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Desenho de Observação e

Representação
André Lemoine

Curso Técnico em
Design de Interiores
Desenho de Observação e
Representação
André Lemoine

Curso Técnico em
Design de Interiores

Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa

Educação a Distância

Recife

2.ed. | Abril 2022


Professor Autor Catalogação e Normalização
André Lemoine Neves Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)

Revisão Diagramação
André Lemoine Neves Jailson Miranda

Coordenação de Curso Coordenação Executiva


Danyelle de Holanda Beltrão George Bento Catunda
Renata Marques de Otero
Coordenação Design Educacional Manoel Vanderley dos Santos Neto
Deisiane Gomes Bazante
Coordenação Geral
Design Educacional Maria de Araújo Medeiros Souza
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger Maria de Lourdes Cordeiro Marques
Helisangela Maria Andrade Ferreira
Izabela Pereira Cavalcanti Secretaria Executiva de
Jailson Miranda Educação Integral e Profissional
Roberto de Freitas Morais Sobrinho
Escola Técnica Estadual
Descrição de imagens Professor Antônio Carlos Gomes da Costa
Helisangela Maria Andrade Ferreira
Gerência de Educação a distância
Sumário
Introdução .................................................................................................................................... 5

1.Competência 01 | Conhecer os Fundamentos da Linguagem Visual e os Materiais de Execução do


Desenho de Representação, Exercitar e Aprimorar o Traço............................................................ 6

1.1 Fundamentos da Linguagem Visual ........................................................................................................... 6


1.2 Estudando os Elementos Básicos da Comunicação Visual ........................................................................ 7
1.3 Cinco Habilidades Básicas do Desenho ................................................................................................... 13
1.4 Conhecendo os Materiais de Desenho .................................................................................................... 14
1.5 Treinando o Traço para a Prática do Desenho ........................................................................................ 21
2.Competência 02 | Conhecer e Aplicar as Técnicas Visuais Compositivas da Imagem ................. 23

2.1 Composição e Enquadramento ............................................................................................................... 23


2.2 Aplicação de Técnicas Compositivas para o Ambiente ........................................................................... 25
2.3 Modalidades Expressivas: Desenho, Pintura, Gravura e Colagem .......................................................... 31
2.4 Tipos de Representação Visual: Estilizada, Realista e Esquemática ........................................................ 38
3.Competência 03 | Técnicas de Desenho e Representação em Projetos de Interiores................. 41

3.1 Técnicas de Desenho ............................................................................................................................... 41


3.2 Representação de Superfícies para a Definição e Representação de Materiais, Objetos e Revestimentos
em Projetos de Ambientes ............................................................................................................................ 44
3.3 Rendering: Origem, Evolução e Aplicação ............................................................................................... 52
Conclusão .................................................................................................................................... 55

Referências ................................................................................................................................. 56

Minicurrículo do Professor .......................................................................................................... 57


Introdução
Olá Estudante, seja bem-vindo (a) à disciplina de Desenho de Observação e
Representação, do Curso Técnico de Design de Interiores.
O objetivo dessa disciplina é fazer com que você aprenda os elementos e técnicas
necessários para desenhar de forma clara e útil, para o desenvolvimento de projetos de Design de
Interiores, além de despertar o interesse no desenho artístico.
Este é o e-book que irá guiá-lo pela disciplina, dividido em três competências necessárias
para o domínio do assunto.
A primeira competência trata sobre os fundamentos da linguagem visual e os elementos
básicos da comunicação visual, as habilidades básicas do desenho, os materiais necessários para
desenhar e o treino para o desenvolvimento da prática do desenho.
A segunda competência aborda sobre o conhecimento e aplicação das técnicas
compositivas da imagem, as modalidades de expressão do desenho e os tipos de representação
visual.
Por último, a terceira competência explana sobre a representação de superfícies, através
de técnicas de hachuras, de texturas e de rendering.
Você vai ver, nesse e-book, um modo de representação do mundo que pode ajudar muito
as suas atividades profissionais e, até mesmo, seus dotes artísticos.

Bons estudos!

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1.Competência 01 | Conhecer os Fundamentos da Linguagem Visual e os
Materiais de Execução do Desenho de Representação, Exercitar e
Aprimorar o Traço
Nesta competência serão vistos fundamentos do desenho e os materiais necessários para
a sua execução da melhor forma possível, demonstrando os elementos básicos da comunicação visual
e as formas de uso dos materiais para uma representação primorosa e útil para o desenvolvimento
dos projetos de interiores.

Antes de iniciar os estudos, vai no nosso podcast, escuta as nossas dicas e


depois volta aqui para continuar o aprendizado, ok?

1.1 Fundamentos da Linguagem Visual

Linguagem é uma forma de comunicação – entre os seres humanos. Temos linguagens


faladas, escritas e as linguagens visuais – se diz “linguagens visuais”, no plural, porque podemos nos
expressar visualmente através do desenho, pintura e da escultura. Para efeito de criar subsídios para
a representação das ideias dentro do Design de Interiores, você vai aprender a linguagem do desenho
nessa disciplina, já que o desenho, em suas várias vertentes, é a forma mais comum de fixar as etapas
dos projetos dentro do Design de Interiores, nos esboços, croquis, perspectivas, desenho técnico e
arquitetônico e desenho artístico.

Como surgiu o desenho?


Dê uma olhada nos links abaixo, que contam um pouco da história de como o
ser humano passou a se comunicar através dos desenhos:

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/arte-rupestre
https://conhecimentocientifico.com/hieroglifos-o-que-sao/

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Estudante, tendo visto as origens do desenho, observe a figura abaixo que mostra uma
montagem de diversas formas de representação do mundo, de épocas, estilos e técnicas diferentes.

Figura 01: Várias formas de representação visual: pinturas rupestres, arte clássica, fotografia, arte moderna, etc.
Fonte: https://pt.quizur.com/trivia/a-arte-esta-em-tudo-que-percebemos-HwyO
Audiodescrição da Figura: 12 ilustrações em um quadro, como: desenho de um boi rupestre, vaso, figuras humanas.

Como foi mostrada na imagem acima, a linguagem visual é muito rica e pode ser usada
de muitas formas para representar o mundo em que vivemos e a forma como o compreendemos. A
seguir, você verá os elementos básicos da comunicação visual.

1.2 Estudando os Elementos Básicos da Comunicação Visual

Nesta disciplina, o desenho é a comunicação visual que será desenvolvida para você,
estudante. O desenho é feito a partir de elementos geométricos básicos que são combinados entre
si para a produção de tudo o que já foi feito até hoje em termos de desenho, arte, pintura, etc. A
partir de agora, você vai estudar esses elementos básicos e suas aplicações. Vamos lá?!
Ponto: O ponto é um elemento geométrico que não possui definição nem medida. É
adimensional, ou seja, não possui, largura, nem comprimento e, a partir dele, todos os outros
elementos são criados. Veja sua representação na figura abaixo:

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Figura 02: O ponto.
Fonte: https://www.linguagemvisual.com.br/ponto.php
Audiodescrição da Figura: um ponto na cor preta.

Linha: a linha pode ser definida como uma sucessão de pontos ou um ponto em
movimento sobre um plano que cria um elemento unidimensional, possuindo apenas comprimento,
mas que possui direção – horizontal, vertical, curva e diagonal. Ver figuras a seguir.

Figura 03: A linha.


Fonte: https://gartic.com.br/peragule/desenho-livre/a-linha-perfeita
Audiodescrição da Figura: linha reta horizontal.

Figura 04: As direções da linha sobre o plano – horizontal, inclinada e vertical.


Fonte: https://matematicabasica.net/geometria-plana/
Audiodescrição da Figura: diversas linhas retas em posição inclinada, vertical e horizontal, com dois pontos vermelhos
nas extremidades e as letras A e B nesses pontos.

Forma: as formas são obtidas a partir de linhas sobre um plano e as formas geométricas
básicas – o quadrado, o triângulo e o círculo são criados a partir de linhas retas e curvas – sendo
possível, a partir delas, criar quase tudo em termos de desenho. As figuras abaixo mostram as três
formas geométricas básicas.

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Figura 05: As três formas geométricas básicas – o quadrado, o triângulo e o círculo.
Fonte: https://acrilex.com.br/portfolio-item/edicao-08/
Audiodescrição da Figura: um quadrado, um triangulo e um círculo.

Direção: como foi dito, as linhas podem ser retas e curvas, ortogonais (formando um
ângulo de 90° em relação ao plano ou a outra linha) ou diagonais (formando ângulos maiores ou
menores que 90° em relação ao plano ou a outra linha). Para a criação de desenhos complexos, existe
sempre a associação de linhas e direções diferentes para a criação do que se quer representar (Ver
figura abaixo).

Figura 06: Exemplos de direção – ortogonal (vertical e horizontal), diagonal e curva.


Fonte: https://acrilex.com.br/portfolio-item/edicao-08/
Audiodescrição da Figura: três setas, a primeira com três setas, a segunda com duas setas e a terceira uma seta curva.

Tom: o tom ou tonalidade é um tipo de gradação de cores que, geralmente, vai do mais
claro ao mais escuro no espectro visual, sendo muito útil em estudos de sombra, por exemplo. A
figura, a seguir, apresenta um exemplo de tonalidades da cor azul.

Figura 07: Várias tonalidades da cor azul.


