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Desenho Arquitetônico

André Lemoine Neves

Técnico em
Design de Interiores
Nome Desenho
Arquitetônico
André Lemoine Neves

Curso Técnico em
Design de Interiores

Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa

Educação a Distância

Recife

1.ed. | Fev 2024


Professor Autor Secretária de Educação e Esportes de Pernambuco
André Lemoine Neves Ivaneide de Farias Dantas

Revisão Secretária-executiva de Educação Integral e


André Lemoine Neves Profissional
Ana Cristina Cerqueira Dias
Coordenação de Curso
André Lemoine Neves Gerente-geral de Educação Profissional
Maria do Socorro Rodrigues dos Santos
Coordenação Design Educacional
Hugo Cavalcanti Gestora de Educação a Distância
Ana Pernambuco de Souza
Design Educacional
Fábia Barbosa Equipe de Gestão ETEPAC
Helisangela Maria Andrade Ferreira Arnaldo Luiz da Silva Junior
Jailson Miranda Gustavo Henrique Tavares Ribeiro
José Eilton dos Santos Costa Maria do Rosário Costa Cordouro de Vasconcelos
Raissa Saldanha Lima Pinto
Washington Ferreira
Wilma Cavalcante

Diagramação
Washington Ferreira da Silva

Catalogação e Normalização
Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)
Sumário
Introdução ................................................................................................................................... 5

UNIDADE 01 | Noções básicas de Desenho Arquitetônico ............................................................. 6

1.1 As origens do Desenho Arquitetônico ........................................................................................................6


1.2 Desenho Técnico, Desenho Arquitetônico e Design de Interiores .......................................................... 11
1.3 Os Instrumentos e Materiais Usados no Desenho Arquitetônico ........................................................... 14
1.4 A Representação Gráfica Através do Desenho Arquitetônico ................................................................. 21
UNIDADE 02 | As Normas de Desenho da ABNT .......................................................................... 30

2.1 A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e sua importância ................................................. 30


2.2. As Normas Técnicas de Desenho Arquitetônico ..................................................................................... 31
2.2.1 Pranchas de Desenho ............................................................................................................................ 32
2.2.2 Cotagem e seus Elementos ................................................................................................................... 35
2.2.3 Tipos de linhas....................................................................................................................................... 37
2.2.4 Caligrafia Técnica .................................................................................................................................. 41
2.3 A representação do Projeto de Interiores ............................................................................................... 43
UNIDADE 03 | Representação Gráfica das Instalações Prediais em Projetos de Interiores ............ 46

3.1 Elementos Construtivos ........................................................................................................................... 46


3.2 Instalações elétricas e Iluminação ........................................................................................................... 51
3.3 Telefonia e Redes de Computadores ....................................................................................................... 54
3.4 Instalações Hidrossanitárias..................................................................................................................... 55
UNIDADE 04 | Detalhamento e Especificações Técnicas .............................................................. 59

4.1 Detalhes Construtivos Gerais ................................................................................................................... 59


4.2 Planta de paginação de piso e paredes.................................................................................................... 61
4.3. Planta de Teto e Forro............................................................................................................................. 64
CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 68

REFERÊNCIAS.............................................................................................................................. 69

MINICURRÍCULO DO PROFESSOR ................................................................................................ 70


Introdução
Olá, estudante!
Seja bem-vindo (a) à disciplina de Desenho Arquitetônico!
Nesta disciplina, você vai conhecer os principais elementos do Desenho Arquitetônico,
sua relação com o Desenho Técnico e como essa linguagem gráfica é importante para o
desenvolvimento de projetos de interiores.
O Desenho Arquitetônico é a linguagem que une designers de interiores, arquitetos,
engenheiros e outros profissionais afins, no intuito de representar os projetos de modo que possam
ser executados, por isso, é muito importante que você busque se aprofundar ao máximo nesta forma
de representação da realidade, pois, através dela você desenvolverá suas ideias e irá elaborar
projetos que ajudarão a melhorar a vida dos seus clientes.
Neste e-book, você verá um pouco sobre o surgimento e desenvolvimento da linguagem
gráfica ao longo da História e como o Desenho Arquitetônico se fixou com regras e normas desde o
Renascimento até os dias de hoje.
Você vai ver a importância das normas na aplicação dos elementos constituintes do
desenho, como tipos e espessuras de linhas, convenções, simbologia e toda uma gama de elementos
e informações necessários ao domínio dessa linguagem.
O e-book também falará sobre a relação atual entre o Desenho Arquitetônico e os
softwares de CAD e como as novas tecnologias estão mudando a forma de apresentação dos projetos,
o que, ao mesmo tempo reforça a necessidade do conhecimento do Desenho Arquitetônico para uma
representação cada vez mais precisa do que se quer projetar.
Foram preparados conteúdos bem atuais, como: vídeos, artigos, links de sites, destaques,
atividades e videoaulas para auxiliar você nesse mundo da representação gráfica. Espero que você
aproveite todo material desenvolvido, que participe de nossos fóruns, baixe os Materiais
Complementares, assim como, leia os Destaques, pois estes também, foram elaborados para você ter
conhecimento cada vez mais do Desenho Arquitetônico, em Design de Interiores.

Vamos nessa?
Bons estudos!

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UNIDADE 01 | Noções básicas de Desenho Arquitetônico
Olá estudante!
Nesta unidade, você verá um pouco sobre as origens do Desenho Arquitetônico e como
ele evoluiu ao longo da História até os dias de hoje – você verá a importância dessa forma gráfica de
linguagem, sua ligação direta com o Desenho Técnico e como é importante dominar essa expressão
para o desenvolvimento dos projetos de interiores.

Estudante, vai no nosso podcast, antes de continuar a leitura e depois retorna


aqui para continuar os estudos da unidade, ok?

1.1 As origens do Desenho Arquitetônico

O Desenho Arquitetônico surgiu há séculos, desde que surgiram os primeiros


construtores-arquitetos que precisaram registrar suas ideias projetuais em algum meio, fosse o
papiro, o pergaminho, ou mesmo, a pedra. Sabe-se que os egípcios, os gregos e os romanos
elaboravam seus projetos previamente às construções, definindo de forma clara e precisa aquilo que
se pretendia construir, para que houvesse um controle sobre o resultado final. A figura 01, mostra
um papiro composto de uma série de problemas matemáticos usando as figuras das pirâmides –
mostrando que os egípcios já sabiam representar geometricamente suas construções. Já a figura 02,
exibe planta cadastral de Roma, esculpida em mármore (203-211) que mostrava todos os edifícios de
Roma com suas plantas baixas. Infelizmente, grande parte desse material foi perdido devido às
guerras, incêndios e outras catástrofes ao longo da História.

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Figura 01: O papiro de Rhind (c. 1550 a. C.).
Fonte: https://www.matematica.br/historia/prhind.html
Descrição da figura: um papiro antigo escrito com a língua egípcia e figuras de triângulos.

Figura 02: A Forma Vrbis Romae, planta cadastral de Roma.


Fonte: https://mapsontheweb.zoom-maps.com/image/190964001341
Descrição da figura: três pedaços de mármore talhados com plantas baixas de edificações existentes na Roma Antiga.

Vitrúvio (80-15 a.C.) em seu tratado De Architectvra Libri Decem (Os Dez Livros da
Arquitetura) fala que o conhecimento do desenho é um dos mais importantes para o arquiteto, para
a apropriada representação das ideias, ou seja, dos projetos.
Com a queda do Império Romano, o conhecimento sobre o desenho e o ato de projetar –
definir uma construção em sua totalidade, representá-la através do desenho e, por fim, construí-la –
deixa de existir, fazendo com que os construtores medievais passem a fazer suas obras através de
erro e acerto e criando construções que vão ser modificadas ao longo dos trabalhos e que chegam a
levar séculos para serem construídas.
Só a partir do final da Idade Média, os construtores retomam a ideia de representação
gráfica e passam por um novo processo de retomada do projeto total – aquele que determina como
deve ser o edifício ao final da obra, uma coisa que, para nós é tão lógica, mas que se perdeu ao longo

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da Idade Média. Do século XIII, chegou até os dias de hoje, o caderno de anotações de um construtor
de catedrais chamado Villard de Honnecourt (1200-1250), onde é possível ver as primeiras tentativas
de representação projetual que evoluírão a partir do Renascimento, no século XV (Figura 03).

Figura 03: Uma das páginas do caderno de anotações de Villard de Honnecourt (c. 1225-1250), onde é possível ver
plantas das extremidades de igrejas góticas.
Fonte: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/btv1b10509412z/f30.item.r=villard%20de%20honnecourt
Descrição da figura: plantas baixas da parte final de duas igrejas medievais desenhadas sobre um pergaminho.

