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Teoria das Relações Internacionais

Utopia e Realidade
Cap. I

Utopia Realismo
 é uma forma de reflexã o  Os realistas tendem a
subjacente à revolta contra o ter uma visã o
presente e o desejo de um antropoló gica
futuro melhor. pessimista sobre as
 Descreve uma sociedade possibilidades de se
imaginá ria onde os indivíduos estabelecerem
vivem nas condiçõ es político- relaçõ es de cooperaçã o
sociais que o autor acha ideais; está veis entre as
 O seu conteú do corresponde à unidades.
necessidade sentida pelo  É uma teoria estrutural
Definição Homem de transformaçã o e sobre a dinâ mica
criaçã o de um mundo melhor, competitiva de
a nível individual, mas acima distribuiçã o de
de tudo coletivo. capacidade de
materiais de poder
dentro de um sistema
aná rquico.
 É também uma teoria-
guia para a pá tica dos
decisores políticos e
diplomatas.
 Assume uma conceçã o
ontoló gica material-
naturalista e associal
das relaçõ es
internacionais. Ao
invés de assumir as
estruturas materiais e
de poder como
fenó menos sociais e
historicamente
construídos, o
Realismo olha para os
fatores de poder
material como
fenó menos naturais

Uma Teoria Realista da Política Internacional


Hans Morgenthau
Cap. II

Política Internacional:
É o termo usado para identificar as interaçõ es entre Estados além-fronteiras.
Sã o interaçõ es dirigidas diretamente pelos
Governantes ou pelos seus representantes.

Política Externa:
 É a política de um ator que tem um objetivo de proteger os seus interesses e
promover os seus valores vis-à-vis (face to face) com outros atores para alem das
suas fronteiras.
 É o conjunto de relaçõ es oficiais externas conduzidas por um ator independente
(normalmente um Estado) nas RI. Tem o objetivo de influenciar no sentido de
atingir os objetivos e interesses desejados e definidos pelos decisores (designados
também por defesa do interesse nacional).

A política Internacional está ligada as Interações.


Natureza humana -

 A teoria deve ser julgada por trazer ordem e significado a vá rios fenó menos sem se
desconectarem, devendo ser empíricos e ló gicos
 O problema das teorias é a diferença entre 2 tipos de escola com
conceitos/pensamentos diferentes sobre a natureza do homem.
1º escola acredita:

 Que a ordem política racional e moral deriva de vá rios princípios abstratos e


universalmente validos.
 Assume a bondade essencial e a maldade infinita da natureza humana, culpando o
fracasso na ordem social por haver falta de conhecimento e de compreensã o, de
instituiçõ es ou da isolaçã o de certos grupos.
 Confia na educaçã o, na reforma e no uso esporá dico da força para remediar esses
defeitos.
2º escola acredita:

 Que o mundo é imperfeito (do ponto de vista racional).


 É o resultado das forças e nã o é contra elas.
 É um mundo de interesses inerentemente opostos e de conflitos entre eles, os
princípios morais nunca podem ser realizados, mas devem se aproximar do
equilíbrio de interesses e da resoluçã o precá ria de conflitos.
 Esta escola tem um sistema universal de controlo e um princípio universal para
todas as sociedades pluralistas.
 Apela a procedentes histó ricos e nã o a princípios abstratos.
 Visa à realizaçã o do mal menor e nã o do bem absolutos.
*Os 6 princípios do realismo político partiram da preocupação teórica de ver a natureza
humana tal como ela é (com os processos históricos tal como eles realmente acontecem,
ganhou para a teoria aqui apresentada o nome de realismo).

6 princípios do Realismo
(Morgenthau)

 Os 6 princípios procuram a paz.


 Nã o aceitando utopias idealistas.
 Tende a atender as realidades da política mundial e procurar/encontrar acordos entre
os atores de sistema a partir da diplomacia.

1º princípio:

O realismo político é baseado em leis objetivas e na natureza humana.


é a base das leis objetivas
Sã o leis que nã o mudam e ajudam a
prever o comportamento da política
internacional.

 Acredita que a política e a sociedade sã o governadas pelas mesmas.


