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2o Ano | Auxiliadora Maria Indira Costa Alves Oliveira | Faculdade de Direito | UNTL

RESUMO DO DIREITO ADMINISTRATIVO I

ELEMENTOS DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

1. PESSOAS COLETIVAS PUBLICAS


2. SERVIÇOS PÚBLICOS (servem para ajudar os orgaos e realizar as atividades das PCPs,
sao considerados as celulas da PCP)

1. SERVIÇOS PÚBLICOS

1.1. Conceito (32o/1 OADIE)

1.2. Caracterização

- Organizações humanas (grupos organizados por pessoas)


- Dentro da PCP (Estado, IP, EP);
- Têm objetivo de realizar atribuições das PCP através do seu trabalho; ex. Serviços de
educação, saúde, municipal, polícia e etc);
- Sob a direção dos órgaos que sao os que tomam decisoes da PCP.

Como ja sabemos, as atribuicoes da organizacao administrativa sao as Pessoas Coletivas


Publicas. E as competencias sao feitas pelos orgaos.

Mas, nos servicos publicos, ao tem ambas. Tem trabalhos e missoes que ajudam a PCP para
prosseguir suas atribuicoes. Quem realiza as atividades da PCP sao os servicos publicos.

1.3. Relações entre órgãos e serviços

Os Órgãos são os que dirigem a PCP e que tomam decisões. Por enquanto, os Serviços, são
os que auxiliam os órgãos e fazem as atividades da PCP. Como é que os Serviços Públicos
ajudam os Órgãos? Têm 2 fases para isso:

 Fase de Preparaçaõ: nas decisões dos órgãos, os SP estudam problemas e sugerem


soluções;
 Fase da execução: os SP devem cumprir tomadas pelos órgãos e fazem atividades
das PCP.

1.4. Espécies de Serviços Públicos

1. Unidades Funcionais: Cada uma tem sua função e segue os seus próprios fins. Cumprem uma
função concreta/fins concretas específicos.
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por ex. Serviços de polícia, registos, educação, saúde etc. Direções gerais faz parte
neste espécie.
2. Unidades de Trabalho: têm em vista um certo tipo de trabalho e não cumprem certos
fins/atribuições.
por ex. Gestão, finanças, RH etc.

1.5. Organização de Serviços Públicos (como se organiza)

Têm 3 modos de organizar os SP, são como;

3. Organização Horizontal: os SP são distribuídos por vários PCPs e Ministérios para realizar
várias atividades e statisfazer vários necessidades coletivas.

Linha horizontal

Estado/Governo:

Ministério Ministério Ministério


Defesa Saúde Educação
Empresasa
Públicas:

RTT
BEE TL EDTL
L
4. Organização Vertical: tem uma estrutura hierárquica com
diferentes níveis de cima para baixo, e os que sáo de níveis de baixo, estáo subordinados aos
de cima.
MNEC
Reitor
DG ASEAN
Decano
Linha vertical

DN Assuntos Políticos
Docentes
DN Assuntos
Serviços
Económicos
Administrativos

5. Organização Territorial: distribuição entre os serviços centrais (atuam em todo o território) e


os serviços desconcentrados atuam em certas regiões em certos/municipios.
Direção Municipal de
regional Saúde
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2. Relações na Organização Administrativa

A. Hierarquia (dentro da mesma Órgão da PCP)


B. Tutela
Diferentes PCPs
C. Superintendência

A. HIERARQUIA (14º/1 e 2/OADIE)

É uma organização vertical, entre órgãos administrativos que tem diferentes níveis, de superior
até inferior. Uma relação interorgânica (entre órgãos e funcionários de uma só PCP).
Por exemplo: reitor e senado.
Tem de existir atribuições comuns porque os 2 órgãos estão na mesma PCP.
inclui o poder de direção e o respetivo de obediência (14º/2/OADIE).
Superior Hierarquico

