Você está na página 1de 14

Justificativa

Diante da diversidade de normas e procedimentos a que está sujeita a administração de uma


empresa, as atividades desenvolvidas em cada empresa e entidade, verifica-se, em muitos casos,
uma carência de procedimentos padronizados e previamente estabelecidos, resultando na execução
das atividades de forma pessoalizada. Sendo assim, nota-se a necessidade de orientação para a
implementação e adequação dos controles internos das empresas e entidades, como forma de
auxiliar, controlar e aperfeiçoar a aplicação dos recursos que a empresa dispõe, evitando
desperdícios, além de minimizar a ocorrência de irregularidades. Em uma organização moderna,
em que se exige que seus vários setores façam parte de um único todo, reunindo esforços coletivos
para alcançar melhores resultados, tornase inconcebível a inexistência de um setor atento às
oportunidades de melhorias que possam eventualmente surgir. Os administradores responsáveis
pelos seus setores, porém, sem tempo disponível ou mesmo condições técnicas para verificar in
loco o que se passa com as pessoas, procedimentos e valores sob sua supervisão, necessitam se
certificar de que tudo funciona de acordo com o planejado. Por estas 10 razões, a atividade de
auditoria interna passou a fazer parte de uma organização moderna. As empresas, expandindo cada
dia mais suas atividades, inaugurando novas filiais, diversificando e aumentando sua produção,
adquirindo novos compromissos junto à comunidade, fornecedores, clientes e colaboradores,
despertam preocupações no sentido de controlar e obter informações através de pessoas
independentes daquelas que executam as tarefas. É nesta hora que o auditor interno age como um
consultor de negócios atento às novas tendências do mercado em que a empresa atua, procurando
participar de forma significativa no desenvolvimento de estratégias de ação em um ambiente
competitivo, buscando melhores resultados para a organização. No contexto atual, o movimento da
economia mundial vem modificando os fatores determinantes da competitividade. Além disso, a
busca por novos clientes esta mais disputada cada vez mais surge mais novas organizações de
sucesso, tornando obsoletas aquelas incapazes de se adaptar a este novo ambiente

1.3 Hipótese

As empresas que apresentam maior transparência administrativa financeira, através da


implementação de controle de Auditoria tem seu valor de mercado alavancado.

1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivo Geral:

O objetivo geral desta pesquisa consiste em descrever e mostrar os impactos positivos e negativos
na auditoria interna no processo decisório nas organizações.
1.4.2 Objetivos Específicos:

Demonstrar como os processos de Auditoria Interna elevam o valor de mercado nas empresas.

