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Super Apostila - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

02 – Convergências e
divergências entre as
gestões pública e privada

Prof. Everton Ventrice


Prof. Everton Ventrice

Sumário
1. Introdução e objetivos desta apostila................................................................................................. 2
2. Por que este tópico é cada vez mais cobrado?.................................................................................... 2
3. Afinal, elas devem ser iguais ou não? ................................................................................................. 3
4. Principais convergências .................................................................................................................... 4
5. Principais divergências ....................................................................................................................... 7
6. DICA DE OURO ................................................................................................................................. 14
7. Principais pontos a serem fixados .................................................................................................... 15
8. Lista de questões que resolvemos .................................................................................................... 18
9. Gabarito ........................................................................................................................................... 22

1. Introdução e objetivos desta apostila

O tópico “Convergências e divergências entre as gestões pública e privada” é


relativamente novo dentro da Administração Pública, mas vem aparecendo
cada vez com mais frequência nos editais.
É um assunto fácil. Grande parte das questões gira em torno da pergunta:
São (ou devem ser) iguais ou não, e por que?
As demais abordam semelhanças e diferenças específicas, que também
vamos explicar aqui de modo bem tranquilo.
Portanto anime-se, pois é um assunto para se gabaritar! Vamos lá!

ATENÇÃO!!! Neste capítulo nos referimos ao termo administração pública


como sinônimo de gestão pública, ambos no sentido de “governar
organizações públicas”.

2. Por que este tópico é cada vez mais cobrado?

Há uma ideia generalizada e crescente de que os serviços públicos, e a


atuação dos governos, de modo geral, são insatisfatórios e há muito a ser
melhorado.
Toda essa “consciência” deve-se a alguns fatores, como:
• A melhoria, ainda que lenta, no padrão educacional da população, que
a possibilita enxergar melhor a relação entre a atuação dos governos
e o seu padrão de vida.
• A consolidação da democracia, que faz com que as pessoas entendam
cada vez mais que o governo se subordina à população, e não o
contrário.

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• Os efeitos das comunicações e da globalização, que facilitam o contato


com o que ocorre em outros locais, tornando as comparações
inevitáveis.
No Brasil, na década de 90, durante o governo de Fernando Henrique
Cardoso, implantou-se um modelo de gestão pública chamado de Gerencial.
Houve então um impulso oficial à aproximação com vários princípios do setor
privado, entre eles a busca pela eficiência e a responsabilização dos gestores
pelos resultados obtidos.
Tal modelo, por questões políticas, não vigora mais, porém algumas de suas
ideias se consolidaram e ainda permanecem com força.
Atualmente, a crise fiscal pela qual o Brasil passa dá mais um argumento aos
que defendem mudanças na administração pública, e o paralelo com a gestão
privada acaba ocorrendo de forma natural.

3. Afinal elas devem ser iguais ou não?

Em partes. É fato que entre a administração pública e a administração privada


há mais convergências do que divergências.
Por exemplo, ambas se utilizam do processo administrativo (Planejar,
Organizar, Dirigir e Controlar) como premissa gerencial, compartilhando
várias técnicas dentro de cada uma dessas funções.

Veja uma questão que trata disso:


1. (CESPE/Especialista: Administrador – SESA/ES). Os processos de
planejamento, organização, execução e controle são ações
fundamentais que norteiam as atividades organizacionais na tomada
de decisão, na gestão de recursos e na definição de objetivos, nas
esferas pública e privada.

Comentários:
Gabarito: Certo. Mas também é certo que a administração pública requer
adaptações em sua forma de gerenciar, pois muitas de suas características
são diferentes das do setor privado.

Olhe só:

2. (CESPE/Anal. Jud.: Administrativo – STM) Apesar de partilharem


de algumas funções básicas, gestores públicos e privados têm
posições antagônicas quanto ao aspecto econômico e à orientação
dos negócios sob sua responsabilidade.
Gabarito: Certo

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3. (CESPE/Anal. Téc. Administrativo – MIN). As organizações


públicas assemelham-se às organizações privadas na medida em que
também necessitam da aplicação dos processos administrativos de
planejamento, organização, direção e controle, porém diferenciam-
se na forma de aplicação.
Gabarito: Certo

ATENÇÃO!!! Se é verdade que ambas as gestões têm suas diferenças, já


apareceu questões que afirmavam que sim, elas devem ser iguais.

