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Cadeia de Suprimentos

Lucinea Maria de Lima Freire Lacerda

Curso Técnico em
Administração
Cadeia de Suprimentos
Lucinea Maria de Lima Freire Lacerda

Curso Técnico em
Administração

Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa

Educação a Distância

Recife

2.ed. | março 2023


Professor Autor Catalogação e Normalização
Lucinea Maria de Lima Freire Lacerda Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)

Revisão Diagramação
Cristiane Maria de Oliveira Jailson Miranda

Coordenação de Curso Coordenação Executiva


Dayvson Ricardo Rufino da Silva George Bento Catunda
Renata Marques de Otero
Coordenação Design Educacional Arnaldo Luiz da Silva Junior
Deisiane Gomes Bazante
Coordenação Geral
Design Educacional Maria de Araújo Medeiros Souza
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger Maria de Lourdes Cordeiro Marques
Helisangela Maria Andrade Ferreira
Izabela Pereira Cavalcanti Secretaria Executiva de
Jailson Miranda Educação Integral e Profissional
Roberto de Freitas Morais Sobrinho
Escola Técnica Estadual
Revisão descrição de imagens Professor Antônio Carlos Gomes da Costa
Sunnye Rose Carlos Gomes
Gerência de Educação a distância
Sumário
Introdução ................................................................................................................................... 5

1.Competência 01 | Entender o conceito e a operação da Cadeia de ............................................. 7

Suprimentos................................................................................................................................. 7

1. Definição da Cadeia de Suprimentos ............................................................................................................7


1.2 Conceito da Cadeia de Suprimentos ........................................................................................................ 10
1.3 Gestão da Cadeia de Suprimentos ........................................................................................................... 11
1.4 Origens: do artesão à Revolução Industrial ............................................................................................. 16
1.6 Globalização ............................................................................................................................................. 25
1.7 Operações logísticas................................................................................................................................. 26
1.8 Compreendendo a cadeia de suprimentos .............................................................................................. 30
2.Competência 02 | Conhecer os processos de fornecimento ...................................................... 35

2.1 coleta e análise dos dados sobre o que se comprou anteriormente....................................................... 36


2.2 Sobre o que você comprará futuramente................................................................................................ 37
2.3 Avaliação do desempenho dos fornecedores anteriores em termos de custo e benefício. ................... 38
2.3.1 Processo de negociação fornecedor-comprador-cliente. ..................................................................... 40
2.3.1.1 Objetivo do gerenciamento das aquisições ....................................................................................... 42
2.4 Sobre a negociação em Compras ............................................................................................................. 44
2.4.1 O setor de compras ............................................................................................................................... 46
3.Competência 03 | Conhecer os processos de expedição ........................................................... 54

3.1 Principais Tipos de Infraestrutura ............................................................................................................ 57


3.2 Infraestrutura de transporte .................................................................................................................... 59
3.2.1 Transporte por diferentes meios. ......................................................................................................... 62
3.2.2 Departamento de expedição e denominações ..................................................................................... 65
3.3 Distribuição .............................................................................................................................................. 67
4.Competência 04 | Compreender a operação Just in Time ......................................................... 75

4.1 Origem e conceitos do JIT ........................................................................................................................ 75


4.3 Filosofia Just in Time ................................................................................................................................ 81
4.3.2 Envolvimento dos funcionários............................................................................................................. 84
4.3.3 Esforço de aprimoramento contínuo .................................................................................................... 84
4.5 Vantagens do Just in Time ........................................................................................................................ 90
Conclusão................................................................................................................................... 93

Referências ................................................................................................................................ 96

Minicurrículo do Professor ......................................................................................................... 98


Introdução
Olá, Estudante!
Eu, sou a profa. Lucinea Lima Lacerda e serei sua condutora nessa jornada.
Primeiramente, quero parabenizar você, por estar aqui nessa trilha do conhecimento na disciplina de
Cadeia de Suprimentos! A trilha desse e-book está composta por quatro competências. A
competência 1 trata de entender o conceito e a operação da cadeia de suprimentos. A competência
2 trata de conhecer os processos de fornecimento. A competência 3, por sua vez, trata de conhecer
os processos de expedição e a competência 4 trata de um tipo de operação específica denominada
Just in Time.
É importante que você tenha em mente que, para essa disciplina, cada competência
corresponde a uma semana. Assim, a cada semana você terá vídeos aulas e podcasts que lhe darão
subsídio e compreensão dos conteúdos abordados. Dessa forma, você deve planejar o seu tempo de
estudo, comprometendo-se, com a pontualidade e qualidade, que também são inerentes aos
processos que envolvem a cadeia de suprimentos.
Ao concluir sua jornada nessa trilha esperasse que você tenha se apropriado do
entendimento que concerne a cadeia de suprimentos, a necessidade de se planejar essa, mesmo
antes da materialização de algum produto e/ou serviço para as mais variadas organizações, e um bom
fluxo de informação alicerçado por uma excelente sistema de informação, que permita que chegue,
onde se precisa chegar, o que for necessário a tempo e hora e no momento exato que se fizer
necessário, pelos mais diferentes modais de transporte aliado a tecnologia disponível para cada
tempo e situação.
E para que você compreenda que os processos de distribuição física de produtos
remontam de outros tempos, imagine como era ter acesso aos produtos oriundos de outras cidades
e/ou países quando ainda nem se quer, um telefone fixo havia sido inventado! Então, você sabia que:

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Nas épocas mais antigas da história documentada da humanidade, as
mercadorias mais necessárias não eram feitas perto dos lugares nos quais
eram consumidas, nem estavam disponíveis nas épocas de maior procura
[...]. Os povos mais antigos consumiam os produtos em seus lugares de
origem ou os levavam para algum local profundo ou armazenando-os para
utilização posterior [...]. O movimento das mercadorias limitava-se àquilo
que a pessoa conseguia fazer por suas próprias forças [...O] limitado sistema
de transporte-armazenamento normalmente obrigava as pessoas a viver
perto das fontes de produção e as limitava ao consumo de uma escassa
gama de mercadorias (BALLOU, 2007, p.26).

Então, sua jornada, começa agora!

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1.Competência 01 | Entender o conceito e a operação da Cadeia de

Suprimentos
Você está na competência 01 do seu e-book da disciplina de cadeia de suprimentos. Para
melhor compreensão dos assuntos que serão tratados nessa, a mesma foi subdividida em três
tópicos. Definição da cadeia de suprimentos, conceito da cadeia de suprimentos e gestão da cadeia
de suprimentos.

Fique ligado!!! Você também pode conferir a definição de cadeia de


suprimentos no podcast e vídeo aula dessa competência.

1. Definição da Cadeia de Suprimentos

Quando se fala sobre cadeia de suprimentos ou (supply chain), o que vem à sua mente?
Talvez, você lembre de uma rede interligada de negócios. Não é mesmo? Tal como uma rede de pesca,
que possui os seus nós e esses se apresentam como ponto de encontro. Assim é o funcionamento de
uma cadeia de suprimentos. Essa abrange desde o armazenamento da matéria-prima até o produto
final no ponto de consumo. Conforme representa o infográfico da cadeia de grãos da empresa
AMAGGI. Que atua na “Cadeia de Grãos que envolve desde a compra de grãos (soja e milho) e
insumos junto a diferentes fornecedores, armazenagem de produtos, processamento, transporte
rodoviário e hidroviário, até a sua comercialização no mercado externo e interno” (Neogrid,2022.).

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Figura 01 - Cadeia de suprimentos.
Fonte: CARGO, 2018
Descrição da figura: O infográfico apresenta a cadeia de suprimentos, a imagem tem fundo cinza com linha direcionada
por setas vermelhas ligando os ícones coloridos que ilustra o processo de cadeia de suprimentos. O processo se inicia
com o ícone de boneca telefonista na sequência ligado por uma linha pontilhada no sentido anti-horário, tem-se o
ícone: galpão de estoque, ícone de conferência, seguido em linha horizontal, o ícone transporte empilhadeira, o ícone
de um boneco que representa a carga, o ícone de caminhão e o por último o ícone de uma porta que significa a casa do
cliente. Fim de descrição

Mas, qual seria então, uma definição para cadeia de suprimentos? De uma forma
resumida pode-se dizer que a:

Cadeia de suprimentos representa um conjunto de atividades que envolvem os processos


de compra, armazenamento, transformação, embalagem, transporte, movimentação
interna, distribuição, e todo o suporte necessário para que tudo isso aconteça.
Fonte: ERPFLEX.com

Por sua vez, os estudiosos Levi, Kaminsky e Levi (2010, p. 34), definiram que

A cadeia de suprimentos gira em torno da integração eficiente entre fornecedores,


fabricantes, depósitos e lojistas, ela engloba atividades de uma empresa em diversos
níveis, desde o estratégico até o tático e o operacional.

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Assim, ao se considerar as definições apresentadas nessa seção é possível intuir que para
existir uma cadeia de suprimentos é necessário que antes haja um produto, que este tem um ciclo de
vida e processos inerentes a ele, para que ele chegue ao consumidor final, conforme a figura ciclo da
cadeia de suprimentos.

Figura 02 - Ciclo da Cadeia de Suprimentos


Fonte: Bluesoft, 2019.
Descrição da figura: O infográfico foi nomeado pela empresa Bluesoft como: Ciclo da Cadeia de Suprimentos. Figura
retangular na cor azul, apresenta da esquerda para a direita, uma representação em desenho de um homem
denominado de produtor, partindo dele sequência de quatros setas na cor branca da esquerda para direita, que aponta
para uma representação em desenho de fabricante, saindo desse mais uma seta que aponta para uma representação
em desenho de um caminhão pequeno denominado como distribuidor, partindo desse também uma seta que aponta
para uma representação em desenho de um carrinho de compra, e por último a seta que sai do carrinho de compra
aponta para uma representação gráfica de um monitor, que recebe o nome de consumidor. Fim da descrição

Percebe como mesmo não estando ilustrado um produto no infográfico do ciclo da cadeia
de suprimentos, ainda assim é como se ali existisse um produto? É só imaginar que as setas que saem
do produtor para o fabricante, do fabricante para o distribuidor e assim sucessivamente estão a
transpor esse produto até que o mesmo chegue ao destino final.

Ainda sobre definição da cadeia de suprimentos, vale lembrar que:

Diferentes autores da área utilizam a expressão Rede de Suprimentos (Supply Network),


ao invés de Cadeia de Suprimentos (Supply Chain), isso porque a lógica de rede remete a
uma estrutura mais complexa em que raramente existe uma linearidade na execução dos
processos e/ou atividades e o contato com o cliente final não tende a ser exclusivo do elo
final da rede, até porque é difícil definir qual é o último elo da rede

(VIANA, ALVES, LACERDA, 2019, p.22).

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Os autores referenciados na citação anterior, ainda chamam atenção que “o desafio das
organizações consiste em operar de forma eficiente e eficaz as operações inerentes à cadeia de
suprimentos, com vistas a obtenção de se obter vantagem competitiva, agregar valor, reduzir
custos e aumentar lucratividade” (VIANA, ALVES, LACERDA, 2019). O que remete a seção 1.2
Conceito da cadeia de suprimentos.

1.2 Conceito da Cadeia de Suprimentos

Considere o que você já conhece da definição de cadeia de suprimentos. Como você


explicaria para um colega, o que é cadeia de suprimentos? Por certo, você dirá que consiste em um
sistema integrado entre a produção e entrega ao consumidor final, que interliga diferentes
fornecedores e serviços para que o produto siga da origem ao destino, não é mesmo? Ótimo! Você
já conseguiu apresentar uma ideia geral do que trata a cadeia de suprimentos!
E para que você, tenha propriedade no que diz, é importante que embase o seu
conhecimento em autores que já estudam o tema há algum tempo. Como os estudiosos Levi,
Kaminsky e Levi (2010, p.33) que apresentaram o conceito para cadeia de suprimentos como uma:

Rede logística, que consiste em fornecedores, centros de produção, depósitos, centros de


distribuição, varejistas, além de matérias-primas, estoques de produtos em processo e
produtos acabados que se deslocam entre instalações.

Agora que você conhece definições, conceitos e entende a cadeia de suprimentos como
uma rede, observe o quadro o que é Cadeia de Suprimentos?

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O que é Cadeia de Suprimentos?
Na atualidade, a feroz competição nos mercados globais, o aparecimento de
produtos com ciclos de vida curtos e as maiores expectativas dos clientes
forçam as empresas do setor de produção a investir e concentrar esforços
nas cadeias de suprimentos. Este cenário, ao lado dos constantes progressos
nas tecnologias de comunicação e transporte (por exemplo, comunicação
móvel, Internet e entregas noturnas), motiva a constante evolução da cadeia
de suprimentos e de diferentes técnicas para sua gestão eficiente. Em uma
cadeia de suprimentos típica, matérias-primas são compradas, produtos são
manufaturados em uma ou mais fábricas, transportados para depósitos para
fins de armazenamento temporário e então transportados para varejistas e
clientes. Desta forma, para reduzir custos e melhorar os níveis de serviço, as
estratégias eficazes de gestão da cadeia precisam contemplar as interações
entre seus diferentes níveis.

Por certo, por esse quadro você compreendeu que a cadeia de suprimentos, ou melhor,
o funcionamento dessa está interligado com uma rede de empresas, que prestam os mais diferentes
serviços, com o propósito de se manter a qualidade do produto que está sendo “movimentado” desde
a origem, até o destino, desse. Por consequência, pode-se afirmar que a missão da cadeia de
suprimentos é realizar a melhor entrega, em menor tempo, com custo reduzido, prezando pela
qualidade do que se movimenta (produto) dentro de uma rede logística. E para o êxito dessa missão,
faz-se necessário ter acesso, ao que é tema recorrente nos mais diversos temas tratados em
Administração. A gestão. Nesse caso, especificamente, a gestão da cadeia de suprimentos.

1.3 Gestão da Cadeia de Suprimentos

Mas, o que é gestão? Um conhecimento geral é o ato de gerir. Administração. Que é o


seu curso. E por certo, nesse você ampliará seu conhecimento sobre os mais diversos tipos de gestão:
de pessoas, finanças, organizacional. Sendo, para essa seção que interessa saber sobre gestão da
cadeia de suprimentos. Para se chegar a uma compreensão da gestão da cadeia de suprimentos,
trazendo um pouco mais para um exemplo do cotidiano, segue um convite para que você imagine a
situação a seguir:

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Era uma vez um Petit comité
Imagine, que você mora sozinho e decidiu realizar um Petit comité de casa
nova. Como foi algo de última hora, você percebeu que justo hoje, você está
de plantão no seu serviço e não terá tempo hábil para organizar tudo a tempo
de receber os convidados. Para fazer bonito, você decidiu então, contratar os
serviços de uma assessoria para pequenas reuniões, que por sua vez irá
contratar o um chef, uma decoradora, serviço de garçom, serviço de música,
entretenimento, lembrança de agradecimento... E tudo isso, com você fora da
sua residência, sendo informado do andamento dos preparativos, autorizando
e acompanhando tudo à distância, via aplicativo. Sim, pois essa assessoria que
você contratou fornece ao cliente um aplicativo de monitoramento e gestão
dos custos de realização de evento.

Fonte: A Autora, 2021.

Você consegue imaginar, quantos fornecedores estão envolvidos nesse processo de


produção do evento denominado de petit comité? E cada fornecedor também precisa gerenciar seu
negócio, seus produtos e pessoas para que tudo chegue dentro do prazo e a contento? Percebe que
o seu pequeno evento movimentou uma rede de fornecedores, que por sua vez, organizaram uma
logística para atender a sua demanda? E assim, você possa tranquilamente receber seus convidados
e receber os elogios dessa memorável recepção, não é mesmo?
Ampliando um pouco o pensamento, no caso sugerido, você pode gerenciar o processo
de elaboração do evento por meio de um aplicativo. Por sua vez, quando se trata de empresas,
independentemente do tamanho dessa, também são implementados modelos e sistemas de gestão.
Quando o tema é cadeia de suprimentos, pense em toda uma movimentação que ultrapassa
fronteiras e mobiliza, comunicações e meios de transportes disponíveis com a finalidade de entregar
no destino, em perfeito estado, o que é enviado. Para isso, é necessário gerir a cadeia de suprimentos.
Mas, o que é gestão da cadeia de suprimentos?

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A gestão da cadeia de suprimentos é um conjunto de abordagens que integra, com
eficiência, fornecedores, fabricantes, depósitos e pontos comerciais, de forma que a
mercadoria é produzida e distribuída nas quantidades corretas, aos pontos de entrega e
nos prazos corretos, com o objetivo de minimizar os custos totais do sistema sem deixar
de atender às exigências em termos de nível de serviço.
Fonte: LEVI, KAMINSKY, LEVI (2010, p.33)

SIPOC
Ao analisar como um processo da cadeia de suprimentos realmente funciona, é
importante identificar os cinco principais atributos denominados pelo acrónimo SIPOC (em inglês):
• Suppliers (Fornecedores) são pessoas, grupos ou sistemas que fornecem entradas
para um processo. Isso pode compreender as empresas das quais você compra
suprimentos, mas também pode incluir um sistema de computador que forneça os
dados necessários.
• Inputs (Entradas/insumos) incluem qualquer coisa que entra em um processo, um
sistema ou uma máquina. Podem compreender as matérias-primas, componentes,
materiais de embalagem, informações e instruções.
• Process (Processos) é a etapa de uma cadeia de suprimentos que você está tentando
analisar. O processo pode ser um processo de planejamento (como definir metas de
estoque) ou um processo de execução (come selecionar um item em um centro de
distribuição).
• Outputs (Saídas/Produto Final) é o que um processo produz. As saídas incluem o
produto ou serviço que o processo deve entregar e também pode incluir
informações. Em muitos processos, as saídas também incluem os resíduos.
• Customers (Cliente) São pessoas, grupos ou sistemas que usam os produtos finais de
um processo. O cliente em um SIPOC não precisa ser o cliente que compra a seu
produto acabado.

Compreende a analogia com a gestão da organização de um pequeno evento? Porém em


cadeia de suprimentos, para uma empresa que produz bens e commodities a gestão tem proporções
maiores e foi denominada pelo autor Daniel Stanton (2019, p.75) de SIPOC (em inglês) que é a sigla

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para: Suppliers (fornecedores), Inputs (entradas / insumos), Process (processos), Outputs (Saídas /
Produto Final) e Customers (clientes). Confira do que trata cada uma dessas etapas que forma a sigla
SIPOC (em inglês):

• Suppliers (Fornecedores) são pessoas, grupos ou sistemas que fornecem entradas


para um processo. Isso pode compreender as empresas das quais você compra
suprimentos, mas também pode incluir um sistema de computador que forneça os
dados necessários.
• Inputs (Entradas/insumos) incluem qualquer coisa que entra em um processo, um
sistema ou uma máquina. Podem compreender as matérias-primas, componentes,
materiais de embalagem, informações e instruções.
• Process (Processos) é a etapa de uma cadeia de suprimentos que você está tentando
analisar. O processo pode ser um processo de planejamento (como definir metas de
estoque) ou um processo de execução (come selecionar um item em um centro de
distribuição).
• Outputs (Saídas/Produto Final) é o que um processo produz. As saídas incluem o
produto ou serviço que o processo deve entregar e também pode incluir
informações. Em muitos processos, as saídas também incluem os resíduos.
• Customers (Cliente) São pessoas, grupos ou sistemas que usam os produtos finais de
um processo. O cliente em um SIPOC não precisa ser o cliente que compra a seu
produto acabado.
STANTON (2019, p.75).

