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Introdução

O presente trabalho é um produto de uma reflexão feita sobre a literatura consultada


relacionado com instrumentos de planificação pública em Moçambique e Desafios do
Sistema de Administração do Estado na Gestão de Recursos Públicos.

O SISTAFE aplica-se a todos os órgãos e instituições do Estado, tanto no regime geral


(com autonomia administrativa) quanto excepcional (com autonomia administrativa e
financeira). Aplica-se também às autarquias e às empresas do Estado, excepto no
tocante à prestação de contas, por se reger por legislação específica.

O processo de planificação e orçamentação em Moçambique é gerido por dois


ministérios. De um lado, é responsabilidade do Ministério de Planificação e
Desenvolvimento liderar e coordenar o processo de planificação e dirigir o
desenvolvimento económico e social integrado e equilibrado no país. E, do outro lado, o
Ministério das Finanças é responsável pela gestão das finanças públicas que
compreende, entre outros processos, a elaboração e execução do orçamento. No
passado, estas eram responsabilidades de um único Ministério, o Ministério de Plano e
Finanças (entretanto extinto em 2004 para dar lugar aos dois retro mencionados
ministérios).

Nesta senda, este trabalho de pesquisa predispõe-se em estudar instrumentos de


planificação pública em Moçambique e Desafios do Sistema de Administração do
Estado na Gestão de Recursos Públicos.

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Objectivos

Objectivo Geral

Instrumentos de planificação pública em Moçambique e Desafios do Sistema de


Administração do Estado na Gestão de Recursos Públicos.

Objectivos Específicos

 Identificar os instrumentos de planificação pública de longo, médio e curto


prazo;
 Descrever os subsistemas do Sistema de Administração Financeira do Estado
(SISTAFE).

Metodologia

Tipo de pesquisa
Lakatos & Marconi, (2001:183) definem pesquisa bibliográfica como sendo aquela que
abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde
publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses,
materiais cartográficos, etc. e sua finalidade é colocar o pesquisador em contacto directo
com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto.

Para realização do presente trabalho recorreu-se a consulta de várias obras publicadas


que abordam sobre e de planificação pública em Moçambique e Desafios do Sistema de
Administração do Estado na Gestão de Recursos Públicos.

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Referencial Teórico

Políticas Públicas

Não existe uma única, nem melhor, definição sobre o que seja política pública. Mead
(1995) a define como um campo dentro do estudo da política que analisa o governo à
luz de grandes questões públicas. Lynn (1980) a define como um conjunto específico de
acções do governo que irão produzir efeitos específicos. Peters (1986) segue o mesmo
veio: política pública é a soma das actividades dos governos, que agem directamente ou
através de delegação, e que influenciam a vida dos cidadãos. Dye (1984) sintetiza a
definição de política pública como “o que o governo escolhe fazer ou não fazer”. A
definição mais conhecida continua sendo a de Laswell, ou seja, decisões e análises
sobre política pública implicam em responder às seguintes questões: quem ganha o quê,
por que e que diferença faz.

Outras definições enfatizam o papel da política pública na solução de problemas.


Críticos dessas definições, que super estimam aspectos racionais e procedimentos das
políticas públicas, argumentam que elas ignoram a essência da política pública, isto é, o
embate em torno de ideias e interesses.

Pode-se também acrescentar que, por concentrarem o foco no papel dos governos, essas
definições deixam de lado o seu aspecto conflituoso e os limites que cercam as decisões
dos governos. Deixam também de fora possibilidades de cooperação que podem ocorrer
entre os governos e outras instituições e grupos sociais.

O papel dos governos

Debates sobre políticas públicas implicam em responder à questão sobre o espaço que
cabe aos governos na definição e implementação de políticas públicas. Não se defende
aqui que o Estado (ou os governos que decidem e implementam políticas públicas ou
outras instituições que participam do processo decisório) reflecte tão-somente as
pressões dos grupos de interesse, como diria a versão mais vulgar do pluralismo.

Também não se defende que o Estado opta sempre por políticas definidas
exclusivamente por aqueles que estão no poder, como nas versões simplificadas do
elitismo, nem que servem apenas aos interesses de determinadas classes sociais, como
diriam as concepções estruturalistas e funcionalistas do Estado.

