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Captação e Edição de

Vídeo
Álvaro Nunes

Curso Técnico em
Multimídia
Captação e Edição de
Vídeo
Álvaro Nunes

Curso Técnico em Multimídia

Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa

Educação a Distância

Recife

1.ed. | abril 2022


Professor Autor Catalogação e Normalização
Álvaro Nunes Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)

Revisão Diagramação
Álvaro Nunes Jailson Miranda

Coordenação de Curso Coordenação Executiva


Maria José Alcântara Sulamita de Lima George Bento Catunda
Sérgio Severo do Nascimento Renata Marques de Otero
Manoel Vanderley dos Santos Neto
Coordenação Design Educacional
Deisiane Gomes Bazante Coordenação Geral
Maria de Araújo Medeiros Souza
Design Educacional Maria de Lourdes Cordeiro Marques
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger
Helisangela Maria Andrade Ferreira Secretaria Executiva de
Izabela Pereira Cavalcanti Educação Integral e Profissional
Jailson Miranda
Roberto de Freitas Morais Sobrinho Escola Técnica Estadual
Professor Antônio Carlos Gomes da Costa
Descrição de imagens
Helisangela Maria Andrade Ferreira Gerência de Educação a distância
Sumário
Introdução .................................................................................................................................... 6

1.Competência 01 | Compreender os processos de captação de vídeo em estúdio e externa......... 7

1.1 Diferença entre Captação Analógica e Digital ........................................................................................... 7


1.2 Trabalho de iluminação. ............................................................................................................................ 8
1.2.1 Tipos de luz............................................................................................................................................. 9
1.2.2 Iluminação de três pontos (triângulo). ................................................................................................. 10
1.3 Importância da Movimentação da Câmera ............................................................................................. 13
1.3.1 Linguagem de vídeo ............................................................................................................................. 13
1.3.2 Qualidade do movimento..................................................................................................................... 14
1.3.3 Filmadora, o equipamento .................................................................................................................. 15
1.3.4 Recursos para Captação de Vídeo ........................................................................................................ 16
1.3.5 Técnicas de movimentação de câmera ................................................................................................ 17
1.4 Ajuste de Foco ......................................................................................................................................... 20
2.Competência 02 | Reconhecer e utilizar equipamentos necessários para captação de vídeo em
estúdio e ao vivo ......................................................................................................................... 22

2.1 Refletores de luz direcional ..................................................................................................................... 22


2.1.1 Follow-spot (ou canhão)....................................................................................................................... 22
2.1.2 Spot Fresnel .......................................................................................................................................... 23
2.2 Refletores de luz difusa (suave) .............................................................................................................. 24
2.2.1 Fill-light ................................................................................................................................................. 24
2.2.2 Scoop (panelão).................................................................................................................................... 24
2.2.3 Mini-light (ou refletor de ciclorama) .................................................................................................... 25
2.2.4 Rebatedor............................................................................................................................................. 25
2.3 Montando um Setup básico .................................................................................................................... 26
2.4 Padrões da saída de vídeo ....................................................................................................................... 27
2.4.1 Vídeo componente ............................................................................................................................... 27
2.4.2 Separete Video – S Video ..................................................................................................................... 28
2.4.3 Video Graphics Array – VGA ................................................................................................................. 28
2.4.4 Digital Visual Interface – DVI ................................................................................................................ 29
2.4.5 High-Definition Multimedia Interface (HDMI)...................................................................................... 29
2.5 O que são “Lives” .................................................................................................................................... 30
2.6 O que necessito para fazer uma transmissão ao vivo? ........................................................................... 30
2.6.1 Placa de captura de vídeo .................................................................................................................... 33
2.6.2 Vídeo Switcher ..................................................................................................................................... 33
3.Competência 03 | Conhecer os principais softwares livres de edição e finalização de conteúdo de
vídeo ........................................................................................................................................... 35

3.1 OBS Studio – Open Broadcaster Software............................................................................................... 35


3.2 Instalando o OBS Studio .......................................................................................................................... 35
3.3 Usando OBS Studio para gravar vídeo ..................................................................................................... 36
3.3.1 Tela inicial do OBS ................................................................................................................................ 36
3.3 Janela “Cena” .......................................................................................................................................... 37
3.4 Janela “Fontes”........................................................................................................................................ 38
3.5 Adicionando Fontes ................................................................................................................................. 39
3.6 Janela “Transições de cena” .................................................................................................................... 47
3.7 Janela “Controle” .................................................................................................................................... 47
4.Competência 04 | Utilizar software para editar conteúdos de vídeo para diversas finalidades . 50

4.1 Por que usar o ShotCut? .......................................................................................................................... 50


4.2 Instalando o ShotCut ............................................................................................................................... 51
4.3 Tela de trabalho do ShotCut.................................................................................................................... 52
4.4 Editando um vídeo no ShotCut ............................................................................................................... 52
4.4.1 Iniciando um projeto ............................................................................................................................ 53
4.4.2 Lista de reprodução ............................................................................................................................. 53
4.4.3 Linha do tempo .................................................................................................................................... 54
4.4.4 Corte e exclusão ................................................................................................................................... 55
4.5 Inserindo transição de vídeo ................................................................................................................... 57
4.5.1 inserindo uma nova faixa ..................................................................................................................... 59
4.5.2 Adicionando filtro em um vídeo ........................................................................................................... 62
4.6 Renderizar e exportar o vídeo ................................................................................................................. 63
Conclusão .................................................................................................................................... 66

Referências ................................................................................................................................. 67

Minicurrículo do Professor .......................................................................................................... 68


Introdução
Seja bem-vindo(a) a nossa disciplina Captação e Edição de Vídeos.
Quando assistimos algum vídeo no Youtube pela primeira vez, não percebemos todo o
trabalho de produção, percebemos como espectadores, apenas se atendeu nossa expectativa. Se
chamos que foi legal, damos um “Like”, se não goste clicamos em “Dislike”. Muitas vezes até
gostamos do conteúdo, mas o vídeo em si não agradou, o som ficou “abafado” ou o vídeo ficou
“embasado”, ou qualquer outro aspecto estético ou externo que não agradou.
Nesta disciplina, você entenderá o processo de captação e edição, bem como aprenderá
técnicas e uso de ferramentas que, se bem aplicadas, elevará sua capacidade de produzir e editar.
Uma valiosa dica dos profissionais mais experientes é sempre configurar corretamente a câmera,
caprichar na hora da captação, porque isso proporcionará uma base para corrigir e até enriquecer o
trabalho final.
Problemas durante a etapa de captação, podem desvalorizar e até mesmo inviabilizar o
processo de edição, por exemplo, quando estamos filmando um casamento e perdemos o momento
em que a noiva disse “SIM”, infelizmente, esse momento genuíno, precioso para nosso cliente, não
foi captado e não volta, todo o trabalho ficará comprometido.
Portanto, não se trata apenas de “gravar um vídeo e publicá-lo”, trata-se de imortalizar
momentos, contar uma história e agregar valor na finalização de um trabalho bem elaborado, então
pensando nisso, esse e-book foi preparado especialmente para você desenvolver suas habilidades
técnicas nesta área.

Vamos lá... “Luz, câmera e ação!”

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1.Competência 01 | Compreender os processos de captação de vídeo em
estúdio e externa
Vídeo – do latim “eu vejo” – é uma a tecnologia de armazenamento e processamento de sinais
eletrônicos (analógicos ou digitais) para capturar, armazenar, transmitir ou apresentar numa
sucessão de imagens que são percebidas como em movimento.
É natural que uma nova arte sofra influência ou receba contribuições de outras artes pré-
existentes, isso ocorreu com a pintura que influenciou a fotografia, com o teatro que influenciou o
cinema e por último, da mescla do cinema com a fotografia nasceu o vídeo que é uma arte mais
recente.
Cada arte tem sua expressão e sua linguagem, mas não basta aprender as expressões e linguagem
desta arte, você precisará se familiarizar com todo ciclo de trabalho; que vai desde o processo de
idealização, roteirização, captação, edição e publicação.
Naturalmente, tudo isso exige conhecimento, habilidade e talento artístico, mas lembre-se! Seu
sucesso será proporcional ao seu estudo e seu trabalho, realmente faz diferença gostarmos do que
fazemos!
É esse espirito de fazer as coisas com comprometimento que você precisará para ser bem-
sucedidos no estudo da nossa disciplina Captação e Edição de Vídeos.

Antes de continuar a leitura desta competência, ouça o podcast da semana,


porque ele vai te ajudar a compreender o conteúdo da competência.

1.1 Diferença entre Captação Analógica e Digital

Nas câmeras fotográficas ou filmadoras antigas, a luz tocava e modificava a base do filme,
fazendo com que os sais de prata aderissem nesse filme modificado durante o processo de revelação.
Nas câmeras atuais, ao invés dos filmes, existe um sensor como base, formado por pontos
(pixels) organizados em linha e colunas, cada ponto recebe e converte a luz em informação
eletromagnética.

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Existem dois tipos de sensores, o tipo CCD e o tipo CMOS, em ambos sensores existem
esses pontos ou pixels, quanto mais pontos mais resolução a imagem terá.
No CCD (charge coupled device) essa informação eletromagnética seguirá para um
conversor de analógico para digital, somente depois deste conversor é que existirá um sinal digital.
Já nos sensores CMOS (complementary metal oxide Semiconductor) existem
componentes eletrônicos agregados em cada pixel, que convertem diretamente a imagem captada
em sinal digital. Observe, na imagem abaixo, a diferença física entre o CCD e o CMOS

Figura 1: Sensor CCD vs CMOS


Fonte: https://tecnosinergiamx.com/2011/07/07/ccd-vs-cmos/
Audiodescrição da figura: Foto de um sensor CCD a esquerda e sensor CMOS a direita.

Por causa desses detalhes técnicos, muitos especialistas defendem que usando filme e
luz, consegue-se melhores cores, nitidez e detalhes, e até nas ampliações a imagem terá mais
qualidade, mas todos reconhecem que a base digital fornece melhor custo e praticidade, afinal, você
não precisa mais revelar rolos de filmes e ter uma sala gigantesca com controle de temperatura e
umidade para arquivar os filmes revelados.
Nesta disciplina será tratado captura e edição de vídeos digitais e antes de começar a
fazer seus “takes” (registro, tomadas, ou captação da câmera do intervalo de ligar até desligar a
mesma), você precisará praticar iluminação e movimentação da câmera.

1.2 Trabalho de iluminação.

Iluminação é a ação de controlar as luzes e as sombras para mostrar a forma e a textura


de um rosto ou um objeto, criar um ambiente em particular, criar uma atmosfera para um suspense
ou mesmo realçar o clima de alegria em uma cena.
Iluminar exige do operador um toque de arte e sensibilidade, por isso sempre existirá
muitas soluções para um mesmo problema.

