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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Unidade Betim
Disciplina: Direito Internacional Público
Professor: Jairo Coelho Moraes
AULA: organizações intergovernamentais.

1) Aspectos preliminares: breve histórico formativo das organizações

2) Conceito de organizações intergovernamentais internacionais.


Algumas organizações: Organização das Nações Unidas, organizações especializadas
internacionais, organizações internacionais de vocação regional, como a União
Europeia (UE) e a Organização dos Estados Americanos (OEA).

3) Caracteres gerais:
 Associação voluntária de sujeitos do DI;
 Personalidade internacional;
 Criação de ordenamento jurídico próprio, interno;
 Existência de órgãos próprios;
 Exercício de poderes/competências próprios;
 Ausência de base territorial própria – sede em território de um Estado soberano
(acordo).
4) Origem – maior parte surgiu no século XIX, período pós-guerras- instituídas por
Estatutos (Carta, Constituição) os quais constituem um tratado, uma regra definidora
da personalidade jurídica que via de regra :
 Procedimentalizam como os Estados devem, ou não, aceitar o tratado e como
comunicam uns aos outros a sua eventual aceitação;
 Repartem competências: Secretaria Geral, Secretário Geral e demais órgãos.
 Regram procedimentos para celebração de acordos/tratados entre Estados;
 Instituem procedimentos e quorum necessário para se aprovar determinada
decisão.

5) Obrigações e direitos dos países membros da organização:

 Custeio do funcionamento da organização.


 Cumprimento dos pressupostos estatutários.
 Direito de denúncia do estatuto: desobrigação pelo Tratado.
 Reconhecimento do poder de agir (sujeito de direito do DIP) das organizações
nas relações entre os Estados.

NB: Alcance territorial das diversas organizações internacionais: : variável – vg:


OTAN- países que são banhados pelo Oceano Atlântico Norte, Estados Unidos,
Canadá e os países europeus banhados pelo Atlântico Norte; OEA = apenas de
27 a 30 Estados, LIGA ÁRABE: Líbano, Egito, Iraque, Síria, Emirado da
Transjordânia (atual Jordânia), Arábia Saudita, Iêmen, Sudão, Líbia, Tunísia,
Marrocos, Kuait e outros; ONU: alcança quase todos os países do mundo.

6) Fins (genéricos) das organizações:


 Elaboração e regulação de normas;
 Formação e fiscalização de cumprimento de acordos entre países;
 Busca de soluções comunitárias para solução de conflitos de interesses;
políticas de cooperação técnica e científica;
 Atuação estratégica para resolução de desafios de urgência (conflitos
militares, epidemias, etc).

7) Espécies de organizações intergovernamentais

 Globais ou regionais – global - Nações Unidas; regional: OEA, Mercosul, Liga


Árabe (Cairo, Egito, 1945).
 Especializadas: fins econômicos, culturais, sociais, judiciários, administrativos,
protetivos do meio ambiente, tecnológicos. Vg: FAO (alimentação e agricultura)
UNESCO (educação, ciência e cultura), Organização Marítima Internacional e
a Organização Mundial de Meteorologia, etc.
 Poder decisório: supranacional - União Europeia ou organizações
intergovernamentais; atuam por meio de representantes estatais, que
exprimem a posição e votam em nome e por conta de seus respectivos
governos.

7.1) Organização das Nações Unidas – estruturação:

a) Conceito: associação de Estados reunidos com os propósitos declarados de


“manter a paz e a segurança internacionais”, “desenvolver relações amistosas entre as
nações, baseadas no respeito ao princípio de igualdade de direitos e de
autodeterminação dos povos”, “conseguir uma cooperação internacional para resolver
os problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário e
para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e as liberdades
fundamentais para todos” e “ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações
para a consecução desses objetivos”.

b) Origem: Carta das Nações Unidas, assinada em São Francisco (Califórnia) em


1945: 111 disposições e, em anexo, o Estatuto da Corte Internacional da Justiça, parte
integrante da Carta.

