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Desenho de observação e

ilustração
Camila Silva

Curso Técnico em
Design Gráfico
Desenho de observação e
ilustração
Camila Silva

Curso Técnico em
Design Gráfico

Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa

Educação a Distância

Recife

2.ed. | março 2023


Professor Autor Catalogação e Normalização
Camila Silva Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)

Revisão Diagramação
Camila Silva Jailson Miranda

Coordenação de Curso Coordenação Executiva


Lia Madureira Ferreira George Bento Catunda
Renata Marques de Otero
Coordenação Design Educacional Arnaldo Luiz da Silva Junior
Deisiane Gomes Bazante
Coordenação Geral
Design Educacional Maria de Araújo Medeiros Souza
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger Maria de Lourdes Cordeiro Marques
Helisangela Maria Andrade Ferreira
Izabela Pereira Cavalcanti Secretaria Executiva de
Jailson Miranda Educação Integral e Profissional
Roberto de Freitas Morais Sobrinho
Escola Técnica Estadual
Revisão descrição de imagens Professor Antônio Carlos Gomes da Costa
Sunnye Rose Carlos Gomes
Gerência de Educação a distância
Sumário
Introdução ................................................................................................................................... 5

1.Competência 01 | Entender o desenho como expressão gráfica e sua prática a partir de exercícios
de observação e percepção da forma, sensibilizando os cursistas para a importância da qualidade
dos desenhos e ilustrações na composição de peças gráficas. ....................................................... 6

1.1. Desenho como meio de comunicação .......................................................................................................6


1.2 Técnicas e estruturas do desenho ........................................................................................................... 11
1.3 Técnicas e materiais utilizados no desenho de observação .................................................................... 18
1.3.1 Técnica Seca .......................................................................................................................................... 18
1.3.1.1 Carvão ................................................................................................................................................ 18
1.3.1.2 Pastel seco.......................................................................................................................................... 20
1.3.1.3 Grafite ................................................................................................................................................ 21
1.3.2 Técnica líquida ...................................................................................................................................... 22
1.3.2.1 Nanquim............................................................................................................................................. 22
1.3.2.2 Lápis aquarelável................................................................................................................................ 23
1.3.2.3 Tinta guache ....................................................................................................................................... 24
1.4 Outras narrativas no desenho .................................................................................................................. 24
1.5 Movimentos do desenho artístico – Campo expandido .......................................................................... 29
2.Competência 02 | Estudar os fundamentos da ilustração, suas técnicas e possibilidades de
representação gráfica ................................................................................................................. 32

2.1 Fundamentos da ilustração ...................................................................................................................... 32


2.2. Composição visual ................................................................................................................................... 36
2.3. A importância e uso da cor na ilustração ................................................................................................ 40
2.4. A ilustração no mercado ......................................................................................................................... 43
Conclusão................................................................................................................................... 47

Referências ................................................................................................................................ 48

Minicurrículo do Professor ......................................................................................................... 49


Introdução
Olá, estudante!
Seja bem-vinda (o), à disciplina Desenho de observação e ilustração, do curso técnico de
Design Gráfico.
Convido você a fazer um passeio no universo do desenho, compreendendo suas várias
formas de expressão e aplicações no cotidiano. Para isso, iremos dialogar durante o e-book sobre
técnicas possíveis para criação dos desenhos, movimentos artísticos que influenciaram e influenciam
os projetos visuais nos nossos meios sociais e como o desenho pode ser uma forma de linguagem.
Nesta disciplina, você vai aprender conceitos do desenho, observação e percepção da
forma, técnicas do desenho e ilustração e suas aplicações na composição de peças gráficas.
O mercado de ilustração no Brasil é bastante aquecido e a (o) profissional tem uma ampla
forma de atuação. A ilustradora (o), pode atuar em diversas áreas como: Jornais, agências de
publicidade, cinema, moda, em empresas de games, atuar como profissional independente e muitas
outras possibilidades.
Durante a sua caminhada na disciplina, você vai entrar em contato com conhecimentos
que serão fundamentais para sua atuação profissional. Na primeira competência, você vai entender
o desenho como expressão gráfica e sua prática a partir de exercícios de observação e percepção da
forma, sensibilizando os cursistas para a importância da qualidade dos desenhos e ilustrações na
composição de peças gráficas, já na segunda competência, você vai estudar os fundamentos da
ilustração, suas técnicas e possibilidades de representação gráfica.
Em todas as competências da disciplina, serão indicadas leituras, filmes, vídeos,
referências para agregar na construção de seu olhar e desenvolvimento de repertório.
Sua participação é muito importante nessa caminhada, por isso, ao longo da disciplina
teremos fóruns, atividades, destaques e materiais complementares. Esses conteúdos juntos, darão a
você uma experiência massa para seu desenvolvimento. Então, não deixa de interagir nessa troca de
conhecimentos!
Estamos juntas (os) nessa caminhada. Bons estudos!

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1.Competência 01 | Entender o desenho como expressão gráfica e sua
prática a partir de exercícios de observação e percepção da forma,
sensibilizando os cursistas para a importância da qualidade dos desenhos
e ilustrações na composição de peças gráficas.

Antes de iniciar nossas trocas, vem aqui no podcasts. Nele, você pode
conferir assuntos importantes que serão abordados na semana de
construção da competência.

Te convido para essa construção de conhecimentos. Vamos nessa?!

1.1. Desenho como meio de comunicação

O desenho está por toda parte, se pararmos para perceber em nosso cotidiano, temos
sua manifestação em diversos lugares, desde uma embalagem, a um muro na rua, um manual de
instruções para montar um móvel, uma capa de livro e suas expressões em diversas aplicações.
Assim como o texto, palavras, o desenho também é uma forma de comunicação, só que
através da imagem.
Você já deve ter ouvido a seguinte expressão popular: “entendeu ou quer que eu
desenhe? ”. Pois é, nessa frase, conseguimos expressar de forma mais direta a influência do desenho
como meio de comunicação. Porém, um não substitui o outro, texto e imagem se complementam em
muitos momentos, principalmente nas construções visuais no design gráfico, como veremos mais à
frente.
O desenho tem em sua essência a ideia de narrar algo, uma imagem relacionada a um
objeto. Portanto o desenho pode ser a relação do que ele é, e o que ele deseja representar.
Seu significado, no Latim, desenho vem da palavra desígnio, que significa projeto, plano
ou propósito.
Pensando no desenho de maneira mais abrangente, vemos que ele sempre existiu na
sociedade. Seus primeiros registros datam do período paleolítico, onde os homens pré-históricos

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buscavam representar nas imagens, narrativas de seus cotidianos e suas buscas por conhecimentos.
O desenho foi uma importante ferramenta de comunicação e registro com povos sucessores, pois em
alguns momentos, muitos ainda não tinham desenvolvido uma escrita.
Para criar os desenhos, pinturas, eram utilizados carvão, argila, minerais triturados e
alguns materiais encontrados com facilidade na natureza.
O desenho sempre esteve presente, andando lado a lado com a evolução do ser humano.
Veja a seguir, uma imagem de um desenho rupestre representando o cotidiano de
homens do paleolítico.

Figura 1 - Desenho rupestre em representação do cotidiano.