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Apesar de não existir uma receita universal que funcione igualmente para todas as
situações de iluminação possíveis, existe o princípio básico que se adapta facilmente a uma grande
variedade de cenas.
Ao enfrentar uma dificuldade de iluminação, não é conveniente só observar as limitações,
é melhor começar observando qual é o objetivo da cena, para depois adaptar às técnicas existentes
ao custo e ao tempo que disponiveis.

1.2.1 Tipos de luz

Qualquer que seja o objetivo da iluminação, é necessário trabalhar com dois tipos de
luzes: direcional (dura) e difusa (suave).
Luz “dura” (direcional) - A luz direcional produz sombras bem definidas, com transição
entre a sombra e a parte iluminada bem demarcada. Esse tipo de luz tem feixes em uma mesma
direção. Observe isso na figura abaixo.

Figura 2: exemplo de luz direcional


Fonte: http://latikismikis.blogspot.com/2014/07/cuando-ilumina-el-sol.html
Audiodescrição da figura: foto de uma mulher com o rosto sendo iluminado de frente pelo sol, a esquerda da foto tem
outra foto e um desenho, ambos pequenos, ilustrando a posição do sol, da câmera e da mulher que está sendo
fotografada.

Luz “suave” (difusa) – Essa luz produz sombras desfocadas, indefinidas, com a transição
entre o claro e escuro pouco demarcada. Na luz difusa os feixes se propagam em diferentes direções,
existe as graduações de mais ou menos dura e mais ou menos suave. Veja abaixo, o resultado dessa
luz.

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Figura 3: exemplo de luz difusa
Fonte: http://latikismikis.blogspot.com/2014/07/cuando-ilumina-el-sol.html
Audiodescrição da figura: foto de uma mulher com o rosto sendo iluminado de frente pelo sol, porém com a luz
passando por um difusor, a esquerda da foto tem outra foto e um desenho, ambos pequenos, ilustrando a posição do
sol, posição da câmera, do difusor e da mulher que está sendo fotografada.

Dica:
Podemos classificar a luz unicamente pela sua origem? - Não! Devemos
observar o resultado da cena, pense um pouco! O sol por exemplo, seus feixes
luminosos são praticamente alinhados na mesma direção e projetam sombras
duras, a luz do sol seria classificado como luz do tipo dura, porém, a mesma luz
do sol quando é rebatida em uma nuvem ou uma parede branca, seus feixes
luminosos são espalhados em várias direções tornando-se, a partir da parede
ou da nuvem, uma fonte de luz suave, por isso, devemos considerar que o
cenário interfere no resultado da iluminação.

1.2.2 Iluminação de três pontos (triângulo).

A iluminação é parte da arte fotográfica, tanto a televisão como o cinema estão sujeitos
a seus princípios e o princípio mais básico é a iluminação de 3 pontos (triângulo), que consiste em
três fontes de luz: A luz chave (Key-light), a luz traseira (Back-light) e a luz de preenchimento (Fill-
light).
Cada uma destas fontes de luz tem um papel fundamental, conforme observado na figura
abaixo.

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Figura 4 – Iluminação de três pontos.
Fonte: http://willians.pro.br/textos/a_iluminacao_em_programas_de_TV_Willians.pdf
Audiodescrição da figura: Figura mostra uma sala vista do alto, no centro tem uma pessoa, em sua frente uma câmera,
e 3 holofotes formando um triangulo, sendo que um holofote está no fundo da nas as costas da pessoa, outro holofote
no canto esquerdo e mais um holofote no canto direito, todos os holofotes aponto para a pessoa no centro da sala. Fim
da audiodescrição.

Key-light - Luz chave é a luz principal do objeto/personagem, ela dá o foco principal da


iluminação, assemelha-se a luz gerada pelo sol. Sua posição deve ser direcionada ao personagem a
partir do ponto onde encontra-se a câmera, no alto, evitando ofuscar ou forçar a pessoa a fechar os
olhos.
Em um estúdio de produção profissional, usa-se um refletor do tipo “Fresnel” com lentes
e bandeiras (abas próximas a saída da luz). As abas têm a função de evitar que a luz do personagem
invada ou ofusque outros elementos da cena. Veja na figura uma pessoa sendo iluminada por uma
key-light em refletor de Fresnel.

Figura 5: Key-light.
Fonte: http://willians.pro.br/textos/a_iluminacao_em_programas_de_TV_Willians.pdf
Audiodescrição da figura: Foto de uma pessoa no escuro, sendo iluminada por um holofote no canto superior direito, a
posição da luz vindo do canto superior direito, faz projetar sombras fortes na face esquerda e no ombro esquerdo da
pessoa. Fim da audiodescrição.

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Fill-light – Essa luz deve ser proporcionada por um refletor de luz difusa, seu objetivo é
suavizar a sombra gerada pela luz principal sem eliminá-la, sua função é apenas suavizar a luz-chave,
ela deve ser posicionada no lado oposto da Key-light, em relação à câmera.
A intensidade luminosa adequada para a luz de preenchimento (fill-light) seria máximo 90
% da intensidade luminosa da luz-chave. Conforme demonstra a figura abaixo.

Figura 6: Fill-light.
Fonte: http://willians.pro.br/textos/a_iluminacao_em_programas_de_TV_Willians.pdf
Audiodescrição da figura: Foto de uma pessoa no escuro, sendo iluminada por um holofote no canto superior
esquerdo, a projeção da luz suave, faz projetar sombras suaves na face direita e no ombro direito da pessoa. Fim da
audiodescrição.

Back-light – É qualquer luz que esteja atrás do protagonista da cena em relação à câmera
que faz a tomada, veja figura 7, ela destaca o cabelo, os ombros e dá um realce à imagem do ator.
A luz de fundo apresenta algumas controvérsias, para alguns profissionais, ela perde sua
utilidade a partir do momento em que o cenário reflete luz suficiente para valorizar os contornos do
personagem, no entanto, é a Back-light que permite a sensação de volume nas formas da cabeça e a
noção de distância entre o personagem e o fundo. Conforme demonstra a figura abaixo.

Figura 7 – Back-light
Fonte: http://willians.pro.br/textos/a_iluminacao_em_programas_de_TV_Willians.pdf
Audiodescrição da figura: Foto de uma pessoa, atrás dela tem um fundo escuro, a pessoa está sendo iluminada por um
holofote no canto superior pelas costas da pessoa, a projeção da luz suave, não projeta sobra alguma, apenas a luz
realça a linha de contorno das costas e essa luz consegue iluminar de forma delicada a frente da pessoa. Fim da

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audiodescrição.

A técnica básica está completa quando tem essas 3 fontes simultâneas na cena, veja a
imagem abaixo, você consegue ver cada parte do rosto do protagonista e o resultado da fonte de luz?
Veja na figura abaixo o resultado das 3 iluminações.

Figura 8 – Iluminação completa com os 3 pontos


Fonte: http://willians.pro.br/textos/a_iluminacao_em_programas_de_TV_Willians.pdf
Audiodescrição da figura: Foto de uma pessoa na frente de uma parede preta, sendo iluminada por três refletores em
pontos diferentes da sala, uma luz forte vem do canto superior direito, uma luz mais suave do canto superior esquerdo
e uma luz suave, porém mais intensa que a vinda do lado esquerdo e atrás, vindo do canto superior pelas costas da
pessoa. Fim da audiodescrição.

1.3 Importância da Movimentação da Câmera

A movimentação atribui uma linguagem artística a filmagem, de fato, um erro na


movimentação da câmera pode desvalorizar ou até mesmo estragar o take, mesmo que o
enquadramento esteja bonito, o áudio perfeito e a iluminação perfeita, um erro de movimentação
pode transformar a cena em uma piada, então, é essencial entender a linguagem e as técnicas de
movimentação em uma cena.

1.3.1 Linguagem de vídeo

A linguagem da filmagem em vídeo, refere-se a origem do movimento da câmera,


podendo ser movimento de origem vivo, mecânico ou hibrido.
Quando alguém filma com uma câmera na mão, o movimento “dá vida a câmera”,
percebe-se que tem alguém observando, testemunhando e filmando, o movimento da câmera será
um movimento participativo, o espectador sente que está participando da cena.

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A movimentação mecânica da câmera, seja por trilhos, gruas ou drones, deixa a filmagem
com movimentos robotizados, lineares e previsíveis, os espectadores tem certeza que não tem
ninguém operando a câmera ou que ninguém testemunhou a cena, logo, a câmera não é personagem
dos acontecimentos, então a sensação de interação e participar da cena será bem reduzido, a
impressão de ação também será diminuída.
O movimento hibrido, como o nome já diz, é uma mistura entre os dois mundo, fornece
um pouco da liberdade do vivo e um pouco da estabilidade do mecânico.
Para conseguir produzir um vídeo nessa linguagem hibrida, usa-se equipamentos
chamados de estabilizadores de câmera (Steadcam, Gimbal, etc.), eles ajudam melhorando a
“pegada” (aderência na mão) do celular ou câmera e reduz trepidações na filmagem.
Você não deve mesclar cenas de filmagem “viva” com filmagem “mecânica” ou vice-versa,
o cinema pode fazer isso porque o cinema tem outra produção e tem outras linguagens, mas em
vídeo isso daria a sensação de erro de continuidade.
Você pode mudar do movimento mecânico para o híbrido e do manual para o hibrido,
quantas vezes for necessário.

1.3.2 Qualidade do movimento

Em captação de vídeo, existe apenas duas qualidades de movimento de câmera, motivado


ou estético.
Motivado – Existe uma razão ou uma necessidade de fazer esse movimento, por exemplo,
seguir o olhar de um personagem, acompanhar o movimento de um personagem, mostrar a origem
de um som, mostrar um caminho a ser percorrido por um objeto, etc.
Estético - Não existe razão para ele ser feito, ele surge apenas como um adereço, pode
adicionar beleza, ou apenas preencher um vazio na cena, este movimento é muito utilizado em vídeos
de marketing, como o clássico comercial de margarina, com uma família inteira tomando café da
manhã, toda a movimentação de câmera será apenas de estética, para conferir uma valorização
emocional de marketing, não serve para destacar as qualidades do produto ou algum benefício do
produto.

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1.3.3 Filmadora, o equipamento

Apesar do grande avanço e popularização dos aparelhos celulares e câmeras fotográficas,


incluindo a possibilidade de captura de vídeos, a qualidade da captura feita com camcorder
(filmadora), conforme foto abaixo, será infinitamente superior as feitas com câmera fotográfica ou
com qualquer celular, o grande problema é o preço da camcorder. Veja isso na figura abaixo.

Figura 9: Camcorder Super35


Fonte: https://www.marcotec-shop.com/en/panasonic-ag-cx350-4k-camcorder.html
Audiodescrição da figura: Imagem de uma câmera filmadora profissional.