Fonte: https://www.vogue.pt/english-version-fashion-to-be-continued-fun-facts-blue
Audiodescrição da Figura: quadro com várias tonalidades da cor azul.

Cor: a cor é um fenômeno ótico muito interessante, uma vez que ela, em si, não existe,
mas é visível ao olho humano através da incidência da luz sobre os objetos e que varia de acordo com

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a intensidade dessa luz. A luz branca quando incide sobre um prisma se divide em cerca de trinta
cores, sendo predominantes o azul, o vermelho e o verde. A luz do sol, que é branca, quando
decomposta por um prisma gera as chamadas sete cores do arco-íris: vermelho, laranja, amarelo,
verde, azul, anil e violeta. A figura abaixo mostra o círculo cromático.

Figura 08: Círculo cromático.


Fonte: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2019/06/20/conheca-o-significado-de-cada-cor-e-se-inspire-
para-decorar-a-casa.htm
Audiodescrição da Figura: círculo com várias cores e tonalidades.

Textura: a textura é uma propriedade da superfície dos materiais que pode ser lisa,
rugosa, fina, áspera, etc. e que faz diferença no projeto de Design de Interiores, influenciando o
resultado de interiores, mobiliário, etc. No desenho, as texturas podem ser obtidas através de linhas,
cores ou tipos de papel. Na prática, as texturas podem ser obtidas através de tecidos, pedras naturais,
cerâmicas, madeiras, tintas, massa corrida, papel de parede, etc. (Ver figuras abaixo).

Figura 09: Exemplos de texturas obtidas sobre massa corrida, através de desempenadeiras, espátulas e lixas.
Fonte: https://www.fmetropolitana.com.br/aplicacao-de-texturas-personaliza-parede-de-forma-simples-e-facil/
Audiodescrição da Figura: cinco texturas em um quadro.

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Figura 10: Exemplos de texturas – pedras naturais, fibra de nylon, metais, madeiras, etc..
Fonte: https://www.allanbrito.com/2015/04/28/download-de-128-texturas-gratuitas-da-pixar/
Audiodescrição da Figura: nove exemplos de texturas: verde, mármore, madeira, granito, etc..

Figura 11: Representação de texturas em desenho.


Fonte:
https://www2.bauru.sp.gov.br/arquivos/arquivos_site/sec_educacao/atividades_pedagogica_distancia/2;Fundamental
/05;EMEF%20Etelvino%20Rodrigues%20Madureira/06;2%C2%BA%20ANO%20%20-%20B/1%C2%BA%20BIMESTRE-
%20BLOCO%201-%2001-03-21%20a%2026-03-21-2%C2%BA%20ano%20B.pdf
Audiodescrição da Figura: 15 modelos de texturas em preto e branco, com desenhos em linha reta, onduladas,
inclinadas, etc..

Dimensão: a dimensão é a medida de um segmento (linha) ou de um objeto. No objeto,


tem-se as dimensões de largura, altura e comprimento, que definem o volume, a tridimensionalidade
do objeto que podem ser representadas no plano (papel) através da perspectiva. A figura abaixo,
apresenta exemplos.

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Figura 12: Elementos de dimensão em figura 2D e 3D.
Fonte: https://www.infoescola.com/geometria-espacial/
Audiodescrição da Figura: dois desenhos, o primeiro um paralelepípedo retangular com as palavras altura, largura e
comprimento, e a segunda, um retângulo com as palavras comprimento e largura.

Escala: a escala é uma relação numérica entre uma medida real e um fator de redução ou
de ampliação. É muito usada na área de Design de Interiores, seja em projetos de ambientes ou de
mobiliário. As escalas são descritas como uma razão ou divisão: 1/10 ou 1:10 (1 por 10); 2/1 ou 2:1 (2
por 1), etc.

Figura 13: Exemplos de escalas de redução, ampliação e medida real.


Fonte: https://www.ingenieria.es/medidas-en-objetos-a-gran-escala/
Audiodescrição da Figura: uma peça com um círculo em sua porção superior, onde são apresentadas mais duas peças,
uma em escala reduzida e uma em escala ampliada, e todas elas com cotas.

Movimento: o movimento é uma forma de passar a ideia de que o desenho representa


ação, mudança de posição no espaço. No desenho, a impressão ou ideia do movimento é obtida
através do uso de linhas em posições específicas, geralmente diagonais ou associações entre
diagonais e ortogonais ou ainda, através do uso de linhas curvas associadas na criação de formas
orgânicas como seres humanos, animais ou vegetação. As figuras mostram exemplos de movimento.

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Figura 14: Exemplos de linhas em movimento.
Fonte: https://www.anfer.com.br/produtos/detalhes/42510/tela-para-quadros-desenho-geometrico-em-movimento-
afic13330/
Audiodescrição da Figura: desenho de várias linhas brancas em movimentos circulares, em um fundo preto.

Figura 15: Exemplos de seres humanos – forma orgânica.


Fonte: https://br.depositphotos.com/vector-images/movimento-do-corpo.html
Audiodescrição da Figura: diversos desenhos de pessoas em movimento.

Depois de ver os elementos básicos da linguagem visual, as Cinco Habilidades Básicas do


Desenho serão apresentadas para que você sinta que desenhar é para todos nós!

1.3 Cinco Habilidades Básicas do Desenho

Uma das obras mais conhecidas sobre como desenhar é “Desenhando com o lado direito
do cérebro”, de Betty Edwards (2004) – que demonstra como desenvolver a capacidade de desenhar
sob várias formas e fala sobre as cinco habilidades básicas para aprender a desenhar:
1 - Percepção das bordas: é a percepção da forma do objeto, representada pelas linhas
que usamos para desenhar o que vemos;
2 - Percepção dos espaços: é a percepção do que está à nossa volta ou à volta daquilo que
estamos desenhando;

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3 - Percepção dos relacionamentos: é a percepção das relações entre as partes, as
proporções, volume ou perspectiva;
4 - Percepção de luzes e sombras: é a percepção de como a luz incide sobre os objetos e
como são geradas as sombras que contribuem para a noção de volume nos objetos, pessoas e
paisagens;
5 - Percepção do todo (Gesltalt): a percepção do todo sobre as partes que compõem esse
todo é chamada de Gestalt (“forma” em alemão). É uma teoria surgida na Psicologia, mas que tem
aplicação na percepção do ambiente e na forma como ele pode ser percebido pelo observador, sendo
assim, pode ser usada como técnica de desenho a partir da percepção geral daquilo que se quer
desenhar – ou seja: ao desenhar uma cena, deve-se ter a ideia do todo e não de suas partes, pois a
soma das partes não explica o todo.
Essas cinco habilidades são acompanhadas de mais duas, que Edwards (2004) chama de
“avançadas” para garantir criatividade e a expressividade ao desenho:
• Desenhar de memória: que seria a capacidade de reproduzir no papel objetos,
pessoas ou cenas a partir das nossas lembranças;
• Desenhar a partir da imaginação: que seria a capacidade de criar novas cenas e
personagens a partir da nossa capacidade criativa, da nossa própria invenção.

Estudante, que tal dar uma pequena parada e assistir o vídeo abaixo que fala
sobre como aprimorar suas habilidades de desenho?
https://www.youtube.com/watch?v=HE0gdL8RmXM

Certo de que você pode e deve desenhar, que tal conhecer os materiais de desenho mais
usados?

1.4 Conhecendo os Materiais de Desenho

Para desenhar, é preciso ter em mãos uma série de materiais que podem ir da mais
simples folha de papel e do mais simples lápis grafite, até os materiais mais caros e complexos que,
não necessariamente ajudarão a criar “obras-primas”, caso quem use, não souber as técnicas de

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desenho. A seguir, você vai conhecer uma série de materiais disponíveis no mercado e que servirão
para suas experiências no desenho de observação e representação e nos demais tipos de desenho
usados no Design de Interiores.
Papel: o papel é a base na qual desenhamos, criamos esboços, ideias de ambientes,
mobiliário e, claro, os desenhos artísticos de grande beleza e significado. Os papéis têm como
características: tamanho, espessura, gramatura e textura. A figura a seguir, apresenta vários
exemplos de papel.

Figura 16: Exemplos de papel.


Fonte: https://blog.contabilista.com.br/quais-sao-os-tipos-de-papel.html
Audiodescrição da Figura: diversos papeis brancos em cima de um fundo na cor azul.

Os papéis disponíveis no mercado possuem medidas diversas (geralmente baseadas nos


formatos A: A5, A4, A3, A2, A1 e A0), gramaturas diversas (o peso do papel por metro quadrado que
define também sua espessura) e texturas lisa ou áspera.
Para a elaboração dos mais variados tipos de desenhos, existem papéis específicos que
são recomendados abaixo:
Desenho técnico: sulfite (75 a 90g/m²), manteiga e vegetal (superior a 120g/m²);
Desenho artístico: desenho realista a lápis – Canson XL Bristol (180g/m²), Fabriano 4 Liscio
(220g/m²), Lana Bristol (250g/m²) e Hahnemühle (190g/m²);
Desenho a nanquim: Canson Bristol XL (180g/m²) e Canson Layout (180g/m²);
Desenho a carvão: Canson XL Bristol e Hahnemühle Nostalgie (acima de 180g/m²).
Grafite: o grafite é um dos materiais mais comuns usados para desenho (técnico e
artístico). Os grafites são definidos por diâmetros e durezas – os diâmetros são 0,3mm (linhas e
desenhos pequenos); 0,5mm (desenhos básicos); 0,7mm (escrever); 0,9mm (manchas).
As durezas variam do mais duro (9H) ao mais mole (9B), conforme a figura abaixo:

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Figura 17: A dureza do grafite.
Fonte: https://aminoapps.com/c/kpoppt/page/blog/tutorial-cabelo-realista-
asiatico/maVe_zltku0LlR3JEd3dJ2YYg6wKjeLkGd (Alterada pelo autor)
Audiodescrição da Figura: diversos quadrados em tons diversos preto e branco com indicações embaixo de letras e
números.

