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Políticas públicas

Aula 01 - 25/03

Apresentação do curso

Aula 02 – 01/04

Conceito de Políticas Públicas e atualidade do tema.

Definição preliminar: conjunto de ações implementadas pelo Estado e por suas agências em um
sentido amplo, normalmente envolvendo algum arranjo institucional, visando ao enfrentamento de um
problema público ou o atingimento de uma finalidade politicamente definida como de ‘interesse
público’

Temos uma ideia de que política pública é uma coisa que o Estado executa, que geralmente
associamos as que envolvem algum interesse social, mas encontramos referências a política
econômica, política externa, política prisional.

Tudo isso são políticas pública? Política pública é tudo o que o Estado faz? NÃO

O Estado exerce uma grande quantidade de atividades.

Através de políticas públicas, o Estado materializa o programa constitucional.

Ex: art. 196, CF – Programa para saúde pública. Para dar conta desse mandamento, existem diversos
programas para que o acesso a saúde se dê de forma universal e integral.

Para os direitos estampados na CF, foram sendo desenvolvidos programas que visam assegurar a
prestação do serviço e combater algo que se apresenta como um problema, a evasão escolar é um bom
exemplo. Para esses problemas que são detectados, também podem ser desenvolvidas políticas
públicas bastante específicas.

→ Características:
1. Uma política pública é sempre uma ação de caráter complexo= não é um ato isolado
do Estado, envolve a coordenação de vários órgãos e se alonga no tempo, envolve um
conjunto de atos;
2. Toda política pública tem um propósito = conjunto de ações que tem uma finalidade
3. Escala = visa enfrentar questões de escala relativamente ampla, não se desenvolve
uma política pública para resolver uma questão isolada.

Precisa de um planejamento das ações do Estado

Arranjo institucional = combinação, articulação de vários organismos estatais, agências, órgãos de


controle e agentes políticos. Esse conjunto de atores, no contexto de uma política pública formam o
arranjo institucional.

Para cada programa de ação governamental, eu tenho um arranjo institucional específico

Ex: no bolsa família você tem um arranjo institucional que envolve a instância federal, a instância
estadual, a instância local. Dentro de cada instância tem as burocracias ligadas à área de assistência
social, de educação, de financiamento da política. Todos os atores atuando de forma articulada
formam para aquela política pública um arranjo institucional.

→ Objetivo de uma política pública


Enfrentar um problema público ou atingir uma finalidade de interesse público.

A definição do propósito ou finalidade da política pública envolve um componente político. Não quer
dizer que a definição do que interessa combater como problema ou do que é interesse público se dá
única e exclusivamente no âmbito do congresso ou da chefia do poder executivo. É lógico que dentro
de uma democracia representativa, essas são as instâncias onde se formula politicamente os objetivos
principais a serem perseguidos com uma política pública.

Porém, existem objetivos que são objetivos de estado e que não estão à disposição de maiorias
políticas ocasionais. Determinados interesses e problemas públicos podem e devem ser debatidos na
arena política, no congresso, isso é da democracia. Mas há determinados objetivos do Estado
brasileiro, fixados na CF, que podem ser interpretados politicamente, mas não podem ser ignorados
por maiorias ocasionais.

Existe um processo que vem desde 88, de cristalização do estado social brasileiro, esses objetivos
perpassaram diversos governos de 88 até aqui. Eles podem ser interpretados por uma maioria política
ocasional, mas estão acima delas. Existe uma base institucional do Estado que não pode ser destruída
por maiorias ocasionais, não importa qual seja a popularidade ou o apoio dessa maioria.

Políticas públicas envolvem quase sempre o Estado.

Não é tudo que o Estado faz que pode ser chamado de política pública.

‘’Estudo do Estado em ação’’ (Jobert e Mueller, 1987)

Querem entender a natureza da ação governamental na contemporaneidade.