Após conhecer o que significa cada sigla do SIPOC, percebe que para a “fazeção” de um
produto, há fornecedores, entradas, processos e saídas, com o objetivo fim de suprir uma
necessidade de mercado que tem na ponta final, o cliente? Assim, lembre-se do cultivo e da
movimentação de grãos que foi exemplificado anteriormente, nesse e-book, pois esses passaram
pelo processo de fornecedores de matéria-prima, processamento, colheita, armazenagem,
transporte e envio ao destino. Para que essa “movimentação” ocorresse a contento e dentro do

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prazo, foi necessário realizar a gestão de cada etapa do fluxo do processo. Portanto, tem-se a
afirmação que:

A gestão da cadeia de suprimentos (Supply Chain Management - SCM) é um processo que


consiste no planejamento estratégico de fluxos, sejam eles de bens, serviços, finanças,
informações, etc. bem como das relações entre empresas, com o intuito de alcançar os
objetivos da organização.
Fonte: Blog Neway, (2021)

Corroborando com a citação mencionada tem-se a figura Cadeia de Suprimentos, a qual


ilustra em uma seta bidirecional, as interfaces da gestão da cadeia de suprimentos desde os
fornecedores de segundo nível, de primeiro nível, operação, consumidores de primeiro nível e
consumidores de segundo nível, paralelo com a gestão de compra, gestão da distribuição física,
logística, gestão de materiais e de ponta a ponta, a própria gestão da cadeia de suprimentos.

Figura 03 - Gestão da Cadeia de Suprimentos


Fonte: ENJOURNEY Consultoria e Capacitação
Descrição da figura: apresenta cinco colunas sendo quatros na cor cinza e uma central na cor vermelha verticais da
esquerda para a direita e sobrepostas por setas bidirecionais na cor azul escuro. A primeira coluna representa os
fornecedores de segundo nível, a segunda coluna os fornecedores de primeiro nível, a terceira e central coluna
representa a operação, a quarta coluna representa os consumidores de primeiro nível e a quinta e última coluna
representa os consumidores de segundo nível. As setas sobrepostas fazem as interfaces entre as colunas, da seguinte
forma: de cima para baixo, a primeira seta faz a interface dos fornecedores de primeiro nível com a operação e é
denominada de gestão de compras. Na mesma linha, a segunda seta faz a interface entre a operação e os consumidores
de primeiro nível e é denominada de gestão da distribuição física. Logo abaixo, a terceira seta faz a interface entre a
operação, os consumidores de primeiro nível e os consumidores de segundo nível e é denominada de logística. Mais
abaixo, a quarta seta faz a interface entre os fornecedores de primeiro nível, a operação, os consumidores de primeiro
nível e é denominada de gestão de materiais. Por último, tem-se a seta gestão da cadeia de suprimentos que faz a
interface de ponta a ponta. Dos fornecedores de segundo nível, fornecedores de primeiro nível, operação,
consumidores de primeiro nível e consumidores de segundo nível. Fim da descrição.

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De acordo com a Enjourney Consultoria "às organizações que vislumbram satisfazer ao
consumidor final e que visam superar suas expectativas, precisam estar atentas ao fluxo de
informações internas, bem como de materiais, entre todas as empresas com as quais se relacionam”,
conforme pôde ser constatado na figura Gestão da Cadeia de Suprimentos.
Agora que você já sabe que é imprescindível gerir a informação, para uma boa gestão da
cadeia de suprimentos e quais os atributos a serem analisados nessa, por meio da ferramenta SIPOC,
é chegado o momento de pensar sobre como a revolução industrial, na evolução dos transportes e
sobre avanços tecnológicos que contribuem desde os tempos passados até o momento presente para
com o entendimento sobre cadeia de suprimentos e o gerenciamento dessa.
Os autores BOWERSOX, CLOSS e COOPER (2014, p.3) apontaram em seus estudos, sobre
Cadeia de Suprimentos, por meio da globalização, que o mundo industrializado não era mais
caracterizado pela escassez. Pois, o consumidor tinha, portanto, a sua escolha, uma ampla variedade
de bens e serviços. Os autores destacam ainda, que:

Enormes mudanças ocorreram como resultado da tecnologia da informação disponível.


Durante a década de 1990, o mundo do comércio sofreu um impacto irreversível por conta
do advento dos computadores, da Internet e de uma série de possibilidades acessíveis de
transmissão de informações. A informação é caracterizada pela velocidade,
acessibilidade, acurácia e, acima de tudo, relevância, tornou-se regra.

Voltando um pouco no tempo, tem-se o seguinte cenário:

1.4 Origens: do artesão à Revolução Industrial

Considere que a origem do conceito cadeia de suprimentos está relacionada com a


evolução da produção dos bens. Tome por personagem central dessa seção, o artesão. Que em
tempos passados, quando a realizar sua atividade laboral1, podia atuar como autônomo sendo, ele

1Laboral, vem do latim, que significa trabalho. Por isso, a relação que se estabelece é a atividade que é feita como meio de trabalho. Atividade que
esteja relacionada com o trabalho.
Fonte: Dicionário Informal (2020).
Disponível em:

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mesmo o proprietário da oficina ou poderia exercer seu ofício trabalhando na oficina artesanal de
outros onde recebia homens de negócios para comprar suas peças. Essa forma de trabalho, artesanal,
ficou conhecida como: sistema doméstico, conforme representado na figura: O trabalho dos
artesãos.

Figura 04 - O trabalho dos artesãos


Fonte: Blog do Enem - https://blogdoenem.com.br/revolucao-industrial-historia-enem/
Descrição da figura: No interior de uma casa com paredes sem acabamento e iluminada pela luz do sol que entra
timidamente por uma janela à direita, há a imagem de um homem com bigode e cavanhaque e touca vermelha na
cabeça. Ele veste camisa de manga comprida e suas mãos estão sobre os fios encaixados no tear, sobre o qual o homem
se apoia em um pedal largo para manuseá-lo. No chão à frente do tear está um recipiente semelhante a uma bacia onde
dentro desta existe o cabo de algum tipo de utensílio que está encoberto por alguns fios de linha. À esquerda da figura
existe uma mulher vestida com saia longa e blusa de manga comprida com lenço na cabeça sentada de perfil em um
pequeno banco de madeira girando a roda do tear. Ao lado direito da mulher há um cesto de bebê com um bebé dentro
encoberto por um pequeno lençol. Ao lado do cesto existe uma menina vestida com saia na altura do joelho, de casaco,
com meias longas e sapato sentado ao chão brincando com uma boneca que veste saia. Ao fundo, preso na parede
existe um quadro com pintura de flores dentro de um vaso decorando o ambiente. Fim da descrição

Na época retratada pela figura, o artesão era dono dos meios de produção (instalações,
ferramentas manuais e matéria-prima), realizando todas as etapas do processo de produção. Dessa
forma, a produtividade dependia do ritmo e da habilidade do artesão. Por isso, o artesanato não
garantia uma produção volumosa.
Ainda sobre a figura: o trabalho dos artesãos, nota-se que o trabalho existia concomitante
ao ambiente doméstico. No qual um artesão e sua esposa trabalhavam em uma oficina doméstica.

https://www.dicionarioinformal.com.br/atividade+laboral/#:~:text=Laboral%2C%20vem%20do%20latim%2C%20que%20significa%20trabalho.&text=
Atividade%20que%20esteja%20relacionada%20com,mesmo%20que%20gin%C3%A1stica%20para%20trabalho.
Acesso em: DEZ, 2022.

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Há ainda uma criança no cesto e outra brincando ao lado enquanto os pais trabalham. Naquele
tempo, o sistema doméstico de produção não separava a vida familiar das tarefas do trabalho.

Com o passar do tempo e ao crescimento da população, ocorreu um aumento do


consumo. O trabalho artesanal então, deu lugar a outras formas de organização da produção, a outro
espaço de manuseio das encomendas: as fábricas. Nestes espaços os artesãos deixaram de ser os
donos dos instrumentos. Por outro lado, eram capazes de atender uma maior quantidade de
encomendas, por dois fatores:

1) a introdução da máquina no processo produtivo e


2) por poder contar com a força de trabalho de outros artesãos, com o propósito de
atender as demandas dos comerciantes.

A esses fatores, pode-se atribuir parte do início da revolução industrial. Que teve duas
fases: A primeira fase desta revolução foi marcada pela introdução do carvão e ferro como insumos
para a produção, o surgimento da máquina a vapor, a transformação das oficinas em fábricas, a
passagem do artesão de pequena oficina a operário e a urbanização. Já na segunda fase ocorre a
substituição do vapor pela eletricidade, do uso dos derivados de petróleo, substituição do ferro pelo
aço, evolução dos meios de comunicação e transportes e expansão da industrialização. O setor mais
representativo, da segunda fase da revolução industrial foi o automobilístico, pois introduziu novas
técnicas de produção que foram adotadas por outras empresas.
As novas técnicas de produção iniciadas na segunda fase, da revolução industrial, a partir
do setor automobilístico ficaram conhecidas como Fordismo, cujo criador se chamava Henry Ford.

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Curiosidade:
Você sabia que dizem que o insight para o processo de produção em massa,
através de esteiras mecânicas aplicadas por Henry Ford no processo de
produção dos veículos surgiu quando da visita dele a um abatedouro de
bovinos? Nesses frigoríficos, os animais eram suspensos de cabeça para
baixo por uma corrente que corria presa à uma calha, passando de um
funcionário para o outro.

De acordo com o fordismo, a produção deve ser em escala – em grandes quantidades – a


fim de reduzir os custos, diminuir os preços e aumentar os lucros com a venda de mais produtos. Ao
mesmo tempo, Ford percebeu que a produção em escala deveria ser direcionada para o consumo em
massa, isto é, era necessário ampliar o mercado consumidor. Para implementar o modelo fordista de
“produção em massa e consumo em massa”, os produtos passariam a seguir uma padronização. Por
exemplo, a Ford passou a fabricar o mesmo modelo de carro durante vários anos.

Note então, que a produção em escala está diretamente relacionada à


produção em grandes quantidades, e que esta possui uma padronização com
a finalidade de reduzir os custos de produção, consequentemente os preços
refletindo no aumento do lucro e na venda de mais produtos.

Voltando a mudança no processo produtivo... A população estava crescendo e o consumo


aumentando. Situação, na qual, eleva-se assim a produção, e consequentemente passa a existir uma
necessidade de escoamento dos produtos por diferentes rotas, que até então eram realizadas por
meio de navios (embarcações). O que demonstra que, a partir da revolução industrial houve uma
evolução, também dos meios de transportes. Uma dessas evoluções ocorreu em 1830, quando
George Stephenson inventou a locomotiva a vapor, e consequentemente surgiram as ferrovias que
evoluíram rapidamente. Com as estradas de ferro e as embarcações a vapor, o transporte das
mercadorias ficou mais rápido, o custo do transporte foi reduzido, e aumentou a troca de

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mercadorias2. Mas não parou por aqui, você sabe que depois que a Ford começou a fabricar carros,
outras fábricas também começaram a surgir? E que por meio da tecnologia, também foram
aprimorando os meios de transportes?

E agora, trazendo os acontecimentos um pouco mais recentes, tem-se que estudiosos da


área de cadeia de suprimentos, afirmam que,

Enormes mudanças ocorreram como resultado da tecnologia da informação disponível.


Durante a década de 1990, o mundo do comércio sofreu um impacto irreversível por conta
do advento dos computadores, da Internet e de uma série de possibilidade acessíveis de
transmissão de informações. A informação caracterizada pela velocidade, acessibilidade,
acurácia e, acima de tudo, relevância tornou-se a regra.

Situação que por consequência da evolução levou ao que se chama era da informação ou
era digital. Mas, o que é era da informação? Convido você assistir ao vídeo que tem apenas um
minuto e meio!

Era da Informação (Era digital)


Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=ZVE4Qwl7Evs

A era da informação permitiu ampliar a conectividade entre negócios e impulsionar uma


nova ordem de relacionamentos denominada gestão da cadeia de suprimentos. Que você, agora, já
conhece a definição e a história dela, não é mesmo? Mas, espere! Você ainda está na primeira
competência, ainda há mais para se saber!
Pois além de registrar que, devido ao aprimoramento dos meios de transporte, o que em
tempos remotos, anteriormente demorava meses ou anos para ir de um ponto ao outro do globo
terrestre, atualmente pode ocorrer simplesmente em algumas horas ou dias. E isso também é
possível, graças ao desenvolvimento da tecnologia.

2
Troca de mercadoria no sentido de escambo, troca do valor monetário por um bem.

20
1.5 O desenvolvimento da tecnologia

Você já sabe que graças à tecnologia o modo de produção passou do artesanal para o
industrial e que os sistemas de transporte também foram se aprimorando graças à tecnologia. Mas,
o que é Tecnologia, mesmo? De acordo com o dicionário Houaiss (2019)3 a tecnologia pode ser
definida como: teoria geral e/ou estudo sistemático sobre técnicas, processos, métodos, meios e
instrumentos de um ou mais ofícios ou domínios da atividade humana. E por se mencionar meios e
instrumentos têm-se também a evolução dos meios de comunicação, pelo aprimoramento da
tecnologia e que também dão suporte a atividade da cadeia de suprimentos.

Um dos aparelhos que permitiu o meio de comunicação por voz, foi registrado em 14 de
fevereiro de 1876. Nessa data, no escritório de patentes de Nova York, onde Alexander Graham Bell,
deu entrada no registro de patentes do que seria à invenção do telefone4.

Curiosidade: você sabia que a primeira ligação telefônica, via cabo, na qual
foi possível ouvir nitidamente a voz de Graham Bell, aconteceu a 10 metros
de distância de uma sala à outra. Acredita?

Com o passar do tempo e evolução da tecnologia, o aparelho telefônico também se


modernizou. No ano de 1843, ainda antes do aparelho telefônico, tinha-se o aparelho de fax. Este
também foi/é uma tecnologia das telecomunicações usada para a transferência remota de
documentos por meio da rede telefônica. O fax, a seu tempo, resolvia o problema de enviar
documentos de forma mais rápida. Assim, era possível realizar encomendas de produtos e até mesmo
assinar contratos, para além apenas de “se confiar na palavra5”, quando as encomendas de produtos
já aconteciam por telefone.

3
Disponível em: <https://houaiss.uol.com.br/pub/apps/www/v3-3/html/index.php#0>.Acesso em: agosto, 2019.
4
Disponível em: <https://www.sohistoria.com.br/biografias/graham/>. Acesso em: agosto, 2019.
5
Crer, acreditar na verdade das intenções ou das palavras de alguém: confiava nas palavras da mãe; nestes momentos de tristeza só se pode confiar. Fonte:
Dicio, 2021. Disponível em: < https://www.dicio.com.br/confiar/>. Acesso em: FEV, 2021.

21
Figura 05 - Aparelho de Fax antigo
Fonte: https://img.ibxk.com.br/2013/7/materias/7164248701711191.gif
Descrição da Figura: foto preto e branco Peça cilíndrica apoiada na horizontal sobre base com duas hastes e na parte
superior um carretel com agulhas que gravavam a imagem no fax. Fim de descrição
Descrição da Figura: Peça cilíndrica apoiada na horizontal sobre base com duas hastes e na parte superior um carretel
com agulhas que gravavam a imagem no fax.

Você, pode nesse momento está pensando: que viagem é essa? Aparelho telefônico, fax?
E o computador? Na verdade, esses são aparelhos colaboraram à sua maneira para “encurtar
distâncias”. Se você quiser saber mais sobre a evolução histórica da telefonia, é só conferir o link
História da Comunicação que apresenta um pouco da história da telecomunicação no Brasil.

Retomando...

Até aqui, você já sabe que existe aparelho telefônico e fax. Mas, e os computadores?
Quando surgem? Nessa trilha volta-se, um pouco mais ao passado. Mais precisamente ao ano de
1936.
O primeiro computador eletromecânico foi construído por Konrad Zuse, um alemão, que chegou a
oferecer a máquina ao governo alemão em 1936, no entanto, o governo estava ocupado demais com
a Segunda Guerra Mundial e não aceitou a oferta e o projeto ficou parado. E foi justamente nesta
época, da guerra, que surgiram os computadores! Acredita?

22
Curiosidade: você sabia a Marinha dos Estados Unidos, em conjunto com a
Universidade de Harvard, desenvolveu o computador Harvard Mark I, que
ocupava 120m³, imagina o tamanho desse computador? Grande não acha?
Mas com o tempo ele foi aperfeiçoado até chegar nos tamanhos mais
conhecidos, atualmente.

Ainda na trilha do tempo do passado, adianta-se a viagem para o ano de 1950. Naquele
ano, o cientista J.C.R. Licklider, do Instituto de Tecnologia do Massachussetts - MIT foi reconhecido
como pioneiro por iniciar e implantar um sistema de comunicação, via dados. Note, que embora
houvesse os aparelhos “telecomunicadores”, ainda não se tinha mencionado, o que e/ou como a
informação “corria” de um emissor com destino a um receptor. E ainda, à época, não havia a
comunicação entre computadores. O que seria mais tarde, conhecido, como transferência de dados.
O que foi possível, a partir da ideação do já mencionado J.C.R. Licklider, de teorizar sobre uma rede
galáctica de computadores em que era possível acessar qualquer dado. Seria, então o surgimento da
internet?

Figura 06 - Representação de rede mundial de computadores em pontos.


Fonte: Epilis, 2021.
Descrição da Figura: representação gráfica em azul de alguns países do mundo, na posição vertical com pontos
iluminados representando os “nós” da rede mundial de computadores que interligam os países entre si, por meio de
raios luminosos que representam a transferência de dados. Em cima de uma superfície que repete o código binário por
zeros e uns. Fim das descrições.

23
Para instigar você a ampliar o seu conhecimento sobre a história da, “grande rede”,
confira a cronologia do desenvolvimento da conexão entre computadores, em diferentes locais
geográficos, a partir de 1969.

1969 - Primeira conexão entre a Universidade da Califórnia e o Stanford Institute, a quase


650 quilômetros.
1971 - Já são 15 pontos na rede. Parte disso possível por causa do Network Control
Protocol.
1972 - É feita a primeira demonstração pública em um evento de computação. Neste ano é
inventado o e-mail.
1975 - Neste ano uma agência de defesa dos Estados Unidos assume o controle do projeto.
A rede ainda não tem um pensamento comercial, só militar e científico.
1984 - A rede é separada em duas. Parte para comunicação e troca de arquivos militares, a
MILNET, e parte civil e científica ainda chamada de ARPANET.
1985 - A internet já estava mais estabelecida como uma tecnologia de comunicação entre
pesquisadores e desenvolvedores [...aos poucos, ela sairia das universidades e começaria a
ser adotada pelo mundo corporativo e por último pelo público consumidor].
Depois disso muitas outras coisas aconteceram até a gente chegar ao formato de sites,
plataformas digitais, redes sociais digitais, aplicativos, etc.

Quadro 01 - Cronologia do desenvolvimento da conexão entre computadores, em diferentes locais geográficos


Fonte: Adaptado de Techmundo - https://www.tecmundo.com.br/mercado/129569-historia-origem-da-internet-
video.htm

Não é incrível como ao longo da história a humanidade foi desenvolvendo,


instrumentos/ferramentas e, meios que contribuem até os dias atuais para abreviar o “espaço-
tempo”? E por falar em abreviar o espaço-tempo, quando se trata de vendedores e compradores
lembre, que na viagem ao passado proposta por esse e-book, nessa competência, você já sabe que
os meios de transporte evoluíram e as telecomunicações também. Cuja trilha desembocou no
assunto transferência de dados, com uma breve passagem pela história do surgimento da internet.
Não foi, mesmo?
Posto, o convite é para que a partir desse ponto, você considere admitir que os meios de
transporte, de comunicação, e a evolução destes, dos que foram apresentados até aqui permitiram

24
“conexões” dos mais diferentes pontos geográficos do globo terrestre, colaborando assim, para a
ampliação de transações comerciais pelos mais diversos países. Ao que, historicamente é conhecido
por globalização. Que já é o tema da seção a seguir.

