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ECONOMIA COLONIAL

Empresa açucareira
• O açúcar era um produto de grande interesse na Europa.
• O cultivo permanente do solo iniciou o povoamento sistemático da colônia.
• Tipo de produção – Plantation: monocultura exportadora, latifúndio, mão de
obra escrava.
Principais fatores para a implantação da empresa açucareira:
• Condições geográficas favoráveis – clima quente, chuvas, solo massapé no
litoral do Nordeste.
• Experiência portuguesa – ilha da Madeira e no arquipélago dos Açores.
• Perspectiva de enormes lucros – enquadrado no sistema colonial mercantilista
• Participação financeira dos holandeses – controle do transporte, refino e
distribuição na Europa.
A estrutura produtiva
• Engenho de açúcar – a grande propriedade agrícola voltada para a
produção. Os proprietários ficaram conhecidos como senhores de engenho.
• Casa-grande – residência do senhor de engenho e central administrativa da
parte econômica e social do engenho.
• Capela – local das cerimônias religiosas (missas, batizados, casamentos,
funerais)
• Senzala – habitação dos escravos.
• Casa do engenho – onde ficavam a moenda e as fornalhas destinadas à
produção do açúcar.
• Casa de purgar – onde o açúcar era branqueado e os torrões transformados
em pó.
Motivos para a escravização africana
• Inadaptação do índio ao trabalho agrícola – culturalmente, a agricultura era
atividade das mulheres.
• Os africanos eram tecnicamente mais avançados – os índios ainda estavam na
Idade da Pedra.
• Os índios eram mais hostis à escravidão.
• Setores da Igreja eram contrários à escravização indígena.
• Sistema Colonial – os ganhos com a escravização do índio ficavam na colônia
e os ganhos com a escravidão dos africanos ficava na Metrópole.
• O comércio de escravos africanos tonou-se um dos mais lucrativos. Escravos
eram oferecidos a diversos interessados (ingleses, franceses, holandeses e
espanhóis

Pecuária
• Abastecimento (carne e couro), força motriz e meio de transporte.
• Atendimento do mercado interno
Pecuária no nordeste
• O nordeste foi a área pioneira na pecuária – força motriz e abastecimento de
carne.
• Com o início da mineração, a pecuária passou a atender também as regiões
mineradoras.
• Métodos de criação – rudimentares e com baixa produtividade.
• Carne-seca ou carne do Ceará – solucionou o problema da conservação do
produto para a comercialização em locais distantes.
• Importância do couro – era produto de exportação e de grande importância
para a população local.
• A fase de ascensão foi até o princípio do Século XVIII – aconteceu a
concorrência com a produção em Minas Gerais.
• As secas de 1791 e 1793 foram as responsáveis pelo fim da importância da
pecuária nordestina.
Pecuária no sul
• Condições favoráveis – as extensas campinas do Rio Grande do Sul. A pecuária
foi a única atividade econômica importante da região durante o período
Colonial.
• Todo o trabalho era realizado pelos capatazes e peões que eram na maioria
brancos, índios e mestiços assalariados. Os donos e a família administravam os
negócios.
• Produtos – couro, charque e carne fresca.
• Pouca produção de leite – Minas Gerais liderava a produção leiteira. Devido as
baixas temperaturas, o Rio Grande do Sul produzia e consumia manteiga.

DOMÍNIO ESPANHOL
União Ibérica
Em 1580 abriu-se uma crise dinástica em Portugal: o Rei D. Sebastião morreu em 1578
na batalha de Alcácer-Quibir contra os mouros no Norte da África. O Rei não tinha
herdeiros diretos e seu tio-avô, o cardeal a D. Henrique assumiu o trono, mas morreu
em 1580, encerrando a dinastia de Avis.
Três candidatos importantes para a sucessão do trono (parentes): D. Catariana
(duquesa de Bragança), Filipe II (Rei da Espanha), D. Antônio (prior do Crato). Filipe II,
da dinastia dos Habsburgos, invadiu Portugal e deu início à União Ibérica.
Princípios da União Ibérica (Juramento de Tomar): o comércio entre Brasil e Portugal
seria feito por navios portugueses comandados por portugueses; leis e costumes
seriam respeitados e a língua oficial seria o português; os espanhóis não poderiam
interferir nos assuntos coloniais portugueses.
A política expansionista filipina fez vários inimigos na Europa:
Os Países Baixos se sublevaram e as províncias do Norte declaram independência:
República da Holanda ou Províncias Unidas dos Países Baixos.
A Inglaterra atacava regularmente os galeões espanhóis que voltavam da América
(pirataria). Filipe II montou a “Invencível Armada”, mas foi derrotado pela Inglaterra.
Na França, Filipe II interferiu na política interna ao apresentar a candidatura de sua
filha Isabel ao trono, para impedir a ascensão de Henrique de Navarra, um
protestante.