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Sociedades e Estados complexos como o nosso, no processo de definição de políticas
públicas, estão mais próximos da perspectiva teórica daqueles que defendem que existe
uma “autonomia relativa do Estado”, que faz com que o mesmo tenha um espaço
próprio de actuação, embora permeável a influências externas e internas (Evans,
Rueschmeyer e Skocpol, 1985).

Essa autonomia relativa gera determinadas capacidades, as quais, por sua vez, criam as
condições para a implementação de objectivos de políticas públicas.

A margem dessa “autonomia” e o desenvolvimento dessas “capacidades” dependem,


obviamente, de muitos factores e dos diferentes momentos históricos de cada país.
Apesar do reconhecimento de que outros segmentos que não os governos se envolvem
na formulação de políticas públicas, tais como os grupos de interesse e os movimentos
sociais, cada qual com maior ou menor influência a depender do tipo de política
formulada e das coalizões que integram o governo, e apesar de uma certa literatura
argumentar que o papel dos governos tem sido encolhido por fenómenos como a
globalização, a diminuição da capacidade dos governos de intervir, formular políticas
públicas e de governar não está empiricamente comprovada.

Visões menos ideologizadas defendem que apesar da existência de limitações e


constrangimentos, esses não inibem a capacidade das instituições governamentais de
governar a sociedade (Peters, 1998: 409).

Instrumentos do Processo de Planificação Pública em Moçambique

Uma série de instrumentos dirige o processo de planificação e orçamentação do país,


dos quais os mais críticos incluem os seguintes:

Plano Quinquenal do Governo (PQG): é o instrumento de planificação líder no


desenvolvimento nacional. Este plano apresenta os principais objectivos para um
período de 5 anos e é a base de todo o processo de planificação durante estes anos.
Outros planos devem ter em consideração os principais objectivos aqui apresentados.

Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta 2001-2005 (PARPA-I)

Moçambique depois de alcançar a independência pautou por adoptar política que lhe
ajudasse a desenvolver o seu estado de bem social e foi com esse intuito e que entre

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2001 a 2005, adoptasse o Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA
I), que no cerne pretende desenvolver estratégia para a redução da pobreza.

Para a sua efectivação, possui como objectivo estratégico, “redução substancial dos
níveis de pobreza absoluta em Moçambique através de mediadas para melhorar as
capacidades e as oportunidades para todos os moçambicanos em particular os pobres.
Prosseguiu também os seguintes objectivos específicos “ redução da incidência da
pobreza absoluta no nível de 70% (1997) para menos de 60% (2005) e menos de 50%
até finais de primeira década de 2000 (PARPA, 2000:1).

Moçambique enveredou esforços de modo que priorizasse áreas como Educação e


saúde, para capitalizar o desenvolvimento humano. Após Moçambique integrar-se no
Plano de reestruturação económica, foi realizado grande esforço para reabilitação das
infra-estruturas assoladas pela guerra, entre a FRELIMO e a RENAMO, assim, “foi
iniciado um processo de instabilização e ajustamento estrutural, cujo objectivo é o
restabelecimento de produção e melhoria dos rendimentos individuais, um processo de
reformas profundas no sentido do lançamento de uma economia proporcionada pela
iniciativa privada e pelas forças do mercado” (PARPA, 2000:2).

O PARPA I tinha como estratégia principal, a manutenção da paz e estabilidade


sociopolítico. No que tange à política externa bem como com a cooperação com outros
países e povos, Moçambique adopta a estratégia ligada à gestão macroeconómica e
financeira. Este pressuposto mostra que Moçambique envida esforços para a criação
dum Moçambique que haja o desenvolvimento económico que concorra para a redução
da pobreza. As prioridades principais do PARPA I, nesta perspectiva são:

 Política fiscal, monetária e cambial para manter a inflação baixa e manter a


competitividade da economia;
 Política para mobilizar recursos orçamentais adicionais equitativamente e
eficientemente;
 Política para melhorar a gestão das despesas;
 Política para proteger e expandir os mercados financeiros, incluindo uma
análise cuidadosa sobre oportunidades para expansão dos serviços financeiros
às áreas rurais e as pequenas e médias empresas;
 Política para promover o comércio internacional;
 Política para reforçar a gestão da dívida externa e interna (PARPA, 2000:5).