1.6 Globalização

Este termo faz referência ao intercâmbio, ou seja, as trocas relacionadas, as questões


econômicas, políticas e culturais. Devido ao processo acelerado no desenvolvimento dos meios de
comunicação, as organizações e os cidadãos do mundo inteiro têm realizado trocas de um lado para
o outro utilizando apenas os meios de comunicação digital.
Percebe como os meios de comunicação, a informática e os transportes mencionados
antes são importantes para o nosso cotidiano? E que todos eles contribuíram para que o mundo se
tornasse globalizado? Diz-se, inclusive que vivemos em uma “aldeia global”. Você sabe o que é isso?

Anota aí! Aldeia Global

Um autor de nome McLuhan, no ano de 1960, escreveu: a informação


transmitida eletronicamente contribui para abolir virtualmente as
separações geográficas entre os centros de decisão, de produção e de
distribuição à escala mundial.
Fonte: McLuhan (1960) citado por Nunes (2019).

Fonte: KNOOW.net

Nos negócios, para empresas atuarem no mercado global, além de potencializar as


vendas, podem também impulsionar oportunidades de aumento da eficiência operacional. Vale
chamar atenção que a eficiência operacional é realizável, ao menos em três áreas:

25
1 Compra estratégica de matéria-prima e de componentes.

Obtenção de vantagens trabalhistas significativas, que podem ser obtidas


2 para instalação de produção e distribuição localizadas em países em
desenvolvimento.

A legislação tributária favorável pode fazer com que o desempenho das


3 operações que agreguem valor seja altamente atraente em países
específicos.

Quadro 02 - Eficiência operacional


Fonte: Adaptado de Bowersox et al. (2014, p. 28)

A globalização permitiu que empresas se instalassem em países diferentes da sua origem,


com o intuito de obter vantagem competitiva e participar e/o aumentar participação em diferentes
mercados. Cabe mencionar, que a decisão de expandir a operação para outros países não é fácil. E
que por vezes, demanda um investimento que algumas empresas não possuem capacidade para
suportar. Em uma situação assim, algumas empresas adotam as atividades de exportação, no caso
realizar vendas para países estrangeiros. O contrário também pode acontecer. O de uma empresa
optar por importar produtos de outros países para comercialização, com foco apenas na
comercialização. O que remete a outro ponto a ser estudado nessa trilha: transporte, armazenagem
e distribuição, que estão contidos nas operações logísticas.

1.7 Operações logísticas

Mas porque você precisa entender de logística se e-book é sobre a cadeia de


suprimentos? Note que até esse momento, o que está sendo tratado nessa competência tem o
propósito de fundamentar-alicerçar a sua trilha do conhecimento no assunto cadeia de suprimentos.
De modo, que você tome ciência que essa de alguma forma, já existia em outros tempos. E como
tudo o que existe evolui com o passar dos anos, sobretudo pelo aprimoramento contínuo das
tecnologias, isso não foi diferente quando se trata da cadeia de suprimentos, entende?

26
E ainda antes, da cadeia de suprimentos como objeto de estudo, a logística é uma área
importante, e que já existia antes daquela. Ou seja, é possível admitir que o conceito de cadeia de
suprimentos surgiu como uma evolução natural do conceito de Logística. E para confirmar, sugiro que
você leia o quadro: Logística do sucesso ou do fracasso?

Lembra dos grandes impérios da Grécia e Roma tratados na disciplina de


história? Para esses, a logística foi responsável pelo sucesso e fracasso de
muitos desses impérios. Naquela época existia um grupo de militares, que
eram os responsáveis por garantir recursos e suprimentos para a guerra. De
forma, que o conceito de logística se insere na movimentação de bens.

Anteriormente, a área de logística tinha uma importância secundária nas organizações. A


esta estava destinada as atividades de expedição de produtos ou o setor que contratava serviços de
transportes, apenas. Somente, após o fim da Segunda Guerra Mundial, as organizações notaram a
importância de se ter um departamento para cuidar da logística. Pois, o consumo crescia em um ritmo
acelerado, o que aumentava a demanda por produtos e a necessidade das organizações de atentar
para as operações logísticas.
A partir dos anos 50 e 60, as empresas começaram a se preocupar com a satisfação do
cliente. Foi então que surgiu o conceito de logística empresarial, motivado por uma nova atitude do
consumidor que se tornavam cada vez mais exigentes ao prazo de entrega e a qualidade do que lhe
era entregue.
Nesse ponto, você consegue esboçar uma definição, do que venha a ser logística para
uma empresa? Por certo, que sim! Agora, que você já esboçou sua definição do que é logística,
confere se a sua definição ficou parecida com a essa:

A logística é a área que trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem


que facilitam o planejamento, a operação e o controle de todo o fluxo de mercadorias e
informação, e vai desde a fonte fornecedora até o consumidor (o cliente).

27
Recapitulando... Lembra das guerras que foram mencionadas há pouco nessa seção? A
fonte fornecedora era os impérios, e os consumidores era os militares que estavam em combate e
necessitavam de suprimentos, como alimentação, armas etc. Antes ainda, lembra dos artesãos? A
logística para eles era ainda mais simples. Eles mesmos produziam e comercializavam. E do assunto
da industrialização? Que é quando, surgem vários outros atores no processo produtivo, além dos
donos de indústrias: como o distribuidor, os comércios menores etc. Em resumo, todos esses
precisam que algum suprimento e/ou produto fosse transportado da sua origem ao destino. E no
meio desse processo, interage nessa cadeia de entrega, o distribuidor.
Para ficar mais claro o que foi dito sobre a logística, e você verificar onde estão todos os
atores principais desse processo, tem-se a figura: o processo de gerenciamento logístico.

Figura 07 - o processo de gerenciamento logístico.


Fonte: Christopher (2010)
Descrição da figura: fluxograma com caixas de texto contendo na parte superior: Fluxo de materiais de valor
adicionado, clientes, fluxo de informações sobre as necessidades, fornecedor de forma circular ligados por setas. Na
parte interior do círculo saída uma seta de mão dupla da caixa de texto onde está escrito fornecedor, a seta na parte
interna liga esta caixa a um outro fluxo com sequência: compras, fabricação, distribuição física e clientes, dentro de uma
caixa nomeada como indústria. Representando o processo de gerenciamento logístico.

Pela figura o processo de gerenciamento logístico, pode-se dizer que a logística trata da
criação de valor - valor para os clientes e fornecedores da empresa, e valor para todos aqueles que
têm interesses diretos no êxito da empresa (BALLOU, 2010). Dentro da logística, ainda é importante
você saber que ela deve ser vista por meio de duas grandes atividades que são denominadas de:
atividades primárias e atividades de apoio.

28
As atividades primárias identificam aquelas que são de importância fundamental para
obtenção dos objetivos logísticos de custo e nível de serviço que o mercado exige e se
subdivide em três tipos: transportes, manutenção de estoques e processamento de
pedidos.

São três: Transportes (Modais); Manutenção de estoques; e Processamento de pedidos.


(POZO, 2007). Confira o que é cada uma dentro da logística, na figura: atividades primárias da
logística.

Transporte Manutenção de estoques Processamento de


Uma das atividades Atividade para alcançar um grau pedidos
logísticas mais razoável de disponibilidade do
importante, pois absorve produto em face de sua É a atividade que dá
de um a dois terços dos demanda, sendo necessário início ao processo de
custos logísticos. manter estoques para atender movimentação de
Nenhuma organização as necessidades do cliente materiais e produtos
opera sem realizar prontamente, ou seja, o estoque bem como a entrega
movimentação de adiciona valor de tempo desses serviços.
matérias-primas ou enquanto o transporte adiciona
produtos acabados para valor de lugar.
ser levados até o
consumidor final.

Quadro 03 - atividades primárias da logística.


Fonte: Adaptado de Pozo, 2007.

Já as atividades de apoio são aquelas, que dão suporte ao desempenho das atividades
primárias. Para que seja possível ter sucesso na empresa, busca-se atender plenamente os
clientes. As atividades de apoio são: armazenagem; manuseio de materiais; embalagem;
suprimentos, planejamento e sistema de informação (POZO, 2007).

Manuseio de materiais: está associado com a armazenagem e manutenção de estoques.


Envolve a movimentação dos materiais no local de estocagem, que pode ser tanto estoque de matéria
prima como de produtos acabados. Lembra dos supermercados grandes que possuem aquelas
pessoas andando com carrinhos movimentando os produtos? É disso que estamos falando.

1. Embalagem: os produtos por serem bastante movimentados devem ter embalagens


adequadas para não ser danificados, evitando assim desperdícios.

29
2. Suprimentos: atividade que proporciona ao produto ficar disponível, no momento
exato, para ser utilizado pelo sistema logístico, além de ser o procedimento de avaliação
e seleção das fontes de fornecimento, definição de quantidades a serem adquiridas etc.
3. Planejamento: a base que irá servir de apoio a programação detalhada da fabricação,
permitindo o cumprimento dos prazos exigidos pelo mercado.
4. Sistema de informação: função que permitirá o sucesso da logística, pois contém todas
as informações necessárias de custos, procedimentos e desempenho

É importante que você entenda que os processos logísticos tendem, naturalmente, a


serem classificados como “meios” que suportam e viabilizam processos “fins” como: vender, produzir
e entregar. Essa classificação só não é válida para aquelas empresas que são operadoras logísticas,
porque os “fins” delas já são a própria logística em si.
Agora que você já compreendeu o papel da logística, continue sua trilha na seção,
compreendendo a cadeia de suprimentos.

1.8 Compreendendo a cadeia de suprimentos

Em primeiro lugar você precisa compreender que sem cadeias de suprimentos eficientes,
o mundo praticamente para. Mas por quê? Elas são responsáveis, entre outras coisas, por colocar
comida na sua mesa, providenciar a cama em que você dorme, o carro em que você anda, a roupa
que você veste e, provavelmente, até o chão em que você pisa. Entender seu funcionamento e como
gerenciá-la da melhor maneira possível, é de extrema importância.
Independentemente do tamanho da organização, sempre existirá uma cadeia de
suprimentos. Ela pode ser simples, compreendendo seu negócio, seus clientes e seus fornecedores.
E pode ser mais complexa, aglutinando fornecedores de fornecedores, representantes, provedores
de serviços terceirizados e intermediários em geral, por exemplo.

Lembre-se, a cadeia de suprimento é:

Uma rede de organizações envolvidas nos diferentes processos e atividades que produzem
valor na forma de produtos e serviços destinados ao consumidor final.

30
Esses processos envolvem fornecedores-clientes e ligam empresas desde a fonte inicial
de matéria prima até o ponto de consumo do produto acabado. Em outras palavras, abrange todos
os esforços envolvidos na produção e liberação de um produto, desde o, (primeiro) fornecedor do
fornecedor até o último cliente do cliente.
Para ilustrar, pense na McDonald’s. Uma rede de produtos alimentícios, que precisa de
agilidade e estoques no nível ideal (nem em excesso, para não ter prejuízos com desperdícios, nem
escassos, para não comprometer a composição dos produtos de seu portfólio). Nesse sentido, o
papel do Prestador de Serviços Logísticos, conhecido pela sigla PSL, é fundamental. É ele quem vai
intermediar os processos e ligar a necessidade das unidades da rede, que ficam por exemplo em
Recife, com os fornecedores que podem supri-las. Assim, a estrutura da cadeia logística do Mcdonalds
se organiza basicamente desta maneira: primeiro temos os agropecuários e indústrias que fabricam
carne, vegetais etc., depois temos os fornecedores que entregam os produtos ao PSL, que é
responsável por distribuir entre os restaurantes os produtos para que você, que é o último cliente,
poder consumir aquele hambúrguer, sorvete, batata frita, etc. Ficou fácil agora, concorda? Veja que
você é o último cliente, o restaurante que você comprou é cliente do PSL, e assim por diante.
É importante você saber que vários autores da área utilizam a expressão Rede de
Suprimentos (Supply Network), ao invés de Cadeia de Suprimentos (Supply Chain), isso porque a
lógica de rede remete a uma estrutura mais complexa em que raramente existe uma linearidade na
execução dos processos e/ou atividades e o contato com o cliente final não tende a ser exclusivo do
elo final da rede, até porque é difícil definir qual é o último elo da rede.
O grande desafio das organizações consiste em operar de forma eficiente e eficaz, com
vistas a garantir a continuidade de suas operações, obrigando-as constantemente a buscar vantagens
competitivas. Assim, o gerenciamento da cadeia de suprimentos visa responder à questão de como
agregar mais valor e, ao mesmo tempo, reduzir os custos, garantindo aumento da lucratividade nas
operações da organização. Mas a logística também não visa a mesma coisa? Qual então a diferença
entre logística e cadeia de suprimentos?

Bem, enquanto a logística concentra-se nas operações da própria empresa, a cadeia de


suprimentos olha desde o início (o primeiro fornecedor) até os elos finais da corrente de
fornecedores e clientes. E com uma visão mais ampla e panorâmica do que a visão
logística. Além da preocupação de todas as empresas com o que ocorre ao longo de toda

31
a sua cadeia, é necessário um intenso grau de colaboração entre empresas ao longo da
cadeia de suprimentos para que se atinja maior eficiência.

A logística, trata então, da movimentação e da armazenagem de produtos e, para tais


operações, utiliza modais de transporte, sistemas de informações, recursos humanos e outras
ferramentas para executar suas atividades. Desse modo, a logística é apenas uma parcela envolvida
com as atividades existentes em uma cadeia de suprimentos. Já as atividades da cadeia de
suprimentos estão ligadas à estratégia da empresa e são divididas em várias operações, conforme a
seguir.
As operações na cadeia de suprimentos, segundo Bertaglia (2003), podem ser
classificadas em: planejamento, compras, produção e distribuição. Conheça o que são cada uma das
operações!

1. Planejamento: o objetivo é propiciar uma visão clara do processo como um todo,


avaliando perspectiva estratégicas de demanda e abastecimento. Essa visão
determinará de que forma as decisões tomadas isoladamente podem afetar os
diferentes processos ou seus componentes. Para atingir a integração do
planejamento, as empresas necessitam concentrar os seus esforços em algumas
atividades que afetarão seu desempenho, tais como: desenvolvimento de canais,
planejamento de estoque, produção e distribuição, envolvendo transporte etc.
Nesse caso, o conhecimento do mercado, recursos internos, a disponibilidade de
recursos externos e as atividades de integração são fatores que influenciam na
elaboração dos planos. É importante também que esteja alinhado com o plano de
negócios da empresa.

2. Compras: é o processo de aquisição de materiais, componentes, acessórios e


serviços, incluindo também a seleção de fornecedores, contratos de negociação,
monitoração contínua de pedidos a fim de evitar atrasos. É muito mais que
comprar e monitorar, é estratégico que envolve custo, qualidade e rapidez nas
respostas. Assim é necessário que o profissional dessa área tenha entendimento
global de negócios e tecnologia.

32
3. Produção: o processo fundamental é converter um conjunto de matérias em um
produto acabado ou semiacabado. A estratégia adotada aqui afeta
significativamente toda a cadeia de suprimentos, por isso deve estar sempre
alinhada com as demais operações.

4. Distribuição: está relacionada a movimentação de material de um ponto de


produção ou armazenagem até o cliente. Inclui várias atividades: gestão e controle
de estoque, manuseio de materiais ou produtos acabados, transporte,
armazenagem, administração de pedidos etc.

Ainda se faz necessário trazer para você o conceito de armazenamento que em cadeia de
suprimentos são inerentes as atividades de:

5. Armazenagem: está relacionada à movimentação dos materiais desde o


recebimento passando pela estocagem até o ponto de distribuição [...]. Os custos
de armazenagem e movimentação de materiais justificam-se, pois podem ser
compensados com a redução dos gastos de transporte e de produção (BALLOU,
2010).

De forma geral, com o gerenciamento da cadeia de suprimentos, a organização consegue


tornar-se mais ágil e mais flexível do que seus concorrentes, permitindo assim maior competitividade.
É importante, entender cada uma das operações envolvidas.

Você também pode conferir a videoaula dessa competência para firmar o


conhecimento sobre definição de cadeia de suprimentos.

33
Agora você já possui um entendimento inicial sobre o que é uma cadeia de suprimentos
e quais suas principais operações, continue sua trilha na próxima competência que trata sobre
conhecer os processos de fornecimento na cadeia de suprimentos.

Até lá!!

34
2.Competência 02 | Conhecer os processos de fornecimento
Por essa competência, você conhecerá os processos de fornecimento inerentes a Cadeia
de Suprimentos. Mas antes se faz necessário que enquanto gestor, você saiba que é preciso alinhar
os recursos com as necessidades. E que isso parte de um planejamento, independentemente se esse
planejamento seja de processos de fabricação, contra a previsão da demanda, ou por pedido sobre
encomenda. O alinhamento dos recursos sempre se inicia por uma necessidade identificada
(STANTON, 2019, p.83).

Você pode saber mais sobre esse assunto assistindo a videoaula e escutando
o podcast dessa competência.

Para melhor compreensão do que está sendo tratado nessa competência tem-se a
definição do que é fornecimento. Basicamente, fornecimento é: ato ou efeito de fornecer;
provimento, abastecimento. Por sua vez, em cadeia de suprimentos, considere que a o
abastecimento parte do alinhamento das necessidades e que a gestão da cadeia de suprimentos,
colabora para com a redução dos custos, com a movimentação, transporte, armazenagem e
distribuição das mercadorias. Assim, o abastecimento dentro da cadeia de suprimentos está inserido
na estratégia das empresas. Ao que se tem, a Matriz Estratégica de Abastecimento. Que
consequentemente é inerente ao processo de compras. Mas, primeiro, é importante entender a
Matriz Estratégica de Abastecimento. De acordo com o estudioso Stanton (2019, p.92)

Atualmente, as empresas compilam os dados de compras a fim de avaliarem o que


compra, de quem compram e o que pode mudar para agregarem valor adicional à sua
cadeia de suprimentos. Esse processo é chamado de abastecimento estratégico (gestão
estratégica)

O estudioso Stanton (2019) diz ainda, que cada consultoria tem seu próprio modelo de
matriz estratégica. Mas, os modelos mais comuns apresentam etapas básicas, que são: 1. Coleta e
análise dos dados sobre o que você comprou anteriormente, 2. Coleta e análise das previsões a

35
respeito do que você comprará futuramente e 3. Avaliação do desempenho dos fornecedores
anteriores em termos de custo e benefício.

2.1 coleta e análise dos dados sobre o que se comprou anteriormente.

