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POLÍTICAS PÚBLICAS

Políticas públicas são um conjunto de processos (ações, programas, medidas e iniciativas)


criados pelos governos, sejam eles nacionais, estaduais ou municipais, com a participação
de entes públicos (executivo, legislativo e judiciário) que exercem funções públicas no
Estado ou privados (empresas, sociedade e organizações da sociedade civil) para assegurar
determinado direito da população. As ações podem contemplar áreas como saúde,
educação, meio ambiente, segurança, entre outras.

Via de regra, as políticas de interesse público têm como objetivo garantir à população os


direitos previstos na Constituição Federal (a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados)

Existem as políticas publicas amparadas (e ordenadas) pela Constituição,


que independentemente dos governantes que estão no poder em determinado
momento histórico, deverão ser mantidas e aprimoradas, nenhuma política pública nesse
caso pode ser desfeita somente melhoradas.

Já uma política pública de governo pode depender da liderança que está ocupando o


cargo executivo no momento, como é o caso do auxilio brasil, auxilio gás, entre outros.

Agora que já falamos sobre o conceito, está na hora de vermos como as políticas de
interesse público se desenham na prática e perceber como podem impactar nas nossas
vidas.

De maneira simples, podemos resumir que elas servem para solucionar questões


coletivas identificadas dentro da sociedade.
Para isso, existe um processo que alguns especialistas chamam de “Ciclos de Políticas
Públicas”, que se refere às fases de execução de um projeto desta natureza.

Existem basicamente cinco etapas nesse sentido:

o Identificação de um problema: localizar qual a necessidade mais urgente a partir de um olhar


técnico e criterioso do poder público aliado às pautas sociais
o Formação da agenda: a partir desta identificação, são levantados uma série de pontos
(recursos disponíveis, avaliação de custo-benefício, mobilização social) para garantir a
viabilidade da política
o Formulação da política: definir as principais linhas de atuação, programas a serem
desenvolvidos, agentes envolvidos e assim por diante
o Implementação: início da parte prática propriamente dita, com a aplicação das fases anteriores
e cumprimento das diretrizes traçadas (prazos, recursos financeiros e tecnológicos)
o Supervisão/avaliação: verificar se a política pública está cumprindo com os objetivos ou se
algumas mudanças precisam ser implementadas.

A partir dessas fases, uma política pública vai ser criada e atender uma parcela da
população.
Um exemplo recente foi a criação do auxílio emergencial, um auxílio financeiro com o
objetivo de diminuir os impactos econômicos causados pela pandemia de Covid 19 no
Brasil.
Foi identificado que os brasileiros de menor renda seriam os principais prejudicados
financeiramente durante a pandemia.

Na formação da agenda, foi definido quais seriam os recursos disponíveis para a viabilização


da política e, durante a fase de formulação, apresentados os critérios de quais pessoas
teriam direito ao benefício.
Durante a implantação, as fases anteriores foram colocadas em prática, mas na etapa de
avaliação, constatou-se que o período de pagamento do Auxílio Emergencial à população
seria insuficiente e decidiu-se prolongar o benefício.
Além disso, foram identificadas diversas falhas no cadastro dos beneficiários do programa,
inclusive com fraudes nas inscrições, o que demanda uma série de ajustes.
Quais os tipos de políticas públicas?
Já vimos o conceito e para que servem as políticas de interesse público, mas você sabia
que existem diferentes tipos delas?
Vamos abordar cada um dos quatro modelos:

Distributivas

São aquelas políticas que se destinam apenas a uma parcela específica da população, que não
possui as mesmas oportunidades para desfrutar de determinado direito.
As políticas distributivas podem ser estabelecidas a partir de determinadas características
ou necessidades de um grupo social.

É o caso do próprio auxílio emergencial, já citado, ou do sistema de cotas adotado em


entidades de ensino. Passa e ser destinado uma parte do orçamento para atender a essa
parcela da população necessitada.
Redistributiva

De certa forma, se parecem com as políticas distributivas, pois também oportunizam que
determinados grupos aproveitem direitos que seriam menos acessíveis a eles de outra
maneira.

No entanto, no modelo redistributivo, o propósito é redividir os recursos para uma parcela da


população, retirando o dinheiro do orçamento de todos. Todos nós pagamos para garantir
recursos para a politica pública feia para essa parcela da população
O sistema previdenciário brasileiro e as políticas de financiamento estudantil são exemplos
desse tipo de política pública.

Regulatórias

Como o nome sugere, são políticas que servem para regular o funcionamento do Estado,
ajudando a organizar processos burocráticos e a ditar as regras de comportamento das
pessoas.
Ao contrário dos dois tipos anteriores, são modelos mais abrangentes e que atendem a
um grupo maior de pessoas. E elas aparecem na forma de lei.
Entre as políticas regulatórias mais comuns, podemos citar as regulações do trânsito,
como a obrigatoriedade do uso de cadeira especial para o transporte de crianças, por
exemplo.
Constitutivas
São aquelas que definem as regras do jogo, determinando como, quando e por quem as
políticas de interesse público podem ser criadas.