1.2 Apresentação do Problema

Vários autores procuram mostrar o papel da auditoria interna na gestão das organizações. Almeida
(2003) citado por Barreto (2017, p. 2) defende que a auditoria interna tem um papel importante
para as organizações, uma vez que ajuda a eliminar desperdícios, simplificar tarefas, 3 apoiar à
gestão e transmitir informações aos administradores sobre o desenvolvimento das actividades
executadas. Na opinião de Lopes (2010) citado por Ferreira (2014, p. 35) a auditoria interna é uma
componente relevante para gestão interna da organização, visto que age de forma benéfica e eficaz
na procura de uma correcta gestão de recursos, sendo alicerçada em evidências e proporcionando
aos gestores a correcta valoração das técnicas utilizadas na gestão da organização. Verifica-se, pois,
que a auditoria interna como instrumento de gestão e fiscalização faz com que as suas observações
sejam úteis e essenciais na procura de uma adequada gestão de recursos (Dutra, et al¸2017). Moura,
Lopes, Barbosa (s/d, p. 2) referem que “inúmeras são as razões que configuram a auditoria interna
como necessária, principalmente quando se aborda o sistema de forma integrada, preservando a
organização contra riscos e fraudes, em todos os processos”. Estes autores consideram ainda que a
auditoria interna agrega valor ao resultado da organização, apresenta um aperfeiçoamento nos
processos da gestão e do controle interno, por meio de recomendações e soluções. No contexto
moçambicano, o reforço dos mecanismos de auditoria interna enquadra-se no processo da Reforma
do Sector Público que teve a sua maior expressão com o lançamento da Estratégia Global da
Reforma do Sector Público – EGRSP (2001-2011). Com a reforma, pretendia-se, que o sector
público fosse transparente, tanto no que diz respeito à utilização dos bens e recursos públicos, bem
como no que se refere aos procedimentos e melhoria no sistema de prestação regular de contas
(CIRESP, 2001). Para tal, foram traçados os seguintes objectivos: i) assegurar a regularidade e
abrangência das acções de auditoria e dos exames financeiros; ii) elaborar legislação que
modernize os instrumentos e procedimentos da gestão financeira pelas unidades de administração
directa e institutos públicos do Estado (CIRESP, 2001). 4 Estes objectivos foram reforçados com as
acções que tinham sido definidas para a Fase II da Reforma do Sector Público (RSP) que previam a
“consolidação da auditoria interna nos ministérios, províncias, distritos e municípios” (ANFP,
2006, p. 21). Durante a implementação das actividades concernentes a FASE II, o governo realizou
em 2008 o balanço da implementação do Programa da RSP. Em termos de resultados, este balanço
apontou para a melhoria da eficiência da gestão financeira do Estado, a supervisão e prestação de
contas na administração pública (MFP, 2009). De igual modo, o Balanço da Estratégia Global da
Reforma do Sector Público (BEGRSP) realizado em 2012 apurou que, com a implementação das
reformas registou-se resultados significativos, dos quais, o fortalecimento da capacidade do Estado
de promover uma gestão rigorosa dos fundos públicos, através de um sistema de planificação,
orçamentação e execução orçamental íntegro e eficaz (MFP, 2012). Estes resultados foram
atingidos devido a implementação de um conjunto de medidas, incluindo a auditoria interna (MFP,
2012). Para melhor implementação dos objectivos da reforma, foi lançada a Estratégia Reforma
Desenvolvimento da Administração Pública – ERDAP (2011-2025) que apresenta grandes desafios,
dos quais o reforço da integridade, transparência e combate a corrupção na Administração Pública,
cuja evolução foi antecedida por reformas que visam reduzir os níveis de corrupção e desvios dos
fundos públicos, com destaque para a Lei nº 9/2002 de 12 de Fevereiro que cria o Sistema de
Administração Financeira do Estado (SISTAFE), uma plataforma eletrónica que permite o
estabelecer e harmonizar regras, procedimentos de programação, gestão, execução e controle dos
recursos públicos. Conjugado a esta Lei, destaca-se o Diploma Ministerial 169/2007, de 31 de
Dezembro que aprova o Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos
(MAF), documento que apresenta as principais normas de gestão orçamental, financeira,
patrimonial, contabilísticas e de controlo interno. 5 Ainda no contexto da Reforma do Sector
Público em Moçambique, foram aprovados vários instrumentos legais para a flexibilização das
actividades e melhoria da gestão de finanças públicas, com destaque para o Decreto nº 5/2016, de 8
de Março, que aprova o Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas,
Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado. Este decreto tem como objectivo
principal melhorar a transparência dos processos de contratação para a prestação de serviços por
terceiros, estabelecendo níveis aceitáveis de confiança do cidadão perante a Função Pública. Apesar
do quadro acima nos conduzir para uma indicação de melhoria dos processos relacionados com
gestão nas organizações públicas, o fortalecimento de mecanismos institucionais e aprovação de
um pacote de legislação visando assegurar a integridade, o combate a corrupção e uma maior
responsabilização e prestação de contas na administração pública, a prática mostra que os
instrumentos e mecanismos legais acima indicados e no caso concreto da auditoria interna ainda
não constituem um meio eficaz e eficiente para o controlo da má gestão, sobretudo no que concerne
ao desvio de fundos nas instituições públicas. Esta situação ficou evidente aquando da publicação
nos últimos anos pela media2 de alguns casos de má gestão e desvio de fundos, o que mostra que
ainda há fragilidades no processo de auditoria interna nas organizações públicas. Dutra et al. (2017,
p. 2) explica que, “os principais problemas que atingem as organizações públicas são os desvios,
erros e fraudes, que são denominados de corrupção, procedimento este que está relacionado com a
falta de controle adequado sobre um determinado processo, implicando em um conjunto de actos
que provocam a utilização indevida do processo e dos recursos pertencentes às entidades públicas,
seja para benefício próprio ou de terceiros”. 2 Vide em:
http://www.verdade.co.mz/tema-de-fundo/35-themadefundo/61121-ma-gestao-de-milhoes-de-
meticaisna-maior-unidade-sanitaria-de mocambique;
http://www.verdade.co.mz/destaques/democracia/63505-ministeriopublico-requer-acareacao-dos-
reus-acusados-de-desvio-do-dinheiro-do-fda. 6 Uma ideia idêntica foi defendida por Macuane
(2013, p. 101) ao referir que, “uma das causas de desvio de fundos públicos está, certamente, na
fraqueza dos mecanismos de controlo interno no sector público”. É neste contexto que este trabalho
procura se situar e responder a seguinte questão: Até que ponto a auditoria interna desempenha um
papel importante no processo de gestão no FUNAE?

