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Curso Técnico em
Design de Interiores
Desenho Arquitetônico
Erika Diniz Araújo dos Santos
Curso Técnico em
Design de Interiores
Educação a Distância
Recife
Revisão Diagramação
Erika Diniz Araújo dos Santos Jailson Miranda
André Lemoine
Coordenação Executiva
Coordenação de Curso George Bento Catunda
Danyelle de Holanda Beltrão Renata Marques de Otero
Kátia Karina Paulo dos Santos
Coordenação Design Educacional
Deisiane Gomes Bazante Coordenação Geral
Maria de Araújo Medeiros Souza
Design Educacional Maria de Lourdes Cordeiro Marques
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger
Helisangela Maria Andrade Ferreira Secretaria Executiva de
Izabela Pereira Cavalcanti Educação Integral e Profissional
Jailson Miranda
Roberto de Freitas Morais Sobrinho Escola Técnica Estadual
Professor Antônio Carlos Gomes da Costa
Revisão descrição de imagens
Sunnye Rose Carlos Gomes Gerência de Educação a distância
Sumário
Introdução ................................................................................................................................... 6
Bons estudos!
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1.Competência 01 | Noções Básicas de Desenho Arquitetônico
Nesta primeira semana você vai estudar sobre as noções básicas do Desenho de
Arquitetura voltado para a área de Design de Interiores. Iniciaremos abordando sobre as definições
dos diferentes tipos de desenho: Desenho Técnico, Desenho Arquitetônico e Desenho de Interiores.
O objetivo é compreender as diferenças e as semelhanças entre eles e, em seguida, adentrar nos
pormenores do Desenho Arquitetônico.
A primeira coisa que você precisa diferenciar nesse momento são os tipos de desenho
que existem. O desenho talvez seja a forma de linguagem gráfica mais antiga que existe.
Possivelmente, o homem das cavernas, bem antes de se comunicar com palavras, tenha utilizado de
rabiscos para registrar histórias e representar figuras. Um exemplo desse tipo de utilização são os
desenhos rupestres de Lascaux, na França (Figura 1).
Ao longo dos séculos, o desenho evoluiu de acordo com os povos que o utilizavam e a
função daquela representação para eles, culminou em tipos distintos de linguagem gráfica. No Antigo
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Egito, por exemplo, os hieróglifos e as figuras humanas desenhadas frontalmente (Figura 2) tinham o
objetivo de registrar a vida e os fatos históricos ligados aos deuses.
Deste modo, a linguagem gráfica pode se concretizar, basicamente, através de dois tipos
distintos de desenho: o Desenho Artístico e o Desenho Técnico. O Desenho Artístico é aquele que,
embora possa ser preciso e exato na representação do mundo (paisagens, pessoas, animais,
edificações, etc.) não tem como ser mensurado pela forma como as coisas se apresentam na tela, por
outro lado, o desenho artístico também possui uma vertente abstrata que não tem como ser
mensurada e cuja interpretação é mais subjetiva ainda. Por sua vez, o Desenho Técnico, tem como
objetivo retratar a realidade com precisão e exatidão através de vistas que permitem a mensuração
de suas partes através de sistemas geométricos de representação das verdadeiras grandezas dos
objetos, apesar de não serem representados nos seus tamanhos originais, mas através de relações
de proporção conhecidas como escalas.
Estudante, observe abaixo que o desenho Drawing Hands ou “mãos desenhando” (Figura
3), do artista M. C. Escher, ainda que retrate a realidade através da representação de duas mãos, não
há a intenção de ser realista, uma vez que a situação é impossível, mas de refletir a sensibilidade e o
gosto de seu autor. Em contraposição, o desenho do Fiat 147 (Figura 4), ilustra uma representação
gráfica verdadeira, objetiva e precisa com o objetivo de transmitir todas as características do objeto
para sua execução.
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Figura 3: Desenho Drawing Hands de M. C. Escher.
Fonte: http://www.wikiart.org/en/m-c-escher/drawing-hands
Descrição: duas mãos, segurando lápis, em posições opostas, por cima de uma folha na cor branca, presa nas quatro
pontas por alfinetes.
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No curso, você irá se concentrar apenas no Desenho Técnico, ok!? Mas você deve estar
se perguntando: mas qual a relação entre desenho e linguagem?
Então, caro estudante, é preciso que você compreenda que qualquer desenho é um tipo
de linguagem que tem o intuito de passar uma mensagem ou ideia, ou seja, é um tipo de
comunicação. Para que ela seja eficiente, devem existir três personagens: “aquele que comunica”
(emissor), a mensagem propriamente dita (código) e “aquele que recebe” a mensagem (receptor).
Para que a comunicação seja efetiva, é importante que tanto o emissor quanto o receptor conheçam
os códigos e símbolos dessa linguagem. É como se fôssemos aprender um novo idioma!
Atente estudante, para o fato de que falamos a respeito de diferentes formas, e não de
modo aleatório ou de qualquer maneira. No desenho também existe uma gramática própria na qual
a combinação e a posição dos elementos básicos influenciam igualmente na comunicação. Ou seja,
no desenho técnico existem regras e normas que devem ser seguidas para a construção daquilo que
se quer comunicar. Visualize o exemplo da Figura 5, a seguir:
Então no Desenho Técnico, as regras e normas são indispensáveis para uma boa execução
e compreensão da ideia ou mensagem transmitida. Para tal, e a fim de tornar o desenho técnico uma
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linguagem universal, houve a necessidade de padronizá-lo em todo o mundo, o que deu origem às
normas técnicas internacionais e suas consequentes normas nacionais. Elas são uma forma de facilitar
a compreensão de desenhos e projetos em meio a atuação de profissionais de diversas áreas:
arquitetura, engenharia, mecânica, marcenaria, entre eles, o campo do Design de Interiores.
Mas você, estudante, deve estar se perguntado: de que maneira utilizar símbolos, regras
e normas no Curso Técnico de Design de Interiores? Como isso, vai ajudar na minha vida profissional?
A própria Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) tem uma definição para o
Desenho Técnico:
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diversas áreas do conhecimento, sobretudo na Arquitetura e nas Engenharias (RIBEIRO, 2011 apud
MARQUES, 2015). Essa representação bidimensional é aquela que advém do Sistema Mongeano o
qual utilizada de projeções ortogonais através de projetantes retas e paralelas, sendo possível obter
as verdadeiras grandezas do objeto.
TEXTO COMPLEMENTAR
Existem algumas Normas Brasileiras (NBR), desenvolvidas pela ABNT, que auxiliam
tecnicamente no desenvolvimento da representação gráfica dos desenhos e projetos em Design de
Interiores. Foram relacionadas algumas das normas abaixo, para seu conhecimento, estudante:
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VAMOS PENSAR UM POUCO!
Estudante, tente imaginar como seria se não existisse a linguagem gráfica e você
quisesse descrever para alguém como é o ambiente em que você está nesse
momento (Exemplo Figura 7). Como você comunicaria a essa pessoa as
características dele? Quantas palavras seriam utilizadas?
Agora que você viu mais sobre o Desenho Técnico, vai entender melhor o que é o Desenho
Arquitetônico e como ele se aplica à área do Design de Interiores.
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GLOSSÁRIO
GLOSSÁRIO
O Desenho Arquitetônico ou Desenho de Arquitetura é o emprego dos
conhecimentos do Desenho Técnico não apenas na área específica da
Arquitetura, mas também de algumas Engenharias e do Design de Interiores.
Figura 8: Esquema com a relação entre os três tipos de desenhos: técnico, arquitetônico e interiores.
Fonte: Gusmão & Seabra, 2017, p.14.
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Descrição: três círculos, um dentro do outro, cada um com uma cor diferente. O maior na cor roxa, com a descrição
Desenho Técnico, o seguinte, na cor marrom, com a descrição Desenho Arquitetônico, e o menor círculo, na cor azul,
com a descrição Desenho de Interiores.
• Borracha: é o instrumento de desenho que serve para apagar os traços feitos com o
lápis (Isso você já sabia, não é!?). Ela deve ser macia, flexível e ter as extremidades chanfradas para
facilitar o trabalho de apagar.
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vegetal, etc.) e papel opaco (canson, sulfite, etc.), sendo o primeiro o mais utilizado, pois auxilia no
estudo de alternativas de projetos, devido a sua transparência, fazendo a sobreposição de desenhos.
• Par de esquadros: eles têm formato triangular, e são utilizados para traçar linhas
verticais, horizontais ou inclinadas com precisão (Figura 10). São usados em pares (esquadro de 45°
e esquadro de 30°/60°). A combinação deles permite obter vários ângulos comuns no desenho. É
recomendável que sejam de material transparente e sem graduação.
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NOTA: UNIDADES DE MEDIDA
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Figura 12: Passo-a-passo de como utilizar o compasso.
Fonte: https://pt.slideshare.net/GutierryPrates/introduo-ao-desenho-tcnico-apostila
Descrição: mostra como usar o compasso. Tem três figuras de uma mão segurando um compasso.
• Fita crepe: serve para fixação do papel na prancheta ou na mesa de desenho. Onde
colocar o papel, e como colá-lo?! Você vai ver em seguida, como fazer, para que o papel não solte da
prancheta ou fique folgado (Figura 13).
Agora que você já conhece os instrumentos e materiais de desenho e como utilizá-los, irá
estudar as demais regras e normas do Desenho Técnico nos itens da próxima seção. Vai começar
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pelas características das pranchas para o desenho, onde serão abordados temas como: formatos,
tipos de papel, margens, carimbos e sobre como realizamos o dobramento das pranchas.
Todos os formatos de papel da série “A” derivam-se do formato A0 (A zero), que possui
841mm x 1189 mm de lados, com 1m² de área total – o chamado retângulo harmonioso (Figura 14).
Desse formato básico, através de bipartições sucessivas de suas dimensões, originam-se todos os
demais tamanhos de papel, como você pode observar na Figura 14 abaixo.
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NOTA: ORIENTAÇÃO DO PAPEL
Os formatos mais empregados no Desenho Arquitetônico são os seguintes: A0, A1, A2, A3
e A4, sendo os dois últimos mais comuns no Desenho de Interiores. Na Figura 15, é possível perceber
a relação que existe entre os formatos. Por exemplo, ao combinar duas folhas em formato A1 têm-se
uma folha no formato A0, ou uma folha A3 origina-se a partir da combinação de duas folhas tamanho
A4.
Figura 15: Relações de bipartição ou duplicação sucessivas das dimensões dos formatos de prancha.
Fonte: NBR 16752, 2020, p. 9.
Descrição: divisão dos papéis, proveniente do papel A0.
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margens esquerda e direita, assim como as larguras das linhas, devem ter as dimensões constantes.
Essa padronização deve ser respeitada.