Camcorder Super 35 – Vantagens; não tem limitação de tempo de gravação,


tem todos os recursos necessários e a ergonomia adequada para vídeos.
Desvantagens; é mais pesada, chama muito atenção e é cara.
Sony Super35 U$ 4,739.99 Fonte: amazon.com

Tenha em mente que cada equipamento foi desenvolvido para atender um público
específico, com necessidades específicas, antes de fazer modificações “Frankeinstein” em sua câmera
ou celular, conforme figura abaixo, apreenda a utilizar todos os recursos do equipamento e depois
avalie se realmente é vantajoso investir dinheiro em acessórios que servem apenas como soluções
temporárias.

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Figura 10: Setup de vídeo com adaptações
Fonte: encurtador.com.br/cijZ6
Audiodescrição da figura: Foto de uma câmera instalada em um suporte que agrega diversos acessórios, transformando
a câmera em um setup de vídeo grande e complexo.

1.3.4 Recursos para Captação de Vídeo

Recursos são ferramentas de ajustes das câmeras que facilitam o trabalho de captação,
calibrando o equipamento para que o mesmo atinja a melhor qualidade de acordo com o ambiente
e a cena que você deseja.
Cada fabricante disponibiliza os recursos dentro de um menu de configuração,
normalmente mudam o nome do recurso e do menu para ficar diferente de seus concorrentes, cabe
ao usuário pesquisar antes de comprar o equipamento, quais recursos necessita para seu tipo
trabalho, normalmente, quanto mais caro for o equipamento, mais recursos ele terá.
Uma camcorder profissional já vem com todos os recursos, mas é possível encontrar boas
câmeras mais acessíveis (DSLR e Mirrorles), com alguns dos mais cobiçados recursos.
Abaixo, está listado os 10 recursos mais procurados pelos vídeomakers.
1. Auto foco contínuo em vídeo; permite continuar focando automaticamente em um
alvo, mesmo com o alvo ou a câmera em movimento.
2. Opções amplas de compressão (qualidade) do vídeo; quanto menos compressão
de dados, mais informação digital a imagem terá e mais possibilidades de fazer uma
correção na edição com software.
3. Opções amplas de resolução (720, 1080, 2160 – 4k); mais riqueza de detalhes nas
cenas.

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4. Opções amplas de frame rate (24, 30, 60, 90, 96, 120 fps); mais quadros por minuto
fornecerá um vídeo de câmera lenta melhor (slow motion), permite também uma
imagem mais fluida e mais possibilidades de estabilizar os frames de cenas com
movimento na edição com software.
5. Saída de vídeo limpa por porta HDMI; permite usar um gravador externo ou mesmo
enviar as imagens para um computador ou fazer transmissões ao vivo.
6. Zebra Stripes - Auxiliar para controle de fotometria e enquadramento;
7. Entrada para microfone externo;
8. Saída para fone de ouvido;
9. Comandos manuais de abertura, tempo de exposição e ISO em vídeo;
10. Alta qualidade de imagem sob condições não ideais de luz.

1.3.5 Técnicas de movimentação de câmera

São os movimentos físicos possíveis de se fazer com a câmera na captação, a seguir


classificação dos principais.
Panorâmica (Pan) - Movimento efetuado com a câmera horizontalmente, fixada em um
eixo, somente a lente da câmera move-se sob esse eixo em velocidade lenta, de um lado para outro,
pode ser feito pelas mãos ou fixada (tripé). Conforme figura abaixo.

Figura 11: Movimento horizontal com eixo fixo


Fonte: https://www.bulbapp.com/u/basic-camera-movement
Audiodescrição da figura: Figura de uma câmera de vídeo presa em seu próprio eixo e com setas apontando para as
direções de seu movimento, a abertura de sua lente move-se da direita para a esquerda, e vice-versa.

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Tilt (Pan vertical) – Movimento semelhante ao Pan, porém na vertical, também com
velocidade lenta, a lente da câmera move-se na vertical, mas a câmera permanecerá em um eixo
horizontal. Como mostra a figura abaixo.

Figura 12: Movimento vertical com eixo fixo


Fonte: https://www.bulbapp.com/u/basic-camera-movement
Audiodescrição da figura: Figura de uma câmera de vídeo presa em seu próprio eixo e com setas apontando para as
direções de seu movimento, a abertura de sua lente move-se de cima para baixo e vice-versa.

whip pan - (swish pan) – Alguns autores dão o nome de “chicote”, seria uma Pan ou Tilt
realizado com velocidade, quando a câmera que está enquadrando uma pessoa ou objeto A desloca-
se rapidamente na horizontal ou vertical, mudando a cena do objeto A para o B, durante este
deslocamento, a imagem torna-se borrada, não permitindo distinguir pessoas ou objetos durante o
trajeto da câmera.
Travelling - Movimento paralelo, normalmente utilizado para acompanhar o
deslocamento de uma pessoa conversando e caminhando. Neste caso a câmera se deslocar
acompanhando o assunto que também se desloca, mas pode ser apenas o objeto movimentando-se
paralelo a câmera, ou a câmera movendo-se paralelo ao objeto. Confira esse movimento na figura
abaixo.

Figura 13: Movimento paralelo horizontal sem eixo fixo


Fonte: https://www.bulbapp.com/u/basic-camera-movement
Audiodescrição da figura: Figura de uma câmera de vídeo com setas apontando para a direção de seu movimento,
movendo-se lateralmente da esquerda para direita e vice-versa, sem mudar a direção de sua lente.

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Esse movimento poderá ser captado com ajuda de algum mecanismo, por exemplo um
slider (trilho com rolamentos para prender a câmera), veja figura abaixo, pode ser feito por grua,
tripe com rodas, esse movimento exige mais habilidade do operador.

Figura 14: Slider metálico para movimentação


Fonte: encurtador.com.br/mtxIP
Audiodescrição da figura: Foto de um Slide motorizado com câmera instalada.

Pedestal - Movimento de subida e descida da câmera ao longo de um eixo vertical. Alguns


autores atribuem outros nomes a esse movimento, tais como; "crane", "craning", "boom" ou
"booming”, trata-se de um movimento semelhante ao Trevelling, porém na vertical.
Pode ser feito por uma grua, drone ou com a câmera presa a uma plataforma especial
para esse movimento.
Você pode improvisar ferramentas para conseguir esse movimento, existe relato de
profissionais que improvisaram o movimento de pedestal em ambiente fechado, prendendo a câmera
a balões com hélio e um cordame para controlar a subida e o retorno da câmera, outros conseguiram
com um estabilizador preso a um tripé e com o operador subindo em uma escada. A figura abaixo
demonstra esse movimento.

Figura 15: Movimento vertical paralelo, sem eixo fixo


Fonte: https://www.bulbapp.com/u/basic-camera-movement
Audiodescrição da figura: Figura de uma câmera de vídeo com setas apontando para a direção de seu movimento,
movendo-se verticalmente de cima para baixo e vice-versa, sem mudar a direção da abertura de sua lente.

19
Travelling aproximando ou distanciando - Este movimento pode ser conseguido
aplicando zoom ou simplesmente se aproximando ou distanciando do objeto, treine esse movimento
com foco automático e com foco manual. Conforme figura abaixo.

Figura 16: Movimento horizontal adiante/atrás, sem eixo fixo.


Fonte: https://www.bulbapp.com/u/basic-camera-movement
Audiodescrição da figura: Figura de uma câmera de vídeo com setas apontando para a direção de seu movimento,
movendo-se horizontalmente para frente ou para trás, sem mudar a direção da abertura da lente.

1.4 Ajuste de Foco

Existe, basicamente, 3 situações em que você precisará ajustar o foco, levando em


consideração a câmera e o alvo (assunto);
Situação A – Câmera e assunto estão ambos fixos (não haverá movimento);
Situação B – Câmera e/ou o objeto se movem paralelamente (existe movimento apenas
lateralmente);
Situação C – Câmera e/ou objeto se movem aproximando-se ou afastando-se um do outro
(movimento de oposição ou afastamento);
Na situação “A” o ajuste do foco será mais simples, tanto o objeto como a câmera estarão
fixos, você pode deixar que a câmera ache o melhor foco, mas logo após, desligue o autofoco e o
estabilizador de imagem da câmera, isso evitará que a câmera mude o foco ou o tente ajustar o
movimento.
Situação “B” existe movimento paralelo para esquerda ou direita, mas de pouca
amplitude, você pode utilizar a técnica da situação “A” e caso ocorra um desfoque no fundo da cena,
significa que você está muito próximo do objeto ou está usando uma lente mais fechada, você precisa
aumentar a margem focal de profundidade, para corrigir isso, pode-se utilizar uma lente com ângulo
mais aberto (lente angular), ou até mesmo se distanciar do objeto, porque quanto maior a distância
do objeto maior será a margem do foco, assim você não perde o foco do segundo plano ao
acompanhar a movimentação lateral do objeto.

20
Situação “C” esta situação exige mais habilidade, hoje existe câmeras com autofoco fixado
em um ponto e câmeras com resposta rápida ao movimento, esses são recursos novos, não existiam
a pouco tempo atrás. Toda a focalização durante a movimentação de câmeras era feito por um
profissional especifico, o assistente de câmera (foquistas), aproximar ou distanciar de um objeto exige
prática no manuseio do foco manual e boa acuidade visual, se você tiver uma boa câmera aproveite
e utilize o foco automático travado no objeto.

Que tal um break para um café e uma vídeoaula? Na videoaula desta


competência você vai entender todo o processo de captação de vídeo em
estúdio.

É importante conhecer os “aparatos de iluminação”. Como você vai poder usar bem a luz
e a sombra, para valorizar os detalhes nas suas filmagens?
Você vai aprender mais sobre isso na próxima competência; reconhecer e utilizar
equipamentos necessários para captação de vídeo em estúdio e ao vivo.

21
2.Competência 02 | Reconhecer e utilizar equipamentos necessários para
captação de vídeo em estúdio e ao vivo
Nesta competência você conhecerá os equipamentos usados para fazer uma filmagem
em estúdio e uma transmissão ao vivo, verá o que tem de melhor para captar e montar as cenas e
fazer as transições de câmera, ante de iniciar a leitura, dê uma pausa e ouça o podcast, ele vai
esclarecer mais sobre todo o conteúdo desta competência.

Ouça agora o podcast da semana, ele vai te ajudar a compreender o conteúdo


da competência.

2.1 Refletores de luz direcional

Existem vários modelos de refletores de distintos fabricantes. Você verá agora, os


refletores na ordem da luz mais dura para a mais suave, independente de seus fabricantes ou
modelos.

2.1.1 Follow-spot (ou canhão)

O follow-spot possui um sistema ótico complexo e sofisticado. A lâmpada acondicionada


próximo à uma superfície refletiva côncava tem como ponto de partida uma luz com feixes já
dirigidos. Estes feixes passam por um diafragma (controle da intensidade luminosa e foco) e também
por um sistema de lentes que converge ainda mais a luz, proporcionando um feixe de luz
extremamente concentrado, direcional e de longo alcance.
O efeito de sua luz provoca um impacto forte, gerando a sensação dinâmica de alta
dramaticidade. Sua indicação é para utilização em shows onde, como o nome diz, permite seguir o
movimento do personagem em destaque. Veja isso na figura abaixo.