Ou seja, diferentemente das demais, elas servem para regular as próprias políticas, por
assim dizer. O conceito pode parecer obscuro, mas quer saber uma que atinge a vida de
todos nós? A distribuição de responsabilidade entre municípios, estados e Governo
Federal. Na Educação, por exemplo, municípios são responsáveis pela Educação Infantil e
Ensino Fundamental 1; estados pela Ensino Fundamental 2 e Ensino Médio; e o Governo
Federal pela Educação Superior. Um outro exemplo de política pública constitutiva é a
maneira como as verbas de um projeto vencedor em uma eleição vão ser distribuídas na
criação de políticas de interesse público.
Quem deve promover as Políticas Públicas?
Em uma visão simplista, os líderes eleitos democraticamente são os responsáveis por
promover as políticas de interesse público.
Afinal, entre as inúmeras promessas de campanha, a implementação de políticas está
entre as principais.

Nesse sentido, cabe ao Poder Legislativo (vereadores, deputados e senadores) definir as


políticas, e ao Poder Executivo (prefeitos, governadores e presidente), colocar essas pautas
em prática.

Ainda dentro desse contexto, existe o funcionalismo público, responsável por entregar


subsídios para que as lideranças possam tomar decisões mais acertadas na implementação
de seus projetos.
E a população em geral, será que não tem participação nas políticas de interesse público?

Tem, sim, e com uma importância bem grande.

A sociedade civil tem o papel de acompanhar e fiscalizar todo o processo de implementação


desses projetos.
Além do mais, é a partir de nós, cidadãos, que surgem a maioria das demandas e
propostas.

Também existem situações em que a participação da sociedade na criação,


acompanhamento e fiscalização das políticas é garantida por lei.
É o caso, por exemplo, de algumas políticas educacionais e da área da saúde, onde
os conselhos municipais, estaduais e regionais têm voz ativa ao longo do processo.
Muitas vezes, as demandas da sociedade são apresentadas às autoridades por meio de
sindicatos, associações patronais e outras entidades, como ONGs, por exemplo.

Isso enfatiza, mais uma vez, a participação e a importância da população no contexto das
políticas de interesse público.
Resumindo, as lideranças políticas são responsáveis por filtrar as demandas mais latentes da
sociedade, com o bem-estar geral como objetivo.
Ou seja, cada um tem o seu papel em todo esse contexto, sendo impossível designar
aquele com maior ou menor importância.
Independentemente do tipo de política pública, seja distributiva, redistributiva, regulatória
ou constitutiva, todas possuem a sua importância.
Seja para reparar uma injustiça histórica, assegurar direitos fundamentais, promover um
acesso a oportunidades mais igual a todos, manter a ordem a partir de normas e padrões
ou determinar como o jogo deve ser jogado, políticas de interesse público são
imprescindíveis a qualquer nação.
Afinal, o grande objetivo delas é assegurar o bem-estar social.
Exemplo de área em que as pol. Publicas atuam
Desigualdade Social:
A desigualdade social é um dos problemas mais graves do Brasil e tem aumentado muito
nos últimos anos.
Só para ter uma ideia, os 20 maiores bilionários do país têm mais riqueza (US$ 121 bilhões)
do que 128 milhões de brasileiros (60% da população), segundo o relatório Desigualdade
Mata, da Oxfam Brasil.
Para tentar diminuir essa disparidade, algumas políticas estão sendo criadas, mas ainda longe
de resolver o problema.
Entre as principais medidas que podemos citar estão:

o Tarifa social de serviços públicos


o Programa de renda mínima
o Investimento na qualificação profissional de setores da população empobrecida
o Política de cotas para famílias em situação de vulnerabilidade.

Desenvolvimento Social:
O desenvolvimento social é um conceito que chega para ampliar o conceito de crescimento,
antes muito vinculado aos fatores econômicos.
Aqui são englobados outros pilares do bem-estar social, como acesso à saúde, à educação,
ao trabalho, à moradia, à alimentação, à previdência social, ao lazer, entre outros.

Portanto, é uma área bastante ampla em que diversas políticas de interesse público
podem ser criadas para melhorar esses indicadores.

No Brasil, existem algumas iniciativas nesse sentido, como, por exemplo:


o Bolsa Atleta
o Lei de Incentivo ao Esporte
o Criança Feliz
o Brasil Fraterno
o Progredir.

Violência contra mulher:


Uma a cada quatro mulheres sofre violência cometida pelo parceiro, segundo estudo
mundial do periódico científico The Lancet, divulgado pela CNN Brasil.
Em território nacional, o número de casos tem aumentado, sobretudo a partir do início da
pandemia.