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Com relação à legenda ou carimbo, a NBR 16752/2020 estabelece que ele deve ser
desenhado no canto inferior direito dentro do quadro, tanto nas folhas posicionadas na horizontal
quanto na vertical, como você pode observar na Figura 18. A legenda é um retângulo com dimensões
pré-estabelecidas e que deve conter informações básicas de identificação e numeração dos
desenhos. A direção de leitura da legenda coincide geralmente com a direção de leitura do desenho
(SILVA et. al., 2012, p. 31).
Porém, você pode estar se perguntando: qual a largura do carimbo e quais informações
devem estar contidas dentro dele?
De acordo com a norma, a NBR 16752/2020 (p. 16-17), o carimbo precisa conter algumas
informações básicas, sendo elas:
3. Título do desenho;
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5. Escalas;
6. Data;
8. Indicação da revisão.
Figura 19: Modelo de legenda com as informações básicas que precisam constar para a identificação do projeto.
Fonte: NBR 16752, 2020, p. 28.
Descrição: tabela com diversas informações de um desenho.
Você também deve atentar para o dobramento das pranchas (papéis). Independente do
formato escolhido para a elaboração do desenho, o papel deve ser dobrado de forma que seu formato
final seja o tamanho A4 para fins de arquivamento, fixação em pastas e/ou encadernação. Nos dois
casos, o carimbo deve ficar o mais visível possível para facilitar a identificação das informações
constantes em cada prancha, sobretudo, a numeração delas. A NBR 16752/2020 traz os
procedimentos de dobramento, que podem ser observados na Figura 20. Veja as instruções em
seguida.
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Figura 20: Dobramentos dos formatos A0 até A3, respectivamente.
Fonte: NBR 16752, 2020, p. 27.
Descrição: apresenta a dobragem de dois papeis, o A0 e A1, com as suas respectivas dimensões.
1. O dobramento das folhas é feito levando-se em conta as linhas tracejadas que
aparecem na figura acima (Figura 20). Essas linhas são imaginárias e a marcação do dobramento
ocorre somente nas margens;
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3. Quando as folhas de formatos A0, A1 e A2 forem perfuradas para arquivamento, o
canto superior esquerdo deve ser dobrado para trás conforme aparece na Figura 20. Ao final, as
pranchas podem ser abertas mesmo estando arquivadas e ordenadas dentro da pasta, o que facilita
a verificação de informações, como também o carregamento delas.
Caro estudante, não são só as pranchas que têm normas e regras a serem seguidas no
Desenho de Arquitetura, mas também as linhas utilizadas nos desenhos. As NBR 8403 (1984) e NBR
6492/2021, tratam sobre a aplicação de linhas em desenhos, tipos de linhas e larguras das linhas, de
modo a facilitar e emprego delas.
Lembra que o Desenho Técnico é uma linguagem que comunica uma mensagem? O
emprego correto dos tipos de linhas facilita a leitura e a interpretação dos desenhos. Por isso, é
importante ficar atento a cada tipo de linha e suas diferentes aplicações para reconhecer aquilo que
está sendo transmitido. No geral, existem duas espessuras de linhas: o traço grosso e o traço fino, e
os diferentes tipos podem ser vistos na Figura 21.
Linhas auxiliares,
Contínua fina linhas de cota,
linhas de chamada,
hachuras
Contínua fina à mão livre Limites de vistas ou
cortes parciais
Contornos de peças
Traço e dois pontos fino adjacentes
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Figura 21: Diferentes tipos de linhas e suas aplicações no desenho.
Fonte: NBR 8403, 1984, p. 2.
Descrição: tabela com os tipos de linha, suas denominações e aplicações no desenho técnico.
Então, você deve ter percebido que existe a necessidade de utilizar tipos de linhas
diferentes de acordo com o objeto ou elemento a ser representado. De acordo com Silva (2012, p.
28), “a espessura do traço deve ser escolhida de acordo com a dimensão do papel e o tipo de desenho,
dentro da seguinte gama: 0.18, 0.25, 0.35, 0.5, 0.7, 1.4 e 2.0 mm [...]. E as espessuras devem ser as
mesmas para todas as vistas desenhadas na mesma escala”.
Agora que você já aprendeu sobre as pranchas de desenho e tipos de linhas, se concentre
em seguida, na caligrafia técnica.
A ABNT possui a NBR 6492/2021, que não trata apenas da escrita técnica, mas traz o tema
voltado especificamente para o campo dos projetos de arquitetura. Como estamos trabalhando com
Desenho Arquitetônico, vamos considerar as informações desta norma.
Assim, toda informação escrita num desenho, deve seguir os padrões e normas
estabelecidas com o objetivo básico de atingir a uniformidade, a legibilidade e a reprodução dos
desenhos sem a perda de qualidade. Por isso, os caracteres devem ser claramente distinguíveis entre
si, para evitar qualquer troca ou algum desvio mínimo da forma ideal (NBR 6492, 2021, p. 23-25).
Atualmente, a NBR 6492/2021 considera que a caligrafia técnica deve ser sempre
maiúscula e não-inclinada, ou seja, escrita apenas na vertical. A espessura das linhas da caligrafia é a
mesma tanto para letras maiúsculas quanto minúsculas (Figura 22).
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Figura 22: Exemplo de caligrafia técnica não inclinada.
Fonte: NBR 6492, 2021, p. 24.
Descrição: apresenta o alfabeto e os números, e as alturas que precisam ter.
Mas você, caro estudante, deve estar se perguntando: o que é escala e para que ela serve?
Para tal, foram criadas as escalas de desenho, as quais também são normatizadas pela
ABNT, através da NBR 16752/2020, a qual aborda o emprego de escalas e suas designações em
desenhos técnicos.
GLOSSÁRIO: ESCALA
Segundo a NBR 16752/2020 (p. 7), escala é uma “relação entre a dimensão linear da
representação de um elemento apresentado no desenho técnico e a dimensão linear
real deste mesmo elemento”.
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Ou seja, a escala é uma convenção utilizada para estabelecer uma relação de proporção
entre as dimensões reais de um objeto real (ou parte dele) e suas dimensões ao ser representado
graficamente, de modo que se obtenha a informação de quantas vezes, o seu tamanho real foi
reduzido, ou em outros casos ampliado, para poder ser representado no papel. Essa convenção pode
ser expressa matematicamente da seguinte forma:
Através dessa convenção foi possível determinar a existência de três tipos de escalas
diferentes, em virtude de ser aceitável utilizar qualquer número como relação de semelhança. Assim,
ao escolher a escala de representação, você deve estar atento para o fator e o objetivo a que se
pretende o desenho (Quadro 2).
Tipos de Escala
Natural Aquela em que o tamanho do desenho
técnico é igual ao tamanho rela da peça.
De Redução Aquela em que o tamanho do desenho
técnico é menor que o tamanho real da peça.
De Ampliação Aquela em que o tamanho do desenho
técnico é maior que o tamanho real da peça.
Quadro 2: Esquema com os três tipos de escalas.
Fonte: https://desenhotecnicoifba.wordpress.com/2017/01/16/escalas
2. Do objetivo do desenho, pois se você for entregar o desenho para execução (projeto
executivo), quem vai executar precisa ter muitas informações, logo a escala deve ser uma maneira de
gerar uma representação detalhada. Mas, se você for apresentar o projeto para a análise de um
cliente (estudo preliminar), não há tanto interesse em representar tantos detalhes do objeto, mas
sim com relação à forma, volumetria ou composição das partes, o que favorece um desenho menor
com ênfase no volume como um todo.
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Algumas escalas numéricas são mais utilizadas na área de Design de Interiores, são elas:
1:10, 1:20, 1:25 e 1:50. No Desenho de Arquitetura já são mais comuns as escalas: 1:50, 1:100, 1:250
e 1:500, mas as escalas 1:5 e 1:10 também podem ser utilizadas quando forem necessários detalhes
específicos.
Além da escala numérica vista anteriormente, existe também a escala gráfica, que
nada mais é do que um segmento de reta subdivido em partes menores que indicam
a correspondência entre os tamanhos reais e os tamanhos representados. Observe
na Figura 23, que cada intervalo entre um número e outro representa uma distância
específica, que é devidamente apontada pela escala. Esse tipo de escala possui o
mérito de aumentar e reduzir juntamente ao desenho.
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novamente o conteúdo, explore as atividades complementares e participe dos fóruns. Também é
possível consultar os professores e tutores.
Bons estudos!
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2.Competência 02 | Representação de Projetos Arquitetônicos
Caro estudante, a partir desta segunda semana de curso, você vai aprender sobre as
diferentes fases de um projeto de arquitetura e a sua representação gráfica, a fim de compreender a
linguagem arquitetônica, além de aplicar os conhecimentos vistos na semana anterior.
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Figura 24: Exemplo de uma planta baixa de uma residência.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/741616263620872698/?mt=login
Descrição: planta baixa de uma residência térrea formada por uma varanda, sala de estar, cozinha, três dormitórios e
um banheiro.
Observe na Figura 25 que a edificação está sendo “cortada” em duas porções (superior e
inferior), através de um plano imaginário, a uma altura de 1,50 m do piso, de modo que a parte
superior da casa é retirada (Figura 26) para mostrar os elementos construtivos “cortados” (paredes,
janelas e portas) (Figura 27). Esses elementos vão gerar a configuração do desenho da planta baixa
(Figura 28), o qual é utilizado como base para a construção dos demais desenhos do projeto de
arquitetura: os cortes e as vistas (elevações). Todos os desenhos devem receber as convenções
mínimas, de acordo com as regras e normas.
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Figura 25: Plano secante imaginário a 1,50 m de altura da Figura 26: Duas porções da edificação
edificação. originadas após o plano secante horizontal.
Fonte: Montenegro, 2001 p. 48. Fonte: Montenegro, 2001, p. 48.
Descrição: casa sendo cortada pelo plano. Descrição: casa dividida em duas partes.
Figura 27: Resultado da seção horizontal da edificação: Figura 28: Planta baixa final normatizada
planta baixa ainda não normatizada. resultante do plano secante horizontal a
Fonte: Montenegro, 2001, p. 49. 1,50 m de altura.
Descrição: desenho da base das paredes de uma casa, em Fonte: Montenegro, 2001, p. 49.
uma folha de papel. Descrição: desenho de uma casa, mostrando o
terraço, depósito e sala.
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NOTA:
O projeto de arquitetura ainda é composto pelas seguintes plantas: a planta de
situação, a planta de locação (ou implantação) e a planta de cobertura, as
quais não serão abordadas nesse material.
2.1.2 Cortes
Se o plano secante horizontal origina a planta baixa da edificação, o plano secante vertical
dá origem ao que chamamos de cortes. Os cortes nada mais são do que as representações gráficas
das duas porções que se originam através deste plano vertical imaginário que corta a edificação, o
qual pode se dá em duas posições: longitudinal e transversal. O longitudinal é feito no sentido do
comprimento da edificação, enquanto o transversal, no sentido da largura, como pode ser observado
na Figura 29.
Figura 29: Plano secante vertical imaginário, no Figura 30: Duas porções da edificação originadas com o
sentido transversal da edificação. corte transversal.