Para que haja uma sociedade melhor é necessá rio
entender as leis objetivas da sociedade

 Acredita nas das leis da política e na possibilidade de desenvolver uma teoria racional.
 Acredita na possibilidade de distinguir na política entre verdade e opiniã o (entre o que
é verdadeiro objetiva e racionalmente, dando destaque à razã o), e o que é apenas um
julgamento subjetivo.

A natureza humana (na qual as leis da política têm as suas raízes) nã o mudou desde que
as filosofias clá ssicas da China, Índia e Grécia se esforçaram por descobrir estas leis.

 O homem é um ser político e necessita dos outros, procurando entã o a comunidade


para alcançar a completude.

 As leis da natureza humana determinam a política.


 Uma teoria da política deve empírica (deve ser submetida ao duplo teste da razã o e da
experiência).

*Nã o podemos desprezar as teorias, pelas mesmas apresentarem resultados diferentes e


evoluiu ao longo dos tempos, é um preconceito modernista que toma superioridade do
presente sobre o passado. *

 A teoria consiste em apurar factos e dar-lhes significado através da razã o.


 Pressupõ e que o cará cter de uma política externa só pode ser determinado através da
observaçã o dos atos políticos realizados e das consequências desses atos. Podendo
assim descobrir o que os estadistas realmente fizeram, e a partir das consequências
previsíveis dos seus atos, podemos supor quais poderiam ter sido os seus objetivos.

 É o teste desta hipó tese racional contra os factos reais e as suas consequências que dá
um significado teó rico aos factos da política internacional.

2º Princípio

O Interesse Nacional é o poder (a sua maximização).


é uma lei objetiva

Morgenthau fala de uma das leis objetivas e dá uma explicaçã o para isso, o que significa, os
Estados tem como objetivo primordial a sua sobrevivência, preocupando-se com os seus
interesses nacionais (que é ganhar mais poder de influência no sistema) e desta maneira
sendo egoístas, pois apenas/ou focam-se mais nos seus interesses que nos dos outros
Estados.

 A lei objetiva ajuda a prever o que os que os Estados irã o fazer, e analisa o que os
Estados já fizeram.

 A política exterior baseia-se nos interesses nacionais, e muitas vezes foca-se na


formaçã o de alianças para a cooperaçã o de todos

 Temos que maximizar a maneira de agir em relaçã o aos outros, tornando a relaçã o
assimétrica a nosso favor independentemente de haver diferenças ou desigualdades.
Ou seja, os Estados tentam maximizar o seu poder obtendo vantagens.

*Quanto mais soberano mais capacidades têm de desenvolver os seus interesses, o que
torna a política autó nima. *

Uma teoria realista da política internacional, por conseguinte, protegerá contra duas
falá cias populares: a preocupaçã o com os motivos e a preocupaçã o com as preferências

3º Princípio

Nenhum Estado tem interesses fixos e permanentes.


Significa que os interesses vã o mudando consoante o contexto histó rico e temporal.

 O interesse é o princípio governante; e que quase todos os homens estã o mais ou


menos, sob a sua influência.
 Os motivos de virtude pú blica podem, durante algum tempo, ou, em casos particulares,
acionar os homens para a observâ ncia de uma conduta puramente desinteressada;
 mas nã o sã o, por si só , suficientes para produzir a conformidade com os refinados
ditames e obrigaçõ es do dever social.
 Poucos homens sã o capazes de fazer um sacrifício contínuo de todos os pontos de vista
de interesse privado, ou de vantagem, para o bem comum. É vaidoso exclamar contra a
depravaçã o da natureza humana por este motivo; o facto é que a experiência de cada
época e naçã o o provou e devemos, em grande medida, alterar a constituiçã o do
homem, antes de o podermos fazer de outra forma. Nenhuma instituiçã o, nã o
construída sobre a presuntiva verdade destas má ximas, pode ser bem sucedida". Foi
escolhido e ampliado no século XX por Max Weber's
 observaçã o:
 Os interesses (material e ideal), nã o as ideias, dominam directamente as acçõ es dos
homens.

 No entanto, as "imagens do mundo" criadas por estas ideias têm muitas vezes servido
como interruptores que determinam os caminhos sobre os quais o dinamismo dos
interesses manteve as acõ es em movimento*.

