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Reformuladora
Bernadete Moreira Pessanha Cordeiro
Revisão Pedagógica
Vânia Cecília de Lima Andrade
Programação e Edição
Ozandia Castilho Martins
Fagner Fernandes Douetts
Designer
Ozandia Castilho Martins
Fagner Fernandes Douetts
Designer Instrucional
Anne Caroline Bogarin Manzolli
2
Sumário
Apresentação .............................................................................................................. 6
3.1 A aula como espaço de convivência dos atores da ação educativa ............. 19
Finalizando... ......................................................................................................... 30
3
Estrutura do Módulo ..............................................................................................32
Finalizando... ......................................................................................................... 50
Finalizando... ......................................................................................................... 71
4
Aula 2 – Técnicas e recursos de ensino ................................................................82
2.1 Aspectos que devem ser considerados na seleção das técnicas de ensino 82
5
Apresentação
(...)
Professor, faze de tua cadeira, a cátedra de um mestre.
Se souberes elevar teu magistério, ele te elevará à magnificência.
Cora Coralina
in “Vintém de cobre: meias confissões de Aninha”
Prezado participante,
6
desenvolvimento das competências profissionais.
Sendo assim, este curso foi elaborado com o objetivo de subsidiar a ação
pedagógica dos instrutores e professores que compõem o corpo docente das
academias, escolas, institutos e centros de formação na área de segurança pública.
Aqui você não encontrará respostas prontas, mas sim a oportunidade de ter
acesso a informações que o auxiliarão: a refletir sobre sua atuação como professor,
a planejar, a desenvolver e a avaliar a aprendizagem.
Objetivo do curso
• Definir educação;
• Diferenciar processo de ensino (ação intencional do professor) do processo
de aprendizagem (ação do aluno) sobre o objeto do conhecimento;
• Conceituar competências cognitivas, operativas e atitudinais;
• Identificar as dimensões do conhecimento;
• Relacionar o processo de “mobilização de saberes” com as estratégias, as
metodologias e os recursos a serem utilizados no processo de ensino;
• Reconhecer as contribuições das metodologias ativas e das tecnologias
digitais para o processo de aprendizagem;
• Rever os conceitos de avaliação e medida;
• Identificar os tipos e instrumentos de medidas no contexto profissional.
• Mapear competências;
• Elaborar objetivos de aprendizagens;
• Elaborar planos de ensino;
• Planejar estratégias e técnicas facilitadoras do processo de aprendizagem.
7
Fortalecer atitudes para:
Estrutura do curso
8
MÓDULO 1 – Educação, ensino e aprendizagem
Neste módulo você estudará sobre o que é educação, ensino e aprendizagem. Serão
abordados aspectos conceituais e a importância da aprendizagem, principalmente no
ambiente de trabalho.
Conseguiu decifrar?
9
Verifique se a frase que encontrou foi esta:
• Qual foi a sua reação ao ver o texto? Imagine outras reações possíveis.
• O que possibilitou iniciar a leitura do texto? Qual foi seu ponto de partida?
10
• Identificar as competências relacionadas a docência;
11
1.1 Compreendendo a educação
Na prática, o homem cria a educação e esta, por sua vez, produz o homem.
Por isso, toda prática educativa é orientada por uma concepção de homem,
sociedade e conhecimento, visto que:
12
Considerando o que Souza (2008) colocou, pode-se dizer então que as
condições a serem criadas estão relacionadas às características, exigências e
necessidades de um determinado contexto histórico que, dada a dinamicidade
social, está em constante evolução.
Entendida como processo vivo que perpassa toda a vida dos indivíduos,
laborando na confluência entre o ser humano singular e sua necessária
pluralidade social, ela se mostra imprescindível tanto para o desenvolvimento
pessoal e formação da personalidade individual, quanto para a convivência
entre grupos e pessoas e a solução dos problemas sociais, colocando-se,
portanto, como componente incontestável de uma educação de qualidade
(PARO, 2000, p. 13).
13
1.2 Os quatro pilares da Educação para o século XXI
Aprender a conhecer
Combinando uma cultura geral, suficiente vasta, com a possibilidade de
trabalhar em profundidade um pequeno número de matérias. O que também significa:
aprender a aprender, para beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela
educação ao longo de toda a vida.
Aprender a fazer
A fim de adquirir, não somente uma qualificação profissional mas, de uma
maneira mais ampla, competências que tornem a pessoa apta a enfrentar
numerosas situações e a trabalhar em equipe. Mas, também, aprender a fazer, no
âmbito das diversas experiências sociais ou de trabalho que se oferecem aos jovens
e adolescentes, quer espontaneamente, fruto do contexto local ou nacional, quer
formalmente, graças ao desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho.
Aprender a viver juntos
Desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das
interdependências - realizar projetos comuns e preparar-se para gerir conflitos - no
respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.
Aprender a ser
Para melhor desenvolver a sua personalidade e estar à altura de agir com
cada vez maior capacidade de autonomia, de discernimento e de responsabilidade
pessoal. Para isso, não negligenciar na educação nenhuma das potencialidades de
cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, aptidão
14
para comunicar-se.
Você observou que os quatro pilares da Educação para o século XXI são descritos
em forma de aprendizagem? Adiante, você voltará a esta questão, antes, porém,
estude as definições da educação contidas na legislação educacional brasileira,
pois elas reforçam o caráter dialético e contínuo do processo educacional.
15
2.1 Principais aspectos legais
Educação Básica
Educação Superior
16
A Educação Superior abrange os seguintes cursos e programas: cursos sequenciais,
de graduação, de pós-graduação e de extensão.