1.3 Objectivos do Trabalho

1.3.1 Objectivo Geral

Este trabalho tem como objectivo geral compreender o papel da auditoria interna no processo de
gestão no FUNAE no período de 2012 a 2017.

1.3.2 Objectivos Específicos

Este trabalho é composto pelos seguintes objectivos específicos:  Descrever os procedimentos de


auditoria interna no FUNAE;  Analisar a autonomia dos técnicos na realização de auditoria interna
no FUNAE;  Analisar a influência da auditoria interna no processo de gestão no FUNAE.

1.4 Justificativa

A informação publicada nos últimos anos sobre o desvio de elevadas somas do dinheiro público e a
incessante violação dos princípios legalmente instituidos para a gestão dos fundos do Estado
despertou o interesse no desenvolvimento de uma pesquisa sobre auditoria interna, procurando
compreender o seu papel na gestão das organizações públicas. 7 Sabendo que a maioria das
organizações públicas em Moçambique tem ao nível da sua estrutura interna um mecanismo de
controlo dos processos financeiros, contabilísticos e patrimoniais, procuramos questionar, por que é
que a má gestão e o desvio de montantes significativos do dinheiro do Estado continuam mesmo
com a realização de auditoria interna, que é por sinal uma ferramenta que pode visualizar a
possibilidade de ocorrência de erros e irregularidades. Além disso, são poucos estudos que abordam
a questão da auditoria interna no contexto moçambicano, principalmente o seu papel na gestão das
organizações públicas. Escolhemos o FUNAE como o local de estudo por ser por um lado uma
organização pública dotada de autonomia administrativa e financeira, o que permite arrecadar e
administrar as suas receitas e realizar as despesas. Por outro, por financiar ou prestar apoio
financeiro a diversos projectos e empreendimentos de produção e disseminação de técnicas de
produção, distribuição e conservação de energia nas suas diversas formas, conforme o definido em
uma das suas atribuições no Decreto n.o 24/97 de 22 de Julho, que cria o FUNAE. Desta feita, é
possível entender que o FUNAE tem desafios na gestão dos recursos ao seu dispor. Por outro lado,
as reportagens de má gestão e desvio de fundos em outros fundos públicos3 mostraram que haviam
fragilidades na realização da auditoria interna, isto também motivou-nos para entender se de facto a
auditoria interna realizada no FUNAE consegue contrariar cenários desta natureza. Para este estudo
escolhemos o período de 2012 a 2017. Escolhemos o ano de 2012 porque recorremos a informação
que consta no Balanço da Estratégia Global da Reforma do Sector Público que avançava que com a
implementação da EGRSP (2001-2011) registou-se melhorias significativas na gestão dos recursos
públicos, maior responsabilização, integridade e transparência no processo de prestação de contas a
todos os níveis, influenciadas em parte pela auditoria interna. Por isso, nos interessa entender em
que medida este facto ocorre no FUNAE. 3 Como é o caso do Fundo de Desenvolvimento Agrícola
(FDA). 8 Escolhemos o ano de 2017, porque nos permite colher dados importantes e actualizados
sobre o nosso objecto de estudo.