‘’Aquilo que o governo escolher fazer ou não fazer’’ (Thomas Dye, 2008)

O Estado também executa políticas públicas quando decide não agir

Definição jurídica: ‘’Política pública é o programa de ação governamental que resulta de um


processo ou conjunto de processos juridicamente regulados – processo eleitoral, processo de
planejamento, processo de governo, processo orçamentário, processo legislativo, processo
administrativo, processo judicial – visando coordenar os meios à disposição do Estado e as atividades
privadas, para a realização de disposição do Estado e as atividades privadas, para a realização de
objetivos socialmente relevantes e politicamente determinados’’ (Bucci, 2006)

Processo = sucessão de atos logicamente encadeados visando a produção de um resultado

Esse encadeamento de atos, pretende produzir uma coordenação entre as ações, produzir um resultado
que é a própria política pública e que determinado problema seja resolvido ou que determinado
interesse público seja atendido.

Políticas Públicas - Um campo de análise?

→ ‘’Políticas Públicas’’ como uma forma de atuação do Estado.


→ ‘’Políticas Públicas’’ como objeto de estudo

Em direito, o campo das políticas públicas atravessa diversas disciplinas

É necessário olhar o campo das políticas públicas como uma oportunidade de renovar o
estudo de disciplinas, como por exemplo o direito administrativo.
→ Diversas áreas do conhecimento abordam este objeto. As ‘’Políticas Públicas’’ constituem um
campo de análise?

A) Ciência da Administração Pública;

B) Ciência Política (e Relações Internacionais);

C) Sociologia;

D) Economia;

E) Direito.

Políticas públicas é uma área onde a interdisciplinaridade impera, o conhecimento sobre PP


pressupões a conjugação dos saberes elencados acima.

Políticas Públicas - atualidade do tema

→ Políticas públicas e a pandemia da COVID – 19 – racionalidade política e racionalidade


científica

Ficou evidente um encaixe, nem sempre muito harmônico entre abordagem científica e a
racionalidade política que é inimiga da racionalidade científica quando os técnicos propõem medidas
custosas.

→ Políticas públicas e democracia. A questão das instituições.


→ Políticas públicas e o Estado Social. As reformas e o Estado Social.

Vários autores tratam dessa temática.

O Estado Social brasileiro está de materializando por meio de políticas públicas desde 1988, existe um
processo de construção e consolidação de estudos que implementam políticas públicas.

No contexto atual, de crise econômica e sanitária, começam a surgir diversas reformas e nós devemos
olhar para elas e nos perguntar sobre a capacidade que elas têm de devolver ao Estado as condições
para intervir no domínio econômica social e quais reformas surgem para desmontar as condições de o
Estado brasileiro atual na esfera social.

→ Políticas Públicas e administração pública


→ Políticas públicas e controle. A questão da judicialização

Aula 03 – 08/04

Estado social e políticas públicas: um Plano Marshall para o Brasil? (Webinário)

Maria Paula Bucci

Cada crise pode ser pensada no tempo da emergência, no tempo do médio prazo ou no longo prazo.

Pensar o Estado Social é pensar na reconstrução, o Brasil vai precisar se reconstruir quando essas
crises passarem.

Depois das crises vai ser necessária uma construção propositiva no papel do Estado e das políticas
públicas no momento de reconstrução

Até 2019, vimos proposta de reforma do Estado e reformas administrativas com base na tônica do
reajuste fiscal.
Maria Paula Bucci viu pouca inovação e esse contraste chama atenção porque o Brasil construiu um
acervo de forma governamental no campo de políticas públicas notável

Por um lado, houve um amadurecimento do universo das políticas públicas.

Por outro lado, há um discurso de reforma do Estado que vai na direção oposta, que não reconhece e
que repete o jargão do estado mínimo e do ajuste fiscal.

O que chama atenção é que a emergência de saúde e a emergência econômica fizeram com que a
mentalidade do ajuste fiscal cedesse.

O universo das políticas públicas é blindado das influencias político partidárias.

As pps se organizavam setorialmente, têm sua expressão no mundo da política, mas a descrição do
estado não se conecta às pps. A maneira mais evidente pra demonstrar isso é como os defensores do
ajuste fiscal dizem que tem que cortar gastos estatais pra melhoras as pps, o que para quem conhece as
pps é um contrassenso, porque as pps dependem de investimento.