Veja essa questão da FCC:

4. (FCC/ Anal. Jud.: Administrativa - TRT 4ª Região - adaptada).


Deve-se gerir um órgão público como quem administra uma empresa,
isto é, buscando compatibilizar custos e resultados, atuar com os
olhos no cliente-consumidor e tomar decisões rápidas para
aproveitar oportunidades de mercado.

Comentários:
Pode-se pensar que a FCC afirmou que devem ser iguais apenas nos aspectos
explicitados na questão. Sendo assim, o pensamento de “uma igualdade com
ressalvas” está mantido. Gabarito: Certo

Em administração, pública ou geral, é preciso ter muito cuidado com


generalizações, pois tendem a estar erradas.

Veremos agora as convergências e divergências mais cobradas:

4. Principais convergências

1. A prestação de contas aos cidadãos


A administração pública tem como um de seus princípios constitucionais a
Publicidade. Há o dever de prestar contas, que se aplica a todos aqueles
envolvidos com o patrimônio público.
O termo Accountability é utilizado para se referir à responsabilização dos
agentes, não apenas no que se refere a desvios de conduta, mas também
quanto à sua eficiência, eficácia e efetividade.
Mas e na administração privada? Há o dever de prestar contas aos cidadãos?
Sim. Embora seja recente, tem crescido a ideia de Responsabilidade Social
Corporativa, que prega que as organizações privadas não devem se limitar
ao mero respeito às leis, mas também a princípios morais e éticos, além de
atuarem em favor do desenvolvimento social.

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Vamos ver isso numa questão da FCC

5. (FCC/AFTM – Prefeitura de São Paulo). Embora haja muitas


diferenças entre a gestão pública e a privada, ambas:
a) devem prestar contas ao cidadão, enquanto membro da sociedade
que possui direitos e deveres.
b) podem realizar tudo o que não está juridicamente proibido.
c) só podem ser criadas ou alteradas por meio de instrumentos
contratuais ou societários.
d) dependem, para continuar existindo, da eficiência organizacional
avaliadas pelos cidadãos consumidores.
e) baseiam suas decisões em critérios de racionalidade instrumental.

Comentários:
Embora de maneiras diferentes, ambas as gestões, pública e privada, devem
prestar contas à sociedade. Veremos mais detalhes sobre porque as demais
alternativas estão erradas no tópico seguinte. Gabarito: Letra A.

2. A busca pela eficiência


No caso da administração privada, a eficiência sempre foi um requisito de
sobrevivência, já que ela tem impacto direto em seu objetivo final: o lucro.
Já no caso da administração pública a busca pela eficiência é algo mais
recente. Passou a ocorrer de modo institucionalizado apenas na década de
90 passada, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, quando o
Brasil adotou o chamado Modelo Gerencial.
Esse modelo de gestão é afim às ideias neoliberais, e foca aspectos como
a qualidade dos serviços prestados, a redução de custos, a descentralização
e a responsabilização de várias atribuições administrativas, mas sempre
tendo em vista a função social do Estado.
É associado ao ex-ministro Bresser-Pereira, titular do então Ministério da
Administração e Reforma do Estado (MARE) e responsável pelo Plano
Diretor de Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE), de 1995, principal
instrumento da reforma.
Foi na vigência do PDRAE que se deu a Emenda Constitucional nº 19 de 1998,
que incluiu a Eficiência entre os princípios da Administração Pública.
O PDRAE foi abandonado no governo seguinte, de Lula, mas o princípio da
Eficiência permanece.

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Obs: O Modelo Gerencial de gestão é visto em detalhes na apostila sobre os


Modelos Teóricos da Administração Pública.

Atenção agora para esta questão do CESPE:

6. (CESPE/Anal. Jud.: Administrativa – TER/ES). O modelo de Estado


gerencial é importante para que se alcancem a efetividade e a
eficiência na oferta de serviços públicos, independentemente da
função social do Estado.

Comentários:
A função social da atuação do Estado sempre deve ser considerada. De nada
adianta aumentar a eficiência na prestação de um serviço se a população a
quem ele se destina for prejudicada. Gabarito: Errado.