1.5 Hipótese

Silva e Menezes (2005, p. 86) definem a hipótese como sendo uma suposição colocada como
resposta plausível e provisória para o problema de pesquisa. A hipótese é provisória porque poderá
ser confirmada ou refutada com o desenvolvimento da pesquisa (Silva e Menezes, 2005). Como
resposta provisória da pergunta de partida acima apresentada, formulamos a hipótese que orientou
esta pesquisa e se expressa da seguinte forma: A auditoria interna desempenha um papel importante
na inibição de irregularidades, erros e comportamentos maximizadores nos processos de gestão do
FUNAE. A variável independente exprime-se pela auditoria interna em desempenhar um papel
importante e a variável dependente inibição de irregularidades, erros e comportamentos
maximizadores nos processos de gestão no FUNAE.

1.2 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA

Auditoria interna tem como objetivo verificar a correta execução de processos e controles internos
da empresa. Para Attie (2007) além de examinar os processos e controles da organização, deve dar
apoio gerencial para o administrador, através de análises, recomendações e informações referentes
aos processos verificados. Os objetivos da auditoria interna são de examinar a integridade e
fidedignidade das informações financeiras e operacionais e a forma como são tratadas, se os
sistemas estabelecidos estão obedecendo aos planos e leis. A auditoria deve, também, verificar se
os recursos estão sendo utilizados adequadamente, examinar programas e operações, averiguar se
os resultados esperados estão sendo alcançados e a forma como estão sendo executados, deve
informar o resultado da auditoria aos administradores e certificar que as correções sugeridas foram
efetuadas (ATTIE, 2007). Mais que medir e corrigir processos e controles da organização a
auditoria 13 interna tem como objetivo a gestão corporativa e análise de riscos. Sobre esse novo
enfoque da auditoria interna, Lélis e Pinheiro (2012) comentam que a atividade de auditoria traz
nova contribuição para as organizações devido à visão com foco nos riscos do negócio e gestão
corporativa. Para Pamponet (2009, p.03) “[...] Auditoria pode ser entendida como uma ferramenta
de apoio à gestão através da avaliação, melhoria e fortalecimento de fluxos de processos
organizacionais e dos controles internos efetivos e aplicáveis.”. Ou seja, através de verificação e
melhoria dos processos internos e dos controles, a auditoria auxilia a administração na gestão de
riscos e gestão corporativa. Esta pesquisa aborda a opinião de quem está diretamente envolvido
com o processo de auditoria, e se para essas pessoas envolvidas, auditores internos e auditados , as
melhorias propostas pelo objetivo da auditoria acontecem de fato. Este trabalho não tem como
objetivo constatar possíveis melhorias nas normas de auditoria interna, mas apenas verificar e
comparar a perspectiva dos auditores internos e dos auditados sobre as práticas de auditoria interna,
a eficácia dos trabalhos, as recomendações de melhoria, a ajuda na gestão de riscos entre outras
práticas de auditoria interna. Com o crescimento de uma empresa, surge a necessidade de
segregação de funções, ou seja, o administrador ou sócio não tem mais controle sobre os processos
e andamento das atividades dentro da organização, esse contexto gera aumento na gestão de riscos,
o que motivou à escolha do tema que está diretamente ligada à estratégia da empresa, a gestão de
riscos. Para Attie (2007) o objetivo da auditoria interna é a avaliação, exame, verificação e
comprovação de que processos e controles internos estejam sendo realizados de forma eficaz,
adequada e íntegra e ainda está diretamente ligada a gestão de riscos, auxiliando a administração no
cumprimento dos objetivos da empresa. Para Lelis (2010) a auditoria interna é continua e permite
que os administradores conheçam a eficácia dos processos e controles da empresa, e não o
mercado. Além disso, age preventivamente, ao rastrear um processo ou controle errado,
recomendando sua modificação, evitando problemas e punições futuras. A motivação da escolha
em examinar e comparar a perspectiva dos auditores e auditados, foi justamente verificar se os
objetivos e a funcionalidade da auditoria interna estão sendo alcançados na visão de quem trabalha
na organização e se está diretamente ligada aos procedimentos, ou seja, se na prática a auditoria 14
traz benefícios para os administradores e para as pessoas que trabalham nas áreas auditadas. Com
base na delimitação do tema de pesquisa proposto, a questão de pesquisa para o estudo é: Qual é a
ótica dos auditores internos e dos auditados sobre a funcionalidade da auditoria interna em
empresas da região da cidade de Caxias do Sul? A questão de pesquisa levou em consideração a
delimitação do tema, e se os objetivos e funcionalidades da auditoria interna estão sendo
alcançados, devido a importância da auditoria na gestão da organização.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral

Analisar sob a ótica dos auditores internos e dos auditados a funcionalidade da auditoria interna em
empresas da região da cidade de Caxias do Sul.

1.3.2 Objetivos específicos

– Examinar se os objetivos da auditoria interna foram alcançados na visão dos auditores internos e
dos auditados. - Averiguar se na opinião dos auditados e dos auditores internos a auditoria interna
contribuiu para a melhoria dos processos e controles das áreas auditadas. - Comparar a opinião dos
auditores e dos auditados em relação ao alcance dos objetivos propostos pela auditoria interna
1.1. Caracterização do problema

Segundo Rezende e Favero (2004, p.4) toda empresa é criada com objetivo de gerar
lucros e, para que tenha um correto sistema contábil, necessitará de um controle mais efetivo
no que diz respeito à informação gerencial. O Controle Interno fará este trabalho, ou seja,
estará monitorando as operações da empresa a fim de que as informações sejam geradas com
confiabilidade.
Infelizmente a informação contábil apresentada pela grande maioria das empresas brasileiras
está direcionada unicamente para atendimento das exigências fiscais (usuário alvo-governo).
Desta forma, percebe-se que a maioria dos profissionais é aparentemente míope no que diz
respeito à informação gerencial. (FAVERO et al, 1995, p. 14)
Vale dizer que há uma estreita relação entre o sucesso na função de gerenciamento das
operações e dos destinos da empresa e o grau de confiabilidade dos seus controles e das
informações disponíveis aos seus níveis gerenciais. (ANDRADE, 1999, p.45)
O conselho de administração e/ou o cargo máximo na hierarquia das organizações são
detentores dos poderes de governança, logo, constitui a autoridade máxima no gerenciamento
dos riscos dos negócios, e a eles é atribuída à responsabilidade pelo seu monitoramento, bem
como pelas ações a serem adotadas contra os mesmos, ou seja, a implantação do sistema de
controle interno.
O controle interno é uma ferramenta de suma importância [...] e tem o objetivo de
proteger os bens de prejuízos decorrentes de fraudes ou erros involuntários; assegurar a
validade e integridade dos dados contábeis utilizados pela gerência na tomada de decisões;
promover a eficiência operacional da empresa dentro das normas estabelecidas. (REZENDE e
FAVERO, 2004, p.1)
Supõe-se que a auditoria interna, utilizando-se de suas funções características, com
independência, pode exercer um papel importante na melhoria dos controles internos de uma
organização, uma vez que se observa que as responsabilidades da auditoria interna permeiam
a supervisão do processo de controle de interno na gestão da organização, a facilitação da
comunicação entre os auditores independentes da empresa com a alta administração, o
gerenciamento dos riscos corporativos, compliance [conformidade] com leis e regulamentos,
prevenção e apuração de fraudes entre outras atividades.
Logo, entende-se que a área de auditoria interna de uma organização, no exercício das
suas funções e responsabilidades possa melhorar e manter o controle interno das
organizações.
1.2. Objetivo da pesquisa

O propósito desta pesquisa é obter e analisar dados primários e secundários que


permitam verificar a melhoria dos controles internos da empresa estudada por meio da
implantação, ou existência, de uma área de Auditoria Interna, focalizando nos resultados das
ações por ela realizada.