Sobre a coleta e análise dos dados sobre o que se comprou anteriormente. Pensando no
cotidiano, você por certo, deve consumir diariamente, algum produto, o qual você se identifica com
a marca, não é mesmo? Pense então, por exemplo, em uma bebida láctea. Ou em uma marca de café,
caso você tenha intolerância a lactose! Por certo, você deve comprar esses produtos regularmente,
em intervalos semanais e/ou quinzenais, em um mesmo lugar. E já deva ter em mente uma noção,
do preço que paga por esse produto, a ponto de perceber a menor diferença no aumento do preço
desses, não é mesmo? Mas, por quê esse assunto? Esse trecho está a tratar da coleta de dados de
compras anteriores, lembra? Talvez, você não tenha, ao menos criado uma planilha no Excel, onde
você inclui rotineiramente, os itens da sua lista de compra e os valores pagos por cada um, cada vez
que os compra, e o intervalo de tempo, com que faz isso, para então coletar dados, que possam
possibilitar uma análise, de como está o seu consumo e quanto esses itens impactam no seu
orçamento, não é mesmo? Mas, o mercado no qual você costuma comprar, por certo, coleta esses
dados, por meio de um sistema, que permite ao gestor do mercado, por exemplo, analisar se o que
ele comprou junto ao fornecedor da marca da bebida láctea e/ou café que você costuma comprar,
qual o tempo de giro dessa mercadoria, dentro do mercado. E assim, programar um intervalo para
realizar uma nova compra ou não, por exemplo. E, se rotineiramente, você costuma realizar cadastro
nos locais onde costuma comprar, para obtenção de benefícios nas próximas compras, o gestor da
cadeia de suprimentos poderá ter dados ainda mais confiáveis, que permitam realizar uma análise
mais detalhada do seu comportamento enquanto consumidor, a ponto de realizar previsões a
respeito do que você comprará futuramente. O que é o próximo tópico.

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2.2 Sobre o que você comprará futuramente

Lembra o que foi mencionado aqui, que se você realiza cadastro nos locais onde costuma
comprar é possível até prever suas compras futuras? Pois bem, penso que até aqui desconheço outra
situação, mais veiculada do que a apresentada, a seguir, que possa exemplificar melhor esse tópico,
do que a famosa história da rede de farmácias Target

A Famosa história da rede de farmácias Target


A utilização de grande quantidade de dados de compras, registros de vendas e
características dos clientes – e futuros consumidores – tem sido uma constante no mundo
do Business Analytics (BI) e mais recentemente do Big Data. Além do nome bonito, as técnicas
buscam identificar padrões de consumo e de compra que, obviamente, tenham o potencial de
aumentar as vendas de determinada empresa. Um caso que ocorreu com a varejista Target em
meados de 2012 ilustra bem a utilização dessas técnicas para fidelizar o cliente a aumentar as
vendas.
A equipe de analytics da Target, uma das maiores varejistas dos Estados Unidos, notou
que havia certo padrão de consumo no evento de uma gravidez, como por exemplo a compra
de loções sem essência, sabonetes sem cheiro específico, além de suplementos alimentares
como cálcio, magnésio e zinco. Na realidade, para ser mais preciso, a equipe de estatísticos da
Target definiu uma cesta de 25 produtos que mulheres grávidas costumam comprar. Dessa
forma, era possível até estimar a probabilidade de gravidez (de 0 a 100%) e, inclusive, o estágio
da gravidez que a mulher se encontrava (em semanas).
Com isso em mãos, a Target enviava as “potenciais mamães” cupons de descontos e
ofertas já personalizadas para o período da gravidez em que ela estava tendo em vista o
modelo preditivo construído. Foi tudo muito bem, até que um homem enfurecido entrou em
uma loja da rede varejista, próximo a Minneapolis, querendo explicações para o envio de
cupons de desconto de produtos relacionados à gravidez para sua filha adolescente. Segundo
o pai, a filha, que ainda estava no ensino médio, sequer precisava daqueles produtos e esse
tipo de oferta poderia incentivar a gravidez precoce.
O gerente da loja desconheceu o fato e buscou acalmar o homem. Conferiu junto à
Sede da Target e apurou que de fato houve o envio de cupons relacionadas a roupas para
gestantes, móveis para recém-nascidos e fotos de bebês sorridentes. O gerente se prontificou
a ligar para o cliente enfurecido e pedir desculpas em nome da empresa.
Contudo, pouco tempo depois, foi a vez do pai ligar para a loja em Minneapolis e pedir
desculpas sinceras. Segundo ele, “ocorreram eventos em sua casa envolvendo sua filha que
ele desconhecia” e que o nascimento do neto estava previsto para o mês seguinte. Dessa
forma, meio que sem a intenção declarada, a Target criou um modelo estatístico que previa
com bastante acurácia a gravidez, mas que, por outro lado, poderia gerar desconfortos em
algumas famílias.

Quadro 04 – A Famosa história da rede de farmácias Target


Fonte: Guia Financeiro

37
Percebe que por meio de um sistema de informação, é possível realizar a coleta dos
dados, dos clientes, que consequentemente permitem analisar o comportamento de compra do
consumidor, e por meio do cruzamento de outros estudos é possível prever as futuras compras do
perfil do consumidor que está sendo analisado e consequentemente planejar ofertas e compra de
produtos para atender a uma determinada demanda?
Ainda nesses pontos, se realiza uma aproximação sua com o tema: processos de
fornecimento, no qual o próximo tópico trata de um ator importante nesse processo, os
fornecedores.

2.3 Avaliação do desempenho dos fornecedores anteriores em termos de custo e


benefício.

Uma vez que você se aproximou do tema abastecimento, por a apresentação de situações
do cotidiano, passa-se então, para um exemplo prático sobre fornecimento para uma empresa. Para
se avaliar o desempenho de fornecedores de uma empresa, tem-se o IDF – Índice de Avaliação de
Desempenho de Fornecedores. Esse índice trata de indicadores de performance do fornecedor. O
ciclo de vida de um fornecedor para uma empresa, contempla etapas de:

1 Homologação

2 Avaliação de Desempenho

3 Gerenciamento do risco

Quadro 05 – ciclo de vida de um fornecedor para uma empresa


Fonte: Adaptado de Guia Financeiro

38
A homologação trata de após análise prévia o fornecedor está apto a prestar o serviço
e/ou fornecer os produtos que a empresa contratante demanda. A avaliação de desempenho, por
sua vez, usa de indicadores que analisados resultarão na performance do fornecedor perante a outros
fornecedores e a empesa. O gerenciamento de riscos é o processo de identificar e gerenciar questões
dentro de uma cadeia de suprimentos.

O objetivo do gerenciamento de riscos é reduzir a vulnerabilidade e a interrupção


dentro dos canais de suprimentos. Ao aplicar a avaliação contínua de riscos, os
negócios visam a estabilidade em toda a cadeia, de produção a distribuição.
Fonte: Guia Corporativo

E o desenvolvimento do fornecedor está relacionado aos esforços empregados por esses


que resultem em:

Um ganho mútuo em qualidade, tempo de ciclo de pedido, redução de custos, eliminação


de desperdícios e melhoria do serviço, produzindo resultados para ambas as organizações
– relacionamentos ganha-ganha.
Fonte: Tech Hoje

É importante lembrar, que o ciclo de vida do fornecedor contempla todas as etapas


descritas anteriormente. Homologação, avaliação de desempenho, gerenciamento do risco e
desenvolvimento do fornecedor. Que são etapas básicas do ciclo de vida de um fornecedor. No
entanto, esse ciclo pode ser interrompido, quando os objetivos do fornecedor e da empresa
compradora deixam de estar alinhados. O que no fechamento do ciclo de vida do fornecedor é
denominado de Phase Out (Acabar). Alguns ciclos de vida, incluem ainda a etapa de Prospecção
(consiste na busca e identificação de fornecedores de confiança). Essa é uma etapa, que antecede a
etapa de homologação.
Como um gestor de cadeia de suprimentos, sobre o IDF – Índice de Avaliação de
Desempenho de Fornecedores, você precisa ter em mente, que o estabelecimento desses índices se

39
dá em função das características dos materiais ou serviços entregues, conforme artigo veiculado no
blog Linkana, escrito pelo autor Ernandes, sobre gestão de fornecedores. Mas, quais são esses
critérios? Confira, no quadro: Critérios e Indicadores para Medição do IDF.

● Índice de qualidade e aceitação de materiais entregues;


● Índice de falhas (materiais);
● On Time In Full (entregas de materiais no prazo acordado);
● Aderência ao SLA (Service Level Agreement);
● Atendimento às regras de segurança e saúde ocupacional (fornecedores de serviços);
● Atendimento às normas trabalhistas (fornecedores de serviços);
● Entregas e engajamento em projetos de desenvolvimento e inovação;
● Aderência às boas práticas e políticas de Governança, Proteção ao Meio Ambiente e
Responsabilidade Social da organização.

Quadro 06 - Critérios e Indicadores para Medição do IDF


Fonte: LINKANA

No quadro sobre os critérios e indicadores para medição do IDF você deve ter conhecido
uma sigla nova. A SLA (Service Level Agreement), mas o que isso quer dizer? Quer dizer:
Pelos critérios e indicadores de medição, por certo, você compreendeu a criticidade
desses para com o compromisso dos fornecedores, inerentes a qualidade do que se entrega, como
se entrega e quando se entrega. Posto, se faz necessário tratar sobre processo de negociação
fornecedor-comprador-cliente.

2.3.1 Processo de negociação fornecedor-comprador-cliente.

40
De acordo com o autor Pedro Geneze, o SLA - Service Level Agreement ou
Acordo de Nível de Serviço, é um acordo em que empresa e cliente falam a
mesma língua em quesitos de prestação de serviço. São definidos vários
quesitos contratuais referentes a entrega, responsabilidades e tudo mais
envolvendo contratado e contratante.

Sobre o processo de negociação fornecedor-comprador-cliente, tome-se por ponto de


partida o atendimento a um projeto. Segundo, o blog Escritório de Projetos “O gerenciamento das
aquisições do projeto é uma das áreas de conhecimento mais importantes dentro das organizações,
principalmente, devido ao aumento constante da terceirização de serviços”. O gerenciamento das
aquisições é tão importante, que o guia PMBOK apresenta o gerenciamento das aquisições do
projeto, “incluindo os processos necessários para comprar ou adquirir produtos, serviços ou
resultados externos à equipe do projeto”. Mas, o que é PMBOK?

O PMBOK® é uma espécie de enciclopédia sobre gerenciamento de projetos


publicada. Sua publicação é regularmente revisada pelo PMI (Project
Management Institute). Sua função é padronizar e difundir as práticas mais
eficientes, testadas e comprovadas por gerentes de projetos do mundo inteiro
em um só guia.
Fonte: Robson Camargo

Lembre! Essa seção trata do processo de negociação fornecedor – comprador – cliente.


Para uma ideia geral sobre e trazendo a situação do gerenciamento de aquisições para o
cotidiano, o que você acha de pensar um pouco, na situação a seguir denominada de: mais um
aniversário para organizar?

41
Mais uma aniversário para organizar!

Pense que você tem mais um aniversário para organizar. Esse aniversário é o
projeto, no qual seu foco é que tudo ocorra conforme as expectativas do
cliente. Sendo esse cliente, a mãe do aniversariante de uma criança de 5
anos de idade, que pela primeira vez realizará esse evento para os
convidados fora de casa. Nesse projeto você é o fornecedor da cliente (mãe)
e para atender as expectativas da cliente, você fará contato com alguns
fornecedores. Onde para esse projeto você terá o papel de comprador, para
entrega do serviço, conforme contratado pela cliente, no qual você,
enquanto, no papel de comprador, organizou os objetivos para o
gerenciamento das aquisições. E apesar de alguns pequenos contratempos,
tudo saiu a contento da contratante e melhor ainda, da pequena criança,
aniversariante!
Fonte: A autora, 2021.

Por certo, se você já organizou algum aniversário fora de sua residência, sabe que por
menor que seja o tamanho do evento e mesmo que você terceirize algumas coisas, sempre há, muito
trabalho a ser feito e a dependência de fornecedores, para o tempo da entrega, e/ou mesmo a
disponibilidade do produto, nos mercados, como por exemplo, se você decidiu que o recheio do bolo,
que você resolveu preparar seja de damasco, no lugar de chocolate. Então, pela especificidade, você
corre o risco, de ter menos opções de lugar, para pesquisar, qualidade, preço e prazo de entrega
desse item. O que, pode fazer com que você atrase sua produção e/ou mesmo precise rever o seu
“projeto” inicial, não é mesmo? O que implica, em conhecer o objetivo do gerenciamento das
aquisições.

2.3.1.1 Objetivo do gerenciamento das aquisições

O objetivo do gerenciamento das aquisições, parte antes, da ideação de um projeto. Seja


esse projeto, um pequeno evento, produção de produtos e/ou mesmo a construção de um shopping.
Por isso é importante que você conheça os principais objetivos do gerenciamento das aquisições.

42
1 Decidir o que será feito e o que será adquirido

2 Selecionar o melhor fornecedor para cada aquisição

3 Monitorar as aquisições

Quadro 07 – principais objetivos do gerenciamento das aquisições


Fonte: Adaptado de Escritório de Projetos

E como você associou, no caso: mais um aniversário para organizar, tão importante, quanto decidir o
que será feito e os fornecedores é também monitorar as aquisições. Cujos principais envolvidos, sob
a óptica do comprador, são:

• Vendedor = Fornecedor, Contratada, Subcontratada, Prestador de Serviços ou


Fornecedor.
• Comprador = Cliente, Contratante, Organização Compradora, Órgão Governamental,
Solicitante do Serviço

O que consiste em um Plano de Gerenciamento das aquisições. Esse plano descreverá as


etapas dos demais processos, que são:
• Definir o que fazer ou adquirir e gerar lista das aquisições do projeto
• Especificar o produto/serviço
• Estabelecer critérios de avaliação
• Elaborar minuta do contrato
• Preparar pedido (RFP, RFQ, RFI)*
• Solicitar Propostas

43
• Identificar lista dos fornecedores potenciais
• Revisar as partes interessadas (Comprador x Influência x Controle sobre as decisões);
• Divulgar pedido
• Definir como os processos de aquisições serão executados, monitorados e
encerrados e quem serão os responsáveis.

Fonte: Adaptado de Escritório de Projetos

*Diferença-chave RFI RFP vs RFQ


RFI, RFP e RFQ são três tipos de documentos usados nos critérios de seleção
de projetos. Alguns projetos usam os três documentos para selecionar
fornecedores, receber propostas de projetos e citações deles. RFI, RFP e RFQ
são ferramentas vitais que podem ser usadas para alcançar uma solução de
escolha bem sucedida. A principal diferença entre RFI, RFP e RFQ é que RFI
(Request For Information) é um documento usado para coletar informações
de diferentes fornecedores, a fim de decidir de qual fornecedor a empresa
deve fornecer produtos ou serviços enquanto que RFP ( Pedido de Proposta )
é um documento em que a empresa solicita detalhes de propostas
[detalhadas] e comparáveis de diferentes fornecedores para um produto ou
serviço definido e RFQ (Request For Cotação) é um documento de lance
competitivo usado para convidar os fornecedores a enviar uma oferta em
projetos.

Fonte: Es.Different.com
Agora que você já compreendeu um pouco sobre o processo de fornecimento, interessa
que conheça um pouco, sobre a negociação em compras.

2.4 Sobre a negociação em Compras

Após ter conferido o processo de fornecimento, por meio de um exemplo da organização


de um aniversário, dá-se um passo adiante. Para pensar, por exemplo, em negociação, não como algo
improvisado, mas sim, consistente e com impacto nos resultados da empresa. Conforme, o autor do
livro: Compras, Contratações e Terceirizações, chama atenção, que:

44
As relações entre lucro ou prejuízo repousam sobre essas habilidades necessárias ao
negociador. Uma estratégia de negociação pode determinar a manutenção de relações
comerciais duradouras, aliada a uma boa metodologia de negociação.
Fonte: MACOHIN, 2012.

O autor chama atenção ainda, que a preparação para as técnicas de negociação pode ser
classificada em três categorias: preparação rápida, preparação por prioridades, preparação
completa. Confira do que trata cada uma dessas categorias, no quadro: Categorias de Preparo para
Negociação

Categoria Do que se trata


É uma rápida passada pelo mapa de
Preparação Rápida negociação. Ajuda a ter uma ideia do que
trata a negociação e para onde ela pode
caminhar.
É útil quando você precisa se concentrar
Preparação por Prioridades em apenas certos elementos da
negociação. Os elementos que estão jogo
variam de importância conforme a
situação.
É uma preparação abrangente, indicada
Preparação Completa para negociações complexas. Quando se
está em jogo em uma negociação
iminente é algo grande, a preparação
assume importância maior.

Quadro 08 - Categorias de Preparo para Negociação


Fonte: Adaptado de MACOHIN, 2012, p. 68

45
2.4.1 O setor de compras

Em empresas estruturadas em setores, comumente as que atuam no segmento de


produção de bens têm um setor de compras. E esse é o setor, no qual atua o profissional de compras
(comprador e/ou comprador (a)) responsável por prospectar, negociar e monitorar a prestação e a
qualidade dos serviços e produtos contratados junto aos fornecedores selecionados, previamente,
conforme a demanda a ser atendida, dentro do prazo necessário ao (s) solicitante (s). O autor
Macohin (2012, p. 11) afirmou há algum tempo que:

A comunicação eficaz deve ser clara e concisa e é fundamental em todas as empresas. O


departamento de Compras deve procurar os meios adequados para posicionar os
solicitantes sobre o andamento de seus pedidos pois, além dos desgastes causados, esse é
um dos fatores que contribuem para o surgimento de pedidos emergenciais.

O autor Macohin lembra ainda que a responsabilidade do departamento de compras é de


efetuar o processo de compras de materiais, embora em algumas empresas, o departamento de
compras ainda agregue tarefas de conferir notas fiscais e reajustes expressos no pedido.
Nessa seção compete ainda, que você conheça a sigla KPI(s). Pois, tal qual os resultados
do departamento de vendas são mensurados assim também, as empresas devem mensurar os
resultados do departamento de compras. E um dos métodos de se realizar essa mensuração é por
meio dos KPI(s), que significa: Key Performance Indicators (KPI(s)), ou indicadores-chave de
desempenho.

Para o autor Leo Cavalcanti, no caso do setor de compras, os KPIs têm como objetivo
mensurar e monitorar o desempenho das estratégias da empresa referentes às aquisições
junto a seus fornecedores.

Fonte: LINKANA

46
Os KPI(s) são um método, por meio do qual o gestor de compras consegue analisar a
performance dos fornecedores e o quão esses estão alinhados com a estratégia da empresa. Para o
setor de compras, sugere-se a coleta de dados das seguintes “chaves”:

1 Custo médio de aquisição

2 Gastos independentes

3 Valor economizado nas compras

4 Lead time dos fornecedores

5 Evolução do preço das mercadorias

6 Taxa de devolução

Quadro 10 - indicadores-chave de desempenho


Fonte: Adaptado de LINKANA

Mas, do que cuida cada um dos KPI(s) mencionados? A resposta a essa pergunta está no
quadro: Do que se trata os KPI(s)

47
KPI(S) Do que se trata
É utilizado para mensurar o valor médio
gasto na compra de suprimentos para os
Custo médio de clientes internos usarem na produção, na
1 aquisição compra de mercadoria para serem
revendidas aos clientes externos, ou na
aquisição de suprimentos e insumo em geral
para a empresa.

O cálculo é realizado dividindo-se o


montante total gasto em compras pela
quantidade de itens adquiridos em
determinado período.
Quando os gastos com a aquisição de
produtos ocorrem de maneira
independente, sem passar pelo rito
2 Gastos estabelecido, fica mais difícil manter o
Independentes controle sobre o quanto está sendo gasto.
Portanto, quanto mais próximo de zero for
esse KPI, melhor.

Esse KPI se refere a compras em caráter


emergencial. Que não passam pelas etapas
do processo de compras que precisam ser
cumpridas.
Este indicador mede quanto de dinheiro o
3 Valor economizado setor de compras foi capaz de economizar
nas compras em aquisições.