As durezas do grafite podem ser usadas da seguinte forma:


• HB: desenho técnico;
• B: esboços;
• 4B: pelos e cabelos;
• 5B: sombras;
• 6B, 7B, 8B, 9B: sombras mais escuras.

Lapiseira: a lapiseira é um material no formato de uma caneta e em seu interior, tem-se


o grafite que varia em espessura e dureza, de acordo com o que vai desenhar. Atualmente, existem
muitas marcas de lapiseiras, das mais simples e muito pouco indicadas para o desenho, até aquelas
mais caras e tradicionais como a Pentel e a Staedtler, feitas com alta qualidade e próprias para
diversos tipos de desenho. Deve-se escolher uma que possua a ponta metálica. A figura apresenta
diversos tipos de lapiseiras.

Figura 18: Tipos de lapiseiras.


Fonte: https://www.amazon.com.br/PENTEL-Kit-Lapiseira-Pentel-Sharp/dp/B079ZXCLDZ
Audiodescrição da Figura: quatro lapiseiras de cores diferentes.

Estilete: o estilete é um material usado para corte, formado por um cabo e uma lâmina
metálica, usada, principalmente, para o corte de papel e, às vezes, para apontar lápis de grafite ou
lápis de cor. Evitar cortar o papel, tendo uma régua ou esquadros como apoio, pois são danificados
pelo estilete (Ver figura abaixo).

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Figura 19: Modelo de estilete.
Fonte: https://www.elastobor.com.br/estilete-tramontina-retratil-18mm-com-trava-de-seguranca-6-/p
Audiodescrição da Figura: foto de um estilete na cor azul.

Esfuminho: o esfuminho é um pequeno rolo, geralmente de papel compactado com uma


ou duas pontas que parecem a extremidade de um lápis, sendo usado para “esfumaçar” desenhos,
dando uma impressão de sombra – uma técnica muito usada pelos pintores renascentistas, conhecida
em italiano como “sfumatto” (Ver figura abaixo).

Figura 20: Várias espessuras de esfuminhos e sua aplicação no desenho.


Fonte: https://www.elo7.com.br/kit-esfuminho-para-desenho-com-6-unidades/dp/FBCE9E
Audiodescrição da Figura: desenho de um jarro com frutas ao lado, e uma mão segurando um esfuminho.

Borracha: as borrachas variam em tamanho e materiais (nem todas são feitas de


borracha) que servem para apagar ou ajustar desenhos. Existem borrachas rígidas, mais moles e até
borrachas elétricas (Ver figura a seguir). Os principais tipos de borracha usadas em desenho são:
• Borracha natural (de látex);
• Borracha plástica (de vinil);
• Borracha branca (de plástico);
• Borracha limpa-tipo (maleável como uma massa de modelar);
• Lápis borracha;
• Borracha elétrica (muito usada em desenho técnico e artístico por sua precisão, é
acionada por pilhas).

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Figura 21: Vários tipos de borrachas.
Fonte: http://genniartist.blogspot.com/2016/04/tipos-de-borrachas-para-desenhos.html
Audiodescrição da Figura: figuras de vários tipos de borrachas: lápis borracha, borrachas brancas, etc..

Nanquim: a tinta nanquim é um tipo de tinta mineral utilizada há milhares de anos. Já foi
usada para pintura, caligrafia e desenho com o uso de penas de aves e penas metálicas. Hoje em dia,
já é possível comprar canetas com tinta nanquim com as mais variadas espessuras A figura, a seguir,
mostra diversas tintas nanquim, penas e canetas nanquim.

Figura 22: Diversas marcas de tinta nanquim disponíveis no mercado.


Fonte: https://nanquim.com.br/sobre-a-tinta-nanquim/
Audiodescrição da Figura: diversos tipos de tinta nanquim.

Figura 23: Penas usadas para desenho e escrita com nanquim.


Fonte: https://nanquim.com.br/sobre-a-tinta-nanquim/
Audiodescrição da Figura: diversas penas de uso para nanquim.

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Figura 24: Canetas de nanquim atuais com espessuras diferentes.
Fonte: https://www.mikroshop.com.br/produtos/caneta-nanquim-uni-pin/#product-gallery-1
Audiodescrição da Figura: diversas canetas na cor preta de nanquim.

Caneta hidrográfica de ponta fina: as canetas hidrográficas são muito usadas nas escolas
infantis para as atividades artísticas das crianças, mas também podem ser utilizadas para
composições artísticas complexas. Atualmente, existem coleções de canetas hidrográficas com
grandes possibilidades de cores e tonalidades. A figura abaixo, mostra várias canetas hidrográficas.

Figura 25: Canetas hidrográficas.


Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1803317590-caneta-hidrografica-fineliner-ponta-fina-07mm-12-
cores-kaz
Audiodescrição da Figura: diversas canetas coloridas com ponta fina.

Lápis de cor: O lápis de cor é um material bastante conhecido e utilizado em situações


que vão desde as atividades lúdicas das crianças até a elaboração de trabalhos complexos. O lápis de
cor possui uma estrutura similar ao lápis grafite, com o uso de minas coloridas à base de cera, caulim
e pigmentos no lugar do grafite. Uma das marcas mais conhecidas é a alemã Faber Castell com 260
anos de existência (Ver figura abaixo).

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Figura 26: Lápis de cor.
Fonte: https://blog.grafittiartes.com.br/lapis-de-cor-como-escolher-tipos-e-tecnicas-para-usa-los/
Audiodescrição da Figura: diversos lápis coloridos.

Pastel: o pastel seco é um material muito usado para desenhos artísticos. É vendido em
caixas com várias cores e tonalidades e pode ser usado para a criação de belíssimos desenhos com
ótimos efeitos gerados pela textura do pastel associado a determinados tipos de papel. A figura exibe
vários lápis pasteis.

Figura 27: Caixa de pastel.


Fonte: https://bibliomag.wordpress.com/2017/04/04/lapis-pastel-artes-visuais/
Audiodescrição da Figura: diversas barras finas, coloridas em uma caixa.

Marcador: os marcadores são usados para sublinhar ou marcar textos, mas também
podem ser usados como material de desenho como as canetas hidrográficas, dispondo de grande
gama de cores e tonalidades. A figura mostra diversos marcadores coloridos.

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Figura 28: Caixa com vários marcadores de texto com várias cores.
Fonte: https://www.joom.com/pt-br/products/5edda0ec28fc71010194fb04
Audiodescrição da Figura: caixa transparente com diversos lápis pretos com tampas coloridas.

Estudante, tente obter alguns materiais básicos de desenho para treinar a sua
capacidade criativa:
• Papel Canson A4 ou A3;
• Papel Sulfite A4 ou A3;
• Lápis grafite HB e 2B;
• Borracha branca macia;
• Estilete ou apontador;
• Lápis de cor;
• Caneta hidrográfica.

Com os materiais básicos na mão, você pode treinar o traço e começar a se desenvolver.

1.5 Treinando o Traço para a Prática do Desenho

Desenhar é uma questão de prática. Ninguém pode partir do princípio de que algumas
pessoas conseguem desenhar e outras não. É preciso treinar e testar materiais.
Um dos primeiros exercícios é treinar o traço que pode ser feito com vários tipos de lápis
grafite, com espessuras e durezas diferentes. É possível, através do treino do traço, estudar linhas,

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texturas, sombreamento, posição do lápis, etc. É um estudo livre e mais intuitivo, depois dele, é
importante começar a treinar as formas. A figura mostra diversos tipos de linhas.

Figura 29: Estudos de linhas com vários movimentos e espessuras do grafite.


Fonte: http://pontododesenho.blogspot.com/2015/11/exercicios-de-traco-2.html
Audiodescrição da Figura: quatro modelos de traços em quatro colunas: traços horizontais, curvas e mistas.

Estudante, vamos dar uma paradinha no e-book, e assistir a primeira


videoaula da disciplina. Nela, você verá um pouco sobre a origem do desenho,
seus elementos principais e os materiais mais usados para desenvolvê-lo.

Estudante, aqui encerramos a primeira competência da disciplina com importantes


informações sobre o desenho, suas origens, materiais e formas de criação. Na competência 2, a
seguir, você vai conhecer e aplicar as técnicas de desenho e composição. Vamos lá?!

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2.Competência 02 | Conhecer e Aplicar as Técnicas Visuais Compositivas
da Imagem
Na competência anterior, você viu os fundamentos da linguagem visual e os principais
materiais de desenho. Nesta competência, você verá como aplicar as técnicas de desenho e
composição visual e saber como aplicá-las no Design de Interiores.

Estudante, vai no nosso podcast, antes de continuar a leitura e depois retorna


aqui para continuar os estudos da competência, ok?