Pesquisas mostram que 86% das mulheres brasileiras perceberam um aumento na violência


cometida contra pessoas do sexo feminino durante o ano de 2021.
Os dados são do levantamento “Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher — 2021”,
realizado pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a
Violência.
No Brasil, a política pública mais conhecida no combate à violência contra a mulher é a Lei
Maria da Penha.
Sancionado em 2006, o texto define uma política nacional voltada para a promoção da
equidade de gênero e para a redução das diferentes formas de vulnerabilidade social das
mulheres.
Educação:
O acesso à educação de qualidade está entre os direitos fundamentais mais importantes, pois
está diretamente ligado ao desenvolvimento da cidadania e à ampliação da democracia.
Além do mais, uma pátria que educa ajuda na diminuição de índices de criminalidade e pobreza e,
em contrapartida, colabora para o aumento do bem-estar social e do crescimento
econômico.
No Brasil, a taxa de analfabetismo está na casa dos 11 milhões, segundo o último
levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
Para reverter esse quadro e também oportunizar um ensino de qualidade a outros
públicos, foram desenvolvidas políticas como as seguintes:

o Programa Brasil Alfabetizado


o Educação para Jovens e Adultos (EJA)
o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec)
o Programa Universidade Para Todos (Prouni)
o Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind)
o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb)
o Educação em Prisões.

Politicas publicas amparadas pela constituição

Saúde:

As principais políticas públicas de saúde no Brasil estão associadas à criação do Sistema


Único de Saúde, em 1990, através da Lei nº 8.080, de 19 de setembro. Ela detalha todos os
compromissos e responsabilidades do Estado e especifica quais as atribuições de
competência no Município, do Estado e da União. 

Ao longo de seus 30 anos de existência, o sistema criou vários programas de destaque, alguns
inclusive utilizados pela OMS como referência mundial. Exemplo: Programa Nacional de
Imunizações, Controle da AIDS, Sistema nacional de Transplante, Programa Nacional de
Controle ao Tabagismo.

Educação:

A atuação das políticas públicas da educação está relacionada com o desenvolvimento social. Assim, são
objetivos delas a erradicação do analfabetismo, a universalização do ensino, o acesso à tecnologia e à
profissionalização, entre outros.

Exemplo: Estatuto da Criança e Adolescente (ECA),Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação


(FNDE que repassa os recursos federias para os estados e municípios), Programa Brasil Alfabetizado
(PBA é um projeto destinado a alfabetizar jovens com 15 anos ou mais, adultos e idosos, permitindo
um maior acesso à cidadania por esse grupo.), Programa Universidade para Todos (Prouni é um programa
do Ministério da Educação que oferece bolsas de estudo, integrais ou de 50%, em cursos de graduação de
instituições de ensino superior privadas de todo o Brasil., Sistema de Cotas (As cotas são políticas
afirmativas que têm o objetivo de reduzir as desigualdades socioeconômicas enfrentadas pela população
brasileira, com ênfase para a comunidade negra e indígena. Essas ações visam reparar as diferenças
sociais deixadas pelo longo período de escravidão no Brasil, que reservou a uma boa parcela da
população as piores condições de ascensão social e de acesso a direitos básicos)

Políticas públicas de governo:

Auxilio Brasil, Aumento do salário mínimo acima da inflação, Luz para Todos, Brasil
Sorridente, SAMU/UPAS

P. Públicas de reparação são aquelas com objetivo de reparar erros do estado ou


sociedade com determina parcela da população. Um exemplo são as politicas de
cotas raciais.

P. Públicas de promoção tem o objetivo de promover uma parcela da sociedade a


lugares que sem essas políticas dificilmente seriam alcançados. Um exemplo e o
PROUNI e o Minha Casa Minha Vida.

Poder Executivo: prefeitos, governador e presidente

Poder Legislativo: senadores, deputados federais e estaduais e vereadores.

Poder Judiciário: composto por juízes, desembargadores e ministros, de acordo com a


instância em que atuam. todos são denominados de magistrados. da mesma forma
que os outros poderes do estado, o judiciário também é independente, e os seus
integrantes devem ser imparciais ao exercerem a função de julgar.

Organização da sociedade civil: são grupos ou entidades que nasceram a partir da


livre organização e contam com a participação social da população no
desenvolvimento de ações que interessam à sociedade e não possuem fins
lucrativos.

Veja algumas das Políticas Públicas para encarcerados.

 Trabalho Remunerado: O trabalho do condenado, como dever social e condição de


dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva, o trabalho do preso não
está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho, O trabalho do preso
será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três
quartos) do salário mínimo
 Estudo: educação básica (Ensino Fundamental e Médio) e educação profissional com
salas reservadas especificamente para as aulas.
 Auxilio Reclusão: O auxílio-reclusão é um benefício previdenciário, destinado
apenas para pessoas de baixa renda, pago exclusivamente aos dependentes
(esposa, companheira e filhos) da pessoa recolhida à prisão, desde que obedecidos
certos requisitos previstos em lei, como estar trabalhando, na ocasião de sua
prisão, com vínculo empregatício ou contribuindo como autônomo para o INSS.
 Remição da Pena: A Lei de Execução Penal determina que o condenado que
cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou
por estudo, parte do tempo de execução da pena.

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