48
O cálculo é feito a partir da comparação
entre o valor orçado e o valor pago. Podendo
assim, diminuir os custos na empresa.
O lead time é o KPI que mensura o tempo
4 Lead time dos médio que a empresa leva para ter sua
fornecedores solicitação atendida pelo fornecedor.
Esse indicador mostra a evolução dos preços
Evolução do preço das cobrados pelas mercadorias que a empresa
5 mercadorias precisa comprar.
Acompanhar esse KPI ajudar a economizar
nas suas compras, ao fazê-las quando os
preços estiverem mais baixos.
A taxa de devolução calcula as vezes em que
6 Taxa de devolução as mercadorias que você comprou para a sua
empresa precisaram ser devolvidas aos
fornecedores devidos a erros que eles
cometeram ou a avarias durante o
transporte.

Quadro 11 - Do que se trata os KPI(s)


Fonte: Adaptado de LINKANA

Com todas as informações que você tem até esse momento é importante que você tenha
em mente, que as organizações utilizam de sistemas, nos quais contém os dados de cada setor da
organização, e que esses dados, integrados por meio de um sistema, permite que ocorra a troca de
informações entre os departamentos e ao gestor, por sua vez, a transformar os dados em informação,
e consequentemente, tomar decisões com base em na mensuração de resultados. Pois, não se pode
perder de vista, que está a se tratar aqui, sobre cadeia de suprimentos. No entanto, para se tratar
dessa não se pode furtar a mencionar, ainda que por vezes, de passagem, o funcionamento de alguns
setores, como no caso do setor de compras, que salvo exceções é o departamento “conector” entre

49
solicitante-empresa-fornecedor-produção e demais atores envolvidos no processo de fabricação de
bens.

A tecnologia da informação está profundamente relacionada à eficiência da


cadeia de suprimentos. O uso de um software de gestão, auxilia os processos,
diminuindo o tempo de entrega, além de garantir que o fornecedor tenha as
devidas informações e evite imprevistos.
Fonte: ERPFLEX

Recorde que o gerenciamento da cadeia de suprimentos (SCM - Supply Chain


Management), via de regra, acontece por meio de um sistema. Esse sistema gerencia desde o fluxo
de mercadorias, dados e finanças relacionado a um produto ou serviço, desde a aquisição de
matérias-primas até a entrega do produto ao seu destino final (ORACLE).

As atividades da cadeia de suprimentos abrangem compras, gerenciamento


do ciclo de vida do produto, planejamento da cadeia de suprimentos
(incluindo planejamento de inventário e manutenção de ativos e linhas de
produção da empresa), logística (incluindo transporte e gerenciamento de
frotas) e gerenciamento de pedidos. O SCM também pode se estender às
atividades relacionadas ao comércio global, como o gerenciamento de
fornecedores globais e processos de produção multinacionais.
Fonte: ORACLE

Para ampliar o entendimento sobre o fluxo de informação entre o setor de compras e


estoque, com o objetivo de reduzir os custos de uma organização, por meio de um sistema, no vídeo
Gestão de Compras e Estoque Eficiente, de apenas dois minutos, disponibilizado a seguir.

50
Figura 07 - Vídeo: Gestão de Compras e Estoque Eficiente
Fonte: Cargo Xperts
Descrição da Figura: Mulher negra, usando blusa e casaco preto, colar, ao fundo pessoas em pé e algumas sentadas em
mesas com computadores; imagem dentro de um retângulo com bordas pretas. Fim da descrição.

Gestão de Compras e Estoque Eficiente


Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=OdnSnLt-CuM

Pensando sobre o que foi estudado até aqui. É relevante saber sobre a importância de
uma cadeia de suprimentos bem estruturada e como essa afeta os diferentes mercados. A exemplo,
da produção de máquinas para colheita de grãos (commodities), para exportação. Conforme consta
no quadro: O Caso da John Deere.

51
A alta demanda impulsionada pela rentabilidade das commodities deve levar
o setor de máquinas agrícolas a ter um aumento real de 30% no ano e fechar com o
recorde de R$ 33 bilhões de faturamento.
A projeção é de Pedro Estevão Bastos, presidente da Câmara Setorial de
Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Associação Brasileira da Indústria de
Máquinas e Implementos (Abimaq), que tem 500 indústrias associadas.
Ele destaca que, só no primeiro quadrimestre do ano, o aumento de
faturamento foi de 63%, mesmo com o estresse generalizado da cadeia mundial de
suprimentos, em função dos efeitos da pandemia de Covid-19.
O recorde anterior de faturamento, de R$ 28,2 bilhões, já descontada a
inflação, foi estabelecido em 2013, quando o setor viveu um ano de “tempestade perfeita.
” No ano passado, o aumento foi de 17%, com um faturamento de R$ 25 bilhões.
A John Deere, uma das grandes multinacionais do setor de máquinas
agrícolas, prevê um crescimento no ano de 20% a 25% em suas operações na América
Latina, segundo o diretor de vendas Marcelo Lopes.
Segundo ele, o aumento da demanda por máquinas é desproporcional à
capacidade de reação de toda a cadeia. “Como todo o setor, a John Deere sente os
impactos da desorganização da cadeia de suprimentos e registra atrasos pontuais em
entregas. Não temos como aceitar novos pedidos de equipamentos de plantio para
entrega neste ano, mas os clientes já entenderam que o momento é desafiador. ”

Quadro 12 - O Caso da John Deere


Fonte: Revista Globo Rural

Por certo, por meio do caso trazido a pauta, você percebe que a John Deere, fabricante
de máquinas agrícolas, está em um momento delicado, no que se refere ao aceite de novos pedidos
de compras de máquinas. Pois, devido aos efeitos da pandemia (COVID-19), iniciados no ano de dois
mil e vinte e ainda com reflexos, na cadeia de suprimentos, no ano de dois mil e vinte um, possa ser
que a John Deere não consiga receber a tempo, as peças necessárias à produção do que está

52
encomendado e do que está demandando pela projeção de mercado, no ano de dois mil e vinte um.
Para que você compreenda melhor, a necessidade de uma cadeia de suprimentos bem estruturada
para que a John Deere consiga atender a demanda de mercado pelas máquinas agrícolas, ela depende
de peças que virão de fornecedores, nem sempre, localizados próximos a sua montadora. Note, no
vídeo de menos de quatro minutos da John Deere Brasil a linha de montagem da fábrica de
Horizontina – RS.

John Deere Brasil


Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=8B1JhpeNuDw

Nessa competência você Conheceu os processos de fornecimento, agora que já está


munido de conteúdos, pode continuar a sua trilha de conhecimentos, que seguirá para o
estudo dos Processos de Expedição.

Simbora?!!

53
3.Competência 03 | Conhecer os processos de expedição
Para iniciar essa competência, que trata sobre conhecer os processos de expedição, é
imperativo que antes você conheça um pouco, sobre o que é infraestrutura de transporte. Pois, no
processo de tomada de decisão de como expedir determinado bem e a depender das características
destes, o expedidor pessoa responsável por decidir pelo(s) tipo(s) de modal(is), o que implica no
tempo e em qual tipo de infraestrutura o transporte(s) selecionado(s) transitará. Mas, o que é
infraestrutura de transportes?

Infraestrutura de transportes

Corresponde aos sistemas de transporte, como rodovias, ferrovias,


aeroportos, portos e hidrovias.
Fonte: Portal da Indústria

De acordo com o Portal da Indústria, infraestrutura são serviços:

Formados basicamente pelos sistemas


de saneamento, transporte, energia e telecomunicação.
Fazem parte de uma infraestrutura: rodovias, usinas hidrelétricas, portos, aeroportos,
rodoviárias, sistemas de telecomunicações, ferrovias, rede de distribuição de água e
tratamento de esgoto, coleta de águas pluviais, gás canalizado e sistemas de transmissão
de energia, entre outros.

Fonte: Portal da Indústria

Para aproximar esse entendimento do cotidiano, tem-se a figura: Serviços de


Infraestrutura.

54
Figura 08 - Serviços de Infraestrutura
Fonte: Portal da Indústria
Descrição da figura: registro de um serviço de infraestrutura de uma estrada, com passarela para pedestres, com
trabalhadores com roupas na cor laranjas usando equipamentos de segurança, com placas de desvio e interdição de um
dos lados da via, passando carros. Fim das descrições.

Por certo, você deve ter passado, em algum momento, por alguma obra, em alguma
estrada, que estava passando por um processo de requalificação. O que de início causa alguns
transtornos, não é mesmo? Mas ao término da obra os meios de transporte que circulam pelo local
usufruem do benefício do serviço realizado. Somado a isso, tem-se os números do transporte
rodoviários no Brasil, que de acordo com Jornal do Comércio, Caderno de Logística “O primeiro
quadrimestre de 2021 registrou R$ 3 trilhões em movimentação de cargas no País” (JC Logística).
Diante disso, acredito que agora, seja possível, você fazer uma conexão do que é noticiado nos
veículos de comunicação, sobre a necessidade de investimento de infraestrutura em estradas, não é
mesmo? Para se ter uma noção, do quanto o investimento em infraestrutura e o investimento em
tecnologia na área de logística é um dos fatores determinantes, quando se trata do assunto, cadeia
de suprimentos, basta consultar os números no infográfico Transporte em Números da Associação
de Transporte Rodoviários (ATR).

55
Figura 09 - Transporte em Números
Fonte: ATR BRASIL
Descrição da figura: texto na parte superior: Transporte em números. A imagem em formato quadrangular apresenta
ícones da esquerda para a direita que são: Caminhão 65% da movimentação de cargas é feita por caminhões. Rodovias
76.400km de rodovias federais. Prédios como empresas 195 mil empresas atuam no setor de transportes. Símbolo do
TKU. O transporte rodoviário movimenta 1,5 bilhão de TKU (Toneladas por Km Útil), 11,7% das receitas das empresas
brasileiras são gastas com logística e ícone da capa, da carteira de trabalho com 2.5 milhões de empregos com carteira
assinada. Fim de Descrição.

Uma vez, que agora você já tomou conhecimento que o transporte rodoviário, gera
movimento na casa de bilhões por Toneladas de Km Útil (TKU). Importa que ao menos você saiba
quais são os principais tipos de infraestrutura.

Antes, você também pode conferir o podcast dessa competência para saber
mais sobre infraestrutura de transporte.
Mas, não esqueça de também acessar as videoaulas, combinado?

56
3.1 Principais Tipos de Infraestrutura

De acordo com o Portal da Indústria é necessário que o Brasil esteja inserido nas cadeias
de valor. Você sabe o que é isso?

A principal diferença entre cadeia de valor e cadeia de suprimentos é que as


cadeias de suprimentos acompanham o produto desde o fornecimento até o
cliente, enquanto, em uma cadeia de valor, o ponto de partida é o cliente, no
sentido de que sua necessidade será atendida

Fonte: Portal da Indústria

Ou seja, ainda conforme artigo do Portal da Indústria, cada tipo de infraestrutura se


comporta de uma forma diferente. Por isso precisa se conhecer, ao menos o que é, cada uma das
principais infraestruturas. O que está apresentado no quadro: Tipos de Infraestrutura.

Tipos de Infraestrutura O que é?


É todo o conjunto de serviços básicos em uma cidade como
Infraestrutura urbana telefone, água, gás, luz, transporte público em geral
(aeroportos, portos, rodovias, ferrovias) e rede de esgoto -
sistemas indispensáveis ao bem-estar e qualidade de vida da
população.
A infraestrutura é essencial para o desenvolvimento
econômico. A melhoria da infraestrutura econômica tem
Infraestrutura impacto direto em diversos segmentos de produção e da
econômica economia, como empresas, indústrias, bens e serviços,
tecnologias e até mesmo na competitividade de mercados
internacionais.
A indústria é um dos segmentos diretamente afetados pelo
desenvolvimento da infraestrutura. A infraestrutura industrial

57
Infraestrutura contribui para a cadeia produtiva, para a distribuição de cargas
industrial e produtos.

Infraestrutura Corresponde aos sistemas de transporte, como rodovias,


de transportes ferrovias, aeroportos, portos e hidrovias.
Infraestrutura A infraestrutura de telecomunicações leva em conta o
de telecomunicações funcionamento de um sistema de redes de comunicações
como satélites, redes telefônicas, televisivas, emissoras de
rádio, Internet, entre outros.
Infraestrutura Cerca de 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água
de saneamento tratada. Metade da população não tem acesso aos serviços de
coleta de esgoto. Dos efluentes coletados, apenas 45% são
tratados.
O sistema elétrico brasileiro, que já foi considerado um dos
mais eficientes do mundo, precisa com urgência de mudanças
Infraestrutura regulatórias e normativas para que a energia elétrica volte a ser
energética uma vantagem competitiva na economia do país.

Tem como prioridade investir em ferrovias, rodovias, portos,


aeroportos e hidrovias. O objetivo é melhorar a eficiência e o
Infraestrutura logística escoamento da produção brasileira e garantir a segurança dos
usuários.
Além disso, tem como objetivo ampliar o acesso à internet em
regiões remotas, aumentar a segurança na comunicação de
dados e melhorar a interconectividade da rede brasileira com
outros países.

Quadro 12 - Tipos de infraestrutura


Fonte: Portal da Indústria.

58
Agora, você já conhece e sabe do que se trata os principais tipos de infraestrutura. É
interessante que você amplie um pouco mais o conhecimento sobre a infraestrutura de transporte.
Mas, antes... como andam os investimentos em infraestrutura de transporte no Brasil?

Investimento em infraestrutura tem que dobrar para


Brasil dar salto de competitividade, aponta estudo

Em 2020, volume caiu para R$ 115,8 bilhões, o que


corresponde a 1,55% do PIB. Relatório Infra 2038 estima
que Brasil poderá subir para 70ª posição em ranking em
2021 e aponta que país precisa investir R$ 339 bilhões por
ano para suprir gargalos e colocar a infraestrutura do país
entre as 20 melhores do mundo.
Por Darlan Alvarenga, G1.
01/07/2021 00h05

Infelizmente, no ano de dois mil e vinte as notícias sobre os investimentos em


infraestrutura de transporte no Brasil haviam caído. Embora, aqui tenha sido apresentada apenas
uma notícia sobre, as informações sobre esse assunto em outros sites (CNT; JC.NE10) também
versavam sobre a questão da queda nos investimentos em infraestrutura de transporte, no país. Mais
recentemente, o Governo Federal anunciou que pretende “contratar R$ 250 bilhões em
infraestrutura até o fim de 2022” (GOVERNO DO BRASIL). Embora, haja diferença entre o que os
estudos indicam de necessidade de investimento e o que se intenciona investir, importa aqui o
registro de que há intenção de se investir na infraestrutura de transporte. Tópico da próxima seção.

3.2 Infraestrutura de transporte

Por certo, até aqui você já compreendeu, que de alguma maneira, os produtos chegam
até o destino. E em algum momento, esses embarcaram em algum tipo de transporte. Por

59
consequência é fundamental que os meios de transporte e as vias (terrestres, áreas, fluviais...) por
onde os “veículos” transitam estejam em condições de serem transitadas e com segurança,
obviamente! Mas isso, no seu dia a dia, você sabe, não é mesmo? Por outro lado, no que tange a
cadeia de suprimentos, o autor Bertaglia (2020), publicou no seu livro Logística e Gerenciamento da
Cadeia de Abastecimento, uma análise sobre os fatores que afetam os meios de transporte. Conforme
consta na figura: Fluxograma analisando os fatores que afetam os meios de transporte.

Figura 10 - Fluxograma analisando os fatores que afetam os meios de transporte.


Fonte: BERTAGLIA (2020, s.d.)
Descrição da Figura: Fluxograma dentro de um quadrado, analisando os fatores que afetam os meios de transporte. A
imagem apresenta caixas, na cor cinza, de texto que incluem os seguintes textos: A primeira caixa, na parte superior ao
centro apresenta o texto: Analisando fatores que afetam os meios de transporte fazendo ligação com a próxima caixa
de texto, na parte inferior, que apresenta o texto: entendendo como a infraestrutura de transporte e movimentação
afeta a cadeia de abastecimento. Essa caixa, na lateral esquerda faz ligação com duas caixas de texto. A primeira
apresenta o texto: a logística de exportação do suco de laranja e na outra caixa o texto, preparando para o futuro. Na
lateral direita a caixa, entendendo como a infraestrutura de transporte e movimentação afeta a cadeia de
abastecimento, faz ligação com duas caixas. A primeira apresenta o texto: transportando por diferentes meios e a
segunda o texto, administrando a frota. Na parte inferior da caixa: entendendo como a infraestrutura de transporte e
movimentação afeta a cadeia de abastecimento faz ligação com mais duas caixas de texto. A primeira apresenta o texto:
aplicando a tecnologia da informação para administrar transportes e a segunda apresenta o texto utilizando as cargas.
Fim da descrição.

Esse fluxograma aqui tem o objetivo de chamar atenção sobre a importância dos
transportes para o abastecimento da cadeia de suprimentos. Sobre os transportes o estudioso em
logística, Bertaglia (2020, s.p.), lembra que:

60
Rodovias cortam os países de norte a sul, de leste a oeste. Aviões sobrevoam o espaço,
indo e vindo e rompendo barreiras e fronteiras. Já chegamos à Lua. Cada vez mais
desafiamos nossa capacidade de nos movermos para mais longe e mais rapidamente. As
cadeias de abastecimento competem entre si. Custos elevados internamente provocam
desbalanceamentos e prejudicam a exportação. Em uma economia globalizada, às vezes
pode ser mais fácil e barato importar que comprar “em casa”.

Por certo, se sabe que é possível ter acesso a diferentes mercadorias, do mundo inteiro,
apenas a um clique de distância, quando se usa o computador, para realização de compras em lojas
presentes na grande rede (internet) e localizada em qualquer parte do mundo. É por isso que diz: em
uma economia globalizada. Fica aqui a sugestão para que você pesquise mais sobre esse tema e como
ele afeta a economia do seu país e região. Mas, retomando o assunto em tela: os transportes. O autor
Bertaglia (2020, s.d.) chama atenção que:

o transporte deve receber todas as prioridades necessárias. Seja para movimentar


produtos finais, matérias-primas, componentes ou pessoas, ele deve ser rápido, eficiente e
barato.

Posto, tem-se os tipos de transporte.

61
3.2.1 Transporte por diferentes meios.

Quando se fala em diferentes meios de transporte, por certo você pensou em: Rodoviário,
Ferroviário, Aéreo e Portuário, não foi mesmo? E é isso! Só que nessa seção, o transporte por
diferentes meios implica em trazer ao seu conhecimento “os caminhos” pelos quais esses meios de
transporte transitam. Por isso, a seção anterior tratou sobre infraestrutura de transporte, para ao
chegar nessa seção você ter clareza sobre a necessidade de conhecer sobre esse, dentro da cadeia de
valor, integrante da cadeia de suprimentos. Assim, tem-se as: Rodovias, Ferrovias, Aeroportos,
Portos e Transporte Marítimo. Sobre a situação dessas infraestruturas de transporte no Brasil, o
Portal da Indústria destacou que:

Meio Situação
O Brasil é um dos países com maior dependência de modal
Rodovias rodoviário para transporte de cargas, que representa 61% da
matriz de transporte brasileira ou, descontando a
movimentação de minérios e petróleo, 86% do total.
Nos últimos anos, se, de um lado, o setor ferroviário avançou
com a conclusão do principal trecho da Ferrovia Norte-Sul,
Ferrovias após décadas de promessas para sua entrega, por outro, a
malha ferroviária nacional continuou marcada pela baixa
conectividade, a preponderância do minério de ferro como
responsável por quase 80% da movimentação e a extensão
praticamente estagnada.
O programa de concessão aeroportuário pode ser considerado
a experiência recente mais bem-sucedida de transferência de
Aeroportos ativos de infraestrutura. Atualmente, o país conta com 22
aeroportos operados pelo setor privado, que respondem por
67% da movimentação de passageiros no país.
Todos os terminais portuários marítimos e fluviais brasileiros
são operados por agentes privados, seja por arrendamento ou

62
Portos autorização. No entanto, a infraestrutura dos grandes portos
permanece sob responsabilidade das Companhias Docas,
estatais que apresentam um baixo nível de eficiência em suas
administrações, elevados passivos trabalhistas e falta de
gestão.
Os usuários de transporte marítimo internacional (TMI) de
Transporte Marítimo carga conteinerizada, principal meio de movimentação de
cargas industriais, são onerados por políticas adotadas há mais
de meio século e que perderam a funcionalidade.