A partir do Renascimento, o desenho e a pintura passam por uma grande evolução, uma
vez que o estudo da Geometria é retomado de forma sistemática e são desenvolvidos métodos de
desenho bi e tridimensional, no sentido de garantir os meios mais precisos possíveis para a
representação artística e arquitetônica. Pintores e arquitetos como Giotto, Cimabue, Alberti, entre
outros, dão início a uma verdadeira revolução na representação gráfica.
A partir desses estudos, como os tratados De Re Aedificatoria e De Pictura de Leon
Battista Alberti, a representação gráfica dos projetos toma um caminho sem volta em direção à
clareza e sofisticação gráfica, como pode ver na figura 04, que apresenta uma planta e corte da
catedral de Florença, projeto de Filippo Brunelleschi, onde é possível ver uma representação gráfica
precisa, necessária para a construção do edifício. E a figura 05, exibe o estudo preliminar para uma
catedral, no século XVI – perspectiva e planta baixa, de autoria de Leonardo da Vinci. Clareza e
precisão na representação gráfica passaram a fazer parte dos projetos a partir dessa época.

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Figura 04: Planta e corte da catedral de Florença, projeto de Filippo Brunelleschi.
Fonte: https://www.fruugo.it/firenze-brunelleschi-sezione-trasversale-del-progetto-di-filippo-brunelleschi-per-la-
cupola-della-cattedrale-di-santa-maria-del-fiore-a-firenze-italia-disegno-contemporaneo-di-lodovico-cardi-da-cigoli-
poster/p-21578694-47238186
Descrição da figura: um corte e parte da planta baixa da catedral de Santa Maria del Fiore e várias anotações,
desenhada sobre um pergaminho.

Figura 05: Estudo preliminar para uma catedral, século XVI.


Fonte: https://www.hometeka.com.br/f5/como-10-grandes-arquitetos-enxergam-figura-humana/
Descrição da figura: planta baixa e perspectiva de uma igreja cristã com algumas anotações.

Dando continuidade, a figura 06, exibe a planta da cidade de Neuf Brisach, na França, em
1698; projetada pelo engenheiro Sébastien Vauban – a precisão do projeto se reflete na cidade real.
Já a figura 07, apresenta a fachada da Igreja de São Francisco de Assis de São João del Rei, projetada

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por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho em 1766. Mais uma vez, é possível ver a precisão do
desenho do projeto original, que foi depois, adaptado. E na figura 08, é vista a planta baixa da Imperial
Academia de Belas-artes do Rio de Janeiro, projetada por Grandjean de Montigny em 1826 – até o
século XX era comum as paredes nas plantas e nos cortes serem pintadas de preto.

Figura 06: Planta da cidade de Neuf Brisach, França, 1698.


Fonte (Figura à esquerda): https://www.archdaily.com.br/br/974964/explorando-a-historia-das-cidades-renascentistas-
ideais/61d91a813e4b3120c2000001-exploring-the-history-of-the-ideal-renaissance-
Fonte (Figura à direita):
https://www.reddit.com/r/france/comments/7dwiat/neufbrisach_alsace_vauban_ce_g%C3%A9nie/?rdt=46279

Descrição da figura: à esquerda, o projeto da cidade de Neuf Brisach e, à direita, uma vista aérea atual da cidade.

Figura 07: Fachada da Igreja de São Francisco de Assis de São João del Rei.
Fonte:
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Aleijadinho#/media/Ficheiro%3AAleijadinho%2C_Igreja_da_Ordem_Terceira_de_S%C3
%A3o_Francisco_de_Assis%2C_S%C3%A3o_Jo%C3%A3o_del_Rei.jpg
Descrição da figura: desenho de parte da fachada de uma igreja, com metade do desenho mostrando todos os detalhes
da cantaria.

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Figura 08: Planta baixa da Imperial Academia de Belas-artes do Rio de Janeiro.
Fonte:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4f/Planta_e_Fachada_da_Academia_Imperial_de_Belas_Artes-
Debret-1826.jpg
Descrição da figura: desenho de uma planta baixa, mostrando todos os seus ambientes e esquadrias.

Com o desenvolvimento da Geometria Descritiva, através dos estudos de Gaspard Monge


(século XVIII), e o aumento da precisão da representação gráfica, a própria Revolução Industrial, em
especial, no século XIX, se apropriou do desenho técnico tornando-o cada mais preciso, devido à
necessidade de representação dos projetos industriais e isso se refletiu também no desenho
arquitetônico que acompanhou essa precisão e clareza de detalhes.

1.2 Desenho Técnico, Desenho Arquitetônico e Design de Interiores

O Desenho Técnico é uma forma de representação que pode ser usada para os mais
diversos usos: projetos mecânicos, projetos de mobiliário, representação de peças tridimensionais e,
projetos arquitetônicos e de interiores, através do seu caso particular: o Desenho Arquitetônico.
Por Desenho Técnico, entende-se um tipo de desenho derivado da Geometria Descritiva,
que tem como objetivo a representação precisa de objetos e ambientes para que os mesmos possam
ser registrados (levantamento) ou executados (projeto). Deve obedecer a uma série de normas de
representação para que possa ser reconhecido por todos os profissionais que o utilizam como
linguagem de trabalho (Figura 09).

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Figura 9: Quatro exemplos de Desenho Técnico, de cima para baixo – perspectiva isométrica de uma peça, desenho
mecânico de uma válvula, desenho arquitetônico de uma planta baixa e desenho arquitetônico aplicado ao projeto de
interiores.
Fonte: https://ifbailheus.wordpress.com/2017/12/18/desenho-tecnico-em-seguranca-do-trabalho/
https://professornovais.com/a-historia-e-evolucao-do-desenho-tecnico-mecanico/
https://txrbr.com/curso/st/Fundamentos_da_SST/desenho-tecnico.html
https://organico.arq.br/projeto-de-interiores-pra-que/
Descrição da figura: vários desenhos representando vários tipos de desenho técnico – peças mecânicas, planta baixa de
uma residência com cotas, áreas e definição dos ambientes e uma planta de um projeto de interiores com definição de
layout, mobiliário e perspectivas.

O Desenho Técnico se desenvolveu a partir do século XIX através das necessidades da


produção industrial, apesar de, desde o século XV, se observar uma tendência de criação de um
Desenho Arquitetônico cada vez mais preciso. Sob a influência da indústria, já no século XIX, países
como a França e Alemanha começaram a criar normas de desenho, principalmente com a aceitação
do sistema métrico decimal pelos países da Europa continental e por países como o Brasil.
Com o passar do tempo, cada país começou a organizar suas normas de desenho que
ficaram a cargo de órgãos como a DIN (Deustches Institut für Normung, 1917); a ANSI (American
National Standards Institute, 1918); a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1940) e a ISO
(International Organization for Standadization, 1947) (Figura 10).

Figura 10: Logomarcas da DIN, ANSI, ABNT e ISSO – órgãos normalizadores com os quais todo profissional de Design de
Interiores deve estar familiarizado.

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Fonte: https://www.din.de/en/about-standards/din-standards
https://ansi.org/
https://www.abnt.org.br/
https://www.iso.org/home.html
Descrição da figura: várias logomarcas de órgãos normalizadores de vários países.

O Desenho Arquitetônico é a base para a definição dos projetos de Arquitetura e, por


consequência, dos projetos de Design de Interiores, sejam os projetos dos espaços em si ou do
mobiliário. Hoje, todas as formas de representação de projetos, desde os projetos mecânicos até os
projetos de mobiliário estão normalizadas e é obrigação dos profissionais de Design de Interiores,
Arquitetura e Engenharia saber essa representação, uma vez que ela é a linguagem gráfica unificada
usada por esses profissionais para pôr em prática as suas ideias. As figuras abaixo mostram alguns
projetos de Design de Interiores, onde é possível ver representações de vistas e perspectivas,
detalhes de espaços e mobiliários, associados a outros tipos de montagens gráficas no sentido de
evidenciar as possíveis qualidades do projeto e como forma de desenvolver um poderoso marketing
visual para o cliente (Figura 11).

Figura 11: Três exemplos de projetos de interiores de três países diferentes: EUA, França e Brasil – notar que os
elementos gráficos são os mesmos, já que o desenho é uma linguagem universal.
Fonte: https://www.behance.net/gallery/46288219/FINAL-YEAR-PROJECT-2011-BA%28hons%29-Interior-Architecture
https://www.lisaa.com/fr/formation/decoration-interieure
https://amelia.deminasi.com/

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Descrição da figura: três imagens mostrando três diferentes projetos de interiores de países diferentes, mas com os
mesmos elementos de representação gráfica.

Nos exemplos acima é fácil constatar que, mesmo em países diferentes, a linguagem do
desenho é a mesma.