Saiba mais...
Leia o Decreto nº 9.057/2017, que regulamenta o art. 80
da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece
as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Veja também a Portaria Normativa nº 11/ 2017 que
estabelece normas para o credenciamento de instituições e a
oferta de cursos em conformidade com o Decreto já
17
mencionado.
Importante!
18
3.1 A aula como espaço de convivência dos atores da ação
educativa
• os docentes (professores/instrutores/tutores) e;
• os discentes (estudantes/alunos/participantes).
19
- Alguma outra pergunta?
- Sim, Professor: Que é um professor? Ou, quem é um professor?
- Hummm (pausa)
(Risos)
(Escreve ao quadro negro)
- Professor, Mestre. E, portanto, está aqui: ensinar. Creio que aqui aparece este
conceito. O que é ensinar? Eu lhes ensinei a Biologia do Conhecer? Sim, se alguém abre a porta
desta sala... (desloca-se até a porta, simula ouvir alguém que bate à porta, e então se desculpa, e
diz a outro alguém) ... “Nesta sala está o Professor Humberto Maturana ensinando Biologia do
Conhecer” (desloca-se de volta): Eu lhes ensinei a Biologia do Conhecer? Em um sentido,
com relação à responsabilidade perante a Faculdade, eu lhes ensinei a Biologia do Conhecer.
(Risos)
- Mas o que fizemos nós ao longo deste semestre?
- Desencadear mudanças estruturais.
- Desencadear mudanças estruturais, desencadear perturbações. E como
fizemos isso?
Em coordenações de coordenações de ações.
Em coordenações de coordenações de ações. Ou seja: vivendo juntos. Claro,
uma vez por semana viver juntos uma hora, uma hora e meia, duas horas, ou, alguns
estudantes, que permaneceram comigo mais horas ... Isso era viver juntos. Vocês podem
dizer: “Sim, mas eu estava sentado escutando”. Isso se estavam verdadeiramente
escutando, como espero.
(Risos)
- Estavam sendo tocados, alegrados, entristecidos, enraivecidos ... Quer dizer, se
passaram todas as coisas do viver cotidiano. Mexeram com as ideias, rejeitaram algumas.
Saíram daqui conversando isto e mais aquilo ... “Estou fazendo um trabalho ...” Estavam imersos
na pergunta: “Como prosseguir? “, de acordo com o que lhes ia passando, vivendo juntos,
comigo, em um espaço que se ia criando comigo.” Então, qual foi a minha tarefa? Criar um
espaço de convivência.. Isto é ensinar.”
Bem, eu ensinei a vocês. E vocês, ensinaram a mim?
- Sim
- Claro que sim! Ensinamo-nos mutuamente. “Ah, mas acontece que eu tinha a
responsabilidade do curso, e ia guiando o que acontecia”. De certa forma, sim, de certa forma,
20
não. De certa forma, sim, porque há certas coisas que eu entendo da responsabilidade e do
espaço no qual me movo nesta convivência, e tinha uma certa orientação, um fio condutor, um
certo propósito. Mas vocês, com suas perguntas, foram empurrando esta coisa para lá, e para cá,
e foram criando algo que foi se configurando como nosso espaço de convivência.
E o maravilhoso de tudo isso é que vocês aceitaram que eu me aplicasse em criar
um espaço de convivência com vocês. Vocês se dão conta do significado disso? Foi
exatamente igual ao que ocorreu quando vocês chegaram, como crianças, ao jardim de
infância, e estavam tristes, emburrados, a Mamãe se foi, estão chorando, “Aaaah, eu quero
minha mãe”, e chega a professora, e oferece a mão, e vocês a recusam, mas ela insiste, e,
então, vocês pegam sua mão. E o que se passa quando a criança pega na mão da professora?
Aceita um espaço de convivência. Com vocês se passou a mesma coisa. Em algum
momento, aceitaram minha mão. E, no momento em que aceitaram minha mão, passamos a ser
co-ensinantes. Passamos a participar juntos neste espaço de convivência. E nos transformamos
em congruência... De maneiras diferentes, porque, claro, temos vidas diferentes, temos
diferentes espaços de perguntas, temos experiências distintas. Mas nos transformamos
juntos, e agora podemos ter conversas que antes não podíamos.
E quem é o professor? Alguém que se aceita como guia na criação deste espaço de
convivência. No momento em que eu digo a vocês: “Perguntem”, e aceito que me guiem com
suas perguntas, eu estou aceitando vocês como professores, no sentido de que vocês me
estão mostrando espaços de reflexão onde eu devo ir. Assim, o professor, ou professora, é
uma pessoa que deseja esta responsabilidade de criar um espaço de convivência, este
domínio de aceitação recíproca que se configura no momento em que surge o professor em
relação com seus alunos, e se produz uma dinâmica na qual vão mudando juntos.
21
Figura 4: Para refletir
Fonte: SCD/EaD/Segen.
22
aprendizagem:
(...)
23
Perrenoud (2000), em seu livro Dez novas competências para ensinar,
sistematiza um conjunto de competências necessárias à ação docente, mas destaca
que não se trata de um referencial definitivo. O autor organiza as competências em
10 grandes famílias que abrangem um conjunto de habilidades:
24
Para compreender melhor o processo de aprendizagem, pegue suas repostas
sobre a dinâmica inicial, pois elas serão nosso ponto de partida.
Quando iniciou a dinâmica você tinha de ser capaz de decifrar o texto. Esta
era a competência exigida. Lembra-se da sua reação? Para algumas pessoas o
texto representou um desafio, outras, talvez, tiveram outras reações. As reações
iniciais geram motivos para querer ou não aprender algo.