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Estes programas podem sobremaneira ter um impacto directo nos pobres. A actuação da
política externa visa, criar condições para que o sector externo seja um dos instrumentos
de sustentação de crescimento rápido e amplo da economia, nesta perspectiva deve ser
mantida em jeito de competitividade, a taxa de câmbio, as barreiras à exportação e
importação, devem ser eliminado se devem-se criar serviços de promoção efectiva de
exportações tradicionais e não tradicionais.

No que concerne à gestão da dívida pública, o governo deve desenvolver uma


estratégia, de médio e longo prazo de sustentabilidade da dívida ‘pública interna e
externa (PARPA, 2000:80).

Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta 2006-2009 (PARPA-II)

Em detrimento do PARPA I, o PARPA II pretende reduzir a pobreza absoluta entre


2006-2009,com o intuito de diminuir a incidência da pobreza de 54% em 2003 para
45% em 2009.

Na sua perspectiva, a consolidação da paz e da democracia, a estabilidade social, a


segurança dos cidadãos e sua prioridade, e a garantia das liberdades individuais são
condições básicas para o crescimento da economia e para a redução da pobreza
absoluta.

Este programa mantém os objectivos de reduzir a pobreza através da redistribuição de


recursos que também beneficiam a população mais desfavorecida e pobre. Todavia o
PARPA II deve tornar-se mais consistente e sustentável, considerando o objectivo da
elevação das condições devida e de bem-estar dos moçambicanos em que o esforço
próprio e as poupanças adquirem um papel preponderante (p.30).

Neste PARPA II, no que concerne à gestão macroeconómica”deve garantir uma gestão
macroeconómica rigorosa, através da manutenção de níveis adequados de abertura de
economia, permitindo os fluxos necessários de fundos, tecnologia, comércio e
investimento, pela manutenção da estabilidade do sector financeiro. Para tal, ganham
relevância as acções relativas à consolidação e reforço das finanças públicas, gestão
monetária, fortalecimento da supervisão bancária das actividades seguradoras e de
sistema de segurança social (PARPA, 2000:117).

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No que se refere à política tributária, o governo deve desenvolver várias acções de
aumento da eficiência administrativa com o escopo de aumentar sobremaneira a
modernização dos recursos domésticos em proporção do PIB, tomando em conta a
redução dos níveis de dependência externa.

Quanto à politica monetária e cambia, o governos deve evitar a excessiva valorização da


taxa de câmbios, assegurando, as taxas de juros reais dos níveis comportáveis para o
funcionamento adequado da economia de modo a permitir a competitividade, dai a
necessidade de se manter em níveis baixos e estáveis, as taxas de inflação, manter as
reservas internacionais a níveis adequados para assegurar os compromissos
internacionais do pais.

Agenda 2025

A Agenda 2025 é um exercício estratégico de reflexão sobre o futuro de Moçambique,


tendo como objectivos:

 Criar, através de um processo participativo, uma Visão Nacional de longo prazo;


 Preparar, através de um processo participativo, uma Estratégia Nacional de
Desenvolvimento que defina as políticas e os programas necessários para dar
respostas aos objectivos identificados na visão nacional de desenvolvimento;

A consecução destes objectivos possibilitará:

 Aumentar a capacidade do governo, das instituições e da sociedade civil de


definir e implementar políticas, programas e projectos económicos nacionais;
 Garantir a consistência entre as políticas económicas e sociais de curto, médio e
longos prazos;
 Aumentar a capacidade do governo para assumir um papel determinante na
coordenação e gestão da cooperação para o desenvolvimento.

A principal função da Visão nacional partilhada foi a de proporcionar um conjunto de


linhas gerais de actuação a médio e longos prazos, aos líderes e decisores, nos sectores
público, privado e nas organizações da sociedade civil.

O processo participativo de preparação da Agenda 2025 foi um exercício de capacitação


nacional tão importante quanto os seus resultados ou, por outras palavras, o processo foi

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tão útil quanto o produto final. Este processo permite, ainda, apoiar os esforços com
vista a instituir, no País, uma cultura mais participativa, cooperativa e democrática.

Elementos-chave no processo:

I. Participação dos cidadãos: o processo foi participativo. Todos os segmentos da


sociedade, todas as regiões do País e todos os grupos de interesse participaram
na preparação da Visão Nacional e Estratégias da Nação;
II. Aprendizagem nacional: a Agenda 2025 consistiu em perspectivar o futuro.
Contudo, os Moçambicanos podem servir-se dela como um processo para
conhecer o ambiente estratégico. Os parceiros devem aproveitar as vantagens do
processo para conhecerem as oportunidades e os constrangimentos que se
colocam ao desenvolvimento.
III. Visão Comum e Estratégia Nacional de Desenvolvimento: a Agenda 2025
contribuiu para se criar consenso nacional sobre o que Moçambique deve ser no
ano 2025 e para se formular uma Estratégia Nacional, abrangente e consistente,
para a concretização dessa Visão.