22
Figura 17: Luz gerada por um follow-spot
Fonte: https://americanpartylights.com/rentals/led-follow-spot/
Audiodescrição da figura: Imagem de um foco de luz em forma de cone inclinado para a direita, sendo estreito no
tenho que é o início do foco e bem mais largo no chão onde finaliza o foco de luz. Fim da audiodescrição.

2.1.2 Spot Fresnel

Tem uma lente complexa e sofisticada (lente de Fresnel), direcional de alto Índice de
Reprodução de Cor (IRC), quanto maior o IRC mas fiel será a exibição do tom de pele, sua luz é a que
mais se aproxima da luz solar.
Também possui um mecanismo de foco que permite aproximar ou distanciar a lâmpada
em relação à lente, podendo concentrar mais ou menos o feixe luminoso, o formato da lente
possibilita maior intensidade luminosa.
A versatilidade de mudança de foco, concentrando os feixes, seu alto IRC e sua
intensidade na iluminação do objeto, fez com que este refletor fosse o mais utilizado em set de
filmagem de televisão. A figura abaixo mostra um exemplo de refletor Fresnel.

Figura 18: Refletor de Fresnel

23
Fonte: http://www.rentalstage.com.br/equipamentos-audiovisuais/54-refletor-fresnel.aspx
Audiodescrição da figura: Imagem de um refletor de Fresnel, ele é retangular, preto, com uma aba regulável em cada
lado do retângulo na parte da lente, a lente é arredondada e está na face mais comprida do refletor, a lente tem linhas
de relevo que são circulares e concêntricas. Fim da audiodescrição.

2.2 Refletores de luz difusa (suave)

Os refletores da família do tipo suave não possuem lentes e o sistema ótico é mais
simples.
A seguir, você verá os refletores relacionados na ordem do menos suave ao mais suave.

2.2.1 Fill-light

Os refletores fill-light assemelham-se ao spot Fresnel, mas com um sistema ótico simples
de pouca atuação, sem lentes, por isso torna-se um refletor leve e prático para uso fora do estúdio,
tem o mecanismo de foco aberto aproxima-se à característica luminosa do “panelão”.
O feixe luminoso é direcional, mas não concentrado, gerando sombras bem suaves com
transição entre o claro e escuro. É muito utilizado para preenchimento de sombras geradas pela key-
light.

2.2.2 Scoop (panelão)

O scoop, conhecido no meio televisivo como “panelão”, é mais suave que o spot sem
lentes. O feixe de luz é bastante aberto e o controle de foco tem pouca atuação. Por estas razões
permite aproveitar ao máximo o fluxo luminoso da lâmpada. Por não possuir mecanismos complexos
nem lentes é um equipamento leve e de fácil manuseio.
É o último refletor da série suave que ainda possui controle de foco. A sombra gerada
pelo scoop é indefinida, pouco precisa e a transição entre o claro e escuro é pouco percebida.
Estas características somadas fazem do “panelão” um excelente equipamento para
iluminar grandes áreas que não exijam delimitações precisas.

24
2.2.3 Mini-light (ou refletor de ciclorama)

Ciclorama é o nome dado a tela côncava de fundo usado no cenário para dar efeito de
profundidade ou espaço ilimitado, esse refletor é muito utilizado para a iluminação das paredes e
painéis, por isso referem-se a ele como refletor de ciclorama.
O mini-light é pequeno, leve, de fácil manipulação, não possui mecanismos óticos nem
lentes e geralmente é retangular, sua luz é pouco concentrada gerando sombras suaves, a transição
entre a área iluminada e a não iluminada é contínua e bastante suave.
Permite uma área de cobertura menor que a do “panelão” e possui um elemento refletivo
atrás da lâmpada que espalham os feixes luminosos de maneira controlada, no formato mais luz para
um lado, menos luz para outro.

2.2.4 Rebatedor

Como o nome diz, serve para rebater a luz gerada por outras fontes duras. Alguns autores
o classificam como um modificador de luz, porque a luz dura ao tocar o rebatedor tem seu feixe
luminoso desconcentrado espalhando-se para todas as direções.
Os rebatedores espalham a luz em uma abertura de 180 graus, fazendo que nenhuma
sombra seja percebida, produz uma iluminação geral e de curto alcance, por isso é ótimo para
preenchimento de cenas. A figura abaixo, mostra os principais rebatedores de luz.

Figura 19: Modificadores de luz


Fonte: http://latikismikis.blogspot.com/search/label/Equipo%20fotogr%C3%A1fico
Audiodescrição da figura: Foto dos principais modificadores de luz.

25
2.3 Montando um Setup básico

Tente tirar o máximo de seus equipamentos, antes de investir em outro, se você já tem
um celular legal, tente estabilizar o celular improvisando um equipamento que melhore a pegada, vá
aproveitando para adquirir experiência, assim você vai pegando confiança para fazer seu primeiro
“Job” (trabalho).
Adquira um equipamento por vez, pense nos 3 itens básicos, iluminação (led), áudio
(microfone) e imagem (câmera), tente fazer filmagens em eventos quando você for o convidado,
discretamente filme pequenos trechos, aproveite para praticar em todos os eventos que você estiver,
por exemplo, formatura do ABC e vá migrando aos poucos, aniversário, confraternização até eventos
maiores, perceba que eventos menores podem ser captados com equipamentos menos sofisticados,
então, um setup profissional básico, como o mostrado na figura seguinte, pode atender muito bem,
tanto em eventos menores como em um estúdio.

Figura 20: Kit profissional básico


Fonte: Como fazer vídeos – Armando Vernaglia Júnior.
Audiodescrição da figura: Foto mostrando e enumerando itens de um kit básico para realização de externa, itens de 1 a
12, respectivamente; tripé, painel de led, kit de filtro de luz, estabilizador de câmera, filtros para microfone, kit de
lentes de câmera, kit de abas para lentes, cartões de memória, baterias sobressalentes, kit de cabos, câmera.

Material profissional básico, bolsa contendo:


1-Tripé com cabeça hidráulica para vídeo (articulado mecânico serve para foto, para
vídeo deve ser hidráulico),
2- Painel de Led com bateria,
3- Kit de filtro de luz para painel de led,

26
4- Estabilizador de câmera (Steadcam, Gimbal, Zhiyun, DJI Osmo, MOZA)
5- Gravador digital de áudio com microfone.
6- Filtros para microfone,
7- Kit de lentes para câmera,
8- Kit de abas (parasol) para lentes de câmera.
9- Cartões de memória de acordo com a resolução do arquivo a ser gravado,
10- Baterias sobressalentes para câmera e demais equipamentos,
11- Cabos HDMI, P2 de áudio, etc.
12- Câmera(s).

2.4 Padrões da saída de vídeo

Antes de plugar sua câmera em um equipamento para fazermos uma apresentação, você
precisar entender um pouco sobre essas tais conexões de vídeo, nem todos os profissionais têm
equipamentos recentes com plugs atualizados, conheça os padrões das conexões de vídeo para
garantir que a tecnologia que vai usar atende a parâmetros como desempenho, qualidade da
transmissão, pinagem entre equipamentos que serão conectados, caso contrário, a existência de
padrões não faria sentido! Por isso, você precisa conhecer os principais padrões de equipamentos de
vídeo no mercado vigente.

2.4.1 Vídeo componente

O sinal de vídeo componente é um sinal analógico, a imagem se divide em


três componentes (ou sinais): dois de cor (azul Pb e vermelho Pr) e um de luminância (verde Y).
Utilizam 3 plugs RCA. Conforme figura abaixo.

Figura 21: Cabo de Vídeo Componente


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADdeo_componente#Conex%C3%B5es_anal%C3%B3gicas_de_v%C3%ADde
o_componente

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Audiodescrição da figura: Foto de um cabo com conector vídeo componente.
2.4.2 Separete Video – S Video

Vídeo separado, Vídeo Composto ou Super Vídeo, também é um sinal analógico e carrega
dados de vídeo com dois sinais (brilho e cor) de forma sincronizada. Este padrão ainda é utilizado em
TVs, DVDs e Vídeo Games no Japão, EUA e Canadá. A figura abaixo mostra um plug SVideo.

Figura 22: Cabo de S Vídeo


Fonte: https://www.infowester.com/conectoresvideo.php
Audiodescrição da figura: Foto de um cabo com conector S vídeo

2.4.3 Video Graphics Array – VGA

Essa porta (saída ou entrada) analógica, foi desenvolvida pela IBM sendo ainda fornecida
em muitas placas de vídeo, monitores de computador, laptops, projetores e aparelhos de televisão
de alta definição.
Muitos dispositivos ainda incluem conectores VGA, embora o VGA geralmente coexista
com o DVI, bem como com os conectores de interface HDMI. A figura abaixo mostra um conector
VGA.

Figura 23: Cabo VGA


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Conector_VGA
Audiodescrição da figura: Foto de um cabo com conector de VGA

28
2.4.4 Digital Visual Interface – DVI

Porta de vídeo digital, desenvolvida pela empresa Digital Display Working Group (DDWG).
Usada para conectar uma fonte de vídeo a um dispositivo reprodutor de vídeo, como um computador
pessoal ou um monitor.
Foi desenvolvida com a intenção de criar um padrão industrial para a transferência de
conteúdo de vídeo digital. A figura abaixo mostra um conector DVI.

Figura 24: Cabo DVI


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Digital_Visual_Interface
Audiodescrição da figura: Foto de um cabo com conector de DVI.

2.4.5 High-Definition Multimedia Interface (HDMI)

É uma porta totalmente digital de áudio e vídeo, capaz de transmitir dados não
comprimidos, o padrão HDMI atende a qualquer formato de vídeo, mas quando for comprar um cabo,
observe a certificação do cabo para a resolução desejada.
Está é a melhor porta para transferência de vídeos, até os equipamentos hospitalares de
imagem e som estão vindo com nesse padrão, existe algumas variações de tamanho do plug,
mudando o formato do plug, mas continha sendo a mesma porta, conforme a figura abaixo;

Figura 25: Diferentes tipos de conectores HDMI


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/High-Definition_Multimedia_Interface
Audiodescrição da figura: Imagem de cabo mostrando a foto e 5 padrões de conexão HDMI.

29
Este padrão suporta resoluções padrão (480i/p, 576i/p), alta definição(720i/p, 1080i/p) e
na especificação 1.4, 4k x 2k (2160p), suporta até 8 canais de áudio digital, sendo o sinal (áudio/vídeo)
codificado em TMDS (Transition Minimized Differential Signaling) para transmissão digital não
comprimida através do cabo HDMI, de acordo com a norma do Consumer Electronics Control.
O HDMI é também compatível com o High-bandwidth Digital Content Protection (HDCP)
um sistema antipirataria.
Existe alguns equipamentos desenvolvidos especialmente para transmissões, você verá a
seguir.