Fonte: Montenegro, 2001, p. 50. Fonte: Montenegro, 2001, p. 50.
Descrição: uma casa sendo cortada pelo plano Descrição: uma casa dividida em duas partes.
vertical.
Observe que na Figura 30, a edificação foi dividida em duas partes distintas, o que
originou consequentemente dois cortes diferentes: o Corte AB e o Corte BA. Essa distinção é uma
convenção didática na qual a ordem das letras indica a direção escolhida pelo profissional para
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evidenciar o corte que será representado graficamente. Essa escolha se dá em virtude das
informações construtivas que necessitam ser demonstradas para a melhor execução do projeto.
Então, como a planta baixa é um desenho que não mostra todos os detalhes internos do
projeto, sobretudo as alturas, nem todas as informações necessárias e suficientes para a execução,
os cortes servem como desenhos complementares, que evidenciam as alturas dos elementos
construtivos, por exemplo: janelas, portas, forros, peitoris, entre outros (Figura 31).
Figura 31: Corte AB com destaque para os elementos construtivos a serem evidenciados.
Fonte: Montenegro, 2001, p. 52.
Descrição: exemplo de elementos de um corte: beiral, embasamento, água, verga, peitoril e pé-direito.
Uma vez escolhido o sentido, a direção e a posição do corte, você deve ficar atento para
a forma de marcação dos cortes na planta baixa. Foi visto anteriormente, que os cortes foram
identificados com letras, mas recomenda-se que eles sejam representados através de uma seta
direcional e o número do corte, além do número da prancha na qual o corte será representado, como
na Figura 32.
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Figura 32: Corte 11 com destaque para os elementos construtivos a serem evidenciados.
Fonte: NBR 6492, 2021, p. 21.
Descrição: representação da marcação do corte numa planta baixa.
Observe que na Figura 33, os cortes longitudinal e transversal foram indicados com o
símbolo nomeado com números (Corte 1-1 e Corte 2-2). Além do símbolo indicativo do corte, “Pode
haver deslocamento do plano secante onde necessário, devendo ser assinalados, de maneira precisa,
o seu início e o final” (NBR 6492, 2021, p. 4). Para tal, a linha deve ser do tipo traço e ponto, conforme
NBR 8403/1984.
Figura 33: Planta baixa de arquitetura de um escritório com marcação dos cortes transversal e longitudinal.
Fonte: https://desenhoarquitetonicosite.wordpress.com/2016/06/06/exercicio-aula-3-07-de-maio-de-2016-desenho-
arquitetonico-simbolos-representacoes-e-caligrafia-tecnica/
Descrição: desenho de uma planta baixa, com a marcação dos cortes, transversal e longitudinal.
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NOTA:
É importante que o corte apresente uma série de informações que contribuem para o
melhor entendimento dos projetos representados (Figura 34):
b) Eixos do projeto;
c) Sistema estrutural;
i) Escalas;
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j) Notas gerais, desenhos de referência e carimbo;
VOCÊ SABIA?
38
Figura 35: Tipo da linha de corte indicativa de desvio.
Fonte: NBR 8403, 1984, p. 2.
Descrição: linha representada em ponto e traço.
Figura 36: Planta baixa com linha de corte com mudança de direção.
E representação do Corte com mudança de direção.
Fonte: Montenegro, 2001, p. 57.
Descrição: representação de uma marcação de corte desviado em uma planta baixa e, um corte longitudinal.
No próximo item, você vai conhecer sobre as vistas e aprender a diferença entre as
elevações internas e as elevações externas do Desenho Arquitetônico e como elas se aplicam ao
Desenho de Interiores.
2.1.3 Vistas
Caro estudante, a conceituação de vistas não é muito clara nas normas de desenho. Nem
mesmo a NBR 17006/2021, oferece um conceito preciso, mostrando apenas como elas são obtidas
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através das projeções ortográficas do objeto arquitetônico. Partindo desse princípio, é dito que elas
são representações gráficas de planos verticais dispostos a partir de um cubo imaginário que envolve
a construção. Desse modo, o objeto é projetado em cada uma das faces do cubo, como pode ser
observado nas Figuras 37, 38 e 39.
Figura 37: Obtenção das quatro vistas ou projeções ortográficas de uma edificação.
Fonte: Montenegro, 2001, p. 42.
Descrição: uma casa com portas e janelas, e setas apontadas para ela, indicando as diversas vistas.
Figura 38: Obtenção das vistas ou projeções Figura 39: Cubo imaginário planificado com as seis
ortográficas de uma edificação através do cubo vistas de uma edificação.
imaginário. Fonte: Montenegro, 2001, p. 42.
Fonte: Montenegro, 2001, p. 42. Descrição: seis vistas externas da casa, distribuídas
Descrição: uma casa e demais vistas externas da cada uma, em um quadrado, como um cubo aberto.
mesma.
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NOTA: FACHADAS E ELEVAÇÕES
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Figura 41: Elevação interna de uma cozinha.
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/801296/residencia-act-cf-arquitetura/584e633de58eceb19a000212-
residencia-act-cf-arquitetura-fachada
Descrição: parede interna de uma cozinha, apresentando elementos, como: geladeira, micro-ondas, bancada, armários.
Então, o projeto de interiores deve conter as elevações internas para expor detalhes
internos dos ambientes. É importante que, as elevações, bem como, as fachadas, contenham alguns
elementos mínimos, tais como:
b) Eixos do projeto;
e) Marcação e detalhes;
f) Escalas;
A simbologia utilizada em planta baixa para indicar a orientação das elevações se faz
através de triângulos com setas direcionais voltadas para a respectiva parede, conforme
exemplificado na Figura 42. Já na Figura 43, é mostrada a representação da elevação que foi marcada
na planta baixa, e os elementos necessários, exigidos pela NBR 6492/2021.
42
Figura 42: Exemplo de simbologia indicativa de elevação na planta baixa (à esquerda) e a elevação referente ao que
está sendo indicado pela seta (à direita).
Fonte: Valadares & Matoso, 2002 p. 20 e 24.
Descrição: desenho de uma planta baixa e elevação de um banheiro, mostrando bacia sanitária, chuveiro, armários,
espelhos, entre outros.
Figura 43: Simbologia indicativa dos cortes e elevações na planta baixa com as dimensões mínimas.
Fonte: NBR 6492, 2021, p. 22.
Descrição: representação das elevações numa planta.
Do mesmo modo que os cortes, as escalas mais utilizadas na representação gráfica das
elevações no Desenho Arquitetônico são: 1:50 e 1:100. Já nos projetos de Design de Interiores, as
escalas mais comuns são: 1:20, 1:25 e 1:50. Ou seja, no mesmo projeto deve haver uma equivalência
em termos de escala entre os desenhos de planta baixa, cortes e elevações.
A seguir, você vai aprender como elaborar os principais desenhos utilizados para
apresentação de um projeto de interiores: plantas baixas, cortes e vistas (elevações). Eles são
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produzidos em uma sequência de etapas que não devem ser quebradas, conforme diz Montenegro
(2001).
Para a primeira etapa do desenho da(s) planta(s) baixa(s), temos o seguinte (Figura 44):
1. É feita a marcação do contorno externo da edificação ou ambiente através de traços
finos;
44
Figura 44: Desenho das paredes externas e internas do projeto.
Fonte: Montenegro, 2001, p. 67.
Descrição: desenho das paredes de uma edificação. Mostra as espessuras das paredes, por meio de traços.
1. Fazer o desenho dos vãos (aberturas) nas paredes, para indicação ou não das
esquadrias (portas e janelas). As portas de abrir são indicadas abertas para mostrar o vão de abertura,
enquanto as janelas são desenhadas fechadas;
2. Em seguida, são desenhados os elementos de projeto, sejam eles fixos ou móveis, tais
como: balcões, bacias sanitárias, pias, tanques, banheiras, como também os eletrodomésticos, como:
geladeira, fogão, máquina de lavar roupas, etc.;
3. Por fim, desenhar a linha de piso externo, no caso de uma planta baixa de edificação.
45
Figura 45: Desenho dos vãos, esquadrias e dos elementos fixos e móveis do projeto.
Fonte: Montenegro, 2001, p. 68.
Descrição: desenho de uma planta baixa, com a representação de paredes, portas, janelas, mobiliário.
1. Desenhar a projeção da cobertura (para edificações. Não desenhar quando for uma
planta baixa para um projeto de interiores) e todos os elementos construtivos que estejam acima do
plano secante horizontal, cortado a 1,50m do piso, com linha do tipo tracejada;
46
4. Depois são colocados os nomes dos ambientes, geralmente centralizados;
5. Finalmente, são feitas as indicações das linhas dos cortes e os símbolos dos níveis de
piso.
Figura 46: Desenho dos nomes dos ambientes, das linhas dos cortes e das linhas de cotas.
Fonte: Montenegro, 2001, p. 69.
Descrição: desenho de uma planta baixa completa, com a divisão dos ambientes, portas, janelas e demais elementos
necessários.
2.2.2 Cortes
Para o desenho dos cortes, a sequência que você deve seguir é a seguinte:
1. Primeiro, utilizar papel transparente (na posição horizontal) sobre o desenho da planta
baixa orientado no sentido de marcação do corte, como ilustrado na Figura 47;
47
2. Em seguida, deve ser desenhada a linha de altura do piso térreo e a linha referente ao
nível do terreno;
3. As linhas de parede externas e internas cortadas pela linha de corte são desenhas a
seguir;
4. Logo, os vãos de portas e janelas devem ser desenhados, de modo que agora, as portas
são representadas fechadas. Aqui também, podem ser desenhados aqueles elementos que são
“vistos” e não “cortados” pelo plano de corte, sendo indicados com traço contínuo mais fino que o
traço dos elementos cortados;
5. Depois, as linhas que marcam os elementos “cortados” pelo plano de corte devem ser
engrossadas de modo a evidenciá-las, como exemplo, as paredes cortadas. Também deve ser feita a
cotagem.
Figura 47: Desenho do corte através do uso de papel transparente para transposição das medidas.
Fonte: Montenegro, 2001, p. 70.
Descrição: desenho de uma planta baixa com a marcação do corte AB. O desenho ao lado, é do corte AB.
Como resultado final desse processo, você pode ver o corte como deve ser apresentado,
conforme Figura 48.
48
Figura 48: Desenho final do corte com as indicações mínimas necessárias.
Fonte: Montenegro, 2001, p. 71.
Descrição: desenho do corte, com seus respectivos elementos representados e as cotas.
Agora no item a seguir, você vai aprender a desenhar as vistas (fachadas e elevações) e
sua aplicação no campo do Design de Interiores.
O desenho das vistas é feito após a obtenção da representação gráfica dos cortes já que
eles servem como base para o desenho das fachadas e elevações. Não é à toa que o mesmo
procedimento utilizado anteriormente para obtenção dos cortes, é utilizado para obtenção das vistas,
com uma diferença: agora o papel transparente é colocado sobre o corte e não mais sobre a planta
baixa.