PCP
Inferior hierarquico

Poderes do superior

1. Poder de direção: é o poder hierárquico de emitir ordens e instruções aos inferiores em


matéria de serviço para impor condutas. Tem duas modalidades que são a Ordem e
Instrução.
Ordem – é um commando individual e concreto (para um certo caso específico) do superior a
inferior a impor condutas de modo falado ou escrito. Por ex. O reitor dar ordem ao decano,
para marcar aulas da FD para o 1o semestre do ano letivo de 2024.
Instrução – é um commando geral aos grupos de inferiores que é abstrato para vários casos.
Por ex. Reitor enviar um documento para vários decanos a dizer que deve marcar o início do
ano letivo.
O poder de direção é limitado, o superior pode mandar mas não pode dizer como. As
ordens/instruções têm efeitos internos e não externos, porque os cidadãos não podem exigir o
seu cumprimento em tribunal, a não seja estar na lei. Em caso de nulação, pode haver sanções
disciplinares, em caso de incumprimento ou desobediência, são possiveis sanções para evitar
a sua repetição.
2. Poder de supervisão: por regra, a possibilidade do superior hierárquico de
confirmar,revogar (extinguir por razões de mérito), anular(extingue pela
ilegalidade)/suspender atos do inferior.
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Excepcionalmente, se a lei permitir de supervisào pode incluir a possiblidade do superior
hierárquico modificar ou substituir os atos do inferior hierárquico.
3. Poder disciplinar: possibilidade de aplicar sanções disciplinares aos inferiores hierárquicos,
em caso de incumprimento, do poder de direção (incumprir ordens/instruções) ou de violação
de regras de disciplina da função pública.
4. Poder de inspeção: a possibilidade do superior hierárquico de fiscalizar a atuação do inferior
hierárquico, o cumprimento da dsiciplina e o bom funcionamento dos serviços. É um poder
instrumental do poder de supervisão e do poder de disciplina.
5. Poder de resolver conflitos de competências dos inferiores hierárquicos: conflito de
competências ocorre quando 1 ou mais órgãos consideram que sào competentes para fazer
algo. Possibilidade do superior hierárquico resolver e declarar, em caso de conflito de
competências entre subalternos(18o/2/OADIE) de quem é a competência.
6. Poder de decidir recursos hierárquicos: possibilidade do superior hierárquico apreciar/ver
novamente um caso decidido pelo subalterno, podendo anular.revogar a decisão do
subalterno – para haver recurso, é preciso o particular impugnar a decisão do subalterno para
o superior hierárquico (em alguns casos modificar/substituir).

Deveres de obediência do inferior

Subalternos devem obedecer aos superiores hierárquicos (suas ordens ou instruções). Os Requisitos
de legalidade externa do dever de obediência são como:

- as ordens/instruções devem ser do legítimo superior hierárquico (não há dever de obediência


para quem não é superior hierárquico, por ex. Por ser de outra PCP ou por não ser legítimo superior
hierárquico);

- as ordens devem ser dadas sobre assuntos de serviços e não assuntos da vida privada ou
familiar;

- as ordens devem ser dadas na forma exigida por lei (escrita).

B. TUTELA

É uma relação interpessoal e intersubjetiva, ocorre entre diferentes PCPs. Normalmente entre o estado
e a administração indireta (IP,EP,FP entre estados e municípios) e entre Estado (Governo e
municípios).
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É diferente da hierarquia, porque é uma relação interorgânica – entre órgãos da mesma pcp). Tem
de haver uma descentralização institucional.

1. Conceito

É uma relação de poder de uma PCP (Estado) sobre outras PCPs, para garantir a legalidade e mérito
da atuação da entidade/da pessoa tutelada. Só existe tutela se estiver previsto na lei, não se presume.

- AMRT é tutelada pelo PM (Estado) [artigo 4º/AMRT]

- UNTL é tutelada pelo responsável do governo pelo ministro que toma conta da Educação que
é o MESSC [artigo 12º/Estatuto UNTL]

Há uma entidade tutelar, que controla a legalidade e o mérito da atuação da tutela; e entidade tutelada,
que está sob o controlo da entidade tutelar.

Os poderes da tutela são de intervenção e controlo da gestão de outra PCP.

2. Fins da Tutela

- Legalidade: controlar a legalicidade das decisões e ações de uma PCP, confirmar se cumprir a lei.
Por ex. Municípios (adm. Autónoma) – sujeitos á tutela de legalidade por parte do governo (23 o e 24o
do Poder Local);

- Mérito: controlar o mérito das decisões ( se as decisões são bons ou máus, de vários pontos de vista
– administrativo, técnico, financeiro etc). se a decisão é coveniente (faz falta) ou inoportuna (não faza
falta).
Por ex. Orçamento annual da RTTL com montante de 1bilhão, gastou $980,000 para câmaras de TV,
conclusão – não é uma boa decisão no ponto de vista financeiro da EP.
Eps e IPs estão sujeitos à tutela de legalidade e mérito, EPs e IPs (administração indireta) cada um
tem seu ministro da tutela (54o OADIE).

