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Enquanto na Europa a ciência política tinha uma vertente muito ligada ao conceito de
“Estado”, nos Estados Unidos esse campo, com seu recorte ligado às políticas públicas,
tinha foco voltado ao estudo dos “governos”. É nessa perspectiva que Thomas Dye
(2013, p. 3) define, de forma objetiva, política pública como sendo tudo que os
governos fazem, deixam de fazer, e que diferença isso faz.
No âmbito das políticas públicas, apesar de variar conforme a literatura adotada, o ciclo
de políticas públicas basicamente é constituído pela montagem da agenda,
formulação de políticas, tomada de decisão política, implementação de políticas
e avaliação de políticas: policy-making como aprendizagem (HOWLETT; RAMESH;
PERL, 2013).
As práticas atuais no setor publico seguem a tendência iniciada nos anos de 1980,
denominada New Public Management [Nova Gestão Pública], que inaugurou o
modelo gerencial de administração pública (MAXIMIANO; NOHARA, 2017). Devemos
lembrar que, antes disso, a doutrina concebeu como primeiro modelo de gestão a
chamada Administração Patrimonialista, depois superada pela Administração
Burocrática (CAETANO; SAMPAIO, 2016).
No Brasil, além das ações realizadas por EUA e Reino Unido, a preocupação com o uso
de recursos públicos e com o endividamento público orientaram o governo quanto à
necessidade de utilizar instrumentos básicos de programação orçamentária.
De acordo com De Toni (2016, p. 30), “no setor público, o processo de planejamento se
confunde com o próprio exercício do governo”. Segundo o autor, quem governa precisa
planejar as ações que irá desenvolver, sob pena de incorrer em problemas que poderão
culminar em responsabilidade administrativa, como da Lei de Responsabilidade Fiscal
(Lei Complementar n. 101/2000), Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992),
dentre outros estatutos legais. É nesse sentido que o planejamento governamental exige
conhecimentos voltados à Administração e ao planejamento, mas, de forma destacada,
sobre políticas públicas, orçamento e finanças.
A partir de prioridades coletivas, políticas públicas envolvem decisões e escolhas, cujos
marcos e prioridades são estabelecidos a partir dos instrumentos básicos de
programação orçamentária, e ações se materializam por programas e projetos.
Como fim do ciclo tem-se a avaliação da política, em que serão utilizados mecanismos
de monitoramento e avaliação quanto cumprimento dos objetivos propostos e à
adequada aplicação dos recursos públicos previstos e destinados à implementação do
programa ou projeto.