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12/02/2021 Teorias da Administração e Fundamentos da Gestão Pública

TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO E
FUNDAMENTOS DA GESTÃO PÚBLICA
CAPÍTULO 2 - QUAIS OS INSTRUMENTOS E
MECANISMOS DE CONTROLE QUE
CARACTERIZAM A GESTÃO PÚBLICA?
Anderson Rafael Nascimento

INICIAR

Introdução

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Você já sentiu uma desarmonia entre o que os governantes fazem e o que a sociedade deseja?
Imaginamos que sim, pois muitas vezes o mundo político e a esfera pública passam a atuar de
maneira independente dos anseios sociais. Essa questão nos aponta para a necessidade de controle
sobre a ação da gestão pública, pois com isso é possível aproximar o desejo da sociedade e a ação
dos governos. Além disso, permite também corrigir eventuais desvios e até mesmo a corrupção que
corrói nosso sistema público.
Dessa forma, controle e gestão pública são elementos complementares, tanto em uma dimensão de
alcançar os meios desejados pela sociedade, quanto no controle dos fins para que o governo faça o
que a sociedade deseja. Isso passa pela ideia de burocracia, que estipula um mecanismo racional de
controle, mas passa também por elementos externos que estão atentos aos atos dos governos.
Nesse capítulo você entenderá como funcionam essas diferentes formas de controle, desde os
mecanismos mais republicanos como a fiscalização e os freios e contrapesos entre poderes, até
mesmo os mecanismos mais avançados de controle interno como controladoria e ouvidorias.
Vamos em frente para entender os controles na gestão pública. Siga firme! 

2.1. Os poderes da administração pública


O Estado moderno se divide em estruturas que podem ser pensadas a partir de um corpo. Usando
essa metáfora, podemos pensar que o Legislativo cumpre a função da cabeça, que planeja os passos
a serem dados e que está acima do corpo. O Executivo representa os braços e as pernas que
conduzem o corpo e seus movimentos. O Judiciário, por sua vez, é o córtex cerebral cuja função é
julgar o que é certo ou errado. Assim como em um corpo, essas partes convivem e se relacionam.
Vamos analisar como se dá o relacionamento dessas partes e o papel do gestor nesse processo.

2.1.1 O papel do gestor público diante dos poderes da administração pública


São muitos os controles que são exercidos por um gestor público e o Brasil tem aprimorado os
mecanismos para evitar e corrigir distorções e corrupção. Há, contudo, um longo caminho ainda pela
frente. Nessa sessão você irá conhecer alguns conceitos sobre o controle governamental. Iniciamos
com o principal que é o entendimento do controle da sociedade sobre o governo que pode ser feito
de forma direta, mas que também pode usar as estruturas institucionais de controle. Nesse capítulo
apresentaremos também como ocorre o controle e as relações entre os poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário. 

2.1.2 A sociedade e o controle da gestão pública


O ato da gestão pública está compreendido em um tempo e em um espaço, mas não se pode perder
de vista as raízes históricas de cada localidade, nem a projeção futura das consequências de cada
ação. Para o nível do empreendimento comunitário e mesmo dos limites municipais, o gestor público
é o agente responsável por criar perenidade nos projetos políticos demandados pela sociedade.

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Afinal de contas, quem são os gestores em qualquer estrutura governamental? Por exemplo, um
prefeito é um gestor público? Um vereador é um gestor público? Um secretário de governo é um
gestor público? O presidente é o gestor público? Os gerentes de repartições são gestores públicos?
Todos são gestores públicos, pois são agentes estatais.

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Figura 1 - As
audiências públicas e a participação é uma importante forma de escuta das demandas da
sociedade. Fonte: sirtravelalot, Shutterstock, 2018.

Os gestores das organizações sociais ou organizações não governamentais são gestores públicos?
Análises realizadas para essas organizações (REZENDE, 2008; SCHMIDT, 2008) demonstram que
pela difusão do controle público esses cargos não poderiam ser considerados gestores. Isso aponta
a direção que o gestor público é o agente público que projeta ações com base no interesse da
coletividade e que é passível de controle social e de tutela burocrática. 

VOCÊ QUER LER?

O texto “Controle Social nas Políticas Públicas”, é um bom resumo para compreender o controle
social e sua importância. Como a autora diz, “o controle social pode ser realizado tanto no momento
da definição das políticas a serem implementadas, quanto no momento da fiscalização, do
acompanhamento e da avaliação das condições de gestão, execução das ações e aplicação dos
recursos financeiros destinados à implementação de uma política pública” (SERAFIM, 2008, p. 1).
Leia na íntegra em:
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<http://epsm.nescon.medicina.ufmg.br/dialogos3/Biblioteca/Artigos_pdf/Controle_Social_das_politica
s_publicas-REPENTE_Instituto_Polis.pdf
(http://epsm.nescon.medicina.ufmg.br/dialogos3/Biblioteca/Artigos_pdf/Controle_Social_das_politicas_publicas-
REPENTE_Instituto_Polis.pdf)>.

Assim, a formação do gestor deve contemplar a política, pois ele precisa ser sensível para
compreender as demandas da sociedade e, sobretudo, os instrumentos da burocracia para saber
dialogar com as dimensões de controle e a estrutura permanente do Estado.
Assim, os primeiros tipos de controle de qualquer gestor público que se curvam são o social e o
burocrático, pois isso define as distinções e as relações entre governo e administração pública.
Sobre o controle burocrático, Max Weber (1966) desenvolveu a ideia de um modelo ideal de
funcionamento de qualquer organização e o nomeou como burocracia.

VOCÊ O CONHECE?

Max Weber é considerado um dos pais da sociologia. Ele constrói o conceito de burocracia como
resultado de uma série de pesquisas realizadas desde o campo da sociologia das religiões até o
entendimento das relações campesinas de trabalho.

Para ele, a administração pública deveria idealmente seguir alguns princípios (destacamos os mais
importantes):
 
o negócio oficial é conduzido com base em conhecimento empírico;
o dever do funcionário de fazer algo é estabelecido de forma impessoal;
o funcionário tem autoridade necessária para cumprir sua função;
a hierarquia é estabelecida de forma vertical, ou seja, cada posto de trabalho está associado a
uma chefia;
a renda e os negócios privados são cuidadosamente separados das questões públicas;
todas as ações devem ter critérios de formalismos.
 