3. Tipos de Tutela
a. Tutela de aprovação/integrativa: Poder de autorizar/aprovar atos da entidade tutelada.
A priori (antes): é autorização/aceitação da realização de atos pela entidade tutelada antes de
realizar os atos (55o/3 OADIE) - precisa autorização para abrir representação regionais;
A posteriori (depois): é aprovação/aceitação dos atos já realizados pela entidade tutelada.
(55º/2 OADIE).
Esses não podem mudara/ser alterado o ato da entidade tutelar (não há poder de substituição da
entidade tutelada pelo ministro da tutela);
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b. Tutela inspetiva: poder de inspeção e fiscalização (verificar e confirmar) o cumprimento
da legalidade da organização e funcionamento da PCP;
c. Tutela sancionatória: poder de dar sanções por irregularidades verificados na PCP
tutelada;
d. Tutela revogatória: é o poder de revogar/anular os atos da entidade tutelada;
e. Tutela substitutiva: poder da entidade do governo (tutelar) / ministro da tutela de fazer
um ato em substituição da entidade tutelada e em seu nome. Nos casos em que a entidade
tutelada não cumpre os deveres a que está legalmente obrigada (caso omisso - lei obriga
mas pessoa ñ cumpre). a tutela pode incluir poderes de modificação ou substituição aos
atos da entidade tutelada (excepcional).
Relação da tutela (11º/2 OADIE).

C. SUPERINTENDÊNCIA
1. Conceito
Relação subjetiva/interpessoal (entre 2 PCPs diferentes) em que normalmente por regra, entre o
Estado (GOV – Ministros,regras entre Eps, IPs FP (Adm. Indireta). [11º/3 OADIE e 12º/3 BGAOP].
- É o poder do estado (entidade superintendente);
- Em relação às entidades superintendidas;
- De orientar atuação e definer objetivos das entidades superintendidas através de:
 Diretivas: Orientações resumidas que fixam objetivos da entidade
superintendidas, mas dão liberdade quanto aos meios e formas utilizadas para
atingir esse objetivo.
Por exemplo. BEE superintendida oir MOPTC diz que eles devem xonseguir
saneamento total de toda a água em Dili.
Recomendações: são apenas conselhos/sujestões cujo incumprimento não leva a
sanções (não é obrigatório e não existe sanções).
Por exemplo MOPTC diz a BEE para conseguir saneamento de Dili, BEE deve
fazer acprdp com outras empresas doutros países.

Tutela e Superintendência são por regra, exercidas em conjunto por 1 membro do governo sobre
outras PCPs da Adm. Indireta (IPs,Eps e FP).
Ex. Artigo 12º/Estatuto UNTL (Ministro Educação)
4º/AMRT (Primeiro Ministro)

Diferenças entre:
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- Superintendência x Hierarquia

Hierarquia está dentro da mesma PCP e superintendência é entre diferentes PCPs;


Superintendência é menos forte que a hierarquia, porque não pode incluir o poder de direção
(ordens e instruções) do poder superior hierárquico, mas sim diretivas e recomendações.

- Superintendência x Tutela
Superintendência é mais forte que a Tutela, porque nela define-se os objetivos e orienta a atuação da
entidade superintendida. Na tutela, o Governo apenas controla a legalidade e mérito da atuação da
entidade tutelada. Na tutela a entidade tutelada continua a ter Liberdade para conduzir a sua atividade
e define os seus objetivos. A superintendência orienta e fixa objetivos enquanto tutela apenas
controla.

ADMINISTRAÇÃO DIRETA

Administração Pública timorense está dividida em 3 tipos:

1. Administração Direta (35º/OADIE) - Administração Direta do Estado (Estado)

2. Administração Indireta (41/OADIE) - Administração Indireta do Estado (IP,EP,FP)

3. Administração Autónoma (44º/BGOAP) - Municípios

1. Estado

Significado internacional, ou seja, estado soberano e independente na ordem internacional com


direitos e obrigações.