2.1 Composição e Enquadramento

Para desenhar um objeto, é preciso definir se ele será representado sozinho, junto com
outros e como ele se apresenta no seu local original. O olho humano enxerga tridimensionalmente e
isso gera os chamados planos que, no desenho, auxiliam na localização do objeto no espaço. Os
planos do desenho podem partir do detalhe do objeto até a visão geral do conjunto onde o objeto
está inserido, como pode ver na figura abaixo:

Figura 30: Vários tipos de enquadramento – do mais geral até o detalhe da figura.
Fonte: https://www.escrevendoofuturo.org.br/caderno_virtual/caderno/documentario/oficinas/etapa-1-o-que-define-
o-enquadramento/
Audiodescrição da Figura: o desenho de um homem com vários retângulos, de tamanhos diferentes, em seu entorno,
representando planos de visão do homem.

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Um desenho, seja técnico ou artístico, precisa de um método para ser desenvolvido. É
preciso trabalhar a composição e o enquadramento da melhor forma possível. Existe uma ideia errada
de que os desenhos artísticos podem ser feitos sem critérios – o senso comum acha que para
desenhar ou pintar uma obra de arte só é preciso inspiração e nada mais. Na verdade, a inspiração
para o tema de um desenho ou pintura é de imensa importância, mas para pôr essa inspiração em
prática é preciso compor com base em conhecimentos técnicos sólidos.
A base de todos os desenhos é a Geometria – a partir dos objetos geométricos básicos
(quadrado, triângulo e círculo) é possível criar, praticamente tudo. As grandes obras da pintura
possuem uma série de eixos que servem como elementos estruturadores: linhas verticais e
horizontais, pontos de fuga, etc. (Ver figuras abaixo).

Figura 31: A Última Ceia (1495-1498) de Leonardo da Vinci. As linhas de composição parte da figura de Cristo, no
centro da pintura.
Fonte: http://esteticaehistoriadasartes.blogspot.com/2011/10/perspectiva-na-arte-renascentista.html
Audiodescrição da Figura: duas fotos. A primeira da Última Ceia, com 12 homens sentados numa mesa coberta com
toalha branca e copos e pratos em cima. Por trás, aberturas em paredes e uma paisagem. A segunda, a mesma foto,
mas toda coberta com um retângulo branco e diversas linhas apontando para o centro da foto.

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Figura 32: Composição geométrica da fachada da Igreja de Santa Maria Novella, Florença (1456-1470), projeto de
Leon Battista Alberti.
Fonte: https://www.trf3.jus.br/documentos/emag/Cursos/435_-_Historia_da_Arte_-_Modulo_I_-
_Idade_Antiga/13o_Encontro/13_HA_Renascimento.pdf
Audiodescrição da Figura: desenho de uma igreja com diversas linhas e círculos em cima.

Vamos pensar um pouco!


Estudante, imagine se seria possível criar obras tão complexas de desenho,
pintura, Design e Arquitetura sem o devido conhecimento e planejamento. O
que você acha?

Agora, você vai aprender a aplicar técnicas compositivas ao ambiente interno através das
técnicas de desenho.

2.2 Aplicação de Técnicas Compositivas para o Ambiente

Estudante, você agora dará uma olhada em algumas técnicas de composição que podem
ser aplicadas nos processos de criação de desenhos que serão depois utilizados no Design de
Interiores:
Contraste: a ideia de contraste se baseia na oposição entre elementos de um mesmo
ambiente – claro e escuro, liso e áspero, reto e curvo, etc. Trabalhar com contrastes exige cuidados

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já que é preciso buscar equilíbrio em situações que parecem ser de conflito. A figura abaixo, apresenta
um exemplo de contraste em ambiente.

Figura 33: Sala de estar com contraste de cores, texturas e materiais.


Fonte: https://pt.socialdesignmagazine.com/mag/architettura/contrasti-cromatici-e-texture-materiche-per-linterior-
design-di-unabitazione-su-2-livelli/
Audiodescrição da Figura: sala de estar com dois sofás azuis, paredes na cor azul, mesa de centro e de canto com
objetos em cima, e uma cortina cobrindo uma janela.

a) Contraste de elementos básicos: linha reta x curva


Retas e curvas são contrastantes por natureza e a concordância entre elas pode gerar
composições belas e interessantes. Alguns designers preferem usar apenas retas, outros apenas
curvas, mas existem aqueles que conciliam esses elementos. No desenho, o uso de retas e curvas
exige treino para dominar essas linhas que servem de base para, praticamente, todas as formas. (Ver
figura abaixo)

Figura 34: Contraste entre um grande elemento curvo em um espaço predominantemente reto.
Fonte: https://pt.socialdesignmagazine.com/mag/architettura/contrasti-cromatici-e-texture-materiche-per-linterior-
design-di-unabitazione-su-2-livelli/
Audiodescrição da Figura: sala de estar com sofá, mesas de centro e canto com objetos em cima, cadeiras e uma
parede em madeira no formato curvo.

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b) Contraste de cor: cor quente x cor fria ou complementar
As cores, podem ser classificadas em cores quentes (vermelho, laranja, amarelo, etc.) e
frias (azul, verde, violeta, etc.) e complementares (aquelas que estão na posição contrária no círculo
cromático – azul e laranja, vermelho e verde, etc.) e essas diferenças podem gerar composições
infinitas, onde é possível trabalhar com complementaridade de cores, tons, claro e escuro, etc. (Ver
exemplo abaixo)

Figura 35: Composição de ambiente com uso de cores complementares.


Fonte: https://www.vivadecora.com.br/pro/cores-complementares/
Audiodescrição da Figura: sala de estar com sofás na cor azul, cadeira em madeira, mesas de canto e de centro com
objetos em cima, quadros pendurados na parede por trás do sofá.

c) Contraste de escala ou tamanho: grande x pequeno


Objetos possuem tamanhos variados e isso gera efeitos muito diferentes nos espaços
internos. É preciso saber trabalhar com essas diferenças de escala para que se obtenha uma boa
composição espacial. A figura exibe um exemplo.

Figura 36: Contraste por escala – espaço muito grande em relação aos móveis.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/vazio-limpo-dois-andares-interior-loft-industrial-design-estudio-
fotografico-oficina-sala-de-estar-em-apartamento-cheio-sofas-set-arte-escadas-lampadas-sistema-ar-
condicionado_19127928.htm
Audiodescrição da Figura: interior de uma casa com pé-direito duplo toda na cor branca, e ao fundo dois sofás, um azul
e um vermelho.

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A noção de cheio e vazio, num espaço, gera efeitos diversos no ambiente, e o uso de
espaços mais densamente ocupados e outros mais vazios geralmente é uma questão de estilo. Vários
aspectos podem ser levados em conta na composição de espaços cheios ou vazios ou da combinação
dos dois em um mesmo ambiente (Ver exemplo abaixo)

Figura 37: Ambiente onde os cheios e vazios se destacam com clareza.


Fonte: https://archtrends.com/blog/contrastes-arquitetonicos-diferentes-formatos-em-um-mesmo-ambiente-2/
Audiodescrição da Figura: sala de jantar com piso e parede com revestimento em madeira, mesa com quatro cadeiras e
uma toalha branca coberta, com 3 luminárias penduradas acima da mesa, e quadros na parede.

- Equilíbrio x Instabilidade: As composições podem estar definidas apenas por equilíbrio


ou apenas por instabilidade ou desequilíbrio e, ainda, podem misturar essas duas situações em uma
só solução, que pode ser usada no desenho, pintura, escultura ou no projeto de ambientação. De
toda forma, quando o conflito entre equilíbrio e instabilidade é usado no Design de Interiores, é
preciso criar situações que não afetem a segurança das pessoas e, muito menos, o seu psicológico. A
figura apresenta diversos ambientes.

28
Figura 38: Ambiente equilibrado com uma composição Figura 39: Ambiente com elementos de instabilidade.
tranquila. Fonte: https://www.criatives.com.br/2012/01/o-design-
Fonte: https://designculture.com.br/criando-atmosferas- aplicado-em-restaurantes-criativos/
em-projetos-de-interiores Audiodescrição da Figura: restaurante com diversos
Audiodescrição da Figura: sala de estar toda na cor elementos e usos de cores em listas pretas e brancas e
branca, parede, piso, sofás, mesas de canto e de centro e alguns móveis vermelhos e amarelos.
objetos. Uma cadeira na cor preta e um quadro na
parede colorido.

- Simetria x Assimetria: simetria e assimetria são dois componentes muito fortes em


qualquer composição. A simetria é quando os dois lados de uma composição são iguais, estando
ligada a composições mais clássicas e equilibradas e, a assimetria, é o contrário – um lado difere do
outro, por meio dos elementos como móveis, objetos, etc.. As figuras, a seguir, mostram exemplos
de ambientes com simetria e assimetria.

Figura 40: O ambiente mostra uma composição Figura 41: Sala de estar assimétrica, não existe relação
simétrica, tudo o que existe de um lado, existe do entre os dois lados da composição.
outro. Fonte: https://www.liderinteriores.com.br/blog/12-
Fonte: https://www.lopes.com.br/blog/decoracao- arquitetos-brasileiros-para-voce-acompanhar-e-se-
paisagismo/8-regras-de-design-de-interiores-que- inspirar/
sempre-funcionam/ Audiodescrição da Figura: sala de estar com sofás,
Audiodescrição da Figura: uma sala de jantar com mesa poltronas, mesas de centro e de canto, com objetos em
e oito cadeiras, tudo em madeira. Uma luminária em cima, uma estante com objetos e vegetação, uma cortina
cima da mesa e um aparador ao fundo do ambiente com cobrindo uma janela e luminárias penduradas no teto.
objetos em cima.

