 1998).
No passado, Quelimane tinha empresas económicas que eram referência a nível nacional e
internacional, dentre elas destacam-se as seguintes:
A população economicamente ativa distribui-se por diversos sectores de atividade, desde a agricultura,
pesca, comércio, turismo, serviços financeiros, indústria mineira e serviços públicos. Sendo a agricultura
o sector mais importante, absorvendo 76 indivíduos em cada 100 habitantes do distrito. Contudo,
grande proporção dela desenvolve atividades no sector informal.
Devido a dinâmica urbana estão sendo erguidas infraestruturas diversas que oferecem e prestam
serviços variados configurando novas centralidades, como são os casos de supermercados (Shoprite e
Number One), Hospital Central de Quelimane em Namuinho e a Universidade Licungo em Murropué.
Além deste vão surgindo instituições de grandes agentes económicos e até de multinacionais,
representado marcas.
Artigos
MATSIMBE, M.F.B. LIMA, J.C.M. EXPANSÃO URBANA E NOVAS ÁREAS DE CONSUMO NA CIDADE DE
QUELIMANE: agentes e papéis (no prelo) Anais do IV CIMDPE, Simpósio Internacional sobre Cidades
Médias, Vila Rica, Chile, 2021
CHALE, Z.A. Os factores que afectam o adensamento da população na cidade de Quelimane: estudo de
caso, bairro Torrone Velho, Monografia Científica, Departamento de Ciências da Terra e Ambiente,
Universidade Pedagógica, Delegação de Quelimane, Quelimane, 2016
Evaristo, K. K. G., & Lima, J. C. M. Requalificação urbana e novas centralidades na cidade de Quelimane,
Moçambique (artigo cientifico). Universidade Pedagógica de Quelimane, Moçambique. 2018
Caetano, O.A.J. ESPAÇOS PÚBLICOS PARA CRIANÇAS: Uma Abordagem Geográfica, Monografia
Científica, Departamento de Ciências e Tecnologia, Universidade Licungo, Quelimane, 2020
Luís, Laucénia J. Impacto ambiental resultante da Gestão de Resíduos Sólidos no bairro Aeroporto na
cidade de Quelimane, Monografia Científica, Departamento de Ciências e Tecnologia, Universidade
Licungo, Quelimane, 2021
João, Florinda S.G. Desigualdades Espaciais na Ocupação de Residências na cidade de Quelimane e sua
implicação no ambiente, Monografia Científica, Departamento de Ciências e Tecnologia, Universidade
Licungo, Quelimane, 2021
BREVE HISTÓRIA
Quelimane é a maior cidade e capital da Província da Zambézia, em Moçambique. Está situada junto ao
rio dos Bons Sinais, a cerca de 20 km do Oceano Índico. É limitada geograficamente pelo distrito de
Nicoadala, a noroeste e Inhassunge a Sul. Dada esta localização geográfica, na zona costeira, a
comercialização marítima e a pesca é uma das suas principais atividades económicas.
Em 1763 foi criada como Vila, sendo elevada à categoria de Cidade a 21 de agosto de 1942 (sob o
Diploma Ministerial n.º1/42). Após a independência nacional, foi denominada com a categoria de Cidade
de nível C (resolução n.º 7/78 de 25 de abril). Possui, atualmente, 5 postos administrativos e 59 bairros.
Quelimane é administrativamente um município com um governo local eleito.
A pesca continua a ser uma das principais atividades económicas de Quelimane, somando a agricultura
(plantação de coqueiros, cultivo de arroz e hortaliça). Dada a sua situação topográfica e hidrográfica,
assim como a expansão da população em áreas de risco, as inundações são propícias na cidade.
https://www.uccla.pt/membro/quelimane
Quelimane
Quelimane
Bandeira
Dados gerais
Gentílico quelimanense
Província Zambézia
Posto(s) Quelimane
administrativos(s)
Município(s) Quelimane
Características geográficas
Dados adicionais
:Esta caixa
ver
discutir
História
Era um importante centro comercial suaíle quando os portugueses ali chegaram em 1498, mais
especificamente Vasco da Gama na sua primeira viagem à Índia, mas a presença portuguesa
permanente só foi registada a partir de 1544.[3] Foi elevada a vila e sede de concelho em 1763 e a cidade
a 21 de Agosto de 1942.[4]
Política e governo
Geminações
Quelimane encontra-se irmanada com Setúbal, desde 2005, e com a comuna de Le Port, no
departamento francês de Reunião, desde 2003.[5]
Infraestrutura
Transportes
Quelimane está interligada ao território moçambicano por uma extensa rede de transportes, sendo que
suas mais requisitadas vias de acesso são as rodoviárias, por intermédio da rodovia N10, de ligação
com Nicoadala, ao noroeste; da rodovia N320, de ligação com Chinde, ao sul, e a praia de Zalala, ao
norte, e; da rodovia R1119, de ligação com Mendozo e Magromane, no litoral.[6]
Anteriormente a sede municipal era ligada a Mocuba pelo Caminho de Ferro Transzambeziano, que
utilizava o importante porto de Quelimane para escoamento de produtos agrícolas e semi-beneficiados.