Talvez ao ler esses princípios você tenha ficado em dúvida sobre algumas coisas. O importante é
perceber que diversos deles são cotidianos, ainda mais quando lidamos com a questão da gestão
pública. Por exemplo, quando falamos que um funcionário público só pode ser selecionado via
concurso é com base no primeiro princípio. Além disso, o excesso de papel nas repartições públicas
tem relação com o último princípio, já que todos os atos devem ser formalizados.

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Por fim, a criação desse modelo por parte desse sociólogo levou em conta uma perfeita distinção
entre a esfera do público e do privado. Esse aspecto nem sempre é nitidamente distinguido no caso
brasileiro, pois aqui, em muitos casos, o Estado é usado como forma de alçar os interesses do grupo
dominante acima de todos os outros cidadãos.

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Figura 2 - A
forma burocrática de gestão pressupõe uma estrutura hierárquica e comando único que muitas
vezes é demonstrada pelos organogramas. Fonte: Shutterstock, 2018.

Uma distinção importante que pode nos auxiliar na compreensão do conceito de administração
pública é uma pretensa dicotomia entre técnica e política. Alguns autores de maneira errônea
simplificam a administração pública como a parte técnica da gestão, enquanto os mandatários ficam
com a parte política.
Importante destacar, assim como fez Keinert (2007) em um estudo referencial sobre a administração
pública no Brasil, que o que se coloca desta maneira é o fato de que todos os processos, querendo
ou não, são políticos, inclusive a sua implementação. Portanto, a atividade da administração pública
é sempre uma atividade de caráter político.
Essa dicotomia nos auxilia, mas não resolve e pode atrapalhar a compreensão de estratégias
participativas, pois poderia nos levar a conclusões errôneas de que os administradores públicos são
responsáveis e detentores de uma técnica e, com isso, podem deixar a esfera política de lado.
Assim, é legítimo que um novo governo altere algumas questões da forma como a administração
pública funciona e, além disso, que modifique sua forma de governar. Ele trará também, junto
consigo, as pessoas que sustentem um projeto político vitorioso. Essas pessoas serão também
representantes desse grupo em diferentes momentos e instituições, inclusive nos conselhos de

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políticas públicas. Essas serão aquelas que defenderão o posicionamento do governo em relação às
temáticas debatidas nos conselhos e trarão outras pautas que foram sustentadas no processo
eleitoral.
Nesse sentido é que são agentes políticos e responsáveis por encaminhar as questões debatidas no
nível do conselho para a estrutura técnica e permanente da máquina pública. Assim, seria
fundamental que, como uma forma de valorizar o espaço conquistado, a interlocução entre governo
e sociedade seja mediada por pessoas com poder de realizar e encaminhar as demandas esperadas.
Portanto, aqui verificamos a relação entre o controle burocrático que pode ser exercido pela
estrutura permanente das organizações públicas e os governos que ficarão por um determinado
período de tempo.

2.1.3 O governo no Poder Executivo e sua relação com o Legislativo e o Judiciário


O governo é uma estrutura temporária para a coordenação do aparato do Estado, remetendo
diretamente à ideia de algo que é demarcado no tempo. Entretanto, essa ideia não pode ser
compreendida sem dois conceitos associados a ela: primeiro, a noção sobre a separação de poderes;
e, segundo, a questão da escolha dos governos.
A Constituição de 1988 traz em seu Artigo 2o o princípio da divisão de poderes. “são poderes da
União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário” (BRASIL,
1988). O princípio consiste em “confiar cada uma das funções governamentais (executiva, legislativa
e jurisdicional) a órgãos diferentes” (SILVA, 2000, p. 112). Cada um dos poderes possui uma função
“predominante que o caracteriza como detentor de parcela da soberania estatal, além de outras
funções previstas no texto constitucional” (MORAES, 2001, p. 365).
Nossa Constituição de 1988 expressou a independência e a harmonia necessária entre os poderes
para o controle do Estado. Independência significa que a entrada e a permanência das pessoas em
um poder não depende da vontade dos outros poderes. Além disso, a ação de um poder não
depende de consulta e nem de autorização do outro. Por fim, cada poder é livre para organizar seu
funcionamento, sempre com base no princípio da legalidade. A harmonia, por sua vez, é respeito que
cada poder deve ter para com as prerrogativas do outro poder.
Contudo, essa harmonia não é absoluta, pois existem exceções e a existência de interferências. São
elas que vão dar as medidas de força no sistema de freios e contrapesos. Dessa forma, a harmonia
resulta da busca incessante pelo equilíbrio, pela superação do arbítrio e do desmando de um poder
se sobrepondo a outro.
Quando falamos que o governo tem uma dimensão temporária não fizemos referência ao tamanho
dessa temporalidade, assim, podemos nos perguntar: seria importante que um juiz do trabalho
ficasse em uma cidade ou região por apenas um ano? Nesse caso é importante que a estrutura de
justiça tenha uma dimensão mais permanente, mas claro que as trocas são sempre possíveis e
podem ser importantes para o desenvolvimento da estrutura de justiça. Fizemos essa pergunta
justamente para começarmos a pensar sobre a tensão entre estruturas mais perenes e outras que
devem ser alteradas com o passar do tempo, para refletir sobre as mudanças sociais que podem
causar.

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Nosso exemplo trouxe o caso de um juiz do trabalho propositadamente para demonstrar que este
ator também faz parte do Estado e, portanto, é um servidor público e pode até mesmo ser um gestor
se assumir funções de coordenações em um tribunal, por exemplo. Além disso, o exemplo permite
demonstrar também a relação entre poderes, pois o Poder Judiciário faz parte do Estado, que tem
também o Poder Legislativo e o Poder Executivo. Vamos conceituar um pouco mais sobre esses
poderes e, principalmente, a relação entre eles.
O Poder Legislativo é responsável pelo estabelecimento de normas gerais e abstratas que regem a
vida em sociedade. Portanto, é essa instância que estabelece as leis, que são comandos concretos
voltados para pessoas indeterminadas. O Legislativo está presente nas três esferas de governo
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios), porém com pequenas alterações para cada uma, ou
seja, para o Legislativo municipal votamos no vereador, para o estadual votamos no deputado
estadual, já para o nível federal temos uma estrutura bicameral na qual votamos no deputado federal
e nos senadores. Além da elaboração das leis, cabe ao Poder Legislativo fiscalizar o Poder Executivo
e os seus atos.
O Poder Executivo consiste em agir e aplicar aquilo que a lei manda. Podemos dizer que todo aquele
que compra uma mercadoria irá pagar o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias – ICMS. Isso é
uma lei. Todavia, cobrar de uma pessoa específica o valor correspondente ao imposto é um ato
executivo. Portanto, o Poder Executivo executa as ações de governo e comanda a máquina do
Estado com base nas leis (legalidade).
O Poder Judiciário corresponde à função jurisdicional e dirime possíveis controvérsias que surgem na
aplicação da lei e na garantia do cumprimento dela. Em suma, a função do Judiciário é aplicar de
forma definitiva a lei.
Quando falamos em temporalidade ou como nomeamos cotidianamente os mandatos, nos referimos
especificamente ao Legislativo e ao Executivo, que são eleitos como nossos representantes no
momento da eleição.