Fonte: https://shortest.link/12db
Audiodescrição da figura: Na imagem é possível ver pessoas em pé, algumas em posição de caça, um animal e duas
crianças sentadas brincando. Todas as imagens estão pintadas em cor avermelhada. Final da audiodescrição.

Costumamos nos relacionar com o desenho logo que iniciamos nossos primeiros contatos
com o mundo, na infância. É nela que começamos a rabiscar formas, traços e cores sem muitas regras,
quando vamos crescendo, parece que o modo como vemos o ato de desenhar modifica-se, nos
tornamos pessoas menos experimentais e mais exigentes, deixando o desenho no lugar onde apenas
os artistas podem representar com perfeição realista. Mas será que para desenhar nós precisamos
de perfeição nas representações? Existe belo e feio, certo ou errado na arte?

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É comum, na sociedade, associar o belo e perfeito (semelhante com a realidade), como
único caminho possível para criação de um desenho, porém é muito importante estar aberta (o) às
diversas manifestações de traços, linguagens e expressões artísticas. É importante, inclusive, para
que você como designer possa construir sua bagagem estética sem muitos julgamentos e
possibilidades concretas, permita-se experimentar no campo das subjetividades.
Abrir-se para possibilidades estéticas pode ser positivo não só para o seu lugar
profissional, mas também para o seu pessoal. É uma forma de ampliar nossas perspectivas de leituras
de mundo. Vivemos em uma sociedade contemporânea com realidades e imaginários diversos.
Durante a nossa evolução na sociedade, passamos por diversos movimentos artísticos
que carregavam consigo seus estilos e estéticas. Desde a representação do cotidiano de forma
realista, a possibilidades de formas subjetivas. Foram diversos os artistas e suas contribuições para
arte e formação visual de novas (os) artistas atuais.
Confira a seguir, imagens de obras do artista espanhol Antonio López. Ele tem telas que
passeiam por traços diferenciados de representação da realidade.

Figura 2 - Eva, 1967 - Antonio López


Fonte: https://www.antoniolopezweboficial.com/exposicion-virtual
Audiodescrição da figura: Desenho feito a lápis, nele é possível ver uma criança dormindo com uma chupeta na boca.
Final da audiodescrição.
Figura 3 - Niño con tirador, 1935 - Antonio López
Fonte: https://www.antoniolopezweboficial.com/exposicion-virtual
Audiodescrição da figura: Pintura feita a óleo, onde tem uma criança brincando com um atirador de elástico, vemos ao
fundo alguns pássaros no céu azul e a vizinhança com casas ao redor. Final da audiodescrição.
A partir dessas reflexões, te convido a dialogar sobre o desenho de observação.
Área do desenho, que transita nos espaços de experimentações e técnicas, para que você
possa aperfeiçoar seu resultado.

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É preciso dizer que para se criar um desenho de observação, não necessariamente ele
será em estilo realista. Ele está muito relacionado ao seu olhar, a forma como você enxerga uma cena
ou objeto, sua leitura pode ser diferente de outra pessoa, somos múltiplas (os).

Segundo pintor francês Le Corbusier:

Desenhar é, primeiramente, ver com os olhos, observar,

descobrir. Desenhar é aprender a ver, a ver nascer, crescer,

expandir-se, morrer, a ver as coisas e as pessoas. É preciso

desenhar para interiorizar aquilo que foi visto e que se

permanecerá em nossa memória para o resto de nossa vida.

(CORBUSIER apud BACHELARD, 1993)

Para criar desenhos de observação, é interessante que você se atente como tem olhado
para as ações, as cenas cotidianas, as possibilidades de ver. Este tipo de produção está muito
relacionado a sua construção de repertório, a maneira como você experiencia a vida.
O desenho de observação também diz de como nos relacionamos com os espaços e os
corpos. Por isso, é importante o treino do traço para aperfeiçoar seus desenhos e entender quais
caminhos seguir.
Desenvolver um contato com a linguagem visual contribui muito para a comunicação e
interpretação do ser humano e suas relações cotidianas.
A seguir, você vai poder observar uma imagem do quadro Autorretrato com L’Humanité,
do artista Salvador Dalí aos 19 anos. Na obra, o pintor traz seu autorretrato com traços cubistas.

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Figura 4 - Autorretrato com L’Humanité, 1923. Salvador Dalí.
Fonte: https://www.culturagenial.com/obras-salvador-dali/
Audiodescrição da figura: Na imagem vemos ao centro, em destaque, o próprio Salvador Dalí que usa camisa longa
azul, em sua representação de rosto não possui boca, nariz incompleto, tem sobrancelhas juntas, escuras e ao fundo,
vê-se algumas telas de quadros não reveladas. Final da audiodescrição.

Conheça a galeria on-line Artmajeur. Nela, é possível conferir diversos tipos


de obras como: desenho, pintura, fotografia, escultura, em diversos estilos. Ela
funciona como um espaço de venda de obras.
Link: https://www.artmajeur.com/pt/

O espaço mais comum que encontramos e exploramos o desenho é em uma folha de


papel, mas além dela, existem diversas estruturas base em que o desenho pode se manifestar. São
telas, paredes, madeiras e com toda a evolução tecnológica, também temos a ilustração digital.
Sendo, hoje, uma ferramenta importante para o desenho. Muitas (os) ilustradoras (es) costumam
utilizar mesas digitalizadoras para suas criações, atreladas a softwares gráficos de vetorização.

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Você lembra da disciplina Computação Gráfica – Imagem, onde nós falamos de imagens
vetoriais? Pois bem, você pode fazer uso de seus desenhos manuais, vetorizar e trabalhar em
softwares gráficos sem gerar perdas de qualidade.
Em todo esse tempo de evolução das formas de se produzir desenho, para além de
diferentes traços, estilos e ferramentas utilizadas, tivemos um ganho expressivo de pessoas
interessadas em produzir ilustrações e conexão com outras artes.
O mercado também tem se mostrado acolhedor a novas formas de consumo e atuação
profissional, podendo uma ilustradora (o) criar para games, animações, livros, capas de álbuns de
artistas, publicidade e demais fins.
No próximo tópico, você vai conhecer mais sobre elementos e técnicas do desenho.

1.2 Técnicas e estruturas do desenho

Na estrutura base para que um desenho possa ser criado, são destacados três elementos
que são eles: Ponto, linha e plano. Somados a essa base, existem outros elementos complementares
e que pertencem ao universo da criação do desenho como: textura, cor, volume e sombra. Porém,
basicamente, um desenho pode ser simples e constituído apenas por linhas. São delas que nascem
as ideias e surgem as formas que o desenho irá tomar.

Ponto
O ponto é o elemento base no desenho, considerado a unidade visual mais simples. É
através dele que podemos criar formas, texturas, preenchimentos. Existe no desenho a técnica do
pontilhismo, que são desenhos construídos por pontos.

Linha
A linha é um elemento visual gráfico, e uma das principais bases para construção do
desenho. É através dela, que estruturamos e damos sentido ao desenho que será criado. Ela pode ter
formas e trazer sensações diversas, a depender de como esteja desenhada, que caminho segue no
desenho.
Ela possui uma variedade, que é importante você saber para utilizar em suas criações.

