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DIREITO

ADMINISTRATIVO
PRINCÍPIOS BÁSICOS
DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
Os princípios básicos da ADM-P são
também denominados princípios expressos
da ADM-P
ART.37,caput,CF:
A administração pública, direta ou
indireta, de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência
CONCEITO DE PRINCÍPIO
DA LEGALIDADE
Legalidade significa que o agente público
só pode fazer o que a lei manda. Não pode
ir além do que a lei determina, sob pena de
ser responsabilizado por isso.
Ex.:policial que vá cumprir mandado de
busca e apreensão de um computador, não
poderá apreender nada além do que o
computador que foi determinado pelo juiz.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
PARA PARTICULARES
Também vigora para os particulares, porém de
modo mais “elástico”. Significa que os particulares
podem fazer tudo o que a lei não proíbe, ao passo
que os funcionários públicos só podem fazer o que
a lei manda(há restrição maior para os
funcionários públicos do que para os particulares)
Art.5º,II,CF:
ninguém será obrigado
a fazer ou deixar de
fazer algo, senão em
virtude de lei.
PRINCÍPIO
IMPESSOALIDADE
Há três sentidos diferentes para o
princípio da impessoalidade e é
necessário que se saiba os três para
uma resposta correta em provas.
ACEPÇÕES DO
PRINCÍPIO DA
IMPESSOALIDADE
A.impessoalidade como
sinônimo de imputação.
Imputação significa responsabilidade. Assim
sendo, a responsabilidade pelos atos praticados
pelos agentes públicos que representam a ADM-P,
são de responsabilidade direta da ADM-P e não do
agente público(o qual responderá
regressivamente perante a ADM-P).
Assim, p.ex.:motorista da Prefeitura que bate
caminhão após perder o controle e causa dano no
muro na casa de um particular, não responde
diretamente pelo dano causado. O
responsável(diretamente) será a ADM-
P(prefeitura) que depois se voltará contra o
servidor.
B.impessoalidade como
sinônimo de finalidade.
Finalidade é sinônimo de interesse público. Assim
sendo, quando o agente público atua com
impessoalidade buscando a finalidade, significa
que o ato foi praticado a fim de atender ao
interesse público.
1.(TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL2003)
Entre os elementos sempre essenciais à validade dos atos
administrativos, destaca-se um deles que se refere,
propriamente, à observância do princípio fundamental da
impessoalidade, pelo qual deve atender ao interesse público,
sintetizado no termo
a) competência
b) legalidade
c) forma
d) motivação
e) Finalidade
RESPOSTA :E
(AGENTE SUSEP – 2006-)
2.O princípio constitucional do Direito
Administativo, cuja observância forçosa, na
prática dos atos administrativos, importa
assegurar que, o seu resultado,
efetivamente, atinja o seu fim legal, de
interesse público, é o da
a) legalidade.
b) publicidade.
c) impessoalidade.
d) razoabilidade.
e) moralidade.
RESPOSTA:C
C.impessoalidade como
sinônimo de isonomia.
Isonomia é sinônimo de igualdade.
Assim sendo, agir com isonomia
significa:
Tratar com igualdade os iguais;
Tratar com desigualdade os
desiguais.
Dessa forma, a discriminação é
válida, desde que haja motivo para
tratar de modo diferente.
PRINCÍPIO DA
MORALIDADE
A moralidade a ser atendida pelo agente
público está vinculada à lei. Portanto,
trata-se de uma moralidade jurídica.
Ex.:a realização de licitação quando a ADM-
P quer adquirir um bem, produto ou serviço
representa a observância da moralidade,
visto que ela proporcionou a oportunidade
às pessoas que queriam contratar com a
ADM-P.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
O povo é o titular do
poder(art.1º,parágrafo único,CF).
Assim,o Estado é apenas um “gerente” dos
nossos interesses. Agindo como tal,
significa que ele deve dar ciência dos atos
que pratica em nome da sociedade.
Logo, o princípio da publicidade significa
que o Estado tem que dar ciência de
TODOS os atos que possam atingir a
sociedade.
ESPÉCIES DE PUBLICIDADE
A.PUBLICIDADE
POPULAR/ABSOLUTA: é aquela em
que todos têm acesso(ex.:processo
que não corra em segredo de justiça);
B.PUBLICIDADE
RESTRITA/ESTRITA:só os envolvidos
têm acesso(ex.:processo de
separação).
PRINCÍPIO DA
EFICIÊNCIA
Caracteres do princípio
da eficiência:
a.rapidez.
b.perfeição.
c.rendimento.
3.(FISCAL DE RENDAS/RJ-)

São princípios básicos(expressos) previstos no art. 37, caput, da


Constituição Federal da República de 1988, desde sua promulgação:

a.legalidade, razoabilidade.

b.segurança jurídica e oportunidade.

c.conveniência e proporcionalidade.

d.legalidade, impessooalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

e.legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade.