2.2. A responsabilidade fiscal e o gestor público


Nessa seção debateremos a Lei de Responsabilidade Fiscal e os seus instrumentos. Essa lei foi
fundamental para criar um padrão nos procedimentos orçamentários e de prestação de contas por
parte dos órgãos públicos. Além disso, esta lei buscou consolidar também a dinâmica de prestação
de contas e transparência dos gastos públicos, o que facilita o controle social. 

2.2.1 A Lei 101/2000 e o papel do gestor público


O cuidado fiscal deve ser o pilar de qualquer administração pública, pois instabilidades
orçamentárias e financeiras podem prejudicar o cidadão no seu dia a dia e, sobretudo, gerar
descrédito da função do Estado. Com isso, a responsabilidade fiscal ganhou importância desde o
início do último século e leis específicas para evitar esses prejuízos. A Lei de Responsabilidade
Fiscal, Lei n. 101/2000 (BRASIL, 2000), é a principal iniciativa nesse sentido, pois consolidou um
mecanismo de transparência, controle e responsabilização. Vamos estudar um pouco mais sobre ela.

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2.2.2 Breves explicações sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF


No início do século XXI, o Brasil ainda buscava a consolidação de sua estrutura macroeconômica e,
sobretudo, um maior controle sobre os gastos governamentais. Esse foi o contexto de surgimento da
Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei n. 101/2000) que passou a estabelecer parâmetros para os
gastos públicos dos entes federativos: União, estados e municípios.
Em outro sentido, essa lei buscou ampliar o processo de transparência nos gastos públicos e, assim,
fomentar o maior controle social dos governantes. Portanto, diante desse novo quadro legal e,
sobretudo, na tentativa de consolidar a estrutura financeira do país, cabe ao gestor público executar
seu papel em uma perspectiva de zelo técnico e fomento à transparência pública para ampliar o
controle do Estado pela sociedade.
Os parâmetros instrumentos da LRF para controle dos gastos públicos, estipulados por ela mesma,
estabelecem o limite de gasto com pessoal e para o endividamento das organizações públicas.
Dessa forma, a partir dessa lei, nenhum governante pode criar uma nova despesa continuada
(aquelas que permanecem por mais de dois anos) sem indicar sua específica fonte de receita ou sem
reduzir outras despesas já existentes. Essa foi uma tentativa de controlar a criação de despesas sem
a devida receita evitando deixar restos a pagar para outras gestões. Nos anos de eleição, os
mecanismos de controle dessas despesas continuadas ficam ainda mais fortes, por exemplo: 

as operações de crédito e a antecipação de receita orçamentária (ARO) fica impedida;


proibição de contrair despesa que não possa ser paga no mesmo ano. Assim, as despesas só́ podem
ser transferidas se houver disponibilidade de caixa; 
proibido aumentar a despesa de pessoal nos Poderes Legislativo e Executivo nos 06 meses antes do
final do mandato dos chefes do Poder Executivo.

O gasto com pessoal passou a ser regulado por alguns percentuais das receitas, buscando criar uma
relação entre o que se gasta e o que se arrecada, conforme a Lei n. 101/2000, Artigo 19 (BRASIL,
2000). 

União: até 50% da receita corrente líquida pode ser utilizada para pagamento de pessoal (37,9% para
o Poder Executivo, 6% para o Judiciário, 2,5 % para o Poder Legislativo, incluindo o Tribunal de
Contas, 3% para custeio de despesas do DF e de ex-territórios federais e 0,6 % para o Ministério
Público da União); 
Estados: os limites máximos para gastos com pessoal podem chegar a 60% da Receita Corrente
Líquida (49% para as despesas de pessoal do Executivo, 3% para o Poder Legislativo, incluindo o
Tribunal de Contas, 6% para o Poder Judiciário e 2% para o Ministério Público); 
Municípios: os limites máximos para gastos com pessoal não podem ultrapassar 60% da Receita
Corrente Líquida (54% para o Executivo e 6% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas). 

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Quando o governante constatar que esses limites estão sendo ultrapassados, ele terá o prazo de 08
meses para correções e alterações. Caso esses excessos continuem a existir mesmo após esse
prazo, o governante poderá sofrer penalizações. 

2.2.3 A transparência e o controle possibilitado pela LRF


Apontamos anteriormente que além do parâmetros de funcionamento da administração pública, a
LRF colaborou também com o processo de transparência dos gastos públicos e, por isso, a
sociedade pode utilizar desses mecanismos para o controle do governo. Isso não tem relação só com
os maus governantes, mas pode ser também uma forma de beneficiar os governantes zelosos com a
coisa pública, que podem receber benefícios eleitorais ou mesmo relações de parcerias mais
confiáveis com agentes do mercado e da sociedade civil.
De acordo com a LRF, a cada quatro meses terá que ser publicado o Relatório de Gestão Fiscal que
vai informar, em linguagem simples e objetiva, as contas de todas as esferas de governo. Os entes
públicos deverão garantir amplo acesso público aos relatórios de gestão, inclusive por meio da
internet e de portais de transparências. 

VOCÊ QUER LER?

Para exemplificar alguns meio de promover a transparência pública veja o site do Portal da
Transparência da União disponível em: <www.portaltransparencia.gov.br/
(http://www.portaltransparencia.gov.br/)>. Há alguns portais da transparência estaduais:

Distrito Federal <www.transparencia.df.gov.br (http://www.transparencia.df.gov.br/)>;


Goiás <www.transparencia.go.gov.br/ (http://www.transparencia.go.gov.br/)>;
Roraima <www.transparencia.rr.gov.br/ (http://www.transparencia.rr.gov.br/)>.
Há também exemplos de portais da transparência municipais:
Campos dos Goytacazes (RJ) <https://transparencia.campos.rj.gov.br/
(https://transparencia.campos.rj.gov.br/)>;

Ipaussu (SP) <http://www.transparenciacidadao.com.br/?idCidade=14


(http://www.transparenciacidadao.com.br/?idCidade=14)>;

Sete Lagoas (MG) <http://transparencia.setelagoas.mg.gov.br/ (http://transparencia.setelagoas.mg.gov.br/)>.