Os holandeses no Brasil
Após a independência da Holanda, que pertencia à Espanha, Felipe II proibiu as
colônias pertencentes ao império espanhol de comerciarem com os holandeses. Este
bloqueio econômico ficou conhecido como embargo espanhol.
Reagindo ao bloqueio espanhol, os holandeses criaram a Companhia das Índias
Ocidentais em 1621: típica sociedade anônima que centralizava e mobilizava os
investimentos em escala nacional substituindo o papel do Estado. Não visava à
colonização pacífica – seu objetivo era o comércio e a colonização mediante a
conquista.
Os organizadores escolheram o Brasil porque os portugueses eram hostis ao domínio
espanhol, os lucros com o açúcar cobririam os gastos com a conquista, o tráfico
negreiro era outra possível fonte de lucros, era um local estratégico para a incursão
de navios e a conquista enfraqueceria a Espanha
A Holanda lucrava muito com a dependência econômica de Portugal: além da
distribuição, controlava o transporte marítimo – 66% dos embarques entre Portugal e
Brasil era feito pelos holandeses e Amsterdam tinha 25 refinarias de açúcar brasileiro.
Invasão na Bahia
O ataque holandês na cidade de Salvador, na Bahia, ocorreu em 1624 tendo
triunfado em 24 horas: governador Diogo de Mendonça foi capturado e enviado à
Holanda. Temendo que o ataque à Bahia levasse os holandeses até o Peru, os
espanhóis montaram uma esquadra luso-espanhol chefiada por D. Fradique de
Toledo Osório que expulsou os holandeses em 1625, após um, mês de lutas.
Invasão em Pernambuco
As forças holandesas eram mais fortes e preparadas do que a defesa de Matias de
Albuquerque, da capitania de Pernambuco e em 1630 os holandeses invadiram e
ocuparam a capitania.
A resistência luso-brasileira se deslocou para o interior onde fundou o Arraial de Bom
Jesus e utilizou técnicas de guerrilha para contra atacar.
Durante cinco anos, os holandeses não conseguiram dominar totalmente a região dos
engenhos, mas Domingos Fernandes Calabar orientou os holandeses onde atacar,
pois conhecia bem a região. Os espanhóis não apoiaram as forças luso-brasileiras
com regularidade e em 1635, cessou a defesa da colônia.
Para consolidar a conquista da Nova Holanda, os holandeses organizaram a
administração para torná-la produtiva. Nomearam governador-geral João Maurício
de Nassas-Siegen (1637-1644)
Principais medidas do governo de Nassau:
◦ Conselhos de Escabinos – presididos pelo escolteto, sempre um holandês com a
preocupação de evitar conflitos com a população local;
◦ Convidou brasileiros para alguns cargos e realizava reuniões de queixas e
desagravos;
◦ Tolerância religiosa com católicos
◦ Com preocupações estéticas, reformou a cidade de Recife;
◦ Trouxe 46 homens entre artistas, cientistas e literatos
◦ Abriu uma espécie de museu e construiu um observatório
Contradições do domínio holandês:
◦ Zona rural dominada pelos luso-brasileiros – capital holandês empregado por meio
de empréstimos aos proprietários
◦ Zona urbana – sob o domínio de funcionários e comerciantes holandeses
◦ Era alta a inadimplência e não havia cobrança, gerando prejuízo para os acionistas.
A restauração de Portugal
• A união Ibérica acabou com a ascensão de D. João IV ao trono português em 1640,
inaugurando a dinastia de Bragança.
• 1641 – trégua de 10 anos entre portugueses e holandeses com a diminuição do
efetivo militar na Nova Holanda
A expulsão dos holandeses – a Insurreição Pernambucana
• 1644 – dispensa dos serviços de Maurício de Nassau e regresso à Holanda
• Insurreição pernambucana – sob a liderança de André Vidal de Negreiros e João
Fernandes Vieira (lusos senhores de engenho), Filipe Camarão (índio) e Henrique Dias
(negro). Vários combates forma travados: Monte Tabocas (1645).
• 1648 – primeira batalha dos Guararapes – vitória dos luso-brasileiros
• 1649 – segunda batalha dos Guararapes – vitória dos luso-brasileiros
• 1651 – a aprovação dos Atos de Navegação por Oliver Cromwell na Inglaterra,
excluiu os holandeses do comércio com aquele país e levou-os a uma guerra naval
que a Holanda perdeu.
• 1653 – Portugal enviou uma frota de apoio ao Brasil.
• 1654 – rendição definitiva dos holandeses na Campina da Taborda
Crise econômica de Portugal
• Terminada a União Ibérica, Portugal estava em crise econômica pois devido ao
domínio espanhol, havia perdido grande parte de suas colônias para
holandeses, franceses e ingleses.
• A partir do século XVII, a Inglaterra se tornou a principal potência europeia.
Portugal celebrou com os ingleses em 1703 o Tratado de Methuen, conhecido
como Tratado dos Panos e Vinhos – entrada de tecidos de lã fabricados pelos
ingleses e Inglaterra compraria vinhos portugueses.
• Paz de Haia com os holandeses que estabelecia o pagamento de 4 milhões de
florins à Holanda em troca do reconhecimento da perda dos domínios no Brasil.
• Concorrência do açúcar produzido pelos holandeses nas Antilhas.