Carta da ONU: tratado que estabeleceu as Nações Unidas: elaborada pelos


representantes de 50 países presentes à Conferência sobre Organização
Internacional, que se reuniu em São Francisco de 25 de abril a 26 de junho de 1945.
Ratificação da Carta por China, Estados Unidos, França, Reino Unido e a ex-União
Soviética, bem como pela maioria dos signatários. Existem atualmente 193 Estados-
membros da Organização das Nações Unidas. Cada um dos Estados-membros tem
um assento na Assembleia Geral.

c) Estrutura:
CAPÍTULO III
ÓRGÃOS
Artigo 7
1. Ficam estabelecidos como órgãos principais das Nações Unidas: uma Assembléia
Geral, um Conselho de Segurança, um Conselho Econômico e Social, um conselho de
Tutela, uma Corte Internacional de Justiça e um Secretariado

 Assembleia Geral
 Conselho de Segurança.
 Corte Internacional de Justiça
 Secretariado
 Conselho Econômico e Social
 Conselho de Tutela

d) Composição: estados-membros - originários ou eleitos.

Membros originários: 51 países que participaram da Conferência de São Francisco e


assinaram a Carta, bem como aqueles que previamente firmaram, a 1 º de janeiro de
1942, a Declaração das Nações Unidas. Eleitos: admitidos pela Assembleia Geral
mediante recomendação do Conselho de Segurança. Poderão ser admitidos como
membros todos os estados “amantes da paz”, que aceitaram as obrigações contidas
na Carta “e que a juízo da Organização estiverem aptos e dispostos a cumprir tais
obrigações”.
 Admissão: recomendação do Conselho de Segurança, sob pena de vício de
procedimento (ato essencial); pronúncia: Assembleia Geral.

e) Regime de sanções: suspensórias e expulsórias - suspensão do exercício dos


direitos e privilégios (quando contra eles for levada a efeito qualquer ação preventiva
ou coercitiva por parte do Conselho de Segurança) e expulsórias (violação persistente
dos princípios da Carta) - recomendação do Conselho de Segurança e pronúncia da
Assembleia Geral.

7.1.1) Assembleia Geral (AG): principal órgão deliberativo, político e representativo


das Nações Unidas.

a) Dinâmica e características:

 Reunião anual, entre setembro e dezembro, na sede das Nações Unidas em


Nova Iorque, sob o comando do Presidente da Assembleia Geral.
 Todos os membros da organização; um estado, um voto. Cada estado pode
fazer-se representar no máximo por cinco representantes.
 Sessões ordinárias, uma vez por ano, e em sessões extraordinárias, quando as
circunstâncias o exigirem (convocadas pelo Secretário Geral, a pedido do
Conselho de Segurança ou da maioria dos estados membros).
 Decisões: maioria simples dos membros presentes e votantes. Questões
importantes (juízo da AG, nos termos da Carta): dois terços dos membros
presentes e votantes. Questões importantes: recomendações acerca da
manutenção da paz e da segurança internacionais; eleição dos membros não
permanentes do Conselho de Segurança; eleição dos membros do Conselho
Econômico e Social e do Conselho de Tutela; admissão de novos membros na
organização; suspensão dos direitos e privilégios dos membros; expulsão
destes; questões relativas ao funcionamento do sistema de tutela e questões
orçamentárias.
 Obrigações financeiras dos membros: atraso e perda direito a voto na
Assembleia - se o total de suas contribuições atrasadas igualar ou exceder a
soma das respectivas contribuições correspondentes aos dois anos anteriores.
 Promover discussão multilateral de todo o espectro de questões internacionais
abrangidas pela Carta das Nações, bem como um papel significativo na
definição de normas e codificação do direito internacional.
 Eleição dos membros não permanentes do Conselho de Segurança e os
membros de outros conselhos e órgãos das Nações Unidas e, por
recomendação do Conselho de Segurança, nomeação do secretário-geral.
 Manutenção da paz e da segurança internacionais, incluindo o desarmamento.
 Discussão de qualquer questão relacionada com a paz e a segurança
internacionais e – exceto quando uma disputa ou situação estiver sob
discussão do Conselho de Segurança – fazer recomendações a seu respeito.
 Promoção de estudos e recomendações que promovam a cooperação política
internacional, o desenvolvimento e a codificação do direito internacional, a
realização dos direitos humanos e das liberdades fundamentais e a
colaboração internacional no campo económico, social, humanitário, cultural,
educacional e da saúde.
 Análise dos relatórios do Conselho de Segurança e de outros órgãos das
Nações Unidas.
 A questão das atribuições obrigatórias e facultativas: Obrigatórias: a) eleição
dos membros não permanentes do Conselho de Segurança e dos membros do
Conselho Econômico e Social e do Conselho de Tutela; b) admissão de novos
membros na organização; a suspensão e a expulsão destes; c) nomeação
do Secretário-Geral das Nações Unidas (essas quatro atribuições precedidas
de recomendação do Conselho de Segurança); d) eleição, simultaneamente
com o Conselho de Segurança, dos juízes da Corte Internacional de Justiça
(CIJ); Facultativas: a) discussão de quaisquer questões ou assuntos que
estejam no âmbito das finalidades da Carta das Nações Unidas ou se
relacionem com as atribuições e funções de qualquer dos órgãos nela
previstos; b) discussão de quaisquer questões relativas à manutenção da paz e
da segurança internacionais que lhe forem submetidas por qualquer membro
das Nações Unidas, ou pelo Conselho de Segurança, ou por um estado que
não seja membro; c) solicitação de atuação do Conselho de Segurança para
situações que possam constituir ameaça à paz e à segurança internacionais.