A Lei de Responsabilidade Fiscal prevê penalização, responsabilização do gestor pelos atos em que
houver descumprimento das normas que estabelece e como exemplos de sanções institucionais,
aquelas que incidem sobre o Estado ou o município, temos:

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Quadro 1 - Sobre a Lei de


Responsabilidade Fiscal. Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de BRASIL, 2018c.

Há também as sanções pessoais previstas em uma lei ordinária, a Lei de Crimes de


Responsabilidade Fiscal (Lei n. 1079, de 10 de abril de 1950). Segundo essa lei, os governantes
poderão ser punidos, por exemplo, com perda de cargo, proibição de exercer emprego público,
pagamento de multas e até prisão (BRASIL, 1950).
A fiscalização dos descumprimentos da Lei de Responsabilidade Fiscal é uma atribuição
administrativa do Tribunal de Contas da União, dos estados e dos municípios. Contudo, a aprovação
do parecer do tribunal será submetida ao Poder Legislativo. Essa é mais uma demonstração da
relação entre poderes que trabalhamos no tópico anterior sobre o poderes do Estado. 

2.2.4 A accountability e a gestão pública 


A Lei de Responsabilidade Fiscal foi o último estágio de um ciclo de reformas da administração
pública realizado durante a década de 1990. A maior parte dessas reformas serão estudadas na
seção seguinte. Contudo, é importante, para esse momento, compreendermos o conceito de
accountability, que está muito associado à responsabilidade fiscal e ao gerencialismo. Esse conceito
ainda não tem uma tradução adequada para o português, mas ele expressa um processo que passa
pela ideia de uma relação entre os beneficiários de um determinado serviço público, a tomada de
decisão sobre o melhor serviço e os resultados alcançados.
De forma geral, o conceito de accountability busca criar uma relação de prestação de contas dos
atos realizados pela administração pública e um constante diálogo com os envolvidos nas políticas
para a melhor aplicação dos recursos. Esse conceito tem raízes na ideia de eficiência e no controle
gerencial dos meios para alcançar os resultados desejados pela população em geral.
Portanto, essa ideia buscou responder à crise gerada pelo atendimento deficiente ao cidadão por
parte do Estado, ou seja, os usuários dos serviços públicos, além de mostrarem nível elevado de
insatisfação com a qualidade no atendimento, passaram também a exigir a prestação de um serviço
de qualidade. Dessa forma, fica estabelecida uma ponte entre a realização do serviço e os interesses
que este serviço envolve.

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Esse contexto deu margem para a transferência de serviços que antes eram feitos em entidades
estatais para outras organizações (empresas, fundações, organizações não governamentais) e
permitiu a criação de parâmetros para o funcionamento dessas relações. Os contratos foram os
mecanismos utilizados para normatizar essa relação e, com isso, estipular resultados nos quais as
organizações conveniadas deveriam se pautar. Portanto, a ideia de accountability está associada à
visão de uma outra forma administrativa, menos burocrática e mais pautada pelos resultados do que
pelo meio. Com isso, cria-se uma intenção de qualidade de serviços e, principalmente, agilidade
nesses serviços.
Os mecanismos participativos podem ser um importantes tipos de escuta da sociedade em geral
para alcançar esses resultados mais próximos do que a sociedade espera. Esses mecanismos podem
ser também fonte de controle dos atos governamentais, possibilitando, assim, uma maior aderência
do Estado aos interesses da sociedade. O Brasil evoluiu muito em termos dessa participação e do
funcionamento desses mecanismos. Exemplos como Conselhos de Políticas Públicas, Comissões
bipartites, Fóruns Participativos, Audiências Públicas são cada vez mais comuns no cotidiano da
administração pública e isso demonstra o interesse em aproximar, cada vez mais, os beneficiários do
processo de tomada de decisão. 

CASO
O gestor de uma Unidade de Saúde percebeu uma grande diminuição dos
atendimentos pediátricos em sua unidade. Aquilo o deixou intrigado, pois
percebeu, a olhos vistos, que não havia uma diminuição dos nascimentos,
portanto, do público-alvo de sua pediatria. Ao mesmo tempo, a prefeitura do
município aumentou o salário dos médicos pediatras, ou seja, o gestor verificou
que estava tendo uma despesa maior para um resultado menor. Resolveu,
então, passar a investigar o porquê dessa diminuição.
Em um primeiro momento procurou a Ouvidoria do município para verificar se
existiam queixas em relação à Unidade ou até mesmo em relação aos médicos.
Não encontrou nada. Em seguida, passou a conversar diariamente com sua
equipe médica, mas também não conseguiu encontrar algo que explicasse a
diminuição.
Certo dia, o gestor teve uma ideia: ir até o Conselho de Saúde do município
para verificar se lá existia alguma hipótese. Na reunião do Conselho ouviu
algumas opiniões sobre a Unidade de Saúde e a desconfiança que as pessoas
tinham de que lá não havia um bom atendimento.
Contudo, a melhor ideia dada pelos Conselheiros foi a de que o gestor fosse até
outros órgãos da prefeitura para ouvir a opinião dos munícipes. O gestor foi,
então, até a escola do bairro e até o Centro de Referência da Assistência Social.
Ao começar a ouvir os munícipes, ele ficou sabendo sobre as mudanças de
linhas de ônibus na cidade de forma que era muito mais fácil para as pessoas
irem até o centro do que ter um ônibus circular no bairro.

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Diante desses relatos, o gestor em parceria com a Educação e a Assistência


Social convocou uma audiência pública para dialogar com os munícipes e ouvir
formas de melhoria dos serviços públicos. O gestor passou a promover ações
para que as pessoas tivessem maior confiança em sua Unidade de Saúde e
conseguiu alterar rotas dos ônibus para criar uma maior circulação no bairro,
evitando uma sobrecarga dos serviços públicos do centro da cidade.
Esse é um exemplo de accountability, pois foi por meio do diálogo e da
prestação de contas que os serviços puderam ser melhorados, gerando maior
aproveitamento dos recursos públicos.