1.3 Os Instrumentos e Materiais Usados no Desenho Arquitetônico

Atualmente, no Design de Interiores, Arquitetura e Urbanismo e Engenharias, os


programas de CAD (Computer Aided Design ou “projeto auxiliado por computador”) são usados para
a apresentação dos projetos dessas áreas, deixando de lado a apresentação feita “à mão” com o uso
de instrumentos – entretanto, não é possível, ainda, conhecer o Desenho Técnico e o Desenho
Arquitetônico se não for através de uma experiência humana, de desenho manual – para que os
iniciantes possam sentir e conhecer, na prática, o que é desenhar.
Apesar do uso disseminado de programas gráficos como o AutoCAD®, Revit®, Lumion®,
SketchUp®, etc. – entende-se que os estudantes precisam saber desenhar usando as mãos e os
instrumentos tradicionais de desenho, uma vez que os programas não resolvem problemas
projetuais, nem “desenham sozinhos”, é preciso que se tenha um conhecimento prévio do desenho,
de sua representação, para usar tais programas. Serão mostrados a seguir, os principais instrumentos
e materiais de desenho usados até hoje para o desenvolvimento de ideias, esboços, projetos de
interiores, anteprojetos, etc.:
Escalímetro: geralmente de formato triangular, o escalímetro serve para desenhar
usando uma escala de redução, que será mostrada mais adiante. As escalas mais usadas nos projetos
de interiores são 1:50, 1:25 e 1:20, é aconselhado usar o escalímetro n° 1, pois contem as escalas
mais utilizadas (Figura 12).

Figura 12: Dois escalímetros de seção triangular que possuem seis escalas diferentes – o menor possui 15cm e o maior,
30cm.
Fonte: https://cdn.escolaengenharia.com.br/wp-content/uploads/2018/01/escalimetro.jpg

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Descrição da figura: duas réguas triangulares, uma pequena, com 15cm e outra maior, com 30cm.

Régua T: a régua T é utilizada para desenhar objetos e projetos dos mais diversos tipos. A
régua tem esse nome porque possui uma “cabeça” perpendicular ao seu corpo, que serve para fixar
na lateral da prancheta e permitir o seu deslizamento para cima e para baixo, traçando linhas
horizontais, assim como, serve de apoio aos esquadros (Figura 13).

Figura 13: Régua T.


Fonte: https://www.livrarialoyola.com.br/produto/regua-t-trident-fenologica-com-borda-acrilica-50-cm-fixa-491446
Descrição da figura: a figura mostra uma régua em madeira com bordas em acrílico.

Par de esquadros: os esquadros são instrumentos muito importantes para o desenho,


junto com a régua T, é possível fazer segmentos perpendiculares e, usando os dois esquadros, é
possível fazer ângulos de 30°, 45°, 60° e 90°, entre outros (Figura 14). Eles têm formato triangular, e
são utilizados para traçar linhas verticais, horizontais ou inclinadas com precisão.

Figura 14: Par de esquadros.


Fonte: https://www.femapel.com.br/produtos/esquadro-de-acrilico-par-sem-escala-tridente-26-cm/
Descrição da figura: a figura exibe duas réguas triangulares.

Compasso: o compasso é um instrumento usado para desenhar arcos e circunferências


(Figura 15), além de tomar e transportar medidas.

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Figura 15: Compasso de precisão.
Fonte: https://www.google.com/search?q=compasso+trident&tbm=isch&ved=2ahUKEwiGr6_e-
eOAAxWHJrkGHa1QBtAQ2
Descrição da figura: a figura mostra um compasso metálico.

Transferidor: instrumento usado para desenhar segmentos de reta com vários tipos de
ângulos (Figura 16).

Figura 16: Transferidor de 180°.


Fonte: https://www.atacadaomec.com.br/transferidor-180-graus-refer-ncia-8112.html
Descrição da figura: a figura exibe um transferidor de 180° transparente, feito em
acrílico.

Lapiseira: a lapiseira é um instrumento dos mais importantes para o desenho. Possuem


quatro tipos, de acordo com as espessuras, variando entre 0,3mm, 0,5mm, 0,7mm e 0,9mm, e
também, no grau de dureza (Figura 17).

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Figura 17: Tipos de lapiseiras .
Fonte: https://www.amazon.com.br/PENTEL-Kit-Lapiseira-Pentel-Sharp/dp/B079ZXCLDZ
Descrição da figura: a figura apresenta quatro lapiseiras alinhadas, cada uma com uma cor diferente.

Caneta nanquim: canetas com tinta nanquim, com várias espessuras diferentes, usadas,
ante do advento do CAD para desenhos de projetos executivos, pois sua tinta ficava fixa no papel e
não podia ser apagada por borrachas comuns (Figura 18). Suas espessuras variam entre 0,03mm,
0,05mm, 0,1mm, 0,2mm, 0,3mm, 0,4mm, 0,5mm, 0,6mm, 0,7mm, 0,8mm e pincel (brush, mais usado
em desenho artístico).

Figura 18: Canetas de nanquim.


Fonte: https://www.grafitte.com.br/caneta-uni-pin-preta-fine-line-avulsa
Descrição da figura: a figura mostra várias canetas pretas, mostrando a espessura das linhas que saem das suas pontas.

- Materiais:
Papel: geralmente usa-se o papel manteiga (Figura 18), podendo utilizar o papel vegetal
ou papel canson – alguns são mais grossos, outros, mais finos, é a chamada gramatura do papel que
é dada em g/m². Para os desenhos de projetos de interiores é aconselhado papel transparente como

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o papel vegetal e o papel manteiga, pois se pode, com facilidade, reproduzir desenhos ou relacionar
os vários desenhos de um projeto.

Figura 18: Folhas de papel manteiga.


Fonte: https://papelavulso.com.br/papel-manteiga-ou-vegetal/
Descrição da figura: a figura apresenta várias folhas de papel manteiga sobrepostas sobre um fundo preto.

Os papéis usados para os desenhos obedecem a um padrão chamado A, que vai de A0 (A


zero) até A6 (mas na prática, só se usa até o A4), mantendo uma proporção entre si, conforme a figura
abaixo (Figura 19). Os formatos mais empregados no Desenho Arquitetônico são os seguintes: A0,
A1, A2, A3 e A4, sendo os dois últimos mais comuns no projeto de interiores.

Figura 19: Sistema de proporção dos formatos A. As medidas são em milímetros.


Fonte: https://www.futuraexpress.com.br/blog/formatos-de-papel/
Descrição da figura: a figura mostra uma folha de papel dividida em vários tamanhos proporcionais entre si com as
respectivas medidas de cada tamanho.

NOTA: ORIENTAÇÃO DO PAPEL


É importante destacar que as dimensões do formato das folhas devem ser consideradas
com a folha de papel, de preferência, na posição horizontal.

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Grafite: o grafite serve para desenhar e é usado para abastecer as lapiseiras. Possui
diâmetros e durezas variados, ou seja, do mais fino ao mais grosso e do mais mole ao mais duro,
conforme as figuras abaixo (Figuras 20 e 21):

Figura 20: Espessuras dos grafites mais usados.


Fonte: https://www.kalunga.com.br/prod/lapiseira-0-7mm-azul-1-tubo-de-grafite-sm-p207-cm6-pentel-bt-1-
un/429359#&gid=null&pid=5
Descrição da figura: a figura exibe quatro lapiseiras com espessuras de pontas diferentes, mostrando a espessura dos
grafites de cada uma.

Figura 21: Os graus de dureza do grafite. A escala foi criada por Lothar von Faber (proprietário da Faber-Castell) em
1874.
Fonte: https://profruijaime.wixsite.com/saberefazer/lapis
Descrição da figura: a figura mostra uma imagem com uma coluna que mostra a graduação de dureza dos grafites e as
tonalidades de cinza para tipo de dureza.

Borracha: serve para apagar os desenhos para corrigi-los. Geralmente, se usa a chamada
borracha plástica, na cor branca para apagar desenhos a grafite e a borracha natural abrasiva para
apagar desenhos feitos a nanquim. Atualmente, existem vários tipos de borrachas, incluindo
borrachas elétricas (Figura 21).

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Figura 21: Tipos de borracha usadas em Desenho Técnico, Arquitetônico e Artístico.
Fonte: https://www.casadaarte.com.br/materiais-para-desenho/borrachas/faber-castell
Descrição da figura: a figura exibe quatro tipos de borrachas de tamanhos e cores diferentes.

Prancheta de desenho: Além desses instrumentos e materiais, não é possível esquecer a


prancheta de desenho – instrumento que serve de base para desenho e apoio de todos os outros
instrumentos e materiais. Hoje em dia, cada vez mais rara, a prancheta é um mobiliário simbólico
para a elaboração de todos os tipos de projeto (Figura 22).

Figura 22: Prancheta ou mesa de desenho.


Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-3243601547-mesa-de-desenho-tampo-em-vidro-banco-e-gavetas-ca-
creative
Descrição da figura: a figura apresenta uma mesa com pés móveis, com uma folha contendo uma perspectiva apoiada
nela.

Fita crepe: material de fixação do papel na prancheta ou na mesa de desenho. E agora,


como colar o papel na prancheta?! Estudante, na figura abaixo, é mostrada a sequência de colagem
da folha de papel, onde será desenhado seu projeto de interiores (Figura 13).

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Figura 13: Um rolo de fita crepe e a forma correta de colagem do papel.
Fonte: https://www.hiperfer.com.br/fita-crepe-uso-geral-palha , Montenegro, 2001, p. 11.
Descrição da figura: a figura exibe uma imagem de um rolo de fita crepe e dois desenhos, de papeis colados em uma
superfície retangular e uma régua em cima destes.