Cabe um esclarecimento a respeito de alguns conceitos vistos aqui:


⋅ EFICIÊNCIA é a relação entre os custos e os produtos ou serviços
obtidos, geralmente comparando-se com padrões pré-estabelecidos.
Quanto menor o esforço (insumos) necessário para produzir um
resultado, mais eficiente é o processo. O contrário da eficiência é o
desperdício.
⋅ EFICÁCIA refere-se ao grau de alcance das metas (em termos de bens
ou serviços) num certo período de tempo, sem levar em consideração
os custos envolvidos.
⋅ EFETIVIDADE é a capacidade de alcançar, a médio e longo prazos, os
resultados de maneira global. É medida em termos de “impacto” sobre
a população-alvo.
⋅ ECONOMICIDADE é um conceito parecido com o de eficiência, porém
enquanto a eficiência refere-se à relação custo/produto, a
economicidade refere-se a diminuir os custos total dos insumos sem
comprometimento da qualidade. É bastante usada em análises de
médio e longo prazo.
Um exemplo: Uma prefeitura sabe que plantar uma árvore custa, em média,
5 reais. Há um projeto em andamento que irá plantar 10 mil árvores numa
região da cidade, no período de 1 mês, com a intenção de diminuir o índice
de poluentes do local em 20% após um período de 3 anos. Iniciado o projeto,
se a prefeitura não gastou mais do 5 reais por muda, ela foi eficiente. Se
todas as 10 mil mudas foram plantadas no prazo, ela foi eficaz. E se, após os
3 anos, a diminuição do índice de poluentes atingiu a meta, o projeto foi
efetivo. Já a economicidade será alcançada se, e quando, a prefeitura
conseguir diminuir o custo por muda plantada (nesse ou em outro projeto).

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Veja tais conceitos numa questão:

7. (ESAF/Contador – MTUR). Conforme diagrama a seguir, pode-se


afirmar que os números identificam as seguintes dimensões de
desempenho:

a) 1. Efetividade 2. Economicidade 3. Eficiência 4. Eficácia


b) 1. Economicidade 2. Efetividade 3. Eficiência 4. Eficácia
c) 1. Efetividade 2. Economicidade 3. Eficácia 4. Eficiência
d) 1. Eficácia 2. Economicidade 3. Eficiência 4. Economicidade
e) 1. Efetividade 2. Eficiência 3. Economicidade 4. Eficácia

Comentários:
A diagrama tá meio ruim, mas a questão é fácil! O conceito de economicidade
é o mais chatinho, pois pode valer tanto no curto quanto no longo prazo
Gabarito: Letra A.

5. Principais divergências

A seguir veremos um sumário das principais divergências entre as gestões


pública e privada.
Uma leitura mais crítica pode até nos fazer contestar alguns aspectos. Mas
lembre-se que as ideias aqui tratam as organizações, públicas e privadas, de
modo geral. Sempre há exceções. Além disso, as características referem-se
ao que geralmente ocorre na prática, e não como deveria ocorrer numa
situação ideal, teórica.

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ADMINISTRAÇÃO PRIVADA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PRINCÍPIO NORTEADOR

Autonomia da vontade privada Supremacia do interesse público


(Mercado)

FINALIDADE

Os fins principais são o lucro e a A finalidade é a prestação de


sobrevivência no mercado serviços à sociedade.

RENTABILIDADE

É essencial para o atingimento dos É dispensável, pois sua finalidade


objetivos não é o retorno econômico

CLIENTE

É o cliente, atual ou potencial, de É o todo cidadão


seus produtos ou serviços

COMPROMISSO NO ATENDIMENTO

Há o interesse em atender o cliente Há o dever de atender o cidadão

CONTROLE

De mercado, por meio da Político, por meio de eleições


concorrência com outras periódicas dos governantes
organizações

AUTONOMIA

Maior. As decisões consideram Menor. As decisões em geral


apenas os interesses de grupos mais submetem-se a interesses políticos,
restritos pois devem considerar o interesse
da sociedade como um todo.

ASPECTO POLÍTICO

O impacto político dos resultados, Os resultados têm alto impacto


positivos ou negativos, é pequeno político

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ADMINISTRAÇÃO PRIVADA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

INFLUÊNCIAS EXTERNAS

Pouco afetada ou dirigida por forças Bastante afetada ou dirigida por


externas forças externas

LIMITES DE ATUAÇÃO (Princípio da legalidade)

Pode fazer tudo que não estiver Só pode fazer aquilo que estiver
restringido pela lei (Princípio da descrito na lei (Princípio da
Legalidade Negativa) Legalidade Positiva)

ESTABILIDADE DA ALTA GERÊNCIA

Menor, o grupo de comando se


Maior, o grupo de comando altera com frequência em função de
raramente se altera novas eleições ou composições
políticas