A Lei de Responsabilidade Fiscal regulamenta a necessidade de audiências públicas para


apresentação e prestação de contas do Orçamento. Essa pode ser uma forma de valorização da
participação da sociedade no processo de controle do Estado. Entretanto, além da prestação de
contas, as instâncias de participação social podem também ser momentos para captar demandas da
sociedade e, consequentemente, impactar no processo de planejamento orçamentário e das ações
de governo. Essa é mais uma demonstração do papel da Lei de Responsabilidade Fiscal no cotidiano
da administração pública. 

2.3. A Reforma do Aparelho de Estado no Brasil


Em meados da década de 1990, a administração pública passou por mais uma reforma na tentativa
de dotar o Estado de maior capacidade operativa, fazendo com que ele se aproximasse ainda mais
do interesse público. Foi a chamada Reforma Gerencial do Estado, que adotou estratégias e modelos
usados em outros países do mundo.

2.3.1 O Estado brasileiro entre a estabilização econômica e a Constituição Federal


Na década de 1980, período anterior à Constituição Federal de 1988, o mundo passou por inúmeras
crises econômicas e o Brasil, inserido nessa dinâmica, optou por tentativas de políticas de
estabilização econômica. Tal escolha criou bases para a predominância de uma tendência
economicista nas propostas de reformas administrativas do Estado, fato contraditório à tendência da
Constituição recém aprovada. A Constituição normatizou uma série de direitos e garantias do ponto
de vista das políticas sociais e, também, para os servidores públicos. Abrucio (2007, p. 69) destaca
três pontos inovadores na Constituição Federal de 1988:

em primeiro lugar, a democratização do Estado, que foi favorecida com o fortalecimento do controle
externo da administração pública, com destaque, entre outras mudanças, para o novo papel
conferido ao Ministério Público (MP). Neste aspecto está, também, o reforço dos princípios da
legalidade e da publicidade;

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a descentralização foi outra demanda construída nos anos de luta contra o autoritarismo e que
ganhou enorme relevância na Constituição de 1988. Após 20 anos de centralismo político,
financeiro e administrativo, o processo descentralizador abriu oportunidades para maior
participação cidadã e para inovações no campo da gestão pública, levando em conta a
realidade e as potencialidades locais. Impulsionadas por esta mudança, várias políticas
públicas foram reinventadas e disseminadas pelo país;
propôs-se, ainda, completar a chamada reforma do serviço civil, por meio da profissionalização
da burocracia. Nesta linha, houve ações importantes, como o princípio da seleção meritocrática
e universal, consubstanciada pelo concurso público. Em consonância com este movimento, o
Executivo federal criou, em 1986, a Escola Nacional de Administração Pública (Enap), num
esforço de melhorar a capacitação da alta burocracia.

Contudo, todo o avanço do texto constitucional à época foi realizado em um período de recessão
econômica mundial com o predomínio de uma nova onda liberalizante (neoliberalismo), influenciada
pelo “Consenso de Washington”, que pregava a desregulamentação e a soberania dos mercados
frente aos Estados.

VOCÊ QUER LER?

Veja essa matéria feita pelo Mundo Educação (PENA, [s/d]) explicando o “Consenso de Washington”.
Fique atento para as recomendações desse documento e reflita sobre as relações delas com o que
estamos estudando aqui. Acesse e leia em:
<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/consenso-washington.htm
(http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/consenso-washington.htm)>.

Naquela época, a questão da governabilidade assumiu posição de destaque, uma vez que
considerou como fator de instabilidade, ou ingovernabilidade, o sistema federativo proposto pela
Constituição, pois era descentralizado e impreciso na distribuição de competências. Essa
incapacidade decorreu, durante meados da década de 1990, principalmente, do entendimento da
incapacidade do Governo Federal em levar a termo seus compromissos fiscais e monetários de
reajuste econômico, ou seja, o pêndulo da descentralização voltou a ser guiado pelo interesse da
centralidade na União.
O desdobramento desse período pós-constituinte foi a criação do Ministério da Reforma do Estado –
MARE, instituição que capitaneou todos os esforços e discursos para uma gestão pública
gerencialista, com os princípios da new public management.

VOCÊ SABIA?

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New Public Management foi uma tendência de prestação do serviço público a partir
da utilização de instrumentos e técnicas empresariais, como o da Qualidade Total. As
promessas centrais desse padrão de funcionamento do Estado atacavam “o excesso
de procedimentos e a baixa responsabilização dos burocratas frente ao sistema
político e à sociedade” (SANO; ABRUCIO, 2008, p. 64).

Essa visão gerencialista está apoiada na crise do modo de produção fordista da sociedade
contemporânea e no discurso empreendedorista. No primeiro aspecto, durante a década de 1980 e
1990, inexistia a possibilidade da manutenção das taxas de lucros e receitas que o mundo
encontrava anteriormente. Para superar esse modelo, emergiu um novo modo de produção
denominado flexível, que combinava taxas variadas de emprego, produção e consumo maximizando
os ganhos e investimentos do capital (PAULA, 2008). Grande parte desses discursos gerencialistas
foram realizados associados ao contexto de uma teoria japonesa da produção (“toyotismo”).
Além da visão flexível, ganha destaque também a visão empreendedora de sociedade. Nessa visão,
Paula (2008, p. 45), nas análises dos principais documentos de apoio ao período gerencialista, aduz
que “a cultura empreendedorista é definida como o conjunto de condições que promovem altos
níveis de realização nas atividades econômicas do país, no campo da política e do governo, nas áreas
de artes e ciências e também na vida privada”.
Com base nessas duas visões, acumulação flexível e empreendedorismo, inicia-se um movimento de
nome “reinventando o governo”. De uma forma geral, o gerencialismo e o movimento “reinventando
o governo”, segundo Paula (2008, p. 56), baseiam-se nas seguintes crenças:

 o progresso social ocorre pelos contínuos aumentos de produtividade econômica;


 a produtividade aumenta principalmente através da aplicação de tecnologias cada vez mais sofisticadas de
organização e informação;
 a aplicação das tecnologias se realiza por meio de uma força de trabalho disciplinada segundo o ideal de
produtividade;
  o management desempenha um papel crucial no planejamento e na implementação de melhorias
necessárias à produtividade;
 os gerentes têm direito de administrar.