Diante do texto que trazia diversos signos novos – mesmo que alguns não
fossem novos, da maneira como estavam dispostos não faziam sentido –, você
identificou um conjunto conhecido. Esta foi a chave de entrada pelo texto. Os
estímulos recebidos pelos sentidos precisam gerar significado. Os saberes
prévios são a chaves para novas aprendizagens. Note que o ambiente contribui
para a geração do que é significativo, tornando a aprendizagem um processo
pessoal.
Assim, como um único tamanho de sapato não serve para todos, uma
determinada abordagem para a aprendizagem pode ser satisfatória para alguns, mas
não para outros. Por isto uma das metas da aprendizagem hoje é que ela seja ‘sob
medida’ o mais adequada possível a cada aprendiz. As novas tecnologias de
comunicação oferecem excelentes condições de manuseio de palavras, imagens e
sons que permitem a preparação de ambientes de aprendizagem para pessoas com
diferentes estilos, ou perfis para adquirir informação e conhecimento. (LITTO, 2010,
p. 19)
Mas observe! Quando os signos conhecidos acabaram, como você fez para
ler o texto? O que aconteceu dentro da sua cabeça? Se você respondeu dedução,
está correto, mas vamos ampliar a sua reposta, pois entraram em cena uma série de
processos mentais (dedução, comparação etc.) que possibilitaram ler o texto e,
melhor, ampliaram suas estruturas mentais, deixando você pronto para novos
desafios.
Saiba mais...
25
Para que possa aprofundar seus conhecimentos sobre a
contribuição das ciências cognitivas e das neurociências, leia nos
materiais complementares o texto “Emergência da Neuroeducação: a
hora e a vez da neurociência para agregar valor à pesquisa
educacional”. Observe principalmente os quatorze princípios que formam
o fio condutor da neuroeducação.
<http://www.cienciasecognicao.org/pdf/v15_1/m276_10.pdf>
26
4.1 Desenvolvimento de competências organizacional e
profissional
Dentre as dez competências críticas apontadas por Band (1997, p. 226) para
revolucionar as instituições, está a capacidade de aprender, ou seja, a capacidade
de gerar o futuro, não como ideia pronta, acabada, mas como uma ideia em
construção, possibilitando intervenções e antecipando exigências, necessidades e
desafios atuais e futuros.
A capacidade de aprender, colocada por Band (1997), exige, no âmbito
organizacional, o desenvolvimento de outras três grandes capacidades de valor
estratégico:
Sêneca, pensador Grego, já dizia que “todos os ventos são favoráveis, se não
sabemos aonde queremos ir”. Sendo assim, as capacidades – diagnosticar, planejar
e responder – exigirão um processo de tomada de decisão sobre ‘qual futuro será
27
construído’, bem como sobre as intervenções que deverão ser feitas para construí-
lo. É esta decisão que norteará tanto os objetivos, quanto as ações da organização.
28
Figura 8: Para refletir
Fonte: SCD/EaD/Segen
29
Nesta unidade, você estudou que:
30
MÓDULO 2 - Fundamentos para as ações
formativas na área de segurança pública
31
contidos na Matriz Curricular Nacional.
32
1.1 O que é?
A primeira versão da MCN foi lançada em 2003. A versão atual foi lançada em
2014.
33
34
Figura 9: Matriz Curricular Nacional
Fonte: Matriz Curricular Nacional (2014, p.74)
Saiba mais...
Acesse o texto completo do documento Matriz Curricular
Nacional – 2014, para ações formativas dos profissionais da
área de Segurança Pública.
<https://www.justica.gov.br/central-de-conteudo/seguranca-
publica/livros/matriz-curricular-nacional_versao-final_2014.pdf>
35
“agir em situações diferentes, de gerir incertezas e poder enfrentar as
mudanças no exercício de sua profissão”.
Competências Cognitivas
Competências Operativas
Competências Atitudinais
36
Importante!
Saiba mais...
<https://www.mpma.mp.br/arquivos/CAOPCEAP/Profissiografia.pdf>
37
Veja a seguir o que a Matriz Curricular Nacional indica como objetivos gerais
essenciais à formação:
38
Figura 11: Eixos Articuladores
Fonte: MCN (2014, p.42).
39
Figura 12: 8 Áreas temáticas
Fonte: SCD/EaD/Segen.
40
Figura 13: Área temáticas
Fonte: MNC (2014, p.45).
41
profissionais de Segurança Pública, já apresentadas nesse documento.
1.5 Ementas
42
Veja quem são os integrante do SUSP.
CAPÍTULO III
Seção I
Da Composição do Sistema
Art. 9º É instituído o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), que tem como órgão
central o Ministério Extraordinário da Segurança Pública e é integrado pelos órgãos de
que trata o art. 144 da Constituição Federal , pelos agentes penitenciários, pelas guardas
municipais e pelos demais integrantes estratégicos e operacionais, que atuarão nos
limites de suas competências, de forma cooperativa, sistêmica e harmônica.
§ 1º São integrantes estratégicos do Susp:
I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por intermédio dos respectivos
Poderes Executivos;
II - os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social dos três entes federados.
§ 2º São integrantes operacionais do Susp:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III – (VETADO);
IV - polícias civis;
V - polícias militares;
VI - corpos de bombeiros militares;
VII - guardas municipais;
VIII - órgãos do sistema penitenciário;
IX - (VETADO);
X - institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identificação;
XI - Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp);
XII - secretarias estaduais de segurança pública ou congêneres;
XIII - Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec);
XIV - Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas (Senad);
XV - agentes de trânsito;
XVI - guarda portuária.