Um Plano Marshall para o Brasil? O plano Marshal é uma referência interessante porque foi o plano
de reconstrução da Europa, que foi patrocinado pelos EUA e com isso se criou a industrialização, um
mercado consumidor, uma afluência econômica que durante 30 anos assegurou a construção do
Estado Social por toda a Europa.

Temos uma pauta fundamental, a ordem democrática está sengo agredida, as políticas públicas estão
sendo esvaziadas, o financiamento à saúde em plena pandemia está sendo esvaziado.

É possível ter um estado social no Brasil, que associe a ideia de ter um programa ambicioso de
reforma do país deve ser o norte para o momento posterior a essa crise.

Emiliano Brunet

O que a crise representa pra nós? A ideia de crise tem uma longa reflexão dentro da teoria social e
política.

Uma crise pode ser descrita de formas diferentes, pode ser causada por uma perturbação ou choque
externo à economia, pode ser a manifestação de uma contradição de longo prazo, pode ser o ponto
fulminante de um processo de larga escala e duradouro.

Crise como algo que tem o potencial de tensionar consensos políticos.

Essa crise lança condições para desestabilizar consensos hegemônicos?

Há uma aceleração de problemas que já estavam presentes dentro do nosso desenvolvimento


econômico.

A crise acelera e põe em evidência contradições muito severas que estão presentes no nosso modelo
de desenvolvimento econômico, pelo menos desde que o consenso hegemônico se tornou um
consenso cristalizado em torno de um fiscalismo muito duro, em torno de medidas de austeridade
muito duras.

A crise não nos pegou num momento de êxito dessas medidas, a despeito da aplicação de medidas
muito amargas de austeridade o Brasil vem experimentando desde 2016 um crescimento muito
raquítico.
Ester Rizzi

Estamos num momento de disputa política

O horizonte é a defesa da CF/88

Estado social se consolidou no pós 2ª GM

A constituição de Weimar e a constituição mexicana surgiram em momentos de revolução

O mercado e a iniciativa privada são incapazes de corrigir desigualdades sociais, eliminar pobreza e
investir em recuperação econômica sozinhos.

Hoje precisamos de políticas públicas de assistência social

Nossa desmobilização política e descrença na democracia disseminadas na sociedade (inaudível)

Mudanças no modo de vida (teletrabalho, comércio etc)

O pensamento anti estatista foi colocado em xeque com a crise, precisamos de pps.

A políticas públicas serão de caráter emergenciais ou vão se manter no tempo?

Precisamos procurar lugares de organização política

Parei de assistir em 1:09

Maria Paula Bucci

Emiliano Brunet

Ester Rizzi

Aula 04 – 15/04

Direito nas Politicas Públicas

Quadro do texto do Diogo Coutinho


Parte de uma critica a abordagem tradicional do direito nas politicas publicas. O desafio é
pensar o direito como algo essencial no processo de implementação da Política Pública. Pode
contribuir para mecanismos de transparência, participação, coordenação dos entes.
Qual papel que o direito desempenha nas políticas públicas¿ (ta no quadro)
1- Direito como objetivo: fixando pontos de chegada, os resultados esperados onde se
quer chegar com a atuação do Estado. O que o direito deve ser. Ex: se você abrir
artigo 3 da Constituição (erradicar as desigualdades regionais), logo as politicas
devem atuar nesse sentido. é um objetivo bastante aberto e é difícil achar um decreto
ou norma que tenha a materialização dessa politica publica. Mas isso significa que
aquele objetivo é uma letra morta¿ evidente que não, ele é um norte para atuação do
Estado e ainda que ele não esteja evidente em uma politica publica, ele seja um
objetivo que esteja no horizonte. No conjunto de politicas publicas ele tem que estar.
Como nos repasses da União para Estados, quando a União de maneira articulada cm
os demais entes financia uma determinada politica local, o repasse para Estados e
Municipios pode levar em conta a capacidade e saúde financeira do estado, nível do
IDH, nível de pobreza local. Então esse objetivo aberto ele pode não estar presente
claramente numa determinada politica pública, mas no conjunto das politicas públicas
executadas pelo Estado brasileiro, está ali no horizonte e é alcançado, e se não for,
deve ser cobrado. Se você for num nível mais específico você encontra no artigo 196
uma norma que estabelece o acesso a saúde com universal, integral e igualitário.
Numa linguagem de princípios o direito aqui também esta estabelecendo aqui alguns
objetivos que tem que ser alcançados. Lei 13.005 tambem.