Em suma, conforme Nascimento (2010), a consecução desses princípios levaria em conta que uma
sociedade democrática agiria racionalmente pautada por interesses públicos, baseados em técnicas
contábeis, econômicas e de administração. Ou seja, era um deslocamento de visões privadas para o
domínio da gestão pública. Esse foi o alicerce para a construção de todo o discurso da reforma
gerencial do Estado de 1995. Mais uma vez, assim como em outras reformas da gestão pública
(30/45 e 64/85), a dimensão sociopolítica ficou em segundo plano, sobrepujada pelas esferas
institucionais-administrativas e econômico-financeira.

2.3.2 A Reforma do Estado no Brasil

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A Reforma do Aparelho do Estado, ou Reforma Gerencial Brasileira, pautou-se, no primeiro


momento, pela preocupação por uma redução no tamanho do Estado e na restrição das atividades
estatais. Baseado nesses princípios, em 1995, o ex-ministro Bresser-Pereira apresentou o Plano
Diretor da Reforma do Estado (ENAP, 2001) por meio da medida provisória n. 19/98. 

VOCÊ O CONHECE?

Luiz Carlos Bresser-Pereira é economista, cientista social e professor da Fundação Getúlio Vargas,
FGV. Tem uma vasta produção em áreas como Administração Pública, Teoria das Organizações e
Economia. Foi ministro (1995-1998) do Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado
(MARE) e a principal referência para essa reforma do Estado. Todos os seus artigos (BRESSER-
PEREIRA, 2018) podem ser encontrados em: <http://www.bresserpereira.org.br/
(http://www.bresserpereira.org.br/)>.

Em suma, a reforma visava, segundo Pimenta (1998, p. 187), “dar maior autonomia de decisão ao
gerente público, distanciando-se das tendências autoritárias da burocracia e consolidando a
democracia também dentro das organizações públicas e não somente através do voto esporádico da
população”.
Para alcançar isso, Bresser-Pereira destaca três dimensões da reforma: institucional, gestão e
cultural. Segundo Pimenta (1998, p. 188), as três dimensões eram: 

A dimensão institucional-legal é composta pelas mudanças necessárias no arcabouço normativo e legal


da administração pública; a cultural é baseada na mudança de valores burocráticos para gerenciais; e a
dimensão-gestão colocada em prática às novas idéias gerenciais e oferece à sociedade um serviço
público efetivamente mais barato, mais bem controlado e com melhor qualidade.

Focando as próximas análises na questão da institucionalidade, a reforma gerencial do Estado teve como
linha de atuação a categorização das atividades do Estado em duas frentes: atividades exclusivas do Estado
e atividades não exclusivas do Estado. Paula (2008, p. 126) oferece explicações para esses diferentes tipos
de atividades:

Atividades exclusivas do Estado  – a legislação, a regulação, a fiscalização, o fomento e a formulação de


políticas públicas. Estas atividades pertencem ao domínio do núcleo estratégico do Estado, composto pela
Presidência da República e os ministérios;
Atividades não-exclusivas do Estado  – serviços de caráter competitivo e atividades auxiliares de apoio. Nos
serviços de caráter competitivo estão os serviços sociais (saúde, educação, assistência social) e científicos,
que seriam prestados pela iniciativa privada quanto pelas organizações sociais, que integram o setor público
não-estatal.

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O impacto disso foi uma estruturação que Bresser-Pereira (1998) apresenta da forma como vemos no
quadro a seguir.

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Quadro 2 - Estruturas pós-reforma.


Fonte: PAULA, 2008, p. 128.

Essas estruturas criaram uma maior capilaridade do que atualmente se entende por administração
pública, passando a agregar em seu contexto, também, as denominadas “Organizações Sociais”,
“Agências Reguladoras” e “Agências Executivas”.
Conforme Nascimento (2010), as Organizações Sociais (OS) buscavam, no discurso teórico, a
accountability governamental e a flexibilização da gestão pública como tentativa para a
desburocratização. A relação entre o Estado e uma entidade se inicia a partir de um contrato de
gestão que parametriza os níveis qualitativos e quantitativos dos serviços prestados pelas OS.
Nesses contratos, segundo Sano e Abrucio (2008, p. 66), as OS tinham algumas peculiaridades:
“seriam instituições de direito privado, habilitadas a celebrar contratos de gestão com o Estado, e,
em tese, deveriam ampliar os mecanismos de transparência e accountability”. Contudo, a crítica
desses autores, assim como a de outros (REZENDE, 2008; SCHMIDT, 2008), demonstra que a
dimensão do controle difuso é o grande dilema para ser resolvido nesse repasse do serviço público.

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Figura 3 - As
agências reguladoras atuam em diferentes ramos da área econômica. Fonte: Shutterstock, 2018.

As agências reguladoras, conforme Nascimento (2010), fazem parte do processo de


desconcentração de serviços públicos cuja finalidade é fiscalizar um determinado serviço de
interesse público. Entre esses setores, podemos citar: telecomunicações, cadeia produtiva do
petróleo, energia elétrica, recursos hídricos etc. As agências reguladoras se configuram como uma
autarquia especial federal, como a ANATEL, ANEEL, ANCINE, ANAC, ANTAQ, ANTT, entre outras.

2.4 A gestão pública e os mecanismos de controle


A gestão pública se difere da iniciativa privada, dentre outros fatores, pois os mecanismos de
controle ocorrem em diferentes fases da administração. Existem controles que podem ocorrer antes
mesmo de um ato se consolidar de forma que seja preventivo aos problemas que podem ocorrer.
Além disso, existem os controles posteriores que auditam as ações e os seus resultados. 

2.4.1 O comportamento do gestor diante do controle da Gestão Pública


A discussão sobre o controle sobre as políticas públicas no Brasil necessita ser contextualizada
dentro de uma discussão mais ampla, principalmente a partir das múltiplas formas de controle:
judicial, institucional e social. Nesse contexto, o gestor público precisa compreender as diferentes
formas de controle que incidem sobre o seu trabalho para responder de maneira adequada a cada

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controle. Em linhas gerais, os controles se dividem em interno e externo, pois dependem da fonte
desse ato, ou dentro da própria administração pública corrigindo eventuais desvios, ou externo
monitorando os atos do Executivo e coibindo ações corruptas. 