Quadro 12 - situação dessas infraestruturas de transporte no Brasil


Fonte: Portal da Indústria.

Sobre os transportes dentro da logística e como uma engrenagem na cadeia de


suprimentos é preciso que se faça conhecer os termos: multimodal e intermodal. Isso, seria o quê,
mesmo?

• O transporte multimodal é definido como o movimento de cargas que


utiliza, de maneira combinada, diferentes modos de transporte, entre
eles: rodoviário, ferroviário, aéreo, dutoviário e hidroviário.

• O transporte intermodal consiste na combinação de distintos modos de


transporte, em que diferentes contratos são efetuados de maneira
unilateral com as diversas empresas responsáveis pelo transporte.

• A diferença entre o transporte multimodal e o intermodal é que, no


transporte multimodal, apenas um agente se encarrega do movimento de
carga, utilizando mais de um meio físico.

• Os transportes multimodal e intermodal são elementos facilitadores nos


processos de importação e exportação, uma vez que se pode aproveitar o
que cada modo tem de melhor, visando à redução de custos ao melhor
nível de serviço.
(BERTAGLIA, 2020)

63
Uma vez conhecido os meios de transporte e os termos multimodal (movimento de cargas
de maneira combinada) e intermodal (combinação de distintos meios de transporte). Você já parou
para pensar quando você compra um produto na prateleira do mercado, quais os caminhos
percorridos por esse para chegar até você? Ou mesmo, se você comprou algum produto pela internet,
que veio de outro país. Qual terá sido o modal utilizado para que o produto chegue ao destino final?
Para tentar responder a essas indagações de forma mais abrangente tem-se o exemplo da logística
da loja de e-commerce da Amazon, no link disponibilizado abaixo:

A Logística da Amazon
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=V1yX_pd-OVg

Agora que você já acessou o vídeo e conferiu que a tecnologia de automatização está
intrinsicamente ligada ao processo logístico, recorda que na competência 1, esse e-book tratou sobre
às tecnologias de comunicação? E que essas também encurtam distâncias? Por certo seu produto
passou por diferentes lugares (transportes) e virtuais (sistemas), imaginando que você tenha
comprado, algum produto, por internet. Ou seja, o ato de você incluir o produto no carrinho de
compras (no site), realizar o pagamento e este ser confirmado pela empresa, desencadeou dentro da
empresa, pequenas ações: separar fisicamente, registrar no sistema para baixa do produto no
estoque, sendo integrada a emissão da nota fiscal. E na sequência, pode ter ocorrido as ações de:
embalar, incluir endereço de entrega, incluir documentos auxiliares de identificação da mercadoria
e despachar para destino. E tudo isso ainda, com o produto dentro da empresa! E em se tratando de
empresas maiores, você sabia que existe o departamento de expedição?

64
3.2.2 Departamento de expedição e denominações

Talvez, mesmo após a sugestão de imaginar como o produto chega até você, você ainda
queira um exemplo mais claro, que remeta ao seu cotidiano e que esse esteja mais próximo da sua
realidade, não é mesmo? Então, atente para o quadro: E a margarina?

E a margarina?
Quando foi a última vez que você pegou um item na prateleira da mercearia
e perguntou-se: “Como isso chegou aqui? ”. A maioria das pessoas nem
sequer pensou em perguntar isso. Caso perguntassem, a resposta lhes daria
uma nova perspectiva sobre a importância da logística em suas próprias
cadeias de suprimentos.
Tomemos o exemplo de um simples pote de margarina. A margaria é feita a
partir de óleos vegetais. Essa cadeia de suprimentos complexa começa com
as fazendas que colhem os vegetais e os enviam por caminhão ou trem às
fábricas para o processamento. Os óleos são processados em margarina e,
em seguida, embalados em pequenos recipientes que são colocados em
recipientes maiores que, por sua vez, são colocados em paletes. Enviam-se
os paletes de margarina por caminhão ou trem, em contêineres refrigerados,
aos centros de distribuição. Em seguida, os centros de distribuição separam
os paletes e enviam quantidades menores de margarina às lojas de modo
individual. Por último, mas não menos importante, alguém na loja
descarrega o caminhão e a margarina é estocada nas prateleiras das lojas.

Por certo, agora você percebeu que tanto no processo de produção, como no produto
acabado, há necessidade de movimentação-envio do insumos e/ou produto ao determinado destino.
O que em grande volume, por grandes empresas de transporte e/ou armazenagem é “movimentado”
pela expedição. Em logística, a um termo denominado Forwarding (antecipação de expedição) que
consiste na consolidação de informações relacionadas aos produtos e seu transporte anterior ao
envio de remessas (GS1 BRASIL, 2019). Ainda sobre a questão da atividade de antecipação da
expedição pode-se compreender que é o registro, que ocorre através de um sistema de
gerenciamento: input - processamento de dados - output. No qual, o input é a entrada, o
processamento de dados seria o pedido e output a saída (entrega). Pensando na realização de uma
compra online sob a óptica de um sistema de gerenciamento de cadeia de suprimentos, tem-se que
o ato de expedir, é aquela ação que tem início quando da confirmação da compra do produto por e-

65
commerce (quando o produto é incluído no carrinho e o pagamento é confirmado), referente à
entrada: confirmação da compra, processamento de dados, o que se está sendo comprado, baixado
no estoque, informado ao financeiro, emitida a nota fiscal; e a saída: os demais desdobramentos
necessários para que o produto chegue ao comprador e/ou consumidor final.
Agora que se entendeu sobre antecipação da expedição, aprenda sobre o que trata a
expedição dentro da cadeia de suprimentos. Mas, o que é expedição?

A definição diz que é o ato de expedir; remessa; despacho rápido. No


entanto, para a cadeia de suprimentos, é importante pontuar que a
expedição pode ser compreendida como: um local, uma ação e/ou
procedimento.

Em logística tem-se alguns outros termos técnicos que também se referem a expedição.
Apresentado no quadro Termos Técnicos para Expedição.

Função que oferece instalações para a expedição de peças,


EXPEDIÇÃO (SHIPPING) produtos e componentes. Inclui embalagem, identificação,
pesagem e carregamento de veículo para transporte.
Atividade que se dá do momento em que o pedido é
EXPEDIÇÃO DE PEDIDO colocado no veículo até o pedido ser recebido, verificado e
(ORDER SHIPMENT) descarregado no destino do comprador.

EXPEDIÇÃO DE Expedição entregue por um agente de transportes de


TRANSFERÊNCIA frete, mas que foi transferida a outro agente de
(HANDOVER SHIPMENT) transportes conforme estipulado pelo consignatário para
liberação em alfândega e entrega.

Quadro 13 - Termos Técnicos para Expedição


Fonte: Adaptado de IMAM

66
Nesse ponto, pode se afirmar que quanto mais perecível for a carga a ser movimentada,
maior a necessidade de rapidez entre o despacho e a entrega. Ou seja, realizar a operação em curto
prazo. O que por vezes, onera os custos referentes à logística e impacta na lucratividade da empresa.
E esses são os impactos da decisão pelo modal ou sistema de modal. Somada às variáveis já
mencionadas, que devem estar no “radar de decisão” do gerente de cargas, compete lembrar que
ainda há necessidade de transporte com acondicionamento específico, para o tipo de carga a ser
movimentada. Este é o caso, por exemplo, das flores naturais. Para este tipo de artigo é
imprescindível que se mantenha a qualidade do que precisa ser entregue, desde a sua origem, e mais
uma vez, ao destino final, em perfeito estado para distribuição, comercialização e/ou consumo. E por
vezes, há situações nas quais, o profissional responsável pela expedição da carga precisa decidir por
um sistema de transporte multimodal.
Você sabia que no Brasil o transporte multimodal é constantemente utilizado para o
transporte de commodities, que são produtos de origem primária como café, arroz, soja etc.
(DATAMEX). E o ato de expedir também “puxa” outro entendimento, na cadeia de suprimentos
relacionado com a logística. A distribuição.

3.3 Distribuição

A distribuição trata de um dos pontos críticos do negócio da cadeia de suprimentos. De


acordo com o autor Martins (2006, p.405), no livro Administração de Materiais e Recursos
Patrimoniais. O mesmo autor afirma que o processo de distribuição já tem início na fábrica do
fornecedor e encerra com a entrega ao cliente final. E define distribuição como: conjunto de
atividades entre o produto pronto para o despacho e sua chegada ao consumidor final. Vale
destacar que:

“A movimentação física dos bens, para a maioria dos negócios representa um custo
significativo”. O que impacta na competitividade, com destaque para: Confiabilidade e
Controlabilidade.

MARTINS (2006, 406).

67
No que tange a confiabilidade, esta trata da entrega no prazo correto, com a embalagem
correta, sem danos causados pelo transporte e erros no faturamento. Já em relação a
controlabilidade é indispensável a capacidade de rastreamento e ação. Destaca-se ainda, que
algumas empresas optam por possuir seus próprios meios de distribuição, o que por vezes exige
grande investimento inicial. Este é o exemplo de uma fábrica que atua no segmento de descartáveis.
A fábrica está localizada em São Ludgero - RS e a distribuição da produção era realizada por frota
rodoviária de carretas própria, com tecnologia de sistema de monitoramento desenvolvido pela
própria empresa. Ao menos era assim, que funcionava lá pelos anos “2000 e idos…” já àquela época,
o custo de uma frota própria era oneroso - porém este também era um grande diferencial
competitivo, para o cliente receber o que era esperado, dentro do prazo esperado e com a otimização
dos recursos, por conta das carretas também servirem de transporte para outras fábricas do grupo
em outros Estados do País. Em contrapartida, o custo oneroso em ter um sistema próprio de frota faz
com que outras empresas contratem os serviços de terceiros. Tipo de serviço, para o qual há no
mercado empresas especializadas, desde a entrega de pequenos volumes (pacotes) a grandes frotas.
Assim, para a expedição, no processo de ação da movimentação, o que precisa ser transportado, a
depender da especificidade ou acomodação recebe o nome de carga. No próximo quadro, aborda-se
o tipo de transporte de carga, e algumas denominações de carga antecedida pela palavra transporte,
com objetivo de ampliar o entendimento referente a decisão do modal para a expedição.

É o tráfego de porta-a-porta, de cargas completas ou

TRANSPORTE DE CARGA fracionadas, embaladas ou não, que, por sua natureza e


GERAL característica, utiliza veículos ou equipamentos
convencionais, compreendendo o transporte de produtos
industrializados, produtos químicos (classificados como não
perigosos) e farmacêuticos, líquidos.

É um serviço específico de transporte de carga, cuja

TRANSPORTE DE operação compreende a coleta ou a recepção da carga,


tráfego e entrega à domicílio pelo transportador, dentro de
ENCOMENDAS

68
um prazo por este previamente definido, entre locais de
origem e destino pré-fixados.

É o que se realiza mediante a utilização de carroçaria

TRANSPORTE DE CARGAS apropriadas e providas de mecanismos de carregamento e


descarregamento adequados; compreende o tráfego de
SÓLIDAS A GRANEL
cereais, fertilizantes e outros, abrangendo também o
transporte de produtos britados, ou em pó a granel.

TRANSPORTE DE CARGAS É o que se realiza mediante a utilização de veículos ou


LÍQUIDAS A GRANEL equipamentos com tanques ou cisternas apropriadas com
dispositivos de carregamento e descarregamento
adequados, compreendendo o transporte de água, leite,
óleos alimentícios, vinho e outros.

TRANSPORTE DE CARGA É o que emprega veículos providos de dispositivos de fixação


UNITIZADA EM e de segurança deste equipamento, segundo normas
“CONTAINERES” OU técnicas específicas e depende de utilização de dispositivos
COFRES DE CARGA de carregamento e descarregamento.

É o que requer condições especiais de trânsito, quanto à


horários, velocidade, sinalizações, acompanhamento, ou
medidas específicas de segurança nas estradas, bem como
TRANSPORTE DE CARGAS
de segurança de propriedade de terceiros e da própria
EXCEPCIONAIS E
rodovia, compreendendo o transportes de materiais,
INDIVISÍVEIS
implementos, partes estruturais, máquinas ou parte de
máquinas e equipamentos, cujas dimensões e/ou peso
excedam os limites fixados pelos órgãos competentes de
trânsito, requerendo, geralmente, a utilização de veículos
especiais.

Quadro 14 - Tipos de Cargas


Fonte: Adaptado de Guia do TRC.

69
Pelo quadro apresentado você conheceu os tipos de transporte de cargas e que cada um
atende uma especificidade do tipo de carga a ser transportada. Nos tipos de cargas ainda há a carga
direta ou inferior.
• Carga direta: A carga direta ou direct load trata da expedição retirada. Ou seja, ela é
entregue diretamente ao cliente, sem passagem por terminal de operações.
• Carga inferior: Diz-se da carga inferior a um caminhão ou Less Than Truckload - LTL.
- É uma pequena expedição / pequeno envio. Uma mercadoria que não ocupa todo
o caminhão ou que não tem peso suficiente para qualificar-se para um desconto, por
exemplo, devido a quantidade. Para que essa carga se movimente é necessário o
monitoramento desta, através do princípio da controlabilidade, conforme já
mencionado.

Conhecimento de transporte é um documento que acompanha a mercadoria


durante todo o trajeto da origem ao destino final. Nele estão contidas as
informações referentes à origem da mercadoria, da transportadora
responsável pelo despacho e dados de destino. Além da data de saída e
número da nota fiscal que “amarra” a informação do conhecimento a
mercadoria em trânsito.

Cuja controlabilidade é possível por meio de um documento denominado de


conhecimento de transporte. Você sabe o que é um conhecimento de transporte?

O conhecimento de transporte permite rastrear a carga. No ano de 2007, no Brasil foi


criado o Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) que é um documento que regulariza o
transporte de cargas no país (MIGRATE).
E pela legislação vigente no ano de dois mil e dezenove, este substitui os documentos
utilizados pelos modais para cobertura de suas respectivas prestações de serviços. Que são: I.
Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, modelo 8; II. Conhecimento de Transporte
Aquaviário de Cargas, modelo 9; III. Conhecimento Aéreo, modelo 10; IV. Conhecimento de

70
Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 11; V. Nota Fiscal de Serviço de Transporte Ferroviário de
Cargas, modelo 27; VI. Nota Fiscal de Serviço de Transporte, modelo 7, quando utilizada em
transporte de cargas. Vale ressaltar que, o Conhecimento de Transporte Eletrônico é um documento
de existência apenas digital, emitido e armazenado eletronicamente, com o intuito de documentar,
para fins fiscais, uma prestação de serviço de transporte de cargas realizada para fins fiscais, uma
prestação de serviço de transporte de cargas realizada por qualquer modal (Rodoviário, Aéreo,
Ferroviário, Aquaviário e Duto viário). Cuja validade jurídica é garantida pela assinatura digital do
emitente (garantia de autoria e de integridade) e pela recepção e autorização de uso, pelo Fisco
(Conhecimento de Transporte Eletrônico).
Para melhor compreensão sobre o conhecimento de transporte. Considere imaginar que
esse é como uma passagem de embarque da mercadoria, para o transporte que ela precisa “pegar”
para chegar ao destino, não é mesmo? Para ampliar este entendimento atente para o termo: Proper
Shipping Name. No processo logístico dentro da cadeia de suprimentos, esse termo, significa:
discriminação de mercadorias. Que tem o propósito de descrever produtos específicos em todos os
documentos e notificações de expedição, aplicável a produtos.
Após a emissão dos documentos, a expedição precisa contar com os espaços necessários
à movimentação dos mais diferentes volumes: Containers, pallets, caixas e/ou cargas das mais
variadas. Perceba então que a “interface” entre a expedição e os modais com a finalidade de facilitar
o carregamento e descarregamento de mercadorias recebe o nome de doca. Ou seja, a doca é o
portão de entrada / saída de volumes. Ela é também uma área de passagem que facilita o acesso para
a realização dos serviços. No caso de centros comerciais como os shoppings, por exemplo, por onde
você acha que saí todo o lixo gerado diariamente nas praças de alimentação deste tipo de
estabelecimento? Por certo, pelas docas destinadas a esta finalidade, cujos resíduos são destinados
a reciclagem e a compostagem, de forma a reduzir os descartes nos aterros.
Em grandes centros comerciais como shoppings centers, existem docas destinadas ao
desembarque de mercadorias. Algumas dessas docas, possuem piso elevado que facilitam a
transferência da carga, que pode ser organizada em pallets, para o transporte rodoviário - caminhão.
E ainda, sobre as ações que envolvem a expedição, movimentação, armazenagem, distribuição,
transporte da carga, destinação, etc. é preciso atentar para o DOCK TO DOCK ou DTD. Mas, o que é
isso?

71
DTD - DOCK TO DOCK - É o tempo decorrido entre o recebimento da
matéria--prima até a expedição dos produtos acabados.

Também é imprescindível lembrar, que mesmo que o processo de expedição -


movimentação - distribuição de mercadorias seja facilitado por sistemas de gerenciamento, têm-se
ainda as funções de:
• EXPEDIDOR (FORWARDER) - Responsável por serviços afins e formalidades
envolvidas na operação de transporte dos produtos.
• EXPEDIDOR DE FRETE (FREIGHT FORWARDER) - Uma pessoa ou empresa que
prepara, consolida, e desenvolve grandes carregamentos e operações de
distribuição, assume as responsabilidades de transporte desde a origem até o
destino.

E dentro das atribuições do gerente de expedição uma delas é principalmente a de


garantir a qualidade do produto desde a origem ao destino final. Cujo fator determinante para uma
decisão que não implique em prejuízos é o tipo de modal escolhido, conforme os bens / produto /
mercadoria a ser movimentado. Recordando ainda, que no Brasil os tipos de produtos que mais fazem
uso dos modais são as commodities (café, milho, soja…).
Quando se trata de commodities, lembre-se que para este tipo de carga há a
preconcepção de que estes são itens que atendem aos requisitos de qualidade inerentes a estes.
Consequentemente, em relação à movimentação, há um fator complicador: a data limite de
expedição. Mas, do que se trata a data limite de expedição?

72
A data limite de expedição é uma informação mais que relevante para o
gerente de expedição. Por ela é possível realizar a alocação de mercadorias
em cargas unificadas ou distintas. Decidir pelo melhor tipo de modal ou
sistema de modal que transportará a carga, em tempo hábil até o endereço
de destino.