§ 3º (VETADO).
§ 4º Os sistemas estaduais, distrital e municipais serão responsáveis pela
implementação dos respectivos programas, ações e projetos de segurança pública, com
liberdade de organização e funcionamento, respeitado o disposto nesta Lei.
43
Atenção!
Saiba mais...
https://dspace.mj.gov.br/bitstream/1/2320/1/2matriz-curricular-
nacional_versao-final_2014.pdf
44
Os referenciais teórico-metodológicos apresentados a seguir ampliam o
quadro conceitual descrito na Matriz Curricular Educacional, visando à
fundamentação dos currículos a partir de teorias e metodologias que sejam
suporte para o desenvolvimento das competências necessárias à formação do
profissional da área de segurança pública.
45
De acordo com Perrenoud (2000), a transferência é:
46
ação, as compreensões dos fenômenos ou as formas de conceber os
problemas (SHÖN, 2000, p. 33).
47
A opção consciente por uma metodologia gera inúmeras questões, das quais
se elegeram algumas como desafio para direcionar a reflexão sobre a ação
pedagógica nas ações formativas, visando favorecer o desenvolvimento de
competências:
• Como organizá-las?
48
49
Neste módulo, você estudou que:
50
Módulo 3 - Planejamento de Ensino
51
1.1 O mapa como ponto de partida
52
O termo mobilização de saberes deverá ser bem observado pelos
profissionais envolvidos nas ações formativas, pois possibilita, dentre outras, a
compreensão de três pistas que evidenciam pontos importantes relacionados aos
processos pedagógicos. São elas:
53
lista dos conhecimentos, habilidades e atitudes que serão desenvolvidos,
considerando a temática do curso ou disciplina a ser planejada. De acordo com
Cordeiro (2008), chega-se a esta lista por meio das respostas que completam as
seguintes sentenças:
54
Figura 17: Exemplo de Mapa de Competências
Fonte: Cordeiro; Gonçalves, 2003. Adaptado.
Com o mapa elaborado, passa-se então para a segunda pista apontada pelo
termo mobilização de saberes: a organização curricular do curso e da ementa da
disciplina.
55
Conteúdos Conceituais
Conteúdos Procedimentais
Conteúdos Atitudinais
56
Figura 18: Exemplo da Seleção de Conteúdo a partir do Mapa de Competências
Fonte: Cordeiro; Gonçalves, 2003. Adaptado.
57
Importante!
58
Qual a diferença entre planejamento e plano?
59
2.2 Princípios e características do planejamento das ações
formativas
60
CARACTERÍSTICAS:
Coerência e Unidade
Continuidade e sequência
Flexibilidade
Contextualização
Precisão e clareza
Qualquer que seja o tipo de plano de ensino é importante que seja coerente
com fundamentos conceituais e metodológicos descritos na Matriz Curricular
Nacional.
61
2.3.1 Elementos do plano de ensino
62
Objetivos de aprendizagem
Objetivos gerais
“(...) podem ser finais ou intermediários, de acordo com sua função: dirigir o
processo de ensino-aprendizagem para um resultado final, ou garantir a progressão
das aprendizagens rumo à consecução dos objetivos finais” (COLL, 2001, p. 69).
Objetivos específicos
63
Domínio Cognitivo
Domínio Afetivo
64
Trata da classificação das reações de ordem afetiva (emoções,
sentimentos, valores, crenças, entusiasmo, motivação), de empatia e
atitudinais.
Domínio Psicomotor
65
Figura 22: Níveis do domínio psicomotor
Fonte: do conteudista.
Exemplo
66
Exemplo:
Após demonstrações e simulações envolvendo procedimentos de abordagem,
o aluno deverá ser capaz de executar, corretamente, o tipo de abordagem solicitado.
Critério - corretamente.
Conteúdo
Tipo de conteúdo a ser aprendido (conceitual, procedimental, atitudinal).
Processo
Processos que serão utilizados pelos alunos para aprenderem.
Exemplo:
67
• Executar os procedimentos específicos para cada tipo de abordagem nas
demonstrações e simulações vivenciadas.
68
como será o acompanhamento das ações.
Plano de Curso
O plano de curso pode servir para registrar tudo sobre uma disciplina ou
para descrever um determinado curso.
Plano de Unidade
Plano de Aula
Segundo Cordeiro e Silva (2005), o professor que atua nas ações formativas
dos profissionais da área de segurança pública precisará estar atento para que as
atividades selecionadas possam ajudar aos estudantes a serem profissionais
reflexivos, ou seja, profissionais que utilizam a autonomia intelectual. Em outras
palavras, que sejam capazes de “transferir conhecimentos”, se adaptando às
diversas situações profissionais e a novas situações.
69
No planejamento das aulas
• Elabore um mapa de competências da disciplina com base na ementa;
Durante as aulas
• Esclareça para o grupo as competências e habilidades que terão que
desenvolver;
• Encoraje a ação;
• Dê e peça feedback;
Após as aulas
• Reflita sobre sua atuação;
• Avalie os resultados;
• Replaneje as ações.
70
Neste módulo, você estudou que:
• Qualquer que seja o tipo de plano de ensino, é importante que seja coerente com
fundamentos conceituais e metodológicos descritos na Matriz Curricular Nacional.
