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DEFINIÇÕES
Para os objectivos do presente Protocolo;
"Tratado" significa o Tratado revisto da Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO) assinado em Cotonou em 24 de Julho de 1993;
"Comunidade" significa a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental referida no
Artigo 2 do Tratado;
"Autoridade" significa a Autoridade dos Chefes de Estado e Governo da Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental estabelecida pelo Artigo 7 do Tratado;
"Conselho de Mediação e Segurança" significa o Conselho de Mediação e Segurança como
definido no Artigo 8 do presente Protocolo;
"Comissão de Defesa e Segurança" significa a Comissão de Defesa e Segurança como
definido no Artigo 18 do presente Protocolo;
"Secretariado Executivo" significa o Secretariado Executivo da CEDEAO designado de
acordo com o Artigo 18 do Tratado;
"Grande Assembleia" significa a Grande Assembleia como definida no Artigo 20 do presente
Protocolo;
"Reunião de Embaixadores" significa a reunião de Embaixadores como definido pelo Artigo14
do presente Protocolo;
"Representante Especial" significa o Representante Especial definido pelo Artigo 32 do
presente Protocolo;
"Secretário Executivo Adjunto" significa o Secretário Executivo Adjunto encarregue dos
Assuntos Políticos, Defesa e Segurança como referido no Artigo 16 do presente Protocolo;
"Instituição" significa qualquer uma das estruturas previstas sob o Artigo 4 do presente
Protocolo;
"Órgão" significa qualquer uma das estruturas previstas sob o Artigo 17 do presente Protocolo;
"Centro de Observação e Monitorização" significa o Centro Regional de Monitorização da
Paz e Segurança como previsto sob o Artigo 58 do Tratado e referido no Artigo 23 do presente
Protocolo;
"ECOMOG" significa o Grupo de Monitorização de Cessar-Fogo da CEDEAO que constitui a
força de intervenção da Comunidade como definido no Artigo 21 do presente Protocolo;
"Comandante da Força" significa o Comandante da Força designado de acordo com as
disposições do Artigo 33 do presente Protocolo;
"Criminalidade Transfronteiras" remete para todos os crimes organizados ou perpetrados por
particulares, organizações ou redes de criminalidade locais e/ou de estrangeiros operacionais
para lá das fronteiras nacionais de um Estado Membro, ou actuando em cumplicidade com
associados baseados em um ou mais Estados contíguos do país no qual os crimes estão
realmente a ser cometidos ou que tenha alguma ligação com qualquer Estado Membro;
"Estado Membro em crise" remete tanto para um Estado Membro afectado por um conflito
armado, como um Estado Membro que esteja a enfrentar problemas sérios e persistentes ou
situações de extrema tensão que, caso deixados por resolver, podem acarretar graves
desastres humanitários ou ameaçar a paz e a segurança em uma sub-região ou em qualquer
Estado Membro afectado pelo derrubamento ou pela tentativa de derrubar um governo eleito
democraticamente.
CAPÍTULO I
ESTABELECIMENTO, PRINCÍPIOS E OBJECTIVOS
DO MECANISMO
Artigo 1: Estabelecimento
Fica, assim, estabelecido dentro da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
(CEDEAO) um mecanismo para a segurança e paz colectiva a ser conhecido como
“Mecanismo de Prevenção de Conflitos, Administração, Resolução, Manutenção da Paz e
Segurança”.