2.5 O que são “Lives”

São as transmissões ao vivo, ou live streaming (termo usado nas redes sociais), dos vídeos
que são publicados ou transmitidos no momento exato da captação. O público assiste a transmissão
em tempo real e em muitos casos podem até interagir fazendo perguntas por chat online.
Tudo isso graças as plataformas de compartilhamento, redes sociais, conectividade com
a internet e os recursos de áudio e vídeo dos portáteis (celulares, tabletes e computadores).
As lives aquecem o mercado para produtores, videomakers e digital influencers, esse é
um novo e promissor campo de trabalho.

2.6 O que necessito para fazer uma transmissão ao vivo?

Uma Webcam, conforme mostra a figura abaixo, facilita muito uma transmissão ao vivo,
mas ela perde em qualidade de imagem e som. Você pode conectar uma câmera (DSLR, Mirrorless,
etc.) ou um celular, dá um pouco mais de trabalho, mas compensa pela qualidade.

30
Figura 26: Webcam
Fonte: https://www.logitech.com/pt-br/products/webcams.html
Audiodescrição da figura: Foto uma Webcam padrão.

Você pode usar seu celular como se fosse uma Webcam, como mostrado na figura
seguinte, você verá como fazer isso na próxima competência.

Figura 27: Usando celular como Webcam


Fonte: https://tutorialtec.com.br/transformar-celular-em-webcam/
Audiodescrição da figura: Foto de uma pessoa utilizando o celular como webcam.

Você precisa começar de algum ponto para adquirir experiência, se você já possui alguma
câmera, precisará conferir 3 itens abaixo;

1º - Saída HDMI limpa.


A saída HDMI da câmera não pode apresentar os ícones de configuração e de status
operacional da imagem, o display padrão atrás da câmera não pode ser apresentada como saída
principal para o expectador, imagine o expectador vendo em sua tela a imagem da figura abaixo,
esses ícones, se forem enviados junto com o sinal de saída, vão poluir a imagem final.

31
Figura 28: Saída para tela da câmera.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=5qHctsBx4-o
Audiodescrição da figura: Foto mostrando a imagem resultante da saída de vídeo de uma câmera que não possui o
recurso saída limpa HDMI, com os ícones de configuração da câmera.

Veja abaixo nesta nova figura a mesma imagem através de uma saída HDMI limpa.

Figura 29: Saída HDMI (saída limpa padrão para monitor externo)
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=5qHctsBx4-o
Audiodescrição da figura: Foto mostrando a imagem resultante da saída de vídeo de uma câmera com o recurso saída
limpa HDMI.

2º - Fonte de alimentação.
Sua câmera precisará de uma fonte externa que possa ser ligada numa tomada ou até
mesmo num carregador USB, câmeras amadoras normalmente têm limitações para gravar vídeo,
limite de tempo de gravação, limite de memória, limite de autonomia da bateria etc. Porém ao fazer
uma transmissão ao vivo para computador, a câmera não usa sua memória interna e se tiver uma
fonte ela permanecerá ligada e transmitindo.

3° - Saída USB
Sua câmera deve ter uma saída USB para poder plugar ela ao computador, caso não tenha,
você precisará ligar a saída HDMI da câmera a um equipamento que converta o sinal para USB, as
opções mais comuns são uma placa de captura ou um switch de vídeo.

32
Se seu equipamento atende esses 3 itens você conseguirá fazer uma transmissão ao
vivo com ele.

2.6.1 Placa de captura de vídeo

Placas de captura de vídeo são componentes de hardware que permitem transferir


arquivos de áudio e vídeo diretamente de um aparelho externo para o computador, ele recebe o sinal
HDMI da sua câmera e repassa esse sinal para a porta USB do computador. A figura abaixo mostra
uma placa de captura moderna e com múltiplos padrões.

Figura 30: Placa (externa) de captura de vídeo


Fonte: https://www.techtudo.com.br/noticias/2020/05/placa-de-captura-saiba-o-que-e-e-entenda-como-funciona-o-
dispositivo.ghtml
Audiodescrição da figura: Foto de uma placa externa para captura de vídeo.

2.6.2 Vídeo Switcher

Um vídeo Switcher é um equipamento usado em uma variedade de ambientes


profissionais, incluindo produção de filmes, televisão e eventos ao vivo, ele possui diversas entradas
de vídeo e uma saída usb, ele também tem um painel de comandos, isso permite alternar qual das
entradas que será exibida para a saída de captação, que pode ser um computador ou um gravador
digital.
Existem modelos mais simples, focado no mercado de vídeomakers e modelos mais
profissional para exibição de shows, lives e estúdios de TV com possibilidades de múltiplas imagens
na tela de saída, incluindo recursos de chroma-key automático que aceitam diversos tipos de entrada
de microfones e câmeras.

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Existe um modelo amador na figura logo abaixo, com bastantes recursos, 1 porta de rede
ethernet, 1 entrada de áudio, 1 saída de fone de ouvido, com 5 portas HDMI, sendo 4 entradas e 1
saída HDMI, 1 saída USB, este equipamento se conecta com o computador pela porta USB e o
computador opera este equipamento como sendo uma Webcam.

Figura 31: Switcher de vídeo FeelWorld LivePro L1


Fonte: https://www.techtoyreviews.com/feelworld-unviels-livepro-l1-multi-camera-video-switcher/
Audiodescrição da figura: Foto de um Switcher de vídeo.

Que tal um break para um café bem quentinho, e a vídeo aula desta
competência onde você vai aprofundar o conhecimento do switcher de vídeo
gostar de conhecer!

Existe um software livre muito utilizado para fazer ao vivo (Lives), o OBS Studio que tem
as mesmas funcionalidades do Switcher de Vídeo (mixer de vídeo), porém com menos recursos de
transição de cena, por outro lado, o OBS tem a vantagem de podermos configurar a LIVE diretamente
nele, sendo possível utilizar nas principais redes sociais (Youtube, Facebook, Twitcher e outras) ou se
preferir gravar em um arquivo contínuo de vídeos.
O OBS não tem recursos de corte e inserção de edição, mas oferece a opção de gerar um
arquivo compatível com todos os softwares especializados em edição de vídeos. Você aprenderá mais
sobre isso na próxima competência - Conhecer os principais softwares livres de edição e finalização
de conteúdo de vídeo

34
3.Competência 03 | Conhecer os principais softwares livres de edição e
finalização de conteúdo de vídeo
Você chegou em um momento muito importante desta disciplina, deste ponto em diante
você deve separar um pouco mais de tempo para ver todos os artefatos da competência, sempre que
você tratar com software, você precisará um pouco mais de atenção, observe que existe comandos
específicos tanto em botões como em menus.
O software que você vai aprender é muito intuitivo e tem muitos tutoriais dele na
internet.

Aproveite agora para dar uma pausa e uma passadinha no AVA, ouça o
podcast desta competência, ele vai te ajudar a tirar o máximo de proveito
desta competência!

3.1 OBS Studio – Open Broadcaster Software

Este é Software de computador que tem sua operação simples e bem semelhante a um
Switcher de Vídeo, ele pode captar tudo que passa na tela do computador, desde janelas de
programas, vídeos, jogos, webcam, áudio, apresentação de slides, etc. Com ele você pode salvar a
captação em arquivo ou transmitir a captação através de uma live para redes sociais, ele não faz
edição dos vídeos, mas em compensação, você poderá exportar da captação nos padrões; MOV, FLV
ou MP4 para ser editar em outro software.
OBS Studio serve tanto para captação de evento local como remoto, por exemplo, captar
uma conferência remota via Google Meet.

3.2 Instalando o OBS Studio

A instalação é padrão, sempre confirmando as perguntas da tela. Você pode baixar o OBS
direto no site do desenvolvedor, para isso, acesse o site e faça o download da versão atualizada do
OBS. https://obsproject.com/pt-br/download

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Talvez seja melhor para você a versão portable!, Não necessita instalação,
lembre-se de configurar uma pasta para gravação do trabalho, evitando
sobrecarga de espaço no pendriver. Você conseguirá baixar a versão portable
no site do fabricando ou no link:

https://drive.google.com/file/d/1hKDO0iEWcTRs5k0NvtzT12P0ewTR3-
vU/view?usp=sharing

Você precisa ter o OBS instalado e configurado em seu computador, existe uma
infinidade de tutorias prontos na internet. Basta procurar por tutorial instalando OBS Studio.

Assista o vídeo: Instalando e configurando o OBS Studio.


https://www.youtube.com/watch?v=Vsr-sNqdpgw

3.3 Usando OBS Studio para gravar vídeo

A interface do OBS é bem amigável e na primeira vez que você acessar o OBS, ele vai abrir
o assistente de configuração, isto acontece porque trabalhar com vídeo consome recursos
computacionais (processamento e memória) e para aproveitar melhor estes recursos o OBS inicia o
assistente de configuração logo na primeira vez, você pode escolher otimizar seu computador para
transmissões ao vivo ou para gravação (captação).

3.3.1 Tela inicial do OBS

Na primeira vez que você abrir o OBS ele vai abrir o assistente de configuração,
conforme figura abaixo.

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Figura 32: Assistente de configuração do OBS Studio
Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela da janela inicial do OBS Studio.

Por enquanto cancele esse assistente, depois se você precisar, poderá chama-lo
manualmente pelo menu “Ferramentas” à Assistente de Configuração.
Observe que na tela inicial do OBS você tem uma janela central mais escura, onde será
exibido o preview da gravação ou apresentação. Na parte inferior da esquerda para a direita, tem
respectivamente as janelas; “CENAS”, “FONTES”, “MIXER”, “TRANSIÇÕES” e “CONTROLES”, veja esses
itens na figura abaixo.

Figura 33: Tela inicial do OBS Studio


Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela destacando os componentes da tela de trabalho do OBS Studio.

3.3 Janela “Cena”

No OBS, cena é o conjunto de recursos utilizados em sua transmissão ou gravação. Como


o OBS grava ou transmite vídeos lineares, ele dispõe da cena como recurso para dirigir a captação,

37
você monta ela com os recursos ou fontes antes de começar a captação, você pode também deixar
uma câmera captando em um ângulo A numa cena e em outra cena configurar outra câmera em
outro ângulo.
Cada cena pode ter fontes exclusivas ou aproveitar fontes de uma cena anterior e acordo
com sua necessidade.
Para entender uma cena, pense nela com sendo uma visão do palco. É natural durante
uma apresentação que o operador tenha disponível diversas visões do palco e durante sua
apresentação ele mude essa visão de acordo com sua necessidade.
Você pode adicionar uma nova cena clicando no botão com símbolo + “mais” ou remover
uma cena clicando no botão com símbolo - “menos” (remover).