1.4 A Representação Gráfica Através do Desenho Arquitetônico

O Desenho Arquitetônico possui algumas particularidades, pois tem como objetivo


principal a representação de projetos de Arquitetura e seus detalhamentos: detalhes construtivos,
estruturas, materiais, instalações, etc.
A representação de um projeto ou de um levantamento de um prédio já existente, precisa
obedecer a uma série de normas e a uma proporção chamada de escala. A escala é uma forma de
manter todas as proporções entre o desenho e o objeto real que será construído ou que já existe,
sendo definido através da seguinte relação: 1/X ou 1:X, sendo 1 a unidade métrica e X um valor
varável que muda de acordo com a necessidade e possibilidade do tamanho da representação.
Explicando melhor:
Se você tem um quarto que mede 3,00m de largura por 4,00m de comprimento, ele não
pode ser desenhado do tamanho real. Ele precisa ser reduzido de modo proporcional, já que uma
folha de desenho deve ser de tal tamanho que possa ser manuseada por arquitetos, designers e
construtores. Sendo assim, no Desenho Arquitetônico, é muito comum o uso de escalas como 1:100
ou 1:50, logo, se você usar a escala de 1:100, seu quarto medirá, no papel:
3,00x 1/100 = 0,03m ou 3,0cm – ou seja, na escala 1:100, 3,00m equivalem a 3,0cm no
desenho.
4,00x 1/100 = 0,04cm – ou seja, na escala 1:100, 4,00m equivalem a 4,0cm no desenho.
E se você usar a escala 1:50;

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3,00x 1/50 = 0.06m ou 6,0cm – ou seja, na escala 1:50, 3,00m equivalem a 6,0cm no
desenho.
4,00x 1/50 = 0,08cm – ou seja, na escala 1:50, 4,00m equivalem a 8,0cm no desenho.
Existem três tipos de escala:
- Escala natural: as dimensões do desenho são iguais às dimensões do objeto real;
- Escala de ampliação: as dimensões do desenho são maiores que as dimensões do objeto
real;
- Escala de redução: a mais usada em Arquitetura e Design de Interiores – as dimensões
do desenho são menores que as dimensões do objeto real.
Todas as escalas usadas devem ser colocadas por extenso nas pranchas que compõem os
projetos.
Visto um pouco sobre a aplicação de escalas, você verá agora os elementos que compõem
o projeto arquitetônico, que é a base do projeto de interiores.
O projeto arquitetônico é formado por representações gráficas “fixas”, ou seja, o projeto
muda, mas todo ele deve ser composto de:
- Planta de Situação: mostra o terreno onde a construção será implantada em relação à
quadra onde ele está inserido (Figura 23).

Figura 23: Planta de Situação, mostrando um terreno inserido numa quadra.


Fonte: https://www.vivadecora.com.br/pro/planta-de-situacao/
Descrição da figura: a figura mostra o desenho de uma planta mostrando quatro ruas, uma quadra e um terreno
destacado nesta quadra, com suas respectivas medidas.

- Planta de Locação e Coberta: mostra a implantação da construção dentro do terreno e


a vista superior da coberta (telhado) (Figura 24).

22
Figura 24: Planta de Locação e Coberta, mostrando a posição da casa no terreno e outros elementos como a coberta,
área verde, árvores, piscina, etc.
Fonte: https://leiautdicas.files.wordpress.com/2015/04/autodesk-autocad-2015-drawing1-dwg_2.jpg
Descrição da figura: a figura mostra um terreno contendo uma habitação, área verde e uma piscina.

- Planta Baixa: chama-se planta baixa, a vista superior de uma edificação que foi cortada
a uma altura de 1,50m a partir do piso, conforme o exemplo abaixo (Figura 25). A figura explica o
conceito de planta baixa: “corta-se” a edificação a uma altura de 1,50m e desenha-se o que se vê com
os olhos paralelos ao piso – serão vistos pisos, paredes, esquadrias (portas e janelas), etc.

Figura 25: Planta baixa de uma residência.


Fonte: https://minhaplantabaixa.com.br/diferenca-entre-planta-baixa-e-projeto-arquitetonico/
Descrição da figura: a figura mostra uma perspectiva de uma casa cortada à altura de 1,50m e sua parte superior saindo
dela e, ao lado, a planta baixa dessa casa.

- Cortes: os cortes são vistas verticais das construções, onde é possível ver alturas de
paredes, pés-direitos, forros, rodapés, roda-tetos, alturas de janelas e balcões, etc., além dos
elementos da coberta. Num projeto devem ser desenhados tantos cortes quantos forem necessários
para a execução (construção) do projeto (Figura 26).

23
Figura 26: Sequência mostrando a geração dos cortes transversal (sentido da largura) e longitudinal (sentido do
comprimento).
Fonte: https://pt.slideshare.net/MaisArquiteturaECJAQ/03-30-planta-e-corte-da-i
Descrição da figura: a figura exibe o desenho de uma casa sendo cortada nos sentidos transversal e longitudinal e os
cortes resultantes dessa “operação” de desenho.

24
- Fachadas: vistas externas das construções, o seu resultado externo, geralmente, em
número de quatro (Figura 27).

Figura 27: Exemplos de fachadas de residências.


Fonte (Figura superior esquerda): https://pt.slideshare.net/MaisArquiteturaECJAQ/03-30-planta-e-corte-da-i
Fonte (Figura superior direita): https://blog.portaleducacao.com.br/as-fachadas-no-desenho-arquitetonico/
Fonte (Figura abaixo): https://ew7.com.br/projeto-arquitetonico-com-autocad/index.php/tutoriais-e-dicas/143-
modelo-de-projeto-arquitetonico-de-um-sobrado-com-piscina.html
Descrição da figura: a figura mostra vários desenhos de fachadas de residências com um e dois pavimentos.

- Detalhes: de alvenaria; de esquadrias; de coberta; de revestimento de piso, parede e


teto; etc. – geralmente desenhados em escalas como 1:10, 1:20 ou 1:25, ou mesmo, escala natural
(1:1) ou de ampliação (2:1, 5:1, etc.). A figura 28, mostra o exemplo de detalhes construtivos de
fundação, alvenaria e coberta de uma edificação.

25
Figura 28: Exemplo de detalhes construtivos – fundação, alvenaria e coberta.
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/877983/17-detalhes-construtivos-que-te-ajudarao-a-materializar-os-
projetos/584dfe14e58eceb19a0001a1-17-templates-for-common-construction-systems-to-help-you-materialize-your-
projects-image
Descrição da figura: a figura exibe o desenho de detalhe construtivo de uma casa mostrando, de baixo para cima – a
fundação, o piso, a alvenaria e a coberta.

Para o projeto de interiores, o Designer de Interiores vai precisar das representações em


planta, cortes/vistas e detalhes – ou seja, as representações internas.
É importante frisar a importância das cotas ou medidas das construções e objetos. A
cotagem, ou ato de expor as medidas no projeto é definida através de norma, como você verá mais
adiante neste e-book e é uma atividade muito importante durante o desenho do projeto, pois é
através das cotas que os ambientes, os objetos e o mobiliário serão construídos, logo, a colocação
das cotas é de grande responsabilidade para o Designer de Interiores, pois deve prover todas as
medidas necessárias à execução de uma obra, não permitindo a omissão ou dúvida em relação
projeto.
O que foi mostrado acima é importante para conhecimento do Designer de Interiores,
apesar de que, esse profissional não trabalhará com a construção das edificações, mas não deixa de
ser interessante, ter um conhecimento das representações das várias partes de um projeto, o que
auxilia o Designer na compreensão mais ampla dos espaços, com os quais ele vai trabalhar.
O Desenho Arquitetônico vai auxiliar o projeto de interiores através das representações
básicas (planta baixa e cortes/vistas) e através das representações de elementos específicos e

26
detalhes construtivos e de instalações. Como não vai construir o espeço e sim, modifica-lo para a
melhoria do seu uso pelo cliente, o Designer vai usar a base arquitetônica para fins específicos – a
planta baixa, por exemplo, será usada para a distribuição dos elementos no ambiente (Figura 29).

Figura 29: A prancha mostra um projeto executivo de Arquitetura e o projeto de ambientação (ou “planta humanizada”)
inserido na planta original.
Fonte: https://www.aarquiteta.com.br/curso-design-interiores-total/
Descrição da figura: a figura exibe plantas baixas de uma residência mostrando elementos construtivos e um projeto de
ambientação (layout).

O designer de interiores deve usar a base do projeto arquitetônico (Figura 30) já existente
ou deve fazer seu próprio levantamento – usando trena, lapiseira e prancheta de mão ou aparelhos
como a trena eletrônica e desenhar essa planta baixa para, a partir dela, elaborar o projeto de
interiores – sempre usando as normas técnicas de desenho.

