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Aula 01 - 25/03
Apresentação do curso
Aula 02 – 01/04
Definição preliminar: conjunto de ações implementadas pelo Estado e por suas agências em um
sentido amplo, normalmente envolvendo algum arranjo institucional, visando ao enfrentamento de um
problema público ou o atingimento de uma finalidade politicamente definida como de ‘interesse
público’
Temos uma ideia de que política pública é uma coisa que o Estado executa, que geralmente
associamos as que envolvem algum interesse social, mas encontramos referências a política
econômica, política externa, política prisional.
Tudo isso são políticas pública? Política pública é tudo o que o Estado faz? NÃO
Ex: art. 196, CF – Programa para saúde pública. Para dar conta desse mandamento, existem diversos
programas para que o acesso a saúde se dê de forma universal e integral.
Para os direitos estampados na CF, foram sendo desenvolvidos programas que visam assegurar a
prestação do serviço e combater algo que se apresenta como um problema, a evasão escolar é um bom
exemplo. Para esses problemas que são detectados, também podem ser desenvolvidas políticas
públicas bastante específicas.
→ Características:
1. Uma política pública é sempre uma ação de caráter complexo= não é um ato isolado
do Estado, envolve a coordenação de vários órgãos e se alonga no tempo, envolve um
conjunto de atos;
2. Toda política pública tem um propósito = conjunto de ações que tem uma finalidade
3. Escala = visa enfrentar questões de escala relativamente ampla, não se desenvolve
uma política pública para resolver uma questão isolada.
Ex: no bolsa família você tem um arranjo institucional que envolve a instância federal, a instância
estadual, a instância local. Dentro de cada instância tem as burocracias ligadas à área de assistência
social, de educação, de financiamento da política. Todos os atores atuando de forma articulada
formam para aquela política pública um arranjo institucional.
A definição do propósito ou finalidade da política pública envolve um componente político. Não quer
dizer que a definição do que interessa combater como problema ou do que é interesse público se dá
única e exclusivamente no âmbito do congresso ou da chefia do poder executivo. É lógico que dentro
de uma democracia representativa, essas são as instâncias onde se formula politicamente os objetivos
principais a serem perseguidos com uma política pública.
Porém, existem objetivos que são objetivos de estado e que não estão à disposição de maiorias
políticas ocasionais. Determinados interesses e problemas públicos podem e devem ser debatidos na
arena política, no congresso, isso é da democracia. Mas há determinados objetivos do Estado
brasileiro, fixados na CF, que podem ser interpretados politicamente, mas não podem ser ignorados
por maiorias ocasionais.
Existe um processo que vem desde 88, de cristalização do estado social brasileiro, esses objetivos
perpassaram diversos governos de 88 até aqui. Eles podem ser interpretados por uma maioria política
ocasional, mas estão acima delas. Existe uma base institucional do Estado que não pode ser destruída
por maiorias ocasionais, não importa qual seja a popularidade ou o apoio dessa maioria.
Não é tudo que o Estado faz que pode ser chamado de política pública.
‘’Aquilo que o governo escolher fazer ou não fazer’’ (Thomas Dye, 2008)
Esse encadeamento de atos, pretende produzir uma coordenação entre as ações, produzir um resultado
que é a própria política pública e que determinado problema seja resolvido ou que determinado
interesse público seja atendido.
É necessário olhar o campo das políticas públicas como uma oportunidade de renovar o
estudo de disciplinas, como por exemplo o direito administrativo.
→ Diversas áreas do conhecimento abordam este objeto. As ‘’Políticas Públicas’’ constituem um
campo de análise?
C) Sociologia;
D) Economia;
E) Direito.
Ficou evidente um encaixe, nem sempre muito harmônico entre abordagem científica e a
racionalidade política que é inimiga da racionalidade científica quando os técnicos propõem medidas
custosas.
O Estado Social brasileiro está de materializando por meio de políticas públicas desde 1988, existe um
processo de construção e consolidação de estudos que implementam políticas públicas.
No contexto atual, de crise econômica e sanitária, começam a surgir diversas reformas e nós devemos
olhar para elas e nos perguntar sobre a capacidade que elas têm de devolver ao Estado as condições
para intervir no domínio econômica social e quais reformas surgem para desmontar as condições de o
Estado brasileiro atual na esfera social.
Aula 03 – 08/04
Cada crise pode ser pensada no tempo da emergência, no tempo do médio prazo ou no longo prazo.
Pensar o Estado Social é pensar na reconstrução, o Brasil vai precisar se reconstruir quando essas
crises passarem.
Depois das crises vai ser necessária uma construção propositiva no papel do Estado e das políticas
públicas no momento de reconstrução
Até 2019, vimos proposta de reforma do Estado e reformas administrativas com base na tônica do
reajuste fiscal.
Maria Paula Bucci viu pouca inovação e esse contraste chama atenção porque o Brasil construiu um
acervo de forma governamental no campo de políticas públicas notável
Por outro lado, há um discurso de reforma do Estado que vai na direção oposta, que não reconhece e
que repete o jargão do estado mínimo e do ajuste fiscal.