3.4 Janela “Fontes”

Fontes são recursos de cena, fazendo mais uma analogia, a cena seria um palco e as fontes
seriam os atores no palco, são as fontes que acrescentarão ação na cena.
Na janela “fontes” você adiciona os recursos, por exemplo; microfone externo, arquivo
de mídia (filme ou somente som), captura de tela ou captura de Janela do computador, Webcam e
etc.
Cada fonte deve ser adicionada a sua respectiva cena, funciona assim, você clica primeiro na
cena (1), depois clica em adicionar fonte (2), daí você escolherá a fonte que você deseja (3) entre as
opções disponíveis, conforme a figura logo abaixo.

38
Figura 34: Tela inicial do OBS Studio
Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela destacando o conteúdo da janela fontes do OBS Studio.

Fontes já criadas em uma cena ficarão disponíveis para escolha na cena seguinte, mas
lembre-se, você precisa montar a cena, antes de iniciar a captação.
As fontes mais utilizadas, são: Apresentação de imagens, captura de janela, dispositivo de
captura de vídeo (webcam), imagem e navegador.
A seguir você verá um passo a passo de uma captação, com apenas duas cenas e uma
transição entre as cenas, a primeira cena com duas fontes e a segunda cena com apenas uma fonte,
precisará também de uma webcam no computador.

- Cena1
Fonte 1 - Câmera do apresentador (webcam);
Fonte 2 – Apresentação de imagens (quaisquer imagens salvas);

- Cena2
Fonte 1 – Uma imagem usada como fundo de tela.

- Transições de cena - Opção “Luma Wipe” e escolha o efeito explosão.

3.5 Adicionando Fontes

Siga as instruções da figura abaixo, para acrescentar a primeira fonte, um dispositivo de


captura de vídeo (webcam);

39
Figura 35: Tela da janela fontes do OBS Studio
Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela mostrando o caminho para inserir uma webcam no OBS Studio.
Clique no botão + “acrescentar fonte” (1); Escolha “Dispositivo de captura de vídeo” (2);
clique em “OK” (3); Clique na barra de opção para escolher as câmeras (webcam) instaladas no
computador, (4); Clique em “OK” (5) para finalizar. A câmera foi adicionada e já estará ativada.
Conforme mostra a figura abaixo.

Figura 36: webcam no OBS Studio


Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela mostrando imagem captada por webcam no OBS Studio.

Aponte o mouse nas bordas da janela da câmera e redimensione as laterais e a altura,


você pode arrastar essa janela clicando no centro da imagem da câmera e arrastá-la para uma posição
lateral.

40
Ótimo, você já tem a tela da webcam no preview do OBS.
Para redimensionar a imagem captada da câmera, basta clicar com o mouse, apontando
nas bordas, você pode clicar e diminuir ou aumentar a imagem.
Você pode cortar o excesso da imagem, basta apontar o mouse na lateral que deseja
cortar, após apontar o mouse, segurar a tecla “ALT” do teclado e em seguida clicar o botão esquerdo
do mouse e mover a borda da imagem, faça isso uma borda por vez, segurando a tecla “ALT” e
clicando com o mouse você poderá desfazer o corte movendo o mouse para a posição inicial ao seu
gosto. Conforme demonstra a figura abaixo.

Figura 37: webcam redimensionada no OBS Studio


Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela mostrando webcam redimensionada no OBS Studio.

Deixe a imagem da webcam bem compactada na tela de preview do OBS. Falta apenas
mais uma fonte, arquivos de imagens para compor o fundo da tela como se fossem slides rolando
automaticamente ou rolando manualmente.
Clique no botão + “acrescentar fonte” (1); escolha “Apresentação de imagens” (2);
renomeie a fonte, se desejar, clique em “OK” (3); clique na barra de opção e mude o “Modo de slide”
de automático para manual (4); clique e arraste para baixo o botão deslizante (5) na parte final da
propriedade, lá no final tem uma caixa com opção para acrescentar “arquivos de imagem”, veja a
sequência de comandos na figura abaixo.

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Figura 38: Apresentação de imagens no OBS Studio
Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela mostrando o caminho para inserir uma apresentação de imagens no OBS Studio.
Agora clique no botão + (adicionar) (6); Escolha “Adicionar arquivos” (7); aparecerá uma
janela para explorar, selecione o local onde você armazena suas imagens, escolha a imagem (8) você
pode selecionar segurando a tecla “CTRL” do teclado, assim você selecionará mais de uma imagem;
pressione o botão “Abrir” (9); pressione o botão “OK” (10), veja a sequência de cliques na figura
abaixo.

Figura 39: Inserir arquivos de imagens no OBS Studio


Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela mostrando a tela de escolha das imagens para apresentação de imagens.

Pronto, agora você adicionou as imagens necessárias, veja o resultado na figura abaixo,
como ficou a tela do OBS.

42
Figura 40: Cena 1 montada no OBS Studio
Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela mostrando a cena 1 configurada no OBS Studio.

Você poderá mudar a imagem clicando na barra de navegação, para configurar a


propriedade modo slide para manual.
Caso queira deixar como antes, basta dar dois cliques rápidos na fonte “Apresentação de
imagens” e alterar a opção “Modo de slide” para automático, conforme figura seguinte.

Figura 41: Configurando apresentação de imagens no OBS Studio


Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela mostrando como alterar apresentação de imagens para modo manual no OBS
Studio.

O OBS trabalha com as fontes em camada, a camada mais acima estará num plano mais
à frente, a webcam será sobreposta se não for colocada no nível mais alto.

43
Na figura abaixo, a webcam ficou na camada mais interna, por trás da imagem da praia.

Figura 42: Mudando ordem das camadas no OBS Studio


Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela mostrando como alterar a ordem das camadas no OBS Studio.

Para corrigir, você deve clicar na webcam e em seguida clicar na setinha subir de nível,
conforme mostra afigura logo abaixo.

Figura 43: Sobre posição nas camadas no OBS Studio


Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela mostrando uma camada sobre põe a outra no OBS Studio.

Agora sua webcam está um nível à frente da imagem, veja na figura aqui em baixo.

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Figura 44: Ordem das camadas no OBS Studio
Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela mostrando ordem correta das camadas no OBS Studio.

Você terminou a cena 1 com duas fontes. Siga os passos a seguir, para criar mais uma
cena e suas respectivas fontes.
Na janela fonte; clique no botão + “adicionar cena” (1); clique em “OK” (2) para
prosseguir, conforme figura abaixo.

Figura 45: Criando nova cena no OBS Studio


Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela mostrando como criar nova cena no OBS Studio

A cena 2 foi criada, você poderá inserir uma imagem simples como fonte, ela servirá como
papel de parede.
Com a cena 2 selecionada, clique em adicionar fonte na janela “Fontes” (1); Clique em
“Imagem” (2); na janela da imagem, clique em “OK” (3); na janela propriedades da imagem, clique

45
em explorar para procurar a imagem desejada, (4); terminado a seleção do arquivo de imagem, clique
em “OK” (5), conforme figura abaixo.

Figura 46: Inserindo uma imagem na tela do OBS Studio


Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela mostrando como escolher a imagem de fundo de tela no OBS Studio

Você terá a imagem de fundo na tela. Se desejar, faça os ajustes necessários para
enquadrar a imagem no preview , conforme figura abaixo.

Figura 47: Imagem inserida na tela dO OBS Studio


Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela mostrando a imagem de fundo de tela por trás da webcam no OBS Studio.

Você aprenderá como aplicar uma “Transição de cena”. As transições no OBS funcionam
como um efeito de mudança de tela durante um corte de câmera, como uma mudança de slides numa
apresentação de Power Point©, aplicando um efeito.

46
3.6 Janela “Transições de cena”

É nesta janela que você configura os efeitos para mudança de cena, ao mudar de cena o
OBS aplica a transição padrão (corte seco), você pode mudar para uma transição diferente, tipo um
corte suave (esmaecer) ou até inserir um arquivo de vídeo bem curto como transição (Stinger). Existe
também efeitos especiais para transição (Luma Wipe).
Para criar uma transição, clique na barra de opção de “Transições de cena”, escolha a
opção “Luma wipe” (1); Renomeie a fonte, se desejar, clique “OK” (2); Na janela “Propriedade de
Luna wipe” clique no ícone da barra de opção (3); Escolha o efeito “Explosão” (4); Clique em “OK”(5),
você finalizou sua transição. siga o passos da figura abaixo.

Figura 48: Configurando transição de cena.


Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela mostrando como escolher uma transição de cena no OBS Studio.

Pronto, agora quando você estiver numa cena e clicar em outra cena, você verá o efeito
“Explosão” durante a mudança de cena.

3.7 Janela “Controle”

Nesta janela existe alguns comandos, os mais importantes deles são o de “Iniciar
transmissão”, “Iniciar gravação” e “Modo Estúdio”, o modo estúdio mostra no preview a tela da cena
ativa sendo exibida e a próxima tela selecionada que será exibida, como ocorre num “Switcher de
Vídeo”.
Na janela “Controle” clique em iniciar gravação, conforme figura abaixo.

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Figura 49: Iniciar gravação
Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela mostrando como iniciar gravação no OBS Studio.

Você pode finalizar a gravação clicando em interromper gravação, conforme figura


abaixo.

Figura 50: Finalizar gravação


Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela mostrando como finalizar gravação no OBS Studio.

Somente após finalizar e que você terá acesso ao arquivo salvo, clicando no menu
“Arquivo” opção “Mostrar gravações”, o arquivo é salvo com o padrão “ano-mês-dia hora-minuto-
segundo”

48
Lembre-se, o OBS não edita o vídeo, no menu “Arquivo” você tem opção de “Mostrar
gravações do OBS” e no mesmo menu “Arquivo” tem outra opção “Converter gravações” pode-se
converter um arquivo do OBS para MP4, você poderá utilizar qualquer software de edição de vídeos,
no arquivo da gravação original do OBS ou no arquivo convertido MP4.

Veja na videoaula como usar o OBS em uma live.

Saiba mais!
Configurando croma key com transparência e imagem de fundo.
https://www.youtube.com/watch?v=kmaYiIfKq68

Você aprendeu como fazer uma captação com o OBS Studio, é comum cometer alguns
erros durante uma gravação, esquecer uma palavra, gagejar, etc, você pode corrigir isso na etapa de
edição, isso é assunto da próxima competência, utilizar software para editar conteúdos de vídeo para
diversas finalidades.

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4.Competência 04 | Utilizar software para editar conteúdos de vídeo para
diversas finalidades
A edição é a parte mais crucial da produção de conteúdo, é nesta etapa que é feito toda
a montagem das partes captada e constroem-se a sequência da exibição das cenas. Nesta
competência, você aprenderá a fazer edição utilizando um software polivalente, que é capaz de editar
tanto vídeo como áudio.

De uma pausa para ouvir o podcast com calma, esse podcast tem um
conteúdo especial para que você entenda melhor o conteúdo desta
competência.