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São elas: Linha reta, tracejada, curva, pontilhada, fina, espessa e muitos outros tipos
existentes. Cada uma com suas características e podendo ser utilizadas conforme sua proposta.

Figura 5 - Tipos de linhas.


Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/conjunto-de-linhas-desenhadas-a-mao-e-
divisorias_1189113.htm#page=1&query=set%20of%20hand%20drawn%20lines%20and%20dividers&position=2
Audiodescrição da figura: A imagem apresenta variados tipos de linhas, reta, curva, espessa, fina, em cor preta. Final da
audiodescrição.

Você sabe qual a forma de segurar no lápis para desenhar? Neste vídeo,
mostra algumas técnicas interessantes para facilitar e deixar seu traço mais
confortável.
https://www.youtube.com/watch?v=pjdLaCZTb-8

Plano
O plano tem direção e posição, comprimento e largura, é limitado por linhas. Existem
classificações e formatos, que são eles: planos geométricos (constituídos matematicamente), planos
orgânicos (faz atribuições a curvas livres), planos retilíneos (limitados por linhas retas que não se
relacionam umas com as outras matematicamente), planos irregulares (Limitados por linhas retas e
curvas que também não se relacionam umas às outras matematicamente), planos caligráficos

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(criados sem ajuda de instrumentos, dando forma a linhas orgânicas) e planos acidentais (os que são
criados ocasionalmente).

Hachura
É uma técnica presente no desenho técnico e artístico, que cria efeito de luz e sombra,
trazendo uma sensação de volume e tridimensionalidade para o desenho.
Essa tridimensionalidade no desenho é criada através do jogo de luz e sombra.
A base da técnica de hachura é o uso de linhas paralelas, justapostas ou sobrepostas, que
criam no desenho áreas mais ou menos densas, gerando efeito de tonalidades que passeiam entre o
claro e escuro.
A quantidade, espessura e espaçamento entre as linhas definem os efeitos de luz e
sombra e enfatizam as formas dos objetos no desenho.
Como a hachura é uma técnica formada por linhas, então não existe uma forma única de
se criar. As linhas podem ser utilizadas em suas variações: tracejadas, pontilhadas, paralelas,
diagonais, em diferentes direções.
Suas aplicações mais comuns são com uso de nanquim ou a lápis no desenho.
Como podemos observar nas figuras a seguir, a hachura provoca sensação de texturas
visuais nos desenhos.

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Figura 6 - Linhas com aplicação da técnica de hachura.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/800796377466228501/
Audiodescrição da figura: desenhos de texturas, compostos por linhas de diferentes formas: diagonais, paralelas,
interlaçadas. Fazendo aplicação da técnica hachura. Final da audiodescrição.

Figura 7 - Desenho com aplicação da técnica hachura.


Fonte: https://br.pinterest.com/pin/684758318327199353/
Audiodescrição da figura: Aplicação da técnica hachura em desenho de um drink, onde vemos os elementos contidos
no copo: gelo, líquido, frutas. No desenho é possível perceber volume, uso de luz e sombra. Final da audiodescrição.

Textura
O elemento textura pode trazer para seu desenho sensações visuais e táteis. Em sua
grande maioria dos projetos gráficos, apenas ativam os sentidos visuais, trazendo movimento,
preenchimento e volume aos objetos no desenho ou pintura através de técnicas, cores e formas.
Nas composições visuais, as texturas são representadas através de elementos como
linhas, pontos e efeitos gráficos.
Assim como nas linhas, as texturas são diversas. Podendo ter formas variadas e fazer uso
de elementos que gerem sensações visuais.
Dentro da criação de texturas, é comum utilizar de elementos de repetição, padronagem,
trazendo a proposta de continuidade e equilíbrio visual.
Além das ilustrações e pinturas, as texturas são muito utilizadas em projetos de design,
moda, na criação de estampas e embalagens.

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Figura 8 - Representações de texturas com formas diferenciadas.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/417920040399288498/
Audiodescrição da figura: Na imagem é possível observar variados tipos de texturas, sendo representas por formas
geométricas diversas. Final da audiodescrição.

A imagem a seguir, é de ilustração manual feita com lápis de cor. O ilustrador trabalhou
as texturas de cabelo, roupas, acessório da cabeça da personagem, sua pele e os volumes.

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Figura 9 - Ilustração feita por Alisson Lima. Nela, o artista fez uso da técnica de textura, de forma manual, com uso de
lápis de cor.
Fonte: Foto disponibilizada pelo ilustrador Alisson Lima.
Audiodescrição da figura: Podemos observar a ilustração realista de uma mulher, com seus traços expressos através do
uso da textura. Elementos como: cabelo, faixa colorida estampada que usa em sua testa, roupas, estão em destaque.
Dando a sensação de tridimensionalidade. Final da audiodescrição.

Bidimensionalidade e tridimensionalidade no desenho


O desenho é uma forma de representação bidimensional, é a partir de técnicas como uso
da perspectiva que se faz possível trazer a sensação de tridimensionalidade aos objetos em suas
formas reais.
Em espaços tridimensionais, além de observarmos a altura e largura, também contém
outro elemento, a profundidade dos objetos.
Pode-se dizer que a base da técnica de perspectiva é o ponto de vista de quem está
desenhando.
Observe nas imagens a seguir, elas representam espaços reais sem fazer uso de técnicas
de volume e profundidade, porém conseguem trazer bem a ideia de todos os elementos da cena.

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Figura 10 - Ilustrações que representam espaços tridimensionais em desenho bidimensional apenas com o uso de
formas geométricas.
Fonte: Desenhos da ilustradora Maria Gabriela Lima - https://magabrielalima.myportfolio.com/
Audiodescrição da figura: É possível ver duas imagens, a primeira fazendo referência a uma quadra de tênis e a segunda
a um telhado. Ambas fazem uso de formas geométricas e cores que remetem aos espaços reais em modo
bidimensional. Final da audiodescrição.

A profundidade pode ser compreendida como a relação entre o próprio espaço da cena e
dos diferentes objetos dispostos no espaço. Estabelecendo um ponto de vista para quem observa o
desenho.
As imagens a seguir, trazem elementos de espaços e objetos dispostos de forma a gerar
sensação de profundidade nas cenas das ilustrações.

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Figura 11 - Ilustrações que representam espaços tridimensionais em desenho bidimensional fazendo uso da
profundidade, relação entre o espaço e disposição dos objetos do desenho.
Fonte: Desenhos da ilustradora Maria Gabriela Lima - https://magabrielalima.myportfolio.com/
Audiodescrição da figura: Na imagem é possível ver quatro desenhos de espaços internos de uma casa. Todos com
muitas cores e objetos como poltronas, quadros, livros e trazendo a sensação de tridimensionalidade para os desenhos.
Final da audiodescrição.

1.3 Técnicas e materiais utilizados no desenho de observação

São diversas as técnicas e materiais utilizados para a construção de desenhos manuais,


quer seja de observação ou os demais tipos. As técnicas dividem-se entre as técnicas secas e as
líquidas (também conhecida como molhadas ou viscosas). Você fará um passeio entre os diversos
materiais e suas possibilidades de uso em desenhos, dependendo da proposta você deseje realizar,
experimentar.
As técnicas secas fazem uso dos materiais que são confeccionados em formatos barra,
bastão ou lápis, que quando entram em contato com superfícies onde está se criando o desenho,
deixam partículas de si.