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- Simplicidade x Complexidade: ambientes com características de simplicidade tratam de
composições com poucas cores, pouco mobiliário e soluções mais limpas, claras e os ambientes com
características de complexidade unem elementos bastante diferentes com composições complexas
de leitura do ambiente. As figuras abaixo exibem espaços com simplicidade e complexidade.

Figura 42: Sala de estar, com estilo escandinavo, Figura 43: Restaurante com características de ambiente
simples e sofisticado. complexo.
Fonte: https://www.vivadecora.com.br/pro/design- Fonte: https://abd.org.br/quais-sao-as-principais-
escandinavo/ diferencas-entre-o-design-de-interiores-a-decoracao-e-a-
Audiodescrição da Figura: sala de estar com cores arquitetura-de-interiores
brancas predominando no piso, paredes, teto, e Audiodescrição da Figura: restaurante com diversos
poltronas e cadeiras. Tapete nas cores preta e branca e elementos, cores e materiais.
almofadas, nas cores pretas, brancas e preta e branca,
quadro pendurado na parede e luminária de pé ao lado
de uma das cadeiras

- Sutileza x Ousadia: a sutileza tem a ver com o uso de cores, texturas e formas que se
destacam no ambiente de forma suave e tranquila, sem que haja impacto e, no final os elementos
acabam dialogando entre si. Já a ousadia é o contrário: as peças e as formas de disposição do
mobiliário competem entre si, criando conflito na composição (Ver figuras abaixo).

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Figura 44: Sala de estar com composições que se baseia no Figura 45: Cozinha com cores e texturas com
diálogo entre formas e cores de forma calma. características de ousadia.
Fonte: Fonte: http://rosefritz.com.br/blog/design-de-
https://www.revistaambientesce.com.br/2020/05/20/sutileza- interiores-salvador/ousadia-na-casa-do-bbb-12/
no-design/ Audiodescrição da Figura: cozinha nas cores rosa e
Audiodescrição da Figura: sala de estar com um sofá na cor laranja e texturas com curvas.
azul, mesas de centro, uma cadeira e um móvel em frente do
sofá.

Tarefa rápida!
Estudante, que tal verificar à sua volta (casa, trabalho, escola) se existem
composições como as que foram vistas no tópico acima?

Que tal agora ver as modalidades de expressão gráfica para pôr em prática experiências
de composição de espaços interiores.

2.3 Modalidades Expressivas: Desenho, Pintura, Gravura e Colagem

As formas de expressão gráfica são variadas e possuem resultados muito interessantes.


Desde um simples desenho feito a lápis ou carvão até quadros a óleo de beleza indescritível. Veja
abaixo, alguns tipos e técnicas de representação que podem ser usadas na apresentação de projetos
de interiores de forma a torná-los mais artísticos, belos e interessantes.
Desenho: o desenho é base de toda a representação gráfica, desde o desenho artístico,
passando pela pintura, desenho técnico, etc. O desenho é representado por linhas, sendo,
geralmente, mais simples que a pintura, embora, em alguns casos, apresente uma complexidade até
maior que aquela (Ver figuras).

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Figura 46: Desenho do personagem Homem-Aranha Figura 47: Desenho de uma sala de estar feita apenas
feito apenas com linhas. com linhas.
Fonte: https://blog.printloja.com.br/desenhos-para- Fonte: https://www.istockphoto.com/br/vetor/sala-de-
colorir-e-imprimir/ estar-com-estampa-em-preto-e-branco-interior-o-
Audiodescrição da Figura: desenho de um homem desenho-de-ilustra%C3%A7%C3%A3o-de-vetor-
fantasiado. gm828382332-134775299
Audiodescrição da Figura: desenho de uma sala de estar
com sofá, mesa de centro, aparador e prateleira com
objetos em cima, um espelho, e luminárias no teto.

Pintura: a pintura é uma forma de expressão gráfica obtida através do uso de pigmentos
dos mais variados tipos sobre uma série de bases: papel, pedra, gesso, tecido, etc. A pintura já faz
parte da história humana há mais de 45.000 anos e possui um significado muito importante para a
nossa existência, representando reis, santos, deuses, gente comum, fatos históricos, sonhos, desejos,
etc. Como foi dito, há inúmeros tipos de pintura e abaixo, vamos dar uma olhada nas mais conhecidas:
a) Pintura mural: a pintura mural é aquela que é feita sobre paredes e, geralmente possui
uma área bastante grande. A técnica mais usada em pintura mural é o afresco que é quando se pinta
sobre uma parede revestida de gesso ainda fresco e quando ele seca, a tinta da pintura fica
definitivamente fixada no revestimento da parede (Ver figura a seguir).

Figura 48: Exemplo de pintura mural/afresco: A criação do Homem, trecho do teto da Capela Sistina (1473-1481), de
autoria de Michelangelo Buonarroti.
Fonte: https://escolaeducacao.com.br/michelangelo-buonarroti/
Audiodescrição da Figura: quadro pintado com duas pessoas tocando os dedos das mãos. Um numa pedra sem
vestimentas, e o outro com anjinhos, uma bata e mais ao alto.

32
b) Pintura a óleo: a pintura a óleo geralmente é feita sobre tela ou madeira com o uso de
tintas baseadas em óleo de linhaça com a possibilidade de uso de vernizes. Grandes obras foram
pintadas com tinta a óleo. A figura abaixo, apresenta uma ilustração com pintura a óleo.

Figura 49: Exemplo de pintura a óleo – “Moça com brinco de pérola” (c. 1665) de Johannes Vermeer.
Fonte: https://laparola.com.br/pinturas-a-oleo-mais-famosas
Audiodescrição da Figura: pintura de uma moça olhando de lado com lenço na cabeça.

c) Pintura em aquarela: a aquarela é uma tinta com base em água que pode ser usada
para pintura em papel, tela e tecido. Seu efeito de “aguada” pode gerar imagens muito bonitas e ser
usada, inclusive em estudos de projetos de interiores, onde haja tempo e disponibilidade do
profissional para uma apresentação mais artística (Figuras abaixo, em aquarela).

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Figura 50: Pintura em aquarela representando um Figura 51 (À direita): Pintura em aquarela de uma sala
elefante africano entre flores. de jantar.
Fonte: https://www.elo7.com.br/pintura-em-aquarela- Fonte:
elefante-flores-54-x54-cm/dp/DBE09F https://pt.dreamstime.com/ilustra%C3%A7%C3%A3o-
Audiodescrição da Figura: pintura de um elefante em stock-desenho-de-esbo%C3%A7o-m%C3%A3o-livre-da-
tons azuis com rosas ao redor. aquarela-e-da-tinta-da-sala-de-jantar-lisa-do-
apartamento-simbolizando-aproxima%C3%A7%C3%A3o-
original-image56482883
Audiodescrição da Figura: pintura de uma sala de jantar
com mesa retangular e quatro cadeiras e luminárias
coloridas no teto.

d) Pintura com tinta guache: a tinta guache é uma mistura de goma arábica, glicerina,
dextrina e pigmentos para dar cor. Pode ser diluída em água, mas sua textura é de azeite, diferente
da aquarela, que fica com a aparência de “água colorida”. Gera uma pintura mais densa. A figura a
seguir, apresenta uma ilustração com tinta guache.

Figura 52: Pintura em tinta guache representando um marreco nadando.


Fonte: https://euquedesenhei.com/tinta-guache-o-que-e-e-como-usar/
Audiodescrição da Figura: pintura de um pato em um lago.

e) Pastel seco: o pastel seco ou giz pastel seco é um tipo de bastão de giz feito de uma
mistura de carbonato de cálcio e aglutinantes como tragacanto ou alcatira e pigmentos. Serve para

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desenho e pintura a seco, dando um resultado opaco e que pode gerar ótimos efeitos visuais,
dependendo do controle da técnica do uso do material (Figura abaixo, com pastel a seco)

Figura 53: Retrato feito em pastel seco, representando uma mulher, de autoria de Ruben Belloso Adorna.
Fonte: https://www.mdig.com.br/index.php?itemid=29044
Audiodescrição da Figura: retrato de uma mulher sendo desenhado em uma parede por um homem.

f) Pintura acrílica: a tinta acrílica é uma tinta solúvel em água formada por resina acrílica,
solventes orgânicos, cargas minerais e pigmentos, usada de forma a criar camadas que podem ser
finas ou grossas, de secagem rápida e sendo possível ser combinada com outras tintas como a
aquarela e tinta à óleo. Pode ser usada para pintura em telas ou paredes (Ver figura a seguir)

Figura 54: Pintura em acrílico representando um rosto feminino.


Fonte: https://www.domestika.org/pt/projects/176888-pinturas-en-acrilico
Audiodescrição da Figura: pintura de um rosto feminino toda colorida.

35
Gravura: a palavra gravura vem de gravar, ou seja, imprimir algo sobre uma superfície –
essa superfície, geralmente é mais rígida e, a partir dela, fazem as “gravações” que podem ser
copiadas para uma superfície mais suave, como o papel. Os principais tipos de gravura são:
a) Xilogravura: do grego xilós que quer dizer madeira – é um tipo de gravura feita em
madeira, usando instrumentos chamados goivas. Você desenha o tema em um pedaço plano de
madeira, esculpe com o uso das goivas e depois passa a tinta sobre essa parte esculpida, colocando
uma folha sobre ela e imprimindo o desenho na folha de papel. A xilogravura ainda é muito usada no
interior do Nordeste para a produção de quadros e literatura de cordel. Em Pernambuco, temos J.
Borges como um dos maiores xilogravuristas do Brasil. A figura abaixo mostra um exemplo de gravura
em xilogravura.