2- Direito como arranjo institucional: aqui se pensa no direito com um papel


estruturante em relação às politicas públicas, já não se pensa em fixar pontos de
chegadas, os objetivos. Aqui ele define tarefas, articula os atores envolvidos na
formulação e execução das politicas públicas. É algo impossível de ser feito sem a
concorrência das normas jurídicas. O direito coordena as relações inter setorias no
setor publico e entre o setor publico e privado. Dentro de uma determinada politica o
que toca aquele ente¿ Dentro de uma politica publica você pode ter diversos entes e
atores envolvidos, e o direito entra ai, definhando qual a competência de cada um. Ele
que define os papeis nesse processo mas também do modo como cada uma dessa
ações se articula uma a outra visando um resultado coerente. Aqui o direito cria a
bases, os alicerces, por isso a função estruturante. Ex: a partir do artigo 21 da CF,
onde tem as competências administrativas da União, quando você para pra analisar os
incisos vê que boa parte são marcos, balizas para a atuação dos entes federativos em
diversos temas que sã por excelência politicas publicas (saúde, educação, transporte).
O direito articula diversos entes federativos para que o programa funcione como um
todo harmônico. Educação também é uma competência comum, mas a LDB estipula
as competências: educação infantil é do município, fundamental I é do município,
fundamental II do Estado e etc... então a LDB distribui papeis e articula os entes.

3- Direito como ferramenta: aqui ele concebe os meios adequados a produção dos
resultados definidos pela norma. A ideia aqui é de adequação entre os instrumentos e
a finalidade que se quer alcançar. Ex: lei de parcerias de ADM P. essa lei fornece
inúmeros instrumetos através das quais o poder publico pode se associar ao privado
para realizar diversas politicas publicas. O direito prove a adm instrumentos.
Concessões, parcerias publico privadas, tudo isso pode ser pensado sobre essa ótica
instrumental que direto permite que o poder publico viabilize politicas publicas.

4- Direito como vocalizador de demandas: instrumento mobilizador da sociedade em


relação as politicas publicas. Ex: Conselhos de educação, Conselhos de saúde,
Conselhos tutelares – isso tudo assegura participação social nas politicas públicas.
Eles tem a ideia de assegurar vos, debate sobre a politica publica, se ela ta sendo
aplicada, como ta sendo, transparência de contas. O direito é quem cria o arcabouço
para que esses conselhos sejam criados e funcionem.

As matérias tradicionais costumam pensar o direito no máximo na dimensão substantiva, do


dever ser.

