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Flávia Ávila 2
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Mestre e Doutor em Economia. Visiting Scholar no Programa de Direito e Economia da Universidade da
California em Berkeley. Consultor Legislativo do Senado Federal. Pesquisador do
EconomicsandPoliticsResearchGroup – EPRG, CNPq/UnB. E-mail: fbmeneguin@hotmail.com
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Mestre em Economia Comportamental pela Universityof Nottingham. Doutoranda em Economia na
Universidade de Brasília. Professora de Economia Comportamental na ESPM. Fundadora e Editora do site
www.economiacomportamental.org. E-mail: flavia.avila@gmail.com
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políticas públicas para se conseguir mais efetividade em suas ações. A seguir, tem-se uma
síntese desses novos aspectos considerados principais para gerar uma mudança real de
comportamento das pessoas frente a diferentes intervenções:
a) Mensageiro
Quem passa a informação e o modo como ela é passada tem implicação na força com
que a mensagem é assimilada. Por exemplo, observa-se que a efetividade das
intervenções aumenta quando os locutores são pessoas que detêm autoridade formal ou
informal sobre o assunto, assim como pessoas ligadas àárea geográfica e de condição
socioeconômica similar aos dos receptores.Pesquisa empírica 6 no universo dos alunos de
duas escolas canadenses observou estatisticamente que, num programa de prevenção de
obesidade e doenças relacionadas, o resultado foi muito mais efetivo quando alunos mais
velhos (treinados pelos professores) passavam as informações para os alunos mais novos
sobre alimentação saudável, mostrando como a interação entre os pares facilitou a
assimilação de hábitos alimentares melhores.
b) Incentivos
O mecanismo de incentivos deve ser usado pelos governos como uma estrutura que
motiva a mudança de comportamento. A economia comportamental contribui para o
tema ao revelar alguns instintos humanos. No geral, as pessoas preferem evitar perdas a
ter ganhos de valor equivalente, assim, as políticas públicas devem focar não nos
prêmios, mas nas perdas que acontecerão se determinado comportamento não for
adotado.
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Stock, Miranda, Evans, Plessis and Ridley. (2007) Healthy buddies: a novel, peer-led health promotion
program for the prevention of obesity and eating disorders in children in elementary school. Pediatrics
120:e1059-68.
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c) Normas sociais
d) Padrões
Muitas das decisões que são tomadas na nossa rotina envolvem uma opção pré-
selecionada caso nenhuma escolha seja feita. As pessoas, no geral, agem de forma
preguiçosa aceitando o padrão. Isso é um mecanismo importantíssimo para as políticas
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Fryer, Roland G., Steven D. Levitt, John List, and Sally Sadoff (2012) “Enhancing the Efficacy of Teacher
Incentives through Loss Aversion: A Field Experiment.” National Bureau of Economic Research Working
Paper 18237
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Dolan, P.; Hallsworth, M.; Halpern, D.; King, D.; Vlaev, I. (2010). MINDSPACE: Influencing Behaviour
through Public Policy. Institute for Government and the Cabinet Office. Disponível em 21/09/2915,
http://www.instituteforgovernment.org.uk/publications/mindspace
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Acerca desse tema, pesquisa 9procurouentender o fato de que países vizinhos como
Dinamarca e Suécia tinham uma quantidade tão discrepante de doadores de órgãos –
4,25% e 85,9% respectivamente –, sendo que as suas bases culturais são muito parecidas.
O que se descobriu foi que o método utilizado para que o cidadão declarasse se era ou
não efetivamente um doador desencadeava um efeito divergente entre o número de
doadores dos países. Em seus experimentos, os pesquisadores descobriram que a
diferença residia na variação do desenho dos formulários em que as pessoas eram
questionadas sobre serem doadores ou não.
Nossa atenção é desviada para a informação que vem destacada, que está acessível e
que é simples. Isso facilita o registro mental. Como frisamos mais as perdas do que os
ganhos, uma aplicação interessante disso é dar destaque ao valor dos impostos junto das
mercadorias. Isso fará o consumo cair. Tal medida pode ser utilizada, por exemplo, numa
política para diminuir o consumo de bebidas alcoólicas.
f) Primeiras impressões
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Johnson, Eric J. e Goldstein, D.; (2003). “Do Defaults Save Lives?”. Science (November 21). Disponível
em 21/09/2015, http://www.dangoldstein.com/papers/DefaultsScience.pdf
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g) Emoções
h) Compromissos públicos
i) Ego
Todos nós tendemos a tomar ações que nos façam parecer pessoas melhores.
Trabalhar uma política pública de forma que o resultado venha associado com a melhoria
da imagem positiva do cidadão ajudará muito o atingimento dos objetivos.
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