• Segundo Cordeiro e Silva (2005), o professor que atua nas ações formativas dos
profissionais da área de segurança pública precisará estar atento para que as atividades
selecionadas possam ajudar os estudantes a serem profissionais reflexivos, ou seja,
profissionais que utilizam a autonomia intelectual, sendo capazes de “transferir
conhecimentos” se adaptando às diversas situações profissionais e à novas situações.
71
Módulo 4 - Abordagens, metodologias e
técnicas
72
Este módulo é composto pelas seguintes aulas:
73
As abordagens curriculares são possibilidades metodológicas de organização
curricular, diferentes da forma linear e estanque que muitas vezes as disciplinas são
trabalhadas. Elas possibilitam um olhar integrador sobre os objetos de
conhecimento tornando a aprendizagem mais significativa, pois o conhecimento
estrutura- se na mente do participante por meio de uma rede de inter-relações.
• contextualização;
• interdisciplinaridade; e
• transversalidade.
1.1 Contextualização
74
(...). O tratamento contextualizado do conhecimento é o recurso que a
escola tem para retirar o participante da condição de espectador passivo. Se
bem trabalhado, permite que, ao longo da transposição didática, o conteúdo
do ensino provoque aprendizagens significativas que mobilizem o
participante e estabeleçam entre ele e o objeto do conhecimento uma
relação de reciprocidade. A contextualização evoca por isso áreas, âmbitos
ou dimensões presentes na vida pessoal, social e cultural, e mobiliza
competências cognitivas já adquiridas (MEC, 2000, p. 79).
Importante!
O trabalho realizado pelo professor em transformar o
conteúdo em algo ensinável e aplicável é denominado
transposição didática.
1.2 Interdisciplinaridade
75
construtivamente na realidade, favorecendo o pensar antes, durante e
depois da ação e, consequentemente, na construção da autonomia
intelectual (CORDEIRO; SILVA, 2005, p. 18).
1.3 Transversalidade
76
disciplina, mas permear todo o trabalho educativo.
Integração das Normas Internacionais dos Direitos Humanos por meio da Formatado: Centralizado
abordagem transversal
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha desenvolveu uma metodologia para Formatado: Recuo: Primeira linha: 1,25 cm
• Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) (ONU – 1948); Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 12 pt
77
• Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis,
Desumanos ou Degradantes (CCT);
• Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei
(Código de Conduta);
• Princípios Orientadores para aplicação Efetiva do Código de Conduta para os
Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei (Princípios Orientadores);
• Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos
Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei (PBUFAF);
• Conjunto de Princípios para Proteção de Todas as Pessoas Sujeitas a
Qualquer Forma de Detenção ou Prisão (Conjunto de Princípios).
<Strong>Existe norma específica do DIDH que versa sobre o tema?</Strong> Formatado: Fonte: Negrito
<Strong>O tema tratado envolve, de maneira direta ou potencial, algum risco Formatado: Fonte: Negrito
para a vida, “à integridade” ou, “em geral,” para a dignidade humana?</Strong> Formatado: Fonte: Negrito
78
e o Caderno de Normas Internacionais de Direitos Formatado: Fonte: Negrito, Cor da fonte: Destaque 6
Humanos aplicáveis à função Policial Formatado: Fonte: Negrito, Cor da fonte: Destaque 1
Comentado [ACBM2]: Inserir link do material
complementar
Oito_Normas_PT_Impressora
Formatado: Fonte: Negrito, Cor da fonte: Destaque 6
Importante!
A contextualização, a interdisciplinaridade e a
transversalidade proporcionam o questionamento da
realidade e a ação dos profissionais da área de segurança
pública sobre ela. No processo de ensino, esse
questionamento/ação se dá pela aplicação de técnicas e
metodologias, notadamente ativas, que possam criar
condições para que o estudante seja capaz de utilizar os
conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais na
compreensão e solução de problemas.
79
Além das abordagens citadas, a utilização das situações problematizadoras
como recursos de aprendizagem nas ações formativas deverá considerar as
seguintes orientações metodológicas:
Importante!
80
intervenções por meio de questionamentos e feedback
durante a execução.
Saiba mais...
81
2.1 Aspectos que devem ser considerados na seleção das técnicas
de ensino
82
2.2 Aspectos que podem interferir na escolha das técnicas
• Disponibilidade de tempo;
• Disponibilidade orçamentária.
Importante!
Resolução de problemas
83
O professor elabora situações-problema, simulando a realidade. Os alunos
discutem os problemas em pequenos grupos e levantam hipóteses. A seguir, eles
formulam os objetivos de aprendizagem e identificam as fontes de pesquisa para o
estudo individualizado com apoio do tutor. Os estudos e as conclusões de cada
grupo são apresentados ao grande grupo, para revisão e sistematização de uma
proposição final, de uma explicação ou proposta de ação para o problema,
encerrando o ciclo de atividades.
Importante!
Estudos de Caso
84
Esta técnica compreende a discussão em pequenos grupos de casos
verídicos ou baseados em fatos reais relacionados com situações que farão parte do
cotidiano da área profissional do futuro policial. Os casos deverão vir acompanhados
do máximo de informações pertinentes para que policial em formação possa analisá-
lo (caso análise) ou apresentar possíveis soluções (caso problema). Essa técnica
permite que os participantes analisem a situação apresentada e apliquem os
conhecimentos aprendidos.
As listas de tarefas devem ser utilizadas quando se tem por objetivo que os
policiais em formação sigam passos na realização de procedimentos.
Painel de discussão
Discussões em grupos
Discussão dirigida
Debate cruzado
Organizado em dois grupos, em que cada grupo terá de debater uma tese
contrária à do outro grupo, invertendo-se os papéis ao final.