O que chama atenção é que a emergência de saúde e a emergência econômica fizeram com que a
mentalidade do ajuste fiscal cedesse.
As pps se organizavam setorialmente, têm sua expressão no mundo da política, mas a descrição do
estado não se conecta às pps. A maneira mais evidente pra demonstrar isso é como os defensores do
ajuste fiscal dizem que tem que cortar gastos estatais pra melhoras as pps, o que para quem conhece as
pps é um contrassenso, porque as pps dependem de investimento.
Um Plano Marshall para o Brasil? O plano Marshal é uma referência interessante porque foi o plano
de reconstrução da Europa, que foi patrocinado pelos EUA e com isso se criou a industrialização, um
mercado consumidor, uma afluência econômica que durante 30 anos assegurou a construção do
Estado Social por toda a Europa.
Temos uma pauta fundamental, a ordem democrática está sengo agredida, as políticas públicas estão
sendo esvaziadas, o financiamento à saúde em plena pandemia está sendo esvaziado.
É possível ter um estado social no Brasil, que associe a ideia de ter um programa ambicioso de
reforma do país deve ser o norte para o momento posterior a essa crise.
Emiliano Brunet
O que a crise representa pra nós? A ideia de crise tem uma longa reflexão dentro da teoria social e
política.
Uma crise pode ser descrita de formas diferentes, pode ser causada por uma perturbação ou choque
externo à economia, pode ser a manifestação de uma contradição de longo prazo, pode ser o ponto
fulminante de um processo de larga escala e duradouro.
A crise acelera e põe em evidência contradições muito severas que estão presentes no nosso modelo
de desenvolvimento econômico, pelo menos desde que o consenso hegemônico se tornou um
consenso cristalizado em torno de um fiscalismo muito duro, em torno de medidas de austeridade
muito duras.
A crise não nos pegou num momento de êxito dessas medidas, a despeito da aplicação de medidas
muito amargas de austeridade o Brasil vem experimentando desde 2016 um crescimento muito
raquítico.
Ester Rizzi
O mercado e a iniciativa privada são incapazes de corrigir desigualdades sociais, eliminar pobreza e
investir em recuperação econômica sozinhos.
O pensamento anti estatista foi colocado em xeque com a crise, precisamos de pps.
Emiliano Brunet
Ester Rizzi
Aula 04 – 15/04
3- Direito como ferramenta: aqui ele concebe os meios adequados a produção dos
resultados definidos pela norma. A ideia aqui é de adequação entre os instrumentos e
a finalidade que se quer alcançar. Ex: lei de parcerias de ADM P. essa lei fornece
inúmeros instrumetos através das quais o poder publico pode se associar ao privado
para realizar diversas politicas publicas. O direito prove a adm instrumentos.
Concessões, parcerias publico privadas, tudo isso pode ser pensado sobre essa ótica
instrumental que direto permite que o poder publico viabilize politicas publicas.
Aula 05 – 22/04
Aula 06 – 29/04
O estudo das politicas publicas está muito ligado ao estudo do governo, o executivo sendo o
principal protagonista das pps. Há um discurso de que seja pautado e decisões racionais, a
tomada de decisão tem que ser baseada em um calculo, uma avaliação.
Primeiro modelo (H.Lasswel) – a boa decisão é aquela que dá conta de todos os elementos e a
partir de todas as informações ela formula uma aboedagem técnica e racinal. A ideia de
racionalidade da decisão, do processo governamental voltou com muita força no momento
atual. Existe um paradigma de que essa decisão tenha q ser tao racional que de conta de todos
os elementos envolvendo o problemas
Criticas a essa teoria: sem perder de vista que essa decisão tem que ser racional, existe um
dado da realidade que não pode ser ignorado: a quantidade e qualidade da informação
disponível sobre um problema é limitada. Isso vale pro conhecimento jurídico, que apoia a
tomada de decisão, o conhecimento por exemplo da área de saúde sobre problemas novas
(como vivemos com o vírus). Se pegar o que aconteceu tem exemplos claros de como o
conhecimento técnico cientifico que apoia a tomada de cisão foi evoluindo durante esse
processo. A racionalidade de uma decisão ela tem que ser avaliada sempre a luz do momento
que se tem informações disponives. É importante entender que essa limitação da
racionalidade não é a sua negação, ela é necessária, esse respaldo técnico é necessário, O que
ele diz é que por essa limitação de conhecimento pode haver uma zona de certeza, de qual é o
único e melhor caminho. E ai nessa zona entra o processo politica. Aqui também entra a
capacidade estatal de reunir os recursos técnicos e coerentes com a lei para formular uma
decisão.
A racionalidade das decisões nunca esteve tão em voga. Há uma racionalidade politica que
tem que ser associar a cientifica para produzir uma boa PP.