 O tipo de interesse que determina a açã o política num determinado período da histó ria
depende do contexto político e cultural em que a política externa é formulada.
 O Poder muda consoante o seu conteú do e a forma da sua utilizaçã o sã o determinados
pelo ambiente político e cultural. Podendo compreender qualquer coisa que estabeleça
e mantenha o controlo do homem sobre o homem.
 O realismo político nã o assume que as condiçõ es contemporâ neas em que a política
externa opera, com a sua extrema instabilidade e a ameaça sempre presente da
violência em larga escala, nã o possam ser alteradas.
 O equilíbrio de poder é de facto um elemento permanente para todas as sociedades
pluralistas.
 Se os fatores que deram origem a estas condiçõ es puderem ser duplicados na cena
internacional, condiçõ es semelhantes de estabilidade e paz prevalecerã o aí, tal como
prevaleceram durante longos períodos de histó ria entre certas naçõ es.
 O que é verdade sobre o cará cter geral das relaçõ es internacionais é também verdade
sobre o Estado-naçã o como o ponto de referência ú ltimo da política externa
contemporâ nea.
 Os realistas acreditam de facto que o interesse é o padrã o permanente pelo qual a açã o
política deve ser julgada e dirigida, a ligaçã o contemporâ nea entre o interesse e o
Estado-naçã o é um produto da histó ria e, por conseguinte, está destinado a
desaparecer no decurso da histó ria. Nada na posiçã o realista milita contra o
pressuposto de que a atual divisã o do mundo político em estados-naçã o será
substituída por unidades maiores de cará cter bastante diferente, mais de acordo com
as potencialidades técnicas e as exigências morais do mundo contemporâ neo.
 A companhia de partes realistas com outras escolas de pensamento antes da questã o
importantíssima de como o mundo contemporâ neo deve ser transformado. O realista
está persuadido de que esta transformaçã o só pode ser conseguida através do trabalho
manipulaçã o das forças perenes que moldaram o passado como moldarã o o futuro.
 O realista nã o pode ser persuadido de que podemos provocar essa transformaçã o,
confrontando uma realidade política que tem as suas pró prias leis com um ideal
abstrato que se recusa a ter em conta essas leis.

4º Princípio

Forma inaplicável de princípios morais abstratos na política.

 Significa que os realistas têm mais conhecimento sobre os princípios morais (justiça,
igualdade, paz, etc…)
 Os realistas acham que nã o podem ser aplicados aos Estados porque os mesmo têm
como prioridade os seus interesses nacionais (a sua sobrevivência é a sua primeira
prioridade).

*Por isso é que os princípios morais sã o modificados e usados de acordo com os interesses
nacionais dos Estados. *

 Os princípios morais abstratos nã o podem ser colocados na Política Externa.


 Tento que ter em conta o poder dos estados (a sua maneira de agir), é guiada pelos
seus princípios.
 Nã o se aplicam princípios morais universais a política externa.

 Está consciente do significado moral da açã o política e da tensã o entre o comando


moral e as exigências de uma açã o política bem-sucedida.
 Reconhece uma tensã o entre moralidade e açã o política bem-sucedida. Nã o tentando
ocultar essa tensã o fazendo e assim ofuscar tanto as questõ es morais como as
questõ es políticas, fazendo parecer como se os factos marcantes da política fossem
moralmente mais satisfató rios do que realmente sã o, e a lei moral menos exigente do
que realmente é.

Defende que os princípios morais universais não podem ser aplicados às ações dos
Estados na sua formulação abstrata universal, mas que devem ser filtrados através
das circunstâncias concretas do tempo e do lugar.

 Os Estados nã o têm o direito de deixar a sua desaprovaçã o moral da violaçã o da


liberdade impedir uma açã o política bem-sucedida, ela pró pria inspirada pelo
princípio moral da sobrevivência nacional. Nã o pode haver moralidade política sem
prudência, ou seja, sem considerar as consequências políticas de uma açã o
aparentemente moral.
 O realismo, portanto, considera a prudência - a ponderaçã o das consequências de
açõ es políticas alternativas.

 A ética na açã o dos juízes abstratos pela sua conformidade com a lei moral;
 A ética política julga a açã o pelos seus conselhos políticos.

5º princípio

Diferença entre aspirações morais e leis morais universais


Os estados escondem-se por detrá s dos seus pró prios interesses, ou sejam escondem o seu
egoísmo em relaçã o ao seu interesse nacional.