Figura 55: Xilogravura de J. Borges representando aspectos do Sertão Nordestino.


Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-5-Sertao-Antigo-xilogravura-de-J-Borges-s-d-Fonte-Galeria-
Brasiliana_fig2_281975488
Audiodescrição da Figura: desenho de várias pessoas e animais nas cores preta e branca.

b) Litografia: também chamada de litogravura, do grego lithós que quer dizer pedra – é
um tipo de gravura feita sobre uma pedra onde se desenha e, através do uso de tintas e óleos
especiais, é possível tirar várias cópias. Está técnica surgiu na região alemã da Baviera, no século XVIII.
Atualmente, litografias são muito raras, uma vez que a jazida de onde eram retiradas as pedras usadas
como base para o desenho/pintura das imagens está esgotada (Ver figura abaixo).

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Figura 56: Exemplo de litografia representando Johannes Gutenberg.
Fonte: https://i1.wp.com/simplesmenteartes.com.br/wp-
content/uploads/2018/09/51785c8035f9175b25007dd0be06f337.jpg
Audiodescrição da Figura: pedra desenhada de um homem, e um papel com esse mesmo desenho segurado por uma
mão.

c) Calcografia: a calcografia é uma técnica de gravação em metal, do grego chalcos que


quer dizer cobre (gravura em cobre) – usa-se uma placa de cobre, latão, zinco ou alumínio e nela são
gravados desenhos usando um instrumento chamado buril. A técnica surgiu no século XV e é,
basicamente a gravação de desenhos sobre uma placa metálica usando uma ponta metálica seca,
com o uso de banhos de ácido (água-forte e água-tinta). A impressão se dá através do preenchimento
das incisões causadas na placa de metal pelo buril. Os processos de calcografia são: buril, ponta-seca,
pontilhado e mezzo-tinto. A figura apresenta exemplo de calcografia.

Figura 57: Exemplo de calcografia com tema surrealista.


Fonte: https://app.emaze.com/@AWWIQLTZ#5
Audiodescrição da Figura: metal com alguns desenhos e uma folha com esse mesmo desenho.

d) Serigrafia: também conhecida como “silk-screen” ou impressão à tela – é uma técnica


de impressão onde se usa uma tela ou matriz serigráfica para desenhar as matrizes e, a partir delas,
serem produzidas as cópias. As telas são feitas de poliéster ou nylon e sustentadas por uma moldura
de madeira ou metal (aço ou alumínio). A tela é pintada com uma emulsão fotossensível colocada

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sobre um fotolito que permite a impressão em vários tipos de material, como papel, plástico,
borracha, madeira, vidro, tecido, etc. Exemplo de serigrafia, na figura abaixo.

Figura 58: Exemplo de serigrafia.


Fonte: https://www.colbeck.com.br/blog/38/serigrafia-saiba-o-que-e-e-por-que-usar-em-uniformes-profissionais
Audiodescrição da Figura: desenho de uma lâmpada na cor preta em uma superfície azul com moldura em madeira e
duas mãos segurando uma peça em madeira passando pelo desenho.

e) Colagem: a colagem é uma técnica de composição feita com partes de pinturas,


jornais, revistas, fotos, etc. criando composições muitas vezes com uma temática divertida e
irreverente ou temáticas do momento, culturais, etc. A figura mostra exemplo de colagem.

Figura 59: Exemplo de colagem denominada “Essência feminina” formado por várias imagens que associam fauna e
flora e composições de cores e formas a um rosto humano.
Fonte: https://www.artmajeur.com/pt/anaclaralonven/artworks/13421837/essencia-feminina
Audiodescrição da Figura: ilustração de um rosto de uma mulher negra com flores e vegetação na composição.

Com as técnicas acima, você vai descobrir os tipos de representação visual e qual delas
mais se adequa ao seu estilo de representação.

2.4 Tipos de Representação Visual: Estilizada, Realista e Esquemática

Estudante, como você viu acima, existem várias formas de fazer imagens, pinturas,
gravuras, etc. e, além dessas técnicas de pintura, existem também tipos de representação visual, ou
seja, formas de mostrar ao observador o que se passa na mente daquele que pinta, desenha, etc.:

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Representação Estilizada, Representação Realista e Representação Esquemática que são produzidas
de acordo com a época, o artista, as questões socioculturais e religiosas, entre outras. Abaixo, você
vai ver como cada uma dessas formas de representação são produzidas e “funcionam”:
a) Estilizada: a representação estilizada ou desenho estilizado é aquela onde a imagem
que se quer mostrar é formada por poucas linhas e o resultado final é quase um signo que evoca a
criatura ou objeto que se quer representar. Quase sempre é um desenho bidimensional, uma vez que
simplifica ao máximo a coisa representada. Abaixo, tem-se uma figura estilizada.

Figura 60: Imagem estilizada de um gato, formada por menos de vinte linhas.
Fonte: https://br.pinterest.com/marisafrancelin/animais-de-estima%C3%A7%C3%A3o-pets/
Audiodescrição da Figura: desenho de um gato com poucas linhas.

b) Realista: a representação realista ou desenho realista é aquela que busca mostrar


criaturas e objetos exatamente como são na realidade. É uma forma mais complexa de representação
e que precisa de estudo de técnicas que levem a saber como captar o realismo das formas, a precisão
das linhas, luz e sombra, etc. Exemplo de figura realista a seguir:

Figura 61: Desenho realista representando o ator norte-americano Terry Crews.


Fonte: https://br.pinterest.com/pin/509469776598609689/
Audiodescrição da Figura: desenho de um homem negro, olhando de lado.

c) Esquemática: a representação esquemática ou desenho esquemático é aquele que


mostra o objeto ou criatura apenas com suas linhas principais, sendo claramente reconhecível e

39
muito usado no ensino do próprio desenho, funcionamento de órgãos, montagem de instrumentos,
mobiliário, etc. Exemplo de desenho esquemático na figura abaixo:

Figura 62: Desenho esquemático para a montagem de uma escrivaninha.


Fonte: http://www.wolgrafi.com.br/03manuais.html
Audiodescrição da Figura: desenho de uma escrivaninha com as peças para encaixe e montagem e cotas. Um quadro
do lado com descrições da mesma.

Estudante, vamos neste instante, ver na videoaula 2, as técnicas compositivas


de imagens: composição em desenho, pintura, gravura e colagem e tipos de
representação visual, estilizada, realista e esquemática.

Estudante, aqui é concluída a segunda competência da disciplina onde foram vistas várias
técnicas compositivas de imagens. Na competência 3, você vai conhecer a aplicação de técnicas de
composição na apresentação de projetos de Design de Interiores. Preparado?!

40
3.Competência 03 | Técnicas de Desenho e Representação em Projetos de
Interiores
Estudante, nesta competência, você vai utilizar as técnicas de desenho para representar
os ambientes internos de forma realista e que ajudem na visualização dos projetos de interiores tanto
para você – futuro profissional, quanto para o cliente.

Mas antes da leitura, escuta nosso podcast e depois volta para obter mais
informações na competência.

3.1 Técnicas de Desenho

O desenho é a forma de representação de todas as fases do projeto de interiores –


desenho técnico, desenho arquitetônico e desenho artístico, entre outros, são as formas particulares
dessa linguagem que você mais usará na vida profissional. Desde o levantamento ao projeto
executivo, o designer deve dominar essa forma de comunicação, e existem diversas técnicas de
representação para cada etapa.
Para iniciar os trabalhos de um projeto de interiores, você, estudante, deve desenhar o
croqui – uma forma esquemática de representar os espaços com as medidas (através das cotas). É
importante, desde essa fase, trabalhar com proporções, ou seja, fazer os desenhos já com medidas,
em escala, similares à realidade. Por exemplo: se você tem um ambiente, como uma sala, com o
comprimento maior que a largura, quando você desenhar esses ambientes, mesmo à mão livre, ele
terá a forma de um retângulo (que tem dois lados iguais entre si e dois lados diferentes entre si),
conforme figura abaixo, e não um quadrado (que tem todos os lados iguais).

41
Figura 63: Croqui de levantamento físico de um espaço arquitetônico, com localização de paredes, pilares e cotas.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/821977369463473676/
Audiodescrição da Figura: desenho de uma planta baixa com cotas e desenho de pilares e vigas.

Uma vez feito o levantamento físico, ou seja, a medição dos ambientes e todos os seus
elementos (largura, comprimento, altura, portas, janelas, etc.) é possível fazer a planta baixa no estilo
de croqui com as primeiras ideias de layout. Importante, mais uma vez, salientar a necessidade de se
fazer um desenho proporcional, caso não use os instrumentos. Neste momento, o papel milimetrado
pode ajudar muito para aqueles que estão iniciando o desenho com proporção correta, mas feito à
mão. A figura abaixo apresenta o primeiro desenho por cima de um papel milimetrado e um croqui
de uma planta baixa.

Figura 64: Exemplos de plantas baixas com croquis de propostas de layout feitas à mão.
Fonte: https://ibdi-edu.com.br/etapas-do-trabalho-do-designer-de-interiores/
Audiodescrição da Figura: dois desenhos de plantas baixas de com divisão de ambientes e mobiliários.