Significado constitucional, como comunidade de cidadãos que assume uma constituição (CRDTL) e
uma forma política (República Democrática)

Significado administrativo, estado(entidade jurídica independente) como uma PCP que sob a direção
do Governo exerce a função administrativa.

Dentro do significado administrativa, o Estado é como uma entidade jurídica, independente e


autónoma, não se confunde com os:
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- Governantes : os quais podem mudar, mas o Estado continua;

- Funcionários : (servidores do Estado), mantêm a sua autonomia individual e jurídica;

- Cidadãos : (São administrados e e tmbém participa na administração do Estado)

- Às outras PCPs (como os municípios, empresas públicas e institutos públicos)

Apesar do Estado ter grandes relações com estas entidades, elas são PCPs diferentes, com
personalidade jurídica própria como património pessoal e tem atribuições.

Consequências do Estado ser uma PCP independente

- a distinção entre estado e outras PCPs;

- a lista própria de atribuições;

- o estabelecimento de órgãos do Estado (PR,PM,GOV,TR);

- a existência de funcionários públicos.

TIPOS DE ADMINISTRAÇÃO

1. Administração Central: exerce poderes administrativos em todos os territórios nacionais, ex.


Direções gerais (dentro do ministério).

2. Administração periférica: exerce competências apenas em certas partes do território


nacional, ex. Delegação do ministério saúde num distrito - serviços de limpeza floresta no jardim
de Konis Santana.

1. Administração Direta do Estado

Principais Características:

 Há multiplicidade de atribuições porque o Estado tem muitos fins para cumprir (fins
culturais, bem estar, segurança etc) ao contrário de outras PCPs porque só tem certos fins;

 Tem muitos órgãos e serviços;

 Tem uma personalidade jurídica única(só existe 1 Estado) e unitária(apesar de existirem


muitos ministérios a decisão de 1 ministro é para o inteiro Estado);

 Estrutura hierárquica é vertical;

 Supremacia: Estado estar numa posição de superioridade perante os particulares e outras


PCPs.

2. Administração Central do Estado (Ministérios)

É que exerce competências em todo o território nacional, inclui o governo, ministérios direções gerais.
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Caracterizam-se por:

 Desconcentração funcional: os poderes para exercer funções não estão concentrados no


ministro, mas estão distribuídos pelos órgãos e serviços dos ministérios;

 Desconcentração Geográfica: existem serviços centrais mas também serviços periféricos.

Os Ministérios são o mais importante elemento da organização da Administração Direta do Estado,


são departamentos do Governo e organiza se por divisão horizontal por áreas de atuação.

Classificação dos Ministérios

- Ministérios de Soberania: que exercem poderes soberanos do Estado, poderes mais


importantes e características do Estado (interior, defesa, negócios estrangeiros, Justiça);

- Ministérios Económicos: tratam de assuntos financeiros, económicos e comerciais.


(finanças, MTCI, agricultura, turismo);

- Ministérios Sociais: tratam de assuntos sociais e culturais (MSS, Saúde, educação, cultura,
juventude, turismo);

- Ministérios Técnicos: tratam dos assuntos dos grandes infraestruturas e equipamentos


(MOPTC,urbanismo,planeamento, ambiente etc)

Administração Central do Estado

Ministérios (39º/1 OADIE) : Divide-se em horizontal igual aos direções gerais.

Atribuições do Estado

Tem muitos atribuições distribuídas em muitas leis (CRDTL e Lei Orgânica). As atribuições do
Estado não são iguais das outras PCPs - têm muito menos fins e estão previstos nos seus próprios
estatutos ou leis orgânicas. Estado é muito grande e tem imensas leis (artigo 6º/CRDTL). As
atribuições do Estado também são previstas em muitas leis ordinárias desde logo, nas leis orgânicas
do Governo e dos ministérios.