Artigo 2: Princípios
Os Estados Membros reafirmam o seu compromisso com os princípios contidos nas Cartas da
Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização da Unidade Africana (OAU) e com a
Declaração Universal dos Direitos do Homem, assim como com a Carta Africana dos Direitos
do Homem e dos Povos, principalmente com os seguintes princípios fundamentais:
Que o desenvolvimento económico e social e a segurança das pessoas e Estados estejam
inevitavelmente ligados;
Promoção e reforço da livre circulação de pessoas, o direito de residência e do
estabelecimento que contribuem para o reforço de boa vizinhança;
Promoção e consolidação de um governo democrático assim como de instituições
democráticas em cada Estado Membro;
Protecção dos direitos e liberdades do Homem e das normas dos direitos humanos
internacionais;
Igualdade de Estados soberanos;
Integridade territorial e independência política dos Estados Membros;
Artigo 3: Objectivos do Mecanismo
Os objectivos do Mecanismo devem ser os seguintes:
Prevenir, administrar e resolver conflitos internos e Interestados sob as condições fornecidas
no Parágrafo 46 do Quadro do Mecanismo ratificado conforme a Decisão A/DEC.11/10/98 de
31 de Outubro de 1998;
Implementar as disposições relevantes do Artigo 58 do Tratado Revisto;
Implementar as disposições relevantes dos Protocolos sobre Não-Agressão, Assistência Mútua
na Defesa, Livre Circulação de Pessoas. O Direito de Residência e do Estabelecimento;
Fortalecer a cooperação no âmbito da prevenção de conflitos, do alerta precoce, das
operações de manutenção da paz, do controlo da criminalidade transfronteiras, do terrorismo
internacional e da proliferação de armas ligeiras e minas anti-pessoais;
Manter e consolidar a paz, a segurança e a estabilidade dentro da Comunidade;
Estabelecer instituições e formular políticas que possam permitir a organização e coordenação
de missões de ajuda humanitária;
Promover uma estreita colaboração entre Estados Membros no âmbito de diplomacia
preventiva e manutenção da paz;
Constituir e implementar uma força militar e civil para manter ou restaurar a paz dentro
de uma sub-região, sempre que surja a necessidade;
Criar um quadro apropriado para uma administração racional e equitativa de recursos naturais,
partilhados por Estados Membros vizinhos, que podem ser a causa de frequentes conflitos
Interestados;
Proteger o ambiente e dar passos para restaurar o ambiente degradado ao seu estado natural;
Salvaguardar a herança cultural dos Estados Membros;
Formular e implementar políticas sobre anti-corrupção, branqueamento de capitais e circulação
ilegal de armas ligeiras.
CAPÍTULO II
INSTITUIÇÕES DO MECANISMO
Artigo 4 : Instituições
As Instituições do Mecanismo devem ser:
A Autoridade;
O Conselho de Segurança e Mediação;
O Secretariado Executivo;
Qualquer outra instituição que possa ser estabelecida pela Autoridade.
Artigo 5: Composição e Reuniões da Autoridade
A Autoridade é composta pelos Chefes de Estado e Governo dos Estados Membros como
estipulado no Parágrafo 1, Artigo 7 do Tratado Revisto.
A Autoridade deve reunir com a frequência necessária.
Artigo 6: Funções
A Autoridade deve ser o órgão supremo na tomada de decisões do Mecanismo.
Este órgão deve ter o poder para agir em todos os assuntos referentes à prevenção de
conflitos, administração e resolução, manutenção da paz, segurança, ajuda humanitária,
consolidação da paz, controlo da criminalidade transfronteiras, proliferação de armas ligeiras,
assim como todos os outros assuntos cobertos pelas disposições deste Mecanismo.
Artigo 7: Delegação de Poderes
Sem prejudicar os seus vastos poderes, como previsto sob o Artigo 9 do Tratado e no Artigo 6
acima mencionados, a Autoridade atribui ao Conselho de Mediação e Segurança o poder de
tomar, a seu pedido, as decisões apropriadas para a implementação das disposições deste
Mecanismo.
Artigo 8: Composição do Conselho de Mediação e Segurança
O Conselho de Mediação e Segurança deve ser composto por nove (9) Estados Membros, dos
quais sete (7) devem ser eleitos pela Autoridade. Os outros dois (2) membros devem ser o
actual presidente e o presidente cessante da Autoridade, cada um dos quais deve ter um
direito automático à associação no Conselho de Mediação e Segurança.
Os membros eleitos do Conselho de Mediação e Segurança devem exercer funções durante
dois (2) anos renováveis.
Artigo 9: Quórum e Decisões
As reuniões do Conselho de Mediação e Segurança devem estar apropriadamente constituídas
quando pelo menos dois terços dos seus membros estiverem presentes.
As Decisões do Conselho de Mediação e Segurança devem ser tomadas por uma maioria de
dois terços dos votos dos Membros presentes.
Artigo 10: Funções
O Conselho de Mediação e Segurança deve tomar decisões sobre assuntos de paz e
segurança na sub-região a pedido da Autoridade. Deve, também, implementar todas as
disposições deste Protocolo.