1.3.1 Técnica Seca

1.3.1.1 Carvão

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O desenho com carvão é uma das técnicas mais antigas utilizadas. Possui facilidade de
adesão a superfícies, por ser um material macio, cobrir grandes áreas e ter a possibilidade de criar
áreas claras e escuras no desenho.
Como o carvão é um material frágil, indica-se que ao final do seu desenho, você utilize
um spray de fixação específico para o material, assim garante uma maior durabilidade de sua tela.

Figura 12 - Quadro “Mergulho” do artista plástico Uendell Rocha. Desenho feito a carvão vegetal sobre tela.
Fonte: https://www.artmajeur.com/pt/uendellrocha/artworks/13658975/mergulho
Audiodescrição da figura: Na tela, é possível ver por um enquadramento que mostram dois planos ao espectador. O
plano de cima, tem um jovem sentado na proa de um barco, onde observa a água e no segundo plano tem um
mergulhador submerso e tartarugas nadando ao seu redor. Final da audiodescrição.

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Caixa de destaque: Assista ao vídeo, onde a artista Ane Frenhi mostra como
utilizar o carvão como técnica de desenho.
https://www.youtube.com/watch?v=tQtOUaNKgBQ

1.3.1.2 Pastel seco

O uso do pastel seco é bem comum no universo do desenho. Ele possui características
semelhantes ao carvão. Uma das maiores vantagens de utilizar o pastel seco, é a facilidade de
sobreposição das cores e linhas.
Existem diversas possibilidades de seu uso e cada artista pode criar da forma como
desejar. Nele é possível você pode iniciar sua forma e só depois trabalhar as luzes e sombras e seus
tons médios ou trabalhar primeiro nas sombras e depois as luzes.
O uso do pastel seco é uma excelente ferramenta, então não deixa de experimentar!
A seguir, você pode observar uma imagem que faz uso do pastel seco como material para
criar o desenho.

Figura 13 - Ilustração com uso do pastel seco, da ilustradora Caroline Passos.


Fonte: https://www.domestika.org/pt/projects/906502-retratos-em-giz-pastel-seco
Audiodescrição da figura: Retrato de uma mulher, de cabelos curtos, de cores azul e verde. Ela veste uma blusa de cor
vermelha. Final da audiodescrição.

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1.3.1.3 Grafite

O grafite é um material muito utilizado na produção de desenhos por artistas e no


mercado existem diversos tipos de graduações de suas pontas, que vai desde o 9H ao 9B, sendo mais
duros e mais macios, respectivamente. Os mais duros são indicados para desenhos que necessitam
de traços mais claros, já os macios, proporcionam mais aderência a superfície que está sendo feito o
desenho e garantem traços mais escuros.

Figura 14 - Tabela com representação das graduações de pontas do grafite.


Fonte: Tabela criada. Imagem de banco pessoal.
Audiodescrição da figura: A imagem mostra uma tabela com quadrados de tons de cinza graduais, cada um
representando uma ponta específica do grafite. Final da audiodescrição.

Figura 14 - Ilustração feita por Alisson Lima. Nela, o artista fez uso do grafite em toda a arte.

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Fonte: Foto disponibilizada pelo ilustrador Alisson Lima.
Audiodescrição da figura: Desenho feito todo em grafite, de uma mulher como representação de uma caveira. Final da
audiodescrição.

1.3.2 Técnica líquida

1.3.2.1 Nanquim

A nanquim é muito utilizada por artistas, pois possui um excelente acabamento para os
desenhos. A tinta de origem chinesa criada há mais de dois mil anos a.C., tem como principal
característica sua pigmentação bem concentrada, onde é possível obter tons escuros, até cinzas mais
claros. Outro ponto interessante da nanquim é que ela pode ser diluída em água, mas quando o
desenho já está seco, se torna à prova d’água.
Seu uso pode ser através de materiais como: bico de pena, caneta técnica e pincéis.
Confira a seguir, uma ilustração que faz uso da nanquim. Ela consegue trazer bem os
detalhes das personagens e elementos, trabalha com tons mais escuros e tons mais claros de cinza
da tinta.

Figura 15 - Ilustração fazendo uso da tinta nanquim, da ilustradora mexicana Hilda Palafox.
Fonte: https://www.domestika.org/pt/projects/376621-ilustracion
Audiodescrição da figura: A ilustração traz duas mulheres juntas, elas parecem interlaçadas pelos seus braços, ambas
seguram uma flor em sua mão, ao fundo da imagem, tem algumas flores. Final da audiodescrição.

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1.3.2.2 Lápis aquarelável

Uma excelente opção para seus desenhos é o uso do lápis aquarelável. Ele pode ser
utilizado como lápis comum, trazendo resultados semelhantes ao lápis de cor comum, o que o
diferencia são as cores mais vibrantes e a maciez de sua ponta ou diluído em água e fazendo uso do
pincel, ampliando suas possibilidades de efeitos, sendo bastante utilizado para experimentar
sobreposições de cores e transparências.

Acessa esse link para aprender mais sobre as possibilidades de uso do lápis e
pincel aquarelável:
https://www.domestika.org/pt/blog/2596-tutorial-aquarela-como-pintar-com-
pinceis-e-lapis-aquarelaveis

Figura 16 - Ilustração feita por Alisson Lima. Nela, o artista fez uso do lápis de cor aquarelável com a técnica de pincel
úmido para diluir as cores.
Fonte: Foto disponibilizada pelo ilustrador Alisson Lima.
Audiodescrição da figura: Imagem de uma mulher com uma garrafa de água no lado esquerdo do ombro, dentro da
garrafa, existem dois peixes laranjas e pequenos. Em sua cabeça e ombro direito, possui alguns peixes grandes e cinza.
Final da audiodescrição.

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1.3.2.3 Tinta guache

De origem que data da idade média, feita de uma mistura de aglutinante e pigmentos
moídos em pó, a tinta guache possui uma excelente opacidade, textura e uma secagem rápida, que
otimiza tempo no processo de construção do seu desenho.
Outra característica interessante da tinta guache, é a possibilidade de misturas de cor e
também usá-la diluída funciona muito bem para técnica de degrade.

Confere aqui um vídeo bem prático, que traz dicas de materiais e técnicas
para pintura com tinta guache.
https://www.youtube.com/watch?v=wmsJqtu3qV8

Assim como em muitas áreas, no desenho, você só vai aprender praticando.


Quando você experimenta, está abrindo caminhos para perceber qual traço
se identifica, estilo, materiais.... O fórum dessa semana vem querendo que
você experimente criar um desenho de observação.

Te sugiro alguns passos:

1. pegue um objeto que seja pequeno e com formatos simples.


2. olhe para o objeto por alguns minutos, importante observar seu formato, tamanho
(circunferência), volume.
3. experimente criar um esboço de como você vê esse objeto e experimente colorir com
material que você desejar e for acessível.