Aqui cabe também atentar que o conhecimento da data limite de expedição colabora para
com as ferramentas de gestão do tipo Just in Time, de modo que o insumo e/ou peça esteja disponível
ao cliente (montadora / repositor) em tempo hábil ao seu uso, sem onerar os custos para a empresa,
por ter que manter, por exemplo, algum item em estoque sem previsão de uso. A data limite de
expedição trata ainda, da data após a qual um produto não pode ser expedido para o cliente.
Lembre-se que quando se trata das atividades de expedição, dentro da cadeia de
suprimentos essa é auxiliada por os mais diferentes tipos de sistema. E dentro da cadeia de
suprimentos, a mesma conta com os chamados Supply Chain Management: Applications (SCMA), ou
seja, ferramentas para o gerenciamento integrado da cadeia de suprimentos. Sua principal função é
possibilitar ao usuário o controle de diversas funções logísticas simultaneamente, permitindo com
isso, analisar os trade-offs existentes. Além disso, possui uma abrangência que ultrapassa os limites
da empresa, ou seja, integra-se também aos outros membros da cadeia de suprimentos, tais como:
indústrias, atacadistas/distribuidores e varejistas, além de prestadores de serviços logísticos. Isto
torna-se possível graças a conectividade oferecida pelas tecnologias EDI (Eletronic Data Interchange)
e a Internet (NAZÁRIO, 2019).
Desta forma, perceba que a expedição dentro da cadeia de suprimentos é um processo
contínuo. Pois quando se trata da expedição de um produto acabado é considerado carga do tipo
inferior. As questões relacionadas ao despacho deste item, podem envolver um menor custo, caso o
cliente opte por aguardar que esta seja somada a outros pedidos, como o mesmo país de destino. O
que é possível, em relação a objeto adquirido, isento do atributo de perecibilidade. Por outro lado,
quando se trata das commodities a qualidade dos grãos inicia desde o seu processo de cultivo, a
separação, beneficiamento, armazenagem dos grãos, transporte e etc. E, portanto, é preciso se ter
atenção na questão perecibilidade e das entregas contratadas pelos clientes. Aqui, por certo é apenas
uma sinalização, de todo um movimento gerado na cadeia de suprimentos inerente a commodities.

73
Mas, por hora, você saber sobre os tipos de carga e processos de expedição já atende ao propósito
dessa competência!

E para consolidar ainda mais seu entendimento sobre processos de


expedição, você pode acessar o vídeo dessa competência!

Agora, você está próximo de concluir a trilha do conhecimento sobre cadeia de


suprimentos. Falta apenas a competência 4. Cujo objetivo da competência é tratar sobre uma
operação de produção, que colabora para com a redução de custos de todo o processo produtivo
inserido na cadeia de suprimentos.

74
4.Competência 04 | Compreender a operação Just in Time
Agora que você já entendeu o que é cadeia de suprimentos e quais suas atividades
principais, chegou o momento de falar sobre as operações Just in Time (JIT), às vezes denominada de
produção Just in Time, compras Just in Time ou entrega Just in Time. Como talvez esse possa ser um
termo novo para você é importante conhecer um pouco a origem do Just in Time, enquanto uma
ferramenta de gestão dentro da cadeia de suprimentos.

Antes disso, ouça o podcast que trata sobre esse tema.

4.1 Origem e conceitos do JIT

Para tratar da origem do Just in Time se faz necessário remontar ao período pós-guerra
quando as potências ocidentais, principalmente os Estados Unidos da América (EUA), tinha interesse
de restabelecer o Japão como potência industrial. À época, o Japão foi transformado, na base
avançada capitalista do extremo oriente. É importante ter em mente que o Just in Time, como um
processo de produção é um dos pilares que compõem o Sistema Toyota de Produção (TPS), também
chamado de Toyotismo (CAE Treinamentos). Historicamente, tem-se que devido a reconstrução,
ocasionada pelo pós-guerra, o Japão desenvolveu muitas técnicas. Inclusive de controle estatístico.
Cabe, aqui, uma parte, de inclusive saber, que um outro método, o Ciclo PDCA, foi trazido dos EUA,
por W.E. Deming, americano, estudioso responsável pelo ciclo PDCA (Planejar, Executar (DO),
Verificar (Check) e Agir), cuja “ferramenta” é muito utilizada na área da administração. E é provável
que você já conheça alguma ilustração que representa o ciclo PDCA. Esse é representado como um
círculo, no qual cada letra corresponde a uma ação e a uma etapa do ciclo, na qual os gestores
monitoram e ajustam os planos, conforme necessário. Originalmente essa é uma ferramenta cujos
termos são originais na língua inglesa. Portanto, ao traduzir o verbo da ação do original do inglês: DO,
essa na língua portuguesa, executar, inicia com o vogal E, mas não substitui a letra D dentro da
ferramenta Ciclo PDCA, compreende? Para ficar mais claro, atente para a figura: Ciclo PDCA.

75
Figura 10 - Ciclo PDCA
Fonte: Implantta Consultoria, 2021.
Descrição da Figura: apresenta quatro cards numerados em uma sequência de 1 a 4 da esquerda para a direita. Ao
centro esses cards estão interligados por um círculo, o qual está denominado de Ciclo PDCA. O card um representa a
letra P do verbo planejar, no qual consta escrito: traçar os planos de ação de como são executadas as tarefas
estratégicas ou operacionais. O card dois representa a letra E de executar, do inglês a letra D, do verbo DO (fazer), no
qual consta escrito, colocar em prática o que foi planejado, utilizando os recursos disponíveis. Executar, fazer acontecer,
gerar resultados. O card 3 representa a letra C do verbo checar, no qual consta escrito: analisar a eficiência e a eficácia
com a qual os recursos foram empregados, verificar se o que foi realizado está de acordo com o planejado. E por último
o card 4 representando o verbo Agir. No qual consta escrito, agir em torno os resultados obtidos, corrigindo a rota,
capacitando a equipe e mudando a estratégia se for necessário. Fim da descrição

Esse à parte, sobre o Ciclo PDCA é que para que você assimile que antes do uso da
ferramenta de produção Just in Time, o início das operações tem seu start no planejamento. Pois, a
considerar que Just in Time significa “na hora certa”, essa é uma metodologia que exige
planejamento, comprometimento, organização, precisão e pontualidade. Do Contrário, o processo

76
de produção fica comprometido e consequentemente o cronograma de entregas, por sua vez,
também. Ainda sobre a origem do Just in Time os japoneses foram melhorando as técnicas que
aprendiam. Assim, tem-se o exemplo do senhor TaiichiOhno, um japonês, formado em Engenharia
Mecânica que na época era diretor da Toyota (aquela empresa de carros, lembra?). Por volta da
década de 1950, a empresa estava à beira da falência e, por isso, não poderia fazer novos
investimentos em equipamentos e novas invenções. Nesse momento iniciou uma longa colaboração
entre Ohno, ShigeoShingo, consultor de qualidade da Toyota, e Deming (aquele do PDCA), para criar
um sistema de estratégia de manufatura que fizesse a empresa obter lucro e sustentabilidade para
atingir o crescimento. Em 1956, Ohno foi visitar os EUA e observou que os supermercados
recolocavam mercadorias nas prateleiras a partir do momento em que elas eram vendidas. Ele então,
trouxe a ideia para implantar nas fábricas da Toyota. E na fábrica da Toyota, a ideia trazida por OHNO,
permitiu uma operação nivelada entre os postos de operação, onde o posto precedente repõe apenas
as peças certas na quantidade certa e no momento certo, ou seja, no instante que o posto sucessivo
as consumiu, assim como acontecia nos supermercados, isso prevenia a formação de estoques
(OHNO, 1996). Assim, nascia o Just in Time. Um método de gerenciamento da manufatura
desenvolvido pelos japoneses em 1970, que se baseia no conceito de ‘puxar’, ou seja, produzir contra
uma demanda. Ao que um autor referência na área enfatizou em seus estudos sobre Just in Time:

“ Não me dê esse material até que eu precise dele, e quando eu o solicitar, me dê


imediatamente, e as minhas exigências com respeito à qualidade e ao custo devem ser
plenamente satisfeitas”.

BERTAGLIA (2003)

Pela citação apresentada você percebe que o sistema Just in Time não se trata apenas de
entregar o que é solicitado, no momento em que é solicitado. Mas, para além disso, há
especificidades a serem atendidas e se predomina o requisito da qualidade, com redução de estoque
de forma a reduzir os custos de armazenamento e logísticos, pois o objetivo principal de
implementação e bom uso de ferramentas de gestão dentro de uma organização é o de se reduzir
custos. E nesse contexto é importante que você compreenda que a operação Just in Time está
intrinsicamente ligada as operações logísticas, conforme ilustra a figura: Operação Just in Time.

77
Figura 11 - Operação Just in Time
Fonte: Engenharia 360, 2021.
Descrição da Figura: A figura operação Just in Time traz em formato de círculo, um relógio ao centro marcando nove
horas, e contornando o mesmo há um círculo com setas que em sentido horário e que têm o ponto de partida no
fornecedor um, representado por um ícone de uma fábrica. Na sequência, em cima da seta há o ícone de um caminhão,
como se esse sai do fornecedor um com destino ao fornecedor dois, ocorrendo o mesmo “movimento” do fornecedor
dois com destino ao fornecedor três e do fornecedor três com destino ao fornecedor quatro e por último partindo do
fornecedor quatro com destino ao cliente representado por um ícone de fábrica denominado de fábrica /
montadora. Fim da descrição

Por certo, você já compreendeu que a logística é parte importante nos processos que
envolvem a cadeia de suprimentos, não foi mesmo? E como essa é sustentada por toda teia
tecnológica de sistemas de comunicação e informações, que proporcionam a conexão e trocas dados
constante entre as instituições com diferentes papeis na cadeia de suprimentos. Ao que em síntese
entendesse também o Just in Time como

Uma filosofia de planejamento em que todo o canal de suprimentos é sincronizado para


reagir às necessidades das operações dos clientes.

BALLOU (2006)

78
E se acrescenta a esse entendimento que é também como

Uma filosofia de produção voltada para eliminação de desperdícios no processo total de


fabricação das compras à distribuição.

POZO (2007)

Alinhando esses dois conceitos, pode se dizer que o objetivo do Just in Time, envolve a
coordenação das atividades de modo que os materiais e produtos adquiridos estejam no local de
produção ou montagem exatamente no momento em que são necessários para o processo de
transformação.
Enquanto responsável, pela gestão de uma empresa, tenha em mente que, o Just in Time,
se aplicado de maneira correta, reduz ou elimina a maior parte dos desperdícios que ocorrem nas
compras, produção, distribuição e atividades de apoio à produção. Entenda desperdícios como
qualquer quantidade maior do que o mínimo necessário de equipamento, materiais, componentes e
tempo de trabalho absolutamente essencial à operação.
O Just in Time também proporciona às empresas, além de uma substancial melhoria na
qualidade dos produtos que elas produzem, uma redução no tempo de resposta do mercado. O que
isso quer dizer, na prática? Quer dizer que os produtos novos ou modificados por sugestões dos
consumidores podem ser colocados no mercado na metade do tempo considerado normal. Cabe
ainda apresentar mais algumas das principais características do sistema Just in Time. Segundo Ballou
(2006), estudioso do tema Cadeia de Suprimentos, as características principais do Just in time que são
importantes para você compreender esse sistema estão representadas na figura: características
principais do Just in Time.

79
Figura 12 - características principais do Just in Time.
Fonte: VIANA; ALVES, LACERDA (2021, p.65).

Nas características principais do Just in Time note que cinco foram destacadas. Das quais
as relações com poucos fornecedores e transportadores, informação compartilhada,
produção/compras em menores quantidades com níveis mínimos de estoque, busca eliminar as
incertezas e tem meta alta no quesito qualidade. O que é novamente, uma síntese para redução de
custos no processo de produção. E uma vez, alcançado o entendimento do que é o Just in time,
avançasse então, para apresentar alguns dos objetivos deste, dentro da cadeia de suprimentos.

4.2 Objetivos do Just in Time


Dos objetivos do Just in Time para contribuição da gestão da cadeia de suprimentos
destacam-se os objetivos de:
a) Estoques intermediários igual a zero: os estoques intermediários podem elevar-se
caso os tempos de máquinas não estiverem sincronizados. O ideal é manter sempre igual ou próximo
de zero. Por exemplo, imagine uma fábrica de cosméticos, que mantém estoques altos de insumos,
caso os tempos das máquinas no processo de produção não estejam sincronizados e comece a ficar
mais lento pode acontecer desse estoque aumentar mais ainda, por isso o ideal é manter um estoque
baixo.

80
b) Tempo de entrega igual a zero: o tempo de entrega alto, leva ao armazenamento em
quantidades exageradas, maximizando o custo dos estoques, o que pode afetar de certa maneira
outras atividades do processo, como o espaço de armazenagem.
d) Zero movimento: movimentações desnecessárias de insumos não agregam valor ao
processo e somente aumentam os tempos inúteis na produção. Então quanto mais automático for
esse processo de movimentação, melhor.
e) Zero paradas de máquinas em função de quebra: o desempenho do equipamento
deve ser monitorado constantemente e eficientemente para evitar quebras e falhas que venham a
interromper o fluxo normal de produção.
f) Zero defeitos: uma grande quantidade de defeitos leva a produção de uma quantidade
acima do planejado para atender as necessidades da demanda.
g) Tamanho mínimo de lote: em conjunto com o tempo de preparação, o lote mínimo
deveria ser minimizado para oferecer flexibilidade e com isso também reduzir custo de estoque.

Você percebeu que todos esses objetivos visam a eliminação de desperdícios? Seja de
tempo ou de recursos? Pois bem, isso faz parte da filosofia do Just in Time que é o próximo tema

4.3 Filosofia Just in Time

A filosofia JIT está fundamentada na importância de se fazer às coisas da forma certa


desde a primeira vez, ao invés de investir um tempo enorme no conserto de erros depois que eles
ocorrem. Essa noção é contrária ao modelo empresarial que presume que a qualidade é algo que o
departamento de qualidade verifica depois que uma mercadoria foi produzida. O que já é um outro
assunto. Mas, sobre a filosofia Just in Time, três razões a definem:

1. Eliminação de 2. O envolvimento dos 3. Esforço de Aprimoramento

desperdícios funcionários na produção contínuo

Sendo cada uma dessas razões detalhadas a seguir:

81
4.3.1 Eliminação de desperdício

Existem três componentes básicos e igualmente importantes para a eliminação de


desperdícios segundo, o autor, Pozo (2007):

• Balanceamento sincronizado e fluxo no processo de produção: cada posto de


trabalho dentro de uma fábrica, por exemplo, produz de forma sincronizada e na
quantidade adequada, gerando um fluxo constante e sem interrupções em todas as
estações da linha. A finalidade, portanto, é reduzir as perdas, aumentar a
produtividade, proporcionando assim flexibilidade e capacidade de atender
prontamente a demanda.
• Atitude da empresa em relação à qualidade: diz respeito a ação de fazer certo da
primeira vez, e estimular um clima de criatividade, a mentalidade da qualidade,
autocontrole e prevenção de falhas.
• Envolvimento dos funcionários: este componente é pré-requisito para a eliminação
de desperdício. É necessário que desde os cargos mais baixos até a alta administração
se envolvam nos esforços da eliminação de desperdícios e na solução dos problemas
de produção.

82
Estude o caso

A fábrica Charme e Cheiro tem uma linha de produção que precisa utilizar de
forma extremamente racional os equipamentos, funcionários, insumos, etc.,
no entanto, devido uma prática do antigo administrador, que agora foi
demitido ela mantém grandes estoques, o que tem impactado no fluxo
financeiro e levado a prejuízos constantes.
Com a demissão do administrador e a contratação de um novo, a fábrica
estuda uma forma de eliminar seus custos e percebe no Just in Time uma
oportunidade de remodelar seu processo produtivo. Mas, para que isso
ocorra ela precisa reestruturar sua cadeia de suprimentos com seus
principais fornecedores, Plastique e Alcoolite, para que eles entreguem os
insumos em tempo real, ou seja, à medida que a linha de produção vai
utilizando esses materiais, garantindo assim o balanceamento sincronizado e
fluxo de linha de produção. Além disso, é necessário que os funcionários
estejam envolvidos nesse processo, e para que o cliente na fábrica seja
propício a aceitar essas mudanças a fim de melhorar a qualidade dos
produtos.

Conforme você leu no quadro o caso da “Charme e Cheiro”, a primeira pergunta que os
gestores tomadores de decisão dentro de uma organização em uma situação, como a que foi
apresentada precisam fazer é: vai funcionar em minha empresa?
Para os altos executivos da Charme e cheiro que se interessam em implementar a
metodologia Just in Time, o que se pode responder é que o sistema Just in Time pode funcionar em
qualquer ambiente produtivo, seja qual for o ramo produtivo. Ele pode até mesmo funcionar
igualmente bem em empresas cuja atividade não envolva produção.
As implicações do Just in time são inúmeras, é necessário lidar com fornecedores que
tenham níveis altos e consistentes de qualidade, visto que seus componentes irão diretamente para
o produto final. É necessário um desempenho logístico absolutamente confiável que elimine, ou pelo
menos reduza a necessidade de estoques de materiais de reserva (BOWERSON, et al., 2014). O que
além de ser monitorado por sistema também conta com o envolvimento dos funcionários.

83
4.3.2 Envolvimento dos funcionários

A filosofia Just in time fornece diretrizes que incluem todos os funcionários e todos os
processos na organização. Uma cultura organizacional adequada tem sido vista como um importante
fator para apoiar esses objetivos, com a ênfase no envolvimento dos funcionários. Este enfoque
também tem sido chamado de sistema “de respeito pelos homens”, que incentiva a resolução de
problemas por equipes, rotação de cargos (um funcionário passar por vários cargos dentro da
empresa) e multi-habilidades. A intenção é encorajar a responsabilidade pessoal e o engajamento no
trabalho (SENAI, 2015).
É importante destacar que esse envolvimento deve ser contínuo e a administração
superior, como os diretores, gerentes também devem estar envolvidos. Isto significa uma mudança
no relacionamento entre os administradores e outros gerentes, nos critérios de seleção e
substituição, nos critérios de avaliação do trabalho, do relatório de grupo e da comunicação geral. As
metas devem ser revistas, dando-se ênfase às atividades de melhoramento, que ganharam, status
em relação às prioridades dado às atividades de controle.
O envolvimento dos funcionários também consiste na participação dos operários por
meio dos círculos de qualidade, que não raro, conduz a solução de problemas e melhorias nos
processos, constituindo um meio de motivação e compromisso com o processo de aprimoramento
contínuo.

4.3.3 Esforço de aprimoramento contínuo

Os objetivos do Just in Time normalmente são expressos como ideais, como por exemplo,
quando se fala que os produtos devem estar no lugar certo, na hora certa com qualidade perfeita
sem desperdícios. Mas considerando que isso nem sempre é possível, assim o Just in Time tenta se
aproximar ao longo do tempo. Nesse caso o aprimoramento contínuo é uma parte muito importante
para o Just in time. A palavra japonesa para aprimoramento contínuo é kaizen, parte chave da filosofia
do Just in Time. A ideia é fazer mudanças sempre que necessário visando uma melhoria.
Embora você deve estar aí pensando que a direção da empresa é quem deve assumir
essas mudanças, na verdade a responsabilidade dos aperfeiçoamentos é das categorias mais baixas
da organização. Esta filosofia postula o trabalho de equipe. Essas equipes são responsáveis pelas

84
operações individuais que realizam, pela correta coordenação das operações e pelo
aperfeiçoamento. Lembra quando se tratou há pouco do envolvimento dos funcionários que a
intenção é fornecer responsabilidades para os funcionários? Pois aqui no aprimoramento contínuo
isso acontece também.
A filosofia do Just in Time prevê metas amplas e ambiciosas, porém não são alcançadas
da noite para o dia, mas em um movimento contínuo de aperfeiçoamento, o Kaizen: que se traduz
em: zero defeito, tempo de preparação zero, estoque zero, quebra zero, lead time zero, e lote
unitário. Para ampliar a compreensão, o mesmo está representado na figura: método Kaizen.