De acordo com as disposições do Artigo 7 deste Protocolo e do Parágrafo 1 acima, o Conselho
de Mediação e Segurança deve:
Decidir sobre todos os assuntos relacionados com paz e segurança;
Decidir e implementar todas as políticas para prevenção de conflitos, administração e
resolução, manutenção da paz e segurança;
Autorizar todas as formas de intervenção e decidir em particular sobre a implementação de
missões políticas e militares;
Aprovar mandatos e termos de referência para tais missões;
Rever os mandatos e termos de referência periodicamente, na base do desenvolvimento das
situações;
Sob recomendação do Secretariado Executivo, designar o Representante Especial do
Secretariado Executivo e o Comandante da Força.
Artigo 11: Reuniões do Conselho de Mediação e Segurança
As deliberações do Conselho de Mediação e Segurança devem ser tidas a três (3) níveis; a
nível dos Chefes de Estado e Governo, a nível dos Ministros e a nível dos Embaixadores.
Todas as reuniões do Conselho de Mediação e Segurança devem ser presididas pelo Estado
Membro eleito como actual Presidente da Autoridade.
Artigo 12: Reunião a nível dos Chefes de Estado e Governo
Os Chefes de Estado e Governo do Conselho de Mediação e Segurança devem reunir pelo
menos duas vezes ao ano em sessões ordinárias. As Sessões Extraordinárias podem ser
convocadas pelo Presidente quando necessário ou a pedido da maioria simples dos Membros
do Conselho.
Os Chefes de Estado e Governo do Conselho de Mediação e Segurança devem tomar
decisões finais sobre todos os assuntos sob a sua autoridade e competência, incluindo
missões no terreno e aprovar os termos de referência para tais missões.
Artigo 13: Reunião a nível de Ministros
Os Ministros dos Negócios Estrangeiros, da Defesa, dos Assuntos Internos e da Segurança do
Conselho de Mediação e Segurança devem reunir pelo menos uma vez a cada de três (3)
meses para rever a situação geral e política da sub-região. Podem, também, reunir quando
necessário.
As recomendações emanadas das reuniões de Ministros devem ser submetidas ao membro
dos Chefes de Estado e Governo do Conselho de Mediação e Segurança.
Artigo 14: Reunião a nível dos Embaixadores
Os Estados Membros da CEDEAO devem acreditar Embaixadores como representantes
permanentes para o Secretariado Executivo. Estes Embaixadores podem ser os que foram
acreditados para a República Federal da Nigéria.
Os Embaixadores dos Estados Membros do Conselho de Mediação e Segurança devem reunir
uma vez por mês para rever os assuntos relacionados com paz e segurança sub-regional.
Podem, também, reunir quando necessário.
Todos os relatórios e recomendações das reuniões dos Embaixadores devem ser reenviadas
pelo Secretariado Executivo para todos os Estados Membros do Conselho de Mediação e
Segurança e para os Estados Membros em questão. Os relatórios devem, também, ser
submetidos para consideração na reunião de Ministros do Conselho de Mediação e Segurança.
Artigo 15: Papel e Funções do Secretariado Executivo
O Secretariado Executivo deve ter o poder para iniciar acções para a prevenção de conflitos,
gestão, resolução, manutenção da paz e segurança na sub-região. Essas acções podem incluir
descoberta de factos, mediação, facilitação, negociação e reconciliação das partes em conflito.
O papel do Secretariado Executivo deve incluir o seguinte:
Recomendar a nomeação do Representante Especial e do Comandante da Força para a
aprovação pelo Conselho de Segurança e Controlo
Nomear membros do Conselho Tribal;
Ter responsabilidade para actividades políticas, administrativas e operacionais, e dar apoio
logístico para a missão;
Preparar relatórios periódicos sobre actividades do Mecanismo para o Controlo, para o
Conselho de Segurança e Estados Membros;
Posicionar missões de averiguação e mediação, tendo como base a avaliação de cada um da
situação existente;
Convocar, consultando o Presidente da Autoridade, todas as reuniões do Conselho de
Mediação e Segurança, do Conselho Tribal e Comissão de Defesa e Segurança;
Implementar todas as decisões do Conselho de Mediação e Segurança.
O Secretariado da CEDEAO deve servir o Conselho de Mediação e Segurança e a Comissão
de Defesa e Segurança.