Existe um processo de legitimiação do governo que passa pelos mecanismos da democracia
representativa, e que o resultado disso investe na forma de governar. Essa discussão da
racionalidade levanta um problema que precisa ser democrático da legitimação pelo voto. A
discussão de PPs não se encerra no processo de formação de um governo, na verdade é o
começo. Mas essse governo quando ele formula PPs te a exigência que suas decisões sejam
racionais. Esse debate sobre o caráter técnico cientifico das decisões ficou em segundo plano
por muito tempo e ressurge agora, em face do dilema de: não basta a legitimição de um
governo, é preciso que ele haja racionalmente. O que aparece como uma questão essecial de
PPS: envolve uma mediação de interesses políticos mas envolve um componenete técnico
racional cientifico a medida que essa ação governamental envolve presolução de problemas
complexos
Easton – ele fala que há um foco muito grande na tomada de decisão mas é necessário
entender outros fatores acoplados a isso. Ele mostra que o processo de tomada de decisão e
formulação de PPs envolve impus (estímulos, demandas) e outputs (resultado, a tomada de
decisão propriamente dita), é que se produz a PP. Ele não nega as teorias anteriores, mas ele
fala que a tomada de decisão não pode ser vista de maneira isolada, mas sim como um
sistema. A ADM PUB, não decide no vácuo, isso envolve uma serie de fatores, as pressões
externas a ela, como o sistema economico que da o tempo inteiro estímulos (imputs) que
influenciam a tomada de decisão.
Easton diz que esses sistemas (como a mídia) não podem ser ignoradas O processo de
politicas publicas ele não começa e termina na decisão, ele é dinâmico. Tem que olhar a
estrtura da sociedade, questão sociais, econoicas e é a partir da leitura desses fatores que uma
decisão é tomada.
Critica: como a adm publica processa esss estímulos¿ Os críticos falaram que rola uma caixa
preta, pq embora a contribuição tenha sido essencial, resta o elemento de como esse imputs
são processos e que relação há enre esse processamento e a entrega de uma PP.
Evolução do debate: Esse debate elovuiu e outros aspectos foram evidenciados. É muito além
do que esse processo de tomada de decisão.
a gente ta focando demais no processo de tomada de decisão mas ta deixando de lado um
problema essencial: que é a implementação da PP. Esse problema não é menor nem muito
menos secundário. Não basta você programar uma politica publica se ela é difícil de ser
exectuda, se não temos capacidade, questão de orçamento etc. E isso ocorre com muita
frequência que a politica que foi desenhada na lei, quando ela é efetivamente implementada,
pouco produz resultados ou ela sequer é executada pq há alguma dificuldade técnico
operacional. A capacidade de executar é tão importante como a capacidade de formular.
Lipsky – burocracia no nível da rua – ele chama atenção para o aspecto de que na
implementação existe um elemento chave do agente publico que ta na base da pirâmide
institucional, que ele goza de uma certa autonomia e ele toma as decisões. Ele ta inserido na
politica publica, é uma peça essencial mas ele precisa construir interações com o publico e ele
toma decisões o tempo inteiro, seja interpretando essa politica. Ao tomar decisões ele afeta
essa politica publica. A forma como esse agente da rua administra a politica pode mudar
totalmente a aplicação. Ex: dos livros lacrados no Mendes. Assistente social é um excelente
por ex.
Aula 07 – 06/05
Questões bem desenvolvidas, relacione um ou mais pontos da matéria argumentando com o conteúdo.
PP a ciência politica
Aula passada foi sobre o processo de formação das PPs. Estudar PPs é em boa medida estudar o
processo governamental.
A teoria do Lowi aparece quando havia uma ideia dominante de que as PPs são o resultado das
decisões tomadas por um governo, em que a adm publica e executivo tem um papel central. O
governo é a fonte principal das ações estatais. Quando ele produziu essa teoria quase todas as analises
partem da suposição que o governo esta inserido num ambiente politico, e esse ambiente é quem
produz as PPs.
A originalidade do Lowi é: “se o ambiente politico produz PP, o contrario também acontece¿ As PPs
influenciam o ambiente politico¿” Essa causalidade corre nas duas direções. Em termos atuais, a
legitimação eleitoral empodera um governo para decidir sobre PPs, e, em alguma medida a adm é um
polo irradiador de PP. Por mais que o governo seja empoderado, ele não consegue trocar todas as PPs,
Por mais que o governo tenha um determinado perfil, quando ele ataca PP que já estão bem
consolidadas mas que não são do seu perfil, há uma resistência. Essa relação tem muito mais a ver
com o caráter palpável dessa politica.
As constitutivas dizem respeito ao próprio exercício do poder, definem as regras do jogo, os limites do
exercício do poder. Ex: politica de reforma eleitoral, freios e contra pesos, partidárias.
É o modelo teórico que permite olhar para a complexidade da realidade para entender. Num mundo
real algumas dessas fases estão sobrepostas. Muitas vezes uma dessas etapas não está presente.
A implementação pode se feita pelo agente das ruas (falado na aula passada).
O monitoramento e avaliação averigua se ela atingiu sua metas, isso é com base em indicadores. Esse
é um dos grandes gargalos da gestão de PP pq normalmente não há instrumento de avaliação e não
fica claro a forma como ela vai medir, a forma como vai se apropriar desses indicadores coletados.
O modelo é cíclico pq ele traz essa ideia de quando vc monitora e avalia você pode reiniciar a politica,
para aprimorar.
Aula 09 – 20/05
Aula 10 – 27/05