2.4.2 Controle institucional interno


Quando falamos em políticas públicas estamos privilegiando um olhar para o Executivo, que é quem
tem o mandato para ser o gestor dos recursos públicos, tanto do ponto de vista da arrecadação,
mas, principalmente, quanto do ponto de vista das despesas. Essa parcela do Estado tem, em
síntese, o poder da aplicação da lei, já que todos os seus atos devem seguir o princípio da legalidade.
Esse sistema de controle interno tem a sua finalidade expressa no Art. 74 da Constituição Federal
brasileira de 1988 (BRASIL, 1988), como vemos a seguir: 

I – avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, a execução dos programas de
governo e dos orçamentos da União; 
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto a eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da Administração Federal, bem c.omo a
aplicação de recurso públicos por entidades de direito privado; 
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como direitos e haveres da
União; 
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. 

Portanto, quando falamos em controle institucional estamos falando em formas de limitação do


poder decisório do governo por meio de mecanismos existentes no próprio Executivo.
Fundamentalmente, essa é uma esfera de correção e monitoramento interno do Executivo que
ocorre por meio de controladorias e das ouvidorias. 

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Figura 4 - A
controladoria atua de maneira preventiva e pode ser um parceiro na execução das políticas
públicas. Fonte: goodluz, Shutterstock, 2018.

De acordo com o site da Controladoria Geral da União – CGU (BRASIL, 2017), entende-se por
controladoria:

o órgão responsável por assistir direta e imediatamente ao Presidente da República quanto aos
assuntos que, no âmbito do Poder Executivo, sejam relativos à defesa do patrimônio público e ao
incremento da transparência da gestão, por meio das atividades de controle interno, auditoria pública,
correição, prevenção e combate à corrupção e ouvidoria. 

A CGU, que pode ter similares em outros níveis federativos, exerce função central e supervisão
técnica de órgãos interno que compõem o Sistema de Controle Interno e o Sistema de Correção e
das unidades de ouvidoria do Poder Executivo Federal, prestando a orientação normativa necessária.
Portanto, esse tipo de controle interno é o primeiro passo de toda a ação governamental e pode criar
mecanismos de correção ainda em ações administrativas e encaminhamentos internos. 

VOCÊ QUER VER?

Assista ao vídeo institucional em que a Controladoria Geral da União (BRASIL, 2012) explica sua
função no Controle Interno da Administração Pública Federal. A Controladoria Geral da União foi
criada em 2003 durante o Governo Lula e tinha como foco a defesa do patrimônio público e o

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incremento da transparência. O vídeo está disponível em: <http://www.youtube.com/watch?


v=-6kJNLUPyE4 (http://www.youtube.com/watch?v=-6kJNLUPyE4)>. 

A Ouvidoria é parte dos sistemas institucionais internos de controle. De acordo com o Guia de
Ouvidorias (PROCON, [s/d]), a Ouvidoria é uma área da organização que trata sobre as
manifestações dos cidadãos, sejam eles funcionários, fornecedores e consumidores, usuários ou não,
registradas sob a forma de reclamações, denúncias, sugestões, críticas ou elogios:

Seu principal objetivo é ser uma atividade institucional de representação autônoma e independente,
de caráter mediador, pedagógico, instrumental e estratégico, que acolhe as manifestações dos cidadãos
não solucionadas por outros canais de atendimento, que analisa e atua na busca de soluções, identifica
tendências para recomendar e orientar a organização, fomentando a promoção da melhoria continua
do processo de trabalho e a busca de soluções efetivas (PROCON, [s/d]).

Em outras palavras, a Ouvidoria é um setor dos órgãos públicos responsável por ser um canal
unificado de escuta e resposta para o cidadão. Cabe à Ouvidoria receber as demandas por
informação e articular a máquina pública para uma resposta ágil e suficiente.  

2.4.3 Controle institucional externo


Podemos dividir os controle institucional externo como formas de controle do executivo dentro do
próprio Estado. Entretanto, existe uma diferença entre esse mecanismo e controle judicial das
políticas públicas, que também é uma forma de controle externo, mas dessa vez dentro do Judiciário.
As formas de controle externo estão divididas entre Tribunal de Contas, Polícias e Poder Legislativo.
Vamos conhecer cada um deles agora.
Os Tribunais de Contas são cortes especializadas para a avaliação das contas públicas dos
diferentes níveis da federação brasileira. No Brasil, existem: o Tribunal de Contas da União, os
Tribunais de Contas dos Estados, o Tribunal de Contas do Distrito Federal e os Tribunais de Contas
dos Municípios. Em alguns estados da federação há apenas o Tribunal de Contas do Estado, que é
responsável pela análise das contas estaduais e municipais. Em outros, por sua vez, existem o
Tribunal de Contas do Estado e o Tribunal de Contas dos Municípios. Por fim, uma última
possibilidade é a existência do Tribunal de Contas do Estado e o Tribunal de Contas dos Municípios
específicos, sendo o caso de São Paulo e do Rio de Janeiro.
O Tribunal de Contas é um órgão autônomo. Apesar de ser um tribunal, o Tribunal de Contas não faz
parte do Poder Judiciário, uma vez que ele auxilia o Poder Legislativo na fiscalização dos gastos dos
Poderes Executivo, Judiciário e do próprio Legislativo. 

VOCÊ QUER VER?

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Veja esse vídeo institucional do Tribunal de Contas da União (AGÊNCIATCU, 2010). O TCU é uma
referência para o controle das ações governamentais, pois além de controlar e auditar as ações da
União, cuida também de recursos federais alocados em outras instância, portanto, é comum, por
exemplo, municípios e organizações não governamentais conveniadas com a União receberem
auditorias do TCU. Acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=gYqpLnFM_ao
(https://www.youtube.com/watch?v=gYqpLnFM_ao)>.

A maioria dos Tribunais de Contas divulga, em ano de eleição, em seus sites, listagens contendo os
nomes dos gestores públicos que tiveram contas rejeitadas em decisão definitiva, o dos que as
tiveram aprovadas pelos Poderes Legislativos e dos que tiveram parecer prévio emitido pelo próprio
Tribunal, recomendando a rejeição de suas contas pelo Legislativo.

O Tribunal de Contas encaminha essas listagens à Justiça Eleitoral (Tribunal Regional Eleitoral – TRE)
que pode, com base nelas, decretar a inelegibilidade do gestor. 