ESTRUTURA

Mais horizontalizada e flexível Mais verticalizada e rígida

RECEITA

Vem do cliente atendido e há Vem do recolhimento de impostos e


proporcionalidade entre o valor pago não há simetria entre o valor
e o produto/serviço fornecido recebido e o serviço fornecido

QUALIDADE

A meta é a obtenção, manutenção e A meta é a busca da excelência no


expansão da participação no atendimento a todos os cidadãos, ao
mercado menor custo possível

ESPECIALIZAÇÃO INTERNA

Órgãos com funcionalidade Órgãos com funções múltiplas e


específica e bem discriminada concomitantes

RISCOS QUANTO AO EMPREGO DE CAPITAL

Há maior risco no emprego de Gerentes não assumem riscos em


capital em caso de insucesso caso de insucesso

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ADMINISTRAÇÃO PRIVADA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

MENSURABILIDADE DOS RESULTADOS

São mensuráveis Boa parte não é mensurável

Vamos praticar?

8. (FGV/Analista: Administrativa – PGE/RO). A adoção de um modelo


de excelência específico para os serviços públicos deve considerar os
aspectos que diferenciam organizações públicas e privadas.

A esse respeito, é correto afirmar que:

a) equidade e tratamento de qualidade a todos pela administração


pública afastam-se dos critérios diferenciais de tratamento das
empresas privadas;

b) legalidade dos atos da administração pública dita os parâmetros


de controle nos quais o administrador pode fazer tudo o que não
estiver proibido por lei;

c) controle social implica garantia de transparência e participação


social nas empresas privadas e a preservação de interesses
corporativos nas organizações públicas;

d) financiamento com recursos públicos das atividades públicas tem


legítimos interesses capitalistas e os destinatários das ações são os
clientes atuais e potenciais;

e) lucro financeiro é fundamental para a sustentabilidade do negócio


público enquanto a busca de gerar valor para a sociedade é típica das
organizações privadas.

Comentários:
Fácil, não é? A banca simplesmente inverteu as gestões pública e privada em
todas as alternativas, exceto na primeira. Gabarito: Letra A.

9. (FCC/Anal. Jud.: Administrativo – TRT 11ª região) Um dos fatores


que tornam o setor governamental menos ágil do que o privado é que
na gestão pública:
a) aquilo que não está juridicamente proibido está juridicamente
facultado.

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b) todo comportamento moralmente reprovável está proibido.


c) a eficiência econômica é incompatível com o princípio da equidade.
d) tudo o que não está juridicamente determinado está juridicamente
proibido.
e) a ênfase na avaliação do desempenho com base nos resultados
prejudica a sua eficácia.

Comentários:
A alternativa B é a única que poderia causar uma certa confusão, mas repare
que o enunciado pede o que se aplica à gestão pública. Nela, o princípio da
Legalidade diz que tudo que não está disposto na lei não é permitido à
Administração, ou seja, a rigor não importa se é reprovável ou não. É isso
que diz, corretamente, a alternativa D. Gabarito: Letra D.

10. (ESAF/Especialista em Regulação – ANAC). Quanto à


convergência e à diferença entre a gestão pública e a gestão privada,
julgue os itens a seguir, classificando-os como certos ou errados. A
seguir escolha a opção correta.
I. Na Gestão Pública, a obtenção de receitas é derivada de tributos
(impostos, taxas e contribuições), de caráter compulsório, sem a
devida contrapartida em termos de prestação direta de um serviço,
enquanto na Gestão Privada a receita advém da venda de produtos e
serviços e é paga pelos clientes.
II. Quanto aos destinatários das ações empreendidas, pode-se
afirmar que na Gestão Pública é o cliente, indivíduo que manifesta
seus interesses no mercado, enquanto na Gestão Privada é o cidadão,
membro da sociedade que possui direitos e deveres.
III. No que se refere aos mecanismos de controle, pode-se afirmar
que, na Gestão Pública, o controle é político, por meio de eleições
periódicas dos governantes, enquanto na Gestão Privada, o controle
é do mercado, por meio da concorrência com outras organizações.
IV. A tomada de decisão na Gestão Pública é mais rápida, buscando
sempre a racionalidade, enquanto na Gestão Privada as decisões são
mais lentas, influenciadas por variáveis de ordem política.
V. A sobrevivência das organizações na Gestão Pública tem tempo de
existência indeterminado: o Estado não vai à falência, enquanto na
Gestão Privada a sobrevivência depende da eficiência organizacional.