85
Os participantes são divididos em dois grupos, em que o primeiro terá a
função de vivência ou verbalização de determinada situação e o segundo
desempenhará a função de observador. Ao final, invertem-se os papéis.
Brainstorming e Brainwriting
Exposição dialogada
86
alunos devem ser orientados, com antecedência, quanto ao planejamento e o
desenvolvimento dos temas a serem abordados sobre forma de seminário para que
possam se preparar.
Vídeos
Reálias
87
simular outras coisas.
Acervo bibliográfico
88
3.1 Metodologias Ativas
89
▪ participação ativa dos alunos;
▪ colaboração entre os alunos;
▪ autonomia dos alunos para solucionarem situações-problema, por meio
da pesquisa, análise de hipóteses e tomada de decisão;
▪ atuação do docente como gerador e mediador das possibilidades de
aprendizagem.
Importante!
90
As contribuições das metodologias ativas podem ser visualizadas por meio da
pirâmide de Glasser (1986), que ilustra o grau de retenção da aprendizagem, de
acordo com as ações (comportamentos) do aluno requeridas pelo professor.
Observe que as ações mais ativas, a serem realizadas pelos alunos, são as
que apresentam o maior grau de retenção de aprendizagem e elas estão presentes
nas metodologias ativas.
91
A sala de aula invertida é uma metodologia que inverte a lógica de
organização da aula, pois os alunos estudam em casa o conteúdo, ampliando os
seus conhecimentos prévios e ao mesmo tempo registrando suas dúvidas e
questionamentos que servirão de ponto de partida para as discussões e atividades
diversificadas na sala de aula.
Como usar?
1º passo – Seleção dos objetivos, do tema, dos materiais que serão utilizados
(vídeos, textos, roteiros para orientar o estudo), elaboração do cronograma -
definindo o tempo do estudo fora de sala de aula - e planejamento da forma de
acompanhamento;
92
4º passo – Em sala aula, presencial ou virtual, o professor deve utilizar técnicas de
ensino, para criar atividades diversificadas sobre o tema. Uma das possibilidades é a
técnica denominada rotação por estações de aprendizagem.
<https://www.youtube.com/watch?v=1d-UnyZu_II>
Você estudou, na aula 2, a técnica resolução de problemas, lembra? ABP tem o mesmo
objetivo, contudo possui uma abordagem metodológica, como você poderá ver a seguir.
Como usar?
93
Primeiramente, é apresentado um problema aos estudantes. Em seguida, eles
investigam, recorrendo aos conhecimentos prévios, fontes bibliográficas, dentre
outras. Debatem, estudam e geram novos conhecimentos.
Saiba mais...
Método de Projetos
94
Na década de 80, o educador espanhol Fernando Hernandez, inspirado pelo
construtivismo, desenvolve um modelo de ensino ao qual denomina Projeto de
Trabalho. Em que sentido a metodologia criada por Hernandez tem a ver com a
metodologia de Kilpatrick? Veja o que diz os autores a seguir:
Como usar?
Os passos a seguir, não devem ser vistos como etapas de uma receita de bolo,
mas auxiliam a compreender as principais etapas de um projeto.
95
2º passo – Organize o trabalho
Saiba mais...
<https://www.revista.ueg.br/index.php/mediacao/article/view/6778/5167 >
96
3.2 Outras metodologias
97
Veja a seguir a descrição de cada uma das etapas.
Etapa 1 - Scaning
Nesta etapa são realizadas as seguintes ações:
Etapa 2 – Analysis
Uma vez selecionado o problema, procure:
98
Etapa 3 - Response
Com a análise realizada, chegou a hora de pensar nas respostas que irão
solucionar o problema, ou seja, a intervenção. Ao planejá-la, procure:
• Estudar as soluções existentes para problemas similares.
• Realizar Brainstorm para gerar outras soluções.
• Enumerar as soluções encontradas.
• Discutir sobre as possíveis alternativas de soluções.
• Selecionar uma alternativa para desenvolver o plano de intervenção.
• Planejar e estabelecer responsabilidades.
• Elaborar os objetivos a serem alcançados pelos responsáveis.
• Elaborar o plano de ação.
Etapa 4 – Assessment
Saiba mais...
Para a etapa 3 utiliza-se o 5W2H.
O 5W2H é um instrumento que apoia a elaboração de planos
de ação. Esse nome vem das letras iniciais dos termos em inglês:
• WHAT – O QUE será feito.
• WHY – POR QUE deve ser feito.
• WHERE – ONDE será realizado.
• WHEN – QUAL será o prazo.
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• WHO – QUEM será o responsável.
• HOW – COMO será realizado.
• HOW MUCH – quanto custará.
Esse instrumento orienta o detalhamento das ações e permite
que todos os envolvidos tenham conhecimento sobre o que será
feito e sobre os pontos importantes para realizá-las.
100
1ª Etapa
Vivência – Nesta etapa é desenvolvida a atividade inicial proposta ao grupo, como
por exemplo, uma simulação assistida (ou vivenciada) pelos alunos.
2ª Etapa
Relato – Após a vivência, os participantes deverão relatar, a partir de perguntas
conduzidas pelo professor, de acordo com tema a ser trabalhado, as observações e
sentimentos sobre a vivência. Exemplo de perguntas: O que vocês observaram
durante a simulação? A ação do policial foi adequada? Você se sentiu a vontade no
papel que desempenhou?