Estudante, vamos conhecer as etapas!
Por fim, observe que na Figura 49 não são indicadas as linhas de cotas na fachada, uma
vez que as informações referentes às alturas já foram identificadas anteriormente nos cortes.
49
Figura 49: Desenho final de uma fachada com as indicações mínimas necessárias.
Fonte: Montenegro, 2001, p. 71.
Descrição: fachada externa de uma residência.
Como o próprio nome sugere, o estudo preliminar é aquele que vem antes de qualquer
outra etapa, antecedendo as demais fases do projeto. É uma “concepção inicial do projeto
arquitetônico, no qual se especificam funções, usos, formas e dimensões para os ambientes, bem
como elementos construtivos e componentes principais do projeto” (NBR 6492, 2021, p. 8). Ou seja,
nessa fase são apresentados os desenhos preliminares ou iniciais elaborados pelo profissional com o
intuito de experimentar a viabilidade técnica e/ou financeira do programa de necessidades e do
50
partido de projeto adotado. Nessa etapa há alguns desenhos básicos que o designer de interiores
deve apresentar, tais como: planta de layout, cortes, vistas e perspectivas.
Programa de Necessidades
É um documento preliminar que caracteriza as necessidades e expectativas do
cliente quanto ao projeto, objeto de estudo. Ele “´é uma conjunção de
parâmetros fornecidos pelo contratante e exigências a que a urbanização deve
atender” (NBR 6492, 2021, p. 12). Também pode conter estimativas de custos
(orçamento) e prazos (cronograma).
Partido de Projeto
É uma expressão que designa um “conceito de projeto” ou as intenções e
escolhas tomadas a partir das informações coletadas no programa de
necessidades. Já o partido são as técnicas utilizadas para alcançar os objetivos
do conceito, ou seja, são as projetuais tomadas para se conseguir transmitir o
conceito.
2.3.2 Anteprojeto
O anteprojeto é a etapa que se sucede ao estudo preliminar. Ele se constitui nos desenhos
da fase anterior, após serem aceitos e aprovados pelo cliente, mas com os ajustes e adaptações
determinados pelo projeto. Ou seja, o anteprojeto é composto pelos mesmos documentos típicos da
fase anterior, porém com desenhos mais coloridos, com diferentes texturas, figuras humanas, etc.
Nessa fase são apresentadas: a planta de layout, os cortes, as vistas e perspectivas.
Também é comum nessa fase a entrega da planta de layout (Figura 50) e/ou da planta
humanizada (Figura 51), sendo a primeira mais simples e técnica, muitas vezes de difícil entendimento
51
por parte do cliente; enquanto a segunda, possui cores, texturas, iluminação e cotas gerais, de modo
a refletir como o ambiente ou o edifício ficará o mais próximo da realidade.
VAMOS PENSAR!
Por que fazer uma planta humanizada? Imagine que um cliente lhe contrate
para fazer um projeto de reforma. Você faz o projeto de acordo com as normas
e cheio de detalhes técnicos para apresentar ao cliente. Você acha que ele vai
entender de forma clara o que está ali? Não seria mais interessante fazer uma
planta colorida e realística deixando o cliente encantado com o seu trabalho?
Pense nisso!
Figura 50: Exemplo de planta de layout. Figura 51: Exemplo de planta humanizada.
Fonte: Fonte:
https://br.pinterest.com/pin/292734044507728626/ https://www.maquetizando.com.br/fullscreen-
Descrição: planta baixa, apenas nas cores branca e page/comp-js27jljv/51713cff-c4ec-4e22-9281-
preta, de um apartamento mobiliado. 45e139afe769/0/%3Fi%3D0%26p%3Dd34uk%26s%3
Dstyle-jemmuvhd
Descrição: planta baixa, colorida, de um
apartamento. Apresenta cotas básicas dos
ambientes.
52
2.3.3 Projeto Executivo
53
3.Competência 03 | Dimensionamento e Circulação Vertical
Nessa terceira semana de estudos, primeiramente você vai aprender sobre o
dimensionamento ou cotagem dos objetos (elementos) no Desenho Arquitetônico. A segunda parte,
irá tratar da representação gráfica dos elementos de circulação vertical (escadas, rampas, elevadores)
que permitem a circulação de pessoas e objetos nas edificações. Mas, antes de aprender tudo isso,
ouça o podcast.
3.1.1 Cotagem
54
GLOSSÁRIO:
COTAGEM
É a “representação gráfica no desenho da característica do elemento, através de
linhas, símbolos, notas e valor numérico numa unidade de medida” (NBR 10126,
1987, p. 1). Para a cotagem utilizam-se as cotas.
COTAS
São números que indicam as dimensões lineares ou angulares do elemento ou objeto
acabado. Seus elementos constituintes são os seguintes: linha da cota, linha de
auxiliar, limite da linha de cota e a cota (Figura 52). Você verá a seguir no item 3.2
cada um deles com mais detalhes.
É importante destacar que, qualquer que seja a escala do desenho, as cotas sempre vão
representar as verdadeiras grandezas das dimensões reais do objeto, como você irá ver mais adiante.
Outro ponto, é que as cotas indicam apenas as medidas e não as unidades do desenho.
Ou seja, para todas as cotas não se emprega o símbolo da unidade: m para metro, cm para centímetro
e mm para milímetro. “Se for necessário, para evitar mau entendimento, o símbolo da unidade
predominante para um determinado desenho deve ser incluído na legenda” (NBR 10126, 1987, p. 2).
Num projeto é recomendado utilizar a mesma unidade em todos os desenhos.
55
NOTA: DIMENSÕES LINEARES X DIMENSÕES ANGULARES
As dimensões angulares são utilizadas quando o objeto representado tiver ângulos a
serem cotados. Nesse caso, a unidade de medida passa a ser o grau, e o símbolo (°)
deve estar presente junto à cota. Com exceção de coberturas e rampas, onde a
inclinação deve ser indicada através da porcentagem (%)
Além da legibilidade, é preciso estudante, você estar atento para que não haja a repetição
de cotas num mesmo desenho. Cotas supérfluas ou duplicadas devem ser evitadas de modo que a
representação gráfica não fique confusa ou sobrecarregada de informações. O cruzamento de linhas
de cota com outras linhas do desenho também deve ser evitado.
As linhas de cota são desenhadas com linhas finas e contínuas, em todo o comprimento
do objeto, como recomenda a NBR 10126 (1987). A linha de cota não deve ser interrompida mesmo
que o elemento tenha sido interrompido no desenho, como mostra na Figura 53 abaixo.
56
3.2.2 Linha auxiliar
As linhas auxiliares devem ser traçadas como linhas contínuas e finas, em geral, em
posição perpendicular ao objeto a ser cotado. Mas, em determinados desenhos, elas podem ser
desenhadas paralelas entre si e obliquamente ao objeto, num ângulo aproximado de 60° (NBR 10.126,
1987), para que não se sobreponham ao contorno do objeto, como ilustrado na Figura 54.
Observe na Figura 54, que a linha auxiliar e a linha de cota, sempre que possível, não
devem cruzar com outras linhas de modo a manter a clareza da cota. Se não for possível evitar o
cruzamento, ambas as linhas não devem ser interrompidas no ponto de cruzamento. Também para
a organização e legibilidade, as linhas auxiliares devem seguir o mesmo padrão no mesmo desenho,
e as linhas de cota paralelas devem ter o mesmo afastamento do objeto e o mesmo espaçamento
entre si.
As linhas auxiliares também podem servir de base para a cotagem, como por exemplo
ocorre na Figura 55, onde as linhas de eixo dos furos da peça foram utilizadas para traçar boa parte
das cotas. Note também que é uma peça simétrica, e por isso, as cotas não precisam ser repetidas
nos dois lados já que ambos são iguais, espelho um do outro.
57
Figura 55: Exemplo de aplicação das linhas de cotas paralelas.
Fonte: NBR 10126, 1987, p. 4.
Descrição: representação de linhas auxiliares e cotas.
O limite da cota, ou linha de seta, nada mais é do que a indicação dos limites da linha de
cota, sendo geralmente feitas através do uso de setas ou de traços oblíquos. Elas devem ter o mesmo
tamanho e padrão num mesmo desenho, igualmente como as anteriores. Porém, quando o espaço
for muito pequeno, outra forma de indicação de limites pode ser utilizada (NBR 10126, 1987, p. 4).
Figura 56: Dois exemplos distintos de linhas de limites de cota: as setas e as de traço oblíquo.
Fonte: NBR 10126, 1987, p. 4.
Descrição: três formas de representação de limite de cotas.
Observe na Figura 56, que as setas podem ser desenhadas preenchidas ou através apenas
de traços curtos e finos, com inclinação de 15°. Já os traços oblíquos também podem ser curtos e
finos e numa inclinação de aproximadamente 45°.
3.2.4 Cotas
A cota, ou também denominado valor numérico, é o número que indica a dimensão que
está sendo mensurada ou cotada do objeto. Conforme a NBR 10126 (1987) existem dois métodos de
cotagem, mas somente um deles deve ser utilizado num mesmo desenho. Você conhecerá agora!
58
Figura 57: Esquema com o Método 1 de cotagem para Figura 58: Esquema com o Método 1 de cotagem para
dimensão linear. dimensão angular.
Fonte: NBR 10126, 1987, p. 5. Fonte: NBR 10.126, 1987, p. 5.
Descrição: representação de cotas lineares, e o número Descrição: representação de cotas angulares, e o
está acima da linha de cota. número está acima da linha de cota.
Figura 59: Esquema com o Método 2 de cotagem para Figura 60: Esquema com o Método 2 de cotagem para
dimensão linear. dimensão angular.
Fonte: NBR 10126, 1987, p. 6. Fonte: NBR 10126, 1987, p. 6.
Descrição: representação de cotas lineares, onde o Descrição: representação de cotas angulares, onde o
número está na linha de cota que foi interrompida pelo número está na linha de cota que foi interrompida pelo
mesmo. mesmo.
59
NOTA: COTA ERRADA X COTA MODIFICADA
Caso você indique uma cota errada num desenho ou precise fazer uma
modificação numa cota existente, há uma solução convencionada que permite
manter a legibilidade, onde é suficiente riscar a cota incorreta ou aquela a ser
modificada através de um traço oblíquo com inclinação em torno de 45°, e
escrever o novo valor numérico acima da cota riscada (Figura 61).
Figura 61: Exemplo de como corrigir ou modificar o valor de uma cota no desenho.
Fonte: Montenegro, 2001, p. 4.
Descrição: representação de cota que foi modificada.
TEXTO COMPLEMENTAR:
Para saber de mais detalhes sobre a cotagem no Desenho Arquitetônico, não
deixe de consultar a NBR 10.126/1987, pois ela traz mais informações sobre
esse conteúdo.