Os cortes são comandos essenciais num software de edição de vídeo, mas também há os
cortes feitos em cena.

Saiba mais!
Para saber detalhes sobre corte, acesse o link abaixo
https://www.youtube.com/watch?v=5ITEmNViy5w

4.1 Por que usar o ShotCut?

O ShotCut é especial, porque ele tem muitos recursos dos softwares profissionais
pagos. Veja os pontos positivos do ShotCut;
1. Tem suporte a formatos atuais de áudio e vídeo.
2. Permite trabalhar com imagens no formato BMP, GIF, JPEG, PNG, SVG, TGA, TIFF
etc.
3. Não necessita importar vídeos. Ele oferece edição nativa da timeline
economizando processamento.
4. Captura da sua webcam.
5. Captura do áudio do seu PC/laptop.

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6. Exportação de quadros únicos ou sequências de vídeo.
7. Linha do tempo multitrack com thumbnails (imagens miniatura da mídia) e
waveforms (visualização da onda sonora).
8. O software faz a edição básica do áudio dos seus vídeos, com opções de ajuste do
volume e medição de pico.
9. Filtros de áudio: controle de agudos e graves, compressor, canal duplicado, tempo,
ganho, high pass, limiter, low pass, normalizar, reverberação etc.
10. Permite mixagem de áudio sobre todas trilhas.
11. Controles de correção de cores e graduação para sombras, tons médios e claros.
12. Ferramenta “conta-gotas” de seleção de cor natural para fazer o balanço de
branco adequado.
13. Filtros prontos de vídeo e efeitos de velocidade para clips de áudio/vídeo.
14. Operações de corte, exclusão e colagem.
15. Controles de ocultar, travar e emudecer a trilha.
16. Suporte a múltiplas trilhas.
17. Desfazer/refazer ações ilimitado.

4.2 Instalando o ShotCut

Para instalar acesse o site do desenvolvedor e procure a versão do seu sistema


operacional, a versão portable talvez seja a melhor para se usar no polo, você poderá usá-la em seu
pendriver sem a necessidade de acesso à internet ou ter direito administrador do Windows, a
instalação é padrão, sempre confirmando as perguntas que aparecem na tela, bem simples mesmo.

Veja no vídeo abaixo, como baixar e instalar o Shotcut.


https://www.youtube.com/watch?v=7oEnvG6uG2E

51
4.3 Tela de trabalho do ShotCut.

A tela de trabalho do ShotCut é composta de janelas ajustáveis com 4 guias de ambiente


de trabalho.
Principal: permite controlar algumas características do vídeo, por exemplo, a
velocidade de reprodução.
Lista de reprodução: guarda todos os arquivos utilizados na edição (vídeos, fotos,
áudios, etc).
Linha do tempo: local da edição do projeto.
Filtros: permite aplicar os efeitos, todos os comandos de modificação e ajuste são
feitos através de efeitos.
Barra de Ferramentas (1); – Aba de “Arquivos” para reprodução (2); – Aba “Projeto”, você
pode criar um novo projeto ou abrir um já salvo (3); – Linha do tempo (Timeline), neste espaço é que
você fará toda a manipulação nas trilhas de áudio e vídeo, aplicará os cortes, efeitos de transição,
inserções (4); para visualizar os arquivos que fazem parte do seu projeto você vê no Player de vídeo
(5).
Esses elementos estão todos descritos na figura abaixo.

Figura 51: Tela de trabalho do ShotCut


Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela de trabalho do ShotCut enumerando cada sub janela.

4.4 Editando um vídeo no ShotCut

Você pode fazer edições através de vários procedimentos, porém, você aprenderá pelos
processo mais simples e objetivo.

52
4.4.1 Iniciando um projeto

Ao iniciar o Shotcut você pode abrir um projeto já salvo (1) ou criar um novo projeto,
escolher a pasta onde o projeto será salvo (2), dar um nome ao seu projeto (3) e definir o modo de
vídeo (4), por enquanto deixe no “modo automático”, isso manterá a resolução e a taxa de quadros,
baseados no primeiro arquivo que você adicionar ao projeto, veja todos esses pontos na figura
seguinte.

Figura 52: Tela de trabalho do ShotCut


Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela exibindo como criar um novo Projeto no ShotCut.

Quanto mais organizado for seu projeto, mais fácil será executá-lo; portanto,
especialmente nesse momento, acostume-se a manter cada coisa em seu lugar devido.
É importante ter uma pasta para cada projeto e ter todos os arquivos fontes, imagens,
áudios, vídeos, enfim, tudo que você for usar, na mesma pasta de seu projeto.

Antes de prosseguir, na edição de vídeos, dê uma paradinha para um café e


aperte play na videoaula1 desta competência, não perca essa oportunidade de
se familiarizar com o Shotcut.

4.4.2 Lista de reprodução

Você precisa inserir todos os arquivos de mídia na lista de reprodução(5), a maneira mais
simples é teclando “CTRL + O”, mas você pode usar a forma padrão com o mouse, clique no botão

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“Abrir Arquivo” (1) e selecione os arquivos na pasta onde você salvou seus arquivos (2), clique no
arquivo (3) e clique no botão “Abrir” (4). Veja o passo a passo na figura abaixo.

Figura 53: Lista de reprodução do ShotCut


Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela adicionando arquivos a lista de reprodução.

Esse procedimento já será suficiente para você criar uma boa lista de reprodução, mas a
edição do vídeo acontece mesmo é na janela “linha do tempo”, a linha é um indicador de reprodução
do projeto de vídeo, por isso os arquivos dever ser adicionados também a linha do tempo.

4.4.3 Linha do tempo

Agora que você tem vídeos na lista de reprodução, você deve puxar um deles para a Linha
do tempo, você pode fazer isso, simplesmente clicando e arrastando o arquivo desejado (1), que é
bem mais simples ou dando dois cliques no arquivo da lista para selecioná-lo (2) e em seguida clique
no botão “+” (3) na aba “Linha do tempo” e pronto, você inseriu seu primeiro vídeo, veja o passo a
passo na figura abaixo.

54
Figura 54: Print de tela do ShotCut
Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela mostrando como adicionar mais arquivos a lista de reprodução.

Você pode aplicar menos zoom (1) ou mais zoom (2) na linha do tempo, o zoom vai te
ajudar a visualizar a pista de áudio do arquivo (3) para localizar os momentos de silêncio e de fala no
vídeo, facilitando encontrar os melhores pontos para fazer cortes. Veja na figura abaixo os detalhes
da pista de áudio.

Figura 55: Linha do tempo


Fonte: Autor
Audiodescrição da figura: Print de tela mostrando como adicionar arquivos na linha do tempo.

Observe os momentos de silêncio no áudio, esses pontos são ótimos para aplicar cortes.

4.4.4 Corte e exclusão

Aplicar um corte e muito fácil, o vídeo já deve estar na linha do tempo, clique e arraste
o marcador de mídia para o começo do ponto que você deseja excluir no vídeo (1) e clique no botão
“dividir na Playhead” (2) esse botão tem o símbolo de colchetes invertidos “][” , ou simplesmente

55
teclar letra “S” e o vídeo será cortado e agora você verá que o vídeo tem dois blocos, porque o corte
dividiu o vídeo. Conforme figura abaixo.

Figura 56: Comandos da linha do tempo


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=qISCYuKp-kc
Audiodescrição da figura: Print de tela exibindo os comandos de corte e o relógio da linha do tempo.

Você conseguiu perceber que esse corte apenas dividiu o vídeo em dois blocos, então
para retirar um trecho do vídeo, você tem que aplicar o corte no início e no final do trecho que você
quer remover, depois disso você pode mover ou deletar, se quiser.
Para deletar um trecho, clique no trecho solto para selecionar, e tecle em “delete”, o
espaço vazio na pista de vídeo continuará presente, você pode movimentar os blocos de vídeo
clicando e arrastando com o mouse.
Você pode aproveitar o espaço vazio da linha do tempo para inserir um novo vídeo
neste espaço, basta clicar no vídeo disponibilizado em sua “Lista de reprodução”, clique no vídeo da
lista de reprodução (1), araste até a linha do tempo numa posição vaga. Veja o passo a passo na figura
abaixo.

56
Figura 57: Comandos da linha do tempo
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=gq_YLLFRR7M
Audiodescrição da figura: Print de tela exibindo os comandos de corte e o relógio da linha do tempo.

O Shotcut tem o comando desfazer ilimitado, você pode teclar CTRL + Z (voltar) e refazer
CTRL + Y (refazer).

4.5 Inserindo transição de vídeo

Você removeu um trecho do vídeo e inseriu outro vídeo no espaço, e isso fez aparecer
uma mudança de cena, você pode suavizar a mudança de cena aplicando um efeito transição.
Coloque a “agulha” da “linha do tempo” sobre a região do vídeo onde você fez o corte,
dê um zoom usando o botão lupa presente no “Menu de ferramentas” da “Linha do Tempo”, para
ter mais precisão. Veja o passo a passo na figura abaixo.

Figura 58: Inserindo transição


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Sua-tTUo7SU
Audiodescrição da figura: Print de tela demonstrando como inserir transição arrastando bloco na linha do tempo.

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Agora, arraste a imagem miniatura (thumbnail) que representa o vídeo 2 em direção ao
vídeo 1 até que se sobreponham, isso irá criar uma intercessão. Essa intercessão que surgiu é a
“Transição padrão de dissolução” (Fade), esse efeito é o efeito padrão no shotcut, mas você pode
dar um clique no efeito e depois clicar na aba propriedades e alterar o efeito. Conforme demonstrado
na figura abaixo.

Figura 59: Modificando uma transição


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=qISCYuKp-kc
Audiodescrição da figura: Print de tela exibindo demonstrando como alterar o tipo de transição.
Aplique a transição sequência de Cores Circular, mas você pode experimentar outras
transições, mude quando quiser, você deve, sempre, marcar o trecho em que receberá a transição
(1), e depois, vá para “Propriedades” na “Barra de ferramentas” (2), e na janela que se abrir, clique
sobre o menu “vídeo” (3); isso vai acionar uma segunda janela com a relação de todas as transições
disponíveis no Shotcut(4).Conforme mostra figura abaixo.

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Figura 60: Modificando uma transição
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Sua-tTUo7SU
Audiodescrição da figura: Print de tela exibindo demonstrando opções de transição.

4.5.1 inserindo uma nova faixa

Esse recurso pode ser melhor aproveitado quando você necessitar inserir algo
sobreposto; uma imagem, foto, slide, outro vídeo em uma janelinha de captura de webcam ou até
mesmo uma legenda, usar uma nova trilha ou faixa permite aplicar filtro e efeitos sem alterar a a
faixa principal e fazer um ajuste mais apurado.
Para usar esse recurso, clique no primeiro botão de comando da janela “Linha do tempo”,
esse botão tem o símbolo de 3 barrinhas verticais, o nome do botão é “Timeline Menu” (1); aparecerá
uma janela de menu, clique em “Operações da faixa” (2) e em seguida clique em “Adicionar Faixa de
Vídeo” (3).