Classificação das atribuições do Estado

 Atribuições principais

- soberania (defesa, polícia, relações externas, comerciais)

- económicas (orçamento, imposto, moeda, regulação de atividades comerciais)

- sociais (saúde, ambiente, segurança social)

- educativas e culturais (cultural, desporto, ensino, investigação)

 Atribuições auxiliares (ajudam as outras atribuições)

- Gestão de pessoal finanças e materiais


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- Funções de arquivo (guardar coisas)

- funções jurídicas e de contencioso (processos em tribunais)

 Atribuições de comando

- Estudo de planeamento (antes de fazer algo tem de estudar e planear)

- Organizações e previsão (prever o que irá de acontecer depois)

- controlo das decisões (tomar decisão)

Órgãos do Estado

Precisa de órgãos para dirigir e tomar as decisões da PCP do Estado. (artigo 67º/CRDTL)
PR (órgão político); PN (órgão político e legislativo); Governo (órgão político e administrativo -
quem manda na Administração Pública); TR (órgãos judiciais).

Outros órgãos administrativos do Estado


Chefe das forças armadas (terrestre, aéreo e marítimo) - 74º/2 e 146º CRDTL; Procuradoria Geral da
República (133ºCRDTL)
O Governo
- É órgão superior da Administração Pública (103º/CRDTL)
- Dirige e manda o funcionamento da Administração Pública (115º/1/L CRDTL)
- Dirige hierarquicamente a Administração Direta do Estado, desde logo os diretores gerais (30º/1
BGOAP)
- Tutela e superintende a Administração Indireta do Estado (BEE TL,EP,IP,FP)
- Tutela a legalidade da atuação da administração autónoma (artigo 23º/lei do poder local)

Competências do Governo (115º/1/alínea a&b CRDTL)

- executar política nacional


- garantir o exercício dos direitos
- dirigir as atividades dos ministérios e instituições subordinadas ao Conselho de Ministro
- atos necessários para satisfazer as necessidades coletivas

O Governo exerce suas competências através de várias atividades:

1º - fazer normas jurídicas


2º - praticar atos administrativos
3º - celebrar contratos
4º - poderes de fiscalização, tutela e superintendência
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O Governo pode agir em 2 maneiras:

»Formal colegial: através do conselho de ministros (105º CRDTL), cuja competição está prevista no
artigo (116º CRDTL);

»Formal individual: cada um dos ministros/PM/UPM/VM/SE poder agir individualmente em nome


de todo o governo.

Membros do Governo

 Primeiro Ministro (117º/1 CRDTL)


Tem poder de dirigir e coordenar a política do Governo e ação dos ministros. Tem como competência
chefiar o Governo e presidir ao CM. São membros do Governo, participam no CM exercem funções
políticas e administrativas. Na organização jurídica do Governo existe um princípio de igualdade
entre os ministros, em que todos têm a mesma categoria e estatuto jurídico.
Por formalidade, não há super ministros, mas materialmente, existe porque cada um tem suas
importâncias, e às vezes são mais importantes que outros. Por ex. MF x MAgri - MF é mais
importante, porque decide o dinheiro.

 Ministros (117º/2 CRDTL)


Executar a política definida para os seus ministros, fazer regulamentos administrativos,
nomear,exonerar ou promover o pessoal que trabalho no ministério ou das entidades tuteladas (desde
logo os dirigentes). Exercer os poderes hierárquicos sobre o pessoal dos ministérios, exerces poderes
de tutela e superintendência sobre outras entidades públicas (IP,EP).

 Secretários de Estado
Não são sujeitos aos poderes hierárquicos/hierarquia administrativa dos ministérios, mas sim à
supremacia política dos ministros.
Devem cumprir e seguir políticas definidas pelos ministros. Não têm funções políticos, apenas
competências administrativas. Dadas através de uma delegação de poderes do respetivo ministro.
Não participam nas reuniões do CM, excepto convidados, e não tem poder de voto (105º/3 CRDTL)
O CM, como órgão colegial, constituído pelos ministros, e presidido pelo PM, tem funções políticas e
administrativas estabelecidas na lei (116º CRDTL).

3. Administração Periférica do Estado

- Faz parte do Estado mas apenas exerce competências em zonas específicas (num determinado
território) por ex. Serviços de saúde de Ataúro (pertence ao Estado mas só se exerce em
Ataúro).

- integrada em ministérios e funciona como orçamento do Estado (PCP).

- ≠ a administração central e autónoma; porque não pertence à PCP do Estado, mas sim dos
municípios, e funcionam como orçamento municipal.

- são órgão ou serviços das PCPs e IPs que, funcionam, num certo território.
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4. Administração Indireta do Estado

Estado tem diversas e complexas fins, e esses fins podem ser prosseguidos diretamente pela PCP do
Estado (ADE). Por outro lado, os fins do Estado podem ser prosseguidos indiretamente, por criando
outras PCPs que vão seguir os fins do Estado com autonomia administrativa e financeira.