1.4 Outras narrativas no desenho

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Como seres sociais, possuímos a constante necessidade em construir discussões de
temáticas que contemplem nossa diversidade, somos múltiplas (os). É com base nessas inquietações,
que artistas contemporâneos estudam, experimentam linguagens visuais e expõem suas narrativas.
Movimentos indígenas, negros e de gênero estão cada vez mais ocupando os espaços tão
urgentes e necessários no campo artístico. Narrativas com propriedade de fala e vivência.
Apresento aqui, algumas (uns) artistas atuais, que utilizam o desenho como espaço
narrativo.

Sidney Amaral
Artista plástico e professor paulista, morto em 2017. Sidney Amaral, em suas obras,
problematiza questões identitárias, ampliando o debate artístico brasileiro sobre a representação do
homem negro contemporâneo.

Figura 17 - Sidney Amaral, ‘Gargalheira ou quem falará por nós?’, 2014.


Fonte: https://artebrasileiros.com.br/arte/artigo/sidney-amaral-entre-a-afirmacao-e-a-imolacao/
Audiodescrição da figura: Na imagem é possível ver um homem negro no centro com uma espécie de coleira de ferro
de quatro pontas em seu pescoço e cada uma delas tem um microfone. Final da audiodescrição.

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Figura 18 - Sidney Amaral fazendo um desenho em autorretrato.
Fonte: https://www.coletiva.org/educacao-e-diferencas-e-n14
Audiodescrição da figura: Na imagem é possível ver o artista Sidney Amaral fazendo um autorretrato. Um homem
negro ajoelhado com alguns pacotes de paçoca nas mãos, em sua embalagem está escrito amor. Final da
audiodescrição.

Arissana Pataxó
Artista plástica e professora baiana, Arissana desenvolve uma poética sobre povos
indígenas e a contemporaneidade.

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Figura 19 - Indígenas em foco, 2016.
Fonte: http://arissanapataxo.blogspot.com/
Audiodescrição da figura: Na imagem é possível ver um homem indígena com suas vestimentas e um cocar colorido,
com uma câmera em seu rosto, em posição de fazer uma fotografia. Final da audiodescrição.

Figura 20 - Memória Pataxó, acrílica sobre tela, 2016.


Fonte: http://arissanapataxo.blogspot.com/
Audiodescrição da figura: Na imagem é possível ver uma cena de indígenas andando juntos em sua aldeia. Final da
audiodescrição.

Priscila Barbosa

Artista visual, ilustradora e muralista paulistana. O seu trabalho investiga a iconografia da


mulher revolucionária contemporânea com foco na América Latina. Por meio de retratos de
diferentes corpos de mulheres propõe percepções críticas sobre padrões estéticos e
comportamentais vigentes, uma estratégia de enfrentamento e questionamento das relações de
poder.

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Figura 21 - Ilustração de Priscila Barbosa em projeto autoral.
Fonte: https://priscilabarbosa.com/autorais/
Audiodescrição da figura: Na imagem é possível ver duas mulheres juntas com uma de suas mãos para o alto, em
posição de luta. De fundo, algumas plantas. Final da audiodescrição.

Figura 22 - Ilustração de mural. Nalata festival internacional de arte urbana, 2020.


Fonte: https://priscilabarbosa.com/murais/nalata-festival-internacional-de-arte-urbana/
Audiodescrição da figura: Ilustração de uma mulher em um mural de um edifício e ao redor algumas casa e prédios.
Final da audiodescrição.

28
1.5 Movimentos do desenho artístico – Campo expandido

Diversos movimentos artísticos contribuíram com quebras estéticas e formas “padrões”


de produzir o desenho. Hoje, no desenho contemporâneo, temos muitas formas de expressão,
materiais e suportes. A sociedade vive em constante mudança, necessitando de modos outros no
fazer artístico para além da representação realista.
O desenho “campo expandido” tem características e possibilidades de experimentações,
com práticas interativas entre artista e público, trazendo práticas multidisciplinares, valorizando a
experiência de quem produz e quem consome.

Desenho aplicado a performance


A proposta do desenho aplicado a performance, dialoga e alinha os movimentos do corpo
como uma extensão do desenho, podendo ter ou não interação do público na construção.
Existem diversos projetos que propõe a integração do desenho com a performance
pensando nesses campos de construção da arte na contemporaneidade.

Figura 23 - Fotografia do projeto Risco!


Fonte: https://www.risco.art.br/risco
Audiodescrição da figura: Na imagem é possível ver uma performance sendo feita por artistas, o público ao seu redor
observando e algumas pessoas desenhando a ação. Final da audiodescrição.

29
Conheça o projeto Risco! Um grupo de estudos aberto e independente voltado
para prática criativa com modelo vivo.
Link: https://www.risco.art.br

Desenho como instalação


A instalação artística tem como proposta ocupar um espaço, através de diversos suportes
comunicacionais, trazendo o público para interagir. O desenho está totalmente em conexão com a
instalação, sendo um recurso utilizado para a construção das ideias propostas ou até mesmo ser o
seu elemento principal.

Figura 24 - Fotografia da instalação exposição Lições da Linha da artista Edith Derdyk.


Fonte: https://br.pinterest.com/pin/417849671663112686/
Audiodescrição da figura: Na imagem é possível ver muitas folhas de papéis brancos no chão, uma composição com
linhas pretas saindo dos papéis e se conectando a parede. Final da audiodescrição.

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Conheça o belo trabalho da artista Edith Derdyk, ela trabalha fazendo
conexões com as diversas ferramentas de expressão artística, que vai desde
a fotografia, desenho e instalação.
https://www.youtube.com/watch?v=lriA9Z0OcNg

Galera, chegamos ao final dessa competência. Muitas coisas vistas, não foi?
Vem aqui na videoaula, que trago pontos bem interessantes dos temas vistos
aqui. Bora juntas (os) nessa troca?!

No nosso primeiro encontro, você viu técnicas, caminhos possíveis para o desenho e suas
conexões com outras linguagens da arte. A próxima competência vem com mais focada no campo da
ilustração. Vem comigo!

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2.Competência 02 | Estudar os fundamentos da ilustração, suas técnicas e
possibilidades de representação gráfica
Você chegou na competência 2, fique à vontade! Depois dos estudos sobre o desenho, te
convido a conhecer mais sobre o universo da ilustração. Nesta competência, você vai ficar por dentro
das técnicas, possibilidades e entrar em contato com trabalhos de ilustradoras (es). Vamos juntas (os)
para mais uma imersão!

Antes de iniciar a leitura desse e-book maravilhoso, cheio de novidades


quentinhas sobre o universo da ilustração, escuta esse podcast. Ele vem com
todo nosso passo a passo como serão os conteúdos dessa competência. Vem
comigo!