Interesse nacional >>>>> leis morais

 Nã o há valores morais
 O que se aplica a um país nã o se aplica a outro
 Respira a diversidade ideoló gica e o pluralismo cultural

 O realismo político recusa-se a identificar as aspiraçõ es morais de uma determinada


naçã o com as leis morais que governam o universo.
 Distingue a diferença entre verdade e opiniã o, e entre verdade e idolatria.
 Sã o poucas as Naçõ es que resistem à tentaçã o das suas pró prias aspiraçõ es e açõ es
particulares nos propó sitos morais do universo.
 Há diferenças entre a lei moral das naçõ es e a diferença entre saber o que é bom e mau
entre as relaçõ es entre as naçõ es.
 Quando analisamos as naçõ es como entidades políticas que perseguem os seus
interesses definidos em termos de poder, somos capazes de fazer justiça a todas elas.
Somos capazes de fazer justiça a todas elas num duplo sentido:
 somos capazes de julgar outras naçõ es como julgamos as nossas e, tendo-as
julgado desta forma
 somos entã o capazes de persuadir políticas que respeitam os interesses de outras
naçõ es ao mesmo tempo que protegemos e promovemos os nossos pró prios
interesses.
A moderaçã o na política nã o pode deixar de refletir a moderaçã o do juízo moral.

6º Princípio

A esfera política é independente da esfera moral, económica e jurídica

 É a esfera mais importante


 E de dá uma certa autonomia à política

Anarquia Internacional
Política Internacional

O sistema internacional é aná rquico.

Sistema internacional:

 é a forma de se representar as relaçõ es entre um nº de atores para lá das


fronteiras nacionais (Estados)
 É o conjunto formado pelas unidades políticas que matem, entre si, relaçõ es
regulares e suscetíveis de estarem implicadas numa guerra geral (Raymond
Aron)
 É a possibilidade de guerra entre atores comuns.
 Pode ser analisado em 3 noçõ es chaves: Estado-Naçã o, Organizaçõ es
Internacionais e Guerra.
 Nã o é centralizado.

Há a criaçã o de Alianças entre os Estados (as mesmas podem ser usadas ou


recusadas independente os interesses), para que haja mais segurança, estabilidade
previsibilidade, gerando PAZ.

Sendo criada entã o um Ordem internacional, que ajude a atenuar as situaçõ es e a


anarquia internacional.

Ordem Internacional:
 É o resultado da estrutura (material e ideacional) de processos e agentes que
num determinado tempo e espaço constituem e definem as relaçõ es
internacionais
 É uma “fotografia” que revela quais sã o os poderes, as ideias, os processos, as
normas e as prá ticas políticas que caracterizam um determinado período
histó rico das relaçõ es internacionais.

 Sã o padrõ es de relacionamento, ou seja, os Estados percebendo que existem


determinados interesses comuns, mobilizam-se para criar padrõ es e regras aos
quais vã o ser usadas para estabelecer as suas trocas aka uma harmonia de
interesses.
 Tem haver com a criaçã o de estruturas de governaçã o global, onde o sistema
continua a ser aná rquico, mas a partir dos interesses em comum os Estados
aceitam cooperar entre si.
 A ordem está em constante mudança, pois depende dos atores das relaçõ es de
poder e dos interesses que envolvem essa vontade de estabelecer essa
cooperaçã o e como a estabelecer.

Anarquia Internacional

 A anarquia internacional é uma das características da política internacional e


do sistema de relaçõ es internacionais.
 Nã o tem ordenamento (o que nã o quer dizer que nã o existam regras). – cria-
se entã o um Estado nacional.
 No plano internacional por causa da soberania nenhum país se deve submeter
as regras dos outros.
 Nã o há uma autoridade acima dos Estados para arbitrar e impor o direito
internacional quando surgem disputas. (nã o nenhum governo central).
 Defende que nã o existe um poder soberano superior que regule as entidades
do sistema.
 É a inexistência de centro regulador de poder hierárquico, com capacidade de
definir e impor normas e condutas que obriguem as unidades do sistema
internacional.
 As relaçõ es internacionais são anárquicas pois nã o existe um governo
internacional que governe hierarquicamente que governe o sistema
internacional da mesma maneira que os sistemas nacionais sã o governados.
 Sendo assim o sistema internacional uma organizaçã o aná rquica, onde as
unidades principais sã o os Estados territoriais relativamente coesos e
soberanos, sem um poder superior acima deles que imponha regras e normas.
 A anarquia internacional baseia-se então num sistema de autoajuda e de
alianças, onde uns Estados sã o mais fortes que os outros e onde esta
desigualdade de poder pode levar à tentaçã o dos Estados mais poderosos
subjugarem os mais fracos à sua força superior.
*embora o sistema de Estados a anarquia seja um dado estrutural, ela nã o é
exatamente um dado natural, mas sim uma estrutura histó rica e socialmente
construída. *