Estão corretos apenas os itens

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a) I, II e III.
b) I, III e IV.
c) I, IV e V.
d) II, III e V.
e) I, III e V.

Comentários:

Os únicos itens errados são o II e o IV. Em ambos a banca inverteu as Gestões


Pública e Privada. Gabarito: Letra E.

11. (FCC/Anal. Jud.: Administrativa – TST). Ao tratar de divergências


e convergências entre a administração pública e a administração
privada, é correto afirmar:
a) Na administração pública, faz-se diferenciação entre pessoas, o
que é regra na gestão privada, a exemplo da segmentação de públicos
e mercados.
b) O conceito de partes interessadas é semelhante para ambos, visto
que suas decisões, focam interesses de grupos mais diretamente
afetados por uma questão.
c) A administração pública só pode fazer o que a lei permite,
enquanto a iniciativa privada pode fazer tudo o que não estiver
proibido por lei.
d) A administração possui maior agilidade na área privada, dado que
os servidores públicos possuem menor interesse na gestão e recursos
menos competitivos.
e) A administração pública empenha o mínimo de recursos para o
desenvolvimento sustentável, enquanto que na gestão privada, o
investimento em sustentabilidade é diferencial competitivo.

Comentários:
A alternativa A pode causar dúvida, pois sabemos que há programas
governamentais destinados a apenas certos grupos de pessoas. Mas, quase
sempre, nas questões prevalece a visão global de que a Administração Pública
deve atender a todos os cidadãos. A alternativa B é errada, pois vimos que
os públicos são diferentes (na administração privada ele é mais restrito). Já
as alternativas D e E apresentam ideias claramente incorretas. Gabarito:
Letra C.

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12. (CESPE/Anal. Téc. Adm. – MIN). O interesse mobilizador da


gestão privada é a lucratividade; o da gestão pública é a efetividade.

Comentários:
Em geral quando se fala em administração pública pensamos no interesse
público como fundamento. O CESPE relacionou o interesse público com a
efetividade que, lembre-se, refere-se ao impacto na população-alvo.
Gabarito: Certo.

13. (CESPE/Especialista em Regulação – ANCINE). Os clientes de


órgãos públicos que possuem uma gestão tradicional não são vistos
com a mesma atenção que é dada a eles no setor privado, pois
caracteristicamente tais órgãos não obtêm seus recursos
diretamente de seus clientes e a quantidade desses recursos
independe do nível de satisfação desses clientes.

Comentários:
A afirmativa é correta no que se refere à obtenção de recursos. E, embora
isso não devesse ocorrer, o que ela menciona sobre o nível de atenção aos
usuários dos órgãos públicos também é correto. Gabarito: Certo.

14. (ESAF/Anal. Adm. – ANEEL). Em relação à gestão pública e à


gestão privada, classifique as frases a seguir em Verdadeiras (V) ou
Falsas (F).
I. Na gestão pública e na gestão privada a demanda é caracterizada
por sua imprevisibilidade e seu caráter compulsório.
II. Na gestão pública as atividades gerenciais seguem pressupostos
distintos da gestão privada, como a relação com o cidadão e a
universalização do acesso aos serviços públicos.
III. Na gestão privada a origem de receitas indica que ser
superavitário não é um parâmetro de desempenho na prestação dos
serviços.
IV. Na gestão pública e na gestão privada os produtos são claramente
traduzíveis em termos de uma relação de custo-benefício.
V. Na gestão pública a introdução de inovações administrativas,
tecnológicas e comportamentais é um ato político e não somente
técnico.
Aponte a resposta que contém apenas as opções falsas.
a) I, II e III.

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b) I e II.
c) I, III e IV.
d) IV e V.
e) III e V.

Comentários:
Estão erradas as frases:
⋅ I (pois na gestão privada a demanda não possui, via de regra, caráter
compulsório – consome quem quer).
⋅ III (pois na gestão privada o superávit, ou lucro, é sim parâmetro de
desempenho).
⋅ IV (pois na gestão pública nem sempre os produtos refletem uma
relação custo-benefício).
Gabarito: Letra C.

15. (CESPE/Anal. Jud.: Estatística – STF). Embora distintas em


natureza, a administração pública e a administração gerencial
compartilham o mesmo objetivo fundamental de maximizar a
eficiência de suas áreas.