.[7][8] O tráfego no caminho de ferro está suspenso por falta de manutenção
Educação
A cidade de Quelimane sedia a Universidade Licungo (UniLicungo), uma das instituições de ensino
superior públicas do país.[10] Também na cidade existe um campus da tradicional Universidade Eduardo
Mondlane, onde funciona a Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras, e; um campus do Instituto
Superior de Ciências de Saúde.[11]
Ver também
Fortim de Quelimane
Ligações externas
Imagens da Cidade de Quelimane Retrospectiva aos anos (1950-1975)
Referências
http://www.fcsh.unl.pt/cham/eve/content.php?printconceito=823 Topónimo - ↑ .3
QUELIMANE
http://www.verdade.co.mz/eleicoes/35-themadefundo/23185-quelimane-uma- ↑ .4
cidade-parada-no-tempo Quelimane: Uma cidade parada no tempo
Vale, Álvaro Henriques do. Do Mapa Cor de Rosa à Europa do Estado Novo. Lisboa: ↑ .7
.Chiado Books, 2015
Ouvir - 09:29
Até este domingo, a cidade de Quelimane, capital provincial da Zambézia festeja o carnaval. Uma
festividade que ganhou visibilidade com o tempo por se aproximar do carnaval do Brasil com o carro
.alegóricos, músicas, desfiles, máscaras
Fotografia de arquivo do
carnaval de Quelimane. © Dany Sacoor
PUBLICIDADE
Só o facto de, na altura, as pessoas chamarem esta cidade de pequeno Brasil já quer dizer quase tudo", "
explicou-nos Dany Sacoor, que nasceu em Quelimane, há 68 anos. No Brasil, "logo que termina um
carnaval já estão a preparar o do ano seguinte", completa. Há sessenta anos, o carnaval de
.Quelimane "era muito intenso", com músicas tradicionais, as marchas
Dany Sacoor nasceu e vive em
Quelimane, no centro de Moçambique. © RFI/Lígia Anjos
No período colonial, a festa só acontecia nos salões dos clubes e só alguns moçambicanos tinha acesso
aos festejos. Só a partir da década de 90 é que o Carnaval foi transportado para as ruas e se tornou
.numa festa popular, como nos descreve Elsa Brita, funcionária da Câmara municipal de Quelimane
O carnaval de antigamente decorria em sítio fechado, as pessoas faziam parte de grupos foliões e "
dançavam samba de verdade. No tempo colonial, nem todos participavam, a camada baixa, que
festejavam o carnaval nos bairros. Os grupos foliões eram empresas que participavam no
.carnaval", acrescenta
Elsa Brita, funcionária da
Câmara Municipal de Quelimane. © RFI/Lígia Anjos
O Carnaval de Quelimane era uma atracção nacional e até chegou a ser considerado o terceiro maior
carnaval do mundo, depois do Brasil e de Nice, aponta o empresário Roque Abdulai. "A cidade de
Quelimane era uma atracção nacional e teve renome internacional. Tínhamos carnavais de rua, de
.clubes e vinham pessoas de todo o lado", recorda
Na altura os adolescentes andavam atras das caravanas, juntavam-se em grupos em frente a lojas e os "
donos das lojas atiravam rebuçados era uma alegria. Quando era altura do carnaval, o samba e a marcha
eram as músicas mais tocadas. Depois da independência de Moçambique, o carnaval transformou-se
.num carnaval mais popular", explica
Empresário moçambicano, Roque
Abdulai, em Quelimane. © RFI/Lígia Anjos
Este ano participam 25 grupos de foliões de diferentes bairros que desde sexta –feira passada partilham
o palco de samba na cidade de Quelimane, no maior evento cultural da capital da Província da
.Zambézia
Por:Lígia ANJOS