60
GLOSSÁRIO: CIRCULAÇÃO, CIRCULAÇÃO HORIZONTAL E CIRCULAÇÃO VERTICAL
A circulação pode ser conceituada como um espaço externo ou interno de uma
edificação que permite a comunicação entre as suas partes, bem como a livre
movimentação ou passagem das pessoas. Esse ambiente pode ser classificado em
dois tipos, dependendo da orientação do movimento: vertical ou horizontal.
Agora você vai aprender sobre escadas, rampas e elevadores, pelo fato de terem um tipo
de representação gráfica específica, e por serem os tipos de circulação mais comuns nos projetos.
3.3.1 Escadas
As escadas são elementos construtivos que tem como função promover a circulação
vertical entre pavimentos. Possuem formatos variados e podem ser confeccionadas em diferentes
tipos de materiais. Além da funcionalidade, as escadas têm um papel estético muito forte sendo
elemento de valorização do projeto. Veja alguns exemplares nas Figuras 62 a 65.
Figura 62: Exemplo de escada em madeira. Figura 63: Exemplo de escada metálica
Fonte: https://residencestyle.com/21-staircase-lighting- Fonte: https://www.decorfacil.com/modelos-
design-ideas-pictures/ de-escadas-de-ferro/
61
Descrição: escada em madeira, na cor clara, e com uma Descrição: escada metálica com seus pisos e
viga central em cada lance de escada. corrimão, na cor preta.
Figura 64: Exemplo de escada metálica Figura 65: Exemplo de escada helicoidal em
Fonte: https://www.decorfacil.com/modelos-de- concreto sem corrimãos.
escadas-de-ferro/ Fonte:
Descrição: escada toda metálica na cor vermelha. https://www.pinterest.pt/pin/16691472992108
6577/
Descrição: escada helicoidal na cor branca.
As escadas são constituídas por alguns elementos básicos bem característicos, como
ilustrado na Figura 66: o degrau, que é formado pelo espelho e piso; o patamar; e o guarda-corpo,
que é formado por sua vez pelo corrimão e pelo balaústre.
62
GLOSSÁRIO: DEGRAU, PATAMAR e GUARDA-CORPO
Você vai aprender um pouco mais sobre os principais elementos de uma escada!
O degrau pode ser conceituado como a menor distância vertical de uma escada,
sendo constituído pelo espelho (h) e pelo piso (p). Por sua vez, o espelho é a porção
vertical do degrau, enquanto o piso é a porção horizontal, estando perpendicular ao
espelho. Esses dois elementos são a base de uma escada.
Então, destacamos que esses elementos têm medidas específicas e não podem ser
diferentes em uma mesma escada. Na verdade, para uma escada ser funcional ela precisa que todos
os degraus (piso e espelho) sejam iguais e tenham as mesmas dimensões para não causar confusão
nas pessoas e riscos de acidentes. Para isso, é utilizada a Fórmula de Blondell através da qual pode-
se determinar a profundidade do piso (p) e a altura do espelho (h).
63
VOCÊ SABIA?
FÓRMULA DE BLONDELL
2h + p = 0,63 ou 0,64
Observe que anteriormente, você viu na Figura 67, que o degrau ideal deve ter 17cm de
espelho e 28cm de piso, isso baseado em dados experimentais, mas essas medidas podem variar de
acordo com a altura e o tipo de escada. Entretanto, a altura do piso (h) deve variar entre 16 e 18cm,
enquanto a largura do piso (p) deve estar entre os limites de 28 e 32cm.
Estudante, é importante você entender que o degrau não pode ter uma altura muito alta
para que a escada não fique cansativa. Por outro lado, essa altura também não deve ser muito baixa
para evitar de termos escadas muito compridas, pois quanto menor a altura do degrau, mais degraus
são necessários para vencer determinada altura. No caso da largura do piso, ela também não deve
ser muito pequena já que não favorece o apoio suficiente do pé (ou da pisada) da maioria da
população. Igualmente, não pode ser muito largo para evitar escadas extensas e cansativas.
64
ATENÇÃO!!!
As medidas do piso (p) e do espelho (h) não devem variar numa mesma escada, porque
se isso acontecer há grande risco de quedas, pois o ritmo das passadas é quebrado.
Durante a subida ou descida, o cérebro humano compreende que existe um padrão de
uniformidade, que ao ser quebrado, pode levar a pessoa à desorientação.
Em escadas com pé-direito acima de 3,20m (NBR 9050, 2020), ou com mais de 16 degraus,
é obrigatório o uso de patamares para tornar a escada menos cansativa. Os patamares também
podem ser usados nas mudanças de direção de escadas com pé-direito inferior a 3,20m. Eles devem
possuir a mesma largura da escada, que segundo às normas, é estipulada minimamente em 1,20m,
para locais públicos, mas ela pode variar de acordo com o tipo e a função da escada. Já o
comprimento, é comumente equivalente à largura, para facilitar a mudança de direção de uma
escada.
65
Figura 69: Esquema (corte) com a diferença da cota vertical entre o pé direito e o pé esquerdo.
Fonte: https://www.escolaengenharia.com.br/pe-direito/
Descrição: apresenta o pé-direito e pé-esquerdo em um corte.
Vale destacar que as dimensões das escadas são regulamentadas também, apesar das
dimensões não serem unânimes entre alguns autores. Uns dizem que a largura mínima de uma escada
é de 60cm, enquanto outros afirmam que 80cm é a largura mínima, recomendável também pelas
normas (NBR 9050/2020; NBR 9077/1997). O fato é que são comuns os seguintes valores (SILVA,
2012, p. 190):
Atente para o fato também de que existem diferentes tipos de escadas e todas devem
seguir estas recomendações. Igualmente na representação gráfica, elas devem ser representadas em
planta baixa e em corte, em cada um dos pavimentos. Em planta baixa, as escadas são representadas
em seu sentido ascendente (subida), o qual deve ser indicado por uma seta contínua à linha de eixo
dos degraus, e a palavra sobe. Cada um dos degraus recebe uma numeração gradativa. Linhas
tracejadas devem ser utilizadas para representar os elementos (degraus, corrimãos) que estão acima
do nível do plano de corte horizontal da planta baixa (1,50m do piso), e por consequência, não visíveis,
como ilustrado na Figura 70.
66
Figura 70: Representação gráfica de uma escada em “U” com patamar de mudança de direção.
Fonte: https://docplayer.com.br/6338154-Aula-5-circulacao-vertical-escadas-rampas-e-elevadores.html
Descrição: representação gráfica de elementos de uma escada. A escada tem um formato em “U”.
67
Figura 71: Representação gráfica dos cortes de uma escada em “U” com patamar.
Fonte: https://docplayer.com.br/6338154-Aula-5-circulacao-vertical-escadas-rampas-e-elevadores.html
Descrição: quatro desenhos de cortes de uma escada. Os dois primeiros são longitudinais, os dois seguintes,
transversais.
68
Desse modo, foi visto que as escadas são os elementos construtivos importantes em
construções com mais de um pavimento. Agora você verá a importância das rampas, e em seguida
dos elevadores, para a circulação vertical de edifícios de média e grande alturas.
3.3.2 Rampas
Por sua vez, as rampas são estruturas que servem para interligar diferentes níveis através
de uma determinada inclinação. São elementos construtivos pouco utilizados em residências,
justamente pelo fato de não haver necessidade de interligação de grandes níveis, mas são bastante
utilizadas em edifícios públicos onde o fluxo e a necessidade pela acessibilidade justificam a sua
construção, visto que, são elementos de circulação que tomam bastante espaço.
As rampas mais comuns são aquelas em linha reta e as rampas circulares. Elas são
constituídas de lances inclinados e patamares planos de início e fim. “A largura mínima recomendada
para as rampas em rotas acessíveis é de 1,50 m, sendo o mínimo admissível de 1,20m” (NBR 9050,
2020, p. 59). Podem existir patamares intermediários para mudança de direção ou para descanso de
modo a tornar a subida menos cansativa. Eles devem ter dimensão longitudinal mínima de 1,20m,
como ilustrado na Figura 72.
A representação gráfica em planta baixa, assim como, nas escadas, basicamente deve ser
feita através de uma seta contínua à linha de eixo da rampa. Porém, as linhas tracejadas podem ser
utilizadas para o trecho que estiver acima do plano de corte horizontal. É importante registrar junto
à seta contínua a inclinação (i) dos lances da rampa que é indicada em porcentagem (%) (Figura 73).
69
Figura 73: Representação gráfica de uma rampa de pedestre.
Fonte: NBR 9050, 2020, p. 80.
Descrição: exemplo de uma rampa e das informações necessárias a rampa.
É importante destacar que a inclinação das rampas (i%) é determinada de acordo com o
uso a que se destinam. Uma rampa para pedestres não tem a mesma inclinação das rampas
recomendadas para automóveis, por exemplo. Para pedestres e cadeirantes a inclinação deve se
situar entre 8,33 e 10 %, podendo chegar a 12,5%, de acordo com a norma de acessibilidade NBR
9050/2020. Já para automóveis, pode variar entre 10 e 15%, podendo chegar a 25% em situações
excepcionais (Figura 74).
Figura 74: Representação gráfica de uma rampa em vista superior e em vista lateral (elevação).
Fonte: NBR 9050, 2020, p. 58.
70
Descrição: representação gráfica de uma rampa em vista superior e em vista lateral (elevação).
3.3.3 Elevadores
Você deve atentar para o fato de que os elevadores devem ser utilizados em construções
com mais de 11,5m de altura (SILVA et. al., 2012, p. 191). De acordo com as normas e legislação, é
obrigatório o uso de 01 (um) elevador em edifícios com mais de quatro pavimentos (térreo + 3), e no
mínimo 02 (dois) elevadores, naqueles com mais de sete pavimentos.
71
Fonte: http://ascensoresjpascual.blogspot.com.es/2013/11/tipos-de-ascensores_8.html#!/2013/11/tipos-de-
ascensores_8.html
Descrição: desenho em planta baixa de um elevador. O desenho apresenta as paredes, a caixa do elevador e o
contrapeso.
72
Figura 76: Representação gráfica dos tipos diferentes de poços de elevador: à esquerda, elevadores eletromecânicos
com duas posições diferentes para a casa de máquinas; e à direita, elevador hidráulico, sem poço e sem casa de
máquinas.
Fonte: http://ascensoresjpascual.blogspot.com/2013/11/tipos-de-ascensores_8.html
Descrição: desenho de três elevadores, apresentando a casa de máquinas, nos dois primeiros, o elevador e o
contrapeso.
Caro estudante, fechamos aqui mais uma competência da disciplina! Creio que você deve
ter aprendido muitas coisas novas, as quais serão utilizadas nas próximas atividades. Não deixe de
tirar as dúvidas a respeito de algum dos itens abordados aqui. Se elas surgirem, consulte os fóruns de
dúvidas ou procure os professores para ajudar a saná-las.
Continue os estudos!!!