Administração Filipina no Brasil


• Regulamento do provedor-mor do Brasil (1588): auxiliar do governador-geral com
o objetivo de diminuir a corrupção e os abusos na colônia.
• Instalação do Tribunal de relação de Salvador (1587): para acelerar os trâmites
da justiça.
• Criação do Estado do Maranhão (1621 – 1774): o novo estado incluía as capitanias
do Ceará, Maranhão e Grão-Pará, todas pertencentes à Coroa. A sede era São Luís
do Maranhão e o objetivo era maior controle e evitar incursões estrangeiras.
Conselho Ultramarino
• Terminado o domínio espanhol (1640), Portugal retomou os cuidados com a
colônia brasileira e em 1642 criou o Conselho Ultramarino para centralizar as tarefas
da administração colonial, reduzindo a autoridade das câmaras municipais e
aumentando o poder dos governadores e demais funcionários os reis.
• Por exemplo: o Conselho Ultramarino passou a nomear os juízes que deveriam
presidir as câmaras – os juízes de fora – em substituição aos juízes ordinários, eleitos
pelos “homens bons”.

INVASÕES FRANCESAS

Os franceses no Rio de Janeiro – França Antártica


O interesse dos franceses pela exploração do Brasil existiu desde a chegada de
Cabral. Entre 1555 e 1567, os franceses tentaram se fixar definitivamente e fundaram
a França Antártica no Rio de Janeiro.
Os adeptos do protestantismo na França, os huguenotes, entraram em conflito com
os católicos e resolveram enviar uma expedição à América em 1555.
Em 1555 invadiram Rio de Janeiro comandados pelo Almirante Nicolau Villegaignon
e construíram o Forte Coligny. Os franceses logo fizeram uma aliança militar com os
índios Tamoios, conhecida como Confederação dos Tamoios.
Para a combater os invasores, o Governador Geral Mem de Sá conseguiu o apoio
militar de Portugal. Para comandar a resistência, designou seu sobrinho, Estácio de Sá,
comandante das tropas.
Os jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta conseguiram pacificar os tamoios
apoio dos Tamoios, e Araribóia, índio da tribo Termiminó, uniu forças como
portugueses para expulsar os invasores.
Franceses expulsos em 1567.
Os franceses no Maranhão – França Equinocial
Em 1612 os franceses fizeram sua segunda tentativa de invadir e fundar uma colônia
no Brasil. Desta vez escolherem a região do Maranhão. Liderados pelo general Daniel
de La Touche, os franceses invadiram e fundaram a França Equinocial. Para proteger
a região conquistada, construíram um forte, chamado de Forte de São Luís.
As autoridades portuguesas organizaram várias e poderosas expedições militares para
atacar e expulsar os franceses do Maranhão. A capitulação francesa ocorreu em
novembro de 1615, quando eles foram expulsos da região.