Ao Implementar as disposições deste Mecanismo, o Secretariado Executivo deve ser assistido
pelo Secretário Executivo-adjunto responsável pelos Assuntos Políticos, pela Defesa e
Segurança.
Artigo 16: O Secretário Executivo-adjunto
1. Sob a direcção do Secretariado Executivo, o Secretário Executivo-adjunto responsável pelos
Assuntos Políticos, pela Defesa e pela Segurança deve iniciar e encarregar-se de todas as
actividades relacionadas com a implementação do Mecanismo.
Na execução das missões, as Instituições estipuladas no Artigo 4 devem ser assistidas pelos
órgãos enumerados no Artigo 17 deste Protocolo.
Artigo 17: Órgãos
Os seguintes órgãos são estabelecidos por este meio para dar assistência ao Conselho de
Mediação e Segurança.
A Comissão de Defesa e Segurança;
O Conselho Tribal;
Grupo de Monitorização de Cessar-fogo da CEDEAO (ECOMOG).
Artigo 18: Composição da Comissão da Defesa e Segurança
Os seguintes representantes dos Estados Membros devem constituir a Comissão de Defesa e
Segurança:
Chefes de Estado-Maior General ou equivalentes;
Oficiais responsáveis por Assuntos Internos e Segurança;
Peritos do Ministério dos Negócios Estrangeiros;
Dependendo da ordem de trabalhos, podem ser convidados os Chefes de qualquer dos
serviços que se seguem:
Imigração;
Alfândega;
Comissão de Drogas e Narcóticos;
Guardas de Fronteira; e
Força de Protecção Civil
Artigo 19: Funções
A Comissão de Defesa e Segurança deve examinar todas as questões técnicas e
administrativas e estabelecer requisitos logísticos para operações de manutenção da paz.
Deve assistir o Conselho de Mediação e Segurança na:
O Centro de Observação e Controlo deve ser responsável pela recolha de dados, pela análise
e preparação de relatórios para uso do Secretariado Executivo.
O Centro deve colaborar com a Organização das Nações Unidas, a Organização da Unidade
Africana, centros de investigação e com todas as outras organizações internacionais, regionais
e sub-regionais relevantes.
Artigo 24: Zonas de Observação e Controlo
Os Estados Membros devem estar divididos em zonas com base na proximidade, facilidade de
comunicação e eficiência. Cada zona deve ser identificada por um número e deve ter uma sede
local. As quatro (4) seguintes Zonas de Observação e Controlo são criadas do seguinte modo:
Nº DE ZONA DOS CAPITAIS REGIONAIS DOS PAÌSES
O Mecanismo deve ser aplicado de acordo com qualquer dos seguintes procedimentos:
O Secretariado Executivo deve informar aos Estados Membros do Conselho de Controlo e
Segurança, e de acordo com o Presidente, tomar todas as medidas necessárias e urgentes;
O Conselho de Controlo e Segurança deve ter em conta várias opções e decidir qual o campo
de acção mais apropriado em termos de intervenção. Tais opções devem incluir o recurso ao
Conselho Tribal, expedição de missões de averiguação, missões políticas e de controlo ou
intervenção através do ECOMOG;
O Conselho de Controlo e Segurança deve emitir um mandato que autorize o Secretariado
Executivo a iniciar uma missão e definir os seus termos de referência;
Sempre que for necessário, o Conselho de Controlo e Segurança deve nomear os oficias
principais, tais como o Representante Especial do Secretariado Executivo e o Comandante da
Força do ECOMOG.
O Presidente do Conselho de Controlo e Segurança deve apresentar à Organização de
Unidade Africana e às Nações Unidas um relatório sobre a situação;
O Secretariado Executivo deve mobilizar todos os recursos requeridos para as operações.
CAPÍTULO VI
ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITO
Artigo 28: Unidades Compostas em Stand-by
Por este meio, os Estados Membros concordam em tornar disponíveis para as unidades
do ECOMOG, recursos adequados para o exército, força aérea, marinha, gendarmerie,
polícia e outras formações militares, paramilitares ou civis necessárias para o
cumprimento da missão.
Cada Estado Membro deve fornecer ao ECOMOG uma unidade, cujo tamanho deve ser
determinado após consultar cada Estado Membro.
As forças militares destas unidades deve ser revista de acordo com a situação no
terreno.