Aula 05 – 22/04

Webnário – Judicialização e o problema da articulação de políticas públicas


Alessandra Gotti – poder judiciário tem sido muito refratário sobre as politicas publicas.
Segundo pesquisa feita por ela em 14 tribunais de diferentes Estados e ramos, que indagado
sore o sucesso de ações coletivas e individuais solicitando acesso a bens pliticas e bens
publicosn apenas 8,5% dos magistrados entendem que as ações coletivas tem mais sucesso
que as ações individuais. Ela também revela sobre a necessidade de aprofundamento no olhar
dos magistrados sobre a peculiaridade das politicas publicas.
Para ela isso acontece por conta da falta de uma lente adequada pela parte dos magistrados
para entender problema melhor. Para que possa mudar essa realidade, ela entende que é
fundamental adotar técnicas decisórias diferentes para resolver esses tipos de conflitos da
justiça distributiva. É necessário fazer uma articulação dos principais atores, um olhar
interinstitucional e multidisciplinar. Ex: caso das creches da educação em SP, o déficit vagas
era imenso em 2012 e havia uma serie de ações individuais propostas pelo MP e DP
solicitando vagas, e a primeira estratégia que ela fez foi promover uma articulação entre a
sociedade civil, especialistas, MP, DP, para solucionar esse problema. Porque se só os juízes
fossem lá atender as pessoas que entraram cm ações, isso ia gerar injustiça, ia alterar a fila de
espera das vagas, aumento da desigualdade. Precisava de um dialogo com executivo, foi
realizada uma audiência com todos os atores envolvidos como o executivo pra tratar do
aspecto orçamentário.
Ivan Cesar Ribeiro – É complicado dividir as competências e matéria de politicas públicas.
Alexandra Fuchs de Araujo – Pontuar três dificuldades: Controle forte de
constitucionalidade, quando lida com uma ação coletiva ele para no processo de
conhecimento. A falta de mecanismo de efetividade um processo faz com que não tenha
como levar a cabo esse processo. Levam muito tempo sem um mecanismo para cumprimento
de efetivação dessa ação.
Processo decisório e logica de decisão – o caminho que se segue é o caminho da ação
individual, falta processo decisório para ações coletivas. A lógica do poder judiciário não
consegue ultrapassar a lógica do CPC, todo nosso arcabouço jurídico é baseado na ação
individual por falta de um código específico. Mesmo quando a PPs tem uma estrutura
normativa, ela não trazida pela açao judicial.
Grande individualidade da decisão judicial no Brasil – O CPC só traz métodos individuais,
não tem um dispositivo que prevê aglutinação de demandas, Isso deixa o juiz sem o
mecanismo para superar essa logica. Se o juiz tiver boa vontade ele consegue criar uma
decisão trazendo diversos atores para o debate (caso da creche citado pela Alessandra.
São esses os principais obstáculos para a judicialização de um PP.
Salomão Ximenes – Em que medida o debate precisa ser reposicionado¿
A necessidade de explicitar e categorizar o que nos classificamos como judicialização