7.1.2) Conselho de Segurança: conselho composto de 15 membros, sendo cinco


permanentes com poder de veto: Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e
China. Os demais dez membros não permanentes são eleitos pela Assembleia-Geral
da ONU para mandatos de dois anos.
a) Caracteres/dinâmica:
 Único órgão do sistema internacional legitimado a adotar decisões obrigatórias
para todos os 193 Estados-membros da ONU, podendo inclusive autorizar
intervenção militar para garantir a execução de suas resoluções.
 Habilitado a autorizar o desdobramento de operações de manutenção da paz e
missões políticas especiais.
 Decisões: um membro, um voto; questões meramente processuais serão
aprovadas por nove votos. O poder de veto é exercido apenas pelos membros
permanentes.
 Participação de estados membros: qualquer membro das Nações Unidas que
não seja membro do Conselho de Segurança poderá dela tomar parte (sem
direito de voto) da discussão de qualquer questão submetida ao Conselho, se
interesses do referido membro estiverem em jogo. (art. 31, Carta).
b) Principais atribuições:
 Mediar controvérsias e resolvê-las por meio pacífico;
 Recomendar procedimentos ou métodos de solução adequados para
controvérsias ou situações que possam vir a constituir uma ameaça à paz e à
segurança internacionais;
 Investigar e determinar a existência de qualquer ameaça à paz, ruptura
 a da paz ou ato de agressão e fazer recomendações ou decidir medidas
tendentes a manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais;
 Estimular o desenvolvimento da solução pacífica de controvérsias locais
mediante acordos ou entidades regionais e, eventualmente, utilizar tais acordos
e entidades para ação coercitiva, sob sua própria autoridade;
 Determinar a criação, continuação e encerramento das Missões de Paz, de
acordo com os Capítulos VI, VII e VIII da Carta;
 Elaborar planos de regulamentação de armamentos;
 Recomendar o ingresso de novos membros na ONU;
 Instrumentos de manifestação: declarações (presidente); atas de reunião;
notas presidenciais; cartas, relatórios e resoluções.

7.1.3) Corte Internacional de Justiça: órgão jurisdicional internacional, com sede em


Haia, Holanda, principal órgão judicial da Organização das Nações Unidas, destinado
a assegurar solução de controvérsias entre estados. Sua atuação se pauta no
Capítulo XIV da Carta da ONU, pelo Estatuto da CIJ e pelas chamadas Regras da
Corte – instrumento criado pela própria Corte, em 1978, para funcionar como espécie
de código de processo.

- Legitimação ativa/jus postulandi: estados, sejam ou não membros das Nações


Unidas. O locus standi está restrito a estados.

- Natureza “universal” da jurisdição da Corte. Há outras cortes internacionais


regionalizadas ou especializadas, (Corte Interamericana de Direitos Humanos e o
Tribunal Internacional de Direito do Mar).

- Ausência de jus postulandi: Organizações Internacionais e indivíduos. OIs não


podem ser partes (autora e ré), podendo comparecer como informantes; indivíduo:
sem acesso direito à CIJ, podendo agir por provocação de seu Estado nacional, que
veiculará sua pretensão.

b) Composição: quinze juízes, cada um proveniente de um Estado diferente, que são


eleitos na proporção de um terço a cada três anos pela Assembleia Geral e pelo
Conselho de Segurança, para mandato de nove anos. (Antônio Augusto Cançado
Trindade Juiz do Tribunal Internacional de Justiça, ex-Juiz da Corte Interamericana de
Direitos Humanos, prof. Univ. Brasília)

c) Atuação: Plenário (todos os membros) + Câmaras (3 juízes), que podem ser


formadas a qualquer tempo para tratar de questões de caráter especial.

d) Competências e demais aspectos

 Competência ampla:
a) questões previstas na Carta das Nações Unidas;
b) decidir sobre temas acordados em tratados e convenções em vigor. Artigo
38 do Estatuto da Corte - função e “decidir, de acordo com o direito
internacional, as controvérsias que lhe forem submetidas”.