Artigo 29: Mandatos da Força e Missões das Unidades de Desdobramento
Sempre que a Força é desdobrada, as forças militares, os mandatos e as missões das
unidades devem variar de acordo com a situação de desenvolvimento no terreno.
Artigo 30: Formação e Preparação das Unidades Compostas em Stand-by
O Secretariado Executivo, através dos departamentos em causa e de acordo com os Estados
Membros, deve contribuir para a formação de pessoal civil e militar que devem fazer parte das
unidades em stand-by em vários campos, especialmente no direito internacional humanitário e
direitos humanos.
Neste aspecto, deve:
Apoiar o desenvolvimento de programas comuns de formação e manuais de instrução para
escolas nacionais e centros de formação;
Organizar cursos de formação e de aperfeiçoamento para pessoal das unidades nos centros
regionais em Côte d’Ivoire e Gana;
Trabalhar para a integração destes centros em centros sub-regionais para a implementação
deste Mecanismo.
Tomar as medidas necessárias para a organização de exercícios periódicos para pessoal,
comandantes e operações conjuntas.
Artigo 31: Missões de Observação
Os civis e militares desarmados, nomeados pelos Estados Membros poderão ser colocados
individual ou juntamente com o pessoal armado. Devem, entre outras coisas, supervisionar e
controlar cessar-fogos, desarmamento, desmobilização, eleições, o respeito pelos direitos
humanos, actividades humanitárias e investigar qualquer objecção ou reclamação da qual
tenham tido conhecimento. Devem encarregar-se de outras actividades nos termos de
referência como determinado pelo Conselho de Controlo e Segurança.
As missões de Observação devem informar ao Secretariado Executivo sobre as actividades
realizadas e resultados obtidos.
Artigo 32: Nomeação e funções do Representante Especial
Na recomendação do Secretariado Executivo, o Conselho de Controlo e Segurança deve
nomear um Representante Especial para cada Operação levada a cabo pelo ECOMOG.
O papel principal e as funções do Representante Especial deve incluir o seguinte:
Servir como chefe da Missão e responsabilizar-se pela orientação política da missão;
Dirigir actividades de manutenção da paz e iniciar negociações políticas e diplomáticas com as
partes, Estados vizinhos e com outros Governos envolvidos em resolução de conflito;
Informar os Estados contribuintes de força e outros Estados sobre a situação e sobre as
operações da missão como e quando requerido;
Coordenar actividades das organizações sub-regionais e internacionais, incluindo as ONGs
envolvidas em actividades de ajuda humanitária e de consolidação da paz na área da missão.
Deve ser assistido por um Adjunto responsável pelos assuntos humanitários onde for
necessário;
Manter contacto constante e regularmente apresentar relatórios ao Secretariado Executivo.
Artigo 33: Nomeação e Funções do Comandante da Força do ECOMOG.
Na recomendação do Secretariado Executivo, um Comandante da Força do ECOMOG
deve ser nomeado pelo Conselho de Controlo e Segurança e estar de acordo com a
Comissão da Defesa e Segurança para cada operação.
O papel e as funções do Comandante da Força do ECOMOG devem incluir o seguinte:
Ser responsável pela eficiência dos planos operacionais, administrativos e logísticos da
missão;
Dar instruções aos comandantes contingentes para todas as actividades operacionais
Garantir a segurança do pessoal e do material das organizações humanitárias na área da
missão.
O Comandante da Força do ECOMOG é responsável perante o Secretariado Executivo,
através do Representante Especial.
Artigo 34: A cadeia de Comando
O Representante Especial deve apresentar-se directamente ao Secretariado Executivo.
O Comandante da Força deve apresentar-se ao Secretariado Executivo através do seu
Representante Especial.
Todos os Comandantes de Contingente devem apresentar-se directamente ao Comandante da
Força.
Todas as Unidades Civis devem apresentar-se directamente ao Representante Especial.
A Comunidade adopta assim uma estratégia graduada para consolidar a paz, que deverá ser
implementada como um contínuo.
Artigo 42: Capacidade Institucional da CEDEAO para Consolidação da Paz
Para deter convulsões sociais e políticas, a CEDEAO deverá envolver-se na preparação,
organização e supervisão de eleições nos Estados Membros. A CEDEAO deverá também
monitorizar e apoiar de forma activa o desenvolvimento de instituições democráticas
dos Estados Membros.