 Na histó ria internacional sã o apontoadas vá rias guerras, muitas dessas guerras


acontecem porque as grandes potencias pensa que os seus interesses sã o/irã o
ser prejudicados, ou entã o para defenderem interesses existentes.
 A violência tem sido um fator essencial no desenvolvimento da consciência
nacional do Estado.
 A violência é um fator essencial no desenvolvimento da consciência Nacional e
do Estado (dar exemplos). Sendo que as pequenas raramente prejudicam
outros estados para além do deles, nunca criando historicamente uma guerra
geral. Já as grandes potências criam grandes transformaçõ es tanto com os seus
Estados como nos outros.

Sociedade das Nações Unidas (SDN)


 Tem como objetivo específico estabelecer procedimentos para a resoluçã o
pacifica de disputas e conflitos internacionais.

 A sua filosofia baseava-se no princípio da segurança coletiva, o que significa


que a comunidade internacional tinha de intervir em conflitos internacionais e
também que as partes numa disputa deveriam submeter os seus
desentendimentos à Sociedade.
 Para alem da resoluçã o de conflitos a SDN dedica-se a outros assuntos, tais
como para o quais foram contruídos ó rgã os subsidiá rios nas á reas dos
mandatos, o desarmamento e cooperaçã o econó mica e social.

*Até a criaçã o da Sociedade das Naçõ es o direito internacional nã o tinha nenhuma


alternativa em aceitar a guerra como uma relaçã o legitima entre Estados. A SND
restringiu rigidamente as condiçõ es em que se podia ter recurso à guerra como um
instrumento de política internacional. *

No contexto internacional é apropriadamente descrito como uma anarquia com


uma multiplicidade de potências na ausência de um governo.

Lowes Dickson

Escreve “League of Nation” onde argumenta que a causa de todas as Guerras


é a anarquia a internacional, pois num mundo de potencias independentes e
soberanas, a guerra é o ú nico meio delas defenderem os seus interesses vitais em
ú ltima instâ ncia.

 A guerra é a continuaçã o das relaçõ es políticas por outros meios.


 O patriotismo (orgulho nacional e amor à pá tria) e a ignorâ ncia sobre as outras
naçõ es, levou ao crescimento da democracia e do socialismo, que espalhou
pelas casses médias e pelas massas sentimentos de orgulho nacional, que como
consequência levou a promover a desconfiança dos estrangeiros e a ilusã o de
autossuficiência, criando um problema.
 Embora as guerras sejam resultado de certas circunstâ ncias é impossível dizer
que sem as mesmas a guerra nã o existiria.

Direito Internacional:

 É uma doutrina que designa “os direitos das Gentes” *.


 Tem 3 definiçõ es, as que se assentam no critério dos sujeitos as que baseiam no
critério do objetivo e as que partem do critério da forma de produçã o de norma
(sendo as mesmas todas um conjunto de normas reguladoras entre Estados aka
entre sujeitos de Direito Internacional Publico).
 É o conjunto das normas criadas segundo os processos de produçã o jurídica da
comunidade internacional e que transcendem o â mbito estadual.
 Nã o abrange apenas Estados, mas todo o tipo de atores nã o estatais existentes
no sistema.
 Deste modo, o comportamento das unidades do sistema vai ser influenciado
pelo padrã o geral de relacionamentos do sistema, contruindo assim um
conjunto de normas de açã o e princípios que vã o caracterizar o padrã o geral do
relacionamento de unidades de sistema.
 A segurança é um dos objetivos principais dos Estados devido a anarquia do
sistema.