27
Figura 30: Projeto arquitetônico completo de uma residência com 3 pavimentos, composto por plantas baixas, cortes e
fachada.
Fonte: https://www.aarquiteta.com.br/blog/planta-baixa-o-que-e/
Descrição da figura: a figura apresenta o projeto arquitetônico completo de uma residência.

Outra representação importante para o projeto de interiores é o uso do corte como


elevação dos ambientes, uma vista interna onde serão expostos revestimentos de parede, cores,
altura de forro e janelas, cortinas, mobiliários, rodapés, roda-tetos etc. No projeto de interiores não
se usam as fachadas, que são vistas externas das edificações (Figura 31).

Figura 31: Projeto de interiores de uma copa-cozinha, com planta baixa e elevações (cortes).
Fonte: https://lilianazenaro.com.br/projeto-de-interiores-online/
Descrição da figura: a figura mostra o projeto de interiores completo, com planta de layout, elevações, descrições dos

28
materiais e mobiliário e perspectivas.

Estudante, nesta unidade você viu um pouco sobre a origem, evolução e importância do
Desenho Arquitetônico para a representação do projeto de interiores. Na Unidade 2, você conhecerá
as normas de Desenho Arquitetônico e como usá-las para iniciar os seus trabalhos na área de projeto
de interiores.
Vamos lá?!

29
UNIDADE 02 | As Normas de Desenho da ABNT
Olá estudante!
Nesta Unidade você vai conhecer as normas de Desenho Arquitetônico definidas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e como usá-las para a elaboração de projetos
arquitetônicos que são a base para os projetos de interiores.

Estudante, vai no nosso podcast, antes de continuar a leitura e depois retorna


aqui para continuar os estudos da unidade, ok?

2.1 A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e sua importância

Como você viu na Unidade 1, a partir do século XX surgiram vários órgãos que
organizaram e normalizaram os modos de representação e produção de, praticamente, tudo o que
utilizamos no nosso dia-a-dia. No Brasil, a normalização (alguns usam a palavra “normatização”) ficou
a cargo da Associação Brasileira de Normas Técnicas, fundada no Rio de Janeiro, em 28 de setembro
de 1940.
A ABNT abrange todo o tipo de norma sobre todos os tipos de produtos, atividades,
materiais, representação/linguagem gráfica, etc. É importantíssimo que todos conheçam as normas
técnicas, uma vez que, sem elas, nada pode ser feito de maneira séria, prudente, responsável e
segura. Todas as normas têm como objetivo primordial garantir segurança, respeito e, no caso do
desenho, uma linguagem universal de representação das coisas, no sentido de melhorar a qualidade
de vida das pessoas. As normas da ABNT são conhecidas como NBR – Norma Brasileira, seguidas por
seu número e ano, que segue a ordem de sua publicação.
Para se ter uma ideia, nos dias de hoje, existem dezenas de milhares de normas
produzidas e atualizadas pela ABNT e a cada ano surgem novas normas, em função do surgimento de
novas tecnologias. As normas são desenvolvidas por grupos de profissionais específicos de cada área
e são baseadas em estudos científicos que abrangem as mais diversas áreas do conhecimento.

30
As normas referentes a Desenho Técnico e Desenho Arquitetônico têm uma estrutura
mais fixa, uma vez que estão baseadas em formas de representação ligadas à Geometria Euclidiana e
Mongeana, mas mesmo assim, recebe atualizações quando surgem novos equipamentos e novas
formas de representar as construções e os espaços, principalmente, devido à evolução constante dos
programas de CAD, que serão vistos mais adiante nesse e-book e desenvolvidos nas disciplinas
específicas, posteriormente.
A seguir, as normas técnicas de Desenho Arquitetônico serão analisadas para que seu uso
possa ser esclarecido.

2.2. As Normas Técnicas de Desenho Arquitetônico

Dentro da ABNT existem várias normas sobre Desenho Técnico, mas aqui, haverá um foco
sobre o Desenho Arquitetônico propriamente dito, para que seu conhecimento, estudante, seja bem
esclarecido e seu uso possa ser facilitado, nos futuros projetos de interiores:
Norma Título Objetivo
Esta norma fixa os princípios
NBR- Cotagem em Desenho gerais de cotagem a serem
10126/1987 Técnico. aplicados em todos os desenhos
técnicos.
Esta norma estabelece os
Desenho Técnico – Requisitos requisitos para a representação
NBR-
para representação de linhas dos tipos e larguras de linhas e
16861/2020
e escritas. para a escrita usadas em
desenhos técnicos.
Esta norma especifica o formato
Desenho Técnico – Requisitos das folhas de desenho e os
NBR- para apresentação em folhas elementos gráficos, a localização
16752/2020 de desenho. e a disposição do espaço para
desenho, espaço para
informações complementares e

31
legenda, o dobramento de cópias
e o emprego de escalas a serem
utilizadas em desenhos técnicos.
Esta norma estabelece os
requisitos para a documentação
Documentação técnica para técnica de projetos
projetos arquitetônicos e arquitetônicos e urbanísticos, em
NBR-6492/2021
urbanísticos – Requisitos. função das etapas de projeto,
especificando, em cada uma
delas, os documentos pertinentes
e os respectivos conteúdos.
Quadro 01: Normas relativas ao Desenho Técnico e Arquitetônico.
Fonte: o autor, 2023.

2.2.1 Pranchas de Desenho

As folhas onde se apresentam os projetos arquitetônicos ou de interiores são chamadas


de “pranchas” e, como você viu anteriormente, elas obedecem a um sistema de proporções chamado
Formato A ou Série ISO/A, que, para uso nos projetos de interiores, pode ir do A0 (A zero) ao A4 (A
quatro). A norma técnica que trata dos formatos das pranchas é a NBR-16752/2020 e deve ser seguida
adotando os princípios da proporcionalidade entre desenho e prancha e da visibilidade das
informações, ou seja, a possibilidade de bem enxergar os desenhos e as informações escritas contidas
na prancha (Fig. 32 e 33).

32
Figura 32: Os vários tamanhos das folhas do Formato ISO/A.
Fonte: https://www.folhatecno.com.br/2021/08/medidas-papel-a1-a2-a3-a4-a5.html
Descrição da figura: Folha de papel dividida em várias partes, todas proporcionais entre si.

Figura 33: Semelhança dos formatos da série ISO/A.


Fonte: NBR-16752/2020.
Descrição da figura: As pranchas menores geralmente servem para esboços e representações de pequenos espaços ou
pequenos móveis. À medida em que, surgem espaços maiores, mobiliários maiores ou a necessidade de detalhes
(alguns, até em escala natural). Como foi dito anteriormente, as pranchas devem ser utilizadas na posição horizontal –
observando uma boa distribuição dos desenhos nas pranchas, de forma a preencher uniformemente o espaço livre para
o desenho (Figura 34).

33
Figura 34: Uma prancha de desenho contendo um projeto de interiores – observar a orientação da página, na
horizontal, conhecida hoje como “paisagem”.
Fonte: https://kamilalopes.com.br/projetoexpert
Descrição da figura:
As pranchas de desenho devem ser estruturadas de acordo com a norma e, além das medidas das folhas de desenho,
você deve estar atento às margens e à legenda – além do dobramento das folhas, o que, hoje em dia é um trabalho
feito pelas gráficas, mas que também obedece a critérios normalizados (NBR-16752/2020):
- Margens: toda folha de desenho deve ter margens nos seus quatro lados. A margem
esquerda deve ter 2,0 cm (o mesmo que 20 mm) de largura e as margens superior, inferior e lateral
direita devem ter 1,0 cm (o mesmo que 10mm) de largura (Figura 35).

Figura 35: As margens são obrigatórias nas folhas (pranchas) de desenho, sendo as mesmas para todos os formatos: 1-

34
contorno do formato; 2- margem; 3- quadro; 4- espaço para o desenho.
Fonte: NBR-16752/2020
Descrição da figura: - Legenda: é um quadro onde devem estar escritas as informações do projeto como autor,
proprietário, o título do projeto, escala, localização do projeto, número da prancha, etc. Em todos os formatos de papel,
deve ter 18cm de comprimento (ou 180mm de comprimento), mas sua altura pode ser variável, dependendo do
número de informações necessárias para a completa identificação do projeto (Figura 36).

Figura 36: Exemplo de legenda.


Fonte: NBR-16752/2020
Descrição da figura: Caixa de texto com várias divisões com descrição dos elementos do projeto.

2.2.2 Cotagem e seus Elementos

A cotagem é o ato de pôr as cotas, ou seja, colocar as medidas dos elementos, móveis,
dimensões dos ambientes, nos projetos de interiores e essa cotagem deve obedecer à NBR-
10126/1987, conforme as figuras 37 e 38:

Figura 37: Exemplo de cotagem com os principais elementos – cota, linha auxiliar, linha de cota e limite da linha de cota.
Fonte: NBR 10126, 1987.
Descrição da figura: a figura mostra linhas e números de cotas.

