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O Uso da Força na Carta das Nações Unidas

A guerra, hoje, é um ilícito internacional e com sérias consequências para o Estado que insistir
em violar esta regra pois este, quando ingressa como membro das Nações Unidas, aceita
cumprir todas as determinações da Carta, sob pena de sanções.

A Carta das Nações Unidas evidencia isso no seu artigo 2º, §§ 3º e 4º. E fez uso de outra
nomenclatura, ao contrário da palavra "guerra"; utilizou "uso da força".

Artigo 2 A 3. Todos os membros deverão resolver suas controvérsias internacionais por meios
pacíficos, de modo que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e a justiça internacionais. 4.
Todos os membros deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso da força
contra a integridade territorial ou a dependência política de qualquer Estado, ou qualquer outra
ação incompatível com os Propósitos das Nações Unidas

Porém, a Carta faz a uma única exceção autorizando o uso da força: no caso de legítima defesa,
seja individual ou coletiva (51).

O direito à legítima defesa segue-se a uma série de pressupostos para dar legitimidade aos atos
de repulsa promovidos pelo Estado: quando o Estado for vítima de um ataque armado, contra
um membro da ONU e até que o Conselho de Segurança tenha tomado as medidas necessárias
para a manutenção da paz e segurança internacionais.

O uso da legítima defesa esteve presente na agenda internacional, principalmente depois dos
atentados ao World Trade Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2001. Diante de tais
eventos, o Conselho de Segurança aprovou a Resolução 1.368 onde conferiu autorização ao
Governo dos Estados Unidos a dar uma "resposta armada" aos ataques terroristas em seu
território em nome da legítima defesa.

É possível a existência da figura da "legítima defesa preventiva"? A Corte Internacional de Justiça


já decidiu no caso da Nicarágua x Estados Unidos, que o uso da força só nasce para o Estado
agredido: "A legítima defesa quer seja individual ou coletiva só pode ocorrer na sequência de
uma agressão armada"

O art. 42 da Carta, inserido dentro do Capítulo relativo a Ameaças à Paz, Ruptura da Paz e Atos
de Agressão, determina: Artigo 42 No caso de o Conselho de Segurança considerar que as
medidas previstas no artigo 41 seriam ou demonstraram que são inadequadas, poderá levar e
efeito, por meio de forças aéreas, navais ou terrestres, a ação que julgar necessária para manter
ou restabelecer a paz e a segurança internacionais. Tal ação poderá compreender
demonstrações, bloqueios e outras operações, por parte das forças aéreas, navais ou terrestres
dos membros das Nações Unidas.

Artigo 48 1. A ação necessária ao cumprimento das decisões do Conselho de Segurança para


manutenção da paz e da segurança internacionais será levada a efeito por todos os membros
das Nações Unidas ou por alguns deles, conforme seja determinado pelo Conselho de
Segurança. 2. Essas decisões serão executas pelos membros das Nações Unidas diretamente e,
por seu intermédio, nos organismos internacionais apropriados de que façam parte.

Artigo 49 Os membros das Nações Unidas prestar-se-ão assistência mútua para a execução das
medidas determinadas pelo Conselho de Segurança.

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