Mineração e Reformas Pombalinas

1. Introdução
Como consequência do fim da União Ibérica, o preço do açúcar caiu muito e levou
Portugal a uma crise econômica. No final do século XVII (1693-1695), os bandeirantes
encontraram as primeiras jazidas de ouro em Minas Gerais - ouro de aluvião –
encontrado no barranco das margens dos rios ou em seu leito misturado com argila e
areia e sua exploração é feita com bateia (peneira), carumbi (vasilha) e almocafre
(enxada). (vale dos rios das Mortes e Doce).
A descoberta do ouro se espalhou e a população colonial e da metrópole buscou a
região das Minas. Por isso a coroa portuguesa lançou um decreto, em março de 1720,
restringindo a emigração para o Brasil – a viagem seria consentida mediante
passaporte especial.
A ocupação do interior não foi contínua, ou seja, não havia cidades pelo
caminho entre o litoral e o sertão. Os paulistas se achavam o direito à
exploração por terem sido os descobridores, situação que levou à Guerra dos
Emboabas (1707-1709).

2. Administração das Minas

Controle português – todas as minas pertenciam a Portugal que concedia lotes – as


datas – aos mineradores. O trabalho era escravo em locais chamados lavras.

Intendência das Minas – principal órgão da administração portuguesa criado em


1702. Funções:
• Administrativa – responsável pela distribuição de terras, exploração do ouro e
fiscalização da mineração;
• Judicial – responsável pelo julgamento das questões referentes à
mineração;
• Tributária – responsável pela cobrança dos impostos.

Casas de Fundição – a principal função era arrecadar o quinto: todo o ouro extraído
das minas era fundido em forma de barra, tirando-se dele a quinta parte (quinto) e
em seguida as barras eram marcadas como selo real e podiam circular legalmente
na colônia. Era proibida a circulação em pó ou em forma de pepitas.

Para evitar sonegação, foram estabelecidos os Registros (espécies de


alfândegas) nas estradas que davam acesso a São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.

O sistema de exploração tinha os seguintes procedimentos:


• As descobertas eram comunicadas a Intendência das Minas. Todas as
descobertas eram feitas em terras não ocupadas e as cartas de doações das
sesmarias não incluíam possíveis minas existentes.
• A divisão da zona aurífera era feita: ao descobridor cabia o primeiro lote; o
segundo ficava com a Coroa para posterior revenda e o terceiro era sorteado
e a distribuição era proporcional ao número de escravos.

A exploração de Diamantes: ocorreu a partir de 1729 no Arraial do Tijuco,


atual Diamantina (MG). A Coroa tinha dificuldades para cobrar impostos
(pedras eram escondidas pelos mineiros e tamanhos diferentes de pedra).
Assim, entre 1740 e 1771, a Coroa decidiu entregar a extração de diamantes a
particulares com a celebração de contratos: quantia fixa de pagamento pelo
explorador à Coroa.
A partir de 1771, a Coroa criou a Intendência dos Diamantes para assumir
diretamente a tarefa de extrair os diamantes e com amplos poderes sobre a
população do Distrito Diamantino. A região era isolada para impedir o desvio das
pedras: ninguém podia entrar ou sair da área sem prévia autorização da Junta da
Administração Geral dos Diamantes. O intendente era a única autoridade com
poderes ilimitados.