73
4.Competência 04 | Instalações Prediais
Estudante, nessa penúltima competência você vai aprender sobre a representação gráfica
dos projetos de instalações prediais. Como o próprio nome sugere, são projetos que se relacionam
com as instalações de um edifício. Eles complementam o Projeto Arquitetônico e o Projeto de
Interiores. Também são conhecidos como projetos de instalações prediais, sendo: projeto de
instalações elétricas, projeto de instalações hidráulicas e projeto de instalações sanitárias.
74
NOTA
Os principais projetos complementares compreendem: estrutural, elétrico,
hidráulico, sanitário, telefone, luminotécnico, prevenção e combate a incêndio,
paisagismo, entre outros.
Para a representação gráfica das instalações elétricas é importante, antes de mais nada,
conhecer alguns de seus principais componentes e como se dá a simbologia de cada um deles. Os
projetos de redes de instalação elétrica “definem o traçado dos condutores e os aparelhos elétricos
a instalar representados através de simbologia própria” (SILVA, 2012, p. 204). Os símbolos
empregados para representá-los foram convencionados pela ABNT e são bastante utilizados na
construção civil.
Na Figura 77, estão ilustrados os principais elementos de uma instalação elétrica predial
residencial e o percurso que a energia elétrica faz desde o poste e do ramal de ligação até os circuitos
terminais (pontos de tomada e pontos de luz). É através do circuito de distribuição que essa energia
é levada do medidor até o quadro de distribuição ou quadro de luz. Portanto, cabe ao projetista de
interiores a modificação da posição de pontos existentes ou a indicação de novos pontos elétricos
nos circuitos terminais em cada um dos ambientes.
Figura 77: Esquema de uma instalação elétrica residencial e os principais componentes: poste, ramal de ligação,
medidor, circuito de distribuição, quadro de distribuição e circuitos terminais.
Fonte: Moreno, 2003, p. 27.
75
Descrição: uma casa com as instalações elétricas e dois postes elétricos.
Agora que você já tem uma noção da instalação elétrica residencial, agora vai aprender a
simbologia gráfica empregada na representação de seus componentes. No quadro abaixo (Figura 78),
são apresentados os principais símbolos usados numa planta baixa de modo a indicar a localização
exata dos circuitos de luz, força, telefone, etc. Cada símbolo é mostrado com o seu respectivo
significado. Observe que são apresentadas duas simbologias com as quais você pode se deparar na
sua atividade profissional, uma mais usual e aquela indicada pela NBR 5444/1989 (p. 2-7).
Figura 78: Quadro comparativo da simbologia gráfica de pontos elétricos segundo o uso comum e a ABNT.
Fonte: https://ensinandoeletrica.blogspot.com/2013/03/planta-eletrica-residencial.html
Descrição: tabela de símbolos de pontos elétricos.
Note que, no geral, a simbologia é muito parecida, e em alguns casos, há uma diferença
para facilitar e melhorar a comunicação dessa linguagem gráfica. Independente de qual
76
representação você vai trabalhar no futuro, é importante que o projeto seja bem detalhado e
especificado para fácil leitura e compreensão por parte dos projetistas e eletricistas, assim como,
apresentar a legenda dos pontos elétricos que foram utilizados no projeto.
Na Figura 79 ilustrada abaixo, temos um exemplo de planta elétrica na qual foi utilizada
uma simbologia própria e devidamente identificada no projeto através da legenda. Ou seja, mesmo
existindo a convenção da ABNT, o projetista pode utilizar uma simbologia própria desde que
apresente uma legenda nas pranchas do projeto elétrico.
Apesar de não aparecer no exemplo acima, a cotagem das distâncias entre os pontos
também deve constar de forma legível no projeto de instalações elétricas. As cotas que interessam
são apenas as dos pontos indicados, não cabendo a cotagem de elementos construtivos para não
causar confusão durante a execução da instalação elétrica. Para diferenciar as linhas de cotas dos
circuitos de distribuição, elas podem ser coloridas de forma a ficarem mais destacadas que as linhas
do desenho.
77
NOTA
Antes de partirmos para a prática, é importante lembrar que o projeto deve
iniciar do levantamento mínimo de cargas feito pelo projetista para que o
sistema elétrico não fique superdimensionado, sobrecarregando-o. Essa
estimativa de cargas é feita como recomendação da NBR 5410 (2004), e parte
das dimensões dos cômodos e das potências (cargas) mínimas dos circuitos de
pontos de tomadas, de luz, de força, quadros, etc.
Bem, agora vamos nos limitar a indicar os pontos elétricos. Para a disposição de tomadas,
interruptores, luminárias e quadros, vamos elencar alguns passos que podem ser seguidos para a
confecção de um projeto de pontos elétricos, os quais tem como base a planta de layout. O Quadro
3, apresenta o número mínimo de tomadas em cada ambiente, de acordo com os equipamentos que
são necessários me cada ambiente.
1) Marcação dos pontos de luz: a partir da planta baixa, fazer a marcação dos pontos das
luminárias, e indicar os interruptores com suas seções correspondentes. Deve ser previsto pelo
menos um ponto de luz no teto por ambiente comandado por um interruptor de parede;
AMBIENTES EQUIPAMENTOS/ELETRODOMÉSTICOS
Salas, quartos. Tomadas para TV/DVD, abajur, luminárias, computador, etc.
Banheiros. Tomadas para secador de cabelo, barbeador elétrico, chuveiro
elétrico, desembaçador, aquecedor, banheira, etc.
Hall, corredor. Tomada baixa.
78
Copa, cozinha, área de serviço. Tomadas para fogão, forno elétrico, geladeira, freezer, micro-
ondas, lava-louças, lava-roupas, secadora de roupas,
churrasqueira elétrica, ferro elétrico, liquidificador, batedeira,
panela elétrica, etc.
Terraço, varanda, sótão, garagem. Tomada baixa.
Quadro 3: Quadro com o número mínimo de tomadas em cada ambiente.
Fonte: Oberg, 1997, p. 104, adaptado pela autora, 2019.
79
Figura 80: Interruptor simples à esquerda e interruptor duplo à direita.
Fonte: https://www.telhanorte.com.br/interruptor-duplo-simples-fame-628603/p
Descrição: dois modelos de interruptores, na cor branca.
Um ponto que deve ser destacado aqui é que a instalação elétrica residencial geralmente
é embutida nas paredes, onde são inseridos os condutores dos circuitos. Em outros casos, como em
edificações industriais, os condutores são instalados externamente e fixos nas paredes através de
braçadeiras ou por colagem. Nesse caso, na planta baixa, o traçado dos pontos é feito no exterior das
paredes de forma a ilustrar a face de instalação (SILVA, 2012, p. 204). Em ambos os casos, em razão
de economia de recursos ou de tempo para execução, é interessante aproveitar a mesma descida da
fiação para a instalação de tomadas e interruptores em cômodos adjacentes, como o exemplo
apresentado na Figura 82.
80
Figura 82: Exemplo de pontos elétricos em ambientes adjacentes para aproveitamento da fiação.
Fonte: Oberg, 1997, p. 103.
Descrição: parede comum entre o quarto e o banheiro, e a representação de duas tomadas, uma para cada ambiente.
INFORMATIVO
Para conhecer um pouco mais sobre as instalações elétricas, você pode
consultar a NBR 5410/2004 que trata das instalações elétricas residenciais.
Quanto à simbologia gráfica, você pode consultar a NBR 5444/1989, mesmo
tendo sido cancelada em 2014.
No caso das instalações hidráulicas, você vai conhecer a simbologia gráfica e a indicação
dos pontos hidráulicos e sanitários em planta baixa. Essa planta limita-se aos ambientes como lavabo,
cozinha, banheiros, área de serviço, etc., ou seja, as áreas molhadas como são comumente chamadas
(Figura 83). Além dos pontos de distribuição de água quente e água fria, como torneiras e chuveiros,
são indicados também os pontos de gás para fogão e forno elétrico. Os pontos têm como base a
planta de layout dos ambientes.
81
Figura 83: Esquema com os principais componentes de uma instalação hidrossanitária.
Fonte: http://projetta.eng.br/serv_hidraulico.html
Descrição: desenho com os principais componentes de uma instalação hidrossanitária.
82
Figura 84: Exemplo de projeto hidráulico, em planta baixa, com indicação dos pontos e tubulações hidráulicas.
Fonte: https://www.suzuki.arq.br/unidadeweb/aula1.htm
Descrição: planta baixa de um banheiro, área de serviço e cozinha com indicação dos pontos e tubulações hidráulicas.
Figura 85: Exemplo de projeto hidráulico, em perspectiva isométrica, com indicação dos pontos e tubulações.
Fonte: https://www.suzuki.arq.br/unidadeweb/aula1.htm
Descrição: perspectiva isométrica de um projeto hidráulico, com indicação dos pontos e tubulações.
Ao indicar a posição ou relocação dos pontos de água, alguns destaques devem ser feitos
quanto aos critérios que arquitetos, engenheiros e projetistas levam em consideração para a escolha
do quantitativo e da localização dos aparelhos hidráulicos (OBERG, 1997, p. 116):
1) Dimensões e espaços necessários para utilização da peça;
83
3) Fluxo dos usuários nos ambientes;
AMBIENTES EQUIPAMENTOS/ELETRODOMÉSTICOS
Salas, quartos. Ponto de gás para lareira;
Ponto de água para ar condicionado split.
Banheiros, lavabos. Ponto de água para pia, chuveiro, ducha higiênica,
banheira;
Válvula de descarga;
Registro de gaveta.
Copa, cozinha, área de serviço. Ponto de gás para fogão, cooktop, forno elétrico;
Ponto de água para pia, geladeira, lava-louças, filtro de
água;
Ponto de água para tanque, lava-roupas;
Registro de gaveta e de pressão.
Terraço, varanda, garagem, Ponto de água para torneira;
jardim. Ponto de gás para churrasqueira elétrica;
Registro de gaveta e de pressão.
Quadro 5: Indicação de alguns pontos de abastecimento de água e gás em cada ambiente.
Fonte: A autora, 2019.
INFORMATIVO
Para conhecer um pouco mais sobre as instalações hidráulicas, você pode consultar
a NBR 5626/2020 que trata dos sistemas prediais de água fria e água quente; e a NBR
7198/1993, que trata do projeto e execução de instalações prediais de água quente.
84
como objetivo a coleta, o transporte e a destinação desses resíduos e das águas pluviais para o
sistema de coleta de esgoto público.
As redes de águas servidas são constituídas por uma parte vertical e outra horizontal
alojadas (embutidas) nas paredes, nas lajes dos pavimentos ou sob estas quando na presença do
entre-forro (SILVA, 2012, p. 201), ramais e sub-ramais, tubos de queda e tubos de ventilação. Para
a correta representação gráfica de uma instalação sanitária é preciso conhecer os seus principais
componentes e a simbologia utilizada. A Figura 86, apresenta uma ilustração esquemática com
algumas partes constituintes desse sistema e a relação entre cada um deles.