Aula 06 – 29/04
O estudo das politicas publicas está muito ligado ao estudo do governo, o executivo sendo o
principal protagonista das pps. Há um discurso de que seja pautado e decisões racionais, a
tomada de decisão tem que ser baseada em um calculo, uma avaliação.
Primeiro modelo (H.Lasswel) – a boa decisão é aquela que dá conta de todos os elementos e a
partir de todas as informações ela formula uma aboedagem técnica e racinal. A ideia de
racionalidade da decisão, do processo governamental voltou com muita força no momento
atual. Existe um paradigma de que essa decisão tenha q ser tao racional que de conta de todos
os elementos envolvendo o problemas
Criticas a essa teoria: sem perder de vista que essa decisão tem que ser racional, existe um
dado da realidade que não pode ser ignorado: a quantidade e qualidade da informação
disponível sobre um problema é limitada. Isso vale pro conhecimento jurídico, que apoia a
tomada de decisão, o conhecimento por exemplo da área de saúde sobre problemas novas
(como vivemos com o vírus). Se pegar o que aconteceu tem exemplos claros de como o
conhecimento técnico cientifico que apoia a tomada de cisão foi evoluindo durante esse
processo. A racionalidade de uma decisão ela tem que ser avaliada sempre a luz do momento
que se tem informações disponives. É importante entender que essa limitação da
racionalidade não é a sua negação, ela é necessária, esse respaldo técnico é necessário, O que
ele diz é que por essa limitação de conhecimento pode haver uma zona de certeza, de qual é o
único e melhor caminho. E ai nessa zona entra o processo politica. Aqui também entra a
capacidade estatal de reunir os recursos técnicos e coerentes com a lei para formular uma
decisão.
A racionalidade das decisões nunca esteve tão em voga. Há uma racionalidade politica que
tem que ser associar a cientifica para produzir uma boa PP.
Existe um processo de legitimiação do governo que passa pelos mecanismos da democracia
representativa, e que o resultado disso investe na forma de governar. Essa discussão da
racionalidade levanta um problema que precisa ser democrático da legitimação pelo voto. A
discussão de PPs não se encerra no processo de formação de um governo, na verdade é o
começo. Mas essse governo quando ele formula PPs te a exigência que suas decisões sejam
racionais. Esse debate sobre o caráter técnico cientifico das decisões ficou em segundo plano
por muito tempo e ressurge agora, em face do dilema de: não basta a legitimição de um
governo, é preciso que ele haja racionalmente. O que aparece como uma questão essecial de
PPS: envolve uma mediação de interesses políticos mas envolve um componenete técnico
racional cientifico a medida que essa ação governamental envolve presolução de problemas
complexos
Easton – ele fala que há um foco muito grande na tomada de decisão mas é necessário
entender outros fatores acoplados a isso. Ele mostra que o processo de tomada de decisão e
formulação de PPs envolve impus (estímulos, demandas) e outputs (resultado, a tomada de
decisão propriamente dita), é que se produz a PP. Ele não nega as teorias anteriores, mas ele
fala que a tomada de decisão não pode ser vista de maneira isolada, mas sim como um
sistema. A ADM PUB, não decide no vácuo, isso envolve uma serie de fatores, as pressões
externas a ela, como o sistema economico que da o tempo inteiro estímulos (imputs) que
influenciam a tomada de decisão.
Easton diz que esses sistemas (como a mídia) não podem ser ignoradas O processo de
politicas publicas ele não começa e termina na decisão, ele é dinâmico. Tem que olhar a
estrtura da sociedade, questão sociais, econoicas e é a partir da leitura desses fatores que uma
decisão é tomada.
Critica: como a adm publica processa esss estímulos¿ Os críticos falaram que rola uma caixa
preta, pq embora a contribuição tenha sido essencial, resta o elemento de como esse imputs
são processos e que relação há enre esse processamento e a entrega de uma PP.
Evolução do debate: Esse debate elovuiu e outros aspectos foram evidenciados. É muito além
do que esse processo de tomada de decisão.
a gente ta focando demais no processo de tomada de decisão mas ta deixando de lado um
problema essencial: que é a implementação da PP. Esse problema não é menor nem muito
menos secundário. Não basta você programar uma politica publica se ela é difícil de ser
exectuda, se não temos capacidade, questão de orçamento etc. E isso ocorre com muita
frequência que a politica que foi desenhada na lei, quando ela é efetivamente implementada,
pouco produz resultados ou ela sequer é executada pq há alguma dificuldade técnico
operacional. A capacidade de executar é tão importante como a capacidade de formular.

Lindblom – Incrementalismo – em geral se quiser compreender o processo como um todo é


necessário observar esse processo no tempo, ela é dependente de decisões anteriores. Um
governo depende da capacidade de PP anteriores e do conhecimento. O custo de recomeçar
uma PP do zero que para o governo pode haver o estimulo de fazer pequenos ajustes
sucessivos de algo que já existe. Na realidade não existe recomeços do zero. Essa ideia vem
de incrementação, de aperfeiçoamento. Esse processo querendo ou não é uma maneira de
institucionalização das politicas. Ele esta de uma maneira falando do papel das instituições,
que é de muita imposrtação na formulação e implementação de PPs.

Lipsky – burocracia no nível da rua – ele chama atenção para o aspecto de que na
implementação existe um elemento chave do agente publico que ta na base da pirâmide
institucional, que ele goza de uma certa autonomia e ele toma as decisões. Ele ta inserido na
politica publica, é uma peça essencial mas ele precisa construir interações com o publico e ele
toma decisões o tempo inteiro, seja interpretando essa politica. Ao tomar decisões ele afeta
essa politica publica. A forma como esse agente da rua administra a politica pode mudar
totalmente a aplicação. Ex: dos livros lacrados no Mendes. Assistente social é um excelente
por ex.