Cenário Fiscal de Médio Prazo – CFMP: é um instrumento de planificação a médio


prazo através do qual o Governo organiza e apresenta opções estratégicas destinadas ao
alcance das principais linhas do seu plano quinquenal e do seu Plano Estratégico da
Redução da Pobreza (PARP). O CFMP é também um instrumento através do qual os
recursos são alocados para a despesa do Estado (Governo de Moçambique, 2009).

Este instrumento é actualizado anualmente tomando em consideração as mudanças


actuais e ou estruturais, com a finalidade de garantir que o sistema de orçamentação
permite que os recursos públicos sejam alocados de acordo com os resultados desejados
e esperados. Embora seja um instrumento importante, por enquanto, o nível de desvios
anuais nos planos mostra que como um instrumento plurianual de alocação de recursos
não tem funcionado muito bem. Isso acontece em parte porque o nível de detalhe no
CFMP é tão mínimo que não permite a sua utilização para a tomada de decisões
estratégicas (PER, 2010).

O processo de orçamentação em Moçambique ganhou uma nova dinâmica com a


aprovação da Lei 9/2002 que criou o Sistema de Administração Financeira do Estado

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(SISTAFE). Várias acções tiveram lugar em relação à introdução da legislação e
modelos de gestão que são mais apropriados para as necessidades de uma administração
pública moderna e efectiva (Lawson et al., 2008: 19).

O SISTAFE é um sistema de orçamentação, de programação financeira, de


contabilidade e de controlo interno integrado que inclui os seguintes objectivos:
estabelecer e harmonizar as regras de e procedimentos de programação; avaliação,
controle e gastos de recursos públicos; desenvolver subsistemas que fornecem
informação atempada e fiável sobre a orçamentação e conservação dos bens dos órgãos
e instituições do Estado; e, estabelece, implementa e mantém um sistema de controlo
interno eficiente e efectivo e procedimentos de auditoria aceites internacionalmente
(GoM, 2002).

O Orçamento do Estado (OE), também conhecido como orçamento anual, é o


instrumento base do governo a respeito da implementação do Plano Económico e
Social, apresentando as receitas e despesas previstas para o ano em questão. Desde
2007, a elaboração do Orçamento do Estado tem sido orientado pelo CFMP. Em 2010,
pela primeira vez, o orçamento foi elaborado para cada programa com a finalidade de
reduzir o fosso entre a planificação e o processo de orçamentação, para tornar a
alocação de recursos mais dinâmica e focalizar na ligação entre os recursos e os
resultados (GOM, 2010). Mesmo assim, persistem lacunas nesta integração que
precisam de uma atenção especial nos próximos anos.

Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE)

O Sistema de Administração Financeira vigente em Moçambique, assenta em normas


legais que remontam de há mais de cem anos, sendo de destacar o Regulamento de
Fazenda, que data de 1901, e o Regulamento da Contabilidade Pública, de 1881.

Com efeito, a partir de 1997 tem se vindo a desenvolver esforços de modernização nas
áreas do Orçamento do Estado, impostos indirectos, alfândegas, entre outras, com o
objectivo de melhorar o sistema de programação e execução orçamental, harmonizar o
sistema dos impostos indirectos e a pauta aduaneira com os sistemas vigentes nos países
da região em que Moçambique se insere e delinear circuitos de registo na área da
Contabilidade Pública, visando torná-los mais eficientes, eficazes e transparentes.

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Definição do SISTAFE

SISTAFE é o novo Sistema de Administração Financeira do Estado, que envolve todo o


ciclo orçamental desde a sua elaboração até a execução final, incluindo todos os
subsistemas que o compõe, nomeadamente, Orçamento, Tesouro Público, Contabilidade
Pública, Património e Controlo interno.