Figura 61: Inserir nova faixa


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Sua-tTUo7SU
Audiodescrição da figura: Print de tela demonstrando como inserir nova faixa de vídeo.

Aparecerá uma nova faixa logo acima da faixa que você estava trabalhando, no caso,
aparecerá a faixa “V2” (1), a nova faixa está disponível, agora você pode acrescentar um vídeo a essa
nova faixa, mas para fazer isso, você precisar ter o vídeo na “Lista de reprodução” só assim poderá
adicioná-lo na “Linha do tempo” na faixa “V2”.

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Figura 62: Adicionando vídeo a nova faixa
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Sua-tTUo7SU
Audiodescrição da figura: Print de tela demonstrando como adicionar um vídeo a nova faixa.

Observe que é pequeno o espaço para visualização da linha do tempo, você pode
aumentar ou diminuir esse espaço de visualização clicando e arrastando o mouse sobre o botão
pontinhos, esse ícone fica bem na divisão da janela da linha do tempo com o player, O botão está
destacado na figura abaixo.

Figura 63: Redimensionando espaço da linha do tempo


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=qISCYuKp-kc
Audiodescrição da figura: Print de tela demonstrando como aumentar a área da linha do tempo.

Agora você vai adicionar um vídeo na faixa nova (V2). Clique no botão “Adicionar arquivo
a lista de reprodução” (1), escolha um vídeo (2), Clique no botão “Abrir”(3)
O Vídeo agora está na lista de reprodução, você pode dar os comandos pelos botões para
adicionar a linha do tempo, mas usar o mouse é mais prático nessa hora, clique e arraste o vídeo da
lista de reprodução (1) e solte na nova faixa V2 na linha do tempo (2), a figura abaixo demonstra essa
ação do mouse.

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Figura 64: Adicionando vídeo a nova faixa
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Sua-tTUo7SU
Audiodescrição da figura: Print de tela demonstrando como adicionar arquivo com comando de mouse.

Você pode mover o novo bloco de vídeo para a posição mais adequada, a faixa V1 será a
faixa principal a faixa V2 aparecerá um nível acima sobrepondo a camada V1, veja o resultado na
figura abaixo.

Figura 65: Vídeo adicionado


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=gq_YLLFRR7M
Audiodescrição da figura: Print de tela exibindo novo vídeo adicionado a nova faixa de vídeo.

Você tem como aplicar efeitos no novo vídeo da faixa 2 sem alterar a faixa V1, é o que
você aprenderá agora.

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4.5.2 Adicionando filtro em um vídeo

Toda a parte artística e alteração de edição que você fizer em imagem, vídeo ou som, será
realizado através do comando “Filtros”, por isso que foi criado uma faixa separada. Você vai inserir o
filtro “tamanho, posição e rotação” no vídeo da faixa 2. Conforme figura abaixo.

Figura 66: Aplicando filtro


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=gq_YLLFRR7M
Audiodescrição da figura: Print de tela demonstrando como aplicar um filtro em um vídeo.
Clique na thumbnail para que ela fique selecionada (1); clique em “Filtros” (2); clique no
efeito “Tamanho, Posição & Girar”.
Agora, na tela de preview apareceu algumas barras com pontos, você poderá mover esses
pontos, alterando o tamanho, posição ou giro da imagem deste vídeo. Isso está destacado na figura
abaixo.

Figura 67: Redimensionando novo vídeo.


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=gq_YLLFRR7M
Audiodescrição da figura: Print de tela demonstrando redimensionamento de novo vídeo.

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Diminua ou reposicione a thumbnail, clicando e arrastando em suas extremidades, assim
você pode esticá-las (ou encolhê-las). Faça isso para definir quando ou alterar o tempo em que ela irá
permanecer em cena.
Você pode organizar seu trabalho todo em camadas, colocar uma música de fundo em
uma nova faixa e todas as alterações ou correções serão aplicadas dessa forma, selecionando e
aplicando filtro, existem diversos filtros, para vídeo, áudio e tempo, veja as categorias de filtro na
figura seguinte.

Figura 68: Abas do comando Filtro


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Sua-tTUo7SU
Audiodescrição da figura: Print de tela exibindo as opções de filtro em; Favorito, Vídeo, Áudio e tempo

4.6 Renderizar e exportar o vídeo

Essa é a última etapa da edição, para montar um novo vídeo com tudo que estiver em sua
linha do tempo, procure o botão “Exportar” (1) na barra de ferramentas ou clique no menu “Arquivo”
à “Exportar” à “Vídeo”, clique direto no botão ou no menu, irá abrir uma lista com uma grande
variedade de opções, além de poder configurar sua própria exportação.
Vá para a guia “Estoque” e escolha a predefinição “YouTube” (2), que é um padrão
H.264/AAC MP4, ele é aceitável para a maioria das demandas e espectadores da internet.
Clique no botão “Exportar arquivo” (3), defina a pasta e o nome do arquivo e clique em
“Salvar” (4), veja esse passo a passo na figura abaixo.

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Figura 69: Renderizando o projeto
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Sua-tTUo7SU
Audiodescrição da figura: Print de tela demonstrando como renderizar o projeto

Acompanhe a exportação pelo painel “Trabalhos”, conforme exibido na figura abaixo.

Figura 70: Status da renderização


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Sua-tTUo7SU
Audiodescrição da figura: Print de tela exibindo o status da renderização e criação de novo vídeo.

Dica
Para quem vai postar no YouTube, o Google disponibiliza várias trilhas sonoras
com licença gratuita, no endereço: www.youtube.com/audiolibrary

Agora você já consegue navegar no universo da edição de vídeo e o melhor de tudo, com
um software livre e leve que roda bem com poucos recursos. Aproveite e faça mais edições e
experimente novos efeitos.

Acesse o AVA e veja a videoaula2, ela foi preparada especialmente para te


incentivar a usar os filtros. Lá você aprenderá a baixar vídeos do youtube e do
seu celular e aplicar efeitos bem interessantes.

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Agora foi finalizado o trabalho básico de edição de vídeo, todos procedimentos vistos
nessa disciplina ficará mais fácil pela repetição, a técnica básica da iluminação, a movimentação de
câmera, uso do OBS para fazer um captação com transições de cena, abrir o arquivo do OBS no
ShotCut e efetuar os cortes, acrescentar uma nova faixa e aplicar filtro no vídeo e no áudio.
Tudo isso ficará naturalmente em sua rotina com a prática, com o tempo você vai pegar
desenvoltura com o mouse e tornará sua produção mais fluida, claro que você viu o que faz parte da
rotina dos profissionais de edição, veja as videoaulas e procure aplicar novos filtros em novas faixas
de áudio e vídeo, existe muitos outros bons tutoriais que ajudarão você a desenvolver sua
criatividade. E uma boa dica é, pratique, pratique e pratique.

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Conclusão
Que pena! Chegamos ao final da jornada!
Estou torcendo por você, espero que você tenha gostado dessa disciplina e das
competências ao ponto de não ficar satisfeito!
Sim, claro, como diria o professor Sérgio Cortela; “um animal satisfeito dorme...” Por isso
pratique e queira saber mais, não se contente com o possível, faça seu melhor, não aceite os limites
alheios a sua vontade fazendo somente o que você pode ou o que dá, desafie-se vá além, coloque
em prática o que você aprendeu.
Vimos os recursos mais usados do OBS Studio, agora você tem conhecimento suficiente
para melhorar suas captações e configurar suas cenas com diversas fontes, configure seu celular
como webcam com o Droidcam, exporte o arquivo de vídeo para fazer seus cortes e inserções de uma
trilha de áudio pelo Shotcam, faça transições e memes neste software, trabalhe bem a iluminação
usando a técnica básica de 3 pontos e treine fazendo externas.

Boa jornada e até breve.


Álvaro Nunes

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Referências

VERNAGLIA JR, Armando. Como Fazer Vídeos. São Paulo: Iphoto Editora.

VERNAGLIA JR, Armando. Fotografia-DG. São Paulo: Iphoto Editora.

VERNAGLIA JR, Armando. 13 Dicas essenciais para ser um mestre videomaker: Iphoto Editora.

BALAN, Willians Cerozzi, A iluminação em programas de TV: Arte e Técnica em harmonia: Bauru,
1997. Tese (Mestrado em Comunicação e Poéticas Visuais) – Faculdade de Arquitetura, Artes e
Comunicação, Universidade Estatual Paulista.

CESTARO, Dani. Como filmar sem tremer DIY. Youtube, 03 mar. 2022. Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=ZO9JLRcst_8>. Acesso em 15 mar. 2022.

BENITEZ, Diego. Shotcut: Uma introdução ao Shotcut. Documento eletrônico. Disponível em


<https://www.ifmg.edu.br/ouropreto/nuted-
ead/comunicados/Tutorial_UmaIntroduaoAoShotcut_Nuted.pdf>. Acesso em 01 mar. 2022.

OLIVEIRA, Aloander. Oficina de captação, iluminação e edição de vídeos com Aloander Oliveira.
Youtube, 03 mar. 2022. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7kjFeaW4EiI>. Acesso
em 15 mar. 2022.

MELO, Cristina; BOMFIN, André; SOUSA, Fernanda; BARBOSA, Francine. Câmera fixa, câmera em
movimento, movimento da lente. Youtube, 03 mar. 2022. Disponível em:
<https://www.escrevendoofuturo.org.br/caderno_virtual/caderno/documentario/oficinas/etapa-1-
camera-fixa-camera-em-movimento-movimento-da-
lente/#:~:text=Durante%20esse%20movimento%20ela%20pode,direita%20ou%20para%20a%20esq
uerda.>

SOFTALIZA. Manual para gravações de vídeos. XXIII Congresso Brasileiro de Automática. Disponível
em: < https://cba2020.galoa.com.br/wp-content/uploads/2020/10/Manual-de-
gravac%CC%A7a%CC%83o-de-vi%CC%81deos-CBA-2020.pdf>. Acesso em 15 mar. 2022.

LATIKISMIKIS. Las fotografías no las hacen las máquinas las hacen las personas. Documento
eletrônico. Disponível em <http://latikismikis.blogspot.com/search/label/V%C3%ADdeo>. Acesso em
15 mar. 2022.

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Minicurrículo do Professor

Álvaro Nunes
Licenciado em Computação pela Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE). Técnico em Eletrônica pelo Instituto Monitor, São Paulo
(2016).
Atualmente é professor do ensino técnico no curso Técnico em
Desenvolvimento de Sistemas, na modalidade presencial, atuando também
como professor formador e conteudista na modalidade EAD, nas disciplinas:
Edição e Captação de Vídeos e Distribuição e Monitoramento de Conteúdo Audiovisual, pela
Secretaria de Educação do estado de Pernambuco.

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Você também pode gostar