35
Figura 38: As formas de desenhar o limite da linha de cota – seta aberta, seta fechada e traço oblíquo a 45°.
Fonte: ABNT, 1987.
Descrição da figura: Três exemplos de formas de delimitação da linha de cota.

A cotagem é formada por alguns elementos definidos pela NBR 10126/1987 e que serão
definidos abaixo para uma maior compreensão e entendimento de cada parte:
Cota: o valor numérico em si, ou seja, quanto mede aquele ambiente em largura, altura e
comprimento.
Linha de cota: é uma linha reta onde é colocada a cota – a cota deve ser colocada sobre a
linha, na horizontal; à esquerda da linha, na vertical esquerda e na vertical direita.
Limite da linha de cota: é o elemento que mostra o fim da cota e pode ser uma seta aberta,
uma seta fechada ou uma linha inclinada como mostra a figura 38.
Linha auxiliar: é uma linha vertical para cotas horizontais e uma linha horizontal nas cotas
verticais

No Desenho Arquitetônico, as medidas são dadas em metros, mas só se apresentam os


números, sem o m (Figura 39).

36
Figura 39: Uma planta baixa de uma residência simples com suas cotas.
Fonte: https://www.vaicomtudo.com/wp-content/uploads/2015/02/Planta-baixa-t%C3%A9cnica-0111.jpg
Descrição da figura: Planta baixa de uma residência simples com cotas e nomes dos ambientes.

2.2.3 Tipos de linhas

O Desenho Arquitetônico trabalha com linhas e suas várias hierarquias e sentidos. As


linhas definem o objeto arquitetônico e seus elementos particulares. Basicamente, nos projetos de
arquitetura e de interiores, são usados três tipos de linhas:
- Grossa: usada para plantas baixas e cortes;
- Média: para mostrar portas e janelas cortadas.
- Fina contínua: para mostrar elementos da planta e dos cortes e das fachadas.
- Fina tracejada: para elementos que não aparecem na planta baixa ou no corte, como
janelas altas, delimitação de beirais, etc.
As figuras abaixo mostram os tipos de linhas e suas aplicações, segundo a NBR-
16861/2020 e a NBR-6492/2021 (Figuras 40, 41, 42 e 43):

37
Figura 40: Os diversos tipos de linhas usados no Desenho Arquitetônico.
Fonte: ABNT, 2020.
Descrição da figura: Uma tabela contendo vários tipos de linhas usadas para Desenho Técnico e Arquitetônico.

38
Figura 41: Os vários tipos de linhas contínuas e suas aplicações no desenho.
Fonte: ABNT, 2020.
Descrição da figura: Uma tabela contendo vários tipos de linhas usadas para Desenho Técnico e Arquitetônico.

Figura 42: A aplicação dos diversos tipos de linha no Desenho Arquitetônico em um corte.
Fonte: ABNT, 2021.
Descrição da figura: Um corte de uma residência, contendo s vários tipos de linhas usadas no desenho.

39
Figura 43: A aplicação dos diversos tipos de linha no Desenho Arquitetônico em uma planta baixa.
Fonte: ABNT, 2021.
Descrição da figura: Detalhes de duas plantas baixas mostrando os vários tipos de linhas usados no Desenho
Arquitetônico.

Na representação de projetos de interiores, é comum o preenchimento das paredes (na


cor preta) de modo a realçar os limites dos espaços, seja na planta baixa, seja nas vistas (Figuras 44 e
45).

Figura 44: Planta baixa de layout com as paredes completamente preenchidas de preto para maior destaque dos limites

40
dos ambientes.
Fonte: https://spbim.com.br/bim-para-interiores/
Descrição da figura: planta humanizada de um apartamento com definição de mobiliário.

Figura 45: Elevação de uma cozinha, mostrando armários e eletrodomésticos com as paredes preenchidas pela cor
cinza.
https://sp.olx.com.br/sao-paulo-e-regiao/servicos/projeto-executivo-de-interiores-1246199598
Descrição da figura: Vista de uma cozinha e área de serviço mostrando o mobiliário e descrições de materiais.

2.2.4 Caligrafia Técnica

Outro aspecto importante no projeto de interiores é a chamada Caligrafia técnica, que


também é determinada pela NBR-6492/2021. Ela deve ser respeitada para que haja uma
compreensão clara de toda a parte escrita, evitando incompreensões e mal-entendidos que podem
comprometer a execução do projeto (Figura 46).

41
Figura 46: A Caligrafia Técnica definida pela ABNT em diversos tamanhos de caracteres. Fugir dessa caligrafia pode
resultar em interpretações erradas de cotas e outras informações de grande importância para o projeto.
Fonte: ABNT, 2021.
Descrição da figura: Vários tipos de tamanhos de caracteres usados na caligrafia técnica – letras, números e caracteres
especiais.

Essas normas devem ser seguidas à risca para que haja uniformidade no
desenvolvimento, leitura e interpretação de projetos de Arquitetura e Interiores. Na Unidade 4
haverá uma discussão sobre a influência dos programas de CAD na representação gráfica, mas é
possível adiantar que, as novas ferramentas de desenho não têm o poder de alterar as normas nem
modificar a linguagem gráfica, principalmente na parte referente a projetos executivos, ou seja,
projetos usados para a execução/materialização de obras, mobiliários, ambientes, etc.
Além das explicações deste e-book, é muito importante que você, Estudante, obtenha
essas normas, lendo-as e consultando-as sempre que for necessário. A ABNT comercializa as NBRs,
mas é possível obtê-las gratuitamente de forma lícita, através de sites dos Institutos Federais e de
Universidades Federais, que por trabalharem diretamente com a ABNT, disponibilizam as normas
para professores, estudantes e população em geral.
No tópico a seguir você verá a aplicação do Desenho Arquitetônico à representação dos
projetos de interiores – é certo adiantar que a base normativa do desenho permanecerá, sendo
acrescentada de elementos gráficos onde as particularidades e pormenores dos projetos de interiores
são ressaltados sem subverter a essência do Desenho Arquitetônico.

42
2.3 A representação do Projeto de Interiores

A base do projeto de interiores é o projeto arquitetônico. O Designer de Interiores vai


adaptar e melhorar os espaços existentes através de layout, cores, texturas, materiais, processos
ergonômicos, de modo que o espaço construído resultará em algo melhor do que ele era antes (Fig.
47).

Figura 47: Uma planta baixa de um apartamento indicando a disposição do mobiliário (layout), também chamada de
“planta humanizada”.
Fonte: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1224702939-planta-projeto-arquitetnico-ate-80-m-arquitetura-casas-
_JM
Descrição da figura: A planta baixa de um apartamento com seu layout de mobiliário (planta baixa humanizada).

Apesar das normas de desenho e da necessidade de manutenção de uma linguagem


universal de desenho, é possível observar que, hoje, a representação do projeto de interiores tem
buscado um “grafismo” que vai além das normas e isso pode ser um problema se não houver
uniformidade na linguagem. O que é chamado aqui de “grafismo” são certas representações,
principalmente de mobiliário, que não constam das normas da ABNT e possuem algumas formas
convencionais de representação, mas que mudam de acordo com os profissionais da área e a
evolução dos programas de CAD (Figuras 48 e 49).

43
Figura 48: Várias representações de mobiliários em vista superior – a grande maioria, reconhecíveis, mas que não
obedecem a um padrão definido pela ABNT, por exemplo.
Fonte: https://www.istockphoto.com/br/vetor/m%C3%B3veis-planta-baixa-gm512186997-47451882
Descrição da figura: Diversas representações de mobiliários vistos de cima (em planta).

Figura 49: As medidas básicas de camas de casal e solteiro.


Fonte: https://br.pinterest.com/pin/770326711235300673/
Descrição da figura: Tipos de cama e suas respectivas medidas.

A parte gráfica que depende inteiramente do Desenho Arquitetônico é aquela que


compreende a planta baixa e os cortes, que são chamados de vistas ou elevações, no projeto de
interiores (Figura 50).

44
Figura 50: Um projeto de interiores de uma cozinha – é possível ver as plantas baixas e elevações com as paredes
pintadas de marrom para dar um maior destaque. Existe uma mistura entre desenho e fotos de eletrodomésticos e o
projeto é enriquecido com perspectivas renderizadas.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/495184921534055338/
Descrição da figura: Projeto de interiores de uma cozinha com planta baixa, vistas com projeto de mobiliário e
perspectivas renderizadas.

É certo dizer que o projeto de interiores só pode ser feito com o conhecimento do
Desenho Arquitetônico, mas a natureza detalhista do projeto de interiores demanda vários
elementos que servem para a definição precisa do que se pretende fazer. Ao mesmo tempo, é preciso
saber separar o que é um projeto executável de uma apresentação para o cliente.

Na próxima unidade você vai se aprofundar um pouco mais nos símbolos gráficos usados
no Desenho Arquitetônico e que auxiliam, também, o projeto de interiores.
Vamos lá?!

45
UNIDADE 03 | Representação Gráfica das Instalações Prediais em Projetos
de Interiores
Olá estudante!
Nesta Unidade você conhecer a simbologia utilizada na representação de instalações
hidrossanitárias e elétricas e na representação de mobiliário para o efetivo desenvolvimento do
projeto de interiores, mais adiante.