Figura 86: Esquema com os principais componentes de uma instalação sanitária predial.
Fonte: https://www.faneesp.edu.br/site/documentos/hidraulica_predial/hidraulica_residencial.pdf
Descrição: modelo dos principais componentes de uma instalação sanitária predial.
Os símbolos gráficos convencionados pela NBR 8160 (1999, p. 23) para uma instalação
predial de esgoto sanitário, estão ilustrados na Figura 87. Eles são representados com traços mais
grossos ou em cores na planta baixa ou de layout, sobre o desenho dos aparelhos sanitários feitos
em traços mais finos e claros. Cada ponto pode ser cotado e uma legenda deve acompanhar o projeto
na prancha correspondente. As tubulações também devem ser representadas em convenção e
traçado próprios.
85
Figura 87: Lista de simbologia gráfica convencionada pela ABNT para esgoto sanitário domiciliar.
Fonte: NBR 8160, 1999, p. 23.
Descrição: desenho de símbolos para projeto de esgoto sanitário domiciliar.
86
DEFINIÇÕES: RALOS, RAMAIS E TUBOS DA INSTALAÇÃO
Algumas definições e diferenças entre alguns dos componentes são importantes para
o projeto sanitário:
O ralo seco é um recipiente sem proteção hídrica, dotado de grelha na parte superior,
destinado a receber águas de lavagem de piso ou de chuveiro. Já o ralo sifonado é
dotado de desconector, mas com a mesma função.
O tubo de ventilação, como o próprio nome sugere, é o tubo ventilador vertical que
se prolonga através de um ou mais andares e cuja extremidade superior é aberta à
atmosfera, ou ligada ao tubo ventilador primário ou ao barrilete de ventilação. Já o
tubo de queda é a tubulação vertical que recebe efluentes de subcoletores, ramais
de esgoto e ramais de descarga.
87
Figura 88: Exemplo de projeto sanitário através de uma planta baixa e de uma elevação.
Fonte: NBR 8160, 1999, p. 9 e 13.
Descrição: modelo de projeto sanitário através de uma planta baixa e de uma elevação.
A seguir, é ilustrado um passo a passo simples que pode ser seguido para o traçado das
instalações de esgoto (Figura 89):
88
1) Identificação dos elementos estruturais: a partir da planta baixa ou do projeto
estrutural, evitar os elementos estruturais tais como pilares, vigas, etc.;
4) Localização do ralo seco e da caixa sifonada: os ralos podem ser centralizados ou nos
cantos dos ambientes; a caixa sifonada é preferível próximo ao ramal de esgoto;
Figura 89: Um exemplo de passo a passo para a indicação e distribuição dos pontos sanitários.
Fonte: https://www.slideshare.net/RicardoDeboni/projeto-de-esgoto
Descrição: planta baixa de um banheiro, apresentando como indicar e distribuir os pontos sanitários.
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NOTA
O sistema predial de esgoto sanitário deve ser separado absolutamente do sistema
predial de águas pluviais, ou seja, não deve existir nenhuma ligação entre os dois
sistemas (NBR 8160, 1999, p. 4).
No Quadro 6, a seguir, são indicados alguns pontos sanitários que podem constar no seu
projeto.
INFORMATIVO
Caro estudante, você chegou ao final de mais uma competência. Espero que tenha
aproveitado ao máximo os conhecimentos aqui apresentados. Na próxima semana, será trabalhado
um tema bem importante no campo do Desenho Arquitetônico e para a sua atuação profissional:
detalhamento e especificação de projeto.
Bons estudos!!!
90
5. Competência 05| Especificações Técnicas e Detalhamento
Olá, estudante! Chegamos à última competência da disciplina de Desenho Arquitetônico!
Você, nessa competência, vai aprender sobre dois conteúdos bem específicos da atividade
profissional do Técnico em Design de Interiores, iniciando os estudos pelo detalhamento e depois, as
especificações técnicas.
É importante lembrar que um projeto de interiores é constituído de partes gráficas e
partes escritas. Nas competências anteriores, você viu a parte das representações gráficas, ou seja,
os desenhos (plantas, cortes, vistas/elevações). Você ainda vai ver a parte de detalhes e ampliações,
que também fazem parte dos desenhos. As partes escritas são constituídas dos documentos em texto
com informações que complementam os desenhos do projeto. Mas, antes de começarmos esse
assunto, ouça o podcast desta competência.
O detalhamento constitui uma das últimas fases da etapa do projeto executivo, quando
já se têm definidos os elementos construtivos, quer de edificações, quer de mobiliário, por exemplo.
Ele constitui a representação gráfica de todos os detalhes necessários para um perfeito entendimento
do projeto e para possibilitar sua correta execução (NBR 6492, 2021, p. 2). Os detalhes devem estar
em escala adequada de modo a facilitar a visualização e compreensão de um elemento, uma peça ou
um encaixe, por exemplo, por parte dos profissionais responsáveis por sua execução, tais como:
eletricistas, marceneiros, marmoeiros, gesseiros, vidraceiros, entre outros.
Em um Projeto de Arquitetura podem ser feitos detalhes diversos, tais como:
detalhamento de esquadrias (portas e/ou janelas), de pingadeira ou de escadas. Já no Projeto de
Interiores são mais comuns os detalhes de forro, granitos e mármores, revestimentos de piso e
parede, vidros e mobiliário, além dos projetos elétrico e luminotécnico. Desse modo, o projetista de
91
interiores, após discutir e definir a planta de layout com o cliente, deve partir para a exposição dos
detalhes técnicos em maior nível, os quais podem ser isolados ou em conjunto.
Aqui vamos dividir o detalhamento em: detalhamento de ambientes e de objetos
isolados. A escala de detalhe varia conforme aquilo que se quer mostrar e de sua complexidade.
92
Figura 90: Exemplo de planta de forro com pontos de iluminação.
Fonte: https://fotos.habitissimo.com.br/foto/planta-de-forro-e-iluminacao_382015
Descrição: Exemplo de planta de forro com pontos de iluminação, e uma legenda do lado, informando a simbologia de
cada ponto.
2) Projeto de elétrica e luminotécnica: deve ter como base a planta de forro para que os
pontos de luz não entrem em conflito com possíveis rebaixos, por exemplo. Aqui devem ser
especificados os pontos de iluminação geral, iluminação direta e iluminação indireta. No projeto
elétrico é comumente apresentada uma planta baixa com a posição dos pontos de luz, em escala de
1:25 ou 1:50. Os cortes e as elevações não são comuns. Os pontos devem estar devidamente cotados,
como ilustrado na Figura 91.
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Figura 91: Exemplo de planta de projeto luminotécnico de um apartamento.
Fonte: https://fotos.habitissimo.com.br/foto/planta-de-iluminacao-piso-inferior_401501
Descrição: Exemplo de planta de um projeto luminotécnico, e uma legenda do lado, informando a simbologia de cada
ponto do projeto.
Você viu no e-book que há uma simbologia de pontos de luz segundo a ABNT, mas pode
ser utilizada uma simbologia própria desde que acompanhada de sua respectiva legenda, como o
exemplo acima.
3) Projeto de paginação de revestimentos de piso e de parede: nesse projeto são
tratados os revestimentos de piso e parede e a forma de assentamento deles, normalmente são
acompanhados dos detalhes construtivos de soleiras, rodapés, juntas, arremates de degraus, entre
outros. É uma forma do profissional garantir o bom assentamento das pedras, obter o quantitativo
de materiais e evitar recortes e erros que levem ao desperdício de material (os chamados “trinchos”).
Observe na Figura 92, que devem ser apresentadas: planta baixa, com indicação do
assentamento da primeira pedra e a sua direção; todas as elevações do ambiente, com as alturas dos
diferentes revestimentos. A escala utilizada pode variar entre 1:25 e 1:50. As cotas devem ser
verticais, em alguns casos, na horizontal, e podem ser coloridas para terem maior destaque. As
hachuras em cores distinguem o local de aplicação dos diferentes revestimentos.
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Figura 92: Exemplo de projeto de paginação de revestimento de piso e de parede de um banheiro.
Fonte: https://www.pinterest.com/pin/492933121704249258/
Descrição: planta baixa e quatro elevações de um projeto de paginação de revestimento de piso e de parede de um
banheiro, legenda do lado, informando os tipos de revestimentos e suas dimensões.
4) Projeto de mármore e granito: esse projeto serve para que os marmoristas possam
projetar e executar as peças feitas em mármores e granitos, por exemplo: mobiliários, bancadas,
testeiras, pisos, soleiras, rodapés, etc. Devem ser apresentadas a planta baixa com as dimensões
gerais e a posição de cubas e torneiras; os cortes e as elevações com as alturas dos elementos e,
sobretudo, o detalhamento dos acabamentos das pedras em virtude de sua complexidade (Figura
95
93). A escala utilizada pode variar entre 1:25 e 1:50 para a planta baixa, cortes e elevações, enquanto
os detalhes devem estar ampliados com escalas em 1:5 e 1:10.
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contribui para um boa execução e consequente satisfação do seu cliente. O mobiliário deve estar
devidamente compatibilizado com os equipamentos, louças e metais.
Figura 94: Exemplo de projeto de detalhamento de mobiliário de uma cozinha: Planta Baixa.
Fonte: https://www.papodearquiteto.com.br/revit-para-projetos-de-interiores/
Descrição: planta baixa de uma cozinha, onde apresenta um projeto de detalhamento de mobiliário.
Figura 95: Exemplo de projeto de detalhamento de mobiliário de uma cozinha: Elevação 01.
Fonte: https://www.papodearquiteto.com.br/revit-para-projetos-de-interiores/
Descrição: duas elevações de uma cozinha, onde apresenta um projeto de detalhamento de mobiliário.
97
Figura 96: Exemplo de projeto de detalhamento de mobiliário de uma cozinha: Elevações 02 e 03.
Fonte: https://www.papodearquiteto.com.br/revit-para-projetos-de-interiores/
Descrição: duas elevações de uma cozinha, onde apresenta um projeto de detalhamento de mobiliário.
Figura 97: Exemplos de convenções que podem ser adotadas para projeto de reforma.
Fonte: http://docplayer.com.br/docs-images/42/17212261/images/page_8.jpg
Descrição: modelo de convenções que podem ser adotadas para projeto de reforma.
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Figura 98: Exemplo de projeto de reforma com aplicação de convenção das alvenarias.
Fonte: https://joycejesusarqdesigner.wordpress.com/2016/12/10/como-fazer-uma-planta-de-reforma/
Descrição: Exemplo de projeto de reforma com aplicação de convenção das alvenarias, e uma legenda ao lado das
plantas baixas.
99
informações ou de detalhes pode ocasionar falhas ou diferenças entre o objeto projetado e o objeto
executado.