RESPOSTA:E.

O princípio da eficiência não era princípio básico da ADM-P quando da


promulgação da CF/88, pois foi acrescentado pela emenda
constitucional n.19/98.

Mas já era considerado princípio IMPLÍCITO, desde a promulgação, no


art. 74,II,CF.
ART.37,caput,CF em 1988:
ART.37,caput,CF:
A administração pública, direta ou indireta,
de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade e
publicidade.
ART.37,caput,CF a partir de
1998(E.C. 19/98):
ART.37,caput,CF:
A administração pública, direta ou indireta, de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade publicidade e eficiência.
ART.74,II,CF:
Os Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário manterão, de forma
integrada, sistema de controle
interno com a finalidade de:
II – comprovar a legalidade e avaliar
os resultados, quanto à eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária,
financeira e patrimonial nos órgãos e
entidades da administração federal.
4.(INSTITUTO DE RESSEGUROS DO BRASIL –
IRB-2001-)
Considerando-se os princípios que regem a
Administração Pública, relacione cada princípio
com o respectivo ato administrativo e aponte a
ordem correta.
(1) Impessoalidade
(2) Moralidade
(3) Publicidade
(4) Eficiência
( ) Punição de ato de improbidade.
( ) Divulgação dos atos da Administração Pública.
( ) Concurso Público.
( ) Pagamento por precatório.
( ) Escolha da melhor proposta em sede de licitação.
a) 1/3/4/2/2
b) 2/3/1/1/4
c) 4/2/1/3/1
d) 3/4/2/1/4
e) 3/2/2/1/4
RESPOSTA:B
OUTROS PRINCÍPIOS DE
DIREITO
ADMINISTRATIVO
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
Autotutela significa autoproteção, isto é, a possibilidade de
atuação, sem a necessidade de permissão para outrem.
Logo, quando se trata de princípio da autotutela utilizado
pela ADM-P, significa que não há necessidade de permissão
do Poder Judiciário ou do Poder Legislativo para que a ADM-
P possa praticar ou extinguir(anular/revogar) seus
próprios atos.
Ex.: para que a ADM-P demita um servidor que cometeu
uma infração administrativa, não é necessário uma
sentença judicial. Basta um processo administrativo em que
se dê direito ao servidor de se defender.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CONCEITO DE
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A.conceito subjetivo,formal
ou orgânico
Significa que a ADM-P é composta de
pessoas e órgãos.
Pessoas, nesse contexto, significa:
a)pessoas físicas/naturais(ex.:um
indivíduo, um servidor);
b)Pessoas jurídicas(“empresas”);

Também a ADM-P , em seu conceito


subjetivo, representa os órgãos da ADM-P.
B.conceito
objetivo/material ou
funcional
Representa a atividade que a ADM-P desempenha,
que, essencialmente, é o atendimento do
interesse público.
8.(AFRF 2005 – ÁREA TRIBUTÁRIA E
ADUANEIRA)
Em seu sentido subjetivo,o estudo da
Administracão Publica abrange:
a)a atividade administrativa.
b)o poder de policia administrativa.
c)as entidades e orgaos que exercem as
funções administrativas.
d)o servico publico.
e)a intervencão do Estado nas atividades
privadas. privadas.
RESPOSTA:C
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A ADM-P é composta:
A.ADM-P DIRETA:
composta por pessoas jurídicas da ADM-P direta(pessoas
jurídicas de direito público): União, estados-membros, DF
e municípios;
B.ADM-P indireta: subdivide-se em duas espécies:
B.1.ADM-P indireta de direito público: composta por
pessoas jurídicas de direito público(autarquia e
fundação);
B.2.ADM-P indireta de direito privado: composta por
pessoas jurídicas de direito privado(empresa pública e
sociedade de economia mista).
UNIÃO,
ESTADOS,
DISTRITO FEDERAL
MUNICÍPIOS

ADM-P DIRETA

DE DIREITO PÚBLICO:

AUTARQUIAS,
,FUNDAÇÕES,
ADM-P
INDIRETA

DE DIREITO PRIVADO
EMPRESAS PÚBLICAS
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
COMPOSIÇÃO DA
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA DIRETA
A.UNIÃO
B.ESTADOS.
C.DISTRITO FEDERAL.
D.MUNICÍPIOS.
A ADM-P direta é composta de
pessoas jurídicas de direito público,
as quais são denominadas ENTES
POLÍTICOS
A doutrina estabelece como
Administração Direta ou Centralizada os
serviços integrados à estrutura da
Presidência, seus ministérios e demais
órgãos inferiores, no plano federal; às
Governadorias, suas Secretarias e
demais órgãos no plano estadual; e às
Prefeituras, suas secretarias e
respectivos órgãos no plano municipal.
(FERNANDA MARINELLA,Direito
Administrativo.Ed.
Juspodivm,2007,p.65).
PESSOAS JURÍDICAS DA ADM-P E ÓRGÃOS DA ADM-P:

DISTINÇÃO

A principal diferença entre pessoas jurídicas e órgãos é:

A.PESSOAS JURÍDICAS: têm personalidade jurídica(e por isso não


estão subordinadas ao ente jurídico criador).

B.ÓRGÃOS: NÃO TÊM personalidade jurídica(e por isso, estão


subordinados à pessoa jurídica que os criou).

OBS.1.: só quem cria pessoas jurídicas são os entes políticos(União,


EStados, DF e Municípios). Mas os órgãos podem ser criados pelas
pessoas da ADM-P direta e também indireta.
POLÍCIA