PCPs que fazem parte da AIE (42º/1 OADIE) e (32º/1 BGOAP)

- IP (AMRT,UNTL,SERVE)

- EP (RTTL,EDTL,BEE TL)

- PCPs que tem independência do nome, tem autonomia administrativa e financeira e estão sujeitos
a tutela do Estado.

Em suma, a administração indireta do Estado é estadual, porque o objetivo é de seguir fins do


Estado, e está sujeito ao Estado.

Características da Administração Indireta do Estado

 Atividade da AP, por isso, tem em vista a satisfação das necessidades coletivas;

 Destina-se à realização dos fins do Estado, Estado transfere suas atribuições através de um DL
(estatutos) para outras entidades públicas (IP,EP);

 Atividade exercida no interesse do Estado mas feita pelas entidades o Estado criou;

 Estado dá dinheiro às entidades da AIE mas não deixa ter poderes sobre elas. (nomear
dirigentes,tutela e superintendência).

A criação de PCP da AIE (43º/1 OADIE) e a transferência de atribuições do Estado para as PCPs da
AIE, obedece a requisitos (44º/1 OADIE):

 Necessidade de criação de uma nova PCP, para o cumprimento dos objetivos do Estado de
uma forma mais flexível, eficiente e eficaz;

 Necessidades de atribuição de personalidade jurídica própria, e desnecessidade do poder de


direção do governo para a prossecução das atribuições.

Institutos Públicos (artigo 49º/1 OADIE)

1. Conceito

Principais características:

- PCP com personalidade jurídica e autonomia administrativa e financeira;


- sujeitos à tutela e superintendência de 1 ministro;
- criados para cumprir certos fins do Estado;
- tem perfil institucional e não empresarial;
- não tem funções próprias, mas sim aqueles que o Estado lhe transferiu;
- tem órgãos próprios, diretivo, fiscalizador e consultivo.
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2. Tipos de Institutos Públicos (37º/1 BGOAP)

- em relação às atividades realizadas

 Prestação de serviços à comunidade, sociais e culturais (hospital,universidade e museus


públicos);

 Fiscalizadores: realizam tarefas de controlo, inspeção e verificação de certas atividades privadas,


por ex. AIFAESA;

 Reguladores: garantir condições necessárias para os exercícios de certas atividades privadas, por
ex. (SERVE,IP - serviço de registo e verificação empresarial, IQTL - Instituto para a qualidade
de Timor Leste);

O Regime Jurídico dos IPs

Artigo 49º-62º OADIE;37º-39º BGOAP e Lei orgânica: Estatuto

Tipos de órgãos no Instituto Público (50º-53º OADIE)

- Órgão Diretivo (50º-51º OADIE) : Pode ser singular/colegial, dirige os IPs à atuação (ex.
aprovar relatórios de atividades e exerce poderes de direção, gestão e disciplina dos trabalhadores
50º/2 OADIE);

- Órgão Fiscalização (52º OADIE) : Pode ser singular ou colegial, é responsável por verificar e
controlar o cumprimento da lei e a boa gestão financeira (ex. acompanhar o cumprimento das leis e
regulamentos e dar parecer sobre orçamento - 52º/2 OADIE);

- Órgão Consultivo (53º OADIE) : Presta conselho e apoio à órgão diretivo para definir a
atuação dos IPs (ex. dar parecer sobre os planos de atividades ou regulamento interno - 53º/2
OADIE).

OS IPs fazem parte da Administração Indireta e por isso estão sujeitos aos poderes de tutela e
superintendência do ministro da Tutela (54º-56º OADIE).

Sobre a tutela do ministro dos IPs, é:

- necessário aprovação do ministro da tutela relativamente ao plano de atividades e ao


orçamento do IP (55º/2 OADIE);

- necessário a autorização do ministro da tutela para a aceitação de doações ou a criação de


delegações territoriais (55º/3 OADIE).

Os IPs podem ter autonomia:

- Financeira : podem realizar atos de gestão financeira e orçamento nos termos da lei;
- Patrimonial : podem ser proprietários de bens imóveis e móveis;
- Administrativa: podem praticar atos jurídicos e administrativos desde logo, poder exercer
competências.