Figura 13 - Método Kaizen


Fonte: CA Treinamentos, 2019.
Descrição da Figura: A Figura apresenta da esquerda para a direita uma sequência de etapas do processo Kaizen do

85
número 1 ao número 7. Ao que cada número apresenta uma ação. Número um: identifique uma oportunidade de
melhoria (um problema que precisa ser resolvido, uma falha constante, um processo que gera erro e desperdícios com
certa frequência). Número dois: Mapeia o processo atual (entenda o processo atua, faça um fluxograma com todas as
etapas, entenda cada etapa). Número 3. Desenvolva uma solução (identifique as causas do problema, proponha
soluções para entraves, proponha melhorias). Número 4. Implemente (Forme uma equipe para implementação, aplique
as mudanças, estenda a melhoria ao restante da empresa). Número 5. Analise os resultados (Meça e analise os
processos, avalie se a melhoria for alcançada, continue acompanhando resultados). Número 6. Crie um padrão
(identifique a melhoria ocorrida, oficialize os procedimentos para a empresa como um todo, continue acompanhando a
execução). Número 7. Planeje os próximos passos. Fim da descrição.

Para que todas essas mudanças ocorram, a empresa deve formar seus trabalhadores na
aquisição de ferramentas necessárias como: trabalho em equipe; brainstorming (ambiente propício
à geração de ideias e soluções inovadoras); identificação de problemas, diagramas de causa/efeitos
e análise de processos. Cujo método colabora para com a implementação da filosofia do Just in Time.
No entanto, ainda se faz necessário pensar: como é possível implementar o Just in Time nas
organizações?

4.4 Como implementar o Just in Time


Toda organização desenvolve ou adota uma metodologia de trabalho e traz uma filosofia
no que se refere ao ambiente organizacional. Dentre as mais diferentes filosofias de trabalho, há uma
que é recorrente nas organizações e que comunga com a filosofia do Just in Time que é a de otimizar
os recursos, reduzindo os custos, como mencionando mais de uma vez ao longo desse e-book,
lembra? Embora por vezes, nos processos de produção, possa não estar claro a adoção do Just in
Time como ferramenta que coopera na rotina das atividades da instituição, possa ser que a
organização já faça uso de algumas das rotinas desses. Porém, para implementá-la é importante ao
gestor atentar para os requisitos básicos de adoção desse sistema, de envolver e esclarecer junto aos
colaboradores a importância desse processo para o êxito das operações e gestão dos custos da
organização, sobretudo no que se refere a logística, armazenagem e estoque.
Ao implementar o Just in Time a gestão precisa atentar para alguns requisitos
fundamentais, para que traga os resultados almejados pela organização. Que são:

• Elaboração dos planos e dos programas de produção que apresentem certa


estabilidade.

86
• Habilidade para responder rapidamente às flutuações de demanda, como efetuar
trocas rápidas de máquinas quanto necessário.
• Apresentar uma conexão organizada entre as operações internas e a proximidade
entre as entidades envolvidas, no caso o fornecedor ou a planta fornecedora.
• Entender e utilizar o conceito de células de trabalho.
• Definir o balanceamento de capacidades
• Distribuir fisicamente os recursos com o objetivo de dar o melhor desempenho ao
fluxo de processo.
• Enfatizar a manutenção preventiva e preditiva
• Reduzir o tamanho dos lotes
• Introduzir o sistema de “puxar” (kanban) ao invés de empurrar os materiais para a
planta e/ou produção.
• Reduzir os tempos de troca de equipamentos.

Fonte: BERTAGLIA (2020).

Sobre os passos básicos para implementar o Just in Time no gerenciamento da


manufatura, o estudioso do tema Bertaglia (2003;2020) destaca que esses podem ser resumidos
quanto a: classificação dos itens de estoque, custo do item, demanda, distribuição ABC, acordo com
fornecedores, política de estoque, pedido mínimo e indicadores de desempenho. Sendo atribuído a
uma sua especificidade dentro do processo de produção. Conforme a seguir:
• Classificação dos itens de estoque: é necessária para garantir a segmentação por tipo
de item, objetivando definir as principais diferenças e obter uma compreensão
daquilo que se quer controlar. Por exemplo, os itens podem ser classificados em:
matéria prima, itens comprados, itens fabricados, material ou produto em processo,
material de embalagem, entre outros.
• Custo do item: o custo unitário de cada item no estoque deve ser identificado para
eventuais análises de valor, já que o custo com investimento em estoques é
prioritário.

87
• Demanda: a demanda pelo estoque deve ser definida em um intervalo de tempo de
até um ano, a fim de propiciar o fornecedor um plano de investimento para o
abastecimento de materiais caso não seja suficiente.
• Distribuição ABC: cada segmento de estoque deve possuir a distribuição ABC, cuja
finalidade é possibilitar por meio de análises de consumo, níveis de estoques e valor
do item. Também conhecida como curva ABC, é um método de classificação de
informações para que se separem os itens de maior importância ou impacto, os quais
são normalmente em menor número. São três as categorias, também chamadas de
classes:
• Categoria A: classificação para itens que são extremamente importantes ou críticos
para o negócio.
• Categoria B: classificação para itens de média importância.
• Categoria C: categoria dos itens relativamente sem importância.
• Acordos com fornecedores: deve-se estabelecer acordos com eles em relação à
frequência de entrega e quantidade de itens a serem entregues. É importante que os
funcionários de produção tenham contato direto com os fornecedores.
• Política de estoques: abrange informações que irão determinar se o abastecimento
é automaticamente efetuado pelo fornecedor, ou se uma comunicação formal é
necessária como via telefone, fax, internet, entre outros.
• Pedido mínimo: o JIT deve solicitar pedidos com quantidade econômicas e estoques
de segurança como medida de prevenção, daí a ideia de pedidos mínimos.
• Indicadores de desempenho: para avaliar a efetividade do JIT é necessário definir os
indicadores de desempenho do estoque.

A verdadeira razão para o Just in Time recomendar a redução ou eliminação de estoques,


é que eles são inerentemente maléficos. Eles são prejudiciais para o processo de produção porque
sempre escondem problemas que o gestor precisa resolver. Como por exemplo, armazenagem de
matéria-prima sem previsão de uso na produção! O que por consequência também gera impacto no
financeiro, por ser “dinheiro” parado.

88
Sobre o sistema Just in Time na cadeia de suprimentos esse tem fortes impactos em
diferentes áreas, para além da área responsável por cuidar dos estoques. É necessário haver uma alta
confiabilidade nos processos para que a redução dos estoques não signifique maiores níveis de
ruptura e faltas de produto. Por isso é imprescindível ter mapeado os processos de produção e um
elo consistente com os fornecedores para que se tenha “o que é preciso, no exato momento que é
preciso”. No vídeo a seguir em menos de sete minutos você confere uma explicação sobre o processo
Just in Time em um Sistema de Produção Toyota.

Figura 15 - Como Funciona o Just in Time


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Lg6uS8oGec0&t=283s
Descrição da figura: Como Funciona o Just in Time

Como Funciona o Just in Time


https://www.youtube.com/watch?v=Lg6uS8oGec0&t=283s

Você pode estar pensando: mas o Just in Time só se aplica ao processo de produção de
indústrias? Na verdade, o Just in Time também se aplica a serviços. No entanto, nesse caso seu foco
está nos processos. E para que os processos sejam realizados dentro do tempo necessário ao
atendimento de uma demanda, se faz necessário que todos os insumos estejam à disposição. Como,

89
por exemplo, no caso de um atendimento de emergência a um animal de estimação em uma clínica
veterinária. Em uma situação como essa, o veterinário, também gestor da cadeia de suprimentos da
clínica veterinária precisa ter em mãos os insumos mais importantes, fazendo uma classificação ABC
dos itens em estoque (VIANA; ALVES, LACERDA, 2019), compreende?

Percebe como ficou mais fácil entender com os exemplos? Agora você pode estar aí
pensando “então o Just in Time tem muitas vantagens, e todas as empresas deveriam adotá-lo! ”. No
entanto, não é bem assim, todas elas não precisam adotar, tudo vai depender da necessidade de cada
empresa. Além disso, você sabia que existem desvantagens na adoção do sistema Just in Time? Pois
é, o tópico a seguir trata um pouco sobre as vantagens e desvantagens do Just in Time para as
organizações.

4.5 Vantagens do Just in Time

Do que foi estudado sobre o Just in Time nesse e-book, tem-se que a maior vantagem em
se utilizar o conceito de Just in Time é a redução de custos da cadeia produtiva como um todo, pois o
objetivo principal do Just in Time é reduzir ou mesmo eliminar todo estoque e desperdícios nas
diferentes etapas de produção. Existem também outras vantagens que podem ser divididas nos
seguintes aspectos, segundo o estudioso Bertaglia (2003;2020):
• Redução do tempo de ciclo produtivo: os conceitos com relação à entrega direta do
material ao ponto de consumo e a decorrente redução de pontos de armazenagem
claramente influenciam a redução do ciclo. Outro destaque é que o fornecedor deve
estar próximo do ponto de consumo do material. Por exemplo, a Unilever (que é dona
da Dove que fabrica sabonete, xampus, lembra?), na unidade de Vinhedo, em São
Paulo, alojou vários fornecedores de frascos de xampus dentro de sua planta.
• Redução do nível de estoque: orientação de que os materiais devem ser entregues
de acordo com o ponto de consumo, em quantidades econômicas. Contudo, algumas
empresas preferem manter estoque de segurança em caso de contingência.
• Melhor aproveitamento de espaço: as distribuições dos materiais devem estar de
acordo com o objetivo de se obter um fluxo mais adequado ao processo, além de que
reduzir os números de locais de estoque gera mais espaço disponível.

90
• Redução no custo de qualidade: a imagem da empresa depende da qualidade de seu
produto. Portanto, o benefício está no ato de reduzir o retrabalho motivado pela
existência de produto defeituoso. Assim, a participação e envolvimento dos
empregados é de suma importância para que o produto seja de qualidade.

Apresentadas as vantagens de implementação do Just in Time é chegado o momento de


se tratar das desvantagens da implementação do Just in Time.

4.6 Desvantagens do Just in Time


Existem várias desvantagens e/ou limitações na aplicação do sistema Just in Time nas
organizações. São elas:

• Não se aplica a todos os tipos de negócios: o processo produtivo de produtos que


apresentam uma demanda pouco previsível e com grandes oscilações pode enfrentar
sérios problemas de abastecimento de materiais.
• Risco da perda de produtividade: Outro ponto negativo do sistema é o grande risco
da perda de produtividade em função de paradas da linha de produção por falta de
material em função de atrasos na entrega por partes dos fornecedores externo e,
também, internos.
• O produto não tem disponibilidade imediata: existe um tempo de espera entre a
produção e o cliente receber. Nesse caso as empresas estão sempre tentando
aprimorar a produção visando a redução desse tempo.
• Altos investimentos em treinamento: é necessário um investimento grande em
treinamento para que todas as partes da cadeia de suprimento estejam
perfeitamente alinhadas e comprometidas.
• Resistência a nova cultura: O Just in Time é uma nova cultura dentro da organização
e toda cultura nova gera resistência por parte das pessoas. É preciso que a
organização esteja preparada para lidar com a resistência.

91
• Perda da autonomia: devido à rigidez das regras e a existência de padrões que regem
os ciclos e fluxos do Just in Time, as pessoas perdem autonomia (individualmente ou
em grupo). As pessoas sentem a pressão para que sigam as regras estabelecidas.

Percebe que o Just in Time embora pareça ser vantajoso, possui algumas limitações? E
que cada organização deve, portanto, verificar se tem a capacidade para implementar de forma eficaz
e eficiente para gerar bons resultados.
Por certo, você percebeu o tanto de ferramentas, sistemas e agentes que sustentam uma
cadeia de suprimentos, de modo que ela funcione de forma eficiente provendo o que se fizer
necessário, do que se é contratado, não foi mesmo? E nesse ponto, você está quase no fim da trilha
desse e-book, só falta concluir a leitura da conclusão.

Antes, você pode conferir a videoaula dessa competência para consolidar o


tema.

92
Conclusão
Neste e-book você compreendeu que o gerenciamento da cadeia de suprimentos engloba
o planejamento e a gestão de todas as atividades envolvidas em identificar fornecedores, comprar,
fabricar e gerenciar as atividades logísticas. E que esta inclui também a coordenação e a colaboração
entre os parceiros do canal, que podem ser fornecedores, intermediários, provedores de serviços e
clientes. Então, posso dizer que a logística e a cadeia de suprimentos são áreas distintas? Sim! Uma
vez que a logística se concentra nas operações da própria empresa, as atividades da cadeia de
suprimentos envolvem o gerenciamento dos produtos até quando eles alcançam o mercado, desde
o primeiro fornecedor até chegar ao cliente final, ela, a Cadeia de Suprimentos possui uma visão mais
ampla e panorâmica do que a visão logística, pois está ligada à estratégia da empresa. Assim, pode-
se dizer que a logística inclui: Transporte de entrada, Armazenagem, Transporte de saída, Execução,
Logística reversa.
Por sua vez a cadeia de suprimentos, é muito mais abrangente, e envolve:
Compras/aquisição, Planejamento de fornecimento, Planejamento de demanda, ERP, Gestão de
estoque, Aprimoramento contínuo, Fabricação e Logística.
A competência 2, tratou sobre os processos de fornecimento, e dentro deste processo
foram destacadas as atividades de compras e de armazenagem. Na cadeia de suprimentos a área de
compras assume um papel fundamental para organização, pois é a partir da aquisição de matérias-
primas ou de serviços que as operações da organização irão se desenvolver. Você viu também, que
devemos tomar as decisões pertinentes a quais produtos e serviços devem ser produzidos ou
realizados internamente e qual devem ser adquiridos de fornecedores externos (terceirizados). Este
setor precisa pensar sempre estrategicamente traçando alternativas para lidar com os processos.
Quanto a armazenagem, você conheceu um pouco sobre seus processos, como também a diferença
entre armazenagem, estoque e centro de distribuição. Um ponto importante que tratado nesta
competência e que merece destaque foi sobre os benefícios e sobre a classificação quanto à
propriedade do armazenamento.
A competência 03 tratou sobre os processos de expedição. Por essa competência foi
possível saber: O que é expedição, Significados de expedição dentro da logística, Denominação e
atribuições dos profissionais, agente de cargas e gerente de expedição responsáveis por a tomada de

93
decisão referente a expedição e compreender que a expedição é mais que um local de
parada/passagem/entrega de produtos.
Um ponto de destaque na competência 03 foi o de apresentar o conhecimento de que a
expedição é mais que o simples despacho de um item ao destino. É o planejamento de uma ação que
considera inúmeras variáveis, que envolvem: o transporte, que pode ser modal ou intermodal; o
recebimento; a armazenagem e Distribuição. Variáveis que estão contidas na gestão da logística da
Cadeia de Suprimentos, a qual decorre da necessidade de se movimentar algo do local de origem ao
destino e que são monitorados através de sistemas auxiliados por documentos eletrônicos e físicos
que permitem mapear o percurso, o estado e acondicionamento do que está sendo transportado, até
o destino final.
Foi possível também aprender que a principal missão da expedição é garantir a
qualidade do que será recebido. Com o propósito de atender, a contento, todas as etapas e
expectativas dos stakeholders envolvidos no processo do envio/recebimento do item para consumo
e/ou prestação do serviço.
Na competência 4 foram tratadas as origens do Just in Time, e depois foi conceituado
como ficasse claro como é esse processo. O Just in Time pode ser aplicado em qualquer tipo de
empresa, que conforme suas necessidades atenda as razões da filosofia que são três: eliminação de
desperdício, envolvimento dos funcionários de produção, e melhoramento contínuo.
Foi entendida a filosofia do Just In Time, os elementos que são necessários para
implementar o Just in Time, a) classificação dos itens de estoque, b) custo do item, c) demanda, d)
distribuição ABC, acordos com fornecedores, política de estoques, pedido mínimo e indicadores de
desempenho. Além disso, foi observado que o Just in Time possui vantagens e desvantagens. A maior
das vantagens é a redução de custos de produção, outras vantagens podem ser citadas como:
Redução do tempo de ciclo, Redução do nível de estoque, Melhor aproveitamento de espaço,
Redução no custo de qualidade, Ganho de produtividade, Aumento na flexibilidade, Redução do
trabalho em processo, rápidas respostas dos fornecedores em caso de imprevistos e Ciclo de
produção curto e fluxo veloz.
Também foram apresentadas as desvantagens do Just in Time: Não se aplica a todos os
tipos de negócios, Risco da perda de produtividade, O produto não tem disponibilidade imediata,
altos investimentos em treinamento, Resistência a nova cultura e Perda da autonomia.

94
Parabéns! Você chegou ao fim da trilha do e-book de cadeia de suprimentos. E agora que você
concluiu essa jornada importa que você se aproprie e amplie o conhecimento adquirido
compartilhando o seu aprendizado com os seus colegas. Dessa forma, você adquirirá propriedade no
tema aqui tratado, que foi de cadeia de suprimentos.

95
Referências

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística Empresarial. Tradução: Raul


Rubenich, Bookman, 2007.

Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=QAHrq0r6E7cC&lpg=PA1&hl=pt-


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Bertaglia. – 2.ed. rev. E atual. - São Paulo : Saraiva, 2009. Disponível em: <
https://books.google.com.br/books?id=MYmwDwAAQBAJ&lpg=PP1&dq=livros%20sobre%20supply
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BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento / Paulo Roberto


Bertaglia – 4 ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020. Disponível em: <
https://www.google.com.br/books/edition/Log%C3%ADstica_e_gerenciamento_da_cadeia_de/WM
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BR&gbpv=1&dq=bertaglia%202020&pg=PP1&printsec=frontcover&bsq=bertaglia%202020>. Acesso
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BOWERSOX, Donald J., David J. Closs, M. Bixby Cooper. Gestão Logística da Cadeia de Suprimentos -
4ª Ed. 2014. Disponível em: <
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LEVI, David Simchi; KAMINSKY, Philip; LEVI, Edith Simchi. Cadeia de Suprimentos Projeto e Gestão.
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Ravagli. – Rio de Janeiro: Alta Books, 2019. 352 p. il. ; 12.062 Kb. Disponível em: <
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ntos%202018&hl=pt-BR&pg=PR6#v=onepage&q&f=false > . Acesso em: FEV, 2021.

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TECHOJE, revista eletrônica, disponível em Techoje - A importância do desenvolvimento dos
fornecedores para a atividade de compras, acessado em DEZ/2022.

VIANA, André Paes. Cadeia de Suprimentos: Curso Técnico em Administração: Educação a distância /
André Paes Viana, Luana de Oliveira Alves, Lucinea Maria de Lima Freire Lacerda. – Recife: Escola
Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa, 2019. 81 p.: il.

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Minicurrículo do Professor

Lucinea Maria de Lima Freire Lacerda


Docente em Curso Superior de Administração em faculdade da Iniciativa Privada na
cidade Jaboatão dos Guararapes. Professora conteudista, formadora e tutora no curso técnico em
Administração na modalidade de educação à distância na Escola Técnica Estadual Professora Antônio
Carlos Gomes da Costa – ETEPAC, do Governo do Estado de Pernambuco. Coordenadora no curso
técnico médio integrado e subsequente de Marketing na Escola Técnica Estadual Dom Bosco.
Colaboradora na LuzeSomLive. Mestra em Consumo, Cotidiano e Desenvolvimento Social pela UFRPE,
especialista em Gestão de Negócios pelo SENAC e em Gestão e Tutoria em EAD pela FACIGMA e
Bacharel em Administração de Empresas pela FAFIRE.

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