*É impossível que se pare com as guerras, irá sempre haver pois as mesmas sã o
inerentes à política do poder*
Carta das Nações Unidas:
 Criada pó s WWI e mostrou-se incapaz de garantir a paz (aka WWII aconteceu
logo a seguir)
Tem como objetivos:
o A manutençã o da paz e da segurança internacional.
o Respeito pelo princípio da igualdade de direitos e da autodeterminaçã o dos
povos.
o Cooperaçã o internacional na resoluçã o de problemas de cará ter econó mico,
social, cultural ou humanitá rio (como a promoçã o dos Direitos Humanos e
das liberdades fundamentais).

Segurança:

 A nível estratégico pode ser definida como um acontecer-fazer em que se


garante a dialética de liberdades de açã o, de vontade e de forças de uma
racionalidade social face a uma ameaça ou aos riscos que o outro e o ambiente
estratégico configuram.
 Nã o é apenas a defesa, é fundamentalmente os objetivos estratégicos
consolidados, nã o bastando assegurar apenas a sobrevivência.
o A qualidade de uma estratégia nacional é crucial para a
sobrevivência de uma Estado moderno e de uma sociedade aberta.
o Uma boa estratégia exige valores e interesses bem definidos,
uma vontade solida de defender que permita a legitimaçã o de
objetivos claros e a sua eficaz prossecuçã o.
 Os interesses nacionais estã o interligados a 4 grandes á reas: segurança
nacional, bem-estar, justiça social e prosperidade.

*estar seguro refere-se a objetivos a alcançar para alem da pró pria sobrevivência *

Dilema de Segurança
Teoria de Jonh Herz

 Muitas das vezes os Estados juntam-se aos mais poderosos para nã o serem
prejudicados.
 Como nã o sabemos as intençõ es verdadeiras dos outros Estados, temos que
jogar pelo seguro e proteger os nossos interesses (reagindo a capacidades e
nã o a intençõ es).

A segurança nunca é absoluta, por isso cabe a cada um garantir a sua, criando o
dilema de segurança

O dilema de segurança:
 É um sistema aná rquico de Estados onde os Estados nã o podem confiar nas
intuiçõ es dos outros.
 Diz que quando os Estados aumentam as suas capacidades de poder militar
para se defenderem, estã o automaticamente a diminuir a sal segurança por via
do efeito (nã o intencional) de aumentarem a insegurança os outros Estados,
sendo que estes sã o levados a reagir, aumentando também o seu armamento.
 Devido a este dilema, os Estados que aumentam as suas capacidades de
segurança despoletam uma espiral de desconfianças e rivalidade militar nos
outros Estados.
 Ao procurar inicialmente reforçar a sua segurança, o Estado dá origem a um
processo no qual ele acabará por sentir ainda mais insegura.
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Kissinger:
 Fala do paradigma do Realismo
 O realismo explora o conceito através das aná lises dos atores, das estruturas
dos sistemas e do modo de interaçã o entre relaçõ es internacionais
 O realismo considera o Estado Naçã o o ator principal nas RI.
 é um ator racional, o que significa tem princípios e objetivos e estabelece
uma hierarquia dos mesmos.
 É um ator autó nomo.
 Tem a habilidade de considera os objetivos coletivos ou os termos políticos
em interesses nacionais.

 O realismo considera que o Estado é um ator ú nico, que considera todos os


aspetos do governo e de administraçã o para que haja uma política harmoniosa.
Para os Realistas, os Estados coexistem em anarquia, tendo 3 consequências:
 Os estados preferem liberdade
 Há um medo e suspeitas em relaçã o aos outros Estados
 And the states nature as self-help.
 O Realismo ajuda na contribuiçã o da balança de poder.
 Kissinger reconhece que a ú nica qualidade que os Estados têm em comum é
que todos tem um grande impacto nas relaçõ es internacionais.
 Kissinger afirma que o sistema aná rquico das relaçõ es internacionais ameaça
usando um poder coercivo.

O realismo acredita no conceito de balanço de poder


 Acredita que os conflitos sã o inevitá veis e sã o uma forma de interaçã o (mais do
que a paz).

Conceitos principais de Kissinger:


Kissinger acredita que há 3 conceitos que devem ser respeitados, pois ao serem
compreendidos e seguidos os mesmo levarã o a modelos mais produtivos de interaçã o
(seguir os 3 nã o irá acabar com a guerra, mas irá ajudar a intervençã o ou até mesmo
ajudar os países a cooperarem entre si).