Empresas Públicas (40º OADIE, RJEP DL 14/2003, Estatutos)


1. Conceito 40º/1 BGOAP
 Pessoas coletivas públicas da AIE sujeitas aos poderes de tutela e superintendência do Estado.
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 Carácter públicas dessas empresas vem do fato do seu capital social pertencer ao Estado ou
entidades públicas.
 Têm natureza empresarial, ou seja são empresas. Empresas são organizações de 3 coisas: Capital,
Técnica e Trabalho;
 Estado pode ter EPs cujo capital social é do Estado ou pode ter uma parte do capital social de
empresas privadas. Por ex. Saham Telkomcel 30% Privado timorense, 50% empresa indonésia
20% Estado TL.

As EPs prestam/realizam:
- Serviços públicos: ex. Fornecimento de água e eletricidade.
- Gestão de serviços de interesse económico geral: sistemas de tratamento de águas residuais;
recolha de lixos;
- Gestão de infraestruturas públicas: ex. Portos e aeroportos;
- Intervenção do Estado em certos mercados: ex. BNCTL.

O Estado pode ter empresas de 2 maneiras:


1. Empresas Públicas sujeito ao Dto. Administrativo, com a direção e capitais públicos (EP, p. ex.
BEE TL, EDTL).
2. O Estado pode ter domínio de empresas privadas por ter a maioria do seu capital social
(BNCTL,SA) ou por ter direitos especiais (p.ex. Escolher a maioria dos membros do Conselho da
Adm.).

Regime Jurídico das EPs


1. Regime Geral (40º-41º BGOAP, RJEP e secundariamente o regime dos IPs);
2. Regime Geral dos Estatutos (

Criação
- São criadas pelo Estado, com capitais do Estado ou de outras entidades públicas (1º RJEP)
- criadas por DL (43º OADIE que inclui seu estatuto 43º/1 OADIE e 4º RJEP).
- têm personalidade jurídica e capacidade judiciária e autonomia administrativa, financeira e
patrimonial ( 2º RJEP).
- têm autonomia financeira (podem praticar atos de gestão financeira e orçamental) em particular:
1. Poder cobrar receitas das suas atividades;
2. Devem pagar as despesas necessários à prossecução do seu objeto (a sua atividade).
- têm obrigatoriamente esses órgãos (9º RJEP):
1. Conselho de Administração (board of directors): órgão colegial com 5-7 membros, cujo
presidente é nomeado pelo CM e restantes membros são nomeados pelo Ministro da Tutela (10º/1,2
e 4 RJEP).
Um órgão de gestão de empresa que tem os poderes necessários para desenvolver a atividade das
empresas p.ex. Administrar o património, aprova plano de atividades e orçamento, garante direção
da empresa (11º RJEP).
A. Presidente CA: Órgão singular, representa empresa e coordena com CA (12º RJEP)
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B. Conselho Fiscal: órgão colegial com 3-5 membros, nomeado por M.F, controla a legalidade
dos atos da EP e boa gestão financeira (14º RJEP).

A gestão das EPs obedece a princípios específicos:


- Prosseguir objetivos sócio-económicos do Estado;
- Auto suficiência e económica e financeira;
- Aumentar a produtividade com menos custos.

ADMINISTRAÇÃO AUTÓNOMA
Princípio da descentralização Administrativa, obriga que função administrativa não seja feita
apenas pelo Estado (Direta/Indireta) mas também por outras PCPs autónomas
(Municípios.RAEOA).

Características:
1. Segue interesses próprios;
2. Sujeito apenas ao poder de Tutela;
3. Caracteriza pela auto administração, i.e que dirige e orienta suas atividades e fixa objetivos com
independência e para a prossecução dos seus interesses, porque não sujeita a ordens ou fixação de
objetivos do Governo.

Quais são as PCPs da Administração Autónoma?


- Municípios :
- Constituição estabelece um regime de autonomia especial para o enclave de oecusse e para Ataúro
que está legalmente concretizado na RAEOA e na ZEESM (5º/3 e 7º/2 e 3 da CRDTL);
- PCPs criadas para prestar serviços de Apoio aos titulares de órgãos de soberania que não o Governo
- Associações Públicas (ordem dos advogados ou ordem dos médicos)

Municípios (não faz parte do Estado,

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