Comentários:
É verdade que ambos objetivam maximizar sua eficiência, mas é errado dizer
que isso é objetivo fundamental de ambos. Na gestão privada o mais
importante é a lucratividade e a sobrevivência no mercado, enquanto a
gestão pública é guiada pelo interesse público, ou, efetividade de suas ações.
Gabarito: Errado.

6. DICA DE OURO

Agora que acabamos o conteúdo da apostila, é ESSENCIAL que você vá


até este capítulo no sistema Nota11 de fichas interativas e pratique!
As fichas são neurologicamente formuladas para que esses pontos
nunca mais saiam da sua cabeça...
Esse será o grande diferencial para que você consiga estar pronto para
gabaritar a prova em um tempo até 10X mais rápido que nos materiais
e métodos disponíveis no mercado.

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7. Principais pontos a serem fixados

• Dada a crescente insatisfação dos cidadãos com a qualidade dos


serviços públicos, a comparação de sua gestão com a da iniciativa
privada é inevitável.
• Entre a administração pública e a administração privada há mais
convergências do que divergências. Ambas se utilizam do processo
administrativo (Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar) como premissa
gerencial, compartilhando várias técnicas dentro de cada uma dessas
funções.
• Mas nem tudo pode ser automaticamente transferido da administração
privada para a administração pública, pois esta requer adaptações em
sua forma de gerenciar, já que muitas de suas características são
diferentes das do setor privado.

PRINCIPAIS CONVERGÊNCIAS

Ambas devem prestar contas aos cidadãos (A administração privada


passou a caminhar nessa direção com a popularização do conceito de
Responsabilidade Social Corporativa, que prega que as organizações
privadas devem ir além do mero respeito às leis).

Ambas buscam a eficiência (a administração pública passou a se


preocupar com isso após o advento do Modelo de Administração Pública
Gerencial, na década de 90).

PRINCIPAIS DIVERGÊNCIAS

ADMINISTRAÇÃO PRIVADA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PRINCÍPIO NORTEADOR

Autonomia da vontade privada Supremacia do interesse público


(Mercado)

FINALIDADE

Os fins principais são o lucro e a A finalidade é a prestação de


sobrevivência no mercado serviços à sociedade.

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ADMINISTRAÇÃO PRIVADA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

RENTABILIDADE

É essencial para o atingimento dos É dispensável, pois sua finalidade


objetivos não é o retorno econômico

CLIENTE

É o cliente, atual ou potencial, de É o todo cidadão


seus produtos ou serviços

COMPROMISSO NO ATENDIMENTO

Há o interesse em atender o cliente Há o dever de atender o cidadão

CONTROLE

De mercado, por meio da Político, por meio de eleições


concorrência com outras periódicas dos governantes
organizações

AUTONOMIA

Maior. As decisões consideram Menor. As decisões em geral


apenas os interesses de grupos mais submetem-se a interesses políticos,
restritos pois devem considerar o interesse
da sociedade como um todo.

ASPECTO POLÍTICO

O impacto político dos resultados, Os resultados têm alto impacto


positivos ou negativos, é pequeno político

INFLUÊNCIAS EXTERNAS

Pouco afetada ou dirigida por forças Bastante afetada ou dirigida por


externas forças externas

LIMITES DE ATUAÇÃO (Princípio da legalidade)

Pode fazer tudo que não estiver Só pode fazer aquilo que estiver
restringido pela lei (Princípio da descrito na lei (Princípio da
Legalidade Negativa) Legalidade Positiva)

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ESTABILIDADE DA ALTA GERÊNCIA

Menor, o grupo de comando se


Maior, o grupo de comando altera com frequência em função de
raramente se altera novas eleições ou composições
políticas

ESTRUTURA

Mais horizontalizada e flexível Mais verticalizada e rígida

RECEITA

Vem do cliente atendido e há Vem do recolhimento de impostos e


proporcionalidade entre o valor pago não há simetria entre o valor
e o produto/serviço fornecido recebido e o serviço fornecido

QUALIDADE

A meta é a obtenção, manutenção e A meta é a busca da excelência no


expansão da participação no atendimento a todos os cidadãos, ao
mercado menor custo possível

ESPECIALIZAÇÃO INTERNA

Órgãos com funcionalidade Órgãos com funções múltiplas e


específica e bem discriminada concomitantes

RISCOS QUANTO AO EMPREGO DE CAPITAL

Há maior risco no emprego de Gerentes não assumem riscos em


capital em caso de insucesso caso de insucesso

MENSURABILIDADE DOS RESULTADOS

São mensuráveis Boa parte não é mensurável

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8. Lista das questões que resolvemos

1. (CESPE/Especialista: Administrador – SESA/ES). Os processos de


planejamento, organização, execução e controle são ações
fundamentais que norteiam as atividades organizacionais na tomada
de decisão, na gestão de recursos e na definição de objetivos, nas
esferas pública e privada.

