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Síntese do artigo: GOVERNANÇA E COMPLIANCE COMO VETORES DE

CONDUÇÃO DE UMA NOVA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, de Davi Valdetaro


Gomes Cavalieri.

Aluno: Marcus Vinícius Andrade Dolabela

Introdução

No artigo intitulado Governança e Compliance como Vetores da


Condução de uma Nova Administração pública, o autor Davi Cavalieri busca
desenvolver um estudo sobre a governança pública e o compliance, buscando
examinar de que forma estes instrumentos podem contribuir para a melhoria da
administração pública.

O autor inicia o artigo citando o declínio do Brasil no Índice de


Percepção da Corrupção, que se refere a um relatório elaborado pela
Transparência Internacional em 2020. Em seguida, o autor questiona como
reaproximar o poder público da sociedade civil e como evitar fraudes e
corrupção na administração pública. Para tentar responder este
questionamento, o autor desenvolve um estudo, a partir de um levantamento
de referências bibliográficas, sobre as ideias de Governança e Compliance.

Origem e Conceito do termo “Governança”

O autor, dialogando com a obra Transparência, compliance e práticas


anticorrupção na Administração Pública de Ana Flávia Messa, introduz este
tópico afirmando que o conceito de Governança é um termo multifacetado,
possuindo diversos significados de acordo com o contexto em que é inserido.
Para melhor expor o conceito, o autor faz um levantamento bibliográfico
demonstrando a conceituação do termo Governança a partir de fontes diversas,
como apresentado por Ana Flávia Messa, pelo Instituto Brasileiro de
Governança Corporativa, pela Governança Europeia – Livro branco, Banco
Mundial e cita um histórico realizado pelo Tribunal de Contas da União.

O conceito surgiu na iniciativa privada, mas pode ser aplicado às demais


instituições, como mostra o autor:

[...] o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são


dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos
entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de
fiscalização e controle e demais partes interessadas. As boas práticas
de governança corporativa convertem princípios básicos em
recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de
preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da
organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a
qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem
comum. (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, 2015, p. 20
apud CAVALIERI, 2020, p. 78).

O autor conclui afirmando que apesar do caráter difuso e multifacetado,


existe a similaridade na medida em que busca pelo aperfeiçoamento das
pessoas e das instituições.

A Governança na Administração Pública

Neste tópico, o autor vai buscar compreender como a ideia da


governança pode ser aplicada ao setor público, fazendo um levantamento
bibliográfico e demonstrando como outros países fazem uso e trabalham como
a ideia de governança, como a Austrália, Canadá, Estados Unidos e Nova
Zelândia. Em complemento, o autor desenvolve como a governança foi sendo
aplicada no Brasil, focando nos dispositivos jurídicos e na administração
pública.

De acordo com Nardes, Altounian e Vieira (2018), governança aplicada


ao setor público, ou simplesmente governança pública, pode ser entendida
como a capacidade que os governos têm de avaliar, direcionar e monitorar a
gestão das políticas e serviços públicos, objetivando o efetivo atendimento das
necessidades e demandas da população. (apud CAVALIERI, 2020, p.81).
No Brasil, o conceito de governança foi ganhando força na década de
90, a partir das privatizações e da Reforma Administrativa, resultando na
eficiência como princípio constitucional da Administração pública. Para
exemplificar, o autor cita a “Administração Digital” e as audiências públicas.

Em termos de marco jurídico, o autor comenta sobre a Lei


Anticorrupção, o Decreto nº 9203 de 2017, o sistema de governança criado
pela Advocacia-Geral da União por meio da Portaria nº 414, de 2017 e da Lei
Geral de Proteção de Dados (LGPD), demonstrando assim, a consolidação da
ideia de governança nos institutos jurídicos brasileiros.

Na conclusão deste tópico, o autor vai além ao afirmar que:

Estabelecido o marco legal, é preciso salientar que as inovações


normativas possuem importância, mas, por si só, não são capazes de
resolver os problemas institucionais que assolam o país. Isso porque
a governança aplicada ao setor público vai muito além de uma
mudança legislativa, institucional ou na forma de gestão: trata-se de
uma mudança comportamental e de mentalidade de toda uma
sociedade, à luz dos preceitos da governança pública como
participação social, transparência e confiança. (CAVALIERI, 2020,
p.85).

Compliance Público
Neste tópico, o autor vai explorar o significado de compliance e buscar
compreender como o conceito se aplica ao poder público e se associa com a
ideia de governança. O significado de compliance é conformidade, obediência,
cumprimento, adequação. No campo das relações institucionais, significa agir
conforme as normas, as leis e aos regulamentos.

De acordo com Cueva (CUEVA; FRAZÃO, 2020), são instrumentos de


governança tendentes a garantir que as políticas públicas sejam elaboradas e
executadas com maior eficiência. No âmbito da Administração Pública, tais
programas devem ser voltados para uma mudança cultural e comportamental,
por meio de padrões de conduta a serem observados por todos os agentes
públicos, prevenindo a ocorrência de situações de quebra de integridade. (apud
CAVALIERI, 2020, p. 86).
Portanto, são programas que buscam promover um trabalho ético nas
instituições públicas. Para que seja bem aplicado, o autor cita alguns
elementos importantes:

a) Comprometimento da alta direção: comprometimento do alto escalão


do Poder Executivo.
b) Instância responsável pelo programa de compliance: criação de um
órgão independente com agentes autônomos.
c) Gestão de riscos: Alinhamento com a gestão estratégica da
Administração Pública.
d) Estrutura das regras e instrumentos: elaboração de um código de
ética e código de conduta.
e) Estratégias de monitoramento contínuo: criar mecanismos de
aplicação e verificação.

O autor conclui este tópico afirmando que os programas de compliance


não devem ser apenas formalidades, mas devem ser seguidos à risca, pois o
compliance é uma ferramenta garante a legalidade do serviço público.

Conclusão

Na conclusão, o autor ressalta a importância da ideia de Governança


Pública e do compliance, enquanto instrumento próprio, para uma gestão mais
eficiente, transparente e democrática.
Referências Bibliográficas

CAVALIERI, Davi Valdetaro Gomes. Governança e compliance como vetores


de condução de uma Nova Administração Pública. In: DAL POZZO, Augusto
Neves; MARTINS, Ricardo Marcondes (Coord.). Aspectos controvertidos do
compliance na Administração Pública. Belo Horizonte: Fórum, 2020. p. 77-92.
ISBN 978-65-5518-044-2.

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