Estudante, vai no nosso podcast, antes de continuar a leitura e depois retorna


aqui para continuar os estudos da unidade, ok?

3.1 Elementos Construtivos

O Desenho é formado por símbolos e o Desenho Arquitetônico não foge a essa regra – a
representação de uma edificação é formada por linhas que se unem para formar uma ideia do que
existe ou daquilo que está sendo projetado – o Desenho Arquitetônico, em si, é mais simples,
formado por representações de paredes, piso, teto, coberta e elementos construtivos como janelas,
portas e outras peças que são entregues ao final da obra como vasos sanitários, pias, cubas,
lavanderias, etc. (Fig. 51 e 52).

46
Figura 51: Uma planta baixa de m banheiro, onde é possível ver uma pia com cuba, um vaso sanitário, uma esquadria de
box e o chuveiro com duas torneiras – tudo na forma de símbolos simplificados.
Fonte: https://www.fashionbubbles.com/decoracao-2/planta-baixa-de-banheiro/
Descrição da figura: Planta baixa de um banheiro com suas peças internas e cotas.

Figura 52: Simbologia para diferentes tipos de portas.


Fonte: https://br.pinterest.com/pin/940478334665844019/
Descrição da figura: Diversas representações de diferentes tipos de portas.

Na representação de certos elementos no projeto de Arquitetura e Design de Interiores


existem convenções claras que devem ser respeitadas. As figuras abaixo mostram a maioria dos
símbolos usados para a representação de elementos essenciais nos projetos arquitetônicos e de
interiores, inclusive, símbolos gráficos para indicações de corte, acessos e as hachuras que servem
para a representação esquemática de certos materiais de uso bastante comum nas construções no
projeto de interiores:

Figura 53: Representação de portas de giro e de correr.


Fonte: https://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/725/desenho_tecnico_12.pdf?sequence=8&isAllowed=y
Descrição da figura: Pranchas mostrando porta de giro e de correr em planta, corte e vista frontal.

47
Figura 54: Representação de elemento vazado ou cobogó.
Fonte: https://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/725/desenho_tecnico_12.pdf?sequence=8&isAllowed=y
Descrição da figura: Pranchas mostrando o uso do cobogó em planta baixa, corte e vista frontal.

Figura 55: Representação de janela de correr e janela alta basculante.


Fonte: https://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/725/desenho_tecnico_12.pdf?sequence=8&isAllowed=y
Descrição da figura: Pranchas mostrando janela de correr e janela basculante em planta baixa, corte e vista frontal.

48
Figura 56: Representação de vaso sanitário e lavatório com cuba.
Fonte: https://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/725/desenho_tecnico_12.pdf?sequence=8&isAllowed=y
Descrição da figura: Prancha mostrando vaso sanitário e lavatório com cuba em planta baixa, vista e corte.

Figura 57: Representação de pia/bancada com cuba.


Fonte: https://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/725/desenho_tecnico_12.pdf?sequence=8&isAllowed=y
Descrição da figura: Prancha mostrando pia/bancada com cuba em planta baixa, vista e corte.

Figura 58: Representação de símbolos gráficos: chave de corte, norte (pouco usado em projetos de interiores) e cota de
nível.
Fonte: https://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/725/desenho_tecnico_12.pdf?sequence=8&isAllowed=y
Descrição da figura: Prancha mostrando elementos gráficos que representam a direção de um corte, a indicação do
norte e a indicação das cotas de nível em planta baixa.

49
Figura 59: Representação de uma escada com patamar em planta, com indicação de corte, indicação do sentido de
subida e cota de nível.
Fonte: ABNT, 2021.
Descrição da figura: Desenho da planta baixa de uma escada mostrando a indicação do corte, degraus, cotas de nível e
sentido da subida.

Figura 60: Representação de indicação de acesso.


Fonte: ABNT, 2021.
Descrição da figura: setas indicando direções de acesso.

50
Figura 61: As diversas hachuras usadas para representar os materiais usados em alvenarias, revestimentos e mobiliário,
segundo a NBR-6492/2021.
Fonte: ABNT, 2021.
Descrição da figura: Várias representações de hachuras de materiais diversos.

3.2 Instalações elétricas e Iluminação

O Designer de Interiores não elabora projetos elétricos, mas deve ter um conhecimento
básico nesta área, de modo a definir com clareza onde deve passar a instalação elétrica e onde devem
ser posicionados tomadas, interruptores e elementos de iluminação. A correta definição desses
elementos no projeto é muito importante para o bom e seguro funcionamento dos espaços. A
representação das instalações elétricas e iluminação devem obedecer à simbologia definida pela

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norma ou, no máximo, a certos fabricantes de amplo uso no mercado, de forma que o símbolo seja
facilmente reconhecido (Figuras 62,63 e 64).

Figura 62: Representação de símbolos elétricos.


Fonte: https://br.pinterest.com/pin/462604192975391173/
Descrição da figura: Tabela contendo vários símbolos usados em projetos elétricos.

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Figura 63: Exemplo de um projeto de instalações elétricas em uma pequena residência – observar o uso dos símbolos
elétricos.
Fonte: https://www.wtaengenhariaeletrica.com.br/projeto-eletrico-comercial
Descrição da figura: planta baixa de uma pequena casa com símbolos representando as instalações elétricas.

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Figura 64: Exemplo de projeto de iluminação com a definição da posição e tipos de lâmpadas.
Fonte: https://www.ilumicenter.com.br/produto/projeto-luminotecnico-projeto-de-iluminacao/
Descrição da figura: planta baixa de uma edificação com indicações dos tipos de iluminação a serem usados em cada
ambiente.

3.3 Telefonia e Redes de Computadores

Dois outros tipos de projetos para os quais o Designer de Interiores deve ficar atento são
os de telefonia e redes de computadores. A telefonia fixa tem se reduzido muito ultimamente, mas
ainda existe a necessidade de ter esses projetos em mente, inclusive o projeto para interfones.
Quanto à internet, é uma realidade presente, logo, é preciso pensar na distribuição de cabos e
roteadores, que podem influenciar na distribuição de elementos nas paredes (Figuras 65, 66 e 67).

Figura 65: Representação de símbolos de telecomunicações.


Fonte: https://materialpublic.imd.ufrn.br/curso/disciplina/4/51/7/5
Descrição da figura: Tabela contendo vários símbolos usados em projetos de telecomunicações.

Figura 66: Simbologia para pontos de telefonia fixa.

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Fonte: paginapessoal.utfpr.edu.br/
Descrição da figura: tabela contendo símbolos usados em projetos de telefonia.

Figura 67: Símbolos usados em projetos de rede de internet – não são normalizados, mas é fácil encontrá-los em
projetos e comunicação visual.
Fonte: https://www.edrawsoft.com/pt/network-symbols.html
Descrição da figura: várias figuras representando elementos de projetos de rede de internet.

3.4 Instalações Hidrossanitárias

O projeto de instalações hidrossanitárias cabe aos arquitetos e engenheiros civis, mas o


Designer de Interiores precisa saber ler esse tipo de projeto para levar em conta o posicionamento
da rede de tubulações e torneiras e registros para que tais elementos não atrapalhem o projeto de
interiores e vice-versa. É importante ter cuidado, principalmente nos ambientes chamados de áreas
molhadas – cozinhas, banheiros e áreas de serviço para não causar acidentes como furos nos canos
através de intervenções nas paredes. Os projetos hidrossanitários são compostos de plantas baixas
indicando a passagem da tubulação e a localização de torneiras, registros de gaveta e conexões em

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geral e, também, de perspectivas isométricas que mostram, de forma tridimensional, a posição das
instalações nas paredes/ambientes (Figuras 68, 69, 70 e 71).

Figura 68: Representação de símbolos de instalações hidrossanitárias.


Fonte: https://br.pinterest.com/antbg1037/caixa-d%C3%A1gua/
Descrição da figura: Tabela contendo vários símbolos usados em projetos hidrossanitários.

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Figura 69: Uma planta baixa de áreas molhadas, mostrando a posição das peças (balcão, lavanderia e as peças sanitárias
do banheiro), a tubulação e as conexões.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/hidrulica-isomtrica--699395017148401430/
Descrição da figura: planta baixa representando ambientes que possuem saídas de água e os símbolos usados para
representar tubulação, conexões e saídas de água.

Figura 70: Perspectiva isométrica de um banheiro, mostrando as alturas e posicionamento da tubulação, conexões e
peças sanitárias.
Fonte: https://www.tudoconstrucao.com/projetos-prontos-rede-hidraulica-de-uma-casa/

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Descrição: desenho em perspectiva de um banheiro, mostrando a posição da tubulação hidráulica e das conexões.

Figura 71: Planta baixa mostrando um projeto de instalações sanitárias com as tubulações e conexões de descarte de
águas servidas.
Fonte: https://www.tudoconstrucao.com/projetos-prontos-rede-hidraulica-de-uma-casa/
Descrição da figura: planta baixa de um banheiro mostrando a tubulação de esgoto sanitário e suas diversas conexões.