Aula 07 – 06/05
Questões bem desenvolvidas, relacione um ou mais pontos da matéria argumentando com o conteúdo.

PP a ciência politica

Aula passada foi sobre o processo de formação das PPs. Estudar PPs é em boa medida estudar o
processo governamental.

A teoria do Lowi aparece quando havia uma ideia dominante de que as PPs são o resultado das
decisões tomadas por um governo, em que a adm publica e executivo tem um papel central. O
governo é a fonte principal das ações estatais. Quando ele produziu essa teoria quase todas as analises
partem da suposição que o governo esta inserido num ambiente politico, e esse ambiente é quem
produz as PPs.

A originalidade do Lowi é: “se o ambiente politico produz PP, o contrario também acontece¿ As PPs
influenciam o ambiente politico¿” Essa causalidade corre nas duas direções. Em termos atuais, a
legitimação eleitoral empodera um governo para decidir sobre PPs, e, em alguma medida a adm é um
polo irradiador de PP. Por mais que o governo seja empoderado, ele não consegue trocar todas as PPs,
Por mais que o governo tenha um determinado perfil, quando ele ataca PP que já estão bem
consolidadas mas que não são do seu perfil, há uma resistência. Essa relação tem muito mais a ver
com o caráter palpável dessa politica.

Como há essa influencia entre as PP, são 4:

Redistributivas e distributivas: materializa direito por meio de prestações produtivas. A diferença é


que no caso das distributivas, o ônus de executar essa politica esta difuso na sociedade, ou seja,
nenhum grupo ou classe tem a sua esfera de direitos substanciamente diminuida como contra partida
para execução dessa politica. Não há ganhadores ou perdedores. Ela é mais alocação de riqueza do
que distribuição. Ex: politica alimentar nas escolas publicas. Já a redistributiva o viés de classe
aparece mais forte, há a redistribuição de riquezas, ela erradica a igualdade a partir do momento que
existe um grupo prejudicado. Dessa forma algum grupo pode ser onerado. Para alguém ganhar,
alguém tem que perder.

As regulatórias o estado disciplina a atuação do atores privados e principalmente dos agentes


econômicos, esse tipo afeta o ambiente de uma maneira peculiar. Pq quando Estado regula ele atua em
dois conflitos: afeta a dinâmica de interesse entre empresas e consumidores e ex: obrigar a indústria
automobilística a ter cinto de segurança (perdi a segunda) entre os próprios agentes econômicos (cria
nichos de vantagem, competição) ex: indústria farmacêutica,

As constitutivas dizem respeito ao próprio exercício do poder, definem as regras do jogo, os limites do
exercício do poder. Ex: politica de reforma eleitoral, freios e contra pesos, partidárias.

Ciclo de politicas publicas:

É o modelo teórico que permite olhar para a complexidade da realidade para entender. Num mundo
real algumas dessas fases estão sobrepostas. Muitas vezes uma dessas etapas não está presente.

A leitura começa a partir da percepção e definição de um problema publico. A formação da agenda as


vezes é formada por lobis, e por isso as vezes as PP favorecem esses grupos. É uma etapa em que os
atores políticos interpretam as demandas sociais, por isso há muito erro, aqui a arte da politica é
amplamente desempenhada, pode haver manipulação.
A formulação é a parte que envolve os especialistas, os técnicos. Identifica os atores de cada esfera
que vao participar da implementação, toda a coordenação da politica. A burocracia joga um peso
muito grande.

A implementação pode se feita pelo agente das ruas (falado na aula passada).

O monitoramento e avaliação averigua se ela atingiu sua metas, isso é com base em indicadores. Esse
é um dos grandes gargalos da gestão de PP pq normalmente não há instrumento de avaliação e não
fica claro a forma como ela vai medir, a forma como vai se apropriar desses indicadores coletados.

O modelo é cíclico pq ele traz essa ideia de quando vc monitora e avalia você pode reiniciar a politica,
para aprimorar.

Aula 08 – 13/05 - AVALIAÇÃO

Aula 09 – 20/05

Aula 10 – 27/05

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