3. Crise da Mineração
A intensa exploração do ouro levou ao esgotamento das jazidas a partir da segunda
metade do século XVIII.
Motivos físicos-geográficos: esgotamento do solo uma vez que os depósitos de ouro
do Brasil eram aluvionais recentes. Enquanto a exploração era de superfície, a pouca
técnica resolveu. Quando chegou as rochas matrizes de quartzo itabirito, as
escavações encontraram seu limite.
Motivos econômicos sociais: baixo nível técnico e a falta de materiais adequados,
mas a Coroa imputou ao contrabando a diminuição da produção e por isso
aumentou o controle. Sendo assim, baixou decretos fechando os caminhos de forma
a impossibilitar a circulação de mercadorias em algumas regiões, por exemplo, o
caminho do sertão: ligava as minas ao Nordeste acompanhando o rio das Velhas.
Em 1750, a coroa portuguesa determinou que a soma final do quinto deveria atingir
100 arrobas de ouro por ano.
Em 1765, foi decretada a derrama: cobrança de todos os impostos atrasados.
4. Consequências da Mineração
• Articulação econômica da colônia: agricultura de subsistência em São Paulo e
Sul de Minas, pecuária no extremo sul e Sul de Minas, atividades artesanais
(têxtil) nas cidades que surgiram em torno da área das minas.
• Nova ordem social: devido ao pouco investimento para iniciar a
mineração, grande fluxo de pessoas se dirigiu para a região das minas,
concentradas em vilas e cidades. Indícios de mobilidade social.
• Expansão territorial e populacional: desbravamento do sertão e aumento
populacional: entre 1701-1800 a população colonial cresceu 11 vezes.
• Mudança do centro econômico: transferência da capital da colônia para o Rio
de Janeiro em 1763 – o Rio com seu porto marítimo permitia o transporte do
ouro, facilitando a comunicação com a Metrópole.
• Revoltas contra Portugal: devido a intensificação da exploração da metrópole
sobre a colônia.

5. As reformas Pombalinas
Foram reflexos da Crise do Antigo Regime em Portugal e no Brasil: D. José II (1714-1777)
nomeou como secretário de Estado Sebastião José de Carvalho e Melo, conde de
Olivas e marquês de Pombal.
As reformas implantadas tinham como objetivo modernizar o reino e suas
colônias com o fim último de fortalecimento do Estado, reforçando o absolutismo.
• Reafirmação do mercantilismo: adoção de uma política de independência do
domínio externo (inglês) com os princípios baseados no mercantilismo (controle
total sobre a colônia).
• Crescente centralização político administrativa: transferência da capital do
Norte de São Luís para Belém por ser mais fácil a penetração para a região
amazônica e escoamento das drogas do sertão; capital da colônia passou a
ser o Rio de Janeiro por motivos militares (Colônias de Sacramento e Sete Povos
das Missões) e a facilidade de acesso e escoamento da produção de ouro.
Reformas quanto à cobrança de impostos, proibição de contrabando e
consolidação dos poderes do vice-rei.
• No plano da mineração: estabelecimento da derrama, substituição das casas
de Fundição pela fixação de cotas anuais (100 arrobas). Novas
regulamentações para a extração de diamantes, Regimento da Real Extração,
passando para controle estatal.
• No plano do comércio: criação da Companhia do Grão Pará e Maranhão
(1755) e Companhia de Comércio de Pernambuco e Paraíba (1759) –
monopólio do comércio exportador e importador.
• Proteção ao absolutismo: eliminação de qualquer força contrária às resoluções
régias – expulsão dos jesuítas em 1759.
D Maria I anulou a política pombalina, que lhe valeu o apelido de Viradeira: supressão
das companhias de comércio, abertura maior às ciências e arte.
Manteve a rigidez quanto à política colonial como demonstra o alvará de 1785
proibindo qualquer atividade manufatureira no Brasil
RESUMO DAS MEDIDAS DA ERA POMBAL (1750-1777)
Objetivo Medidas
Diminuir a influência Estimulou exportações vinho e a produção
inglesa manufatureira de tecidos
Explorar ao máximo as Reforçou o monopólio comercial em relação ao Brasil
riquezas coloniais
Explorar ao máximo as Ampliou os tributos (100 arrobas anuais) e combateu o
riquezas coloniais – contrabando.
mineração Converteu a exploração de diamantes em monopólio
real com o Regimento da Real Extração.
Acabar com a Expulsou os jesuítas em 1759. O Estado português
influência jesuíta apropriou-se das riquezas dos jesuítas.
Centralização Extinção das capitanias hereditárias e reunificou da
administrativa colônia com a extinção do Estado do Maranhão criado
em 1621, transferindo a capital da colônia para o Rio de
Janeiro (1763).
Atuar na região Criação da Companhia Geral do Comércio do Grão-
Amazônica e no Pará e Maranhão (1755) e a Companhia Geral do
nordeste Comércio de Pernambuco e Paraíba (1759)