Para um conhecimento mais aprofundado da representação de elementos construtivos e


de instalações, é importante pesquisar em publicações recentes e se manter atualizado, pois existe
uma tendência clara de criação de novos símbolos e da alteração/atualização de símbolos já usados.

CHAMADA DA VIDEOAULA
Na próxima unidade, você vai ver como se encontram as formas de representação de
detalhes e especificações técnicas de grande importância para os projetos de interiores.
Vamos lá?!

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UNIDADE 04 | Detalhamento e Especificações Técnicas
Olá estudante, nesta 4ª e última unidade você verá como representar os principais
detalhamentos de elementos construtivos de importância para o projeto de interiores.

Estudante, vai no nosso podcast, antes de continuar a leitura e depois retorna


aqui para continuar os estudos da unidade, ok?

4.1 Detalhes Construtivos Gerais

O projeto de interiores é desenvolvido em espaços arquitetônicos que são construídos a


partir de uma série de materiais e técnicas, de forma que o Designer de Interiores precisa estar atento
a estes materiais e às suas formas de aplicação para tirar partido de suas propriedades físicas e de
suas possibilidades estéticas.
Os detalhes construtivos devem obedecer às normas da ABNT, principalmente na
hierarquia de linhas ou quando for necessário o uso de hachuras. A sua função é permitir que os
elementos construtivos sejam feitos/montados sem que haja dúvidas que podem comprometer seu
funcionamento dentro do espaço ou prejudicar suas propriedades visuais (Figuras 72, 73, 74 e 75).

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Figura 72: Detalhes de fixação de uma porta simples de madeira.
Fonte: http://demilito.com.br/7-esquadrias-rev.pdf
Descrição da figura: vários desenhos mostrando elementos de uma porta de madeira e como ela se fixa na alvenaria.

Figura 73: Detalhe construtivo de forros, porta de correr e estrutura de concreto – observar o uso das hachuras.
Fonte: https://br.pinterest.com/isaacbruno1990/detalhes-construtivos/
Descrição da figura: trecho de um corte, mostrando os detalhes de instalação de uma porta de correr e de um forro de
gesso sob uma laje de concreto.

Figura 74: Detalhe em corte de um piso, mostrando todo o embasamento, até o revestimento final em porcelanato.
Fonte: https://cargocollective.com/alineliekazihara/Detalhes-construtivos

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Descrição da figura: detalhe de um corte de um piso mostrando todos os materiais, desde o solo natural até o piso em
porcelanato.

Figura 75: Detalhe de um teto-jardim mostrando desde os materiais de construção até o tipo de solo para a vegetação.
Fonte: https://cargocollective.com/alineliekazihara/Detalhes-construtivos
Descrição da figura: detalhe de um corte de um teto-jardim, mostrando os materiais, acabamentos e tipos de
vegetação.

4.2 Planta de paginação de piso e paredes

A paginação é a definição de como peças de cerâmica ou de outro material devem ser


assentadas no piso ou numa parede. É muito importante que haja o detalhamento desse tipo de
instalação pois disso depende o resultado estético do ambiente revestido – é preciso definir onde
começar e onde terminar o assentamento, pensar nos trinchos, rejuntes, etc. e o Designer de
Interiores deve ter o domínio desse desenho e da instalação dos pisos e revestimentos de parede
para evitar prejuízos financeiros e estéticos (Figura 76 e 77).

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Figura 76: Esquemas de assentamento de materiais de revestimento (cerâmica, tacos de madeira, ladrilhos, etc.).
Fonte: https://blog.vejaobra.com.br/paginacao-de-pisos-e-paredes/
Descrição da figura: vários desenhos mostrando tipos de assentamento de pisos.

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Figura 77: Projeto de paginação de piso e parede em um pequeno banheiro.
Fonte: https://www.projetou.com.br/posts/paginacao-de-pisos-o-que-e-e-como-fazer/
Descrição da figura: planta baixa e vistas de um banheiro, mostrando peças sanitárias e as formas de assentamento do
material cerâmico de revestimento no piso e nas paredes, além do forro de gesso.

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4.3. Planta de Teto e Forro

O teto e o forro são elementos importantes na composição dos ambientes e que devem
ter especial atenção do Designer de Interiores. Nem todo ambiente terá forro, mas é importante
lembrar que, seja no teto ou no forro, serão trabalhados elementos de iluminação e onde podem
existir detalhes importantes para a valorização dos espaços. As plantas de teto/forro têm uma
representação simples – a complexidade se dará nos detalhes, nos roda tetos, sancas, cores, texturas,
etc. Logo, é importante dar a devida atenção a essa parte do projeto e representa-la de forma que
não haja dúvidas para a sua execução (Figura 79, 80 e 81)

Figura 79: Planta de forro com detalhamento de sancas para iluminação.


Fonte: https://www.projetou.com.br/posts/planta-de-forro/
Descrição da figura: planta de forro com o detalhamento e medidas dos elementos laterais.

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Figura 80: Planta de forro de uma cozinha com a indicação dos pontos de iluminação.
Fonte: https://www.projetou.com.br/posts/planta-de-forro/
Descrição da figura: planta de forro mostrando o desenho do forro e os detalhes de execução.

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Figura 81: Detalhes de forro de gesso.
Fonte: https://papodearquiteto.com.br/detalhamento-de-forro-em-gesso-autocad-download-
gratuito/#google_vignette
Descrição da figura: tabela mostrando vários desenhos que mostram tipos diferentes de acabamentos de forros de
gesso.

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Estudante, com essa competência encerramos o nosso e-book. Esperamos que tenha
gostado e que esse material lhe auxilie em seu desenvolvimento profissional.
Bons estudos!

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CONCLUSÃO
Estudante, aqui se encerra a disciplina de Desenho Arquitetônico e desejo que a aquisição
destes novos conhecimentos contribua para a sua formação como técnico em Design de Interiores.
O domínio da expressão gráfica é muito importante para o designer de interiores – por
isso para além desse e-book, é interessante que você aprofunde os estudos sobre o Desenho
Arquitetônico para dominar essa linguagem em sua base e como forma de dominar os softwares de
CAD, que serão suas ferramentas diárias de trabalho e que se atualizam de forma cada vez mais
rápida.
O Desenho Arquitetônico é o “idioma” através do qual os designers e arquitetos dialogam
para pôr em prática seus projetos – ou seja, quanto mais você dominar essa linguagem, mais clara
será a sua comunicação com todos os profissionais envolvidos no projeto de interiores.
O conhecimento do Desenho Arquitetônico permitirá que suas ideias fluam de maneira
mais rápida e precisa e as normas técnicas da ABNT farão com que tudo o que você projetar será
factível de ser realizado – realização essa que é o ponto culminante da sua profissão.
Espero que tenha gostado e até logo!

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. História da normalização brasileira. Rio de Janeiro:


ABNT, 2011. 112 p.

______. Desenho de projetos: em arquitetura, projeto de produto, comunicação visual e design de


interior. São Paulo: Blucher, 2007. 128 p.

GOMES, Adriano Pinto. Desenho arquitetônico. Ouro Preto: IFMG, 2012. 80 p.

MONTENEGRO, Gildo. Desenho arquitetônico. São Paulo: Blucher, 2017. 164 p.

______. NBR-10126: Cotagem em Desenho Técnico. Rio de Janeiro: ABNT, 1987. 13 p.

______. NBR-16752: Desenho Técnico – Requisitos para apresentação em folhas de desenho. Rio de
Janeiro: ABNT, 2020. 23 p.

______. NBR-16861: Desenho Técnico – Requisitos para representação de linhas e escritas. Rio de
Janeiro: ABNT, 2020. 27 p.

______. NBR-6492: Documentação Técnica para projetos arquitetônicos e urbanísticos – Requisitos.


Rio de Janeiro: ABNT, 2021. 40 p.

ROSSI, Francine Aidie. Resumo das normas técnicas da ABNT de Desenho Técnico e representação
de projetos de arquitetura. Curitiba: UFPR/Departamento de Expressão Gráfica, 2021. 42 p. site

SARAPKA, Elaine Maria et al. Desenho arquitetônico básico: Da prática manual à digital. São Paulo:
Blucher, 2022. 120 p.

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MINICURRÍCULO DO PROFESSOR

André Lemoine Neves

Olá! Sou André Lemoine Neves, tenho 52 anos e sou formado em Arquitetura e
Urbanismo, pela Universidade Federal de Pernambuco, com Mestrado e Doutorado na área de
Desenvolvimento Urbano, pelo Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Urbano da UFPE.
Sou Arquiteto e Urbanista há 29 anos e atuo como professor há 26 anos. Trabalho com
projetos de Arquitetura, Planejamento Urbano e Restauro e leciono nas áreas de Projeto de
Arquitetura, Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo, Planejamento Urbano, Estética e
História da Arte, Restauro e Desenho Técnico.

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