3ª Etapa
Processamento – Logo após o relato, deve-se abrir espaço para a discussão em
pequenos grupo sobre os resultados obtidos com a vivência e o relato, buscando
identificar padrões e tendências a partir da fala e das reações expressas. Os alunos
podem procurar informações (sites, artigos, etc) que o ajudem a fundamentar o que
foi observado/vivenciado.
4ª Etapa
Generalização – Esta etapa consiste em descobrir o que se aprendeu, que lições
podem ser extraídas da análise da etapa de processamento. Os alunos devem
procurar extrair ensinamentos para a vida pessoal e profissional. É nesta etapa que
acontece o “salto inferencial”, ou seja, a compreensão a partir do que foi vivenciado
e observado.
Ainda nesta etapa, o professor, poderá complementar com abordagens teóricas,
resultados de pesquisas, exemplificações que auxiliarão sistematizações,
elaboração de planos e mudanças, que sejam necessárias.
5ª etapa
Aplicação – Esta fase tem por objetivo planejar como a aprendizagem será
colocada em prática. Devem ser elaborados planos de ação para implemetação das
mudanças sugeridas.
101
O Ciclo de Aprendizagem Vivencial é caracterizado pelo trabalho em grupo e
pela interação produtiva que ocorre no diálogo aberto entre os membros do grupo,
gerando objetividade nas discussões e evitando derivações fora do contexto
profissional dos alunos.
102
Contudo, apesar de ficarmos fascinados pelas possibilidades trazidas pelas
tecnologias digitais, é importante lembrar que elas, por si sós, não possuem
qualquer força de transformação dos contextos educacionais sem uma proposta
didático-pedagógica centrada na aprendizagem do aluno.
Google®
<https://edu.google.com/intl/pt-BR/>
Kahoot
<https://kahoot.com/schools-u/ >
SOCRATIVE
103
<https://www.socrative.com/>
PADLET
O Padlet é uma ferramenta on-line gratuita que permite a criação de um mural virtual
coletivo, interativo e dinâmico. Por meio de um endereço gerado pelo aplicativo,
todos os participantes podem inserir informações em textos, imagens, vídeos e
hiperlinks, e ao mesmo tempo ver as informações dos demais colegas.
<https://pt‐br.padlet.com/>
Mentimeter
<https://www.mentimeter.com/?utm_campaign=first%20page&utm_medium=web-
link&utm_source=govote&utm_content=&utm_term=&_ga=2.114813633.798032209.159853
0058-425080813.1598530058>
104
Neste módulo, você estudou que...
105
os problemas vivenciados que estão sendo apresentados.
106
Módulo 5 - Avaliação da aprendizagem
Apresentação do módulo
REVOLTADO OU CRIATIVO?!!!
Fonte: <https://www.ime.usp.br/~vwsetzer/jokes/barometro.html>
Chegando à sala de meu colega, li a questão da prova, que dizia: 'Mostrar como
pode-se determinar a altura de um edifício bem alto com o auxílio de um barômetro.'
A resposta do estudante foi a seguinte:
'Leve o barômetro ao alto do edifício e amarre uma corda nele; baixe o barômetro
até a calçada e em seguida levante, medindo o comprimento da corda; este
comprimento será igual à altura do edifício.'
Sem dúvida era uma resposta interessante, e de alguma forma correta, pois
satisfazia o enunciado. Por instantes vacilei quanto ao veredito. Recompondo-me
rapidamente, disse ao estudante que ele tinha forte razão para ter nota máxima, já
que havia respondido à questão completa e corretamente. Entretanto, se ele tirasse
nota máxima, estaria caracterizada uma aprovação em um curso de Física, mas a
resposta não confirmava isso. Sugeri então que fizesse uma outra tentativa para
107
responder à questão. Não me surpreendi quando meu colega concordou, mas sim
quando o estudante resolveu encarar aquilo que eu imaginei lhe seria um bom
desafio. Segundo o acordo, ele teria seis minutos para responder à questão, isto
após ter sido prevenido de que sua resposta deveria mostrar, necessariamente,
algum conhecimento de Física.
Passados cinco minutos ele não havia escrito nada, apenas olhava pensativamente
para o forro da sala. Perguntei-lhe então se desejava desistir, pois eu tinha um
compromisso logo em seguida, e não tinha tempo a perder. Mais surpreso ainda
fiquei quando o estudante anunciou que não havia desistido. Na realidade tinha
muitas respostas, e estava justamente escolhendo a melhor. Desculpei-me pela
interrupção e solicitei que continuasse.
Perguntei então ao meu colega se ele estava satisfeito com a nova resposta, e se
concordava com a minha disposição em conferir praticamente a nota máxima à
prova. Concordou, embora sentisse nele uma expressão de descontentamento,
talvez inconformismo.
Ao sair da sala lembrei-me que o estudante havia dito ter outras respostas para o
problema. Embora já sem tempo, não resisti à curiosidade e perguntei-lhe quais
eram essas respostas.
"Ah!, sim," - disse ele - "há muitas maneiras de se achar a altura de um edifício com
a ajuda de um barômetro."
108
"Por exemplo, num belo dia de sol pode-se medir a altura do barômetro e o
comprimento de sua sombra projetada no solo. bem como a do edifício. Depois,
usando uma simples regra de três, determina-se a altura do edifício."
"Um outro método básico de medida, aliás bastante simples e direto, é subir as
escadas do edifício fazendo marcas na parede, espaçadas da altura do barômetro.
Contando o número de marcas ter-se a altura do edifício em unidades barométricas."