FEDERAL
INSS
9.(Auditor Fiscal do Município-
Recife2003)
No sistema brasileiro, a noção de
pessoa política engloba as seguintes
entidades:
a) Estados-Federados, autarquias e
fundações públicas.
b) União Federal e Municípios
c) Distrito Federal e empresas públicas
d) Municípios, Distrito Federal e
autarquias
e) Autarquias e fundações públicas
RESPOSTA:B
PRINCÍPIO DA
TUTELA/CONTROLE FINALÍSTICO
Como dito, os órgãos não possuem natureza
jurídica. Significa então, que estão subordinados à
pessoa jurídica criadora.
Diversamente, as pessoas jurídicas da ADM-P
indireta não mantêm vínculo de subordinação com
o ente político criador.
Porém, embora as pessoas jurídicas da ADM-P não
estejam subordinadas ao ente político criador,
caso deixem de atuar de acordo com a finalidade
pelas quais foram criadas, poderão sofrer
interferência DIRETA do ente político criador(o
que não representa uma subordinação).
Essa interferência direta é denominada princípio
da TUTELA ou do controle finalístico.
10.(AFRF-2005-TEC.DA INFORMAÇÃO)
Assinale, entre as seguintes definições, aquela que pode ser considerada
correta como a de órgão público.
a) Unidade personalizada, composta de agentes públicos, com
competências específicas.
b) Centro funcional, integrante da estrutura de uma entidade, com
personalidade jurídica de direito público.
c) Conjunto de agentes públicos hierarquicamente organizados.
d) Centro de competências, com patrimônio, responsabilidades e agentes
próprios, criado para uma
determinada atividade.
e) Unidade organizacional, composta de agentes e competências, sem
personalidade jurídica.
RESPOSTA:E
11.ANALISTA JURÍDICO-CE-2006-.RELACIONE:
(1) Personalidade jurídica de direito privado
(2) Personalidade jurídica de direito público
( ) Autarquias
( ) União
( ) Empresas públicas
( ) Sociedades de economia mista
( ) Organizações sociais
a) 1/1/2/2/2
b) 2/1/2/1/2
c) 2/2/1/1/1
d) 1/2/1/2/1
12.(ANALISTA ADM.-ANEEL2004)
No contexto da Administração Pública Federal, entre
os órgãos da Administração Direta e as entidades da
Administração Indireta, têm personalidade jurídica de
direito público
a) os órgãos públicos e as autarquias.
b) as autarquias e as fundações públicas.
c) as autarquias e as empresas públicas.
d) as fundações e as empresas públicas.
e) as fundações e as sociedades de economia mista.
Analista Judiciário-TRE-MT-CESPE-2010
A criação de um órgão por parte de entidade política
da Administração Pública constitui hipótese de
atividade administrativa desconcentrada.
FORMAS DE PRESTAÇÃO
DA ATIVIDADE
ADMINISTRATIVA
A.CENTRALIZADA
B.DESCENTRALIZADA
C.CONCENTRADA
D.DESCONCENTRADA
A.administração
centralizada
É a atividade desenvolvida pelas
pessoas da ADM-P direta.
B.administração
descentralizada
É a atividade desenvolvida pelas
PESSOAS JURÍDICAS da ADM-
P indireta(seja de direito público,
seja de direito privado)
C.administração
concentrada
Só existe em países em
que há concentração de
poder.
NÃO EXISTE NO
BRASIL!!!
Se existe unidade de poder sobre o
território, pessoas e bens, tem-se
Estado Unitário. Se ao contrário, o poder
se reparte, gerando multiplicidade de
organizações governamentais,
distribuídas regionalmente,
encontramos o denominando Estado
Federal ou Federaçao de Estados.
José Afonso da Silva,Direito
Constitucional Positivo. Ed.
Malheiros.2005,p.99.
D.administração
desconcentrada
É a atividade
desenvolvida pelos
órgãos da ADM-P.
21.Na desconcentração, ocorre a
distribuição, em uma mesma entidade,
de atribuições para outros órgãos.
23.Sabendo que o Serviço Federal de
Processamento de Dados(SERPRO), que
tem a natureza de empresa pública, foi
criado porque a União concluiu que
conviria criar uma pessoa jurídica
especializada para atuar na área de
informática, é correto afirmar que a
União praticou, nesse caso,
descentralização administrativa.
24.Tendo o Departamento de Polícia
Federal(DPF) criado, nos estados da
federação, Superintendências Regionais
(SRS/DPF), é correto afirmar que o
DPF praticou a concentração
administrativa.
25.As pessoas jurídicas integrantes da
administração pública indireta de direito
público constituem um produto da
descentralização administrativa. Já as
empresas públicas e sociedades de
economia mista, quando desenvolverem
atividade econômica, decorrem da
desconcentração administrativa.
26.Tanto na descentralização quanto na
desconcentração, mantém-se relação de
hierarquia entre o Estado e os órgãos e
pessoas Jurídicas dela surgidos.
27.O ministério público federal é órgão
da União, sem personalidade jurídica;
possui portanto, natureza de autarquia.
ATOS
ADMINISTRATIVOS
CONCEITO DE
ATO ADMINISTRATIVO
É toda manifestação unilateral de vontade por parte
da Administração Pública ou de quem lhe faça as
vezes, a fim de criar, modificar ou extinguir
obrigações e direitos, sempre tendo como finalidade
o atendimento do interesse público.
31.(AUDITOR DO TCE-PARANÁ-2003)
Assinale no rol abaixo a relação jurídica que não
pode ser classificada, em sentido estrito, comoato
administrativo.
a) Decreto que declara determinado imóvel de
utilidade pública para fins de desapropriação.
b) Portaria da autoridade municipal que interdita
estabelecimento comercial por motivo de saúde
pública.
c) Termo de permissão de serviço público de
transporte coletivo urbano, decorrente de processo
licitatório.
d) Ato de investidura de servidor público em cargo
público de provimento em comissão.
e) Alvará de funcionamento de estabelecimento
esportivo, exarado por solicitação do particular, após
cumprir as exigências da legislação respectiva.
ATOS ADMINISTRATIVOS E
ATOS DA ADMINISTRAÇÃO:

DIFERENÇA
Atos administrativos são praticados pelos três
Poderes(legislativo, executivo e judiciário).
Porém, o Executivo(ADM-P) pratica atos
administrativos de modo TÍPICO, ao passo
que o Legislativo e o Judiciário praticam atos
administrativos de modo
ATÍPICO(ex.:demissão de servidor realizada
pelo Poder Judiciário).
REQUISITOS
(ELEMENTOS) DOS ATOS
ADMINISTRATIVOS
São elementos que SEMPRE devem
estar presentes nos atos administrativos
a serem praticados.
COMpetência
FORma
FInalidade
MOtivo
OBjeto
1º elemento do ato administrativo:
COMPETÊNCIA
(AGENTE PÚBLICO COMPETENTE)
Competência(ou agente público competente) significa a
incumbência(responsabilidade) dada pelo Estado a alguém, a
fim de que represente a ADM-P na prática de atos
administrativos.
Ex.: o escrevente técnico judiciário tem COMPETÊNCIA
para fazer certidões ou expedir mandados por ordem do juiz.
CARACTERÍSTICAS DA
COMPETÊNCIA
1.OBRIGATÓRIA
Todo ato deve ser praticado
por agente público
competente, a fim de que
possa ser válido.
1.1.TEORIA DO FUNCIONÁRIO
DE FATO/TEORIA DA
APARÊNCIA
Imagine-se um funcionário público que tenha
entrado em exercício, mas, por erro da ADM-P não
tenha tomado posse. Neste caso, a nomeação desse
funcionário deve ser desfeita.
Porém, os atos que ele tenha praticado não podem
ser considerados inválidos, visto que,
APARENTEMENTE, ele era considerado um
funcionário público.
2.INTRANSFERÍVEL
Ninguém além do funcionário público pode
exercer a competência.
3.IRRENUNCIÁVEL
O agente público não pode abrir mão de nada
que diga respeito ao cargo que ocupa.
Ex.: se o cargo determina que o funcionário
faça atividades de natureza administrativa
interna e externa, o funcionário público não
pode querer ficar atuando apenas
internamente.
4.IMPRESCRITÍVEL
A competência não deixa de existir em razão
de não ser utilizada por um período de tempo.
Assim, p.ex.: se o funcionário público sair de
férias(ou de licença), ainda que isso demore
meses seguidos, poderá retornar ao seu cargo,
normalmente.
5.(IN)DELEGÁVEL
A competência pode ser delegável ou
indelegável dependendo de sua natureza:
A. Competência exclusiva: é indelegável;
B.Competência privativa: é delegável.
OBS.:para saber se a competência é
privativa ou exclusiva, deve-se analisar a
chamada “norma de fecho”, isto,
dispositivo legal que permite a
delegação.
ART.22,CF:
compete privativamente à União, legislar
sobre:
I-direito civil, comercial, penal,
processual,eleitoral, agrário e do trabalho.
PARÁGRAFO ÚNICO:
Lei complementar poderá autorizar os
Estados a Legislar sobre questões específicas
das matérias relacionadas neste artigo.
ART.51,CF:Compete privativamente à
Câmara dos Deputados:
I...
II...
III...
IV...
V-eleger membros do Conselho da República,
nos termos do art. 89,VII.
2º elemento do ato
administrativo
FORMA
CONCEITO DE FORMA
É o modo de exteriorização do ato
administrativo.
FORMA DE SE PRATICAR
UM ATO ADMINISTRATIVO
PRINCÍPIO DA
SOLENIDADE
1.FORMA ESCRITA
Pelo princípio da solenidade,
normalmente um ato administrativo é
praticado de modo escrito. Essa é a
regra.
Excepcionalmente há outras formas de
se praticar um ato administrativo.
2.FORMA VERBAL
Art. 60,parágrafo único, da
LEI 8666/93
É nulo e de nenhum efeito o contrato
verbal com a Administração, salvo o de
pequenas compras de pronto pagamento,
assim entendidas aquelas de valor não
superior a 5%(cinco por cento) do limite
estabelecido no art. 23,II, desta Lei,
feitas em regime de adiantamento.
3.FORMA MÍMICA
Por meio de gestos(ex.:guarda
de trânsito)
4.FORMA PICTÓRIA
Por meio de
figuras/imagens(ex.:placas de
trânsito).
5.FORMA
ELETROMECÂNICA
Ex.:semáforo.
SILÊNCIO ADMINISTRATIVO
Todas as vezes em que uma pessoa solicita a
manifestação da ADM-P, fazendo algum
requerimento, a ADM-P deve expor sua
vontade: seja para negar o pedido ou para
acatá-lo.
Quando isso não acontece, tal hipótese é
chamada de silêncio administrativo.
SOLUÇÃO:A doutrina entende que o Poder
Judiciário poderá suprir o silêncio
administrativo, desde que se trate de ATO
VINCULADO!!
LEI 9784/99
(processo administrativo federal):

A Administração tem o dever de


explicitamente emitir decisão nos
processos administrativos e sobre
solicitações ou reclamações, em
matéria de sua competência.
O PODER JUDICIÁRIO PODE
SUPRIR O SILÊNCIO
ADMINISTRATIVO?
STJ
MANDADO DE SEGURANÇA-
DIREITO DE PETIÇÃO-
REPRESENTAÇÃO FORMULADA
POR CIDADÃO, PERANTE A MESA
DIRETORA DA CÂMARA
LEGISLATIVA DO DF, VISANDO
ABERTURA DE PROCESSO DE
CASSAÇÃO DE DEPUTADOS E
APURAÇÃO DE IMPROBIDADE.
3ºelemento do ato
administrativo
FINALIDADE
CONCEITO DE
FINALIDADE
É o atendimento do
interesse público.
 32.(MINISTÉRIO DO TRABALHO-
TÉCNICO-2OO6)
 Autoridade estadual fixou horário para

tráfego intermunicipal de uma empresa


de ônibus de forma a beneficiar outra
empresa de ônibus concorrente. O ato da
autoridade estadual pode ser anulado?
 A.sim, porque a autoridade estadual não

tem essa competência.