A CEDEAO deverá procurar assistir os Estados Membros que emerjam de conflitos em
aumentar a sua capacidade para reconstrução nacional, social, económica e cultural.
Neste aspecto, todas as instituições financeiras da CEDEAO deverão desenvolver
políticas para facilitar o financiamento de programas de reintegração e reconstrução.
Artigo 43: Consolidação da Paz Durante Hostilidades
Com o intuito de prestar assistência a Estados Membros que tenham sido adversamente
afectados por conflitos violentos, a CEDEAO deverá encetar as seguintes actividades:
Consolidação da paz que tenha sido negociada;
estabelecimento de condições para a reconstrução política, social e económica da sociedade e
das instituições governamentais;
implementação programas de desarmamento, desmobilização e reintegração, incluindo
aqueles para crianças-soldado;
Reinstalação e reintegração de refugiados e pessoas internamente deslocadas;
Assistência a pessoas vulneráveis, incluindo crianças, os idosos, mulheres e outros grupos
traumatizados na sociedade.
Artigo 45: Restauração da Autoridade Política
Em situações onde a autoridade do governo esteja ausente ou tenha sido seriamente minada,
a CEDEAO deverá apoiar processos com vista à restauração da autoridade política. Esses
apoios podem incluir a preparação, organização, monitorização e gestão do processo
eleitoral, com a cooperação das organizações regionais e internacionais relevantes. A
restauração da autoridade política deverá ser encetada ao mesmo tempo que o
desenvolvimento do respeito dos direitos humanos, da valorização do estado de direito e do
corpo judicial.
CAPÍTULO X
SEGURANÇA SUB-REGIONAL
Artigo 46: Controlo do Crime Transfronteiras
Com o intuito de facilitar o controlo do crime transfronteiras, a CEDEAO deverá promover uma
colaboração estreita entre os serviços de segurança dos Estados Membros.
Os serviços de segurança dos Estados Membros deverão prestar assistência mútua e garantir
coordenação correcta para a apreensão de criminosos.
Os Estados Membros deverão estabelecer departamentos especializados dentro dos seus
Ministérios de Justiça, Defesa e Segurança com pessoal treinado e equipamento de
comunicação para a coordenação e centralização de assuntos de colaboração em particular,
assistência mútua em assuntos criminais, e pedidos de extradição.
Os Estados Membros deverão fornecer documentos a estabelecer os detalhes de processos
penais nos seus países ao Secretariado Executivo. A informação providenciada pelos Estados
Membros deverá incluir um sumário do processo penal, do início ao fim, e deverá conter um
esboço do que será necessário para cada Estado conceder um pedido de assistência mútua,
extradição ou a limitação ou caducidade de produtos do crime. Os Estados Membros deverão
também fornecer todas as especificidades contratuais para as suas unidades nacionais e trocar
informação relativa a quaisquer outras autoridades relevantes e fornecer listas actualizadas
dessas mesmas unidades. A informação deverá ser traduzida e divulgada pelo Secretariado da
CEDEAO para todas as unidades especializadas (autoridades Centrais) estabelecidas para
lidar com pedidos e outros assuntos relacionados que possam surgir no decorrer da
implementação.
Tendo em vista fortalecer os instrumentos jurídicos nacionais sobre auxílio jurídico mútuo e
extradição e torná-los mais funcionais e eficientes, todos os Estados Membros deverão
harmonizar os seus direitos internos de acordo com as Convenções relativas ao Auxílio
Judiciário Mútuo em Matéria Penal e de Extradição relevantes da CEDEAO. Os Estados
Membros encetam adoptar uma convenção para incriminar e punir os crimes cometidos mais
vulgarmente na sub-região.
Os Estados Membros deverão manter estatísticas, particularmente sobre o número de pedidos
de auxílio jurídico mútuo e de extradição recebidos e enviados, assim como dos resultados
obtidos. Deverão haver também reuniões periódicas dos departamentos especializados dos
Ministérios de Justiça, Defesa e Segurança e dos Gabinetes Central e Nacional da Interpol com
o objectivo de trocar informações sobre casos passados ou a decorrer e sobre medidas
destinadas a melhorar a cooperação.
