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INTRODUÇÃO

Entretanto, este termo foi recentemente empregado no setor público, e desde então, tem se
mostrado útil e eficiente na organização de processos destinados a dirigir e atingir a
accountability dentro das Entidades Públicas.

A Corporate Governance no setor público, refere-se especificamente ao conjunto de regras,


controles, políticas e resoluções implementadas para direcionar o comportamento dos
gestores públicos.

ORIGEM E EVOLUÇÃO

Robert Monks inconformado com a passividade dos acionistas e com práticas oportunistas
dos executivos das corporações dos EUA,

Seguindo para 1992, com o objetivo de definir as responsabilidades de conselheiros e


executivos, visando à prestação responsável de contas e transparência em atenção aos
interesses legítimos dos acionistas, o Reino Unido constituiu um comitê que produziu o
Relatório Cadbury. Esse relatório subsidiou a atuação mais ativa por parte dos investidores,
fortaleceu a comunicação entre os stakeholders e ampliou a atuação do governo no mercado,
além de substanciar uma nova autorregulamentação. Portanto, desde este ano tem-se os
Códigos de Corporate Governance pelo mundo. Sendo a primeira década do século XXI,
marcada pela adesão em massa das boas práticas de governança corporativa e regulação legal
categórica, com a presença dos princípios da boa governança: transparência, equidade,
prestação de contas e responsabilidade corporativa (Andrade, 2022).

CONCEPTUALIZAÇÃO

O conceito CG está atrelado a possíveis conflitos de interesse, limitações cognitivas e


técnicas, que podem vir a ocorrer dentro da alta administração das empresas. Neste contexto,
a CG é tida como o conjunto de mecanismos que abrange praticamente todas as esferas da
administração, desde planos de ação e controles internos, até a medição de desempenho e
divulgação corporativa, consistindo na preservação, otimização e maximização da geração de
valor no longo prazo para a empresa, facilitando o seu acesso a recursos e contribuindo para a
qualidade da instituição, sua longevidade e o bem comum (Silveira, 2010, como citado em
Ferreira et al., 2019).
O objecto central dos sistemas de CG não é o de intervir na autonomia das instituições mas,
ao contrário, pretende equilibrar a competitividade e produtividade da empresa com uma
gestão responsável e transparente da mesma.

Circunstâncias históricas, condições sociais, legais e económicas levaram a formação de


modelos específicos de governança corporativa em cada país, e esses modelos variam de
acordo com a estrutura legal das instituições, sistemas de relatórios e etc.

MODELOS DE GC

- Modelo Latino-Americano

O modelo Latino-Americano às vezes chamado de modelo outsider, é utilizado no Reino


Unido, Estados Unidos da América, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, etc e caracteriza-se
pela forte escassez de capital e tendência de aumento de acionistas

Um insider é uma pessoa que trabalha em uma corporação ou está ligada à administração da
empresa, enquanto um outsider, é uma pessoa ou organização não relacionada a empresa em
que é convidada a desempenhar funções específicas. Logo por ser um outsider não busca
nenhum benefício pessoal

- Modelo Alemão

Segundo Mostepaniuk (2017), o modelo Alemão de governança corporativa é usado na


Alemanha, Áustria e Suíça, no entanto, alguns elementos desse modelo são usados na
Holanda, Bélgica e França.

O conselho administrativo controla e avalia de forma independente as atividades


operacionais, enquanto o conselho fiscal nomeia e destitui os membros do conselho de
administração, portanto, é proibido participar dos dois conselhos ao mesmo tempo;

- Modelo Japonês

Neste sentido, os objetivos da corporação são formados para a satisfação das necessidades
dos acionistas, acompanhadas da promoção dos interesses governamentais

Portanto, de acordo com os modelos, supramencionados, a CG é aplicável a qualquer tipo de


instituição, seja em cooperativas, organizações privadas, e obviamente, em Instituições do
setor público,

CG NO SETOR PÚBLICO
A figura 4 (em anexo) mostra a separação das funções executivas e legislativas de governo,
uma vez que o Parlamento (legislatura) tem autoridade para financiar a aquisição e uso de
recursos de todo o sector público, sendo o governo (executivo) eleito responsável pelos
recursos específicos, planeamento, direcção e controlo das operações deste sector. A
legislatura tem o direito e a responsabilidade de manter o governo responsável pela gestão e
atividades. Uma das vias para viabilizar esta responsabilidade, é através de auditorias e
relatórios elaborados pelo auditor legislativo (Revisores Oficiais de Contas ou empresas de
auditoria).

A figura 5 (em anexo) apresenta a percepção da CG diagramáticamente e ilustra a relação


existente entre todos os elementos da governança e, assim, a necessidade de os integrar
eficazmente para atingir a boa governança. Também é possível observar através dessa figura,
a dificuldade de balancear todos estes elementos nalgum ponto do tempo, e a todo o tempo, e
fornecer o “mix” apropriado de conformidade e performance (Marques, 2007).

Assim, com base nessas dimensões refere-se que a boa governança no setor público tem a
função de garantir que os resultados pretendidos para as partes interessados sejam definidos e
alcançados; garantir que esses resultados sejam de interesse público em todos os momentos, o
que implica um comportamento de integridade, demonstrando um forte compromisso com os
valores éticos e respeitando o estado de direito. Entretanto, isso só é possível devido a
aplicação correta dos diversos princípios da CG.

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