 B.sim, por desvio de finalidade.

 C.não, a não ser que descaracterizado o

desvio de poder.
 D.sim, desde que se trate de ato

administrativo vinculado.
DESVIO DE FINALIDADE
CONCEITO DE
DESVIO DE FINALIDADE
Todas as vezes em que não se busca
atender ao interesse público ou então
quando se busca atender a interesse
público diverso do que deveria ser
buscado, haverá DESVIO DE
FINALIDADE.
ESPÉCIES DE
DESVIO DE FINALIDADE
A.DESVIO DE FINALIDADE
GENÉRICO
Busca-se atender a um
interesse particular, ao invés
de atender a um interesse
público.
Ex.:Funcionário Público desvia
dinheiro para sua conta
particular, ao invés de utilizá-
lo a serviço da ADM-P.
B.DESVIO DE FINALIDADE
ESPECÍFICO
Ocorre quando se busca atender
interesse público diverso do que
deveria ser buscado.
Ex.:ao invés de aplicar multas para
educar motoristas imprudentes, a
Prefeitura aplica tais multas para
arrecadar
EXCEÇÃO LEGAL DE
PERMISSÃO DE
DESVIO DE FINALIDADE
ESPECÍFICO
TREDESTINAÇÃO/
TRESDESTINAÇÃO
LÍCITA
ART.519,CC
Se a coisa expropriada para fins de
necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, não tiver o
destino para que se desapropriou,
ou não for utilizada em obras ou
serviços públicos, caberá ao
expropriado direito de preferência,
pelo preço atual da coisa.
4ºelemento do ato
administrativo
MOTIVO
CONCEITO DE MOTIVO
É a circunstância de fato
ou de direito que dá base
para a prática do ato
administrativo.
MOTIVO E MOTIVAÇÃO:
DIFERENÇA
Enquanto os motivos são as
circunstância de fato, as
motivações são as justificativas
legais do motivo.
33.(Auditor Fiscal do Tesouro
Municipal-Recife-2003)
A lei federal que trata da ação popular
alude aos elementos do ato
administrativo, de forma a apontar os
atos lesivos ao patrimônio público.
Assinale no rol seguinte o vício que
não está presente na citada legislação:
a) ausência de motivação
b) incompetência
c) desvio de finalidade
d) vício de forma
e) ilegalidade do objeto
FALSIDADE DO MOTIVO
Não basta que os motivos existam. É
necessário que eles sejam
verdadeiros.
Isso em razão da denominada
TEORIA DOS MOTIVOS
DETERMINANATES.
ATOS QUE NÃO
NECESSITAM DE
MOTIVO PARA SEREM
PRATICADOS
A única espécie de ato
que não necessita de
motivo é o ato AD
NUTUM
ART.37,II,CF:
A investidura em cargo ou emprego
público depende de aprovação prévia
em concurso público de provas ou de
provas e títulos, de acordo com a
natureza do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as
nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeaão e
exoneração.
5º elemento do ato
administrativo:
OBJETO
(CONTEÚDO)
CONCEITO DE OBJETO
É a pessoa ou coisa
sobre a qual recai o ato
administrativo.
OBJETO
X

OBJETIVO
34.(AGENTE FISCAL/PREF.TERESINA-PI-2002)
Decreto Municipal nomeou José da Silva para o cargo
de Secretário Municipal da Fazenda. Considerando o
ato administrativo acima e os seus elementos,
correlacione as duas colunas e assinale a opção
correta.
1- Forma
2- Competência
3- Objeto
4- Finalidade
5- Motivo
( ) vacância do cargo
( ) interesse público
( ) decreto municipal
( ) nomeação de José da Silva
( ) Prefeito Municipal
a) 4, 5, 1, 3, 2
b) 4, 5, 3, 2, 1
c) 3, 4, 2, 5, 1
d) 5, 4, 1, 3, 2
e) 5, 3, 1, 4, 2
ELEMENTOS
VINCULADOS DO ATO
ADMINISTRATIVO
35.(ANALISTA JURÍDICO-SEC DA
FAZENDA-CE-2006-)
Assinale a opção que contenha os
elementos do ato administrativo
passíveis de reavaliação quanto à
conveniência e oportunidade no
caso de revogação.
a) Competência/fi nalidade
b) Motivo/objeto
c) Forma/motivo
d) Objeto/fi nalidade
e) Competência/forma
COMPETÊNCIA

FORMA

FINALIDADE

São considerados elementos vinculados dos atos


administrativos, pois em todos os atos praticados, o agente
público não discute os discute. Pode discutir os motivos e o
objeto, mas não os três primeiros.