2.1 Fundamentos da ilustração

A ilustração tem como objetivos comunicar ideias ou conceitos, narrar e facilitar a


compreensão de uma informação, de forma não verbal. Muitas vezes vem acompanhada de textos e
quando são produzidas de forma isolada, sem uso do texto, ela ganha força narrativa imagética.
Você pode encontrar ilustração em suas mais diversas aplicações, como símbolos de
marcas, reportagens de jornais, jogos digitais, histórias em quadrinhos, livros, layouts, murais e em
muitos outros artefatos comunicacionais.
Você já se pegou sendo impactada (o) com alguma ilustração? Aquela que faz a gente
refletir sobre diversas questões? Pois bem, a ilustração tem um grande poder de síntese, dizer muito
com “pouco”.
A ilustração não tem uma regra definida para sua criação, porém precisa que a (o)
profissional sabia exatamente como sua imagem vai narrar tal temática proposta, o que o material
está propondo comunicar. É muito importante a escolha de traço, cor, textura e elementos visuais
adequados para sua elaboração.
Não se pode dizer ao certo quando surgiram as criações de ilustrações, pois a história da
humanidade caminha junto com a construção de imagens como elemento comunicacional. Porém,
que a invenção da prensa móvel por Guttenberg, foi o marco definidor para expansão das ilustrações

32
e de profissionais na área. Foram muitos ganhos e ampliação do mercado, ilustradores começaram a
produzir para anúncios de jornais, livros, sendo as artes gráficas e a publicidade os principais meios
de consumo.
Entre as décadas de 70 e 80, a popularização da ilustração contou com o avanço de tintas
e acessórios, que deram mais possibilidades criativas aos profissionais da época.
Em meados da década de 90, tivemos a inclusão da ilustração aos meios digitais. Os
avanços tecnológicos foram fundamentais para ampliar os espaços de circulação e produção de
conteúdo visual. Novos materiais e softwares contribuíram para que profissionais pudessem
experimentar novas linguagens. A ilustração passa a ter mais uma variação, a ilustração digital. E
sobre ela que iremos falar mais especificamente.

Figura 25 - Imagem de uma prensa móvel tipográfica.


Fonte: https://br.pinterest.com/pin/738520038890161878/
Audiodescrição da figura: Na imagem é possível ver chapas de metal com diversas letras em cor dourada. Final da
audiodescrição.

Eu sei que você está querendo muito saber sobre ilustração digital, mas segura só um
pouco, vem aqui comigo para trocar umas ideias sobre o processo de criação para ilustração. Afinal,
antes de você criar, é bom saber por onde começar.
Vem aqui comigo!
Então, primeiro ponto que coloco aqui em pauta: a pré-produção, mais conhecido nos
meios de comunicação como Briefing. Você já viu esse importante processo na disciplina de
Planejamento Visual, tenho certeza que você já está ligada (o) em tudo!

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Pois bem, nesse momento do briefing, você ilustradora (o), vai se reunir com cliente para
coletar todas as informações necessárias para sua criação. É bem importante que você se atente a
detalhes como: temática, qual o meio / veículo será destinado a arte, público alvo, estilo, cor, técnica
que será utilizada.
Segundo ponto, Pesquisa de referências, é nesse momento que você vai começar a
delinear sua criação e poderá beber de fontes diversas como: fotografias, filmes, esculturas,
ilustrações, texturas... São muitos os caminhos, esteja aberta (o) para essa pesquisa, é um momento
muito bom de exercitar seu olhar e construir bagagem.
É a partir desse momento que você pode ir rabiscando ideias. Lembre-se, cada projeto é
singular, pode ser desafiador e trazer diversos conhecimentos para você no campo profissional e
pessoal. Aproveita!

Você sabia que um excelente aliado para ilustração é ter um caderno de


esboço? Nele, é possível anotar suas ideias e rabiscar traços. Existem
profissionais que criam ilustrações no caderno de esboço e usam como projeto
final. Conheça o trabalho do ilustrador espanhol Aleix Gordo Hostau, ele
transita pelos diversos formatos de ilustração e tem um projeto que reúne
desenhos e processos criativos de suas ilustrações em um artbook. Dá uma
conferida nesse link abaixo.

https://www-aleixgoho-com.translate.goog/es/portfolio/push-ups-1-
artbook-aleix-gordo-hostau/?_x_tr_sl=es&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt-
BR&_x_tr_pto=nui,sc,elem

A terceira dica, é a construção de um painel de inspiração. Ele é bem interessante para


sua criação, pois possibilita que você faça um espaço-esboço de como será sua ilustração. Você pode
reunir: cores, texturas, formas... Além de ser um excelente mapa visual para a ilustradora (o), pode
servir de guia para o cliente entender o universo do que será criado.
Chegamos no quarto momento dessa caminhada, a tão esperada Produção. É aqui que
você vai começar seus experimentos, que podem ser manuais lápis e papel ou na mesa digitalizadora.
Eita, Camila, a mesa digitalizadora não é um acessório utilizado na ilustração digital? É sim. Vamos
dar uma pequena pausa agora e falar sobre essa modalidade da ilustração.

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A ilustração digital é amplamente utilizada por ilustradoras (es) atuais. São diversos os
softwares e ferramentas disponíveis no mercado, cabe a você experimentar e saber quais são mais
interessantes. Mesmo com muitos recursos tecnológicos disponíveis no mercado, alguns profissionais
não largam mão do uso do bom papel e lápis, como base para o desenho e só depois digitalizam,
através de um scanner ou fotografando o desenho, para criar os detalhes de finalização nos softwares
de manipulação gráfica.
A mesa digitalizadora é um equipamento muito utilizado no campo da ilustração digital.
Existem diversas vantagens em utilizar uma mesa digitalizadora, a otimização de tempo e
ganho de produtividade na construção de sua arte, a possibilidade de ajustar um erro apenas
utilizando um Ctrl + Z e seguir sua criação, ela também tem a vantagem de ser leve, portátil e
ergonômica.

Figura 26 - Mesa digitalizadora sendo utilizada para criar ilustração.


Fonte: https://pxhere.com/es/photo/1393443
Audiodescrição da figura: Na imagem, aparecem as mãos de um profissional fazendo uma ilustração na mesa
digitalizadora. Final da audiodescrição.

Os processos para criar são os mais diversos e você pode ir mudando de estilos, tudo isso
pode depender do objetivo do seu projeto.
Existem muitos processos para produção de uma ilustração, escolha de traços, textura,
cores.

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O último ponto dessa construção, é o a pós-produção, também conhecido como arte final
ou fechamento de arquivo. Para isso, você já coletou lá no início do briefing com seu cliente, qual o
(os) meios de comunicação que a arte se destina. Se for digital será um tipo de fechamento, impresso
outras configurações. Inclusive, existem profissionais em escritórios de design e agências, que tem a
função de fazer os fechamentos e possíveis ajustes do arquivo, garantindo a qualidade do mesmo.
Essa/esse profissional é a (o) arte-finalista.

2.2. Composição visual

Você já viu que a ilustração é uma excelente ferramenta comunicacional, podendo tornar
ideias complexas mais simples. Mas para que ela tenha essa força, se faz necessário que a (o)
ilustradora (o) compreenda e aplique em sua proposta visual alguns importantes elementos.
Falaremos um pouco agora sobre essa anatomia para construção da sua arte.
O primeiro elemento é o fundo, que pode ser sólido (fazendo uso apenas de cor), conter
texturas, elementos geométricos ou de outros estilos. O fundo é um elemento muito importante para
a ilustração, ele precisa gerar uma harmonia entre os demais elementos da arte.
Veja a seguir duas ilustrações da ilustradora Andrielly Fernandes. Em propostas
diferenciadas, em uma ilustração ela faz uso de formas geométricas, e na outra, utiliza de elementos
e texturas que dialogam com a ideia da arte.