A seguir, nas Figuras 99 a 105, são apresentados um exemplo prático de detalhamento
completo de um banco, com todos os desenhos necessários para a sua efetiva execução. Observe a
riqueza de detalhes e especificações.
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Figura 101: Exemplo de projeto de detalhamento de mobiliário de um banco: seção vertical 2.
Fonte: Valadares & Matoso, 2012 p. 17.
Descrição: projeto de detalhamento de mobiliário de um banco: lateral 2.
Figura 102: Exemplo de projeto de detalhamento de mobiliário de um banco: seção vertical 3 e Elevação 1.
Fonte: Valadares & Matoso, 2012 p. 15.
Descrição: projeto de detalhamento de mobiliário de um banco: vista frontal e uma elevação.
101
Figura 104: Exemplo de projeto de detalhamento de mobiliário de um banco: perspectiva isométrica.
Fonte: Valadares & Matoso, 2012 p. 14.
Descrição: projeto de detalhamento de mobiliário de um banco: Perspectiva Isométrica.
102
E então, caro estudante, aprendeu sobre essa parte de detalhamento técnico?! Viu
através dos exemplos apresentados como são feitos o detalhamento de ambientes e o detalhamento
de um objeto?
A seguir, vamos para o aprendizado sobre as especificações técnicas que devem
acompanhar os detalhes. Os desenhos, por si só, não são suficientes para garantir um bom
entendimento e uma boa execução do seu projeto. Desse modo, a especificação deve seguir o
detalhamento de modo a fornecer a maior quantidade de informações possíveis.
A especificação técnica é uma das partes escritas do projeto e constitui, junto com o
detalhamento, uma fase “destinada a fixar as características, condições ou requisitos exigíveis para
matérias-primas, produtos semifabricados, elementos de construção, materiais ou produtos
industriais semiacabados" (NBR 6492, 2021, p. 2). Ela deve descrever de forma completa, ordenada
e precisa todos os materiais utilizados, os procedimentos adotados e as técnicas exigidas para a
montagem, o funcionamento e/ou execução.
A especificação normalmente é apresentada junto ao Caderno de Especificações e deve
vir acompanhada do Memorial Descritivo, do Quadro de Acabamentos, do Quadro de Esquadrias,
da Lista de Materiais e da Discriminação Técnica (NBR 6492, 2021, p. 2). Todos esses documentos
têm como finalidade complementar a parte gráfica do projeto de modo a tornar sua compreensão
mais acessível, tanto para o cliente quanto para os executores do projeto. Desse modo, tanto a parte
gráfica quanto a escrita são indispensáveis para o resultado de um bom projeto.
O cliente nem sempre tem a formação nem o conhecimento técnico para ler e interpretar
um projeto. Então, a especificação é uma forma de esclarecer quesitos específicos que possam não
ficar claros apenas através dos desenhos. Então, vamos aprender alguns dos meios de produzir tais
documentos e sua forma de apresentação. Para o projetista de interiores são importantes: a Lista de
Materiais, o Quadro de Acabamentos e a Planta Falada.
103
5.2.1 Lista de materiais
Figura 106: Exemplo de quadro com lista de mobiliário e objetos de decoração do projeto de interiores de uma sala.
Fonte: http://e-interiores.com.br/o-que-entregamos/
Descrição: quadro com lista de mobiliário e objetos de decoração do projeto de interiores de uma sala. Tem fotos de
uma mesa branca, uma cadeira e uma luminária em madeira, uma mesa de canto na cor branca, com pés de madeira e
uma luminária em madeira em cima, alguns quadros em preto e branco e umas casinhas como objetos de decoração.
Atualmente tem sido comum o uso de listas de materiais específicas para mobiliário e
equipamentos como forma de facilitar a identificação por parte do cliente para aquisição dos mesmos
em lojas. A lista de materiais às vezes pode ser confundida com o que chamamos de moodboard, que
104
nada mais é do que um painel ou mural ilustrativo com várias referências a serem utilizadas em um
projeto. Pode conter fotos, ilustrações, texturas, cores, objetos, formas, estilos e frases/palavras. Ele
funciona bem, tanto na fase de briefing com o cliente quanto na fase de especificação de projeto.
Na fase de briefing, o moodboard faz uso de várias colagens de imagens que trazem o
perfil do cliente e suas referências que poderão ser usadas no projeto. No segundo caso, já na fase
de projeto e especificação, o moodboard esclarece os elementos utilizados no projeto, geralmente
mobiliário, luminárias, revestimentos de piso e parede, tecidos e papéis de parede, objetos
decorativos, etc. Em regra, ele vem acompanhado da planta de layout do ambiente, como ilustrado
na Figura 107.
105
quadro geral organizado com os nomes dos ambientes e os acabamentos especificados no projeto.
Os ambientes que possuem determinado tipo de acabamento são marcados, conforme ilustrado no
exemplo a seguir da Figura 108.
Observe que a forma de indicação dos dados faz com que algumas informações sejam
obtidas de forma mais rápida e eficiente, o que contribui para efeitos de orçamento, planejamento e
execução. Importante não confundir o quadro de acabamentos com a planta falada, a qual você verá
no item mais à frente.
Por sua vez, a planta falada é outra forma de apresentar ao cliente as especificações
técnicas a respeito dos acabamentos dos ambientes. Não tem uma normativa a respeito, mas
convencionou-se entre profissionais e escritórios que as informações são organizadas na planta baixa
a partir de uma indicação dos acabamentos de teto, piso e paredes. Então, uma das formas, é a
utilização do símbolo em circunferência, como um gráfico do tipo pizza, à qual é dividida geralmente
em três porções (Figura 109). Cada porção é numerada e serve de referência para a especificação de
um ou mais itens de acabamento seja de teto, piso e paredes, por exemplo.
106
Figura 109: Modelo de referência de especificações de materiais.
Fonte: A autora, 2019.
Descrição: Exemplo de referência de especificações de materiais. Um círculo dividido em três partes, contendo as
palavras, na ordem: piso, teto e parede.
Atente para o fato de que o símbolo deve ser posicionado em cada ambiente do projeto
(abaixo do nome do ambiente), e uma tabela ou quadro com as especificações dos materiais e
acabamentos deve acompanhar a planta baixa na prancha, como o que consta na Figura 110. É uma
forma de garantir a melhor compreensão das informações de projeto.
Figura 110: Exemplo de planta baixa e legenda de símbolo e quadro de especificação de materiais e acabamentos da
planta falada.
Fonte: A autora, 2019.
Descrição: planta falada e quadro com legenda de especificação de materiais e acabamentos da planta falada.
107
111 abaixo. Os símbolos devem ser representados na planta baixa e os números enumeram os
acabamentos de cada ambiente do projeto.
Figura 111: Exemplo de planta falada com símbolos geométricos indicativos de acabamentos e materiais.
Fonte: Adaptado de https://leiautdicas.files.wordpress.com/2015/11/351.jpg
Descrição: modelo de planta falada com símbolos geométricos indicativos de acabamentos e materiais.
Uma terceira forma que pode ser utilizada para a planta falada de modo a facilitar a
especificação e dar melhor legibilidade ao projeto é através do uso de letras e números. Desse modo,
são criados códigos alfanuméricos de especificação que são posicionados no interior de cada
ambiente e se relacionam com um item de teto, piso e parede relacionado num quadro ou tabela,
que também deve acompanhar a planta baixa. Veja o caso do exemplo da Figura 112.
Figura 112: Exemplo de planta falada com códigos alfanuméricos para indicação da especificação de projeto.
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Fonte: www.leiautdicas.com/2015/11/aula-07-projeto-arquitetonico/
Descrição: outro modelo de planta falada com códigos alfanuméricos para indicação da especificação de projeto.
É importante apenas destacar que a planta falada é mais um recurso que pode ser
utilizado em complemento à planta de paginação de piso e revestimentos, vista anteriormente no
item de Detalhamento de ambientes, ok?!
Agora vamos parar um pouquinho a leitura, para assistir ao vídeo que traz algumas
dicas sobre o desenvolvimento dos projetos de interiores.
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Conclusão
Caro estudante, o conteúdo desse e-book não teve a intenção de esgotar o tema, porém,
espero que ele lhe dê uma base para o início do seu aprimoramento no campo do Desenho
Arquitetônico. Por isso, busque novos conhecimentos e novas ferramentas como forma de solidificar
o que lhe foi passado nessas 05 (cinco) semanas de longo e intenso aprendizado.
Como foi visto durante a disciplina, ler e interpretar o Desenho Arquitetônico é
imprescindível para o sucesso da comunicação entre os profissionais da construção civil, além de
fornecedores e lojistas. Sem o domínio da linguagem técnica e da representação gráfica de
Arquitetura, esses profissionais ficam impossibilitados de transmitir as informações técnicas
necessárias para a concepção e execução de obras, levando a erros e falhas.
Lembrando que, desde os tempos antigos, o homem utiliza rabiscos e gravuras para
comunicar rituais, festas, colheitas, etc., e registrá-los. Esses registros evoluíram a partir das novas
necessidades da sociedade, sobretudo a moderna, e tornaram o desenho técnico uma linguagem
importante para o desenvolvimento tecnológico e industrial à época. E o são até os dias atuais.
Que seja através da utilização de instrumentos, que seja através das ferramentas
computacionais, o desenho técnico voltado para a área de arquitetura e interiores constitui-se num
meio de evolução do setor da construção civil. É através dele que o Técnico em Design de Interiores
tem a capacidade de propor novas técnicas, novos materiais, novos arranjos, etc., de modo a
contribuir com projetos de melhor qualidade e melhor técnica.
Sucesso no decorrer do curso e na sua atividade profissional!
Bons estudos!!!
110
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5444: Símbolos gráficos para instalações
elétricas prediais. Rio de Janeiro: ABNT, 1989.
_______. ABNT NBR 6492: Documentação técnica para projetos arquitetônicos e urbanísticos -
Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2021.
_______. ABNT NBR 8403: Aplicação de linhas em desenhos, tipos de linhas, larguras das linhas. Rio
de Janeiro: ABNT, 1984.
_______. ABNT NBR 10126: Cotagem em desenho técnico. Rio de Janeiro: ABNT, 1987.
_______. ABNT NBR 16752: Desenho técnico – Requisitos para apresentação em folhas de desenho.
Rio de Janeiro: ABNT, 2020.
CHING, Francis D. K. Arquitetura – forma, espaço e ordem. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
GUSMÃO, Mariana; SEABRA, Sadi. Desenho arquitetônico: Curso Técnico em Design de Interiores:
Educação a distância / Mariana Gusmão, Sadi Seabra. – Recife: Secretaria Executiva de Educação
Profissional de Pernambuco, 2017.
MONTENEGRO, Gildo. Desenho arquitetônico. 4. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2001.
OBERG, L. Desenho arquitetônico. 31. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1997.
SILVA, Arlindo [et. al.] Desenho técnico moderno. Rio de Janeiro: LTC Ltda, 2012.
111
Minicurrículo do Professor
112