OBS.:CUIDADO!!!!Há doutrina que entende que a forma não


é elemento vinculado do ato administrativo, mas esse
raciocínio não deve ser utilizado em provas. Para fim de
prova, FORMA É SIM elemento vinculado do ato
administrativo.
ATRIBUTOS DO ATO
ADMINISTRATIVO
São características do ato administrativo.
OBS.:não se pode confundir os elementos
dos atos administrativos e ATRIBUTOS do
ato administrativo.
Presunçãode legitimidade
Exigibilidade
Imperatividade
Tipicidade
AUto-executoriedade
1o atributo do ato
administrativo:
PRESUNÇÃO DE
LEGITIMIDADE/LEGALIDADE
/
VERACIDADE
CONCEITO DE PRESUNÇÃO
DE LEGITIMIDADE
Significa que os atos, a princípio, são praticados em
conformidade com a lei.
37.(Técnico da Receita Federal-2002)
A presunção de legitimidade é atributo
próprio dos atos administrativos
a.que não admite prova de vício formal
e/ideológico;
b.que os torna irreversíveis
judicialmente.
c.que impede sua anulação pela
Administração.
d.que autoriza sua imediata execução.
e.que lhes dá condição de ser
suscetível de controle quanto ao
mérito.
JURIS TANTUM
A presunção de legitimidade
é relativa, ou seja, vigora até
que exista prova em
contrário.
JURE ET DE JURE
2ºatributo do ato administrativo:
IMPERATIVIDADE
(PODER EXTROVERSO)
Significa que o ato administrativo é
praticado independentemente da
vontade do particular.
3º atributo do ato
administrativo
Exigibilidade
Representa uma sanção a quem não
obedece a imperatividade dos atos
administrativos.
38.(AFRF COMUN.2003)
O denominado poder extroverso do
Estado ampara o seguinte atributo do
ato administrativo:
a) imperatividade
b) presunção de legitimidade
c) exigibilidade
d) tipicidade
e) executoriedade
4º atributo do ato administrativo
TIPICIDADE
É a exata correspondência entre o
ato praticado e a previsão legal.
Ex.:demissão de servidor por
abandono só pode ocorrer após 30
dias consecutivos e sem
justificativa(art.138,LEI 8112/90).
Se o servidor faltar por 30 dias, não
há como demiti-lo por abandono.
5ºatributo do ato administrativo:
AUTO-EXECUTORIEDADE
Significa que a ADM-P não necessita de
autorização do Poder Judiciário ou do
Poder Legislativo para
praticar/extinguir seus próprios atos.
É uma manifestação do princípio da
autotutela(porém, autotutela é princípio
e auto-executoriedade é atributo).
EXTINÇÃO DOS ATOS
ADMINISTRATIVOS
REVOGAÇÃO
8ANULAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DOS
ATOS ADMINISTRATIVOS
1.QUANTO AO GRAU DE
LIBERDADE/QUANTO AO
REGRAMENTO
A.atos discricionários
São aqueles em que há margem de
liberdade ao agente para atuar.
B.atos vinculados
São aqueles em que não há
margem de liberdade para atuação
do agente.
ex. de ato discricionário
Art.130,§2º,Lei 8112/90
Quando houver conveniência para
o serviço, a penalidade de
suspensão poderá ser convertida
em multa, na base de 50%
(cinqüenta por cento) por dia de
vencimento ou remuneração,
ficando o servidor obrigado a
permanecer em serviço.
Exemplo de ato vinculado.