 Estatuto da Corte: parte integrante da Carta da ONU, vale dizer, o estado que
se tornar Membro das Nações Unidas aceitará integralmente o Estatuto da CIJ.
 Atuação de Estados não membros da ONU: podem postular perante a CIJ,
desde que cumpram os requisitos exigidos pela Assembleia Geral, que atuará
mediante recomendação do Conselho de Segurança. (do total de 195 países
193 integram a Organização das Nações Unidas; há dois países observadores,
Vaticano/Santa Sé e o Estado da Palestina). A Corte estará aberta segundo as
condições que o Conselho de Segurança determinar, mas tais condições não
podem colocar as partes em posição de desigualdade perante a Corte.
 Ausência de jurisdição compulsória: estados não estão obrigados a submeter
suas contendas à Corte - decidem se querem ou não se submeter ao sistema
jurídico internacional. Os Estados podem comprometer-se antecipadamente a
aceitar a jurisdição da CIJ em determinados casos (mediante tratados,
convenções ou por meio de uma declaração especial firmada nesse sentido).

 Competência contenciosa – procedimentos:

(I) por meio de uma notificação prévia de uma ou ambas as partes, enviada à
Corte, fundada em tratados que estipulem a CIJ como foro competente para
julgar os litígios;
(II) mediante acordo especial posterior ao litígio, em que ambas as partes
aceitam a jurisdição da Corte para resolver a controvérsia, estipulando-se a
competência post factum (depois do fato);
(III) utilizando-se um estado de petição para interpelar o outro, por acreditar o
autor ter o réu violado alguma obrigação de direito internacional – de forma
equivalente ao que seria o meio mais comum nos direitos internos.

 Critérios de julgamento (Estatuto CIJ, art. 38):


a) Convenções internacionais, gerais ou especiais, que estabeleçam regras
expressamente reconhecidas pelos estados litigantes;
b) Costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo
direito;
c) Princípios gerais de direito reconhecidos pelas “nações civilizadas” (princípio
da igualdade soberana; dignidade da pessoa humana; não ingerência nos
assuntos dos outros Estados; respeito aos direitos humanos; cooperação
internacional; boa-fé.).
d) Decisões judiciárias e a doutrina dos publicistas mais qualificados, como
meio subsidiário para a determinação das regras de direito.
e) Julgamento por equidade (somente se essa faculdade for concedida pelas
partes) - decisão ex aequo et bono (“certo e bom”): o julgamento se pautará
não por diretrizes positivas de direito internacional, no direito estrito, mas por
questões de justiça e equidade, o que permite que a decisão seja prolatada
com base nos princípios mais basilares de justiça e direito, aplicados caso a
caso pelos juízes. A Corte pode, contudo, declarar-se incompetente ou
apresentar outra razão que justifique sua eventual recusa de julgar sobre tal
base.

 Competência consultiva

Artigo 96 da Carta da ONU, regulada no Capítulo IV do Estatuto. Parecer


consultivo: de natureza não vinculante, requerido pela Assembleia Geral ou
Conselho de Segurança, ou qualquer outro órgão das Nações Unidas ou
entidade especializada.

Vide excerto da obra abaixo referenciada que aborda essa relevante função:

“(...) A par da função contenciosa da CIJ, acionada tão só pelos Estados


litigantes, a CIJ também exerce a função consultiva, mediante a emissão de
Pareceres, sobre questões jurídicas, a ela solicitados pelos organismos
habilitados a fazê-lo pela Carta das Nações Unidas e por seu próprio Estatuto
(artigo 65). Estes organismos são tanto os órgãos principais das Nações
Unidas (como a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, o ECOSOC),
como as agências especializadas (como a OIT, FAO, UNESCO, OACI, OMI,
OMM, OMS, OMPI, ONUDI, UIT) e outras (BIRD, FMI, CFI, FIDA). Alguns dos
Pareceres Consultivos da CIJ têm contribuído decisivamente à evolução do
Direito Internacional. (...) Recordem-se os célebres Pareceres sobre as
Reparações de Danos (1949) e sobre a Namíbia (1971), que contribuíram à
evolução do direito internacional contemporâneo. Ainda que distintos das
Sentenças, em razão da natureza consultiva, os Pareceres da CIJ são dotados
de validade, e nenhum Estado (ou outro sujeito do Direito Internacional) pode
de boa-fé desconhecê-los ou minimizá-los. A partir do referido Parecer sobre
as Reparações de Danos, tomou devido curso o processo histórico da
expansão da personalidade internacional, conjugada com a da
responsabilidade internacional (dos Estados e outros sujeitos do Direito
Internacional) (cf. infra). Além dos Pareceres Consultivos, pode a CIJ emitir, em
situações de gravidade e urgência, medidas provisórias de proteção, de caráter
obrigatório. Recentemente (em 2011), no caso do Templo de Préah Vihéar
(Camboja versus Tailândia), reaberto depois de meio século, a CIJ, tendo
presentes não só a questão territorial como também os riscos sofridos pela
população local, indicou ou ordenou medidas provisórias de proteção,
determinando, pela primeira vez em sua história, a criação de uma zona
desmilitarizada na região, que desde então pôs fim ao conflito, até o presente
(setembro de 2012). Há possibilidades de reabertura de um caso tanto para
interpretação (como no supracitado caso do Templo de Préah Vihéar), como
para revisão. (TRINDADE, 2013, p. 20)
In: TRINDADE, Antônio Augusto Cançado. Os tribunais internacionais
contemporâneos / Antônio Augusto Cançado Trindade. – Brasília : FUNAG,
2013. 132 p., 18 cm. – (Em poucas palavras ; 1) ISBN: 978-85-7631-424-0
1.Tribunal internacional. 2. Direito Penal. 3. Direitos humanos. I. Fundação
Alexandre de Gusmão.
 Juízes:
a) A escolha dos juízes, segundo diz o artigo 1 º do Estatuto da CIJ, dar-se-á
“sem atenção à sua nacionalidade, de entre pessoas que gozem de alta
consideração moral e possuam as condições exigidas em seus respectivos
países para o desempenho das mais altas funções judiciárias ou que sejam
jurisconsultos de reconhecida competência em direito internacional”.
b) Não poderão figurar dois nacionais do mesmo estado na Corte, ao mesmo
tempo.
c) Mandato de nove anos, com possibilidade de recondução.
d) Não podem exercer qualquer função política ou administrativa, ou dedicar-se
a outra ocupação de natureza profissional. Além disso, não poderão servir
como agentes, consultores ou advogados, em qualquer questão, nem mesmo
participar de decisão de qualquer caso em que tenham intervindo
anteriormente sob qualquer maneira.
e) Possibilidade de nomeação de juízes ad hoc, de nacionalidade das partes,
para compor o banco de juízes, para atuar em casos específicos. Os juízes ad
hoc nomeados comporão o banco de juízes que julgará o caso específico e,
pelo período certo que ali ficarão, gozarão de todos os privilégios e imunidades
que gozam todos os outros juízes, assim como deverão respeitar e cumprir
todas as obrigações inerentes à função.
f) A Corte tem um presidente e um vice-presidente eleitos dentre os juízes
membros da CIJ por três anos e passíveis de reeleição.

8) Américas e OEA (Organização dos Estados Americanos)


- Primeira Conferência Internacional Americana, realizada em Washington, D.C., de
outubro de 1889 a abril de 1890. Esta reunião resultou na criação da União
Internacional das Repúblicas Americanas, e começou a se tecer uma rede de
disposições e instituições, dando início ao que ficará conhecido como “Sistema
Interamericano”, o mais antigo sistema institucional internacional.
- 1948, assinatura, em Bogotá, Colômbia, da Carta da OEA que entrou em vigor em
dezembro de 1951. Posteriormente, a Carta foi emendada pelo Protocolo de Buenos
Aires, assinado em 1967 e que entrou em vigor em fevereiro de 1970; pelo Protocolo
de Cartagena das Índias, assinado em 1985 e que entrou em vigor em 1988; pelo
Protocolo de Manágua, assinado em 1993 e que entrou em vigor em janeiro de 1996;
e pelo Protocolo de Washington, assinado em 1992 e que entrou em vigor em
setembro de 1997.
- Fins: Artigo 1º da Carta da OEA, “uma ordem de paz e de justiça, para promover sua
solidariedade, intensificar sua colaboração e defender sua soberania, sua integridade
territorial e sua independência”.
- Membros: 35 Estados independentes das Américas e constitui o principal fórum
governamental político, jurídico e social do Hemisfério. Seus pilares são a defesa da
democracia, dos direitos humanos, a segurança e o desenvolvimento regional.

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