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Figura 27 - Ilustração digital da ilustradora Andrielly Fernandes. A proposta de fundo com elementos visuais e
texturas.
Fonte: https://www.behance.net/gallery/108375697/COMMISSIONS
Audiodescrição da figura: A imagem apresenta elementos de plantas de fundo em tom verde, texturas e o objeto
principal são duas mãos que se tocam delicadamente com as pontas dos dedos. Final da audiodescrição.

Figura 28 - Ilustração digital da ilustradora Andrielly Fernandes. A proposta da ilustração faz uso de fundo geométrico
em cor sólida.
Fonte: https://www.behance.net/gallery/108374089/Marca-Figlia
Audiodescrição da figura: A imagem apresenta fundo geométrico em cor sólida e em destaque, uma mulher negra bela
e sorridente. Ela veste uma parte íntima superior e um boné verde usado para trás. Final da audiodescrição.

Como você pode ver, a ilustradora fez uso de elementos de fundo, que foram belos e
honestos com as ideias de suas artes. Cada uma com sua proposta comunicacional. O fundo precisa

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ser um aliado para sua ilustração, ele não pode entrar em conflito com os demais elementos. Ele pode
ser “tímido” ou assumir um lugar de narrativa junto com a figura que estiver ilustrada.

Figura 29 - Cartaz traz a relação de figura - fundo para compreensão da proposta. Ilustração de Joanna Górska e Jerzy
Skakun do estúdio gráfico Homework.
Fonte: https://chicagodesignarchive.org/project/17c-047
Audiodescrição da figura: A ilustração do cartaz traz elementos – personagens que se complementam com o uso da
relação figura fundo. É possível ver as cabeças de dois personagens, um dentro do outro, o personagem um aparenta
estar “engolindo” a cabeça do personagem dois. Final da audiodescrição.

Como você vê na imagem, a narrativa do cartaz só ganha força com a relação figura fundo.
O fundo nesse caso, está sendo um grande aliado para compreensão da ilustração.
Mais uma vez destaco aqui uma conexão com assuntos vistos anteriormente por você,
dessa vez, na disciplina de semiótica. Estou falando da Gestalt. Nesses exemplos imagéticos, é
possível fazer essa relação com a Gestalt.
O segundo, é o uso de luz e sombra, que são fundamentais para gerar volume nas
ilustrações e suavizar elementos utilizando a função de mescla.

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Figura 30 - Ilustração digital da ilustradora Andrielly Fernandes. A proposta da ilustração faz uso de fundo geométrico
em cor sólida.
Fonte: https://www.behance.net/gallery/108374089/Marca-Figlia
Audiodescrição da figura: A imagem apresenta fundo geométrico em cor sólida e em destaque, uma mulher com um
olhar fixo (apenas de um olho) e algumas mãos “agarrando” sua cabeça, deixando marcadas as sombras das mãos no
fundo e uma frase que diz “eu não quero pedir desculpa pelas tuas culpas. Final da audiodescrição.

O terceiro elemento presente na estrutura de uma ilustração é a (o) personagem.


Quando estamos criando personagens para ilustração, é importante que se pense na
diversidade social, vivemos em um mundo múltiplo de gêneros, etnias, raças, corpos. Se faz
necessário que nós, profissionais, fiquemos atentas (os) de que modo estamos criando.
O mercado publicitário e o cinema, tem um papel fundamental na quebra de estereótipos
e na construção de uma representatividade que empoderem as pessoas. O cenário ainda é tímido,
porém tem sido cada vez mais cobrado pelo público consumidor a possibilidade se verem
representadas (os).

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Figura 31 - Ilustração digital da ilustradora Andrielly Fernandes.
Fonte: https://www.behance.net/gallery/108375697/COMMISSIONS
Audiodescrição da figura: Na ilustração existem dois homens personagens (um negro e um branco), ao fundo uma
bandeira da diversidade lgbtqia+, ao redor dos personagens, possuem três TVs com a frase: “No futuro, o amor e a
liberdade serão como num filme”. Final da audiodescrição.

Conheça a Heller Haus Design, empresa que trabalha com design, inovação e
UX. Existem conteúdos muito interessantes e atualizados em seu site e canal
do youtube. Não deixa de conferir!
Site: https://www.hellerhaus.com.br/
Canal do Youtube:
https://www.youtube.com/channel/UCzTjwTubD9FtCsp6sIxBICA

2.3. A importância e uso da cor na ilustração

A escolha de cor para construção da ilustração é fundamental. A cor é uma linguagem,


uma forma de comunicação, podendo provocar sensações em quem a observa.
No design, a escolha equilibrada da paleta de cores a ser usada em uma ilustração ou
projeto gráfico, faz com que a arte consiga dialogar e impactar.

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Falaremos um pouco a teoria das cores, uma base estrutural que ajuda a entender as
cores e sua derivações. Podemos classificar em:

Círculo cromático
O círculo cromático, organiza de forma sequenciada e ajuda a compreender como as cores
se relacionam. Elas são categorizadas pelas cores primárias, secundárias, análogas e
complementares. E se dividem entre cores quentes e frias.

Cores primárias
Cores básicas que não são feitas de combinações de outras cores, porém suas misturas
criam outras cores do ciclo cromático. São representadas pelas cores: amarelo, azul e vermelho.

Cores secundárias
São consideradas cores secundárias a mistura de duas cores primárias. Representadas
pelas cores laranja, violeta e verde.

Cores terciárias
As cores terciárias são resultado das misturas de uma cor primária com secundária.
Podemos ter como exemplo o verde-amarelado, o laranja-avermelhado.

Análogas
São constituídas por cores com tons em comum, ficam próximas uma da outra no círculo
cromático, e podem ser formadas por cores primárias, secundárias e terciárias.

Complementares
As cores complementares ficam em posições opostas dentro do círculo cromático e criam
um grande contraste na junção de suas cores. Para gerar mais suavidade nas suas composições, utilize
misturas de cores “semi-complementares”, como por exemplo: vermelho e verde terciário.

Veja a seguir uma imagem que mostra o esquema de cores no círculo cromático e suas
divisões.

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Figura 32 - Representação do círculo cromático, combinações de cores e tons.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/184436547227605000/
Audiodescrição da figura: A imagem traz figuras que representam a estrutura das cores no círculo cromático. A primeira
figura é a do círculo cromático completo com as cores juntas, a segunda representação é a combinação de cores
separadas por suas categorias e a terceira, temos o círculo dividido em duas partes – cores quentes e frias. Final da
audiodescrição.

Outro ponto importante são as propriedades das cores, que são as características para
sua identificação. A essas características, podemos classificar como: Hue (Matiz), Saturation
(Saturação) e Brightness (brilho).
A matiz é a característica que faz a diferenciação das cores e pode ser medida em ângulos,
que variam de 0° a 360°.

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A saturação é medida em porcentagem e sua característica se baseia em quanto maior a
porcentagem de saturação, mais pura a cor será e quanto menos saturada, mais se aproxima do cinza.
O brilho é o elemento que traz a iluminação, quando diminuímos seu valor, deixamos as
imagens mais escuras.