Art. 134. Será cassada a


aposentadoria ou a
disponibilidade do inativo que
houver praticado, na atividade,
falta punível com a demissão.
QUESTÕES ATOS
ADMINISTRATIVOS
40. O requsito do ato administrativo que
se vincula à noção de permanente e
necessária satisfação do interesse
público é:
a.objeto.
b.finalidade.
c.competência.
d.motivo.
e.forma.
41. O ato administrativo discricionário
tem como limite:
a. a consciência do administrador.
b.os costumes administrativos.
c.a norma legal.
d.os critérios de conveniência e
oportunidade.
e.a decisão do juiz quanto ao mérito do
ato.
42.O mérito é aspecto do ato
administrativo que, particularmente, diz
respeito à(ao)
a. conveniência de sua prática.
b.sua forma legal.
c.sua motivação fática.
d.princípio da legalidade.
e. poder vinculado.
43.O ato administrativo pode apresentar
diversos vícios. Tratando-se de vício
relativo ao sujeito, temos que, quando o
agente público extrapola os limites de sua
competência, ocorre:
a. desvio de poder.
b.função de fato.
c.excesso de poder.
d.usurpação de função.
e.desvio de finalidade.
44.A inversão do ônus da prova,
característica do direito administrativo,
relaciona-se com o seguinte atributo do ato
administrativo:
a.imperatividade.
b.auto-executoriedade.
c.presunção de legitimidade.
d.finalidade.
e.exigibilidade.
45.conforme a doutrina, o ato
administrativo, quando concluido seu ciclo
de formação e estando adequado aos
requisitos de legitimidade, ainda não se
encontra disponível para eclosão de seus
efeitos típicos, por depender de um termo
inicial ou de uma condição suspensiva, ou
autorização, aprovação ou homologação, a
serem manifestados por uma autoridade
controladora, classifica-se como:
a. perfeito, válido e eficaz.
b.perfeito, válido e ineficaz.
c.imperfeito, inválido e eficaz.
d. perfeito, inválido e ineficaz.
e.imperfeito, inválido e ineficaz.
46.A convalidação de ato administrativo
decorre de certos pressupostos. Não se inclui
entre estes pressupostos:
a.não acarretar lesão ao interesse público.
b.não causar prejuízo a terceiros.
c.o defeito ter natureza sanável.
d.juízo de conveniência e oportunidade.
e.autorização judicial quando se tratar de
matéria patrimonial.
47.A extinção de um ato administrativo
perfeito, por motivo de oportunidade e
conveniência, denomina-se:
a.revogação.
b.anulação.
c.convalidação.
d.conversão.
e.invalidação.
48. a revogação, por seu caráter
discricionário, pode atingir os seguintes
elementos do ato administrativo:
a.finalidade e objeto.
b.objeto e motivo.
c.forma e objeto.
d.motivo e finalidade.
e.competência e motivo.
49.Quando a matéria de fato ou de direito,
em que se fundamenta o ato
administrativo é materialmente inexistente
ou juridicamente inadequada ao resultado
obtido, estamos diante de vício quanto ao
seguinte elemento do ato administrativo:
a.forma.
b.competência.
c.motivo.
d.objeto.
Julgue os itens abaixo acerca dos
atos administrativos
50.um ato administrativo é dotado de
presunção de legitimidade e
veracidade, o que significa que há
presunção relativa, ou seja, jure et de
jure de que foram emitidos com
observância da lei e de que os fatos
alegados pela administração são
51. A auto-executoridade do ato
administrativo decorre do princípio
da supremacia do interesse público,
típico do regime de direito
administrativo.
52.os atos administrativos vinculados
podem ser revogados a partir de
critério de oportunidade e
conveniência.
53. a revogação do ato administrativo
é ato privativo da administração
pública, haja vista decorrer de
motivos de conveniência ou
oportunidade. Como corolário, é
correto afirmar,então, que o Poder
Judiciário jamais poderá revogar um
ato administrativo.
54.Tanto a revogação quanto a
anulação de ato administrativo por
vício de legalidade produzem efeitos
similares e retroagem à data da
prática do ato invalidado.
55.Os atos administrativos que
apresentarem defeitos sanáveis
poderão ser convalidados pela
própria administração em decisão na
qual se evidencie não acarretarem
lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros.
56.A revogação é o desfazimento do
ato administrativo que se tornou
inconveniente ou do qual se originou
desvio de finalidade.
57.O abuso de poder, na modalidade
de desvio de poder, caracteriza-se
pela prática de ato fora dos limites da
competência administrativa do
agente.
58.O exame do ato administrativo
revela a existência de requisitos
necessários à sua formação, que
podem ser assim
discriminados:competência, forma
finalidade, objeto e motivo.
59.em caso de ilegalidade do ato
administrativo, a administração
deverá revogá-lo ou anulá-lo.

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