Depois, é possível fazer perspectivas com soluções de layout, texturas e cores, como você
verá na figura abaixo. Essas perspectivas podem ser feitas à mão livre (para os mais experientes), a
instrumento ou numa técnica que misture desenho à mão livre e desenho a instrumento.

42
Figura 65: Perspectiva feita à mão e instrumentos de uma proposta de ambientação de uma área de lazer.
Fonte: https://www.homify.com.br/livros_de_ideias/6206922/o-que-e-croqui-na-arquitetura-tudo-que-voce-precisa-
saber-10-exemplos
Audiodescrição da Figura: desenho de uma área de churrasqueira com diversos móveis em madeira.

Por fim, é possível apresentar as soluções de interiores com o uso de perspectivas feitas
a instrumento (lapiseira, régua, esquadros, etc., segundo as técnicas desenvolvidas na disciplina de
Desenho Técnico), associando essas técnicas com formas mais realistas de apresentação de cores,
texturas e hachuras, conforme figura abaixo.

Figura 66: Perspectiva a lápis e esquadros representando um projeto de interiores (sala de jantar e cozinha
americana).
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/821977369463473676/
Audiodescrição da Figura: desenho de uma sala de jantar e cozinha americana.

Pelo que foi apresentado acima, o desenvolvimento do projeto passa por fases e tipos
específicos de desenho – partindo do esboço, do desenho mais simples, que serve de registro rápido
e inicial de algo existente ou de ideias do designer; passando por uma representação gráfica mais
elaborada e, por fim o projeto apresentado de uma forma gráfica mais refinada, envolvendo técnica
e arte. O desenho, seja ele qual for só pode ser dominado através da prática e, como foi dito lá atrás,

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existem técnicas muito interessantes para o domínio dessa linguagem e, estamos certos de que você,
estudante, tem como dominar todas essas técnicas, ok?

3.2 Representação de Superfícies para a Definição e Representação de Materiais,


Objetos e Revestimentos em Projetos de Ambientes

No desenho de representação, é necessário passar a ideia de realidade através de técnicas


de representação e pintura segundo padrões pré-definidos, ou seja, quando se desenha à mão
superfícies de mármore, vidro, tecido, couro, etc., existem padrões definidos de como esses materiais
devem ser desenhados e pintados para que todos entendam a representação, que pode ser através
de hachuras ou de texturas (cores, tonalidades e sombreamento). A representação dos materiais no
Projeto de Interiores possui duas vertentes interessantes: a vertente técnica, onde o desenho
representa os materiais através de texturas padronizadas por normas de desenho formuladas pela
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e que, se apresentam de forma mais simplificada e
a vertente mais “artística”, que também exige técnicas, mas que tem um resultado realista, segundo
os tipos de representação visual vistos na Competência 2.
A seguir, serão mostradas formas de representação de materiais através de texturas
definidas por normas técnicas de desenho mais focadas na representação realista, o que traz uma
forma de apresentação mais compreensível para o cliente, que não conhece o desenho técnico e suas
formas mais simplificadas de representação do mundo.
As hachuras no desenho técnico, estão descritas nas NBR-6492/2021 e NBR-12298/1995,
sendo usadas para representar certos materiais em cortes. Nas figuras a seguir, temos alguns
exemplos dessas hachuras.

Figura 67: Tabela de hachuras da NBR-6492/2021.


Fonte: ABNT, 2021.
Audiodescrição da Figura: diversos retângulos em uma tabela representando materiais como: argamassa, concreto,
aço, entre outros elementos.

44
Figura 68: Tabela de hachuras da NBR-12298/1995.
Fonte: ABNT, 1995.
Audiodescrição da Figura: diversos retângulos em uma tabela representando materiais como: vidro, cerâmica, rocha,
concreto, etc.

Como você pode ver, as hachuras definidas pelas normas são simplificadas, como uma
forma de representar os materiais de uma forma mais rápida e convencional. No caso do desenho de
observação e representação, é possível usar essas hachuras mais simplificadas e outras, mais
realistas. As hachuras apresentadas acima, são utilizadas como representação de desenho técnico ou
arquitetônico, sua função é indicar os materiais que serão usados nos projetos, principalmente de
interiores e móveis e outros objetos. As hachuras também podem dar a impressão de profundidade
e luz e sombra, gerando imagens belas e interessantes – principalmente em desenhos artísticos e, em
determinados tipos de gravura como na calcografia, por exemplo. As figuras abaixo, apresentam
exemplos.

Figura 69: Imagem de uma moça com semblante triste feita com o uso de hachuras.
Fonte: https://laart.art.br/blog/hachuras-desenho/
Audiodescrição da Figura: desenho de um rosto de mulher com linhas curvas por trás, tudo nas cores preto e branco.

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Figura 70: A crucificação de Cristo do artista alemão Albrecht Dürer (1471-1528) é uma calcografia onde todo o
sombreamento das imagens é feito através de hachuras.
Fonte: https://www.metmuseum.org/art/collection/search/391171
Audiodescrição da Figura: desenho da crucificação de Cristo e várias pessoas ao redor.

Na representação de espaços ou materiais dentro do projeto de interiores existem formas


de mostrar os materiais usados na composição espacial. É possível fazer uma mescla entre as
hachuras “técnicas” e as representações mais realistas, como mostrado na figura abaixo.

Figura 71: Estudo preliminar de uma cadeira usando representação técnica com uso de hachuras e cores para definir
melhor o design da peça.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/696791373572469952/
Audiodescrição da Figura: desenho de diversas cadeiras, e apenas uma na cor azul.

Nos projetos de interiores, o uso de hachuras, texturas e cores serve, principalmente para
a elaboração de plantas humanizadas, muito usadas para mostrar aos clientes os resultados das
propostas projetuais. A figura abaixo, exibe um exemplo de planta baixa humanizada.

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Figura 72: Planta humanizada e uma perspectiva onde os materiais usados – cerâmica, madeira, vidro, etc. – são
representados por cores, texturas e hachuras específicos para cada um.
Fonte: https://www.garecultural.com.br/cursos/tecnico-em-design-de-interiores/
Audiodescrição da Figura: desenho de uma planta baixa e perspectiva de uma cozinha com área de serviço e banheiro.

As texturas podem ser representadas através de cores e hachuras, criando uma


visualização rica para os projetos apresentados através de desenhos feitos à mão, inclusive, no tempo
em que os programas de CAD ainda não eram muito usados para apresentação de projetos, os
designers e arquitetos desenvolviam estilos próprios de desenho e representação, conforme as
figuras a seguir.

Figura 73: Várias texturas representando tijolos, pedra, metal, madeira, couro, etc.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/824651381753612340/
Audiodescrição da Figura: diversos desenhos coloridos representando texturas como: pedra, tijolo, couro, etc.

Figura 74: Perspectiva de topo mostrando um quarto onde podemos ver as texturas do piso (madeira), cortinas
(tecido), janelas (vidro), etc. feitos à mão livre.

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Fonte: https://www.projetou.com.br/posts/detalhamento-de-interiores-o-que-e-como-fazer/
Audiodescrição da Figura: desenho de um quarto de casal com diversos móveis e objetos desenhados a instrumentos e
mão livre e com aplicação de várias texturas.

As representações de texturas, cores e hachuras, podem resultar em desenhos de grande


beleza e qualidade estética, mas devem estar associados, também, ao conhecimento de luz e sombra
no desenho. Luz e sombra definem profundidade e volume, criando a sensação de
tridimensionalidade, de realismo e favorecendo o entendimento do desenho ou projeto,
principalmente para os leigos – o que inclui, quase sempre, os clientes, que precisam ter uma
compreensão muito grande daquilo que está sendo proposto para eles, pois está se tratando de
espaços de moradia e/ou trabalho.
Num desenho, você deve ficar atento às diversas formas de incidência de luz sobre o
espaço e os objetos:
• Luz direta: é aquela que se utiliza para focar algo, geralmente usada em luminárias
com facho direcionado. A figura abaixo, mostra um exemplo.

Figura 75: Iluminação direta em um pequeno ambiente de jantar.


Fonte: https://www.glight.com.br/blog/luz-difusa-direta-e-indireta/
Audiodescrição da Figura: a figura mostra uma sala de jantar toda na cor branca e piso em madeira e uma luminária no
meio da mesa.

• Meio-tom: quando a iluminação é mais “fraca” ou não há a intenção de iluminar todo


o ambiente com a mesma intensidade. A figura a seguir, apresenta um exemplo de
ambiente em meio-tom.

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Figura 76: Iluminação direta em um pequeno ambiente de jantar.
Fonte: https://www.decorfacil.com/projeto-luminotecnico/
Audiodescrição da Figura: a figura exibe uma sala de estar toda em tons marrom e várias luminárias no teto.

• Sombra: é o efeito de escuridão observado sobre o objeto, no lado oposto daquele


que está sendo iluminado. A figura abaixo, exibe um espaço em sombra.

Figura 77: Ambiente de estar com predomínio de sombra.


Fonte: https://www.dicasdemulher.com.br/plantas-capazes-de-sobreviver-ate-no-local-mais-escuro-da-casa/
Audiodescrição da Figura: a figura apresenta uma sala de estar sombreada.