O SISTAFE estabelece e harmoniza regras e procedimentos de programação, gestão,


execução e controlo do erário público, de modo a permitir o seu uso eficaz e eficiente,
bem como produzir a informação de forma integrada e atempada, concernente à
Administração financeira dos órgãos e instituições do Estado. (nº 3 do artigo 1, da Lei
nº 9/2002, de 12 de Fevereiro).

Objectivos do SISTAFE

i. Estabelecer e harmonizar regras e procedimentos de programação, execução,


controlo e avaliação dos recursos públicos;
ii. Desenvolver subsistemas que proporcionam informação oportuna e fiável sobre
o comportamento orçamental e patrimonial dos órgãos e instituições do Estado;
iii. Estabelecer, implementar e manter um sistema contabilístico de controlo da
execução orçamental e patrimonial adequado às necessidades de registo da
organização da informação e da avaliação do desempenho das acções
desenvolvidas no domínio da actividade dos órgãos e instituições do Estado;
iv. Estabelecer, implementar e manter o sistema de controlo interno eficiente e
eficaz e procedimentos de auditoria interna internacionalmente aceites, segundo
o artigo 3 da Lei nº 9/2002, de 12 de Fevereiro).

O SISTAFE compreende um conjunto de órgãos, subsistemas, normas e procedimentos


administrativos que tornam possível a obtenção da receita, a realização da despesa e a
gestão do património do Estado, incluindo suas aplicações e corresponde registo bem
como compreende também a obtenção e gestão das receitas que não determinem
alterações do Património do Estado, nos termos do nº 1 e 2, do artigo 7, da Lei nº
9/2002, de 12 de Fevereiro).

Subsistemas do SISTAFE

 Subsistema do Orçamento do Estado;

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 Subsistema do Tesouro Público;
 Subsistema de Contabilidade Pública;
 Subsistema do Património do Estado;
 Subsistema de Controlo Interno – SCI.

Subsistema do Orçamento do Estado

O Subsistema do Orçamento do Estado, designado abreviadamente por SOE,


compreende todos os órgãos ou instituições que intervêm nos processos de programação
e controlo orçamental e financeiro e abrange ainda as respectivas normas e
procedimentos.

Compete aos órgãos e instituições que integram o SOE:

a) Preparar e propor os elementos necessários para a elaboração do Orçamento do


Estado;
b) Preparar o projecto de Lei Orçamental e respectiva fundamentação;
c) Avaliar os projectos de orçamentos dos órgãos e instituições do Estado;
d) Propor medidas necessárias para que o Orçamento do Estado comece a ser
executado no início do exercício económico a que respeita;
e) Preparar, em coordenação com o Subsistema do Tesouro Público, a programação
relativa à execução orçamental e financeira, mediante a observância no disposto
na presente Lei e respectiva regulamentação complementar;
f) Avaliar as alterações ao Orçamento do Estado;
g) Avaliar os processos de execução orçamental e financeira.

Subsistema da Contabilidade Publica

O Subsistema de Contabilidade Pública, designado abreviadamente por SCP,


compreende todos os órgãos e instituições do Estado que intervêm nos processos de
execução orçamental, recolha, registo, acompanhamento e processamento das
transacções susceptíveis de produzir ou que produzam modificações no património do
Estado, e abrange ainda as respectivas normas e procedimentos.

Compete aos órgãos ou instituições que integram o SCP:

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a) Elaborar e propor normas, procedimentos técnicos, relatórios e mapas, bem
como a respectiva metodologia e periodicidade, tendo em vista a harmonização
e uniformização contabilísticas;
b) Elaborar e manter actualizado o plano de contas;
c) Proceder à execução do Orçamento do Estado;
d) Acompanhar e avaliar o registo sistemático e atempado de todas as transacções;
e) Elaborar os relatórios de informação periódica a apresentar pelo Governo a
Assembleia da Republica;
f) Elaborar a Conta Geral do Estado.

Subsistema do Tesouro Publico

O Subsistema do Tesouro Público, designado abreviadamente por STP, compreende o


conjunto dos órgãos e instituições do Estado que intervêm nos processos de
programação, captação de recursos e gestão de meios de pagamento e abrange ainda as
respectivas normas e procedimentos.

Compete aos órgãos ou instituições do Estado que integram o STP nomeadamente:

a) Zelar pelo equilíbrio financeiro;


b) Administrar os haveres financeiros e mobiliários;
c) Elaborar a programação financeira;
d) Elaborar as estatísticas das Finanças Publicas;
e) Gerir a conta única;
f) Propor a formulação da política de financiamento da despesa pública e providenciar
a sua execução;
g) Gerir a dívida pública interna e externa;
h) Realizar e gerir as operações de crédito público.