2.4. A ilustração no mercado

A ilustração está presente em diversas peças e plataformas, que o mercado se propõe


interagir com a (o) usuária (o) /consumidora (o) de suas marcas e produtos. A proposta de trazer uma
/ um mascote que represente uma marca, personagens que dialoguem com a comunicação,
elementos que podem ser inseridos em vídeos e outras diversas formas, são exemplos da aplicação
de ilustração e com isso, você profissional, pode ter seu trabalho desenvolvido de modos diversos,
não precisando criar para uma única finalidade.
Você viu durante nossas trocas no e-book profissionais que conseguem aplicar suas
ilustrações nos mais diversos formatos.
Existem empresas que buscam profissionais por seus traços, estilos de criação. Você,
profissional, tem a possibilidade de ser convidada (o) para criar dentro do seu universo criativo,
imprimindo sua identidade em propostas de clientes.
Seja a seguir alguns exemplos:

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Figura 33 - Criação de ilustração e aplicação de painel. Arte da ilustradora Maria Gabriela Lima.
Fonte: https://www.behance.net/gallery/58437901/Pains-Impressos
Audiodescrição da figura: Na imagem é possível observar uma árvore com traços finos e delicados, suas folhas de cor
azul, suas flores vermelhas e dois pássaros amarelos compondo a ilustração. Final da audiodescrição.

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Figura 34 - Criação de ilustração para marca São Braz. Arte da ilustradora Maria Gabriela Lima.
Fonte: https://www.behance.net/gallery/48084341/Ilustracoes-Coffee-Shop-Sao-Braz
Audiodescrição da figura: Na imagem, é possível observar uma xícara azul e dentro dela, uma mãe com seus três filhos
em uma troca de afeto, na parte inferior da ilustração, a marca do coffee shop São Braz. Final da audiodescrição.

Figura 35 - Criação de ilustração para marca São Braz em homenagem ao natal de 2017. Arte da ilustradora Maria
Gabriela Lima.
Fonte: https://www.behance.net/gallery/48084341/Ilustracoes-Coffee-Shop-Sao-Braz
Audiodescrição da figura: Na imagem, é possível observar uma árvore de natal, que na sua parte interna, três braços e
em suas mãos cada um carrega um elemento: uma com uma xícara, um coração e uma flor. A base da árvore é uma
xícara que se conecta a todos os elementos. Final da audiodescrição.

Figura 36 - Criação de ilustração e texto para o livro infantil Ian e Mika no Zoo.
Fonte: https://www.behance.net/gallery/48089077/Ilustracao-e-Texto-do-Livro-Ian-e-Mika-no-
Zoo?tracking_source=project_owner_other_projects
Audiodescrição da figura: Nas imagens, é possível observar os animais personagens do livro. Na primeira imagem, os
personagens aparecem acompanhados de texto, nas demais apenas os personagens em seu habitat. Final da
audiodescrição.

Como você pode observar, a ilustradora tem seu estilo visual, porém vemos a facilidade
que ela transita por propostas de clientes. Essa “adaptação”, diz do tipo de produto ou serviço que
teu cliente oferece, qual o público, qual/quais os formatos e plataformas que serão base para o
projeto.

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Figura 37 - Ilustração feita por Alisson Lima que
ficou disponível em seu catálogo de tatuagens.
Fonte: Foto disponibilizada pelo ilustrador Alisson Lima. Disponível em:
https://www.instagram.com/p/CNN9fqzr4J2/?utm_medium=copy_link
Audiodescrição da figura: É possível ver o rosto de fundo, na sua frente, uma libélula em pouso e na parte superior 5
luas em suas fases. Final da audiodescrição.

E para fechar esse ciclo de conhecimentos, vem aqui nesse podcast


maravilhoso, onde troco ideias com profissionais da ilustração sobre
mercado e identidade. Não perde, está muito massa! Te aguardo!

Te convido agora para assistir a videoaula 2, onde vamos trocar ideias sobre
pontos importantes da construção da ilustração, sua modalidade para os
meios digitais e conhecer mais sobre o mercado. Vem comigo!

Você chegou ao final da disciplina Desenho de observação e ilustração, desejo que tenha
sido uma experiência positiva e cheia de construções para você, que sua mente esteja fervilhando e
que você não se limite nas experimentações.
Até uma próxima disciplina.
Bons estudos!

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Conclusão
Durante essa disciplina, você estudou duas competências cheias de conteúdos
importantes para sua prática profissional como designer gráfico. Na primeira competência, foi
possível conhecer a história, caminhos possíveis para o desenho de observação, técnicas e diversas
modalidades do desenho, na segunda competência, você teve acesso a conhecimentos da ilustração,
sua modalidade digital, cores e mercado.
Te indico que siga experimentando desenhos manuais e ferramentas digitais, dessa
forma, você terá um conhecimento abrangente do desenho e da ilustração. São diversas as formas
de expressão, tenho certeza que você vai curtir alguma ou algumas. Vai fundo!
Ah, não esquece de acessar os links disponíveis, ver as videoaulas, ouvir os podcasts e
todo material complementar.
Foi muito bom estar com você nessa caminhada. Logo mais nos encontraremos nos fóruns
para trocar ideias. Te desejo bons estudos e mergulhos no universo encantado do desenho de
observação e ilustração.

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Referências

Pensar o desenho: linguagem, história e prática; Unicentro, 2013.

DONIS, A. Donis. Sintaxe da linguagem visual, Martins Fontes, 2003.

Moreira, Valter do Carmo. Arte e ilustração, Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018.

Zeegen, Lawrence, Crush. Fundamentos da ilustração, Bookman, 2009.

Lupton, Philips, Novos fundamentos do design, Cosac & Naify, 2008.

Dinucci, Gina, Desenho de observação, Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017.

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Minicurrículo do Professor

Camila Silva
Recifense, publicitária, fotógrafa e montadora audiovisual. Graduada em Publicidade e
Propaganda – Universidade Maurício de Nassau, (UNINASSAU), técnica em Comunicação Visual –
Escola técnica professor Agamenon Magalhães (ETEPAM).
Trabalho com a educação nas áreas do design gráfico e audiovisual. Atuo no mercado
como fotógrafa e montadora audiovisual, participei de projetos como:
Produtora audiovisual na Secretaria de Educação de Pernambuco (2013 – 2018).
Oficineira de Fotografia pelo Ministério da Cultura em parceria com a FUNCERN e com o
Instituto Intercidadania na UFRN e no IFRN (2014).
Oficineira de fotografia pelo Instituto Intercidadania no projeto de extensão UFPE –
PROEXT (2016).
Oficina Teatro Imagem: Do Real ao Decolonial, no edital Lei Aldir Blanc (2021), juntamente
com o Núcleo de Experimentações em Teatro do Oprimido - NEXTO-PE (2021).
Diretora de Fotografia na Websérie O Encontro de Hoje (2019) – com produtora 7ª arte
do vale;
Fotógrafa e Montagem do Curta-Metragem Santos Imigrantes (2019);
Diretora de fotografia e montagem da Websérie Ferida do Núcleo de Experimentações
em Teatro do Oprimido - NEXTO-PE (2019);

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