"Um método mais complexo seria amarrar o barômetro na ponta de uma corda e
balançá-lo como um pêndulo, o que permite a determinação da aceleração da
gravidade (g). Repetindo a operação ao nível da rua e no topo do edifício, tem-se
dois g's, e a altura do edifício pode, a princípio, ser calculada com base nessa
diferença."
"Finalmente", concluiu, "se não for cobrada uma solução física para o problema,
existem outras respostas. Por exemplo, pode-se ir até o edifício e bater à porta do
síndico. Quando ele aparecer; diz-se:
'Caro Sr. síndico, trago aqui um ótimo barômetro; se o Sr. me disser a altura deste
edifício, eu lhe darei o barômetro de presente.'"
A esta altura, perguntei ao estudante se ele não sabia qual era a resposta 'esperada'
para o problema. Ele admitiu que sabia, mas estava tão farto com as tentativas dos
professores de controlar o seu raciocínio e cobrar respostas prontas com base em
informações mecanicamente arroladas, que ele resolveu contestar aquilo que
considerava, principalmente, uma farsa.
109
Ao finalizar o estudo desse módulo, você será capaz de:
110
1.1 Definindo os termos
Medida
Avaliação
Avaliar significa “por valor”, valorar algo a partir das informações que temos
sobre ele.
111
acompanhamento da aprendizagem (diagnóstico, controle e feedback) e a melhoria
do processo de ensino (revisão do plano de ensino e reflexão da prática
pedagógica), por parte do professor e da instituição.
112
Prova oral
Prova prática
113
resultado apresentado, seguido dos níveis ou conceitos sobre o que será avaliado.
Veja alguns exemplos de escalas voltadas para avaliação da apresentação de uma
aula:
Saiba mais...
<http://site.primeiraescolha.com.br/blog-
educacao/rubrica-como-ferramenta-para-a-avaliacao-
de-habilidades>
Provas discursivas
114
As provas discursivas são aquelas em que o professor solicita, por meio de
questões abertas, que os alunos dissertem sobre objeto da questão.
Provas objetivas
115
Autoavaliação
Importante!
Não há um tipo de instrumento de medida melhor ou pior,
o instrumento a ser utilizado dependerá do que se quer
medir e da competência (ou do objetivo) a ela relacionada.
116
Figura 32: Exemplo de Competência X Instrumentos
Fonte: SCD/EaD/Segen.
Saiba mais...
117
Ensino em Segurança Pública, bem como suas normas e
procedimentos internos, não foi abordado neste módulo a
elaboração de questões e itens de prova, mas caso queira
estudar sobre este tema, acesse o Guia de elaboração e
revisão de questões e itens, disponível em:
<https://www.if.ufrj.br/~marta/enem/docs_enem/guia_elaboracao_revisao_
itens_2012.pdf>
118
2.1 O que considerar
Importante!
119
2.2 Critérios da avaliação observacional
• desenvolvimento intelectual;
• relacionamento social;
• desenvolvimento afetivo; e
Desempenho intelectual
Atenção nas aulas e nas atividades; persistência na execução das tarefas; absorção
de novos conhecimentos; aplicação de conhecimentos anteriores; expressão escrita
e verbal; conhecimentos gerais necessários ao cidadão contemporâneo; além dos
quesitos particulares da atividade em questão.
Relacionamento social
Desenvolvimento afetivo
120
controle emocional; e bom humor.
121
A palavra Feedback é de origem inglesa e reúne dois vocábulos FEED +
BACK. Numa tradução literal pode ser traduzida como realimentação.
Sendo assim, caberá aos docentes criar condições para que os discentes
analisem seus processos de aprendizagem, reflitam sobre as suas ações e tomadas
de decisão para que possam promover as mudanças necessárias.
Neste sentido, o feedback a ser emitido precisa agir sobre dois níveis:
122
Figura 34: Níveis do feedback
Fonte: SCD/EaD/Segen.
Desses dois níveis surge uma pergunta que precisará ser respondida tanto
pelo aluno, como pelo professor, pois incidirão diretamente em mudanças nos
processos de ensino e de aprendizagem.
123
Neste módulo, você estudou que:
• Avaliar significa “por valor”, valorar algo a partir das informações que temos
sobre ele.
• Caberá aos docentes criar condições para que o discente analisem seus
processos de aprendizagem, reflitam sobre as suas ações e tomadas de
decisão para que possam transformá-los.
124
• ALTET, Marguerite. As competências do professor profissional: entre
conhecimentos, esquemas de ação e adaptação, saber analisar. In:
PERRENOUD, Philippe et al. Formando professores profissionais. Porto
Alegre: ARTMED, 2002.
125
• BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes
e bases da educação nacional. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 20 nov. 2020.
126
autonomia dos estudantes. Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina,
v. 32, n. 1, p. 25-40, jan./jun. 2011. Disponível em: <
http://www.proiac.uff.br/sites/default/files/documentos/berbel_2011.pdf>.
Acesso em: 19 nov. 2020.
127
atuarem principalmente contra o tráfico ilícitio de armas, munição,
explosivos e outros temas correlatos. Brasília: PNUD, 2008. (Projeto
04/29: relatório técnico).
• GIL, Antônio Carlos. Didática do ensino superior. São Paulo: Atlas, 2011.
128
BRASIL. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA (SENASP). Rede de Educação a
Distância para Segurança Pública. Curso Formação de Formadores.
Disponível em: https://ead.senasp.gov.br/. Acesso em: 14 nov. 2020. Acesso
ao conteúdo com login e senha.
129
em: 20 nov. 2020.
• SILVA, Marco. Sala de aula interativa. 3ª ed. Rio de Janeiro: Quartet, 2002.
130