Subsistema do Património do Estado

O Subsistema do Património do Estado, designado abreviadamente por SPE,


compreende os órgãos ou instituições do Estado que intervêm nos processos de
administração e gestão dos bens patrimoniais do Estado e abrange ainda as respectivas
normas e procedimentos.

Compete aos órgãos ou instituições que integram o SPE:

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a) Coordenar a gestão dos bens patrimoniais do Estado;
b) Organizar o tombo dos bens imóveis do Estado;
c) Elaborar anualmente o mapa de inventário físico consolidado e das variações
dos bens patrimoniais do Estado;
d) Proceder periodicamente ao confronto dos inventários físicos com os
respectivos valores contabilísticos.
e) Propor normas e instruções regulamentares pertinentes sobre os bens
patrimoniais do Estado.

A inventariação e gestão do património do Estado compete à entidade onde se


localizam os bens e direitos patrimoniais, de acordo com a legislação vigente.

Subsistema de Controlo Interno

Subsistema de Controlo Interno – SCI – Controle da aplicação de normas,


procedimentos e legislação aplicáveis à administração orçamental, financeira e
patrimonial do orçamento do Estado.

Integração dos Subsistemas

 Elaboração das Propostas do Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP), Plano


Económico e Social (PES) e Orçamento do Estado (OE);
 Execução do Orçamento do Estado;
 Administração do Património do Estado;
 Avaliação da Gestão do Orçamento e do Património do Estado.

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Conclusão

Nos anos recentes existem esforços notáveis para a colocação de mecanismos e


instrumentos que facilitam processos mais estruturados de planificação e orçamentação
em Moçambique

No geral estas políticas e estratégias do combate à pobreza pode-se concluir que


visavam um mesmo intuito que é a ir radicação da pobreza em Moçambique com maior
enfoque na maximização dos objectivos do milénio. Os PARPA’s visam a eliminação
da pobreza absoluta através das áreas como: A Educação, a Saúde, a Agricultura e
Desenvolvimento Rural, a Infra-estrutura Básica, a Boa Governação, a Gestão
Macroeconómica e Financeira, tidas como prioritárias na ir radicação da pobreza
absoluta em Moçambique bem como para a ligação entre Moçambique e outros países,
através da cooperação e política externa.

O controlo das despesas públicas registou melhorias nos últimos 4 anos, com a
implementação da plataforma e-SISTAFE, que permite rastrear todas as transacções
realizadas no período em causa,  através de um sistema de segurança fiável. E pode-se
considerar que a Administração Pública moçambicana passou a ter nova dinâmica na
gestão financeira do Estado ao aprovar o SISTAFE (Sistema de Administração
Financeira do Estado).

Contudo, a Contabilidade de Gestão na actualidade globalizada, ostenta um papel cada


vez mais determinante na adequada gestão dos gastos públicos. Neste sentido, a reforma
da Contabilidade Pública, iniciada nos ano 90 veio tornar este sistema obrigatório nas
várias entidades públicas no Mundo, caso particular Moçambique. Para que se possa
perceber exaustivamente o SISTAFE, é preciso que a contabilidade pública
moçambicana tenha consistência, comparabilidade, materialidade e oportunidade.

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Referencias Bibliográficas

Dye, Thomas D. (1984) .Understanding Public Policy. Englewood Cliffs, N.J.:


Prentice-Hall.

Governo de Moçambique, 2009. Cenário Fiscal de Médio Prazo 2010-2012, Maputo:


Ministério de Planificação e Desenvolvimento.

Lynn, L. E. (1980). Designing Public Policy: A Casebook on the Role of Policy


Analysis. Santa Monica, Calif.: Goodyear.

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS (2002). A Economia Moçambicana Contemporânea.


Ensaios. Gabinete de Estudos do Ministério das Finanças. Maputo.

Mead, L. M. (1995) “Public Policy: Vision, Potential, Limits”, Policy Currents,


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Congresso.Maputo.

Peters, B. G. (1986).American Public Policy. Chatham, N.J.: Chatham House.

Peters, B. G. (1998) "Review: Understanding Governance: Policy Networks,


Governance, Reflexivity and Accountability by R. W. Rhodes", Public Administration
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