Legitimidade
 é definida como a implicaçã o da existência do direito".
 um Estado legítimo é considerado por outros Estados dentro do sistema como
um candidato a recursos, e que as queixas que este Estado tem com outros
Estados devem ser levadas a sério e resolvidas através do uso da diplomacia.
 Legitimidade implica que os funcioná rios de um Estado estrangeiro
reconheçam a autoridade de um soberano dentro do Estado em busca da
Legitimidade é a base das relaçõ es produtivas entre Estados.
 A legitimidade é importante para uma revoluçã o bem-sucedida, porque um
novo país deve ser visto por outros Estados legítimos como um verdadeiro
concorrente nas relaçõ es internacionais. O novo governo revolucioná rio tem de
ser considerado uma autoridade estabelecida, os pedidos e queixas têm de ser
levados a sério por outros Estados.
 A capacidade das naçõ es para chegarem a acordo sobre o que constituía
legitimidade era um passo primordial, e a partir daí, era possível chegar a
acordo em direçã o a negociaçõ es, nas quais os pedidos e objetivos de cada
naçã o envolvida eram explicitamente delineados, compreendidos e acordados
pela outra respetiva.

Consenso:
 O consenso pode ser definido como um acordo geral, unanimidade de opiniã o, o
juízo a que chegou a maioria dos interessados, solidariedade de grupo em
sentimento e crença (consenso").
 O consenso de ideias e conceitos precisa de ser estabelecido antes que a
interaçã o entre Estados possa resultar em qualquer coisa concreta, como um
acordo sob a forma de um tratado.
 O consenso também está relacionado com o conceito de legitimidade, tem de
haver acordo entre os Estados sobre quais sã o os elementos que consideram
um Estado legítimo e quais os componentes que devem ser satisfeitos para o
reconhecimento da autoridade estabelecida.
 Quando os Estados discordam sobre o conceito fundamental do que é justo, as
relaçõ es internacionais tornam-se mais complexas. Quando um ou mais
Estados reivindicam a aplicabilidade universal da sua estrutura particular, as
pró prias estruturas tornam-se o problema.
 A discordâ ncia sobre o sistema leva à incapacidade de definir até mesmo qual a
fonte de conflito. Assim, os funcioná rios estatais podem encontrar-se, discutir e
negociar, mas sem um consenso sobre o que é o conflito, estas reuniõ es sã o
inú teis. Nã o podem surgir relaçõ es concretas e progressivas entre Estados a
menos que ambos os Estados estejam de acordo sobre a legitimidade do
sistema e do conflito em questã o.

O consenso, combinado com o conceito de legitimidade, pode levar a um


sistema em que as nações podem interagir com a garantia de que a estabilidade e a
ordem externa para regular o comportamento do Estado.

Ordem:
É definida como um arranjo regular ou harmonioso, o estado de paz, a liberdade de
comportamento confuso ou indisciplinado, e o respeito pela lei ou autoridade
adequada.

Kissinger como realista procurou estratégias para as condiçõ es de paz e


cooperaçã o entre Estados.

 A ordem, a ordem mundial pacífica, é o ideal que as relaçõ es internacionais


devem prosseguir.
 Legitimidade e consenso sã o dois elementos importantes necessá rios para que
a ordem ocorra.
 Para que exista ordem no sistema aná rquico de relaçõ es internacionais,
Kissinger acredita que as políticas internas e externas dos Estados devem
mudar de acordo com a histó ria.
 Os modos de interaçã o que permanecem está ticos sã o ineficazes e mesmo
potencialmente perigosos para os Estados.
 Ele acredita que os Estados Unidos já nã o podem adotar a sua atitude
paternalista de intervir em todas as questõ es internacionais; os seus recursos
(capital, militares e mã o-de-obra, etc.) esgotar-se-ã o em consequência disso.
 Kissinger argumentou que uma política externa de utilizar a estratégia de
guerra nuclear como ú nica opçã o era demasiado limitada e nã o respeitava a
tradiçã o de lutar pela ordem pacífica tanto quanto possível.
 Ele tem sublinhado que a oportunidade de negociar é sempre mantida em
aberto, especialmente em caso de guerra.

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