A EXPANSÃO TERRITORIAL

Penetração no interior do território brasileiro, promovendo o povoamento

Mecanismo da expansão
• Expedições militares para expulsão de estrangeiros
• Bandeirantes que percorreram o sertão em busca de ouro e índios
• Padres jesuítas que fundaram aldeamentos para catequizar índios e explorar
riquezas naturais
• Criadores de Gado

Expedições militares – a expansão oficial


A luta contra estrangeiros fez com que as expedições militares fossem erguendo
fortificações que mais tarde se tornaram importantes cidades:
• Filipéia de Nossa Senhora das Neves (1584) – atual cidade de João Pessoa (PB)
• Forte dos Reis Magos (1597) – atual cidade de Natal (RN)
• Fortaleza de São Pedro (1613) – atual cidade de Fortaleza (CE)
• Forte do Presépio (1616) – atual cidade de Belém (PA)
Bandeirantes
o Entradas: expedições oficiais em busca do ouro mas que não ultrapassaram o
Tratado de Tordesilhas. Primeira entrada conduzida por Américo Vespúcio em
1504.

o Bandeirismo – a partir do século XVII tipicamente paulista devido a geografia


do litoral com estreita faixa para plantio da cana. Não respeitava o Tratado de
Tordesilhas e era composta por brancos, mestiços e muitos índios. O líder da
bandeira era chamado de armador. Movimento foi para o interior dividido em
três tipos: prospector, apresador e sertanismo de contrato.

▪ Bandeirismo apresador de índios surgiu da desorganização do


tráfico negreiro devido à ocupação holandesa no nordeste. A
carência de mão de obra escrava virou uma oportunidade de
obtenção de lucros. No Séc. XVII os índios não estavam no litoral e
a solução foi atacar as reduções jesuíticas de Tape, Itatim e Guairá.
Principais bandeirantes: Manuel Preto e Raposo Tavares.

▪ Prospector: com a expulsão dos holandeses e a regularização do


tráfico negreiro, o apresamento de índios perdeu seu valor e
intensificou-se a busca pelo ouro. Pequenas quantidades foram
encontradas no início do século XVII (São Paulo, Curitiba,
Paranaguá, Parnaíba). Os bandeirantes resolveram entrar pelo
sertão e Fernão Dias Paes partiu de São Paulo em direção a Minas
Gerais e não teve sucesso depois de sete anos de exploração. Mas
seu caminho foi seguido e no final do século XVII, os bandeirantes
acabaram encontrando ouro em Minas Gerais entre os anos de
1690 e 1695. Principais descobertas: Antônio Rodrigo Arzão (1693),
Pascoal Moreira Cabral (1719) e Bartolomeu Bueno da Silva (1725).

▪ O sertanismo de contrato foi a transformação das bandeiras em


elemento repressor – bandeirantes contratados para sufocar
rebeliões negras e indígenas, como a destruição do Quilombo dos
Palmares 1694 (Domingos Jorge Velho) e a dominação da
Confederação dos Cariris.

▪ Além dos tipos básicos, houve o bandeirismo de escambo, as


monções: surgiram para abastecer as necessidades das regiões
mineradoras. Em canoas carregadas com alimentos, roupas e
outros produtos, as monções subiam e desciam os rios de São Paulo,
Mato Grosso e Goiás abastecendo a regiões mineradoras
Os aldeamentos Jesuítas

Para divulgar a religião católica, os jesuítas utilizaram a catequização (ensino


da doutrina cristã católica).