• Sombra projetada: é a projeção da sombra de um objeto sobre uma superfície,


tendo a luz incidindo na parte de trás do mesmo. A figura a seguir, mostra um
exemplo de sombra projetada.

Figura 78: Um quarto com sombras projetadas pelos brises que compõem a vedação do ambiente.
Fonte: https://fattoarquitetura.files.wordpress.com/2015/10/luz-e-sombra.jpg

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Audiodescrição da Figura: a figura mostra um quarto com brises em suas janelas e refletindo sombra na cama.

• Luz refletida: é a luz que não é absorvida por uma superfície e “escapa” ou reflete no
ambiente, sendo captada por nossos olhos. A figura abaixo, mostra luzes refletidas
em um ambiente.

Figura 79: Um ambiente com luzes refletidas.


Fonte: http://fazendadonacarolina.com.br/blog/2018/01/30/luz-indireta-nos-ambientes/
Audiodescrição da Figura: a figura exibe um ambiente com luzes vindo do forro de gesso.

No desenho, as formas de representação da luz e da sombra são obtidas a partir de linhas


e cores, com o uso de hachuras, sfumatto e outras técnicas que trazem resultados muito
interessantes. Uma boa forma de praticar os estudos de luz e sombra é através do uso de formas
geométricas – prismas diversos como cubos, pirâmides, cones, etc. Abaixo, tem-se quatro exemplos
com o uso de luz e sombra,

Figura 80: Representação de luz e sombra sobre diversos objetos.


Fonte: https://desenhetudo.blogspot.com/p/luz-e-sombra.html
Audiodescrição da Figura: a figura mostra o desenho de uma esfera um cilindro e um cubo com luzes em cima fazendo
sombras.

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Figura 81: A forma como nomeamos os elementos de luz e sombra podem mudar.
Fonte: https://aucagencia.wordpress.com/2016/07/07/oficina-de-desenho-artistico-aula-4/
Audiodescrição da Figura: a figura mostra o desenho de uma esfera um cilindro e um cubo com sombras.

Figura 82: Esboço de um espaço de estar e trabalho com estudo de luz e sombra, desenhado com lápis de cor.
Fonte: https://construcaoedesign.com/a-arte-de-desenhar-croquis-de-interiores/
Audiodescrição da Figura: a figura apresenta o desenho de um quarto com luz e sombra.

Figura 83: Perspectiva de um ambiente de estar, colorido a aquarela e onde podemos ver várias formas de iluminação
e sombra.
Fonte: https://abra.com.br/cursos-ead-ao-vivo/decoracao-de-interiores/
Audiodescrição da Figura: a figura exibe o desenho de uma sala de estar em aquarela.

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A seguir, você vai ver como a representação de projetos a partir de técnicas tradicionais
e técnicas de CAD.

3.3 Rendering: Origem, Evolução e Aplicação

O rendering ou renderização é um processo de aplicação de texturas e cores em


representações tridimensionais (perspectivas) para que haja uma representação realista daquilo que
se quer mostrar. Ao longo da história, esse processo foi feito através de técnicas elaboradas de
desenho e pintura, tornando-se mais usada a partir do Renascimento e mantida e ensinada nos cursos
de Arquitetura e Design de Interiores até meados dos anos 90 do século XX. As figuras, a seguir,
mostram exemplos.

Figura 84: Projeto do frontispício da igreja de São Francisco de Assis de São João Del Rei (1774), de Antônio Francisco
Lisboa, o Aleijadinho. Notar os detalhes e o estudo de luz e sombra.
Fonte: http://ihgt.blogspot.com/2014/11/
Audiodescrição da Figura: a figura mostra partes de elementos de uma igreja.

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Figura 85: Projeto de interiores de uma casa, projeto de Frank Lloyd Wright (1936) com amplo uso de cores, texturas
e efeitos de luz.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/337277459582186876/
Audiodescrição da Figura: a figura exibe o desenho de uma casa, vista externamente com efeitos de luz.

Atualmente, na área do Design de Interiores, essa técnica tem sido obtida através de
programas de CAD como o Revit, 3D Studio Max, Lumion, etc.
A renderização é um processo de acabamento das imagens que busca mostrar com
clareza os materiais que compõem um espaço, no caso específico do Design de Interiores. No
desenho à mão, existem técnicas para representação de materiais e suas respectivas cores e texturas
e, o termo “renderização” não é usado para tais representações, até porque a origem da palavra é
inglesa. Nos tempos anteriores ao uso de programas de CAD, era muito comum o uso do termo
“molho” para designar a aplicação de cores, texturas e efeitos de luz e sombra. Nos programas de
CAD, as representações são fotorrealistas, permitindo um entendimento claro daquilo que se quer
mostrar.
Apesar de haver, atualmente, uma certa “dependência” dos programas de CAD e seus
resultados que encantam a todos pela precisão, beleza e realismo, ainda existem profissionais que
desenham os ambientes à mão livre, criando desenhos muito interessantes e belos (Ver figuras
abaixo), mas infelizmente, a tendência é de desaparecimento desse tipo de profissional: as pressões
por rapidez na entrega dos projetos associadas ao desinteresse progressivo pelo desenho à mão livre
farão com que essa forma de representação deixe de existir.

Figura 86: Perspectiva de uma cozinha renderizada à mão. Notar o aspecto artístico da representação, com a inclusão
de cores, texturas e trabalho de luz e sombras.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/663295851350156155/
Audiodescrição da Figura: a figura mostra o desenho de uma cozinha renderizada a mão com jogo de luz e sombra.

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Figura 87: Renderização de uma perspectiva de ambientes internos e externos feita com o programa Lumion. A
representação foto-realista encanta os clientes.
Fonte: https://lumion.com/blog/lumion-computer-advice-for-faster-3d-rendering.html
Audiodescrição da Figura: a figura mostra o desenho de uma perspectiva de um quarto renderizado com um programa.

Cabe aqui uma crítica rápida a essa situação: o desenho à mão livre é, além de uma
ferramenta profissional, um excelente exercício para o nosso cérebro – perder o interesse por essa
forma de linguagem é uma perda muito grande para nós, humanos.

Dicas de desenho à mão para melhorar suas representações de projeto:


https://www.archdaily.com.br/br/801306/dicas-de-desenho-a-mao-para-
melhorar-suas-representacoes-de-
projeto?ad_medium=widget&ad_name=recommendation

Na videoaula 3 são apresentadas as técnicas de desenho e representação em


projetos de interiores: figuras geométricas, efeitos de luz e sombra,
representação de superfícies, texturas e hachuras e o rendering.

Estudante, aqui é concluída a terceira competência da disciplina onde foram vistas várias
técnicas de apresentação e finalização de projetos de interiores através de métodos tradicionais e
métodos baseados em programas gráficos – neste momento, é importante que você teste seus
conhecimentos de desenho de observação e representação em exercícios que você pode fazer
através de modelos já existentes ou de suas próprias ideias. Pratique, treine e mostra suas ideias no
fórum, porque a gente sabe que o resultado vai ser ótimo!

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Conclusão
Estudante!
Aqui encerra a disciplina de Desenho de Observação e Representação e desejo que a
aquisição destes novos conhecimentos contribua para a sua formação como Técnico em Design de
Interiores.
Como você deve ter percebido, o Desenho de Observação e Representação é uma das
linguagens que são usadas para o registro das ideias sobre o Design de Interiores. É uma forma de
linguagem que devemos dominar.
O desenvolvimento de Projetos de Ambientação passa por muitos conhecimentos e o
conhecimento do Desenho de Observação e Representação traz mais subsídios para o profissional
representar o que está vendo ou as ideias que ele gera para iniciar os projetos. Dominar o desenho é
sempre crucial para ser um bom profissional, além do prazer em criar desenhos artísticos que, muitas
vezes, encantam os clientes.
Espero que tenha gostado e até logo!

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Referências
CURTIS, Brian. Desenho de observação: Uma introdução ao desenho. 2.ed. Porto Alegre: Editora
AMGH, 2015. 368 p.
DINUCCI, Gina; VILELA, André. Desenho de observação. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional
S/A, 2017. 200 p.
DONDIS, Donis A. A sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1991. p. 51-83.
EDWARDS, Betty. Desenhando com o lado direito do cérebro. São Paulo: Editora nVersos, 2021. 344
p.
MELO, Fagner F. Q. de. Desenho de observação e percepção visual – Um estudo de técnicas de Betty
Edwards. Caruaru: UFPE/C.A. Agreste/Núcleo de Design, 2015. 112 p.
MONTENEGRO, Gildo. Desenho arquitetônico. São Paulo: Blucher, 2001.
NETTO, Claudia Campos. Desenho arquitetônico e design de interiores. São Paulo: Saraiva, 2014. 128
p.
STRAUB, Ericson Luiz et al. ABC do Rendering. Porto Alegre: Bookman, 2013. 136 p.

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Minicurrículo do Professor

André Lemoine Neves


Olá! Sou André Lemoine Neves, tenho 50 anos e sou formado em Arquitetura e
Urbanismo pela Universidade Federal de Pernambuco, com Mestrado e Doutorado na área de
Desenvolvimento Urbano pelo Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Urbano da UFPE.
Sou Arquiteto e Urbanista há 27 anos e atuo como professor há 25 anos. Trabalho com
projetos de Arquitetura, Planejamento Urbano e Restauro e leciono nas áreas de Projeto de
Arquitetura, Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo, Planejamento Urbano, Estética e
História da Arte e Restauro.

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