2. (CESPE/Anal. Jud.: Administrativo – STM) Apesar de partilharem


de algumas funções básicas, gestores públicos e privados têm
posições antagônicas quanto ao aspecto econômico e à orientação
dos negócios sob sua responsabilidade.

3. (CESPE/Anal. Téc. Administrativo – MIN). As organizações


públicas assemelham-se às organizações privadas na medida em que
também necessitam da aplicação dos processos administrativos de
planejamento, organização, direção e controle, porém diferenciam-
se na forma de aplicação.

4. (FCC/ Anal. Jud.: Administrativa - TRT 4ª Região - adaptada).


Deve-se gerir um órgão público como quem administra uma empresa,
isto é, buscando compatibilizar custos e resultados, atuar com os
olhos no cliente-consumidor e tomar decisões rápidas para
aproveitar oportunidades de mercado.

5. (FCC/AFTM – Prefeitura de São Paulo). Embora haja muitas


diferenças entre a gestão pública e a privada, ambas:
a) devem prestar contas ao cidadão, enquanto membro da sociedade
que possui direitos e deveres.
b) podem realizar tudo o que não está juridicamente proibido.
c) só podem ser criadas ou alteradas por meio de instrumentos
contratuais ou societários.
d) dependem, para continuar existindo, da eficiência organizacional
avaliadas pelos cidadãos consumidores.
e) baseiam suas decisões em critérios de racionalidade instrumental.

6. (CESPE/Anal. Jud.: Administrativa – TER/ES). O modelo de Estado


gerencial é importante para que se alcancem a efetividade e a
eficiência na oferta de serviços públicos, independentemente da
função social do Estado.

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7. (ESAF/Contador – MTUR). Conforme diagrama a seguir, pode-se


afirmar que os números identificam as seguintes dimensões de
desempenho:

a) 1. Efetividade 2. Economicidade 3. Eficiência 4. Eficácia


b) 1. Economicidade 2. Efetividade 3. Eficiência 4. Eficácia
c) 1. Efetividade 2. Economicidade 3. Eficácia 4. Eficiência
d) 1. Eficácia 2. Economicidade 3. Eficiência 4. Economicidade
e) 1. Efetividade 2. Eficiência 3. Economicidade 4. Eficácia

8. (FGV/Analista: Administrativa – PGE/RO). A adoção de um modelo


de excelência específico para os serviços públicos deve considerar os
aspectos que diferenciam organizações públicas e privadas.
A esse respeito, é correto afirmar que:
a) equidade e tratamento de qualidade a todos pela administração
pública afastam-se dos critérios diferenciais de tratamento das
empresas privadas;
b) legalidade dos atos da administração pública dita os parâmetros
de controle nos quais o administrador pode fazer tudo o que não
estiver proibido por lei;
c) controle social implica garantia de transparência e participação
social nas empresas privadas e a preservação de interesses
corporativos nas organizações públicas;
d) financiamento com recursos públicos das atividades públicas tem
legítimos interesses capitalistas e os destinatários das ações são os
clientes atuais e potenciais;
e) lucro financeiro é fundamental para a sustentabilidade do negócio
público enquanto a busca de gerar valor para a sociedade é típica das
organizações privadas.

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9. (FCC/Anal. Jud.: Administrativo – TRT 11ª região) Um dos fatores


que tornam o setor governamental menos ágil do que o privado é que
na gestão pública:
a) aquilo que não está juridicamente proibido está juridicamente
facultado.
b) todo comportamento moralmente reprovável está proibido.
c) a eficiência econômica é incompatível com o princípio da equidade.
d) tudo o que não está juridicamente determinado está juridicamente
proibido.
e) a ênfase na avaliação do desempenho com base nos resultados
prejudica a sua eficácia.