Para catequizar os índios que se afastaram do litoral devido a ocupação


colonizadora, os padres adentraram o interior do território, contribuindo para a
expansão territorial.

A partir do século XVII, os jesuítas fundaram aldeamentos chamados de missões


ou reduções jesuítas.

As missões tinham interesses religiosos (catequese) e econômicos: os índios


trabalhavam para os jesuítas na extração das drogas do sertão: guaraná,
cravo, pimenta, castanha, baunilha e plantas medicinais e aromáticas).

As reduções foram alvo de ataques dos bandeirantes por abrigarem o índio


com cultura modificada, o índio ladino, que já detinham conhecimentos de
ofícios que interessavam ao comprador de escravos.

Houve conflito entre jesuítas e colonos devido à escravização de índios: os


jesuítas eram contrários. Durante a União Ibérica, os jesuítas conseguiram a
proibição do ataque e escravização indígena.

Pecuária

A pecuária se destinava ao mercado interno e, portanto, não interessava ao


sistema colonial mercantilista.

Pecuária nordestina – três fases:

o Na primeira (Séc. XVI), o gado era usado como elemento de tração e o


senhor de engenho era o dono do gado.

o Na segunda (Séc. XVI), o crescimento da lavoura e do rebanho fez


separar as culturas, mas o senhor de engenho ainda era o dono do gado.

o Na terceira fase (Séc. XVII e XVIII) houve a expansão e o rebanho se


separou definitivamente da cultura açucareira e surgiram os proprietários
de terras e donos do gado. Latifúndio, trabalho livre e assalariado e
criação extensiva de baixa qualidade.
▪ Partindo da Bahia – até o Rio São Francisco e dali para o norte até
o Maranhão e depois a leste até o Ceará; para o Sul até a região
das minas

▪ Partindo de Pernambuco – seguindo o vale do Itapicuru até a


Paraíba.

Tratados e Fronteiras

O Tratado de Tordesilhas (1494) definiu as áreas de domínio do mundo extra


europeu.

O Tratado de Lisboa (1681) tratou da devolução da Colônia do Sacramento,


ocupada pelos espanhóis no ano de sua fundação. O apoio da Inglaterra foi
decisivo para Portugal conseguir essa vitória diplomática. A saída das forças
espanholas só se dá efetivamente em 1683.

O primeiro Tratado de Utrecht entre Portugal e França (1713) estabeleceu as


fronteiras portuguesas do norte do Brasil: o rio Oiapoque foi reconhecido como
limite natural entre a Guiana e a Capitania do Cabo do Norte.

O segundo Tratado de Utrecht entre Portugal e Espanha (1715) tratou da


segunda devolução da Colônia de Sacramento a Portugal.

O Tratado de Madri (1750) redefiniu as fronteiras entre as Américas Portuguesa


e Espanhola, anulando o estabelecido no Tratado de Tordesilhas: Portugal
garantia o controle da maior parte da Bacia Amazônica, enquanto a Espanha
controlava a maior parte da baixa do Prata. Nesse Tratado, o princípio do
usucapião (uti possidetis), que quer dizer a terra pertence a quem a ocupa, foi
levado em consideração pela primeira vez. Os jesuítas e os índios guaranis do
aldeamento dos Sete Povos das Missões não aceitaram o controle e houve a
Guerra Guaranítica contra a ocupação portuguesa.
O Tratado de Santo Ildefonso (1777) confirmou o Tratado de Madri e devolveu
a Portugal a ilha de Santa Catarina, ficando com a Espanha a Colônia de
Sacramento e a região dos Sete Povos.

O Tratado de Badajós entre Portugal e Espanha (1801) incorporou


definitivamente os Sete Povos das Missões ao Brasil.

O Tratado de Petrópolis (1903), negociado pelo Barão do Rio Branco com a


Bolívia, incorporou ao Brasil, como território, a região do Acre.

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