1.3. Questões a serem investigadas

Nesta pesquisa são consideradas as questões relativas à contribuição da auditoria


interna na gestão de recursos organizacionais. Para isso se fez necessário conceituar controle
interno e auditoria interna; Determinar a inter-relação do controle interno com a auditoria
interna; Investigar a importância e o valor do controle interno; Investigar a importância e o
impacto das ações da auditoria interna nas instâncias estratégicas e executivas de uma
organização; Identificar as contribuições que possam ser oferecidas pela auditoria interna às
instâncias estratégicas e executivas de uma organização bem como para sua governança e a
melhoria dos controles internos.

1.4. Relevância da pesquisa

THEOPHILO (1998) ressalta que a pesquisa contábil deve ser incentivada e dirigida
para conhecer-se melhor as necessidades de informações dos usuários, o comportamento dos
mercados; enfim, os diversos fenômenos que permeiam seus objetivos, através da utilização
de estudos empíricos. Neste sentido observa-se a importância que esta pesquisa traz ao
conhecimento da comunidade militante do controle interno nas organizações, bem como a
evidenciação empírica dos benefícios que uma Área de Auditoria Interna pode trazer a uma
organização.
A relevância desta pesquisa pode ser determinada pelo aspecto pessoal, profissional,
acadêmico e social.

1.4.1 Pessoal

No campo pessoal esta pesquisa busca minimizar as angustia de seu pesquisador


quanto ao tema, uma vez que as visões e entendimentos por parte do pesquisador, referentes à
auditoria interna vão além de simples “compliance” com leis, normas e regulamentos, sejam
eles internos ou externos a Organização. Assim, os vislumbra diante da possibilidade de
utilizá-lo como ferramenta para melhorar o controle interno nas organizações em geral.
Em uma pesquisa faz-se importante definir o posicionamento ético do pesquisador ao
projeto, logo pode-se citar Vázquez (1999) que explicita: “O valor ético como teoria está
naquilo que explica, e não no fato de prescrever ou recomendar com vistas à ação em
situações concretas”.

1.4.2 Profissional

Esta pesquisa pretende agregar valor aos profissionais de auditoria interna, controle
interno, contabilidade e administradores no que tange ao conhecimento do papel de uma Área
de Auditoria Interna nas organizações e a influência deste ao processo de controle interno e de
gestão de recursos organizacionais.

1.4.3 Acadêmico
Esta pesquisa visa contribuir com o meio acadêmico por ser um tema moderno, e que
não se têm conhecimento da existência de muitas obras referenciadas da teoria e a prática
da auditoria interna no Brasil. Não obstante o
processo de controle interno também é um tema importante na administração das
organizações, fazendo-se necessário, maiores pesquisas científicas. Portanto crê-se ser
importante esta pesquisa para o meio acadêmico, entretanto não se pretende esgotar a busca
científica com esta pesquisa.

1.4.4 Social

Vislumbra-se a importância desta pesquisa para a sociedade, uma vez que responde
as indagações aos gestores e executivos (leiam-se os administradores e profissionais das
organizações) sobre a importância da auditoria interna; e, sendo mais abrangente pode-se
dizer que a sociedade como um todo, se beneficia com a melhoria do processo de controle
interno nas organizações, visto que nos dias de hoje, por meio delas é que se distribuem as
riquezas e os bens para a própria sociedade.
Outro fator importante é a avaliação e a manutenção dos controles internos, uma vez
que esses controles servem para prevenir ou detectar, na maioria das vezes, as causas das
fraudes ocorridas nas organizações, conforme mostra estudo realizado pela firma de
auditoria KMPG (2003) onde demonstra, percentualmente, por quais maneiras as fraudes
foram descobertas.

Você também pode gostar