10. (ESAF/Especialista em Regulação – ANAC). Quanto à


convergência e à diferença entre a gestão pública e a gestão privada,
julgue os itens a seguir, classificando-os como certos ou errados. A
seguir escolha a opção correta.
I. Na Gestão Pública, a obtenção de receitas é derivada de tributos
(impostos, taxas e contribuições), de caráter compulsório, sem a
devida contrapartida em termos de prestação direta de um serviço,
enquanto na Gestão Privada a receita advém da venda de produtos e
serviços e é paga pelos clientes.
II. Quanto aos destinatários das ações empreendidas, pode-se
afirmar que na Gestão Pública é o cliente, indivíduo que manifesta
seus interesses no mercado, enquanto na Gestão Privada é o cidadão,
membro da sociedade que possui direitos e deveres.
III. No que se refere aos mecanismos de controle, pode-se afirmar
que, na Gestão Pública, o controle é político, por meio de eleições
periódicas dos governantes, enquanto na Gestão Privada, o controle
é do mercado, por meio da concorrência com outras organizações.
IV. A tomada de decisão na Gestão Pública é mais rápida, buscando
sempre a racionalidade, enquanto na Gestão Privada as decisões são
mais lentas, influenciadas por variáveis de ordem política.
V. A sobrevivência das organizações na Gestão Pública tem tempo de
existência indeterminado: o Estado não vai à falência, enquanto na
Gestão Privada a sobrevivência depende da eficiência organizacional.

Estão corretos apenas os itens


a) I, II e III.

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b) I, III e IV.
c) I, IV e V.
d) II, III e V.
e) I, III e V.

11. (FCC/Anal. Jud.: Administrativa – TST). Ao tratar de divergências


e convergências entre a administração pública e a administração
privada, é correto afirmar:
a) Na administração pública, faz-se diferenciação entre pessoas, o
que é regra na gestão privada, a exemplo da segmentação de públicos
e mercados.
b) O conceito de partes interessadas é semelhante para ambos, visto
que suas decisões, focam interesses de grupos mais diretamente
afetados por uma questão.
c) A administração pública só pode fazer o que a lei permite,
enquanto a iniciativa privada pode fazer tudo o que não estiver
proibido por lei.
d) A administração possui maior agilidade na área privada, dado que
os servidores públicos possuem menor interesse na gestão e recursos
menos competitivos.
e) A administração pública empenha o mínimo de recursos para o
desenvolvimento sustentável, enquanto que na gestão privada, o
investimento em sustentabilidade é diferencial competitivo.

12. (CESPE/Anal. Téc. Adm. – MIN). O interesse mobilizador da


gestão privada é a lucratividade; o da gestão pública é a efetividade.

13. (CESPE/Especialista em Regulação – ANCINE). Os clientes de


órgãos públicos que possuem uma gestão tradicional não são vistos
com a mesma atenção que é dada a eles no setor privado, pois
caracteristicamente tais órgãos não obtêm seus recursos
diretamente de seus clientes e a quantidade desses recursos
independe do nível de satisfação desses clientes.

14. (ESAF/Anal. Adm. – ANEEL). Em relação às gestões pública e


privada, classifique as frases a seguir em Verdadeiras (V) ou Falsas
(F).
I. Na gestão pública e na gestão privada a demanda é caracterizada
por sua imprevisibilidade e seu caráter compulsório.

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II. Na gestão pública as atividades gerenciais seguem pressupostos


distintos da gestão privada, como a relação com o cidadão e a
universalização do acesso aos serviços públicos.
III. Na gestão privada a origem de receitas indica que ser
superavitário não é um parâmetro de desempenho na prestação dos
serviços.
IV. Na gestão pública e na gestão privada os produtos são claramente
traduzíveis em termos de uma relação de custo-benefício.
V. Na gestão pública a introdução de inovações administrativas,
tecnológicas e comportamentais é um ato político e não somente
técnico.
Aponte a resposta que contém apenas as opções falsas.
a) I, II e III.
c) I, III e IV.
d) IV e V.
e) III e V.
b) I e II.

15. (CESPE/Anal. Jud.: Estatística – STF). Embora distintas em


natureza, a administração pública e a administração gerencial
compartilham o mesmo objetivo fundamental de maximizar a
eficiência de suas áreas.

9. Gabarito

1–C 2- C 3–C 4–C 5–A

6–E 7–A 8-A 9–D 10 – E

11 - C 12 - C 13 - C 14 - C 15 - E

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