VOCÊ SABIA?
Todos os estados brasileiros têm tribunais de contas. Conheça alguns exemplos:
Ceará – <www.cge.ce.gov.br/ (http://www.cge.ce.gov.br/)>; Tocantins – <www.cge.to.gov.br
(http://www.cge.to.gov.br/)>; Piauí – <www.cge.pi.gov.br (http://www.cge.to.gov.br/)>; Alagoas –
<www.controladoria.al.gov.br (http://www.controladoria.al.gov.br/)>; Rio Grande do Sul –
<http://cage.fazenda.rs.gov.br/inicial>. Para conhecer o tribunal de contas do seu
estado use a sigla do seu estado a partir do site: <www.tce.SIGLA.gov.br>. 

O Departamento de Polícia Federal (DPF), ou simplesmente Polícia Federal (PF), é um órgão


subordinado ao Ministério de Justiça. A Constituição Federal atribui como função da PF exercer a
segurança pública para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, sobretudo exercendo atividades de Polícia Judiciária. A Polícia Federal (2016) tem como
uma de suas atribuições:

Apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e
interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras
infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme,
segundo se dispuser em lei. A polícia civil também pode exercer uma função de controle na medida em
que passa a ser acionada como polícia judiciária.

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Figura 5 - A
Polícia Federal ganhou maior notoriedade nos últimos tempos devido às suas operações de
combate à corrupção. Fonte: vasali, PTstock, Shutterstock, 2018.

Então, para sua ação ou investigação contra crimes e desvios contra a administração pública, a PF
precisa ser acionada pelo Ministério Público ou por vara competente.

VOCÊ QUER VER?

Assista uma notícia sobre a atuação da Polícia Federal faz operação contra corrupção na saúde do
Rio de Janeiro É interessante verificar que a atuação da polícia ocorreu com auxílio dos próprios
órgãos investigados (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2020). Acesse:
<https://www.youtube.com/watch?v=IzKOXjI2eI0 (https://www.youtube.com/watch?v=IzKOXjI2eI0)>.

Na sequência, veremos sobre o controle judicial das políticas públicas relacionadas ao Ministério
Público.

2.4.4 Controle judicial das políticas públicas


O controle judicial das políticas públicas pode ser exercido pelo Ministério Público, Defensoria
Pública ou pelo Judiciário. Trata-se de um controle a posteriori sobre legalidade dos atos
governamentais para saber se estão em conformidade com a norma legal que o rege. É também um
meio de preservação dos direitos individuais, pois visa garantir a observância da lei em cada caso
concreto, quando reclamada por seus beneficiários.
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Com a Constituição de 1988, o Ministério Público adquiriu nova configuração institucional. Segundo
o Artigo 127 do texto constitucional (BRASIL, 1988), o Ministério Público é uma instituição
permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica,
do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
A função do Ministério Público atua, dessa forma, para corrigir atos da administração que
desrespeitaram os direitos constitucionais do cidadão. O MP também atua com a correção de
eventuais omissões governamentais para a implantação efetiva de políticas públicas. Com esses
objetivos, o Ministério Público pode atuar por meio de ação civil pública ou inquérito civil. A Lei da
Ação Civil Pública, a Lei n. 7.347/85 (BRASIL, 1985), estabelece que qualquer pessoa poderá levar
ao Ministério Público informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil.
O inquérito civil é outra importante ferramenta do Ministério Público. Este é um procedimento de
natureza investigativa e de caráter administrativo presidido exclusivamente pelo Ministério Público,
conforme consta na Constituição Federal, Artigo 129, inciso III (BRASIL, 1988). Por meio dele
poderão ser requisitadas, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações,
exames ou perícias, no prazo que assinalar, que não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis.
Também no inquérito civil poderão ser expedidas notificações, ouvidas testemunhas, entre diversas
outras diligências.
As Defensorias Públicas também podem ser atores de ações civis públicas. Dentre algumas funções
da Defensoria listadas na Lei complementar n. 132/2009 (BRASIL, 2009) estão: 

  promover ação civil pública e todas as espécies de ações capazes de propiciar a adequada tutela dos
direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos quando o resultado da demanda puder beneficiar
grupo de pessoas hipossuficientes; 
  exercer a defesa dos direitos e interesses individuais, difusos, coletivos e individuais homogêneos e dos
direitos do consumidor, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal (BRASIL, 1988); 
  promover a mais ampla defesa dos direitos fundamentais dos necessitados, abrangendo seus direitos
individuais, coletivos, sociais, econômicos, culturais e ambientais, sendo admissíveis todas as espécies de
ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela;
  exercer a defesa dos interesses individuais e coletivos da criança e do adolescente, do idoso, da pessoa
portadora de necessidades especiais, da mulher vítima de violência doméstica e familiar e de outros grupos
sociais vulneráveis que mereçam proteção especial do Estado (Redação dada pela Lei Complementar n. 132,
de 2009).

Desta forma, pudemos entender melhor como funciona o controle judicial das políticas públicas no
Brasil e um pouco mais sobre a função do Ministério Público.

Síntese
Chegamos ao final deste capítulo e aprendemos muitas coisas sobre os instrumentos e os
mecanismos de controle que caracterizam a gestão pública. 
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
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entender que o Poder Executivo é controlado pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário;
entender que o Poder Executivo aplica a lei por meio de execuções das políticas públicas;
compreender que o Poder Legislativo é responsável pelo estabelecimento de normas gerais e
abstratas que regem a vida em sociedade;
compreender que o Poder Judiciário aplica a lei de forma definitiva decidindo sobre o controle
jurisdicional dos atos do Executivo e do Legislativo;
entender que os controles internos são aqueles que corrigem problemas e rotas no interior da
administração pública evitando ações de controle por parte de organismos externos (Tribunal de
Contas, por exemplo);
verificar que os controles externos são realizados pelo Poder Legislativo, Ministério Público, Tribunal
de Contas;
entender como a Lei de Responsabilidade Fiscal criou mecanismos de gestão financeira, controle
contábil e ações para a transparência para o Orçamento Público;
compreender como se deu a Reforma Gerencial da Administração Pública, que buscou pautar a
atuação no resultado, possibilitando maior margem de atuação do gestor/gerente;
entender que a partir da Reforma Gerencial se passou a distinguir atividades exclusivas e atividades
não exclusivas do Estado; 
entender que o controle social é exercido como discussões no momento da formulação da política e
na prestação de contas.

Referências bibliográficas
ABRUCIO, F. L. Trajetória recente da gestão pública brasileira: um balanço crítico e a renovação da
agenda de reformas. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, n. esp., p. 67-86, 2007.
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ACQUAVIVA, M. C. Teoria Geral do Estado. Editora Saraiva. São Paulo. 2000.
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