Os Estados Membros deverão desenvolver procedimentos de restituição de veículos e outros
objectos roubados apreendidos pelo Estado requerido.
As autoridades jurídica e policial dos Estados Membros da CEDEAO deverão considerar as
circulares vermelhas publicadas pela OIPC-Interpol a pedido de um Estado Membro da
CEDEAO como pedidos válidos para detenções provisórias para o objectivo do Artigo 22º da
Convenção sobre a Extradição da CEDEAO.
Os Estados Membros deverão estabelecer um fundo especial para produtos provenientes do
crime detectados. Este fundo poderá ser utilizado para uma resposta preventiva e de justiça
penal a, entre outras coisas, criminalidade transfronteiras e tráfico de droga. Os Estados
Membros deverão também considerar o estabelecimento de departamentos de gestão de bens
confiscados, onde necessário.
A legislação sobre caducidade de produtos provenientes do crime num Estado Membro deverá
ser aplicada a todos os crimes.
A CEDEAO deverá estabelecer um Centro de Prevenção do Crime e da Justiça Penal
(CPCJP) para servir de ponto central no auxílio jurídico mútuo. O Centro deverá fazer
parte do Departamento Jurídico dentro da CEDEAO. Este CPCJP deverá auxiliar na
ligação de Estados Membros da CEDEAO a Estados Não-Membros da CEDEAO em
Assuntos de Auxílio Mútuo. Deverá também servir como controlo supervisor para
assegurar que os países implementam as convenções que assinam.
Artigo 47: Coordenação de Políticas
O Secretariado Executivo deverá ser responsável pela coordenação e implementação de todas
as decisões relativas à segurança sub-regional.
Artigo 48: Medidas Anti-Corrupção
A CEDEAO deverá tomar as medidas necessárias para combater o tráfico ilícito e a circulação
de armas ligeiras. Estas medidas deverão incluir:
Desenvolver uma cultura de paz;
Treino de forças militares, de segurança e policiais
Aumentar o controlo do armamento em postos de fronteira;
Estabelecimento de uma base de dados e registo de armas regional;
Recolha e destruição de armas excedentes e ilegais;
Facilitar o diálogo com produtores e fornecedores;
Rever e harmonizar a legislação nacional e procedimentos administrativos;
Mobilizar recursos.
A CEDEAO deverá fortalecer as suas capacidades institucionais e operacionais, juntamente
com as dos seus Estados Membros, para a implementação eficaz das medidas acima referidas.
O Departamento de Assuntos Políticos, Defesa e Segurança do Secretariado Executivo deverá
coordenar e monitorizar a implementação de todos os programas e actividades e deverá
analisar informação do Quartel-General regional.
Para promover e assegurar a coordenação de medidas concretas a um nível nacional, os
Estados Membros deverão, de acordo com as directrizes adoptadas pela CEDEAO,
estabelecer comissões nacionais constituídas por representantes das autoridades relevantes e
da sociedade civil.
No começo de quaisquer operações de manutenção da paz da ECOMOG, todas as armas
ligeiras e munições especializadas deverão ser declaradas ao Secretariado Executivo para
assegurar o seu controlo eficaz assim como a remoção aquando da realização das operações.
Todas as armas recolhidas durante qualquer exercício de desarmamento deverão ser
destruídas.
CAPÍTULO XI
COOPERAÇÃO COM A ORGANIZAÇÃO DA
UNIDADE AFRICANA, NAÇÕES UNIDAS E OUTRAS
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Artigo 52: Cooperação
No seguimento dos seus objectivos, a CEDEAO deve cooperar com a Organização da
Unidade Africana (OUA), a Organização das Nações Unidas (ONU) e outras organizações
internacionais relevantes.
A CEDEAO deve cooperar plenamente com o Mecanismo para a Prevenção de Conflitos,
Administração e Resolução da OUA, na implementação deste Mecanismo.
De acordo com os Capítulos VII e VIII da Carta das Nações Unidas, a CEDEAO deve
informar as Nações Unidas de qualquer intervenção militar levada a cabo no seguimento
dos objectivos deste Mecanismo.
CAPÍTULO XII
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
Artigo 53: Revogação
As disposições deste Protocolo devem substituir todas as disposições do Protocolo da
CEDEAO relacionado com a Assistência Mútua na Defesa, assinado em 29 de Maio de 1981,
que entrem em conflito com o espírito deste Protocolo.
As disposições do Protocolo sobre Não-Agressão, assinado em 22 de Abril de 1978, que sejam
incompatíveis com o presente Protocolo são desta forma declaradas nulas e sem efeito.
Compromissos delegados das provisões deste Protocolo não devem ser interpretados como
sendo contra o espírito das Convenções ou Acordos entre um Estado Membro e um terceiro
Estado;
Desde que tais Convenções e Acordos sejam consistentes com o espírito deste Protocolo, de
outra forma, tais disposições são nulas e sem efeito.
Artigo 54: Racionalização de Instituições Sub-regionais
Este Protocolo deve entrar em vigor provisoriamente após a assinatura de Chefes de Estado e
Governo. Por consequência, os Estados Membros signatários e o Secretariado Executivo
comprometem-se a iniciar a implementação de todas as disposições deste Mecanismo após a
assinatura.
Este Protocolo deve definitivamente entrar em vigor após a ratificação de pelo menos nove (9)
Estados signatários de acordo com os procedimentos constitucionais de cada Estado Membro.
Artigo 58: Autoridade Depositária
Este Protocolo e todos os instrumentos de ratificação devem ser depositados com o
Secretariado Executivo que deve transmitir cópias verdadeiras certificadas a todos os Estados
Membros e notificá-los das datas de depósito dos instrumentos de ratificação pelos Estados
Membros e deve registá-lo com a Organização da Unidade Africana (OUA), assim como com
as Nações Unidas (NU) e qualquer outra Organização como pode ser decidido pelo Conselho.
EM FÉ DE ONDE,
NÓS, OS CHEFES DE ESTADO E GOVERNO DOS ESTADOS MEMBROS DA
COMUNIDADE ECONÓMICA DOS ESTADOS DA ÁFRICA OCIDENTAL (CEDEAO)
ASSINÁMOS ESTE PROTOCOLO.
EFECTUADO EM LOMÉ, NESTE 10º DIA DE DEZEMBRO DE 1999
EM EXEMPLAR ÚNICO NAS LÍNGUAS INGLESA, FRANCESA E PORTUGUESA, TODOS
OS TEXTOS IGUALMENTE AUTÊNTICOS.
.........................................................
H.E. Mathieu KEREKOU H.E. Blaise COMPAORE
Presidente da Republica do Benim Presidente de Faso
Presidente do Conselho de Ministros
de Burquina Faso
..........................................................
Hon. Alexandre Dias MONTEIRO H.E. Henri Konan BEDIE
Ministro do Comércio, da Indústria Presidente da República da
e Energia Costa do Marfim
Para e a favor do
Presidente de Cabo Verde
.......................................................
H.E. Mrs Isatou NJIE-SAIDY H.E. Flt.-Lt. Jerry John RAWLINGS
Vice-Presidente, Presidente da República
Secretária de Estado para a Saúde, Trabalho, do Gana
Assistência Social e Assuntos de Mulheres,
Para e a favor do Presidente
da República da Gâmbia
........................................................
Hon. Zaïnoul Abidine SANOUSSI Hon. José Pereira BATISTA
Ministro dos Negócios Estrangeiros Ministros dos Negócios Estrangeiros
Gabinete do Presidente e Cooperação Internacional
Para e a favor do presidente Para e a favor do Presidente
da República da Guiné da República da Guiné-Bissau
...........................................................
Hon. Enoch DOGOLEAH H.E. Alpha Oumar Konare
Vice-Presidente Presidente da República de
Para e a favor do Presidente da Libéria Mali
................................. ...........................
Hon. Sidi Mohamed Ould BOUBACAR H.E. Squadron Leader Daouda
Ministro, Secretário-Geral da Presidência Malam WANKE
Para e a favor do Presidente da Presidente do Conselho para a Reconciliação
República Islâmica da Mauritânia Nacional, Chefe de Estado da
República do Níger
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H.E. Olusegun OBASANJO H.E. Abdou DIOUF
Presidente Comandante-Chefe Presidente da República
das Forças Armadas da República Federal da do Senegal
Nigéria
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H.E. Ahmad Tejan KABBAH H.E. Gnassingbé EYADEMA
Presidente da República Presidente da República Togolesa
Da Serra Leoa